Instituto Politécnico de Castelo Branco Escola Superior de Educação O Papel da Creche na Adaptação da Criança ao Contexto do Jardim-de-Infância Sílvia Cristina Mateus Azevedo Relatório de Estágio apresentado ao Instituto Politécnico de Castelo Branco para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Educação Pré-escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico, realizado sob a orientação científica da Professora Doutora Cristina Pereira, da Escola Superior de Educação do Politécnico de Castelo Branco e co-orientação da Professora Mestre Luísa Nave, da Escola Superior de Educação do Politécnico de Castelo Branco. 2011 Brincava a criança Com um carro de bois. Sentiu-se brincando E disse, eu sou dois! Há um a brincar E há outro a saber, Um vê-me a brincar E outro vê-me a ver. Estou por trás de mim Mas se volto a cabeça Não era o que eu queria A volta só é essa... O outro menino Não tem pés nem mãos Nem é pequenino Não tem mãe ou irmãos. E havia comigo Por trás de onde eu estou, Mas se volto a cabeça Já não sei o que sou. E o tal que eu cá tenho E sente comigo, Nem pai, nem padrinho, Nem corpo ou amigo, Tem alma cá dentro Está a ver-me sem ver, E o carro de bois Começa a parecer. Fernando Pessoa (1986, p.101) ii Agradecimentos O trabalho levado a cabo para esta investigação não teria sido possível sem o apoio e incentivo dos que me acompanharam nesta caminhada. Foram muitas as pessoas que amavelmente colaboraram e cooperaram, directa e indirectamente, neste trabalho. Neste sentido, não posso deixar de expressar a minha enorme gratidão pelo empenho demonstrado, em diferentes níveis, por várias pessoas. Agradeço à Professora Doutora Cristina Pereira pela sabedoria, orientação, disponibilidade e, de modo especial, pelo apoio, incentivo e amizade. À Mestre Luísa Nave, pelo contributo, conselho, ajuda e amizade na co-orientação. À Directora Pedagógica do jardim-de-infância, pela autorização da recolha das observações na instituição. Às Educadoras de Infância, que permitiram as observações de algumas crianças dos seus grupos, à sua colaboração nas entrevistas, às informações prestadas e ao apoio demonstrado durante a fase de recolha de dados, expresso o meu agradecimento. Aos Pais das crianças, por permitirem anotar as observações que serviram de base ao trabalho e à sua colaboração nas entrevistas, aqui deixo registado o meu bem-haja. O mesmo agradecimento é devido a todos os familiares e amigos, pelo apoio e incentivo que me deram nas diferentes etapas desta investigação. iii Palavras chave: Criança; Creche; Desenvolvimento social; Adaptação ao jardim-de-infância; Estudo de caso comparativo Resumo O trabalho aqui apresentado insere-se no âmbito do relatório de estágio da Unidade Curricular “Prática Supervisionada em Educação Pré-Escolar”, para a obtenção do grau de mestre em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico. Actualmente, considera-se que a creche desempenha um importante papel no desenvolvimento da criança. Este estudo procurou analisar em que medida a frequência da creche contribui para a adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância e, deste modo, investigar se a creche é (ou não) um meio adequado para promover o desenvolvimento social da criança. Assim, procedeu-se à realização de um estudo de caso comparativo de carácter qualitativo, integrando crianças que frequentam pela primeira vez o jardim-de-infância: duas crianças que frequentaram creche e duas crianças que não frequentaram creche. A informação foi obtida através de diferentes técnicas e instrumentos de recolha de dados (análise documental, observação, notas de campo, grelhas de observação de comportamentos, Escala de Envolvimento da Criança, (Laevers, 1994) e entrevista semi-estruturada). A análise de dados permitiu-nos compreender que a creche teve um papel importante no desenvolvimento social das crianças que a frequentaram, uma vez que as crianças que não frequentaram creche apresentam menores competências de interacção social comparadas com as crianças que frequentaram creche. No entanto, esta investigação revelou, de forma evidente, que a frequência ou não de creche e a adaptação ao jardim-de-infância é uma experiência acompanhada sempre por uma enorme complexidade de condições e variáveis. São ainda apresentadas algumas limitações do estudo e finalmente algumas reflexões para a prática profissional. iv Key words: Child; Kindergarten; Social development; Kindergarten coping; Comparative case study Abstract This work has to do with the report of probationer of the study unit “Prática Supervisionada em Educação Pré-Escolar” (Supervised Practice of Kindergarten Education Methods), to achieve a Master`s Degree in Kindergarten Education Methods and Basic Teaching (ages 6 to 10). Nowadays, kindergarten is considered very important in the development of children‟s skills. This investigation‟s goal was to find out, in to what extent, attending child day care center will make adapting to kinder garden an easier task and, as consequence, investigate if kinder garden is, or not, a good environment to promote children‟s social skills‟ development. Thus, we proceeded to carry out a comparative case study of a qualitative nature, integrating children who were attending kindergarten for the first time: two children who previously attended child day care and two children who didn‟t attend child day care. The information was obtained through different techniques and instruments for data collection (document analysis, observation, field notes, behavioral observation tables, the Child Involvement Scale (Laevers, 1994) and semi-structured interview). The data analysis allowed us to understand that the child day care had an important role in social development of children who attended it, since children who did not attend day care showed lower social interaction skills when compared with children who attended day care. However, this research revealed, evidently, that with or without attending child day care, adapting to kindergarten experience is always involved in an enormous complexity of conditions and variables. We also wrote about the limitations of this investigation and finally some considerations about professional practice. v Índice geral Agradecimentos ................................................................................................... iii Resumo ............................................................................................................. iv Abstract ............................................................................................................. v Índice geral ........................................................................................................ vi Índice de Gráficos ................................................................................................ ix Índice de Quadros ................................................................................................. x Introdução .......................................................................................................... 1 PARTE I - ENQUADRAMENTO TEÓRICO........................................................................ 4 1. Introdução ..................................................................................................... 5 1.1. Desenvolvimento social da criança .................................................................. 5 1.1.1. O papel da família no desenvolvimento social da criança ............................... 8 1.2. Educação e creche ..................................................................................... 9 1.2.1. O papel do educador de infância na creche .............................................. 14 1.3. O papel do jardim-de-infância ..................................................................... 17 1.4. Adaptação da criança ................................................................................ 20 1.4.1. Adaptação da criança ao jardim-de-infância ............................................. 20 1.4.2. O papel da família na adaptação da criança ao jardim-de-infância ................. 25 1.4.3. O papel do educador de infância na adaptação da criança ao jardim-de-infância 27 PARTE II – ESTUDO EMPÍRICO ................................................................................. 29 2. Introdução ................................................................................................... 30 2.1. Investigação Qualitativa – Justificação da Opção metodológica ............................. 31 2.1.1. O Estudo de Caso na Investigação Qualitativa ........................................... 32 2.2. Identificação do local do estudo ................................................................... 34 2.3. Participantes no estudo ............................................................................. 34 2.3.1. Caracterização dos participantes no estudo .............................................. 34 2.4. Técnicas de recolha de dados / Instrumentos ................................................... 36 2.4.1. Análise Documental ........................................................................... 36 2.4.2. Observação ..................................................................................... 37 2.4.2.1. Notas de campo ............................................................................. 37 2.4.2.2. Grelhas de observação de comportamento ............................................ 38 2.4.2.2.1. Grelha de observação de participação nas actividades ........................ 38 2.4.2.2.2. Grelha de observação de interacções (baseada no modelo High-Scope) .... 38 2.4.2.3. Escala de Envolvimento da Criança ..................................................... 39 2.4.3. Entrevista Semi-estruturada ................................................................. 41 2.5. Validação e fidelidade ............................................................................... 43 vi 2.6. Procedimentos ........................................................................................ 44 2.7. Métodos de Análise dos Dados ...................................................................... 45 2.8. Apresentação e Análise dos Dados ................................................................. 47 2.8.1. Grelhas de observação de comportamento ............................................... 47 2.8.2. Escala de Envolvimento da Criança ........................................................ 61 2.8.3. Entrevistas ...................................................................................... 71 2.9. Discussão dos resultados ............................................................................ 86 2.10. Limitações do estudo ................................................................................ 88 2.11. Reflexões para a prática profissional ............................................................. 89 Referências Bibliográficas ...................................................................................... 91 ANEXOS ............................................................................................................ 99 Anexo A - Documentos comprovativos de autorizações formais concedidas para a realização do Estudo ............................................................................................................. 101 Anexo A1 - Documento comprovativo da autorização formal concedida pela instituição ...... 103 Anexo A2 - Documento comprovativo da autorização formal concedida pela Educadora de Infância A ...................................................................................................... 107 Anexo A3 - Documento comprovativo da autorização formal concedida pela Educadora de Infância B ...................................................................................................... 111 Anexo B - Instrumentos ........................................................................................ 119 Anexo B1 - Grelha de observação de participação nas actividades ................................. 121 Anexo B2 - Grelha de observação de interacções (baseada no modelo High-Scope) ............. 125 Anexo B3 - Escala de Envolvimento da Criança ......................................................... 129 Anexo B4 - Guião de Entrevista às Educadoras de Infância ........................................... 133 Anexo B5 - Guião de Entrevista aos Pais ................................................................. 139 Anexo C - Notas de campo .................................................................................... 147 Anexo D - Grelhas de observação de comportamentos preenchidas ................................... 169 Anexo E - Registos da Escala de Envolvimento da Criança .............................................. 211 Anexo F - Reflexões das Educadoras de Infância sobre a adaptação das crianças ao jardim-deinfância ........................................................................................................... 229 Anexo G - Protocolos das Entrevistas ....................................................................... 235 Anexo G1 - Protocolo da Entrevista à Educadora de Infância A ..................................... 237 Anexo G2 - Protocolo da Entrevista à Educadora de Infância B ..................................... 245 Anexo G3 - Protocolo da Entrevista à Mãe da Criança 1 (MC1) ...................................... 253 Anexo G4 - Protocolo da Entrevista à Mãe da Criança 2 (MC2) ...................................... 265 Anexo G5 - Protocolo da Entrevista à Mãe da Criança 3 (MC3) ...................................... 277 Anexo G6 - Protocolo da Entrevista à Mãe da Criança 4 (MC4) ...................................... 289 Anexo H - Documentos comprovativos de validação das Entrevista ................................... 301 Anexo H1 - Documento comprovativo de validação das Entrevistas das Educadoras de Infância ........................................................................................................ 303 Anexo H2 - Documento comprovativo de validação das Entrevista dos Pais ...................... 307 Anexo I - Análise das categorias.............................................................................. 311 Anexo I1 - Análise das categorias referentes às Educadoras de Infância ........................... 313 Anexo I2 - Análise das categorias referentes aos Pais ................................................. 319 vii Anexo J - Grelhas das categorizações ....................................................................... 331 Anexo J1 - Grelha das categorizações referentes às Educadoras de Infância ..................... 333 Anexo J2 - Grelha das categorizações referentes aos Pais ........................................... 339 viii Índice de Gráficos Gráfico 1. Níveis de Envolvimento da Criança 1 (1ª utilização) ......................................... 61 Gráfico 2. Níveis de Envolvimento da Criança 2 (1ª utilização) ......................................... 61 Gráfico 3. Níveis de Envolvimento da Criança 3 (1ª utilização) ......................................... 62 Gráfico 4. Níveis de Envolvimento da Criança 4 (1ª utilização) ......................................... 62 Gráfico 5. Níveis de Envolvimento das crianças que frequentaram creche e das que não frequentaram (1ª utilização) .................................................................................. 62 Gráfico 6. Níveis de Envolvimento da Criança 1 (2ª utilização) ......................................... 63 Gráfico 7. Níveis de Envolvimento da Criança 2 (2ª utilização) ......................................... 63 Gráfico 8. Níveis de Envolvimento da Criança 3 (2ª utilização) ......................................... 64 Gráfico 9. Níveis de Envolvimento da Criança 4 (2ª utilização) ......................................... 64 Gráfico 10. Níveis de Envolvimento das crianças que frequentaram creche e das que não frequentaram (2ª utilização) .................................................................................. 64 Gráfico 11. Níveis de Envolvimento da Criança 1 (3ª utilização) ....................................... 65 Gráfico 12. Níveis de Envolvimento da Criança 2 (3ª utilização) ....................................... 65 Gráfico 13. Níveis de Envolvimento da Criança 3 (3ª utilização) ....................................... 66 Gráfico 14. Níveis de Envolvimento da Criança 4 (3ª utilização) ....................................... 66 Gráfico 15. Níveis de Envolvimento das crianças que frequentaram creche e das que não frequentaram (3ª utilização) .................................................................................. 66 Gráfico 16. Níveis de Envolvimento da Criança 1 (4ª utilização) ....................................... 67 Gráfico 17. Níveis de Envolvimento da Criança 2 (4ª utilização) ....................................... 67 Gráfico 18. Níveis de Envolvimento da Criança 3 (4ª utilização) ....................................... 68 Gráfico 19. Níveis de Envolvimento da Criança 4 (4ª utilização) ....................................... 68 Gráfico 20. Níveis de Envolvimento das crianças que frequentaram creche e das que não frequentaram (4ª utilização) .................................................................................. 68 Gráfico 21. Total dos níveis de Envolvimento da Criança 1 ............................................. 69 Gráfico 22. Total dos níveis de Envolvimento da Criança 2 ............................................. 69 Gráfico 23. Total dos níveis de Envolvimento da Criança 3 ............................................. 70 Gráfico 24. Total dos níveis de Envolvimento da Criança 4 ............................................. 70 ix Índice de Quadros Quadro 1 - Caracterização das Crianças .................................................................... 35 Quadro 2 - Caracterização das Educadoras ................................................................. 35 Quadro 3 - Caracterização dos Pais .......................................................................... 35 x O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância Introdução O presente trabalho surge no âmbito do Mestrado em Educação Pré-escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico e temos como objectivo principal analisar em que medida a frequência de creche contribui para a adaptação da criança ao contexto do jardim-deinfância, e, neste sentido, se a creche, além de ser uma realidade e uma necessidade para a família, é (ou não) um meio adequado para o desenvolvimento social da criança. Os objectivos do nosso estudo são os seguintes: Analisar se as crianças que frequentaram a creche se adaptam melhor às rotinas diárias do jardim-de-infância. Analisar se as crianças que frequentaram a creche aderem mais às propostas de diferentes actividades do jardim-de-infância. Analisar se as crianças que frequentaram a creche interagem melhor com os colegas da sala. 1 Sílvia Cristina Mateus Azevedo Analisar se as crianças que frequentaram a creche interagem melhor com os adultos. Em anos recentes assistiu-se a uma acesa controvérsia sobre a creche e os seus efeitos no desenvolvimento e bem-estar de bebés e crianças pequenas (Portugal, 1998). O debate sobre a educação infantil já é antigo. Foi no início do século XVII que surgiram as primeiras preocupações com a educação das crianças pequenas (0 aos 6 anos). Curiosamente, foi Jean Jacques Rousseau que produziu uma viragem no modo de olhar e compreender a criança e a educação infantil mais adequada. Ou seja, para Rousseau era necessário perceber a criança como um ser humano com características emocionais e cognitivas próprias e deixar de a olhar como um “adulto em miniatura”. Tratava-se, portanto, de captar exactamente o mundo próprio da criança e, assim, o adulto compreendê-la-ia melhor, tanto nas suas necessidades específicas, como nos seus problemas e dificuldades (Cerizara, 1990). Porém, é só nos séculos XIX e XX que surgem os primeiros psicólogos e pedagogos que se esforçam verdadeiramente por apresentar teorias acerca do desenvolvimento global da criança nos seus diferentes níveis etários. As mudanças sociais e económicas, causadas pelas revoluções industriais em todo o mundo, levaram as mulheres a deixar os seus lares, onde eram responsáveis pela criação dos filhos e dos deveres domésticos, cuidando do marido e da família, para entrarem no mercado de trabalho (Giddens, 2008). Em Portugal, com a entrada da mulher no mercado de trabalho, verificada sobretudo a partir dos anos 70 do século XX, houve a necessidade de se “confiar as crianças” desde tenra idade a creches, infantários, ou na ausência destes, a amas, avós ou outrem. No entanto, sabemos que o papel da família é de grande importância no desenvolvimento das crianças. Considerando que a investigação sobre educação e cuidados para a Infância só nas últimas décadas começou a ter relevância, no nosso país, destacam-se os esforços pioneiros iniciados na década de 1980 por Bairrão. A investigação sobre a creche ainda é escassa. No entanto, autoras como Gabriela Portugal e Júlia Formosinho têm identificado alguns aspectos funcionais e pedagógicos para que a creche se torne uma resposta educativa respeitadora dos direitos das crianças “mais pequenas”. Segundo estas autoras, a criança beneficia muito em ter a companhia dos seus pares com quem pode divertir-se, “lutar”, aprender e conquistar o seu lugar no mundo (Portugal, 1998; Oliveira-Formosinho, 1999). É, pois, legítimo esperar que este estudo contribua para um aprofundamento do conhecimento sobre o papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-deinfância. Esta investigação é um estudo de caso comparativo, descritivo e interpretativo que assenta numa metodologia de carácter naturalista e que irá utilizar quatro técnicas de recolha de dados – a análise documental, a observação, as notas de campo e as entrevistas. Devido à natureza do estudo, não se pretende tirar conclusões gerais, absolutas, mas sim produzir conhecimento sobre as questões em estudo. Todos os dados obtidos apenas 2 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância permitem observar um determinado contexto específico, não permitindo extrapolações para outros contextos. Este trabalho encontra-se estruturado em duas componentes fundamentais. Numa primeira parte é apresentado o Enquadramento Teórico (Parte I) onde se espelha o resultado absorvido do suporte bibliográfico consultado acerca do desenvolvimento social da criança, o papel da família no desenvolvimento social da criança, educação e creche, a função do educador na creche, o papel do jardim-de-infância e ainda sobre a adaptação da criança ao jardim-de-infância. Esta organização temática pretende fundamentar os objectivos do nosso estudo. Na segunda parte deste trabalho, o foco de abordagem incide no Estudo Empírico (Parte II). Aqui, são exploradas e explicadas todas as opções que definiram a metodologia desta investigação. Mais especificamente, nesta etapa do nosso estudo tornam-se evidentes as principais opções tomadas na “construção” desta investigação. E, deste modo, justifica-se a opção do estudo qualitativo, o local do estudo, os participantes no estudo, as técnicas de recolha de dados/instrumentos utilizados, a validação e fidelidade, os procedimentos utilizados e os métodos de análise e processos de interpretação em relação aos dados recolhidos. Finalmente, apresentamos a análise da informação recolhida, bem como a discussão dos resultados. Nesta parte surgem as principais ponderações, definidas a partir do confronto dos dados recolhidos in loco com as premissas teóricas que estruturam a nossa investigação. Estas análises conduzem, inevitavelmente, a uma reflexão sobre as limitações do nosso estudo, tal como foi levado a cabo, bem como algumas reflexões para a prática profissional. 3 Sílvia Cristina Mateus Azevedo PARTE I - ENQUADRAMENTO TEÓRICO O mundo social da criança consiste em muitos mundos, incluindo o sistema familiar, as outras crianças e a creche, jardim-de-infância ou escola (Portugal, 1998, p.123). 4 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância 1. Introdução A criança quando nasce depende dos pais, ou de quem os substitua, para obter alimento, calor, aconchego, afecto, abrigo, protecção e, por isso, tem necessidade de descobrir e aprender sobre o mundo social em que se encontra. A presente parte pretende fazer uma abordagem abrangente de como se processa o desenvolvimento infantil na sua vertente social e adaptativa, tentando enquadrá-la no contexto familiar e institucional da creche e jardim-de-infância. 1.1. Desenvolvimento social da criança É necessário compreender o lugar das crianças como atores sociais, que participam do processo de formação e transformação das regras da vida social (Prado, 2005, p.683). O desenvolvimento social é o comportamento observado no modo de alguém agir diante de uma dada situação ou pessoa. Para que o desenvolvimento social de uma criança seja adequado precisa ser fundamentado nos aspectos físicos, psicológicos e cognitivos. Cada fase da vida caracteriza-se por uma série de aspectos que influenciam o desenvolvimento infantil fazendo com que a criança sinta que é parte do processo de interacção social (Batista, 2009). Assim, Wallon (1979) diz-nos que “O desenvolvimento social da criança passa por etapas particularmente rápidas no momento em que aprende a andar e a falar” (p. 204). Segundo Gleitman (1999) “O desenvolvimento social inicia-se com o primeiro vínculo humano que é considerado, por vezes, como a base de todas as relações posteriores com os outros” (p.716). O autor continua, afirmando que existe um padrão de expansão contínua semelhante no desenvolvimento social. Durante os primeiros meses de vida, o mundo social do bebé está limitado a uma única pessoa, geralmente a mãe: a vinculação. Com o tempo, os horizontes sociais tornam-se mais vastos, passando a incluir ambos os pais, o resto da família e depois os companheiros de creche e da escola. Para Erikson (1950, referido por Post & Hohmann, 2007) a primeira aquisição social do bebé é a sua capacidade de deixar a mãe fora do alcance da visão sem ansiedade excessiva ou raiva, porque esta passou a ser não só uma certeza interna mas também algo externo previsível. A teoria de relacionamento afectivo constitui actualmente uma abordagem importante e vigorosa em relação aos primeiros estádios de desenvolvimento social (Smith, Cowie & Blades, 2001). As emoções desempenham um papel importante no desenvolvimento do indivíduo. Nos primeiros meses de vida, elas ajudam a garantir a sobrevivência do bebé e contribuem para o progresso da “noção do eu”. Também Katz e McClellan (1991, citados por Lino, 1999) referem que as relações sociais começam na infância “quando a criança forma relações fortes de vinculação com os 5 Sílvia Cristina Mateus Azevedo pais e com as pessoas que tomam conta dela” (p.80). Esta capacidade é designada pelas autoras de competência social e vai-se desenvolvendo de uma forma progressiva. Assim, ao longo dos primeiros anos, a criança começa a ser capaz de distinguir os seus sentimentos e necessidades dos sentimentos e necessidades dos outros com quem interage (Hohmann & Weikart, 2007). A criança vai-se constituindo enquanto pessoa e compreendendo o mundo ao seu redor por meio da interiorização de conceitos e significados que são partilhados socialmente. Ela é considerada “como um ser activo, competente, construtor do conhecimento, através da interacção com os seus contextos de vida” (Oliveira-Formosinho & Araújo, 2004, p.82). Para Portugal (1998), as relações interpessoais afectam o desenvolvimento individual e transcendem a inculcação de regras, normas e competências sociais. A Tomada de Perspectiva Social é definida por Selman (1980, citado por Lino, 1999) como “a capacidade para diferenciar, coordenar e integrar a nossa perspectiva e a do outro com quem interagimos” (p.82). Esta teoria defende que o desenvolvimento social afecta o relacionamento entre as pessoas, uma vez que os comportamentos ao nível do relacionamento interpessoal são distintos ao longo da infância. Os diferentes comportamentos que a criança vai apresentando ao longo da infância, no seu relacionamento com os outros, estão interligados com os diferentes níveis de capacidade para identificarem e coordenarem pontos de vista sociais. Oliveira (1993) afirma que este desenvolvimento constitui um processo de transformação, pois “primeiramente o indivíduo realiza ações externas que serão interpretadas pelas pessoas ao seu redor, de acordo com os significados culturalmente estabelecidos às suas próprias ações e assim desenvolve os seus processos psicológicos internos” (p.10). A ligação entre actividade externa e interna é um processo de interiorização que foi denominado por Vygotsky (1991, p.63) como “reconstrução interna de uma operação externa”. A interiorização surge como resultado de interacções sucessivas do comportamento da criança e das respostas dos sujeitos que a rodeiam. “A tese fundamental em Vygotsky (1979, 1991) centra-se no papel atribuído aos factores sociais no desenvolvimento” (Peixoto, 1998, p.161). De acordo com Vygotsky (1991) o desenvolvimento cognitivo consiste, essencialmente, na adaptação, por parte do sujeito, do conhecimento construído ao longo de gerações por uma determinada cultura. Neste contexto, assumem particular relevância as interacções que a criança estabelece, pois é através destas que lhe é possibilitado o acesso aos meios necessários ao desenvolvimento cognitivo. O autor afirma que as funções mentais superiores surgem primeiro no plano das relações inter-individuais e só depois no plano intra-psicológico. Assim, qualquer função mental superior encontra-se ligada à actividade externa devido ao facto de, na sua génese, ter tido uma função social antes de se tornar interna. 6 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância Para operacionalizar o papel das interacções sociais no desenvolvimento Vygotsky (1991) introduz o conceito de Zona de Desenvolvimento Potencial ou Próximo e define-a como: A distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes (p.97). A Zona de Desenvolvimento Potencial ou Próximo é, portanto, tudo o que a criança pode adquirir em termos intelectuais quando lhe é dado o suporte educacional devido. O autor particulariza o processo de ensino e aprendizagem que coloca aquele que aprende e aquele que ensina numa relação interligada. A ênfase em situar quem aprende e, aquele que ensina como participantes de um mesmo processo corrobora com outro conceito chave na teoria de Vygotsky - a mediação - como um pressuposto da relação eu-outro social. A relação mediatizada não se dá necessariamente pelo outro corpóreo, mas pela possibilidade de interacção com signos, símbolos culturais e objectos. Um dos pressupostos básicos do autor é que o ser humano constitui-se enquanto tal na sua relação com o outro. A teoria de Vygotsky organiza-se como uma tentativa de explicar o conhecimento como um produto final da socialização: o autor refere que a interacção social exerce um papel fundamental no desenvolvimento da cognição. A teoria de Vygotsky é complementar ao trabalho de Bandura sobre a aprendizagem social. Bandura (1969, 1974), referido por Smith et al. (2001) e Cabanas (2002), defende que muitas das nossas aprendizagens são realizadas a partir da observação e imitação do outro. Para o autor, as estruturas cognitivas, o comportamento e o meio interagem entre si, sendo cada uma destas estruturas influenciada e influente sobre as outras. Nesta perspectiva, as pessoas são o produto do seu meio, mas escolhem e moldam este meio por um processo de interacções que têm influências recíprocas. Nesta teoria emerge o conceito de modelagem, segundo o qual, as pessoas podem aprender através da imitação do comportamento dos outros. A observação de modelos exteriores acelera mais a aprendizagem do que se esse comportamento tivesse de ser executado pela criança. Piaget (1973) salienta que existem graus de socialização e não uma criança social ou não social. Para ele a socialização dá-se na fase de desenvolvimento na qual são possíveis as trocas intelectuais e a socialização do pensamento. A inteligência desenvolve-se em função das interacções sociais. O grau máximo sucede com o desenvolvimento da personalidade, que corresponde à submissão voluntária às normas de reciprocidade, e surge no estágio operatório, onde começam as trocas intelectuais. A reciprocidade e, portanto, a personalidade, é o produto mais refinado da socialização. Roggof (1990, citado por Katz & McClellan, 1999) “argumenta convincentemente que o desenvolvimento cognitivo das crianças ocorre fundamentalmente no contexto das relações sociais” (p.12). 7 Sílvia Cristina Mateus Azevedo 1.1.1. O papel da família no desenvolvimento social da criança A influência da família no desenvolvimento da criança é exercida, primordialmente, através das relações estabelecidas por meio de uma via fundamental: a comunicação, tanto verbal como não verbal. Como afirmam Rey e Martinez (1989) “a família representa, talvez, a forma de relação mais complexa e de acção mais profunda sobre a personalidade humana, dada a enorme carga emocional das relações entre seus membros” (p.143). A família é o primeiro e o mais importante berço do indivíduo, tendo como papel satisfazer as necessidades físicas, afectivas e sociais da criança, cumprindo também, a função mediadora entre a criança e o mundo social (D‟Antino, 1998). Para Homem (2002), a família constitui a primeira instância educativa do indivíduo: é o ambiente onde este desperta para a vida como pessoa, onde interioriza valores, atitudes e papéis. Ela é assim considerada “como um dos principais factores de intervenção e de influência no processo de desenvolvimento e de aprendizagem” (Tavares & Alarcão, 1992, p.145). Além disso, a família, ainda enceta os primeiros relacionamentos da vida do bebé e nela ocorrem, desde os primeiros momentos de vida, as primeiras trocas de sensações, emoções e linguagem. Segundo Feldman e Wenzel (1990) e Hartup e Moore (1990), citados por Katz e McClellan (1999), “uma das influências mais importantes no desenvolvimento social da criança corresponde à experiência dentro da família” (p.16). O desenvolvimento e o crescimento da criança para Donald Winnicott (1970, referido por Portugal, 1998) não têm a ver com as potencialidades biológicas e características individuais do ser humano, mas sobretudo com a inter-relação mãe-bebé. A teoria da vinculação, formulada por vários autores como Spitz (1945), Bowlby (1974), Harlow (1976) e Ainsworth (1978, 1982), referidos por Portugal (1998), vem afirmar que através da relação estreita que se estabelece entre a mãe e a criança, esta é capaz de alargar e desenvolver futuras relações com outras crianças e adultos, estando, por isso, na base do desenvolvimento social. Segundo Parsons (1956, referido por Giddens, 2008) as duas grandes funções desempenhadas pela família são: a socialização primária e a estabilização da personalidade. Os pais devem transmitir todo o seu amor à criança; este organiza-se como a variável mais simples e importante na educação de infância. “As crianças que estão mais seguras do amor dos pais têm mais probabilidades de virem a ser indivíduos adaptados e com maior maturidade” (Spodek, 2010, p.764). Bronfenbrenner (1986, 1992) refere que a família não pode ser examinada como um sistema isolado. A teoria do sistema ecológico salienta o indivíduo em relação às circunstâncias da sua vida, tanto físicas como sociais. Ela leva em consideração, não somente, as características individuais e as relações dentro da família, como também, as mudanças no ambiente próximo e no contexto social mais amplo, num determinado tempo histórico. 8 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância A forma como os pais disciplinam ou reagem ao mau comportamento dos seus filhos, segundo Radke-Yarrow e Zahn-Waxler (1986) e Parke (1990), referidos por Katz e McClellan (1999), tem um impacto profundo no comportamento social das crianças. Nos primeiros anos de vida, a criança e o seu meio familiar têm milhares de diálogos e de encontros, que são muito significativos para o seu desenvolvimento. Por este motivo a família deve proporcionar o maior número possível destas situações, por exemplo: mudar a fralda; refeições; vestir e despir; responder e questionar, representando momentos onde a vinculação está a ser desenvolvida e consolidada (Portugal, 1998). 1.2. Educação e creche Sabemos que a creche, além de constituir um serviço à família, pode responder às necessidades educativas dos mais pequenos. A maior parte das pessoas são unânimes quando dizem que a creche não é apenas um local de guarda das crianças, mas sobretudo um meio educativo (Portugal, 1998, p.124). Duas palavras prévias antes de tecermos algumas considerações sobre o papel da creche na educação infantil. Consideramos importante enquadrar o conceito de educação no contexto da creche, por entendermos este espaço não apenas como um contexto de apoio social à família mas sobretudo como uma oportunidade, cada vez mais incontornável, na formação educativa do ser humano do nosso tempo. Concordamos plenamente com Bujes (2001) quando refere que a educação da criança pequena envolve simultaneamente dois processos complementares e indissociáveis entre si: cuidar e educar. Neste sentido, a inclusão de algumas definições de educação (defendidas por autores relevantes ao longo da história) tem em vista traçar os contornos de uma fronteira polémica e de difícil consenso, mesmo na actualidade. Segundo Rousseau (1911, citado por Lawrence, 1973) a educação é “um processo de desenvolvimento natural da criança a partir de dentro, que se processa mediante interesses inatos e instintos, e que se relaciona com as necessidades e características das crianças em cada um dos estádios sucessivos do seu crescimento” (p.196). Para Durkheim (1972) a educação é: Acção exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se encontram ainda preparadas para a vida social; tem por objectivo suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política, no seu conjunto, e pelo meio especial a que a criança, particularmente, se destina (p.40). Wallon (1979) define educação como “a influência exercida pela sociedade dos adultos sobre a das crianças, no sentido de as tornar aptas à vida social numa sociedade determinada” (p.10). 9 Sílvia Cristina Mateus Azevedo Segundo Sprinthall e Sprinthall (1993) o objectivo fundamental da educação é o desenvolvimento humano. Para Piaget (1988), falar em direito à educação é, em primeiro lugar, reconhecer o papel indispensável dos factores sociais na própria formação do indivíduo. A educação é a condição necessária ao desenvolvimento natural deste, pois este não poderia adquirir as suas estruturas mentais mais essenciais sem uma contribuição exterior. A educação é absolutamente necessária e conatural ao homem, que se pode definir como um ser educável; tal como afirma Kant (1984, citado por Barros de Oliveira, 1997) “O homem é apenas o que é pela educação” (p.3). Este princípio de que os cuidados e a educação são vertentes inseparáveis, está longe de ser universalmente aceite. Em Portugal existem profissionais que, pelas suas práticas, evidenciam dar grande atenção à importância dos três primeiros anos de vida ao nível do desenvolvimento cognitivo, físico e emocional das crianças e da aprendizagem. Contudo, a organização de serviços de educação e cuidados para crianças deste grupo etário é ainda pouco expressiva e eficaz, uma vez que têm faltado políticas claras e um efectivo investimento público nas creches como respostas educativas (a que as crianças têm direito desde o nascimento). Consideramos que se tem minimizado o facto de as creches serem locais de desenvolvimento e aprendizagem, de construção de experiências pessoais e educacionais relevantes para as crianças e para as suas famílias, bem como para os profissionais que nelas trabalham. A Assembleia da República (2005), alterou recentemente a Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE), no entanto, continua a não contemplar os serviços de creche, ama e outras modalidades como educação. Permanece a concepção de acometer à creche ou à ama uma função de apoio à família, de resposta social no sentido em que liberta a mulher para o mercado de trabalho ou mesmo de encarar a família como a única responsável pela educação das crianças pequenas. Portanto, afirmando o direito à educação da criança de zero a seis anos de idade, declaramos também a obrigação de buscarmos os meios de estimulação e os ambientes adequados ao favorecimento do seu desenvolvimento em todas as áreas e em toda a sua potencialidade. As referências históricas sobre a creche são unânimes em afirmar que ela foi criada para cuidar de crianças pequenas, cujas mães saíam para trabalhar. A característica assistencialista da creche é ainda hoje tida como muito forte e muito presente em algumas instituições, bem como, na consciência de muitas pessoas. Actualmente, em Portugal, assiste-se a uma expansão dos serviços de creche, sobretudo em zonas urbanas e sub-urbanas de maior crescimento, acompanhada de uma preocupação de qualidade dos serviços. 10 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância O enquadramento do serviço de creches é caracterizado pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (MTSS), como uma: Resposta social, desenvolvida em equipamento, de natureza sócio-educativa, para acolher crianças até aos três anos de idade, durante o período diário correspondente ao impedimento dos pais ou da pessoa que tenha a sua guarda de facto, vocacionado para o apoio à criança e à família (Despacho Normativo n.º 99/89, de 11 de Setembro). Os objectivos consignados a estes serviços são: - Proporcionar o bem-estar e desenvolvimento integral das crianças num clima de segurança afectiva e física, durante o afastamento parcial do seu meio familiar através de um atendimento individualizado; - Colaborar estreitamente com a família numa partilha de cuidados e responsabilidades em todo o processo evolutivo das crianças; - Colaborar de forma eficaz no despiste precoce de qualquer inadaptação ou deficiência assegurando o seu encaminhamento adequado; - Prevenir e compensar défices sociais e culturais do meio familiar (Despacho Normativo n.º 99/89, de 11 de Setembro). O Conselho Nacional de Educação (CNE) (2008) referiu que as creches devem, para além de uma intenção assistencial, passar a ter uma intenção educativa e criar as condições para as crianças realizarem actividades que as desenvolvam. A creche deve ter, assim, a função de cuidar e educar a criança. O estudo realizado pelo CNE (2009, referido no Conselho Nacional de Educação, 2011) veio reafirmar que, em relação à educação dos 0 aos 3 anos existem carências graves que é necessário colmatar, uma delas é a necessidade de promover a intencionalidade educativa. Para Gabriela Portugal (Seminário do CNE sobre a Educação dos 0 aos 3 anos, 18 de Novembro de 2010, citado no CNE, 2011, p.28) a creche trata-se “de um contexto sensível, estimulante e promotor de autonomia; de um contexto onde os níveis de bem-estar e de implicação/envolvimento das crianças são elevados; onde é dada atenção à experiência da criança”. Segundo o CNE (2011) é indispensável que o Ministério da Educação (em concertação com o MTSS) elabore um documento sobre Linhas Pedagógicas Orientadoras para o Trabalho dos 0 aos 3 anos. Estas linhas pedagógicas devem: - Assegurar uma transição suave entre a casa e a creche, incorporar experiências familiares, uma atitude sensível e calorosa por parte dos adultos; - Garantir o direito a “brincar” e as várias oportunidades de exploração, experimentação, experiências de aprendizagem diversificadas que desafiam e amplificam o mundo da criança; - Proporcionar estabilidade e segurança emocional, relação social e autonomia são prioridades (...) da creche (Gabriela Portugal, Seminário do CNE sobre a Educação dos 0 aos 3 anos, 18 de Novembro de 2010, citado no CNE, 2011, p.28). Para Gouvêa (2002) a creche deve propiciar condições adequadas para um desenvolvimento integral e sadio das crianças, do ponto de vista social e emocional. A creche deverá dar continuidade ao ambiente do seio familiar da criança, para que esta continue a sentir-se segura. Para aprenderem e crescerem, as crianças precisam de um ambiente 11 Sílvia Cristina Mateus Azevedo emocionalmente rico que Erikson (1950, referido por Post & Hohmann, 2007) descreve como ambiente apoiante de confiança. Batista da Silva (1998) refere que “sabemos hoje que a creche é uma resposta única; não um simples local de guarda, substituto da casa, nem um jardim-de-infância dos pequenos” (p.49). Um dos objectivos da creche é promover a socialização, pois: É extremamente importante para as crianças desenvolverem interacções sociais positivas em seus primeiros anos de vida, pois dependendo das formas de relações que elas desenvolverem durante este período vai afectar seu desempenho académico posterior, seus sentimentos sobre si mesmas, suas atitudes com relação aos outros e os padrões sociais que elas vão adoptar (Spodek & Saracho, 1998, p.144). Segundo Abramowiz e Wagkop (1995): “A creche é um espaço de socialização de vivências e interacções” (p.39). Neste espaço, as interacções traduzem-se por actividades diárias que as crianças realizam com a companhia de outras crianças sob a orientação do educador. “A interacção entre crianças em momentos diferentes de desenvolvimento e com saberes diversos, é facilitadora do desenvolvimento e da aprendizagem” (Ministério da Educação, 1997, p.35). A creche é o local por excelência para favorecer as interacções em grupo, pois são ambientes que recebem, constantemente, influências das condições sócio-culturais, determinantes do processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças. Smith et al. (2001) salientam que “no período compreendido entre os 2 e os 4 anos se assiste a um grande desenvolvimento das capacidades que as crianças têm para interagir com colegas da mesma idade” (p.150). Assim sendo, deve-se proporcionar à criança a interacção com outras. Falk (1979, p.117, citado por Post & Hohmann, 2007) refere que numa creche “um sistema estável de relações é um pré-requisito… para a capacidade de assimilar o padrão social de valores aceites, normas, regras de comportamento, conjunto de proibições, através da imitação, assimilação e identificação” (p.63). A creche deverá, então, preconizar propostas de estimulação que dêem à criança a oportunidade de brincar, jogar, sentir, descobrir e aprender através da sua actividade pessoal, para além da satisfação das necessidades básicas, promotoras de bem-estar. As interacções na creche são extremamente importantes, pois só com estas é que ocorre um desenvolvimento na criança. Esta ideia é defendida por vários autores. Segundo OliveiraFormosinho (2007) o desenvolvimento “não é automático nem unilateral, faz-se na interacção com o ambiente” (p.61). Oliveira-Formosinho (1999) refere que a rotina diária permite à criança construir a competência social. Através de cumprimentos, despedidas e interacções com os outros, as crianças vão aprendendo competências sociais de grande importância. Estas experiências também permitem desenvolver as competências comunicacionais e linguísticas. As rotinas proporcionam, ainda, oportunidades para que as crianças participem em interacções sociais mais complexas. Por exemplo, durante o recreio, a criança aprende a fazer turnos, partilhar brinquedos, esperar, e ajudar os outros. Observar as crianças mais velhas e os adultos a 12 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância praticarem estas mesmas competências é também um meio de aprendizagem muito eficaz. Marchão (1998) menciona que “as rotinas na Creche funcionam como elementos globalizadores, em torno dos quais se deve articular a acção educativa da creche” (p.11). As rotinas diárias são extremamente importantes ao longo de todo o percurso de desenvolvimento da criança. Para Oliveira-Formosinho (2007) “criar uma rotina diária é basicamente isto: fazer com que o tempo seja um tempo de experiências educacionais ricas em interacções positivas” (p.69). Elas são a primeira forma de interacção da criança com os educadores, proporcionando continuidade, estabilidade e previsibilidade, que são características essenciais para um desenvolvimento saudável. Uma das grandes vantagens da rotina diária é que “permite criar maior oportunidade para todas e cada uma das crianças. Sem rotinas, o educador tende a centrar-se só nalgumas crianças” (Oliveira-Formosinho, 2007, p.70). Para Judith Evans e Ellen Ilfield (1982, citadas por Post & Hohmann, 2007) uma “rotina é mais do que saber a hora a que o bebé come, dorme, toma banho e vai-se deitar. É também saber como as coisas são feitas… as experiências do dia-a-dia das crianças são as matériasprimas do seu crescimento” (p.193). Existem alguns estudos que concluem que a permanência numa creche de boa qualidade, além de não influenciar negativamente a relação de ligação à mãe, promove o desenvolvimento social da criança. As crianças que permaneceram mais tempo na creche têm comportamentos diferentes, como por exemplo, desenvolvem mais jogos interactivos e cooperativos, têm mais afectos e interacções verbais mais positivos, do que as que permanecem pouco tempo nesse contexto (Portugal, 1998). Em estudos realizados por Clarke-Stewart, em 1989 e 1992, citados por Papalia e Olds (2000), verificamos que as crianças que frequentaram a creche, no pré-escolar “tendem a sentir-se mais à vontade em novas situações e a ser mais extrovertidos, menos tímidos e receosos, mais diligentes e cooperativos” (p.178). Numa investigação realizada por T. Field (1991, citada por Papalia & Olds, 2000) com crianças que começaram a frequentar a creche antes dos sete meses verificou-se que, entre os cinco e os oito anos “elas tinham mais amigos e eram fisicamente mais afetuosas com eles, participavam de mais atividades extracurriculares… do que as crianças que haviam ficado em casa quando bebês” (p.178). Segundo Portugal (1998), em estudos realizados “As crianças que usufruíram da creche parecem adaptar-se melhor: estão mais à vontade em grupo, estão mais habituadas a regras colectivas e não são tão dependentes do adulto” (p.177). No âmbito de um estudo empírico Clark-Stewart (1991, referido por Smith et al., 2001), observaram-se crianças entre os 2 e os 4 anos que já tinham frequentado creche, estas, revelaram um melhor desenvolvimento social e intelectual do que aquelas que permaneciam em casa. 13 Sílvia Cristina Mateus Azevedo Depois de analisar vários estudos, Portugal (1998) refere que “a creche poderá fazer com que a criança seja mais assertiva e socialmente mais interactiva, mas as consequências dependem da qualidade e consistência dos cuidados substitutos fornecidos à criança” (p.178). Papalia e Olds (2000) referem que, de um modo geral, as crianças que frequentam creche tendem a ser tão ou mais sociáveis, confiantes, persistentes, realizadoras e habilidosas na resolução de problemas do que as que permanecem em casa. 1.2.1. O papel do educador de infância na creche O papel do educador de infância assume particular importância educativa numa época marcada por profundas alterações sociais, que levam a família e a comunidade a esperar das instituições educativas e, em particular dos educadores, o desempenho de diversas funções. Roldão (2008) refere a importância de formar educadores cada vez mais competentes e “capazes de ensinar”. Pois como diz Vasconcelos (2004) é fundamental tomar a educação de infância, também, como uma “ocupação ética”. A creche é o primeiro ambiente social onde a criança, ainda pequenina, se insere e é neste primeiro momento de separação da mãe, que o educador tem um papel fundamental no seu acolhimento, pois é o substituto da mãe nesse momento (Lipp, 2002). Portugal (1998) menciona que o papel dos adultos na creche não é o de forçar o desenvolvimento, mas garantir que as experiências e rotinas diárias da criança lhe transmitam segurança emocional e encorajamento, sendo fundamental para aprender ao longo da sua vida. O papel do educador da creche é fundamental, este é um auxiliar do desenvolvimento e o seu objectivo principal é promover a aprendizagem activa por parte da criança (Hohmann, Banet & Weikart, 1984; Rizzo, 2000). Segundo Hohmann e Weikart (2007) “A aprendizagem pela acção é definida como a aprendizagem na qual a criança, através da sua acção sobre os objectos e da sua interacção com pessoas, ideias e acontecimentos, constrói novos entendimentos” (p.22). A aprendizagem pela acção depende do uso de objectos que, no mundo da criança, são essencialmente brinquedos e jogos. Tal como diz Piaget (1969, citado por Hohmann & Weikart, 2007) “O conhecimento não provém, nem dos objectos, nem da criança, mas sim das interacções entre a criança e os objectos” (p.19). Os educadores que trabalham em creche necessitam de qualidades muito especiais e de conhecimentos e formação adequada ao fornecimento de experiências de aprendizagem e desenvolvimento. O bem-estar e desenvolvimento das crianças da creche requerem profissionais com conhecimentos sobre o comportamento e desenvolvimento das crianças, capazes de compreender e reconhecer as suas diferentes necessidades e promover a exploração, respeitando a sua curiosidade natural (Portugal, 2000). 14 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância Na opinião de Portugal (2000) o educador deve permitir o desenvolvimento de relações de confiança e de prazer através dos seguintes comportamentos: Atenção, gestos, palavras e atitudes; Estabelecer limites claros e seguros que permitam à criança sentir-se protegida de decisões e escolhas para as quais ela ainda não tem maturidade suficiente; Permitir o desenvolvimento de autonomia e autoconfiança sempre que possível; Ser verbalmente estimulante, com capacidade de empatia e de responsabilidade, promovendo a linguagem da criança através de interacções recíprocas e o seu desenvolvimento sócio-emocional; Oferecer actividades interessantes e envolventes que permitam à criança oportunidades de concentração, descoberta e de júbilo pelo sucesso e vitória; Ser capaz de articular o jogo e as necessidades das crianças. Para ser um bom profissional “Temos de estudar tudo, reflectir, adequar, respeitar o espaço, o ritmo, a individualidade de cada pessoa inserida no grupo sala de creche” (Batista da Silva, 1998, p.50). Cabe ao educador planificar, orientar e avaliar as actividades. É muito importante o educador saber observar, falar e actuar de acordo com os objectivos de desenvolvimento global da criança. Na opinião de Fontes (1998) “não só são necessários educadores na creche como também que os melhores devem estar na creche, pelo tipo de atitudes e pela qualidade do apoio que é fornecido às crianças” (p.53). Katz e McClellan (1991, referidos por Lino, 1999) mencionam que as crianças pequenas passam cada vez mais tempo fora da família, tendo os educadores um papel cada vez mais importante no seu desenvolvimento social. O educador tem o papel de promover o desenvolvimento de uma auto-estima positiva/saúde emocional, desenvolvimento físico e motor, estimular o desenvolvimento do raciocínio e pensamento conceptual, o ímpeto exploratório e a atitude de compreensão do mundo físico e social, valorizar a competência social, a expressão e comunicação, a capacidade de auto-organização e iniciativa, a criatividade e, sobretudo, ajudar a construir a atitude básica de ligação ao mundo, crucial ao desenvolvimento de um cidadão emancipado (Laevers, 2004). O educador deve usar diferentes formas de relacionamento com as crianças. Didonet (2004) refere que o educador deve interagir de uma forma lúdica, onde a interacção é bidireccional ou multidirecccional. Neste sentido, existe o carácter lúdico que transmite o prazer, o envolvimento, a exploração e a descoberta do mundo exterior que a rodeia. O educador não é pai nem mãe da criança, ele tem um papel distinto, caracterizado pelo saber profissional, pela experiência, pelo conhecimento da situação e pelas possibilidades de desenvolvimento do jogo que irá abrir novas perspectivas para a criança. Existem actividades mais susceptíveis de originar interacções com os colegas do que outras. “A forma como os professores planificam e dispõem o ambiente e as actividades lúdicas influencia as oportunidades das crianças de adquirir e praticar competências sociais” 15 Sílvia Cristina Mateus Azevedo (Oliveira-Formosinho, 1999, p.43). A mesma autora (1999) refere ainda que os educadores devem procurar um equilíbrio entre actividades dirigidas ao esforço individual e actividades que exigem esforços de cooperação de grupo, uma vez que as crianças adquirem e reforçam a sua compreensão e competências sociais nos contextos em que se envolvem em actividades mútuas e válidas. Por outro lado, o educador deverá criar situações que favoreçam as descobertas autónomas das crianças, tentando ser fisicamente acessível e não ser intrusivo e, em vez disso, permitir à criança ser ela própria a controlar o ambiente físico e social. Para tal, elas necessitam de tempo e liberdade para o fazer. Assim, através das suas descobertas, elas interagem com as outras crianças (Figueira, 1998; Portugal, 2000). Katz e Chard (1997) referem que o educador deve incentivar “as crianças a interagirem com pessoas, objectos e com o ambiente, de forma que tenham um significado pessoal para elas” (p.5). Estudos feitos por Connolly e Doyle (1983, referidos por Oliveira-Formosinho, 1999) concluíram que as crianças que se envolviam em jogos fantasiosos frequentes e complexos com os colegas eram mais populares e demonstravam maior competência social que as outras. O jogo, na escola infantil, é um terreno fértil para “cultivar” os processos cognitivos, ético-sociais e existenciais da criança. “A socialização encontra no mundo do jogo a oportunidade de revalorizar tanto os seus reportórios de interacção como as possibilidades culturais” (Zabalza, 1998, p.83). O educador deve assim dar grande importância ao jogo, pois é uma ocasião propícia à socialização e à aprendizagem. Quando as crianças pequenas passam muito tempo em contexto de grupo, “os adultos têm uma oportunidade única para contribuir para os processos de construção de uma sólida base para a aprendizagem social das crianças” (Oliveira-Formosinho, 1999, p.47). O papel do educador no desenvolvimento da criança é “proporcionar experiências diversificadas e enriquecedoras, a fim de que as crianças possam fortalecer sua auto-estima e desenvolver suas capacidades” (Felipe, 2001, p.31). Durkheim (1972) considera a educação como imagem e reflexo da sociedade, como um facto fundamentalmente social. É neste sentido que os educadores devem trabalhar, tendo sempre em conta a individualidade de cada criança, respeitando sempre o seu tempo e o seu espaço, preparando-as para a vida futura em sociedade. Reforçamos a ideia que os primeiros anos são fundamentais para a formação da personalidade do bebé. Será papel do educador ajudá-lo a seguir em frente e caminhar com ele na apaixonante aventura de crescer. Segundo Oliveira-Formosinho (1998), “a forma como educamos as nossas crianças e as oportunidades que lhes criámos são decisivas para a vida actual da criança e para a vida futura do cidadão que vai emergindo, portanto, para a construção da sociedade de amanhã” (p.8). Neste sentido é fundamental que o educador faça uma boa organização e gestão do espaço sala e dos materiais, pois um ambiente bem pensado promove o progresso das crianças em termos de desenvolvimento físico, comunicação, competências cognitivas e interacções sociais. 16 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância As relações de afectividade e empatia estabelecidas pelo educador com as crianças, ajudam-nas a ganhar a sensação de confiança no mundo. “Quando os adultos são meigos e pacientes, as crianças aprendem a apreciar essas qualidades e, ao lidarem com os outros, poderão elas próprias exibir essas qualidades” (Hohman & Weikart, 2007, p.75). Papalia e Olds (2000) afirmam que o mais importante na qualidade da creche é o educador. O relacionamento das crianças com o educador pode ter influência marcante no seu comportamento com os colegas. Num estudo longitudinal realizado por Howes, Matheson e Hamilton (1994, referido por Papalia & Olds, 2000) as crianças que tinham formado apego seguro aos seus educadores tendiam a ser mais sociáveis, sensíveis, empáticas e estimadas do que aquelas que tinham apego inseguro. Abreu, Sequeira e Escoval (1990) referem que os educadores devem desenvolver estratégias que envolvam os pais, de modo a encorajá-los a participar no processo educativo. A temática da comunicação entre a creche ou o jardim-de-infância e a família será desenvolvida, mais à frente, no ponto 1.4.1 relativo à adaptação da criança ao jardim-deinfância e enquadrada pela teoria de Bronfenbrenner. 1.3. O papel do jardim-de-infância No jardim-de-infância, formando as crianças a nível pessoal e social, educando o seu sentido ético e estético, prepara-as para uma efectiva prática de cidadania: aprendem a importância do respeito, como é difícil negociar diferentes pontos de vista mantendo a amizade, aprendem acerca da diversidade e da igualdade de oportunidades, da paridade entre sexos, da diversidade de culturas, da importância de cuidar do ambiente e da saúde, interiorizando um sentido de responsabilidade social (Vasconcelos, 2007a, p.113). O jardim-de-infância é um estabelecimento de ensino pré-escolar destinado a acolher crianças com idades compreendidas entre os 3 anos e a idade de ingresso no ensino básico, com o objectivo de lhes proporcionar condições adequadas ao seu desenvolvimento (Assembleia da República, 2005). Os primeiros jardins-de-infância nasceram em consequência das grandes transformações operadas na sociedade com a Revolução Industrial. As primeiras instituições surgiram com o objectivo de responder à pobreza, abandono e maus-tratos de que as crianças eram vítimas. Assim, o desenvolvimento da educação pré-escolar deveu-se a factores de ordem social. Numa primeira etapa, a educação pré-escolar tinha como função compensar e atenuar os efeitos dos ambientes mais desfavorecidos, pois como afirma Silva (1998): Consideradas de início fundamentalmente como um substituto da educação familiar, quando estas instituições começaram a surgir, pouco se sabia dos processos de desenvolvimento e aprendizagem das condições mais favoráveis para estimular as potencialidades da criança. Também pouco se sabia dos efeitos que este novo meio traria ao seu desenvolvimento, e qual a melhor maneira de o organizar e dinamizar (p.7). 17 Sílvia Cristina Mateus Azevedo Só mais tarde, a partir do séc. XX, começou a ser explorado o potencial educativo deste novo ambiente criado para as crianças, em consequência do desenvolvimento de estudos da psicologia do desenvolvimento. Alguns jardins-de-infância passaram a ter em conta outras orientações e preocupações. Estes tentaram acompanhar o movimento reformista que defendia que “a criança se desenvolvia por um processo de desabrochar natural. A educação deveria acompanhar este desenvolvimento, proporcionando experiências educativas adequadas às competências das crianças em cada fase” (Spodek & Brown, 2010, p.202). Em 1995, foi elaborado o “Relatório Estratégico para o Desenvolvimento e Expansão da Educação Pré-Escolar” (Formosinho & Vasconcelos, 1996), que deu origem ao Plano de Expansão e Desenvolvimento da Educação Pré-Escolar em Portugal (Ministério da Educação, 1996) e que culminou na Lei-Quadro para a Educação Pré-Escolar (Assembleia da República, 1997). Esta Lei sugere claramente a expansão da rede de jardins-de-infância, considerando a educação pré-escolar como primeira etapa da educação básica, alicerce e suporte de uma educação ao longo da vida. Os objectivos da educação pré-escolar foram definidos no artigo 10º da Lei 5/97 de 10 de Fevereiro: - Promover o desenvolvimento pessoal e social da criança com base em experiências de vida democrática numa perspectiva de educação para a cidadania; - Fomentar a inserção da criança em grupos sociais diversos, no respeito pela pluralidade das culturas, favorecendo uma progressiva consciência do seu papel como membro da sociedade; - Contribuir para a igualdade de oportunidades no acesso à escola e para o sucesso da aprendizagem; - Estimular o desenvolvimento global de cada criança, no respeito pelas suas características individuais, incutindo comportamentos que favoreçam aprendizagens significativas e diversificadas; -Desenvolver a expressão e a comunicação através da utilização de linguagens múltiplas como meios de relação, de informação, de sensibilização estética e de compreensão do mundo; - Despertar a curiosidade e o pensamento crítico; - Proporcionar a cada criança condições de bem-estar e segurança, designadamente no âmbito da saúde individual e colectiva; - Proceder à despistagem de inadaptações, deficiências e precocidades, promovendo a melhor orientação e encaminhamento da criança; - Incentivar a participação das famílias no processo educativo e estabelecer relações de efectiva colaboração com a comunidade. Tendo por base os objectivos enunciados na Lei-Quadro, as Orientações Curriculares regem-se por um conjunto de princípios subjacentes, estando, no referido documento, contempladas as áreas de conteúdo e respectivos domínios que orientam a planificação das práticas pedagógicas. Nesta óptica, tal como referem as Orientações Curriculares para a educação préescolar, é importante uma pedagogia estruturada na educação e, por conseguinte, uma organização intencional e sistemática do processo pedagógico, recaindo sobre o educador a responsabilidade pedagógica, nomeadamente, observar, planificar, agir, e avaliar (Ministério da Educação, 1997). 18 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância Assim sendo, com a educação pré-escolar pretende-se contribuir para ajudar a criança a apropriar-se dos seus meios cognitivos, físico-motores e sócio-afectivos, designadamente, a criatividade, a curiosidade, a responsabilidade, a autonomia, o saber situar-se e desenvolver diferentes formas de integração no meio físico, biológico e social, tendo em consideração uma postura de análise crítica e reflexiva sobre o equilíbrio ecológico e os valores sócioculturais, bem como, desenvolver na criança diferentes formas de comunicação e de expressão. Apesar da educação pré-escolar não ser considerada como um ensino obrigatório, a mesma traduz-se como sendo “a primeira etapa da educação básica no processo de educação ao longo da vida” e, como tal, “implica que sejam criadas as condições essenciais para as crianças continuarem a aprender, isto é, importa que as crianças aprendam a aprender” (Ministério da Educação, 1997, p.17). Segundo Formosinho (2007), se é importante que as crianças: Frequentem a pré-escola é porque, nela e através dela, se desenvolvem competências e destrezas, se aprendem normas e valores, se promovem atitudes úteis para o desenvolvimento das crianças, para a sua inserção social, para o seu sucesso na escola e para a cidadania presente e futura (p.9). A instituição do jardim-de-infância deve organizar-se de forma a promover o desenvolvimento da criança. Esta organização passa pela interacção entre os diferentes intervenientes educativos: escola, família, meio envolvente e pela própria criança. Bairrão (1992) afirma que o jardim-de-infância assume actualmente uma função importante no desenvolvimento das crianças. Este refere que a educação de infância é benéfica para as crianças e que o jardim-de-infância contribui de forma inequívoca para o seu processo de socialização. O autor afirma que “As vantagens da Educação Pré-Escolar são, no entanto, muitas.... Seguramente vai preparar as crianças para a Escola, não só em termos de pré-requisitos mas, sobretudo, em termos de socialização” (p.42). Segundo Mendonça (2000), “O jardim-de-infância é, ele mesmo, antes de ser local de aprendizagem, um espaço de vida que pertence à própria vida e com ela se mistura” (p.40). Schwartz (1972, citado por Katz & McClellan, 1999), demonstrou a importância das relações com os colegas nos primeiros anos, referindo que “as crianças dos jardins de infância eram menos afectadas por situações estranhas se outra criança estivesse presente, mesmo que se tratasse de uma criança desconhecida, do que se estivessem sozinhas” (p.17). O jardim-de-infância é um espaço privilegiado de interacção social que permite a cada criança partilhar e trocar experiências, momentos de grande valor emocional e afectivo, importantes para o desenvolvimento individual, assim como do grupo. 19 Sílvia Cristina Mateus Azevedo 1.4. Adaptação da criança Ao entrar na… Pré-escola a criança se depara com um novo ambiente composto de adultos e crianças com os quais ela nunca interagiu. O distanciamento da família por longas horas do dia e a inserção em um novo ambiente, com rotinas específicas, exigirão da criança uma grande capacidade de adaptação. No entanto, este aspecto não diz respeito à criança, mas exige de sua família e também dos/as profissionais que atuam na escola infantil um processo de adaptação (Felipe, 2001, p. 32). 1.4.1. Adaptação da criança ao jardim-de-infância Não existe um consenso quanto ao conceito de adaptação social. Para Pité (1997) o conceito de adaptação social refere-se ao “processo de ajustamento de um indivíduo ao ambiente. No sentido sociológico, o termo aplica-se quando um indivíduo se ajusta a um grupo social” (p.10). Ao adaptar-se, um sujeito abandona hábitos ou práticas que faziam parte de seu comportamento, mas que estão negativamente avaliadas no contexto onde se deseja integrar, e eventualmente adquirir outros de acordo com as expectativas que se têm do seu novo papel. A adaptação, neste sentido, é uma forma de socialização secundária, já que opera tomando como base as habilidades sociais com as quais o sujeito já conta. Por sua vez, para a American Psychological Association (APA) (1995), a adaptação social diz respeito às habilidades para a realização de actividades diárias necessárias para a autosuficiência pessoal e social, possibilitando um melhor funcionamento na sua vida diária. A infância é uma etapa biologicamente útil, que se caracteriza como sendo o período de adaptação progressiva ao meio físico e social. A adaptação pode ser entendida como “equilíbrio”, cuja conquista dura toda a infância e adolescência e define a estruturação própria destes períodos existenciais. De acordo com o psicólogo Jean Piaget (1987), o conceito de inteligência relaciona-se com a capacidade de adaptação aos contextos em que cada indivíduo se integra. Para este autor (1987), a adaptação da criança ao jardim-de-infância é feita por assimilação de esquemas e por acomodação desses esquemas em novas estruturas mentais. É a partir dessas estruturas mentais que se faz o processo da aprendizagem, quer dizer, qualquer coisa “nova” que se aprenda só poderá ser assimilada se existir uma base de conhecimentos suficientes para isto. A criança ao contactar com um meio desconhecido provoca uma ruptura entre ela e o meio, causando um desequilíbrio. Para alcançar um novo estado de equilíbrio são necessários os mecanismos de assimilação e acomodação. “Piaget considera que é através da prática de jogo simbólico que a criança de idade do jardim-deinfância… desenvolve adequadamente a assimilação, que juntamente com a acomodação a ajudam a adaptar-se ao mundo” (Mendonça, 2000, p.34). O conceito de adaptação significa uma melhor vivência no meio. Essa melhor vivência, esse equilíbrio, não se refere apenas a um meio físico, mas antes de tudo, a um meio social. 20 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância Estar adaptado é antes de tudo estar ajustado às demandas do meio social, sejam elas quais forem (Figueiredo & Santi, 2004). Actualmente, essa noção é considerada muito importante na avaliação de crianças. O instrumento mais utilizado para a avaliação da adaptação social é a Vineland Adaptive Behavior Scales, a qual deriva da Vineland Social Maturity Scale, escala elaborada por Doll em 1953. As áreas de funcionamento examinadas são: comunicação, habilidades da vida quotidiana, socialização e habilidades motoras, havendo ainda uma área de problemas de comportamento (Sparrow, Balla & Cicchetti, 1984). As habilidades descrevem a maneira como um indivíduo responde, normalmente, às exigências ambientais e mostra o desempenho que este apresenta em actividades da vida diária dirigidas para a auto-suficiência pessoal e social. Remetem para o que as pessoas fazem habitualmente, e não para o que elas podem ou são capazes de vir a fazer (Coll, Marchesi & Palacios, 2004). Em relação ao conceito de adaptação, cada contexto de cuidado alternativo tem as suas particularidades, demandas e valores e se as características individuais da criança são compatíveis com estes, então ela tende a ser percebida mais rapidamente como bem adaptada (Klein & Ballantine, 1988). Num estudo realizado por Klein (1991) as crianças mais alegres e bem-dispostas, e que habitualmente manifestavam disponibilidade para experimentar situações novas e para conhecer pessoas, tinham melhor adaptação à instituição e ao grupo. Embora muitos autores reconheçam a importância dos primeiros dias no jardim-deinfância e admitam a necessidade de se organizarem actividades especiais neste período, designado como período de adaptação, não existe consenso quanto à caracterização deste período. O tempo de adaptação de uma criança ao jardim-de-infância, sendo este um ambiente novo para ela, e principalmente se vai pela primeira vez para uma instituição, é análogo à adaptação à creche. Para alguns autores a adaptação começa nos contactos iniciais dos pais com a instituição, pois as primeiras impressões influenciam a forma como estes se vão relacionar com o novo ambiente (Vitória & Rossetti-Ferreira, 1993). Enquanto para BloomFeshbach, Bloom-Feshbach e Gaughram (1980), a adaptação compreenderia o momento de entrada da criança na instituição até ao final do primeiro mês, segundo Fein (1995) o tempo de adaptação será mais longo, demorará entre três e seis meses após a entrada da criança na instituição. A entrada da criança no jardim-de-infância é um momento marcante, que origina ansiedade, tanto para as crianças, como para os pais e educador. Essa ansiedade pode variar muito, pois depende das manifestações emocionais e o tempo de duração em que se realiza todo o processo (Referenciais Curriculares Nacionais para Educação Infantil, 1998). Sebastiani (2003) refere que a entrada de uma criança numa instituição como o jardimde-infância é um acontecimento delicado. O processo de adaptação consiste no período em que a criança vai, gradativamente, separando-se dos pais e do ambiente familiar para 21 Sílvia Cristina Mateus Azevedo enfrentar uma situação nova que é o jardim-de-infância. A criança encontra-se face a um novo ambiente, composto de adultos e crianças com os quais ela nunca interagiu. A sua adaptação pode ser feita de duas maneiras: activamente, conquistando o ambiente, sendo feliz; passivamente, suportando o ambiente, sofrendo, sendo infeliz (Pereira, 1998). O período adaptativo da criança ao jardim-de-infância pode ser difícil e demorado. A separação da mãe ou de outra pessoa que cuide dela, geralmente, provoca na criança diversas sensações associadas ao medo, insegurança, tristeza entre outros, como consequência do rompimento dos laços afectivos; tal separação é capaz de marcar para sempre a sua vida adulta. Segundo Truchis (1988, citado por Portugal, 1998) “É um quadro que se pode traduzir por diferentes sintomas: agitação ou hipercontrolo, recusas, modificação dos ritmos, perturbações do sono, problemas alimentares e diversas manifestações somáticas” (p.183). O desconhecimento dos pais e a indiferença do jardim-de-infância em compreender esses aspectos tidos como fundamentais, pode conduzir a profundas interferências para o desenvolvimento infantil, que pode ser caracterizado desde as simples até às mais complexas. Segundo Bowlby (1982): É comprovadamente produtivo considerar muitos distúrbios psiconeuróticos e da personalidade nos seres humanos como um reflexo de um distúrbio da capacidade para estabelecer vínculos afetivos, em virtude de uma falha no desenvolvimento na infância ou de um transtorno subseqüente.... aqueles que padecem de distúrbios psiquiátricos – psiconeuróticos, sociopáticos ou psicóticos manifestam sempre deteriorização da capacidade para estabelecer ou manter vínculos afetivos (p.66). A perspectiva referida anteriormente parece muito assustadora, mas mostra o quanto o afecto é essencial para a vida, principalmente na infância. Neste período é consolidado todo o equilibro emocional e social que a criança levará para a sua vida. É na entrada para o jardim-de-infância que a criança começa a adaptar as competências e habilidades sociais, inserindo-se ou não em grupos de pares, adquirindo toda uma gama de comportamentos que a levarão a desenvolver-se (Vieira da Silva, Veríssimo & Santos, 2004). É nesse espaço feito de comunicações interpessoais que se vivenciam as primeiras mudanças, os primeiros conflitos e os primeiros confrontos com uma realidade não tão protegida quanto a familiar. Deste modo, a entrada para o jardim-de-infância constitui uma importante mudança na vida da criança. “Esta mudança, em si, é tanto melhor vivida quanto mais o indivíduo tiver vontade de mudar” (Lurçat, 1982, p.24). A adaptação da criança ao jardim-de-infância é descrita por Bronfenbrenner (1987,1989, referido por Vasconcelos, 2007b) como paradigmática da sua competência para funcionar bem numa diversidade de contextos ecológicos. Uma abordagem por sistemas ecológicos pressupõe que nenhuma das situações vividas pela criança opera de modo independente das outras. Por isso deve existir uma forte ligação entre o contexto pré-escolar e a família, sendo estes contextos simultaneamente afectados por outros factores externos. Segundo Dunlop (2003, referido por Vasconcelos, 2007b), de acordo com a teoria de Bronfenbrenner, a criança em situação de transição ocupa, pelo menos, dois microssistemas 22 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância ecológicos: o mundo da família, o mundo da creche e/ou do jardim-de-infância, contextos estes que são interdependentes. A intercepção entre estes microssistemas constitui aquilo a que Bronfenbrenner denomina de mesossistema. O exossistema abrange acontecimentos e iniciativas nas quais a criança pode não estar presente, mas que influenciam o contexto anterior. A habitação, a saúde, o emprego dos pais ou a estrutura comunitária, podem afectar a criança inserida na respectiva instituição, tornando a partilha de informação e a articulação conjunta como elementos cruciais. O macrossistema engloba as concepções teóricas, o sistema de valores, a cultura, as políticas governamentais que, de modo decisivo, vão influenciar os sistemas anteriores. Para que cada parte do sistema funcione efectivamente, torna-se necessária uma boa articulação entre sistemas: trabalho conjunto, passagem de informação e partilha de poder. Segundo Formosinho, (2000): Mais do que cenários desconcertados, as crianças beneficiam de sistemas de atenção e educação que estejam bem ligados entre si, cujas influências não se neutralizem ou curto-circuitem, mas que se completem mutuamente, proporcionando, no seu conjunto, oportunidades ricas e polivalentes (p.12). Waters e Sroufe (1983) e Hay, Payne e Chadwick (2004), referidos por Torres, Santos e Santos (2008), referem que o contacto com uma nova rede social de adultos e outras crianças é uma oportunidade para o desenvolvimento sócio-emocional, ao mesmo tempo que representa um desafio às capacidades de adaptação da criança num ambiente social complexo. A qualidade da adaptação ao jardim-de-infância pode determinar em grande parte o desenvolvimento social nesta faixa etária, bem como ter importantes implicações para o ajustamento psicossocial durante o resto da vida (Wood, Emmerson, & Cowan, 2004). Segundo o modelo de desenvolvimento sócio-emocional proposto por Waters e Sroufe (1983, referido por Torres et al., 2008), as vicissitudes da adaptação da criança a novas situações sociais dependem: a) Dos recursos materiais e sociais disponíveis no ambiente externo; b) Dos recursos pessoais da criança, nomeadamente ao nível das competências sociais para estabelecer relacionamentos e interacções positivas e para explorar o ambiente de forma adequada. Esta ideia também é defendida por Wallon (1975) quando menciona que “o ser vivo adapta-se a um certo meio segundo as suas próprias necessidades e segundo os meios à sua disposição de o fazer” (p.202). Para o autor o meio é um complemento indispensável à criança, a sua integração é um processo dinâmico de transformação constante pela presença de novos meios, novas necessidades e novos recursos que aumentam as capacidades de evoluir. Cordeiro (2010) refere que adaptação ao jardim-de-infância deve ser gradual, com aumento de tempo e inclusão de mais uma actividade, de modo a criar rotinas e um caminho evolutivo seguro. A mesma opinião tem Truchis (1988, citado por Portugal, 1998), pois 23 Sílvia Cristina Mateus Azevedo considera que as dificuldades de adaptação da criança são menores se lhe é permitido um conhecimento progressivo da pessoa que se ocupará dela. “A criança poderá então estabelecer novos pontos de referência e desenvolver uma dupla interiorização: as imagens parentais e a imagem da pessoa que a acolhe” (p.184). Gottlieb (1991) e Strayer (1997) referidos por Vieira da Silva et al. (2004) encaram os problemas de adaptação social como a canalização do comportamento precoce numa trajectória adaptativa particular, que implica a perda de potencialidades essenciais para o desenvolvimento das competências das crianças. As manifestações mais habituais de crianças com problemas de adaptação social são a agressão e o isolamento. A entrada no jardim-de-infância envolve um conjunto de factores que influenciam a adaptação da criança. Entre eles podemos destacar os sentimentos dos pais sobre a entrada do filho na instituição, a idade e o temperamento da criança e a qualidade do atendimento da instituição. Na maioria das vezes, estes factores relacionam-se entre si sendo difícil examinar o papel específico de cada um no processo de adaptação aos cuidados alternativos. De acordo com Howes (1983, referido por Torres et al., 2008), o estabelecimento, manutenção e estabilidade de relações positivas de amizade parecem conduzir ao desenvolvimento de competências sociais mutuamente aprendidas, que se tornam cada vez mais sofisticadas. Segundo Ladd e Price (1987) e Rubin e Coplan (1998), referidos por Torres et al. (2008), estes são factores considerados importantes para uma melhor adaptação ao jardim-de-infância. Tal como acontece na creche, um factor que influencia as reacções da criança durante o período de adaptação ao jardim-de-infância é a forma como a família, principalmente a mãe, percebe e sente a entrada do filho no jardim-de-infância (Rossetti-Ferreira & Amorim, 1996). É habitual os pais sentirem-se inseguros e desconfiados, principalmente quando se trata do primeiro filho e se entra pela primeira vez numa instituição. Existem casos no jardim-de-infância, tal como acontece na creche, em que é mais difícil para os pais separarem-se da criança do que para a criança adaptar-se ao novo ambiente (Brazelton, 1994). Segundo McMahon (1994) as mães podem experienciar sentimentos ambivalentes, conscientes ou inconscientes, sobre deixar as suas crianças aos cuidados de outras pessoas. Uma criança socialmente eficaz para Rose-Krasnor, Rubin, Booth e Coplan (1996) é aquela que adquire recursos que lhe permitem obter situações sociais seguras e gratificantes, tendo capacidade para negociar as interacções sociais. Renshaw e Asher (1982, referidos por Rose-Krasnor et al., 1996) referem que a criança que demonstra, ao mesmo tempo, fraca capacidade no relacionamento interpessoal e na resolução de problemas, e é identificada pelos seus pares e educador como agressiva ou socialmente isolada, não pode ser entendida como socialmente competente. Esta criança é frequentemente rejeitada pelos seus pares. Fortin e Bigras (1996, referidos por Vieira da Silva et al., 2004) referem que é fundamental actuar utilizando planos de intervenção precoces enquanto a flexibilidade comportamental da criança o permite e antes que falhem as aprendizagens sociais indispensáveis a uma boa adaptação. 24 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância Uma investigação compreensiva da adaptação da criança aos cuidados alternativos requer que a sua idade também seja considerada (Zajdeman & Minnes, 1991). Isto porque algumas etapas do desenvolvimento são mais críticas do que outras para a entrada da criança em cuidados alternativos. Contudo, os mesmos autores (1991) referem que os dados sobre as eventuais diferenças de género não são consistentes, uma vez que os autores não encontraram o género da criança nem a interacção do género com a idade como preditores com relevância para explicar a adaptação da criança aos cuidados alternativos. Por outro lado, o temperamento da criança mostrou ter um papel significativo na sua adaptação, tal com o estudo de Klein (1991), já referido, o tinha demonstrado. 1.4.2. O papel da família na adaptação da criança ao jardim-de-infância Arboleda (2001) menciona que “La família cumple la primeira y más importante función de socialización en la vida del ninõ. Por consiguiente, el clima social de la família en que se educan los hijos resulta fundamental para explicar su nível de adaptación” (p.80). Assim a família, principalmente os pais, tem um papel fundamental na adaptação da criança ao jardim-de-infância. O processo de adaptação inicia-se antes da entrada propriamente dita no jardim-deinfância. Cordeiro (2010) refere que os pais não devem informar a criança da sua ida para o jardim-de-infância muito tempo antes, a não ser como uma ideia muito vaga, para que esta não crie expectativas e gere ansiedade por antecipação. Os pais devem levar a criança a visitar o jardim-de-infância, com o objectivo de “mostrar o espaço de uma forma protegida, e criar algum apetite por ele, sem que os aspectos negativos, como a ansiedade de separação, tenham algumas hipóteses de surgir” (p.362). É importante que, no período de adaptação, a mãe, o pai ou outro familiar permaneçam junto da criança para a auxiliar na exploração deste ambiente estranho e no estabelecimento de novos relacionamentos com os educadores e as outras crianças (Balaban, 1988). Os pais no período de adaptação da criança devem tratar com naturalidade o primeiro contacto com o jardim-de-infância e nunca deixar de levá-la. É fundamental que os pais não se atrasem para irem buscar os filhos, para que eles não tenham a terrível sensação de que não voltarão para casa. Os filhos sentem-se mais seguros ao ver os pais à porta da escola. Faltas frequentes ou irregularidades nos horários de entrada e saída dificultam a adaptação, que tende a estender-se por mais tempo (Vitória & Rossetti-Ferreira, 1993). Os pais quando vão deixar a criança ao jardim-de-infância nunca a devem distrair para se irem embora, é melhor que ela os veja a irem-se embora, mesmo que fique a chorar. Durante o período de adaptação os pais não devem alterar os hábitos da criança, por exemplo: deixar de usar fraldas ou a chupeta. 25 Sílvia Cristina Mateus Azevedo Para Rubin, Stewart e Chen (1995, referidos por Vieira da Silva et al., 2004), o vínculo entre a criança e a mãe permite o desenvolvimento na criança de inúmeras aptidões e competências sociais. Estas são indispensáveis para obter relações positivas com os seus pares e também fornecem uma base segura que a estimula a explorar o meio social, desenvolvendo a capacidade de resolução de problemas. A criança transpõe da relação que tem com a progenitora, estratégias e modelos de interacção para as suas relações posteriores. A qualidade da relação primária pode, deste modo, fomentar o desenvolvimento de comportamentos adaptados ou inadaptados na criança. De acordo com os pressupostos desenvolvidos por Bowlby (1969, 1973) e Ainsworth, Blehar, Waters e Wall (1978) referidos por Gleitman (1999) na sua teoria da vinculação, a qualidade da relação estabelecida entre o bebé e a figura de vinculação tem implicações na vida social da criança, contudo os processos que podem ligar causalmente os fenómenos de vinculação aos pais e a relação da criança com as outras crianças podem ser variados. A qualidade das relações parentais tem um papel importante, principalmente na adaptação e aceitação da criança ao novo contexto educativo. Alves (2000) verificou uma associação entre a qualidade e segurança da vinculação e a adaptação social de crianças em idade pré-escolar. Assim, as crianças percepcionadas pelas mães como inseguras e dependentes foram consideradas pelas educadoras como as mais ansiosas e isoladas. Por sua vez, as crianças representadas como sendo seguras e independentes foram descritas como as menos agressivas, enquanto que as percepcionadas como inseguras e independentes foram assinaladas como as mais agressivas. Segundo Troy e Sroufe (1987) e Park e Waters (1989), referidos por Torres et al. (2008), as crianças de idade pré-escolar com uma vinculação segura são mais empáticas e competentes com os seus pares e, simultaneamente, têm melhores desempenhos nas medidas sociométricas de popularidade, bem como uma melhor qualidade de interacção com os amigos pré-escolares do que as crianças com vinculação insegura. Após o momento em que uma criança é confinada a alguém que não os pais, as interacções com estes tornam-se mais limitadas. A criança perde os seus pontos de referência e daí resulta uma desorganização, inquietude, se não mesmo angústia e sofrimento (Portugal, 1998). Os pais têm que dar a conhecer ao educador informações sobre as crianças, as suas necessidades básicas, as características evolutivas e quanto aos aspectos de saúde, higiene e nutrição infantil. É, pois, fundamental garantir uma comunicação fluida e eficaz entre a família e o jardim-de-infância para que a adaptação da criança a este contexto contribua para o seu desenvolvimento integrado. 26 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância 1.4.3. O papel do educador de infância na adaptação da criança ao jardim-de-infância O comportamento do cuidador é um dos aspectos da qualidade do atendimento mais relevantes para compreender a adaptação da criança. A qualidade dos cuidados pode depender, em parte, da habilidade dos profissionais em serem responsivos, levando em conta os padrões individuais de cada criança (Fein, 1995). A adaptação ao jardim-de-infância diz respeito a toda a personalidade, mas mobiliza particularmente a esfera afectiva da criança. É para esta que se deve dirigir a atenção do educador, a fim de que a cada criança seja assegurada uma adequada possibilidade de autoconfiança e de integração grupal (Laeng, 1978). Segundo Lurçat (1982) a criança que não é envolvida pela educadora poderá reagir de maneira a pôr em causa a sua adaptação. Segundo Truchis (1988, referido por Portugal, 1998) é necessário que o educador tenha noções precisas sobre o desenvolvimento da criança, ritmos variáveis de aquisições e processo de individualização, importância da relação criança-pais, reacções à separação e meios para ultrapassar; critérios de boa adaptação e sinais de sofrimento; problemas dos pais que confiam o seu filho a terceiros e diferenças culturais. O educador deve organizar o ambiente tendo em conta as singularidades das crianças, com a habilidade de, a partir dessas singularidades, desenvolver acções que favoreçam a constituição de um sujeito colectivo, que respeite o outro nas suas diferenças. O educador também deve transmitir à criança uma imagem de afabilidade e segurança que a ajudará a ter confiança em si própria. O educador deve estabelecer laços com as crianças, tendo em conta a especificidade do grupo, desenvolvendo relações de confiança e atenção. Tendo em conta que as interacções com os adultos que a rodeiam (Post & Hohmann, 2007) “proporcionam o „combustível‟ emocional de que os bebés e as crianças precisam para desvendar os mistérios com que se deparam no seu mundo social e físico” (p.12), é importante assegurar relações de confiança e apoio entre o educador e a criança, para que esta se sinta protegida e segura. Segundo Goossen e Van Ijzendoorn (1990), a qualidade da relação entre a criança e o educador está interligada com a sensibilidade do mesmo. Oferecendo um ambiente calmo, sensível e estável, transmitindo-lhe segurança, poderá levar a criança a estabelecer uma vinculação segura e sentir-se compensada do stress gerado pela separação da mãe. Deste modo, o educador deve não só fornecer um meio estimulante a nível de aquisições linguísticas e cognitivas, como também ajudá-la a estabelecer relações seguras fora do ambiente familiar, através dos seus cuidados e relacionamento. Nesse sentido, entendemos que o papel do educador é de fundamental importância no estabelecimento de vínculos afectivos e de confiança com a criança e sua família. A relação do educador com o grupo de crianças e com cada uma em particular é constante, dá-se o tempo todo, na sala, no pátio ou nos passeios, e é em função dessa proximidade afectiva que 27 Sílvia Cristina Mateus Azevedo se dá a interacção com os objectos e a construção de um conhecimento altamente envolvente. Como afirma Saltini (1997): Essa interrelação é o fio condutor, o suporte afetivo do conhecimento…. Neste caso, o educador serve de continente para a criança. Poderíamos dizer, portanto, que o continente é o espaço onde podemos depositar nossas pequenas construções e onde elas tomam um sentido, um peso e um respeito, enfim, onde elas são acolhidas e valorizadas, tal qual um útero acolhe um embrião (p.89). Segundo Katz e McClellan (1991, referidos por Lino, 1999), o educador deve fornecer modelos de interacção, definir os seus padrões na sala e propiciar auxílio às crianças que se encontram num processo de aquisição e fortalecimento da compreensão e das capacidades sociais. O educador deve estabelecer um clima interpessoal apoiante, colocando em prática estratégias de interacção positiva. Ao proporcionar uma estrutura que apoia os acontecimentos e actividades diárias, fornece uma “organização social que cria uma comunidade e prepara o palco para as interacções sociais em desenvolvimento” (Hohman & Weikart, 2007, p. 225). Este clima é essencial para a aprendizagem activa, porque ela é fundamentalmente um processo social interactivo. Como futura Educadora, penso que seria muito positivo que as Educadoras de Infância explorassem mais o currículo High-Scope e divulgassem, com ele, a incontestável importância da aprendizagem ser activa e significativa. Por outro lado, segundo Oliveira-Formosinho (1999), o espaço institucional é um espaço socializado. O educador tem que oferecer condições para que a criança possa desenvolver a sua autonomia, identidade, espírito de cooperação e solidariedade. O educador, no âmbito do currículo High-Scope, tem que “arranjar o espaço para que os aprendizes activos façam aprendizagens activas” (Oliveira-Formosinho, 1999, p. 55). O espaço deve ser organizado de forma cuidada, com intencionalidade, permitindo que a criança possa ter o maior número possível de oportunidades de aprendizagem pela acção. A partir da actividade lúdica a criança prepara-se para a vida, assimilando o meio em que vive, integrando-se nele, adaptando-se às condições que o mundo lhe oferece e aprendendo a conviver como ser social. O espaço deve exigir grande investigação e investimento do educador. 28 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância PARTE II – ESTUDO EMPÍRICO Uma investigação é, por definição, algo que se procura. É um caminhar para um melhor conhecimento e deve ser aceite como tal, com todas as hesitações, os desvios e as incertezas que isto implica (Quivy & Campenhoudt, 2008, p.29). 29 Sílvia Cristina Mateus Azevedo 2. Introdução Depois de se ter identificado o campo de estudo e apresentado a informação considerada relevante para o enquadramento teórico da nossa investigação, a presente parte pretende descrever e fundamentar a metodologia utilizada no estudo desenvolvido. A escolha da metodologia a utilizar num trabalho de investigação educacional depende dos objectivos, do tipo de questões a que o estudo procura responder, da natureza do fenómeno a estudar e das condições em que o mesmo decorre (Tuckman, 2005). O estudo segue uma metodologia qualitativa - o estudo de caso – e deriva da seguinte questão: Em que medida a frequência de creche contribui para a adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância? Esta questão surgiu no contexto da realização da “Prática Supervisionada em Educação Pré-escolar”, a partir de observações feitas a crianças que entraram para o jardim-deinfância. Nestas observações chamou-nos a atenção as diferenças que pudemos observar, na participação em rotinas e actividades, assim como na interacção com as outras crianças e adultos, entre as crianças que frequentaram a creche e outras que não a frequentaram. Por este motivo e por considerarmos que a creche desempenha, actualmente, um importante papel no desenvolvimento da criança, consideramos pertinente realizar o estudo sobre o papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância. Este estudo tem como objectivos: Analisar se as crianças que frequentaram a creche se adaptam melhor às rotinas diárias do jardim-de-infância. Analisar se as crianças que frequentaram a creche aderem mais às propostas de diferentes actividades do jardim-de-infância. Analisar se as crianças que frequentaram a creche interagem melhor com os colegas da sala. Analisar se as crianças que frequentaram a creche interagem melhor com os adultos. 30 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância 2.1. Investigação Qualitativa – Justificação da Opção metodológica Os investigadores que adoptam uma perspectiva qualitativa estão mais interessados em compreender as percepções individuais do mundo, procuram compreensão, em vez de análise estatística (Bell, 2008, p. 20). Nos últimos anos, a investigação de natureza qualitativa tem sido cada vez mais utilizada em Educação. A investigação qualitativa tem, na sua essência, segundo Bogdan e Biklen (1994), cinco características: (1) a fonte directa dos dados é o ambiente natural e o investigador é o principal agente na recolha desses mesmos dados; (2) os dados que o investigador recolhe são essencialmente de carácter descritivo; (3) os investigadores que utilizam metodologias qualitativas interessam-se mais pelo processo em si do que propriamente pelos resultados; (4) a análise dos dados é feita de forma indutiva; e (5) o investigador interessa-se, acima de tudo, por tentar compreender o significado que os participantes atribuem às suas experiências. O estudo em causa segue uma metodologia qualitativa de orientação naturalista e interpretativa - o estudo de caso. É naturalista, no sentido em que o estudo de determinado fenómeno deve ocorrer no seu contexto natural e no qual o investigador deve respeitar a evolução natural do fenómeno, não criando interferências intencionais ou procurando manipulá-lo. Na investigação qualitativa a fonte directa de dados é o ambiente natural, constituindo o investigador o instrumento principal…. Os investigadores qualitativos frequentam os locais de estudo porque se preocupam com o contexto. Entendem que as acções podem ser mais bem compreendidas quando são observadas no seu ambiente habitual de ocorrência. Os locais têm que ser entendidos no contexto da história das instituições a que pertencem (Bogdan & Biklen, 1994, pp.47-48). A investigação é interpretativa porque tem como grande objectivo procurar a forma mais adequada de tornar mais inteligíveis os mundos da experiência daqueles que estão a ser estudados (Denzin & Lincoln, 2006). Assim, procura não só estudar o indivíduo num contexto, como também compreender os significados que este atribui à sua vida. No que diz respeito ao papel do investigador existem três critérios fundamentais que devem reger o comportamento do investigador na área qualitativa: a) a clarificação de critérios utilizados; b) a operacionalização desses critérios no processo de investigação através de procedimentos específicos (consistindo isto numa forma privilegiada de clarificação); c) a explicitação da operacionalização dos critérios nos relatórios da investigação, isto é, a documentação sistemática dos procedimentos utilizados pelo investigador (Lessard-Hebert, Goyette & Boutin, 2005, p.64). Lessard-Hebert et al. (2005) sublinham que “o carácter de proximidade entre o investigador e os participantes na investigação qualitativa está centrado na construção de sentido. Esta proximidade manifesta-se tanto no plano físico (o terreno) como no simbólico (a linguagem) ” (p.47). 31 Sílvia Cristina Mateus Azevedo A adopção da metodologia qualitativa tem por base o facto de que nenhuma informação é trivial ou menos importante, ou seja, qualquer potencial informação pode constituir uma pista capaz de ajudar à melhor compreensão do objecto de estudo. Além disso, “os investigadores qualitativos interessam-se mais pelo processo do que simplesmente pelos resultados” (Bogdan & Biklen, 1994, p.48). O investigador/entrevistador não deve demonstrar opinião ou posição relativamente aos fenómenos abordados mantendo-se numa posição neutra e, simultaneamente, deve estimular a participação do informante. Posto isto, “é necessário calcular a quantidade correcta de participação e o modo como se deve participar” (Bogdan & Biklen, 1994, p.125). O facto de haver uma grande proximidade na relação entre o investigador e os participantes no estudo, as crianças, pode ser considerado como uma vantagem, no sentido de que existe um maior e diversificado conhecimento mútuo dos intervenientes na investigação, deixando este de ser considerado um elemento perturbador ou estranho no ambiente. Estamos, pois, de acordo com Bogdan e Biklen (1994) quando afirmam que a investigação em educação pode tirar partido da relação de proximidade existente entre o investigador e o objecto de estudo. Para terminar esta abordagem destaca-se a seguinte afirmação, que valoriza a importância do desempenho do investigador: “a essência da investigação qualitativa assenta numa abordagem minuciosa tão sensível como criativa de entrevista aos inquiridos, análise e interpretação dos dados recolhidos, de uma forma que seja potencialmente relevante para o desenho da investigação” (Robson & Foster, 1989, p.14, citado por Duarte, 2010, p.56). 2.1.1. O Estudo de Caso na Investigação Qualitativa Esta investigação em educação segue a metodologia do estudo de caso por ser a que se demonstra como mais adaptada à realidade que pretendemos estudar. O estudo de caso representa um método de investigação relevante, sobretudo porque assenta numa pesquisa intensiva e aprofundada de um determinado objecto de estudo, que se encontra extremamente bem definido e que visa compreender a singularidade e globalidade do caso em simultâneo. É uma investigação que se assume como particularística, isto é, que se debruça deliberadamente sobre uma situação específica que se supõe ser única ou especial, pelo menos em certos aspectos, procurando descobrir o que há nela de mais essencial e característico e, desse modo, contribuir para a compreensão global de um certo fenómeno de interesse (Ponte, 2006, p.2). Este estudo de caso assume uma dimensão qualitativa, pois segundo Almeida e Freire (2000), procura analisar “os fenómenos a partir da perspectiva do outro ou respeitando os seus marcos de referência e o interesse em conhecer a forma como as pessoas experienciam e interpretam o mundo social que também acabam por construir interactivamente” (p.98). 32 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância Para caracterizar o estudo de caso, Lüdke e André (1986) referem sete características para a investigação qualitativa: (1) visam a descoberta, (2) dão maior relevância à “interpretação no contexto”; (3) procuram retratar a realidade de forma completa e profunda; (4) utilizam várias fontes de informação; (5) revelam experiência e permitem generalizações naturalistas; (6) procuram representar os diferentes e, às vezes, divergentes pontos de vista, presentes numa situação social; (7) utilizam uma linguagem e uma forma mais acessível do que outros métodos de investigação. Num estudo de caso, o investigador, depois de recolher todo o tipo de dados de cariz qualitativo, tem poucas orientações ou caminhos no sentido de analisar os dados obtidos, portanto, é essencial conhecer a perspectiva dos participantes e compreender o seu ponto de vista para tentar perceber o significado que eles atribuem às diferentes situações propostas pelo investigador. Como principais vantagens deste tipo de investigação podemos sublinhar, de facto, a adequação de um tal método para caracterizar e apreender as características particulares de um determinado indivíduo. Outra vantagem muito importante nos estudos de caso é o facto de o investigador poder, a qualquer momento da investigação, alterar os métodos da recolha de dados e estruturar novas questões de investigação. Vários autores, como Lee, Yarger, Lincoln, Guba, Gravemeijer e Shulman (referidos por Vale, 2000) recomendam como metodologia de investigação o estudo de caso, considerando-o a melhor escolha para uma investigação naturalista em educação. Entretanto, temos consciência dos limites e riscos desta modalidade de investigação: A escolha de um determinado foco, seja ele um local na escola, um grupo em particular, ou qualquer outro aspecto, é sempre um ato artificial, uma vez que implica a fragmentação do todo onde ele está integrado. O investigador qualitativo tenta ter em consideração a relação desta parte com o todo, mas, pela necessidade de controlar a investigação, delimita a matéria de estudo. Apesar do investigador tentar escolher uma peça que constitua, por si só, uma unidade, esta separação conduz sempre a alguma distorção (Bogdan & Biklen, 1994, p.91). No que diz respeito à “generalização” das conclusões e resultados de um estudo de caso, é necessário salientar que esta metodologia de investigação não tem o propósito de generalizar os resultados obtidos, mas sim de conhecer profundamente casos concretos e particulares (Merriam, 1988; Yin, 2005). Em relação ao estudo em causa, o caso pretende comparar a adaptação ao contexto de jardim-de-infância entre duas crianças que frequentaram creche e duas crianças que não frequentaram. Portanto, o seu interesse incide naquilo que ele tem de único, de particular, mesmo que posteriormente venham a evidenciar semelhanças com outros casos (Lüdke & André, 1986). Deste modo, o presente estudo, é um estudo de caso comparativo. Segundo Bogdan e Biklan (1994) e Yin (2005) um estudo de caso comparativo é um estudo de dois ou mais casos que se efectuam para serem comparados e/ou contrastados. 33 Sílvia Cristina Mateus Azevedo 2.2. Identificação do local do estudo O estudo foi desenvolvido numa instituição que funciona com valência de creche e jardim-de-infância. 2.3. Participantes no estudo Determinado grupo de indivíduos „representa‟ particularmente bem determinado fenómeno, opinião ou comportamento e, por esse facto, são escolhidos para o seu estudo (Almeida & Freire, 2000, p.105). Neste ponto são caracterizados os participantes que activamente fizeram parte da investigação, participando como entrevistados e as crianças que foram alvo de observações. Para se poder realizar este estudo, a Directora Pedagógica da instituição foi informada, durante o mês de Setembro de 2010, através de carta, da pretensão e objectivos gerais do estudo. Foi-lhe solicitada autorização e colaboração (Cf. Anexo A1). Após esta autorização, foram contactadas as Educadoras responsáveis pelas crianças que participaram no estudo, também através de carta, da pretensão e objectivos gerais do estudo, às quais foram solicitadas as devidas autorizações e colaborações (Cf. Anexo A2; Anexo A3). Após esta fase, todos os Pais das crianças foram informados e esclarecidos sobre o estudo e a sua importância, primeiro pessoalmente e, depois, por escrito (Cf. Anexo A4). A todos foi pedida a participação, colaboração e autorização para a utilização dos vários registos e observações, sendo desde logo salvaguardada a necessária privacidade dos intervenientes, principais factores para levar a cabo a investigação. 2.3.1. Caracterização dos participantes no estudo A constituição da amostra num estudo de caso é sempre intencional. A escolha de um certo tipo de amostra baseia-se em critérios pragmáticos e teóricos. Esta selecção permite ao investigador aprender o máximo sobre o fenómeno em estudo (Vale, 2000). A nossa amostra de estudo é constituída por duas crianças que frequentaram creche e duas que não frequentaram, de modo a ser possível comparar a adaptação destas ao contexto do jardim-de-infância. Este método intencional de amostragem, segundo Almeida e Freire (2000), impossibilita a generalização dos dados e das conclusões obtidas para outras situações ou amostras. Neste sentido, a amostra, em todo e qualquer estudo de caso, constitui um passo fundamental de todo o processo, de tal modo que desempenha um papel central na própria investigação. E o processo de amostragem só está concluído quando se esgota a informação a extrair através do confronto das várias fontes de evidência. 34 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância Nesta investigação, para ser possível tentar dar resposta à nossa questão, decidiu-se integrar crianças oriundas de duas salas de 3 anos do Pré-Escolar, devido ao facto de só existirem duas crianças que nunca frequentaram creche. Assim, optou-se por estudar 3 crianças, numa das salas, duas que frequentaram creche e continuam com a mesma Educadora e outra que não frequentou creche. Na outra sala optou-se por estudar apenas a criança que não frequentou creche. A cada criança do estudo foi atribuída uma referência. Quadro 1 - Caracterização das Crianças Referência da Criança Idade Género Frequentou creche C1 3anos Feminino Sim C2 3anos Masculino Sim C3 3anos Feminino Não C4 3anos Masculino Não As Educadoras participantes neste estudo são as responsáveis pelos grupos de crianças que entraram para o jardim-de-infância, salas dos 3anos. Tivemos como preocupação recolher dados que permitissem uma caracterização das Educadoras relativamente às variáveis identificadas no quadro que a seguir apresentamos. Quadro 2 - Caracterização das Educadoras Sujeitos entrevistados EA EB Idade Habilitações Formação 40 Licenciatura 34 Licenciatura Educadora de Infância Animadora Sociocultural Educadora de Infância Tempo de serviço 16anos 10anos 3anos Outros participantes no estudo, além das crianças e das Educadoras, foram os Pais das quatro crianças que, ao longo da elaboração do nosso estudo, foram alvo das observações. Desta forma, para cada um dos participantes procurámos reunir as principais informações que os caracterizam enquanto pessoas e enquanto profissionais. Ou seja, qual o nível etário a que pertencem, quais as habilitações literárias que possuem e quais as competências profissionais que demonstram. Estas informações foram retiradas do processo individual dos respectivos filhos e têm em vista dar-nos uma visão mais abrangente e precisa dos progenitores. O quadro seguinte exprime as informações anteriormente descritas: Quadro 3 - Caracterização dos Pais Referência da Criança C1 C2 C3 C4 Parentesco Idade Habilitações Profissão Mãe Pai Mãe Pai Mãe Pai Mãe Pai 30 35 36 36 30 29 34 32 12ºano 12ºano Licenciatura Licenciatura Licenciatura 12ºano Licenciatura Licenciatura Vigilante Vendedor Gestora Financeira Gestor Administrativa Vendedor Dentista Advogado 35 Sílvia Cristina Mateus Azevedo 2.4. Técnicas de recolha de dados / Instrumentos Qualquer descoberta ou conclusão em um estudo de caso provavelmente será muito mais convincente e acurada se baseada em várias fontes distintas de informação, obedecendo a um estilo corroborativo de pesquisa (Yin, 2005, p.126). A investigação qualitativa tem por base técnicas de recolha de dados descritivas e a sua análise cuidadosa. “No processo de recolha de dados, devemos escutar correctamente, colocar questões pertinentes e observar detalhes” (Bogdan & Bilken, 1994, p.291). A utilização de várias fontes de dados na construção de um estudo de caso, permite-nos considerar um conjunto mais diversificado de tópicos de análise e, ao mesmo tempo, permite comprovar o mesmo fenómeno (Yin, 2005). Segundo este autor, existem três princípios para a recolha de dados: usar múltiplas fontes de evidências, construir, ao longo do estudo, uma base de dados, formar uma cadeia de evidências. As técnicas utilizadas nesta investigação são: a análise documental, a observação e as notas de campo. Segundo Bell (2008), os instrumentos “são seleccionados e estabelecidos de forma a permitir-lhe obter respostas. O instrumento é apenas a ferramenta que lhe permite recolher a informação, mas é importante que seleccione a ferramenta mais adequada” (p.99). A escolha e a utilização dos instrumentos permitem ao investigador compreender, descrever, explorar e avaliar a qualidade dos dados obtidos através das várias fontes (De Ketele & Roegiers, 1999). Para sistematizar e introduzir algum rigor na recolha dos dados optámos por utilizar, paralelamente, alguns instrumentos (Cf. Anexo B) de acordo com os objectivos da pesquisa. Neste sentido, utilizaremos: Grelha de observação de participação nas actividades Grelha de observação de interacções Escala de Envolvimento da Criança Entrevista Semi-estruturada 2.4.1. Análise Documental Nesta investigação será feita a análise dos processos individuais das crianças das salas dos 3anos. Esta técnica permite-nos ficar a conhecer em que contexto as crianças estiveram inseridas no ano anterior e outros dados que se podem revelar importantes para a pesquisa. Esta técnica de recolher dados consiste, do nosso ponto de vista, num método rápido de obtenção de informações pertinentes e canalizar o esforço do investigador para o que é essencial – isto é, observação, leitura e análise dos dados recolhidos. Esta opinião vai ao encontro de Quivy e Campenhoudt (2008), pois consideram que o método possibilita “A 36 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância economia de tempo e de dinheiro que permite ao investigador consagrar o essencial da sua energia à análise propriamente dita” (p.203). 2.4.2. Observação A observação pode ser directa ou indirecta. Nesta investigação utilizaremos a observação directa, onde “o próprio investigador procede directamente à recolha de informações, sem se dirigir aos sujeitos interessados” (Quivy & Campenhoudt, 2008, p.164). Achamos este tipo de recolha de dados extremamente importante, pois possibilitará um contacto pessoal e estreito com o campo empírico e uma aproximação da amostra em estudo. Quivy e Campenhoudt (2008) consideram mesmo que os métodos de observação são “os únicos métodos de investigação social que captam os comportamentos no momento em que eles se produzem em si mesmos, sem a mediação de um documento ou de um testemunho” (p.196). A validade do trabalho do investigador depende, sobretudo, do rigor e do detalhe das suas observações, assim como do contínuo confronto entre as observações e a reflexão teórica baseada na experiência de outros investigadores. A prática da observação é essencial, pois é observando que se aprende a observar. 2.4.2.1. Notas de campo Os momentos de observação directa deste estudo deram origem às notas de campo. São registos que devem respeitar a linguagem dos sujeitos. As notas devem ser tão simples e claras quanto possível e perseguem dois objectivos: o primeiro é descritivo e pretende captar uma imagem por palavras, pessoas, acções e conversas observadas; o segundo é reflexivo, isto é, apreende mais o ponto de vista do observador, as suas ideias e preocupações. As partes reflexivas das notas de campo são designadas por uma convenção de notação – “C.O.” – o que significa comentários do observador (Bogdan & Biklen, 1994). Bogdan e Bilken (1994) referem que essas notas são “o relato escrito daquilo que o investigador ouve, vê, experiência e pensa no decurso da recolha e reflectindo sobre os dados de um estudo qualitativo” (p.150). A legitimidade do trabalho de investigador fundamenta-se no rigor das observações, bem como no confronto permanente entre as observações e as questões interpretativas. O investigador estará principalmente atento à reprodução ou não dos factos observados, bem como à convergência entre as diferentes informações obtidas, que devem ser sistematicamente delimitadas (Quivy & Campenhoudt, 2008). Segundo Bogdan e Bilken (1994), quanto mais natural for a sua actuação, melhores resultados poderá obter. 37 Sílvia Cristina Mateus Azevedo 2.4.2.2. Grelhas de observação de comportamento Um dos objectivos da utilização de grelhas de observação é criar objectividade na análise das situações e evitar a apreciação condicionada unicamente por factores subjectivos e afectivos. Segundo Bogdan e Biklen (1994) as grelhas de observação são, também, uma mais-valia na concretização das notas de campo. Neste sentido, o resultado bem-sucedido de um estudo de observação de uma investigação qualitativa baseia-se nas notas de campo detalhadas, precisas e extensivas. Estas grelhas de observação foram construídas no sentido de nos ajudarem a registar a frequência dos comportamentos e a progressão dos mesmos, ao longo das cinco observações realizadas. 2.4.2.2.1. Grelha de observação de participação nas actividades Construímos a grelha de observação com o objectivo de registar o comportamento das crianças nos diferentes tipos de actividades (Cf. Anexo B1). Esta grelha contém 32 itens agrupados em 3 categorias (actividades orientadas de grande grupo; actividades orientadas de pequeno grupo e actividades livres). Esta organização não pretende dividir os itens aquando da sua análise, mas torná-la mais perceptível no momento das observações. Todos os itens da grelha de observação são classificados numa escala de 3 níveis, de sentido e pontuação crescente: 1= “raramente”; 2= “às vezes” e 3= “frequentemente”. Segundo Tuckman (2005) “as escalas de avaliação são dispositivos usados pelo observador para sumariar os juízos de valor, atribuídos à actividade observada ou comportamento” (p.288). 2.4.2.2.2. Grelha de observação de interacções (baseada no modelo HighScope) O currículo High-Scope situa-se no quadro de uma perspectiva “desenvolvimentista” para a educação de infância e foi iniciado na década de 60 por David Weikart. Este currículo assenta no paradigma construtivista e inspirou-se nas teorias de Piaget. O núcleo central do modelo High-Scope radica na crença de que a aprendizagem activa é fundamental para o desenvolvimento humano (Hohmann et al., 1984). O Registo de Observação da Criança de High-Scope (COR), para idades de 2 anos e 6 meses a 6 anos, é um instrumento de observação e avaliação que pode ser utilizado por um observador, enquanto as crianças estão envolvidas em actividades típicas de contextos de atendimento à infância. A avaliação é baseada na observação dos comportamentos das 38 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância crianças e nas suas actividades, segundo seis categorias de desenvolvimento (OliveiraFormosinho, 1999). Tendo em conta os objectivos do estudo, a grelha de observação que utilizaremos contém apenas a categoria “Relações Sociais” escalonada em vários itens, classificados por alíneas que descrevem um comportamento típico (Cf. Anexo B2). Esta categoria diz respeito à aquisição das competências sociais nas experiências das crianças com os seus pares e adultos. 2.4.2.3. Escala de Envolvimento da Criança A Escala de Envolvimento da Criança insere-se no projecto Desenvolvendo a Qualidade em Parcerias – DQP, designação que recebeu quando foi divulgado e iniciado em Portugal. Nasceu no Reino Unido, em 1993, com o nome de The Effective Early Learning Project, sob a direcção de Christine Pascal e Anthony Bertram (Pascal & Bertram, 2009). O DQP centra-se num modelo de Avaliação e de Desenvolvimento da Qualidade e tem dois enfoques: “a qualidade da relação educativa entre a criança e o adulto e ajudar os profissionais da educação de infância a olharem para o processo de ensino/aprendizagem de uma forma crítica, reflectida e informada” (Pascal & Bertram, 2000, p.21). Pascal e Bertram (2009) identificaram dez dimensões ou aspectos de qualidade no jardim-de-infância, tendo utilizado ou criado alguns instrumentos para avaliar nessas dimensões. No nosso estudo, fizemos uso de um desses instrumentos – Escala de Envolvimento – com o objectivo de avaliar a qualidade das aprendizagens das crianças participantes. Para a avaliação desta dimensão utilizaremos a Escala de Envolvimento da Criança (Cf. Anexo B3). Esta escala “é um instrumento de observação que se destina a medir o nível de envolvimento da criança em acção. É particularmente interessante porque se centra na criança e mede os processos de aprendizagem e não só os resultados da aprendizagem” (Pascal & Bertram, 2009, p.57). Pascal e Bertram (2009), referem que o envolvimento é concebido como uma qualidade da actividade humana, que é: a) reconhecido pela concentração e persistência; b) caracterizado pela motivação, atracção e entrega aos estímulos e pela intensidade da experiência (quer ao nível físico, quer ao nível cognitivo) e por uma profunda satisfação e forte fluxo de energia; c) determinado pelo impulso exploratório e pelo padrão individual de necessidades ao nível do desenvolvimento; e, d) indicador de que o desenvolvimento está a ter lugar. “O estudo do envolvimento da criança durante os primeiros anos de vida é especialmente relevante, na medida em que se assume que descreve o processo através do qual as crianças adquirem conhecimento acerca do mundo” (Pessanha, Pinto & Barros, 2009, p.55). De acordo com Laevers (1994), a Escala de Envolvimento da Criança, traduzida e adaptada da escala original The Leuven Involvement Scale for Young Children (LIS-YC), é 39 Sílvia Cristina Mateus Azevedo constituída por duas componentes: uma lista de indicadores/sinais característicos de um comportamento de envolvimento e os níveis de envolvimento numa escala de 5 pontos. Esta escala baseia-se na teoria de que quando as crianças estão a aprender a um nível profundo exibem certas características, ou “sinais de envolvimento”. Pascal e Bertram (2009, p.129), enumeram a lista de sinais indicadores de envolvimento da criança que a escala compreende: Concentração - A atenção da criança encontra-se orientada para a actividade. Nada parece poder distrair a criança desta profunda concentração; Energia - A criança investe muito esforço na actividade. Está muito interessada e estimulada. Esta energia é frequentemente demonstrada pelo altear da voz ou pela pressão que faz sobre o objecto que utiliza. A energia mental pode ser inferida através das expressões faciais as quais revelam que a criança está concentrada no que está a fazer; Complexidade e Criatividade - Observáveis quando a criança mobiliza, de livre vontade, as suas capacidades cognitivas e outras para se dedicar a um comportamento mais complexo do que uma mera rotina. A criança envolvida não pode mostrar mais competência – está a dar o seu melhor. Criatividade não significa que o resultado tenha que ser original. A criatividade existe quando a criança dá um toque individual ao que faz e contribui para o seu desenvolvimento criativo. Nesta situação, a criança encontra-se nos limites das suas capacidades; Expressão Facial e Postura - Os indicadores não verbais são de extrema importância para apreciar o envolvimento da criança. É possível distinguir olhos perdidos no vazio de olhos brilhantes. A postura pode revelar alta concentração ou tédio. A postura pode ser altamente significativa, mesmo quando a criança está de costas para o observador; Persistência - A persistência é a duração da concentração na actividade que está a ser realizada. As crianças que estão realmente envolvidas não abandonam facilmente o que estão a fazer. Querem continuar a actividade que lhes interessa e dá prazer, não se deixando distrair pelo que acontece à sua volta. A actividade envolvida tem geralmente uma maior duração, embora o tempo investido dependa da idade e da experiência da criança; Precisão - As crianças envolvidas mostram um cuidado especial com o seu trabalho e estão atentas aos pormenores. As crianças que não se envolvem, estão pouco preocupadas com as questões de pormenor. Os pormenores não são importantes para elas; Tempo de reacção - As crianças que estão envolvidas estão atentas e reagem com rapidez a estímulos. Correm, literalmente falando, para uma actividade e mostram grande motivação e entusiasmo. Note-se que o envolvimento não se pode ver apenas pela reacção inicial. É mais que isso; Linguagem - A importância que a actividade tem para as crianças pode ser observada através dos comentários que fazem. Por exemplo, poderão, repetidamente, pedir para fazer uma determinada actividade e dizerem que gostam de a fazer; Satisfação - As crianças envolvidas demonstram grande satisfação perante os resultados alcançados. Os cinco níveis de envolvimento que constituem a escala são definidos por Pascal e Bertram (2009, p.131), da seguinte forma: Nível 1 – Sem actividade - Neste nível, a actividade é simples, estereotipada, repetitiva e passiva. A criança parece estar ausente e não demonstra energia. Há ausência de exigências cognitivas. Uma característica típica é a do olhar vago da criança. Ter em atenção que este olhar também pode ter outro significado, pode ser um sinal de concentração; Nível 2 – Actividade frequentemente interrompida - A criança está a fazer uma determinada actividade mas metade do período de observação inclui momentos de ausência de actividade durante os quais a criança não está concentrada e está só a olhar para o ar. Verificam-se interrupções frequentes na concentração das crianças. O seu envolvimento não é suficiente para as fazer regressar à tarefa; Nível 3 – Actividade quase contínua - A criança encontra-se ocupada numa actividade mas a num nível rotineiro, não demonstrando sinais de envolvimento real. Faz alguns progressos mas 40 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância sem muito interesse nem especial concentração. A criança distrai-se facilmente do que está a fazer; Nível 4 – Actividade contínua com momentos de grande intensidade - A actividade da criança passa por momentos de grande intensidade. O nível 4 é reservado para a actividade demonstrada nesses momentos de maior intensidade e pode ser inferido usando os sinais de envolvimento. Mesmo quando há interrupções, o nível da actividade é retomado. Outros estímulos do ambiente, por mais atraentes que sejam, não conseguem distrair a criança do que está a fazer; Nível 5 – Actividade intensa prolongada - A criança demonstra, através da actividade continuada e intensa que está a desenvolver, que atingiu o mais elevado grau de envolvimento. Não é necessário que durante o período de observação todos os sinais de envolvimento estejam presentes embora seja necessária a presença dos fundamentais – concentração, criatividade, complexidade, energia e persistência. A intensidade deve estar presente durante todo ou quase todo o período de observação. Laevers (1994) menciona que a distinção entre cada nível foi reestruturada de forma que a diferença entre um ponto inteiro e o seguinte significa que alguma característica é acrescentada à actividade. No sentido de aproximá-la, cada vez mais, de uma actividade auto-estruturante: objectivo; envolvimento; complexidade. Atribuem-se pontos inteiros quando essas características são observadas durante todo o período de observação (2 minutos); quando essas características são observadas em apenas parte do tempo, a pontuação é reduzida em meio ponto. A aplicação da Escala de Envolvimento da Criança irá decorrer em quatro momentos, com o objectivo de verificar a progressão das crianças quanto ao seu envolvimento nas actividades. 2.4.3. Entrevista Semi-estruturada Entrevista às Educadoras de Infância (Cf. Anexo B4) Entrevista aos Pais (Cf. Anexo B5) Nesta investigação alguns dados foram obtidos através da realização de entrevistas às duas Educadoras de Infância e aos Pais das quatro crianças participantes no estudo. Esta técnica “é utilizada para recolher dados descritivos na linguagem do próprio sujeito, permitindo ao investigador desenvolver intuitivamente uma ideia sobre a maneira como os sujeitos interpretam aspectos do mundo” (Bogdan & Biklen, 1994, p.134). Recorremos à técnica da entrevista por a considerarmos a mais adequada para recolher as opiniões, percepções e testemunhos das Educadoras e dos Pais das crianças. Tal como referem Quivy e Campenhoudt (2008), os métodos de entrevista “permitem ao investigador retirar das suas entrevistas informações e elementos de reflexão muito ricos e matizados” (p.192). Na entrevista há maior flexibilidade, o entrevistador pode repetir, esclarecer, formular de maneira diferente as questões, garantindo que está a ser compreendido. Há, assim, a 41 Sílvia Cristina Mateus Azevedo possibilidade de obter informações mais precisas, podendo ser confrontadas e comprovadas de imediato. Durante a entrevista, o entrevistador tem a oportunidade de observar o entrevistado “ao vivo” enquanto diz o que diz e como o diz. Permite também avaliar as suas atitudes e condutas à luz de uma observação directa. (Marconi & Lakatos, 2006). A entrevista permite também ter em conta o comportamento não verbal dos entrevistados. Este é registado logo após ter terminado a entrevista, com a finalidade de posterior análise e comparação com o discurso dos entrevistados. No entanto, a entrevista também tem as suas limitações: dificuldades de comunicação e de expressão, de ambas as partes; possibilidade de ocorrer falsa interpretação das perguntas, incorrendo em respostas não significantes; possibilidade de influência por parte do entrevistador; disposição variável, por parte do entrevistado, em dar informações; retenção de dados relevantes; pequeno grau de controlo sobre os dados recolhidos; difícil tabulação dos dados; ocupa muito tempo, sendo de difícil realização (Marconi & Lakatos, 2006). Para este efeito elaborámos guiões orientadores das entrevistas, os quais assumirão o formato semi-estruturado. Deste modo, o investigador dispõe de uma série de perguntas préestabelecidas, relativamente abertas, sobre as quais pretende obrigatoriamente receber informação por parte do entrevistado. Mas, sempre que possível, dará liberdade ao entrevistado para falar abertamente. Ao investigador caberá também orientar a entrevista, evitando assim que o entrevistado se afaste dos objectivos, colocando perguntas de forma tão natural quanto possível no momento que considerar mais oportuno (Quivy & Campenhoudt, 2008). Segundo De Ketele e Roegiers (1999), a informação que se deseja recolher, seguindo o formato semi-estruturado, reflecte melhor as representações. Isto na medida em que a pessoa entrevistada tem mais liberdade na forma de se expressar e porque se pode recolher a informação num tempo mais curto do que numa entrevista livre, na qual não se possui a garantia de se obter uma informação pertinente. Ao mesmo tempo, o discurso é sequenciado por partes cuja ordem é, de alguma forma, sugerida. As entrevistas foram realizadas às Educadoras e aos Pais num ambiente informal, descontraído e sem pressões, de modo a deixá-los responder à vontade. Biggs (1986, referido por Bogdan & Biklen, 1994) considera a este propósito que as boas entrevistas caracterizamse pelo facto de os indivíduos estarem à vontade e falarem livremente dos seus pontos de vista. Por outro lado, em todas as entrevistas, o investigador colocou questões que exigiam alguma exploração de ideias e justificação da sua opinião. Como refere Bogdan e Biklen (1994) “as entrevistas, devem evitar perguntas que possam ser respondidas „sim‟ e „não‟, uma vez que os pormenores e detalhes são revelados a partir de perguntas que exigem exploração” (p.136). 42 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância 2.5. Validação e fidelidade Para que o delineamento estudo de caso tenha qualidade, faz-se necessário os testes de validade do constructo validade interna, validade externa e confiabilidade (Yin, 2005, p.55). A fiabilidade e a validade de um estudo de caso dependem muito da forma decisiva como o investigador se implica no estudo. O investigador é o principal “autor” da recolha e análise dos dados, de sorte que ele desempenha um papel fulcral no desenlace do estudo. As entrevistas e as grelhas de observação, utilizadas na investigação, foram usadas num teste piloto, antes de se fazer a investigação propriamente dita. Por outro lado, os guiões das entrevistas foram analisados pelas orientadoras desta pesquisa, no sentido de apreciar a sua adequação. Estes procedimentos tiveram como objectivo introduzir rigor e fornecer validade às nossas observações. Nesse sentido, e após a elaboração dos guiões das entrevistas, foi realizada a pilotagem deles para ensaiar o instrumento de recolha de dados. Os guiões foram aplicados a uma educadora e a uma mãe, esta última representava, para nós, a vantagem de ter um filho que frequentou creche e outro que não frequentou creche. Estes sujeitos não fizeram parte da amostra definitiva, de forma a verificar a adequabilidade e o grau de entendimento das entrevistas do estudo. Bell (2008) sugere que as entrevistas devem ser testadas para saber quanto tempo demoram os entrevistados a responder; por outro lado, isto permite acrescentar ou eliminar questões que conduzam ou não a dados relevantes. O teste piloto revelou que os guiões das entrevistas não necessitaram de alterações. Na fase da avaliação da grelha de observação fez-se o reconhecimento prévio do instrumento e a respectiva pilotagem, com uma deslocação in loco que pode ser considerada pré-observação, de modo a aumentar a fiabilidade do estudo. A observação, nas duas salas, fez-se com o recurso às mesmas técnicas e aos mesmos instrumentos de recolha. Trata-se de uma técnica que aumenta a fiabilidade da investigação que Esteves (2006) define como “fiabilidade intracodificador”, em que o mesmo investigador “em dois momentos diferentes de tempo classifica da mesma forma uma mesma unidade de registo” (p.123) - com os mesmos instrumentos e com as mesmas técnicas, repetem-se os procedimentos da observação do mesmo modo. Optámos por utilizar diferentes métodos de recolha de dados, com o objectivo de cruzar as informações obtidas nos vários métodos e através dos diferentes instrumentos, para assegurar a validade do presente estudo. Yin (2005) refere que a triangulação de dados pode aumentar a qualidade do estudo de caso, uma vez que aumenta o seu grau de validade e garante o máximo de fiabilidade, permitindo assim fazer generalizações analíticas. Ao longo de cinco meses, houve grande envolvimento com todos os participantes, permitindo ao investigador observações e conversas sistemáticas e contínuas. A relação de empatia e confiança que foi possível estabelecer é de extrema importância quando se 43 Sílvia Cristina Mateus Azevedo pretende, como é o caso, aceder ao mundo particular dos participantes (Lincoln & Guba, 2006). Durante todo este tempo, o investigador procurou ouvir, questionar, ajudar, reflectir sobre tudo o que viu e ouviu, sem deixar transparecer que, em paralelo, ia construindo a sua investigação, evitando assim possíveis alterações, também designadas por “efeito do observador” (Bogdan & Biklen, 1994). Para evitar “enviesamentos” na investigação, o investigador utilizou muito do seu tempo recolhendo e revendo grandes quantidades de dados, obrigando-se a confrontar os seus com os preconceitos dos outros, bem assim no que respeita às opiniões. 2.6. Procedimentos Um procedimento é uma forma de progredir em direcção a um objectivo. Expor o procedimento científico consiste, portanto, em descrever os princípios fundamentais a pôr em prática em qualquer trabalho de investigação (Quivy & Campenhoudt, 2008, p.22). Freixo (2009) considera que “deve-se precisar a forma como se desenrolará a colheita de dados assim como as etapas preliminares que conduziram à obtenção das autorizações requeridas para efectuar o estudo nas instituições previamente seleccionadas, se for o caso” (p.190). Iniciou-se o estudo com a revisão de literatura e tratamento das temáticas relativas a este; Estabelecemos contactos formais com a instituição, onde foi pedida autorização à Directora Pedagógica para a recolha dos dados (procedimento ético); Pediu-se autorização às Educadoras de Infância para a recolha dos dados (procedimento ético); Consultaram-se e analisaram-se os Dados Individuais (processo individual) das crianças, das salas dos três anos, para identificarmos as que frequentaram creche. Por outro lado, identificámos o contexto em que estiveram inseridas as que não frequentaram a creche; Pediu-se autorização aos Pais, das crianças seleccionadas, para a recolha dos dados (procedimento ético); Realizámos as entrevistas e aplicámos as grelhas de observação num teste piloto; Realizámos a transcrição das entrevistas; Realizaram-se as entrevistas às Educadoras de Infância, tendo em vista o esclarecimento da questão em estudo; Entrevistou-se a Educadora B (EB) no dia 1 de Outubro 2010; Entrevistou-se a Educadora A (EA) no dia 4 de Outubro 2010; Realizou-se a transcrição das entrevistas; 44 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância Foram estabelecidos encontros formais com as Educadoras de Infância, de modo a serem validados os dados recolhidos através dos instrumentos de pesquisa utilizado; Realizaram-se as entrevistas aos Pais das crianças, tendo em vista obter informações e o esclarecimento da questão em estudo; Entrevistou-se a Mãe da criança 1 (MC1) no dia 18 de Outubro 2010; Entrevistou-se a Mãe da criança 3 (MC3) no dia 20 de Outubro 2010; Entrevistou-se a Mãe da criança 2 (MC2) no dia 25 de Outubro 2010; Entrevistou-se a Mãe da criança 4 (MC4) no dia 24 de Novembro 2010; Realizou-se a transcrição das entrevistas; Foram estabelecidos encontros formais com as mães, de modo a serem validados os dados recolhidos através dos instrumentos de pesquisa utilizado; Realizaram-se observações directas e indirectas às crianças (através de observação do dia-a-dia das crianças no jardim-de-infância); No mês de Outubro efectuaram-se duas observações a cada criança; No mês de Novembro efectuou-se uma observação a cada criança; No mês de Fevereiro efectuaram-se duas observações a cada criança; Realizou-se a revisão final de literatura; Por fim, utilizámos a técnica de análise de conteúdo, que nos permitiu realizar a triangulação da informação recolhida, permitindo-nos comparar a adaptação ao contexto do jardim-de-infância das crianças que frequentaram creche com as que não frequentaram. 2.7. Métodos de Análise dos Dados Os investigadores qualitativos tendem a analisar os seus dados de forma indutiva. Não recolhem dados ou provas com o objectivo de confirmar ou infirmar hipóteses construídas previamente; ao invés disso, as abstracções são construídas à medida que os dados particulares que foram recolhidos se vão agrupando (Bogdan & Biklen, 1994, p. 50). Segundo Bogdan e Bilken (1994) a análise de dados é o processo de busca e de organização sistemática de transcrições de entrevistas, de notas de campo e de outros materiais que foram sendo acumulados, durante a investigação. À medida que fomos recolhendo os dados iniciámos a sua análise, um processo sistemático de estruturação das transcrições da entrevista e dos dados da observação (notas de campo). Segundo Tesch (1990), a análise de dados de um estudo de caso pode ser de três tipos: (a) a interpretativa que visa analisar ao pormenor todos os dados recolhidos, com a finalidade de organizá-los e classificá-los em categorias que possam explorar e explicar o fenómeno em estudo; (b) a estrutural, que analisa dados com a finalidade de se encontrarem padrões que possam clarificar e/ou explicar a situação em estudo; e (c) a reflexiva que visa, na sua 45 Sílvia Cristina Mateus Azevedo essência, interpretar ou avaliar o fenómeno a ser estudado, quase sempre por julgamento ou intuição do investigador. No presente estudo, o tipo de análise de dados utilizado foi a estrutural, dado que é nosso objectivo encontrar padrões nas crianças que frequentaram creche e nas crianças que não frequentaram creche, de modo a poder compará-los, sendo assim possível clarificar e dar respostas à nossa questão e desta forma ficar a compreender em que medida a frequência da creche contribui para a adaptação da criança ao contexto de jardim-de-infância. Wolcott (1994, referido por Vale, 2004) revela três momentos fundamentais durante a fase de análise de dados: descrição, análise e interpretação. A descrição corresponde à escrita de textos resultantes dos dados originais registados pelo investigador. A análise é um processo de organização de dados, onde se devem salientar os aspectos essenciais e identificar factores chave. Por último, a interpretação diz respeito ao processo de obtenção de significados e ilações a partir dos dados obtidos. Para a análise dos dados, propriamente dita, o investigador teve o cuidado de ler mais do que uma vez todos os documentos obtidos, nomeadamente as notas de campo e fazer a transcrição de todos os registos, para ter assim uma visão completa e abrangente sobre o assunto. O material recolhido ao longo da investigação foi organizado e submetido a uma análise pormenorizada e indutiva. Recorremos à técnica de análise de conteúdo, o que fizemos estando conscientes de algumas limitações. A análise de conteúdo é uma técnica de tratamento de dados qualitativos que se aplica a “discursos” extremamente diversificados. A análise de conteúdo “visa simplificar para potenciar a apreensão e se possível a explicação” (Vala, 1986, p.110) dos dados relativos à realidade em estudo, que é o objectivo fundamental deste trabalho. A análise de conteúdo permite a inferência, ou seja, possibilita conhecer as causas ou antecedentes da mensagem em análise e, em certos casos, até os previsíveis efeitos dessa mensagem. Analisar o conteúdo das entrevistas consiste numa tarefa de “desocultação”, onde se é “agente duplo, detective, espião” (Bardin, 1977, p.9), porque por trás de qualquer texto, de qualquer opinião aparentemente clara, esconde-se um significado, um sentido que é importante desvendar. A análise de conteúdo consiste, então, num conjunto de “técnicas de análise das comunicações”, pois “não se trata de um instrumento, mas de um leque de apetrechos”. Assim, “não existe o pronto-a-vestir em análise de conteúdo, mas apenas algumas regras base” (Bardin, 1977, p.31). Durante a análise dos dados devemos estar receptivos a diferentes possibilidades e ser capazes de ver explicações alternativas, ou contrárias àquelas que esperávamos. 46 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância 2.8. Apresentação e Análise dos Dados O trabalho do investigador consiste em procurar semelhanças e diferenças, agrupamentos, modelos e questões de importância significativa (Bell, 2008, p.183). Na sequência da identificação dos processos metodológicos descritos anteriormente, pretendeu-se, seguidamente, apresentar os dados obtidos ao longo do estudo. Ao tornar os dados mais visíveis, a comparação e o confronto tornam-se mais imediatos, permitindo uma visão mais alargada e abrangente do objecto de estudo. Grande parte do estudo baseia-se na observação e registo sistemático do que se foi observando e considerado relevante para a investigação. Todas as notas de campo (Cf. Anexo C), as grelhas de observação de comportamentos preenchidas (Cf. Anexo D) e os registos da Escala de Envolvimento da Criança (Cf. Anexo E) seguem uma ordem cronológica, permitindo assim observar alguma evolução nos comportamentos das crianças, no decorrer do estudo. As notas de campo tiveram como objectivo auxiliar a análise das grelhas de observação de comportamentos e dos registos da Escalas de Envolvimento da Criança, bem como a reflexão feita pelas Educadoras de Infância sobre a adaptação ao jardim-de-infância de cada uma das crianças (Cf. Anexo F). Após a apresentação dos dados, procedeu-se à sua análise, recorrendo quer ao enquadramento e à problematização teórico-conceptual desenvolvida anteriormente, quer à reflexão que a informação resultante proporcionou em termos da nossa experiência. Tentaremos confrontar dados obtidos, em vários momentos do processo de investigação através de vários instrumentos, de forma a confirmar e sintetizar os resultados obtidos, descritos e organizados e dar respostas à questão do estudo. Assim “o primeiro objectivo desta fase de análise das informações é, portanto, a verificação empírica” (Quivy & Campenhoudt, 2008, p.211). O segundo objectivo será interpretar os factos inesperados para que o investigador nas conclusões “esteja em condições de sugerir aperfeiçoamentos do seu modelo de análise ou de propor pistas de reflexão e de investigação para o futuro” (Quivy & Campenhoudt, 2008, p.211). Iniciaremos a apresentação e análise dos dados obtidos através das grelhas de observação e da escala de envolvimento. E por fim, apresentamos as entrevistas de forma resumida e seguidas de uma breve síntese descritiva dos dados recolhidos e dos respectivos resultados. 2.8.1. Grelhas de observação de comportamento A apresentação e análise das duas grelhas de observação são feitas em conjunto. 47 Sílvia Cristina Mateus Azevedo Observação à C1 Primeira (19/10/2010) - Período da Tarde A C1 participou em todas as actividades desenvolvidas. Nas actividades orientadas participou sempre que solicitada e, às vezes, por iniciativa própria. Nas actividades livres observámos que a criança soube utilizar, às vezes, os diferentes espaços da sala onde as realizou; o mesmo aconteceu com os materiais manuseados. Constatámos que ela inicialmente alterou, frequentemente, de actividade, depois conseguiu mantê-la durante grande tempo. A C1 realizou sempre as actividades livres acompanhada por outros colegas, principalmente meninas. Durante estas actividades soube, às vezes, organizarse e colaborar na organização dos jogos com os colegas. Durante as actividades livres, a C1 não foi ao encontro dos adultos, nem permaneceu junto destes. No entanto, durante as rotinas ela teve um bom relacionamento com os adultos. A criança, na sala e no parque, conversou e brincou constantemente com colegas, durante uma destas interacções identificou uma menina como amiga e demonstrou consciência dos sentimentos dessa menina. Nas brincadeiras preferiu a companhia das crianças à dos adultos. A C1 teve que ser orientada por um adulto em várias rotinas diárias, as mais interiorizadas são: fazer a higiene e o comboio com o grupo. Segunda (29/10/2010) - Período da Manhã A C1 participou nas actividades desenvolvidas, tanto na aula de ginástica como na sala com a Educadora. Nas actividades orientadas em grupo a participação foi, frequentemente, voluntária e quando foi solicitada participou sempre. Durante estas actividades não perturbou, manteve-se quieta, calada e aceitou as decisões da maioria do grupo. Nas actividades livres, a C1 soube, frequentemente, utilizar o espaço da sala onde as realizou; o mesmo aconteceu com os materiais manuseados. Constatámos que manteve o que escolheu, frequentemente, e soube, frequentemente, organizar-se. Ela realizou sempre as actividades livres acompanhada por outros colegas, às vezes, com mais de dois. Durante estas actividades permaneceu sempre num jogo com uma menina. Com esta conversou, brincou, iniciou e manteve interacções, chamando-a pelo nome e demonstrando consciência dos seus sentimentos. Durante as actividades livres a criança não foi ao encontro dos adultos, interagiu mais com os adultos durante a higiene e no almoço, verificámos que teve um bom relacionamento com os adultos. A C1 precisou de ser orientada por um adulto em várias rotinas diárias, mas já tem algumas rotinas interiorizadas, como por exemplo: a higiene e fazer o comboio com o grupo. Terceira (26/11/2010) - Período da Manhã A C1 participou nas actividades desenvolvidas com gosto, participando voluntariamente em qualquer tipo de actividade. 48 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância Nas actividades de grupo a criança participou, às vezes, de forma voluntária e sempre quando foi solicitada. Ela aceitou, frequentemente, a opinião da maioria e não perturbou. Durante esta manhã, um menino colocou o dedo num buraco da manta e a C1 chamou-o à atenção, dizendo que isso estraga a manta, encontrou assim uma forma aceitável de obter a sua atenção, para lhe dizer que o que estava a fazer não era correcto. Nas actividades individuais orientadas constatámos que a C1 soube utilizar, frequentemente, o espaço da sala onde as realizou, o mesmo aconteceu com os materiais utilizados. Ela manteve a tarefa, às vezes, com o apoio do adulto outras vezes sozinha, persistiu frequentemente, acabando o que começou e cumprindo sempre as regras. Nas actividades livres, a C1 soube utilizar, às vezes, os diferentes espaços da sala, o mesmo aconteceu com os materiais manuseados. Constatámos que a criança manteve, às vezes, o que escolheu durante grandes períodos de tempo e soube-se organizar frequentemente. Ela realizou, frequentemente, as actividades acompanhada. Nesta manhã iniciou um jogo sozinha, mas depois partilhou-o com uma menina, chamando-a amiga e exprimindo os seus sentimentos de forma aceitável. Ela iniciou e manteve com a mesma interacções, trabalhando em equipa e organizando a tarefa, construíram uma grande torre seguindo uma regra, utilizar só peças do mesmo tamanho. Durante as actividades livres, a criança não foi ao encontro dos adultos, nem permaneceu junto deles, pouco interagiu com eles, preferiu brincar com as crianças. No entanto, durante as actividades de grupo e nas rotinas teve um bom relacionamento com os adultos. A C1 necessitou de ser orientada em algumas rotinas diárias, as mais interiorizadas ao longo da tarde foram fazer a higiene e o comboio com o grupo. Quarta Observação à C1 (18/02/2011) - Período da Tarde A C1 participou com prazer e persistiu nas várias actividades desenvolvidas. Nas actividades de grande grupo participou, frequentemente, por iniciativa própria. Nas actividades livres observámos que a C1 soube utilizar, frequentemente, os diferentes espaços da sala onde as realizou; o mesmo aconteceu com os materiais manuseados. Constatámos que ela manteve, frequentemente, a actividade que escolheu, realizou-as, frequentemente, acompanhada, interagiu com vários colegas, principalmente meninas. A C1 brincou com uma menina, construiu uns óculos e mostrou-os, depois deixou-os experimentar, disse que era sua amiga e abraçaram-se. A C1 demonstrou consciência dos sentimentos dos outros e respondeu apropriadamente aos sentimentos da amiga. Ela soube, frequentemente, organizar-se e colaborou, às vezes, na organização dos jogos. Durante as actividades livres, a criança não foi ao encontro dos adultos, nem permaneceu junto deles. No entanto, durante rotinas ela teve um bom relacionamento com os adultos, iniciou e manteve interacções com eles. A C1 ainda precisou de ser orientada em algumas rotinas diárias, mas na maioria já participou voluntariamente, como por exemplo: na higiene, fazer o comboio com o grupo, sentar na manta depois de arrumar. 49 Sílvia Cristina Mateus Azevedo Quinta Observação à C1 (28/02/2011) - Período da Manhã A C1 participou nas actividades desenvolvidas. Nas actividades orientadas em grupo a participação da criança foi, às vezes, de forma voluntária, quando foi solicitada participou sempre. Durante estas actividades ela não perturbou, manteve-se quieta, calada e deu uma ideia de uma actividade que podiam fazer com os pincéis, pintar. Na sala soube, frequentemente, utilizar o espaço onde realizou as actividades; o mesmo aconteceu com os materiais utilizados. Nas actividades orientadas de pequeno grupo ou individuais verificámos que a C1 manteve as tarefas orientadas, raramente, com o apoio do adulto, fê-las frequentemente sem ajuda, cumpriu frequentemente as regras, persistiu frequentemente nas actividades, terminou o que começou sempre e, normalmente, de forma rápida. Constatámos que ela manteve, frequentemente, o que escolheu durante longos períodos e também soube, frequentemente, organizar-se. As actividades livres da C1 foram realizadas sempre com outra criança, nesta manhã foram sempre meninas que brincaram com ela, durante estas actividades colaborou com as mesmas na organização dos jogos realizados. A C1 exprimiu, geralmente, os sentimentos de forma aceitável, pois identificou uma destas meninas como sendo sua amiga. Durante as actividades livres ela iniciou e manteve interacções com várias crianças, às quais chamou pelo nome. A criança, durante as actividades livres, não foi ao encontro dos adultos. Ela interagiu mais com os adultos durante as rotinas e as actividades orientadas, tendo um bom relacionamento com eles. A C1 já tem várias rotinas interiorizadas, são poucas as rotinas onde ainda precisa de ser orientada. As rotinas mais interiorizadas pela criança e onde participou voluntariamente são: na higiene, fazer o comboio com o grupo, arregaçar as mangas para ir pintar, sentar na manta depois de arrumar. A C1 tem um estilo de interacção verbal e não verbal, interage constantemente com todos os colegas, são frequentemente interacções nas brincadeiras com o outro. Com os adultos também se relaciona bem. A C1 realiza quase sempre as actividades livres acompanhada. Desde a primeira observação que constatámos que tem uma grande capacidade em socializar-se com os outros, comunica muito verbalmente ao mesmo tempo que mexe e gesticula o corpo. Observação à C2 Primeira (19/10/2010) - Período da Tarde A C2 teve de ser orientada na maioria das rotinas diárias, as mais interiorizadas por ela foram: fazer a higiene e o comboio com o grupo. 50 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância Constatámos que a C2 gosta de participar nas actividades desenvolvidas. Nas actividades orientadas de grande grupo participou sempre que solicitada e, às vezes, por iniciativa própria. Nas actividades livres observámos que a criança soube utilizar, frequentemente, os diferentes espaços da sala; o mesmo aconteceu com os materiais manuseados. A C2 manteve, frequentemente, a actividade que escolheu, persistiu até ter que arrumar o material. Numa das actividades que realizou foi partilhada com um menino, com o qual iniciou e manteve interacções e identificou-o como amigo, exprimindo-se de forma aceitável. No parque, a C2 correu para a casinha com uns meninos, onde permaneceu a brincar, a correr e saltar. Durante as actividades livres soube, às vezes, organizar-se e colaborou na organização dos jogos com os colegas. A C2 teve um bom relacionamento com os adultos, iniciou e manteve interacções com eles, principalmente durante a higiene e no lanche. Durante as actividades livres ele não foi ao encontro dos adultos, nem permaneceu junto deles. Segunda (29/10/2010) - Período da Manhã A C2 gostou de participar nas diversas actividades desenvolvidas, participou de forma voluntária, às vezes, e sempre que foi solicitada. Ela soube utilizar frequentemente o espaço da sala onde realizou as actividades; o mesmo aconteceu com os materiais utilizados. Nas actividades de grupo a criança não perturbou quando um colega estava a realizar uma tarefa. Nas actividades individuais orientadas, manteve a tarefa orientada por vezes com apoio do adulto outras vezes sem apoio. Durante esta a C2 persistiu, às vezes, acabou o que começou e cumpriu as regras, por vezes. Nas actividades livres a C2 manteve, frequentemente, o que escolheu, realizou-as sempre acompanhada, várias vezes com o mesmo colega. Durante a realização de uma construção iniciou e manteve interacções com o menino, com quem brincava, identificou-o como amigo ao dizer “Olha para esta construção amigo!”, encontrou assim uma forma aceitável de obter a atenção do menino. Ao longo desta actividade ele e o menino trataramse pelo nome. Durante as actividades livres a criança não foi ao encontro dos adultos, nem permaneceu junto deles, preferiu brincar com as crianças. No entanto, durante as actividades de grupo e nas rotinas a C2 teve um bom relacionamento com os adultos, iniciou e manteve interacções com eles. Nas rotinas diárias participou voluntariamente em algumas, como por exemplo: higiene e o comboio com o grupo. Mas teve ainda necessidade de ser orientada em algumas rotinas diárias. Terceira (26/11/2010) - Período da Manhã Verificámos que a C2 participou nas actividades de grande grupo, às vezes, por iniciativa própria e sempre que lhe foi solicitado. Ela não perturbou e aceitou frequentemente as decisões da maioria. 51 Sílvia Cristina Mateus Azevedo A C2 soube frequentemente utilizar o espaço da sala onde realizou as actividades; o mesmo aconteceu com os materiais utilizados. Na actividade individual orientada, manteve, frequentemente, a tarefa com o apoio do adulto, fez tudo o que a Educadora pediu, durante esta persistiu, frequentemente, na actividade, acabou o que começou e cumpriu as regras frequentemente. Nas actividades livres manteve, frequentemente, o que escolheu; por vezes brincou sozinha e noutros momentos com meninos. A C2 iniciou e manteve interacções com eles, tratou-os pelos seus nomes. Durante uma actividade livre parou de mexer nas peças que estavam junto a um menino quando este ficou aborrecido, demonstrou ter consciência dos sentimentos dele. A criança teve um bom relacionamento com aos adultos, iniciou e manteve interacções, principalmente nas actividades orientadas individuais e em grupo. Nas actividades livres a C2 preferiu brincar com as crianças, não foi ao encontro dos adultos. A C2 participou nas rotinas diárias, mas necessitou de ser, por vezes, orientada. As rotinas onde participou voluntariamente foram: sentar na manta após arrumar; higiene e o comboio com o grupo. Quarta (18/02/2011) - Período da Tarde A C2 participou nas várias actividades desenvolvidas, orientadas e livres. Ela soube utilizar, frequentemente, o espaço onde as realizou; o mesmo aconteceu com os materiais manuseados. Nas actividades orientadas de grande grupo participou, frequentemente, por iniciativa própria e quando lhe foi solicitado. Na actividade individual manteve a tarefa, às vezes, sem apoio e necessitando, raramente, do apoio do adulto, persistiu, frequentemente, na actividade e acabou o que começou, cumprindo as regras. Nas actividades livres a C2 manteve, frequentemente, o que escolheu, realizou-as, frequentemente, acompanhada, mas às vezes sozinha. Durante o tempo que construiu um puzzle com uma menina, iniciou e manteve interacções com ela, cantando uma canção, chamou-a pelo nome e disse-lhe que é sua amiga, exprimindo assim o sentimento de amizade de forma aceitável. Durante esta actividade foi muito visível a sua persistência, tentou colocar a peça em vários sítios e rodou-a, até a colocar no local correcto. Durante as actividades livres a criança não foi ao encontro dos adultos, no entanto durante rotinas teve um bom relacionamento com os adultos, iniciou e manteve interacções. Em relação às rotinas diárias a C2 participou voluntariamente em algumas rotinas, como por exemplo: sentar na manta depois de arrumar os brinquedos, a higiene e o comboio com o grupo. Quinta (28/02/2011) - Período da Manhã A C2 participou nas rotinas diárias, em várias voluntariamente, as mais interiorizadas são: sentar na manta depois de arrumar os brinquedos, arregaçar as mangas antes de começar a pintar, fazer a higiene e o comboio com o grupo. 52 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância Constatámos que a C2 continua a gostar de participar nas actividades desenvolvidas. Nas actividades orientadas de grande grupo participou, frequentemente, por iniciativa própria e quando foi solicitada, não perturbou o grupo e permaneceu sossegada. Nas actividades a C2 soube utilizar, frequentemente, o espaço onde as realizou; o mesmo aconteceu com os materiais utilizados. Na actividade individual orientada, manteve-a, às vezes, com apoio do adulto, outras vezes, sem o seu apoio, persistiu, acabou o que começou e cumpriu as regras. A C2 realizou as actividades livres, frequentemente, acompanhada, verificámos que manteve, frequentemente, o que escolheu. Nas actividades realizadas com colegas iniciou e manteve interacções com eles, soube, frequentemente, organizar-se e colaborou na organização dos jogos com os colegas e às vezes em jogos paralelos. Na manta a C2 brincou com peças LEGO, com mais dois meninos. A C2 tratou os colegas, frequentemente, pelo nome e alguns destes identificou-os como amigos, exprimindo assim os seus sentimentos para com os colegas de forma aceitável. Durante uma actividade ela chama a atenção à C4, “Ó C4! Agora vou tirar as bolas fininhas!”, encontrou assim uma forma aceitável de obter a atenção do colega. A C2 continua a ter um bom relacionamento com os adultos, iniciou e manteve interacções, mas não foi ao seu encontro nas actividades livres. A C2 tem um estilo de interacção verbal e não verbal, interage muito com todos os colegas, muitas vezes nas brincadeiras com o outro, mas às vezes em brincadeiras paralelas. Em relação aos adultos também se relaciona bem com eles. A C2 realiza a maioria das actividades livres acompanhada, mas também consegue estar envolvida numa actividade sozinha. Desde a primeira observação que constatámos que tem uma grande capacidade em socializar com os outros, utiliza com muita frequência as expressões faciais e gesticula o corpo. Observação à C3 Primeira (25/10/2010) - Período da Tarde Verificámos que a C3 participou nas actividades desenvolvidas de forma irregular, nas actividades em grupo não participou voluntariamente, às vezes em situações em que foi solicitada também não participou. A C3 não perturbou, manteve-se quieta e calada a escutar a história. A C3 soube, às vezes, utilizar o espaço da sala onde realizou as actividades; o mesmo aconteceu com os materiais utilizados. Nas actividades individuais orientadas a C3 quis ser a primeira a participar, manteve a tarefa, às vezes, orientada com apoio do adulto. Durante esta, persistiu frequentemente acabou o que começou, cumpriu, às vezes, as regras. 53 Sílvia Cristina Mateus Azevedo Nas actividades livres a C3 manteve, raramente, o que escolheu e, quando as realizou, fê-las sempre sozinha. Ela não iniciou interacções com as crianças do grupo, respondeu quando uma criança iniciou uma interacção com ela, mas não a manteve. Na sala, a C3 foi ao encontro dos adultos, onde permaneceu muito tempo junto deles. No parque, esta situação ainda foi mais visível, a criança permaneceu, quase sempre, junto dos adultos, pouco interagiu com os colegas da sala. No parque, a única criança com que brincou foi a prima. A C3 teve um bom relacionamento com os adultos, iniciou frequentemente interacções com eles. A criança necessitou de ser orientada nas rotinas diárias, a rotina mais interiorizada por ela foi fazer o comboio com o grupo. Segunda (29/10/2010) - Período da Manhã A C3 continua a participar nas actividades desenvolvidas de forma irregular. Ela prefere as actividades orientadas e as livres às actividades de grupo. Nas actividades de grupo a C3 precisou de ser incentivada para participar, quando foi solicitada, às vezes, participou, não perturbou, manteve-se quieta e calada. Nas actividades individuais orientadas a C3 gosta de participar e ser a primeira. Ela soube utilizar, frequentemente, o espaço onde a realizou; o mesmo aconteceu com os materiais utilizados. A criança manteve a tarefa necessitando, às vezes, de apoio do adulto, persistiu, às vezes, acabou, frequentemente, o que começou e cumpriu frequentemente as regras. Nas actividades livres, a C3 a manteve-se no mesmo cantinho frequentemente, mas raramente manteve o mesmo objecto. Mesmo quando troca de cantinho a criança não falou com os colegas, não iniciou ainda nenhuma interacção com eles. Durante as actividades livres ela foi às vezes ao encontro dos adultos onde permaneceu muito tempo junto deles, com eles iniciou interacções, teve um bom relacionamento com eles. Nas actividades livres a criança soube, às vezes, utilizar o espaço onde as realizou o mesmo acontece com os materiais utilizados. Na maioria das rotinas diárias a C3 teve que ser orientada para as realizar, a rotina mais interiorizada foi fazer o comboio com o grupo. Terceira (23/11/2010) - Período da Manhã Verificámos que a C3 continua a não participar nas actividades de grande grupo, mesmo quando foi solicitada, por vezes, não respondeu e quando o fez nem sempre falou, utilizou o gesto, abanou a cabeça. Nas actividades individuais orientadas pela Educadora continua a quer ser a primeira a participar, tem gosto em trabalhar, persistiu na actividade até terminar. A C3 durante as actividades soube utilizar, às vezes, o espaço onde as realizou o mesmo aconteceu com os materiais utilizados. Durante a actividade orientada de pequeno grupo, manteve a tarefa, às vezes, com o apoio do adulto, durante esta observou muitas vezes os colegas que também estavam a realizá-la, sem interagir com eles. Durante a actividade ela cumpriu, às vezes, as regras e terminou o que começou, mas com a ajuda do adulto. 54 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância Nas actividades livres, a C3 raramente manteve o que escolheu o mesmo aconteceu na organização e continuou a realizá-las sempre sozinha, quase sempre numa mesa. Esta manhã observámos a C3 pela primeira vez a iniciar uma interacção com uma criança, as duas vezes que o fez, foi para pedir material. Ela ainda não identificou os colegas pelos nomes. Durante as actividades livres ela foi ao encontro dos adultos, com estes manteve frequentemente interacções, continua a preferir a sua companhia à dos colegas. A C3 precisou de ser orientada em quase todas as rotinas diárias, a mais interiorizada por ela foi fazer o comboio com o grupo. Quarta (17/02/2011) - Período da Tarde A participação da C3 depende ainda muito do tipo de actividade. Nas actividades em grupo não participou voluntariamente, teve que ser solicitada, raramente perturbou, manteve-se quase sempre quieta e calada. Nas actividades livres observámos que a criança soube, frequentemente, utilizar os diferentes espaços da sala onde as realizou o mesmo aconteceu com os materiais manuseados. Nesta tarde, verifiquei que a C3 manteve às vezes a actividade escolhida, soube-se organizar bem às vezes. Ela continua a realizar quase sempre as actividades livres sozinha, interagiu pouco com os colegas. Verificámos que continua a preferir os jogos de mesa aos da manta ou na casinha onde estão mais colegas a brincar. No entanto, esta tarde a C3 foi brincar por iniciativa própria para a manta, foi buscar um carro a um cesto, mas não interagiu com as muitas crianças que estavam aí a brincar, pareceu que nem olhou para elas. Durante as actividades livres, a criança já não procurou com tanta frequência os adultos, e quando o fez já não permanece tanto tempo junto a eles. Continua a ter um bom relacionamento com os adultos, iniciou frequentemente interacções com eles. Durante esta tarde observámos que a C3 conseguiu manter uma interacção durante um longo período com uma menina, apesar de ser esta menina a iniciar quase sempre a interacção. Durante esta a C3 participou na organização da brincadeira. Nesta tarde surgiu um conflito que envolvia a C3, mas ela não colaborou com as outras crianças para o resolver, teve que ser a Educadora a resolvê-lo. A C3 teve que ser orientada em algumas rotinas diárias, iniciou uma rotina ao observar os outros a fazê-la, sem ser necessário um adulto referir que a tinha de fazer. Quinta (25/02/2011) - Período da Manhã Esta manhã observámos a aula de ginástica. Nas actividades orientadas pela professora ao grupo, mas que cada criança fazia individualmente, a C3 persistiu frequentemente, só terminou quando a professora mandava parar, ao contrário da maioria do grupo. Durante a aula de ginástica a criança expressou os seus sentimentos, por vezes, de forma, socialmente inaceitável. Cada vez que não conseguiu fazer um exercício chorava, mas persistiu. Ela solicitou a ajuda da professora para a resolução de problemas com outra criança. Na aula cumpriu sempre as regras, soube utilizar frequentemente o espaço, o ginásio, e o material, a bola. 55 Sílvia Cristina Mateus Azevedo Já na sala da C3 observámos que a sua participação nas actividades de grande grupo aconteceu só quando foi solicitada, quando aconteceu participou frequentemente. Durante estas actividades raramente perturbou, manteve-se quase sempre quieta e calada. A C3 nas actividades soube utilizar, frequentemente, o espaço da sala onde as realizou o mesmo aconteceu com os materiais. Nas actividades individuais orientadas, a C3 teve gosto em trabalhar, manteve a tarefa orientada, às vezes, com o apoio do adulto. Durante esta persistiu, frequentemente, acabou o que começou e cumpriu quase sempre as regras. Nas actividades livres, a C3 manteve, às vezes, o que escolheu; soube-se organizar, às vezes, e realizou-as frequentemente sozinha. A C3 ainda interagiu pouco com os colegas, mas, às vezes, já brincou acompanhada, quase sempre com o mesmo. Raramente identificou os colegas pelo nome. Ela já não foi com tanta frequência ao encontro dos adultos, mas teve um bom relacionamento com eles, iniciou frequentemente interacções. A C3 necessitou de orientação para participar em muitas rotinas, no entanto, já participou voluntariamente em algumas. A C3 tem um estilo de interacção predominantemente não verbal. Ela evoluiu nas interacções, inicialmente interagia muito pouco com os colegas, interacções nas brincadeiras paralelas, permanecia longos períodos junto dos adultos, neste momento já interage mais com os colegas, algumas delas em brincadeiras com os outros. Nas actividades livres continua a preferir brincar sozinha. A C3 é reservada nas interacções, fala baixo e utiliza pouco a linguagem verbal. Observação à C4 Primeira (19/10/2010) - Período da Tarde A C4 participou nas actividades de forma irregular. Nas actividades orientadas de grupo não participou voluntariamente, participou, às vezes, quando foi solicitada, não perturbou, manteve-se quieta, calada e, frequentemente, aceitou a opinião da maioria. Nas actividades livres observámos que a C4 soube, às vezes, utilizar o espaço onde as realizou o mesmo aconteceu com os materiais manuseados. Constatámos que ela não alterou frequentemente de actividade. Realizou-as sempre sozinha, às vezes, com um adulto, pouco interagiu com os outros, se o fez foi apenas para responder, não manteve a interacção. Na sala, a C4 realizou sempre jogos de mesa, esteve muitas vezes mais interessada em observar os colegas. No parque, a C4, inicialmente, esteve um pouco a observar os outros, depois decidiu ir brincar, mas a maioria do tempo sozinha. A C4 ainda não identificou os colegas pelos nomes. Durante as actividades livres a criança foi ao encontro de um adulto apenas para lhe pedir que a assoasse, só permaneceu o tempo necessário junto dele. No parque, a C4 permaneceu junto da Educadora durante algum tempo, mas interagiu pouco com ela. Apesar 56 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância de terem sido poucas as vezes que interagiu com os adultos, verificou-se que teve um bom relacionamento com os adultos que lhe são familiares. Em relação às rotinas diárias, a C4 teve que ser orientada nas rotinas diárias, como por exemplo lavar as mãos antes de ir para a sala, fazer o comboio com o grupo. Segunda (29/10/2010) - Período da Manhã Verificámos que a C4 em relação às rotinas diárias não participou nas primeiras da manhã, pois chegou tarde, quando presente ela necessitou de ser orientada para participar. Nas actividades de grande grupo, a criança não participou voluntariamente, tanto as orientadas pela professora de ginástica como pela Educadora, quando solicitado participou às vezes. A C4 não perturbou o grupo, manteve-se quieta a observar e calada. A criança participou nas actividades desenvolvidas de forma irregular. A C4 soube utilizar, às vezes, o espaço onde realizou as actividades, tal como os materiais que utilizou. Na actividade orientada individual, cumpriu as regras, frequentemente; persistiu, às vezes, na actividade e durante muito tempo observou o que se passava à sua volta. A C4 necessitou do apoio da Educadora, às vezes, mas também conseguiu, outras vezes, mantê-la sem apoio. Ela não conseguiu terminar a actividade que começou esta manhã. Nas actividades livres, a C4 manteve frequentemente o que escolheu, passou quase todo o tempo sem interagir com os colegas, mas observa-os. Só interagiu quando um menino lhe destruiu a construção, ela para resolver a situação empurrou-o, usando a força para resolver o conflito. Durante a actividade livre a C4 falou sozinha, a Auxiliar sentou-se junto dela e fez-lhe uma pergunta que ela respondeu. A C4, esporadicamente, iniciou e manteve interacções com os adultos, teve um bom relacionamento com eles. A C4 continua a preferir brincar sozinha, numa das poucas interacções que fez com os colegas, ela identificou uma criança pelo nome. Terceira (26/11/2010) - Período da Manhã A C4 participou nas actividades de grupo só quando foi solicitada. Nas actividades livres, a C4 soube frequentemente utilizar os diferentes espaços onde as realizou e às vezes soube manusear os materiais. Constatámos que ela, às vezes, manteve a actividade que escolheu e realizou-a, frequentemente, sozinha. Durante esta manhã manteve uma brincadeira com um menino, a qual foi iniciada pelo menino. A C4 soube organizar-se, às vezes, colaborou na organização de um jogo com um colega, apesar de raramente, e outras vezes em jogos paralelos. Durante as actividades livres, a C4 não foi ao encontro dos adultos, nem permaneceu junto deles, só quando precisou da sua ajuda, queixou-se à Auxiliar que um colega também queria brincar com o seu jogo. Ela teve um bom relacionamento com os adultos. A C4 conseguiu manter interacções com várias crianças do grupo, durante uma destas interacções não identificou os colegas pelo nome. Em relação às rotinas diárias, a criança continua a chegar tarde ao jardim-de-infância, por isso não participou nas primeiras. Quando presente necessitou de ser orientada para 57 Sílvia Cristina Mateus Azevedo participar nas rotinas, as mais interiorizadas por ela foram: fazer o comboio com o grupo e a higiene. Quarta (18/2/2011) - Período da Tarde A C4 continua a participar de forma irregular nas actividades. Nas actividades em grupo não participou voluntariamente, teve que ser solicitada, não perturbou, manteve-se quieta e calada. Na manta falou com os colegas, mas nunca iniciou a interacção, e identificou algumas crianças pelo nome. Nas actividades livres observámos que a criança soube, frequentemente, utilizar o espaço onde as realizou. Em relação aos materiais utilizados ela soube, às vezes, manuseá-los e também manteve, outras vezes, o que escolheu. A C4 realizou as actividades livres, sempre sozinha, manteve-se sempre no mesmo local, estando longos períodos sem desviar o olhar das suas construções, não interagindo com ninguém. A criança interagiu poucas vezes com os adultos, nas poucas vezes que o fez verificámos que teve um bom relacionamento com os adultos. Em relação às rotinas diárias, a C4 teve de ser orientada para participar na maioria das rotinas diárias, participou voluntariamente a fazer o comboio com o grupo. Quinta (28/02/2011) - Período da Manhã A C4 participou em todas às rotinas diárias, chegou ao jardim-de-infância cedo, necessitando ainda de ser orientada em várias rotinas e participou voluntariamente na higiene e fazer o comboio com o grupo. Nas actividades de grupo a criança só participou quando solicitada, quando isso acontece participou frequentemente, não perturbou o grupo, manteve-se quieta e calada. Nas actividades orientadas individuais, a C4 soube, às vezes, utilizar o espaço onde as realizou, tal como os materiais que utilizou. Ela necessitou, às vezes, de apoio do adulto mas também conseguiu, outras vezes, mantê-las sem o apoio. Persistiu frequentemente na actividade, terminou o que começou e cumpriu às vezes regras. A C4 nas actividades livres soube, frequentemente, utilizar o espaço da sala onde as realizou. Em relação aos materiais manuseados, durante estas, soube utilizá-los às vezes. Manteve também, outras vezes, o que escolheu. Durante estas actividades, passou quase todo o tempo sem interagir com nenhum colega. A C4 foi fazer um jogo, sozinha, uma menina queria brincar com ela, mas a C4 nem sequer olhou para esta. Num jogo juntou-se à C4 um colega, com o qual manteve uma interacção e identificou o menino pelo nome. Ela soube, raramente, colaborar na organização dos jogos e em jogos paralelos com esse colega. Durante a actividade livre a criança não procurou os adultos, esporadicamente iniciou e manteve interacções com adultos, Educadora e Auxiliar, durante estas a C4 teve um bom relacionamento com eles, com as estagiárias ainda não iniciou interacções. A C4 tem um estilo de interacção verbal. Em relação às interacções houve uma evolução, inicialmente interagia muito pouco e apenas com um ou dois colegas, em brincadeiras paralelas, neste momento já interage mais e melhor, às vezes em brincadeiras 58 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância com o outro, mas ainda não se relaciona com todo o grupo. Em relação aos adultos continua a relacionar-se pouco com eles. Neste momento, a C4 brinca mais com os colegas, mas ainda realiza a maioria das actividades livres sozinha. Nas interacções a C4 é muito reservada, fala pouco e ainda utiliza pouco a linguagem não verbal. Com estes dados verificámos que em relação às rotinas diárias do jardim-de-infância as crianças que frequentaram creche, C1 e C2, adaptaram-se, de um modo geral, com mais facilidade quando comparadas com as crianças que não frequentaram creche, C3 e C4. Este facto é defendido por Portugal (1998), as crianças que frequentaram creche adaptam-se melhor, pois estão mais habituadas a regras colectivas e não dependem tanto dos adultos. Nas primeiras observações, as crianças que frequentaram creche, C1 e C2, conseguiam prever algumas rotinas o que não acontecia com as que não frequentaram creche, C3 e C4. Este acontecimento está relacionado com o facto de algumas rotinas serem semelhantes com as da creche. A EB nas reflexões sobre a adaptação tem esta opinião ao referir que “A C1 adaptouse facilmente às rotinas do jardim-de-infância, uma razão para este facto é que estas não lhe são totalmente novas, pois já na creche havia rotinas semelhantes”, “A C2 integrou-se bem nas rotinas do jardim-de-infância, ela não sentiu grandes diferenças em relação às da creche” e “A C4 teve dificuldades em integrar-se nas rotinas do jardim-de-infância, não estava habituado a realizá-las”. A EA na sua reflexão menciona que a C3 “Desde o início que é respeitadora da vontade dos adultos, tentando sempre agradar-lhes e daí a sua adaptação às rotinas não foi demorada, foi percebendo qual a atitude correcta nas várias situações e o encadeamento do dia-a-dia”. Em relação à adesão às propostas de diferentes actividades do jardim-de-infância verifica-se que as crianças que frequentaram creche participam mais de forma voluntária em todo o tipo de actividades, comparadas com as crianças que não frequentaram creche. As crianças que não frequentaram creche, nas actividades de grupo (de forma geral), não participam voluntariamente, assim como nas actividades extracurriculares. Esta situação vem corroborar os estudos realizados por Portugal (1998):“As crianças que usufruíram da creche parecem adaptar-se melhor: estão mais à vontade em grupo” (p.177). Também em estudos realizados por Clarke-Stewart em 1989 e 1992, referidos por Smith et al. (2001), verificamos que as crianças que frequentaram creche, no pré-escolar normalmente sentem-se mais à vontade em novas situações, são mais extrovertidos, menos tímidos e receosos. Por este motivo a C1 e C2 participam mais em grupo, não têm vergonha de o fazer, nem medo de errar, algo que acontece com a C3 e C4. A EB na reflexão sobre a C1 refere que “Nas actividades diárias são realizadas pela C1 com muita satisfação. Ela adora qualquer tipo de actividade, seja de que área for”. Na reflexão sobre a C2 menciona que “A C2 faz as actividades diárias com muito gosto, adora trabalhar. Ela gosta muito de todo o tipo de actividade, quer ser das primeiras a realizar as actividades”. Segundo a EA na sua reflexão “A C3 era muito observadora, mas pouco participativa, no entanto mostrava gosto em ouvir histórias, canções, poesias e de ver as outras crianças participarem em danças ou jogos de 59 Sílvia Cristina Mateus Azevedo movimento”. A EB menciona que a C4 “Inicialmente pouco participava nas actividades de movimento, nas canções, agora já vai participando mais, mas sempre com a sua timidez que a caracteriza”. Nas actividades orientadas individuais ou em pequeno grupo já não é tão notória a diferença de participação, principalmente pela C3, que não frequentou creche mas quer ser sempre a primeira a participar. A EA refere que a C3 “Desde sempre teve vontade em ouvir, ver, e experimentar, sendo sempre a primeira a oferecer-se para a realização de uma actividade de expressão plástica ou grafomotricidade”. No que diz respeito à interacção com os colegas da sala é notória a diferença. As crianças que frequentaram creche, C1 e C2, fazem-no com grande facilidade, principalmente com as crianças do mesmo género, e durante longos períodos. A EB na reflexão sobre a C1 refere que “relacionando-se com muita facilidade com o grupo… mas preferencialmente com as meninas, como é natural nesta idade” em relação à C2 diz que “A C2 relaciona-se muito bem com todo o grupo… no entanto brinca mais com os meninos, como é natural nesta idade”. As crianças que não frequentaram creche, C3 e C4, inicialmente pouco interagiam com os colegas, só quando solicitadas. Neste momento já iniciam interacções, apesar de poucas e breves, continuam assim a preferir brincar sozinhas. A EA menciona na sua reflexão que “Se inicialmente eram as outras crianças que procuravam a C3 para as brincadeiras, hoje ela já inicia, por vezes, os diálogos e jogos com os seus pares”. A EB diz que “A C4 não se relaciona com o grupo todo. Inicialmente só com uma ou duas crianças, evidenciando uma falta de socialização com o grupo”. Este facto significa que a creche é um local importante para interacções com crianças da mesma idade, aqui elas habituam-se a realizar actividades em conjunto. Segundo Abramowiz e Wagkop (1995), “A creche é um espaço de socialização de vivências e interacções” (p.39). A creche é o local por excelência que favorece as interacções em grupo, por esta razão as crianças que a frequentaram têm mais facilidade em interagir com os colegas da sala. Em relação à interacção com os adultos não é clara a diferença entre as crianças que frequentaram a creche e as que não a frequentaram. As crianças que frequentaram creche, C1 e C2, interagem bem com os adultos da instituição, por outro lado as crianças que não frequentaram creche, C3 e C4, só interagem bem com os adultos da sala, principalmente no início das observações. Segundo Portugal (1998), as crianças que frequentaram creche não são tão dependentes dos adultos. Por outro lado, as crianças que não frequentaram creche, normalmente, sentem-se melhor junto dos adultos, sentem-se protegidos. Nas crianças que não frequentaram creche, C3 e C4, existem diferenças evidentes na interacção com os adultos. A C3 é muito dependente dos adultos da sala, principalmente nos primeiros meses. Para estar bem mantinha-se sempre junto a um deles. A EA na reflexão sobre a C3 menciona que “Embora a C3 goste de conversar com os adultos de saber tudo o que dizem e fazem agora, ao contrário do início do ano, não está sempre perto de algum adulto”. 60 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância Ao contrário, a C4 só procura os adultos quando precisa deles, quando isso acontece só permanece junto dele o tempo necessário para resolver o problema. A EB na reflexão sobre a C4 refere que “A C4 relacionar-se pouco com os adultos da instituição.… não gosta de falar, nem estar junto aos adultos”. 2.8.2. Escala de Envolvimento da Criança Primeira utilização da Escala de Envolvimento da Criança 3 2 1 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 Gráfico 1. Níveis de Envolvimento da Criança 1 (1ª utilização) Na primeira utilização da escala de envolvimento à C1, nas três observações realizadas, constatámos que obteve o mesmo nível de envolvimento, nível 4. O nível médio do seu envolvimento é, assim, de 4. 3 2 1 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 Gráfico 2. Níveis de Envolvimento da Criança 2 (1ª utilização) Na primeira utilização da escala de envolvimento à C2, nas três observações realizadas, constatámos que obteve um nível 4 de envolvimento e dois de nível 5. O nível médio do seu envolvimento é de 4,6. 61 Sílvia Cristina Mateus Azevedo 3 2 1 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 Gráfico 3. Níveis de Envolvimento da Criança 3 (1ª utilização) Na primeira utilização da escala de envolvimento à C3, nas três observações realizadas, constatámos que obteve um nível 2 de envolvimento, um nível 3 e um de nível 4. O nível médio do seu envolvimento é de 3. 3 2 1 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 Gráfico 4. Níveis de Envolvimento da Criança 4 (1ª utilização) Na primeira utilização da escala de envolvimento à C4, nas três observações realizadas, constatámos que obteve dois níveis 3 de envolvimento e um de nível 4. O nível médio do seu envolvimento é de 3,3. 6 5 4 3 2 1 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 C1 e C2 Nível 4 Nível 5 C3 e C4 Gráfico 5. Níveis de Envolvimento das crianças que frequentaram creche e das que não frequentaram (1ª utilização) Os níveis de envolvimento das crianças que frequentaram creche, C1 e C2, são superiores, quando comparados com os níveis de envolvimento das que não frequentaram 62 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância creche. A C1 e C2 têm uma média de envolvimento nas actividades de 4,3; enquanto a média de envolvimento nas actividades da C3 e C4 é de 3,1. Segunda utilização da Escala de Envolvimento da Criança 3 2 1 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 Gráfico 6. Níveis de Envolvimento da Criança 1 (2ª utilização) Na segunda utilização da escala de envolvimento à C1, nas três observações realizadas, constatámos que obteve um nível 4 de envolvimento e dois níveis de envolvimento 5. O nível médio do seu envolvimento é de 4,6. 3 2 1 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 Gráfico 7. Níveis de Envolvimento da Criança 2 (2ª utilização) Na segunda utilização da escala de envolvimento à C2, nas três observações realizadas, constatámos que obteve um nível 4 de envolvimento e dois de nível 5. O nível médio do seu envolvimento é de 4,6. 63 Sílvia Cristina Mateus Azevedo 3 2 1 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 Gráfico 8. Níveis de Envolvimento da Criança 3 (2ª utilização) Na segunda utilização da escala de envolvimento à C3, nas três observações realizadas, constatámos que obteve um nível 2 de envolvimento, um nível 3 de envolvimento e um de nível 5. O nível médio do seu envolvimento é de 3,3. 3 2 1 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 Gráfico 9. Níveis de Envolvimento da Criança 4 (2ª utilização) Na segunda utilização da escala de envolvimento à C4, nas três observações realizadas, constatámos que obteve um nível 3 de envolvimento e dois de nível 4. O nível médio do seu envolvimento é de 3,6. 6 5 4 3 2 1 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 C1 e C2 Nível 4 Nível 5 C3 e C4 Gráfico 10. Níveis de Envolvimento das crianças que frequentaram creche e das que não frequentaram (2ª utilização) Comparando os níveis de envolvimento das crianças que frequentaram creche, C1 e C2, com as que não frequentaram creche, C3 e C4, constatámos que os níveis de envolvimento da 64 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância C1 e C2 são superiores. A C1 e a C2 têm uma média de envolvimento nas actividades de 4,6; enquanto a média de envolvimento nas actividades da C3 e C4 é de 3,5. Terceira utilização da Escala de Envolvimento da Criança 3 2 1 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 Gráfico 11. Níveis de Envolvimento da Criança 1 (3ª utilização) Na terceira utilização da escala de envolvimento à C1, nas três observações realizadas, constatámos que obteve dois níveis 4 de envolvimento e um nível de envolvimento 5. O nível médio do seu envolvimento é de 4,3. 3 2 1 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 Gráfico 12. Níveis de Envolvimento da Criança 2 (3ª utilização) Na terceira utilização da escala de envolvimento à C2, nas três observações realizadas, constatámos que obteve um nível 4 de envolvimento e dois de nível 5. O nível médio do seu envolvimento é de 4,6. 65 Sílvia Cristina Mateus Azevedo 3 2 1 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 Gráfico 13. Níveis de Envolvimento da Criança 3 (3ª utilização) Na terceira utilização da escala de envolvimento à C3, nas três observações realizadas, constatámos que obteve um nível 2 de envolvimento e dois de nível 4. O nível médio do seu envolvimento é de 3,3. 3 2 1 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 Gráfico 14. Níveis de Envolvimento da Criança 4 (3ª utilização) Na terceira utilização da escala de envolvimento à C4, nas três observações realizadas, constatámos que obteve dois níveis 3 de envolvimento e um de nível 5. O nível médio do seu envolvimento é de 3,6. 6 5 4 3 2 1 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 C1 e C2 Nível 4 Nível 5 C3 e C4 Gráfico 15. Níveis de Envolvimento das crianças que frequentaram creche e das que não frequentaram (3ª utilização) Os níveis de envolvimento das crianças que frequentaram creche, C1 e C2, são superiores, quando comparados com os níveis de envolvimento das que não frequentaram 66 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância creche. A C1 e C2 têm uma média de envolvimento nas actividades de 4,5; enquanto a média de envolvimento nas actividades da C3 e C4 é de 3,5. Quarta utilização da Escala de Envolvimento da Criança 3 2 1 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 Gráfico 16. Níveis de Envolvimento da Criança 1 (4ª utilização) Na quarta utilização da escala de envolvimento à C1, nas três observações realizadas, constatámos que obteve o mesmo nível de envolvimento nas três actividades, nível 5. Deste modo o nível médio do seu envolvimento é de 5. 3 2 1 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 Gráfico 17. Níveis de Envolvimento da Criança 2 (4ª utilização) Na quarta utilização da escala de envolvimento à C2, nas três observações realizadas, constatámos que obteve um nível 4 de envolvimento e dois de nível 5. O nível médio do seu envolvimento é de 4,6. 67 Sílvia Cristina Mateus Azevedo 3 2 1 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 Gráfico 18. Níveis de Envolvimento da Criança 3 (4ª utilização) Na quarta utilização da escala de envolvimento à C3, nas três observações realizadas, constatámos que obteve um nível 2 de envolvimento, um nível 4 e um nível 5. O nível médio do seu envolvimento é de 3,6. 3 2 1 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 Gráfico 19. Níveis de Envolvimento da Criança 4 (4ª utilização) Na quarta utilização da escala de envolvimento à C4, nas três observações realizadas, constatámos que obteve um nível 3 de envolvimento e dois de nível 4. O nível médio do seu envolvimento é de 3,6. 6 5 4 3 2 1 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 C1 e C2 Nível 4 Nível 5 C3 e C4 Gráfico 20. Níveis de Envolvimento das crianças que frequentaram creche e das que não frequentaram (4ª utilização) Comparando os níveis de envolvimento das crianças que frequentaram creche, C1 e C2, com as que não frequentaram creche, C3 e C4, constatámos que os níveis da C1 e C2 são 68 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância superiores. A C1 e a C2 têm uma média de envolvimento nas actividades de 4,8; enquanto a média de envolvimento nas actividades da C3 e C4 é de 3,6. Total dos níveis de envolvimento de cada criança 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 Gráfico 21. Total dos níveis de Envolvimento da Criança 1 A C1 em 12 observações obteve seis níveis 4 de envolvimento e seis níveis 5. A média do nível de envolvimento nas actividades da C1 é de 4,5. 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 Gráfico 22. Total dos níveis de Envolvimento da Criança 2 A C2 em 12 observações obteve quatro níveis de envolvimento 4 e oito níveis 5. A média do nível de envolvimento nas actividades da C2 é de 4,6. 69 Sílvia Cristina Mateus Azevedo 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 Gráfico 23. Total dos níveis de Envolvimento da Criança 3 A C3 em 12 observações obteve quatro níveis de envolvimento 2, dois níveis 3, quatro níveis 4 e dois níveis 5. A média do nível de envolvimento nas actividades da C3 é de 3,3. 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 Gráfico 24. Total dos níveis de Envolvimento da Criança 4 A C4 em 12 observações obteve seis níveis 3, cinco níveis 4 e um nível 5. A média do nível de envolvimento nas actividades da C4 é de 3,6. Após uma breve análise dos dados referidos até aqui, podemos concluir que as crianças que frequentaram creche têm um nível médio de envolvimento superior nas actividades, quando comparadas com as crianças que não frequentaram creche. A C1 na última utilização da escala de envolvimento obteve o nível máximo nas três observações. A C2 em todas as utilizações da escala de envolvimento obteve a mesma média de envolvimento nas actividades e foi a criança com a média total mais alta. A C3 foi a única que obteve níveis de envolvimento de nível 2 e foi a criança com a média total mais baixa. A C4 obteve em três das quatro observações a mesma média de envolvimento. Ao longo das observações o nível médio da C1, da C3 e da C4 foi aumentando, o mais significativo foi o da C1 que aumentou uma unidade, do nível 4 para o nível 5. O nível médio da C3 aumentou seis casas decimais, do nível 3 para o nível 3,6. O nível médio da C4 foi o que teve um aumento menos significativo, três casas decimais, do nível 3,3 para o nível 3,6. Nenhuma das crianças observadas obteve, numa observação, o nível 1 de envolvimento na actividade. 70 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância Notou-se uma ligeira evolução do envolvimento nas actividades das crianças que não frequentaram creche, o que significa que a C3 e a C4 estão a adaptar-se ao jardim-deinfância de forma gradual. 2.8.3. Entrevistas Categorização Transcrevemos todas as entrevistas, protocolo da entrevista à Educadora A (Cf. Anexo G1), protocolo da entrevista à Educadora B (Cf. Anexo G2), protocolo da entrevista à Mãe da Criança 1 (Cf. Anexo G3), protocolo da entrevista à Mãe da Criança 2 (Cf. Anexo G4), protocolo da entrevista à Mãe da Criança 3 (Cf. Anexo G5), protocolo da entrevista à Mãe da Criança 4 (Cf. Anexo G6), e sujeitámo-las à apreciação dos entrevistados, tendo sido todas validadas, as da Educadoras de Infância (Cf. Anexo H1) e as dos Pais (Cf. Anexo H2). Depois iniciámos a análise das respostas das Educadoras de Infância através dos protocolos das suas entrevistas e, posteriormente, a análise das respostas dos Pais através dos protocolos das entrevistas deles. Analisámos as respostas obtidas, recorrendo à frase como unidade de registo de conteúdo, categorizando numa vertente qualitativa, como forma de verificar os objectivos formulados no nosso trabalho. Procedemos à simplificação da informação recolhida, através da redução dos dados, tornando-a mais flexível e interpretável. Durante esta fase tivemos o cuidado de não eliminar o fundamental da informação. Por unidades de registo entendemos o segmento específico que se caracteriza por uma colocação numa determinada categoria. A unidade de registo frequentemente é ampla, mas pode ser uma palavra-chave. Partindo do guião das entrevistas, foram definidas as categorias de análise das mensagens, que podem ser comparadas a “caixas de sapatos dentro das quais são distribuídos objectos”; consistem numa “espécie de gavetas” que permitem a classificação dos elementos referidos (Bardin, 1977, p. 64). Isto é, um armário com gavetas, cada uma das quais com uma denominação e os objectos serão distribuídos tendo em conta essa denominação, ou seja, a gaveta a que pertencem. Ao partir das categorias, foram denominadas as sub-categorias, de forma a classificar mais especificamente as unidades de registo, e em algumas sub-categorias foram ainda designadas sub-sub-categorias. As sub-categorias e sub-sub-categorias foram formadas porque, apesar de todas as informações se relacionarem, existem umas que se agrupam entre si mais do que as outras, surgindo a necessidade das separar de acordo com essas especificidades. Esta análise foi realizada tanto para das categorias referentes às Educadoras de Infância (Cf. Anexo I1) como para das categorias referentes aos Pais (Cf. Anexo I2). 71 Sílvia Cristina Mateus Azevedo Para efeitos de apresentação organizada dos dados das entrevistas elaborámos um quadro - síntese (Cf. Anexo J1; Anexo J2) onde agrupámos as unidades de registo pelas diferentes categorias e sub-categorias. Entrevista às Educadoras A Educadora A (EA) revelou-se, durante o encontro para a entrevista, bastante descontraída, com um sorriso aberto, gesticulou durante toda a entrevista, expressando-se muito bem. As respostas foram dadas de forma rápida, com grande à vontade. A Educadora B (EB) respondeu à entrevista com à vontade, expressou-se bem, tendo nalgumas questões parado para pensar antes de responder. Durante a entrevista utilizou os gestos para se expressar, a sua frequência foi aumentando ao longo desta. As perguntas iniciais da entrevista permitiram-nos ficar a saber que a EA iniciou este ano lectivo com um novo grupo, vindo a grande maioria de uma creche que pertence à Instituição, mas não fica nas mesmas instalações, a EB iniciou este ano lectivo, no contexto jardim-de-infância, com o mesmo grupo que acompanhou na creche. Os dados obtidos foram agrupados em categorias de análise que expressassem o conjunto de indicadores apontados pelas Educadoras. As categorias foram estabelecidas a priori: 1. Rotina Diária do jardim-de-infância; 2. Horários do jardim-de-infância; 3. Regras do jardim-de-infância; 4. Propostas de diferentes actividades do jardim-de-infância; 5. Interacção com os colegas da sala; 6. Interacção com os adultos; 7. Partilha de brinquedos; 8. Expressão dos sentimentos; 9. Socialização; 10. Papel da creche no desenvolvimento social. Questão 1 - Relativamente à questão, “considera que uma criança que frequentou a creche se adapta melhor às rotinas diárias”, a resposta das duas Educadoras foi unânime ao afirmarem que as crianças que frequentaram creche se adaptam melhor às rotinas diárias. Ambas as Educadoras, EA e EB, referem que “Sim, uma criança que frequentou creche adapta-se melhor às rotinas diárias, comparada com uma criança que não frequentou creche”. Questão 2 – No que diz respeito à questão, “a adaptação aos horários é sentida de diferente modo pelas crianças que frequentaram a creche com as que não a frequentaram”, as duas Educadoras têm uma opinião diferenciada. A EA relata que, apesar 72 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância de as crianças que frequentam creche terem mais facilidade na adaptação, não é visível uma grande diferença na forma como é sentida a adaptação aos horários, “porque os horários da creche são diferentes dos praticados em casa e como as crianças, a maioria, passam o mês de Agosto de férias é uma nova adaptação aos horários da instituição”. Por outro lado, a EB menciona que é notória a diferença, ou seja, as crianças que frequentaram creche adaptamse mais facilmente aos novos horários, “É uma adaptação que se nota muito a diferença entre as crianças que frequentaram creche com as que não frequentaram”. Questão 3 – No que concerne à questão, “quais as crianças que aderem mais facilmente às regras do jardim-de-infância”, não existe consenso entre as Educadoras. A EB menciona que as crianças que frequentaram creche têm mais facilidade em aderir às regras, principalmente no período de adaptação, uma vez que “As crianças que frequentaram a creche já têm mais facilidade em compreender as regras do jardim-de-infância, pois também na creche existiam regras, as quais tinham de ser cumpridas”. Esta opinião vai ao encontro dos resultados obtidos em estudos por Portugal (1998) que revelaram que crianças que frequentaram creche estão mais habituadas a regras colectivas. A EA menciona que “Todas têm dificuldades, sendo um grupo novo com Educadora desconhecida todas as crianças têm que se adaptar às novas regras, porque cada sala é um caso, cada Educadora é uma pessoa com regras diferentes. Se a Educadora da creche continuar com o grupo no jardim-deinfância as crianças que não pertenciam ao grupo, as que não frequentaram creche, vão sentir mais dificuldades em adaptarem-se às regras do jardim-de-infância”. Questão 4 – Na presente questão, “considera que uma criança que frequentou a creche adere mais às propostas de diferentes actividades do jardim-de-infância”, as duas Educadoras confirmam que, de uma forma geral, uma criança que frequentou creche adere mais facilmente às propostas de diferentes actividades no jardim-de-infância. A EA menciona “Normalmente é dessa forma que se processa a participação das crianças nas actividades. As crianças que frequentaram a creche aderem mais facilmente às actividades propostas por mim e pelas professoras das actividades extracurriculares comparadas com as crianças que não frequentaram creche”. A EB refere que “Para as crianças que frequentaram creche qualquer actividade realizada já não é totalmente novidade, há sempre uma parte desta que se assemelha a alguma já realizada na creche”. Estas opiniões vão ao encontro de estudos realizados por Clarke-Stewart em 1989 e 1992, referidos por Papalia e Olds (2000), que referem que as crianças que frequentaram creche, geralmente sentem-se mais à vontade em novas situações, são mais extrovertidos, menos retraídos e receosos de falhar, mais empenhados nas actividades. No entanto a EA refere que a criança do seu grupo que não frequentou creche é uma excepção a esta generalidade, “Ela adora participar nas actividades, oferece-se para ser a primeira a participar, participa com gosto nas actividades orientadas e de expressão motora”. 73 Sílvia Cristina Mateus Azevedo Questão 5 – No que toca à questão, “quais as crianças que interagem melhor com os colegas da sala”, as respostas das Educadoras são unânimes. A EA refere “As crianças que frequentam creche interagem melhor com os colegas, mesmo que não tenham vindo da mesma creche”. A EB menciona “No período de adaptação as crianças que frequentam creche interagem mais com os colegas, pois normalmente a maioria destes colegas já pertenceram ao seu grupo nos anos anteriores”. Esta também é a opinião de Portugal (1998) que refere que em estudos realizados, as crianças que usufruíram da creche estão mais à vontade em grupo e mais familiarizadas com regras colectivas. No entanto, a EB salienta que a facilidade de interacção está muito relacionada com a personalidade e as necessidades da criança, “algumas crianças que não frequentaram creche também interagem bem com os colegas de sala”, principalmente se estão habituadas a conviver com outras crianças com a sua idade. Questão 6 – Relativamente à questão “quais as crianças que interagem melhor com os adultos”, as opiniões das Educadoras divergem. A EA refere que as crianças que não frequentam creche interagem mais e melhor com os adultos. A razão para este facto é “por serem mais dependentes e por não terem estabelecido até então uma relação com a maioria dos colegas da sala”. Esta opinião vai ao encontro dos resultados obtidos em estudos realizados por Portugal (1998). Segundo esta investigadora, as crianças que usufruíram da creche não são tão dependentes dos adultos, comparadas com as que não frequentaram. Por outro lado, a EB menciona que varia de criança para criança, “depende muito da personalidade e das relações que têm com os adultos fora do jardim-de-infância” mas acrescenta que, por vezes, as crianças que não frequentaram a creche “gostam de estar junto dos adultos”. Questão 7 – Quando questionadas sobre “quais as crianças que partilham mais os brinquedos”, as Educadoras têm concepções diferentes. A EA refere que as crianças que não frequentaram creche partilham mais os brinquedos “por quererem uma integração grupal, são mais benevolentes com os amigos”. Outra opinião tem a EB. Para esta “As crianças na creche aprendem a partilhar os brinquedos com os colegas da sala. Por este motivo as crianças que frequentaram creche têm mais facilidade em partilhar com os colegas os brinquedos da sala e os brinquedos que trazem de casa”. Esta opinião é referida por Oliveira– Formosinho (1999) quando menciona que as rotinas na creche proporcionam oportunidades para que as crianças participem em interacções sociais complexas, como é o caso da partilha de brinquedos. Questão 8 – No que se refere à questão “quais as crianças que expressam os sentimentos de modos socialmente aceitáveis”, as Educadoras revelam opiniões convergentes. A EA refere que as crianças que não frequentaram creche têm mais facilidade ao dizer “penso que as crianças que nunca tenham frequentado creche o façam melhor”. Mas, no entanto, menciona que “depende das crianças, hoje em dia a maioria não expressa os 74 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância sentimentos de modo socialmente aceitável”. Este facto vai ao encontro da opinião da EB que refere “Na minha opinião, o facto de as criança serem capazes de expressar os sentimentos de modos socialmente aceitáveis, não depende do facto de ter frequentado a creche ou não, varia de criança para criança e da sua estrutura familiar”. Questão 9 – Relativamente à questão “considera que uma criança que frequentou creche é mais sociável”, ambas as Educadoras respondem a esta questão de uma forma afirmativa. Para a EA isso deve-se ao facto de estar “habituada a ver muitos adultos, a ficar com pessoas diferentes e a estar com os seus pares sabendo solucionar os conflitos e qual a melhor forma de o fazer”. Já a EB justifica dizendo “Uma criança que frequentou creche está mais habituada a conviver com crianças da sua idade e não só. As crianças que frequentam creche adquiriram durante este período várias aprendizagens sobre a relação/interacção com os outros, tanto com crianças como com adultos”. Esta também é a opinião de Papalia e Olds (2000) quando referem que, de um modo geral, as crianças que frequentam creche tendem a ser tão ou mais sociáveis, confiantes, persistentes, realizadoras e habilidosas na resolução de problemas do que as que permanecem em casa. Questão 10 – No que concerne à última questão, “qual considera ser o papel da creche no desenvolvimento social da criança e neste sentido na adaptação ao jardim-deinfância”, existe um consenso sobre a importância da creche no desenvolvimento social da criança. A EA menciona “na creche aprende-se a base do desenvolvimento social, a criança aprende a respeitar-se a si, as outras crianças e os adultos”. A EB diz que “A criança ao frequentar a creche tem oportunidade de conviver com muitas crianças da mesma idade e também com vários adultos. As crianças que não frequentaram creche não tendo vivido estas situações, têm a adaptação ao jardim-de-infância dificultada, pois a maioria destas estão privadas de conviver com crianças e adultos que não sejam da família, são superprotegidas pelo adulto que tomou conta desta”. Estas opiniões vão ao encontro de Abramowiz e Wagkop (1995) quando referem que “A creche é um espaço de socialização de vivências e interacções” (p.39). A EA acrescenta “Aprende também a ouvir os outros, a estar e a partilhar”, esta opinião também é defendida por Falk (1979, p.117, citado por Post & Hohmann, 2007) que refere que numa creche “um sistema estável de relações é um prérequisito… para a capacidade de assimilar o padrão social de valores aceites, normas, regras de comportamento, conjunto de proibições, através da imitação, assimilação e identificação” (p.63). A EB menciona ainda a diversidade de aprendizagens como sendo outra razão, “penso que a creche tem um papel importante no desenvolvimento social da criança, pois permite à criança realizar muitas aprendizagens relacionadas com a socialização, facilitando assim a adaptação desta ao jardim-de-infância”. Esta opinião vai ao encontro dos resultados obtidos por Portugal (1998), em estudos que concluem que a permanência numa creche de boa qualidade, além de não influenciar negativamente a relação de ligação à mãe, promove o desenvolvimento social da criança. 75 Sílvia Cristina Mateus Azevedo Assim, podemos verificar que ambas as Educadoras, EA e EB, consideram que as crianças que frequentaram creche se adaptam com mais facilidade às rotinas do jardim-deinfância. As duas Educadoras referem que uma criança que frequentou creche adere mais às propostas de diferentes actividades do jardim-de-infância, no entanto a EA revela que a criança que não frequentou creche do seu grupo é uma excepção a esta generalidade. As duas Educadoras consideram que as crianças que frequentaram creche interagem melhor com os colegas da sala. As Educadoras têm opiniões um pouco diferentes no que diz respeito ao facto das crianças que frequentaram creche tenderem a interagir melhor com os adultos, para a EA são as crianças que não frequentaram creche que interagem melhor com eles. A EB refere que varia de criança para criança, no entanto esta vai um pouco ao encontro da opinião da EA ao mencionar que, por vezes, crianças que não frequentaram creche interagem melhor com os adultos por não terem convivência com crianças fora da instituição, gostando de estar mais junto deles. Entrevista aos Pais A MC1 revelou-se, durante o encontro para a entrevista, muito descontraída, com um grande sorriso cada vez que falava da sua criança, gesticulou durante toda a entrevista, expressando-se muito bem. As respostas foram dadas de forma rápida. A MC2 respondeu à entrevista sempre com um grande à vontade, expressando-se muito bem e com um sorriso estampado no rosto no momento das respostas. A MC3 revelou-se durante o encontro para a entrevista descontraída, grande sorriso cada vez que falava da sua criança, expressou-se bem durante toda a entrevista e gesticulou pouco. A MC4 revelou-se durante a entrevista um pouco retraída, expressou-se bem mas não utilizou os gestos para se exprimir. Durante o encontro teve sempre um brilho nos olhos quando falava o nome da sua criança. Os dados obtidos pelas entrevistas foram agrupados de acordo com as categorias, que foram estabelecidas a priori: 1. Adulto que ficou com a criança até entrar para o jardim-de-infância; 2. Razão para não frequentar a creche; 3. Adulto cuidador tinha mais crianças à sua responsabilidade; 4. Idade com que entrou na creche; 5. Razão para frequentar a creche; 6. Participação dos pais na creche; 7. Caracterização da creche; 8. Papel da creche no desenvolvimento social; 9. Papel da creche; 10. Creche: opção /“obrigação”; 76 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância 11. Adulto que vai levar a criança ao jardim-de-infância; 12. Adulto que vai buscar a criança ao jardim-de-infância; 13. Percepção sobre o bem-estar da criança no jardim-de-infância; 14. Média das horas diárias na instituição; 15. Partilhar a mesma instituição com o irmão; 16. Razão por colocá-lo neste jardim-de-infância; 17. Sentimentos que provocou em si a entrada no jardim-de-infância; 18. Adaptação ao jardim-de-infância; 19. Relação com as crianças do jardim-de-infância; 20. Relação com os adultos do jardim-de-infância; 21. Fala sobre colegas e/ou adultos do jardim-de-infância; 22. Caracterização da criança; 23. Importância da creche para a adaptação ao jardim-de-infância. As questões iniciais da entrevista aos pais têm como objectivo recolher dados de anamnese, isto é, todos os dados relevantes sobre a vida da criança, desde o tempo da gravidez, passando pelo parto e pelo seu desenvolvimento. As informações tiveram como objectivo conhecer melhor as crianças, para, eventualmente, podermos ter em consideração aspectos do seu percurso desenvolvimental que se poderiam revelar importantes na análise dos resultados, ou seja, interferir no seu processo de adaptação ao contexto do jardim-deinfância. Iniciaremos a apresentação e análise das entrevistas na questão 35.1, uma vez que a informação obtida nas perguntas anteriores não se revelou significativa para a análise da nossa questão de investigação. Questão 35.1 - No que concerne à presente questão, “com quem ficou o seu filho até ir para o jardim-de-infância”, a MC3 menciona que “Ficou com a tia” e a MC4 refere que “Ficou com a avó e uma senhora que ainda vai lá a casa”. As duas crianças, a C3 e a C4, ficaram com familiares até entrarem para o jardim-de-infância. Questão 35.1.1 - Relativamente à questão, “porque razão optou por não colocar o seu filho na creche”, a resposta das duas mães, a MC3 e a MC4, foi unânime ao afirmarem que tinham alguém de confiança para ficar com o filho, mais especificamente uma tia e a avó e uma ama, respectivamente. A MC3 menciona “Porque tinha a possibilidade de ter um acompanhamento mais personalizado” e MC4 diz que “Ficou com a avó e uma senhora que ainda vai lá a casa”. A MC4 acrescenta que também foi “por conselho da pediatra”. Segundo Feldman e Wenzel (1990) e Hartup e Moore (1990) referidos por Katz e McClellan (1999) uma grande influência no desenvolvimento social da criança é a experiência que esta tem dentro da família. No entanto, as duas mães trabalhavam fora de casa, por esta razão o tempo que estavam com os filhos é semelhante ao das outras mães. Vários autores como Spitz (1945), 77 Sílvia Cristina Mateus Azevedo Bowlby (1974), Harlow (1976) e Ainsworth (1978, 1982), referidos por Portugal (1998) vêm afirmar que através da relação estreita que se estabelece entre a mãe e a criança, esta é capaz de alargar e desenvolver futuras relações com outras crianças e adultos. Questão 35.1.2 – Em relação à questão, “se o adulto cuidava do seu filho e de mais crianças”, a MC3 diz que “Cuidava de só mais uma criança” e a MC4 refere que “Não”. O que significa que as duas crianças, C3 e a C4, conviveram muito pouco com outras crianças antes de entrarem para o jardim-de-infância. Questão 35.2 – Relativamente à questão, “com que idade entrou para a creche”, a MC1 diz que “Entrou após ter feito quatro meses, no primeiro mês de creche eu estava de férias, durante este a C1 não foi a tempo inteiro” e a MC2 refere que “Entrou com cinco meses”. Podemos constatar que as duas crianças entraram muito cedo para a creche. Segundo Portugal (1998), as crianças que permaneceram mais tempo na creche têm comportamentos diferentes, como por exemplo, desenvolvem mais jogos interactivos e cooperativos, têm mais afectos positivos e interacções verbais mais positivas do que as que permanecem pouco tempo. Questão 35.2.1 – No que concerne à questão, “porque razão optou por colocar o seu filho na creche”, as duas mães, a MC1 e a MC2, têm a mesma opinião ao considerarem que era adequada. A MC1 diz que “mesmo que não trabalhasse eu teria colocado a C1 na mesma na creche. Na creche desenvolvem-se mais, é muito importante para as crianças”. A MC2 menciona que “tinha a possibilidade de deixar a C2 com a minha mãe, mas optei pela creche, já tinha lá o meu outro filho. E acho que a creche é fundamental para o desenvolvimento das crianças; aprenderem regras com os avós era mais complicado”. A MC1 acrescenta ainda que “A razão principal foi o trabalho, mas mesmo que não trabalhasse eu teria colocado a C1 na mesma na creche”. Estas opiniões estão de acordo com Batista da Silva (1998) que considera que a creche nos dias de hoje é uma resposta única, não é um simples local onde se guarda crianças, substituto da casa, nem um jardim-de-infância dos pequenos. Questão 35.2.2 – No que toca à questão, “participação dos pais na creche”, as duas mães referem que participaram nas reuniões. A MC1 diz “fui sempre às reuniões” e a MC2 menciona “Participei sempre nas reuniões da instituição”. A MC1 refere ainda “Tive uma participação activa… sempre que possível falava com a Educadora para saber como estava a C1, como tinha passado o dia”. A MC2 menciona ainda “Participei sempre… nas festas de Natal e final de ano lectivo”. Com esta participação verifica-se o interesse dos pais no processo educativo Abreu, Sequeira e Escoval (1990) referem que os educadores devem desenvolver estratégias que envolvam os pais, de modo a encorajá-los a participar nas vivências da instituição. 78 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância Questão 35.2.3 – Em relação à questão, “caracterize a creche que o seu filho frequentou”, ambas as mães, a MC1 e a MC2, referem o espaço físico. A MC1 diz “Gostei muito da creche… excelente, tanto a nível… do espaço” e a MC2 menciona “A creche tem boas condições, com um ambiente acolhedor”. Os recursos humanos também são referidos pelas duas. A MC1 diz que “Gostei muito da creche, excelente, tanto a nível do pessoal” e a MC2 indica que “os adultos são pessoas espectaculares”. A MC1 menciona ainda o material didáctico-pedagógico “Gostei muito da creche… do material”. Questão 35.2.4 – Quando questionadas “qual a importância da creche no desenvolvimento social do seu filho”, as duas mães indicam a relação com as outras crianças e adultos. A MC1 refere que “a creche é muito importante para o desenvolvimento social das crianças, porque estas aprendem a conviver com muitas crianças e adultos” e a MC2 diz que “Na creche aprende muito, aprende…, a estar em grupo com crianças da sua idade, a relacionar-se com diferentes adultos”. Esta opinião vai ao encontro da de Abramowiz e Wagkop (1995) “A creche é um espaço de socialização de vivências e interacções” (p. 39). A participação em actividades é mencionada pela MC1 “Também devido ao facto de estarem com uma Educadora durante todo o dia, com a qual realizam actividades específicas que fazem com que o desenvolvimento social se desenvolva de forma correcta e rápida”. A aprendizagem de regras é referida pela MC2 “Na creche aprende muito, aprende a partilhar, a estar em grupo com crianças da sua idade”, esta opinião também é defendida por Falk (1979), referido por Post e Hohmann (2007), que menciona que numa creche um sistema seguro de relações é um pré-requisito para a capacidade de assimilar o padrão social de valores aceites, normas, regras de comportamento. Questão 35.2.5 – Na presente questão, “qual o papel da creche nos dias de hoje”, ambas as mães, a MC1 e a MC2, referem estimular/desenvolver a criança. A MC1 diz “permite que as crianças se desenvolvam mais e mais rapidamente, pois as crianças são acompanhadas por uma Educadora, uma profissional que sabe como estimulá-las para que assim ocorra um desenvolvimento mais rápido” e a MC2 menciona “Tem um papel fundamental, porque a criança é acompanhada por um profissional durante todo o dia”. Ensinar as crianças a conviver com diferentes pessoas também foi referido pelas duas mães. A MC1 diz “também o facto de conviverem com muitas crianças da mesma idade e não só, aprendem mais sobre realidades que em casa não existem” e a MC2 indica que “Na creche aprende muito… estar em grupo com crianças da sua idade, a relacionar-se com diferentes adultos”. Esta ideia vai ao encontro da opinião de Oliveira-Formosinho (2007). Esta autora considera que o desenvolvimento não é automático nem unilateral, faz-se na interacção com o ambiente. As interacções na creche são extremamente importantes pois só com estas é que ocorre um desenvolvimento na criança. A MC2 considera ainda que tem o papel de ensinar as crianças a partilhar “Na creche aprende muito, aprende a partilhar”. Segundo Portugal (1998) na creche as crianças aprendem regras colectivas. 79 Sílvia Cristina Mateus Azevedo Questão 35.2.6 – Relativamente à questão, “se não precisasse de trabalhar colocaria o seu filho na creche”, as duas mães referiram que sim, mas só por algumas horas. A MC1 diz que “Sim, como já referi anteriormente, não seria a tempo inteiro” e a MC2 indica que “Sim, não a tempo inteiro, vinha buscá-lo mais cedo”. Estas mães reconhecem a importância da creche no desenvolvimento da criança e como refere Gouvêa (2002) a creche deve propiciar condições adequadas para um desenvolvimento integral e sadio das crianças do ponto de vista social e emocional, contudo, reconhecem também a importância da criança poder “desfrutar” por mais tempo da relação com os pais. Questão 36 – Em relação à questão, “quem leva o seu filho ao jardim-de-infância”, a MC1 diz que “Sou eu ou o meu companheiro, depende dos horários, como são rotativos”. A MC2 menciona que são “Os pais”. A MC3 indica que é “O pai”. A MC4 refere que é a “A mãe”. Questão 36.1 – No que concerne à questão, “como fica o seu filho quando o leva ao jardim-de-infância”, a MC1 e a MC2 referem que fica contente; a MC1 diz “Fica muito bem, adora ir para a escolinha ter com os amigos” e a MC2 indica “Fica contente, dá um beijinho a cada um”. A MC2 acrescenta que “vai para junto dos amigos”. A MC3 e a MC4 mencionam que fica triste; a MC3 refere que “No primeiro mês ficava sempre a chorar, o pai ficava com ela durante muito tempo, para o pai se ir embora a C3 tinha de ficar na sala da prima” e a MC4 diz que “Nas primeiras semanas ficou a choramingar”. Questão 37 – Em relação à questão, “quem vem buscar o seu filho ao jardim-deinfância”, a MC1 diz que “Também sou eu ou o meu companheiro, depende do horário”. A MC2 menciona que é “Quase sempre o pai”. A MC3 indica que é “O pai”. A MC4 refere que é “O pai ou a avó”. Questão 37.1 – No que toca à questão, “como encontra o seu filho quando chega ao jardim-de-infância”, a MC1 e a MC2 referem que “contente”. A MC1 diz “Sempre bem” e a MC2 indica “Mais contente do que fica de manhã, quer sempre ficar mais um pouco”. A MC1 menciona ainda que “muitas vezes nem quer vir para casa, quer ficar mais tempo a brincar com os seus amiguinhos”. A brincar sozinho é referida pela MC4: “Está bem, a brincar, normalmente sozinho”. A MC3 indica que “No primeiro mês encontrava-a quase sempre junto a um adulto”. Questão 38 – Relativamente à questão, “em média, quantas horas diárias está na instituição”. A MC1 diz que “Está normalmente 8 horas e meia. Quando estou de folga, fica muitas vezes comigo em casa ou vou buscá-la mais cedo”. A MC2 refere que “Está 9 horas”. A MC3 menciona que “Está 8 horas”. A MC4 indica que “Está 6 horas e meia”. 80 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância Questão 39 – Na questão, “o seu filho partilha a mesma instituição com o irmão”, só a MC2 foi questionada dizendo que “Sim”, porque as outras crianças, a C1,a C3 e a C4, não têm irmãos. Questão 40 – Em relação à questão, “porque razão optou por colocar o seu filho neste jardim-de-infância”. Por recomendação é a resposta referida pela MC3 e a MC4. A MC3 diz “porque em Castelo Branco esta instituição é muito recomendada” e a MC4 menciona “Por referência”. As instalações foram referidas por três das quatro mães, MC1, a MC2 e a MC4. A MC1 diz “o espaço também é muito bom”, a MC2 indica é “acolhedor” e a MC4 menciona “também gostei muito das instalações, da higienização… senti-me bem aqui logo o meu filho também se sentirá bem”. Os recursos humanos são referidos apenas pela MC1 “tem uma equipa de trabalho óptima”. A MC4 indica a qualidade educativa “também gostei muito… da organização e do método”. Frequentava a instituição anteriormente foi uma razão apontada pela MC1 “Porque a creche que a C1 frequentou pertence à mesma instituição do jardim-de-infância que frequenta” e pela MC2: “Porque a creche que o meu filho frequentou pertence à mesma instituição, já tinha um filho neste jardim-de-infância”. A MC2 e a MC4 ainda referiram outra razão, frequentado por uma criança da sua família, a MC2 diz “já tinha um filho neste jardim-de-infância” e a MC3 indica “Porque a C3 tem cá uma prima”. Questão 41 – Quando questionados sobre a “entrada do seu filho no jardim-deinfância provocou em si que sentimentos”. A MC1 e a MC2 referem alegria; a MC1 diz que “Senti-me orgulhosa da C1, está a ficar crescida” e a MC2 menciona que “Só de alegria, não fiquei preocupada com a mudança, pois a C2 manteve-se na mesma instituição, com a mesma Educadora”. A MC4 menciona preocupação “Sim fiquei preocupada, custou-me muito nos primeiros 15 dias”. Angústia e a tristeza foram referidas pela MC3 “Senti-me triste e angustiada, quando fui falar com a directora até chorei, sentia-me mal pois estava sempre a pensar que ia „despejar‟ ali a minha filha, foi um período difícil para mim”. Os sentimentos experienciados quando da entrada do filho no jardim-de-infância, segundo Rossetti-Ferreira e Amorim (1996), são um factor que influencia as reacções da criança durante o período de adaptação ao jardim-de-infância. A situação da MC3 vai ao encontro de Brazelton (1994) que refere que por vezes é mais difícil para os pais separarem-se da criança do que para a criança adaptar-se ao novo ambiente. Questão 42 – Na questão, “em relação à adaptação do seu filho ao jardim-deinfância, como pensa que decorreu”, três das quatro mães referem que foi fácil. A MC1 menciona que “Correu bem, não sentiu nenhuma dificuldade em adaptar-se, estava completamente integrada no grupo e tem uma boa relação com a Educadora”. A MC2 refere que “Correu muito bem, sentiu que há coisas diferentes, a sala é maior, mais livros e brinquedos, a Auxiliar não é a mesma. Mas não sentiu nenhuma dificuldade em adaptar-se”. A MC4 também a indica mas sem ter a certeza “Acho que correu bem. A C4 estava preparada 81 Sílvia Cristina Mateus Azevedo para ir para o jardim-de-infância, em casa falávamos disso”. Esta situação vai ao encontro da ideia de Cordeiro (2010) para que ocorra uma boa adaptação, esta começa antes da entrada propriamente dita ao jardim-de-infância, os pais devem informar a criança da sua ida para o jardim-de-infância e devem levar a criança a visitar o jardim-de-infância. A MC3 diz que foi difícil “O primeiro mês foi muito complicado, não queria ir, estava sempre a dizê-lo até ao fim-de-semana, acordava a chorar que não gostava da escola”. Questão 43 – Relativamente à questão, “o seu filho tem uma boa relação com as crianças do jardim-de-infância”, todas as mães dizem que sim, relaciona-se facilmente com as outras crianças. A MC1 refere que “Sim, a Educadora comenta comigo que se dá bem com todos os coleguinhas, nunca tive nenhuma queixa”. A MC2 menciona que “Sim, é muito dado”. A MC3 diz que “Sim, está-se a integrar num grupo onde a maioria das crianças já se conheciam e a C3 não conhecia ninguém”. A MC4 também a refere mas não tem a certeza “Sim… acho que sim, pelo menos a Educadora nunca me disse o contrário”. Questão 44 – No que concerne à questão, “o seu filho tem uma boa relação com os adultos do jardim-de-infância”, todas as mães dizem que sim, interage com os adultos. A MC1 menciona que “Gosta de estar com os adultos, conversa muito, relaciona-se bem com estes”. A MC2 diz que “é um espectáculo a forma como se relaciona com os adultos”. A MC3 refere que “Sim, tem uma relação melhor com os adultos do que com as crianças”. A MC4 também a refere mas não tem a certeza “penso que sim”. Questão 45 – No que toca à questão, “em casa o seu filho fala sobre colegas e/ou adultos do jardim-de-infância”, todas as mães referem que sim. A MC1 menciona que “Sim, principalmente quando está a brincar sozinha, faz de conta que está a brincar com os seus amigos do jardim-de-infância, diz os seus nomes. Também conta o que se passou durante o dia no jardim-de-infância, falando assim dos seus colegas, da Educadora e da Auxiliar. Também fala das professoras de Educação Física e de Música”. A MC2 refere que “Conta tudo, no dia-a-dia conta o que faz, o que aconteceu, diz mesmo „vamos conversar mamã‟ ”. A MC3 diz que “Sim, mas pouco. Fala mais dos adultos do que dos colegas”. A MC4 menciona que “Sim, conta tudo o que faz na instituição”. Questão 46 – Em relação a questão, “como caracteriza o seu filho”, todas as mães referem que é teimosa. A MC1 menciona “É uma menina linda, é muito teimosa”. A MC2 diz que “testa os pais até ao limite, é muito teimoso”. A MC3 refere que “A C3 tem uma personalidade forte, é muito teimosa”. A MC4 refere que “A C4… também é teimosa”. A característica de que a criança é meiga também é indicada pelas quatro mães. A MC1 diz que “é muito meiga”. A MC2 menciona que é “muito meigo”. A MC3 refere que “A C3 é muito… carinhosa e amiga”. E a MC4 indica que “A C4 é muito querida”. A MC2 indica que é bemdisposto mencionando que “é muito… divertido, bem-disposto”. A MC4 refere que é birrenta, 82 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância ao dizer que “A C4… faz birras, que é normal na sua idade, tenta levar os pais até ao seu limite”. Duas mães, a MC1 e a MC2, referem que é inteligente. A MC1 menciona que “A C1 é esperta, muito esperta, gosta muito da escolinha” e a MC4 diz que “é muito inteligente”. A MC2 diz que “tem um sentido de humor muito apurado, gosta de mandar piadas”. Saber partilhar é apenas referida pela MC3, ao mencionar que “empresta os brinquedos aos amigos”. Questão 47 – Quando questionados sobre “o que mais gosta de fazer o seu filho” as respostas são variadas. Pintar é referida por duas das quatro mães. A MC2 menciona que “gosta muito de pintar” e a MC4 diz que “Gosta de pintar com canetas”. Tomar banho com os brinquedos, esta é apenas referida por uma mãe, a MC4 ao mencionar “tomar banho com todos os seus brinquedos”. Brincar é referida por duas mães, a MC1 e a MC2. A MC1 diz que “Brincar com as bonecas” e a MC2 menciona que “Gosta muito de brincar com carros”. A MC2 refere passear “adora andar de trotineta, passear no campo” e ver filmes ao dizer “Gosta muito de… ver filmes”. Cantar e dançar também é referida pela MC2 “de música, de cantar e dançar”. Fazer puzzles e ver livros só são referidas pela MC3 ao dizer “fazer puzzles” e “gosta de ver livros” e “O que gosta mais é de mexer nas „maminhas‟ da mãe”. A MC1 menciona ajudar na cozinha, ao dizer que “ainda gosta mais de ajudar na cozinha, faz várias tarefas, uma delas é ajudar a fazer a salada”. Questão 48 – Na questão, sobre “o que menos gosta de fazer o seu filho”. Duas das quatro mães referem comer, a MC3 menciona que é “comer” e a MC4 diz que “De comer lá em casa, aqui na instituição a Educadora diz-me que come bem”. Vestir-se e lavar os dentes são referidas por uma mãe, a MC2, que diz “de se vestir” e “De lavar os dentes”. A MC3 indica “De dormir”. A MC1 e a MC2 referem o que lhe mandam, a MC1 menciona “O que lhe mandam, detesta ser mandada, é muito teimosa” e a MC2 diz “de se sentar à mesa, às horas que os pais mandam, diz sempre „é só mais um bocadinho‟”. Questão 49 – Relativamente à questão, “quais são os jogos/brincadeiras preferidos do seu filho”, as respostas são variadas. A MC4 indica “correr”. Jogar à bola é referida apenas por uma mãe, a MC4 mencionando que “jogar à bola”. Brincar com carros e motas é referida por duas mães, a MC2 e a MC4. A MC2 diz que é “Brincar com os carros” e a MC4 menciona “Brincar com motas, carrinhos”. A MC2 indica “fazer construções”. A MC3 refere “Brincar com a plasticina” e “ver livros”. Fazer puzzles é referido por duas das quatro crianças, a MC1 e a MC3. A MC1 menciona “fazer puzzles” e a MC3 diz “fazer puzzles”. A MC1 menciona “Brincar com as bonecas”. Questão 50 – No que concerne à questão, “com quem costuma brincar”. Sozinha é referida por duas das quatro mães, a MC1 e a MC3. A MC1 menciona “sozinha” e a MC3 diz “sozinha”. Três das quatro mães indicam com os pais, a MC1, a MC2 e a MC4. A MC1 diz que 83 Sílvia Cristina Mateus Azevedo “Com a mãe, com o Jorge”. A MC2 menciona “Com os pais” e a MC4 refere “Com os pais”. Com o irmão é referido pela MC2 quando diz com o “mano”. Com outros familiares é dito por três das quatro mães, pela MC2, a MC3 e a MC4. A MC2 diz “com os primos, tem muitos”. A MC3 menciona “Com as primas” e a MC4 refere com “a avó e a prima que tem a mesma idade”. A MC2 ainda refere com crianças ao dizer “Também com filhos de casais nossos amigos”. Questão 51 – No que toca à questão, “como se relaciona com outras crianças”, todas as mães referem que bem, com facilidade. A MC1 diz que “Muito bem, vai logo meter-se com elas, fala muito e brinca muito”. A MC2 menciona que “Relaciona-se muito bem”. A MC3 refere que “Relaciona-se bem, sem conflitos”. A MC4 diz “Bem, mas é muito tímido no primeiro contacto”. Questão 52 – Quanto à questão, “como se relaciona com os adultos”, três das quatro mães, a MC1,a MC2 e a MC3, referem que bem, com facilidade. A MC1 diz que “Gosta de estar com os adultos, conversa muito, relaciona-se bem com estes”. A MC2 menciona “Bem, conversa muito com os adultos”. A MC3 refere “É uma maravilha, gosta muito de conversar com os adultos e de estar junto destes”. Por outro lado, a MC4 indica que com dificuldades “É muito tímido, se não conhece bem, esconde-se atrás de nós, mesmo que conheça fala pouco”. Questão 53 – Quando questionados sobre “como reage o seu filho a novos ambientes”, todas as mães indicam que bem. A MC1 menciona que “Fica mais agitada, mas depois adapta-se bem, gosta de conhecer novos sítios. Dorme bem e não estranha a cama”. A MC2 diz que “Normalmente reage muito bem, gosta de conhecer novos ambientes, e reage „UAUH!‟ ”. A MC4 menciona que “Bem, até que não conheça bem está sempre junto dos pais”. A MC3 refere que “Actualmente bem, antes de entrar para o jardim-de-infância era complicado, pois quando íamos a um sítio com muitas pessoas a C3 queria ir logo para casa, não se sentia bem junto de muitas pessoas”. Esta situação, referida pela MC3, indica-nos que a dificuldade de adaptação sentida pela C3 ao contexto do jardim-de-infância, não foi uma experiência nova. A C3 antes da entrada neste novo contexto, o jardim-de-infância, já tinha grandes dificuldades em adaptar-se a novos ambientes, onde estivessem muitas pessoas. Neste momento, depois de frequentar quase dois meses o jardim-de-infância, a MC3 menciona que a C3 já reage bem a novos ambientes. Podemos assim constatar que o facto de a C3 frequentar o jardim-de-infância, onde convive diariamente com muitas crianças e adultos, influenciou a sua forma de reagir a novos ambientes. Questão 54 – Na presente questão, “como reage o seu filho a pessoas estranhas”, as quatro mães referem que mal. A MC1 diz “Não fala, afasta-se”. A MC2 menciona “A pessoas estranhas reage com timidez, não dirige a palavra”. A MC3 refere “Não dá confiança a 84 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância pessoas estranhas, não fala nem vai a lado nenhum com estranhos”. A MC4 diz que “Não fala nem se aproxima delas”. Questão 55 – Em relação à questão, “acha que a frequência ou não na creche teve importância para a adaptação do seu filho ao jardim-de-infância”, a opinião da MC1 e da MC2 divergem da opinião da MC3 e da MC4. Para a MC1 e a MC2, a creche tem importância na adaptação ao jardim-de-infância. A MC1 menciona que “É claro que teve, influenciou o facto de estar habituada a conviver com muitas crianças e adultos. O facto de estar na creche permitiu que a adaptação ao jardim-de-infância fosse muito boa, já estava adaptada ao ritmo dos horários, o facto de termos de ir trabalhar, à instituição”. A MC2 diz que “É obvio que sim, tendo frequentando a creche a adaptação ao jardim-de-infância foi muito mais fácil, não teve qualquer dificuldade”. Esta opinião vai ao encontro de um estudo empírico realizado por Clark-Stewart (1991) referido por Smith et al. (2001) onde observou crianças entre os 2 e os 4 anos que já tinham frequentado creche e estas revelaram um melhor desenvolvimento social e intelectual que aquelas que permaneciam em casa. Por outro lado, a MC3 e a MC4 indicam que a creche não tem importância na adaptação ao jardim-deinfância. A MC3 menciona “que o frequentar creche não é fundamental para uma boa adaptação ao jardim-de-infância, penso que depende muito da personalidade da criança. No entanto, o período de adaptação ao jardim-de-infância é maior para as crianças que não frequentaram creche”. A MC4 diz que “A adaptação da C4 foi boa, por isso penso que o frequentar creche não é indispensável para que a adaptação seja boa ao jardim-de-infância. A C4 apesar de tímida, estava preparada para vir para o jardim-de-infância, penso que veio na idade certa para uma instituição. Mas compreendo que a adaptação ao Jardim-de-infância será mais rápida para as crianças que frequentaram creche, pois já estão habituadas a estar diariamente numa instituição, com regras, com muitas crianças e adultos”. Assim podemos verificar que para a MC1 e a MC2 a creche é uma instituição importante nos dias de hoje, que tem um papel fundamental no desenvolvimento global das crianças, especialmente no desenvolvimento social. Para estas mães, a creche que os filhos frequentaram era adequada, mesmo que não precisassem de trabalhar os filhos frequentariam, por algumas horas, esta instituição. No jardim-de-infância a C1 e a C2 ficam contentes. Este é o sentimento experimentado pelas mães quando da sua entrada. Pelo contrário, a C3 e a C4 ficam tristes quando deixadas no estabelecimento de ensino. Um sentimento semelhante tiveram as suas mães com a entrada dos filhos. A MC3 ficou triste e angustiada e a MC4 preocupada. À tarde quando vêm buscar as crianças ao jardim-de-infância, a C1 e a C2 estão a brincar com os colegas e encontram-se contentes, a C3 está junto de um adulto e a C4 está, normalmente, a brincar sozinha. Podemos verificar, quando obtivemos estas informações, que a C3 e a C4 ainda não se encontravam totalmente integradas no grupo. 85 Sílvia Cristina Mateus Azevedo A MC1, a MC2 e a MC4 indicam que a adaptação decorreu bem, foi fácil, enquanto que a MC3 refere que foi difícil. Todas as crianças interagem bem com os colegas e com os adultos do jardim-de-infância, em casa todas as crianças falam tanto dos colegas como dos adultos. A MC1 e a MC2 referem que teve importância a frequência dos filhos na creche para a adaptação ao jardim-de-infância. A MC3 e a MC4 têm opinião diferente; indicam que não teve importância a não frequência dos filhos na creche para a adaptação ao jardim-de-infância. No entanto, ambas – a MC3 e a MC4 - dizem que o período de adaptação ao jardim-de-infância deve ser maior para as crianças que não frequentaram creche. 2.9. Discussão dos resultados A discussão, numa investigação, tem três funções de relevo: extrair conclusões, interpretar os resultados e apresentar as implicações desses dados (Tuckman, 2005, p. 565). Grande parte do estudo baseia-se na observação e registo sistemático do que se foi observando e considerando relevante para a investigação. Todas as entrevistas, observações, notas e registos, seguem uma ordem cronológica, permitindo assim observar alguma evolução no comportamento das crianças, no decorrer do estudo. A par disso, as entrevistas às Educadoras permitiram ficar a conhecer a sua opinião sobre os objectivos do estudo. Por sua vez, as entrevistas aos Pais, para além da opinião sobre alguns objectivos do estudo, permitiram recolher informações sobre as crianças. Tendo em conta a questão que guiou o nosso estudo: “Em que medida a frequência de creche contribui para a adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância?”, obtivemos várias respostas que, apesar de irem ao encontro de pesquisas já realizadas, permitiram identificar particularidades e singularidades. As crianças identificadas pelas Educadoras como manifestando dificuldades de adaptação ao jardim-de-infância, a C3 e a C4, experienciaram uma maior perturbação emocional (choro mais frequente, medos, tristeza), mais problemas comportamentais (dificuldades em lidar com os colegas), mais dificuldades em envolver-se nas actividades e mais dificuldades de interacção social (comportamento de isolamento, dificuldades de relação com as outras crianças e com alguns adultos). Pelo contrário, as crianças sem dificuldades de adaptação, a C1 e a C2, não apresentam dificuldades de interacção. Podemos, assim, afirmar que as crianças que não frequentaram creche apresentam menores competências de interacção social quando comparadas com as crianças que frequentaram creche. É de realçar que as duas crianças que frequentaram creche entraram para este contexto muito cedo, a C1 com quatro meses e a C2 com cinco meses. No entanto, aquilo que se revelou evidente como resultado da investigação é que a frequência ou não de creche e a adaptação ao jardim-de-infância nunca é uma experiência simples, pelo contrário é acompanhada sempre por uma enorme complexidade de condições e 86 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância variáveis. A entrada no jardim-de-infância acontece num determinado contexto, cujas características afectam o comportamento da criança, o modo como interpreta e reage à nova situação, de forma positiva ou negativa. Esta situação é sustentada pelo pensamento de Bronfenbrenner (1989, 1987) ao considerar que nenhuma das situações vividas pela criança opera de modo independente das outras. Contudo, devido ao número restrito de crianças observadas, variáveis e resultados teoricamente importantes diluíram-se no estudo, não permitindo chegar a uma análise consistente. Pudemos compreender que a creche teve um papel importante no desenvolvimento social das crianças que a frequentaram. Este resultado tem sustentação no pensamento de vários autores, tais como Clarke-Stewart (1989, 1992), Portugal (1998), Spodek e Saracho (1998), Oliveira-Formosinho (1999) e Papalia e Olds (2000). Temos que também ter em consideração o facto das crianças observadas terem frequentado a creche desde idades muito precoces. Segundo Portugal (1998), este facto faz com que as crianças desenvolvam mais jogos interactivos e cooperativos, manifestem mais afectos positivos e interacções verbais mais positivas do que as que permanecem pouco tempo. Esta creche foi referida pelas mães, MC1 e MC2, como tendo a qualidade e a estabilidade necessárias. De acordo com Portugal (1998), a creche poderá fazer com que a criança seja mais assertiva e socialmente mais interactiva, mas depende da sua qualidade e estabilidade. Nas crianças que não frequentaram creche, C3 e C4, existiram diferenças significativas na sua adaptação ao jardim-de-infância. Os nossos resultados indicam que a ansiedade de separação materna está associada à qualidade da adaptação das crianças ao jardim-deinfância. A MC3 manifestou muita ansiedade e até nervosismo na separação, de tal modo que provocou na C3 comportamentos caracterizados pelo isolamento e ansiedade, favorecendo uma fraca competência social: isto é, colocando-se à margem de várias actividades de grupo. Este facto é sustentado por Rossetti-Ferreira e Amorim (1996), Brazelton (1994) e Alves (2000). Constatámos, assim, que os estilos maternais têm um importante papel na adaptação da criança ao novo contexto. Deste modo, é importante que os pais compreendam melhor o processo de desenvolvimento infantil, consigam diminuir o stress provocado por esta situação, para o seu próprio equilíbrio e para o equilíbrio emocional do filho. Neste sentido, é indispensável haver uma intervenção adequada ao nível do jardim-de-infância para que a adaptação da criança seja positiva. A C4 teve menos dificuldades em adaptar-se ao jardim-de-infância, quando comparada com a C3. Para explicar este resultado, para além da menor ansiedade de separação apresentada pela sua mãe, pensamos que o conhecimento da instituição por parte da C4 antes da entrada propriamente dita e as conversas tidas em casa sobre a entrada para o jardim-de-infância podem ter dado um forte contributo. Este facto é sustentado por Cordeiro (2000) que refere que a adaptação começa antes da entrada propriamente dita no jardim-deinfância, os pais devem falar sobre este e dar a conhecer o espaço. 87 Sílvia Cristina Mateus Azevedo O estudo realizado foi muito enriquecedor, uma vez que permitiu obter algumas respostas à questão que nos orientou durante toda a investigação e ainda contribuiu para o conhecimento, aprofundamento e ponderação do tema. Este estudo serviu-nos também para sermos mais observadores e valorizarmos atitudes e comportamentos das crianças. 2.10. Limitações do estudo A escolha de um determinado foco, seja ele um local na escola, um grupo em particular, ou qualquer outro aspecto, é sempre um ato artificial, uma vez que implica a fragmentação do todo onde ele está integrado. O investigador qualitativo tenta ter em consideração a relação desta parte com o todo, mas, pela necessidade de controlar a investigação, delimita a matéria de estudo. Apesar do investigador tentar escolher uma peça que constitua, por si só, uma unidade, esta separação conduz sempre a alguma distorção (Bogdan & Biklen, 1994, p.91). Durante a realização do estudo tivemos sempre a preocupação de assegurar o máximo de rigor científico, no entanto, temos consciência de algumas limitações, pelo que consideramos relevante identificá-las: Não poder ter realizado observações no mês de Setembro, momento da entrada para o jardim-de-infância; Terem sido só quatro crianças a participar no estudo; Ter de alterar, algumas vezes, o dia da observação por não estarem presentes todas as crianças participantes no estudo dessa sala; Ao longo das observações as crianças podem ter percebido que estavam a ser observadas, o que pode ter impedido a observação de situações relevantes para o estudo; Tendo em conta a duração de cada observação, não foi possível observar todos os comportamentos, pois a maior atenção por parte da investigadora foi observar os itens seleccionados nas grelhas. Trata-se de uma limitação que, neste campo de investigação é comum, segundo Bell (2008); Inexperiência por parte da investigadora que poderá ter condicionado o aprofundamento na recolha de dados, nomeadamente nas entrevistas; A clarificação de alguns aspectos a posteriori não foi possível, devido ao facto de apenas termos realizado uma entrevista a cada um dos participantes; As diferentes etapas da investigação foram processos morosos e complexos, tendo em conta a dimensão e a natureza do estudo. 88 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância Apesar de todas estas limitações, sentimos que este estudo contribuiu para o nosso desenvolvimento profissional e crescimento pessoal. 2.11. Reflexões para a prática profissional Pensar curricularmente significa tão só assumir conscientemente uma postura reflexiva e analítica face ao que constitui a sua prática quotidiana, concebendo-a como campo de saber próprio a desenvolver e aprofundar e não como normativo que apenas se executa sem agir sobre ele (Roldão, 2000, p.17). Nesta fase procedemos a algumas reflexões para a prática profissional. Consideramos que, pela actualidade e interesse do tema, este estudo revelou-se muito importante para uma melhor compreensão do papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardimde-infância. Pudemos constatar que as relações afectivas são essenciais no desenvolvimento social da criança. É importante exercer, na prática profissional, um papel de mediador e incentivador, além de propiciar um acolhimento afectivo das crianças. O vínculo afectivo com o educador é o principal suporte para se sentirem seguras em qualquer ambiente, de forma a poderem brincar, explorar e interagir com outras pessoas, adultos ou crianças. Como futura Educadora, este estudo contribuirá para implementar estratégias preventivas mais eficazes que visem melhorar as competências pessoais e sociais da criança, essenciais para o desenvolvimento de um percurso socialmente adaptado. O educador de infância tem que ter um cuidado especial no período de adaptação da criança. Esta situação é fundamental para garantir um atendimento de qualidade, capaz de possibilitar boas condições para um desenvolvimento integral e saudável da criança, particularmente do ponto de vista social. Este estudo alertou-me para a importância do período de adaptação da criança. Compreendi que, nesta fase, entre outros aspectos, se deve possibilitar maior flexibilidade na rotina, incentivar a criança a explorar o ambiente, aproximar-me nos momentos certos e agir de maneira adequada, introduzir assuntos que facilitem o estabelecimento de uma relação com a criança e a família. É fundamental no período de adaptação dar a atenção necessária a cada família, pois desta relação e da confiança que os pais vão depositar na Educadora depende, em parte, a adaptação da criança. Como futura Educadora devo desenvolver atitudes de apoio à família, dando-lhe oportunidade para falar dos seus sentimentos e da sua criança. É importante garantir que a criança e a família se sintam bem recebidas na instituição. Todo o percurso deste estudo foi repleto de aprendizagens. Com esta investigação adquiri uma maior atitude crítica perante a minha profissão, perante o meu modus operandi. Isto é, não posso lidar com os conteúdos escolares de um modo simplesmente passivo, pelo contrário, tenho que lidar com eles de modo crítico, de sorte que a investigação realizada vai 89 Sílvia Cristina Mateus Azevedo na direcção de um saber directamente ligado à prática, mais adequado e eficiente no que respeita às respostas a dar às situações concretas – às situações que surgem no dia-a-dia escolar. Este trabalho permitiu que desenvolvesse competências de investigação, que assentam, fundamentalmente, na observação, no questionamento e na reflexão. Trata-se, no essencial, de um processo duplo: não se pode restringir apenas a investigar ao que se passa fora de nós, nem ao que conseguimos discernir (um processo dentro de nós). Esta situação vai ao encontro da ideia de Bogdan e Biklen (1984) quando referem que os educadores/professores, que agem como investigadores, realizam o seu trabalho mas, além disso, também se observam a si próprios. Ou seja, param e distanciam-se dos conflitos imediatos, são capazes de alargar as suas perspectivas sobre o que acontece. Penso que investigar na e para a prática pedagógica deve ser compreendida como um processo que procura produzir ou melhorar formas de conhecimento profissional. Nesse sentido, precisa ser vista como um recurso qualitativo do trabalho pedagógico, podendo garantir, assim, uma aprendizagem significativa que promoverá uma intervenção mais adequada junto das crianças. 90 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância Referências Bibliográficas Abreu, I., Sequeira, A. & Escoval, A. (1990). Ideias e histórias: Contributos para uma educação participada. Lisboa: Instituto de Inovação Educacional. Abramowiz, A. & Wagkop, G. (1995). Creche: atividades para crianças de zero a seis anos. São Paulo: Moderna. Alves, S. (Ed.). (2000). Qualidade da vinculação e o estatuto de risco no pré-escolar (Monografia de Licenciatura em Psicologia Clínica). 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Despacho normativo nº99/89, de 11 de Setembro 98 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância ANEXOS 99 100 Anexo A - Documentos comprovativos de autorizações formais concedidas para a realização do Estudo 101 102 Anexo A1 - Documento comprovativo da autorização formal concedida pela instituição 103 104 Castelo Branco, 1 de Setembro de 2010 Exma. Sra. Directora Pedagógica da creche e jardim-de-infância Assunto: Colaboração para a realização de Mestrado Sou Sílvia Cristina Mateus Azevedo, aluna do Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico, na Escola Superior de Educação de Castelo Branco. Encontro-me a realizar uma Investigação intitulada “O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância”, orientada pela Professora Doutora Cristina Pereira. É nosso objectivo analisar em que medida a frequência de creche contribui para a adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância, uma vez que o propósito consiste em identificar a influência da creche no desenvolvimento social da criança. Neste âmbito solicitamos a V. Exa. permissão para a aplicação de grelhas de observação, no jardim-de-infância que V. Exa. dirige. Mais se informa que garantimos o anonimato do jardim-de-infância e dos colaboradores (educadoras, pais e crianças) participantes e com o compromisso de que, logo que a investigação esteja concluída, vos informar acerca dos resultados obtidos. Para algum esclarecimento complementar, junto o meu endereço electrónico e contactos telefónicos: Aguardando uma resposta, subscrevo-me com os melhores cumprimentos. …………………………………………………………… Sílvia Cristina Mateus Azevedo 105 Declaração Eu, ………………………………………………………………………, Directora Pedagógica da instituição, declaro que autorizo a aluna de Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico, Sílvia Cristina Mateus Azevedo, a realizar o estudo sobre o papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância como parte do seu Relatório de Estágio de Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico. Declaro ainda que autorizo a divulgação dos resultados globais obtidos para efeitos de investigação, sendo preservado o nome (ou a identidade) dos envolvidos. ……. de Setembro de 2010 A Directora Pedagógica ……………………………………………………………………………. 106 Anexo A2 - Documento comprovativo da autorização formal concedida pela Educadora de Infância A 107 108 Castelo Branco, 8 de Setembro de 2010 Exma. Sra. Educadora de jardim-de-infância Assunto: Colaboração para a realização de Mestrado Sou Sílvia Cristina Mateus Azevedo, aluna do Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico, na Escola Superior de Educação de Castelo Branco. Encontro-me a realizar uma Investigação intitulada “O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância”, orientada pela Professora Doutora Cristina Pereira. É nosso objectivo analisar em que medida a frequência de creche contribui para a adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância, uma vez que o propósito consiste em identificar a influência da creche no desenvolvimento social da criança. Neste âmbito solicitamos a V. Exa. permissão para a aplicação de grelhas de observação, a uma criança (que não frequentou creche) do grupo à vossa responsabilidade. Mais se informa que garantimos o anonimato do jardim-de-infância e dos colaboradores (educadoras, pais e crianças) participantes e com o compromisso de que, logo que a investigação esteja concluída, vos informar acerca dos resultados obtidos. Para algum esclarecimento complementar, junto o meu endereço electrónico e contactos telefónicos: Aguardando uma resposta, subscrevo-me com os melhores cumprimentos. …………………………………………………………… Sílvia Cristina Mateus Azevedo 109 Declaração Eu, ……………………………………………………………, Educadora de Infância, declaro que permito a aplicação de grelhas de observação, a uma criança (que não frequentou creche) do grupo à minha responsabilidade, pela aluna de Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico, Sílvia Cristina Mateus Azevedo. Com o objectivo de realizar um estudo sobre o papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância como parte do seu Relatório de Estágio de Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico. Declaro ainda que autorizo a divulgação dos resultados globais obtidos para efeitos de investigação, sendo preservado o nome (ou a identidade) dos envolvidos. ……. de Setembro de 2010 A Educadora de Infância ……………………………………………………………………………. 110 Anexo A3 - Documento comprovativo da autorização formal concedida pela Educadora de Infância B 111 112 Castelo Branco, 8 de Setembro de 2010 Exma. Sra. Educadora de jardim-de-infância Assunto: Colaboração para a realização de Mestrado Sou Sílvia Cristina Mateus Azevedo, aluna do Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico, na Escola Superior de Educação de Castelo Branco. Encontro-me a realizar uma Investigação intitulada “O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância”, orientada pela Professora Doutora Cristina Pereira. É nosso objectivo analisar em que medida a frequência de creche contribui para a adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância, uma vez que o propósito consiste em identificar a influência da creche no desenvolvimento social da criança. Neste âmbito solicitamos a V. Exa. permissão para a aplicação de grelhas de observação, a três crianças (duas que frequentaram creche e uma que não frequentou creche) do grupo à vossa responsabilidade. Mais se informa que garantimos o anonimato do jardim-de-infância e dos colaboradores (educadoras, pais e crianças) participantes e com o compromisso de que, logo que a investigação esteja concluída, vos informar acerca dos resultados obtidos. Para algum esclarecimento complementar, junto o meu endereço electrónico e contactos telefónicos: Aguardando uma resposta, subscrevo-me com os melhores cumprimentos. …………………………………………………………… Sílvia Cristina Mateus Azevedo 113 Declaração Eu, ………………………………………………………, Educadora de Infância, declaro que permito a aplicação de grelhas de observação, a três crianças (duas que frequentaram creche e uma que não frequentou creche) do grupo à minha responsabilidade, pela aluna de Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico, Sílvia Cristina Mateus Azevedo. Com o objectivo de realizar um estudo sobre o papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância como parte do seu Relatório de Estágio de Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico. Declaro ainda que autorizo a divulgação dos resultados globais obtidos para efeitos de investigação, sendo preservado o nome (ou a identidade) dos envolvidos. ……. de Setembro de 2010 A Educadora de Infância ……………………………………………………………………………. 114 Anexo A4 - Documento comprovativo da autorização formal concedida pelos Pais 115 116 Castelo Branco, 1 de Outubro de 2010 Exmo(a). Sr(a). Encarregado(a) de Educação/Mãe/Pai Assunto: Colaboração para a realização de Mestrado Sou Sílvia Cristina Mateus Azevedo, aluna do Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico, na Escola Superior de Educação de Castelo Branco. Encontro-me a realizar uma Investigação intitulada “O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância”, orientada pela Professora Doutora Cristina Pereira. É nosso objectivo analisar em que medida a frequência de creche contribui para a adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância, uma vez que o propósito consiste em identificar a influência da creche no desenvolvimento social da criança. Neste âmbito solicitamos a V. Exa. permissão para a aplicação de grelhas de observação, ao(à) vosso(a) educando(a), no jardim-de-infância. Mais se informa que garantimos o anonimato do jardim-de-infância e dos colaboradores (educadoras, pais e crianças) participantes e com o compromisso de que, logo que a investigação esteja concluída, vos informar acerca dos resultados obtidos. Para algum esclarecimento complementar, junto o meu endereço electrónico e contactos telefónicos: Aguardando uma resposta, subscrevo-me com os melhores cumprimentos. …………………………………………………………… Sílvia Cristina Mateus Azevedo 117 Declaração Eu, …………………………………………………………………, declaro que autorizo o(a) meu (minha) educando(a), ……………………………………………., a participar no estudo da aluna de Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico, Sílvia Cristina Mateus Azevedo, sobre o papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância como parte do seu Relatório de Estágio de Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico. Declaro ainda que autorizo a divulgação dos resultados globais obtidos para efeitos de investigação, sendo preservado o nome (ou a identidade) dos envolvidos. ……. de Outubro de 2010 O(A) Encarregado(a) de Educação/Mãe/Pai ……………………………………………………………………………. 118 Anexo B - Instrumentos 119 120 Anexo B1 - Grelha de observação de participação nas actividades 121 122 Grelha de observação de participação nas actividades Nome: ____________________________________________ Data do registo: __________________ Actividade Orientadas de grande grupo Comportamento Não Participa Participa Raramente Não Perturba Perturba Quando solicitado Por iniciativa própria Dá ideias Aceita as decisões da maioria Sabe utilizar o espaço e os materiais Como mantém a tarefa Orientada de pequeno grupo/ individuais Com quem Com apoio Sem apoio Persiste Acaba o que começou Cumpre as regras Sozinho Quase sempre Só com um o mesmo colega Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Jogo paralelo Tipo de colaboração com os Equipa colegas Sabe utilizar o espaço e os materiais Sabe organizar-se Mantém o que escolheu Sozinho Com Quem Livres Com um colega Quase sempre o mesmo Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Tipo de colaboração com os outros Jogos paralelos Equipas Organização do jogo 123 Às vezes Frequentemente 124 Anexo B2 - Grelha de observação de interacções (baseada no modelo HighScope) 125 126 Grelha de observação de interacções (Baseada no modelo de HIGH-SCOPE) Nome: ___________________________________ Data do registo: _______________ Cooperação em actividades e rotinas 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A 8- A criança criança criança criança criança criança criança criança precisa de ser incentivada para participar nas actividades. participa de forma irregular nas actividades. participa nas actividades. persiste nas actividades. ainda não segue rotinas. segue irregularmente as rotinas. participa nas rotinas quando orientada para o fazer. participa voluntariamente nas rotinas. Relação com adultos 1- A criança não interage com os adultos. 2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares. 3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares. 4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares. 5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho, segue regras). Relação com as outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A criança criança criança criança criança não brinca com as outras crianças. responde quando outras crianças iniciam interacções. inicia interacções com outras crianças. mantém interacções com outras crianças. trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras). Criação de relações de amizade com outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A criança criança criança criança ainda não identifica os colegas pelos nomes. identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente. identifica um colega como amigo. é identificada por um colega como amiga. Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais 1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito. 2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito. 3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros. 4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças. 5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente, pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis. 6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças. Compreensão e expressão de sentimentos 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A criança criança criança criança criança criança criança ainda não expressa sentimentos. ainda não verbaliza sentimentos. expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. demonstra consciência dos sentimentos dos outros. exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável. responde apropriadamente aos sentimentos dos outros. 127 128 Anexo B3 - Escala de Envolvimento da Criança 129 130 Observação do Envolvimento da Criança Nome da criança: ___________________ Número de crianças presentes: _______ Nível de Envolvimento (M) Manhã / (T) Tarde Descrição de períodos de 2 minutos cada Hora Data do registo: _________________ Número de adultos presentes: ____ 1 2 3 4 Áreas de conteúdo / Domínios 5 F.P.S E.M. Hora Hora 131 E.D. E.P. E.Mu. L.A.E. Mat. C.M. 132 Anexo B4 - Guião de Entrevista às Educadoras de Infância 133 134 Procedimento desde o pedido de autorização até à realização de entrevista 1- Pedido de autorização O acto do pedido de autorização para a realização do estudo será feito pessoalmente e passará pelos seguintes passos: - Principiar pela auto-apresentação do investigador; - Explicar sumariamente o estudo; - Explicitar a forma como se espera que a instituição participe; - Referir que as informações serão confidenciais e que as declarações serão identificadas com informantes A, B, C, etc. ou outro código escolhido; - Advertir para necessidade de gravação áudio da entrevista; - Assinalar que após a finalização e apresentação pública do Estudo o investigador compromete-se a enviar um exemplar para a instituição; - Combinar dia e horário para entrevista; - Só no final solicitar a assinatura dos pedidos formais de autorização. 2- Procedimento no dia da entrevista - Providenciar local isolado, calmo e agradável para a realização da entrevista; - Antes de iniciar a entrevista propriamente dita propiciar a criação de um diálogo agradável através de uma primeira apresentação pessoal (abordar ocupação profissional, etc.) e facilitar a comunicação dos intervenientes, procurando que estes também se abram e fiquem mais à vontade num diálogo aberto; - Passar à explicação sintética do estudo; - Pedir uma primeira opinião off record acerca do tema, perguntar se acham uma temática interessante, mais uma vez fomentando a comunicação aberta e um clima de conversação saudável, agradável, reduzindo o stress; - Referir que as informações serão confidenciais e que as declarações serão identificadas com informantes A, B, C, etc. ou outro código escolhido; - Advertir para a necessidade de gravação áudio da entrevista; - Destacar que, após uma primeira análise, caso se despistem lacunas na informação recolhida, imprecisões ou respostas em que o sentido é dúbio se contactará para se pedir esclarecimento; - Mencionar que, para além disso, no prazo de 1 a 2 semanas após a realização da entrevista será enviado por correio electrónico a transcrição integral da entrevista, possibilitando aos participantes confirmar e corroborar o seu conteúdo, acrescentar ou retirar algo ao que foi transmitido; - Assinalar que após a finalização e apresentação pública do Estudo o investigador compromete-se a enviar um exemplar para a instituição. 135 3- Perguntas do Guião de Entrevista As perguntas seguidamente enumeradas e o conteúdo a transmitir que delas se pretende não são vinculativos ou rígidos, são meramente orientadores. Como é esperado numa entrevista semi-directiva, a ordem das temáticas a abordar poderá, no decorrer da entrevista sofrer alterações. Por outro lado e acrescentando, poderão ser eliminadas questões se o investigador considerar que esse assunto já foi devidamente esclarecido e abordado pelos informantes ou, por oposições, poderão ser levantadas novas questões se o conteúdo transbordado das informações transmitidas não for suficientemente esclarecedor. Guião da entrevista 1. Considera que uma criança que frequentou a creche se adapta melhor às rotinas diárias? Justifique. Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos: Facilidade Dificuldade Tempo de adaptação 2. A adaptação aos horários é sentida de diferente modo pelas crianças que frequentaram a creche com as que não a frequentaram? Justifique. Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos: Facilidade Dificuldade Tempo de adaptação 3. Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a frequentaram, na sua opinião, quais são as crianças que aderem mais facilmente às regras do jardim-de-infância? Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos: Facilidade Dificuldade Tempo de adaptação 4. Considera que, de uma forma geral, uma criança que frequentou a creche adere mais às propostas de diferentes actividades do jardim-de-infância? Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos: Participação Não participação Tipo de actividades 5. Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a frequentaram, na sua opinião, quais são as crianças que interagem melhor com as colegas da sala? Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos: Facilidade Dificuldade 136 6. Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a frequentaram, na sua opinião, quais são as crianças que interagem melhor com os adultos? Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos: Facilidade Dificuldade 7. Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a frequentaram, na sua opinião, quais são as crianças que partilham mais os brinquedos? Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos: Facilidade Dificuldade 8. Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a frequentaram, na sua opinião, quais são as crianças que expressam os sentimentos de modos socialmente aceitáveis. Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos: Facilidade Dificuldade 9. Considera que uma criança que frequentou a creche é mais sociável? Justifique. Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos: Mais sociável Menos sociável 10. Na sua opinião qual considera ser o papel da creche no desenvolvimento social da criança e neste sentido na adaptação ao jardim-de-infância? Esta questão é aberta e complementar às informações transmitidas esperando-se, no entanto, que os participantes se pronunciem acerca dos possíveis vantagens/desvantagens da creche no desenvolvimento social da criança. 137 Afectação entre a Objectivos de Investigação e as Questões Aplicadas na Entrevista Objectivos da Investigação 1- Analisar se as crianças que frequentaram a creche se adaptam melhor às rotinas diárias do jardim-deinfância. 2- Analisar se crianças que frequentaram a creche aderem mais às propostas de diferentes actividades do jardim-deinfância. 3- Analisar se as crianças que frequentaram a creche interagem melhor com os colegas da sala. Perguntas do Guião de Entrevista às Educadoras 1- Considera que uma criança que frequentou a creche se adapta melhor às rotinas diárias? Justifique. 2- A adaptação aos horários é sentida de diferente modo pelas crianças que frequentaram a creche com as que não a frequentaram? Justifique. 3- Comparando as crianças que frequentaram a Creche com as que não a frequentaram, na sua opinião, quais são as crianças que aderem mais facilmente às regras do jardim-de-infância? 4- Considera que, de uma forma geral, uma criança que frequentou a creche adere mais às propostas de diferentes actividades do jardim-deinfância? 5- Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a frequentaram, na sua opinião, quais são as crianças que interagem melhor com as colegas da sala? 7- Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a frequentaram, na sua opinião, quais são as crianças que partilham mais os brinquedos? 4- Analisar se as crianças que frequentaram a creche interagem melhor com os adultos. 5- Analisar se as crianças que frequentaram a creche, em geral, revelam maiores competências sociais1 6- Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a frequentaram, na sua opinião, quais são as crianças que interagem melhor com os adultos? 8- Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a frequentaram, na sua opinião, quais são as crianças que expressam os sentimentos de modos socialmente aceitáveis. 9- Considera que uma criança que frequentou a creche é mais sociável? Justifique. 10- Na sua opinião qual considera ser o papel da Creche no desenvolvimento social da criança e neste sentido na adaptação ao jardim-deinfância? 1 Este objectivo não é referido quando expomos os objectivos do nosso estudo uma vez que este engloba-se nos quatro objectivos do estudo. 138 Anexo B5 - Guião de Entrevista aos Pais 139 140 Procedimento desde o pedido de autorização até à realização de entrevista 1- Pedido de autorização O acto do pedido de autorização para a realização do estudo será feito pessoalmente e passará pelos seguintes passos: - Principiar pela auto-apresentação do investigador; - Explicar sumariamente o estudo; - Explicitar a forma como se espera que a instituição participe; - Referir que as informações serão confidenciais e que as declarações serão identificadas com informantes A, B, C, etc. ou outro código escolhido; - Advertir para necessidade de gravação áudio da entrevista; - Assinalar que após a finalização e apresentação pública do Estudo o investigador compromete-se a enviar um exemplar para a instituição; - Combinar dia e horário para entrevista; - Só no final solicitar a assinatura dos pedidos formais de autorização. 2- Procedimento no dia da entrevista - Providenciar local isolado, calmo e agradável para a realização da entrevista; - Antes de iniciar a entrevista propriamente dita propiciar a criação de um diálogo agradável através de uma primeira apresentação pessoal (abordar ocupação profissional, etc.) e facilitar a comunicação dos intervenientes, procurando que estes também se abram e fiquem mais à vontade num diálogo aberto; - Passar à explicação sintética do estudo; - Pedir uma primeira opinião off record acerca do tema, perguntar se acham uma temática interessante, mais uma vez fomentando a comunicação aberta e um clima de conversação saudável, agradável, reduzindo o stress; - Referir que as informações serão confidenciais e que as declarações serão identificadas com informantes A, B, C, etc. ou outro código escolhido; - Advertir para a necessidade de gravação áudio da entrevista; - Destacar que, após uma primeira análise, caso se despistem lacunas na informação recolhida, imprecisões ou respostas em que o sentido é dúbio se contactará para se pedir esclarecimento; - Mencionar que, para além disso, no prazo de 1 a 2 semanas após a realização da entrevista será enviado por correio electrónico a transcrição integral da entrevista, possibilitando aos participantes confirmar e corroborar o seu conteúdo, acrescentar ou retirar algo ao que foi transmitido; - Assinalar que após a finalização e apresentação pública do Estudo o investigador compromete-se a enviar um exemplar para a instituição. 141 3- Perguntas do Guião de Entrevista As perguntas seguidamente enumeradas e o conteúdo a transmitir que delas se pretende não são vinculativos ou rígidos, são meramente orientadores. Como é esperado numa entrevista semi-directiva, a ordem das temáticas a abordar poderá, no decorrer da entrevista sofrer alterações. Por outro lado e acrescentando, poderão ser eliminadas questões se o investigador considerar que esse assunto já foi devidamente esclarecido e abordado pelos informantes ou, por oposições, poderão ser levantadas novas questões se o conteúdo transbordado das informações transmitidas não for suficientemente esclarecedor. Guião da entrevista 1. Qual a data de nascimento do seu filho(a)? 2. Durante a gravidez teve alguma doença? Qual? 3. Durante a gravidez teve hemorragias? 4. Fumou e/ou consumiu bebidas alcoólicas durante a gravidez? 5. Durante a gravidez sofreu alguma queda? 6. Teve alguma outra complicação durante a gravidez? Qual? 7. Com quantas semanas o seu filho(a) nasceu? 8. Que tipo de parto teve? 9. Qual a posição do seu filho(a) no nascimento? 10. O seu filho(a) apresentava algum problema na altura do nascimento? Qual? 11. Ao nascer qual o peso, altura e perímetro cefálico do seu filho(a)? 12. O seu filho(a) após o nascimento teve icterícia? 13. O seu filho(a) após o nascimento teve febre? 14. O seu filho(a) permaneceu na incubadora? Por quanto tempo? 15. O seu filho(a) foi amamentado ao peito? Quanto tempo? 16. Faça uma breve descrição sobre o seu filho(a) nos primeiros seis meses (foi uma criança saudável, usou chupeta, dormia bem, …). 17. Com que idade o seu filho(a) disse as primeiras palavras? 18. Com que idade o seu filho(a) se sentou com apoio? 19. Com que idade o seu filho(a) se sentou sem apoio? 20. Com que idade o seu filho(a) gatinhou? 21. Com que idade o seu filho(a) ficou de pé com apoio? 22. Com que idade o seu filho(a) ficou de pé sem apoio? 23. Com que idade o seu filho(a) andou? 24. Com que idade o seu filho(a) comeu sozinho? 25. Com que idade o seu filho(a) controlou os esfíncteres (vesical e anal)? 26. O seu filho(a) vai ao médico regularmente? 142 27. O seu filho(a) esteve alguma vez internado? Durante quanto tempo? 28. O seu filho(a) foi submetido a teste de audição e ou a teste de visão? 29. Se sim, apresentou alterações em algum destes sentidos? 30. Com quem vive o seu filho(a)? 31. Onde vive o seu filho(a)? 32. O seu filho(a) tem irmãos? 32.1. Se sim, com que idades? 33. Em casa, com quem brinca? 34. Com quem esteve o seu filho(a) durante os primeiros quatro meses? 35. O seu filho(a) frequentou a creche? 35.1. Se não, com quem ficou? Esta questão é aberta, esperando-se que os participantes se pronunciem qual o adulto cuidador do seu filho(a) até entrar para o jardim-de-infância. 35.1.1. Porque razão optou por não colocar o seu filho(a) na creche? Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos: Disponibilidade pessoal Ter alguém de confiança para ficar com o filho Considerar que as creches existentes não eram adequadas 35.1.2. O adulto cuidava do seu filho(a) e de mais crianças? Esta questão é aberta, esperando-se que os participantes se pronunciem se o adulto cuidador tinha mais crianças à sua responsabilidade. 35.2. Se sim, com que idade entrou na creche? Esta questão é aberta, esperando-se que os participantes se pronunciem com que idade o seu filho(a) entrou para a creche. 37.2.1. Porque razão optou por colocar o seu filho(a) na creche? Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos: Falta de disponibilidade pessoal Não ter alguém de confiança para ficar com o filho Considerar que a creche era adequada 35.2.2. Como foi a sua participação na creche do seu filho(a)? Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos: Participação regular Participação nas reuniões Participação nas festas 35.2.3. Caracterize a creche que o seu filho(a) frequentou? Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos: Espaço físico Recursos humanos Material didáctico-pedagógico 143 35.2.4. Qual a importância da creche no desenvolvimento social do seu filho(a)? Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos: Relação com outras crianças Relação com adultos Participação em actividades realizadas Aprendizagem das regras 35.2.5. Na sua opinião qual o papel da creche nos dias de hoje? Esta questão é aberta e complementar às informações transmitidas esperando-se, no entanto, que os participantes se pronunciem acerca das funções que a creche possa ter nos dias de hoje. 35.2.6. Se não precisasse de trabalhar colocaria o seu filho(a) na creche? Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos: Sim Não Tempo inteiro Só algumas horas 36. Normalmente, quem leva o seu filho(a) ao jardim-de-infância? Esta questão é aberta, esperando-se que os participantes se pronunciem qual o adulto que vai levar o seu filho(a) ao jardim-de-infância. 36.1. Como fica o seu filho(a) quando o leva ao jardim-de-infância? Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos: Contente Triste A brincar com os amigos A brincar sozinho Junto de um adulto 37. Quem vem buscar o seu filho(a) ao jardim-de-infância? Esta questão é aberta, esperando-se que os participantes se pronunciem qual o adulto que vai buscar o seu filho(a) ao jardim-de-infância. 37.1. Como encontra o seu filho(a) quando chega ao jardim-de-infância? Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos: Contente Triste A brincar com os amigos A brincar sozinho Junto de um adulto 38. Diga, em média, quantas horas diárias está na instituição? Esta questão é aberta, esperando-se que os participantes se pronunciem o número de horas diárias, em média, que o seu filho(a) está a instituição. 39. O seu filho(a) partilha a mesma instituição com algum irmão? Esta questão é aberta, esperando-se que os participantes se pronunciem se o seu filho(a) tem algum irmão na instituição. 144 40. Porque razão optou por colocar o seu filho(a) neste jardim-de-infância? Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos: Recomendação Instalações Recursos humanos Qualidade Educativa Frequentava a instituição anteriormente Ser frequentado por uma criança da sua família 41. A entrada do seu filho(a) no jardim-de-infância provocou em si que sentimentos? Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos: Alegria Tristeza Preocupação Angústia 42. Em relação à adaptação do seu filho(a) ao jardim-de-infância, como pensa que decorreu? Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos: Fácil Difícil 43. O seu filho(a) tem uma boa relação com as crianças do jardim-de-infância? Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos: Interage com as crianças Não interage com as crianças Afasta-se das crianças 44. O seu filho(a) tem uma boa relação com os adultos do jardim-de-infância? Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos: Interage com os adultos Não interage com os adultos Permanece junto de adultos Afasta-se dos adultos 45. Em casa o seu filho(a) fala sobre colegas e/ou adultos do jardim-de-infância? Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos: Sim Frequência com que fala Não 46. Como caracteriza o seu filho(a)? Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos: Forma de reagir Capacidades 47. O que mais gosta de fazer o seu filho(a)? Esta questão é aberta e complementar às informações transmitidas onde os participantes se pronunciarão acerca das actividades que o seu filho gosta mais de fazer. 145 48. O que menos gosta de fazer o seu filho(a)? Esta questão é aberta e complementar às informações transmitidas onde os participantes se pronunciarão acerca das actividades que o seu filho gosta menos de fazer. 49. Quais são os jogos/brincadeiras preferidos/as do seu filho(a)? Esta questão é aberta e complementar às informações transmitidas onde os participantes se pronunciarão acerca dos jogos/brincadeiras que o seu filho gosta mais de fazer. 50. Com quem costuma brincar? Pretende-se que seja abordado o seguinte tópico: Sozinho Pais Irmãos Outros familiares Com crianças 51. Como se relaciona com outras crianças? Pretende-se que seja abordado o seguinte tópico: Facilidade Dificuldade 52. Como se relaciona com os adultos? Pretende-se que seja abordado o seguinte tópico: Facilidade Dificuldade 53. Como reage o seu filho(a) a novos ambientes? Pretende-se que seja abordado o seguinte tópico: Bem Mal 54. Como reage o seu filho(a) a pessoas estranhas? Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos: Bem Mal 55. Acha que a frequência ou não na creche teve importância para a adaptação do seu filho(a) ao jardim-de-infância? Esta questão é aberta e complementar às informações transmitidas esperando-se, no entanto, que os participantes se pronunciem se a frequência ou não na creche teve importância na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância. 146 Anexo C - Notas de campo 147 148 Primeira observação à C1, C2 e C4 19/10/2010 (Tarde) As crianças, após a hora de repouso, fazem a sua higiene com a ajuda da Educadora. De seguida formam o comboio e dirigem-se para a sala, as três crianças, que estou a observar, não têm dificuldades em formá-lo. As crianças que frequentaram creche, C1 e C2, já tem esta rotina de tal modo adquirida que nem foi preciso a Educadora dizer nada, a C4 tem que ser relembrada para fazer esta rotina. Já na sala, a Educadora pergunta ao grupo o que fizeram esta manhã. Várias crianças participam voluntariamente no diálogo, duas delas são a C1 e a C2. Depois, a Educadora pergunta às crianças onde querem ir brincar. A C4 vai brincar para um jogo de mesa, um puzzle, onde se mantêm durante um grande período, faz e desfaz o puzzle, várias vezes. Está sempre sem interagir com os colegas que se encontram sentados na mesma mesa, redonda. Durante a várias vezes que a C4 faz o puzzle, olha para os colegas sem conversar com eles. Depois de muito tempo sem falar, a C4 responde a uma pergunta feita por um colega e começa a falar com ele. A C4 não identifica o colega pelo nome, diz que o que ele está a fazer não esta bem “A peça não é aí, é aqui!”. A C4, depois de muito tempo com o mesmo puzzle, vai arrumá-lo, após o colega do lado o ter arrumado o seu jogo. A C4 escolhe o jogo que esse colega estava a jogar, está em silêncio a fazê-lo, sem interagir com nenhum colega. Durante este período, pede à Educadora que lhe limpe o nariz. Volta a sentar-se e não deixa o colega do lado mexer no seu jogo. A C4 inicia um jogo de construção, ao qual mais dois colegas se juntam. Um deles pergunta à C4 o que está a construir, mas ela não responde começa a fazer uns sons, só depois, do colega perguntar novamente é que esta responde que é um avião. A C1 muda de jogo, algumas vezes, durante a realização destes jogos senta-se em duas mesas diferentes, interage sempre com os colegas que estão sentados ao seu lado. A C1 está a brincar com uma menina, tratam-se pelo nome, junta-se a estas outra menina. A C1 diz à menina que está a brincar consigo que esta também pode brincar com elas, pois é amiga. A C1 e a menina que se juntou à brincadeira vão para o cantinho da leitura onde se sentam, nuns sofás, a ler um livro, cada uma, e a conversar. Permanecem neste cantinho até à hora do lanche, sempre a interagirem uma com a outra. A C2 está com um amigo a fazer construções com peças LEGO, sempre a interagir um com o outro, tratam-se pelo nome. Durante este período a C2 identifica o menino por amigo. Constroem e destroem as construções sempre os dois, não interagem com mais ninguém. Estão os dois, todo o período antes do lanche a brincar com as peças LEGO. Quando a Educadora manda o grupo arrumar para sentar na manta, a C4 tira as peças ao colega dizendo “Depressa, para a manta!”. É tão rápido a arrumar, que é o primeiro a 149 sentar-se, mas é chamado à atenção por um colega que não arrumou a sua cadeira. Levantase e arruma-a e volta-se a sentar em silêncio, sem interagir com ninguém. A C1 arruma o livro e vai-se sentar na manta, assim como a C2, após ter arrumado as peças LEGO mais o colega. A C2 durante o período de tempo que permanece sentada interage com os colegas, a C1 começa mesmo a cantar uma canção com um colega, que está sentado ao seu lado. A Educadora pede para o grupo fazer o comboio. No lanche a C4 está quieta a comer, conversa muito pouco com os colegas da mesa, esta está na mesa da Educadora. A C2 está todo o lanche na conversa, principalmente com uma menina que está sentada ao seu lado. A C1 passa o lanche a falar com todos os colegas da sua mesa, por isso fica a terminar de comer, enquanto que os colegas vão para o parque exterior. No parque exterior, a C2 começa logo a correr para a casinha com uns meninos, onde permanecem a brincar, a correr e a saltar. A C4 está algum tempo a observar os outros colegas, junto da Educadora, mas depois vai brincar, mas quase sempre sozinha. A C1, quando chega ao parque, vai para a casinha ter com alguns colegas. Depois, a C1 sai da casinha conversando com uma menina e sentam-se num banco, onde já se encontram três colegas. Constatamos que a C1 é muito activa, está totalmente integrada no grupo, pois interage muito com os colegas. O mesmo acontece com a C2, esta interage muito com determinados colegas e mantêm-se durante um grande período de tempo na mesma actividade. Verificamos que a C4 é muito sossegada, que ainda não está totalmente integrada no grupo, pois interage pouco com os colegas, penso que ainda não está bem adaptada ao jardim-de-infância. Segunda observação à C1, à C2 e à C4 29/10/2010 (Manhã) As três crianças ficam bem quando são levadas pelos pais ao jardim-de-infância, apesar de ser verificar alguma diferença entre a C4, a C2 e a C1. A C1 chega ao colo da mãe, quando chega à sala dirige-se para junto dos colegas, mas antes despede-se da mãe. A C2 fica muito bem, vai logo brincar com os colegas, mesmo com os pais na sala a falar com a Educadora. Depois as crianças sentam-se na manta, a Educadora e a Auxiliar tiram-lhes os bibes, para a aula de ginástica. O grupo faz o comboio e dirige-se para o ginásio. A C4 chega ao colo da mãe, já o grupo se encontra junto do ginásio, assim permanece enquanto a sua mãe fala com a Educadora. Depois de se despedir da mãe com uns beijinhos e abraços, fica junto da Educadora. Como ainda faltam uns minutos para a aula de ginástica, a Educadora pede ao grupo para fazer uma roda. A C4 dirige-se para junto dos colegas, para fazerem uma actividade sobre o “Esquema corporal”. A C2, a C1 e a C4 envolvem-se na actividade, indicam com as 150 mãos onde se encontra os membros que a Educadora vai dizendo. A C1 está muito concentrada na actividade, olha sempre para a Educadora. Inicialmente, para fazer os gestos que esta faz e depois para indicar rápido com as mãos onde se encontra o membro do corpo que a Educadora pergunta. A C1 interrompe a actividade por duas vezes, uma devido ao facto de passar um pai com uma menina ao colo e outra porque começa a olhar para o colega do lado. Mas, nas duas situações a C1 retoma a actividade, realizando-a correctamente. Na aula de ginástica, a Professora fala com as crianças explicando a actividade, durante esta a C4 está sentada sem interagir com os colegas, está a ouvir a Professora. A C2 e a C1 interagem com os colegas que se encontram junto delas. Durante a actividade, as crianças são bolachas que estão numa caixa, saem quando ouvem uma música. A C1 e a C2 saem da caixa logo quando a música começa e mexem-se muito por todo o ginásio, levantam bem os pés. A C4 está muito tímida, mexe-se pouco. A professora manda dançar a pares, a C1 e a C2 não têm qualquer dificuldade em arranjar um colega, já a C4 é a professora que lhe tem de arranjar um. Durante o tempo que tem de dançar com o colega a C4 tem dificuldade em fazê-lo, pois quase não se mexe. A C2 está completamente envolvida pela música, não pára de dançar mexe-se ao seu ritmo. Durante parte da actividade as crianças têm de fazer os gestos que a Professora faz, a C4 é chamada à atenção pois não está a fazer, depois faz correctamente. No final da aula de ginástica a Professora manda sentar as crianças e colocar a cabeça entre as pernas. A C4 está quieta e consegue estar todo o tempo na posição que a Professora mandou. Já a C1 e a C2 não conseguem estar sempre nessa posição, às vezes estão a olhar para os outros colegas. Já na sala, Educadora e a Auxiliar ajudam os meninos a vestir os bibes, a C4 ao contrário da C1 e da C2 não interage com os outros, mantém-se quieta e calada a observar os outros colegas. Depois, durante uma conversa em grande grupo, a Educadora faz perguntas sobre dois frutos do Outono, a C1 e a C2 respondem correctamente, já a C4 não responde a qualquer pergunta, mas está atento à Educadora. Com o objectivo de abordar o “dentro de” e “fora de”, a Educadora pede a uma criança de cada vez, para fazer uma determinada tarefa. A C4 é chamada para colocar dois frutos fora do cesto da fruta, consegue mas não fala com a Educadora, olha para ela enquanto realiza a tarefa, desconfiada com a sua prestação. Durante a tarefa ao retirar cada fruto olha também para os colegas, não se sente confiante. A C1 tem de tirar duas peças, uma amarela e outra vermelha, para fora da caixa, verifico que está motivada para realizar a tarefa, a forma como pega na caixa e como procura as peças que quer. A C2 tem de colocar dentro de uma caixa duas peças, a sua expressão facial indica que está envolvida na tarefa. Posteriormente, a Educadora explica a próxima actividade, pintar uma uva que está dentro do quadro e pintar o dióspiro que está fora do quadro, o grupo está atento. Enquanto quatro crianças realizam esta actividade, as outras escolhem o local onde querem ir brincar. 151 A C4 escolhe ir brincar com peças de construção sozinha, permanece concentrada na sua construção sem interagir com ninguém. A C2 escolhe ir para o LEGO com um colega, constrói uma torre com a ajuda dele. Durante esta construção conversam, partilham as peças e as construções, a C2 diz mesmo “Olha para esta construção amigo!”. A C1 vai para um jogo, junta-se a uma criança que já se encontra a faze-lo, mantém-se até à hora de almoço, com ela conversa, brinca, inicia e mantém interacções, chamando-a pelo nome. A C4 fala sozinha, diz que é um dinossauro, a Auxiliar senta-se junto dele e perguntalhe o que construiu, ela diz que é um dinossauro. A Auxiliar começa a falar sobre o seu dinossauro e assim a C4 começa a falar com ela. A C4 desvia o olhar para os colegas, mas não fala com eles continua a brincar sozinha. A C2 continua a fazer a torre com o amigo, fala, ri com ele sem parar de construir, interagem muito. Entretanto, há um menino que desmancha o dinossauro à C4, então a C4 empurra-o e depois constrói sozinha novamente o dinossauro e continua a brincar. A Educadora chama a C4 para pintar os frutos. A C4 coloca as peças rapidamente dentro da caixa, mas não quer arrumá-la, é a Auxiliar que a chama à atenção e só depois de ser avisada duas vezes é que a vai arrumar. A C4 senta-se na mesa para realizar a tarefa, pega num lápis cor de laranja para pintar a uva, a Educadora chama a C4 à atenção perguntando de que cores podem ser as uvas. Ela responde de roxo e troca o lápis laranja por um roxo, começa a pintar bem a uva, mas desvia o olhar e deixa de pintar, sempre que a Educadora chama outro menino para realizar a tarefa ou por outra qualquer situação que ocorre na sala entre colegas. A C2 também é chamada para realizar a tarefa, escolhe a cor certa e começa a pintar sem deixar de olhar para a folha, pinta rápido com uma expressão facial que indica que está muito envolvida. A C4 vira a folha para pintar o fruto que está mais longe desta, a C2 como pediu a Educadora, mantém a folha direita, mesmo sentindo dificuldades em chegar a todas as partes desse fruto. A C2 mesmo começando mais tarde a actividade termina mais rápido que a C4, quando termina, pede à Educadora se pode ir brincar. Volta para o mesmo lugar e continua a construir com o mesmo colega. A C4 não termina a actividade antes da hora de almoço, pinta mas pára muitas vezes para olhar os outros. A Educadora pede às crianças para arrumarem e sentarem-se na manta que está na hora de almoçar. A C2 e a C1 arrumam ao mesmo tempo que conversam com os colegas, com quem estão a brincar, e sentam-se na manta. A Educadora guarda o trabalho da C4, vai terminar à tarde. A C4 senta-se na manta, conversa com um colega, mas não é a C4 que a inicia. Fazem a higiene com a ajuda da Auxiliar, e deslocam-se no comboio para o refeitório para almoçar. A C4 está na mesa da Educadora e come sem interagir muito com os colegas da mesa, numa destas interacções com um menino diz o nome dele. A C2 come bem mas conversa muito com os colegas da sua mesa. A C1 conversa muito com os colegas da sua 152 mesa, atrasando-se. Por isso, fica com a Auxiliar e mais uns colegas a terminar de comer, enquanto a Educadora leva o grupo para fazer a higiene e depois para o dormitório. Terceira observação à C1, C2 e C4 26/11/2010 (Manhã) A C1 chega à escolinha com a mãe toda sorridente, fica logo a brincar com os amigos. A C2 chega à escola com a mãe e com o mano, entra na sala e dirige-se para junto de uns amigos que já estão a brincar. Mantêm-se cada um, em diferentes mesas, a brincar com os colegas. A Educadora manda arrumar. A C1 senta-se logo na manta pois não tem brinquedos de casa, a C2 começa a arrumar os seus brinquedos no cesto e depois senta-se. Ambas mantêmse sossegadas à espera que a Auxiliar e a Educadora lhes dêem um pedaço de pão. Durante este tempo um menino está a colocar o dedo num buraco da manta e a C1 chama-o à atenção dizendo que isso não se faz, estraga a manta. A C2 está a conversar com um colega que está ao seu lado e a C1 começa a falar com as duas colegas que estão junto de si. A Educadora começa a cantar a canção do “Bom Dia”. A C1 e a C2 acompanham a Educadora, cantam e mesmo sentadas mexem o tronco e a cabeça. A C1 canta com um sorriso nos lábios e os seus olhos brilham. A C2, por vezes, olha para o colega do lado e então deixa por momentos de cantar, mas de imediato recomeça a cantar. Depois começam então a comer o pão, mas interagem com os colegas, sentados e sem falar alto, já sabem que neste momento tem que estar sossegados. Entretanto chega a C4 com a sua mãe, perde muitas actividades da manhã e rotinas. A C4 está junto da mãe enquanto a Educadora fala com ela, depois dá-lhe uns beijinhos e sentase na manta no espaço que esta encontra vazio. Depois a Educadora começa a falar com o grupo, sentado na manta, sobre uma actividade que vão fazer com as fotografias da sua família. A Educadora mostra fotografias da família de um menino. A C1, a C2 e a C4 estão com atenção às fotografias e a ouvir o colega a dizer quem são as pessoas que estão nas fotografias, enquanto que a C1 e a C2 não tiram os olhos das fotografias a C4 mexe constantemente no bibe e nos sapatos. Entretanto chega à sala um colega com a mãe, a C1 e a C4 deixam de olhar para a fotografia e de prestar atenção ao que diz a criança a que pertence a fotografia. A C2 manteve o olhar na fotografia. Depois de breves instantes a C4 e a C1 voltam a olhar para a fotografia. A Educadora mostra as fotografias da família da C4. A Educadora pergunta à C4 “Quem são estas pessoas que estão nesta fotografia?” a C4 responde “É o pai e a mãe”, depois a Educadora mostra a outra fotografia da família da C4 e este diz de imediato “É a prima, que está na casa da avó, e eu”. Depois, da Educadora mostrar as fotografias da C4 esta deixa de olhar para a Educadora e começa a olhar para os colegas. 153 A Educadora explica a próxima actividade, com as palma da mão pintada de tinta fazer uma árvore. Vai uma criança realizar a actividade e os outros vão brincar. A Educadora diz à C1 para ir buscar um jogo e sentar-se na mesa, à C4 diz para ir buscar um jogo e sentar-se na mesa, a C2 quer ir brincar também com as peças de construção que a C4 está a brincar em vez de ir brincar sozinha. A C2, a C4 e a C1 estão a fazer construções. A C1 quando se senta, uma menina ao seu lado vai brincar com esta, e chama-a amiga. A C2 e a C4 não conversam enquanto cada uma faz a sua construção, só depois. A C1 enquanto faz a construção fala com a sua amiga. A C2 olha para mim e diz-me “Sabes, construi uma escavadora” e brinca sozinha. A C4 está a martelar na caixa das peças. A C1 partilha a sua construção com a amiga e começam a construir uma torre, seguindo regras, as peças que utilizam têm que ser todas do mesmo tamanho. A C2 fala com a C4 e ela responde, então começa a interagir com a C4 com a sua construção, os dois fazem sons durante a brincadeira. Durante esta actividade a C2 trata a C4 pelo nome, a C4 não o faz. A C1 fala com a amiga sobre a sua família fala da sua mãe e da avó, diz o nome destas. A C4 desmancha a sua construção, a C2 brinca muito entretida com a sua construção e canta a música que está a tocar. A C1 e a sua amiga constroem uma grande torre, a C1 segura a construção com as duas mãos para a amiga colocar mais peças. Durante esta construção conversam muito. A C4 fica aborrecida com a C2 quando esta mexe em peças que estão ao seu lado, a C2 repara que a C4 fica aborrecida e pára, tomando consciência dos sentimentos da C4. Entretanto, a C4 vai buscar outro jogo e a C2 continua muito interessado nas suas construções, uma escavadora e uma máquina fotográfica. A C1 faz um espelho e faz de conta que se está a pintar-se e mostra à amiga. Enquanto brinca sozinha a C4 observa os outros. Agora a C2 está completamente envolvida com a sua máquina fotográfica, tira fotos, pisca o olho e faz o barulho do flash. A C4 arruma o jogo e vai buscar outro, enquanto está a brincar com o novo jogo, está concentrada. Mas esta é interrompida por um colega, a C4 queixa-se à Auxiliar que um colega também quer brincar com o seu jogo e esta não quer, a Auxiliar ajuda a resolver o problema, convence a C4 a partilhar o jogo pois este tem muitas peças. Então a C4 retoma o jogo. A Educadora chama a C1 para fazer a actividade, mas nesse momento vai à sala uma Educadora falar com esta, enquanto espera junto à mesa a C1 não consegue estar quieta mexe na mesa, no pincel. Então a Educadora manda-a sentar e chama a C2 para fazer a actividade, a C2 espera junto à mesa pacientemente pela Educadora sem mexer em nada. A C1 senta-se, está triste e por instantes chora, mas depois observa a C2 a fazer a actividade muito interessada. A C2 diz que o pincel faz cócegas, esta faz tudo o que a Educadora pede, abrir bem a mão, colocar a mão com jeitinho em cima da folha. A Educadora ajuda a que a mão fique bem digitalizada passando com a sua por cima da mão da C2. A Educadora ajuda a C2 a lavar a mão num alguidar com água, a C1 observa tudo. 154 Agora é a vez da C1, como tinha observado a C2 a fazer, quando chega junto da Educadora já leva a mão aberta e a manga arregaçada. Quando a Educadora passa com o pincel com tinta na sua mão a C1 ri-se, mas continua com a mão bem aberta. Depois coloca a mão em cima da folha com o apoio da Educadora e permanece quieta enquanto a Educadora passa com a sua mão por cima da mão da C1 para que fique bem digitalizada. A C4 está a brincar sozinha, quando a Educadora manda arrumar esta arruma com a ajuda da Auxiliar e senta-se na manta sossegada. O grupo senta-se na manta e faz o comboio para ir almoçar. Durante o almoço a C1 demora mais tempo a comer a sopa que a C4 e a C2, mas o segundo prato come rápido. A C4 e a C2 comem bem e não demoram muito tempo. A C1 conversa mais durante a refeição que a C2 e a C4. Durante a refeição a Educadora repreende a C4 porque estava na brincadeira com outros colegas. Quarta observação à C1, à C2 e à C4 18/2/2011 (Tarde) Depois da higiene, as crianças dirigem-se para a sala com a Educadora. As meninas esperam, a sua vez, para serem penteadas pela Educadora, enquanto os meninos esperam sentados na manta. Já com todo o grupo sentado na manta a Educadora pergunta o que estiveram a fazer de manhã. De imediato a C1 coloca o dedo no ar, dizendo que estiveram a pintar uma tira com pincéis. A C2 acrescenta: “A tira para a máscara de Carnaval, mas eu ainda não fiz!”. A Educadora distribui o grupo pelos vários cantinhos da sala. E chama a C2 para pintar uma tira de papel, utilizando tintas e pincéis. Antes da actividade, a C2 arregaça as mangas antes da Educadora pedir. A C2 durante a actividade utiliza várias cores como pretendido. Está tão concentrada na actividade que não desvia os olhos da folha e dos boiões da tinta. A pintar e a escorrer os pincéis faz expressões com a cara e coloca frequentemente a língua de fora. A C4 vai brincar com o LEGO sozinha, mas está constantemente a desviar o olhar da sua construção para observar os outros, principalmente para a C2 que está a pintar. A C1 vai para o cantinho da leitura onde já está uma menina. A C1 depois de falar com a menina, retira um livro da estante, folheia-o ao mesmo tempo que fala sozinha fazendo de conta que está a contar a história. Por vezes, olha para a menina que também está a ver um livro, mas volta a contar a história. Depois de alguns minutos a construir e a desmanchar pequenas construções a C2 arruma as peças LEGO na caixa e vai colocá-la no lugar. A C1 arruma o livro e começa a ver um livro em conjunto com a menina que está no cantinho, conversam sobre a história e cantam. A C2 depois de pintar a tira vai buscar um puzzle, pouco tempo depois uma menina junta-se a esta na construção. Durante a construção a C2 é persistente, tenta a peça em 155 vários sítios e roda-a, até a colocar no local correcto. Ao mesmo tempo cantam uma canção de Carnaval, chama a menina pelo nome e diz que é sua amiga. A C4 vai buscar um jogo e senta-se numa mesa onde já estavam três crianças, não se senta ao lado destas, não fala com estas. Olha, várias vezes, para a mesa onde estão dois meninos a pintar as suas tiras. A C1 sai do cantinho da leitura e junta-se a uma menina, que está a fazer construções com peças. Interagem as duas, falam muito. A C1 num determinado momento faz de conta que a sua construção é uma caixa de pintura e pinta a sua colega. Depois, constrói uns óculos e mostra a esta, deixa a menina experimentá-los, referindo que é sua amiga. Esta diz à C1 “Obrigado amiga!” e depois abraçam-se. A C2 depois de fazer o puzzle com uma menina, arruma-o e vai buscar as peças de enfiamento e diz à menina do lado “Vou fazer uma prenda para a minha EB, um colar”. A C2 antes de começar a fazer o colar escolhe da caixa todas as peças que têm a forma de cubo e depois inicia a construção do colar. Neste nunca coloca duas peças seguidas da mesma cor. Durante esta actividade a C2 fala sozinha, enfia uma peça de cada vez no fio e junta-a às que já se encontram no fio sem dificuldade, embora o fio seja muito grande. A C4 mantém-se nas construções sozinha, por vezes, fala sozinha e está longos períodos sem desviar o olhar das suas construções, não interage com ninguém. A C1 continua nas construções com a mesma menina, ambas constroem uma construção ao mesmo tempo que conversam e riem. As duas partilham as peças e as construções. A C1 agora constrói um martelo e em seguida martela com ele na caixa de madeira que contém as peças. A Educadora manda o grupo arrumar. A C2 desenfia as peças do fio, coloca-as na caixa, vai arrumá-la e senta-se na manta. A C1 mais a menina que brinca com ela arrumam as peças e a C1 vai arrumar a caixa no lugar e senta-se na manta. A C4 coloca as peças na caixa e vai arrumá-la, demora muito tempo, olha para todos, quando chega à manta já estava quase todo o grupo sentado. Na manta a C1, a C2 e a C4 falam com os colegas do lado. A C1 fala com os colegas do lado, ela tanto inicia como mantém a interacção. Durante esta conversa mantém-se sentada na manta, olha por vezes para a Educadora. A C2 conversa com um menino, mantém-se sentada na manta. A C2 ao mesmo tempo que o menino está a falar para ela olha para as meninas que estão à sua frente, mas continua a conversa. A C4 mantém-se sentada fala com os colegas, mas nunca inicia a interacção, ela olha frequentemente para o resto do grupo. Durante esta conversa livre, a C1, a C2 e a C4 identificam, algumas vezes, os colegas pelo nome. Depois fazem o comboio para ir lanchar. Durante o lanche a C1, a C2 e a C4 conversam com os colegas da sua mesa. A C1 é das primeiras a comer, apesar de conversar muito. A C4 é dos últimos, teve que ser chamada à atenção, pois para além de não estar a comer está na brincadeira com os colegas e com o pão. 156 Depois do lanche e da higiene o grupo faz o comboio para ir para a sala. Já na sala vão brincar para os cantinhos. Quinta observação à C1, à C2 e à c4 28/2/2011 (Manhã) A C1 é a primeira das três crianças que observo a chegar à sala, chega com o companheiro da mãe. Dá-lhe um beijo e repete o gesto com a à Auxiliar, logo depois dirige-se para junto de um grupo de meninas, que estão a brincar com os brinquedos de casa. Depois chega a Educadora à sala e as duas estagiárias que estão a fazer estágio com este grupo, esta semana ainda é só observação. Entretanto, chega a C2, com o pai, a mãe e o irmão, dá um beijo a cada um e à Educadora e vai ter com uns meninos que estão na manta a brincar. A C4 chega mais tarde, com a mãe dá-lhe um beijo e à Educadora. Fica junto da sua mãe enquanto ela fala com a Educadora. Depois volta a dar um beijo à mãe e vai buscar um jogo e senta-se na mesa. Pouco tempo depois, a Educadora manda o grupo arrumar e sentar-se na manta. Cantam a canção do “Bom dia”, batendo com as mãos nas pernas ao ritmo desta. Seguidamente, o chefe do dia faz as suas tarefas, a C1, a C2 e a C4 estão atentas e caladas a observá-lo. A Educadora faz a chamada, todas as crianças esperam pela sua vez para dizer “Presente”. De seguida, a Educadora mostra pincéis de diferentes tamanhos e grossuras. Algumas crianças fazem comentários sobre os pincéis. A C2 diz “Adoro pincéis mas grandes, adoro pintar” e a C1 dá a ideia “Podemos ir pintar”. A Educadora pede ao grupo para fechar os olhos. Depois de breves momentos, o grupo volta a observar os pincéis, para fazer conjuntos com estes. Enquanto algumas crianças solicitadas pela Educadora fazem os conjuntos, a C4, a C2 e a C1 não falam, olham para os conjuntos dos pincéis finos, grossos e médios. Depois, a Educadora refere a próxima actividade, no livro de actividades, pintar com pincéis de diferentes grossuras. Ela explica ao grupo como se faz a actividade, realizando-a no seu livro de actividades para todas as crianças verem. Durante a explicação a C1, a C2 e a C4 permanecem caladas a observar a Educadora a fazer a actividade. A Educadora diz à C1 e à C4 para se sentarem na mesa das pinturas para irem realizar a actividade, outras duas crianças vão pintar os pincéis, com a ajuda de uma estagiária, que vão colocar nas máscaras de Carnaval. O resto do grupo vai brincar nos cantinhos. A C1 e a C4 sentam-se para realizar a actividade, esperam até que a Educadora distribui o grupo todo pelos cantinhos. Durante este período a C1 olha fixamente para os pratos, onde estão as tintas, levanta o “rabinho” para ver melhor. A C4 permanece sentada, quieta e calada. A C1 observa os colegas, verifica que está um menino a mais na casinha e diz à Educadora. 157 A C2 fica na manta a brincar com peças LEGO com mais dois meninos, interage com estes, conversa com eles e, por vezes, fala sozinha. Um menino dá-lhe uma peça e a C2 diz “Obrigado”. Chamam-se sempre pelo nome e brincam com as construções. A C1, enquanto espera para fazer a actividade, decide arregaçar as mangas, já sabe que é preciso sempre que vai pintar. À C4 não o faz, é preciso a Educadora pedir para ele arregaçar as mangas, mas não consegue fazê-lo sozinho, precisa da sua ajuda. A Educadora manda levantar os dois, explica que é mais fácil fazer a actividade em pé. A Educadora dá o livro à C4 e à C1 e pede-lhes para encontrarem a página da actividade, a C1 encontra-a primeiro. A C1 começa a actividade, responde correctamente às perguntas da Educadora sobre os pincéis. A C1, enquanto está a fazer a actividade, não desvia o seu olhar da folha da actividade e dos pratos onde estão as tintas. E faz a actividade depressa e bem. A C4 quando utiliza o primeiro pincel, pinta a folha quase toda, em vez de pintar só por baixo do pincel. Também pinta por cima de alguns pincéis, o que não era para fazer. Durante a troca de pincéis a C4 pára para observar a C1, depois retoma a actividade. A C2 é chamada para fazer a actividade no livro, procura a página da actividade e depois arregaça as mangas. A Educadora pergunta à C2 como pinta cada um dos pincéis, ela primeiro indica a cor e depois a grossura, sempre correctamente. Quando a Educadora fala com o colega que está a fazer a mesma tarefa, a C2 olha para ele, mas retoma a actividade, fazendo-a bem. A C1 e a C4 vão pintar os pincéis, ouvem a explicação da estagiária. A C4 pinta sem ajuda dentro do risco. A C1 sai, às vezes, para fora do risco, mas também faz a actividade sozinha ao mesmo tempo que conversa com a estagiária. A C4 não fala com a estagiária nem com a C1, faz a actividade em silêncio. Depois, a C1 vai fazer um puzzle com uma menina, conversam durante a construção, ambas tratam-se pelo nome. A C4 vai fazer um jogo sozinha, uma menina quer brincar com ela, mas ela não quer. A menina mete-se com ela, dizendo “Olha aqui!”, mas a C4 nem sequer olha para ela continua a fazer o jogo. A C4 é chamada para fazer uma pintura, fazendo de conta que é um pintor, actividade orientada pela outra estagiária. A C2, depois da actividade orientada pela Educadora, senta-se numa mesa a fazer um puzzle. Depois de fazer o puzzle e arrumá-lo, a C1 vai para o cantinho da leitura com outra menina, vêem o mesmo livro, cantam e contam a história. A C1 escolhe um livro e dá-o à menina dizendo “Este é para ti, és minha amiga”. A C4 está a fazer a sua pintura, não interage com a estagiária, esta fala com a C4 mas são poucas as vezes que responde. Ao mesmo tempo que pinta, olha, frequentemente, para os meninos que estão a brincar na casinha. A C2, depois de fazer o puzzle, junta-se a um menino que está a fazer um jogo, conversam os dois, procuram as peças em conjunto. 158 Ao terminar a pintura, a C4 vai buscar outro jogo e senta-se no mesmo lugar onde estava anteriormente, repara que o jogo que estava a fazer antes de ir pintar ainda está na mesa, então vai arrumá-lo e volta para o lugar para fazer o novo jogo. A C1 ainda está no cantinho da leitura quando é chamada pela estagiária para fazer a sua pintura, ela arregaça logo as mangas. A C1 está muito entusiasmada com a pintura, não tira os olhos dos boiões da tinta e da folha de papel, por vezes, quando poisa o pincel para trocar de cor, salta aos pés juntos a olhar para a sua pintura. Enche a folha toda com pinceladas, até que a estagiária lhe pergunta “Já terminaste?”. Então olha para a sua pintura, durante uns instantes, e depois olha para a estagiária e diz “Sim”. Depois de terminar, a C1 volta para o cantinho da leitura onde ainda se encontra a mesma menina e retomam a conversa com ela, ao mesmo tempo que vê livros. A C4 termina o jogo sozinha, arruma-o na caixa e levanta-se para colocar na estante mas pára por algum tempo para observar uns meninos que estão a brincar com um jogo, só depois é que pega na caixa e a vai arrumar. A C4 pega numa caixa, com peças de várias formas e cores, e senta-se no mesmo lugar, sem falar com ninguém. A C2 arruma o jogo e vai ter com uns meninos que estão a brincar com peças LEGO na mesa onde está a C4, mas só os observa. Depois a C2 vai ter junto da C4, senta-se e começa a tirar peças da caixa. A C4 olha para ela, mas não fala continua a brincar sozinha. A C2 fala com a C4, mostra-lhe as suas peças. Então começam as duas a falar, mostrando a peça que retiram da caixa, referindo se é fina ou grossa. A C4 só fala com a C2 quando é ela a iniciar as interacções, a C2 trata sempre a C4 pelo nome, a C2 às vezes trata a C4 pelo nome. A C1 continua no cantinho da leitura com a mesma menina, agora as duas arrumam os livros e brincam nos sofás com a almofada. A C2 diz “Ó C4 agora vou tirar as bolas fininhas!” e a C4 diz “Eu tiro as grossas”. A C2 mostra as peças que encontra e diz as cores. Depois de algum tempo, a C4 deixa de olhar para a C2, prefere agora brincar sozinha com as suas peças. A C2 continua a falar com a C4, mas ela já não fala nem olha para a C2. A C1, continua na casinha, agora com outra menina dançam uma de cada vez, enquanto a outra observa, depois dançam as duas ao mesmo tempo. A Educadora pede ao grupo para arrumar e sentar-se na manta. A C2 pega na caixa para a arrumar, mas a C4 também a quer arrumar, então pega na caixa e quer passar pela frente de uma menina. Então a Educadora explica que não pode passar à frente da amiga que a pode magoar com a caixa. Depois lá vão as duas, C2 e C4, arrumar a caixa e sentam-se na manta. A C1 arruma mais a menina o cantinho da leitura e sentam-se também na manta. A Educadora pede ao grupo para fazer o comboio para ir almoçar, durante o percurso cantam uma música de Carnaval. A C1 e a C2 cantam e fazem os gestos como a Educadora, a C4 também faz os gestos, mas mal se ouve a sua voz. 159 Primeira observação à C3 25/10/2010 (Tarde) Após a hora de repouso, com a ajuda da Educadora as crianças fazem a higiene e deslocam-se para a sala em comboio. A C3 senta-se na manta, no seu lugar, e fica muito sossegada, sem interagir com os colegas. A Educadora começa a contar uma história ao grupo. A C3 escuta a história e mantém-se quieta. Após a história, o grupo repete com a Educadora uma quadra, várias vezes, a C3, muito timidamente, repete algumas vezes, outras vezes fica calada. Seguidamente, a C3 vai realizar uma actividade individual, orientada pela Educadora. Esta actividade consiste em digitalizar as suas mãos num boneco que não tinha mãos. Enquanto a Educadora lhe pinta as mãos com o pincel, a C3 está quieta a observar. Depois de lavar as mãos com a ajuda da Educadora, a C3 fica a observar os colegas que já estão a brincar. A C3 vai buscar um jogo, senta-se numa cadeira, mas de imediato um colega tira-lha, por ser a sua, então a C3 muda de lugar. A C3 começa a brincar com as peças, mexe em todas, fala sozinha, quer trocar logo de jogo, mas a Educadora diz-lhe que é um jogo novo para o fazer, mas ela vai arrumar na mesma. Não escolhe outro jogo, começa a olhar para os colegas, mas não interage com nenhum. Depois escolhe um puzzle, está com ele à sua frente, mas não se interessa, olha para uns colegas que estão a brincar, qualquer situação a chama a atenção, fala sozinha e canta. Continua a mexer nas peças. A Auxiliar e a Educadora começam a conversar junto da C3, esta começa aprestar atenção à conversa, deixa de fazer o puzzle e depois vai arrumá-lo. A criança vai ao encontro de cinco meninas, que estão sentadas no chão a conversar, senta-se, mas não interage, levanta-se pouco tempo de depois e vai ter junto da Auxiliar que está a conversar com um menino. A C3 fica a observar, sem interagir. Quando o menino se vai embora, a C3 vai para o colo da Auxiliar, ela pede ao grupo para arrumar, pois é hora de lanchar. A C3 fica sozinha e vai para junto da Educadora e da Auxiliar, ouve a conversa destas, enquanto os colegas arrumam e se sentam na manta. A C3 mantém-se junto da Educadora para fazer o comboio. No lanche, a C3 mantém-se sossegada sem interagir com os colegas de mesa, está na mesa da Educadora. Seguidamente, o grupo vai ao parque exterior, a C3 permanece quase sempre junto dos adultos, brinca às vezes com a prima, pouco interage com os colegas da sala. A C3 é muito sossegada, tímida e interage muito pouco com os colegas de sala, gosta de estar junto dos adultos. 160 Segunda observação à C3 29/10/2010 (Tarde) A C3 chega ao jardim-de-infância ao colo da mãe. Assim continua enquanto a mãe fala com a Educadora, depois a mãe despede-se da C3 e ela fica ao colo da Educadora com um ar triste. A Educadora ajuda o grupo a fazer a higiene, depois vão para a sala no comboio. Esta rotina já está adquirida pela C3, pois logo que a Educadora diz ao grupo para fazer o comboio ela pega no bibe de um colega. Na manta, a C3 canta com o grupo a canção do “Bom dia”, depois fica calada e sossegada. A Educadora realiza um jogo com o grupo sobre o “Esquema Corporal”. A C3 está pouco concentrada, olha, frequentemente, para os colegas para ver o que eles estão a fazer, e só depois faz o mesmo gesto, olha para a Auxiliar, fica estática com um olhar distante. Só, às vezes, é que faz o que a Educadora diz. Depois o grupo levanta-se para cantar uma canção, a C3 canta mas não se mexe, não interage com ninguém. A Educadora faz perguntas ao grupo sobre a próxima actividade que vão realizar. A C3 não responde, continua calada e quieta, mas dá para perceber que está concentrada a ouvila. Posteriormente, a Educadora pergunta ao grupo se todos conseguem fazer a actividade, a maioria das crianças responde que “Sim”, a C3 continua calada, sem se mexer. A Auxiliar distribui pedaços de pão pelas crianças, enquanto comem conversam umas com as outras, a C3 não fala com os colegas nem interage. A Educadora pergunta “Quem quer ir brincar para a casinha?” e depois para todos os outros cantinhos da sala. As crianças vão respondendo “Eu!”, a C3 fica sozinha a manta, não quer ir brincar para nenhum lugar. A Educadora pergunta-lhe se quer ir trabalhar, a C3 responde logo “Sim”. Senta-se na mesa, destinada a trabalhos individuais orientados, pega num lápis e começa a falar sozinha. Espera sossegada, com o lápis na mão, pela folha da actividade. Faz a actividade depressa e bem, sem necessitar de grande ajuda da Educadora. Depois da actividade, a Educadora pergunta à C3 onde quer ir brincar, esta não responde logo, só depois, da Educadora perguntar novamente é que esta responde “Para os livros”. A C3 escolhe um livro, abre-o e começa a falar sozinha, mas uma situação de um colega chama-a à atenção, olha para ele ao mesmo tempo que troca de livro. Posteriormente, olha para o colega que se encontram também no cantinho da leitura, e para o livro que ele está a ver e troca, novamente, de livro. Mantém-se muito tempo no cantinho da leitura, responde ao colega, abanando apenas a cabeça, troca de livro constantemente. Existe sempre algo que a chama à atenção e desvia o olhar, mas retoma a actividade, no entanto não mostra grande interesse nesta. A C3 vira as páginas do livro ao mesmo tempo que olha para os colegas da sala, principalmente os que estão sentados numas mesas perto dela. Enquanto a maioria das crianças troca de cantinho a C3 não o faz, mantêm-se no mesmo mas sem grande interesse, vai tirando e arrumando livros, até que se senta sem nenhum. 161 A Educadora então pergunta-lhe se quer ir fazer um jogo, esta abana a cabeça, para dizer que “sim”. Sai então do cantinho da leitura e vai para junto da estante onde estão os jogos e os puzzles. Depois de algum tempo para decidir o que escolher, escolhe um puzzle e senta-se, mas fica a observar os colegas que estão sentados ao lado dela, não fala com eles nem interage. Só depois é que começa a fazer o puzzle, não interage com ninguém, está neste momento envolvida na actividade, pois persiste na actividade apesar de haver momentos em que se distrai, retoma a actividade, na qual permanece fazendo e desfazendo. Posteriormente troca o puzzle por um jogo, mas levanta-se e senta-se sem falar nem interagir com ninguém, apenas olha para os colegas, mas continua a fazer o jogo, fala sozinha. Troca de jogo, novamente, mas brinca e fala sempre sozinha. Depois a Educadora pede ao grupo para arrumar, para ir almoçar. A C3 arruma o jogo e dirige-se para junto da Educadora e da Auxiliar. Quando o grupo já está sentado na manta, a Educadora pede à C3 para também se sentar. O grupo faz o comboio, dirige-se para a casa de banho, onde faz a higiene e depois desloca-se para o refeitório. A C3 senta-se na mesa da Educadora, onde pouco conversa e interage. Penso que a C3 ainda não está integrada no grupo, não está habituada a brincar em pares ou em grande grupo. Segundo a Educadora dá-se muito bem com os adultos. Ela é muito sossegada e gosta muito de participar em actividades individuais. Terceira observação à C3 23/11/2010 (Manhã) A C3 chega ao jardim-de-infância ao colo do pai, já não chora, fica um pouco triste ao colo da Auxiliar, mas depois passa. No ginásio, onde são recebidas de manhã as crianças, a C3 não interage com as crianças, só com a prima, está sempre junto da sua Auxiliar ou da Educadora. Depois da higiene, as crianças sentam-se na manta e cantam a canção do “Bom dia”, a C3 participa, mas muito baixinho, está envergonhada. A Educadora pergunta ao grupo, que está sentado na manta, “Qual foi a história que contei ontem?”, a C3 não responde. Seguem-se várias perguntas ao grupo sobre a história, a C3 não responde a nenhuma, uma delas é dirigida à C3 mas ela não responde. A Educadora pergunta à C3 se não se lembra e ela abana a cabeça “dizendo que não”. Durante o resumo da história, a C3 está sossegada, com a atenção, por vezes olha para os outros colegas, para a Auxiliar e mexe nas suas botas. Durante esta conversa, a maioria do grupo interage com a Educadora, respondendo às suas perguntas sobre as actividades realizadas no dia anterior, sobre o Natal. Depois, a Educadora conta a história “A Oficina do Pai Natal” durante esta actividade a C3 não tira os olhos do livro, estão “esbugalhados”, com expressões faciais que transmite que está interessada e a adorar a história, está muito concentrada. 162 Posteriormente, a Educadora faz perguntas sobre a história. A C3 não responde a nenhuma, permanece calada enquanto a maioria do grupo responde, efusivamente, às questões, mas está atenta. A Educadora comenta comigo que ela apesar de não responder em grande grupo, se lhe perguntar quando está sozinha, normalmente, responde e bem, e também tem conhecimento que em casa a C3 conta tudo o que faz na escolinha, fala sobre as histórias e canta as músicas que aprende. Enquanto a Educadora e a Auxiliar preparam a próxima actividade, decorar uma árvore de natal, a C3 não se mexe na manta, nem fala nem interage com os colegas, a maioria das crianças conversam umas com as outras. A Educadora chama a C3 para realizar a actividade. A C3 levanta-se e senta-se na cadeira, sem falar e permanece calada. Na mesma mesa já se encontram duas crianças que falam uma com a outra, a C3 observa-as. Está quieta, até que a Educadora lhe dá a folha para realizar a actividade, explica-lhe o que tem que fazer, a C3 ouve com atenção, sem falar. Durante a realização da actividade, a C3 observa muito os colegas que também estão a fazê-la, vai fazendo muito devagar em comparação com os outros, olha regularmente para a Educadora e para os colegas. Segundo a Educadora, a C3 é muito perfeccionista nos trabalhos que faz, todos são novidade, o que não acontece para os colegas, gosta de observar como os colegas fazem para depois fazer. Penso que isto acontece, porque a C3 tem medo de fazer mal, como gosta de fazer tudo muito bem feito, olha para os outros colegas para ver como estão a fazer, para ter a certeza que está a fazer bem. A C3 pára de fazer a actividade, a Educadora chama-a à atenção dizendo que ainda não terminou, a Educadora ajuda-a a terminar. Depois, para decorar o tronco, a C3 com muito jeitinho tira serradura e coloca-a em cima da cola e com os dedos passa por cima desta, faz igualzinho aos gestos que a Educadora tinha acabado de fazer para explicar como era a um colega. A C3 faz a actividade com muito cuidado, no final a árvore fica muito bem decorada, melhor que a grande parte dos colegas, pois estes fazem a actividade muito depressa. Após terminar a actividade, a C3 vai brincar com a plasticina onde já se encontra um menino, a C3 pede-lhe plasticina, mas fica a olhar algum tempo para ele e depois pede-lhe um rolo, passa umas vezes com o rolo na plasticina. E sem dizer nada, levanta-se dá uma volta pela sala, e depois escolhe um puzzle e senta-se. A C3 não começa logo a fazer o puzzle, olha para os colegas que estão a brincar na casinha. Posteriormente, começa a desmanchar o puzzle mas olha para a Educadora sempre que ela fala para um colega, faz o puzzle rápido e vai trocá-lo por outro. Ela está sempre pouco tempo com o puzzle, passa o tempo a mudar, alguns nem os desfaz. A C3 vai buscar um dominó, tira duas peças e volta a arrumá-las, demora algum tempo a colocar a tampa da caixa, mas não desiste até conseguir. Depois volta para a plasticina, não consegue abrir a tampa, como está sozinha, pergunto-lhe “Precisas de ajuda?”, ela abana a cabeça para dizer que “sim”. A C3 tira a plasticina, começa a brincar utilizando o rolo, mas está constantemente a olhar para os meninos que estão a brincar na manta. Quando está a mexer num pedaço de plasticina pergunto-lhe “O que estas a fazer?”, responde-me “A fazer bolos para a minha mãe”. 163 Enquanto utiliza o rolo olha para a Auxiliar, até o deixa cair, faz a actividade tipo rotineira sem interesse, olha para todos mas não fala com ninguém, fala sozinha. Só fala se alguém lhe pergunta alguma coisa, mas a maioria das vezes responde de forma não verbal, abanando a cabeça. A Educadora pede à C3 para lhe fazer um bolo de chocolate, depois de ter feito para a família, faz um para a Educadora, um para a Auxiliar e um para mim, não faz bolos para os amigos, nem fala deles. Após ter arrumado a plasticina, fica sentada sem fazer nada, a olhar para os colegas, e depois dá duas voltas pela sala ficando junto da Auxiliar, esta diz-lhe “Vai brincar!” e a C3 pergunta-lhe “Para onde?”, a Auxiliar responde “Com os amigos”. A Educadora diz à C3 para ir para a casinha, esta vai até lá mas fica à porta, observa os colegas que lá estão, não diz nada, vai ter novamente junto da Educadora. Depois volta a ir à casinha, entra mas sai de imediato, anda pela sala e vai ter com a Auxiliar, e fica junto dela a observá-la a ajudar os colegas que estão a fazer a actividade orientada. Depois a Educadora manda o grupo arrumar e senta-se na manta. A C3 fica no seu lugar quieta, sem interagir com nenhum colega. O grupo faz o comboio, ela não tem qualquer dificuldade em fazê-lo, tal como a higiene para ir almoçar. No almoço, a C3 está sossegada, é raro interagir com os colegas da sua mesa, está sempre à espera que algum adulto lhe dê a comida, principalmente a sopa. Quarta observação à C3 17/02/2011 (Tarde) Depois do grupo acordar, faz a higiene. A C3 é das primeiras crianças a chegar à sala. Quando esta chega já estão duas meninas a pentearem-se sozinhas, a C3 olha para elas e vai buscar a sua escova, começa a pentear-se. Seguidamente a Educadora chama a C3 para a terminar de pentear e colocar-lhe os ganchos. Posteriormente, a C3 vai buscar um puzzle e senta-se numa mesa, muito entretida sem interagir com ninguém. Uma menina chega junto da C3 e começa a falar com ela, então a C3 começa a falar com a mesma, mas é uma breve conversa pois a C3 deixa de olhar para a menina e de falar com ela. Continuar o puzzle e ao mesmo tempo que o faz fala sozinha, quando já tem cerca de metade construído chama-me, pelo meu nome, para eu ver o que já fez. Entretanto, sentam-se duas crianças, uma de cada lado da C3, também a fazerem um puzzle, cada uma. A C3, por vezes, olha para estas mas continua concentrada na sua tarefa, uma das meninas, às vezes, mexe nas suas peças, mas a C3 chama-a, pelo nome, e diz lhe para não mexer. Ao terminar o puzzle a C3 vai arrumá-lo e dirige-se para o cantinho da leitura, senta-se ao lado de um menino, pega num livro e começa a folheá-lo. Entretanto, chega uma menina que estava no lugar onde está agora sentada a C3, tinha-se levantado para ir ao lixo, ela pede à C3 para sair do seu lugar, a C3 não o faz, nem disse nada. Só quando a Educadora explica à C3 o que tinha acontecido, é que ela sai do cantinho da leitura. 164 A C3 dirige-se para a plasticina, onde não há nenhuma criança, mas está mais interessada com o que se passa na manta, tem plasticina na mão mas não pára de olhar para as crianças que estão a brincar na manta. Depois de alguns minutos só a observar os outros, a C3 deixa de o fazer e pega no rolo e começa a passá-lo por cima da plasticina, muito devagar ao mesmo tempo que canta. Após algum tempo arruma a plasticina e começa a olhar novamente para a manta, desloca-se até esta e vai buscar um carro a um cesto, começa a brincar com este. Mas não fala nem interage com nenhuma das crianças que se encontram na manta, entretém-se sozinha. Num canto da manta estão sentadas quatro meninas a brincar umas com as outras, mas a C3 não se chega junto destas, brinca com o carro sozinha, passa junto de vários meninos mas não fala e parece nem olhar para eles. A C3 sai da manta, depois de breves minutos nesta, vai buscar um jogo e dirige-se para uma mesa, onde fica a fazê-lo sozinha, até que a Educadora manda arrumar e sentar na manta. A C3 arruma o jogo e senta-se na manta, não fala nem interage com ninguém. Durante toda a tarde na sala ouviu-se música clássica, a Educadora desliga o rádio, para o grupo cantar uma canção sobre as formas geométricas (circulo, quadrado, rectângulo e triângulo). Inicialmente em roda a dar as mãos, depois a dançar e a fazer gestos. A Educadora chama a C3 à atenção para se mexer e cantar mais alto. No entanto, a C3 canta sempre baixinho e faz poucos gestos, não olha para as outras crianças, mas sim para a Educadora, rise várias vezes dos gestos que a Educadora faz. Depois, o grupo faz o comboio para ir lanchar, a C3 coloca-se atrás da fila de amiguinhos que já está formada. No refeitório, a C3 senta-se na mesa da Educadora, durante o lanche a C3 permanece sossegada, sem se meter com os outros meninos da mesa. Ela só interage quando os outros meninos ou com a Educadora quando estes iniciam a interacção. A C3 conversa mais com a Educadora e ri-se, por vezes, com os colegas fala pouco, mas está sempre atenta às suas conversas. Ao chegar à sala, a C3 dirige-se para o cantinho da leitura, senta-se e pega num livro, entretanto chega a este uma menina. A C3 permanece neste cantinho até a sua mãe chegar. Durante este período, a C3 e a menina interagem uma com a outra, conversam, vêem o mesmo livro e brincam com o telemóvel que faz parte desse livro. Mas é a outra menina que inicia, quase sempre, a interacção. A Educadora refere que a C3 de manhã já não chora e fica bem. Mas quando é a mãe a traze-la, por vezes chora. Ainda esta semana, tem sido a mãe a traze-la à escola, tem chorado quase todos os dias, é muito agarrada a ela, e nota-se que também vem com sono. Como o pai esta semana está a trabalhar longe, não vem a casa, deve-se deitar mais tarde, pois passa a manhã a fazer birras. A Educadora refere que a C3 na sala, durante as actividades livres continua a preferir estar sozinha, interagindo pouco com os colegas, e quando acontece esta é quase sempre 165 iniciada pelos outros. Esta também não se relaciona muito bem com uma menina, que é a líder das meninas, desta forma a C3 não se desloca para o lugar onde ela está, e normalmente onde está essa menina está a maioria das meninas. A C3 contínua a gostar mais de estar sossegada, por isso brinca quase sempre nos jogos de mesa, no cantinho da leitura ou na plasticina. Na rua, nota-se que interage mais com o grupo, comparando com o que acontecia nos primeiros meses, agora já não está permanentemente junto de um adulto, corre, brinca sozinha e com os colegas. Quinta observação à C3 25/02/2011 (Manhã) A C3 chega ao ginásio do jardim-de-infância ao colo da mãe, ai permanece durante algum tempo, até que a Educadora a retira do colo e fica no seu. Como o grupo vai ter ginástica, ele fica já no ginásio à espera da Professora. A C3 fica junto da Educadora até chegar a Professora de ginástica, enquanto o resto do grupo que já tinha chegado corre e brinca. A Professora de ginástica quando chega, ao ginásio, manda sentar o grupo. A C3 sai de junto da Educadora e vai-se sentar junto dos colegas. Depois a Professora manda o grupo ir correr, a C3 corre ao seu ritmo, lento mas nunca pára, a maioria das meninas deixam de correr e conversam todas juntas, não fazem o que a professora pede. Quando a Professora manda sentar o grupo, a C3 é das primeiras a fazê-lo. Enquanto a Professora explica o próximo exercício, a C3 olha sempre para ela, não mexe na bola nem interage com os colegas, o mesmo não se passa com a maioria do grupo. O exercício, consiste em andar com uma bola debaixo do braço sem a deixar cair, é realizado pela C3 correctamente, durante este não interage com ninguém. Depois deste exercício seguem-se mais com a bola: andar com esta em cima da cabeça; atrás das costas; guiá-la com a mão. Durante as várias explicações e exemplificações a C3 está sempre com atenção, não desvia o seu olhar da Professora. Estes exercícios são realizados pela C3 sem grandes dificuldades e só pára com ordem da Professora, o mesmo não acontece com a maioria do grupo, principalmente as meninas que param para brincar e conversar. Durante a aula chegam várias crianças atrasadas, enquanto a Professora as recebe a maioria do grupo dispersa, mas a C3 continua a fazer o exercício. Numa destas vezes a C3 é mesmo a única criança a continuar o exercício, mas nunca interage com ninguém. Quando a Professora pede para bater a bola no chão e apanhá-la a C3 não consegue fazer e começa a chorar, a Professora faz com ela e incentiva-a. Mas mesmo sendo capaz com ajuda, a C3 continua a chorar e a chamar a Professora. No exercício seguinte, chutar a bola, acontece o mesmo, e durante este um menino apanha a bola da C3 pensando que é a sua. A C3 começa a chorar mas não fala com o menino vai ter com a Professora e diz-lhe o que aconteceu. É a Professora que resolve a situação, pois a C3 não fala com o menino. 166 A professora de ginástica refere que a C3 está diferente do início do ano, inicialmente não se dava conta que estava no ginásio, não falava, não interagia, agora pelo menos nos exercícios de grupo já interage, apesar de ser pouco. A nível motor evoluiu. Termina a aula de ginástica sem a C3 interagir com os colegas, mesmo quando o grupo brinca e conversa à espera a Auxiliar para os levar para a sala, a C3 fica quieta, sem falar com ninguém. Faz o comboio e a sua higiene sozinha, ao chegar à sala veste o bibe, com ajuda. As crianças, enquanto esperam pela sua vez, interagem umas com as outras, a C3 neste momento conversa com uma menina. Nesta conversa a C3 refere que a Educadora está a apertar o bibe a uma menina, identifica-a pelo nome. O grupo senta-se na manta e a Educadora mostra uma folha com um palhaço e faz várias perguntas acerca deste. A C3 não responde a nenhuma, só repete com o grupo a quadra sobre as formas geométricas, que já conhece. A C3 conta, com o grupo, as formas geométricas que tem o palhaço. A Educadora dirige uma pergunta à C3 “Qual é a forma do nariz do palhaço?”, esta responde correctamente “O círculo”. Todo o grupo, uns mais expressivos que outro, fazem a expressão alegre, do palhaço, e a triste. A C3 faz com pouca expressividade. Em grupo conversam sobre as cores que pode ter a roupa do palhaço, a C3 não participa. A tarefa seguinte é pintar o palhaço com cores alegres, a C3 senta-se e começa a pintar o seu, mas de vez enquando olha para os trabalhos dos colegas que estão ao seu lado. Enquanto os colegas do lado conversam e cada um puxa o cesto dos lápis para junto de si, a C3 pinta o seu trabalho, por vezes pára para olhar para eles. A Educadora vai comentando com as crianças como estão a ficar os seus trabalhos, várias pedem para ela ir ver o seu, a C3 não diz nada, faz o seu trabalho. A C3 vai olhando para os outros, mas retoma sempre o seu trabalho em silêncio. Quando termina permanece calada e quieta, a Educadora pede-lhe o trabalho, até que os colegas terminam o seu. A C3 utiliza cores alegres e pinta o nariz vermelho como é o objectivo da tarefa, mas antes de o pintar vermelho já o tinha pintado de laranja. A Educadora pede ao grupo para ir brincar e à C3 para ir arrumar os lápis, ela faz a tarefa. Depois, a C3 vai para o cantinho da leitura, onde não está nenhum menino e pega no livro “Os três porquinhos”. A C3 ao folhear o livro, conta a história, faz sons, sopra como o lobo mau. Entretanto chega um menino ao cantinho da leitura, mas a C3 continua a contar a história sem interagir com ele. Depois, troca de livro várias vezes, vai à Educadora mostrar um livro que tem uma folha rasgada e volta-se a sentar. A C3 pega noutro livro e o menino, que também está neste cantinho, começa a falar com ela sobre a história. Durante uns minutos a C3 interage com ele. Depois vai fazer um jogo sozinha numa mesa, ao seu lado está um menino a fazer um, mas não fala com ele, arruma-o quando a Educadora pede. Já na manta, o grupo tem como actividade ouvir uma música rock, durante a audição a C3 permanece quieta, sem fazer gestos. A Educadora faz a pergunta “Quais os tipos de música 167 que ouviram na semana?”, a C3 não responde, manteve-se em silêncio a ouvir os colegas. Depois o grupo levanta-se para dançar a música rock, a C3 não sai do lugar, não mexe os pés, apenas o tronco e não é ao ritmo da música, muito devagar, sem interagir com os colegas. A C3 observa os outros meninos e a Educadora. Posteriormente a Educadora e a Auxiliar colocam os babetes ao grupo, este faz o comboio para ir almoçar. Durante o almoço, a C3 está sempre sossegada, interage várias vezes com a Educadora e poucas vezes com os colegas. Tem dificuldades em comer a sopa, demora muito, precisa de ajuda. Depois do almoço, a C3 vai à casa de banho onde faz a sua higiene e vai para o dormitório com a Educadora e o grupo. A Educadora refere que na sala quando alguém interage com a C3 esta já mantém a conversa, mas continua a gostar de estar no seu cantinho sossegada. No dormitório já não chora como fazia no inicio da adaptação, já dorme durante parte do tempo, o que não acontecia inicialmente. 168 Anexo D - Grelhas de observação de comportamentos preenchidas 169 170 Grelha de observação de participação nas actividades Nome: C1 Actividade Orientadas de grande grupo Data do registo: 19/10/2010 Comportamento Não Participa Participa Raramente Não Perturba Perturba Quando solicitado Por iniciativa própria Dá ideias Aceita as decisões da maioria Às vezes Frequentemente X X X Sabe utilizar o espaço e os materiais Como mantém a tarefa Orientada de pequeno grupo/ individuais Com quem Com apoio Sem apoio Persiste Acaba o que começou Cumpre as regras Sozinho Quase sempre Só com um o mesmo colega Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Jogo paralelo Tipo de colaboração com os Equipa colegas Sabe utilizar o espaço e os materiais X Sabe organizar-se X Mantém o que escolheu X Sozinho Com Quem Livres Com um colega Quase sempre o mesmo Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Tipo de colaboração com os outros X X Jogos paralelos Equipas X Organização do jogo 171 Grelha de observação de interacções (Baseada no modelo de HIGH-SCOPE) Nome: C1 Data do registo: 19/10/2010 Cooperação em actividades e rotinas 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A 8- A criança criança criança criança criança criança criança criança precisa de ser incentivada para participar nas actividades. participa de forma irregular nas actividades. participa nas actividades. persiste nas actividades. ainda não segue rotinas. segue irregularmente as rotinas. participa nas rotinas quando orientada para o fazer. participa voluntariamente nas rotinas. X X Relação com adultos 1- A criança não interage com os adultos. 2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares. 3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares. 4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares. 5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho, segue regras). X Relação com as outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A criança criança criança criança criança não brinca com as outras crianças. responde quando outras crianças iniciam interacções. inicia interacções com outras crianças. mantém interacções com outras crianças. trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras). X Criação de relações de amizade com outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A criança criança criança criança ainda não identifica os colegas pelos nomes. identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente. identifica um colega como amigo. é identificada por um colega como amiga. X Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais 1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito. 2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito. 3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros. 4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças. 5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente, pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis. 6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças. Compreensão e expressão de sentimentos 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A criança criança criança criança criança criança criança ainda não expressa sentimentos. ainda não verbaliza sentimentos. expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. demonstra consciência dos sentimentos dos outros. exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável. responde apropriadamente aos sentimentos dos outros. 172 X Grelha de observação de participação nas actividades Nome: C1 Actividade Orientadas de grande grupo Data do registo: 29/10/2010 Comportamento Não Participa Participa Raramente Não Perturba Perturba Quando solicitado Por iniciativa própria Dá ideias Aceita as decisões da maioria Às vezes Frequentemente X X X Sabe utilizar o espaço e os materiais Como mantém a tarefa Orientada de pequeno grupo/ individuais Com quem Com apoio Sem apoio Persiste Acaba o que começou Cumpre as regras Sozinho Quase sempre Só com um o mesmo colega Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Jogo paralelo Tipo de colaboração com os Equipa colegas Sabe utilizar o espaço e os materiais X Sabe organizar-se X Mantém o que escolheu X Sozinho Com Quem Livres Com um colega Quase sempre o mesmo Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Tipo de colaboração com os outros X X Jogos paralelos Equipas X Organização do jogo 173 Grelha de observação de interacções (Baseada no modelo de HIGH-SCOPE) Nome: C1 Data do registo: 29/10/2010 Cooperação em actividades e rotinas 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A 8- A criança criança criança criança criança criança criança criança precisa de ser incentivada para participar nas actividades. participa de forma irregular nas actividades. participa nas actividades. persiste nas actividades. ainda não segue rotinas. segue irregularmente as rotinas. participa nas rotinas quando orientada para o fazer. participa voluntariamente nas rotinas. X X Relação com adultos 1- A criança não interage com os adultos. 2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares. 3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares. 4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares. 5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho, segue regras). X Relação com as outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A criança criança criança criança criança não brinca com as outras crianças. responde quando outras crianças iniciam interacções. inicia interacções com outras crianças. mantém interacções com outras crianças. trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras). X X Criação de relações de amizade com outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A criança criança criança criança ainda não identifica os colegas pelos nomes. identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente. identifica um colega como amigo. é identificada por um colega como amiga. X Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais 1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito. 2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito. 3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros. 4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças. 5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente, pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis. 6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças. Compreensão e expressão de sentimentos 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A criança criança criança criança criança criança criança ainda não expressa sentimentos. ainda não verbaliza sentimentos. expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. demonstra consciência dos sentimentos dos outros. exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável. responde apropriadamente aos sentimentos dos outros. 174 X Grelha de observação de participação nas actividades Nome: C1 Actividade Orientadas de grande grupo Data do registo: 26/11/2010 Comportamento Não Participa Participa Raramente Não Perturba Perturba Quando solicitado Por iniciativa própria Dá ideias Aceita as decisões da maioria Às vezes X X X X Sabe utilizar o espaço e os materiais Como mantém a tarefa Orientada de pequeno grupo/ individuais Com quem Com apoio Sem apoio Persiste Acaba o que começou Cumpre as regras Sozinho Quase sempre Só com um o mesmo colega Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Jogo paralelo Frequentemente X X X X X X Tipo de colaboração com os Equipa colegas Sabe utilizar o espaço e os materiais X X Sabe organizar-se X Mantém o que escolheu Sozinho Com Quem Livres Com um colega Quase sempre o mesmo Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Tipo de colaboração com os outros X X Jogos paralelos Equipas X Organização do jogo X 175 Grelha de observação de interacções (Baseada no modelo de HIGH-SCOPE) Nome: C1 Data do registo: 26/11/2010 Cooperação em actividades e rotinas 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A 8- A criança criança criança criança criança criança criança criança precisa de ser incentivada para participar nas actividades. participa de forma irregular nas actividades. participa nas actividades. persiste nas actividades. ainda não segue rotinas. segue irregularmente as rotinas. participa nas rotinas quando orientada para o fazer. participa voluntariamente nas rotinas. X X Relação com adultos 1- A criança não interage com os adultos. 2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares. 3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares. 4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares. 5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho, segue regras). X Relação com as outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A criança criança criança criança criança não brinca com as outras crianças. responde quando outras crianças iniciam interacções. inicia interacções com outras crianças. mantém interacções com outras crianças. trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras). X Criação de relações de amizade com outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A criança criança criança criança ainda não identifica os colegas pelos nomes. identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente. identifica um colega como amigo. é identificada por um colega como amiga. X Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais 1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito. 2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito. 3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros. 4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças. 5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente, pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis. 6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças. X Compreensão e expressão de sentimentos 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A criança criança criança criança criança criança criança ainda não expressa sentimentos. ainda não verbaliza sentimentos. expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. demonstra consciência dos sentimentos dos outros. exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável. responde apropriadamente aos sentimentos dos outros. 176 X Grelha de observação de participação nas actividades Nome: C1 Actividade Orientadas de grande grupo Data do registo: 18/02/2011 Comportamento Não Participa Participa Raramente Às vezes Não Perturba Perturba Quando solicitado Por iniciativa própria Dá ideias Aceita as decisões da maioria Frequentemente X Sabe utilizar o espaço e os materiais Como mantém a tarefa Orientada de pequeno grupo/ individuais Com quem Com apoio Sem apoio Persiste Acaba o que começou Cumpre as regras Sozinho Quase sempre Só com um o mesmo colega Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Jogo paralelo Tipo de colaboração com os Equipa colegas Sabe utilizar o espaço e os materiais X Sabe organizar-se X Mantém o que escolheu X Sozinho Com Quem Livres Com um colega X Quase sempre o mesmo Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Tipo de colaboração com os outros X X Jogos paralelos Equipas Organização do jogo X 177 Grelha de observação de interacções (Baseada no modelo de HIGH-SCOPE) Nome: C1 Data do registo: 18/02/2011 Cooperação em actividades e rotinas 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A 8- A criança criança criança criança criança criança criança criança precisa de ser incentivada para participar nas actividades. participa de forma irregular nas actividades. participa nas actividades. persiste nas actividades. ainda não segue rotinas. segue irregularmente as rotinas. participa nas rotinas quando orientada para o fazer. participa voluntariamente nas rotinas. X X X X Relação com adultos 1- A criança não interage com os adultos. 2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares. 3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares. 4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares. 5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho, segue regras). X Relação com as outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A criança criança criança criança criança não brinca com as outras crianças. responde quando outras crianças iniciam interacções. inicia interacções com outras crianças. mantém interacções com outras crianças. trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras). X Criação de relações de amizade com outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A criança criança criança criança ainda não identifica os colegas pelos nomes. identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente. identifica um colega como amigo. é identificada por um colega como amiga. X X Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais 1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito. 2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito. 3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros. 4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças. 5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente, pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis. 6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças. Compreensão e expressão de sentimentos 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A criança criança criança criança criança criança criança ainda não expressa sentimentos. ainda não verbaliza sentimentos. expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. demonstra consciência dos sentimentos dos outros. exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável. responde apropriadamente aos sentimentos dos outros. 178 X X Grelha de observação de participação nas actividades Nome: C1 Actividade Orientadas de grande grupo Data do registo: 28/02/2011 Comportamento Não Participa Participa Raramente Não Perturba Perturba Quando solicitado Por iniciativa própria Dá ideias Aceita as decisões da maioria Às vezes X X Sabe utilizar o espaço e os materiais Como mantém a tarefa Orientada de pequeno grupo/ individuais Com quem Frequentemente X Com apoio Sem apoio Persiste Acaba o que começou Cumpre as regras Sozinho Quase sempre Só com um o mesmo colega Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Jogo paralelo X X X X X X Tipo de colaboração com os Equipa colegas Sabe utilizar o espaço e os materiais X Sabe organizar-se X Mantém o que escolheu X Sozinho Com Quem Livres Com um colega Quase sempre o mesmo Varia X Com dois Com mais de dois Com um adulto Tipo de colaboração com os outros X Jogos paralelos Equipas Organização do jogo X 179 Grelha de observação de interacções (Baseada no modelo de HIGH-SCOPE) Nome: C1 Data do registo: 28/02/2011 Cooperação em actividades e rotinas 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A 8- A criança criança criança criança criança criança criança criança precisa de ser incentivada para participar nas actividades. participa de forma irregular nas actividades. participa nas actividades. persiste nas actividades. ainda não segue rotinas. segue irregularmente as rotinas. participa nas rotinas quando orientada para o fazer. participa voluntariamente nas rotinas. X X X Relação com adultos 1- A criança não interage com os adultos. 2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares. 3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares. 4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares. 5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho, segue regras). X Relação com as outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A criança criança criança criança criança não brinca com as outras crianças. responde quando outras crianças iniciam interacções. inicia interacções com outras crianças. mantém interacções com outras crianças. trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras). X Criação de relações de amizade com outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A criança criança criança criança ainda não identifica os colegas pelos nomes. identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente. identifica um colega como amigo. é identificada por um colega como amiga. X Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais 1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito. 2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito. 3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros. 4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças. 5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente, pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis. 6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças. Compreensão e expressão de sentimentos 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A criança criança criança criança criança criança criança ainda não expressa sentimentos. ainda não verbaliza sentimentos. expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. demonstra consciência dos sentimentos dos outros. exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável. responde apropriadamente aos sentimentos dos outros. 180 X Grelha de observação de participação nas actividades Nome: C2 Actividade Orientadas de grande grupo Data do registo: 19/10/2010 Comportamento Não Participa Participa Raramente Não Perturba Perturba Quando solicitado Por iniciativa própria Dá ideias Aceita as decisões da maioria Às vezes Frequentemente X X Sabe utilizar o espaço e os materiais Como mantém a tarefa Orientada de pequeno grupo/ individuais Com quem Com apoio Sem apoio Persiste Acaba o que começou Cumpre as regras Sozinho Quase sempre Só com um o mesmo colega Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Jogo paralelo Tipo de colaboração com os Equipa colegas Sabe utilizar o espaço e os materiais X Sabe organizar-se X Mantém o que escolheu X Sozinho Com Quem Livres Com um colega Quase sempre o mesmo Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Tipo de colaboração com os outros X X Jogos paralelos Equipas Organização do jogo X 181 Grelha de observação de interacções (Baseada no modelo de HIGH-SCOPE) Nome: C2 Data do registo: 19/10/2010 Cooperação em actividades e rotinas 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A 8- A criança criança criança criança criança criança criança criança precisa de ser incentivada para participar nas actividades. participa de forma irregular nas actividades. participa nas actividades. persiste nas actividades. ainda não segue rotinas. segue irregularmente as rotinas. participa nas rotinas quando orientada para o fazer. participa voluntariamente nas rotinas. X X X Relação com adultos 1- A criança não interage com os adultos. 2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares. 3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares. 4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares. 5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho, segue regras). X X Relação com as outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A criança criança criança criança criança não brinca com as outras crianças. responde quando outras crianças iniciam interacções. inicia interacções com outras crianças. mantém interacções com outras crianças. trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras). X X Criação de relações de amizade com outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A criança criança criança criança ainda não identifica os colegas pelos nomes. identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente. identifica um colega como amigo. é identificada por um colega como amiga. X Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais 1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito. 2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito. 3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros. 4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças. 5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente, pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis. 6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças. Compreensão e expressão de sentimentos 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A criança criança criança criança criança criança criança ainda não expressa sentimentos. ainda não verbaliza sentimentos. expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. demonstra consciência dos sentimentos dos outros. exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável. responde apropriadamente aos sentimentos dos outros. 182 X Grelha de observação de participação nas actividades Nome: C2 Actividade Orientadas de grande grupo Comportamento Raramente Não Perturba Perturba Quando solicitado Por iniciativa própria Dá ideias Aceita as decisões da maioria Sabe utilizar o espaço e os materiais Às vezes Não Participa Participa Como mantém a tarefa Orientada de pequeno grupo/ individuais Data do registo: 29/10/2010 Com quem Com apoio Sem apoio Persiste Acaba o que começou Cumpre as regras Sozinho Só com um Quase sempre colega o mesmo Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Jogo paralelo Frequentemente X X X X X X X X X X X X Tipo de colaboração Equipa com os colegas Sabe utilizar o espaço e os materiais Sabe organizar-se X X Mantém o que escolheu X Com Quem Sozinho Com um colega Livres Tipo de colaboração com os outros Quase sempre o mesmo Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Jogos paralelos X X Equipas Organização do jogo X 183 Grelha de observação de interacções (Baseada no modelo de HIGH-SCOPE) Nome: C2 Data do registo: 29/10/2010 Cooperação em actividades e rotinas 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A 8- A criança criança criança criança criança criança criança criança precisa de ser incentivada para participar nas actividades. participa de forma irregular nas actividades. participa nas actividades. persiste nas actividades. ainda não segue rotinas. segue irregularmente as rotinas. participa nas rotinas quando orientada para o fazer. participa voluntariamente nas rotinas. X X X X Relação com adultos 1- A criança não interage com os adultos. 2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares. 3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares. 4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares. 5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho, segue regras). X X Relação com as outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A criança criança criança criança criança não brinca com as outras crianças. responde quando outras crianças iniciam interacções. inicia interacções com outras crianças. mantém interacções com outras crianças. trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras). X X Criação de relações de amizade com outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A criança criança criança criança ainda não identifica os colegas pelos nomes. identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente. identifica um colega como amigo. é identificada por um colega como amiga. X Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais 1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito. 2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito. 3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros. 4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças. 5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente, pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis. 6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças. Compreensão e expressão de sentimentos 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A criança criança criança criança criança criança criança ainda não expressa sentimentos. ainda não verbaliza sentimentos. expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. demonstra consciência dos sentimentos dos outros. exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável. responde apropriadamente aos sentimentos dos outros. 184 X Grelha de observação de participação nas actividades Nome: C2 Actividade Orientadas de grande grupo Data do registo: 26/11/2010 Comportamento Não Participa Participa Raramente Não Perturba Perturba Quando solicitado Por iniciativa própria Dá ideias Aceita as decisões da maioria Às vezes X X X X Sabe utilizar o espaço e os materiais Como mantém a tarefa Orientada de pequeno grupo/ individuais Com quem Frequentemente Com apoio Sem apoio Persiste Acaba o que começou Cumpre as regras Sozinho Quase sempre Só com um o mesmo colega Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Jogo paralelo X X X X X Tipo de colaboração com os Equipa colegas Sabe utilizar o espaço e os materiais Sabe organizar-se X X Mantém o que escolheu X Sozinho Com Quem Livres Com um colega Quase sempre o mesmo Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Tipo de colaboração com os outros X X Jogos paralelos Equipas X Organização do jogo X 185 Grelha de observação de interacções (Baseada no modelo de HIGH-SCOPE) Nome: C2 Data do registo: 26/11/2010 Cooperação em actividades e rotinas 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A 8- A criança criança criança criança criança criança criança criança precisa de ser incentivada para participar nas actividades. participa de forma irregular nas actividades. participa nas actividades. persiste nas actividades. ainda não segue rotinas. segue irregularmente as rotinas. participa nas rotinas quando orientada para o fazer. participa voluntariamente nas rotinas. X X X Relação com adultos 1- A criança não interage com os adultos. 2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares. 3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares. 4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares. 5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho, segue regras). X X Relação com as outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A criança criança criança criança criança não brinca com as outras crianças. responde quando outras crianças iniciam interacções. inicia interacções com outras crianças. mantém interacções com outras crianças. trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras). X X Criação de relações de amizade com outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A criança criança criança criança ainda não identifica os colegas pelos nomes. identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente. identifica um colega como amigo. é identificada por um colega como amiga. X Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais 1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito. 2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito. 3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros. 4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças. 5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente, pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis. 6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças. Compreensão e expressão de sentimentos 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A criança criança criança criança criança criança criança ainda não expressa sentimentos. ainda não verbaliza sentimentos. expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. demonstra consciência dos sentimentos dos outros. exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável. responde apropriadamente aos sentimentos dos outros. 186 X Grelha de observação de participação nas actividades Nome: C2 Actividade Orientadas de grande grupo Data do registo: 18/02/2011 Comportamento Não Participa Participa Raramente Às vezes Não Perturba Perturba Quando solicitado Por iniciativa própria Dá ideias Aceita as decisões da maioria X X Sabe utilizar o espaço e os materiais Como mantém a tarefa Orientada de pequeno grupo/ individuais Com quem Frequentemente X Com apoio Sem apoio Persiste Acaba o que começou Cumpre as regras Sozinho Quase sempre Só com um o mesmo colega Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Jogo paralelo X X X X X X X Tipo de colaboração com os Equipa colegas Sabe utilizar o espaço e os materiais X Sabe organizar-se X Mantém o que escolheu X Sozinho Com Quem Livres Com um colega X Quase sempre o mesmo Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Tipo de colaboração com os outros X X Jogos paralelos Equipas Organização do jogo X 187 Grelha de observação de interacções (Baseada no modelo de HIGH-SCOPE) Nome: C2 Data do registo: 18/02/2011 Cooperação em actividades e rotinas 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A 8- A criança criança criança criança criança criança criança criança precisa de ser incentivada para participar nas actividades. participa de forma irregular nas actividades. participa nas actividades. persiste nas actividades. ainda não segue rotinas. segue irregularmente as rotinas. participa nas rotinas quando orientada para o fazer. participa voluntariamente nas rotinas. X X X X Relação com adultos 1- A criança não interage com os adultos. 2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares. 3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares. 4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares. 5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho, segue regras). X X Relação com as outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A criança criança criança criança criança não brinca com as outras crianças. responde quando outras crianças iniciam interacções. inicia interacções com outras crianças. mantém interacções com outras crianças. trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras). X X Criação de relações de amizade com outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A criança criança criança criança ainda não identifica os colegas pelos nomes. identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente. identifica um colega como amigo. é identificada por um colega como amiga. X X Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais 1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito. 2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito. 3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros. 4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças. 5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente, pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis. 6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças. Compreensão e expressão de sentimentos 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A criança criança criança criança criança criança criança ainda não expressa sentimentos. ainda não verbaliza sentimentos. expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. demonstra consciência dos sentimentos dos outros. exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável. responde apropriadamente aos sentimentos dos outros. 188 X Grelha de observação de participação nas actividades Nome: C2 Actividade Orientadas de grande grupo Data do registo: 28/02/2011 Comportamento Não Participa Participa Raramente Às vezes Não Perturba Perturba Quando solicitado Por iniciativa própria Dá ideias Aceita as decisões da maioria X X Sabe utilizar o espaço e os materiais Como mantém a tarefa Orientada de pequeno grupo/ individuais Com quem Frequentemente X Com apoio Sem apoio Persiste Acaba o que começou Cumpre as regras Sozinho Quase sempre Só com um o mesmo colega Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Jogo paralelo X X X X X X X Tipo de colaboração com os Equipa colegas Sabe utilizar o espaço e os materiais X Sabe organizar-se X Mantém o que escolheu X Sozinho Com Quem Livres Com um colega X Quase sempre o mesmo Varia X Com dois Com mais de dois Com um adulto Tipo de colaboração com os outros X Jogos paralelos X Equipas Organização do jogo X 189 Grelha de observação de interacções (Baseada no modelo de HIGH-SCOPE) Nome: C2 Data do registo: 28/02/2011 Cooperação em actividades e rotinas 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A 8- A criança criança criança criança criança criança criança criança precisa de ser incentivada para participar nas actividades. participa de forma irregular nas actividades. participa nas actividades. persiste nas actividades. ainda não segue rotinas. segue irregularmente as rotinas. participa nas rotinas quando orientada para o fazer. participa voluntariamente nas rotinas. X X X X Relação com adultos 1- A criança não interage com os adultos. 2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares. 3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares. 4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares. 5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho, segue regras). X X Relação com as outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A criança criança criança criança criança não brinca com as outras crianças. responde quando outras crianças iniciam interacções. inicia interacções com outras crianças. mantém interacções com outras crianças. trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras). X X Criação de relações de amizade com outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A criança criança criança criança ainda não identifica os colegas pelos nomes. identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente. identifica um colega como amigo. é identificada por um colega como amiga. X X Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais 1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito. 2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito. 3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros. 4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças. 5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente, pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis. 6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças. X Compreensão e expressão de sentimentos 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A criança criança criança criança criança criança criança ainda não expressa sentimentos. ainda não verbaliza sentimentos. expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. demonstra consciência dos sentimentos dos outros. exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável. responde apropriadamente aos sentimentos dos outros. 190 X Grelha de observação de participação nas actividades Nome: C3 Actividade Orientadas de grande grupo Data do registo: 25/10/2010 Comportamento Não Participa Participa Raramente Não Perturba Perturba Quando solicitado Por iniciativa própria Dá ideias Aceita as decisões da maioria Orientada de pequeno grupo/ individuais Com quem Frequentemente X Sabe utilizar o espaço e os materiais Como mantém a tarefa Às vezes X Com apoio Sem apoio Persiste Acaba o que começou Cumpre as regras Sozinho Quase sempre Só com um o mesmo colega Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Jogo paralelo X X X X X Tipo de colaboração com os Equipa colegas Sabe utilizar o espaço e os materiais X Sabe organizar-se Mantém o que escolheu X Sozinho Com Quem Livres Com um colega X Quase sempre o mesmo Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Tipo de colaboração com os outros Jogos paralelos Equipas Organização do jogo 191 Grelha de observação de interacções (Baseada no modelo de HIGH-SCOPE) Nome: C3 Data do registo: 25/10/2010 Cooperação em actividades e rotinas 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A 8- A criança criança criança criança criança criança criança criança precisa de ser incentivada para participar nas actividades. participa de forma irregular nas actividades. participa nas actividades. persiste nas actividades. ainda não segue rotinas. segue irregularmente as rotinas. participa nas rotinas quando orientada para o fazer. participa voluntariamente nas rotinas. X X Relação com adultos 1- A criança não interage com os adultos. 2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares. 3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares. 4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares. 5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho, segue regras). X Relação com as outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A criança criança criança criança criança não brinca com as outras crianças. responde quando outras crianças iniciam interacções. inicia interacções com outras crianças. mantém interacções com outras crianças. trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras). Criação de relações de amizade com outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A criança criança criança criança ainda não identifica os colegas pelos nomes. identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente. identifica um colega como amigo. é identificada por um colega como amiga. Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais 1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito. 2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito. 3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros. 4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças. 5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente, pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis. 6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças. Compreensão e expressão de sentimentos 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A criança criança criança criança criança criança criança ainda não expressa sentimentos. ainda não verbaliza sentimentos. expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. demonstra consciência dos sentimentos dos outros. exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável. responde apropriadamente aos sentimentos dos outros. 192 X X Grelha de observação de participação nas actividades Nome: C3 Actividade Orientadas de grande grupo Data do registo: 29/10/2010 Comportamento Não Participa Participa Raramente Não Perturba Perturba Quando solicitado Por iniciativa própria Dá ideias Aceita as decisões da maioria Às vezes X Sabe utilizar o espaço e os materiais Como mantém a tarefa Orientada de pequeno grupo/ individuais Com quem X Com apoio Sem apoio Persiste Acaba o que começou Cumpre as regras Sozinho Quase sempre Só com um o mesmo colega Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Jogo paralelo X X X X X X X Tipo de colaboração com os Equipa colegas Sabe utilizar o espaço e os materiais X Sabe organizar-se X Mantém o que escolheu X Sozinho Com Quem Livres Com um colega X Quase sempre o mesmo Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Tipo de colaboração com os outros Frequentemente Jogos paralelos Equipas Organização do jogo 193 Grelha de observação de interacções (Baseada no modelo de HIGH-SCOPE) Nome: C3 Data do registo: 29/10/2010 Cooperação em actividades e rotinas 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A 8- A criança criança criança criança criança criança criança criança precisa de ser incentivada para participar nas actividades. participa de forma irregular nas actividades. participa nas actividades. persiste nas actividades. ainda não segue rotinas. segue irregularmente as rotinas. participa nas rotinas quando orientada para o fazer. participa voluntariamente nas rotinas. X X X Relação com adultos 1- A criança não interage com os adultos. 2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares. 3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares. 4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares. 5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho, segue regras). X Relação com as outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A criança criança criança criança criança não brinca com as outras crianças. responde quando outras crianças iniciam interacções. inicia interacções com outras crianças. mantém interacções com outras crianças. trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras). Criação de relações de amizade com outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A criança criança criança criança ainda não identifica os colegas pelos nomes. identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente. identifica um colega como amigo. é identificada por um colega como amiga. Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais 1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito. 2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito. 3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros. 4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças. 5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente, pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis. 6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças. Compreensão e expressão de sentimentos 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A criança criança criança criança criança criança criança ainda não expressa sentimentos. ainda não verbaliza sentimentos. expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. demonstra consciência dos sentimentos dos outros. exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável. responde apropriadamente aos sentimentos dos outros. 194 X Grelha de observação de participação nas actividades Nome: C3 Actividade Orientadas de grande grupo Data do registo: 23/11/2010 Comportamento Não Participa Participa Raramente Não Perturba Perturba Quando solicitado Por iniciativa própria Dá ideias Aceita as decisões da maioria Orientada de pequeno grupo/ individuais Com quem X X Com apoio Sem apoio Persiste Acaba o que começou Cumpre as regras Sozinho Quase sempre Só com um o mesmo colega Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Jogo paralelo X X X X Tipo de colaboração com os Equipa colegas Sabe utilizar o espaço e os materiais X X Sabe organizar-se X Mantém o que escolheu X Sozinho Com Quem Livres Com um colega X Quase sempre o mesmo Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Tipo de colaboração com os outros Frequentemente X Sabe utilizar o espaço e os materiais Como mantém a tarefa Às vezes Jogos paralelos Equipas Organização do jogo 195 Grelha de observação de interacções (Baseada no modelo de HIGH-SCOPE) Nome: C3 Data do registo: 23/11/2010 Cooperação em actividades e rotinas 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A 8- A criança criança criança criança criança criança criança criança precisa de ser incentivada para participar nas actividades. participa de forma irregular nas actividades. participa nas actividades. persiste nas actividades. ainda não segue rotinas. segue irregularmente as rotinas. participa nas rotinas quando orientada para o fazer. participa voluntariamente nas rotinas. X X X Relação com adultos 1- A criança não interage com os adultos. 2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares. 3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares. 4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares. 5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho, segue regras). X Relação com as outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A criança criança criança criança criança não brinca com as outras crianças. responde quando outras crianças iniciam interacções. inicia interacções com outras crianças. mantém interacções com outras crianças. trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras). X X Criação de relações de amizade com outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A criança criança criança criança ainda não identifica os colegas pelos nomes. identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente. identifica um colega como amigo. é identificada por um colega como amiga. Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais 1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito. 2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito. 3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros. 4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças. 5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente, pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis. 6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças. Compreensão e expressão de sentimentos 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A criança criança criança criança criança criança criança ainda não expressa sentimentos. ainda não verbaliza sentimentos. expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. demonstra consciência dos sentimentos dos outros. exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável. responde apropriadamente aos sentimentos dos outros. 196 X Grelha de observação de participação nas actividades Nome: C3 Actividade Orientadas de grande grupo Data do registo: 17/02/2011 Comportamento Não Participa Participa Raramente Não Perturba Perturba Quando solicitado Por iniciativa própria Dá ideias Aceita as decisões da maioria Às vezes Frequentemente X X Sabe utilizar o espaço e os materiais Como mantém a tarefa Orientada de pequeno grupo/ individuais Com quem Com apoio Sem apoio Persiste Acaba o que começou Cumpre as regras Sozinho Quase sempre Só com um o mesmo colega Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Jogo paralelo Tipo de colaboração com os Equipa colegas Sabe utilizar o espaço e os materiais X Sabe organizar-se X Mantém o que escolheu X Sozinho Com Quem Livres Com um colega X Quase sempre o mesmo Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Tipo de colaboração com os outros Jogos paralelos Equipas Organização do jogo X 197 Grelha de observação de interacções (Baseada no modelo de HIGH-SCOPE) Nome: C3 Data do registo: 17/02/2011 Cooperação em actividades e rotinas 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A 8- A criança criança criança criança criança criança criança criança precisa de ser incentivada para participar nas actividades. participa de forma irregular nas actividades. participa nas actividades. persiste nas actividades. ainda não segue rotinas. segue irregularmente as rotinas. participa nas rotinas quando orientada para o fazer. participa voluntariamente nas rotinas. X X X Relação com adultos 1- A criança não interage com os adultos. 2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares. 3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares. 4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares. 5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho, segue regras). X Relação com as outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A criança criança criança criança criança não brinca com as outras crianças. responde quando outras crianças iniciam interacções. inicia interacções com outras crianças. mantém interacções com outras crianças. trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras). X Criação de relações de amizade com outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A criança criança criança criança ainda não identifica os colegas pelos nomes. identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente. identifica um colega como amigo. é identificada por um colega como amiga. X Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais 1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito. 2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito. 3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros. 4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças. 5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente, pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis. 6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças. Compreensão e expressão de sentimentos 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A criança criança criança criança criança criança criança ainda não expressa sentimentos. ainda não verbaliza sentimentos. expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. demonstra consciência dos sentimentos dos outros. exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável. responde apropriadamente aos sentimentos dos outros. 198 X Grelha de observação de participação nas actividades Nome: C3 Actividade Orientadas de grande grupo Data do registo: 25/02/2011 Comportamento Não Participa Participa Raramente Não Perturba Perturba Quando solicitado Por iniciativa própria Dá ideias Aceita as decisões da maioria Às vezes X X Sabe utilizar o espaço e os materiais Como mantém a tarefa Orientada de pequeno grupo/ individuais Com quem X Com apoio Sem apoio Persiste Acaba o que começou Cumpre as regras Sozinho Quase sempre Só com um o mesmo colega Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Jogo paralelo X X X X X Tipo de colaboração com os Equipa colegas Sabe utilizar o espaço e os materiais X Sabe organizar-se X Mantém o que escolheu X X Sozinho Com Quem Livres Com um colega X Quase sempre o mesmo Varia X Com dois Com mais de dois Com um adulto Tipo de colaboração com os outros Frequentemente Jogos paralelos X Equipas Organização do jogo 199 Grelha de observação de interacções (Baseada no modelo de HIGH-SCOPE) Nome: C3 Data do registo: 25/02/2011 Cooperação em actividades e rotinas 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A 8- A criança criança criança criança criança criança criança criança precisa de ser incentivada para participar nas actividades. participa de forma irregular nas actividades. participa nas actividades. persiste nas actividades. ainda não segue rotinas. segue irregularmente as rotinas. participa nas rotinas quando orientada para o fazer. participa voluntariamente nas rotinas. X X X Relação com adultos 1- A criança não interage com os adultos. 2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares. 3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares. 4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares. 5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho, segue regras). X Relação com as outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A criança criança criança criança criança não brinca com as outras crianças. responde quando outras crianças iniciam interacções. inicia interacções com outras crianças. mantém interacções com outras crianças. trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras). X Criação de relações de amizade com outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A criança criança criança criança ainda não identifica os colegas pelos nomes. identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente. identifica um colega como amigo. é identificada por um colega como amiga. X Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais 1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito. 2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito. 3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros. 4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças. 5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente, pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis. 6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças. X Compreensão e expressão de sentimentos 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A criança criança criança criança criança criança criança ainda não expressa sentimentos. ainda não verbaliza sentimentos. expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. demonstra consciência dos sentimentos dos outros. exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável. responde apropriadamente aos sentimentos dos outros. 200 X Grelha de observação de participação nas actividades Nome: C4 Actividade Orientadas de grande grupo Data do registo: 19/10/2010 Comportamento Não Participa Participa Raramente Não Perturba Perturba Quando solicitado Por iniciativa própria Dá ideias Aceita as decisões da maioria Às vezes Frequentemente X X Sabe utilizar o espaço e os materiais Como mantém a tarefa Orientada de pequeno grupo/ individuais Com quem Com apoio Sem apoio Persiste Acaba o que começou Cumpre as regras Sozinho Quase sempre Só com um o mesmo colega Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Jogo paralelo Tipo de colaboração com os Equipa colegas Sabe utilizar o espaço e os materiais X Sabe organizar-se X Mantém o que escolheu X Sozinho X Com Quem Livres Com um colega Quase sempre o mesmo Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Tipo de colaboração com os outros X Jogos paralelos Equipas Organização do jogo 201 Grelha de observação de interacções (Baseada no modelo de HIGH-SCOPE) Nome: C4 Data do registo: 19/10/2010 Cooperação em actividades e rotinas 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A 8- A criança criança criança criança criança criança criança criança precisa de ser incentivada para participar nas actividades. participa de forma irregular nas actividades. participa nas actividades. persiste nas actividades. ainda não segue rotinas. segue irregularmente as rotinas. participa nas rotinas quando orientada para o fazer. participa voluntariamente nas rotinas. X X Relação com adultos 1- A criança não interage com os adultos. 2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares. 3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares. 4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares. 5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho, segue regras). X Relação com as outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A criança criança criança criança criança não brinca com as outras crianças. responde quando outras crianças iniciam interacções. inicia interacções com outras crianças. mantém interacções com outras crianças. trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras). X X Criação de relações de amizade com outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A criança criança criança criança ainda não identifica os colegas pelos nomes. identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente. identifica um colega como amigo. é identificada por um colega como amiga. Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais 1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito. 2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito. 3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros. 4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças. 5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente, pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis. 6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças. Compreensão e expressão de sentimentos 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A criança criança criança criança criança criança criança ainda não expressa sentimentos. ainda não verbaliza sentimentos. expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. demonstra consciência dos sentimentos dos outros. exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável. responde apropriadamente aos sentimentos dos outros. 202 X Grelha de observação de participação nas actividades Nome: C4 Actividade Orientadas de grande grupo Data do registo: 29/10/2010 Comportamento Não Participa Participa Raramente Não Perturba Perturba Quando solicitado Por iniciativa própria Dá ideias Aceita as decisões da maioria Orientada de pequeno grupo/ individuais Com quem Frequentemente X X X Sabe utilizar o espaço e os materiais Como mantém a tarefa Às vezes X Com apoio Sem apoio Persiste Acaba o que começou Cumpre as regras Sozinho Quase sempre Só com um o mesmo colega Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Jogo paralelo X X X X X Tipo de colaboração com os Equipa colegas Sabe utilizar o espaço e os materiais X Sabe organizar-se X Mantém o que escolheu X Sozinho X Com Quem Livres Com um colega Quase sempre o mesmo Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Tipo de colaboração com os outros Jogos paralelos Equipas Organização do jogo 203 X Grelha de observação de interacções (Baseada no modelo de HIGH-SCOPE) Nome: C4 Data do registo: 29/10/2010 Cooperação em actividades e rotinas 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A 8- A criança criança criança criança criança criança criança criança precisa de ser incentivada para participar nas actividades. participa de forma irregular nas actividades. participa nas actividades. persiste nas actividades. ainda não segue rotinas. segue irregularmente as rotinas. participa nas rotinas quando orientada para o fazer. participa voluntariamente nas rotinas. X X Relação com adultos 1- A criança não interage com os adultos. 2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares. 3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares. 4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares. 5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho, segue regras). X X Relação com as outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A criança criança criança criança criança não brinca com as outras crianças. responde quando outras crianças iniciam interacções. inicia interacções com outras crianças. mantém interacções com outras crianças. trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras). X Criação de relações de amizade com outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A criança criança criança criança ainda não identifica os colegas pelos nomes. identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente. identifica um colega como amigo. é identificada por um colega como amiga. X Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais 1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito. 2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito. 3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros. 4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças. 5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente, pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis. 6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças. Compreensão e expressão de sentimentos 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A criança criança criança criança criança criança criança ainda não expressa sentimentos. ainda não verbaliza sentimentos. expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. demonstra consciência dos sentimentos dos outros. exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável. responde apropriadamente aos sentimentos dos outros. 204 X Grelha de observação de participação nas actividades Nome: C4 Actividade Orientadas de grande grupo Data do registo: 26/11/2010 Comportamento Não Participa Participa Raramente Às vezes Não Perturba Perturba Quando solicitado Por iniciativa própria Dá ideias Aceita as decisões da maioria Frequentemente X X Sabe utilizar o espaço e os materiais Como mantém a tarefa Orientada de pequeno grupo/ individuais Com quem Com apoio Sem apoio Persiste Acaba o que começou Cumpre as regras Sozinho Quase sempre Só com um o mesmo colega Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Jogo paralelo Tipo de colaboração com os Equipa colegas Sabe utilizar o espaço e os materiais X Sabe organizar-se X Mantém o que escolheu X Sozinho Com Quem Livres Com um colega X Quase sempre o mesmo Varia X Com dois Com mais de dois Com um adulto Tipo de colaboração com os outros Jogos paralelos X Equipas Organização do jogo X 205 Grelha de observação de interacções (Baseada no modelo de HIGH-SCOPE) Nome: C4 Data do registo: 26/11/2010 Cooperação em actividades e rotinas 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A 8- A criança criança criança criança criança criança criança criança precisa de ser incentivada para participar nas actividades. participa de forma irregular nas actividades. participa nas actividades. persiste nas actividades. ainda não segue rotinas. segue irregularmente as rotinas. participa nas rotinas quando orientada para o fazer. participa voluntariamente nas rotinas. X X Relação com adultos 1- A criança não interage com os adultos. 2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares. 3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares. 4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares. 5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho, segue regras). X X Relação com as outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A criança criança criança criança criança não brinca com as outras crianças. responde quando outras crianças iniciam interacções. inicia interacções com outras crianças. mantém interacções com outras crianças. trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras). X Criação de relações de amizade com outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A criança criança criança criança ainda não identifica os colegas pelos nomes. identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente. identifica um colega como amigo. é identificada por um colega como amiga. X Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais 1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito. 2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito. 3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros. 4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças. 5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente, pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis. 6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças. Compreensão e expressão de sentimentos 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A criança criança criança criança criança criança criança ainda não expressa sentimentos. ainda não verbaliza sentimentos. expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. demonstra consciência dos sentimentos dos outros. exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável. responde apropriadamente aos sentimentos dos outros. 206 X Grelha de observação de participação nas actividades Nome: C4 Actividade Orientadas de grande grupo Data do registo: 18/02/2011 Comportamento Não Participa Participa Raramente Às vezes Não Perturba Perturba Quando solicitado Por iniciativa própria Dá ideias Aceita as decisões da maioria Frequentemente X Sabe utilizar o espaço e os materiais Como mantém a tarefa Orientada de pequeno grupo/ individuais Com quem Com apoio Sem apoio Persiste Acaba o que começou Cumpre as regras Sozinho Quase sempre Só com um o mesmo colega Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Jogo paralelo Tipo de colaboração com os Equipa colegas Sabe utilizar o espaço e os materiais X Sabe organizar-se X Mantém o que escolheu X Sozinho Com Quem Livres Com um colega X Quase sempre o mesmo Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Tipo de colaboração com os outros Jogos paralelos Equipas Organização do jogo 207 Grelha de observação de interacções (Baseada no modelo de HIGH-SCOPE) Nome: C4 Data do registo: 18/02/2011 Cooperação em actividades e rotinas 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A 8- A criança criança criança criança criança criança criança criança precisa de ser incentivada para participar nas actividades. participa de forma irregular nas actividades. participa nas actividades. persiste nas actividades. ainda não segue rotinas. segue irregularmente as rotinas. participa nas rotinas quando orientada para o fazer. participa voluntariamente nas rotinas. X X X Relação com adultos 1- A criança não interage com os adultos. 2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares. 3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares. 4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares. 5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho, segue regras). X Relação com as outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A criança criança criança criança criança não brinca com as outras crianças. responde quando outras crianças iniciam interacções. inicia interacções com outras crianças. mantém interacções com outras crianças. trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras). X Criação de relações de amizade com outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A criança criança criança criança ainda não identifica os colegas pelos nomes. identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente. identifica um colega como amigo. é identificada por um colega como amiga. Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais 1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito. 2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito. 3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros. 4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças. 5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente, pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis. 6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças. Compreensão e expressão de sentimentos 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A criança criança criança criança criança criança criança ainda não expressa sentimentos. ainda não verbaliza sentimentos. expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. demonstra consciência dos sentimentos dos outros. exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável. responde apropriadamente aos sentimentos dos outros. 208 X Grelha de observação de participação nas actividades Nome: C4 Actividade Orientadas de grande grupo Data do registo: 28/02/2011 Comportamento Não Participa Participa Raramente Não Perturba Perturba Quando solicitado Por iniciativa própria Dá ideias Aceita as decisões da maioria Orientada de pequeno grupo/ individuais Com quem X Com apoio Sem apoio Persiste Acaba o que começou Cumpre as regras Sozinho Quase sempre Só com um o mesmo colega Varia Com dois Com mais de dois Com um adulto Jogo paralelo X X X X X X X Tipo de colaboração com os Equipa colegas Sabe utilizar o espaço e os materiais X Sabe organizar-se X Mantém o que escolheu X Sozinho Com Quem Livres Com um colega X Quase sempre o mesmo Varia X Com dois Com mais de dois Com um adulto Tipo de colaboração com os outros Frequentemente X Sabe utilizar o espaço e os materiais Como mantém a tarefa Às vezes Jogos paralelos X Equipas Organização do jogo X 209 Grelha de observação de interacções (Baseada no modelo de HIGH-SCOPE) Nome: C4 Data do registo: 28/02/2011 Cooperação em actividades e rotinas 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A 8- A criança criança criança criança criança criança criança criança precisa de ser incentivada para participar nas actividades. participa de forma irregular nas actividades. participa nas actividades. persiste nas actividades. ainda não segue rotinas. segue irregularmente as rotinas. participa nas rotinas quando orientada para o fazer. participa voluntariamente nas rotinas. X X X Relação com adultos 1- A criança não interage com os adultos. 2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares. 3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares. 4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares. 5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho, segue regras). X Relação com as outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A criança criança criança criança criança não brinca com as outras crianças. responde quando outras crianças iniciam interacções. inicia interacções com outras crianças. mantém interacções com outras crianças. trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras). X X Criação de relações de amizade com outras crianças 1- A 2- A 3- A 4- A criança criança criança criança ainda não identifica os colegas pelos nomes. identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente. identifica um colega como amigo. é identificada por um colega como amiga. X Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais 1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito. 2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito. 3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros. 4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças. 5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente, pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis. 6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças. Compreensão e expressão de sentimentos 1- A 2- A 3- A 4- A 5- A 6- A 7- A criança criança criança criança criança criança criança ainda não expressa sentimentos. ainda não verbaliza sentimentos. expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis. demonstra consciência dos sentimentos dos outros. exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável. responde apropriadamente aos sentimentos dos outros. 210 X Anexo E - Registos da Escala de Envolvimento da Criança 211 212 Observação do Envolvimento da Criança Nome da criança: C1 Número de crianças presentes: 20 (M) Manhã / (T) Tarde Descrição de períodos de 2 minutos cada Hora: 9:40 Actividade sobre o “Esquema corporal”, o objectivo é as crianças indicarem com as mãos onde se encontra determinado membro do corpo. Inicialmente a C1 olha para a Educadora para fazer os gestos que esta faz e depois para indicar rápido com as mãos onde se encontra o membro do corpo que a Educadora pergunta. A C1 interrompe a actividade por duas vezes, uma ao passar um pai com uma menina e outra porque começa a olhar para um colega. Mas nas duas situações a C1 retoma a actividade, realizando-a correctamente. Hora: 10:00 A C1 na aula de ginástica faz de conta que é uma bolacha com grande alegria. A C1 sai da caixa quando a música começa e mexe-se muito por todo o ginásio, levanta bem os pés. A professora manda dançar a pares, a C1 encontra logo um colega para ser o seu par, dança sempre de mãos dadas. Hora: 10:35 Com o objectivo de abordar os conceitos “dentro de” e “fora de”, a Educadora pede à C1 para tirar duas peças, uma amarela e outra vermelha, para fora da caixa. A C1 está motivada em realizar a tarefa, a forma como pega na caixa e como procura as peças que quer. Data do registo: 29/10/2010 Número de adultos presentes: 2 Nível de Envolvimento 1 2 213 3 4 5 Áreas de conteúdo / Domínios F.P.S. E.M. E.D. E.P. E.Mu. L.A.E. Mat. X X X X X X X X X X X X X X X C.M. Observação do Envolvimento da Criança Nome da criança: C1 Número de crianças presentes: 19 (M) Manhã / (T) Tarde Descrição de períodos de 2 minutos cada Hora: 9:30 Na manta a Educadora canta a canção do “Bom Dia”. A C1 canta ao mesmo tempo da Educadora, mesmo estando sentada mexe-se: mexe o tronco e a cabeça de um lado para o outro. A C1 não deixa de cantar em nenhum momento sempre com um sorriso nos lábios e os olhos brilham. Hora: 10:00 Enquanto a Educadora mostra fotografias da família de um menino. A C1 está atenta às fotografias e a ouvir o colega a dizer quem são as pessoas que estão nas fotografias. A C1 não tira os olhos das fotografias. Entretanto, chegou um colega com a mãe e a C1 deixa de olhar para a fotografia e de prestar atenção ao que diz a criança a que pertence a fotografia. Mas depois volta a olhar para a fotografia. Hora: 10:50 A C1 partilha a sua construção com a amiga e começam a construir uma torre. A C1 fala com a amiga sobre a sua família, da sua mãe e da avó, e diz o nome destas. A C1 e a sua amiga constroem uma grande torre, conversam muito. A C1 segura a construção com as duas mãos para a amiga colocar mais peça. Data do registo: 26/11/2010 Número de adultos presentes: 2 Nível de Envolvimento 1 2 3 4 5 F.P.S. E.M. X X X X X X X X X X X 214 Áreas de conteúdo / Domínios E.D. E.P. E.Mu. L.A.E. X X Mat. C.M. X X Observação do Envolvimento da Criança Nome da criança: C1 Número de crianças presentes: 20 (M) Manhã / (T) Tarde Descrição de períodos de 2 minutos cada Hora: 14:40 A C1 vai para o cantinho da leitura onde já está uma menina. A C1 depois de falar com a menina, retira um livro da estante, folheia-o ao mesmo tempo que fala sozinha fazendo de conta que está a contar a história. Por vezes, olha para a menina que também está a ver um livro, mas continua a contar a história do livro. Hora: 15:00 A C1 sai do cantinho da leitura e junta-se a uma menina que está a fazer construções com peças. Interagem uma com a outra, falam muito. A C1 num determinado momento faz de conta que a sua construção é uma caixa de pintura e pinta a sua colega, no seu rosto, está espelhada a satisfação com que o faz. Depois, constrói uns óculos e mostra a esta e deixa a amiga experimentá-los. Hora: 15:30 Na manta a C1, fala com os colegas do lado, ela tanto inicia como mantém a interacção. Durante esta conversa mantémse sentada na manta, olhando por vezes para a Educadora. Mas a C1 retoma a conversa com os colegas. Data do registo: 18/02/2011 Número de adultos presentes: 2 Nível de Envolvimento 1 2 3 4 5 X X X 215 Áreas de conteúdo / Domínios F.P.S. E.M. E.D. X X X X X X X X X E.P. E.Mu. L.A.E. X Mat. X C.M. Observação do Envolvimento da Criança Nome da criança: C1 Número de crianças presentes: 20 (M) Manhã / (T) Tarde Descrição de períodos de 2 minutos cada Hora: 9:50 A C1 começa a actividade, responde correctamente às perguntas da Educadora sobre os pincéis. A C1 enquanto está a fazer a actividade não desvia o seu olhar brilhante da folha da actividade e dos pratos onde estão as tintas. E faz a actividade depressa e bem. Hora: 10:30 A C1 vai para o cantinho da leitura com outra menina, vêem o mesmo livro, cantam e contam a história. Durante esta tarefa a C1 não desvia o olhar do livro e da sua amiga, tendo sempre um sorriso nos lábios. Hora: 11:00 A C1 está muito entusiasmada com a pintura, não retira os olhar dos boiões da tinta e da folha de papel, por vezes quando poisa o pincel para trocar de cor, salta aos pés juntos a olhar para a sua pintura. Enche a folha toda com pinceladas, até que a estagiária pergunta a esta “Já terminaste?”, então olha para a sua pintura, durante uns instantes, e depois olha para ela e diz “Sim”. Data do registo: 28/02/2011 Número de adultos presentes: 4 Nível de Envolvimento 1 2 3 4 Áreas de conteúdo / Domínios 5 F.P.S. E.M. X X X X X X X 216 E.D. E.P. L.A.E. X X X E.Mu. X X X Mat. C.M. Observação do Envolvimento da Criança Nome da criança: C2 Número de crianças presentes: 20 (M) Manhã / (T) Tarde Descrição de períodos de 2 minutos cada Hora: 10:00 A C2 na aula de ginástica faz de conta que é uma bolacha. A C2 sai da caixa quando a música começa e mexe o corpo todo, por todo o ginásio, levanta bem os pés. A professora mandou dançar a pares, a C2 foi ter junto de uma menina e deu-lhe as mãos, dança com um sorriso. A C2 está completamente envolvida pela música, não pára de dançar mexe-se ao ritmo desta. Hora: 10:45 Com o objectivo de abordar os conceitos “dentro de” e “fora de”, a Educadora pede à C2 para colocar dentro de uma caixa duas peças, a sua expressão facial indica que esta envolvido na tarefa. Hora: 10:55 A C2 escolhe ir para o LEGO com um colega, constrói uma torre com a ajuda deste. Durante a construção a C2 fala, ri, com o colega, sem parar de construir de forma criativa, interage muito um com o colega. Data do registo: 29/10/2010 Número de adultos presentes: 2 Nível de Envolvimento 1 2 3 4 Áreas de conteúdo / Domínios 5 F.P.S. E.M. X X X X X X X X X 217 E.D. E.P. E.Mu. L.A.E. Mat. X X X X C.M. Observação do Envolvimento da Criança Nome da criança: C2 Número de crianças presentes: 19 (M) Manhã / (T) Tarde Descrição de períodos de 2 minutos cada Hora: 10:00 Na manta a Educadora canta a canção do “Bom Dia”. A C2 canta ao mesmo tempo da Educadora, mesmo estando sentada mexe-se: mexe o tronco e a cabeça de um lado para o outro. A C2, por vezes, olha para o colega do lado e então deixa por momentos de cantar, mas depois recomeça. Hora: 10:45 A C2 brinca com a uma máquina fotográfica construída por si. Está completamente envolvida com a sua máquina fotográfica, tira fotos, pisca o olho, faz o barulho do flash. No rosto da C2 está visível a satisfação com que está a realizar a tarefa, não desvia o olhar da sua construção. Hora: 11:15 A C2 começa a fazer a actividade de expressão plástica. A C2 diz que o pincel faz cócegas, faz tudo o que a Educadora pede: abrir bem a mão, vira-a e colocá-la com jeitinho em cima da folha. A Educadora ajuda a mão a ficar bem digitalizada passando com a sua por cima da mão da C2. Data do registo: 26/11/2010 Número de adultos presentes: 2 Nível de Envolvimento 1 2 3 4 5 Áreas de conteúdo / Domínios F.P.S. E.M. X X X X X X X X X 218 E.D. x E.P. E.Mu. L.A.E. X X Mat. X X C.M. Observação do Envolvimento da Criança Nome da criança: C2 Número de crianças presentes: 20 (M) Manhã / (T) Tarde Descrição de períodos de 2 minutos cada Hora: 14:30 A C2 durante a actividade, pintar uma tira de papel utilizando tintas e pincéis, utiliza várias cores como pretendido. Está tão concentrada na actividade que não desvia os olhos da folha e dos boiões da tinta. A pintar e a escorrer os pincéis faz expressões com a cara e coloca, frequentemente, a língua de fora. Hora: 15:10 A C2 vai buscar as peças de enfiamento e diz à menina do lado “Vou fazer uma prenda para a minha EB, um colar”. A C2, antes de começar a fazer o colar, escolhe da caixa todas as peças que têm a forma de um cubo e depois inicia a construção do colar. No fio nunca coloca duas peças seguidas da mesma cor. A C2 fala sozinha enfiando uma peça de cada vez e juntando-a às que já se encontram no fio sem dificuldade, embora este seja muito grande. Hora: 15:30 Na manta a C2 conversa com um menino, durante esta mantém-se sentada. A C2 ao mesmo tempo que o menino está a falar para ela, olha várias vezes para as meninas que estão à sua frente. Mas depois continua a conversa, verifico que mesmo não estando a olhar para o seu colega a C2 tinha estado concentrada a ouvi-lo. Data do registo: 18/02/2011 Número de adultos presentes: 2 Nível de Envolvimento 1 2 3 4 Áreas de conteúdo / Domínios 5 F.P.S. E.M. X X X X X X X X 219 E.D. E.P. E.Mu. L.A.E. Mat. X X X C.M. Observação do Envolvimento da Criança Nome da criança: C2 Número de crianças presentes: 20 (M) Manhã / (T) Tarde Descrição de períodos de 2 minutos cada Hora: 9:45 A C2 está na manta a brincar com as peças LEGO com mais dois meninos, interage com estes, conversa com eles, por vezes, fala sozinha. Um menino dá-lhe uma peça e a C2 diz obrigado. Chamam-se, sempre, pelo nome e brincam todos com as construções. A C2 está completamente envolvida na tarefa, persistindo nesta. Hora: 10:00 A C2 depois de encontrar a página da actividade arregaça as mangas. A Educadora pergunta-lhe como pinta cada um dos pincéis, primeiro indica a cor e depois a grossura, sempre correctamente. Quando a Educadora fala com o colega que está a fazer a mesma tarefa, a C2 olha para este, mas retoma a actividade, fazendo-a bem. Hora: 11:15 A C2 senta-se ao pé da C4 e começa a tirar peças da caixa. A C2 fala com a C4, mostra-lhe as suas peças e começam a falar mostrando a peça que retiram da caixa, referindo se é fina ou grossa. A C4 só fala com a C2 quando é esta a iniciar as interacções, a C2 trata sempre a C4 pelo nome. Verifica-se pela expressão facial da C2 que está muito concentrada. Data do registo: 28/02/2011 Número de adultos presentes: 4 Nível de Envolvimento 1 2 3 4 Áreas de conteúdo / Domínios 5 F.P.S. E.M. X X X X X X X X X 220 X E.D. E.P. E.Mu. L.A.E. X Mat. X C.M. Observação do Envolvimento da Criança Nome da criança: C3 Número de crianças presentes: 19 (M) Manhã / (T) Tarde Descrição de períodos de 2 minutos cada Hora: 9:30 A Educadora faz um jogo em grande grupo, sobre as partes do corpo. As crianças têm de indicar onde fica a parte do corpo referida pela Educadora. A C3 passa muito tempo a olhar para os colegas e para a Auxiliar, desconcentrando-se facilmente, mas retoma a actividade. Hora: 10:00 A C3 faz a actividade sobre o esquema corporal, olha com intensidade para a folha, depois para a Educadora e para o colega que também está a fazer a actividade. A Educadora pergunta os diferentes vestuários, esta responde correctamente. Está concentrada e atenta aos passos da Educadora. Depois faz a tarefa correctamente. Hora: 10:15 A C3 senta-se depois de escolher um livro, mas está constantemente a olhar para os outros colegas. Olha para o livro do colega, vira uma página e deixa-o cair, apanha-o. Começa a falar sozinha, mas olha para o colega e depois para a toda a sala. Troca de livro e volta a olhar para toda a sala. Data do registo: 28/10/2010 Número de adultos presentes: 2 Nível de Envolvimento 1 2 3 4 5 X X X Áreas de conteúdo / Domínios F.P.S. E.M. X X X X X 221 E.D. E.P. E.Mu. L.A.E. X X X X X X Mat. C.M. Observação do Envolvimento da Criança Nome da criança: C3 Número de crianças presentes: 19 (M) Manhã / (T) Tarde Descrição de períodos de 2 minutos cada Hora: 9:30 A Educadora conta uma história “A oficina do Pai Natal” ao grupo. A C3 durante esta actividade não tira os olhos do livro, os seus olhos estão “esbugalhados”, está muito concentrada e interessada na história. Nenhum barulho, nem a entrada de uma pessoa na sala faz com que a C3 se desconcentre. Hora: 9:55 A C3 faz uma actividade que tem como objectivo decorar uma árvore de Natal com fitas e serradura. A Educadora tem que chamar à atenção da C3 para esta começar a actividade, está a olhar para uns colegas. Começa a colocar as fitas na árvore que já tem cola, mas olha para os outros colegas que estão a fazer a mesma actividade. Está muito tempo parada a olhar para a Educadora e para os colegas, depois retoma a actividade, está pouco concentrada e motivada. A Educadora tem que ajudar a C3 a terminar pois está novamente distraída. Hora: 10:30 A C3 está a fazer um puzzle, mexe nas peças ao mesmo tempo que olha para os colegas que estão ao seu lado. Sempre que a Educadora fala a C3 pára de fazer o puzzle e olha para ela. Troca de puzzle e continua a olhar para o que está a fazer o colega sentado ao seu lado, mas não interage com este, continua sem mexer no puzzle olhando para o que se passa na sala. Esta actividade é caracterizada por paragens frequentes. Data do registo: 23/11/2010 Número de adultos presentes: 2 Nível de Envolvimento 1 2 3 4 X X 222 Áreas de conteúdo / Domínios 5 F.P.S. X X E.M. E.D. E.P. E.Mu. L.A.E. Mat. X X X X X C.M. X X X Observação do Envolvimento da Criança Nome da criança: C3 Número de crianças presentes: 17 (M) Manhã / (T) Tarde Descrição de períodos de 2 minutos cada Hora: 14:45 A C3 está sozinha fazer um puzzle muito entretida. Uma menina chega junto da C3 e começa a falar com esta, a C3 começa a falar com ela. Mas foi uma breve conversa pois a C3 deixa de olhar para a menina e de falar com esta, para continuar o puzzle e ao mesmo tempo que o fazia fala sozinha. Quando já tem cerca de metade construído chamou-me para ver o que já tinha feito. Mesmo existindo interrupções a C3 retoma sempre a actividade, concentrando-se nesta. Hora: 15:10 A C3 dirige-se para a plasticina, onde não há nenhuma criança, mas está mais interessada com o que se passa na manta, tem plasticina na mão mas não pára de olhar para as crianças que estão a brincar na manta. É visível a existência de interrupções frequentes na concentração da C3, está constantemente a olhar para os outros, não voltando à tarefa. Hora: 16:00 A C3 senta-se no cantinho da leitura, pega num livro. Entretanto chega uma menina, que começa a interagir com a C3, conversam, vêem o livro que a C3 tinha, brincam com o telemóvel que faz parte desse livro, mas é visível que é a outra menina que inicia quase sempre as interacções. É perceptível que a C3 durante esta tarefa tem momentos onde está muito concentrada, no entanto, por vezes, desvia o olhar mas em seguida retoma o que está a fazer. Data do registo: 17/02/2011 Número de adultos presentes: 2 Nível de Envolvimento 1 2 3 4 X X X 223 5 Áreas de conteúdo / Domínios F.P.S. E.M. X X X X X X E.D. E.P. E.Mu. L.A.E. Mat. X X X X C.M. Observação do Envolvimento da Criança Nome da criança: C3 Número de crianças presentes: 19 (M) Manhã / (T) Tarde Descrição de períodos de 2 minutos cada Hora: 9:25 A C3 é das primeiras crianças a sentar-se quando a professora pede. Enquanto a professora explica o próximo exercício a C3 está com muita atenção, olha sempre para a professora e observa como esta faz. Durante esta tarefa os olhos da C3 estão muito abertos e brilhantes. Ela não mexe na bola nem interage com os colegas. Hora: 10:00 A tarefa seguinte é cada criança pintar um palhaço com cores alegres. A C3 senta-se e começa as pintar o seu, mas de vez enquanto olha para os trabalhos dos colegas do lado, retoma a actividade. Enquanto os colegas do lado conversam e cada um puxa o cesto dos lápis para junto de si, a C3 pinta o seu trabalho, parando por vezes para olhar para estes. No entanto, retoma sempre a tarefa. Hora: 11:15 O grupo, que está na manta, levanta-se para dançar ao ritmo da música rock que está a ouvir. A C3 não sai do lugar, não mexe os pés, apenas o tronco e não é ao ritmo da música, muito devagar, sem interagir com os colegas. A C3 observa os outros e a Educadora esquecendo-se, por vezes, de se mexer, é visível que não está concentrada na tarefa. Data do registo: 25/02/2010 Número de adultos presentes: 2 Nível de Envolvimento 1 2 3 4 Áreas de conteúdo / Domínios 5 F.P.S. E.M. X X X X X X X X X 224 E.D. E.P. E.Mu. L.A.E. Mat. X X X X C.M. Observação do Envolvimento da Criança Nome da criança: C4 Número de crianças presentes: 20 (M) Manhã / (T) Tarde Descrição de períodos de 2 minutos cada Hora: 10:00 A C4 na aula de ginástica faz de conta que é uma bolacha de forma muito tímida. A C4 sai da caixa mexendo-se pouco, quando quase todo o grupo tinha saído. Quando a professora manda dançar a pares a C4 não vai ao encontro de nenhum colega, é a professora que lhe tem de arranjar um colega. Durante o tempo que dança com o colega, a C4 tem dificuldade em faze-lo pois quase não se mexe. Hora: 10: 30 Com o objectivo de abordar os conceitos “dentro de” e “fora de”, a Educadora pede a uma criança de cada vez para determinada tarefa. A C4 é chamada para colocar dois frutos fora do cesto da fruta, consegue, mas não fala com a Educadora, olha para esta enquanto realiza a tarefa com um olhar desconfiada, com a sua prestação. Durante a tarefa olha também para alguns colegas. Hora: 10:50 A C4 escolhe ir brincar com peças de construção sozinha, permanece concentrada na sua construção sem interagir. A C4 fala sozinha, diz que é um dinossauro, a Auxiliar sentase junto desta e pergunta-lhe o que construiu, esta responde um dinossauro. A Auxiliar começa a falar sobre o seu dinossauro e a C4 começa a falar com esta. A C4 desvia o olhar para os colegas, mas não fala com eles e continua a brincar sozinha. Data do registo: 29/10/2010 Número de adultos presentes: 2 Nível de Envolvimento 1 2 3 4 F.P.S. E.M. X X X X X X X X X X X 225 5 Áreas de conteúdo / Domínios E.D. E.P. E.Mu. L.A.E. X X Mat. C.M. X X Observação do Envolvimento da Criança Nome da criança: C4 Número de crianças presentes: 19 (M) Manhã / (T) Tarde Descrição de períodos de 2 minutos cada Hora: 10:00 Enquanto a Educadora mostra fotografias da família de um menino. A C4 está com atenção às fotografias e a ouvir o colega a dizer quem são as pessoas que estão nas fotografias. Mas deixa de olhar para a fotografia para mexer, muitas vezes, no bibe e nos sapatos. Entretanto, chega um colega com a mãe e a C4 deixa de olhar para a fotografia e de prestar atenção ao que diz a criança a que pertence a fotografia. Depois de breves instantes a C4 volta a olhar para a fotografia. Hora: 10: 30 A C4 depois de ter construído a sua construção. O colega que está a brincar com as mesmas peças de construção começa a brincar com a C4. A C4 interage com o colega, faz sons. Durante a tarefa há quebras mas a C4 retoma. Hora: 11:10 A C4 está a brincar com um jogo, está concentrada, mas é interrompida por um colega. A C4 queixa-se à Auxiliar que um colega também quer brincar com o jogo e esta não quer, a Auxiliar ajuda a resolver o problema, convence a C4 a partilhar o jogo pois tem muitas peças. Então a C4 retoma o jogo, mas não brinca com o colega. Data do registo: 26/11/2010 Número de adultos presentes: 2 Nível de Envolvimento 1 2 3 4 5 Áreas de conteúdo / Domínios F.P.S. E.M. X X X X X X X X X X X 226 E.D. E.P. E.Mu. L.A.E. X X Mat. X C.M. Observação do Envolvimento da Criança Nome da criança: C4 Número de crianças presentes: 20 (M) Manhã / (T) Tarde Descrição de períodos de 2 minutos cada Hora: 14:35 A C4 vai brincar com as peças LEGO sozinha, mas está constantemente a desviar o olhar da sua construção para observar os outros, principalmente a C2 que está a pintar. A C4 faz a tarefa de forma rotineira, distraindo-se com facilidade. Hora: 15:20 A C4 mantém-se nas construções sozinha, por vezes, fala sozinha. Está longos períodos sem desviar o olhar brilhante das suas construções, não interage com ninguém. Observa-se que a C4 está muito concentrada na tarefa, não há nada que a faça parar. Hora: 15:30 Na manta dois colegas sentados ao lado da C4 iniciam a interacção com ela. A C4, mantém-se sentada, fala com os colegas, mas nunca inicia a interacção com eles. Olha frequentemente para o resto do grupo, distraindo-se da conversa que está a ter com os colegas. Data do registo: 18/02/2011 Número de adultos presentes: 2 Nível de Envolvimento 1 2 3 4 5 X X X 227 Áreas de conteúdo / Domínios F.P.S. E.M. E.D. E.P. E.Mu. L.A.E. Mat. X X X X X X X X X X X C.M. Observação do Envolvimento da Criança Nome da criança: C4 Número de crianças presentes: 20 (M) Manhã / (T) Tarde Descrição de períodos de 2 minutos cada Hora: 9:50 A C4 quando utiliza o primeiro pincel, pinta a folha quase toda, em vez de pintar só por baixo do pincel. Também pinta por cima de alguns pincéis, que não é para fazer. Durante a troca de pincéis a C4 pára para observar a C1, depois retoma a actividade terminando-a. Hora: 10:50 A C4 está a fazer a sua pintura não interage com a estagiária, esta fala com ele mas a C4 pouco fala com ela. Ao mesmo tempo que pinta olha frequentemente para os meninos que estão na casinha. Constata-se que a C4 está ocupada na tarefa a um nível rotineiro. Hora: 11:15 A C4 pega numa caixa com peças, com várias formas e cores, e senta-se no mesmo lugar, sem falar com ninguém. Entretanto, a C2 senta-se junto à C4 e começa a tirar peças da caixa. A C4 olha para esta, mas não fala e continua a brincar sozinha. A C4 fala com a C2, mostra-lhe as suas peças e começam a falar. A C4 começa também a mostrar a peça que retira da caixa, referindo se é fina ou grossa. Data do registo: 28/02/2011 Número de adultos presentes: 4 Nível de Envolvimento 1 2 3 4 5 X X X Áreas de conteúdo / Domínios F.P.S. E.M. X X X X X 228 E.D. E.P. E.Mu. L.A.E. X X Mat. X X X X C.M. Anexo F - Reflexões das Educadoras de Infância sobre a adaptação das crianças ao jardim-de-infância 229 230 Reflexão da Educadora A sobre a adaptação da C3 ao jardim-de-infância (28/03/2011) A C3 iniciou o jardim-de-infância com muita timidez e demonstrando uma falta de socialização com as outras crianças. A sua adaptação ao jardim-de-infância foi difícil e demorou alguns meses. Inicialmente chorava muito durante o dia, não conseguia dormir, estava constantemente a dizer “Quero a minha mamã!”. A C3 era muito observadora, mas pouco participativa, no entanto mostrava gosto em ouvir histórias, canções, poesias e de ver as outras crianças participarem em danças ou jogos de movimento. Não gostava de actividades onde estivessem muitas crianças, como a casinha, na garagem e os jogos da manta. Escolhia os livros ou os jogos de mesa na maior parte das vezes e esporadicamente ia para a plasticina (local onde podem estar 3 crianças em simultâneo). Hoje, a C3 sempre com a sua timidez natural, já participa nas actividades de movimento, nas canções, etc., e embora continue a preferir os jogos de mesa, já procura os outros espaços. Se inicialmente eram as outras crianças que procuravam a C3 para as brincadeiras, hoje ela já inicia, por vezes, os diálogos e jogos com os seus pares. O estreitamento das relações com as outras crianças levou, consequentemente ao afastamento dos adultos. Embora a C3 goste de conversar com os adultos de saber tudo o que dizem e fazem agora, ao contrário do inicio do ano, não está sempre perto de algum adulto. Desde o início que é respeitadora da vontade dos adultos, tentando sempre agradarlhes e daí a sua adaptação às rotinas não foi demorada, foi percebendo qual a atitude correcta nas várias situações e o encadeamento do dia-a-dia. A C3 é uma criança que compreende bem os conceitos, tem uma linguagem oral adequada á sua idade, conseguindo transmitir as suas ideias, opiniões e vontades. Demonstra desde o inicio autónoma na sua higiene, mas requer, na maioria das vezes ajuda para se alimentar, sobretudo para comer a sopa. Ao nível da motricidade global vinha pouco estimulada, tendo dificuldade em correr, saltar, rastejar e embora tenha havido um progresso ainda não se encontra no nível geral do grupo. No entanto, ao nível da motricidade fina, a criança vinha bem desenvolvida, sendo das poucas crianças que já consegue pintar dentro dos contornos. Desde sempre teve vontade em ouvir, ver, e experimentar, sendo sempre a primeira a oferecer-se para a realização de uma actividade de expressão plástica ou grafomotricidade. 231 Reflexão da Educadora B sobre adaptação da C1 ao jardim-de-infância (4/05/2011) A C1 entrou para o jardim-de-infância com um sorri nos lábios, adaptando-se a este sem qualquer dificuldade. A C1 é extrovertida relacionando-se com muita facilidade com o grupo, a maioria já vinha com esta da creche. Ela brinca com todas as crianças do grupo, mas preferencialmente com as meninas, como é natural nesta idade. A C1 relaciona-se muito bem com os adultos da instituição, é muito faladora com todos. Ela chega normalmente cedo ficando sempre bem e com vários adultos, não sendo nenhum dos que estão na sua sala. Na sala diariamente estão sempre dois adultos, eu e a auxiliar. Duas manhãs da semana está na sala a professora de Ensino Especial, a C1 interage com esta sem qualquer dificuldade. Neste momento estão na nossa sala mais dois adultos, duas estagiárias, três dias por semana, ela não teve qualquer dificuldade em adaptar-se a estas, relaciona-se bem com elas, mesmo conhecendo-as só há duas semanas. A C1 adaptou-se facilmente às rotinas do jardim-de-infância, uma razão para este facto é que estas não lhe são totalmente novas, pois já na creche havia rotinas semelhantes. Ela já interiorizou as rotinas diárias, pois quando realiza uma determinada rotina a C1 a já prevê a rotina que se segue. Nas actividades diárias são realizadas pela C1 com muita satisfação. Ela adora qualquer tipo de actividade, seja de que área for. A C1 quer ser sempre a primeira a realizar as actividades, se não o for está sempre a dizer “Ainda não fiz!”. Ela é por vezes impulsiva, fazendo frequentemente as actividades muito rápido, a despachar. Esta rapidez por vezes prejudica o resultado dos trabalhos, eles poderiam estar melhor se fizesse com mais calma. Nas conversas e actividades de grupo participa sempre, não é necessário pedir à C1 para o fazer, gosta muito de participar. 232 Reflexão da Educadora B sobre a adaptação da C2 ao jardim-de-infância (4/05/2011) A C2 não teve nenhuma dificuldade em adaptar-se ao jardim-de-infância, entrou este com uma enorme vontade de trabalhar e brincar com os colegas. A C2 relaciona-se muito bem com todo o grupo, a maioria deste já vinha com ele da creche. Ele brinca com todas as crianças do grupo, no entanto brinca mais com os meninos, como é natural nesta idade. A C2 não tem qualquer dificuldade em relacionar-se com os adultos da instituição. Este quando chega é entregue a mim ou à Auxiliar da sala. Duas manhãs da semana está na sala a professora de Ensino Especial, a C2 relaciona-se muito bem com esta. Todos os dias à tarde a C2 vai para o ginásio até que o pai o venha buscar, ficando com outros adultos. Neste momento estão na nossa sala mais dois adultos, duas estagiárias, três dias por semana, C2 interage bem com estas, mesmo conhecendo-as há muito pouco tempo. Ela gosta muito de falar e explicar todos os pormenores aos adultos. A C2 integrou-se bem nas rotinas do jardim-de-infância, ela não sentiu grandes diferenças em relação às da creche. A C2 já tem a noção das rotinas que realiza diariamente e da sua sequência. A C2 faz as actividades diárias com muito gosto, adora trabalhar. Ela gosta muito de todo o tipo de actividade, quer ser das primeiras a realizar as actividades. A C2 é persistente, nas actividades gosta de fazer tudo ao pormenor, bem feito. Mas também é muito teimosa, não gosta de ser contrariada e gosta de fazer tudo à sua maneira. Na manta, nas conversar de grupo a C2 participa sempre, não é preciso ser solicitada. 233 Reflexão da Educadora B sobre a adaptação da C4 ao jardim-de-infância (4/05/2011) A C4 teve um pouco de dificuldade em adaptar-se ao jardim-de-infância, inicialmente chorava para ficar. A C4 não se relaciona com o grupo todo. Inicialmente só com uma ou duas crianças, evidenciando uma falta de socialização com o grupo. Neste momento já brinca com mais colegas, mas não com todos. Quando entra em brincadeiras de grupo é para destabilizar, está à procura dos limites. A C4 é muito calada, não mete conversa, tem tendência só a relacionar-se com meninos. A C4 relacionar-se pouco com os adultos da instituição. Este quando chega é entregue a mim ou à Auxiliar da sala. Duas manhãs da semana está na sala a professora de Ensino Especial, a C4 não interage com esta, só se for a professora a iniciar a interacção. Todos os dias a avó vem buscá-la cedo, não tendo assim grande possibilidade de se relacionar com outros adultos e crianças da instituição. Neste momento estão na nossa sala mais dois adultos, duas estagiárias, três dias por semana, a C4 relaciona-se pouco com estas. Ela não gosta de falar, nem estar junto aos adultos, não gosta de receber muitos mimos dos adultos, nem faz queixinhas a estes. A C4 teve dificuldades em integrar-se nas rotinas do jardim-de-infância, não estava habituado a realizá-las. Um factor que fez com que a C4 demorasse mais tempo na integração destas foi o facto de perder, principalmente nos primeiros meses, as primeiras rotinas, pois chegava sempre tarde. Este facto condicionava também as actividades seguintes. A C4 não procura fazer as actividades diárias em primeiro, só participa quando é solicitada, quando as faz, faz bem. Ela é muito tímida, introvertida. Inicialmente pouco participava nas actividades de movimento, nas canções, agora já vai participando mais, mas sempre com a sua timidez que a caracteriza. A C4 continua a preferir os jogos de mesa, sozinha, não inicia as interacções com os colegas, só interage quando os outros iniciam a interacção. 234 Anexo G - Protocolos das Entrevistas 235 236 Anexo G1 - Protocolo da Entrevista à Educadora de Infância A 237 238 Ficha técnica Entrevista 2 Entrevistado Educadora A Entrevistador Próprio Local/cenário Jardim-de-infância, Sala da Educadora A Data/hora 4 de Outubro 2010, às 17:30 Duração 40 minutos Suportes de registo Folha de papel, gravador digital da Sony 239 Entrevista à Educadora de Infância A Entrevistador: Muito boa tarde! Educadora A: Boa tarde! Pode entrar e sentar-se aqui. Entrevistador: Obrigado. Então Como já tinha referido aquando do pedido da autorização da entrevista. Sou aluna do Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico. No âmbito deste estamos a desenvolver uma investigação: “Analisar em que medida a frequência de creche contribui para a adaptação da criança ao contexto do jardim-deinfância – Um estudo comparativo”. Deste modo iremos observar duas crianças que frequentaram creche e duas que não frequentaram, de modo a ser possível comparar a adaptação destas ao contexto jardim-de-infância. Tem ainda alguma dúvida sobre o estudo? Educadora A: Não, nenhum. Entrevistador: Referir que as informações serão confidenciais e preciso de gravador áudio para gravar a entrevista para depois pode-la transcrever na íntegra. Educadora A: Está bem. Entrevistador: Que idade tem? Educadora A: Tenho 40 anos. Entrevistador: Há quantos anos trabalha como Educadora? Educadora A: Há 16 anos. Entrevistador: Sempre nesta instituição? Educadora A: Não. Nesta instituição trabalho há 9anos. Nos outros anos trabalhei noutras instituições, privadas e públicas. Trabalhei 3 anos no ensino público. Entrevistador: Tem este grupo há quanto tempo? Educadora A: Estou com o grupo desde Setembro deste ano, é um grupo novo para mim… mas grande parte das crianças que frequentaram a mesma creche e pertenciam ao mesmo grupo. A creche que este grupo frequentou faz parte desta instituição mas tem outras instalações, por isso as crianças não conheciam o jardim-de-infância. 240 Entrevistador: Considera que uma criança que frequentou a creche se adapta melhor às rotinas diárias? Justifique. Educadora A: Sim, uma criança que frequentou creche adapta-se melhor às rotinas diárias, comparada com uma criança que não frequentou creche, porque consegue ajustar-se mais rápido às rotinas diárias do jardim-de-infância, o ir à casa de banho, o fazer o comboio, o ouvir uma história. É normal para a criança que frequentou creche e “estranho” e difícil para a que não frequentou creche. Entrevistador: A adaptação aos horários é sentida de diferente modo pelas crianças que frequentaram a creche com as que não a frequentaram? Justifique. Educadora A: Mais ou menos, porque os horários da creche são diferentes dos praticados em casa e como as crianças, a maioria, passam o mês de Agosto de férias é uma nova adaptação aos horários da instituição. Mas, no entanto, essa adaptação é feita de uma forma mais rápida pelas crianças que frequentaram creche. Entrevistador: Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a frequentaram, na sua opinião, quais são as crianças que aderem mais facilmente as regras do jardim-de-infância? Educadora A: Todas têm dificuldades, sendo um grupo novo com Educadora desconhecida todas as crianças têm que se adaptar às novas regras, porque cada sala é um caso, cada Educadora é uma pessoa com regras diferentes. Se a Educadora da creche continuar com o grupo no jardim-de-infância as crianças que não pertenciam ao grupo, as que não frequentaram creche, vão sentir mais dificuldades em adaptarem-se às regras do jardim-deinfância. Entrevistador: Considera que, de uma forma geral, uma criança que frequentou a creche adere mais às propostas de diferentes actividades do jardim-de-infância? Educadora A: Normalmente é dessa forma que se processa a participação das crianças nas actividades. As crianças que frequentaram a creche aderem mais facilmente às actividades propostas por mim e pelas professoras das actividades extracurriculares comparadas com as crianças que não frequentaram creche. Mas esta situação não acontece com a criança, do meu grupo, que não frequentou creche. Ela adora participar nas actividades, oferece-se para ser a primeira a participar, participa com gosto nas actividades orientadas e de expressão motora. 241 Entrevistador: Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a frequentaram, na sua opinião, quais são as crianças que interagem melhor com os colegas da sala? Educadora A: As crianças que frequentam creche interagem melhor com os colegas, mesmo que não tenham vindo da mesma creche. Entrevistador: Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a frequentaram, na sua opinião, quais são as crianças que interagem melhor com os adultos? Educadora A: As crianças que não frequentaram a creche por serem mais dependentes e por não terem estabelecido até então uma relação com a maioria dos colegas da sala. Entrevistador: Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a frequentaram, na sua opinião, quais são as crianças que partilham mais os brinquedos? Educadora A: As que não frequentaram creche, por quererem uma integração grupal são mais benevolentes com os amigos. Entrevistador: Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a frequentaram, na sua opinião, quais são as crianças que expressam os sentimentos de modos socialmente aceitáveis? Educadora A: Depende das crianças, hoje em dia a maioria não expressa os sentimentos de modo socialmente aceitável, mas penso que as crianças que nunca tenham frequentaram creche o façam melhor. Entrevistador: Considera que uma criança que frequentou a creche é mais sociável? Justifique. Educadora A: Sim, sem dúvida, porque está habituada a ver muitos adultos, a ficar com pessoas diferentes e a estar com os seus pares sabendo solucionar os conflitos e qual a melhor forma de o fazer. Entrevistador: Na sua opinião qual considera ser o papel da creche no desenvolvimento social da criança e neste sentido na adaptação ao jardim-de-infância? Educadora A: Sim, na creche aprende-se a base do desenvolvimento social, a criança aprende a respeitar-se a si, as outras crianças e os adultos. Aprende também a ouvir os outros, a estar 242 e a partilhar. Assim a adaptação ao jardim-de-infância das crianças que frequentaram creche é mais fácil comparada com as que não frequentaram, principalmente se existir algum elemento de referência, como a Educadora. Entrevistador: Muito obrigado pela sua colaboração. Depois de uma primeira análise, caso se despistem lacunas na informação recolhida, imprecisões ou respostas em que o sentido é dúbio entrarei em contacto com a Educadora para pedir esclarecimento. Enviar-lhe-ei a transcrição integral da entrevista, por correio electrónico, com o objectivo de confirmar e comprovar do seu conteúdo, acrescentar ou retirar algo ao que foi transmitido. Educadora A: Foi um prazer colaborar. Se precisar de mais alguma informação estou disponível. Entrevistador: Quero ainda referir que após a finalização e apresentação pública do estudo comprometo-me a enviar um exemplar para a instituição. Educadora A: Está bem. Entrevistador: Mais uma vez obrigado pela sua disponibilidade. Até breve. Educadora A: Adeus. 243 244 Anexo G2 - Protocolo da Entrevista à Educadora de Infância B 245 246 Ficha técnica Entrevista 1 Entrevistado Educadora B Entrevistador Próprio Local/cenário Jardim-de-infância, Sala da Educadora B Data/hora 1 de Outubro de 2010, às 17:30 Duração 45 minutos Suportes de registo Folha de papel, gravador digital da Sony 247 Entrevista à Educadora de Infância B Entrevistador: Olá muito boa tarde! Educadora B: Boa tarde! Onde quer fazer a entrevista? Entrevistador: Por mim é indiferente, a Educadora escolha o local da sala que prefere. Educadora B: Então pode ser nesta mesa azul. Entrevistador: Como já tinha referido aquando do pedido da autorização da entrevista. Sou aluna do Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico. No âmbito deste estamos a desenvolver uma investigação: “Analisar em que medida a frequência de creche contribui para a adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância – Um estudo comparativo”. Deste modo iremos observar duas crianças que frequentaram creche e duas que não frequentaram, de modo a ser possível comparar a adaptação destas ao contexto jardim-de-infância. Alguma dúvida sobre o estudo? Educadora B: Não, nenhum. Entrevistador: Que idade tem? Educadora B: Tenho 34 anos. Entrevistador: Há quantos anos trabalha como Educadora? Educadora: Este é o meu terceiro ano. Mas durante 10 anos fui auxiliar nesta instituição. Entrevistador: Então conhece bem esta instituição? Educadora B: Sim, trabalho há 13 anos na instituição. Nunca trabalhei noutro lugar, fiz aqui estágio como Animadora Sociocultural e aqui fiquei. E penso que o ter desempenhado as funções de Auxiliar e agora Educadora, permitiu-me conhecer bem o funcionamento da instituição. Entrevistador: É responsável por este grupo há quanto tempo? Educadora B: Estou com o grupo, quase todo, desde que as crianças tinham um ano de idade, desde que sou Educadora. 248 Entrevistador: Considera que uma criança que frequentou a creche se adapta melhor às rotinas diárias? Justifique. Educadora B: Sim, uma criança que frequentou creche adapta-se melhor às rotinas diárias comparada, com uma criança que não frequentou creche. Uma vez que uma criança que frequentou creche já passou por esta experiência, logo o período de adaptação às rotinas diárias será muito menor que uma criança que não frequentou creche. Uma criança que já frequentou creche já consegue, muitas vezes, antecipar o que vai fazer a seguir, deste modo sente-se mais segura. Entrevistador: A adaptação aos horários é sentida de diferente modo pelas crianças que frequentaram a creche com as que não a frequentaram? Justifique. Educadora B: É uma adaptação que se nota muito a diferença entre as crianças que frequentaram creche com as que não frequentaram. É mais difícil uma criança que nunca frequentou creche se adaptar aos horários do jardim-de-infância. As crianças que frequentaram creche estão habituadas a horários, já adquiriram, mesmo que não sejam os mesmos, que existem e que têm de ser cumpridos. As crianças que não frequentaram creche precisam de tempo para se adaptarem aos horários. Entrevistador: Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a frequentaram, na sua opinião, quais são as crianças que aderem mais facilmente às regras do jardim-de-infância? Educadora B: As crianças que não frequentaram creche têm mais dificuldades em aderir a determinadas regras, principalmente no período de adaptação. Estas demoram mais tempo a perceber que existem regras no jardim-de-infância e que têm de ser cumpridas. As crianças que frequentaram a creche já têm mais facilidade em compreender as regras do jardim-deinfância, pois também na creche existiam regras, as quais tinham de ser cumpridas. Deste modo pode-se afirmar que as crianças que frequentaram a creche aderem mais facilmente às regras do jardim-de-infância. Entrevistador: Considera que, de uma forma geral, uma criança que frequentou a creche adere mais às propostas de diferentes actividades do jardim-de-infância? Educadora B: Sim… Porque já estão habituadas a realizar variadas actividades, utilizares diversos materiais. Para as crianças que frequentaram creche qualquer actividade realizada já não é totalmente novidade, há sempre uma parte desta que se assemelha a alguma já realizada na creche. Por exemplo mexer em tintas, pintar com pincéis, com esponjas, com uma parte do seu corpo. As crianças que frequentaram creche aderem mais a actividades de 249 expressão motora, como por exemplo percursos, têm mais facilidade em controlam o seu corpo. As crianças que frequentaram creche têm mais facilidade em expressarem-se nas actividades, tem um vocabulário mais vasto. As crianças que não frequentaram creche inibem-se mais nas actividades propostas. Entrevistador: Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a frequentaram, na sua opinião, quais são as crianças que interagem melhor com as colegas da sala? Educadora B: No período de adaptação as crianças que frequentam creche interagem mais com os colegas, pois normalmente a maioria destes colegas já pertenceram ao seu grupo nos anos anteriores. Mas algumas crianças que não frequentaram creche também interagem bem com os colegas de sala, depende muito da personalidade destas crianças e da necessidade que estas têm em interagir com crianças da mesma idade. As crianças que estão habituadas a conviver com crianças da mesma idade, mesmo que não tenha frequentado creche, normalmente interagem mais e melhor com os colegas de sala. Entrevistador: Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a frequentaram, na sua opinião, quais são as crianças que interagem melhor com os adultos? Educadora B: Na minha opinião não acho que seja o facto de frequentaram a creche que faz com que as crianças tenham uma interacção melhor com os adultos. Penso que depende muito da personalidade de cada criança e das relações que têm com os adultos fora do jardim-de-infância. Existem, por vezes, crianças que por não terem convivência com crianças fora da instituição, gosta mais de estar junto dos adultos. Entrevistador: Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a frequentaram, na sua opinião, quais são as crianças que partilham mais os brinquedos? Educadora B: As crianças na creche aprendem a partilhar os brinquedos com os colegas da sala. Por este motivo as crianças que frequentaram creche têm mais facilidade em partilhar com os colegas os brinquedos da sala e os brinquedos que trazem de casa. As crianças que não frequentaram creche têm mais dificuldade em partilhar os brinquedos, é uma aprendizagem que demora tempo, principalmente as crianças que não têm irmãos. Entrevistador: Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a frequentaram, na sua opinião, quais são as crianças que expressam os sentimentos de modos socialmente aceitáveis? 250 Educadora B: Na minha opinião, o facto de as criança serem capazes de expressar os sentimentos de modos socialmente aceitáveis, não depende do facto de ter frequentado a creche ou não varia de criança para criança e da sua estrutura familiar. Entrevistador: Considera que uma criança que frequentou a creche é mais sociável? Justifique. Educadora B: Sim…Na adaptação ao jardim-de-infância é muito visível que uma criança que frequentou creche é mais sociável. Uma criança que frequentou creche está mais habituada a conviver com crianças da sua idade e não só. As crianças que frequentam creche adquiriram durante este período várias aprendizagens sobre a relação/interacção com os outros, tanto com crianças como com adultos. Depois com o passar do tempo essa diferença de sociabilidade entre uma criança que frequentou creche com uma que não frequentou torna-se menos evidente. Entrevistador: Na sua opinião qual considera ser o papel da creche no desenvolvimento social da criança e neste sentido na adaptação ao jardim-de-infância? Educadora B: A creche tem um papel fundamental nos dias de hoje. Na minha opinião se os pais ou avôs tiverem possibilidade de ficar com a criança durante o primeiro ano desta, penso que é bom para a criança, pois tem assim um acompanhamento mais individual, com muito carinho e amor. Depois, da criança ter um ano, acho que é muito importante para esta frequentar creche, pois na sociedade actual, é cada vez mais importante que a criança arranje defesas. A criança ao frequentar a creche tem oportunidade de conviver com muitas crianças da mesma idade e também com vários adultos. As crianças que não frequentaram creche não tendo vivido estas situações, têm a adaptação ao jardim-de-infância dificultada, pois a maioria destas estão privadas de conviver com crianças e adultos que não sejam da família, são superprotegidas pelo adulto que tomou conta desta. Deste modo penso que a creche tem um papel importante no desenvolvimento social da criança, pois permite à criança realizar muitas aprendizagens relacionadas com a socialização, facilitando assim a adaptação desta ao jardim-de-infância. Entrevistador: Muito obrigado pela sua colaboração. Depois de uma primeira análise, caso se despistem lacunas na informação recolhida, imprecisões ou respostas em que o sentido é dúbio entrarei em contacto com a Educadora para pedir esclarecimento. Enviar-lhe-ei a transcrição integral da entrevista, por correio electrónico, com o objectivo de confirmar e comprovar do seu conteúdo, acrescentar ou retirar algo ao que foi transmitido. Educadora B: Pode-me contactar sempre que precisar. 251 Entrevistador: Obrigado pela sua disponibilidade. Após a finalização e apresentação pública do estudo comprometo-me a enviar um exemplar para a instituição. Educadora B: Ficamos à espera! E bom trabalho! Entrevistador: Obrigado por tudo. Adeus. Educadora B: Adeus. 252 Anexo G3 - Protocolo da Entrevista à Mãe da Criança 1 (MC1) 253 254 Ficha técnica Entrevista 3 Entrevistado Mãe da C1 Entrevistador Próprio Local/cenário Jardim-de-infância, Sala das Educadoras Data/hora 18 de Outubro de 2010, às 17:30 Duração 65 minutos Suportes de registo Folha de papel, gravador digital da Sony 255 Entrevista à Mãe da C1 Mãe da C1: Boa tarde! Entrevistador: Muito boa tarde! Vamos para a sala das Educadoras para estarmos mais à vontade! Mãe da C1: Está bem. Entrevistador: Como já tinha referido aquando do pedido da autorização da entrevista. Sou aluna do Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico. No âmbito deste estamos a desenvolver uma investigação: “Analisar em que medida a frequência de creche contribui para a adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância – Um estudo comparativo”. Deste modo iremos observar duas crianças que frequentaram creche e duas que não frequentaram, de modo a ser possível comparar a adaptação destas ao contexto jardim-de-infância. Se não compreendeu ou tem alguma dúvida sobre o estudo pergunte. Mãe da C1: As crianças que vai observar são todas da sala da minha filha? Entrevistador: Não. Porque só existe uma criança no grupo da sua filha que não frequentou creche. Por isso tenho que observar outra criança de outro grupo. Mãe da C1: Está bem. Entrevistador: As informações recolhidas durante a entrevista serão confidenciais e preciso de gravador áudio para gravar a entrevista para depois pode-la transcrever na íntegra. Mãe da C1: Está bem. Entrevistador: Qual a data de nascimento da sua filha? Mãe da C1: Nasceu dia 21 de Setembro de 2007. Entrevistador: Durante a gravidez teve alguma doença? Mãe da C1: Não. Entrevistador: Durante a gravidez teve hemorragias? Mãe da C1: Não. 256 Entrevistador: Fumou e/ou consumiu bebidas alcoólicas durante a gravidez? Mãe da C1: Não. Entrevistador: Durante a gravidez sofreu alguma queda? Mãe da C1: Tive um acidente de automóvel, um carro bateu-me por trás, fui ao hospital por precaução, mas felizmente estava tudo bem. Entrevistador: Teve alguma outra complicação durante a gravidez? Mãe da C1: Sim tive. Entrevistador: Que complicação foi essa? Mãe da C1: Tive contracções desde os quatro meses e meio, desde essa altura estive de repouso em casa até ao nascimento. Entrevistador: Com quantas semanas a sua filha nasceu? Mãe da C1: Nasceu com 38 semanas e seis dias. Entrevistador: Que tipo de parto teve? Mãe da C1: O parto foi normal. Entrevistador: Qual a posição da sua filha no nascimento? Mãe da C1: Normal, nasceu de cabeça. Entrevistador: A sua filha apresentava algum problema na altura do nascimento? Mãe da C1: Não. Entrevistador: Ao nascer qual o peso, altura e perímetro cefálico da sua filha? Mãe da C1: Pesava 2,900kg, a sua altura era de 47cm e o perímetro cefálico era de 30cm. Entrevistador: A sua filha após o nascimento teve icterícia? 257 Mãe da C1: Não. Entrevistador: A sua filha após o nascimento teve febre? Mãe da C1: Não. Entrevistador: A sua filha permaneceu na incubadora? Mãe da C1: Não. Entrevistador: A sua filha foi amamentada ao peito? Mãe da C1: Sim. Entrevistador: Durante quanto tempo? Mãe da C1: Durante 3 meses. Entrevistador: Faça uma breve descrição sobre a sua filha nos primeiros seis meses (foi uma criança saudável, usou chupeta, dormia bem, …). Mãe da C1: A C1 começou a dormir toda a noite aos dois meses e meio, era sossegada, mas quando estava agitada a única coisa que a calmava era a chupeta. Era muito atrevida mexiase muito, agarrava com força os dedos, com um mês já sorria muito. Aos seis meses já se empinava nas cadeiras e nas mesas, foi sempre saudável. Entrevistador: Com que idade a sua filha disse as primeiras palavras? Mãe da 1: Começou a falar aos 10 meses. Entrevistador: Com que idade a sua filha se sentou com apoio? Mãe da C1: Aos seis meses. Entrevistador: Com que idade a sua filha se sentou sem apoio? Mãe da C1: Aos seis meses e meio. Entrevistador: Com que idade a sua filha gatinhou? 258 Mãe da C1: Com sete meses começou a gatinhar. Entrevistador: Com que idade a sua filha ficou de pé com apoio? Mãe da C1: Aos 11 meses. Entrevistador: Com que idade a sua filha ficou de pé sem apoio? Mãe da C1: Aos 12 meses. Entrevistador: Com que idade a sua filha andou? Mãe da C1: A C1 começou a andar com 13 meses. Entrevistador: Com que idade a sua filha comeu sozinha? Mãe da C1: Só com dois anos, na escolinha, era muito preguiçosa. Entrevistador: Com que idade a sua filha controlou os esfíncteres (vesical e anal)? Mãe da C1: Começou a controlar a o mesmo tempo a cocó e o chichi foi aos dois anos e meio. Entrevistador: A sua filha vai ao médico regularmente? Mãe da C1: Sim, agora vai às consultas de ano a ano, para a semana tem a dos três anos. Entrevistador: A sua filha esteve alguma vez internada? Mãe da C1: Não. Entrevistador: A sua filha foi submetida a teste de audição e ou a teste de visão? Mãe da C1: Não. Entrevistador: Com quem vive a sua filha? Mãe da C1: Com a mãe e o Jorge, o meu companheiro. Entrevistador: Onde vive a sua filha? 259 Mãe da C1: Vive em Castelo Branco. Entrevistador: A sua filha tem irmãos? Mãe da C1: Não. Entrevistador: Em casa, com quem brinca? Mãe da C1: Brinca com a mãe, com o Jorge e sozinha quando nós não podemos. Entrevistador: Com quem esteve a sua filha durante os primeiros quatro meses? Mãe da C1: Esteve com a mãe durante este período. Entrevistador: A sua filha frequentou a creche? Mãe da C1: Sim. Entrevistador: Com que idade entrou na creche? Mãe da C1: Entrou após ter feito quatro meses, no primeiro mês de creche eu estava de férias, durante este a C1 não foi a tempo inteiro, foi a forma de se adaptar gradualmente à creche, e foi muito boa. Entrevistador: Porque razão optou colocar a sua filha na creche? Mãe da C1: A razão principal foi o trabalho, mas mesmo que não trabalhasse eu teria colocado a C1 na mesma na creche. Na creche desenvolvem-se mais, é muito importante para as crianças. Entrevistador: Como foi a sua participação na creche da sua filha? Mãe da C1: Tive uma participação activa, fui sempre às reuniões, sempre que possível falava com a Educadora para saber como estava a C1, como tinha passado o dia. Entrevistador: Caracterize a creche que a sua filha frequentou? Mãe da C1: Gostei muito da creche, excelente, tanto a nível do pessoal como do espaço e do material. 260 Entrevistador: Qual a importância da creche no desenvolvimento social da sua filha? Mãe da C1: Na minha opinião a creche é muito importante para o desenvolvimento social das crianças, porque estas aprendem a conviver com muitas crianças e adultos, a estar em grupo, a partilhar. Também devido ao facto de estarem com uma Educadora durante todo o dia, com a qual realizam actividades específicas que fazem com que o desenvolvimento social se desenvolva de forma correcta e rápida. Entrevistador: Na sua opinião qual o papel da creche nos dias de hoje? Mãe da C1: A creche é muito importante nos dias de hoje, pois para além de ser uma necessidade para os pais, permite que as crianças se desenvolvam mais e mais rapidamente. Pois as crianças são acompanhadas por uma Educadora, uma profissional que sabe como estimulá-las para que assim ocorra um desenvolvimento mais rápido, também o facto de conviverem com muitas crianças da mesma idade e não só, aprendem mais sobre realidades que em casa não existem. Entrevistador: Se não precisasse de trabalhar colocaria a sua filha na creche? Mãe da C1: Sim, como já referi anteriormente, não seria a tempo inteiro. Entrevistador: Normalmente, quem leva a sua filha ao jardim-de-infância? Mãe da C1: Sou eu ou o meu companheiro depende dos horários, como são rotativos. Entrevistador: Como fica a sua filha quando a leva ao jardim-de-infância? Mãe da C1: Fica muito bem, adora ir para a escolinha ter com os amigos. Entrevistador: Quem vem buscar a sua filha ao jardim-de-infância? Mãe da C1: Também sou eu ou o meu companheiro, depende do horário. Entrevistador: Como encontra a sua filha quando chega ao jardim-de-infância? Mãe da C1: Sempre bem, muitas vezes nem quer vir para casa, quer ficar mais tempo a brincar com os seus amiguinhos. Entrevistador: Diga, em média, quantas horas diárias está na instituição? 261 Mãe da C1: Está normalmente 8horas e meia. Quando estou de folga, fica muitas vezes comigo em casa ou vou buscá-la mais cedo. Entrevistador: Porque razão optou por colocar a sua filha neste jardim-de-infância? Mãe da C1: Porque a creche que a C1 frequentou pertence à mesma instituição do jardim-deinfância que frequenta. Como adorei a creche, tinha cem por cento de confiança nesta, mantive-a na mesma instituição, tem uma equipa de trabalho óptima e o espaço também é muito bom. Entrevistador: A entrada da sua filha no jardim-de-infância provocou em si que sentimentos? Mãe da C1: Senti-me orgulhosa da C1, está a ficar crescida. Mas não senti nenhum receio da sua entrada para o jardim-de-infância, pois ficou na mesma instituição, com a mesma Educadora e praticamente o mesmo grupo. Entrevistador: Em relação à adaptação da sua filha ao jardim-de-infância, como pensa que decorreu? Mãe da C1: Correu bem, não sentiu nenhuma dificuldade em adaptar-se, estava completamente integrada no grupo e tem uma boa relação com a Educadora. Só a Auxiliar não é a mesma, mas a C1 já a conhecia do ano anterior era a Auxiliar que a recebia de manhã na instituição, não houve nenhum problema de adaptação a esta. Entrevistador: A sua filha tem uma boa relação com as crianças do jardim-de-infância? Mãe da C1: Sim, a Educadora comenta comigo que se dá bem com todos os coleguinhas, nunca tive nenhuma queixa. Entrevistador: A sua filha tem uma boa relação com os adultos do jardim-de-infância? Mãe da C1: Também, fica bem com qualquer adulto da instituição. Entrevistador: Em casa a sua filha fala sobre colegas e/ou adultos do jardim-de-infância? Mãe da C1: Sim, principalmente quando está a brincar sozinha, faz de conta que está a brincar com os seus amigos do jardim-de-infância, diz os seus nomes. Também conta o que se passou durante o dia no jardim-de-infância, falando assim dos seus colegas, da Educadora e 262 da Auxiliar. Também fala das professoras de Educação Física e de Música, gosta muito de Música. Entrevistador: Como caracteriza a sua filha? Mãe da C1: É uma menina linda, é muito teimosa, muitas vezes testa-nos até ao limite, mas é muito meiga. A C1 é esperta, muito esperta, gosta muito da escolinha. Entrevistador: O que mais gosta de fazer a sua filha? Mãe da C1: Brincar com os bonecos, mas ainda gosta mais de ajudar na cozinha, faz várias tarefas, uma delas é ajudar a fazer a salada. Entrevistador: O que menos gosta de fazer a sua filha? Mãe da C1: O que lhe mandam, detesta ser mandada, é muito teimosa. Entrevistador: Quais são os seus jogos/brincadeiras preferidas da sua filha? Mãe da C1: Brincar com as bonecas e fazer puzzles. Entrevistador: Com quem costuma brincar? Mãe da C1: Com a mãe, com o Jorge e sozinha, não tem primos para brincar, com crianças normalmente é só na escolinha. Entrevistador: Como se relaciona com outras crianças? Mãe da C1: Muito bem, vai logo meter-se com elas, fala muito e brinca muito. Entrevistador: Como se relaciona com os adultos? Mãe da C1: Gosta de estar com os adultos, conversa muito, relaciona-se bem com estes. Entrevistador: Como reage a sua filha a novos ambientes? Mãe da C1: Fica mais agitada, mas depois adapta-se bem, gosta de conhecer novos sítios. Dorme bem e não estranha a cama. Entrevistador: Como reage a sua filha a pessoas estranhas? 263 Mãe da C1: Não fala, afasta-se. Entrevistador: Acha que a frequência ou não na creche teve importância para a adaptação da sua filha ao jardim-de-infância? Mãe da C1: É claro que teve, influenciou o facto de estar habituada a conviver com muitas crianças e adultos. O facto de estar na creche permitiu que a adaptação ao jardim-deinfância fosse muito boa, já estava adaptada ao ritmo dos horários, o facto de termos de ir trabalhar, à instituição. Entrevistador: Muito obrigado pela sua colaboração. Depois de uma primeira análise, caso se despistem lacunas na informação recolhida, imprecisões ou respostas em que o sentido é duvidoso entrarei em contacto consigo para pedir esclarecimento. Enviar-lhe-ei a transcrição integral da entrevista, por correio electrónico, com o objectivo de confirmar e comprovar do seu conteúdo, acrescentar ou retirar algo ao que foi transmitido. Mãe da C1: Está bem. Entrevistador: Quero ainda referir que após a finalização e defesa do estudo comprometo-me a enviar um exemplar. Mãe da C1: Está bem. Obrigado. Entrevistador: Mais uma vez obrigado pela sua disponibilidade. Mãe da C1: De nada. 264 Anexo G4 - Protocolo da Entrevista à Mãe da Criança 2 (MC2) 265 266 Ficha técnica Entrevista 5 Entrevistado Mãe da C2 Entrevistador Próprio Local/cenário Jardim-de-infância, Sala das Educadoras Data/hora 25 de Outubro de 2010, às 17:30 Duração 70 minutos Suportes de registo Folha de papel, gravador digital da Sony 267 Entrevista à Mãe da C2 Mãe da C2: Muito boa tarde! Entrevistador: Boa tarde! Vamos para a sala das Educadoras para estarmos mais à vontade! Mãe da C2: Está bem. Entrevistador: Como já tinha referido aquando do pedido da autorização da entrevista. Sou aluna do Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico. No âmbito deste estamos a desenvolver uma investigação: “Analisar em que medida a frequência de creche contribui para a adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância – Um estudo comparativo”. Deste modo iremos observar duas crianças que frequentaram creche e duas que não frequentaram, de modo a ser possível comparar a adaptação destas ao contexto jardim-de-infância. Ficou esclarecida ou ainda tem alguma dúvida sobre o estudo? Mãe da C2: Fiquei esclarecida. Entrevistador: As informações recolhidas durante a entrevista serão confidenciais e preciso de gravador áudio para gravar a entrevista para depois pode-la transcrever na íntegra. Mãe da C2: Está bem, não há problema. Entrevistador: Qual a data de nascimento do seu filho? Mãe da C2: Nasceu dia 14 de Abril de 2007. Entrevistador: Durante a gravidez teve alguma doença? Mãe da C2: Não. Entrevistador: Durante a gravidez teve hemorragias? Mãe da C2: Não. Entrevistador: Fumou e/ou consumiu bebidas alcoólicas durante a gravidez? Mãe da C2: Não. Entrevistador: Durante a gravidez sofreu alguma queda? 268 Mãe da C2:Não. Entrevistador: Teve alguma outra complicação durante a gravidez? Mãe da C2: Não. Entrevistador: Com quantas semanas o seu filho nasceu? Mãe da C2: Nasceu com 39 semanas. Entrevistador: Que tipo de parto teve? Mãe da C2: O parto foi normal. Entrevistador: Qual a posição do seu filho no nascimento? Mãe da C2: Nasceu de cabeça. Entrevistador: O seu filho apresentava algum problema na altura do nascimento? Mãe da C2: Não. Entrevistador: Ao nascer qual o peso, altura e perímetro cefálico do seu filho? Mãe da C2: Pesava 3,320 kg, a sua altura era de 51cm e o perímetro cefálico era de 35,5cm. Entrevistador: O seu filho após o nascimento teve icterícia? Mãe da C2: Não. Entrevistador: O seu filho após o nascimento teve febre? Mãe da C2: Não. Entrevistador: O seu filho permaneceu na incubadora? Mãe da C2: Não. Entrevistador: O seu filho foi amamentado ao peito? 269 Mãe da C2: Sim. Entrevistador: Durante quanto tempo? Mãe da C2: Durante 6 meses. Entrevistador: Faça uma breve descrição sobre o seu filho nos primeiros seis meses (foi uma criança saudável, usou chupeta, dormia bem, …). Mãe da C2: A C2 usava chupeta, foi aconselhada pelo médico, não teve problemas de saúde, era um menino muito sossegado e dormia bem. Entrevistador: Com que idade o seu filho disse as primeiras palavras? Mãe da C2: Começou a falar aos 14 meses. Entrevistador: Com que idade o seu filho se sentou com apoio? Mãe da C2: Aos seis meses. Entrevistador: Com que idade o seu filho se sentou sem apoio? Mãe da C2: Aos oito meses. Entrevistador: Com que idade o seu filho gatinhou? Mãe da C2: Com um anito começou a gatinhar. Entrevistador: Com que idade o seu filho ficou de pé com apoio? Mãe da C2: Aos 13 meses. Entrevistador: Com que idade o seu filho ficou de pé sem apoio? Mãe da C2: Aos 14 meses. Entrevistador: Com que idade o seu filho andou? Mãe da C2: Aos 15 meses. 270 Entrevistador: Com que idade o seu filho comeu sozinho? Mãe da C2: Com 1 ano começou a pegar no colher e a comer. Entrevistador: Com que idade o seu filho controlou os esfíncteres (vesical e anal)? Mãe da C2: Com dois anos começou a controlar o chichi, o cocó foi aos dois anos e meio. Entrevistador: O seu filho vai ao médico regularmente? Mãe da C2: Sim até aos três anos ia com mais frequência por causa das vacinas, agora vou com menos frequência. Entrevistador: O seu filho esteve alguma vez internado? Mãe da C2: Não. Entrevistador: O seu filho foi submetido a teste de audição e ou a teste de visão? Mãe da C2: Não. Entrevistador: Com quem vive o seu filho? Mãe da C2: Com os pais e o mano. Entrevistador: Onde vive o seu filho? Mãe da C2: Vive em Castelo Branco. Entrevistador: O seu filho tem irmãos? Mãe da C2: Sim, tem um. Entrevistador: Com que idade? Mãe da C2: O mano tem cinco anos. Entrevistador: Em casa, com quem brinca? 271 Mãe da C2: Com os pais e com o mano, agora mais com o mano. Entrevistador: Com quem esteve o seu filho durante os primeiros quatro meses? Mãe da C2: Esteve com a mãe, durante cinco meses. Entrevistador: O seu filho frequentou a creche? Mãe da C2: Sim. Entrevistador: Com que idade entrou na creche? Mãe da C2: Entrou com cinco meses. Entrevistador: Porque razão optou colocar o seu filho na creche? Mãe da C2: Eu tinha a possibilidade de deixar a C2 com a minha mãe, mas optei pela creche, já tinha lá o meu outro filho. E acho que a creche é fundamental para o desenvolvimento das crianças; aprenderem regras com os avós era mais complicado. Entrevistador: Como foi a sua participação na creche do seu filho? Mãe da C2: Participei sempre nas reuniões da instituição, nas festas de Natal e final de ano lectivo. Entrevistador: Caracterize a creche que o seu filho frequentou? Mãe da C2: A creche tem boas condições, com um ambiente acolhedor, os adultos são pessoas espectaculares. Entrevistador: Qual a importância da creche no desenvolvimento social do seu filho? Mãe da C2: Tem um papel fundamental, porque a criança é acompanhada por um profissional durante todo o dia. Na creche aprende muito, aprende a partilhar, a estar em grupo com crianças da sua idade, a relacionar-se com diferentes adultos. Entrevistador: Na sua opinião qual o papel da creche nos dias de hoje? 272 Mãe da C2: A creche hoje em dia tem um papel fundamental, as crianças desenvolvem-se mais rápido, aprendem muito sobre muitas coisas, fiquei muitas vezes impressionada com as coisas que a C2 me contava quando chegava a casa. Entrevistador: Se não precisasse de trabalhar colocaria o seu filho na creche? Mãe da C2: Sim, não a tempo inteiro, vinha buscá-lo mais cedo. Entrevistador: Normalmente, quem leva o seu filho ao jardim-de-infância? Mãe da C2: Os pais. Entrevistador: Como fica o seu filho quando o leva ao jardim-de-infância? Mãe da C2: Fica contente, dá um beijinho a cada um e vai para junto dos amigos. Entrevistador: Quem vem buscar o seu filho ao jardim-de-infância? Mãe da C2: Quase sempre o pai. Entrevistador: Como encontra o seu filho quando chega ao jardim-de-infância? Mãe da C2: Mais contente do que fica de manhã, quer sempre ficar mais um pouco a brincar com os amigos. Entrevistador: Diga, em média, quantas horas diárias está na instituição? Mãe da C2: Está 9 horas. Entrevistador: O seu filho partilha a mesma instituição com algum irmão? Mãe da C2: Sim. Entrevistador: Porque razão optou por colocar o seu filho neste jardim-de-infância? Mãe da C2: Porque a creche que o meu filho frequentou pertence à mesma instituição, já tinha um filho neste jardim-de-infância. E porque o ambiente é óptimo e acolhedor. Entrevistador: A entrada do seu filho no jardim-de-infância provocou em si que sentimentos? 273 Mãe da C2: Só de alegria, não fiquei preocupada com a mudança, pois a C2 manteve-se na mesma instituição, com a mesma Educadora. Entrevistador: Em relação à adaptação do seu filho ao jardim-de-infância, como pensa que decorreu? Mãe da C2: Correu muito bem, sentiu que há coisas diferentes, a sala é maior, mais livros e brinquedos, a Auxiliar não é a mesma. Mas não sentiu nenhuma dificuldade em adaptar-se. Entrevistador: O seu filho tem uma boa relação com as crianças do jardim-de-infância? Mãe da C2: Sim, é muito dado. Entrevistador: O seu filho tem uma boa relação com os adultos do jardim-de-infância? Mãe da C2: Também, é um espectáculo a forma como se relaciona com os adultos. Entrevistador: Em casa o seu filho fala sobre colegas e/ou adultos do jardim-de-infância? Mãe da C2: Conta tudo, no dia-a-dia conta o que faz, o que aconteceu, diz mesmo “vamos conversar mamã”. Entrevistador: Como caracteriza o seu filho? Mãe da C2: Tem uma personalidade muito forte, testa os pais até ao limite, é muito teimoso, divertido, bem-disposto, muito meigo, gosta de partilhar, tem um sentido de humor muito apurado, gosta de mandar piadas. A C2 gosta muito de aprender, adora a escolinha e de brincar com os papás e o mano. Entrevistador: O que mais gosta de fazer o seu filho? Mãe da C2: Brincar, adora andar de trotineta, passear no campo, gosta muito de pintar, de música, de cantar e dançar. Gosta muito de brincar com carros e ver filmes. Entrevistador: O que menos gosta de fazer o seu filho? Mãe da C2: De lavar os dentes, de se vestir, de se sentar à mesa, às horas que os pais mandam, diz sempre “é só mais um bocadinho”. 274 Entrevistador: Quais são os seus jogos/brincadeiras preferidos/as do seu filho? Mãe da C2: Brincar com os carros e fazer construções. Entrevistador: Com quem costuma brincar? Mãe da C2: Com os pais, mano e com os primos, tem muitos. Também com filhos de casais nossos amigos. Entrevistador: Como se relaciona com outras crianças? Mãe da C2: Relaciona-se muito bem, é tímido, mas é muito fácil de lidar com ele. Entrevistador: Como se relaciona com os adultos? Mãe da C2: Bem, conversa muito com os adultos. Entrevistador: Como reage o seu filho a novos ambientes? Mãe da C2: Normalmente reage muito bem, gosta de conhecer novos ambientes, e reage “UAUH!”. Só para dormir é que estranha um pouco. Entrevistador: Como reage o seu filho a pessoas estranhas? Mãe da C2: A pessoas estranhas reage com timidez, não dirige a palavra. Entrevistador: Acha que a frequência ou não na creche teve importância para a adaptação do seu filho ao jardim-de-infância? Mãe da C2: É obvio que sim, tendo frequentando a creche a adaptação ao jardim-de-infância foi muito mais fácil, não teve qualquer dificuldade. Entrevistador: Muito obrigado pela sua colaboração. Depois de uma primeira análise, caso se despistem lacunas na informação recolhida, imprecisões ou respostas em que o sentido é duvidoso entrarei em contacto consigo para pedir esclarecimento. Enviar-lhe-ei a transcrição integral da entrevista, por correio electrónico, com o objectivo de confirmar e comprovar do seu conteúdo, acrescentar ou retirar algo ao que foi transmitido. Mãe da C2: Está bem, ficarei à espera. 275 Entrevistador: Quero ainda referir que após a finalização e defesa do estudo comprometo-me a enviar um exemplar. Mãe da C2: Obrigado. Entrevistador: Mais uma vez obrigado pela sua disponibilidade. Mãe da C2: Se precisar de mais alguma informação estou sempre disponível. 276 Anexo G5 - Protocolo da Entrevista à Mãe da Criança 3 (MC3) 277 278 Ficha técnica Entrevista 4 Entrevistado Mãe da C3 Entrevistador Próprio Local/cenário Jardim-de-infância, Sala das Educadoras Data/hora 20 de Outubro de 2010, às 17:30 Duração 50 minutos Suportes de registo Folha de papel, gravador digital da Sony 279 Entrevista à Mãe da C3 Mãe da C3: Olá. Boa tarde! Entrevistador: Muito boa tarde! Vamos para a sala das Educadoras para estarmos mais à vontade! Mãe da C3: Está bem. Entrevistador: Como já tinha referido aquando do pedido da autorização da entrevista. Sou aluna do Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico. No âmbito deste estamos a desenvolver uma investigação: “Analisar em que medida a frequência de creche contribui para a adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância – Um estudo comparativo”. Deste modo iremos observar duas crianças que frequentaram creche e duas que não frequentaram, de modo a ser possível comparar a adaptação destas ao contexto jardim-de-infância. Se não compreendeu ou tem alguma dúvida sobre o estudo pergunte. Mãe da C3: Compreendi. Entrevistador: As informações recolhidas durante a entrevista serão confidenciais e preciso de gravador áudio para gravar a entrevista para depois pode-la transcrever na íntegra. Mãe da C3: Está bem. Entrevistador: Qual a data de nascimento da sua filha? Mãe da C3: Nasceu dia 14 de Outubro de 2007. Entrevistador: Durante a gravidez teve alguma doença? Mãe da C3: Não. Entrevistador: Durante a gravidez teve hemorragias? Mãe da C3: Não. Entrevistador: Fumou e/ou consumiu bebidas alcoólicas durante a gravidez? Mãe da C3: Não. Entrevistador: Durante a gravidez sofreu alguma queda? 280 Mãe da C3: Não. Entrevistador: Teve alguma outra complicação durante a gravidez? Mãe da C3: Não. Entrevistador: Com quantas semanas a sua filha nasceu? Mãe da C3: Nasceu com 38 semanas. Entrevistador: Que tipo de parto teve? Mãe da C3: Normal, com ventosas mas não foram quase usadas. Entrevistador: Qual a posição da sua filha no nascimento? Mãe da C3: Nasceu de cabeça. Entrevistador: A sua filha apresentava algum problema na altura do nascimento? Mãe da C3: Não. Entrevistador: Ao nascer qual o peso, altura e perímetro cefálico da sua filha? Mãe da C3: Pesava 2,490 kg, a sua altura era de 48cm e o perímetro cefálico era de 32,5cm. Entrevistador: A sua filha após o nascimento teve icterícia? Mãe da C3: Não. Entrevistador: A sua filha após o nascimento teve febre? Mãe da C3: Não. Entrevistador: A sua filha permaneceu na incubadora? Mãe da C3: Não. Entrevistador: A sua filha foi amamentada ao peito? 281 Mãe da C3: Sim. Entrevistador: Quanto tempo? Mãe da C3: Até ao 1ano só bebeu leite materno, depois do ano ainda bebeu leite materno até aos 2 anos. Entrevistador: Faça uma breve descrição sobre a sua filha nos primeiros seis meses (foi uma criança saudável, usou chupeta, dormia bem, …). Mãe da C3: Era uma menina muito complicada, tinha muitas cólicas, por isso chorava muito, dia e noite, por isso dormia muito pouco. No entanto, tirando as cólicas foi saudável e não usava chupeta. Entrevistador: Com que idade a sua filha disse as primeiras palavras? Mãe da C3: Disse a primeira palavra aos 8 meses, aos 9 meses já dizia várias palavras. Entrevistador: Com que idade a sua filha se sentou com apoio? Mãe da C3: Aos 8 meses. Entrevistador: Com que idade a sua filha se sentou sem apoio? Mãe da C3: Aos 9 meses conseguiu sentaram-se sem ajuda. Entrevistador: Com que idade a sua filha gatinhou? Mãe da C3: Começou a gatinhar com um ano. Entrevistador: Com que idade a sua filha ficou de pé com apoio? Mãe da C3: Com 13 meses. Entrevistador: Com que idade a sua filha ficou de pé sem apoio? Mãe da C3: Aos 14 meses. Entrevistador: Com que idade a sua filha andou? 282 Mãe da C3: Aos 14 meses e meio. Entrevistador: Com que idade a sua filha comeu sozinha? Mãe da C3: Foi só os 2 anos e meio, ainda agora é preguiçosa para comer. Entrevistador: Com que idade a sua filha o controlou os esfíncteres (vesical e anal)? Mãe da C3: Com dois anos e meio, começou a controlar ao mesmo tempo o chichi e o cocó. Entrevistador: A sua filha vai ao médico regularmente? Mãe da C3: Sim, vai às consultas de rotina. Entrevistador: A sua filha esteve alguma vez internada? Mãe da C3: Sim. Entrevistador: Durante quanto tempo? Mãe da C3: Esteve três dias internada. Entrevistador: A sua filha foi submetida a teste de audição e ou a teste de visão? Mãe da C3: Sim, na última consulta a pediatra fez esses dois testes. Entrevistador: Apresentou alterações em algum destes sentidos? Mãe da C3: Não, estava tudo bem. Entrevistador: Com quem vive a sua filha? Mãe da C3: Com os pais. Entrevistador: Onde vive a sua filha? Mãe da C3: Vive em Castelo Branco. Entrevistador: A sua filha tem irmãos? 283 Mãe da C3: Não. Entrevistador: Em casa, com quem brinca? Mãe da C3: As vezes com o pai, mas mais sozinha. Mas gosta mais de estar junto dos adultos, não brinca muito. Entrevistador: Com quem esteve a sua filha durante os primeiros quatro meses? Mãe da C3: Esteve com a mãe até aos dois meses, a partir dos dois esteve com a tia, foi a sua ama. Entrevistador: A sua filha frequentou a creche? Mãe da C3: Não. Entrevistador: Com quem ficou? Mãe da C3: Ficou com a tia. Entrevistador: Porque razão optou por não colocar a sua filha na creche? Mãe da C3: Porque tinha a possibilidade de ter um acompanhamento mais personalizado. Entrevistador: O adulto cuidava da sua filha de mais crianças? Mãe da C3: Cuidava de só mais uma criança. Entrevistador: Normalmente, quem leva a sua filha ao jardim-de-infância? Mãe da C3: O pai. Entrevistador: Como fica a sua filha quando a leva ao jardim-de-infância? Mãe: No primeiro mês ficava sempre a chorar, o pai ficava com ela durante muito tempo, para o pai se ir embora a C3 tinha de ficar na sala da prima. Entrevistador: Quem vem buscar a sua filha ao jardim-de-infância? 284 Mãe da C3: O pai. Entrevistador: Como encontra a sua filha quando chega ao jardim-de-infância? Mãe da C3: No primeiro mês encontrava-a quase sempre junto a um adulto. Agora já a encontra a brincar, principalmente com a prima. Entrevistador: Diga, em média, quantas horas diárias está na instituição? Mãe da C3: Está 8 horas. Entrevistador: Porque razão optou por colocar a sua filha neste jardim-de-infância? Mãe da C3: Porque a C3 tem cá uma prima, porque conheço o dono do jardim-de-infância o que facilitou a entrada dela na Instituição e porque em Castelo Branco esta instituição é muito recomendada. Entrevistador: A entrada da sua filha no jardim-de-infância provocou em si que sentimentos? Mãe da C3: Senti-me triste e angustiada, quando fui falar com a directora até chorei, sentiame mal pois estava sempre a pensar que ia “despejar” ali a minha filha, foi um período difícil para mim. Entrevistador: Em relação à adaptação da sua filha ao jardim-de-infância, como pensa que decorreu? Mãe da C3: O primeiro mês foi muito complicado, não queria ir, estava sempre a dizê-lo até ao fim-de-semana, acordava a chorar que não gostava da escola. De manhã para a deixar na escola estava muito tempo ao colo do pai até ficar e mesmo assim fica sempre a chorar. A hora da refeição e na sesta também chorava muito. Depois do primeiro mês já fica bem. Entrevistador: A sua filha tem uma boa relação com as crianças do jardim-de-infância? Mãe da C3: Sim, está-se a integrar num grupo onde a maioria das crianças já se conheciam e a C3 não conhecia ninguém. Entrevistador: A sua filha tem uma boa relação com os adultos do jardim-de-infância? Mãe da C3: Sim, tem uma relação melhor com os adultos do que com as crianças. 285 Entrevistador: Em casa a sua filha fala sobre colegas e/ou adultos do jardim-de-infância? Mãe da C3: Sim, mas pouco. Fala mais dos adultos do que dos colegas. Entrevistador: Como caracteriza a sua filha? Mãe da C3: A C3 tem uma personalidade forte, é muito teimosa, carinhosa e amiga da mãe, não é invejosa, empresta os brinquedos aos amigos. Entrevistador: O que mais gosta de fazer a sua filha? Mãe da C3: O que gosta mais é de mexer nas “maminhas” da mãe, gosta de ver livros e fazer puzzles. Entrevistador: O que menos gosta de fazer a sua filha? Mãe da C3: De dormir e comer. Entrevistador: Quais são os seus jogos/brincadeiras preferidas da sua filha? Mãe da C3: Brincar com a plasticina, fazer puzzles e ver livros. Entrevistador: Com quem costuma brincar? Mãe da C3: Com as primas e sozinha. Entrevistador: Como se relaciona com outras crianças? Mãe da C3: Relaciona-se bem, sem conflitos. Entrevistador: Como se relaciona com os adultos? Mãe da C3: É uma maravilha, gosta muito de conversar com os adultos e de estar junto destes. Entrevistador: Como reage a sua filha a novos ambientes? 286 Mãe da C3: Actualmente bem, antes de entrar para o jardim-de-infância era complicado, pois quando íamos a um sítio com muitas pessoas a C3 queria ir logo para casa, não se sentia bem junto de muitas pessoas. Entrevistador: Como reage a sua filha a pessoas estranhas? Mãe da C3: Não dá confiança a pessoas estranhas, não fala nem vai a lado nenhum com estranhos. Entrevistador: Acha que a frequência ou não na creche teve importância para a adaptação da sua filha ao jardim-de-infância? Mãe da C3: Acho que o frequentar creche não é fundamental para uma boa adaptação ao jardim-de-infância, penso que depende muito da personalidade da criança. No entanto, o período de adaptação ao jardim-de-infância é maior para as crianças que não frequentaram creche. Entrevistador: Muito obrigado pela sua colaboração. Depois de uma primeira análise, caso se despistem lacunas na informação recolhida, imprecisões ou respostas em que o sentido é duvidoso entrarei em contacto consigo para pedir esclarecimento. Enviar-lhe-ei a transcrição integral da entrevista, por correio electrónico, com o objectivo de confirmar e comprovar do seu conteúdo, acrescentar ou retirar algo ao que foi transmitido. Mãe da C3: Está bem. Entrevistador: Quero ainda referir que após a finalização e defesa do estudo comprometo-me a enviar um exemplar. Mãe da C3: Obrigado. Entrevistador: Mais uma vez obrigado pela sua disponibilidade. Mãe da C3: Se precisar de mais alguma coisa estou sempre disponível. 287 288 Anexo G6 - Protocolo da Entrevista à Mãe da Criança 4 (MC4) 289 290 Ficha técnica Entrevista 6 Entrevistado Mãe da C4 Entrevistador Próprio Local/cenário Jardim-de-infância, Sala das Educadoras Data/hora 24 de Novembro de 2010, às 18:00 Duração 50 minutos Suportes de registo Folha de papel, gravador digital da Sony 291 Entrevista à Mãe da C4 Mãe da C4: Boa tarde! Entrevistador: Muito boa tarde! Vamos para a sala das Educadoras para estarmos mais à vontade! Mãe da C4: Está bem. Entrevistador: Como já tinha referido aquando do pedido da autorização da entrevista. Sou aluna do Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico. No âmbito deste estamos a desenvolver uma investigação: “Analisar em que medida a frequência de creche contribui para a adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância – Um estudo comparativo”. Deste modo iremos observar duas crianças que frequentaram creche e duas que não frequentaram, de modo a ser possível comparar a adaptação destas ao contexto jardim-de-infância. Se não compreendeu ou tem alguma dúvida sobre o estudo pergunte. Mãe da C4: Sim, compreendi. Entrevistador: As informações recolhidas durante a entrevista serão confidenciais e preciso de gravador áudio para gravar a entrevista para depois pode-la transcrever na íntegra. Mãe da C4: Está bem. Entrevistador: Qual a data de nascimento do seu filho? Mãe da C4: Nasceu dia 3 de Junho de 2007. Entrevistador: Durante a gravidez teve alguma doença? Mãe da C4: Não. Entrevistador: Durante a gravidez teve hemorragias? Mãe da C4: Não. Entrevistador: Fumou e/ou consumiu bebidas alcoólicas durante a gravidez? Mãe da C4: Não. 292 Entrevistador: Durante a gravidez sofreu alguma queda? Mãe da C4: Não. Entrevistador: Teve alguma outra complicação durante a gravidez? Mãe da C4: Não. Entrevistador: Com quantas semanas o seu filho nasceu? Mãe da C4: Nasceu às 38 semanas. Entrevistador: Que tipo de parto teve? Mãe da C4: Normal, com ajuda das ventosas, mas foi só uma ajudinha, foram pouco utilizadas. Entrevistador: Qual a posição do seu filho no nascimento? Mãe da C4: Nasceu de cabeça, mas não se encontrava bem de cabeça as ventosas foram utilizadas para este ficar nessa posição. Entrevistador: O seu filho apresentava algum problema na altura do nascimento? Mãe da C4: Não. Entrevistador: Ao nascer qual o peso, altura e perímetro cefálico do seu filho? Mãe da C4: Pesava 3,475Kg, a sua altura era de 49cm e o perímetro cefálico era de 36cm. Entrevistador: O seu filho após o nascimento teve icterícia? Mãe da C4: Não. Entrevistador: O seu filho após o nascimento teve febre? Mãe da C4: Não. Entrevistador: O seu filho permaneceu na incubadora? 293 Mãe da C4: Não. Entrevistador: O seu filho foi amamentado ao peito? Mãe da C4: Sim. Entrevistador: Durante quanto tempo? Mãe da C4: Foi amamentado até aos 18 meses de idade. Entrevistador: Faça uma breve descrição sobre o seu filho nos primeiros seis meses (foi uma criança saudável, usou chupeta, dormia bem, …). Mãe da C4: Dormia muito bem, quase não chorava, era muito calmo. Foi uma criança saudável e usava chupeta. Entrevistador: Com que idade o seu filho disse as primeiras palavras? Mãe da C4: Não tenho bem a certeza mas por volta dos 9 meses. Entrevistador: Com que idade o seu filho se sentou com apoio? Mãe da C4: Por volta dos 8 meses. Entrevistador: Com que idade o seu filho se sentou sem apoio? Mãe da C4: Penso que foi um mês depois de se sentar com apoio, aos 9 meses. Entrevistador: Com que idade o seu filho gatinhou? Mãe da C4: A C4 não gatinhou. Entrevistador: Com que idade o seu filho ficou de pé com apoio? Mãe da C4: Não tenho a certeza mas foi pouco tempo depois de se sentar sem apoio, umas semanas, por volta dos 9 meses e meio. Entrevistador: Com que idade o seu filho ficou de pé sem apoio? Mãe da C4: Por volta dos 10 meses. 294 Entrevistador: Com que idade o seu filho andou? Mãe da C4: Aos 11 meses, eu levantei-me para ir à cozinha, quando olho para trás vejo-o a andar atrás de mim com um comando em cada mão. Entrevistador: Com que idade o seu filho comeu sozinho? Mãe da C4: Foi só por volta dos 2 anos. Entrevistador: Com que idade o seu filho controlou os esfíncteres (vesical e anal)? Mãe da C4: Só aos três anos é que controlou o cocó e o chichi, mas ainda usa fralda para dormir, tanto na sesta como à noite. Entrevistador: O seu filho vai ao médico regularmente? Mãe da C4: Sim. Entrevistador: O seu filho esteve alguma vez internado? Mãe da C4: Sim. Entrevistador: Durante quanto tempo? Mãe da C4: Esteve três dias internado. Ele não comia e eu já não sabia o que fazer para ele comer, fiquei tão preocupada! Então foi internado para ser alimentado a soro. Entrevistador: O seu filho foi submetido a teste de audição e ou a teste de visão? Mãe da C4: Sim. A C4 é seguida por uma médica em Lisboa, abre mais um olho que outro, mas não se nota, tem mais uma prega num dos olhos. Entrevistador: Apresentou alterações em algum destes sentidos? Mãe da C4: Não, apesar de ser seguida pela médica a C4 não tem nenhum problema de visão, é só o olho que não abre tão bem. Entrevistador: Com quem vive o seu filho? 295 Mãe da C4: Com os pais. Entrevistador: Onde vive o seu filho? Mãe da C4: Vive em Castelo Branco. Entrevistador: O seu filho tem irmãos? Mãe da C4: Não. Entrevistador: Em casa, com quem brinca? Mãe da C4: Com os pais e com uma senhora que cuida dele desde muito pequeno… também brinca sozinho. Entrevistador: Com quem esteve o seu filho durante os primeiros quatro meses? Mãe da C4: Esteve com a mãe e com a avó. Eu só estive o primeiro mês sem trabalhar, depois tive que ir trabalhar, ficava com a minha mãe, também chegou a ir comigo para o consultório. Entrevistador: O seu filho frequentou a creche? Mãe da C4: Não. Entrevistador: Com quem ficou? Mãe da C4: Ficou com a avó e uma senhora que ainda vai lá a casa. Entrevistador: Porque razão optou por não colocar o seu filho na creche? Mãe da C4: Porque tinha possibilidade de tê-lo em casa e por conselho da pediatra. Entrevistador: O adulto cuidava do seu filho e de mais crianças? Mãe da C4: Não. Entrevistador: Normalmente, quem leva o seu filho ao jardim-de-infância? Mãe da C4: A mãe. 296 Entrevistador: Como fica o seu filho quando o leva ao jardim-de-infância? Mãe da C4: Nas primeiras semanas ficou a choramingar. Agora já fica bem. Entrevistador: Quem vem buscar o seu filho ao jardim-de-infância? Mãe da C4: O pai ou a avó. Entrevistador: Como encontra o seu filho quando chega ao jardim-de-infância? Mãe da C4: Está bem, a brincar, normalmente, sozinho. Entrevistador: Diga, em média, quantas horas diárias está na instituição? Mãe da C4: Está 6 horas e meia. Entrevistador: Porque razão optou por colocar o seu filho neste jardim-de-infância? Mãe da C4: Por referência…, também gostei muito das instalações, da higienização, da organização e do método, senti-me bem aqui logo o meu filho também se sentirá bem. Eu, o pai e a C4 fomos ver todas as instituições da cidade, a C4 ajudou a escolher. Entrevistador: A entrada do seu filho no jardim-de-infância provocou em si que sentimentos? Mãe da C4: Sim fiquei preocupada, custou-me muito nos primeiros 15 dias. Pois mudou tudo, as rotinas do dia-a-dia…até o almoço, pois quando a C4 estava em casa ia todos os dias almoçar lá, agora não vou a casa. Entrevistador: Em relação à adaptação do seu filho ao jardim-de-infância, como pensa que decorreu? Mãe da C4: Acho que correu bem. A C4 estava preparada para ir para o jardim-de-infância, em casa falávamos disso. Como já referi a C4 ajudou na escolha da instituição, já a conhecida toda antes do primeiro dia. Entrevistador: O seu filho tem uma boa relação com as crianças do jardim-de-infância? Mãe da C4: Sim… acho que sim, pelo menos a Educadora nunca me disse o contrário. 297 Entrevistador: O seu filho tem uma boa relação com os adultos do jardim-de-infância? Mãe da C4: Também penso que sim. Entrevistador: Em casa o seu filho fala sobre colegas e/ou adultos do jardim-de-infância? Mãe da C4: Sim, conta tudo o que faz na instituição. Entrevistador: Como caracteriza o seu filho? Mãe da C4: A C4 é muito querida, mas também é teimosa e faz birras, que é normal na sua idade, tenta levar os pais até ao seu limite, já sabe o que a mãe deixa fazer e o que não deixa, por isso quando sabe que eu não deixo pede ao pai, é muito inteligente. Entrevistador: O que mais gosta de fazer o seu filho? Mãe da C4: Gosta de pintar com canetas e tomar banho com todos os seus brinquedos. Entrevistador: O que menos gosta de fazer o seu filho? Mãe da C4: De comer lá em casa, aqui na instituição a Educadora diz-me que come bem. Entrevistador: Quais são os seus jogos/brincadeiras preferidas do seu filho? Mãe da C4: Brincar com motas, carrinhos, correr e jogar à bola. Entrevistador: Com quem costuma brincar? Mãe da C4: Com os pais, a avó e a prima que tem a mesma idade e sozinho. Entrevistador: Como se relaciona com outras crianças? Mãe da C4: Bem, mas é muito tímido no primeiro contacto. Entrevistador: Como se relaciona com os adultos? Mãe da C4: É muito tímido, se não conhece bem, esconde-se atrás de nós, mesmo que conheça fala pouco. 298 Entrevistador: Como reage o seu filho a novos ambientes? Mãe da C4: Bem, até que não conheça bem está sempre junto dos pais. Entrevistador: Como reage o seu filho a pessoas estranhas? Mãe da C4: Não fala nem se aproxima delas. Entrevistador: Acha que a frequência ou não na creche teve importância para a adaptação do seu filho ao jardim-de-infância? Mãe da C4: A adaptação da C4 foi boa, por isso penso que o frequentar creche não é indispensável para que a adaptação seja boa ao jardim-de-infância. A C4 apesar de tímida, estava preparada para vir para o jardim-de-infância, penso que veio na idade certa para uma instituição. Mas compreendo que a adaptação ao jardim-de-infância será mais rápida para as crianças que frequentaram creche, pois já estão habituadas a estar diariamente numa instituição, com regras, com muitas crianças e adultos. Entrevistador: Muito obrigado pela sua colaboração. Depois de uma primeira análise, caso se despistem lacunas na informação recolhida, imprecisões ou respostas em que o sentido é duvidoso entrarei em contacto consigo para pedir esclarecimento. Enviar-lhe-ei a transcrição integral da entrevista, por correio electrónico, com o objectivo de confirmar e comprovar do seu conteúdo, acrescentar ou retirar algo ao que foi transmitido. Mãe da C4: Está bem. Entrevistador: Quero ainda referir que após a finalização e defesa do estudo comprometo-me a enviar um exemplar. Mãe da C4: Obrigado. Entrevistador: Mais uma vez obrigado pela sua disponibilidade. Mãe da C4: De nada. 299 300 Anexo H - Documentos comprovativos de validação das Entrevista 301 302 Anexo H1 - Documento comprovativo de validação das Entrevistas das Educadoras de Infância 303 304 Declaração Eu, …………………………………………………………………………………, declaro que valido a entrevista que me foi realizada pela Sílvia Cristina Mateus Azevedo para a elaboração do seu Relatório de Estágio de Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico. Declaro ainda que autorizo a divulgação dos resultados globais obtidos para efeitos de investigação, sendo preservado o nome (ou a identidade) dos envolvidos. A Educadora de Infância …………………………………………………………………………… 305 306 Anexo H2 - Documento comprovativo de validação das Entrevista dos Pais 307 308 Declaração Eu, …………………………………………………………………………………, declaro que valido a entrevista que me foi realizada pela Sílvia Cristina Mateus Azevedo para a elaboração do seu Relatório de Estágio de Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico. Declaro ainda que autorizo a divulgação dos resultados globais obtidos para efeitos de investigação, sendo preservado o nome (ou a identidade) dos envolvidos. A Encarregada de Educação/Mãe ……………………………………………………………………………. 309 310 Anexo I - Análise das categorias 311 312 Anexo I1 - Análise das categorias referentes às Educadoras de Infância 313 314 Categorias das Entrevistas às Educadoras de Infância As categorizações que estabelecemos foram as seguintes: Categoria 1- Rotina diária do jardim-de-infância Sub-categorias 1.1 Facilidade 1.2 Dificuldade 1.3 Tempo de adaptação A categoria 1 diz respeito à rotina diária do jardim-de-infância e dividimo-la em três subcategorias. A sub-categoria 1.1 diz respeito à facilidade de adaptação, a sub-categoria 1.2 diz respeito à dificuldade de adaptação e com a sub-categoria 1.3 refere-se ao tempo de adaptação. Categoria 2- Horários do jardim-de-infância Sub-categorias 2.1 Facilidade 2.2 Dificuldade 2.3 Tempo de adaptação A categoria 2 refere-se aos horários do jardim-de-infância e dividimo-la em três subcategorias. A sub-categoria 2.1 diz respeito à facilidade de adaptação, a sub-categoria 2.2 diz respeito à dificuldade de adaptação e com a sub-categoria 2.3 refere-se ao tempo de adaptação. Categoria 3- Regras do jardim-de-infância Sub-categorias 3.1 Facilidade 3.2 Dificuldade 3.3 Tempo de adaptação A categoria 3 diz respeito às regras do jardim-de-infância e dividimo-la em três subcategorias. A sub-categoria 3.1 diz respeito à facilidade de adaptação, a sub-categoria 3.2 diz respeito à dificuldade de adaptação e com a sub-categoria 3.3 refere-se ao tempo de adaptação. 315 Categoria 4- Propostas de diferentes actividades do jardim-deinfância Sub-categorias 4.1 Participação 4.2 Não Participação 4.3 Tipo de actividades A categoria 4 refere-se às propostas de diferentes actividades e dividimo-la em três subcategorias. A sub-categoria 4.1 diz respeito à participação, a sub-categoria 4.2 diz respeito à não participação e a sub-categoria 4.3 diz respeito ao tipo de actividades. Categoria 5- Interacção com os colegas da sala Sub-categorias 5.1 Facilidade 5.2 Dificuldade A categoria 5 refere-se à interacção com os colegas da sala e dividimo-la em duas subcategorias. A sub-categoria 5.1 diz respeito à facilidade e a sub-categoria 5.2 diz respeito à dificuldade. Categoria 6- Interacção com os adultos Sub-categorias 6.1 Facilidade 6.2 Dificuldade A categoria 6 refere-se à interacção com os adultos e dividimo-la em duas sub-categorias. A sub-categoria 6.1 diz respeito à facilidade e a sub-categoria 6.2 diz respeito à dificuldade. Categoria 7- Partilhar brinquedos Sub-categorias 7.1 Facilidade 7.2 Dificuldade A categoria 7 diz respeito à partilha de brinquedos e dividimo-la em duas sub-categorias. A sub-categoria 7.1 diz respeito à facilidade de partilhar e a sub-categoria 7.2 diz respeito à dificuldade de partilhar. 316 Categoria 8- Expressão de sentimentos Sub-categorias 8.1 Facilidade 8.2 Dificuldade A categoria 8 diz respeito à expressão de sentimentos e dividimo-la em duas sub-categorias. A sub-categoria 8.1 diz respeito à facilidade e a sub-categoria 8.2 diz respeito à dificuldade. Categoria 9- Socialização Sub-categorias 9.1 Mais sociável 9.2 Menos sociável A categoria 9 diz respeito à socialização e dividimo-la em duas sub-categorias. A subcategoria 9.1 “Mais sociável” e a sub-categoria 9.2 “Menos sociável”. Categoria 10- Papel da creche no desenvolvimento social Sub-categorias 10.1 Conviver com crianças 10.2 Conviver com adultos 10.3 Diversidade de aprendizagens 10.4 Respeito e partilha A categoria 10 refere-se ao papel da creche no desenvolvimento social e dividimo-la em quatro sub-categorias. A sub-categoria 10.1 diz respeito ao convívio com crianças, a subcategoria 10.2 diz respeito ao convívio com adultos, a sub-categoria 10.3 diz respeito à diversidade de aprendizagens e a sub-categoria 10.4 refere-se ao respeito e partilha. 317 318 Anexo I2 - Análise das categorias referentes aos Pais 319 320 Categorias das Entrevistas aos Pais As categorizações que estabelecemos foram as seguintes: Categoria 1- Adulto que ficou com a criança até entrar para o jardimde-infância Sub-categorias 1.1 Avó 1.2 Tia 1.3 Ama A categoria 1 diz respeito ao adulto que ficou com a criança até entrar para o jardim-deinfância e dividimo-la em três sub-categorias. A sub-categoria 1.1 diz respeito à avó, a subcategoria 1.2 diz respeito à tia e a sub-categoria 1.3 refere-se à ama. Categoria 2- Razão para não frequentar a creche Sub-categorias 2.1 Disponibilidade pessoal 2.2 Ter alguém de confiança para ficar com o filho 2.3 Considerar que as creches existentes não eram adequadas A categoria 2 diz respeito à razão para não frequentar a creche e dividimo-la em três subcategorias. A sub-categoria 2.1 diz respeito à disponibilidade pessoal, a sub-categoria 2.2 diz respeito a ter alguém de confiança para ficar com o filho e a sub-categoria 2.3 refere-se às creches existentes não eram adequadas. Categoria 3-Adulto cuidador tinha mais criança à sua responsabilidade Sub-categorias 3.1 Sim 3.2 Não A categoria 3 diz respeito se o adulto cuidava de mais crianças e dividimo-la em duas subcategorias. A sub-categoria 3.1 “Sim” e a sub-categoria 3.2 “Não”. Categoria 4- Idade com que entrou na creche Sub-categorias 4.1 Quatro meses 4.2 Cinco meses A categoria 4 diz respeito à idade com que entrou na creche e dividimo-la em duas subcategorias. A sub-categoria 4.1 “Quatro meses” e a sub-categoria 4.2 “Cinco meses”. 321 Categoria 5- Razão para frequentar a creche Sub-categorias 5.1 Falta de disponibilidade pessoal 5.2 Não ter alguém de confiança para ficar com o filho 5.3 Considerar que a creche era adequada A categoria 5 diz respeito à razão para frequentar a creche e dividimo-la em três subcategorias. A sub-categoria 5.1 diz respeito à falta de disponibilidade pessoal, a sub-categoria 5.2 diz respeito a não ter alguém de confiança para ficar com o filho e a sub-categoria 5.3 refere-se à creche ser considerada adequada. Categoria 6- Participação nas actividades da creche Sub-categorias 6.1 Participação regular 6.2 Participação nas reuniões 6.3 Participação nas festas A categoria 6 diz respeito à participação dos pais nas actividades da creche e dividimo-la em três sub-categorias. A sub-categoria 6.1 diz respeito à participação regular, a sub-categoria 6.2 diz respeito à participação nas reuniões e a sub-categoria 6.3 refere-se à participação nas festas. Categoria 7- Caracterização da creche Sub-categorias 7.1 Espaço físico 7.2 Recursos humanos 7.3 Material didáctico-pedagógico A categoria 7 refere-se à caracterização da creche e dividimo-la em três sub-categorias. A sub-categoria 7.1 diz respeito ao espaço físico, a sub-categoria 7.2 refere-se aos recursos humanos e a sub-categoria 7.3 diz respeito ao material didáctico-pedagógico. Categoria 8- Papel da creche no desenvolvimento social Sub-categorias 8.1 Relação com outras crianças 8.2 Relação com adultos 8.3 Participação em actividades 8.4 Aprendizagem de regras A categoria 8 diz respeito ao papel da creche no desenvolvimento social e dividimo-la em quatro sub-categorias. A sub-categoria 8.1 diz respeito à relação com outras crianças, a sub- 322 categoria 8.2 diz respeito à relação com adultos, a sub-categoria 8.3 refere-se à participação em actividades e a sub-categoria 5.4 diz-respeito à aprendizagem de regras. Categoria 9- Papel da creche Sub-categorias 9.1 Estimular/desenvolver as crianças 9.2 Ensinar as crianças a conviver com diferentes pessoas 9.3 Ensinar as crianças a partilhar A categoria 9 refere-se ao papel da creche e dividimo-la em três sub-categorias. A subcategoria 9.1 diz respeito a estimular/desenvolver as crianças, a sub-categoria 9.2 diz respeito a ensinar as crianças a conviver com diferentes pessoas e a sub-categoria 9.3 referese a ensinar as crianças a partilhar. Categoria 10- Creche: opção/ “obrigação” Sub- 10.1 Opção categorias Sub-sub- 10.1.1 Tempo inteiro categorias 10.1.2 Só algumas horas 10.2 “Obrigação” A categoria 10 refere-se à creche: opção/ “obrigação” e dividimo-la em duas sub-categorias. A sub-categoria 10.1 diz respeito à creche como opção e a sub-categoria 10.2 refere-se à creche como “obrigação”. A, sub-categoria, 10.1 dividimo-la em duas sub-sub-categorias. A sub-sub-categoria 10.1.1 “Tempo inteiro” e a sub-sub-categoria 10.1.2 “Só algumas horas”. Categoria 11- Adulto que vai levar a criança ao jardim-de-infância Sub-categorias 11.1 Mãe 11.2 Pai 11.3 Companheiro da mãe A categoria 11 refere-se ao adulto que vai levar a criança ao jardim-de-infância e dividimo-la em três sub-categorias. A sub-categoria 11.1 diz respeito à mãe, a sub-categoria 11.2 diz respeito ao pai e a sub-categoria 11.3 refere-se ao companheiro da mãe. 323 Categoria 12- Adulto que vai buscar a criança ao jardim-de-infância Sub-categorias 12.1 Mãe 12.2 Pai 12.3 Companheiro da mãe 12.4 Avó A categoria 12 refere-se ao adulto que vai buscar a criança ao jardim-de-infância e dividimola em quatro sub-categorias. A sub-categoria 12.1 diz respeito à mãe, a sub-categoria 12.2 diz respeito ao pai, a sub-categoria 11.3 refere-se ao companheiro da mãe e a sub-categoria 12.4 refere-se à avó. Categoria 13- Percepção sobre o bem-estar da criança no jardim-deinfância Sub-categorias 13.1 Quando Sub-sub- 13.1.1 Contente vai levar a categorias 13.1.2 Triste criança 13.1.3 A brincar com os amigos 13.1.4 A brincar sozinha 13.1.5 Junto de um adulto Sub-sub- 13.2.1 Contente categorias 13.2.2 Triste 13.2.3 A brincar 13.2 Quando com os amigos vai buscar a 13.2.4 A brincar criança sozinha 13.2.5 Junto de um adulto A categoria 13 diz respeito à percepção sobre o bem-estar da criança no jardim-de-infância e dividimo-la em duas sub-categorias. A sub-categoria 13.1 refere-se ao bem-estar da criança quando a vai levar ao jardim-de-infância e a sub-categoria 13.2 diz respeito ao bem-estar da criança quando a vai buscar ao jardim-de-infância. Cada uma destas sub-categorias foi dividida em cinco sub-sub-categorias. A sub-categoria 13.1 é constituída pela sub-subcategoria 13.1.1 “fica contente”, a sub-sub-categoria 13.1.2 “fica triste”, a sub-sub-categoria 13.1.3 “fica a brincar com os amigos”, a sub-sub-categoria 13.1.4. “fica a brincar sozinha” e a sub-sub-categoria a 13.1.5 “fica junto de um adulto”. A sub-categoria 13.2 é constituída pela sub-sub-categoria 13.2.1 “está contente”, a sub-sub-categoria 13.2.2 “está triste”, a 324 sub-sub-categoria 13.2.3 “está a brincar com os amigos”, a sub-sub-categoria 13.2.4. “está a brincar sozinha” e a sub-sub-categoria 13.2.5 “está junto de um adulto”. Categoria 14 – Média das horas diárias na instituição Sub-categorias 14.1 Seis horas e meia 14.2 Oito horas 14.3 Oito horas e meia 14.4 Nove horas A categoria 14 refere-se à média das horas diárias na instituição e dividimo-la em quatro subcategorias. A sub-categoria 14.1 “Seis horas e meia”, a sub-categoria 14.2 “Oito horas”, a sub-categoria 14.3 “Oito horas e meia” e a sub-categoria 14.4 “Nove horas”. Categoria 15 – Partilhar a mesma instituição com o irmão Sub-categorias 15.1 Sim 15.2 Não A categoria 15 refere-se à criança partilhar a mesma instituição com o irmão e dividimo-la em duas sub-categorias. A sub-categoria 15.1 “Sim” e a sub-categoria 15.4 “Não”. Categoria 16- Razão por colocá-lo neste jardim-de-infância Sub-categorias 16.1 Recomendação 16.2 Instalações 16.3 Recursos humanos 16.4 Qualidade Educativa 16.5 Frequentava a instituição anteriormente 16.6 Ser frequentado por uma criança da sua família A categoria 16 diz respeito à razão por colocá-lo neste jardim-de-infância e dividimo-la em seis sub-categorias. A sub-categoria 16.1 diz respeito à recomendação, a sub-categoria 16.2 diz respeito às instalações, a sub-categoria 16.3 refere-se aos recursos humanos, a subcategoria 16.4 diz respeito à qualidade Educativa, a sub-categoria 16.5 refere-se se já frequentava a instituição e a sub-categoria 16.6 diz respeito a este ser frequentado por uma criança da sua família. 325 Categoria 17 - Os sentimentos que provocou em si a entrada no jardimde-infância Sub-categorias 17.1 Alegria 17.2 Tristeza 17.3 Preocupação 17.4 Angústia A categoria 17 refere-se aos sentimentos que provocou ao entrevistado a entrada no jardimde-infância e dividimo-la em quatro sub-categorias. A sub-categoria 17.1 “alegria”, a subcategoria 17.2 “tristeza”, a sub-categoria 17.3 “preocupação” e a sub-categoria 17.4 “angústia”. Categoria 18- Adaptação ao jardim-de-infância Sub-categorias 18.1 Fácil 18.2 Difícil A categoria 18 refere-se à adaptação ao jardim-de-infância e dividimo-la em duas subcategorias. A sub-categoria 18.1 diz respeito à facilidade e a sub-categoria 18.2 diz respeito à dificuldade. Categoria 19- Relação com as crianças do jardim-de-infância Sub-categorias 19.1 Interage com os colegas 19.2 Não interage com os colegas 19.3 Afasta-se das crianças A categoria 19 refere-se à relação com as crianças do jardim-de-infância e dividimo-la em três sub-categorias. A sub-categoria 19.1 diz respeito à interacção com os colegas, a subcategoria 19.2 diz respeito à não interacção com os colegas e a sub-categoria 19.3 refere-se que se afasta das crianças. Categoria 20- Relação com os adultos do jardim-de-infância Sub-categorias 20.1 Interage com os adultos 20.2 Não interage com os adultos 20.3 Permanece junto dos adultos 20.4 Afasta-se dos adultos A categoria 20 refere-se à relação com os adultos do jardim-de-infância e dividimo-la em quatro sub-categorias. A sub-categoria 20.1 diz respeito à interacção com os adultos, a sub- 326 categoria 20.2 diz respeito à não interacção com os adultos, a sub-categoria 20.3 refere-se à permanência junto dos adultos e a sub-categoria 20.4 refere-se que se afasta dos adultos. Categoria 21- Fala sobre colegas e/ou adultos do jardim-de-infância Sub-categorias 21.1 Sim 21.2 Frequência com que fala 21.3 Não A categoria 21 diz respeito se a criança fala sobre colegas e/ou adultos do jardim-de-infância e dividimo-la em três sub-categorias. A sub-categoria 21.1 diz respeito se fala sobre colegas e/ou adultos do jardim-de-infância, a sub-categoria 21.2 refere-se à frequência com que fala e a sub-categoria 21.3 diz respeito se não fala sobre colegas e/ou adultos do jardim-deinfância. Categoria 22- Caracterização da criança Sub- 22.1 Forma de reagir categorias Sub-sub- 22.1.1 Teimosia categorias 22.1.2 Meiguice 22.1.3 Bem-disposta 22.1.4 Birrenta 22.2 Capacidades Sub-sub- 22.2.1 Inteligente categorias 22.2.2 Sentido de humor 22.2.3 Partilha 22.3 O que mais gosta de fazer Sub-sub- 22.3.1 Pintar categorias 22.3.2 Tomar banho com os brinquedos 22.3.3 Brincar 22.3.4 Passear 22.3.5 Cantar e dançar 22.3.6 Fazer puzzles 22.3.7 Ver livros 22.3.8 Ver filmes 22.3.9 Mexer nas “maminhas” da mãe 22.3.10 Ajudar na cozinha (Continua) 327 Categoria 22- Caracterização da criança 22.4 O que menos Sub-sub- 22.4.1 Comer gosta de fazer categorias 22.4.2 Vestir-se 22.4.3 Lavar os dentes 22.4.4 Dormir 22.4.5 O que lhe mandam fazer 22.5 Jogos/ Sub-sub- 22.5.1 Correr brincadeiras categorias 22.5.2 Jogar à bola preferidos/as 22.5.3 Brincar com motas e carros 22.5.4 Fazer construções 22.5.5 Brincar com a plasticina 22.5.6 Fazer puzzles 22.5.7 Brincar com bonecas 22.5.8 Ver livros 22.6 Com quem costuma brincar Sub-sub- 22.6.1 Sozinho categorias 22.6.2 Pais 22.6.3 Irmão 22.6.4 Outros familiares 22.6.5 Com crianças 22.7 Relação com outras crianças 22.8 Relação com outros adultos 22.9 Reacção a novos ambientes 22.10 Reacção a pessoas estranhas Sub-sub- 22.7.1 Facilidade categorias 22.7.2 Dificuldade Sub-sub- 22.8.1 Facilidade categorias 22.8.2 Dificuldade Sub-sub- 22.9.1 Bem categorias 22.9.2 Mal Sub-sub- 22.10.1 Bem categorias 22.10.2 Mal 22.10.3 Aproxima-se 22.10.4 Afasta-se A categoria 22 diz respeito à caracterização da criança e dividimo-la em dez sub-categorias. A sub-categoria 22.1 diz respeito à forma de reagir, a sub-categoria 22.2 refere-se às capacidades, a sub-categoria 22.2 diz respeito ao que mais gosta de fazer, a sub-categoria 22.4 diz respeito ao que menos gosta de fazer, a sub-categoria 22.5 refere-se aos 328 jogos/brincadeiras preferidos/as, a sub-categoria 22.6 diz respeito com quem costuma brincar, a sub-categoria 22.7 refere-se à relação com outras crianças, a sub-categoria 22.8 refere-se à relação com outros adultos, a sub-categoria 22.9 diz respeito à reacção a novos ambientes e a sub-categoria 22.10 refere-se à reacção a pessoas estranhas. Todas estas subcategorias foram divididas em sub-sub-categorias. A sub-categoria 22.1 é constituída por quadro sub-sub-categorias. A sub-sub-categoria 22.1.1 “teimosia”, a sub-sub-categoria 22.1.2 “meiguice”, sub-sub-categoria 22.1.3 “bem-disposta” e a sub-sub-categoria 22.1.4 “birrenta”. A sub-categoria 22.2 é constituída por três sub-sub-categorias. A sub-subcategoria 22.2.1 “inteligente”, a sub-sub-categoria 22.2.2 “sentido de humor” e a sub-subcategoria 22.2.3 “partilha”. A sub-categoria 22.3 é constituída por dez sub-sub-categorias. A sub-sub-categoria 22.3.1 “pintar”, a sub-sub-categoria 22.3.2 “tomar banho com os brinquedos”, a sub-sub-categoria 22.3.3 “brincar”, a sub-sub-categoria 22.3.4 “passear”, a sub-sub-categoria 22.3.5 “cantar e dançar”, a sub-sub-categoria 22.3.6 “fazer puzzles”, a sub-sub-categoria 22.3.7 “ver livros”, a sub-sub-categoria 22.3.8 “ver filmes”, a sub-subcategoria 22.3.9 “mexer nas „maminhas‟ da mãe” e a sub-sub-categoria 22.3.10 “ajudar na cozinha”. A sub-categoria 22.4 é constituída por cinco sub-sub-categorias. A sub-subcategoria 22.4.1 “comer”, a sub-sub-categoria 22.4.2 “vestir-se”, a sub-sub-categoria 22.4.3 “lavar os dentes”, a sub-sub-categoria 22.4.4 “dormir”e a sub-sub-categoria 22.4.5 “o que lhe mandam fazer”. A sub-categoria 22.5 é constituída por oito sub-sub-categorias. A sub-subcategoria 20.5.1 “correr”, a sub-sub-categoria 22.5.2 “jogar à bola”, a sub-sub-categoria 22.5.3 “brincar com motas e carros”, a sub-sub-categoria 22.5.4 “fazer construções”, a subsub-categoria 22.5.5 “brincar com a plasticina”, a sub-sub-categoria 22.5.6 “fazer puzzles”, a sub-sub-categoria 22.5.7 “brincar com bonecas” e a sub-sub-categoria 20.5.8 “ver filmes”. A sub-categoria 22.6 é constituída por seis sub-sub-categorias. A sub-sub-categoria 22.6.1 “sozinho”, a sub-sub-categoria 22.6.2 “pais”, a sub-sub-categoria 22.6.3 “irmão”, a sub-subcategoria 22.6.4. “outros familiares” e sub-sub-categoria 22.6.5 “com crianças”. A subcategoria 22.7 é constituída por duas sub-sub-categorias. A sub-sub-categoria 22.7.1 “facilidade” e a sub-sub-categoria 22.7.2 “dificuldade”. A sub-categoria 22.8 é constituída por duas sub-sub-categorias. A sub-sub-categoria 22.8.1 “facilidade” e a sub-sub-categoria 22.8.2 “dificuldade”. A sub-categoria 22.9 é constituída por duas sub-sub-categorias. A subsub-categoria 22.9.1 “bem” e a sub-sub-categoria 22.9.2 “mal”. A sub-categoria 22.10 é constituída por quatro sub-sub-categorias. A sub-sub-categoria 22.10.1 “bem”, a sub-subcategoria 22.9.2 “mal”, a sub-sub-categoria 22.10.3 “aproximar-se” e a sub-sub-categoria 22.10.4 “afastar-se”. 329 Categoria 23 – Importância da creche na adaptação ao jardim-deinfância Sub-categorias 23.1 Sim 23.2 Não A categoria 23 refere-se à importância da creche na adaptação ao jardim-de-infância e dividimo-la em duas sub-categorias. A sub-categoria 23.1 “Sim” e a sub-categoria 23.2 “Não”. 330 Anexo J - Grelhas das categorizações 331 332 Anexo J1 - Grelha das categorizações referentes às Educadoras de Infância 333 334 Categorias Rotina Diária do jardim-deinfância Horários do jardim-deinfância Regras do jardimde-infância Propostas de diferentes actividades do jardim-de- Facilidade Quem disse sobre a subcategoria EA; EB Dificuldade EA Tempo de adaptação EB EB: “uma criança que frequentou creche já passou por esta experiência, logo o período de adaptação às rotinas diárias será muito menor que uma criança que não frequentou creche”. Facilidade EB Dificuldade EB Tempo de adaptação EA; EB EB: “É uma adaptação que se nota muito a diferença entre as crianças que frequentaram creche com as que não frequentaram…. As crianças que frequentaram creche estão habituadas a horários, já adquiriram, mesmo que não sejam os mesmos, que existem e que têm de ser cumpridos”. EB: “É mais difícil uma criança que nunca frequentou creche se adaptar aos horários do jardim-deinfância”. EA: “adaptação é feita de uma forma mais rápida pelas crianças que frequentaram creche”. EB: “As crianças que não frequentaram creche precisam de tempo para se adaptarem aos horários”. Facilidade EB Dificuldade EA; EB Tempo de adaptação EB Participação EA; EB Sub-categorias Transcrição EA: “Sim, uma criança que frequentou creche adapta-se melhor às rotinas diárias comparada com uma criança que não frequentou creche, porque consegue ajustar-se mais rápido às rotinas diárias do jardim-de-infância, o ir à casa de banho, o fazer o comboio, o ouvir uma história”. EB: “uma criança que frequentou creche adapta-se melhor às rotinas diárias comparada com uma criança que não frequentou creche”. EA: “ „estranho‟ e difícil para a que não frequentou creche”. EB: “As crianças que frequentaram a creche já têm mais facilidade em compreender as regras do jardim-de-infância, pois também na creche existiam regras as quais tinham de ser cumpridas”. EA: “Todas têm dificuldades, sendo um grupo novo com Educadora desconhecida todas as crianças têm que se adaptar às novas regras, porque cada sala é um caso, cada Educadora é uma pessoa com regras diferentes. Se a Educadora da creche continuar com o grupo no jardim-de-infância as crianças que não pertenciam ao grupo, as que não frequentaram creche, vão sentir mais dificuldades em adaptarem-se às regras do jardim-de-infância”. EB: “As crianças que não frequentaram creche têm mais dificuldades em aderir a determinadas regras, principalmente no período de adaptação”. EB: “As crianças que não frequentaram creche… demoram mais tempo a perceber que existem regras no jardim-de-infância e que têm de ser cumpridas”. EA: “Normalmente é dessa forma que se processa a participação das crianças nas actividades. As crianças que frequentaram a creche aderem mais facilmente… comparadas com as crianças que não frequentaram creche”. EB: “Sim…Porque já estão habituadas a realizar variadas actividades, utilizares diversos materiais. 335 Categorias Sub-categorias Quem disse sobre a subcategoria infância Interacção com os colegas da sala Interacção com os adultos Partilhar brinquedos Expressão dos sentimentos Socialização Transcrição Para as crianças que frequentaram creche qualquer actividade realizada já não é totalmente novidade, há sempre uma parte desta que se assemelha a alguma já realizada na creche”. EB: “As crianças que não frequentaram creche inibem-se mais nas actividades propostas”. Não participação Tipo de actividades EB EA; EB EA: “as actividades propostas por mim e pelas professoras das actividades extracurriculares”. EB: “As crianças que frequentaram creche aderem mais a actividades de expressão motora, como por exemplo percursos, têm mais facilidade em controlam o seu corpo”. Facilidade EA; EB Dificuldade 0 EA: “As crianças que frequentam creche interagem melhor com os colegas, mesmo que não tenham vindo da mesma creche”. EB: “No período de adaptação as crianças que frequentam creche interagem mais com os colegas, pois normalmente a maioria destes colegas já pertenceram ao seu grupo nos anos anteriores”. ________________________________________________________________________________________ Facilidade EA Dificuldade 0 Facilidade EA; EB Dificuldade EB Facilidade EA EA: “penso que as crianças que nunca tenham frequentaram creche o façam melhor”. Dificuldade 0 _______________________________________________________________________________________ Mais sociável EA; EB EA: “Sim, sem dúvida, porque está habituada a ver muitos adultos, a ficar com pessoas diferentes e a estar com os seus pares sabendo solucionar os conflitos e qual a melhor forma de o fazer”. EA: “As crianças que não frequentaram a creche por serem mais dependentes e por não terem estabelecido até então uma relação com a maioria dos colegas da sala”. ________________________________________________________________________________________ EA: “As que não frequentaram creche, por quererem uma integração grupal são mais benevolentes com os amigos”. EB: “As crianças na creche aprendem a partilhar os brinquedos com os colegas da sala. Por este motivo as crianças que frequentaram creche têm mais facilidade em partilhar com os colegas os brinquedos da sala e os brinquedos que trazem de casa”. EB: “As crianças que não frequentaram creche têm mais dificuldade em partilhar os brinquedos, é uma aprendizagem que demora tempo, principalmente as crianças que não têm irmãos”. 336 Categorias Papel da creche no desenvolvimento social Sub-categorias Quem disse sobre a subcategoria Menos sociável 0 Conviver com crianças EA; EB Conviver com adultos EA; EB Diversidade de aprendizagens EB Respeito e partilha EA Transcrição EB: “Sim…Na adaptação ao jardim-de-infância é muito visível que uma criança que frequentou creche é mais sociável. Uma criança que frequentou creche está mais habituada a conviver com crianças da sua idade e não só”. ________________________________________________________________________________________ EA: “Sim, na creche aprende-se a base do desenvolvimento social, a criança aprende a respeitar-se a si, as outras crianças”. EB: “A criança ao frequentar a creche tem oportunidade de conviver com muitas crianças da mesma idade”. EA: “Sim, na creche aprende-se a base do desenvolvimento social, a criança aprende a (respeitar) … os adultos”. EB: “A criança ao frequentar a creche tem oportunidade de conviver… com vários adultos”. EB: “penso que a creche tem um papel importante no desenvolvimento social da criança, pois permite à criança realizar muitas aprendizagens relacionadas com a socialização, facilitando assim a adaptação desta ao jardim-de-infância”. EA: “Aprende também a ouvir os outros, a estar e a partilhar”. 337 338 O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância Anexo J2 - Grelha das categorizações referentes aos Pais 339 340 Categorias Adulto que ficou com a criança até entrar para o jardim-deinfância Razão para não frequentar a creche Adulto cuidador tinha mais criança à sua responsabilidade Idade com que entrou na creche Razão para frequentar a creche Quem disse sobre a sub-categoria MC4 MC3 MC4 MC4: “Ficou com a avó”. MC3: “Ficou com a tia”. MC4: “e uma senhora que ainda vai lá a casa”. Disponibilidade pessoal Ter alguém de confiança para ficar o filho Considerar que as creches existentes não eram adequadas Sim 0 __________________________________________________________________________ MC3; MC4 MC3: “Porque tinha a possibilidade de ter um acompanhamento mais personalizado”. MC4: “Ficou com a avó e uma senhora que ainda vai lá a casa”. MC4 MC4: “por conselho da pediatra”. MC3 MC3: “Cuidava de só mais uma criança”. Não MC4 MC4: “Não”. 4 Meses MC1 5 Meses MC2 MC1: “Entrou após ter feito quatro meses, no primeiro mês de creche eu estava de férias, durante este a C1 não foi a tempo inteiro”. MC2: “Entrou com cinco meses”. Falta de disponibilidade pessoal Não ter alguém de confiança para ficar o filho Considerar que a creche era adequada MC1 MC1: “A razão principal foi o trabalho, mas mesmo que não trabalhasse eu teria colocado a C1 na mesma na creche”. 0 __________________________________________________________________________ MC1; MC2 MC1: “mesmo que não trabalhasse eu teria colocado a C1 na mesma na creche. Na creche desenvolvem-se mais, é muito importante para as crianças”. MC2: “Eu tinha a possibilidade de deixar a C2 com a minha mãe, mas obtei pela creche, já tinha lá o meu outro filho. E acho que a creche é fundamental para o desenvolvimento das crianças; aprenderem regras com os avós era mais complicado”. Sub-categorias Avó Tia Ama Sub-sub-categorias Transcrição 341 Categorias Sub-categorias Participação dos pais na creche Participação regular Participação nas reuniões Participação nas festas Espaço físico Caracterização da creche Papel da creche no desenvolvimento social Papel da creche Sub-sub-categorias Quem disse sobre a sub-categoria MC1 MC1; MC2 MC2 MC1; MC2 Recursos humanos Material didácticopedagógico Relação com outras crianças MC1; MC2 Relação com adultos MC1; MC2 Participação em actividades MC1 Aprendizagem das regras Estimular/desen volver as crianças MC2 MC1 MC1; MC2 MC1; MC2 Transcrição MC1: “Tive uma participação activa… sempre que possível falava com a Educadora para saber como estava a C1, como tinha passado o dia”. MC1: “fui sempre às reuniões”. MC2: “Participei sempre nas reuniões da instituição”. MC2: “Participei sempre… nas festas de Natal e final de ano lectivo”. MC1: “Gostei muito da creche… excelente, tanto a nível… do espaço”. MC2: “A creche tem boas condições com um ambiente acolhedor”. MC1: Gostei muito da creche, excelente, tanto a nível do pessoal”. MC2: “os adultos são pessoas espectaculares”. MC1: “Gostei muito da creche… do material”. MC1: “Na minha opinião a creche é muito importante para o desenvolvimento social das crianças, porque estas aprendem a conviver com muitas crianças”. MC2: “Na creche aprende muito, aprende… a estar em grupo com crianças da sua idade”. MC1: “Na minha opinião a creche é muito importante para o desenvolvimento social das crianças, porque estas aprendem a conviver com… adultos”. MC2: “Tem um papel fundamental, porque a criança é acompanhada por um profissional durante todo o dia. Na creche aprende muito, aprende… a relacionar-se com diferentes adultos”. MC1: “Também devido ao facto de estarem com uma Educadora durante todo o dia, com a qual realizam actividades específicas que fazem com que o desenvolvimento social se desenvolva de forma correcta e rápida”. MC2: “Na creche aprende muito, aprende a partilhar, a estar em grupo com crianças da sua idade”. MC1: “permite que as crianças se desenvolvam mais e mais rapidamente. Pois as crianças são acompanhadas por uma Educadora, uma profissional que sabe como estimulá-las para que assim ocorra um desenvolvimento mais rápido”. MC2: “Tem um papel fundamental, porque a criança é acompanhada por um profissional durante todo o dia”. 342 Categorias Sub-categorias Ensinar as crianças a conviver com diferentes pessoas Ensinar as crianças a partilhar Opção Creche: opção/ “obrigação” Adulto que vai levar a criança ao jardim-deinfância Adulto que vai buscar a criança ao jardim-deinfância Percepção sobre o bem-estar da criança no jardim-deinfância Sub-sub-categorias Tempo inteiro Só algumas horas Quem disse sobre a sub-categoria MC1; MC2 Transcrição MC1: “também o facto de conviverem com muitas crianças da mesma idade e não só, aprendem mais sobre realidades que em casa não existem”. MC2: “Na creche aprende muito… estar em grupo com crianças da sua idade, a relacionar-se com diferentes adultos”. MC2 MC2: “Na creche aprende muito, aprende a partilhar”. 0 MC1; MC2 __________________________________________________________________________ MC1: “Sim, como já referi anteriormente, não seria a tempo inteiro”. MC2: “Sim, não a tempo inteiro, vinha buscá-lo mais cedo”. __________________________________________________________________________ “Obrigação” 0 Mãe MC1; MC2; MC4 Pai MC2; MC3 Companheiro da mãe Mãe MC1 MC1: “Sou eu”. MC2: “Os pais”. MC4: “A mãe”. MC2: “Os pais”. MC3: “O pai”. MC1: “ou meu companheiro depende dos horários, como são rotativos”. MC1 MC1: “Também sou eu”. Pai MC2; MC3; MC4 Companheiro da mãe Avó MC1 MC2: “Quase sempre o pai”. MC3: “O pai”. MC4: “O pai”. MC1: “ou o meu companheiro, depende do horário”. MC4 MC4: “ou a avó”. Contente MC1; MC2 Triste MC3; MC4 MC1: “Fica muito bem, adora ir para a escolinha ter com os amigos”. MC2: “Fica contente, dá um beijinho a cada um”. MC3: “No primeiro mês ficava sempre a chorar, o pai ficava com ela durante muito tempo, para o pai se ir embora a C3 tinha de ficar na sala da prima”. MC4: “Nas primeiras semanas ficou a choramingar”. Quando vai levar a criança 343 Categorias Sub-categorias Quando vai buscar a criança Média das horas diárias que está na instituição Criança partilha a mesma instituição com o irmão Razão por colocá-lo neste jardim-deinfância Sub-sub-categorias A brincar com os amigos A brincar sozinha Junto de um adulto Contente Quem disse sobre a sub-categoria MC2 0 0 MC1; MC2 Transcrição MC2: “vai para junto dos amigos”. __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ MC1: “Sempre bem”. MC2: “Mais contente do que fica de manhã, quer sempre ficar mais um pouco”. __________________________________________________________________________ MC1: “muitas vezes nem quer vir para casa, quer ficar mais tempo a brincar com os seus amiguinhos”. MC2: “quer sempre ficar mais um pouco a brincar com os amigos”. Triste Brincar com os amigos 0 MC1; MC2 Brincar sozinha MC4 MC4: “Está bem, a brincar, normalmente sozinha”. Junto de um adulto MC3 MC4 MC3: “No primeiro mês encontrava-a quase sempre junto a um adulto”. MC4: “Está 6 horas e meia”. MC3 MC1 MC3: “Está 8 horas”. MC1: “Está normalmente 8 horas e meia. Quando estou de folga, fica muitas vezes comigo em casa ou vou buscá-la mais cedo”. Nove horas Sim MC2 MC2 MC2: “Está 9 horas”. MC2: “Sim”. Não 0 __________________________________________________________________________ Recomendação MC3; MC4 MC3: “porque em Castelo Branco esta instituição é muito recomendada”. MC4: “Por referência”. Instalações MC1; MC2; MC4 Recursos humanos MC1 MC1: “o espaço também é muito bom”. MC2: “acolhedor”. MC4: “também gostei muito das instalações, da higienização… senti-me bem aqui logo o meu filho também se sentirá bem”. MC1: “tem uma equipa de trabalho óptima”. Seis horas e meia Oito horas Oito horas e meia 344 Categorias Sub-categorias Qualidade Educativa Os sentimentos que provocou em si a entrada no jardim-deinfância Adaptação ao jardim-deinfância Sub-sub-categorias Quem disse sobre a sub-categoria MC4 Frequentava a instituição anteriormente MC1; MC2 Frequentado por uma criança da sua família Alegria MC2; MC3 Tristeza MC3 Preocupação MC4 Angústia MC3 Fácil MC1; MC2; MC4 Difícil MC3 MC1; MC2 Transcrição MC4: “também gostei muito… da organização e do método”. MC1: “Porque a creche que a C1 frequentou pertence à mesma instituição do jardimde-infância que frequenta”. MC2: “Porque a creche que o meu filho frequentou pertence à mesma instituição, já tinha um filho neste jardim-de-infância”. MC2: “já tinha um filho neste jardim-de-infância”. MC3: “Porque a C3 tem cá uma prima”. MC1: “Senti-me orgulhosa da C1, está a ficar crescida”. MC2: “Só de alegria, não fiquei preocupada com a mudança, pois o C2 manteve-se na mesma instituição, com a mesma Educadora”. MC3: “Senti-me triste… quando fui falar com a directora até chorei, sentia-me mal pois estava sempre a pensar que ia „despejar‟ ali a minha filha, foi um período difícil para mim”. MC4: “Sim fiquei preocupada, custou-me muito nos primeiros 15 dias”. MC3: “Senti-me… angustiada, quando fui falar com a directora até chorei, sentia-me mal pois estava sempre a pensar que ia “despejar” ali a minha filha, foi um período difícil para mim”. MC1: “Correu bem, não sentiu nenhuma dificuldade em adaptar-se, estava completamente integrada no grupo e tem uma boa relação com a Educadora”. MC2: “Correu muito bem, sentiu que há coisas diferentes, a sala é maior, mais livros e brinquedos, A auxiliar não é a mesma. Mas não sentiu nenhuma dificuldade em adaptar-se”. MC4: “Acho que correu bem. A C4 estava preparada para ir para o jardim-de-infância, em casa falávamos disso”. MC3: “O primeiro mês foi muito complicado, não queria ir, estava sempre a dizê-lo até ao fim de semana, acordava a chorar que não gostava da escola”. 345 Categorias Relação com as crianças do jardim-deinfância Relação com os adultos do jardim-deinfância Fala sobre colegas e/ou adultos do jardim-deinfância Sub-categorias Interage com as crianças Sub-sub-categorias Quem disse sobre a sub-categoria MC1; MC2; MC3; MC4 Transcrição Não interage com as crianças Afasta-se das crianças Interage com os adultos 0 MC1: “Sim, a Educadora comenta comigo que se dá bem com todos os coleguinhas, nunca tive nenhuma queixa”. MC2: “Sim, é muito dado”. MC3: “Sim, está-se a integrar num grupo onde a maioria das crianças já se conheciam e a C3 não conhecia ninguém”. MC4: “Sim… acho que sim, pelo menos a Educadora nunca me disse o contrário”. __________________________________________________________________________ 0 __________________________________________________________________________ MC1; MC2; MC3; MC4 Não interage com os adultos Permanece junto dos adultos Afasta-se dos adultos Sim 0 MC1: “Gosta de estar com os adultos, conversa muito, relaciona-se bem com estes”. MC2: “é um espectáculo a forma como se relaciona com os adultos”. MC3: “Sim, tem uma relação melhor com os adultos do que as crianças”. MC4: “penso que sim”. __________________________________________________________________________ 0 __________________________________________________________________________ 0 __________________________________________________________________________ MC1; MC2; MC3; MC4 Frequência com que fala MC1; MC2; MC3; MC1: “Também conta o que se passou no jardim-de-infância, falando assim dos seus colegas, da Educadora e da Auxiliar. Também fala das professoras de Educação Física e de Música”. MC2: “Conta tudo”. MC3: “Sim…. Fala mais dos adultos do que dos colegas”. MC4: “Sim, conta tudo o que faz na instituição”. MC1: “principalmente quando está a brincar sozinha, faz de conta que está a brincar com os seus amigos do jardim-de-infância, diz os seus nomes. Também conta o que se passou durante o dia no jardim-de-infância”. MC2: “no dia-a-dia conta o que faz, o que aconteceu, diz mesmo „vamos conversar mamã‟ ”. MC3: “pouco”. 346 Categorias Sub-categorias Sub-sub-categorias Não Caracterização da criança Forma de reagir Capacidades O que mais gosta de fazer Quem disse sobre a sub-categoria 0 Teimosia MC1; MC2; MC3; MC4 Meiguice MC1; MC2; MC3; MC4 Bem-disposta Birrenta MC2 MC4 Inteligente MC1; MC4 Sentido de humor Partilha Pintar MC2 MC3 MC2; MC4 Tomar banho com os brinquedos Brincar MC4 Passear Cantar e dançar Fazer puzzles Ver livros Ver filmes Mexer nas “maminhas” da mãe Ajudar na cozinha MC2 MC2 MC3 MC3 MC2 MC3 MC1; MC2 MC1 Transcrição __________________________________________________________________________ MC1: “É uma menina linda, é muito teimosa”. MC2: “testa os pais até ao limite, é muito teimoso”. MC3: “A C3 tem uma personalidade forte, é muito teimosa”. MC4: “A C4 é… também é teimosa”. MC1: “é muito meiga”. MC2: “muito meigo”. MC3: “A C3 é muito… carinhosa e amiga”. MC4: “A C4 é muito querida”. MC2: “é muito… divertido, bem-disposto”. MC4: “A C4… faz birras, que é normal na sua idade, tenta levar os pais até ao seu limite”. MC1: “A C1 é esperta, muito esperta, gosta muito da escolinha”. MC4: “é muito inteligente”. MC2: “tem um sentido de humor muito apurado, gosta de mandar piadas”. MC3: “empresta os brinquedos aos amigos”. MC2: “gosta muito de pintar”. MC4: “Gosta de pintar com canetas”. MC4: “tomar banho com todos os seus brinquedos”. MC1: “Brincar com as bonecas”. MC2: “Gosta muito de brincar com carros”. MC2: “adora andar de trotineta, passear no campo”. MC2: “de música, de cantar e dançar”. MC3: “fazer puzzles”. MC3: “gosta de ver livros”. MC2: “Gosta muito de… ver filmes”. MC3: “O que gosta mais é de mexer nas „maminhas‟ da mãe”. MC1: “ainda gosta mais de ajudar na cozinha, faz várias tarefas, uma delas é ajudar a fazer a salada”. 347 Categorias Sub-categorias O que menos gosta de fazer Jogos/brincadei ras preferidos/as Com quem costuma brincar Sub-sub-categorias Comer Quem disse sobre a sub-categoria MC3; MC4 Vestir-se Lavar os dentes Dormir O que lhe mandam fazer MC2 MC2 MC3 MC1; MC2 Correr Jogar à bola Brincar com motas e carros Fazer construções Brincar com a Plasticina Fazer puzzles MC4 MC4 MC2; MC4 Brincar com bonecas Ver livros Sozinho MC1 Pais MC1; MC2; MC4 Irmão Outros familiares MC2 MC2; MC3; MC4 Com crianças MC2 MC2 MC3 MC1; MC3 MC3 MC1; MC3 Transcrição MC3: “comer”. MC4: “De comer lá em casa, aqui na instituição a Educadora diz-me que come bem”. MC2: “de se vestir”. MC2: “De lavar os dentes”. MC3: “De dormir”. MC1: “O que lhe mandam, detesta ser mandada, é muito teimosa.”. MC2: “de se sentar à mesa, às horas que os pais mandam, diz sempre „é só mais um bocadinho‟ ”. MC4: “correr”. MC4: “jogar à bola”. MC2: “Brincar com os carros”. MC4: “Brincar com motas, carrinhos”. MC2: “fazer construções”. MC3: “Brincar com a plasticina”. MC1: “fazer puzzles”. MC3: “fazer puzzles”. MC1: “Brincar com as bonecas”. MC3: “ver livros”. MC1: “sozinha”. MC3: “sozinha”. MC1: “Com a mãe, com o Jorge”. MC2: “Com os pais”. MC4: “Com os pais”. MC2: “mano”. MC2: “com os primos, tem muitos”. MC3: “Com as primas”. MC4: “a avó e a prima que tem a mesma idade”. MC2: “Também com filhos de casais nossos amigos”. 348 Categorias Sub-categorias Relação com outras crianças Relação com outros adultos Reacção a novos ambientes Reacção a pessoas estranhas Sub-sub-categorias Facilidade Quem disse sobre a sub-categoria MC1; MC2; MC3; MC4 Dificuldade Facilidade 0 MC1; MC2; MC3 Dificuldade MC4 Bem MC1; MC2; MC3; MC4 Mal 0 Bem Mal 0 MC1; MC2; MC3; MC4 Aproxima-se Afasta-se 0 MC1; MC4 Transcrição MC1: “Muito bem, vai logo meter-se com elas, fala muito e brinca muito”. MC2: “Relaciona-se muito bem”. MC3: “Relaciona-se bem, sem conflitos”. MC4: “Bem, mas é muito tímido no primeiro contacto”. _________________________________________________________________________ MC1: “Gosta de estar com os adultos, conversa muito, relaciona-se bem com estes”. MC2: “Bem, conversa muito com os adultos”. MC3: “É uma maravilha, gosta muito de conversar com os adultos e de estar junto destes”. MC4: “É muito tímido, se não conhece bem, esconde-se atrás de nós, mesmo que conheça fala pouco”. MC1: “Fica mais agitada, mas depois adapta-se bem, gosta de conhecer novos sítios. Dorme bem e não estranha a cama”. MC2: “Normalmente reage muito bem, gosta de conhecer novos ambientes, e reage „UAUH!‟ ”. MC3: “Actualmente bem, antes de entrar para o jardim-de-infância era complicado, pois quando íamos a um sítio com muitas pessoas a C3 queria ir logo para casa, não se sentia bem junto de muitas pessoas”. MC4: “Bem, até que não conheça bem está sempre junto dos pais”. __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ MC1: “Não fala”. MC2: “A pessoas estranhas reage com timidez, não dirige a palavra”. MC3: “Não dá confiança a pessoas estranhas, não fala nem vai a lado nenhum com estranhos”. MC4: “Não fala”. __________________________________________________________________________ MC1: “afasta-se”. MC4: “nem se aproxima delas”. 349 Categorias Importância da creche na adaptação ao jardim-deinfância Sim Quem disse sobre a sub-categoria MC1; MC2 Não MC3; MC4 Sub-categorias Sub-sub-categorias Transcrição MC1: “É claro que teve, influenciou o facto de estar habituada a conviver com muitas crianças e adultos. O facto de estar na creche permitiu que a adaptação ao jardim-deinfância fosse muito boa, já estava adaptada ao ritmo dos horários, o facto de termos de ir trabalhar, à instituição”. MC2: “É obvio que sim, tendo frequentando a creche a adaptação ao jardim-deinfância foi muito mais fácil, não teve qualquer dificuldade”. MC3: “Acho que o frequentar creche não é fundamental para uma boa adaptação ao jardim-de-infância, penso que depende muito da personalidade da criança. No entanto, o período de adaptação ao jardim-de-infância é maior para as crianças que não frequentaram creche”. MC4: “A adaptação da C4 foi boa, por isso penso que o frequentar creche não é indispensável para que a adaptação seja boa ao jardim-de-infância. A C4 apesar de tímida, estava preparada para vir para o jardim-de-infância, penso que veio na idade certa para uma instituição. Mas compreendo que a adaptação ao jardim-de-infância será mais rápida para as crianças que frequentaram creche, pois já estão habituadas a estar diariamente numa instituição, com regras, com muitas crianças e adultos”. 350