UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE FISIOTERAPIA
Priscila Malta
Regina Carla Pinto da Silva
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE AERÓBICA EM IDOSAS
SUBMETIDAS À HIDROCINESIOTERAPIA
BELÉM
2009
Priscila Malta
Regina Carla Pinto da Silva
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE AERÓBICA EM IDOSAS
SUBMETIDAS À HIDROCINESIOTERAPIA
Trabalho de conclusão de curso
apresentado à Universidade da
Amazônia para obtenção do grau de
Bacharel em Fisioterapia.
Orientadora: Prof. MSc. Carla
Cristina Alvarez Serrão.
Co-orientadora: Prof. Ediléa Oliveira.
BELÉM
2009
M261a
Malta, Priscila
Avaliação da capacidade aeróbica em idosas submetidas à
hidrocinesioterapia / Priscila Malta, Regina Carla Pinto da
Silva. -- Belém, 2009.
82 f.
Trabalho de Conclusão de Curso -- (Graduação)
Universidade da Amazônia. Centro de Ciências Biológicas e da
Saúde, curso de Fisioterapia
Orientador: Prof. M. Sc. Serrão, Carla Cristina Alvarez
1. Hidrocinesioterapia. 2. Envelhecimento. 3. Atividade
física. 4. Capacidade aeróbica. I. Silva, Regina Carla Pinto da II.
Serrão, Carla Cristina Alvarez. III. Título
CDD 615.853
Priscila Malta
Regina Carla Pinto da Silva
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE AERÓBICA EM IDOSAS
SUBMETIDAS À HIDROCINESIOTERAPIA
Trabalho de conclusão de curso
apresentado à Universidade da
Amazônia para obtenção do grau de
Bacharel em Fisioterapia.
Orientadora: Prof. MSc. Carla
Cristina Alvarez Serrão.
Co-orientadora: Prof. Ediléa Oliveira.
Banca Examinadora
________________________________
Prof. MSc. Carla Cristina Alvarez Serrão
Orientadora
_________________________________
__________________________________
Apresentado em: __ / __ / __
Conceito: ___________
BELÉM
2009
À Deus, aos nossos pais, familiares,
amigos e amores, que foram
fundamentais para o sucesso deste
trabalho.
AGRADECIMENTOS - Priscila Malta
Primeiramente a Deus pela oportunidade de vida que me foi dada e por mais essa graça e
vitória alcançada.
A minha família, meu porto seguro. Amo todos vocês.
A minha mãe por sempre se mostrar uma fortaleza inabalável, o que sem dúvida nenhuma foi
de suma importância para essa conquista. Mãe sem a sua garra e apoio eu não teria chegado
até aqui. A você “mãezinha” meu muito obrigado.
Ao meu pai, meu eterno herói, por sua luta e mãos calejadas para me proporcionar sempre o
melhor estudo o que foi fundamental para concretização deste sonho. A você “paizinho mais
lindo de todos os paizinhos do mundo” meu muito obrigado.
A minha irmã Patricia Malta pela sua amizade, estando sempre ao meu lado e por ter se
mostrado disposta a ajudar na minha formação. A você “mana” meu muito obrigado.
A minha sobrinha Hellen, que mesmo inconsciente me ajudou tirando cargas de estresse com
seu sorriso lindo me chamando pra assistir com ela um desenho. A você “princesinha da titia”
meu muito obrigado.
A meu noivo Emerson Amaral por toda compreensão e paciência nesses momentos finais, me
esperando, me buscando, me levando e principalmente me apoiando em cada fase desta
conquista. A você meu “anjo” meu muito obrigado. Amo-te.
As minhas amigas da Unama Nina, Carol e Zelly pelos momentos compartilhados em grupos
de estudo que sempre terminavam em histórias contadas, risadas largadas e segredos
confiados, acompanhados de brigadeiro de panela. Vocês estarão pra sempre em meu coração.
A minha amiga Andrea Martins pelo apoio, amizade e principalmente pelas suas orações.
A minha companheira de TCC Regina Silva pelo apoio, amizade, dedicação e compreensão
que foram fundamentais para realização deste trabalho. A você amiga meu muito obrigado.
E a todos que de uma forma direta e indireta foram importantes na construção deste estudo.
Meu muito obrigado.
AGRADECIMENTOS - Regina Silva
A Deus pelo dom da vida e por mais essa conquista alcançada, por me iluminar durante toda a
realização desse trabalho e durante toda a minha vida.
A minha mãe Regina Lúcia Pinto da Silva, que sempre foi o meu porto seguro, que me deu a
vida e me ensinou a vivê-la com dignidade, que acreditou no meu potencial, que com amor
e carinho iluminou os meus caminhos , se doando inteiramente à minha felicidade, estando
comigo nos momentos tristes e alegres da minha vida. A essa mulher forte e batalhadora,
gostaria de deixar o meu muito obrigado e dizer que sem ela, não teria conseguido essa
vitória. Te amo Mãe.
A minha tia Ana Lúcia Pinto da Silva, que sempre esteve presente comigo em toda a minha
vida me apoiando e me incentivando, principalmente durante essa longa caminhada, e que
sem ela eu não teria conseguido chegar a esse sonho. Tia muito obrigada por tudo.
Não poderia deixar de agradecer também a minha avó Catarina Ribeiro Pinto e ao meu pai Ivo
Celestino da Silva, duas pessoas que são mais do que especiais na minha vida. Muito obrigada
pela educação que vocês me deram e gostaria de dizer que essa conquista de hoje eu dedico
em especial à vocês. Amo muito vocês.
A minha família, em especial às minhas primas Bruna, Carmiane e Gleise e aos meus tios e
tias, que sempre confiaram em mim. Obrigada por todo o apoio, incentivo, comemorações e,
principalmente, por sempre acreditarem em mim.
Ao meu namorado Allan Domingues, que me conquista todos os dias com o seu carinho,
dedicação, amizade,... e por sempre estar ao meu lado me incentivando e apoiando durante
todos os dias, me dando força nos momentos mais difíceis e compartilhando os mais felizes.
Amor, muito obrigada pelo incentivo, dedicação, cumplicidade, mimos,... e, principalmente,
por tornar minha vida mais feliz e agradável. Te amo.
Aos meus amigos por sempre acreditarem em mim e por entenderem, mesmo reclamando, a
minha ausência durante toda essa jornada de pesquisa.
À minha parceira de TCC Priscila Malta, que se entregou a esse trabalho e que juntas
acreditamos que seria possível. Obrigada amiga pelo apoio e amizade durante os momentos
mais difíceis da realização desse trabalho.
Aos meus amigos do curso de Fisioterapia da UNAMA, que de uma forma direta ou
indiretamente contribuíram para a realização desse trabalho.
A todos vocês pessoas especiais na minha vida, gostaria de deixar o meu MUITO
OBRIGADO.
AGRADECIMENTOS
A nossa orientadora Profa Carla Cristina Alvarez Serrão, a qual, além de nos orientar, nos
animou, nos empolgou e nos incentivou a crescer, compartilhou seus conhecimentos, e
permitiu concretizar o projeto desta pesquisa e principalmente pelo exemplo de
profissionalismo, competência e ética que nos foi atribuído.
A nossa co-orientadora Profa Ediléa Oliveira por nos auxiliar e nos apoiar nos momentos
precisos.
As “meninas” da terceira idade, participantes deste estudo, que sempre estavam ali dispostas e
felizes transformando cada sessão de hidrocinesioterapia em momento único. O que começou
com uma troca de favor se transformou em uma grande amizade. Cada rostinho de vocês
estarão pra sempre em nossas mentes e nos nossos corações. A vocês “minhas lindas” o nosso
muito obrigado.
A UNAMA por nos permitir sair da universidade nos sentido preparadas e aptas a exercer
nossa profissão.
A todos os mestres pelo ensino e exemplo.
A todos os funcionários pela ajuda prestada.
A coordenação e a todos os funcionários da fisioclínica que de uma forma direta ou indireta
nos ajudaram e muito para concretização desta pesquisa. A todos vocês o nosso sincero e
grande MUITO OBRIGADO.
Priscila Malta e Regina Silva
RESUMO
O envelhecimento é um processo natural no qual ocorre diminuição das funções e respostas
fisiológicas, onde a capacidade aeróbica pode ser considerada uma das alterações mais
importantes, entretanto, essas alterações podem ser modificadas pelo exercício e pelo
condicionamento físico. O presente estudo objetivou avaliar a capacidade aeróbica de idosas
submetidas à hidrocinesioterapia. A amostra foi constituída por 11 mulheres com idade entre
60 e 68 anos independentes em suas atividades de vida diária e sedentárias. O estudo foi
realizado no laboratório de hidroterapia da Clinica-Escola de fisioterapia da UNAMA no
período de junho a setembro de 2009, 2 vezes por semana, em dias não consecutivos durante
50 minutos cada sessão, totalizando 24 sessões de atividade aeróbica. A capacidade aeróbica
foi avaliada através do teste de caminhada de seis minutos, que foi realizado na avaliação
inicial, ao término de cada 8 sessões, assim como no dia da avaliação final que ocorreu após
as 24 sessões. A análise estatística foi estruturada sob a forma de análise descritiva e
inferencial com a finalidade de avaliar os efeitos da variável independente, sobre as variáveis
dependentes. Para avaliação da normalidade em todas as variáveis quantitativas foi aplicado o
teste de Shapiro-Wilk. A variável Pressão Arterial foi apenas tratada por métodos descritivos.
Foi aplicado o teste t de Student para amostras pareadas para avaliar as variáveis: Escore do
TC6, Freqüência cardíaca, Freqüência respiratória, Escala de Borg e SPO2. O TC6 apontou
diferença estatisticamente significante entre a 1ª e a 3ª avaliação (p-valor = 0.0092*), entre a
1ª e a 4ª avaliação (p-valor = 0.0019*) e entre a 3ª e a 4ª avaliação (p-valor = 0.0132*).
Constatou-se também alterações significativas na distância prevista no TC6, onde todas as
médias das idosas permaneceu acima do limite inferior de normalidade, sendo na terceira e
quarta avaliação a média ficou acima do limite superior. Pode-se concluir que as idosas
participantes desse estudo obtiveram uma melhora e incremento da capacidade aeróbica, com
significativo aumento da distância percorrida no TC6, o que confirma que a
hidrocinesioterapia, através de atividades aeróbicas, melhora a capacidade aeróbica de idosas
sedentárias.
Palavras-chave: Envelhecimento. Capacidade aeróbica. Teste da caminhada de seis minutos.
Atividade física. Hidrocinesioterapia.
ABSTRACT
Aging is a natural process in which there is a decrease of functions and physiological
responses, where the aerobic capacity can be considered one of the most important, however,
these changes can be modified by exercise and fitness. This study aimed to assess the aerobic
capacity of elderly women submitted to hydrokinesiotherapy. The sample was composed for
11 women aged between 60 and 68 years independent activities of daily living and sedentary.
The study was done in the School-Clinical of Physiotherapy UNAMA from June to
September 2009, twice a week in non-consecutive days during 50 minutes each session,
totaling 24 sessions of aerobic activity. The aerobic capacity was assessed by the six-minute
walk test, which was done at the beginning of the assessment, the end of each 8 sessions, as
well as on the final evaluation occurred after 24 sessions. Statistical analysis was structuring
in the form of descriptive and inferential analysis in order to evaluate the effects of the
independent variable on the dependent variables. To assess normality in all quantitative
variables was applying the Shapiro-Wilk test. The variable blood pressure was only treated by
descriptive methods. It was applying the Student t test for paired samples to evaluate the
variables of the 6MWD score, heart rate, respiratory rate, Borg scale and SpO2. The 6MWD
showed a statistically significant difference between the 1st and 3rd assessment (p = 0.0092
*), between the 1st and 4th assessment (p = 0.0019 *) and between the 3rd and 4th assessment
(p = 0.0132 *). It was also found significant changes in the expected distance in the 6MWD,
where all averages of elderly remained above the lower limit of normality, in the third and
fourth assessment the average rating was above the upper limit. Thereby, we can concluded
that the elderly participants in this study obtained an increase in aerobic capacity, with
significant increase in the 6MWD, which confirms that the hydrokinesiotherapy through
aerobic exercise improves aerobic capacity of sedentary elderly.
Keywords:
Aging.
Hydrokinesiotherapy.
Aerobic
capacity.
Test
six-minute
walk.
Physical
activity.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Distribuição das faixas etárias das participantes. .................................................... 51
Gráfico 2: Distribuição do TC6 nas quatro avaliações. ............................................................ 52
Gráfico 3: Desempenho das participantes no TC6, nas 4 avaliações, em relação ao limite
inferior e ao limite superior. Todas as idosas avaliadas apresentaram resultados acima do
limite inferior. ........................................................................................................................... 53
Gráfico 4: Diferenças entre o Limite Superior e o resultado obtido no Teste TC6 nas .......... 54
quatro avaliações. ..................................................................................................................... 54
Gráfico 5: Medianas das pressões arteriais, antes e após, as quatro avaliações do TC6. ......... 55
Gráfico 6: Avaliações da freqüência cardíaca (FC)antes e após o TC6. .................................. 56
Gráfico 7: A avaliação da Freqüência Respiratória, antes e após, as 4 avaliações do TC6. .... 57
Gráfico 8: Avaliações da SpO2 (%) antes e após o TC6. ......................................................... 58
Fonte: Dado das autoras. .......................................................................................................... 58
Gráfico 9: Escala de Borg nas quatro avaliações após o TC6. ................................................ 59
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Ilustração 1: Piscina terapêutica; .............................................................................................. 31
Ilustração 2: Teste de caminhada de seis minutos; ................................................................... 36
Ilustração 3: Caminhada de aquecimento; ................................................................................ 37
Ilustração 4: Alongamento cruzado à frente; ............................................................................ 38
Ilustração 5: alongamento puxada para trás das costas; ........................................................... 38
Ilustração 6: Alongamento puxada para cima da cabeça;......................................................... 39
Ilustração 7: Flexão lateral de tronco; ...................................................................................... 40
Ilustração 8: Alongamento ativo dos isquiotibiais; .................................................................. 41
Ilustração 9: Alongamento do quadríceps; ............................................................................... 42
Ilustração 10: Caminhada de frente; ......................................................................................... 43
Ilustração 11: Step frontal; ....................................................................................................... 43
Ilustração 12: Caminhada de deslocamento lateral; ................................................................. 44
Ilustração 13: Step lateral; ........................................................................................................ 45
Ilustração 14: Simulação de bicicleta; ...................................................................................... 45
Ilustração 15: Exercício de adução e abdução do quadril; ....................................................... 46
Ilustração 16: Exercícios de flexão e extensão do quadril; ...................................................... 47
Ilustração 17: Exercício de batimento de perna; ...................................................................... 48
Ilustração 18: Exercício de batimento de perna na posição pronada;....................................... 48
Ilustração 19: Relaxamento; ..................................................................................................... 49
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Distribuição das faixas etárias das participantes. .................................................... 51
Tabela 2: Distribuição do TC6 nas quatro avaliações. ............................................................ 52
Tabela 3: Diferenças entre o Limite Superior e o resultado obtido no TC6 nas quatro
avaliações.................................................................................................................................. 53
Tabela 4: Medianas das pressões arteriais, antes e após, as quatro avaliações do TC6 ........... 54
Tabela 5: Avaliações da freqüência cardíaca (FC) antes e após o TC6. .................................. 55
Tabela 6: Avaliações da FR (irpm) antes e após o TC6 ........................................................... 56
Tabela 8: Avaliação da Escala de Borg nas quatro avaliações após o TC6. .......................... 58
Tabela 9: Média dos valores dos sinais vitais obtidos nas sessões de hidrocinesioterapia. ..... 59
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ATS – American Thoracic Society.
AVE – Acidente vascular encefálico.
CCBS – Centro de Ciências Biológicas e da Saúde.
FC – Frequência cardíaca.
FC a – Frequência cardíaca antes.
FC d – Frequência cardíaca depois
FR- Frequência respiratória.
FR- Frequência respiratória.
FR a - Frequência respiratória antes.
FR d - Frequência respiratória depois.
HAS – Hipertensão arterial sistêmica.
MEEM – Mini exame do estado mental.
m – metros.
PA – Pressão arterial.
PAD – Pressão arterial diastólica.
PAD a - Pressão arterial diastólica antes.
Pad d _ Pressão arterial diastólica depois.
PAS – Pressão arterial sistólica.
SpO2 – Saturação periférica de oxigênio.
SpO2 a – Saturação periférica de oxigênio antes.
SpO2 d – Saturação periférica de oxigênio depois.
TC6 – Teste de caminhada de seis minutos.
TCLE – Termo de consentimento livre e esclarecido.
TVP – Trombose venosa profunda.
VO2 máx – Consumo Máximo de Oxigênio
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 17
2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 19
2.1 GERAL: .............................................................................................................................. 19
2.2 ESPECÍFICOS: .................................................................................................................. 19
3 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 20
3.1 ENVELHECIMENTO........................................................................................................ 20
3.1.1 Alterações fisiológicas do envelhecimento ................................................................... 21
3.1.1.1 Alterações cardiovasculares ......................................................................................... 21
3.1.1.2 Alterações respiratórias ................................................................................................ 21
3.1.1.1 Alterações músculo-esqueléticas .................................................................................. 22
3.2 CAPACIDADE AERÓBICA ............................................................................................. 22
3.3 TESTE DE CAMINHADA DE SEIS MINUTOS ............................................................. 23
3.4 ATIVIDADE FÍSICA......................................................................................................... 24
3.5 HIDROCINESIOTERAPIA ............................................................................................... 26
3.5.1 Histórico ......................................................................................................................... 26
3.5.2 Definição ......................................................................................................................... 26
3.5.3 Benefícios da hidrocinesioterapia no idoso ................................................................. 27
3.5.4 Efeitos físicos da água ................................................................................................... 27
3.5.5 Efeitos terapêuticos e fisiológicos ................................................................................. 29
3.5.6 Indicações e contra-indicações ..................................................................................... 30
4 METODOLOGIA................................................................................................................ 31
4.1 TIPO DE ESTUDO E ABORDAGEM DE PESQUISA ................................................... 31
4.2 LOCAL ............................................................................................................................... 31
4.3 AMOSTRA......................................................................................................................... 32
4.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO ............................................................................................ 32
4.5 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO ........................................................................................... 32
4.6 COLETA DE DADOS: ETAPAS, TÉCNICAS E INSTRUMENTOS. ............................ 32
4.6.1 Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) ................................................. 33
4.6.2 Mini-mental .................................................................................................................... 33
4.6.3 Ficha de avaliação.......................................................................................................... 33
4.6.4 Verificação: FC, FR, PA, SpO2 .................................................................................... 33
4.6.5 Teste de caminhada de seis minutos ............................................................................ 34
4.6.1 Proposta terapêutica...................................................................................................... 36
4.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................................................. 49
5 RESULTADOS .................................................................................................................... 51
5.1 ESTUDO DA IDADE DAS IDOSAS ................................................................................ 51
5.2 ESTUDO DO TESTE DE CAMINHADA ........................................................................ 51
5.3 DIFERENÇA ENTRE O LIMITE SUPERIOR E O RESULTADO DO TC6 .................. 52
5.4 ESTUDO DA PRESSÃO ARTERIAL DO TC6 ............................................................... 54
5.5 ESTUDO DA FREQUENCIA CARDÍACA ANTES E APÓS A REALIZAÇÃO DO
TC6......... .................................................................................................................................. 55
5.6 ESTUDO DA FREQUENCIA RESPIRATÓRIA ANTES E APÓS A REALIZAÇÃO DO
TC6......... .................................................................................................................................. 56
5.7 ESTUDO DA SATURAÇÃO PERIFÉRICA DE O2 ANTES E APÓS A REALIZAÇÃO
DO TC6... ................................................................................................................................. 57
5.8 ESTUDO DA ESCALA DE BORG................................................................................... 58
5.9 DADOS DAS EVOLUÇÕES COLETADAS ANTES E APÓS AS SESSÕES DE
HIDROCINESIOTERAPIA ..................................................................................................... 59
6 DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 60
7 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 65
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 66
APÊNDICE I ........................................................................................................................... 71
APÊNDICE II ......................................................................................................................... 72
APÊNDICE III........................................................................................................................ 73
APÊNDICE IV ........................................................................................................................ 74
APÊNDICE V ......................................................................................................................... 77
APÊNDICE VI ........................................................................................................................ 79
ANEXO I.. ......................................................................................................................... ......80
ANEXO II................................................................................................................................ 81
ANEXO III .............................................................................................................................. 82
17
1 INTRODUÇÃO
O envelhecimento é um processo natural no qual ocorre diminuição das funções e
respostas fisiológicas, especialmente a partir da terceira década de vida, quando se inicia um
progressivo declínio da capacidade funcional, cuja velocidade de mudança é dependente de
fatores genéticos, condições de saúde e estilo de vida do indivíduo (LEITE et al., 2008).
Dentre as alterações fisiológicas que ocorrem com o passar da idade, temos a capacidade
aeróbica que é definida como a capacidade máxima para absorver, transportar e utilizar
oxigênio.
A capacidade aeróbica máxima geralmente diminui com a idade, entretanto, a pessoa
idosa tem capacidade de realizar exercícios semelhantes das pessoas jovens ativas, isso
significa que alguns processos fisiológicos que diminui com a idade podem ser modificados
pelo exercício e pelo condicionamento físico, podendo melhorar a eficiência cardíaca, função
pulmonar e níveis de cálcio ósseo (MIRANDA; RABELO, 2006). A capacidade aeróbica
pode ser avaliada através do Teste de Caminhada de Seis Minutos (TC6)
O TC6 constitui um teste seguro, válido, confiável e requer um mínimo de equipamentos
para sua realização, ou seja, um instrumento pouco oneroso e de fácil aplicação. Contudo é
necessário que sua aplicação seja realizada de forma padronizada, podendo, dessa forma,
assegurar a fidedignidade do processo (BRITTO; SOUSA, 2006)
Vale ressaltar que o TC6 tem como objetivos: avaliar o estado funcional do sistema
cardiovascular e/ou respiratório na saúde e doença; avaliar programas de prevenção,
terapêuticos e de reabilitação; predizer morbidade e mortalidade em candidatos a transplantes,
além de avaliar a capacidade aeróbica para a prática de esportes e outras atividades; (PIRES et
al., 2007).
Segundo (Okuma 1998), o envelhecimento combinado a pratica de atividade física é um
grande triunfo nessa fase da vida a qual chamamos de terceira idade ou mesmo melhor idade.
Com o aumento da expectativa de vida, é de suma importância determinar os mecanismos
pelo qual o exercício pode melhorar a saúde, a capacidade funcional e a qualidade de vida
dessa população. Portanto não se pode pensar em prevenir ou minimizar os efeitos do
envelhecimento sem que, além das medidas gerais de saúde, se inclua a atividade física
(MIRANDA; RABELO, 2006).
Os exercícios físicos moderados e regulares contribuem para preservar as estruturas
orgânicas e o bem estar físico, levando à diminuição do ritmo do processo de degeneração.
Segundo Simões (1998), o sistema cardiovascular, seu metabolismo, ossos, articulações e
18
músculos estão fisicamente adaptados a realizar diariamente atividade variada em qualquer
idade.
Em relação aos programas de exercícios, o ambiente aquático apresenta inúmeras
vantagens comparadas ao solo. Grande parte delas é mediada pelos efeitos fisiológicos do
meio, advindos principalmente dos efeitos físicos da água. Os efeitos fisiológicos na imersão
dependem de alguns fatores, tais como: temperatura da água, profundidade da piscina, tipo e
intensidade do exercício, duração da terapia, posturas e condições patológicas do paciente. A
temperatura elevada favorece a complacência dos tecidos moles e articulações. A pressão
hidrostática e o empuxo induzem o sistema respiratório a trabalhar sob constantes sobrecargas
(IDE et al., 2007).
Por isso a hidroterapia vem sendo cada vez mais procurada pela terceira idade. Candeloro
e Caromano (2007) afirmam que a hidroterapia é um recurso fisioterapêutico que utiliza os
efeitos físicos, fisiológicos e cinesiológicos advindos da imersão do corpo em piscina
aquecida como recurso auxiliar da reabilitação ou prevenção de alterações funcionais. As
propriedades físicas e o aquecimento da água desempenham um papel importante na melhoria
e na manutenção da amplitude de movimento das articulações, na redução da tensão muscular
e no relaxamento.
A maioria das pessoas se adaptam melhor à água; por ela ser parte integrante da vida. A
água permite a qualquer um realizar movimentos singulares que muitas vezes não podem ser
realizados no solo, facilitando a socialização, a motivação e o entusiasmo para com o
exercício.
De acordo com Dantas e Oliveira (2003), a capacidade aeróbica decresce cerca de 5 ml/
kg. min por década de vida em indivíduos sedentários e um pouco menos em pessoas
fisicamente ativas. A participação de idosos em programas de condicionamento aeróbico
aumenta a sua capacidade aeróbica em pelo menos 20%.
Justifica-se a realização deste estudo pela necessidade de avaliar a capacidade aeróbica de
idosas submetidas à hidrocinesioterapia, na tentativa de comprovarmos o descrito pelos
autores acima citado.
19
2 OBJETIVOS
2.1 GERAL:
Avaliar a capacidade aeróbica em idosas submetidas à hidrocinesioterapia.
2.2 ESPECÍFICOS:
•
Avaliar a capacidade aeróbica através do TC6.
•
Aplicar o TC6 na avaliação inicial e ao término de cada mês (8 sessões).
•
Comparar os resultados das distâncias obtidas no TC6 com os dados previstos na
literatura.
•
Avaliar os sinais vitais antes e após cada sessão.
•
Acompanhar as possíveis alterações de PA, FR, FC, SpO2.
20
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 ENVELHECIMENTO
Envelhecer é um processo natural que acomete todos os seres humanos de uma forma
individual, caracterizado pelo declínio da habilidade em realizar as atividades de vida diária,
em decorrência de uma perda progressiva na capacidade fisiológica. Entretanto, o grau e o
tempo em que essas deteriorações irão ocorrer são variáveis (KAUFFMAN, 2001).
O envelhecimento, processo inexorável aos seres vivos, conduz a uma perda
progressiva das aptidões funcionais do organismo, aumentando o risco do sedentarismo. Essas
alterações, nos domínios biopsicossociais, põem em risco a qualidade de vida do idoso, por
limitar a sua capacidade para realizar de forma vigorosa as suas atividades do cotidiano e
colocar em maior vulnerabilidade a sua saúde (ALVES et al., 2004).
Segundo Franchi e Montenegro Júnior (2005), o envelhecimento é um processo
biossocial de regressão, observável em todos os seres vivos expressando-se na perda de
capacidade ao longo da vida, devido à influência de diferentes variáveis, como as genéticas,
danos acumulados e estilo de vida, além de alterações psicoemocionais. Trata-se de um
processo multidimensional e multidirecional, pois há uma variabilidade na taxa e direção das
mudanças (ganhos e perdas) em diferentes características em cada indivíduo e entre
indivíduos.
Papaléo Neto (2007) relata que o indivíduo desenvolve suas capacidades até os 20 ou
31 anos, e após esta idade, o seu desempenho funcional vai declinando até atingir patamares
indesejáveis, comprometendo a capacidade de realização de tarefas cotidianas. Vários são os
fatores que podem contribuir para este processo natural de envelhecimento, e certamente
grande parte desse declínio, ocorre devido a um aumento da inatividade física em vez das
próprias mudanças ocasionadas pelo envelhecimento.
O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial, tanto no que se refere aos
países desenvolvidos como aos países em desenvolvimento. Este crescimento da população
idosa é reflexo do aumento gradual da longevidade, conjuntamente com as diminuições das
taxas de natalidade e mortalidade (TRIBESS; VIRTUOSO JÚNIOR, 2005).
A estrutura etária da população brasileira vem se alterando nas cinco últimas décadas
em decorrência das mudanças nos níveis de mortalidade e fecundidade. No Brasil, antes visto
21
como um país de jovens, o crescimento da população idosa torna-se cada vez mais relevante,
pois já supera o crescimento da população total. Pensando em termos de futuro, espera-se
chegar em 2020 com um número de 16.224.000 de idosos (TODARO, 2001).
3.1.1 Alterações fisiológicas do envelhecimento
O envelhecimento é um processo contínuo, onde ocorre um declínio progressivo de
todos os processos fisiológicos. Mantendo-se um estilo de vida ativo e saudável pode-se
retardar as alterações morfofuncionais que ocorrem com a idade (NÓBREGA, et al., 1999).
3.1.1.1 Alterações cardiovasculares
Com o avançar da idade pode-se observar o declínio na capacidade aeróbica, isto é, a
diminuição da capacidade de realizar exercícios físicos utilizando o O2 como substrato
energético. Essa perda relaciona-se com as alterações encontradas no sistema cardiovascular e
pode ser observada pela diminuição da freqüência cardíaca máxima a ser atingida em uma
determinada atividade, assim também como o aumento da freqüência cardíaca em repouso
(CAROMANO; CANDELORO, 2001).
O envelhecimento determina modificações estruturais que levam à diminuição da
reserva funcional, limitando o desempenho durante a atividade física, bem como reduzindo a
capacidade de tolerância em várias situações de grande demanda (TIBO, 2007).
3.1.1.2 Alterações respiratórias
Todas as estruturas relacionadas à respiração alteram-se no envelhecimento. Devido às
modificações dos mecanismos reguladores da respiração, sejam eles quimiorreceptores,
centros de controle do sistema nervoso central e músculos efetores, verifica-se diminuição da
22
resposta ventilatória às variações das pressões parciais de oxigênio (PO2) e de gás carbônico
(PCO2) no sangue (CARVALHO FILHO, 2007).
O sistema respiratório sofre alterações que comprometem o transporte de O2 e a
capacidade física dos idosos durante o exercício. Essas alterações caracterizam-se por
mudanças fisiológicas que acometem os pulmões, a caixa torácica e a musculatura
respiratória, acarretando prejuízo da função pulmonar (AZEVEDO; ALONSO; OKUMA,
2006).
3.1.1.1 Alterações músculo-esqueléticas
A perda óssea e da força muscular com frequência, acarreta sérias e perigosas lesões.
Muitas das alterações relacionadas com a idade que ocorrem no sistema musculoesquelético
são resultados da inatividade física. Com a idade, os ossos tornam-se mais frágeis e as fraturas
sérias e, com frequência, debilitantes são comuns.
A massa muscular diminui com a idade, resultando em menor força e resistência
muscular. A força muscular começa diminuir em torno dos 40 anos e essa queda se acelera
após os 60 anos (SHEPHARD, 2003).
A perda de células musculares com a idade depende do grau de atividade física que o
indivíduo exerce, de seu estado nutricional e do aspecto hereditário. Os diferentes músculos
sofrem o processo de atrofia de modo diferente no mesmo indivíduo. Os músculos menos
utilizados atrofiam-se mais (TIBO, 2007).
3.2 CAPACIDADE AERÓBICA
Muitas atividades podem melhorar a capacidade aeróbica, como caminhar, pedalar,
dançar, patinar e muitas outras que mantém todo o corpo em movimento contínuo e ritmado
(AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 1999).
A capacidade aeróbia consiste, basicamente, na capacidade de absorver, transportar e
utilizar o oxigênio do ar para realizar as reações bioquímicas necessárias para gerar a energia
que será utilizada durante a atividade física. Essa capacidade corresponde a uma via
23
metabólica específica, e esses mecanismos se tornam mais eficientes quando se pratica
atividades de baixa intensidade e longa duração. Uma maneira de quantificar essa capacidade
é medindo o consumo máximo de oxigênio (VO2 máx) durante atividades físicas, ou seja, o
quanto do oxigênio a pessoa é capaz de retirar do ar e aproveitar para gerar energia (PIRES,
2004).
A capacidade aeróbica é influenciada pela hereditariedade e treinamento, bem como
por outros fatores tais como idade, gênero e gordura corporal, assim como para desempenhar
um evento de resistência deverá ser influenciado pela sua saúde atual, dieta, hidratação, nível,
descanso e aclimatação ao calor e atitude (MIRANDA; RABELO, 2006 ).
A redução da capacidade aeróbica com a idade está documentada por numerosos
estudos longitudinais e transversais, sendo que o primeiro geralmente se refere a indivíduos
treinados por ocasiões das primeiras avaliações e depois se tornam sedentários, acrescentando
assim ao efeito idade e do desenvolvimento físico; e os transversais, por sua vez, excluem dos
grupos mais idosos os indivíduos menos dados na pratica de atividade física, e que sem
dúvida, possuem menos capacidade aeróbica (MEIRELES, 1997).
O treinamento físico melhora a função e a capacidade dos sistemas respiratório e
cardiovascular e aumenta o volume de sangue, mas as mudanças mais importantes ocorrem
nas fibras musculares que são utilizadas no exercício. O treinamento aeróbico aumenta a
capacidade do músculo para produzir energia aerobicamente e muda o metabolismo de
carboidrato para gordura (MIRANDA; RABELO, 2006).
Portanto a capacidade aeróbica, que tende a diminuir com a idade pode vir a aumentar
com a pratica de atividade física. Esse aumento pode ser avaliado através do Teste de
Caminhada de Seis Minutos.
3.3 TESTE DE CAMINHADA DE SEIS MINUTOS
Os testes de caminhada vêm sendo utilizados na prática clínica desde a década de 60.
Inicialmente o teste mais utilizado era o teste de caminhada de 12 minutos (BRITO; SOUSA,
2006), o qual foi adaptado do teste de corrida de 12 minutos descrito originalmente por
Cooper em 1968 (SCHVEITZER; CLAUDINO; TERNES, 2009), o qual era usado para
avaliação de pessoas saudáveis (BRITO; SOUSA, 2006; SCHVEITZER; CLAUDINO;
TERNES, 2009).
24
Esse teste foi se adaptando com o intuito de ser aplicado em pessoas doentes e vêm
sendo utilizado como uma alternativa para avaliar a capacidade física de pacientes com
patologias cardíacas e pulmonares, bem como para avaliar a capacidade submáxima de
exercício (ENRIGHT et al., 2003). Desde então o TC6 tem sido largamente indicado para
avaliar a aptidão cardiorrespiratória de idosos (MORAES; BRITO, 2008), devido a sua forte
correlação com o VO2 máx mensurado no teste de esteira, sua fidedignidade, segurança, baixo
custo e fácil aplicação (HALLAGE, 2008); Pedrosa e Holanda (2009)
O teste consiste em medir a distância máxima percorrida pelo indivíduo, caminhando
em uma superfície plana por um período de seis minutos (MAGUALHÃES, 2008).
O TC6 constitui um instrumento seguro de avaliação do sistema cardiorrespiratório. O
índice de complicações relacionado à aplicação do teste é baixo e normalmente não se
correlaciona com eventos graves. Pode ser utilizado com diferentes objetivos, principalmente
durante avaliação de pacientes cardiopatas e pneumopatas crônicos (BRITTO; SOUSA,
2006).
Segundo Araújo et al. (2006), o TC6 apresenta- se como uma opção bem mais
tolerada, além de possibilitar ao paciente determinar a velocidade e a necessidade de realizar
pausas, o que é uma vantagem adicional em idosos. Além disso, o teste pode ser realizado
para avaliar intervenções de forma comparativa, quando realizado antes e depois de uma
conduta empregada (BRITO; SOUSA, 2006). Nesse caso a ATS recomenda que o teste seja
aplicado como parâmetro de melhora, e segundo ARAÚJO, et al., 2006 a maioria dos
protocolos utiliza o incentivo verbal, pois se observa um aumento signi
ficant
e da distância
percorrida.
O TC6 também tem sido preconizado e utilizado na avaliação de resultados de
programa de reabilitação, pelo fato de ser um teste simples e facilmente realizado. Porém, são
ainda escassos os relatos e discussões quanto à padronização da técnica e fatores que
interferem na sua efetividade (MOREIRA; MORAES; TANNUS, 2001).
As recomendações da ATS (2002) tiveram como objetivo padronizar a realização do
teste facilitando a comparação e interpretação dos resultados por diferentes estudos. Deve ser
supervisionado durante toda a execução, porém não é indicada a presença de acompanhante
ao lado do paciente durante sua realização, pelo fato de poder influenciar diretamente na
distância percorrida.
3.4 ATIVIDADE FÍSICA
25
Uma das características mais marcantes do processo de envelhecimento é o declínio da
capacidade funcional. Embora este fato esteja relacionado a fatores genéticos e ambientais, o
estilo de vida adotado pelo indivíduo pode contribuir para amenizar a diminuição das
capacidades funcionais e manter um envelhecimento saudável (RAMOS; TONIOLO NETO,
2005).
Segundo Borges et al. (2004), no Brasil, à medida que o indivíduo vai envelhecendo
há uma diminuição em sua capacidade física, e a falta de hábito em procurar um lazer ativo
faz com que o idoso se torne mais sedentário do que era na fase adulta.
A atividade física regular tem sido descrita como um excelente meio de atenuar a
degeneração provocada pelo envelhecimento dentro dos vários domínios físico, psicológico e
social (TRIBESS; VIRTUOSO JÚNIOR, 2005).
As alterações fisiológicas do envelhecimento são agravadas pela falta de atividade
física e conseqüentemente diminuição da taxa metabólica basal, associada à manutenção ou
ao aumento do aporte calórico, excedendo na maioria das vezes as necessidades calóricas
diárias.
O treinamento melhora a função e a capacidade do sistema respiratório e
cardiovascular e aumenta o volume de sangue, mais as mudanças mais importantes ocorrem
nas fibras musculares que são utilizadas no exercício. O treinamento aeróbico aumenta a
capacidade do músculo para produzir energia aerobicamente e muda o metabolismo de
carboidratos para gordura (MIRANDA; RABELO, 2006).
Segundo (Olimpio et al. 2003 apud Miranda e Rabelo 2006, p. 5), na terceira idade o
treinamento físico é fundamental tanto para as funções cardiovasculares e pulmonares como
também na manutenção da saúde mental. Vale ressaltar que o exagero na atividade é sempre
prejudicial e, assim como em todas as idades, o descanso para terceira idade se faz ainda mais.
Os efeitos da diminuição natural do desempenho físico podem ser atenuados se forem
desenvolvidos com os idosos, os programas de atividade física que visem à melhoria das
capacidades motoras que apóiam a realização de sua vida cotidiana, dando ênfase na
manutenção das aptidões físicas de principal importância do seu bem estar (MIRANDA;
RABELO, 2006).
Portanto não se pode pensar em prevenir ou minimizar os efeitos do envelhecimento
sem que além das medidas gerais de saúde se inclua a atividade física. Os programas de
exercícios para idosos devem proporcionar benefícios em relação às capacidades motoras que
apóiam a realização das atividades da vida diária, melhorando a capacidade de trabalho e lazer
e alterando a taxa do declínio do estado funcional (MIRANDA; RABELO, 2006).
26
3.5 HIDROCINESIOTERAPIA
3.5.1 Histórico
O inicio do uso da hidroterapia é desconhecido, porém registros que datam antes de
2400 a.C indicam que a cultura proto-índia construía instalações higiênicas com água. Por
volta de 500 a.C a civilização grega já não via mais a água do ponto de vista do misticismo e
começou a usá-la para tratamentos físicos específicos Escolas de medicina foram criadas nas
proximidades de muitas estações de banhos pela civilização grega
Hipócrates recomendava a hidroterapia para o tratamento de uma variedade de
doenças, incluindo reumatismo icterícia e paralisia. Foi na Grã-Bretanha onde surgiu a
hidroterapia científica, com a publicação em 1697 do tratado de Sir John Floyer, que devotou
grande parte de sua vida ao estudo da hidroterapia. Mas os banhos aquáticos foram sendo
cada vez mais estudados e no século XX destacou-se na Europa o desenvolvimento de duas
técnicas de tratamento aquático, o método dos anéis de Bad Ragaz e o método Halliwick
(RUOTI; MORRIS; COLE, 2000 apud FIORELLI; ARCA, 2002)
No Brasil, a hidrocinesioterapia evoluiu consideravelmente nesses últimos 10 anos,
porém a literatura é escassa no que se refere a esse assunto. Por outro lado, alguns cursos de
fisioterapia apresentam essa disciplina no currículo. Os trabalhos científicos metodológicos
têm proliferado, assim como cursos e especializações (FIORELLI; ARCA, 2002).
3.5.2 Definição
O termo hidroterapia é derivado do grego hydor (água) e therapia (cura)
(SKINNER;THOMSON,1985) . A hidroterapia é definida como um recurso fisioterapêutico
que utiliza os efeitos físicos, fisiológicos e cinesiológicos advindos da imersão do corpo em
piscina aquecida como recurso auxiliar da reabilitação ou prevenção de alterações (DUFOUR
et al.,1989 ).
A água utilizada para terapia recebeu vários nomes e “títulos”: hidroterapia,
hidrologia, hidrocinesioterapia, terapia na água, exercícios na água e outros. Os termos mais
27
usados atualmente são reabilitação aquática, terapia aquática e hidrocinesiotarapia
(FIORELLI; ARCA, 2002).
Muitas pessoas confundem a hidrocinesioterapia com a hidroginástica por isso é de
suma importância dizer que ambas são saudáveis, mas têm finalidades e procedimentos
diversos, e as práticas são supervisionadas por profissionais com formações distintas. A
hidroginástica é orientada por professores de Educação Física, sendo realizada em pessoas
que não apresentam nenhuma lesão física, são exercícios para manutenção da qualidade de
vida, realizados em piscinas não aquecidas (CONEF, 2006). Diferente, a hidrocinesioterapia é
uma atividade terapêutica orientada por fisioterapeutas que consiste em utilizar os recursos de
uma piscina aquecida preparada especificamente para este fim com medidas, profundidade e
ambiente externo para auxiliar da reabilitação ou prevenção de alterações
3.5.3 Benefícios da hidrocinesioterapia no idoso
A água é, certamente, em meio diferenciado e bastante apropriado para a prática de
fisioterapia de pessoas idosas permitindo o atendimento de grupos e a facilitação recreação,
socialização e treinos de domínio da água com movimentos básicos da natação, que
associadas à melhora funcionais melhoram a auto-estima e autoconfiança.
Os exercícios em água aquecida proporcionam ao idoso inúmeros benefícios, tais
como: promove relaxamento muscular; reduz a sensibilidade à dor e espasmos musculares;
manutenção ou aumento da amplitude de movimento das articulações; diminui a atuação da
força da gravidade o que facilita a movimentação articular; aumenta a força e resistência
muscular; aumenta a circulação periférica e a melhora a musculatura respiratória (DANTAS;
OLIVEIRA, 2003). Outro benefício é que a flutuação reduz drasticamente o peso que é
transmitido através da cartilagem articular e a capacidade de se movimentar rapidamente
através da água permitem a prática de exercícios aeróbicos, com corridas e até saltos
(CAROMANO; CANDELORO, 2007).
3.5.4 Efeitos físicos da água
28
Skiner e Thomson (1985) relatam que as principais propriedades físicas da água são:
temperatura, pressão hidrostática, empuxo, tensão superficial, viscosidade, metacentro,
turbulência, fricção e refração.
Quando se leva em conta a temperatura da água, o que se deve ter em mente é o tipo e
a intensidade do exercício e a duração da atividade, Certas alterações fisiológicas ocorrem
toda vez que os exercícios são realizados, na água os efeitos fisiológicos dos exercícios estão
combinados com os efeitos que são decorrentes ao calor da água (PEREIRA, 2005). A
Temperatura da água depende da situação a ser tratada, quando se objetiva o relaxamento, é
mais adequada a temperatura elevada de 36,7 a 37,8 ºC, e quando o objetivo principal for o
exercício, a temperatura será de 32,5 a 34,5 ºC dependendo do grau de atividade muscular
(FIORELLI; ARCA 2002).
A lei de Pascal estabelece que a pressão do fluido seja exercida igualmente sobre todas
as áreas do corpo imerso a uma dada profundidade. A diferença de pressão hidrostática na
posição vertical precipitará um movimento dos fluidos corporais da região distal para a
proximal (SKINNER; THOMSON, 1985).
A pressão aumenta com a profundidade e com a densidade do fluido. Uma vez que a
pressão é igual em todas as direções em uma determinada profundidade, essa será sentida em
toda a superfície do corpo. Uma profundidade maior tem conseqüentemente uma pressão
maior. A pressão hidrostática opõe-se a tendência do sangue ficar nas porções inferiores do
corpo, o que ajuda a reduzir edemas, auxilia também a estabilizar a articulações instáveis
auxilia no retorno venoso (BATES, HANSON, 1998 apud PEREIRA, 2005).
Flutuação ou empuxo é a força que age de baixo para cima e que atua contra a
gravidade. A flutuação pode ser usada de três formas: a flutuação de assistência onde o
movimento é na mesma direção da flutuação; flutuação de apoio onde o movimento é
perpendicular à força da flutuação; e a flutuação de resistência onde o movimento é oposto à
flutuação (CAROMANO; CANDELORO, 2007). A flutuabilidade diminui a carga sobre as
articulações sustentadoras (FIORELLI; ARCA, 2002).
Ocorre um movimento desordenado das moléculas do fluido, que causa redemoinhos
reduzidos a pressão atrás do objeto em movimento que tende a segurá-lo. A turbulência ocorre
quando um objeto desalinhado do ponto de vista hidrodinâmico move-se através de um fluido
ou quando um objeto alinhado move-se através de fluido em velocidade maior do que sua
velocidade crítica. A força de arrasto de um corpo é proporcional ao quadrado da velocidade,
é importante compreender como pequenas modificações no tamanho, forma e velocidade de
um relaxamento e propriocepção do paciente. (CAMPION, 1999).
29
A densidade de um objeto é a propriedade que determina se ele vai flutuar, ou seja, é a
relação entre a massa do objeto e a massa do mesmo volume de água. Um corpo com
gravidade específica menor do que 1 flutuará, e um corpo com mais de 1 afundará na água,
quando a densidade for igual a 1, flutuará parcialmente logo abaixo da superfície da água. A
densidade de um corpo depende da sua composição, conseqüentemente uma pessoa magra
tende a afundar, e uma pessoa obesa a flutuar. Membros fracos ou paralisados têm menor
massa muscular e por isso a gravidade específica é menor do que o lado não envolvido
(WHITE, 1998).
A resistência do movimento através de um fluido, que é causada pela fricção entre as
moléculas, é conhecida como viscosidade. A coesão é a força de atração entre as moléculas do
mesmo tipo de matéria, a adesão é a força de atração entre as moléculas vizinhas de diferentes
tipos de matéria. A tensão superficial é a força de atração entre as moléculas da superfície de
um fluido. Com um aumento da temperatura da água, a viscosidade tende a diminuir porque
as moléculas ficam mais afastadas, o que beneficia os músculos pequenos e fracos (WHITE,
1998).
3.5.5 Efeitos terapêuticos e fisiológicos
Durante os exercícios em água aquecida ocorrem algumas modificações fisiológicas
no corpo, como: aumento de freqüência respiratória e cardíaca aumento da circulação
periférica o que leva a um maior suprimento de sangue para o músculo, conseqüentemente
aumenta o metabolismo muscular e taxa metabólica; Aumenta a quantidade de sangue retorno
ao coração o que diminui a pressão arterial; diminuição de edema pela pressão hidrostática e
redução da sensibilidade dos terminais nervosos que somadas com todas as outras causam um
relaxamento muscular geral.
Nos efeitos terapêuticos temos o relaxamento muscular, reduz a sensibilidade à dor e
espasmos musculares; diminui a atuação da força de gravidade o que facilita o movimento
articular; aumenta a força e resistência muscular nos casos de fraqueza excessiva; aumenta a
circulação periférica; melhora a musculatura respiratória à simples imersão; melhora a
consciência corporal; o equilíbrio e a estabilidade do tronco e contribui para a moral e
autoconfiança do paciente (CAMPION, 1999; FIORELLI; ARCA, 2002).
30
3.5.6 Indicações e contra-indicações
A hidrocinesioterapia é indicada para várias afecções ortopédicas, neurológicas,
geriátricas, reumatológicas, cardiorrespiratórias e outras. Porém, antes de iniciar a terapia
aquática devem-se tomar alguns cuidados, pois existem algumas contra-indicações absolutas,
e relativas (FIORELLI, ARCA, 2002).
As contra indicações absolutas a prática da hidroterapia são: doenças transmissíveis
pela água, febre alta acima de 38 graus; insuficiência cardíaca; doenças infecciosas;
incontinência de fezes ou urina; epilepsia e baixa capacidade pulmonar vital (900-1500 ml)
(FIORELLI, ARCA, 2002).
As contra indicações relativas são: feridas abertas e doenças da pele e erupções (uso de
curativos a prova d’água), hipertensão (medicada e controlada não terá problemas); condições
cognitivas (podem afetar a concentração, a orientação o aprendizado, a memória e as
habilidades perceptuais), audição deficiente (cuidar com uso de aparelhos); visão deficiente
(uso de lentes corretivas) e medicamentos (que alteram a pressão diurese é contra indicado ao
exercício) (CAMPION, 1999; FIORELLI; ARCA, 2002).
Portanto, a hidroterapia é um método terapêutico que utiliza os princípios físicos da
água em conjunto com a cinesioterapia. Trabalha a parte aeróbica, grandes grupos musculares
e várias articulações ao mesmo tempo e é muito utilizada por idosos devido todas as suas
especificidades.
31
4 METODOLOGIA
4.1 TIPO DE ESTUDO E ABORDAGEM DE PESQUISA
Experimental de campo, sem grupo controle, prospectivo, analítico e descritivo.
4.2 LOCAL
O estudo foi realizado no Laboratório de Hidroterapia da clínica-escola de Fisioterapia da
Universidade da Amazônia (UNAMA) - Fisioclínica, localizada na Av. Alcindo Cacela,395,
bairro Umarizal, Belém – PA, mediante aprovação da coordenadora técnica da mesma
(APÊNDICE III).
O Laboratório de Hidroterapia possui piso antiderrapante, três boxes externos compostos
por chuveiro e barra de apoio em cada um deles, além de dois banheiros (sendo um feminino
e outro masculino) e uma sala de avaliação. A piscina terapêutica é coberta e aquecida
(Maxtemp 75 digital®) a uma temperatura de aproximadamente 34,5 0C, possui barras de
segurança em três paredes, rampa e escada de acesso, apresentando dimensões de 9,65 x 3,95
x 1,73 metros (m) (C x L x P) onde o nível da água é de 1,20 m.
Ilustração 1: Piscina terapêutica;
Fonte: Dados das autoras.
32
4.3 AMOSTRA
O estudo foi composto inicialmente por 30 idosas com idade entre 60 e 70 anos,
provenientes do grupo de pesquisa do CCBS da UNAMA, denominado “Atenção à Saúde nos
Ciclos da Vida”. Dessas 30 idosas, 6 desistiram devido não conseguirem adaptar-se ao
horário, 4 por problemas familiares e de saúde que surgiram no decorrer da pesquisa e 9
foram excluídas devido não apresentarem 85 % de presença. Sendo a amostra final composta
por 11 idosas.
4.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Idosas de 60 a 68 anos de idade, com nível cognitivo satisfatório, sendo todas
independentes.
Foram incluídas nos resultados da pesquisa somente as idosas que participaram de todas
as avaliações e que obtiveram no mínimo 85% de presença nos dias de atividade.
4.5 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Todas as idosas que não se enquadraram no critério de inclusão, idosas dependentes ou
semi-dependentes, portadoras de cardiopatias, portadoras de doenças neurológicas,
ortopédicas e reumatológicas que impossibilitam a marcha, portadora de HAS não controlada,
labirintopatia, idosas com alterações dermatológicas, AVE e TVP recente, processo infeccioso
ou inflamatório agudo, pacientes com problemas renais e que tenham realizado quimioterapia
e radioterapia recentemente.
4.6 COLETA DE DADOS: ETAPAS, TÉCNICAS E INSTRUMENTOS.
33
A pesquisa teve início após o aceite da orientadora (APÊNDICE I) e co-orientadora da
pesquisa (APÊNDICE II) e pela aprovação do projeto no Comitê de Ética e Pesquisa da
Universidade da Amazônia através do protocolo de n0 259399/09 (ANEXO I).
4.6.1 Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)
Antes de qualquer etapa da pesquisa, foi aplicado um termo de consentimento livre e
esclarecido (TCLE), o qual possuía todas as informações necessárias sobre o estudo, inclusive
a de que o mesmo não acarretaria nenhum ônus às participantes (APÊNDICE IV).
4.6.2 Mini-mental
Inicialmente foi aplicado o mini-exame do estado mental (MEEM) que é composto por
30 questões categóricas para avaliar a função cognitiva das idosas, sendo que a cada resposta
correta foi atribuído 1 ponto. Fizeram parte desse estudo as idosas que alcançaram de 26 a 30
pontos, o que representa função cognitiva preservada (ANEXO II).
O mini-mental foi realizado no dia da avaliação inicial, em uma sala tranqüila, na qual
era permitida somente a presença da idosa e do pesquisador responsável em realizar esta
avaliação, e serviu como critério de inclusão para o estudo.
4.6.3 Ficha de avaliação
Foi aplicada uma ficha de avaliação (APÊNDICE V), onde foram coletados dados
como: nome, data de nascimento, peso, altura, sinais vitais, história clínica, hábitos e vícios,
dentre outros.
4.6.4 Verificação: FC, FR, PA, SpO2
34
Os sinais vitais foram avaliados antes e após a realização do teste de caminhada, assim
como antes e após a realização da intervenção aquática através de uma ficha de evolução
diária (APÊNDICE VI).
Foram aferidos os níveis de Pressão Arterial (PA), Saturação Periférica de Oxigênio
(SpO2), Freqüência Respiratória (FR) e Freqüência Cardíaca (FC). A PA foi verificada através
de um estetoscópio e um esfigmomanômetro da marca Premium® tipo aneróide. A FC e a
SpO2 pelo oxímetro de pulso da marca Nonin® (Onyx da Nonin medical) a FR pela
visualização da expansibilidade torácica.
As idosas que foram avaliadas permaneceram em repouso por 5 minutos, sentadas em
uma cadeira com apoio para as costas. Ao final dos 5 minutos, o avaliador posicionou a idosa
de uma forma com que o braço esquerdo foi apoiado em uma mesa e, posteriormente o
esfigmomanômetro foi fixado no mesmo, verificando em seguida, os valores da PA de
repouso, através da ausculta do pulso da artéria braquial, na face ântero-medial do braço
esquerdo. Ao mesmo tempo estava sendo observada a FR através do número de inspirações
em 1 minuto verificada através da expansibilidade torácica. O oxímetro de pulso também
estava posicionado no dedo indicador direito da idosa para avaliar a SpO2 e a FC.
4.6.5 Teste de caminhada de seis minutos
O teste foi realizado no período matutino e sempre pelos mesmos examinadores, os quais
foram previamente treinados para a realização do mesmo.
As idosas foram instruídas a usar roupas e calçados confortáveis, além de manter
medicação usual.
O teste de caminhada foi realizado de acordo com as diretrizes estabelecidas pela
American Thoracic Society (ATS). Os equipamentos necessários para a realização do teste
foram: cronômetro, fita, trena, oxímetro de pulso, esfigmomanômetro e estetoscópio.
Antes da realização do teste, os pacientes fizeram um período de repouso de 10 minutos.
Os sinais vitais como pressão arterial sistêmica, freqüência cardíaca, freqüência respiratória,
percepção subjetiva de esforço através da Escala de Borg (ANEXO III) e saturação periférica
de oxigênio foram aferidos antes e após o teste.
35
O teste foi realizado em um corredor livre de circulação de pessoas e com um
comprimento de 30 metros, em uma superfície plana e lisa, demarcada com pequenas marcas
de fita adesiva, fixadas no solo transversalmente ao sentido da pista de 1 em 1 metro para
facilitar a mensuração da distância percorrida durante os seis minutos.
Foi orientado para que as idosas caminhassem o mais rápido possível durante os seis
minutos, sendo que elas poderiam interromper a realização do mesmo caso sentissem dores
nas pernas, taquicardia, desconforto respiratório, ou algum outro tipo de mal estar. Vale
ressaltar que o oxímetro de pulso permaneceu no dedo indicador direito da idosa durante toda
a execução do teste, a fim de monitorar a SpO2 e a FC, e caso ocorresse alterações desses
parâmetros o teste seria interrompido.
A idosa era posicionada em bipedestação no ponto inicial do teste, e este era iniciado a
partir do momento em que a avaliadora falava “já”, sendo que esta caminhava sempre atrás da
idosa para estimular com palavras de incentivo e para que, no momento em que era
completado o percurso, poder posicioná-la sentada em uma cadeira para a realização da
verificação dos sinais vitais (Ilustração 2).
Os pacientes foram treinados previamente e realizaram dois testes com intervalo de 15
minutos entre eles para descanso. A realização de duas repetições do teste visou eliminar o
efeito aprendizado e assegurar a reprodutibilidade do procedimento. Além disso, caso
ocorresse uma diferença superior a 10% da distância caminhada entre a primeira e a segunda
repetição, era realizado um terceiro teste. Durante a realização dos testes, frases de
encorajamento foram utilizadas em períodos de tempos. Segundo a ATS, o encorajamento
deve ser utilizado a cada minuto, por meio de frases padronizadas, como “você está indo
muito bem” e “continue fazendo um bom trabalho”.
O TC6 foi aplicado no dia da avaliação inicial, ao término de cada 8 sessões, assim como
no dia da avaliação final que ocorreu após as 24 sessões.
Para verificação da distância prevista no TC6, foi realizada a equação de referência de
Enright e Sherrill (1998), onde a fórmula utilizada para mulheres esta descrita abaixo:
Mulheres:
DP = (2.11 x altura cm) - (2.29x peso kg) - (5.78 x idade) + 667 m.
Subtrair 139m para obter o limite inferior de normalidade
DP = distância prevista no teste de caminhada de 6 minutos.
36
Ilustração 2: Teste de caminhada de seis minutos;
Fonte: Dado das autoras.
4.6.1 Proposta terapêutica
A proposta terapêutica foi realizada no período de junho a setembro de 2009, com
freqüência de 2 vezes semanais, em dias não consecutivos e duração de 50 minutos (12:30 às
13:40 horas).
As sessões de hidrocinesioterapia foram acompanhadas e aplicadas pelas
pesquisadoras do presente estudo, que foram devidamente treinadas por fisioterapeutas para a
execução da mesma. O acompanhamento foi realizado de uma forma que para cada 4
voluntárias era necessário 1pesquisador, sendo obrigatória permanência do mesmo dentro
piscina. Os exercícios aeróbicos foram de média e baixa intensidade cuja sua velocidade era
determinada pelas próprias participantes.
O programa terapêutico foi composto por quatro momentos: aquecimento,
alongamento, atividades aeróbicas e relaxamento, sendo todos realizados dentro da piscina.
O aquecimento ocorreu no primeiro momento da atividade, executado através de 5 a
10 minutos de caminhada (Ilustração 3).
37
Ilustração 3: Caminhada de aquecimento;
Fonte: Dado das autoras.
Em seguida foram realizados os alongamentos de ombro, coluna, quadril e joelho, sendo
composto por 2 repetições durante 30 segundos cada, totalizando 6 minutos de alongamento.
Alongamentos para ombro:
Alongamento cruzado à frente (Ilustração 4): musculatura do trapézio, rombóide, infraespinhal, redondo maior, redondo menor e deltóide posterior.
•
Posição em cubo;
•
Cruzar o braço envolvido estendendo-o para frente do peito;
•
Posicionar a outra mão sobre o braço envolvido;
•
Cuidadosamente puxar o braço em direção ao peito;
•
Repetir com o outro braço.
38
Ilustração 4: Alongamento cruzado à frente;
Fonte: Dado das autoras.
Puxada para trás por trás das costas (Ilustração 5): musculatura do peitoral menor, deltóide
anterior e bíceps.
•
Posição em cubo;
•
Elevar as mãos unidas para cima, sem flexionar o tronco, quadril ou cotovelos;
•
Soltar e relaxar;
•
Repetir com o outro braço.
Ilustração 5: alongamento puxada para trás das costas;
Fonte: Dado das autoras.
39
Puxada acima da cabeça (Ilustração 6): musculatura do grande dorsal, peitoral, redondo
maior e tríceps
•
Posição em cubo;
•
Segurar as mãos unidas à frente do corpo;
•
Elevar os braços com as mãos unidas o mais para cima possível, sem arquear as costas
ou flexionar os cotovelos;
•
Abaixar os braços e relaxar.
Ilustração 6: Alongamento puxada para cima da cabeça;
Fonte: Dado das autoras.
Alongamento para a coluna:
Flexão lateral do tronco (Ilustração 7): musculatura do sacro-espinhal, quadrado lombar,
oblíquo interno e externo.
•
Posição em cubo;
•
Colocar as mãos lateralmente ao corpo;
•
Escorregar a palma da mão lateralmente para um dos lados até abaixo do joelho;
•
Retornar a posição inicial;
•
Repetir com o outro lado.
40
Ilustração 7: Flexão lateral de tronco;
Fonte: Dado da autoras.
Alongamentos para o quadril e joelho
Alongamento ativo dos isquiotibiais (Ilustração 8): musculatura dos isquiotibiais, glúteo
máximo, gastrocnêmio e sóleo
•
Posição inicial em pé de frente para a borda da piscina;
•
Segurar na barra de segurança;
•
Posicionar o pé envolvido na parede em uma altura confortável, com o joelho
levemente flexionado;
•
Estender de vagar a perna envolvida, sem travar o joelho;
•
Manter o alinhamento da coluna;
•
Relaxar e soltar;
•
Repetir com o outro lado.
41
Ilustração 8: Alongamento ativo dos isquiotibiais;
Fonte: Dado das autoras.
Alongamento do quadríceps (Iluistração 9): musculatura do quadríceps e flexores do quadril
•
Posição inicial em pé de frente para a borda da piscina;
•
Segurar na barra de segurança;
•
Flexionar o joelho envolvido e segurar o calcanhar com a mão do mesmo lado;
•
Puxar o calcanhar em direção ao glúteo até sentir o alongamento na frente da coxa
envolvida;
•
Manter a extensão de quadril;
•
Relaxar e soltar;
•
Repetir com o outro lado.
42
Ilustração 9: Alongamento do quadríceps;
Fonte: Dado das autoras.
A terceira etapa correspondeu às atividades aeróbicas que tiveram uma duração de 28 minutos
de exercícios aeróbicos, iniciando com:
Caminhada de frente (Ilustração 10):
•
Ao comando começar a caminhada;
•
Utilizar os membros superiores realizando movimentos estilo “nado-peito”;
•
Caminhar durante 4 minutos.
43
Ilustração 10: Caminhada de frente;
Fonte: Dado das autoras.
Step frontal (Ilustração 11):
•
Posição inicial: em pé de frente para o step;
•
Ao comando subir no step de frente e descer de costas;
•
Repetir esse movimento durante 3 minutos.
Ilustração 11: Step frontal;
Fonte: Dado das autoras.
44
Caminhada de deslocamento lateral (Ilustração 12)
•
Posição inicial: participantes de lado uma para outra;
•
Ao comando começar a caminhada lateralmente;
•
Realizar movimentos de adução e abdução de ombro;
•
Realizar esta caminhada durante 4 minutos.
Ilustração 12: Caminhada de deslocamento lateral;
Fonte: Dado das autoras.
Step Lateral (Ilustração 13):
•
Posição inicial: em pé de lado para o step;
•
Ao comando subir no step com a perna direita e descer com a esquerda;
•
Repetir esse movimento durante 2 minutos;
•
Trocar de lado;
•
Subir com a perna esquerda e descer com a direita;
•
Repetir por mais 2 minutos.
45
Ilustração 13: Step lateral;
Fonte: Dado das autoras.
Simulação de bicicleta (Ilustração 14) :
•
Colocar um equipamento de flutuação na região torácica;
•
Alternadamente, realizar movimentos de flexão e extensão de joelho e quadril,
levando a perna a executar um movimento de bicicleta vertical (pedalar);
•
Realizar essa atividade durante 3 minutos.
Ilustração 14: Simulação de bicicleta;
Fonte: Dado das autoras.
46
Abdução e adução de quadril (Ilustração 15):
•
Colocar um equipamento de flutuação na região torácica;
•
Simular a posição sentada;
•
Flexionar o quadril a 900;
•
Manter o joelho em extensão;
•
Realizar movimentos de abdução e adução das pernas;
•
Repetir durante 3 minutos.
Ilustração 15: Exercício de adução e abdução do quadril;
Fonte: Dado das autoras.
Flexão e extensão do quadril (Ilustração 16):
•
Colocar um equipamento de flutuação na região torácica;
•
Elevar os joelhos na posição vertical;
•
Realizar o movimento de flexão de quadril e joelho, trazendo o joelho em direção ao
peito;
•
Voltar às pernas para a posição inicial;
•
Repetir por 3 minutos.
47
Ilustração 16: Exercícios de flexão e extensão do quadril;
Fonte: Dado das autoras.
Batimento de pernas (Ilustração 17):
•
Colocar um equipamento de flutuação na região torácica;
•
Ficar na posição supina;
•
Manter as pernas em extensão;
•
Alternadamente flexionar e estender os quadris produzindo uma movimentação
agitada durante 2 minutos.
48
Ilustração 17: Exercício de batimento de perna;
Fonte: Dado das autoras.
Batimento de pernas na posição pronada (Ilustração 18):
•
Posição inicial de frente para a borda da piscina;
•
Apoiar na barra de segurança da piscina;
•
Manter as pernas em extensão;
•
Alternadamente realizar a flexão e extensão de quadril produzindo uma movimentação
agitada durante 2 minutos.
Ilustração 18: Exercício de batimento de perna na posição pronada;
Fonte: Dado das autoras.
49
No final foi realizado um relaxamento durante 5 minutos com auxílio de equipamentos de
flutuação (Ilustração 19)
Ilustração 19: Relaxamento;
Fonte: Dado das autoras.
As sessões tiveram duração de 50 minutos e foram realizadas duas vezes por semana, em
dias não consecutivos.
4.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA
A análise estatística foi estruturada sob a forma de análise descritiva e inferencial com
a finalidade de avaliar os efeitos da variável independente, ou seja, um programa de
hidrocinesioterapia sobre as variáveis dependentes, isto é, a capacidade aeróbica em idosos,
com idade entre 60 e 68 anos. A variável dependente foi mensurada através de instrumentos
de avaliação, que nesse caso foi o teste da caminhada de seis minutos, o qual resultou em uma
variável quantitativa contínua e foi acompanhado das seguintes avaliações: Pressão Arterial
(PA) o qual resultou em duas variáveis quantitativas discretas: PAS e PAD medidas em
mmHg; Saturação de Oxigênio (Sp02) o qual resultou em uma variável quantitativa contínua
medida em pontos percentuais, avaliação da Freqüência Cardíaca (FC) cujo resultado foi
emitido no formato de uma variável quantitativa discreta: batimentos por minutos (bpm), e a
50
avaliação da Freqüência Respiratória (FR) o qual resultou em uma variável quantitativa
contínua mediada em IRPM.
Foram empregadas técnicas de Estatística Descritiva, que possibilitaram, entre outros
aspectos, que sejam calculadas medidas de tendência central e variação, estas possibilitarão
que seja demonstrada a distribuição amostral por meio de média aritmética, desvio padrão,
erro padrão, mediana, primeiro quartil, terceiro quartil, máximo e mínimo. Foi utilizada a
Estatística Inferencial para testar a hipótese nula, permitindo que se apure se houve real
alteração da capacidade aeróbica após a intervenção. Para avaliação da normalidade em todas
as variáveis quantitativas foi aplicado o teste de Shapiro-Wilk (AYRES, et al., 2007, p.206).
A variável Pressão Arterial foi apenas tratada por métodos descritivos.
A análise estatística entre as quatro avaliações, e as realizadas em dois momentos
(Antes e Após), foi efetivada através da aplicação de testes de hipóteses para amostras
pareadas. Foi aplicado o teste t de Student para amostras pareadas (AYRES, et al., 2007,
p.147) para avaliar as variáveis: Escore do TC6, Freqüência cardíaca, Freqüência respiratória
e SPO2.
Foi previamente estabelecido o nível de significância alfa = 0.05, portanto admite-se a
margem de erro de 5% e a confiabilidade de 95% na tomada de decisão de rejeitar a hipótese
nula.
51
5 RESULTADOS
5.1 ESTUDO DA IDADE DAS IDOSAS
Tabela 1: Distribuição das faixas etárias das participantes.
60 a 61
62 a 63
64 a 65
66 a 67
68
Total
Ocorrências
2
6
1
1
1
11
%
18
55
9
9
9
100.0
Fonte: Dado das autoras.
60
50
40
30
20
10
0
60 a 61
62 a 63
64 a 65
Faixa etária
Gráfico 1: Distribuição das faixas etárias das participantes.
Fonte: Dado das autoras.
5.2 ESTUDO DO TESTE DE CAMINHADA
66 a 67
68 ou +
52
Tabela 2: Distribuição do TC6 nas quatro avaliações.
Mínimo
Máximo
0Amplitude Total
Mediana
Primeiro Quartil (25%)
Terceiro Quartil (75%)
Desvio Interquartílico
Média Aritmética
Variância
Desvio Padrão
Erro Padrão
Coeficiente de Variação
Assimetria (g1)
Curtose (g2)
Fonte: Dado das autoras.
1ª Avaliação
2ª Avaliação
3ª Avaliação
4ª Avaliação
402.0
504.0
102.0
451.0
439.0
481.8
42.8
456.4
1059.4
32.5
10.3
7%
-0.1
-0.9
430.0
509.0
79.0
451.0
439.8
471.8
32.0
458.3
598.5
24.5
7.7
5%
0.9
0.5
448.0
534.0
86.0
493.0
453.5
508.5
55.0
486.8
1030.6
32.1
10.2
7%
0.0
-1.6
459.0
553.0
94.0
500.5
469.0
510.0
41.0
498.2
1090.6
33.0
10.4
7%
0.6
-0.8
p-valor (1ª x 3ª) = 0.0092*, teste t de Student
p-valor (1ª x 4ª) = 0.0019*, teste t de Student
p-valor (2ª x 4ª) = 0.0132*, teste t de Student
p-valor (outras comparações) > 0.05
600
TC6 (metros)
550
500
450
400
350
300
1ª Avaliação
2ª Avaliação
3ª Avaliação
4ª Avaliação
Gráfico 2: Distribuição do TC6 nas quatro avaliações.
Fonte: Dado das autoras.
5.3 DIFERENÇA ENTRE O LIMITE SUPERIOR E O RESULTADO DO TC6
53
Tabela 3: Diferenças entre o Limite Superior e o resultado obtido no TC6 nas quatro avaliações.
1ª Avaliação
2ª Avaliação
3ª Avaliação
4ª Avaliação
-96.36
37.93
134.29
-13.25
-59.47
15.83
75.30
-21.59
2306.03
48.02
14.48
-222.4%
-0.33
-1.36
-105.36
42.93
148.29
-17.08
-47.76
4.85
52.61
-23.68
1841.67
42.91
12.94
-181.2%
-0.40
-0.11
-87.36
70.75
158.11
11.79
-31.21
53.35
84.56
6.41
2718.27
52.14
15.72
813.5%
-0.40
-1.08
-69.36
86.93
156.29
19.79
-17.21
46.86
64.07
17.50
2525.33
50.25
15.15
287.2%
-0.24
-0.83
Mínimo
Máximo
Amplitude Total
Mediana
Primeiro Quartil (25%)
Terceiro Quartil (75%)
Desvio Interquartílico
Média Aritmética
Variância
Desvio Padrão
Erro Padrão
Coeficiente de Variação
Assimetria (g1)
Curtose (g2)
Fonte: Dado das autoras.
p-valor (1ª x 3ª) = 0.0090*, teste t de Student
p-valor (1ª x 4ª) = 0.0016*, teste t de Student
p-valor (2ª x 4ª) <0.0001*, teste t de Student
p-valor (3ª x 4ª) = 0.0080*, teste t de Student
p-valor (outras comparações) > 0.05
LIMITE INFERIOR
1ª Avaliação
2ª Avaliação
3ª Avaliação
4ª Avaliação
LIMITE SUPERIOR
600
550
500
450
400
350
300
250
NMC
(63)
DDP
(63)
IFS
(66)
CLSP
(68)
MLMC
(63)
MNSB
(61)
TPM
(63)
ALSG
(64)
MCBM
(62)
OC
(60)
MNRG
(63)
Gráfico 3: Desempenho das participantes no TC6, nas 4 avaliações, em relação ao limite inferior e ao limite
superior. Todas as idosas avaliadas apresentaram resultados acima do limite inferior.
Fonte: Dado das autoras.
54
35
30
TC6, Diferença em relação
ao Limite Superior (metros)
25
20
15
10
5
0
-5
-10
-15
-20
-25
-30
-35
-40
1ª Avaliação
2ª Avaliação
3ª Avaliação
4ª Avaliação
Gráfico 4: Diferenças entre o Limite Superior e o resultado obtido no Teste TC6 nas
quatro avaliações.
Fonte: Dado das autoras.
5.4 ESTUDO DA PRESSÃO ARTERIAL DO TC6
Tabela 4: Medianas das pressões arteriais, antes e após, as quatro avaliações do TC6
Instante
mm/Hg
1ª Avaliação
2ª Avaliação
3ª Avaliação
4ª Avaliação
Fonte: Dado das autoras.
Antes
Depois
Antes
Depois
Antes
Depois
Antes
Depois
135/70
140/70
135/60
135/75
127/70
140/70
130/70
135/80
55
160
140
120
mm/Hg
100
80
60
40
20
1ª Avaliação
2ª Avaliação
Depois
Antes
Depois
Antes
Depois
Antes
Antes
Depois
0
3ª Avaliação
4ª Avaliação
Gráfico 5: Medianas das pressões arteriais, antes e após, as quatro avaliações do TC6.
Fonte: Dado das autoras.
5.5 ESTUDO DA FREQUENCIA CARDÍACA ANTES E APÓS A REALIZAÇÃO DO
TC6.
Tabela 5: Avaliações da freqüência cardíaca (FC) antes e após o TC6.
1ª Avaliação
2ª Avaliação
3ª Avaliação
4ª Avaliação
Antes Depois Antes Depois Antes Depois Antes Depois
Mínimo
Máximo
Amplitude Total
Mediana
Primeiro Quartil (25%)
Terceiro Quartil (75%)
Desvio Interquartílico
Média Aritmética
Variância
Desvio Padrão
Erro Padrão
Coeficiente de
Variação
Assimetria (g1)
Curtose (g2)
56.0
76.0
20.0
66.0
63.0
72.5
9.5
67.0
45.8
6.8
2.0
64.0
98.0
34.0
74.0
67.5
86.0
18.5
76.7
135.8
11.7
3.5
55.0
80.0
25.0
71.0
65.0
75.0
10.0
69.5
64.7
8.0
2.4
76.0
111.0
35.0
87.0
80.0
91.5
11.5
87.8
110.6
10.5
3.2
58.0
85.0
27.0
80.0
77.0
81.0
4.0
77.1
66.3
8.1
2.5
75.0
134.0
59.0
97.0
89.5
100.0
10.5
97.5
277.1
16.6
5.0
54.0
91.0
37.0
75.0
66.0
84.5
18.5
74.7
126.4
11.2
3.4
85.0
130.0
45.0
110.0
92.5
117.5
25.0
106.3
222.2
14.9
4.5
10.1%
-0.3
-1.2
15.2%
0.6
-1.0
11.6%
-0.4
-0.5
12.0%
1.1
1.1
10.6%
-1.6
2.4
17.1%
1.0
1.4
15.1%
-0.3
-0.6
14.0%
0.0
-1.3
Fonte: Dado das autoras.
p-valor (1ª x 2ª) = 0.0020*
p-valor (1ª x 3ª) =0.0014*
p-valor (1ª x 4ª) <0.0001*
56
140
Frequência Cardiaca (bpm)
130
120
110
100
90
80
70
60
50
Antes
Depois
Antes
1ª Avaliação
Depois
Antes
2ª Avaliação
Depois
3ª Avaliação
Antes
Depois
4ª Avaliação
Gráfico 6: Avaliações da freqüência cardíaca (FC)antes e após o TC6.
Fonte: Dado das autoras.
5.6 ESTUDO DA FREQUENCIA RESPIRATÓRIA ANTES E APÓS A REALIZAÇÃO DO
TC6.
Tabela 6: Avaliações da FR (irpm) antes e após o TC6
Mínimo
Máximo
Amplitude Total
Mediana
Primeiro Quartil
(25%)
Terceiro Quartil
(75%)
Desvio
Interquartílico
Média Aritmética
Variância
Desvio Padrão
Erro Padrão
Coeficiente de
Variação
Assimetria (g1)
Curtose (g2)
Fonte: Dado das autoras.
p-valor =0.1066
1ª Avaliação
Antes Depois
16.0 17.0
27.0 28.0
11.0 11.0
19.0 20.0
2ª Avaliação
Antes Depois
12.0 12.0
25.0 32.0
13.0 20.0
20.0 23.0
3ª Avaliação
Antes Depois
16.0 19.0
25.0 29.0
9.0
10.0
21.0 22.0
4ª Avaliação
Antes Depois
12.0 16.0
23.0 29.0
11.0 13.0
19.0 22.0
16.5
18.5
18.0
20.5
18.5
20.5
18.0
19.5
20.5
23.5
21.0
24.0
21.0
26.0
20.0
24.5
4.0
19.2
10.6
3.3
1.0
5.0
21.2
13.0
3.6
1.1
3.0
19.5
10.9
3.3
1.0
3.5
22.0
25.6
5.1
1.5
2.5
20.1
7.5
2.7
0.8
5.5
23.2
12.0
3.5
1.0
2.0
18.8
8.8
3.0
0.9
5.0
22.1
16.1
4.0
1.2
16.9% 17.0% 17.0% 23.0% 13.6% 14.9% 15.7% 18.2%
1.4
0.8
-0.8
-0.2
0.0
0.6
-1.1
0.0
2.6
-0.5
2.2
1.8
-0.1
-1.2
2.1
-0.7
57
35
Frequência respiratória
30
25
20
15
10
5
0
Antes
Depois
Antes
1ª Avaliação
Depois
Antes
2ª Avaliação
Depois
3ª Avaliação
Antes
Depois
4ª Avaliação
Gráfico 7: A avaliação da Freqüência Respiratória, antes e após, as 4 avaliações do TC6.
Fonte: Dado das autoras.
5.7 ESTUDO DA SATURAÇÃO PERIFÉRICA DE O2 ANTES E APÓS A REALIZAÇÃO
DO TC6.
Tabela 7: Avaliações da SpO2 (%) antes e após o TC6.
1ª Avaliação
2ª Avaliação
3ª Avaliação
4ª Avaliação
Antes Depois Antes Depois Antes Depois Antes Depois
Mínimo
Máximo
Amplitude Total
Mediana
Primeiro Quartil (25%)
Terceiro Quartil (75%)
Desvio Interquartílico
Média Aritmética
Variância
Desvio Padrão
Erro Padrão
Coeficiente de
Variação
Assimetria (g1)
Curtose (g2)
Fonte: Dado das autoras.
p-valor =0.0535
95.0
99.0
4.0
97.0
96.0
98.5
2.5
97.3
2.0
1.4
0.4
97.0
99.0
2.0
98.0
98.0
98.0
0.0
98.0
0.4
0.6
0.2
96.0
99.0
3.0
98.0
98.0
98.0
0.0
97.8
0.6
0.8
0.2
95.0
99.0
4.0
98.0
97.0
98.5
1.5
97.6
1.7
1.3
0.4
97.0
98.0
1.0
98.0
97.5
98.0
0.5
97.7
0.2
0.5
0.1
91.0
99.0
8.0
98.0
97.0
98.5
1.5
97.2
5.2
2.3
0.7
94.0
99.0
5.0
97.0
96.0
97.5
1.5
96.8
1.8
1.3
0.4
90.0
99.0
9.0
97.0
96.0
97.0
1.0
96.0
7.0
2.6
0.8
1.5%
-0.1
-1.4
0.7%
0.0
0.4
0.8%
-1.4
3.5
1.3%
-0.9
0.3
0.5%
-1.2
-0.8
2.3%
-2.3
6.1
1.4%
-0.5
1.2
2.8%
-1.6
2.0
58
100.0
97.5
SpO2
95.0
92.5
90.0
87.5
Antes
Depois
Antes
1ª Avaliação
Depois
Antes
2ª Avaliação
Depois
Antes
3ª Avaliação
Depois
4ª Avaliação
Gráfico 8: Avaliações da SpO2 (%) antes e após o TC6.
Fonte: Dado das autoras.
5.8 ESTUDO DA ESCALA DE BORG
Tabela 8: Avaliação da Escala de Borg nas quatro avaliações após o TC6.
Mínimo
Máximo
Amplitude Total
Mediana
Primeiro Quartil (25%)
Terceiro Quartil (75%)
Desvio Interquartílico
Média Aritmética
Variância
Desvio Padrão
Erro Padrão
Coeficiente de Variação
Assimetria (g1)
Curtose (g2)
Fonte: Dado das autoras.
1ª Avaliação
2ª Avaliação
3ª Avaliação
4ª Avaliação
7.0
13.0
6.0
9.0
7.0
10.0
3.0
8.8
4.4
2.1
0.6
23.7%
0.9
-0.3
7.0
11.0
4.0
9.0
9.0
10.0
1.0
9.4
1.5
1.2
0.4
12.9%
0.0
0.4
9.0
13.0
4.0
9.0
9.0
11.0
2.0
10.1
1.9
1.4
0.4
13.6%
0.9
0.1
9.0
13.0
4.0
9.0
9.0
11.0
2.0
9.9
1.9
1.4
0.4
13.9%
1.3
1.0
p-valor > 0.05, teste de Student
59
14
Escala de Borg
13
12
11
10
9
8
7
6
1ª Avaliação
2ª ª Avaliação
3ª ª Avaliação
4ª ª Avaliação
Gráfico 9: Escala de Borg nas quatro avaliações após o TC6.
Fonte: Dado das autoras.
5.9 DADOS DAS EVOLUÇÕES COLETADAS ANTES E APÓS AS SESSÕES DE
HIDROCINESIOTERAPIA
Tabela 9: Média dos valores dos sinais vitais obtidos nas sessões de hidrocinesioterapia.
SINAIS VITAIS ANTES E APÓS AS
SESSÕES DE HIDROCINESIOTERAPIA
1a
8a
16a
24a
PAS a
126. 36
120
119. 09
119. 09
PAS d
128. 18
123. 63
123. 63
125. 45
PAD a
69. 09
66. 36
63. 63
68. 18
PAD d
73. 63
73. 63
67. 27
70
FC a
76. 54
67. 63
73. 63
75. 81
FC d
75. 54
69. 54
74. 63
72. 54
FR a
19. 54
19. 36
19. 54
18. 09
FR d
20. 63
20. 72
21. 18
20. 09
SpO2 a
97. 36
97. 27
97. 90
96. 81
SpO2 d
97. 18
97. 27
97. 63
97. 72
Fonte: Dado das autoras.
60
6 DISCUSSÃO
Segundo Miranda e Rabelo (2006), a maioria das funções fisiológicas declina com a
idade, porém em graus diferentes, sendo o estilo de vida o maior responsável. O exercício
físico regular demonstra ser um fator importante para estimular diversos órgãos e torná-los
mais eficazes em relação às agressões na velhice. Por isso, os números de idosos ingressantes
em grupos de atividades físicas vêm aumentando consideravelmente.
Na tabela 1 e gráfico 1 pode-se observar que as idosas participantes deste estudo
apresentaram idade média de 63.2±2.6 anos, com mínimo de 60 e máximo de 68 anos. A faixa
etária mais freqüente foi de 62 a 63 anos que apresentou 55% da amostra. Miranda e Rabelo
(2006), em um estudo semelhante avaliaram através do teste da caminhada de seis minutos 20
idosas com idades entre 60 a 64 anos, tendo como idade média 62,5. Dado que está de acordo
com o valor da média de idade do presente trabalho.
O TC6 é utilizado como ferramenta de avaliação da capacidade aeróbica para a prática
de atividades físicas, principalmente em indivíduos pouco condicionados.
Segundo Rikli e Jones (1998) o TC6 avalia a resistência aeróbica, capacidade
importante para que as pessoas consigam realizar tarefas cotidianas como andar, fazer
compras e atividades recreativas. Esse teste vinha sendo usado com sucesso para avaliar a
resistência física de pacientes portadores de várias condições clínicas. Entretanto,
posteriormente foi validado para uso em pessoas idosas.
Na tabela 2 e gráfico 2 podemos observar que o TC6 apresentou variações entre as
quatro avaliações: na avaliação inicial (456.4±32.5 m), na segunda avaliação (458.3±24.5 m),
na terceira avaliação (486.8±32.1 m) e na avaliação final (498.2±33.0 m). Essas diferenças
foram avaliadas pelo teste t de Student o qual apontou diferença estatisticamente significante
entre a 1ª e a 3ª avaliação (p-valor = 0.0092*), entre a 1ª e a 4ª avaliação (p-valor = 0.0019*) e
entre a 3ª e a 4ª avaliação (p-valor = 0.0132*).
Através desses resultados podemos observar que a capacidade aeróbica estimada
através do teste de caminhada de seis minutos apresentou um aumento de 9,16% da distância
percorrida após o período de treinamento, dado este que está de acordo com o estudo de
Hallage (2008), o qual analisou os efeitos de um programa de 12 semanas de treinamento com
dança aeróbica e step nos componentes da aptidão funcional de mulheres idosas, estimada
através do teste de caminhada de 6 minutos o qual apresentou um aumento de 9,48% da
distância percorrida após o período de treinamento.
61
Esse mesmo resultado pode ser observado também no estudo de Krause et al. (2007),
onde foi avaliado a influência do nível de atividade física em mulheres idosas submetidas a
um treinamento aeróbico, sendo elas divididas aleatoriamente em dois grupo: participantes e
não participantes, onde as idosas incluídas no grupo não participante em atividades físicas
apresentaram, como resultados, menores valores no TC6 quando comparadas ao grupo das
participantes.
Em outro estudo semelhante Alves et al., 2004, realizou um ensaio controlado em
mulheres idosas, sem atividade física regular, onde realizaram vários testes, entre eles o TC6.
Um grupo de 37 mulheres recebeu duas aulas semanais de hidroginástica durante três meses e
outras 37 mulheres serviram como controle, onde pôde observar um importante aumento da
resistência aeróbica no grupo das participantes da hidroginástica, em relação ao grupo
controle, o que concluíram que a prática de hidroginástica para mulheres idosas sem
exercícios físicos regulares contribuiu para a melhoria da aptidão física relacionada à saúde.
Na tabela 3 e nos gráficos 3 e 4 , observamos as diferenças entre a distância predita e o
resultado obtido no TC6 apresentando variações entre as quatro avaliações: na avaliação
inicial (-21.59±48.02), na segunda avaliação (-23.68m ± 42.91m), na terceira avaliação
(6.41m ± 52.14m) e na avaliação final (17.50m ± 50.52m). Essas diferenças foram avaliadas
pelo teste t de Student o qual apontou diferença estatisticamente significante entre a 1ª e a 3ª
avaliação (p-valor = 0.0090*), entre a 1ª e a 4ª avaliação (p-valor = 0.0016*), entre a 2ª e a 4ª
avaliação (p-valor <0.0001*) e entre a 3ª e a 4ª avaliação (p-valor = 0.0080*).
Apesar de todas as idosas apresentarem-se desde a primeira avaliação acima do limite
inferior da distância predita (fórmula de Enright & Sherrill), vale ressaltar que houve um
incremento satisfatório a partir da terceira avaliação. O que comprova que a atividade física
melhorou a capacidade aeróbica das participantes deste estudo.
Na tabela 4 e gráfico 5, na análise da variação da PA nas quatro avaliações antes da
aplicação do TC6 observa-se uma queda da PAS quando comparamos a primeira avaliação
com a terceira e quarta avaliação, porém como era esperado, houve um discreto incremento da
PA após o TC6 nas quatro avaliações, uma vez que é um teste submáximo.
Na tabela 5 e gráfico 6, a avaliação da FC, antes e após as 4 avaliações do TC6
mostrou evidências de alterações principalmente na FC final, quando comparada com a
inicial, como era esperado, uma vez que o teste é submáximo. A média da FC final evoluiu de
76,7±11.7 (1ª Avaliação), 87.8±10.5 (2ª Avaliação), 97.5±16.6 (3ª Avaliação) e 106.3±14.9
(4ªAvaliação). Foi observada diferença estatisticamente significante entre a 1ª e a 2ª avaliação
62
(p-valor = 0.0020*), entre 1ª e a 3ª avaliação (p-valor = 0.0014*) e entre a 1ª e a 4ª avaliação
(p-valor <0.0001*).
Na análise da FC em repouso, ou seja, antes da aplicação do TC6 também foi
observado um incremento nas três primeiras avaliações, porém na quarta avaliação houve um
decréscimo na FC de repouso, quando comparada com a terceira avaliação.
Na tabela 6 e gráfico 7, a avaliação da FR antes e após as quatro avaliações do TC6
não mostrou evidências de alterações, o que podemos ver através do p-valor que foi igual a
0.1066. Porém, quando analisamos o valor da FR obtido em repouso, observamos que houve
um pequeno decréscimo, apesar de não ser estatisticamente significativo, entre a primeira e a
última avaliação.
Em relação a SpO2 , Rondelli e Malaguti (2008), afirmam que durante o TC6 pode-se
detectar facilmente a presença de dessaturação de pulso de oxigênio no esforço.
No presente estudo a avaliação da SpO2, antes e após, as 4 avaliações do TC6 não
mostrou evidências de alterações (p-valor = 0.0535), o que pode ser comprovado na tabela 7 e
gráfico 8 onde as médias aritméticas permaneceram em um padrão estável tanto antes quanto
após o momento das quatro avaliações. Porém em análise individual da SpO2 observa-se uma
discreta dessaturação antes e após o TC6 na segunda, terceira e quarta avaliações.
A Escala de Borg avalia a percepção subjetiva de esforço. É um método simples, prático
e não invasivo. Composta de 6 a 20 pontos que indicam qual a percepção do indivíduo ao
exercício (BORG; NOBLE, 1974).
Neste estudo, na tabela 8 e gráfico 9, a escala de Borg apresentou variações numéricas
entre as quatro avaliações: na avaliação inicial (8.8±2.1), na segunda avaliação (9.4±1.2), na
terceira avaliação (10.1±1.4) e na avaliação final (9.9±1.4). Essas diferenças foram avaliadas
pelo teste t de Student o qual não apontou diferença estatisticamente significante (p-valor >
0.05) entre todas as avaliações. Além do mais, quando verificado do ponto de vista qualitativo
podemos observar que a variação foi de 8 à 10, o que corresponde a sensação “fácil”
(ANEXO 2).
Nesse estudo também foram avaliados os sinais vitais (PA, FC, FR e SpO2) antes e
após a realização de cada sessão de hidrocinesioterapia. Os resultados obtidos nessas
avaliações podem ser vistos na tabela 9.
Durante as atividades musculares rítmicas, a dilatação dos vasos sanguíneos dos
músculos ativos faz aumentar a área vascular para o fluxo sanguíneo. A contração e o
relaxamento rítmicos e alternados dos músculos esqueléticos forçam o sangue através dos
63
vasos e o levam de volta ao coração. O fluxo sanguíneo aumentado durante o exercício
moderado eleva a pressão arterial (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2002).
Cunha et al. (2006), afirma que atividades físicas de características aeróbias
apresentam redução significativa dos níveis pressóricos pós-exercício.
Segundo Barroso et. al 2008 diversos estudos demonstram o papel da atividade física
na redução da pressão arterial e vários são os mecanismos envolvidos no efeito hipotensor do
treinamento físico, que se torna mais evidente a partir da décima semana de treinamento com
pequenos ganhos adicionais subseqüentes.
Na tabela 9 observamos que tanto PAS quanto a PAD em repouso e após a atividade
física tiveram uma pequena queda quando comparadas a primeira com a ultima sessão de
hidrocinesioterapia.E quando comparamos em análise individual observamos que quatro
idosas participantes apresentaram uma queda importante da PA, o que nos remete a 36% deste
grupo. Cumpre-se dizer que as idosas que apresentaram essa queda da pressão arterial, além
de sedentárias eram hipertensas.
Este dado pode ser explicado por Mcardle, Katch e Katch (2002), que afirmam que
após uma sessão de exercício contínuo de intensidade leve à moderada, a PAS tende a
diminuir em indivíduos hipertensos porque a estase de sague nos órgãos vicerais e nos
membros inferiores durante a atividade física reduz o volume sanguíneo central, o que
contribui para uma pressão arterial mais baixa.
Esta afirmação pode ser comparada também com o estudo de Amorim et.al (2009) que
analisou o efeito hipotensor de uma sessão de exercícios aquáticos, onde diz que o
treinamento físico aeróbico provoca importantes alterações autonômicas e hemodinâmicas
que influenciam o sistema cardiovascular, mantendo a homeostasia celular diante do
incremento das demandas metabólicas provocado pela hipertensão.
A capacidade cardiorrespiratória torna-se um fator determinante para se viver
independente, pois é um dos principais componentes da aptidão física relacionado à saúde. A
realização de exercícios mobiliza o sangue do corpo para os músculos e, com isso, aumenta o
número de batimentos cardíacos (MIRANDA; RABELO, 2006).
Na tabela 9, quando analisamos a média da primeira sessão de hidrocinesioterapia com
a da última, podemos observar que houve uma pequena redução nos valores da FC tanto em
repouso quanto após as atividade.
Ao contrario do sistema cardiovascular, o nível de reserva funcional do sistema
respiratório não se constitui em fator limitante do desempenho durante exercícios máximos ou
próximos do máximo exceto em situações nas quais a restrição ou a obstrução sejam severas,
64
configurando quadro clinicamente patológicos. Dessa forma, as eventuais perdas da função
respiratória decorrentes do envelhecimento, em condições normais, não comprometem o
desempenho de idosos, principalmente durante exercícios submáximos (PIRES, 2004).
Na tabela 9 observamos que houve uma redução da FR em repouso em relação ao
primeiro dia de atividade aeróbica para o ultimo dia da mesma, variando de 19.54 para 18.09.
Como podemos observar na tabela 9, o padrão de saturação de O2 também se manteve
constante antes e após as sessões de hidrocinesioterapia.
65
7 CONCLUSÃO
•
Ocorreu um incremento da capacidade aeróbica, verificado através do TC6,
principalmente quando analisamos a avaliação inicial e final.
•
Foi observada a diminuição da diferença entre a distância predita e a obtida no TC6
quando avaliamos a avaliação inicial e a final.
•
Quando analisado os sinais vitais na aplicação do TC6, a PA, FC, FR, SpO2 e a escala
de Borg não obtivemos alterações significativas quando comparamos os quatro
momentos de avaliação.
•
Na análise da média dos valores dos sinais vitais obtidos nas sessões de
hidrocinesioterapia observa-se:
o PA: tanto a sistólica quanto a diastólica nos momentos antes e após a atividade
física tiveram um decréscimo quando comparados a 1a e a 24a sessão.
o FC:Ocorreu pequena redução nos valores da FC tanto em repouso quanto após
as atividades quando comparadas a 1a e a 24a sessão.
o FR: Manteve-se praticamente inalterada.
o SpO2: Também manteve-se praticamente inalterada.
Pode-se concluir que as idosas participantes desse estudo obtiveram uma melhora e
incremento da capacidade aeróbica, com significativo aumento da distância percorrida no
TC6, o que confirma que a hidrocinesioterapia, através de atividades aeróbicas, melhora a
capacidade aeróbica de idosas sedentárias.
Porém, faz-se necessário a continuação do trabalho na tentativa de obtermos uma
amostra mais satisfatória e futuramente analisarmos outras modalidades de atividade física.
66
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71
APÊNDICE I
72
APÊNDICE II
73
APÊNDICE III
74
APÊNDICE IV
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE AERÓBICA EM IDOSAS SUBMETIDAS À
HIDROCINESIOTERAPIA.
Você está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa acima citado. O
documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos
fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir a
qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo a você.
Eu,
___________________________,
residente
e
domiciliado
na
______________________, portador da Cédula de identidade, RG ____________ , e inscrito
no CPF_________________ nascido (a) em _____ / _____ /_______ , abaixo assinado (a),
concordo de livre e espontânea vontade em participar como voluntário (a) do estudo
“Avaliação da capacidade aeróbica em idosas submetidas à hidrocinesioterapia.”
Estou ciente que:
I)
A pesquisa será realizada no laboratório de hidroterapia da clinica-escola de
fisioterapia da UNAMA, tendo como objetivo avaliar a capacidade aeróbica de idosas
submetidas à hidrocinesioterapia;
II)
Nos procedimentos terei que responder a uma ficha de avaliação que constará de
dados pessoais e perguntas impessoais, sendo importante frizar que caso não queira
não serei obrigada a responder as questões;
III)
Sei que a principal responsável por esta pesquisa é a prof a : Carla Cristina Alvarez
Serrão, que pode ser encontrada no telefone 3229-3595 ou 9941-9463. Caso não seja
localizada a professora responsável poderemos ainda entrar em contato com as
pesquisadoras Priscila Malta, pelos telefones 8833-2577 ou 8812-8365 e Regina Silva,
pelos telefones 8824-1927, 8106-7056 e 3278-2447.
IV)
A participação neste projeto tem objetivo de me submeter a um programa de
exercícios, sendo que não me causará nenhum gasto com relação aos procedimentos
terapêuticos efetuados com o estudo;
75
V)
Fui informada que os riscos que estarei correndo são de mal estar, mas que medidas de
segurança serão tomadas antes da realização das atividades, como verificação da FC,
FR, PA, SpO2.
VI)
Estou ciente de que no caso de ocorrer algum mal estar, gerado pela atividade serei
primeiramente encaminhada ao Posto Médico mais próximo;
VII)
Os dados encontrados poderão contribuir para acrescentar à literatura os resultados
referentes ao tema, além de verificar os benefícios da capacidade aeróbica em idosas
submetidas a programas de atividade física.
VIII) Serei beneficiada quanto às informações sobre a prática de atividade física, assim
como orientada quanto à necessidade desta para melhorar minha capacidade aeróbica,
visando assim um envelhecimento mais saudável.
IX)
Estou ciente que para a realização dos protocolos terei de trajar roupas adequadas,
assim como também para a realização das avaliações;
X)
Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste estudo no
momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação;
XI)
A desistência não causará nenhum prejuízo à minha saúde ou bem estar físico. Não
virá interferir no atendimento ou tratamento médico;
XII)
A minha participação neste projeto contribuirá para acrescentar à literatura dados
referentes ao tema, direcionando as ações voltadas para a promoção da saúde e não
causará nenhum risco;
XIII) Não receberei remuneração e nenhum tipo de recompensa nesta pesquisa, sendo minha
participação voluntária;
XIV) Serei fotografada pelas pesquisadoras, a fim de registrarem na pesquisa a realização
dos protocolos;
XV)
Os resultados obtidos durante este ensaio serão mantidos em sigilo;
XVI) Concordo que os resultados sejam divulgados em publicações científicas, desde que
meus dados pessoais não sejam mencionados;
XVII) Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados parciais e
finais desta pesquisa;
XVIII) Estou ciente de que o meu vínculo com a pesquisa terá uma duração de 3 a 4 meses;
( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa.
( ) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa.
76
Belém,
de
de 2009
Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os eventuais
esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas.
Voluntária:
Telefone para contato:
Declaro que assisti às explicações dos pesquisadores na entrevistada, que compreendeu e
retirou suas dúvidas, assim como eu, a tudo o que será realizado na pesquisa.
Testemunha 1 : _______________________________________________
Nome / RG / Telefone
Testemunha 2 :
___________________________________________________
Nome / RG / Telefone
Declaro que obtive, de forma apropriada e voluntária, o consentimento livre e esclarecido
desta entrevistada para participação no presente estudo.
Responsável pelo Projeto:
__________________________________________________
Carla Cristina Alvarez Serrão (CREFITO: 22993-F)
77
APÊNDICE V
FICHA DE AVALIAÇÃO
IDENTIFICAÇÃO:
Nome:__________________________________________________________
Data de nascimento:____/____/____ Idade: ________
Peso:
Altura:
HDA:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_____________________________________________________________
HDP:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_______________________________________________________________
Hábitos:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
________________________________________________________________
Hipertensão: ( ) N ( ) S
Atividade física: ( ) N ( ) S
Capacidade para ler: ( ) N ( ) S
Capacidade para comunicar-se: ( ) N ( ) S
Medicamentos:_______________________________________________________
___________________________________________________________________
_______________________________________________________
SINAIS VITAIS: antes do teste de caminhada de seis minutos
PA:____________
FR:___________
FC: _________ SpO2:_________
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SINAIS VITAIS: após o teste de caminhada de seis minutos
PA:____________
FR:___________
FC: _________ SpO2:_________
Borg: ___________
Distancia percorrida no teste:
Distancia prevista no teste:
DP = (2.11 x altura cm) - (2.29x peso Kg) - (5.78 x idade) + 667m - 139m
OBSERVAÇÕES:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_____________________________________________________________
_______________________
Assinatura do Examinador
79
APÊNDICE VI
EVOLUÇÃO DIÁRIA
NOME_____________________________________ IDADE_______
FREQUÊNCIA
DATA
SINAIS VITAIS ANTES DAS
ATIVIDADES
SESSÃO PA
FC
FR
SpO2
SINAIS VITAIS DEPOIS DAS
ATIVIDADES
PA
FC
FR
SpO2
80
ANEXO I
81
ANEXO II
MINI-MENTAL
ORIENTAÇÃO TEMPORAL (05
pontos)
REGISTRO (3 pontos)
Ano
Mês
Dia do mês
Dia da semana
Semestre
Estado
Cidade
Bairro
Local geral
Local específico
Repetir: GELO, LEÃO E PLANTA
ATENÇÃO E CÁLCULO (05
pontos)
Subtrair 100-7=93 – 7=86 – 7= 79 –
7=72 – 7=65
MEMÓRIA DE EVOCAÇÃO (3
pontos)
Quais os três objetos perguntados
anteriormente?
NOMEAR DOIS OBJETOS (2
pontos)
REPETIR (1 ponto)
Relógio e Caneta
COMANDO DE ESTÁGIOS(3
pontos)
“Apanhe esta folha de papel com a
mão direita, dobre-a ao meio e
coloque-a no chão”
ORIENTAÇÃO ESPACIAL (05
pontos)
“NEM AQUI, NEM ALI, NEM LÁ”
ESCREVER UMA FRASE
COMPLETA
COPIAR DIAGRAMA (1 ponto)
(MORAES, 2008)
Copiar dois pentágonos com
interseção
82
ANEXO III
Download

minutos) em função do tempo