Instituto Politécnico de Castelo Branco
Escola Superior de Educação
O Papel da Creche na Adaptação da Criança ao
Contexto do Jardim-de-Infância
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
Relatório de Estágio apresentado ao Instituto Politécnico de Castelo Branco para cumprimento
dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Educação Pré-escolar e Ensino do
1ºCiclo do Ensino Básico, realizado sob a orientação científica da Professora Doutora Cristina
Pereira, da Escola Superior de Educação do Politécnico de Castelo Branco e co-orientação da
Professora Mestre Luísa Nave, da Escola Superior de Educação do Politécnico de Castelo Branco.
2011
Brincava a criança
Com um carro de bois.
Sentiu-se brincando
E disse, eu sou dois!
Há um a brincar
E há outro a saber,
Um vê-me a brincar
E outro vê-me a ver.
Estou por trás de mim
Mas se volto a cabeça
Não era o que eu queria
A volta só é essa...
O outro menino
Não tem pés nem mãos
Nem é pequenino
Não tem mãe ou irmãos.
E havia comigo
Por trás de onde eu estou,
Mas se volto a cabeça
Já não sei o que sou.
E o tal que eu cá tenho
E sente comigo,
Nem pai, nem padrinho,
Nem corpo ou amigo,
Tem alma cá dentro
Está a ver-me sem ver,
E o carro de bois
Começa a parecer.
Fernando Pessoa (1986, p.101)
ii
Agradecimentos
O trabalho levado a cabo para esta investigação não teria sido possível sem o apoio e
incentivo dos que me acompanharam nesta caminhada. Foram muitas as pessoas que
amavelmente colaboraram e cooperaram, directa e indirectamente, neste trabalho. Neste
sentido, não posso deixar de expressar a minha enorme gratidão pelo empenho demonstrado, em
diferentes níveis, por várias pessoas.
Agradeço à Professora Doutora Cristina Pereira pela sabedoria, orientação, disponibilidade
e, de modo especial, pelo apoio, incentivo e amizade.
À Mestre Luísa Nave, pelo contributo, conselho, ajuda e amizade na co-orientação.
À Directora Pedagógica do jardim-de-infância, pela autorização da recolha das
observações na instituição.
Às Educadoras de Infância, que permitiram as observações de algumas crianças dos seus
grupos, à sua colaboração nas entrevistas, às informações prestadas e ao apoio demonstrado
durante a fase de recolha de dados, expresso o meu agradecimento.
Aos Pais das crianças, por permitirem anotar as observações que serviram de base ao
trabalho e à sua colaboração nas entrevistas, aqui deixo registado o meu bem-haja.
O mesmo agradecimento é devido a todos os familiares e amigos, pelo apoio e incentivo
que me deram nas diferentes etapas desta investigação.
iii
Palavras chave: Criança; Creche; Desenvolvimento social; Adaptação ao jardim-de-infância;
Estudo de caso comparativo
Resumo
O trabalho aqui apresentado insere-se no âmbito do relatório de estágio da Unidade
Curricular “Prática Supervisionada em Educação Pré-Escolar”, para a obtenção do grau de mestre
em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico.
Actualmente, considera-se que a creche desempenha um importante papel no
desenvolvimento da criança. Este estudo procurou analisar em que medida a frequência da
creche contribui para a adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância e, deste modo,
investigar se a creche é (ou não) um meio adequado para promover o desenvolvimento social da
criança.
Assim, procedeu-se à realização de um estudo de caso comparativo de carácter
qualitativo, integrando crianças que frequentam pela primeira vez o jardim-de-infância: duas
crianças que frequentaram creche e duas crianças que não frequentaram creche.
A informação foi obtida através de diferentes técnicas e instrumentos de recolha de dados
(análise documental, observação, notas de campo, grelhas de observação de comportamentos,
Escala de Envolvimento da Criança, (Laevers, 1994) e entrevista semi-estruturada). A análise de
dados permitiu-nos compreender que a creche teve um papel importante no desenvolvimento
social das crianças que a frequentaram, uma vez que as crianças que não frequentaram creche
apresentam menores competências de interacção social comparadas com as crianças que
frequentaram creche. No entanto, esta investigação revelou, de forma evidente, que a
frequência ou não de creche e a adaptação ao jardim-de-infância é uma experiência
acompanhada sempre por uma enorme complexidade de condições e variáveis.
São ainda apresentadas algumas limitações do estudo e finalmente algumas reflexões para
a prática profissional.
iv
Key words: Child; Kindergarten; Social development; Kindergarten coping; Comparative case
study
Abstract
This work has to do with the report of probationer of the study unit “Prática
Supervisionada em Educação Pré-Escolar” (Supervised Practice of Kindergarten Education
Methods), to achieve a Master`s Degree in Kindergarten Education Methods and Basic Teaching
(ages 6 to 10).
Nowadays, kindergarten is considered very important in the development of children‟s
skills. This investigation‟s goal was to find out, in to what extent, attending child day care
center will make adapting to kinder garden an easier task and, as consequence, investigate if
kinder garden is, or not, a good environment to promote children‟s social skills‟ development.
Thus, we proceeded to carry out a comparative case study of a qualitative nature,
integrating children who were attending kindergarten for the first time: two children who
previously attended child day care and two children who didn‟t attend child day care.
The information was obtained through different techniques and instruments for data
collection (document analysis, observation, field notes, behavioral observation tables, the Child
Involvement Scale (Laevers, 1994) and semi-structured interview). The data analysis allowed us
to understand that the child day care had an important role in social development of children
who attended it, since children who did not attend day care showed lower social interaction
skills when compared with children who attended day care. However, this research revealed,
evidently, that with or without attending child day care, adapting to kindergarten experience is
always involved in an enormous complexity of conditions and variables.
We also wrote about the limitations of this investigation and finally some considerations
about professional practice.
v
Índice geral
Agradecimentos ................................................................................................... iii
Resumo ............................................................................................................. iv
Abstract ............................................................................................................. v
Índice geral ........................................................................................................ vi
Índice de Gráficos ................................................................................................ ix
Índice de Quadros ................................................................................................. x
Introdução .......................................................................................................... 1
PARTE I - ENQUADRAMENTO TEÓRICO........................................................................ 4
1.
Introdução ..................................................................................................... 5
1.1. Desenvolvimento social da criança .................................................................. 5
1.1.1.
O papel da família no desenvolvimento social da criança ............................... 8
1.2. Educação e creche ..................................................................................... 9
1.2.1.
O papel do educador de infância na creche .............................................. 14
1.3.
O papel do jardim-de-infância ..................................................................... 17
1.4. Adaptação da criança ................................................................................ 20
1.4.1.
Adaptação da criança ao jardim-de-infância ............................................. 20
1.4.2.
O papel da família na adaptação da criança ao jardim-de-infância ................. 25
1.4.3.
O papel do educador de infância na adaptação da criança ao jardim-de-infância 27
PARTE II – ESTUDO EMPÍRICO ................................................................................. 29
2.
Introdução ................................................................................................... 30
2.1. Investigação Qualitativa – Justificação da Opção metodológica ............................. 31
2.1.1.
O Estudo de Caso na Investigação Qualitativa ........................................... 32
2.2.
Identificação do local do estudo ................................................................... 34
2.3. Participantes no estudo ............................................................................. 34
2.3.1.
Caracterização dos participantes no estudo .............................................. 34
2.4. Técnicas de recolha de dados / Instrumentos ................................................... 36
2.4.1.
Análise Documental ........................................................................... 36
2.4.2.
Observação ..................................................................................... 37
2.4.2.1. Notas de campo ............................................................................. 37
2.4.2.2. Grelhas de observação de comportamento ............................................ 38
2.4.2.2.1. Grelha de observação de participação nas actividades ........................ 38
2.4.2.2.2. Grelha de observação de interacções (baseada no modelo High-Scope) .... 38
2.4.2.3. Escala de Envolvimento da Criança ..................................................... 39
2.4.3.
Entrevista Semi-estruturada ................................................................. 41
2.5.
Validação e fidelidade ............................................................................... 43
vi
2.6.
Procedimentos ........................................................................................ 44
2.7.
Métodos de Análise dos Dados ...................................................................... 45
2.8. Apresentação e Análise dos Dados ................................................................. 47
2.8.1.
Grelhas de observação de comportamento ............................................... 47
2.8.2.
Escala de Envolvimento da Criança ........................................................ 61
2.8.3.
Entrevistas ...................................................................................... 71
2.9.
Discussão dos resultados ............................................................................ 86
2.10. Limitações do estudo ................................................................................ 88
2.11. Reflexões para a prática profissional ............................................................. 89
Referências Bibliográficas ...................................................................................... 91
ANEXOS ............................................................................................................ 99
Anexo A - Documentos comprovativos de autorizações formais concedidas para a realização do
Estudo ............................................................................................................. 101
Anexo A1 - Documento comprovativo da autorização formal concedida pela instituição ...... 103
Anexo A2 - Documento comprovativo da autorização formal concedida pela Educadora de
Infância A ...................................................................................................... 107
Anexo A3 - Documento comprovativo da autorização formal concedida pela Educadora de
Infância B ...................................................................................................... 111
Anexo B - Instrumentos ........................................................................................ 119
Anexo B1 - Grelha de observação de participação nas actividades ................................. 121
Anexo B2 - Grelha de observação de interacções (baseada no modelo High-Scope) ............. 125
Anexo B3 - Escala de Envolvimento da Criança ......................................................... 129
Anexo B4 - Guião de Entrevista às Educadoras de Infância ........................................... 133
Anexo B5 - Guião de Entrevista aos Pais ................................................................. 139
Anexo C - Notas de campo .................................................................................... 147
Anexo D - Grelhas de observação de comportamentos preenchidas ................................... 169
Anexo E - Registos da Escala de Envolvimento da Criança .............................................. 211
Anexo F - Reflexões das Educadoras de Infância sobre a adaptação das crianças ao jardim-deinfância ........................................................................................................... 229
Anexo G - Protocolos das Entrevistas ....................................................................... 235
Anexo G1 - Protocolo da Entrevista à Educadora de Infância A ..................................... 237
Anexo G2 - Protocolo da Entrevista à Educadora de Infância B ..................................... 245
Anexo G3 - Protocolo da Entrevista à Mãe da Criança 1 (MC1) ...................................... 253
Anexo G4 - Protocolo da Entrevista à Mãe da Criança 2 (MC2) ...................................... 265
Anexo G5 - Protocolo da Entrevista à Mãe da Criança 3 (MC3) ...................................... 277
Anexo G6 - Protocolo da Entrevista à Mãe da Criança 4 (MC4) ...................................... 289
Anexo H - Documentos comprovativos de validação das Entrevista ................................... 301
Anexo H1 - Documento comprovativo de validação das Entrevistas das Educadoras de
Infância ........................................................................................................ 303
Anexo H2 - Documento comprovativo de validação das Entrevista dos Pais ...................... 307
Anexo I - Análise das categorias.............................................................................. 311
Anexo I1 - Análise das categorias referentes às Educadoras de Infância ........................... 313
Anexo I2 - Análise das categorias referentes aos Pais ................................................. 319
vii
Anexo J - Grelhas das categorizações ....................................................................... 331
Anexo J1 - Grelha das categorizações referentes às Educadoras de Infância ..................... 333
Anexo J2 - Grelha das categorizações referentes aos Pais ........................................... 339
viii
Índice de Gráficos
Gráfico 1. Níveis de Envolvimento da Criança 1 (1ª utilização) ......................................... 61
Gráfico 2. Níveis de Envolvimento da Criança 2 (1ª utilização) ......................................... 61
Gráfico 3. Níveis de Envolvimento da Criança 3 (1ª utilização) ......................................... 62
Gráfico 4. Níveis de Envolvimento da Criança 4 (1ª utilização) ......................................... 62
Gráfico 5. Níveis de Envolvimento das crianças que frequentaram creche e das que não
frequentaram (1ª utilização) .................................................................................. 62
Gráfico 6. Níveis de Envolvimento da Criança 1 (2ª utilização) ......................................... 63
Gráfico 7. Níveis de Envolvimento da Criança 2 (2ª utilização) ......................................... 63
Gráfico 8. Níveis de Envolvimento da Criança 3 (2ª utilização) ......................................... 64
Gráfico 9. Níveis de Envolvimento da Criança 4 (2ª utilização) ......................................... 64
Gráfico 10. Níveis de Envolvimento das crianças que frequentaram creche e das que não
frequentaram (2ª utilização) .................................................................................. 64
Gráfico 11. Níveis de Envolvimento da Criança 1 (3ª utilização) ....................................... 65
Gráfico 12. Níveis de Envolvimento da Criança 2 (3ª utilização) ....................................... 65
Gráfico 13. Níveis de Envolvimento da Criança 3 (3ª utilização) ....................................... 66
Gráfico 14. Níveis de Envolvimento da Criança 4 (3ª utilização) ....................................... 66
Gráfico 15. Níveis de Envolvimento das crianças que frequentaram creche e das que não
frequentaram (3ª utilização) .................................................................................. 66
Gráfico 16. Níveis de Envolvimento da Criança 1 (4ª utilização) ....................................... 67
Gráfico 17. Níveis de Envolvimento da Criança 2 (4ª utilização) ....................................... 67
Gráfico 18. Níveis de Envolvimento da Criança 3 (4ª utilização) ....................................... 68
Gráfico 19. Níveis de Envolvimento da Criança 4 (4ª utilização) ....................................... 68
Gráfico 20. Níveis de Envolvimento das crianças que frequentaram creche e das que não
frequentaram (4ª utilização) .................................................................................. 68
Gráfico 21. Total dos níveis de Envolvimento da Criança 1 ............................................. 69
Gráfico 22. Total dos níveis de Envolvimento da Criança 2 ............................................. 69
Gráfico 23. Total dos níveis de Envolvimento da Criança 3 ............................................. 70
Gráfico 24. Total dos níveis de Envolvimento da Criança 4 ............................................. 70
ix
Índice de Quadros
Quadro 1 - Caracterização das Crianças .................................................................... 35
Quadro 2 - Caracterização das Educadoras ................................................................. 35
Quadro 3 - Caracterização dos Pais .......................................................................... 35
x
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
Introdução
O presente trabalho surge no âmbito do Mestrado em Educação Pré-escolar e Ensino do
1ºCiclo do Ensino Básico e temos como objectivo principal analisar em que medida a
frequência de creche contribui para a adaptação da criança ao contexto do jardim-deinfância, e, neste sentido, se a creche, além de ser uma realidade e uma necessidade para a
família, é (ou não) um meio adequado para o desenvolvimento social da criança.
Os objectivos do nosso estudo são os seguintes:

Analisar se as crianças que frequentaram a creche se adaptam melhor às
rotinas diárias do jardim-de-infância.

Analisar se as crianças que frequentaram a creche aderem mais às propostas
de diferentes actividades do jardim-de-infância.

Analisar se as crianças que frequentaram a creche interagem melhor com os
colegas da sala.
1
Sílvia Cristina Mateus Azevedo

Analisar se as crianças que frequentaram a creche interagem melhor com os
adultos.
Em anos recentes assistiu-se a uma acesa controvérsia sobre a creche e os seus efeitos
no desenvolvimento e bem-estar de bebés e crianças pequenas (Portugal, 1998).
O debate sobre a educação infantil já é antigo. Foi no início do século XVII que surgiram
as primeiras preocupações com a educação das crianças pequenas (0 aos 6 anos).
Curiosamente, foi Jean Jacques Rousseau que produziu uma viragem no modo de olhar e
compreender a criança e a educação infantil mais adequada. Ou seja, para Rousseau era
necessário perceber a criança como um ser humano com características emocionais e
cognitivas próprias e deixar de a olhar como um “adulto em miniatura”. Tratava-se, portanto,
de captar exactamente o mundo próprio da criança e, assim, o adulto compreendê-la-ia
melhor, tanto nas suas necessidades específicas, como nos seus problemas e dificuldades
(Cerizara, 1990). Porém, é só nos séculos XIX e XX que surgem os primeiros psicólogos e
pedagogos
que
se
esforçam
verdadeiramente
por
apresentar
teorias
acerca
do
desenvolvimento global da criança nos seus diferentes níveis etários.
As mudanças sociais e económicas, causadas pelas revoluções industriais em todo o
mundo, levaram as mulheres a deixar os seus lares, onde eram responsáveis pela criação dos
filhos e dos deveres domésticos, cuidando do marido e da família, para entrarem no mercado
de trabalho (Giddens, 2008).
Em Portugal, com a entrada da mulher no mercado de trabalho, verificada sobretudo a
partir dos anos 70 do século XX, houve a necessidade de se “confiar as crianças” desde tenra
idade a creches, infantários, ou na ausência destes, a amas, avós ou outrem. No entanto,
sabemos que o papel da família é de grande importância no desenvolvimento das crianças.
Considerando que a investigação sobre educação e cuidados para a Infância só nas
últimas décadas começou a ter relevância, no nosso país, destacam-se os esforços pioneiros
iniciados na década de 1980 por Bairrão. A investigação sobre a creche ainda é escassa. No
entanto, autoras como Gabriela Portugal e Júlia Formosinho têm identificado alguns aspectos
funcionais e pedagógicos para que a creche se torne uma resposta educativa respeitadora dos
direitos das crianças “mais pequenas”. Segundo estas autoras, a criança beneficia muito em
ter a companhia dos seus pares com quem pode divertir-se, “lutar”, aprender e conquistar o
seu lugar no mundo (Portugal, 1998; Oliveira-Formosinho, 1999).
É, pois, legítimo esperar que este estudo contribua para um aprofundamento do
conhecimento sobre o papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-deinfância.
Esta investigação é um estudo de caso comparativo, descritivo e interpretativo que
assenta numa metodologia de carácter naturalista e que irá utilizar quatro técnicas de
recolha de dados – a análise documental, a observação, as notas de campo e as entrevistas.
Devido à natureza do estudo, não se pretende tirar conclusões gerais, absolutas, mas
sim produzir conhecimento sobre as questões em estudo. Todos os dados obtidos apenas
2
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
permitem observar um determinado contexto específico, não permitindo extrapolações para
outros contextos.
Este trabalho encontra-se estruturado em duas componentes fundamentais. Numa
primeira parte é apresentado o Enquadramento Teórico (Parte I) onde se espelha o resultado
absorvido do suporte bibliográfico consultado acerca do desenvolvimento social da criança, o
papel da família no desenvolvimento social da criança, educação e creche, a função do
educador na creche, o papel do jardim-de-infância e ainda sobre a adaptação da criança ao
jardim-de-infância. Esta organização temática pretende fundamentar os objectivos do nosso
estudo.
Na segunda parte deste trabalho, o foco de abordagem incide no Estudo Empírico
(Parte II). Aqui, são exploradas e explicadas todas as opções que definiram a metodologia
desta investigação. Mais especificamente, nesta etapa do nosso estudo tornam-se evidentes
as principais opções tomadas na “construção” desta investigação. E, deste modo, justifica-se
a opção do estudo qualitativo, o local do estudo, os participantes no estudo, as técnicas de
recolha de dados/instrumentos utilizados, a validação e fidelidade, os procedimentos
utilizados e os métodos de análise e processos de interpretação em relação aos dados
recolhidos.
Finalmente, apresentamos a análise da informação recolhida, bem como a discussão
dos resultados. Nesta parte surgem as principais ponderações, definidas a partir do confronto
dos dados recolhidos in loco com as premissas teóricas que estruturam a nossa investigação.
Estas análises conduzem, inevitavelmente, a uma reflexão sobre as limitações do nosso
estudo, tal como foi levado a cabo, bem como algumas reflexões para a prática profissional.
3
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
PARTE I - ENQUADRAMENTO TEÓRICO
O mundo social da criança consiste em muitos mundos, incluindo o
sistema familiar, as outras crianças e a creche, jardim-de-infância ou
escola (Portugal, 1998, p.123).
4
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
1. Introdução
A criança quando nasce depende dos pais, ou de quem os substitua, para obter
alimento, calor, aconchego, afecto, abrigo, protecção e, por isso, tem necessidade de
descobrir e aprender sobre o mundo social em que se encontra. A presente parte pretende
fazer uma abordagem abrangente de como se processa o desenvolvimento infantil na sua
vertente social e adaptativa, tentando enquadrá-la no contexto familiar e institucional da
creche e jardim-de-infância.
1.1. Desenvolvimento social da criança
É necessário compreender o lugar das crianças como atores sociais,
que participam do processo de formação e transformação das regras
da vida social (Prado, 2005, p.683).
O desenvolvimento social é o comportamento observado no modo de alguém agir diante
de uma dada situação ou pessoa. Para que o desenvolvimento social de uma criança seja
adequado precisa ser fundamentado nos aspectos físicos, psicológicos e cognitivos. Cada fase
da vida caracteriza-se por uma série de aspectos que influenciam o desenvolvimento infantil
fazendo com que a criança sinta que é parte do processo de interacção social (Batista, 2009).
Assim, Wallon (1979) diz-nos que “O desenvolvimento social da criança passa por
etapas particularmente rápidas no momento em que aprende a andar e a falar” (p. 204).
Segundo Gleitman (1999) “O desenvolvimento social inicia-se com o primeiro vínculo
humano que é considerado, por vezes, como a base de todas as relações posteriores com os
outros” (p.716). O autor continua, afirmando que existe um padrão de expansão contínua
semelhante no desenvolvimento social. Durante os primeiros meses de vida, o mundo social
do bebé está limitado a uma única pessoa, geralmente a mãe: a vinculação. Com o tempo, os
horizontes sociais tornam-se mais vastos, passando a incluir ambos os pais, o resto da família
e depois os companheiros de creche e da escola.
Para Erikson (1950, referido por Post & Hohmann, 2007) a primeira aquisição social do
bebé é a sua capacidade de deixar a mãe fora do alcance da visão sem ansiedade excessiva ou
raiva, porque esta passou a ser não só uma certeza interna mas também algo externo
previsível.
A teoria de relacionamento afectivo constitui actualmente uma abordagem importante
e vigorosa em relação aos primeiros estádios de desenvolvimento social (Smith, Cowie &
Blades, 2001). As emoções desempenham um papel importante no desenvolvimento do
indivíduo. Nos primeiros meses de vida, elas ajudam a garantir a sobrevivência do bebé e
contribuem para o progresso da “noção do eu”.
Também Katz e McClellan (1991, citados por Lino, 1999) referem que as relações
sociais começam na infância “quando a criança forma relações fortes de vinculação com os
5
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
pais e com as pessoas que tomam conta dela” (p.80). Esta capacidade é designada pelas
autoras de competência social e vai-se desenvolvendo de uma forma progressiva.
Assim, ao longo dos primeiros anos, a criança começa a ser capaz de distinguir os seus
sentimentos e necessidades dos sentimentos e necessidades dos outros com quem interage
(Hohmann & Weikart, 2007). A criança vai-se constituindo enquanto pessoa e compreendendo
o mundo ao seu redor por meio da interiorização de conceitos e significados que são
partilhados socialmente. Ela é considerada “como um ser activo, competente, construtor do
conhecimento, através da interacção com os seus contextos de vida” (Oliveira-Formosinho &
Araújo, 2004, p.82).
Para Portugal (1998), as relações interpessoais afectam o desenvolvimento individual e
transcendem a inculcação de regras, normas e competências sociais.
A Tomada de Perspectiva Social é definida por Selman (1980, citado por Lino, 1999)
como “a capacidade para diferenciar, coordenar e integrar a nossa perspectiva e a do outro
com quem interagimos” (p.82). Esta teoria defende que o desenvolvimento social afecta o
relacionamento entre as pessoas, uma vez que os comportamentos ao nível do
relacionamento interpessoal são distintos ao longo da infância. Os diferentes comportamentos
que a criança vai apresentando ao longo da infância, no seu relacionamento com os outros,
estão interligados com os diferentes níveis de capacidade para identificarem e coordenarem
pontos de vista sociais.
Oliveira
(1993)
afirma
que
este
desenvolvimento
constitui
um
processo
de
transformação, pois “primeiramente o indivíduo realiza ações externas que serão
interpretadas pelas pessoas ao seu redor, de acordo com os significados culturalmente
estabelecidos às suas próprias ações e assim desenvolve os seus processos psicológicos
internos” (p.10). A ligação entre actividade externa e interna é um processo de interiorização
que foi denominado por Vygotsky (1991, p.63) como “reconstrução interna de uma operação
externa”.
A interiorização surge como resultado de interacções sucessivas do comportamento da
criança e das respostas dos sujeitos que a rodeiam. “A tese fundamental em Vygotsky (1979,
1991) centra-se no papel atribuído aos factores sociais no desenvolvimento” (Peixoto, 1998,
p.161). De acordo com Vygotsky (1991) o desenvolvimento cognitivo consiste, essencialmente,
na adaptação, por parte do sujeito, do conhecimento construído ao longo de gerações por
uma determinada cultura. Neste contexto, assumem particular relevância as interacções que
a criança estabelece, pois é através destas que lhe é possibilitado o acesso aos meios
necessários ao desenvolvimento cognitivo. O autor afirma que as funções mentais superiores
surgem primeiro no plano das relações inter-individuais e só depois no plano intra-psicológico.
Assim, qualquer função mental superior encontra-se ligada à actividade externa devido ao
facto de, na sua génese, ter tido uma função social antes de se tornar interna.
6
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
Para operacionalizar o papel das interacções sociais no desenvolvimento Vygotsky
(1991) introduz o conceito de Zona de Desenvolvimento Potencial ou Próximo e define-a
como:
A distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução
independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da
solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais
capazes (p.97).
A Zona de Desenvolvimento Potencial ou Próximo é, portanto, tudo o que a criança
pode adquirir em termos intelectuais quando lhe é dado o suporte educacional devido.
O autor particulariza o processo de ensino e aprendizagem que coloca aquele que
aprende e aquele que ensina numa relação interligada. A ênfase em situar quem aprende e,
aquele que ensina como participantes de um mesmo processo corrobora com outro conceito
chave na teoria de Vygotsky - a mediação - como um pressuposto da relação eu-outro social.
A relação mediatizada não se dá necessariamente pelo outro corpóreo, mas pela possibilidade
de interacção com signos, símbolos culturais e objectos. Um dos pressupostos básicos do autor
é que o ser humano constitui-se enquanto tal na sua relação com o outro.
A teoria de Vygotsky organiza-se como uma tentativa de explicar o conhecimento como
um produto final da socialização: o autor refere que a interacção social exerce um papel
fundamental no desenvolvimento da cognição. A teoria de Vygotsky é complementar ao
trabalho de Bandura sobre a aprendizagem social.
Bandura (1969, 1974), referido por Smith et al. (2001) e Cabanas (2002), defende que
muitas das nossas aprendizagens são realizadas a partir da observação e imitação do outro.
Para o autor, as estruturas cognitivas, o comportamento e o meio interagem entre si, sendo
cada uma destas estruturas influenciada e influente sobre as outras. Nesta perspectiva, as
pessoas são o produto do seu meio, mas escolhem e moldam este meio por um processo de
interacções que têm influências recíprocas. Nesta teoria emerge o conceito de modelagem,
segundo o qual, as pessoas podem aprender através da imitação do comportamento dos
outros. A observação de modelos exteriores acelera mais a aprendizagem do que se esse
comportamento tivesse de ser executado pela criança.
Piaget (1973) salienta que existem graus de socialização e não uma criança social ou
não social. Para ele a socialização dá-se na fase de desenvolvimento na qual são possíveis as
trocas intelectuais e a socialização do pensamento. A inteligência desenvolve-se em função
das interacções sociais. O grau máximo sucede com o desenvolvimento da personalidade, que
corresponde à submissão voluntária às normas de reciprocidade, e surge no estágio
operatório, onde começam as trocas intelectuais. A reciprocidade e, portanto, a
personalidade, é o produto mais refinado da socialização.
Roggof (1990, citado por Katz & McClellan, 1999) “argumenta convincentemente que o
desenvolvimento cognitivo das crianças ocorre fundamentalmente no contexto das relações
sociais” (p.12).
7
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
1.1.1. O papel da família no desenvolvimento social da criança
A influência da família no desenvolvimento da criança é exercida, primordialmente,
através das relações estabelecidas por meio de uma via fundamental: a comunicação, tanto
verbal como não verbal. Como afirmam Rey e Martinez (1989) “a família representa, talvez, a
forma de relação mais complexa e de acção mais profunda sobre a personalidade humana,
dada a enorme carga emocional das relações entre seus membros” (p.143).
A família é o primeiro e o mais importante berço do indivíduo, tendo como papel
satisfazer as necessidades físicas, afectivas e sociais da criança, cumprindo também, a função
mediadora entre a criança e o mundo social (D‟Antino, 1998).
Para Homem (2002), a família constitui a primeira instância educativa do indivíduo: é o
ambiente onde este desperta para a vida como pessoa, onde interioriza valores, atitudes e
papéis. Ela é assim considerada “como um dos principais factores de intervenção e de
influência no processo de desenvolvimento e de aprendizagem” (Tavares & Alarcão, 1992,
p.145).
Além disso, a família, ainda enceta os primeiros relacionamentos da vida do bebé e
nela ocorrem, desde os primeiros momentos de vida, as primeiras trocas de sensações,
emoções e linguagem. Segundo Feldman e Wenzel (1990) e Hartup e Moore (1990), citados
por Katz e McClellan (1999), “uma das influências mais importantes no desenvolvimento social
da criança corresponde à experiência dentro da família” (p.16).
O desenvolvimento e o crescimento da criança para Donald Winnicott (1970, referido
por Portugal, 1998) não têm a ver com as potencialidades biológicas e características
individuais do ser humano, mas sobretudo com a inter-relação mãe-bebé.
A teoria da vinculação, formulada por vários autores como Spitz (1945), Bowlby (1974),
Harlow (1976) e Ainsworth (1978, 1982), referidos por Portugal (1998), vem afirmar que
através da relação estreita que se estabelece entre a mãe e a criança, esta é capaz de
alargar e desenvolver futuras relações com outras crianças e adultos, estando, por isso, na
base do desenvolvimento social.
Segundo Parsons (1956, referido por Giddens, 2008) as duas grandes funções
desempenhadas pela família são: a socialização primária e a estabilização da personalidade.
Os pais devem transmitir todo o seu amor à criança; este organiza-se como a variável
mais simples e importante na educação de infância. “As crianças que estão mais seguras do
amor dos pais têm mais probabilidades de virem a ser indivíduos adaptados e com maior
maturidade” (Spodek, 2010, p.764).
Bronfenbrenner (1986, 1992) refere que a família não pode ser examinada como um
sistema isolado. A teoria do sistema ecológico salienta o indivíduo em relação às
circunstâncias da sua vida, tanto físicas como sociais. Ela leva em consideração, não somente,
as características individuais e as relações dentro da família, como também, as mudanças no
ambiente próximo e no contexto social mais amplo, num determinado tempo histórico.
8
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
A forma como os pais disciplinam ou reagem ao mau comportamento dos seus filhos,
segundo Radke-Yarrow e Zahn-Waxler (1986) e Parke (1990), referidos por Katz e McClellan
(1999), tem um impacto profundo no comportamento social das crianças.
Nos primeiros anos de vida, a criança e o seu meio familiar têm milhares de diálogos e
de encontros, que são muito significativos para o seu desenvolvimento. Por este motivo a
família deve proporcionar o maior número possível destas situações, por exemplo: mudar a
fralda; refeições; vestir e despir; responder e questionar, representando momentos onde a
vinculação está a ser desenvolvida e consolidada (Portugal, 1998).
1.2. Educação e creche
Sabemos que a creche, além de constituir um serviço à família, pode
responder às necessidades educativas dos mais pequenos. A maior
parte das pessoas são unânimes quando dizem que a creche não é
apenas um local de guarda das crianças, mas sobretudo um meio
educativo (Portugal, 1998, p.124).
Duas palavras prévias antes de tecermos algumas considerações sobre o papel da
creche na educação infantil. Consideramos importante enquadrar o conceito de educação no
contexto da creche, por entendermos este espaço não apenas como um contexto de apoio
social à família mas sobretudo como uma oportunidade, cada vez mais incontornável, na
formação educativa do ser humano do nosso tempo.
Concordamos plenamente com Bujes (2001) quando refere que a educação da criança
pequena envolve simultaneamente dois processos complementares e indissociáveis entre si:
cuidar e educar.
Neste sentido, a inclusão de algumas definições de educação (defendidas por autores
relevantes ao longo da história) tem em vista traçar os contornos de uma fronteira polémica e
de difícil consenso, mesmo na actualidade.
Segundo Rousseau (1911, citado por Lawrence, 1973) a educação é “um processo de
desenvolvimento natural da criança a partir de dentro, que se processa mediante interesses
inatos e instintos, e que se relaciona com as necessidades e características das crianças em
cada um dos estádios sucessivos do seu crescimento” (p.196).
Para Durkheim (1972) a educação é:
Acção exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se encontram ainda preparadas
para a vida social; tem por objectivo suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados
físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política, no seu conjunto, e pelo meio
especial a que a criança, particularmente, se destina (p.40).
Wallon (1979) define educação como “a influência exercida pela sociedade dos adultos
sobre a das crianças, no sentido de as tornar aptas à vida social numa sociedade
determinada” (p.10).
9
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
Segundo Sprinthall e Sprinthall (1993) o objectivo fundamental da educação é o
desenvolvimento humano.
Para Piaget (1988), falar em direito à educação é, em primeiro lugar, reconhecer o
papel indispensável dos factores sociais na própria formação do indivíduo. A educação é a
condição necessária ao desenvolvimento natural deste, pois este não poderia adquirir as suas
estruturas mentais mais essenciais sem uma contribuição exterior.
A educação é absolutamente necessária e conatural ao homem, que se pode definir
como um ser educável; tal como afirma Kant (1984, citado por Barros de Oliveira, 1997) “O
homem é apenas o que é pela educação” (p.3).
Este princípio de que os cuidados e a educação são vertentes inseparáveis, está longe
de ser universalmente aceite.
Em Portugal existem profissionais que, pelas suas práticas, evidenciam dar grande
atenção à importância dos três primeiros anos de vida ao nível do desenvolvimento cognitivo,
físico e emocional das crianças e da aprendizagem. Contudo, a organização de serviços de
educação e cuidados para crianças deste grupo etário é ainda pouco expressiva e eficaz, uma
vez que têm faltado políticas claras e um efectivo investimento público nas creches como
respostas educativas (a que as crianças têm direito desde o nascimento). Consideramos que se
tem minimizado o facto de as creches serem locais de desenvolvimento e aprendizagem, de
construção de experiências pessoais e educacionais relevantes para as crianças e para as suas
famílias, bem como para os profissionais que nelas trabalham.
A Assembleia da República (2005), alterou recentemente a Lei de Bases do Sistema
Educativo (LBSE), no entanto, continua a não contemplar os serviços de creche, ama e outras
modalidades como educação. Permanece a concepção de acometer à creche ou à ama uma
função de apoio à família, de resposta social no sentido em que liberta a mulher para o
mercado de trabalho ou mesmo de encarar a família como a única responsável pela educação
das crianças pequenas.
Portanto, afirmando o direito à educação da criança de zero a seis anos de idade,
declaramos também a obrigação de buscarmos os meios de estimulação e os ambientes
adequados ao favorecimento do seu desenvolvimento em todas as áreas e em toda a sua
potencialidade.
As referências históricas sobre a creche são unânimes em afirmar que ela foi criada
para cuidar de crianças pequenas, cujas mães saíam para trabalhar. A característica
assistencialista da creche é ainda hoje tida como muito forte e muito presente em algumas
instituições, bem como, na consciência de muitas pessoas.
Actualmente, em Portugal, assiste-se a uma expansão dos serviços de creche,
sobretudo em zonas urbanas e sub-urbanas de maior crescimento, acompanhada de uma
preocupação de qualidade dos serviços.
10
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
O enquadramento do serviço de creches é caracterizado pelo Ministério do Trabalho e
da Solidariedade Social (MTSS), como uma:
Resposta social, desenvolvida em equipamento, de natureza sócio-educativa, para acolher
crianças até aos três anos de idade, durante o período diário correspondente ao impedimento dos
pais ou da pessoa que tenha a sua guarda de facto, vocacionado para o apoio à criança e à
família (Despacho Normativo n.º 99/89, de 11 de Setembro).
Os objectivos consignados a estes serviços são:
- Proporcionar o bem-estar e desenvolvimento integral das crianças num clima de segurança
afectiva e física, durante o afastamento parcial do seu meio familiar através de um atendimento
individualizado;
- Colaborar estreitamente com a família numa partilha de cuidados e responsabilidades em todo
o processo evolutivo das crianças;
- Colaborar de forma eficaz no despiste precoce de qualquer inadaptação ou deficiência
assegurando o seu encaminhamento adequado;
- Prevenir e compensar défices sociais e culturais do meio familiar (Despacho Normativo n.º
99/89, de 11 de Setembro).
O Conselho Nacional de Educação (CNE) (2008) referiu que as creches devem, para
além de uma intenção assistencial, passar a ter uma intenção educativa e criar as condições
para as crianças realizarem actividades que as desenvolvam. A creche deve ter, assim, a
função de cuidar e educar a criança. O estudo realizado pelo CNE (2009, referido no Conselho
Nacional de Educação, 2011) veio reafirmar que, em relação à educação dos 0 aos 3 anos
existem carências graves que é necessário colmatar, uma delas é a necessidade de promover
a intencionalidade educativa.
Para Gabriela Portugal (Seminário do CNE sobre a Educação dos 0 aos 3 anos, 18 de
Novembro de 2010, citado no CNE, 2011, p.28) a creche trata-se “de um contexto sensível,
estimulante e promotor de autonomia; de um contexto onde os níveis de bem-estar e de
implicação/envolvimento das crianças são elevados; onde é dada atenção à experiência da
criança”.
Segundo o CNE (2011) é indispensável que o Ministério da Educação (em concertação
com o MTSS) elabore um documento sobre Linhas Pedagógicas Orientadoras para o Trabalho
dos 0 aos 3 anos. Estas linhas pedagógicas devem:
- Assegurar uma transição suave entre a casa e a creche, incorporar experiências familiares, uma
atitude sensível e calorosa por parte dos adultos;
- Garantir o direito a “brincar” e as várias oportunidades de exploração, experimentação,
experiências de aprendizagem diversificadas que desafiam e amplificam o mundo da criança;
- Proporcionar estabilidade e segurança emocional, relação social e autonomia são prioridades
(...) da creche (Gabriela Portugal, Seminário do CNE sobre a Educação dos 0 aos 3 anos, 18 de
Novembro de 2010, citado no CNE, 2011, p.28).
Para Gouvêa (2002) a creche deve propiciar condições adequadas para um
desenvolvimento integral e sadio das crianças, do ponto de vista social e emocional. A creche
deverá dar continuidade ao ambiente do seio familiar da criança, para que esta continue a
sentir-se segura. Para aprenderem e crescerem, as crianças precisam de um ambiente
11
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
emocionalmente rico que Erikson (1950, referido por Post & Hohmann, 2007) descreve como
ambiente apoiante de confiança.
Batista da Silva (1998) refere que “sabemos hoje que a creche é uma resposta única;
não um simples local de guarda, substituto da casa, nem um jardim-de-infância dos
pequenos” (p.49).
Um dos objectivos da creche é promover a socialização, pois:
É extremamente importante para as crianças desenvolverem interacções sociais positivas em seus
primeiros anos de vida, pois dependendo das formas de relações que elas desenvolverem durante
este período vai afectar seu desempenho académico posterior, seus sentimentos sobre si
mesmas, suas atitudes com relação aos outros e os padrões sociais que elas vão adoptar (Spodek
& Saracho, 1998, p.144).
Segundo Abramowiz e Wagkop (1995): “A creche é um espaço de socialização de
vivências e interacções” (p.39). Neste espaço, as interacções traduzem-se por actividades
diárias que as crianças realizam com a companhia de outras crianças sob a orientação do
educador. “A interacção entre crianças em momentos diferentes de desenvolvimento e com
saberes diversos, é facilitadora do desenvolvimento e da aprendizagem” (Ministério da
Educação, 1997, p.35).
A creche é o local por excelência para favorecer as interacções em grupo, pois são
ambientes que recebem, constantemente, influências das condições sócio-culturais,
determinantes do processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças. Smith et al.
(2001) salientam que “no período compreendido entre os 2 e os 4 anos se assiste a um grande
desenvolvimento das capacidades que as crianças têm para interagir com colegas da mesma
idade” (p.150). Assim sendo, deve-se proporcionar à criança a interacção com outras.
Falk (1979, p.117, citado por Post & Hohmann, 2007) refere que numa creche “um
sistema estável de relações é um pré-requisito… para a capacidade de assimilar o padrão
social de valores aceites, normas, regras de comportamento, conjunto de proibições, através
da imitação, assimilação e identificação” (p.63).
A creche deverá, então, preconizar propostas de estimulação que dêem à criança a
oportunidade de brincar, jogar, sentir, descobrir e aprender através da sua actividade
pessoal, para além da satisfação das necessidades básicas, promotoras de bem-estar. As
interacções na creche são extremamente importantes, pois só com estas é que ocorre um
desenvolvimento na criança. Esta ideia é defendida por vários autores. Segundo OliveiraFormosinho (2007) o desenvolvimento “não é automático nem unilateral, faz-se na interacção
com o ambiente” (p.61).
Oliveira-Formosinho (1999) refere que a rotina diária permite à criança construir a
competência social. Através de cumprimentos, despedidas e interacções com os outros, as
crianças vão aprendendo competências sociais de grande importância. Estas experiências
também permitem desenvolver as competências comunicacionais e linguísticas. As rotinas
proporcionam, ainda, oportunidades para que as crianças participem em interacções sociais
mais complexas. Por exemplo, durante o recreio, a criança aprende a fazer turnos, partilhar
brinquedos, esperar, e ajudar os outros. Observar as crianças mais velhas e os adultos a
12
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
praticarem estas mesmas competências é também um meio de aprendizagem muito eficaz.
Marchão (1998) menciona que “as rotinas na Creche funcionam como elementos
globalizadores, em torno dos quais se deve articular a acção educativa da creche” (p.11).
As rotinas diárias são extremamente importantes ao longo de todo o percurso de
desenvolvimento da criança. Para Oliveira-Formosinho (2007) “criar uma rotina diária é
basicamente isto: fazer com que o tempo seja um tempo de experiências educacionais ricas
em interacções positivas” (p.69). Elas são a primeira forma de interacção da criança com os
educadores,
proporcionando
continuidade,
estabilidade
e
previsibilidade,
que
são
características essenciais para um desenvolvimento saudável.
Uma das grandes vantagens da rotina diária é que “permite criar maior oportunidade
para todas e cada uma das crianças. Sem rotinas, o educador tende a centrar-se só nalgumas
crianças” (Oliveira-Formosinho, 2007, p.70).
Para Judith Evans e Ellen Ilfield (1982, citadas por Post & Hohmann, 2007) uma “rotina
é mais do que saber a hora a que o bebé come, dorme, toma banho e vai-se deitar. É também
saber como as coisas são feitas… as experiências do dia-a-dia das crianças são as matériasprimas do seu crescimento” (p.193).
Existem alguns estudos que concluem que a permanência numa creche de boa
qualidade, além de não influenciar negativamente a relação de ligação à mãe, promove o
desenvolvimento social da criança. As crianças que permaneceram mais tempo na creche têm
comportamentos diferentes, como por exemplo, desenvolvem mais jogos interactivos e
cooperativos, têm mais afectos e interacções verbais mais positivos, do que as que
permanecem pouco tempo nesse contexto (Portugal, 1998).
Em estudos realizados por Clarke-Stewart, em 1989 e 1992, citados por Papalia e Olds
(2000), verificamos que as crianças que frequentaram a creche, no pré-escolar “tendem a
sentir-se mais à vontade em novas situações e a ser mais extrovertidos, menos tímidos e
receosos, mais diligentes e cooperativos” (p.178).
Numa investigação realizada por T. Field (1991, citada por Papalia & Olds, 2000) com
crianças que começaram a frequentar a creche antes dos sete meses verificou-se que, entre
os cinco e os oito anos “elas tinham mais amigos e eram fisicamente mais afetuosas com eles,
participavam de mais atividades extracurriculares… do que as crianças que haviam ficado em
casa quando bebês” (p.178).
Segundo Portugal (1998), em estudos realizados “As crianças que usufruíram da creche
parecem adaptar-se melhor: estão mais à vontade em grupo, estão mais habituadas a regras
colectivas e não são tão dependentes do adulto” (p.177).
No âmbito de um estudo empírico Clark-Stewart (1991, referido por Smith et al., 2001),
observaram-se crianças entre os 2 e os 4 anos que já tinham frequentado creche, estas,
revelaram um melhor desenvolvimento social e intelectual do que aquelas que permaneciam
em casa.
13
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
Depois de analisar vários estudos, Portugal (1998) refere que “a creche poderá fazer
com que a criança seja mais assertiva e socialmente mais interactiva, mas as consequências
dependem da qualidade e consistência dos cuidados substitutos fornecidos à criança” (p.178).
Papalia e Olds (2000) referem que, de um modo geral, as crianças que frequentam
creche tendem a ser tão ou mais sociáveis, confiantes, persistentes, realizadoras e
habilidosas na resolução de problemas do que as que permanecem em casa.
1.2.1. O papel do educador de infância na creche
O papel do educador de infância assume particular importância educativa numa época
marcada por profundas alterações sociais, que levam a família e a comunidade a esperar das
instituições educativas e, em particular dos educadores, o desempenho de diversas funções.
Roldão (2008) refere a importância de formar educadores cada vez mais competentes e
“capazes de ensinar”. Pois como diz Vasconcelos (2004) é fundamental tomar a educação de
infância, também, como uma “ocupação ética”.
A creche é o primeiro ambiente social onde a criança, ainda pequenina, se insere e é
neste primeiro momento de separação da mãe, que o educador tem um papel fundamental no
seu acolhimento, pois é o substituto da mãe nesse momento (Lipp, 2002).
Portugal (1998) menciona que o papel dos adultos na creche não é o de forçar o
desenvolvimento, mas garantir que as experiências e rotinas diárias da criança lhe transmitam
segurança emocional e encorajamento, sendo fundamental para aprender ao longo da sua
vida. O papel do educador da creche é fundamental, este é um auxiliar do desenvolvimento e
o seu objectivo principal é promover a aprendizagem activa por parte da criança (Hohmann,
Banet & Weikart, 1984; Rizzo, 2000).
Segundo Hohmann e Weikart (2007) “A aprendizagem pela acção é definida como a
aprendizagem na qual a criança, através da sua acção sobre os objectos e da sua interacção
com pessoas, ideias e acontecimentos, constrói novos entendimentos” (p.22). A aprendizagem
pela acção depende do uso de objectos que, no mundo da criança, são essencialmente
brinquedos e jogos. Tal como diz Piaget (1969, citado por Hohmann & Weikart, 2007) “O
conhecimento não provém, nem dos objectos, nem da criança, mas sim das interacções entre
a criança e os objectos” (p.19).
Os educadores que trabalham em creche necessitam de qualidades muito especiais e de
conhecimentos e formação adequada ao fornecimento de experiências de aprendizagem e
desenvolvimento. O bem-estar e desenvolvimento das crianças da creche requerem
profissionais com conhecimentos sobre o comportamento e desenvolvimento das crianças,
capazes de compreender e reconhecer as suas diferentes necessidades e promover a
exploração, respeitando a sua curiosidade natural (Portugal, 2000).
14
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
Na opinião de Portugal (2000) o educador deve permitir o desenvolvimento de relações
de confiança e de prazer através dos seguintes comportamentos:

Atenção, gestos, palavras e atitudes;

Estabelecer limites claros e seguros que permitam à criança sentir-se protegida de
decisões e escolhas para as quais ela ainda não tem maturidade suficiente;

Permitir o desenvolvimento de autonomia e autoconfiança sempre que possível;

Ser verbalmente estimulante, com capacidade de empatia e de responsabilidade,
promovendo a linguagem da criança através de interacções recíprocas e o seu
desenvolvimento sócio-emocional;

Oferecer actividades interessantes e envolventes que permitam à criança
oportunidades de concentração, descoberta e de júbilo pelo sucesso e vitória;

Ser capaz de articular o jogo e as necessidades das crianças.
Para ser um bom profissional “Temos de estudar tudo, reflectir, adequar, respeitar o
espaço, o ritmo, a individualidade de cada pessoa inserida no grupo sala de creche” (Batista
da Silva, 1998, p.50). Cabe ao educador planificar, orientar e avaliar as actividades. É muito
importante o educador saber observar, falar e actuar de acordo com os objectivos de
desenvolvimento global da criança.
Na opinião de Fontes (1998) “não só são necessários educadores na creche como
também que os melhores devem estar na creche, pelo tipo de atitudes e pela qualidade do
apoio que é fornecido às crianças” (p.53).
Katz e McClellan (1991, referidos por Lino, 1999) mencionam que as crianças pequenas
passam cada vez mais tempo fora da família, tendo os educadores um papel cada vez mais
importante no seu desenvolvimento social.
O educador tem o papel de promover o desenvolvimento de uma auto-estima
positiva/saúde emocional, desenvolvimento físico e motor, estimular o desenvolvimento do
raciocínio e pensamento conceptual, o ímpeto exploratório e a atitude de compreensão do
mundo físico e social, valorizar a competência social, a expressão e comunicação, a
capacidade de auto-organização e iniciativa, a criatividade e, sobretudo, ajudar a construir a
atitude básica de ligação ao mundo, crucial ao desenvolvimento de um cidadão emancipado
(Laevers, 2004).
O educador deve usar diferentes formas de relacionamento com as crianças. Didonet
(2004) refere que o educador deve interagir de uma forma lúdica, onde a interacção é
bidireccional ou multidirecccional. Neste sentido, existe o carácter lúdico que transmite o
prazer, o envolvimento, a exploração e a descoberta do mundo exterior que a rodeia. O
educador não é pai nem mãe da criança, ele tem um papel distinto, caracterizado pelo saber
profissional, pela experiência, pelo conhecimento da situação e pelas possibilidades de
desenvolvimento do jogo que irá abrir novas perspectivas para a criança.
Existem actividades mais susceptíveis de originar interacções com os colegas do que
outras. “A forma como os professores planificam e dispõem o ambiente e as actividades
lúdicas influencia as oportunidades das crianças de adquirir e praticar competências sociais”
15
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
(Oliveira-Formosinho, 1999, p.43). A mesma autora (1999) refere ainda que os educadores
devem procurar um equilíbrio entre actividades dirigidas ao esforço individual e actividades
que exigem esforços de cooperação de grupo, uma vez que as crianças adquirem e reforçam a
sua compreensão e competências sociais nos contextos em que se envolvem em actividades
mútuas e válidas.
Por outro lado, o educador deverá criar situações que favoreçam as descobertas
autónomas das crianças, tentando ser fisicamente acessível e não ser intrusivo e, em vez
disso, permitir à criança ser ela própria a controlar o ambiente físico e social. Para tal, elas
necessitam de tempo e liberdade para o fazer. Assim, através das suas descobertas, elas
interagem com as outras crianças (Figueira, 1998; Portugal, 2000).
Katz e Chard (1997) referem que o educador deve incentivar “as crianças a interagirem
com pessoas, objectos e com o ambiente, de forma que tenham um significado pessoal para
elas” (p.5).
Estudos feitos por Connolly e Doyle (1983, referidos por Oliveira-Formosinho, 1999)
concluíram que as crianças que se envolviam em jogos fantasiosos frequentes e complexos
com os colegas eram mais populares e demonstravam maior competência social que as outras.
O jogo, na escola infantil, é um terreno fértil para “cultivar” os processos cognitivos,
ético-sociais e existenciais da criança. “A socialização encontra no mundo do jogo a
oportunidade de revalorizar tanto os seus reportórios de interacção como as possibilidades
culturais” (Zabalza, 1998, p.83). O educador deve assim dar grande importância ao jogo, pois
é uma ocasião propícia à socialização e à aprendizagem.
Quando as crianças pequenas passam muito tempo em contexto de grupo, “os adultos
têm uma oportunidade única para contribuir para os processos de construção de uma sólida
base para a aprendizagem social das crianças” (Oliveira-Formosinho, 1999, p.47).
O papel do educador no desenvolvimento da criança é “proporcionar experiências
diversificadas e enriquecedoras, a fim de que as crianças possam fortalecer sua auto-estima e
desenvolver suas capacidades” (Felipe, 2001, p.31).
Durkheim (1972) considera a educação como imagem e reflexo da sociedade, como um
facto fundamentalmente social. É neste sentido que os educadores devem trabalhar, tendo
sempre em conta a individualidade de cada criança, respeitando sempre o seu tempo e o seu
espaço, preparando-as para a vida futura em sociedade. Reforçamos a ideia que os primeiros
anos são fundamentais para a formação da personalidade do bebé. Será papel do educador
ajudá-lo a seguir em frente e caminhar com ele na apaixonante aventura de crescer.
Segundo Oliveira-Formosinho (1998), “a forma como educamos as nossas crianças e as
oportunidades que lhes criámos são decisivas para a vida actual da criança e para a vida
futura do cidadão que vai emergindo, portanto, para a construção da sociedade de amanhã”
(p.8). Neste sentido é fundamental que o educador faça uma boa organização e gestão do
espaço sala e dos materiais, pois um ambiente bem pensado promove o progresso das crianças
em termos de desenvolvimento físico, comunicação, competências cognitivas e interacções
sociais.
16
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
As relações de afectividade e empatia estabelecidas pelo educador com as crianças,
ajudam-nas a ganhar a sensação de confiança no mundo. “Quando os adultos são meigos e
pacientes, as crianças aprendem a apreciar essas qualidades e, ao lidarem com os outros,
poderão elas próprias exibir essas qualidades” (Hohman & Weikart, 2007, p.75).
Papalia e Olds (2000) afirmam que o mais importante na qualidade da creche é o
educador. O relacionamento das crianças com o educador pode ter influência marcante no
seu comportamento com os colegas. Num estudo longitudinal realizado por Howes, Matheson
e Hamilton (1994, referido por Papalia & Olds, 2000) as crianças que tinham formado apego
seguro aos seus educadores tendiam a ser mais sociáveis, sensíveis, empáticas e estimadas do
que aquelas que tinham apego inseguro.
Abreu, Sequeira e Escoval (1990) referem que os educadores devem desenvolver
estratégias que envolvam os pais, de modo a encorajá-los a participar no processo educativo.
A temática da comunicação entre a creche ou o jardim-de-infância e a família será
desenvolvida, mais à frente, no ponto 1.4.1 relativo à adaptação da criança ao jardim-deinfância e enquadrada pela teoria de Bronfenbrenner.
1.3. O papel do jardim-de-infância
No jardim-de-infância, formando as crianças a nível pessoal e social,
educando o seu sentido ético e estético, prepara-as para uma
efectiva prática de cidadania: aprendem a importância do respeito,
como é difícil negociar diferentes pontos de vista mantendo a
amizade, aprendem acerca da diversidade e da igualdade de
oportunidades, da paridade entre sexos, da diversidade de culturas,
da importância de cuidar do ambiente e da saúde, interiorizando um
sentido de responsabilidade social (Vasconcelos, 2007a, p.113).
O jardim-de-infância é um estabelecimento de ensino pré-escolar destinado a acolher
crianças com idades compreendidas entre os 3 anos e a idade de ingresso no ensino básico,
com o objectivo de lhes proporcionar condições adequadas ao seu desenvolvimento
(Assembleia da República, 2005).
Os
primeiros
jardins-de-infância
nasceram
em
consequência
das
grandes
transformações operadas na sociedade com a Revolução Industrial. As primeiras instituições
surgiram com o objectivo de responder à pobreza, abandono e maus-tratos de que as crianças
eram vítimas. Assim, o desenvolvimento da educação pré-escolar deveu-se a factores de
ordem social. Numa primeira etapa, a educação pré-escolar tinha como função compensar e
atenuar os efeitos dos ambientes mais desfavorecidos, pois como afirma Silva (1998):
Consideradas de início fundamentalmente como um substituto da educação familiar, quando
estas instituições começaram a surgir, pouco se sabia dos processos de desenvolvimento e
aprendizagem das condições mais favoráveis para estimular as potencialidades da criança.
Também pouco se sabia dos efeitos que este novo meio traria ao seu desenvolvimento, e qual a
melhor maneira de o organizar e dinamizar (p.7).
17
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
Só mais tarde, a partir do séc. XX, começou a ser explorado o potencial educativo deste
novo ambiente criado para as crianças, em consequência do desenvolvimento de estudos da
psicologia do desenvolvimento. Alguns jardins-de-infância passaram a ter em conta outras
orientações e preocupações. Estes tentaram acompanhar o movimento reformista que
defendia que “a criança se desenvolvia por um processo de desabrochar natural. A educação
deveria
acompanhar
este
desenvolvimento,
proporcionando
experiências
educativas
adequadas às competências das crianças em cada fase” (Spodek & Brown, 2010, p.202).
Em 1995, foi elaborado o “Relatório Estratégico para o Desenvolvimento e Expansão da
Educação Pré-Escolar” (Formosinho & Vasconcelos, 1996), que deu origem ao Plano de
Expansão e Desenvolvimento da Educação Pré-Escolar em Portugal (Ministério da Educação,
1996) e que culminou na Lei-Quadro para a Educação Pré-Escolar (Assembleia da República,
1997). Esta Lei sugere claramente a expansão da rede de jardins-de-infância, considerando a
educação pré-escolar como primeira etapa da educação básica, alicerce e suporte de uma
educação ao longo da vida.
Os objectivos da educação pré-escolar foram definidos no artigo 10º da Lei 5/97 de 10
de Fevereiro:
- Promover o desenvolvimento pessoal e social da criança com base em experiências de vida
democrática numa perspectiva de educação para a cidadania;
- Fomentar a inserção da criança em grupos sociais diversos, no respeito pela pluralidade das
culturas, favorecendo uma progressiva consciência do seu papel como membro da sociedade;
- Contribuir para a igualdade de oportunidades no acesso à escola e para o sucesso da
aprendizagem;
- Estimular o desenvolvimento global de cada criança, no respeito pelas suas características
individuais, incutindo comportamentos que favoreçam aprendizagens significativas e
diversificadas;
-Desenvolver a expressão e a comunicação através da utilização de linguagens múltiplas como
meios de relação, de informação, de sensibilização estética e de compreensão do mundo;
- Despertar a curiosidade e o pensamento crítico;
- Proporcionar a cada criança condições de bem-estar e segurança, designadamente no âmbito da
saúde individual e colectiva;
- Proceder à despistagem de inadaptações, deficiências e precocidades, promovendo a melhor
orientação e encaminhamento da criança;
- Incentivar a participação das famílias no processo educativo e estabelecer relações de efectiva
colaboração com a comunidade.
Tendo por base os objectivos enunciados na Lei-Quadro, as Orientações Curriculares
regem-se por um conjunto de princípios subjacentes, estando, no referido documento,
contempladas as áreas de conteúdo e respectivos domínios que orientam a planificação das
práticas pedagógicas.
Nesta óptica, tal como referem as Orientações Curriculares para a educação préescolar, é importante uma pedagogia estruturada na educação e, por conseguinte, uma
organização intencional e sistemática do processo pedagógico, recaindo sobre o educador a
responsabilidade pedagógica, nomeadamente, observar, planificar, agir, e avaliar (Ministério
da Educação, 1997).
18
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
Assim sendo, com a educação pré-escolar pretende-se contribuir para ajudar a criança
a apropriar-se dos seus meios cognitivos, físico-motores e sócio-afectivos, designadamente, a
criatividade, a curiosidade, a responsabilidade, a autonomia, o saber situar-se e desenvolver
diferentes formas de integração no meio físico, biológico e social, tendo em consideração
uma postura de análise crítica e reflexiva sobre o equilíbrio ecológico e os valores sócioculturais, bem como, desenvolver na criança diferentes formas de comunicação e de
expressão.
Apesar da educação pré-escolar não ser considerada como um ensino obrigatório, a
mesma traduz-se como sendo “a primeira etapa da educação básica no processo de educação
ao longo da vida” e, como tal, “implica que sejam criadas as condições essenciais para as
crianças continuarem a aprender, isto é, importa que as crianças aprendam a aprender”
(Ministério da Educação, 1997, p.17).
Segundo Formosinho (2007), se é importante que as crianças:
Frequentem a pré-escola é porque, nela e através dela, se desenvolvem competências e
destrezas, se aprendem normas e valores, se promovem atitudes úteis para o desenvolvimento
das crianças, para a sua inserção social, para o seu sucesso na escola e para a cidadania presente
e futura (p.9).
A instituição do jardim-de-infância deve organizar-se de forma a promover o
desenvolvimento da criança. Esta organização passa pela interacção entre os diferentes
intervenientes educativos: escola, família, meio envolvente e pela própria criança.
Bairrão (1992) afirma que o jardim-de-infância assume actualmente uma função
importante no desenvolvimento das crianças. Este refere que a educação de infância é
benéfica para as crianças e que o jardim-de-infância contribui de forma inequívoca para o seu
processo de socialização. O autor afirma que “As vantagens da Educação Pré-Escolar são, no
entanto, muitas.... Seguramente vai preparar as crianças para a Escola, não só em termos de
pré-requisitos mas, sobretudo, em termos de socialização” (p.42). Segundo Mendonça (2000),
“O jardim-de-infância é, ele mesmo, antes de ser local de aprendizagem, um espaço de vida
que pertence à própria vida e com ela se mistura” (p.40).
Schwartz (1972, citado por Katz & McClellan, 1999), demonstrou a importância das
relações com os colegas nos primeiros anos, referindo que “as crianças dos jardins de infância
eram menos afectadas por situações estranhas se outra criança estivesse presente, mesmo
que se tratasse de uma criança desconhecida, do que se estivessem sozinhas” (p.17).
O jardim-de-infância é um espaço privilegiado de interacção social que permite a cada
criança partilhar e trocar experiências, momentos de grande valor emocional e afectivo,
importantes para o desenvolvimento individual, assim como do grupo.
19
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
1.4. Adaptação da criança
Ao entrar na… Pré-escola a criança se depara com um novo ambiente
composto de adultos e crianças com os quais ela nunca interagiu. O
distanciamento da família por longas horas do dia e a inserção em um
novo ambiente, com rotinas específicas, exigirão da criança uma
grande capacidade de adaptação. No entanto, este aspecto não diz
respeito à criança, mas exige de sua família e também dos/as
profissionais que atuam na escola infantil um processo de adaptação
(Felipe, 2001, p. 32).
1.4.1. Adaptação da criança ao jardim-de-infância
Não existe um consenso quanto ao conceito de adaptação social. Para Pité (1997) o
conceito de adaptação social refere-se ao “processo de ajustamento de um indivíduo ao
ambiente. No sentido sociológico, o termo aplica-se quando um indivíduo se ajusta a um
grupo social” (p.10). Ao adaptar-se, um sujeito abandona hábitos ou práticas que faziam
parte de seu comportamento, mas que estão negativamente avaliadas no contexto onde se
deseja integrar, e eventualmente adquirir outros de acordo com as expectativas que se têm
do seu novo papel. A adaptação, neste sentido, é uma forma de socialização secundária, já
que opera tomando como base as habilidades sociais com as quais o sujeito já conta.
Por sua vez, para a American Psychological Association (APA) (1995), a adaptação social
diz respeito às habilidades para a realização de actividades diárias necessárias para a autosuficiência pessoal e social, possibilitando um melhor funcionamento na sua vida diária.
A infância é uma etapa biologicamente útil, que se caracteriza como sendo o período
de adaptação progressiva ao meio físico e social. A adaptação pode ser entendida como
“equilíbrio”, cuja conquista dura toda a infância e adolescência e define a estruturação
própria destes períodos existenciais. De acordo com o psicólogo Jean Piaget (1987), o
conceito de inteligência relaciona-se com a capacidade de adaptação aos contextos em que
cada indivíduo se integra.
Para este autor (1987), a adaptação da criança ao jardim-de-infância é feita por
assimilação de esquemas e por acomodação desses esquemas em novas estruturas mentais. É
a partir dessas estruturas mentais que se faz o processo da aprendizagem, quer dizer,
qualquer coisa “nova” que se aprenda só poderá ser assimilada se existir uma base de
conhecimentos suficientes para isto. A criança ao contactar com um meio desconhecido
provoca uma ruptura entre ela e o meio, causando um desequilíbrio. Para alcançar um novo
estado de equilíbrio são necessários os mecanismos de assimilação e acomodação. “Piaget
considera que é através da prática de jogo simbólico que a criança de idade do jardim-deinfância… desenvolve adequadamente a assimilação, que juntamente com a acomodação a
ajudam a adaptar-se ao mundo” (Mendonça, 2000, p.34).
O conceito de adaptação significa uma melhor vivência no meio. Essa melhor vivência,
esse equilíbrio, não se refere apenas a um meio físico, mas antes de tudo, a um meio social.
20
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
Estar adaptado é antes de tudo estar ajustado às demandas do meio social, sejam elas quais
forem (Figueiredo & Santi, 2004).
Actualmente, essa noção é considerada muito importante na avaliação de crianças. O
instrumento mais utilizado para a avaliação da adaptação social é a Vineland Adaptive
Behavior Scales, a qual deriva da Vineland Social Maturity Scale, escala elaborada por Doll
em 1953. As áreas de funcionamento examinadas são: comunicação, habilidades da vida
quotidiana, socialização e habilidades motoras, havendo ainda uma área de problemas de
comportamento (Sparrow, Balla & Cicchetti, 1984).
As habilidades descrevem a maneira como um indivíduo responde, normalmente, às
exigências ambientais e mostra o desempenho que este apresenta em actividades da vida
diária dirigidas para a auto-suficiência pessoal e social. Remetem para o que as pessoas fazem
habitualmente, e não para o que elas podem ou são capazes de vir a fazer (Coll, Marchesi &
Palacios, 2004).
Em relação ao conceito de adaptação, cada contexto de cuidado alternativo tem as
suas particularidades, demandas e valores e se as características individuais da criança são
compatíveis com estes, então ela tende a ser percebida mais rapidamente como bem
adaptada (Klein & Ballantine, 1988). Num estudo realizado por Klein (1991) as crianças mais
alegres
e
bem-dispostas,
e
que
habitualmente
manifestavam
disponibilidade
para
experimentar situações novas e para conhecer pessoas, tinham melhor adaptação à
instituição e ao grupo.
Embora muitos autores reconheçam a importância dos primeiros dias no jardim-deinfância e admitam a necessidade de se organizarem actividades especiais neste período,
designado como período de adaptação, não existe consenso quanto à caracterização deste
período.
O tempo de adaptação de uma criança ao jardim-de-infância, sendo este um ambiente
novo para ela, e principalmente se vai pela primeira vez para uma instituição, é análogo à
adaptação à creche. Para alguns autores a adaptação começa nos contactos iniciais dos pais
com a instituição, pois as primeiras impressões influenciam a forma como estes se vão
relacionar com o novo ambiente (Vitória & Rossetti-Ferreira, 1993). Enquanto para BloomFeshbach, Bloom-Feshbach e Gaughram (1980), a adaptação compreenderia o momento de
entrada da criança na instituição até ao final do primeiro mês, segundo Fein (1995) o tempo
de adaptação será mais longo, demorará entre três e seis meses após a entrada da criança na
instituição.
A entrada da criança no jardim-de-infância é um momento marcante, que origina
ansiedade, tanto para as crianças, como para os pais e educador. Essa ansiedade pode variar
muito, pois depende das manifestações emocionais e o tempo de duração em que se realiza
todo o processo (Referenciais Curriculares Nacionais para Educação Infantil, 1998).
Sebastiani (2003) refere que a entrada de uma criança numa instituição como o jardimde-infância é um acontecimento delicado. O processo de adaptação consiste no período em
que a criança vai, gradativamente, separando-se dos pais e do ambiente familiar para
21
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
enfrentar uma situação nova que é o jardim-de-infância. A criança encontra-se face a um
novo ambiente, composto de adultos e crianças com os quais ela nunca interagiu. A sua
adaptação pode ser feita de duas maneiras: activamente, conquistando o ambiente, sendo
feliz; passivamente, suportando o ambiente, sofrendo, sendo infeliz (Pereira, 1998).
O período adaptativo da criança ao jardim-de-infância pode ser difícil e demorado. A
separação da mãe ou de outra pessoa que cuide dela, geralmente, provoca na criança
diversas sensações associadas ao medo, insegurança, tristeza entre outros, como
consequência do rompimento dos laços afectivos; tal separação é capaz de marcar para
sempre a sua vida adulta. Segundo Truchis (1988, citado por Portugal, 1998) “É um quadro
que se pode traduzir por diferentes sintomas: agitação ou hipercontrolo, recusas, modificação
dos ritmos, perturbações do sono, problemas alimentares e diversas manifestações somáticas”
(p.183).
O desconhecimento dos pais e a indiferença do jardim-de-infância em compreender
esses aspectos tidos como fundamentais, pode conduzir a profundas interferências para o
desenvolvimento infantil, que pode ser caracterizado desde as simples até às mais complexas.
Segundo Bowlby (1982):
É comprovadamente produtivo considerar muitos distúrbios psiconeuróticos e da personalidade
nos seres humanos como um reflexo de um distúrbio da capacidade para estabelecer vínculos
afetivos, em virtude de uma falha no desenvolvimento na infância ou de um transtorno
subseqüente.... aqueles que padecem de distúrbios psiquiátricos – psiconeuróticos, sociopáticos
ou psicóticos manifestam sempre deteriorização da capacidade para estabelecer ou manter
vínculos afetivos (p.66).
A perspectiva referida anteriormente parece muito assustadora, mas mostra o quanto o
afecto é essencial para a vida, principalmente na infância. Neste período é consolidado todo
o equilibro emocional e social que a criança levará para a sua vida.
É na entrada para o jardim-de-infância que a criança começa a adaptar as
competências e habilidades sociais, inserindo-se ou não em grupos de pares, adquirindo toda
uma gama de comportamentos que a levarão a desenvolver-se (Vieira da Silva, Veríssimo &
Santos, 2004). É nesse espaço feito de comunicações interpessoais que se vivenciam as
primeiras mudanças, os primeiros conflitos e os primeiros confrontos com uma realidade não
tão protegida quanto a familiar. Deste modo, a entrada para o jardim-de-infância constitui
uma importante mudança na vida da criança. “Esta mudança, em si, é tanto melhor vivida
quanto mais o indivíduo tiver vontade de mudar” (Lurçat, 1982, p.24).
A adaptação da criança ao jardim-de-infância é descrita por Bronfenbrenner
(1987,1989, referido por Vasconcelos, 2007b) como paradigmática da sua competência para
funcionar bem numa diversidade de contextos ecológicos. Uma abordagem por sistemas
ecológicos pressupõe que nenhuma das situações vividas pela criança opera de modo
independente das outras. Por isso deve existir uma forte ligação entre o contexto pré-escolar
e a família, sendo estes contextos simultaneamente afectados por outros factores externos.
Segundo Dunlop (2003, referido por Vasconcelos, 2007b), de acordo com a teoria de
Bronfenbrenner, a criança em situação de transição ocupa, pelo menos, dois microssistemas
22
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
ecológicos: o mundo da família, o mundo da creche e/ou do jardim-de-infância, contextos
estes que são interdependentes. A intercepção entre estes microssistemas constitui aquilo a
que Bronfenbrenner denomina de mesossistema. O exossistema abrange acontecimentos e
iniciativas nas quais a criança pode não estar presente, mas que influenciam o contexto
anterior. A habitação, a saúde, o emprego dos pais ou a estrutura comunitária, podem afectar
a criança inserida na respectiva instituição, tornando a partilha de informação e a articulação
conjunta como elementos cruciais. O macrossistema engloba as concepções teóricas, o
sistema de valores, a cultura, as políticas governamentais que, de modo decisivo, vão
influenciar os sistemas anteriores.
Para que cada parte do sistema funcione efectivamente, torna-se necessária uma boa
articulação entre sistemas: trabalho conjunto, passagem de informação e partilha de poder.
Segundo Formosinho, (2000):
Mais do que cenários desconcertados, as crianças beneficiam de sistemas de atenção e educação
que estejam bem ligados entre si, cujas influências não se neutralizem ou curto-circuitem, mas
que se completem mutuamente, proporcionando, no seu conjunto, oportunidades ricas e
polivalentes (p.12).
Waters e Sroufe (1983) e Hay, Payne e Chadwick (2004), referidos por Torres, Santos e
Santos (2008), referem que o contacto com uma nova rede social de adultos e outras crianças
é uma oportunidade para o desenvolvimento sócio-emocional, ao mesmo tempo que
representa um desafio às capacidades de adaptação da criança num ambiente social
complexo.
A qualidade da adaptação ao jardim-de-infância pode determinar em grande parte o
desenvolvimento social nesta faixa etária, bem como ter importantes implicações para o
ajustamento psicossocial durante o resto da vida (Wood, Emmerson, & Cowan, 2004).
Segundo o modelo de desenvolvimento sócio-emocional proposto por Waters e Sroufe
(1983, referido por Torres et al., 2008), as vicissitudes da adaptação da criança a novas
situações sociais dependem:
a) Dos recursos materiais e sociais disponíveis no ambiente externo;
b) Dos recursos pessoais da criança, nomeadamente ao nível das competências
sociais para estabelecer relacionamentos e interacções positivas e para
explorar o ambiente de forma adequada.
Esta ideia também é defendida por Wallon (1975) quando menciona que “o ser vivo
adapta-se a um certo meio segundo as suas próprias necessidades e segundo os meios à sua
disposição de o fazer” (p.202). Para o autor o meio é um complemento indispensável à
criança, a sua integração é um processo dinâmico de transformação constante pela presença
de novos meios, novas necessidades e novos recursos que aumentam as capacidades de
evoluir.
Cordeiro (2010) refere que adaptação ao jardim-de-infância deve ser gradual, com
aumento de tempo e inclusão de mais uma actividade, de modo a criar rotinas e um caminho
evolutivo seguro. A mesma opinião tem Truchis (1988, citado por Portugal, 1998), pois
23
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
considera que as dificuldades de adaptação da criança são menores se lhe é permitido um
conhecimento progressivo da pessoa que se ocupará dela. “A criança poderá então
estabelecer novos pontos de referência e desenvolver uma dupla interiorização: as imagens
parentais e a imagem da pessoa que a acolhe” (p.184).
Gottlieb (1991) e Strayer (1997) referidos por Vieira da Silva et al. (2004) encaram os
problemas de adaptação social como a canalização do comportamento precoce numa
trajectória adaptativa particular, que implica a perda de potencialidades essenciais para o
desenvolvimento das competências das crianças. As manifestações mais habituais de crianças
com problemas de adaptação social são a agressão e o isolamento.
A entrada no jardim-de-infância envolve um conjunto de factores que influenciam a
adaptação da criança. Entre eles podemos destacar os sentimentos dos pais sobre a entrada
do filho na instituição, a idade e o temperamento da criança e a qualidade do atendimento da
instituição. Na maioria das vezes, estes factores relacionam-se entre si sendo difícil examinar
o papel específico de cada um no processo de adaptação aos cuidados alternativos.
De acordo com Howes (1983, referido por Torres et al., 2008), o estabelecimento,
manutenção e estabilidade de relações positivas de amizade parecem conduzir ao
desenvolvimento de competências sociais mutuamente aprendidas, que se tornam cada vez
mais sofisticadas. Segundo Ladd e Price (1987) e Rubin e Coplan (1998), referidos por Torres
et al. (2008), estes são factores considerados importantes para uma melhor adaptação ao
jardim-de-infância.
Tal como acontece na creche, um factor que influencia as reacções da criança durante
o período de adaptação ao jardim-de-infância é a forma como a família, principalmente a
mãe, percebe e sente a entrada do filho no jardim-de-infância (Rossetti-Ferreira & Amorim,
1996). É habitual os pais sentirem-se inseguros e desconfiados, principalmente quando se
trata do primeiro filho e se entra pela primeira vez numa instituição. Existem casos no
jardim-de-infância, tal como acontece na creche, em que é mais difícil para os pais
separarem-se da criança do que para a criança adaptar-se ao novo ambiente (Brazelton,
1994). Segundo McMahon (1994) as mães podem experienciar sentimentos ambivalentes,
conscientes ou inconscientes, sobre deixar as suas crianças aos cuidados de outras pessoas.
Uma criança socialmente eficaz para Rose-Krasnor, Rubin, Booth e Coplan (1996) é
aquela que adquire recursos que lhe permitem obter situações sociais seguras e gratificantes,
tendo capacidade para negociar as interacções sociais. Renshaw e Asher (1982, referidos por
Rose-Krasnor et al., 1996) referem que a criança que demonstra, ao mesmo tempo, fraca
capacidade no relacionamento interpessoal e na resolução de problemas, e é identificada
pelos seus pares e educador como agressiva ou socialmente isolada, não pode ser entendida
como socialmente competente. Esta criança é frequentemente rejeitada pelos seus pares.
Fortin e Bigras (1996, referidos por Vieira da Silva et al., 2004) referem que é fundamental
actuar utilizando planos de intervenção precoces enquanto a flexibilidade comportamental da
criança o permite e antes que falhem as aprendizagens sociais indispensáveis a uma boa
adaptação.
24
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
Uma investigação compreensiva da adaptação da criança aos cuidados alternativos
requer que a sua idade também seja considerada (Zajdeman & Minnes, 1991). Isto porque
algumas etapas do desenvolvimento são mais críticas do que outras para a entrada da criança
em cuidados alternativos. Contudo, os mesmos autores (1991) referem que os dados sobre as
eventuais diferenças de género não são consistentes, uma vez que os autores não
encontraram o género da criança nem a interacção do género com a idade como preditores
com relevância para explicar a adaptação da criança aos cuidados alternativos. Por outro
lado, o temperamento da criança mostrou ter um papel significativo na sua adaptação, tal
com o estudo de Klein (1991), já referido, o tinha demonstrado.
1.4.2. O papel da família na adaptação da criança ao jardim-de-infância
Arboleda (2001) menciona que “La família cumple la primeira y más importante función
de socialización en la vida del ninõ. Por consiguiente, el clima social de la família en que se
educan los hijos resulta fundamental para explicar su nível de adaptación” (p.80). Assim a
família, principalmente os pais, tem um papel fundamental na adaptação da criança ao
jardim-de-infância.
O processo de adaptação inicia-se antes da entrada propriamente dita no jardim-deinfância. Cordeiro (2010) refere que os pais não devem informar a criança da sua ida para o
jardim-de-infância muito tempo antes, a não ser como uma ideia muito vaga, para que esta
não crie expectativas e gere ansiedade por antecipação. Os pais devem levar a criança a
visitar o jardim-de-infância, com o objectivo de “mostrar o espaço de uma forma protegida, e
criar algum apetite por ele, sem que os aspectos negativos, como a ansiedade de separação,
tenham algumas hipóteses de surgir” (p.362).
É importante que, no período de adaptação, a mãe, o pai ou outro familiar
permaneçam junto da criança para a auxiliar na exploração deste ambiente estranho e no
estabelecimento de novos relacionamentos com os educadores e as outras crianças (Balaban,
1988).
Os pais no período de adaptação da criança devem tratar com naturalidade o primeiro
contacto com o jardim-de-infância e nunca deixar de levá-la. É fundamental que os pais não
se atrasem para irem buscar os filhos, para que eles não tenham a terrível sensação de que
não voltarão para casa. Os filhos sentem-se mais seguros ao ver os pais à porta da escola.
Faltas frequentes ou irregularidades nos horários de entrada e saída dificultam a adaptação,
que tende a estender-se por mais tempo (Vitória & Rossetti-Ferreira, 1993). Os pais quando
vão deixar a criança ao jardim-de-infância nunca a devem distrair para se irem embora, é
melhor que ela os veja a irem-se embora, mesmo que fique a chorar. Durante o período de
adaptação os pais não devem alterar os hábitos da criança, por exemplo: deixar de usar
fraldas ou a chupeta.
25
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
Para Rubin, Stewart e Chen (1995, referidos por Vieira da Silva et al., 2004), o vínculo
entre a criança e a mãe permite o desenvolvimento na criança de inúmeras aptidões e
competências sociais. Estas são indispensáveis para obter relações positivas com os seus pares
e também fornecem uma base segura que a estimula a explorar o meio social, desenvolvendo
a capacidade de resolução de problemas. A criança transpõe da relação que tem com a
progenitora, estratégias e modelos de interacção para as suas relações posteriores. A
qualidade da relação primária pode, deste modo, fomentar o desenvolvimento de
comportamentos adaptados ou inadaptados na criança.
De acordo com os pressupostos desenvolvidos por Bowlby (1969, 1973) e Ainsworth,
Blehar, Waters e Wall (1978) referidos por Gleitman (1999) na sua teoria da vinculação, a
qualidade da relação estabelecida entre o bebé e a figura de vinculação tem implicações na
vida social da criança, contudo os processos que podem ligar causalmente os fenómenos de
vinculação aos pais e a relação da criança com as outras crianças podem ser variados.
A qualidade das relações parentais tem um papel importante, principalmente na
adaptação e aceitação da criança ao novo contexto educativo. Alves (2000) verificou uma
associação entre a qualidade e segurança da vinculação e a adaptação social de crianças em
idade pré-escolar. Assim, as crianças percepcionadas pelas mães como inseguras e
dependentes foram consideradas pelas educadoras como as mais ansiosas e isoladas. Por sua
vez, as crianças representadas como sendo seguras e independentes foram descritas como as
menos agressivas, enquanto que as percepcionadas como inseguras e independentes foram
assinaladas como as mais agressivas.
Segundo Troy e Sroufe (1987) e Park e Waters (1989), referidos por Torres et al. (2008),
as crianças de idade pré-escolar com uma vinculação segura são mais empáticas e
competentes com os seus pares e, simultaneamente, têm melhores desempenhos nas medidas
sociométricas de popularidade, bem como uma melhor qualidade de interacção com os
amigos pré-escolares do que as crianças com vinculação insegura.
Após o momento em que uma criança é confinada a alguém que não os pais, as
interacções com estes tornam-se mais limitadas. A criança perde os seus pontos de referência
e daí resulta uma desorganização, inquietude, se não mesmo angústia e sofrimento (Portugal,
1998). Os pais têm que dar a conhecer ao educador informações sobre as crianças, as suas
necessidades básicas, as características evolutivas e quanto aos aspectos de saúde, higiene e
nutrição infantil. É, pois, fundamental garantir uma comunicação fluida e eficaz entre a
família e o jardim-de-infância para que a adaptação da criança a este contexto contribua
para o seu desenvolvimento integrado.
26
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
1.4.3. O papel do educador de infância na adaptação da criança ao
jardim-de-infância
O comportamento do cuidador é um dos aspectos da qualidade do atendimento mais
relevantes para compreender a adaptação da criança. A qualidade dos cuidados pode
depender, em parte, da habilidade dos profissionais em serem responsivos, levando em conta
os padrões individuais de cada criança (Fein, 1995).
A adaptação ao jardim-de-infância diz respeito a toda a personalidade, mas mobiliza
particularmente a esfera afectiva da criança. É para esta que se deve dirigir a atenção do
educador, a fim de que a cada criança seja assegurada uma adequada possibilidade de autoconfiança e de integração grupal (Laeng, 1978). Segundo Lurçat (1982) a criança que não é
envolvida pela educadora poderá reagir de maneira a pôr em causa a sua adaptação.
Segundo Truchis (1988, referido por Portugal, 1998) é necessário que o educador tenha
noções precisas sobre o desenvolvimento da criança, ritmos variáveis de aquisições e processo
de individualização, importância da relação criança-pais, reacções à separação e meios para
ultrapassar; critérios de boa adaptação e sinais de sofrimento; problemas dos pais que
confiam o seu filho a terceiros e diferenças culturais.
O educador deve organizar o ambiente tendo em conta as singularidades das crianças,
com a habilidade de, a partir dessas singularidades, desenvolver acções que favoreçam a
constituição de um sujeito colectivo, que respeite o outro nas suas diferenças.
O educador também deve transmitir à criança uma imagem de afabilidade e segurança
que a ajudará a ter confiança em si própria. O educador deve estabelecer laços com as
crianças, tendo em conta a especificidade do grupo, desenvolvendo relações de confiança e
atenção. Tendo em conta que as interacções com os adultos que a rodeiam (Post & Hohmann,
2007) “proporcionam o „combustível‟ emocional de que os bebés e as crianças precisam para
desvendar os mistérios com que se deparam no seu mundo social e físico” (p.12), é
importante assegurar relações de confiança e apoio entre o educador e a criança, para que
esta se sinta protegida e segura.
Segundo Goossen e Van Ijzendoorn (1990), a qualidade da relação entre a criança e o
educador está interligada com a sensibilidade do mesmo. Oferecendo um ambiente calmo,
sensível e estável, transmitindo-lhe segurança, poderá levar a criança a estabelecer uma
vinculação segura e sentir-se compensada do stress gerado pela separação da mãe. Deste
modo, o educador deve não só fornecer um meio estimulante a nível de aquisições linguísticas
e cognitivas, como também ajudá-la a estabelecer relações seguras fora do ambiente
familiar, através dos seus cuidados e relacionamento.
Nesse sentido, entendemos que o papel do educador é de fundamental importância no
estabelecimento de vínculos afectivos e de confiança com a criança e sua família. A relação
do educador com o grupo de crianças e com cada uma em particular é constante, dá-se o
tempo todo, na sala, no pátio ou nos passeios, e é em função dessa proximidade afectiva que
27
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
se dá a interacção com os objectos e a construção de um conhecimento altamente
envolvente. Como afirma Saltini (1997):
Essa interrelação é o fio condutor, o suporte afetivo do conhecimento…. Neste caso, o educador
serve de continente para a criança. Poderíamos dizer, portanto, que o continente é o espaço
onde podemos depositar nossas pequenas construções e onde elas tomam um sentido, um peso e
um respeito, enfim, onde elas são acolhidas e valorizadas, tal qual um útero acolhe um embrião
(p.89).
Segundo Katz e McClellan (1991, referidos por Lino, 1999), o educador deve fornecer
modelos de interacção, definir os seus padrões na sala e propiciar auxílio às crianças que se
encontram num processo de aquisição e fortalecimento da compreensão e das capacidades
sociais.
O educador deve estabelecer um clima interpessoal apoiante, colocando em prática
estratégias
de interacção
positiva. Ao
proporcionar uma
estrutura
que apoia
os
acontecimentos e actividades diárias, fornece uma “organização social que cria uma
comunidade e prepara o palco para as interacções sociais em desenvolvimento” (Hohman &
Weikart, 2007, p. 225). Este clima é essencial para a aprendizagem activa, porque ela é
fundamentalmente um processo social interactivo. Como futura Educadora, penso que seria
muito positivo que as Educadoras de Infância explorassem mais o currículo High-Scope e
divulgassem, com ele, a incontestável importância da aprendizagem ser activa e significativa.
Por outro lado, segundo Oliveira-Formosinho (1999), o espaço institucional é um espaço
socializado. O educador tem que oferecer condições para que a criança possa desenvolver a
sua autonomia, identidade, espírito de cooperação e solidariedade. O educador, no âmbito do
currículo High-Scope, tem que “arranjar o espaço para que os aprendizes activos façam
aprendizagens activas” (Oliveira-Formosinho, 1999, p. 55). O espaço deve ser organizado de
forma cuidada, com intencionalidade, permitindo que a criança possa ter o maior número
possível de oportunidades de aprendizagem pela acção. A partir da actividade lúdica a
criança prepara-se para a vida, assimilando o meio em que vive, integrando-se nele,
adaptando-se às condições que o mundo lhe oferece e aprendendo a conviver como ser social.
O espaço deve exigir grande investigação e investimento do educador.
28
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
PARTE II – ESTUDO EMPÍRICO
Uma investigação é, por definição, algo que se procura. É um
caminhar para um melhor conhecimento e deve ser aceite como tal,
com todas as hesitações, os desvios e as incertezas que isto implica
(Quivy & Campenhoudt, 2008, p.29).
29
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
2. Introdução
Depois de se ter identificado o campo de estudo e apresentado a informação
considerada relevante para o enquadramento teórico da nossa investigação, a presente parte
pretende descrever e fundamentar a metodologia utilizada no estudo desenvolvido.
A escolha da metodologia a utilizar num trabalho de investigação educacional depende
dos objectivos, do tipo de questões a que o estudo procura responder, da natureza do
fenómeno a estudar e das condições em que o mesmo decorre (Tuckman, 2005).
O estudo segue uma metodologia qualitativa - o estudo de caso – e deriva da seguinte
questão:
Em que medida a frequência de creche contribui para a adaptação da criança ao
contexto do jardim-de-infância?
Esta questão surgiu no contexto da realização da “Prática Supervisionada em Educação
Pré-escolar”, a partir de observações feitas a crianças que entraram para o jardim-deinfância. Nestas observações chamou-nos a atenção as diferenças que pudemos observar, na
participação em rotinas e actividades, assim como na interacção com as outras crianças e
adultos, entre as crianças que frequentaram a creche e outras que não a frequentaram.
Por este motivo e por considerarmos que a creche desempenha, actualmente, um
importante papel no desenvolvimento da criança, consideramos pertinente realizar o estudo
sobre o papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância.
Este estudo tem como objectivos:

Analisar se as crianças que frequentaram a creche se adaptam melhor às rotinas
diárias do jardim-de-infância.

Analisar se as crianças que frequentaram a creche aderem mais às propostas de
diferentes actividades do jardim-de-infância.

Analisar se as crianças que frequentaram a creche interagem melhor com os
colegas da sala.

Analisar se as crianças que frequentaram a creche interagem melhor com os
adultos.
30
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
2.1. Investigação Qualitativa – Justificação da Opção metodológica
Os investigadores que adoptam uma perspectiva qualitativa estão
mais interessados em compreender as percepções individuais do
mundo, procuram compreensão, em vez de análise estatística (Bell,
2008, p. 20).
Nos últimos anos, a investigação de natureza qualitativa tem sido cada vez mais
utilizada em Educação. A investigação qualitativa tem, na sua essência, segundo Bogdan e
Biklen (1994), cinco características: (1) a fonte directa dos dados é o ambiente natural e o
investigador é o principal agente na recolha desses mesmos dados; (2) os dados que o
investigador recolhe são essencialmente de carácter descritivo; (3) os investigadores que
utilizam metodologias qualitativas interessam-se mais pelo processo em si do que
propriamente pelos resultados; (4) a análise dos dados é feita de forma indutiva; e (5) o
investigador interessa-se, acima de tudo, por tentar compreender o significado que os
participantes atribuem às suas experiências.
O estudo em causa segue uma metodologia qualitativa de orientação naturalista e
interpretativa - o estudo de caso. É naturalista, no sentido em que o estudo de determinado
fenómeno deve ocorrer no seu contexto natural e no qual o investigador deve respeitar a
evolução natural do fenómeno, não criando interferências intencionais ou procurando
manipulá-lo.
Na investigação qualitativa a fonte directa de dados é o ambiente natural, constituindo o
investigador o instrumento principal…. Os investigadores qualitativos frequentam os locais de
estudo porque se preocupam com o contexto. Entendem que as acções podem ser mais bem
compreendidas quando são observadas no seu ambiente habitual de ocorrência. Os locais têm
que ser entendidos no contexto da história das instituições a que pertencem (Bogdan & Biklen,
1994, pp.47-48).
A investigação é interpretativa porque tem como grande objectivo procurar a forma
mais adequada de tornar mais inteligíveis os mundos da experiência daqueles que estão a ser
estudados (Denzin & Lincoln, 2006). Assim, procura não só estudar o indivíduo num contexto,
como também compreender os significados que este atribui à sua vida.
No que diz respeito ao papel do investigador existem três critérios fundamentais que
devem reger o comportamento do investigador na área qualitativa:
a) a clarificação de critérios utilizados;
b) a operacionalização desses critérios no processo de investigação através de procedimentos
específicos (consistindo isto numa forma privilegiada de clarificação);
c) a explicitação da operacionalização dos critérios nos relatórios da investigação, isto é, a
documentação sistemática dos procedimentos utilizados pelo investigador (Lessard-Hebert,
Goyette & Boutin, 2005, p.64).
Lessard-Hebert et al. (2005) sublinham que “o carácter de proximidade entre o
investigador e os participantes na investigação qualitativa está centrado na construção de
sentido. Esta proximidade manifesta-se tanto no plano físico (o terreno) como no simbólico (a
linguagem) ” (p.47).
31
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
A adopção da metodologia qualitativa tem por base o facto de que nenhuma
informação é trivial ou menos importante, ou seja, qualquer potencial informação pode
constituir uma pista capaz de ajudar à melhor compreensão do objecto de estudo. Além
disso, “os investigadores qualitativos interessam-se mais pelo processo do que simplesmente
pelos resultados” (Bogdan & Biklen, 1994, p.48).
O investigador/entrevistador não deve demonstrar opinião ou posição relativamente
aos fenómenos abordados mantendo-se numa posição neutra e, simultaneamente, deve
estimular a participação do informante. Posto isto, “é necessário calcular a quantidade
correcta de participação e o modo como se deve participar” (Bogdan & Biklen, 1994, p.125).
O facto de haver uma grande proximidade na relação entre o investigador e os
participantes no estudo, as crianças, pode ser considerado como uma vantagem, no sentido
de que existe um maior e diversificado conhecimento mútuo dos intervenientes na
investigação, deixando este de ser considerado um elemento perturbador ou estranho no
ambiente. Estamos, pois, de acordo com Bogdan e Biklen (1994) quando afirmam que a
investigação em educação pode tirar partido da relação de proximidade existente entre o
investigador e o objecto de estudo.
Para terminar esta abordagem destaca-se a seguinte afirmação, que valoriza a
importância do desempenho do investigador: “a essência da investigação qualitativa assenta
numa abordagem minuciosa tão sensível como criativa de entrevista aos inquiridos, análise e
interpretação dos dados recolhidos, de uma forma que seja potencialmente relevante para o
desenho da investigação” (Robson & Foster, 1989, p.14, citado por Duarte, 2010, p.56).
2.1.1. O Estudo de Caso na Investigação Qualitativa
Esta investigação em educação segue a metodologia do estudo de caso por ser a que se
demonstra como mais adaptada à realidade que pretendemos estudar.
O estudo de caso representa um método de investigação relevante, sobretudo porque
assenta numa pesquisa intensiva e aprofundada de um determinado objecto de estudo, que se
encontra extremamente bem definido e que visa compreender a singularidade e globalidade
do caso em simultâneo.
É uma investigação que se assume como particularística, isto é, que se debruça deliberadamente
sobre uma situação específica que se supõe ser única ou especial, pelo menos em certos
aspectos, procurando descobrir o que há nela de mais essencial e característico e, desse modo,
contribuir para a compreensão global de um certo fenómeno de interesse (Ponte, 2006, p.2).
Este estudo de caso assume uma dimensão qualitativa, pois segundo Almeida e Freire
(2000), procura analisar “os fenómenos a partir da perspectiva do outro ou respeitando os
seus marcos de referência e o interesse em conhecer a forma como as pessoas experienciam e
interpretam o mundo social que também acabam por construir interactivamente” (p.98).
32
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
Para caracterizar o estudo de caso, Lüdke e André (1986) referem sete características
para a investigação qualitativa: (1) visam a descoberta, (2) dão maior relevância à
“interpretação no contexto”; (3) procuram retratar a realidade de forma completa e
profunda; (4) utilizam várias fontes de informação; (5) revelam experiência e permitem
generalizações naturalistas; (6) procuram representar os diferentes e, às vezes, divergentes
pontos de vista, presentes numa situação social; (7) utilizam uma linguagem e uma forma
mais acessível do que outros métodos de investigação.
Num estudo de caso, o investigador, depois de recolher todo o tipo de dados de cariz
qualitativo, tem poucas orientações ou caminhos no sentido de analisar os dados obtidos,
portanto, é essencial conhecer a perspectiva dos participantes e compreender o seu ponto de
vista para tentar perceber o significado que eles atribuem às diferentes situações propostas
pelo investigador.
Como principais vantagens deste tipo de investigação podemos sublinhar, de facto, a
adequação de um tal método para caracterizar e apreender as características particulares de
um determinado indivíduo. Outra vantagem muito importante nos estudos de caso é o facto
de o investigador poder, a qualquer momento da investigação, alterar os métodos da recolha
de dados e estruturar novas questões de investigação.
Vários autores, como Lee, Yarger, Lincoln, Guba, Gravemeijer e Shulman (referidos por
Vale, 2000) recomendam como metodologia de investigação o estudo de caso, considerando-o
a melhor escolha para uma investigação naturalista em educação.
Entretanto, temos consciência dos limites e riscos desta modalidade de investigação:
A escolha de um determinado foco, seja ele um local na escola, um grupo em particular, ou
qualquer outro aspecto, é sempre um ato artificial, uma vez que implica a fragmentação do todo
onde ele está integrado. O investigador qualitativo tenta ter em consideração a relação desta
parte com o todo, mas, pela necessidade de controlar a investigação, delimita a matéria de
estudo. Apesar do investigador tentar escolher uma peça que constitua, por si só, uma unidade,
esta separação conduz sempre a alguma distorção (Bogdan & Biklen, 1994, p.91).
No que diz respeito à “generalização” das conclusões e resultados de um estudo de
caso, é necessário salientar que esta metodologia de investigação não tem o propósito de
generalizar os resultados obtidos, mas sim de conhecer profundamente casos concretos e
particulares (Merriam, 1988; Yin, 2005).
Em relação ao estudo em causa, o caso pretende comparar a adaptação ao contexto de
jardim-de-infância entre duas crianças que frequentaram creche e duas crianças que não
frequentaram. Portanto, o seu interesse incide naquilo que ele tem de único, de particular,
mesmo que posteriormente venham a evidenciar semelhanças com outros casos (Lüdke &
André, 1986). Deste modo, o presente estudo, é um estudo de caso comparativo. Segundo
Bogdan e Biklan (1994) e Yin (2005) um estudo de caso comparativo é um estudo de dois ou
mais casos que se efectuam para serem comparados e/ou contrastados.
33
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
2.2. Identificação do local do estudo
O estudo foi desenvolvido numa instituição que funciona com valência de creche e
jardim-de-infância.
2.3. Participantes no estudo
Determinado grupo de indivíduos „representa‟ particularmente bem
determinado fenómeno, opinião ou comportamento e, por esse facto,
são escolhidos para o seu estudo (Almeida & Freire, 2000, p.105).
Neste ponto são caracterizados os participantes que activamente fizeram parte da
investigação, participando como entrevistados e as crianças que foram alvo de observações.
Para se poder realizar este estudo, a Directora Pedagógica da instituição foi informada,
durante o mês de Setembro de 2010, através de carta, da pretensão e objectivos gerais do
estudo. Foi-lhe solicitada autorização e colaboração (Cf. Anexo A1). Após esta autorização,
foram contactadas as Educadoras responsáveis pelas crianças que participaram no estudo,
também através de carta, da pretensão e objectivos gerais do estudo, às quais foram
solicitadas as devidas autorizações e colaborações (Cf. Anexo A2; Anexo A3).
Após esta fase, todos os Pais das crianças foram informados e esclarecidos sobre o
estudo e a sua importância, primeiro pessoalmente e, depois, por escrito (Cf. Anexo A4). A
todos foi pedida a participação, colaboração e autorização para a utilização dos vários
registos e observações, sendo desde logo salvaguardada a necessária privacidade dos
intervenientes, principais factores para levar a cabo a investigação.
2.3.1. Caracterização dos participantes no estudo
A constituição da amostra num estudo de caso é sempre intencional. A escolha de um
certo tipo de amostra baseia-se em critérios pragmáticos e teóricos. Esta selecção permite ao
investigador aprender o máximo sobre o fenómeno em estudo (Vale, 2000).
A nossa amostra de estudo é constituída por duas crianças que frequentaram creche e
duas que não frequentaram, de modo a ser possível comparar a adaptação destas ao contexto
do jardim-de-infância. Este método intencional de amostragem, segundo Almeida e Freire
(2000), impossibilita a generalização dos dados e das conclusões obtidas para outras situações
ou amostras.
Neste sentido, a amostra, em todo e qualquer estudo de caso, constitui um passo
fundamental de todo o processo, de tal modo que desempenha um papel central na própria
investigação. E o processo de amostragem só está concluído quando se esgota a informação a
extrair através do confronto das várias fontes de evidência.
34
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
Nesta investigação, para ser possível tentar dar resposta à nossa questão, decidiu-se
integrar crianças oriundas de duas salas de 3 anos do Pré-Escolar, devido ao facto de só
existirem duas crianças que nunca frequentaram creche. Assim, optou-se por estudar 3
crianças, numa das salas, duas que frequentaram creche e continuam com a mesma
Educadora e outra que não frequentou creche. Na outra sala optou-se por estudar apenas a
criança que não frequentou creche. A cada criança do estudo foi atribuída uma referência.
Quadro 1 - Caracterização das Crianças
Referência da Criança
Idade
Género
Frequentou creche
C1
3anos
Feminino
Sim
C2
3anos
Masculino
Sim
C3
3anos
Feminino
Não
C4
3anos
Masculino
Não
As Educadoras participantes neste estudo são as responsáveis pelos grupos de crianças
que entraram para o jardim-de-infância, salas dos 3anos. Tivemos como preocupação recolher
dados que permitissem uma caracterização das Educadoras relativamente às variáveis
identificadas no quadro que a seguir apresentamos.
Quadro 2 - Caracterização das Educadoras
Sujeitos
entrevistados
EA
EB
Idade
Habilitações
Formação
40
Licenciatura
34
Licenciatura
Educadora de Infância
Animadora Sociocultural
Educadora de Infância
Tempo de
serviço
16anos
10anos
3anos
Outros participantes no estudo, além das crianças e das Educadoras, foram os Pais das
quatro crianças que, ao longo da elaboração do nosso estudo, foram alvo das observações.
Desta forma, para cada um dos participantes procurámos reunir as principais informações que
os caracterizam enquanto pessoas e enquanto profissionais. Ou seja, qual o nível etário a que
pertencem, quais as habilitações literárias que possuem e quais as competências profissionais
que demonstram. Estas informações foram retiradas do processo individual dos respectivos
filhos e têm em vista dar-nos uma visão mais abrangente e precisa dos progenitores.
O quadro seguinte exprime as informações anteriormente descritas:
Quadro 3 - Caracterização dos Pais
Referência
da Criança
C1
C2
C3
C4
Parentesco
Idade
Habilitações
Profissão
Mãe
Pai
Mãe
Pai
Mãe
Pai
Mãe
Pai
30
35
36
36
30
29
34
32
12ºano
12ºano
Licenciatura
Licenciatura
Licenciatura
12ºano
Licenciatura
Licenciatura
Vigilante
Vendedor
Gestora Financeira
Gestor
Administrativa
Vendedor
Dentista
Advogado
35
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
2.4. Técnicas de recolha de dados / Instrumentos
Qualquer descoberta ou conclusão em um estudo de caso
provavelmente será muito mais convincente e acurada se baseada em
várias fontes distintas de informação, obedecendo a um estilo
corroborativo de pesquisa (Yin, 2005, p.126).
A investigação qualitativa tem por base técnicas de recolha de dados descritivas e a sua
análise cuidadosa. “No processo de recolha de dados, devemos escutar correctamente,
colocar questões pertinentes e observar detalhes” (Bogdan & Bilken, 1994, p.291).
A utilização de várias fontes de dados na construção de um estudo de caso, permite-nos
considerar um conjunto mais diversificado de tópicos de análise e, ao mesmo tempo, permite
comprovar o mesmo fenómeno (Yin, 2005). Segundo este autor, existem três princípios para a
recolha de dados: usar múltiplas fontes de evidências, construir, ao longo do estudo, uma
base de dados, formar uma cadeia de evidências.
As técnicas utilizadas nesta investigação são: a análise documental, a observação e as
notas de campo.
Segundo Bell (2008), os instrumentos “são seleccionados e estabelecidos de forma a
permitir-lhe obter respostas. O instrumento é apenas a ferramenta que lhe permite recolher a
informação, mas é importante que seleccione a ferramenta mais adequada” (p.99). A escolha
e a utilização dos instrumentos permitem ao investigador compreender, descrever, explorar e
avaliar a qualidade dos dados obtidos através das várias fontes (De Ketele & Roegiers, 1999).
Para sistematizar e introduzir algum rigor na recolha dos dados optámos por utilizar,
paralelamente, alguns instrumentos (Cf. Anexo B) de acordo com os objectivos da pesquisa.
Neste sentido, utilizaremos:
Grelha de observação de participação nas actividades
Grelha de observação de interacções
Escala de Envolvimento da Criança
Entrevista Semi-estruturada
2.4.1. Análise Documental
Nesta investigação será feita a análise dos processos individuais das crianças das salas
dos 3anos. Esta técnica permite-nos ficar a conhecer em que contexto as crianças estiveram
inseridas no ano anterior e outros dados que se podem revelar importantes para a pesquisa.
Esta técnica de recolher dados consiste, do nosso ponto de vista, num método rápido de
obtenção de informações pertinentes e canalizar o esforço do investigador para o que é
essencial – isto é, observação, leitura e análise dos dados recolhidos. Esta opinião vai ao
encontro de Quivy e Campenhoudt (2008), pois consideram que o método possibilita “A
36
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
economia de tempo e de dinheiro que permite ao investigador consagrar o essencial da sua
energia à análise propriamente dita” (p.203).
2.4.2. Observação
A observação pode ser directa ou indirecta. Nesta investigação utilizaremos a
observação directa, onde “o próprio investigador procede directamente à recolha de
informações, sem se dirigir aos sujeitos interessados” (Quivy & Campenhoudt, 2008, p.164).
Achamos este tipo de recolha de dados extremamente importante, pois possibilitará um
contacto pessoal e estreito com o campo empírico e uma aproximação da amostra em estudo.
Quivy e Campenhoudt (2008) consideram mesmo que os métodos de observação são “os únicos
métodos de investigação social que captam os comportamentos no momento em que eles se
produzem em si mesmos, sem a mediação de um documento ou de um testemunho” (p.196).
A validade do trabalho do investigador depende, sobretudo, do rigor e do detalhe das
suas observações, assim como do contínuo confronto entre as observações e a reflexão teórica
baseada na experiência de outros investigadores. A prática da observação é essencial, pois é
observando que se aprende a observar.
2.4.2.1. Notas de campo
Os momentos de observação directa deste estudo deram origem às notas de campo. São
registos que devem respeitar a linguagem dos sujeitos. As notas devem ser tão simples e
claras quanto possível e perseguem dois objectivos: o primeiro é descritivo e pretende captar
uma imagem por palavras, pessoas, acções e conversas observadas; o segundo é reflexivo, isto
é, apreende mais o ponto de vista do observador, as suas ideias e preocupações. As partes
reflexivas das notas de campo são designadas por uma convenção de notação – “C.O.” – o que
significa comentários do observador (Bogdan & Biklen, 1994).
Bogdan e Bilken (1994) referem que essas notas são “o relato escrito daquilo que o
investigador ouve, vê, experiência e pensa no decurso da recolha e reflectindo sobre os dados
de um estudo qualitativo” (p.150).
A legitimidade do trabalho de investigador fundamenta-se no rigor das observações,
bem como no confronto permanente entre as observações e as questões interpretativas. O
investigador estará principalmente atento à reprodução ou não dos factos observados, bem
como
à
convergência
entre
as
diferentes
informações
obtidas,
que
devem
ser
sistematicamente delimitadas (Quivy & Campenhoudt, 2008). Segundo Bogdan e Bilken
(1994), quanto mais natural for a sua actuação, melhores resultados poderá obter.
37
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
2.4.2.2. Grelhas de observação de comportamento
Um dos objectivos da utilização de grelhas de observação é criar objectividade na
análise das situações e evitar a apreciação condicionada unicamente por factores subjectivos
e afectivos. Segundo Bogdan e Biklen (1994) as grelhas de observação são, também, uma
mais-valia na concretização das notas de campo. Neste sentido, o resultado bem-sucedido de
um estudo de observação de uma investigação qualitativa baseia-se nas notas de campo
detalhadas, precisas e extensivas.
Estas grelhas de observação foram construídas no sentido de nos ajudarem a registar a
frequência dos comportamentos e a progressão dos mesmos, ao longo das cinco observações
realizadas.
2.4.2.2.1. Grelha de observação de participação nas actividades
Construímos a grelha de observação com o objectivo de registar o comportamento das
crianças nos diferentes tipos de actividades (Cf. Anexo B1). Esta grelha contém 32 itens
agrupados em 3 categorias (actividades orientadas de grande grupo; actividades orientadas de
pequeno grupo e actividades livres). Esta organização não pretende dividir os itens aquando
da sua análise, mas torná-la mais perceptível no momento das observações. Todos os itens da
grelha de observação são classificados numa escala de 3 níveis, de sentido e pontuação
crescente: 1= “raramente”; 2= “às vezes” e 3= “frequentemente”. Segundo Tuckman (2005)
“as escalas de avaliação são dispositivos usados pelo observador para sumariar os juízos de
valor, atribuídos à actividade observada ou comportamento” (p.288).
2.4.2.2.2. Grelha de observação de interacções (baseada no modelo HighScope)
O currículo High-Scope situa-se no quadro de uma perspectiva “desenvolvimentista”
para a educação de infância e foi iniciado na década de 60 por David Weikart. Este currículo
assenta no paradigma construtivista e inspirou-se nas teorias de Piaget. O núcleo central do
modelo High-Scope radica na crença de que a aprendizagem activa é fundamental para o
desenvolvimento humano (Hohmann et al., 1984).
O Registo de Observação da Criança de High-Scope (COR), para idades de 2 anos e 6
meses a 6 anos, é um instrumento de observação e avaliação que pode ser utilizado por um
observador, enquanto as crianças estão envolvidas em actividades típicas de contextos de
atendimento à infância. A avaliação é baseada na observação dos comportamentos das
38
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
crianças e nas suas actividades, segundo seis categorias de desenvolvimento (OliveiraFormosinho, 1999).
Tendo em conta os objectivos do estudo, a grelha de observação que utilizaremos
contém apenas a categoria “Relações Sociais” escalonada em vários itens, classificados por
alíneas que descrevem um comportamento típico (Cf. Anexo B2). Esta categoria diz respeito
à aquisição das competências sociais nas experiências das crianças com os seus pares e
adultos.
2.4.2.3. Escala de Envolvimento da Criança
A Escala de Envolvimento da Criança insere-se no projecto Desenvolvendo a Qualidade
em Parcerias – DQP, designação que recebeu quando foi divulgado e iniciado em Portugal.
Nasceu no Reino Unido, em 1993, com o nome de The Effective Early Learning Project, sob a
direcção de Christine Pascal e Anthony Bertram (Pascal & Bertram, 2009).
O DQP centra-se num modelo de Avaliação e de Desenvolvimento da Qualidade e tem
dois enfoques: “a qualidade da relação educativa entre a criança e o adulto e ajudar os
profissionais da educação de infância a olharem para o processo de ensino/aprendizagem de
uma forma crítica, reflectida e informada” (Pascal & Bertram, 2000, p.21).
Pascal e Bertram (2009) identificaram dez dimensões ou aspectos de qualidade no
jardim-de-infância, tendo utilizado ou criado alguns instrumentos para avaliar nessas
dimensões. No nosso estudo, fizemos uso de um desses instrumentos – Escala de Envolvimento
– com o objectivo de avaliar a qualidade das aprendizagens das crianças participantes.
Para a avaliação desta dimensão utilizaremos a Escala de Envolvimento da Criança (Cf.
Anexo B3). Esta escala “é um instrumento de observação que se destina a medir o nível de
envolvimento da criança em acção. É particularmente interessante porque se centra na
criança e mede os processos de aprendizagem e não só os resultados da aprendizagem”
(Pascal & Bertram, 2009, p.57).
Pascal e Bertram (2009), referem que o envolvimento é concebido como uma qualidade
da actividade humana, que é: a) reconhecido pela concentração e persistência; b)
caracterizado pela motivação, atracção e entrega aos estímulos e pela intensidade da
experiência (quer ao nível físico, quer ao nível cognitivo) e por uma profunda satisfação e
forte fluxo de energia; c) determinado pelo impulso exploratório e pelo padrão individual de
necessidades ao nível do desenvolvimento; e, d) indicador de que o desenvolvimento está a
ter lugar. “O estudo do envolvimento da criança durante os primeiros anos de vida é
especialmente relevante, na medida em que se assume que descreve o processo através do
qual as crianças adquirem conhecimento acerca do mundo” (Pessanha, Pinto & Barros, 2009,
p.55).
De acordo com Laevers (1994), a Escala de Envolvimento da Criança, traduzida e
adaptada da escala original The Leuven Involvement Scale for Young Children (LIS-YC), é
39
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
constituída por duas componentes: uma lista de indicadores/sinais característicos de um
comportamento de envolvimento e os níveis de envolvimento numa escala de 5 pontos. Esta
escala baseia-se na teoria de que quando as crianças estão a aprender a um nível profundo
exibem certas características, ou “sinais de envolvimento”. Pascal e Bertram (2009, p.129),
enumeram a lista de sinais indicadores de envolvimento da criança que a escala compreende:
Concentração - A atenção da criança encontra-se orientada para a actividade. Nada parece
poder distrair a criança desta profunda concentração;
Energia - A criança investe muito esforço na actividade. Está muito interessada e estimulada.
Esta energia é frequentemente demonstrada pelo altear da voz ou pela pressão que faz sobre o
objecto que utiliza. A energia mental pode ser inferida através das expressões faciais as quais
revelam que a criança está concentrada no que está a fazer;
Complexidade e Criatividade - Observáveis quando a criança mobiliza, de livre vontade, as suas
capacidades cognitivas e outras para se dedicar a um comportamento mais complexo do que uma
mera rotina. A criança envolvida não pode mostrar mais competência – está a dar o seu melhor.
Criatividade não significa que o resultado tenha que ser original. A criatividade existe quando a
criança dá um toque individual ao que faz e contribui para o seu desenvolvimento criativo. Nesta
situação, a criança encontra-se nos limites das suas capacidades;
Expressão Facial e Postura - Os indicadores não verbais são de extrema importância para
apreciar o envolvimento da criança. É possível distinguir olhos perdidos no vazio de olhos
brilhantes. A postura pode revelar alta concentração ou tédio. A postura pode ser altamente
significativa, mesmo quando a criança está de costas para o observador;
Persistência - A persistência é a duração da concentração na actividade que está a ser realizada.
As crianças que estão realmente envolvidas não abandonam facilmente o que estão a fazer.
Querem continuar a actividade que lhes interessa e dá prazer, não se deixando distrair pelo que
acontece à sua volta. A actividade envolvida tem geralmente uma maior duração, embora o
tempo investido dependa da idade e da experiência da criança;
Precisão - As crianças envolvidas mostram um cuidado especial com o seu trabalho e estão
atentas aos pormenores. As crianças que não se envolvem, estão pouco preocupadas com as
questões de pormenor. Os pormenores não são importantes para elas;
Tempo de reacção - As crianças que estão envolvidas estão atentas e reagem com rapidez a
estímulos. Correm, literalmente falando, para uma actividade e mostram grande motivação e
entusiasmo. Note-se que o envolvimento não se pode ver apenas pela reacção inicial. É mais que
isso;
Linguagem - A importância que a actividade tem para as crianças pode ser observada através dos
comentários que fazem. Por exemplo, poderão, repetidamente, pedir para fazer uma
determinada actividade e dizerem que gostam de a fazer;
Satisfação - As crianças envolvidas demonstram grande satisfação perante os resultados
alcançados.
Os cinco níveis de envolvimento que constituem a escala são definidos por Pascal e
Bertram (2009, p.131), da seguinte forma:
Nível 1 – Sem actividade - Neste nível, a actividade é simples, estereotipada, repetitiva e
passiva. A criança parece estar ausente e não demonstra energia. Há ausência de exigências
cognitivas. Uma característica típica é a do olhar vago da criança. Ter em atenção que este olhar
também pode ter outro significado, pode ser um sinal de concentração;
Nível 2 – Actividade frequentemente interrompida - A criança está a fazer uma determinada
actividade mas metade do período de observação inclui momentos de ausência de actividade
durante os quais a criança não está concentrada e está só a olhar para o ar. Verificam-se
interrupções frequentes na concentração das crianças. O seu envolvimento não é suficiente para
as fazer regressar à tarefa;
Nível 3 – Actividade quase contínua - A criança encontra-se ocupada numa actividade mas a
num nível rotineiro, não demonstrando sinais de envolvimento real. Faz alguns progressos mas
40
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
sem muito interesse nem especial concentração. A criança distrai-se facilmente do que está a
fazer;
Nível 4 – Actividade contínua com momentos de grande intensidade - A actividade da criança
passa por momentos de grande intensidade. O nível 4 é reservado para a actividade demonstrada
nesses momentos de maior intensidade e pode ser inferido usando os sinais de envolvimento.
Mesmo quando há interrupções, o nível da actividade é retomado. Outros estímulos do ambiente,
por mais atraentes que sejam, não conseguem distrair a criança do que está a fazer;
Nível 5 – Actividade intensa prolongada - A criança demonstra, através da actividade continuada
e intensa que está a desenvolver, que atingiu o mais elevado grau de envolvimento. Não é
necessário que durante o período de observação todos os sinais de envolvimento estejam
presentes embora seja necessária a presença dos fundamentais – concentração, criatividade,
complexidade, energia e persistência. A intensidade deve estar presente durante todo ou quase
todo o período de observação.
Laevers (1994) menciona que a distinção entre cada nível foi reestruturada de forma
que a diferença entre um ponto inteiro e o seguinte significa que alguma característica é
acrescentada à actividade. No sentido de aproximá-la, cada vez mais, de uma actividade
auto-estruturante: objectivo; envolvimento; complexidade. Atribuem-se pontos inteiros
quando essas características são observadas durante todo o período de observação (2
minutos); quando essas características são observadas em apenas parte do tempo, a
pontuação é reduzida em meio ponto.
A aplicação da Escala de Envolvimento da Criança irá decorrer em quatro momentos,
com o objectivo de verificar a progressão das crianças quanto ao seu envolvimento nas
actividades.
2.4.3. Entrevista Semi-estruturada
Entrevista às Educadoras de Infância (Cf. Anexo B4)
Entrevista aos Pais (Cf. Anexo B5)
Nesta investigação alguns dados foram obtidos através da realização de entrevistas às
duas Educadoras de Infância e aos Pais das quatro crianças participantes no estudo.
Esta técnica “é utilizada para recolher dados descritivos na linguagem do próprio
sujeito, permitindo ao investigador desenvolver intuitivamente uma ideia sobre a maneira
como os sujeitos interpretam aspectos do mundo” (Bogdan & Biklen, 1994, p.134).
Recorremos à técnica da entrevista por a considerarmos a mais adequada para recolher
as opiniões, percepções e testemunhos das Educadoras e dos Pais das crianças. Tal como
referem Quivy e Campenhoudt (2008), os métodos de entrevista “permitem ao investigador
retirar das suas entrevistas informações e elementos de reflexão muito ricos e matizados”
(p.192).
Na entrevista há maior flexibilidade, o entrevistador pode repetir, esclarecer, formular
de maneira diferente as questões, garantindo que está a ser compreendido. Há, assim, a
41
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
possibilidade de obter informações mais precisas, podendo ser confrontadas e comprovadas
de imediato.
Durante a entrevista, o entrevistador tem a oportunidade de observar o entrevistado
“ao vivo” enquanto diz o que diz e como o diz. Permite também avaliar as suas atitudes e
condutas à luz de uma observação directa. (Marconi & Lakatos, 2006). A entrevista permite
também ter em conta o comportamento não verbal dos entrevistados. Este é registado logo
após ter terminado a entrevista, com a finalidade de posterior análise e comparação com o
discurso dos entrevistados.
No entanto, a entrevista também tem as suas limitações: dificuldades de comunicação
e de expressão, de ambas as partes; possibilidade de ocorrer falsa interpretação das
perguntas, incorrendo em respostas não significantes; possibilidade de influência por parte do
entrevistador; disposição variável, por parte do entrevistado, em dar informações; retenção
de dados relevantes; pequeno grau de controlo sobre os dados recolhidos; difícil tabulação
dos dados; ocupa muito tempo, sendo de difícil realização (Marconi & Lakatos, 2006).
Para este efeito elaborámos guiões orientadores das entrevistas, os quais assumirão o
formato semi-estruturado. Deste modo, o investigador dispõe de uma série de perguntas préestabelecidas, relativamente abertas, sobre as quais pretende obrigatoriamente receber
informação por parte do entrevistado. Mas, sempre que possível, dará liberdade ao
entrevistado para falar abertamente. Ao investigador caberá também orientar a entrevista,
evitando assim que o entrevistado se afaste dos objectivos, colocando perguntas de forma tão
natural quanto possível no momento que considerar mais oportuno (Quivy & Campenhoudt,
2008).
Segundo De Ketele e Roegiers (1999), a informação que se deseja recolher, seguindo o
formato semi-estruturado, reflecte melhor as representações. Isto na medida em que a
pessoa entrevistada tem mais liberdade na forma de se expressar e porque se pode recolher a
informação num tempo mais curto do que numa entrevista livre, na qual não se possui a
garantia de se obter uma informação pertinente. Ao mesmo tempo, o discurso é sequenciado
por partes cuja ordem é, de alguma forma, sugerida.
As entrevistas foram realizadas às Educadoras e aos Pais num ambiente informal,
descontraído e sem pressões, de modo a deixá-los responder à vontade. Biggs (1986, referido
por Bogdan & Biklen, 1994) considera a este propósito que as boas entrevistas caracterizamse pelo facto de os indivíduos estarem à vontade e falarem livremente dos seus pontos de
vista.
Por outro lado, em todas as entrevistas, o investigador colocou questões que exigiam
alguma exploração de ideias e justificação da sua opinião. Como refere Bogdan e Biklen
(1994) “as entrevistas, devem evitar perguntas que possam ser respondidas „sim‟ e „não‟, uma
vez que os pormenores e detalhes são revelados a partir de perguntas que exigem
exploração” (p.136).
42
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
2.5. Validação e fidelidade
Para que o delineamento estudo de caso tenha qualidade, faz-se
necessário os testes de validade do constructo validade interna,
validade externa e confiabilidade (Yin, 2005, p.55).
A fiabilidade e a validade de um estudo de caso dependem muito da forma decisiva
como o investigador se implica no estudo. O investigador é o principal “autor” da recolha e
análise dos dados, de sorte que ele desempenha um papel fulcral no desenlace do estudo.
As entrevistas e as grelhas de observação, utilizadas na investigação, foram usadas num
teste piloto, antes de se fazer a investigação propriamente dita. Por outro lado, os guiões das
entrevistas foram analisados pelas orientadoras desta pesquisa, no sentido de apreciar a sua
adequação.
Estes procedimentos tiveram como objectivo introduzir rigor e fornecer validade às
nossas observações.
Nesse sentido, e após a elaboração dos guiões das entrevistas, foi realizada a pilotagem
deles para ensaiar o instrumento de recolha de dados. Os guiões foram aplicados a uma
educadora e a uma mãe, esta última representava, para nós, a vantagem de ter um filho que
frequentou creche e outro que não frequentou creche. Estes sujeitos não fizeram parte da
amostra definitiva, de forma a verificar a adequabilidade e o grau de entendimento das
entrevistas do estudo. Bell (2008) sugere que as entrevistas devem ser testadas para saber
quanto tempo demoram os entrevistados a responder; por outro lado, isto permite
acrescentar ou eliminar questões que conduzam ou não a dados relevantes.
O teste piloto revelou que os guiões das entrevistas não necessitaram de alterações.
Na fase da avaliação da grelha de observação fez-se o reconhecimento prévio do
instrumento e a respectiva pilotagem, com uma deslocação in loco que pode ser considerada
pré-observação, de modo a aumentar a fiabilidade do estudo. A observação, nas duas salas,
fez-se com o recurso às mesmas técnicas e aos mesmos instrumentos de recolha. Trata-se de
uma técnica que aumenta a fiabilidade da investigação que Esteves (2006) define como
“fiabilidade intracodificador”, em que o mesmo investigador “em dois momentos diferentes
de tempo classifica da mesma forma uma mesma unidade de registo” (p.123) - com os
mesmos instrumentos e com as mesmas técnicas, repetem-se os procedimentos da observação
do mesmo modo.
Optámos por utilizar diferentes métodos de recolha de dados, com o objectivo de
cruzar as informações obtidas nos vários métodos e através dos diferentes instrumentos, para
assegurar a validade do presente estudo. Yin (2005) refere que a triangulação de dados pode
aumentar a qualidade do estudo de caso, uma vez que aumenta o seu grau de validade e
garante o máximo de fiabilidade, permitindo assim fazer generalizações analíticas.
Ao longo de cinco meses, houve grande envolvimento com todos os participantes,
permitindo ao investigador observações e conversas sistemáticas e contínuas. A relação de
empatia e confiança que foi possível estabelecer é de extrema importância quando se
43
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
pretende, como é o caso, aceder ao mundo particular dos participantes (Lincoln & Guba,
2006). Durante todo este tempo, o investigador procurou ouvir, questionar, ajudar, reflectir
sobre tudo o que viu e ouviu, sem deixar transparecer que, em paralelo, ia construindo a sua
investigação, evitando assim possíveis alterações, também designadas por “efeito do
observador” (Bogdan & Biklen, 1994).
Para evitar “enviesamentos” na investigação, o investigador utilizou muito do seu
tempo recolhendo e revendo grandes quantidades de dados, obrigando-se a confrontar os seus
com os preconceitos dos outros, bem assim no que respeita às opiniões.
2.6. Procedimentos
Um procedimento é uma forma de progredir em direcção a um
objectivo. Expor o procedimento científico consiste, portanto, em
descrever os princípios fundamentais a pôr em prática em qualquer
trabalho de investigação (Quivy & Campenhoudt, 2008, p.22).
Freixo (2009) considera que “deve-se precisar a forma como se desenrolará a colheita
de dados assim como as etapas preliminares que conduziram à obtenção das autorizações
requeridas para efectuar o estudo nas instituições previamente seleccionadas, se for o caso”
(p.190).

Iniciou-se o estudo com a revisão de literatura e tratamento das temáticas relativas a
este;

Estabelecemos contactos formais com a instituição, onde foi pedida autorização à
Directora Pedagógica para a recolha dos dados (procedimento ético);

Pediu-se autorização às Educadoras de Infância para a recolha dos dados
(procedimento ético);

Consultaram-se e analisaram-se os Dados Individuais (processo individual) das
crianças, das salas dos três anos, para identificarmos as que frequentaram creche.
Por outro lado, identificámos o contexto em que estiveram inseridas as que não
frequentaram a creche;

Pediu-se autorização aos Pais, das crianças seleccionadas, para a recolha dos dados
(procedimento ético);

Realizámos as entrevistas e aplicámos as grelhas de observação num teste piloto;

Realizámos a transcrição das entrevistas;

Realizaram-se as entrevistas às Educadoras de Infância, tendo em vista o
esclarecimento da questão em estudo;
Entrevistou-se a Educadora B (EB) no dia 1 de Outubro 2010;
Entrevistou-se a Educadora A (EA) no dia 4 de Outubro 2010;

Realizou-se a transcrição das entrevistas;
44
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância

Foram estabelecidos encontros formais com as Educadoras de Infância, de modo a
serem validados os dados recolhidos através dos instrumentos de pesquisa utilizado;

Realizaram-se as entrevistas aos Pais das crianças, tendo em vista obter informações
e o esclarecimento da questão em estudo;
Entrevistou-se a Mãe da criança 1 (MC1) no dia 18 de Outubro 2010;
Entrevistou-se a Mãe da criança 3 (MC3) no dia 20 de Outubro 2010;
Entrevistou-se a Mãe da criança 2 (MC2) no dia 25 de Outubro 2010;
Entrevistou-se a Mãe da criança 4 (MC4) no dia 24 de Novembro 2010;

Realizou-se a transcrição das entrevistas;

Foram estabelecidos encontros formais com as mães, de modo a serem validados os
dados recolhidos através dos instrumentos de pesquisa utilizado;

Realizaram-se observações directas e indirectas às crianças (através de observação do
dia-a-dia das crianças no jardim-de-infância);
No mês de Outubro efectuaram-se duas observações a cada criança;
No mês de Novembro efectuou-se uma observação a cada criança;
No mês de Fevereiro efectuaram-se duas observações a cada criança;

Realizou-se a revisão final de literatura;

Por fim, utilizámos a técnica de análise de conteúdo, que nos permitiu realizar a
triangulação da informação recolhida, permitindo-nos comparar a adaptação ao
contexto do jardim-de-infância das crianças que frequentaram creche com as que não
frequentaram.
2.7. Métodos de Análise dos Dados
Os investigadores qualitativos tendem a analisar os seus dados de
forma indutiva. Não recolhem dados ou provas com o objectivo de
confirmar ou infirmar hipóteses construídas previamente; ao invés
disso, as abstracções são construídas à medida que os dados
particulares que foram recolhidos se vão agrupando (Bogdan &
Biklen, 1994, p. 50).
Segundo Bogdan e Bilken (1994) a análise de dados é o processo de busca e de
organização sistemática de transcrições de entrevistas, de notas de campo e de outros
materiais que foram sendo acumulados, durante a investigação. À medida que fomos
recolhendo os dados iniciámos a sua análise, um processo sistemático de estruturação das
transcrições da entrevista e dos dados da observação (notas de campo).
Segundo Tesch (1990), a análise de dados de um estudo de caso pode ser de três tipos:
(a) a interpretativa que visa analisar ao pormenor todos os dados recolhidos, com a finalidade
de organizá-los e classificá-los em categorias que possam explorar e explicar o fenómeno em
estudo; (b) a estrutural, que analisa dados com a finalidade de se encontrarem padrões que
possam clarificar e/ou explicar a situação em estudo; e (c) a reflexiva que visa, na sua
45
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
essência, interpretar ou avaliar o fenómeno a ser estudado, quase sempre por julgamento ou
intuição do investigador. No presente estudo, o tipo de análise de dados utilizado foi a
estrutural, dado que é nosso objectivo encontrar padrões nas crianças que frequentaram
creche e nas crianças que não frequentaram creche, de modo a poder compará-los, sendo
assim possível clarificar e dar respostas à nossa questão e desta forma ficar a compreender
em que medida a frequência da creche contribui para a adaptação da criança ao contexto de
jardim-de-infância.
Wolcott (1994, referido por Vale, 2004) revela três momentos fundamentais durante a
fase de análise de dados: descrição, análise e interpretação. A descrição corresponde à
escrita de textos resultantes dos dados originais registados pelo investigador. A análise é um
processo de organização de dados, onde se devem salientar os aspectos essenciais e
identificar factores chave. Por último, a interpretação diz respeito ao processo de obtenção
de significados e ilações a partir dos dados obtidos.
Para a análise dos dados, propriamente dita, o investigador teve o cuidado de ler mais
do que uma vez todos os documentos obtidos, nomeadamente as notas de campo e fazer a
transcrição de todos os registos, para ter assim uma visão completa e abrangente sobre o
assunto. O material recolhido ao longo da investigação foi organizado e submetido a uma
análise pormenorizada e indutiva.
Recorremos à técnica de análise de conteúdo, o que fizemos estando conscientes de
algumas limitações. A análise de conteúdo é uma técnica de tratamento de dados qualitativos
que se aplica a “discursos” extremamente diversificados. A análise de conteúdo “visa
simplificar para potenciar a apreensão e se possível a explicação” (Vala, 1986, p.110) dos
dados relativos à realidade em estudo, que é o objectivo fundamental deste trabalho. A
análise de conteúdo permite a inferência, ou seja, possibilita conhecer as causas ou
antecedentes da mensagem em análise e, em certos casos, até os previsíveis efeitos dessa
mensagem. Analisar o conteúdo das entrevistas consiste numa tarefa de “desocultação”, onde
se é “agente duplo, detective, espião” (Bardin, 1977, p.9), porque por trás de qualquer
texto, de qualquer opinião aparentemente clara, esconde-se um significado, um sentido que é
importante desvendar.
A análise de conteúdo consiste, então, num conjunto de “técnicas de análise das
comunicações”, pois “não se trata de um instrumento, mas de um leque de apetrechos”.
Assim, “não existe o pronto-a-vestir em análise de conteúdo, mas apenas algumas regras
base” (Bardin, 1977, p.31).
Durante a análise dos dados devemos estar receptivos a diferentes possibilidades e ser
capazes de ver explicações alternativas, ou contrárias àquelas que esperávamos.
46
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
2.8. Apresentação e Análise dos Dados
O trabalho do investigador consiste em procurar semelhanças e
diferenças, agrupamentos, modelos e questões de importância
significativa (Bell, 2008, p.183).
Na sequência da identificação dos processos metodológicos descritos anteriormente,
pretendeu-se, seguidamente, apresentar os dados obtidos ao longo do estudo.
Ao tornar os dados mais visíveis, a comparação e o confronto tornam-se mais imediatos,
permitindo uma visão mais alargada e abrangente do objecto de estudo.
Grande parte do estudo baseia-se na observação e registo sistemático do que se foi
observando e considerado relevante para a investigação. Todas as notas de campo (Cf. Anexo
C), as grelhas de observação de comportamentos preenchidas (Cf. Anexo D) e os registos da
Escala de Envolvimento da Criança (Cf. Anexo E) seguem uma ordem cronológica, permitindo
assim observar alguma evolução nos comportamentos das crianças, no decorrer do estudo. As
notas de campo tiveram como objectivo auxiliar a análise das grelhas de observação de
comportamentos e dos registos da Escalas de Envolvimento da Criança, bem como a reflexão
feita pelas Educadoras de Infância sobre a adaptação ao jardim-de-infância de cada uma das
crianças (Cf. Anexo F).
Após a apresentação dos dados, procedeu-se à sua análise, recorrendo quer ao
enquadramento e à problematização teórico-conceptual desenvolvida anteriormente, quer à
reflexão que a informação resultante proporcionou em termos da nossa experiência.
Tentaremos confrontar dados obtidos, em vários momentos do processo de investigação
através de vários instrumentos, de forma a confirmar e sintetizar os resultados obtidos,
descritos e organizados e dar respostas à questão do estudo. Assim “o primeiro objectivo
desta fase de análise das informações é, portanto, a verificação empírica” (Quivy &
Campenhoudt, 2008, p.211). O segundo objectivo será interpretar os factos inesperados para
que o investigador nas conclusões “esteja em condições de sugerir aperfeiçoamentos do seu
modelo de análise ou de propor pistas de reflexão e de investigação para o futuro” (Quivy &
Campenhoudt, 2008, p.211).
Iniciaremos a apresentação e análise dos dados obtidos através das grelhas de
observação e da escala de envolvimento. E por fim, apresentamos as entrevistas de forma
resumida e seguidas de uma breve síntese descritiva dos dados recolhidos e dos respectivos
resultados.
2.8.1. Grelhas de observação de comportamento
A apresentação e análise das duas grelhas de observação são feitas em conjunto.
47
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
Observação à C1
Primeira (19/10/2010) - Período da Tarde
A C1 participou em todas as actividades desenvolvidas. Nas actividades orientadas
participou sempre que solicitada e, às vezes, por iniciativa própria.
Nas actividades livres observámos que a criança soube utilizar, às vezes, os diferentes
espaços da sala onde as realizou; o mesmo aconteceu com os materiais manuseados.
Constatámos que ela inicialmente alterou, frequentemente, de actividade, depois conseguiu
mantê-la durante grande tempo. A C1 realizou sempre as actividades livres acompanhada por
outros colegas, principalmente meninas. Durante estas actividades soube, às vezes, organizarse e colaborar na organização dos jogos com os colegas.
Durante as actividades livres, a C1 não foi ao encontro dos adultos, nem permaneceu
junto destes. No entanto, durante as rotinas ela teve um bom relacionamento com os adultos.
A criança, na sala e no parque, conversou e brincou constantemente com colegas,
durante uma destas interacções identificou uma menina como amiga e demonstrou
consciência dos sentimentos dessa menina. Nas brincadeiras preferiu a companhia das
crianças à dos adultos.
A C1 teve que ser orientada por um adulto em várias rotinas diárias, as mais
interiorizadas são: fazer a higiene e o comboio com o grupo.
Segunda (29/10/2010) - Período da Manhã
A C1 participou nas actividades desenvolvidas, tanto na aula de ginástica como na sala
com a Educadora. Nas actividades orientadas em grupo a participação foi, frequentemente,
voluntária e quando foi solicitada participou sempre. Durante estas actividades não
perturbou, manteve-se quieta, calada e aceitou as decisões da maioria do grupo.
Nas actividades livres, a C1 soube, frequentemente, utilizar o espaço da sala onde as
realizou; o mesmo aconteceu com os materiais manuseados. Constatámos que manteve o que
escolheu, frequentemente, e soube, frequentemente, organizar-se. Ela realizou sempre as
actividades livres acompanhada por outros colegas, às vezes, com mais de dois. Durante estas
actividades permaneceu sempre num jogo com uma menina. Com esta conversou, brincou,
iniciou e manteve interacções, chamando-a pelo nome e demonstrando consciência dos seus
sentimentos.
Durante as actividades livres a criança não foi ao encontro dos adultos, interagiu mais
com os adultos durante a higiene e no almoço, verificámos que teve um bom relacionamento
com os adultos.
A C1 precisou de ser orientada por um adulto em várias rotinas diárias, mas já tem
algumas rotinas interiorizadas, como por exemplo: a higiene e fazer o comboio com o grupo.
Terceira (26/11/2010) - Período da Manhã
A C1 participou nas actividades desenvolvidas com gosto, participando voluntariamente
em qualquer tipo de actividade.
48
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
Nas actividades de grupo a criança participou, às vezes, de forma voluntária e sempre
quando foi solicitada. Ela aceitou, frequentemente, a opinião da maioria e não perturbou.
Durante esta manhã, um menino colocou o dedo num buraco da manta e a C1 chamou-o à
atenção, dizendo que isso estraga a manta, encontrou assim uma forma aceitável de obter a
sua atenção, para lhe dizer que o que estava a fazer não era correcto.
Nas actividades individuais orientadas constatámos que a C1 soube utilizar,
frequentemente, o espaço da sala onde as realizou, o mesmo aconteceu com os materiais
utilizados. Ela manteve a tarefa, às vezes, com o apoio do adulto outras vezes sozinha,
persistiu frequentemente, acabando o que começou e cumprindo sempre as regras.
Nas actividades livres, a C1 soube utilizar, às vezes, os diferentes espaços da sala, o
mesmo aconteceu com os materiais manuseados. Constatámos que a criança manteve, às
vezes, o que escolheu durante grandes períodos de tempo e soube-se organizar
frequentemente. Ela realizou, frequentemente, as actividades acompanhada. Nesta manhã
iniciou um jogo sozinha, mas depois partilhou-o com uma menina, chamando-a amiga e
exprimindo os seus sentimentos de forma aceitável. Ela iniciou e manteve com a mesma
interacções, trabalhando em equipa e organizando a tarefa, construíram uma grande torre
seguindo uma regra, utilizar só peças do mesmo tamanho.
Durante as actividades livres, a criança não foi ao encontro dos adultos, nem
permaneceu junto deles, pouco interagiu com eles, preferiu brincar com as crianças. No
entanto, durante as actividades de grupo e nas rotinas teve um bom relacionamento com os
adultos.
A C1 necessitou de ser orientada em algumas rotinas diárias, as mais interiorizadas ao
longo da tarde foram fazer a higiene e o comboio com o grupo.
Quarta Observação à C1 (18/02/2011) - Período da Tarde
A C1 participou com prazer e persistiu nas várias actividades desenvolvidas. Nas
actividades de grande grupo participou, frequentemente, por iniciativa própria.
Nas actividades livres observámos que a C1 soube utilizar, frequentemente, os
diferentes espaços da sala onde as realizou; o mesmo aconteceu com os materiais
manuseados. Constatámos que ela manteve, frequentemente, a actividade que escolheu,
realizou-as, frequentemente, acompanhada, interagiu com vários colegas, principalmente
meninas. A C1 brincou com uma menina, construiu uns óculos e mostrou-os, depois deixou-os
experimentar, disse que era sua amiga e abraçaram-se. A C1 demonstrou consciência dos
sentimentos dos outros e respondeu apropriadamente aos sentimentos da amiga. Ela soube,
frequentemente, organizar-se e colaborou, às vezes, na organização dos jogos.
Durante as actividades livres, a criança não foi ao encontro dos adultos, nem
permaneceu junto deles. No entanto, durante rotinas ela teve um bom relacionamento com
os adultos, iniciou e manteve interacções com eles.
A C1 ainda precisou de ser orientada em algumas rotinas diárias, mas na maioria já
participou voluntariamente, como por exemplo: na higiene, fazer o comboio com o grupo,
sentar na manta depois de arrumar.
49
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
Quinta Observação à C1 (28/02/2011) - Período da Manhã
A C1 participou nas actividades desenvolvidas. Nas actividades orientadas em grupo a
participação da criança foi, às vezes, de forma voluntária, quando foi solicitada participou
sempre. Durante estas actividades ela não perturbou, manteve-se quieta, calada e deu uma
ideia de uma actividade que podiam fazer com os pincéis, pintar.
Na sala soube, frequentemente, utilizar o espaço onde realizou as actividades; o
mesmo aconteceu com os materiais utilizados.
Nas actividades orientadas de pequeno grupo ou individuais verificámos que a C1
manteve as tarefas orientadas, raramente, com o apoio do adulto, fê-las frequentemente sem
ajuda, cumpriu frequentemente as regras, persistiu frequentemente nas actividades,
terminou o que começou sempre e, normalmente, de forma rápida.
Constatámos que ela manteve, frequentemente, o que escolheu durante longos
períodos e também soube, frequentemente, organizar-se. As actividades livres da C1 foram
realizadas sempre com outra criança, nesta manhã foram sempre meninas que brincaram com
ela, durante estas actividades colaborou com as mesmas na organização dos jogos realizados.
A C1 exprimiu, geralmente, os sentimentos de forma aceitável, pois identificou uma destas
meninas como sendo sua amiga. Durante as actividades livres ela iniciou e manteve
interacções com várias crianças, às quais chamou pelo nome.
A criança, durante as actividades livres, não foi ao encontro dos adultos. Ela interagiu
mais com os adultos durante as rotinas e as actividades orientadas, tendo um bom
relacionamento com eles.
A C1 já tem várias rotinas interiorizadas, são poucas as rotinas onde ainda precisa de
ser orientada. As rotinas mais interiorizadas pela criança e onde participou voluntariamente
são: na higiene, fazer o comboio com o grupo, arregaçar as mangas para ir pintar, sentar na
manta depois de arrumar.
A C1 tem um estilo de interacção verbal e não verbal, interage constantemente com
todos os colegas, são frequentemente interacções nas brincadeiras com o outro. Com os
adultos também se relaciona bem. A C1 realiza quase sempre as actividades livres
acompanhada. Desde a primeira observação que constatámos que tem uma grande
capacidade em socializar-se com os outros, comunica muito verbalmente ao mesmo tempo
que mexe e gesticula o corpo.
Observação à C2
Primeira (19/10/2010) - Período da Tarde
A C2 teve de ser orientada na maioria das rotinas diárias, as mais interiorizadas por ela
foram: fazer a higiene e o comboio com o grupo.
50
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
Constatámos que a C2 gosta de participar nas actividades desenvolvidas. Nas
actividades orientadas de grande grupo participou sempre que solicitada e, às vezes, por
iniciativa própria.
Nas actividades livres observámos que a criança soube utilizar, frequentemente, os
diferentes espaços da sala; o mesmo aconteceu com os materiais manuseados. A C2 manteve,
frequentemente, a actividade que escolheu, persistiu até ter que arrumar o material. Numa
das actividades que realizou foi partilhada com um menino, com o qual iniciou e manteve
interacções e identificou-o como amigo, exprimindo-se de forma aceitável. No parque, a C2
correu para a casinha com uns meninos, onde permaneceu a brincar, a correr e saltar.
Durante as actividades livres soube, às vezes, organizar-se e colaborou na organização dos
jogos com os colegas.
A C2 teve um bom relacionamento com os adultos, iniciou e manteve interacções com
eles, principalmente durante a higiene e no lanche. Durante as actividades livres ele não foi
ao encontro dos adultos, nem permaneceu junto deles.
Segunda (29/10/2010) - Período da Manhã
A C2 gostou de participar nas diversas actividades desenvolvidas, participou de forma
voluntária, às vezes, e sempre que foi solicitada. Ela soube utilizar frequentemente o espaço
da sala onde realizou as actividades; o mesmo aconteceu com os materiais utilizados.
Nas actividades de grupo a criança não perturbou quando um colega estava a realizar
uma tarefa.
Nas actividades individuais orientadas, manteve a tarefa orientada por vezes com apoio
do adulto outras vezes sem apoio. Durante esta a C2 persistiu, às vezes, acabou o que
começou e cumpriu as regras, por vezes.
Nas actividades livres a C2 manteve, frequentemente, o que escolheu, realizou-as
sempre acompanhada, várias vezes com o mesmo colega. Durante a realização de uma
construção iniciou e manteve interacções com o menino, com quem brincava, identificou-o
como amigo ao dizer “Olha para esta construção amigo!”, encontrou assim uma forma
aceitável de obter a atenção do menino. Ao longo desta actividade ele e o menino trataramse pelo nome.
Durante as actividades livres a criança não foi ao encontro dos adultos, nem
permaneceu junto deles, preferiu brincar com as crianças. No entanto, durante as actividades
de grupo e nas rotinas a C2 teve um bom relacionamento com os adultos, iniciou e manteve
interacções com eles.
Nas rotinas diárias participou voluntariamente em algumas, como por exemplo: higiene
e o comboio com o grupo. Mas teve ainda necessidade de ser orientada em algumas rotinas
diárias.
Terceira (26/11/2010) - Período da Manhã
Verificámos que a C2 participou nas actividades de grande grupo, às vezes, por
iniciativa própria e sempre que lhe foi solicitado. Ela não perturbou e aceitou
frequentemente as decisões da maioria.
51
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
A C2 soube frequentemente utilizar o espaço da sala onde realizou as actividades; o
mesmo aconteceu com os materiais utilizados.
Na actividade individual orientada, manteve, frequentemente, a tarefa com o apoio do
adulto, fez tudo o que a Educadora pediu, durante esta persistiu, frequentemente, na
actividade, acabou o que começou e cumpriu as regras frequentemente.
Nas actividades livres manteve, frequentemente, o que escolheu; por vezes brincou
sozinha e noutros momentos com meninos. A C2 iniciou e manteve interacções com eles,
tratou-os pelos seus nomes. Durante uma actividade livre parou de mexer nas peças que
estavam junto a um menino quando este ficou aborrecido, demonstrou ter consciência dos
sentimentos dele.
A criança teve um bom relacionamento com aos adultos, iniciou e manteve interacções,
principalmente nas actividades orientadas individuais e em grupo. Nas actividades livres a C2
preferiu brincar com as crianças, não foi ao encontro dos adultos.
A C2 participou nas rotinas diárias, mas necessitou de ser, por vezes, orientada. As
rotinas onde participou voluntariamente foram: sentar na manta após arrumar; higiene e o
comboio com o grupo.
Quarta (18/02/2011) - Período da Tarde
A C2 participou nas várias actividades desenvolvidas, orientadas e livres. Ela soube
utilizar, frequentemente, o espaço onde as realizou; o mesmo aconteceu com os materiais
manuseados.
Nas actividades orientadas de grande grupo participou, frequentemente, por iniciativa
própria e quando lhe foi solicitado.
Na actividade individual manteve a tarefa, às vezes, sem apoio e necessitando,
raramente, do apoio do adulto, persistiu, frequentemente, na actividade e acabou o que
começou, cumprindo as regras.
Nas actividades livres a C2 manteve, frequentemente, o que escolheu, realizou-as,
frequentemente, acompanhada, mas às vezes sozinha. Durante o tempo que construiu um
puzzle com uma menina, iniciou e manteve interacções com ela, cantando uma canção,
chamou-a pelo nome e disse-lhe que é sua amiga, exprimindo assim o sentimento de amizade
de forma aceitável. Durante esta actividade foi muito visível a sua persistência, tentou
colocar a peça em vários sítios e rodou-a, até a colocar no local correcto.
Durante as actividades livres a criança não foi ao encontro dos adultos, no entanto
durante rotinas teve um bom relacionamento com os adultos, iniciou e manteve interacções.
Em relação às rotinas diárias a C2 participou voluntariamente em algumas rotinas,
como por exemplo: sentar na manta depois de arrumar os brinquedos, a higiene e o comboio
com o grupo.
Quinta (28/02/2011) - Período da Manhã
A C2 participou nas rotinas diárias, em várias voluntariamente, as mais interiorizadas
são: sentar na manta depois de arrumar os brinquedos, arregaçar as mangas antes de começar
a pintar, fazer a higiene e o comboio com o grupo.
52
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
Constatámos que a C2 continua a gostar de participar nas actividades desenvolvidas.
Nas actividades orientadas de grande grupo participou, frequentemente, por iniciativa própria
e quando foi solicitada, não perturbou o grupo e permaneceu sossegada.
Nas actividades a C2 soube utilizar, frequentemente, o espaço onde as realizou; o
mesmo aconteceu com os materiais utilizados. Na actividade individual orientada, manteve-a,
às vezes, com apoio do adulto, outras vezes, sem o seu apoio, persistiu, acabou o que
começou e cumpriu as regras.
A C2 realizou as actividades livres, frequentemente, acompanhada, verificámos que
manteve, frequentemente, o que escolheu. Nas actividades realizadas com colegas iniciou e
manteve interacções com eles, soube, frequentemente, organizar-se e colaborou na
organização dos jogos com os colegas e às vezes em jogos paralelos. Na manta a C2 brincou
com peças LEGO, com mais dois meninos.
A C2 tratou os colegas, frequentemente, pelo nome e alguns destes identificou-os como
amigos, exprimindo assim os seus sentimentos para com os colegas de forma aceitável.
Durante uma actividade ela chama a atenção à C4, “Ó C4! Agora vou tirar as bolas fininhas!”,
encontrou assim uma forma aceitável de obter a atenção do colega.
A C2 continua a ter um bom relacionamento com os adultos, iniciou e manteve
interacções, mas não foi ao seu encontro nas actividades livres.
A C2 tem um estilo de interacção verbal e não verbal, interage muito com todos os
colegas, muitas vezes nas brincadeiras com o outro, mas às vezes em brincadeiras paralelas.
Em relação aos adultos também se relaciona bem com eles. A C2 realiza a maioria das
actividades livres acompanhada, mas também consegue estar envolvida numa actividade
sozinha. Desde a primeira observação que constatámos que tem uma grande capacidade em
socializar com os outros, utiliza com muita frequência as expressões faciais e gesticula o
corpo.
Observação à C3
Primeira (25/10/2010) - Período da Tarde
Verificámos que a C3 participou nas actividades desenvolvidas de forma irregular, nas
actividades em grupo não participou voluntariamente, às vezes em situações em que foi
solicitada também não participou. A C3 não perturbou, manteve-se quieta e calada a escutar
a história.
A C3 soube, às vezes, utilizar o espaço da sala onde realizou as actividades; o mesmo
aconteceu com os materiais utilizados.
Nas actividades individuais orientadas a C3 quis ser a primeira a participar, manteve a
tarefa, às vezes, orientada com apoio do adulto. Durante esta, persistiu frequentemente
acabou o que começou, cumpriu, às vezes, as regras.
53
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
Nas actividades livres a C3 manteve, raramente, o que escolheu e, quando as realizou,
fê-las sempre sozinha. Ela não iniciou interacções com as crianças do grupo, respondeu
quando uma criança iniciou uma interacção com ela, mas não a manteve. Na sala, a C3 foi ao
encontro dos adultos, onde permaneceu muito tempo junto deles. No parque, esta situação
ainda foi mais visível, a criança permaneceu, quase sempre, junto dos adultos, pouco
interagiu com os colegas da sala. No parque, a única criança com que brincou foi a prima. A
C3 teve um bom relacionamento com os adultos, iniciou frequentemente interacções com
eles.
A criança necessitou de ser orientada nas rotinas diárias, a rotina mais interiorizada por
ela foi fazer o comboio com o grupo.
Segunda (29/10/2010) - Período da Manhã
A C3 continua a participar nas actividades desenvolvidas de forma irregular. Ela prefere
as actividades orientadas e as livres às actividades de grupo. Nas actividades de grupo a C3
precisou de ser incentivada para participar, quando foi solicitada, às vezes, participou, não
perturbou, manteve-se quieta e calada.
Nas actividades individuais orientadas a C3 gosta de participar e ser a primeira. Ela
soube utilizar, frequentemente, o espaço onde a realizou; o mesmo aconteceu com os
materiais utilizados. A criança manteve a tarefa necessitando, às vezes, de apoio do adulto,
persistiu, às vezes, acabou, frequentemente, o que começou e cumpriu frequentemente as
regras.
Nas actividades livres, a C3 a manteve-se no mesmo cantinho frequentemente, mas
raramente manteve o mesmo objecto. Mesmo quando troca de cantinho a criança não falou
com os colegas, não iniciou ainda nenhuma interacção com eles. Durante as actividades livres
ela foi às vezes ao encontro dos adultos onde permaneceu muito tempo junto deles, com eles
iniciou interacções, teve um bom relacionamento com eles. Nas actividades livres a criança
soube, às vezes, utilizar o espaço onde as realizou o mesmo acontece com os materiais
utilizados.
Na maioria das rotinas diárias a C3 teve que ser orientada para as realizar, a rotina
mais interiorizada foi fazer o comboio com o grupo.
Terceira (23/11/2010) - Período da Manhã
Verificámos que a C3 continua a não participar nas actividades de grande grupo, mesmo
quando foi solicitada, por vezes, não respondeu e quando o fez nem sempre falou, utilizou o
gesto, abanou a cabeça.
Nas actividades individuais orientadas pela Educadora continua a quer ser a primeira a
participar, tem gosto em trabalhar, persistiu na actividade até terminar.
A C3 durante as actividades soube utilizar, às vezes, o espaço onde as realizou o mesmo
aconteceu com os materiais utilizados. Durante a actividade orientada de pequeno grupo,
manteve a tarefa, às vezes, com o apoio do adulto, durante esta observou muitas vezes os
colegas que também estavam a realizá-la, sem interagir com eles. Durante a actividade ela
cumpriu, às vezes, as regras e terminou o que começou, mas com a ajuda do adulto.
54
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
Nas actividades livres, a C3 raramente manteve o que escolheu o mesmo aconteceu na
organização e continuou a realizá-las sempre sozinha, quase sempre numa mesa. Esta manhã
observámos a C3 pela primeira vez a iniciar uma interacção com uma criança, as duas vezes
que o fez, foi para pedir material. Ela ainda não identificou os colegas pelos nomes.
Durante as actividades livres ela foi ao encontro dos adultos, com estes manteve
frequentemente interacções, continua a preferir a sua companhia à dos colegas.
A C3 precisou de ser orientada em quase todas as rotinas diárias, a mais interiorizada
por ela foi fazer o comboio com o grupo.
Quarta (17/02/2011) - Período da Tarde
A participação da C3 depende ainda muito do tipo de actividade. Nas actividades em
grupo não participou voluntariamente, teve que ser solicitada, raramente perturbou,
manteve-se quase sempre quieta e calada.
Nas actividades livres observámos que a criança soube, frequentemente, utilizar os
diferentes espaços da sala onde as realizou o mesmo aconteceu com os materiais
manuseados. Nesta tarde, verifiquei que a C3 manteve às vezes a actividade escolhida,
soube-se organizar bem às vezes. Ela continua a realizar quase sempre as actividades livres
sozinha, interagiu pouco com os colegas. Verificámos que continua a preferir os jogos de
mesa aos da manta ou na casinha onde estão mais colegas a brincar. No entanto, esta tarde a
C3 foi brincar por iniciativa própria para a manta, foi buscar um carro a um cesto, mas não
interagiu com as muitas crianças que estavam aí a brincar, pareceu que nem olhou para elas.
Durante as actividades livres, a criança já não procurou com tanta frequência os
adultos, e quando o fez já não permanece tanto tempo junto a eles. Continua a ter um bom
relacionamento com os adultos, iniciou frequentemente interacções com eles.
Durante esta tarde observámos que a C3 conseguiu manter uma interacção durante um
longo período com uma menina, apesar de ser esta menina a iniciar quase sempre a
interacção. Durante esta a C3 participou na organização da brincadeira. Nesta tarde surgiu
um conflito que envolvia a C3, mas ela não colaborou com as outras crianças para o resolver,
teve que ser a Educadora a resolvê-lo.
A C3 teve que ser orientada em algumas rotinas diárias, iniciou uma rotina ao observar
os outros a fazê-la, sem ser necessário um adulto referir que a tinha de fazer.
Quinta (25/02/2011) - Período da Manhã
Esta manhã observámos a aula de ginástica. Nas actividades orientadas pela professora
ao grupo, mas que cada criança fazia individualmente, a C3 persistiu frequentemente, só
terminou quando a professora mandava parar, ao contrário da maioria do grupo.
Durante a aula de ginástica a criança expressou os seus sentimentos, por vezes, de
forma, socialmente inaceitável. Cada vez que não conseguiu fazer um exercício chorava, mas
persistiu. Ela solicitou a ajuda da professora para a resolução de problemas com outra
criança. Na aula cumpriu sempre as regras, soube utilizar frequentemente o espaço, o
ginásio, e o material, a bola.
55
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
Já na sala da C3 observámos que a sua participação nas actividades de grande grupo
aconteceu só quando foi solicitada, quando aconteceu participou frequentemente. Durante
estas actividades raramente perturbou, manteve-se quase sempre quieta e calada.
A C3 nas actividades soube utilizar, frequentemente, o espaço da sala onde as realizou
o mesmo aconteceu com os materiais. Nas actividades individuais orientadas, a C3 teve gosto
em trabalhar, manteve a tarefa orientada, às vezes, com o apoio do adulto. Durante esta
persistiu, frequentemente, acabou o que começou e cumpriu quase sempre as regras.
Nas actividades livres, a C3 manteve, às vezes, o que escolheu; soube-se organizar, às
vezes, e realizou-as frequentemente sozinha. A C3 ainda interagiu pouco com os colegas,
mas, às vezes, já brincou acompanhada, quase sempre com o mesmo. Raramente identificou
os colegas pelo nome.
Ela já não foi com tanta frequência ao encontro dos adultos, mas teve um bom
relacionamento com eles, iniciou frequentemente interacções.
A C3 necessitou de orientação para participar em muitas rotinas, no entanto, já
participou voluntariamente em algumas.
A C3 tem um estilo de interacção predominantemente não verbal. Ela evoluiu nas
interacções, inicialmente interagia muito pouco com os colegas, interacções nas brincadeiras
paralelas, permanecia longos períodos junto dos adultos, neste momento já interage mais
com os colegas, algumas delas em brincadeiras com os outros. Nas actividades livres continua
a preferir brincar sozinha. A C3 é reservada nas interacções, fala baixo e utiliza pouco a
linguagem verbal.
Observação à C4
Primeira (19/10/2010) - Período da Tarde
A C4 participou nas actividades de forma irregular. Nas actividades orientadas de grupo
não participou voluntariamente, participou, às vezes, quando foi solicitada, não perturbou,
manteve-se quieta, calada e, frequentemente, aceitou a opinião da maioria.
Nas actividades livres observámos que a C4 soube, às vezes, utilizar o espaço onde as
realizou o mesmo aconteceu com os materiais manuseados. Constatámos que ela não alterou
frequentemente de actividade. Realizou-as sempre sozinha, às vezes, com um adulto, pouco
interagiu com os outros, se o fez foi apenas para responder, não manteve a interacção. Na
sala, a C4 realizou sempre jogos de mesa, esteve muitas vezes mais interessada em observar
os colegas. No parque, a C4, inicialmente, esteve um pouco a observar os outros, depois
decidiu ir brincar, mas a maioria do tempo sozinha. A C4 ainda não identificou os colegas
pelos nomes.
Durante as actividades livres a criança foi ao encontro de um adulto apenas para lhe
pedir que a assoasse, só permaneceu o tempo necessário junto dele. No parque, a C4
permaneceu junto da Educadora durante algum tempo, mas interagiu pouco com ela. Apesar
56
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
de terem sido poucas as vezes que interagiu com os adultos, verificou-se que teve um bom
relacionamento com os adultos que lhe são familiares.
Em relação às rotinas diárias, a C4 teve que ser orientada nas rotinas diárias, como por
exemplo lavar as mãos antes de ir para a sala, fazer o comboio com o grupo.
Segunda (29/10/2010) - Período da Manhã
Verificámos que a C4 em relação às rotinas diárias não participou nas primeiras da
manhã, pois chegou tarde, quando presente ela necessitou de ser orientada para participar.
Nas actividades de grande grupo, a criança não participou voluntariamente, tanto as
orientadas pela professora de ginástica como pela Educadora, quando solicitado participou às
vezes. A C4 não perturbou o grupo, manteve-se quieta a observar e calada. A criança
participou nas actividades desenvolvidas de forma irregular.
A C4 soube utilizar, às vezes, o espaço onde realizou as actividades, tal como os
materiais
que
utilizou.
Na
actividade
orientada
individual,
cumpriu
as
regras,
frequentemente; persistiu, às vezes, na actividade e durante muito tempo observou o que se
passava à sua volta. A C4 necessitou do apoio da Educadora, às vezes, mas também
conseguiu, outras vezes, mantê-la sem apoio. Ela não conseguiu terminar a actividade que
começou esta manhã.
Nas actividades livres, a C4 manteve frequentemente o que escolheu, passou quase
todo o tempo sem interagir com os colegas, mas observa-os. Só interagiu quando um menino
lhe destruiu a construção, ela para resolver a situação empurrou-o, usando a força para
resolver o conflito.
Durante a actividade livre a C4 falou sozinha, a Auxiliar sentou-se junto dela e fez-lhe
uma pergunta que ela respondeu. A C4, esporadicamente, iniciou e manteve interacções com
os adultos, teve um bom relacionamento com eles. A C4 continua a preferir brincar sozinha,
numa das poucas interacções que fez com os colegas, ela identificou uma criança pelo nome.
Terceira (26/11/2010) - Período da Manhã
A C4 participou nas actividades de grupo só quando foi solicitada.
Nas actividades livres, a C4 soube frequentemente utilizar os diferentes espaços onde
as realizou e às vezes soube manusear os materiais. Constatámos que ela, às vezes, manteve
a actividade que escolheu e realizou-a, frequentemente, sozinha. Durante esta manhã
manteve uma brincadeira com um menino, a qual foi iniciada pelo menino. A C4 soube
organizar-se, às vezes, colaborou na organização de um jogo com um colega, apesar de
raramente, e outras vezes em jogos paralelos.
Durante as actividades livres, a C4 não foi ao encontro dos adultos, nem permaneceu
junto deles, só quando precisou da sua ajuda, queixou-se à Auxiliar que um colega também
queria brincar com o seu jogo. Ela teve um bom relacionamento com os adultos.
A C4 conseguiu manter interacções com várias crianças do grupo, durante uma destas
interacções não identificou os colegas pelo nome.
Em relação às rotinas diárias, a criança continua a chegar tarde ao jardim-de-infância,
por isso não participou nas primeiras. Quando presente necessitou de ser orientada para
57
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
participar nas rotinas, as mais interiorizadas por ela foram: fazer o comboio com o grupo e a
higiene.
Quarta (18/2/2011) - Período da Tarde
A C4 continua a participar de forma irregular nas actividades. Nas actividades em grupo
não participou voluntariamente, teve que ser solicitada, não perturbou, manteve-se quieta e
calada. Na manta falou com os colegas, mas nunca iniciou a interacção, e identificou algumas
crianças pelo nome.
Nas actividades livres observámos que a criança soube, frequentemente, utilizar o
espaço onde as realizou. Em relação aos materiais utilizados ela soube, às vezes, manuseá-los
e também manteve, outras vezes, o que escolheu. A C4 realizou as actividades livres, sempre
sozinha, manteve-se sempre no mesmo local, estando longos períodos sem desviar o olhar das
suas construções, não interagindo com ninguém.
A criança interagiu poucas vezes com os adultos, nas poucas vezes que o fez
verificámos que teve um bom relacionamento com os adultos.
Em relação às rotinas diárias, a C4 teve de ser orientada para participar na maioria das
rotinas diárias, participou voluntariamente a fazer o comboio com o grupo.
Quinta (28/02/2011) - Período da Manhã
A C4 participou em todas às rotinas diárias, chegou ao jardim-de-infância cedo,
necessitando ainda de ser orientada em várias rotinas e participou voluntariamente na higiene
e fazer o comboio com o grupo.
Nas actividades de grupo a criança só participou quando solicitada, quando isso
acontece participou frequentemente, não perturbou o grupo, manteve-se quieta e calada.
Nas actividades orientadas individuais, a C4 soube, às vezes, utilizar o espaço onde as
realizou, tal como os materiais que utilizou. Ela necessitou, às vezes, de apoio do adulto mas
também conseguiu, outras vezes, mantê-las sem o apoio. Persistiu frequentemente na
actividade, terminou o que começou e cumpriu às vezes regras.
A C4 nas actividades livres soube, frequentemente, utilizar o espaço da sala onde as
realizou. Em relação aos materiais manuseados, durante estas, soube utilizá-los às vezes.
Manteve também, outras vezes, o que escolheu. Durante estas actividades, passou quase todo
o tempo sem interagir com nenhum colega. A C4 foi fazer um jogo, sozinha, uma menina
queria brincar com ela, mas a C4 nem sequer olhou para esta. Num jogo juntou-se à C4 um
colega, com o qual manteve uma interacção e identificou o menino pelo nome. Ela soube,
raramente, colaborar na organização dos jogos e em jogos paralelos com esse colega.
Durante a actividade livre a criança não procurou os adultos, esporadicamente iniciou e
manteve interacções com adultos, Educadora e Auxiliar, durante estas a C4 teve um bom
relacionamento com eles, com as estagiárias ainda não iniciou interacções.
A C4 tem um estilo de interacção verbal. Em relação às interacções houve uma
evolução, inicialmente interagia muito pouco e apenas com um ou dois colegas, em
brincadeiras paralelas, neste momento já interage mais e melhor, às vezes em brincadeiras
58
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
com o outro, mas ainda não se relaciona com todo o grupo. Em relação aos adultos continua a
relacionar-se pouco com eles. Neste momento, a C4 brinca mais com os colegas, mas ainda
realiza a maioria das actividades livres sozinha. Nas interacções a C4 é muito reservada, fala
pouco e ainda utiliza pouco a linguagem não verbal.
Com estes dados verificámos que em relação às rotinas diárias do jardim-de-infância as
crianças que frequentaram creche, C1 e C2, adaptaram-se, de um modo geral, com mais
facilidade quando comparadas com as crianças que não frequentaram creche, C3 e C4. Este
facto é defendido por Portugal (1998), as crianças que frequentaram creche adaptam-se
melhor, pois estão mais habituadas a regras colectivas e não dependem tanto dos adultos. Nas
primeiras observações, as crianças que frequentaram creche, C1 e C2, conseguiam prever
algumas rotinas o que não acontecia com as que não frequentaram creche, C3 e C4. Este
acontecimento está relacionado com o facto de algumas rotinas serem semelhantes com as da
creche. A EB nas reflexões sobre a adaptação tem esta opinião ao referir que “A C1 adaptouse facilmente às rotinas do jardim-de-infância, uma razão para este facto é que estas não lhe
são totalmente novas, pois já na creche havia rotinas semelhantes”, “A C2 integrou-se bem
nas rotinas do jardim-de-infância, ela não sentiu grandes diferenças em relação às da
creche” e “A C4 teve dificuldades em integrar-se nas rotinas do jardim-de-infância, não
estava habituado a realizá-las”. A EA na sua reflexão menciona que a C3 “Desde o início que
é respeitadora da vontade dos adultos, tentando sempre agradar-lhes e daí a sua adaptação
às rotinas não foi demorada, foi percebendo qual a atitude correcta nas várias situações e o
encadeamento do dia-a-dia”.
Em relação à adesão às propostas de diferentes actividades do jardim-de-infância
verifica-se que as crianças que frequentaram creche participam mais de forma voluntária em
todo o tipo de actividades, comparadas com as crianças que não frequentaram creche. As
crianças que não frequentaram creche, nas actividades de grupo (de forma geral), não
participam voluntariamente, assim como nas actividades extracurriculares. Esta situação vem
corroborar os estudos realizados por Portugal (1998):“As crianças que usufruíram da creche
parecem adaptar-se melhor: estão mais à vontade em grupo” (p.177). Também em estudos
realizados por Clarke-Stewart em 1989 e 1992, referidos por Smith et al. (2001), verificamos
que as crianças que frequentaram creche, no pré-escolar normalmente sentem-se mais à
vontade em novas situações, são mais extrovertidos, menos tímidos e receosos. Por este
motivo a C1 e C2 participam mais em grupo, não têm vergonha de o fazer, nem medo de
errar, algo que acontece com a C3 e C4. A EB na reflexão sobre a C1 refere que “Nas
actividades diárias são realizadas pela C1 com muita satisfação. Ela adora qualquer tipo de
actividade, seja de que área for”. Na reflexão sobre a C2 menciona que “A C2 faz as
actividades diárias com muito gosto, adora trabalhar. Ela gosta muito de todo o tipo de
actividade, quer ser das primeiras a realizar as actividades”. Segundo a EA na sua reflexão “A
C3 era muito observadora, mas pouco participativa, no entanto mostrava gosto em ouvir
histórias, canções, poesias e de ver as outras crianças participarem em danças ou jogos de
59
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
movimento”. A EB menciona que a C4 “Inicialmente pouco participava nas actividades de
movimento, nas canções, agora já vai participando mais, mas sempre com a sua timidez que
a caracteriza”.
Nas actividades orientadas individuais ou em pequeno grupo já não é tão notória a
diferença de participação, principalmente pela C3, que não frequentou creche mas quer ser
sempre a primeira a participar. A EA refere que a C3 “Desde sempre teve vontade em ouvir,
ver, e experimentar, sendo sempre a primeira a oferecer-se para a realização de uma
actividade de expressão plástica ou grafomotricidade”.
No que diz respeito à interacção com os colegas da sala é notória a diferença. As
crianças que frequentaram creche, C1 e C2, fazem-no com grande facilidade, principalmente
com as crianças do mesmo género, e durante longos períodos. A EB na reflexão sobre a C1
refere que “relacionando-se com muita facilidade com o grupo… mas preferencialmente com
as meninas, como é natural nesta idade” em relação à C2 diz que “A C2 relaciona-se muito
bem com todo o grupo… no entanto brinca mais com os meninos, como é natural nesta
idade”.
As crianças que não frequentaram creche, C3 e C4, inicialmente pouco interagiam com
os colegas, só quando solicitadas. Neste momento já iniciam interacções, apesar de poucas e
breves, continuam assim a preferir brincar sozinhas. A EA menciona na sua reflexão que “Se
inicialmente eram as outras crianças que procuravam a C3 para as brincadeiras, hoje ela já
inicia, por vezes, os diálogos e jogos com os seus pares”. A EB diz que “A C4 não se relaciona
com o grupo todo. Inicialmente só com uma ou duas crianças, evidenciando uma falta de
socialização com o grupo”. Este facto significa que a creche é um local importante para
interacções com crianças da mesma idade, aqui elas habituam-se a realizar actividades em
conjunto. Segundo Abramowiz e Wagkop (1995), “A creche é um espaço de socialização de
vivências e interacções” (p.39). A creche é o local por excelência que favorece as interacções
em grupo, por esta razão as crianças que a frequentaram têm mais facilidade em interagir
com os colegas da sala.
Em relação à interacção com os adultos não é clara a diferença entre as crianças que
frequentaram a creche e as que não a frequentaram. As crianças que frequentaram creche,
C1 e C2, interagem bem com os adultos da instituição, por outro lado as crianças que não
frequentaram creche, C3 e C4, só interagem bem com os adultos da sala, principalmente no
início das observações. Segundo Portugal (1998), as crianças que frequentaram creche não são
tão dependentes dos adultos. Por outro lado, as crianças que não frequentaram creche,
normalmente, sentem-se melhor junto dos adultos, sentem-se protegidos.
Nas crianças que não frequentaram creche, C3 e C4, existem diferenças evidentes na
interacção com os adultos. A C3 é muito dependente dos adultos da sala, principalmente nos
primeiros meses. Para estar bem mantinha-se sempre junto a um deles. A EA na reflexão
sobre a C3 menciona que “Embora a C3 goste de conversar com os adultos de saber tudo o
que dizem e fazem agora, ao contrário do início do ano, não está sempre perto de algum
adulto”.
60
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
Ao contrário, a C4 só procura os adultos quando precisa deles, quando isso acontece só
permanece junto dele o tempo necessário para resolver o problema. A EB na reflexão sobre a
C4 refere que “A C4 relacionar-se pouco com os adultos da instituição.… não gosta de falar,
nem estar junto aos adultos”.
2.8.2. Escala de Envolvimento da Criança
Primeira utilização da Escala de Envolvimento da Criança
3
2
1
0
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Gráfico 1. Níveis de Envolvimento da Criança 1 (1ª utilização)
Na primeira utilização da escala de envolvimento à C1, nas três observações realizadas,
constatámos que obteve o mesmo nível de envolvimento, nível 4. O nível médio do seu
envolvimento é, assim, de 4.
3
2
1
0
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Gráfico 2. Níveis de Envolvimento da Criança 2 (1ª utilização)
Na primeira utilização da escala de envolvimento à C2, nas três observações realizadas,
constatámos que obteve um nível 4 de envolvimento e dois de nível 5. O nível médio do seu
envolvimento é de 4,6.
61
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
3
2
1
0
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Gráfico 3. Níveis de Envolvimento da Criança 3 (1ª utilização)
Na primeira utilização da escala de envolvimento à C3, nas três observações realizadas,
constatámos que obteve um nível 2 de envolvimento, um nível 3 e um de nível 4. O nível
médio do seu envolvimento é de 3.
3
2
1
0
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Gráfico 4. Níveis de Envolvimento da Criança 4 (1ª utilização)
Na primeira utilização da escala de envolvimento à C4, nas três observações realizadas,
constatámos que obteve dois níveis 3 de envolvimento e um de nível 4. O nível médio do seu
envolvimento é de 3,3.
6
5
4
3
2
1
0
Nível 1
Nível 2
Nível 3
C1 e C2
Nível 4
Nível 5
C3 e C4
Gráfico 5. Níveis de Envolvimento das crianças que frequentaram creche e das que não
frequentaram (1ª utilização)
Os níveis de envolvimento das crianças que frequentaram creche, C1 e C2, são
superiores, quando comparados com os níveis de envolvimento das que não frequentaram
62
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
creche. A C1 e C2 têm uma média de envolvimento nas actividades de 4,3; enquanto a média
de envolvimento nas actividades da C3 e C4 é de 3,1.
Segunda utilização da Escala de Envolvimento da Criança
3
2
1
0
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Gráfico 6. Níveis de Envolvimento da Criança 1 (2ª utilização)
Na segunda utilização da escala de envolvimento à C1, nas três observações realizadas,
constatámos que obteve um nível 4 de envolvimento e dois níveis de envolvimento 5. O nível
médio do seu envolvimento é de 4,6.
3
2
1
0
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Gráfico 7. Níveis de Envolvimento da Criança 2 (2ª utilização)
Na segunda utilização da escala de envolvimento à C2, nas três observações realizadas,
constatámos que obteve um nível 4 de envolvimento e dois de nível 5. O nível médio do seu
envolvimento é de 4,6.
63
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
3
2
1
0
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Gráfico 8. Níveis de Envolvimento da Criança 3 (2ª utilização)
Na segunda utilização da escala de envolvimento à C3, nas três observações realizadas,
constatámos que obteve um nível 2 de envolvimento, um nível 3 de envolvimento e um de
nível 5. O nível médio do seu envolvimento é de 3,3.
3
2
1
0
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Gráfico 9. Níveis de Envolvimento da Criança 4 (2ª utilização)
Na segunda utilização da escala de envolvimento à C4, nas três observações realizadas,
constatámos que obteve um nível 3 de envolvimento e dois de nível 4. O nível médio do seu
envolvimento é de 3,6.
6
5
4
3
2
1
0
Nível 1
Nível 2
Nível 3
C1 e C2
Nível 4
Nível 5
C3 e C4
Gráfico 10. Níveis de Envolvimento das crianças que frequentaram creche e das que não
frequentaram (2ª utilização)
Comparando os níveis de envolvimento das crianças que frequentaram creche, C1 e C2,
com as que não frequentaram creche, C3 e C4, constatámos que os níveis de envolvimento da
64
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
C1 e C2 são superiores. A C1 e a C2 têm uma média de envolvimento nas actividades de 4,6;
enquanto a média de envolvimento nas actividades da C3 e C4 é de 3,5.
Terceira utilização da Escala de Envolvimento da Criança
3
2
1
0
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Gráfico 11. Níveis de Envolvimento da Criança 1 (3ª utilização)
Na terceira utilização da escala de envolvimento à C1, nas três observações realizadas,
constatámos que obteve dois níveis 4 de envolvimento e um nível de envolvimento 5. O nível
médio do seu envolvimento é de 4,3.
3
2
1
0
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Gráfico 12. Níveis de Envolvimento da Criança 2 (3ª utilização)
Na terceira utilização da escala de envolvimento à C2, nas três observações realizadas,
constatámos que obteve um nível 4 de envolvimento e dois de nível 5. O nível médio do seu
envolvimento é de 4,6.
65
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
3
2
1
0
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Gráfico 13. Níveis de Envolvimento da Criança 3 (3ª utilização)
Na terceira utilização da escala de envolvimento à C3, nas três observações realizadas,
constatámos que obteve um nível 2 de envolvimento e dois de nível 4. O nível médio do seu
envolvimento é de 3,3.
3
2
1
0
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Gráfico 14. Níveis de Envolvimento da Criança 4 (3ª utilização)
Na terceira utilização da escala de envolvimento à C4, nas três observações realizadas,
constatámos que obteve dois níveis 3 de envolvimento e um de nível 5. O nível médio do seu
envolvimento é de 3,6.
6
5
4
3
2
1
0
Nível 1
Nível 2
Nível 3
C1 e C2
Nível 4
Nível 5
C3 e C4
Gráfico 15. Níveis de Envolvimento das crianças que frequentaram creche e das que não
frequentaram (3ª utilização)
Os níveis de envolvimento das crianças que frequentaram creche, C1 e C2, são
superiores, quando comparados com os níveis de envolvimento das que não frequentaram
66
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
creche. A C1 e C2 têm uma média de envolvimento nas actividades de 4,5; enquanto a média
de envolvimento nas actividades da C3 e C4 é de 3,5.
Quarta utilização da Escala de Envolvimento da Criança
3
2
1
0
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Gráfico 16. Níveis de Envolvimento da Criança 1 (4ª utilização)
Na quarta utilização da escala de envolvimento à C1, nas três observações realizadas,
constatámos que obteve o mesmo nível de envolvimento nas três actividades, nível 5. Deste
modo o nível médio do seu envolvimento é de 5.
3
2
1
0
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Gráfico 17. Níveis de Envolvimento da Criança 2 (4ª utilização)
Na quarta utilização da escala de envolvimento à C2, nas três observações realizadas,
constatámos que obteve um nível 4 de envolvimento e dois de nível 5. O nível médio do seu
envolvimento é de 4,6.
67
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
3
2
1
0
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Gráfico 18. Níveis de Envolvimento da Criança 3 (4ª utilização)
Na quarta utilização da escala de envolvimento à C3, nas três observações realizadas,
constatámos que obteve um nível 2 de envolvimento, um nível 4 e um nível 5. O nível médio
do seu envolvimento é de 3,6.
3
2
1
0
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Gráfico 19. Níveis de Envolvimento da Criança 4 (4ª utilização)
Na quarta utilização da escala de envolvimento à C4, nas três observações realizadas,
constatámos que obteve um nível 3 de envolvimento e dois de nível 4. O nível médio do seu
envolvimento é de 3,6.
6
5
4
3
2
1
0
Nível 1
Nível 2
Nível 3
C1 e C2
Nível 4
Nível 5
C3 e C4
Gráfico 20. Níveis de Envolvimento das crianças que frequentaram creche e das que não
frequentaram (4ª utilização)
Comparando os níveis de envolvimento das crianças que frequentaram creche, C1 e C2,
com as que não frequentaram creche, C3 e C4, constatámos que os níveis da C1 e C2 são
68
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
superiores. A C1 e a C2 têm uma média de envolvimento nas actividades de 4,8; enquanto a
média de envolvimento nas actividades da C3 e C4 é de 3,6.
Total dos níveis de envolvimento de cada criança
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Gráfico 21. Total dos níveis de Envolvimento da Criança 1
A C1 em 12 observações obteve seis níveis 4 de envolvimento e seis níveis 5. A média
do nível de envolvimento nas actividades da C1 é de 4,5.
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Gráfico 22. Total dos níveis de Envolvimento da Criança 2
A C2 em 12 observações obteve quatro níveis de envolvimento 4 e oito níveis 5. A
média do nível de envolvimento nas actividades da C2 é de 4,6.
69
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Gráfico 23. Total dos níveis de Envolvimento da Criança 3
A C3 em 12 observações obteve quatro níveis de envolvimento 2, dois níveis 3, quatro
níveis 4 e dois níveis 5. A média do nível de envolvimento nas actividades da C3 é de 3,3.
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Gráfico 24. Total dos níveis de Envolvimento da Criança 4
A C4 em 12 observações obteve seis níveis 3, cinco níveis 4 e um nível 5. A média do
nível de envolvimento nas actividades da C4 é de 3,6.
Após uma breve análise dos dados referidos até aqui, podemos concluir que as crianças
que frequentaram creche têm um nível médio de envolvimento superior nas actividades,
quando comparadas com as crianças que não frequentaram creche. A C1 na última utilização
da escala de envolvimento obteve o nível máximo nas três observações. A C2 em todas as
utilizações da escala de envolvimento obteve a mesma média de envolvimento nas
actividades e foi a criança com a média total mais alta. A C3 foi a única que obteve níveis de
envolvimento de nível 2 e foi a criança com a média total mais baixa. A C4 obteve em três
das quatro observações a mesma média de envolvimento. Ao longo das observações o nível
médio da C1, da C3 e da C4 foi aumentando, o mais significativo foi o da C1 que aumentou
uma unidade, do nível 4 para o nível 5. O nível médio da C3 aumentou seis casas decimais, do
nível 3 para o nível 3,6. O nível médio da C4 foi o que teve um aumento menos significativo,
três casas decimais, do nível 3,3 para o nível 3,6. Nenhuma das crianças observadas obteve,
numa observação, o nível 1 de envolvimento na actividade.
70
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
Notou-se uma ligeira evolução do envolvimento nas actividades das crianças que não
frequentaram creche, o que significa que a C3 e a C4 estão a adaptar-se ao jardim-deinfância de forma gradual.
2.8.3. Entrevistas
Categorização
Transcrevemos todas as entrevistas, protocolo da entrevista à Educadora A (Cf. Anexo
G1), protocolo da entrevista à Educadora B (Cf. Anexo G2), protocolo da entrevista à Mãe da
Criança 1 (Cf. Anexo G3), protocolo da entrevista à Mãe da Criança 2 (Cf. Anexo G4),
protocolo da entrevista à Mãe da Criança 3 (Cf. Anexo G5), protocolo da entrevista à Mãe da
Criança 4 (Cf. Anexo G6), e sujeitámo-las à apreciação dos entrevistados, tendo sido todas
validadas, as da Educadoras de Infância (Cf. Anexo H1) e as dos Pais (Cf. Anexo H2).
Depois iniciámos a análise das respostas das Educadoras de Infância através dos
protocolos das suas entrevistas e, posteriormente, a análise das respostas dos Pais através dos
protocolos das entrevistas deles. Analisámos as respostas obtidas, recorrendo à frase como
unidade de registo de conteúdo, categorizando numa vertente qualitativa, como forma de
verificar os objectivos formulados no nosso trabalho. Procedemos à simplificação da
informação recolhida, através da redução dos dados, tornando-a mais flexível e interpretável.
Durante esta fase tivemos o cuidado de não eliminar o fundamental da informação.
Por unidades de registo entendemos o segmento específico que se caracteriza por uma
colocação numa determinada categoria. A unidade de registo frequentemente é ampla, mas
pode ser uma palavra-chave.
Partindo do guião das entrevistas, foram definidas as categorias de análise das
mensagens, que podem ser comparadas a “caixas de sapatos dentro das quais são distribuídos
objectos”; consistem numa “espécie de gavetas” que permitem a classificação dos elementos
referidos (Bardin, 1977, p. 64). Isto é, um armário com gavetas, cada uma das quais com uma
denominação e os objectos serão distribuídos tendo em conta essa denominação, ou seja, a
gaveta a que pertencem.
Ao partir das categorias, foram denominadas as sub-categorias, de forma a classificar
mais especificamente as unidades de registo, e em algumas sub-categorias foram ainda
designadas sub-sub-categorias. As sub-categorias e sub-sub-categorias foram formadas
porque, apesar de todas as informações se relacionarem, existem umas que se agrupam entre
si mais do que as outras, surgindo a necessidade das separar de acordo com essas
especificidades. Esta análise foi realizada tanto para das categorias referentes às Educadoras
de Infância (Cf. Anexo I1) como para das categorias referentes aos Pais (Cf. Anexo I2).
71
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
Para efeitos de apresentação organizada dos dados das entrevistas elaborámos um
quadro - síntese (Cf. Anexo J1; Anexo J2) onde agrupámos as unidades de registo pelas
diferentes categorias e sub-categorias.
Entrevista às Educadoras
A Educadora A (EA) revelou-se, durante o encontro para a entrevista, bastante
descontraída, com um sorriso aberto, gesticulou durante toda a entrevista, expressando-se
muito bem. As respostas foram dadas de forma rápida, com grande à vontade.
A Educadora B (EB) respondeu à entrevista com à vontade, expressou-se bem, tendo
nalgumas questões parado para pensar antes de responder. Durante a entrevista utilizou os
gestos para se expressar, a sua frequência foi aumentando ao longo desta.
As perguntas iniciais da entrevista permitiram-nos ficar a saber que a EA iniciou este
ano lectivo com um novo grupo, vindo a grande maioria de uma creche que pertence à
Instituição, mas não fica nas mesmas instalações, a EB iniciou este ano lectivo, no contexto
jardim-de-infância, com o mesmo grupo que acompanhou na creche.
Os dados obtidos foram agrupados em categorias de análise que expressassem o
conjunto de indicadores apontados pelas Educadoras. As categorias foram estabelecidas a
priori:
1. Rotina Diária do jardim-de-infância;
2. Horários do jardim-de-infância;
3. Regras do jardim-de-infância;
4. Propostas de diferentes actividades do jardim-de-infância;
5. Interacção com os colegas da sala;
6. Interacção com os adultos;
7. Partilha de brinquedos;
8. Expressão dos sentimentos;
9. Socialização;
10. Papel da creche no desenvolvimento social.
Questão 1 - Relativamente à questão, “considera que uma criança que frequentou a
creche se adapta melhor às rotinas diárias”, a resposta das duas Educadoras foi unânime ao
afirmarem que as crianças que frequentaram creche se adaptam melhor às rotinas diárias.
Ambas as Educadoras, EA e EB, referem que “Sim, uma criança que frequentou creche
adapta-se melhor às rotinas diárias, comparada com uma criança que não frequentou
creche”.
Questão 2 – No que diz respeito à questão, “a adaptação aos horários é sentida de
diferente modo pelas crianças que frequentaram a creche com as que não a
frequentaram”, as duas Educadoras têm uma opinião diferenciada. A EA relata que, apesar
72
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
de as crianças que frequentam creche terem mais facilidade na adaptação, não é visível uma
grande diferença na forma como é sentida a adaptação aos horários, “porque os horários da
creche são diferentes dos praticados em casa e como as crianças, a maioria, passam o mês de
Agosto de férias é uma nova adaptação aos horários da instituição”. Por outro lado, a EB
menciona que é notória a diferença, ou seja, as crianças que frequentaram creche adaptamse mais facilmente aos novos horários, “É uma adaptação que se nota muito a diferença entre
as crianças que frequentaram creche com as que não frequentaram”.
Questão 3 – No que concerne à questão, “quais as crianças que aderem mais
facilmente às regras do jardim-de-infância”, não existe consenso entre as Educadoras. A EB
menciona que as crianças que frequentaram creche têm mais facilidade em aderir às regras,
principalmente no período de adaptação, uma vez que “As crianças que frequentaram a
creche já têm mais facilidade em compreender as regras do jardim-de-infância, pois também
na creche existiam regras, as quais tinham de ser cumpridas”. Esta opinião vai ao encontro
dos resultados obtidos em estudos por Portugal (1998) que revelaram que crianças que
frequentaram creche estão mais habituadas a regras colectivas. A EA menciona que “Todas
têm dificuldades, sendo um grupo novo com Educadora desconhecida todas as crianças têm
que se adaptar às novas regras, porque cada sala é um caso, cada Educadora é uma pessoa
com regras diferentes. Se a Educadora da creche continuar com o grupo no jardim-deinfância as crianças que não pertenciam ao grupo, as que não frequentaram creche, vão
sentir mais dificuldades em adaptarem-se às regras do jardim-de-infância”.
Questão 4 – Na presente questão, “considera que uma criança que frequentou a
creche adere mais às propostas de diferentes actividades do jardim-de-infância”, as duas
Educadoras confirmam que, de uma forma geral, uma criança que frequentou creche adere
mais facilmente às propostas de diferentes actividades no jardim-de-infância. A EA menciona
“Normalmente é dessa forma que se processa a participação das crianças nas actividades. As
crianças que frequentaram a creche aderem mais facilmente às actividades propostas por
mim e pelas professoras das actividades extracurriculares comparadas com as crianças que
não frequentaram creche”. A EB refere que “Para as crianças que frequentaram creche
qualquer actividade realizada já não é totalmente novidade, há sempre uma parte desta que
se assemelha a alguma já realizada na creche”. Estas opiniões vão ao encontro de estudos
realizados por Clarke-Stewart em 1989 e 1992, referidos por Papalia e Olds (2000), que
referem que as crianças que frequentaram creche, geralmente sentem-se mais à vontade em
novas situações, são mais extrovertidos, menos retraídos e receosos de falhar, mais
empenhados nas actividades. No entanto a EA refere que a criança do seu grupo que não
frequentou creche é uma excepção a esta generalidade, “Ela adora participar nas
actividades, oferece-se para ser a primeira a participar, participa com gosto nas actividades
orientadas e de expressão motora”.
73
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
Questão 5 – No que toca à questão, “quais as crianças que interagem melhor com os
colegas da sala”, as respostas das Educadoras são unânimes. A EA refere “As crianças que
frequentam creche interagem melhor com os colegas, mesmo que não tenham vindo da
mesma creche”. A EB menciona “No período de adaptação as crianças que frequentam creche
interagem mais com os colegas, pois normalmente a maioria destes colegas já pertenceram
ao seu grupo nos anos anteriores”. Esta também é a opinião de Portugal (1998) que refere
que em estudos realizados, as crianças que usufruíram da creche estão mais à vontade em
grupo e mais familiarizadas com regras colectivas. No entanto, a EB salienta que a facilidade
de interacção está muito relacionada com a personalidade e as necessidades da criança,
“algumas crianças que não frequentaram creche também interagem bem com os colegas de
sala”, principalmente se estão habituadas a conviver com outras crianças com a sua idade.
Questão 6 – Relativamente à questão “quais as crianças que interagem melhor com
os adultos”, as opiniões das Educadoras divergem. A EA refere que as crianças que não
frequentam creche interagem mais e melhor com os adultos. A razão para este facto é “por
serem mais dependentes e por não terem estabelecido até então uma relação com a maioria
dos colegas da sala”. Esta opinião vai ao encontro dos resultados obtidos em estudos
realizados por Portugal (1998). Segundo esta investigadora, as crianças que usufruíram da
creche não são tão dependentes dos adultos, comparadas com as que não frequentaram. Por
outro lado, a EB menciona que varia de criança para criança, “depende muito da
personalidade e das relações que têm com os adultos fora do jardim-de-infância” mas
acrescenta que, por vezes, as crianças que não frequentaram a creche “gostam de estar
junto dos adultos”.
Questão 7 – Quando questionadas sobre “quais as crianças que partilham mais os
brinquedos”, as Educadoras têm concepções diferentes. A EA refere que as crianças que não
frequentaram creche partilham mais os brinquedos “por quererem uma integração grupal,
são mais benevolentes com os amigos”. Outra opinião tem a EB. Para esta “As crianças na
creche aprendem a partilhar os brinquedos com os colegas da sala. Por este motivo as
crianças que frequentaram creche têm mais facilidade em partilhar com os colegas os
brinquedos da sala e os brinquedos que trazem de casa”. Esta opinião é referida por Oliveira–
Formosinho (1999) quando menciona que as rotinas na creche proporcionam oportunidades
para que as crianças participem em interacções sociais complexas, como é o caso da partilha
de brinquedos.
Questão 8 – No que se refere à questão “quais as crianças que expressam os
sentimentos
de
modos
socialmente
aceitáveis”,
as
Educadoras
revelam
opiniões
convergentes. A EA refere que as crianças que não frequentaram creche têm mais facilidade
ao dizer “penso que as crianças que nunca tenham frequentado creche o façam melhor”. Mas,
no entanto, menciona que “depende das crianças, hoje em dia a maioria não expressa os
74
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
sentimentos de modo socialmente aceitável”. Este facto vai ao encontro da opinião da EB que
refere “Na minha opinião, o facto de as criança serem capazes de expressar os sentimentos
de modos socialmente aceitáveis, não depende do facto de ter frequentado a creche ou não,
varia de criança para criança e da sua estrutura familiar”.
Questão 9 – Relativamente à questão “considera que uma criança que frequentou
creche é mais sociável”, ambas as Educadoras respondem a esta questão de uma forma
afirmativa. Para a EA isso deve-se ao facto de estar “habituada a ver muitos adultos, a ficar
com pessoas diferentes e a estar com os seus pares sabendo solucionar os conflitos e qual a
melhor forma de o fazer”. Já a EB justifica dizendo “Uma criança que frequentou creche está
mais habituada a conviver com crianças da sua idade e não só. As crianças que frequentam
creche adquiriram durante este período várias aprendizagens sobre a relação/interacção com
os outros, tanto com crianças como com adultos”. Esta também é a opinião de Papalia e Olds
(2000) quando referem que, de um modo geral, as crianças que frequentam creche tendem a
ser tão ou mais sociáveis, confiantes, persistentes, realizadoras e habilidosas na resolução de
problemas do que as que permanecem em casa.
Questão 10 – No que concerne à última questão, “qual considera ser o papel da
creche no desenvolvimento social da criança e neste sentido na adaptação ao jardim-deinfância”, existe um consenso sobre a importância da creche no desenvolvimento social da
criança. A EA menciona “na creche aprende-se a base do desenvolvimento social, a criança
aprende a respeitar-se a si, as outras crianças e os adultos”. A EB diz que “A criança ao
frequentar a creche tem oportunidade de conviver com muitas crianças da mesma idade e
também com vários adultos. As crianças que não frequentaram creche não tendo vivido estas
situações, têm a adaptação ao jardim-de-infância dificultada, pois a maioria destas estão
privadas de conviver com crianças e adultos que não sejam da família, são superprotegidas
pelo adulto que tomou conta desta”. Estas opiniões vão ao encontro de Abramowiz e Wagkop
(1995) quando referem que “A creche é um espaço de socialização de vivências e
interacções” (p.39). A EA acrescenta “Aprende também a ouvir os outros, a estar e a
partilhar”, esta opinião também é defendida por Falk (1979, p.117, citado por Post &
Hohmann, 2007) que refere que numa creche “um sistema estável de relações é um prérequisito… para a capacidade de assimilar o padrão social de valores aceites, normas, regras
de comportamento, conjunto de proibições, através da imitação, assimilação e identificação”
(p.63). A EB menciona ainda a diversidade de aprendizagens como sendo outra razão, “penso
que a creche tem um papel importante no desenvolvimento social da criança, pois permite à
criança realizar muitas aprendizagens relacionadas com a socialização, facilitando assim a
adaptação desta ao jardim-de-infância”. Esta opinião vai ao encontro dos resultados obtidos
por Portugal (1998), em estudos que concluem que a permanência numa creche de boa
qualidade, além de não influenciar negativamente a relação de ligação à mãe, promove o
desenvolvimento social da criança.
75
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
Assim, podemos verificar que ambas as Educadoras, EA e EB, consideram que as
crianças que frequentaram creche se adaptam com mais facilidade às rotinas do jardim-deinfância. As duas Educadoras referem que uma criança que frequentou creche adere mais às
propostas de diferentes actividades do jardim-de-infância, no entanto a EA revela que a
criança que não frequentou creche do seu grupo é uma excepção a esta generalidade. As duas
Educadoras consideram que as crianças que frequentaram creche interagem melhor com os
colegas da sala. As Educadoras têm opiniões um pouco diferentes no que diz respeito ao facto
das crianças que frequentaram creche tenderem a interagir melhor com os adultos, para a EA
são as crianças que não frequentaram creche que interagem melhor com eles. A EB refere que
varia de criança para criança, no entanto esta vai um pouco ao encontro da opinião da EA ao
mencionar que, por vezes, crianças que não frequentaram creche interagem melhor com os
adultos por não terem convivência com crianças fora da instituição, gostando de estar mais
junto deles.
Entrevista aos Pais
A MC1 revelou-se, durante o encontro para a entrevista, muito descontraída, com um
grande sorriso cada vez que falava da sua criança, gesticulou durante toda a entrevista,
expressando-se muito bem. As respostas foram dadas de forma rápida.
A MC2 respondeu à entrevista sempre com um grande à vontade, expressando-se muito
bem e com um sorriso estampado no rosto no momento das respostas.
A MC3 revelou-se durante o encontro para a entrevista descontraída, grande sorriso
cada vez que falava da sua criança, expressou-se bem durante toda a entrevista e gesticulou
pouco.
A MC4 revelou-se durante a entrevista um pouco retraída, expressou-se bem mas não
utilizou os gestos para se exprimir. Durante o encontro teve sempre um brilho nos olhos
quando falava o nome da sua criança.
Os dados obtidos pelas entrevistas foram agrupados de acordo com as categorias, que
foram estabelecidas a priori:
1. Adulto que ficou com a criança até entrar para o jardim-de-infância;
2. Razão para não frequentar a creche;
3. Adulto cuidador tinha mais crianças à sua responsabilidade;
4. Idade com que entrou na creche;
5. Razão para frequentar a creche;
6. Participação dos pais na creche;
7. Caracterização da creche;
8. Papel da creche no desenvolvimento social;
9. Papel da creche;
10. Creche: opção /“obrigação”;
76
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
11. Adulto que vai levar a criança ao jardim-de-infância;
12. Adulto que vai buscar a criança ao jardim-de-infância;
13. Percepção sobre o bem-estar da criança no jardim-de-infância;
14. Média das horas diárias na instituição;
15. Partilhar a mesma instituição com o irmão;
16. Razão por colocá-lo neste jardim-de-infância;
17. Sentimentos que provocou em si a entrada no jardim-de-infância;
18. Adaptação ao jardim-de-infância;
19. Relação com as crianças do jardim-de-infância;
20. Relação com os adultos do jardim-de-infância;
21. Fala sobre colegas e/ou adultos do jardim-de-infância;
22. Caracterização da criança;
23. Importância da creche para a adaptação ao jardim-de-infância.
As questões iniciais da entrevista aos pais têm como objectivo recolher dados de
anamnese, isto é, todos os dados relevantes sobre a vida da criança, desde o tempo da
gravidez, passando pelo parto e pelo seu desenvolvimento. As informações tiveram como
objectivo conhecer melhor as crianças, para, eventualmente, podermos ter em consideração
aspectos do seu percurso desenvolvimental que se poderiam revelar importantes na análise
dos resultados, ou seja, interferir no seu processo de adaptação ao contexto do jardim-deinfância.
Iniciaremos a apresentação e análise das entrevistas na questão 35.1, uma vez que a
informação obtida nas perguntas anteriores não se revelou significativa para a análise da
nossa questão de investigação.
Questão 35.1 - No que concerne à presente questão, “com quem ficou o seu filho até
ir para o jardim-de-infância”, a MC3 menciona que “Ficou com a tia” e a MC4 refere que
“Ficou com a avó e uma senhora que ainda vai lá a casa”. As duas crianças, a C3 e a C4,
ficaram com familiares até entrarem para o jardim-de-infância.
Questão 35.1.1 - Relativamente à questão, “porque razão optou por não colocar o
seu filho na creche”, a resposta das duas mães, a MC3 e a MC4, foi unânime ao afirmarem
que tinham alguém de confiança para ficar com o filho, mais especificamente uma tia e a avó
e uma ama, respectivamente. A MC3 menciona “Porque tinha a possibilidade de ter um
acompanhamento mais personalizado” e MC4 diz que “Ficou com a avó e uma senhora que
ainda vai lá a casa”. A MC4 acrescenta que também foi “por conselho da pediatra”. Segundo
Feldman e Wenzel (1990) e Hartup e Moore (1990) referidos por Katz e McClellan (1999) uma
grande influência no desenvolvimento social da criança é a experiência que esta tem dentro
da família. No entanto, as duas mães trabalhavam fora de casa, por esta razão o tempo que
estavam com os filhos é semelhante ao das outras mães. Vários autores como Spitz (1945),
77
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
Bowlby (1974), Harlow (1976) e Ainsworth (1978, 1982), referidos por Portugal (1998) vêm
afirmar que através da relação estreita que se estabelece entre a mãe e a criança, esta é
capaz de alargar e desenvolver futuras relações com outras crianças e adultos.
Questão 35.1.2 – Em relação à questão, “se o adulto cuidava do seu filho e de mais
crianças”, a MC3 diz que “Cuidava de só mais uma criança” e a MC4 refere que “Não”. O que
significa que as duas crianças, C3 e a C4, conviveram muito pouco com outras crianças antes
de entrarem para o jardim-de-infância.
Questão 35.2 – Relativamente à questão, “com que idade entrou para a creche”, a
MC1 diz que “Entrou após ter feito quatro meses, no primeiro mês de creche eu estava de
férias, durante este a C1 não foi a tempo inteiro” e a MC2 refere que “Entrou com cinco
meses”. Podemos constatar que as duas crianças entraram muito cedo para a creche. Segundo
Portugal (1998), as crianças que permaneceram mais tempo na creche têm comportamentos
diferentes, como por exemplo, desenvolvem mais jogos interactivos e cooperativos, têm mais
afectos positivos e interacções verbais mais positivas do que as que permanecem pouco
tempo.
Questão 35.2.1 – No que concerne à questão, “porque razão optou por colocar o seu
filho na creche”, as duas mães, a MC1 e a MC2, têm a mesma opinião ao considerarem que
era adequada. A MC1 diz que “mesmo que não trabalhasse eu teria colocado a C1 na mesma
na creche. Na creche desenvolvem-se mais, é muito importante para as crianças”. A MC2
menciona que “tinha a possibilidade de deixar a C2 com a minha mãe, mas optei pela creche,
já tinha lá o meu outro filho. E acho que a creche é fundamental para o desenvolvimento das
crianças; aprenderem regras com os avós era mais complicado”. A MC1 acrescenta ainda que
“A razão principal foi o trabalho, mas mesmo que não trabalhasse eu teria colocado a C1 na
mesma na creche”. Estas opiniões estão de acordo com Batista da Silva (1998) que considera
que a creche nos dias de hoje é uma resposta única, não é um simples local onde se guarda
crianças, substituto da casa, nem um jardim-de-infância dos pequenos.
Questão 35.2.2 – No que toca à questão, “participação dos pais na creche”, as duas
mães referem que participaram nas reuniões. A MC1 diz “fui sempre às reuniões” e a MC2
menciona “Participei sempre nas reuniões da instituição”. A MC1 refere ainda “Tive uma
participação activa… sempre que possível falava com a Educadora para saber como estava a
C1, como tinha passado o dia”. A MC2 menciona ainda “Participei sempre… nas festas de
Natal e final de ano lectivo”. Com esta participação verifica-se o interesse dos pais no
processo educativo Abreu, Sequeira e Escoval (1990) referem que os educadores devem
desenvolver estratégias que envolvam os pais, de modo a encorajá-los a participar nas
vivências da instituição.
78
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
Questão 35.2.3 – Em relação à questão, “caracterize a creche que o seu filho
frequentou”, ambas as mães, a MC1 e a MC2, referem o espaço físico. A MC1 diz “Gostei
muito da creche… excelente, tanto a nível… do espaço” e a MC2 menciona “A creche tem
boas condições, com um ambiente acolhedor”. Os recursos humanos também são referidos
pelas duas. A MC1 diz que “Gostei muito da creche, excelente, tanto a nível do pessoal” e a
MC2 indica que “os adultos são pessoas espectaculares”. A MC1 menciona ainda o material
didáctico-pedagógico “Gostei muito da creche… do material”.
Questão 35.2.4 – Quando questionadas “qual a importância da creche no
desenvolvimento social do seu filho”, as duas mães indicam a relação com as outras crianças
e adultos. A MC1 refere que “a creche é muito importante para o desenvolvimento social das
crianças, porque estas aprendem a conviver com muitas crianças e adultos” e a MC2 diz que
“Na creche aprende muito, aprende…, a estar em grupo com crianças da sua idade, a
relacionar-se com diferentes adultos”. Esta opinião vai ao encontro da de Abramowiz e
Wagkop (1995) “A creche é um espaço de socialização de vivências e interacções” (p. 39). A
participação em actividades é mencionada pela MC1 “Também devido ao facto de estarem
com uma Educadora durante todo o dia, com a qual realizam actividades específicas que
fazem com que o desenvolvimento social se desenvolva de forma correcta e rápida”. A
aprendizagem de regras é referida pela MC2 “Na creche aprende muito, aprende a partilhar,
a estar em grupo com crianças da sua idade”, esta opinião também é defendida por Falk
(1979), referido por Post e Hohmann (2007), que menciona que numa creche um sistema
seguro de relações é um pré-requisito para a capacidade de assimilar o padrão social de
valores aceites, normas, regras de comportamento.
Questão 35.2.5 – Na presente questão, “qual o papel da creche nos dias de hoje”,
ambas as mães, a MC1 e a MC2, referem estimular/desenvolver a criança. A MC1 diz “permite
que as crianças se desenvolvam mais e mais rapidamente, pois as crianças são acompanhadas
por uma Educadora, uma profissional que sabe como estimulá-las para que assim ocorra um
desenvolvimento mais rápido” e a MC2 menciona “Tem um papel fundamental, porque a
criança é acompanhada por um profissional durante todo o dia”. Ensinar as crianças a
conviver com diferentes pessoas também foi referido pelas duas mães. A MC1 diz “também o
facto de conviverem com muitas crianças da mesma idade e não só, aprendem mais sobre
realidades que em casa não existem” e a MC2 indica que “Na creche aprende muito… estar
em grupo com crianças da sua idade, a relacionar-se com diferentes adultos”. Esta ideia vai
ao encontro da opinião de Oliveira-Formosinho (2007). Esta autora considera que o
desenvolvimento não é automático nem unilateral, faz-se na interacção com o ambiente. As
interacções na creche são extremamente importantes pois só com estas é que ocorre um
desenvolvimento na criança. A MC2 considera ainda que tem o papel de ensinar as crianças a
partilhar “Na creche aprende muito, aprende a partilhar”. Segundo Portugal (1998) na creche
as crianças aprendem regras colectivas.
79
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
Questão 35.2.6 – Relativamente à questão, “se não precisasse de trabalhar colocaria
o seu filho na creche”, as duas mães referiram que sim, mas só por algumas horas. A MC1 diz
que “Sim, como já referi anteriormente, não seria a tempo inteiro” e a MC2 indica que “Sim,
não a tempo inteiro, vinha buscá-lo mais cedo”. Estas mães reconhecem a importância da
creche no desenvolvimento da criança e como refere Gouvêa (2002) a creche deve propiciar
condições adequadas para um desenvolvimento integral e sadio das crianças do ponto de vista
social e emocional, contudo, reconhecem também a importância da criança poder “desfrutar”
por mais tempo da relação com os pais.
Questão 36 – Em relação à questão, “quem leva o seu filho ao jardim-de-infância”, a
MC1 diz que “Sou eu ou o meu companheiro, depende dos horários, como são rotativos”. A
MC2 menciona que são “Os pais”. A MC3 indica que é “O pai”. A MC4 refere que é a “A mãe”.
Questão 36.1 – No que concerne à questão, “como fica o seu filho quando o leva ao
jardim-de-infância”, a MC1 e a MC2 referem que fica contente; a MC1 diz “Fica muito bem,
adora ir para a escolinha ter com os amigos” e a MC2 indica “Fica contente, dá um beijinho a
cada um”. A MC2 acrescenta que “vai para junto dos amigos”. A MC3 e a MC4 mencionam que
fica triste; a MC3 refere que “No primeiro mês ficava sempre a chorar, o pai ficava com ela
durante muito tempo, para o pai se ir embora a C3 tinha de ficar na sala da prima” e a MC4
diz que “Nas primeiras semanas ficou a choramingar”.
Questão 37 – Em relação à questão, “quem vem buscar o seu filho ao jardim-deinfância”, a MC1 diz que “Também sou eu ou o meu companheiro, depende do horário”. A
MC2 menciona que é “Quase sempre o pai”. A MC3 indica que é “O pai”. A MC4 refere que é
“O pai ou a avó”.
Questão 37.1 – No que toca à questão, “como encontra o seu filho quando chega ao
jardim-de-infância”, a MC1 e a MC2 referem que “contente”. A MC1 diz “Sempre bem” e a
MC2 indica “Mais contente do que fica de manhã, quer sempre ficar mais um pouco”. A MC1
menciona ainda que “muitas vezes nem quer vir para casa, quer ficar mais tempo a brincar
com os seus amiguinhos”. A brincar sozinho é referida pela MC4: “Está bem, a brincar,
normalmente sozinho”. A MC3 indica que “No primeiro mês encontrava-a quase sempre junto
a um adulto”.
Questão 38 – Relativamente à questão, “em média, quantas horas diárias está na
instituição”. A MC1 diz que “Está normalmente 8 horas e meia. Quando estou de folga, fica
muitas vezes comigo em casa ou vou buscá-la mais cedo”. A MC2 refere que “Está 9 horas”. A
MC3 menciona que “Está 8 horas”. A MC4 indica que “Está 6 horas e meia”.
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O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
Questão 39 – Na questão, “o seu filho partilha a mesma instituição com o irmão”, só
a MC2 foi questionada dizendo que “Sim”, porque as outras crianças, a C1,a C3 e a C4, não
têm irmãos.
Questão 40 – Em relação à questão, “porque razão optou por colocar o seu filho
neste jardim-de-infância”. Por recomendação é a resposta referida pela MC3 e a MC4. A MC3
diz “porque em Castelo Branco esta instituição é muito recomendada” e a MC4 menciona
“Por referência”. As instalações foram referidas por três das quatro mães, MC1, a MC2 e a
MC4. A MC1 diz “o espaço também é muito bom”, a MC2 indica é “acolhedor” e a MC4
menciona “também gostei muito das instalações, da higienização… senti-me bem aqui logo o
meu filho também se sentirá bem”. Os recursos humanos são referidos apenas pela MC1 “tem
uma equipa de trabalho óptima”. A MC4 indica a qualidade educativa “também gostei
muito… da organização e do método”. Frequentava a instituição anteriormente foi uma razão
apontada pela MC1 “Porque a creche que a C1 frequentou pertence à mesma instituição do
jardim-de-infância que frequenta” e pela MC2: “Porque a creche que o meu filho frequentou
pertence à mesma instituição, já tinha um filho neste jardim-de-infância”. A MC2 e a MC4
ainda referiram outra razão, frequentado por uma criança da sua família, a MC2 diz “já tinha
um filho neste jardim-de-infância” e a MC3 indica “Porque a C3 tem cá uma prima”.
Questão 41 – Quando questionados sobre a “entrada do seu filho no jardim-deinfância provocou em si que sentimentos”. A MC1 e a MC2 referem alegria; a MC1 diz que
“Senti-me orgulhosa da C1, está a ficar crescida” e a MC2 menciona que “Só de alegria, não
fiquei preocupada com a mudança, pois a C2 manteve-se na mesma instituição, com a mesma
Educadora”. A MC4 menciona preocupação “Sim fiquei preocupada, custou-me muito nos
primeiros 15 dias”. Angústia e a tristeza foram referidas pela MC3 “Senti-me triste e
angustiada, quando fui falar com a directora até chorei, sentia-me mal pois estava sempre a
pensar que ia „despejar‟ ali a minha filha, foi um período difícil para mim”. Os sentimentos
experienciados quando da entrada do filho no jardim-de-infância, segundo Rossetti-Ferreira e
Amorim (1996), são um factor que influencia as reacções da criança durante o período de
adaptação ao jardim-de-infância. A situação da MC3 vai ao encontro de Brazelton (1994) que
refere que por vezes é mais difícil para os pais separarem-se da criança do que para a criança
adaptar-se ao novo ambiente.
Questão 42 – Na questão, “em relação à adaptação do seu filho ao jardim-deinfância, como pensa que decorreu”, três das quatro mães referem que foi fácil. A MC1
menciona que “Correu bem, não sentiu nenhuma dificuldade em adaptar-se, estava
completamente integrada no grupo e tem uma boa relação com a Educadora”. A MC2 refere
que “Correu muito bem, sentiu que há coisas diferentes, a sala é maior, mais livros e
brinquedos, a Auxiliar não é a mesma. Mas não sentiu nenhuma dificuldade em adaptar-se”.
A MC4 também a indica mas sem ter a certeza “Acho que correu bem. A C4 estava preparada
81
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
para ir para o jardim-de-infância, em casa falávamos disso”. Esta situação vai ao encontro da
ideia de Cordeiro (2010) para que ocorra uma boa adaptação, esta começa antes da entrada
propriamente dita ao jardim-de-infância, os pais devem informar a criança da sua ida para o
jardim-de-infância e devem levar a criança a visitar o jardim-de-infância. A MC3 diz que foi
difícil “O primeiro mês foi muito complicado, não queria ir, estava sempre a dizê-lo até ao
fim-de-semana, acordava a chorar que não gostava da escola”.
Questão 43 – Relativamente à questão, “o seu filho tem uma boa relação com as
crianças do jardim-de-infância”, todas as mães dizem que sim, relaciona-se facilmente com
as outras crianças. A MC1 refere que “Sim, a Educadora comenta comigo que se dá bem com
todos os coleguinhas, nunca tive nenhuma queixa”. A MC2 menciona que “Sim, é muito
dado”. A MC3 diz que “Sim, está-se a integrar num grupo onde a maioria das crianças já se
conheciam e a C3 não conhecia ninguém”. A MC4 também a refere mas não tem a certeza
“Sim… acho que sim, pelo menos a Educadora nunca me disse o contrário”.
Questão 44 – No que concerne à questão, “o seu filho tem uma boa relação com os
adultos do jardim-de-infância”, todas as mães dizem que sim, interage com os adultos. A
MC1 menciona que “Gosta de estar com os adultos, conversa muito, relaciona-se bem com
estes”. A MC2 diz que “é um espectáculo a forma como se relaciona com os adultos”. A MC3
refere que “Sim, tem uma relação melhor com os adultos do que com as crianças”. A MC4
também a refere mas não tem a certeza “penso que sim”.
Questão 45 – No que toca à questão, “em casa o seu filho fala sobre colegas e/ou
adultos do jardim-de-infância”, todas as mães referem que sim. A MC1 menciona que “Sim,
principalmente quando está a brincar sozinha, faz de conta que está a brincar com os seus
amigos do jardim-de-infância, diz os seus nomes. Também conta o que se passou durante o
dia no jardim-de-infância, falando assim dos seus colegas, da Educadora e da Auxiliar.
Também fala das professoras de Educação Física e de Música”. A MC2 refere que “Conta
tudo, no dia-a-dia conta o que faz, o que aconteceu, diz mesmo „vamos conversar mamã‟ ”. A
MC3 diz que “Sim, mas pouco. Fala mais dos adultos do que dos colegas”. A MC4 menciona
que “Sim, conta tudo o que faz na instituição”.
Questão 46 – Em relação a questão, “como caracteriza o seu filho”, todas as mães
referem que é teimosa. A MC1 menciona “É uma menina linda, é muito teimosa”. A MC2 diz
que “testa os pais até ao limite, é muito teimoso”. A MC3 refere que “A C3 tem uma
personalidade forte, é muito teimosa”. A MC4 refere que “A C4… também é teimosa”. A
característica de que a criança é meiga também é indicada pelas quatro mães. A MC1 diz que
“é muito meiga”. A MC2 menciona que é “muito meigo”. A MC3 refere que “A C3 é muito…
carinhosa e amiga”. E a MC4 indica que “A C4 é muito querida”. A MC2 indica que é bemdisposto mencionando que “é muito… divertido, bem-disposto”. A MC4 refere que é birrenta,
82
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
ao dizer que “A C4… faz birras, que é normal na sua idade, tenta levar os pais até ao seu
limite”. Duas mães, a MC1 e a MC2, referem que é inteligente. A MC1 menciona que “A C1 é
esperta, muito esperta, gosta muito da escolinha” e a MC4 diz que “é muito inteligente”. A
MC2 diz que “tem um sentido de humor muito apurado, gosta de mandar piadas”. Saber
partilhar é apenas referida pela MC3, ao mencionar que “empresta os brinquedos aos
amigos”.
Questão 47 – Quando questionados sobre “o que mais gosta de fazer o seu filho” as
respostas são variadas. Pintar é referida por duas das quatro mães. A MC2 menciona que
“gosta muito de pintar” e a MC4 diz que “Gosta de pintar com canetas”. Tomar banho com os
brinquedos, esta é apenas referida por uma mãe, a MC4 ao mencionar “tomar banho com
todos os seus brinquedos”. Brincar é referida por duas mães, a MC1 e a MC2. A MC1 diz que
“Brincar com as bonecas” e a MC2 menciona que “Gosta muito de brincar com carros”. A MC2
refere passear “adora andar de trotineta, passear no campo” e ver filmes ao dizer “Gosta
muito de… ver filmes”. Cantar e dançar também é referida pela MC2 “de música, de cantar e
dançar”. Fazer puzzles e ver livros só são referidas pela MC3 ao dizer “fazer puzzles” e
“gosta de ver livros” e “O que gosta mais é de mexer nas „maminhas‟ da mãe”. A MC1
menciona ajudar na cozinha, ao dizer que “ainda gosta mais de ajudar na cozinha, faz várias
tarefas, uma delas é ajudar a fazer a salada”.
Questão 48 – Na questão, sobre “o que menos gosta de fazer o seu filho”. Duas das
quatro mães referem comer, a MC3 menciona que é “comer” e a MC4 diz que “De comer lá
em casa, aqui na instituição a Educadora diz-me que come bem”. Vestir-se e lavar os dentes
são referidas por uma mãe, a MC2, que diz “de se vestir” e “De lavar os dentes”. A MC3
indica “De dormir”. A MC1 e a MC2 referem o que lhe mandam, a MC1 menciona “O que lhe
mandam, detesta ser mandada, é muito teimosa” e a MC2 diz “de se sentar à mesa, às horas
que os pais mandam, diz sempre „é só mais um bocadinho‟”.
Questão 49 – Relativamente à questão, “quais são os jogos/brincadeiras preferidos
do seu filho”, as respostas são variadas. A MC4 indica “correr”. Jogar à bola é referida
apenas por uma mãe, a MC4 mencionando que “jogar à bola”. Brincar com carros e motas é
referida por duas mães, a MC2 e a MC4. A MC2 diz que é “Brincar com os carros” e a MC4
menciona “Brincar com motas, carrinhos”. A MC2 indica “fazer construções”. A MC3 refere
“Brincar com a plasticina” e “ver livros”. Fazer puzzles é referido por duas das quatro
crianças, a MC1 e a MC3. A MC1 menciona “fazer puzzles” e a MC3 diz “fazer puzzles”. A MC1
menciona “Brincar com as bonecas”.
Questão 50 – No que concerne à questão, “com quem costuma brincar”. Sozinha é
referida por duas das quatro mães, a MC1 e a MC3. A MC1 menciona “sozinha” e a MC3 diz
“sozinha”. Três das quatro mães indicam com os pais, a MC1, a MC2 e a MC4. A MC1 diz que
83
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
“Com a mãe, com o Jorge”. A MC2 menciona “Com os pais” e a MC4 refere “Com os pais”.
Com o irmão é referido pela MC2 quando diz com o “mano”. Com outros familiares é dito por
três das quatro mães, pela MC2, a MC3 e a MC4. A MC2 diz “com os primos, tem muitos”. A
MC3 menciona “Com as primas” e a MC4 refere com “a avó e a prima que tem a mesma
idade”. A MC2 ainda refere com crianças ao dizer “Também com filhos de casais nossos
amigos”.
Questão 51 – No que toca à questão, “como se relaciona com outras crianças”, todas
as mães referem que bem, com facilidade. A MC1 diz que “Muito bem, vai logo meter-se com
elas, fala muito e brinca muito”. A MC2 menciona que “Relaciona-se muito bem”. A MC3
refere que “Relaciona-se bem, sem conflitos”. A MC4 diz “Bem, mas é muito tímido no
primeiro contacto”.
Questão 52 – Quanto à questão, “como se relaciona com os adultos”, três das quatro
mães, a MC1,a MC2 e a MC3, referem que bem, com facilidade. A MC1 diz que “Gosta de
estar com os adultos, conversa muito, relaciona-se bem com estes”. A MC2 menciona “Bem,
conversa muito com os adultos”. A MC3 refere “É uma maravilha, gosta muito de conversar
com os adultos e de estar junto destes”. Por outro lado, a MC4 indica que com dificuldades
“É muito tímido, se não conhece bem, esconde-se atrás de nós, mesmo que conheça fala
pouco”.
Questão 53 – Quando questionados sobre “como reage o seu filho a novos
ambientes”, todas as mães indicam que bem. A MC1 menciona que “Fica mais agitada, mas
depois adapta-se bem, gosta de conhecer novos sítios. Dorme bem e não estranha a cama”. A
MC2 diz que “Normalmente reage muito bem, gosta de conhecer novos ambientes, e reage
„UAUH!‟ ”. A MC4 menciona que “Bem, até que não conheça bem está sempre junto dos
pais”. A MC3 refere que “Actualmente bem, antes de entrar para o jardim-de-infância era
complicado, pois quando íamos a um sítio com muitas pessoas a C3 queria ir logo para casa,
não se sentia bem junto de muitas pessoas”. Esta situação, referida pela MC3, indica-nos que
a dificuldade de adaptação sentida pela C3 ao contexto do jardim-de-infância, não foi uma
experiência nova. A C3 antes da entrada neste novo contexto, o jardim-de-infância, já tinha
grandes dificuldades em adaptar-se a novos ambientes, onde estivessem muitas pessoas.
Neste momento, depois de frequentar quase dois meses o jardim-de-infância, a MC3
menciona que a C3 já reage bem a novos ambientes. Podemos assim constatar que o facto de
a C3 frequentar o jardim-de-infância, onde convive diariamente com muitas crianças e
adultos, influenciou a sua forma de reagir a novos ambientes.
Questão 54 – Na presente questão, “como reage o seu filho a pessoas estranhas”, as
quatro mães referem que mal. A MC1 diz “Não fala, afasta-se”. A MC2 menciona “A pessoas
estranhas reage com timidez, não dirige a palavra”. A MC3 refere “Não dá confiança a
84
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
pessoas estranhas, não fala nem vai a lado nenhum com estranhos”. A MC4 diz que “Não fala
nem se aproxima delas”.
Questão 55 – Em relação à questão, “acha que a frequência ou não na creche teve
importância para a adaptação do seu filho ao jardim-de-infância”, a opinião da MC1 e da
MC2 divergem da opinião da MC3 e da MC4. Para a MC1 e a MC2, a creche tem importância na
adaptação ao jardim-de-infância. A MC1 menciona que “É claro que teve, influenciou o facto
de estar habituada a conviver com muitas crianças e adultos. O facto de estar na creche
permitiu que a adaptação ao jardim-de-infância fosse muito boa, já estava adaptada ao
ritmo dos horários, o facto de termos de ir trabalhar, à instituição”. A MC2 diz que “É obvio
que sim, tendo frequentando a creche a adaptação ao jardim-de-infância foi muito mais
fácil, não teve qualquer dificuldade”. Esta opinião vai ao encontro de um estudo empírico
realizado por Clark-Stewart (1991) referido por Smith et al. (2001) onde observou crianças
entre os 2 e os 4 anos que já tinham frequentado creche e estas revelaram um melhor
desenvolvimento social e intelectual que aquelas que permaneciam em casa. Por outro lado,
a MC3 e a MC4 indicam que a creche não tem importância na adaptação ao jardim-deinfância. A MC3 menciona “que o frequentar creche não é fundamental para uma boa
adaptação ao jardim-de-infância, penso que depende muito da personalidade da criança. No
entanto, o período de adaptação ao jardim-de-infância é maior para as crianças que não
frequentaram creche”. A MC4 diz que “A adaptação da C4 foi boa, por isso penso que o
frequentar creche não é indispensável para que a adaptação seja boa ao jardim-de-infância.
A C4 apesar de tímida, estava preparada para vir para o jardim-de-infância, penso que veio
na idade certa para uma instituição. Mas compreendo que a adaptação ao Jardim-de-infância
será mais rápida para as crianças que frequentaram creche, pois já estão habituadas a estar
diariamente numa instituição, com regras, com muitas crianças e adultos”.
Assim podemos verificar que para a MC1 e a MC2 a creche é uma instituição importante
nos dias de hoje, que tem um papel fundamental no desenvolvimento global das crianças,
especialmente no desenvolvimento social. Para estas mães, a creche que os filhos
frequentaram era adequada, mesmo que não precisassem de trabalhar os filhos
frequentariam, por algumas horas, esta instituição.
No jardim-de-infância a C1 e a C2 ficam contentes. Este é o sentimento experimentado
pelas mães quando da sua entrada. Pelo contrário, a C3 e a C4 ficam tristes quando deixadas
no estabelecimento de ensino. Um sentimento semelhante tiveram as suas mães com a
entrada dos filhos. A MC3 ficou triste e angustiada e a MC4 preocupada. À tarde quando vêm
buscar as crianças ao jardim-de-infância, a C1 e a C2 estão a brincar com os colegas e
encontram-se contentes, a C3 está junto de um adulto e a C4 está, normalmente, a brincar
sozinha. Podemos verificar, quando obtivemos estas informações, que a C3 e a C4 ainda não
se encontravam totalmente integradas no grupo.
85
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
A MC1, a MC2 e a MC4 indicam que a adaptação decorreu bem, foi fácil, enquanto que
a MC3 refere que foi difícil. Todas as crianças interagem bem com os colegas e com os adultos
do jardim-de-infância, em casa todas as crianças falam tanto dos colegas como dos adultos.
A MC1 e a MC2 referem que teve importância a frequência dos filhos na creche para a
adaptação ao jardim-de-infância. A MC3 e a MC4 têm opinião diferente; indicam que não teve
importância a não frequência dos filhos na creche para a adaptação ao jardim-de-infância. No
entanto, ambas – a MC3 e a MC4 - dizem que o período de adaptação ao jardim-de-infância
deve ser maior para as crianças que não frequentaram creche.
2.9. Discussão dos resultados
A discussão, numa investigação, tem três funções de relevo: extrair
conclusões, interpretar os resultados e apresentar as implicações
desses dados (Tuckman, 2005, p. 565).
Grande parte do estudo baseia-se na observação e registo sistemático do que se foi
observando e considerando relevante para a investigação. Todas as entrevistas, observações,
notas e registos, seguem uma ordem cronológica, permitindo assim observar alguma evolução
no comportamento das crianças, no decorrer do estudo. A par disso, as entrevistas às
Educadoras permitiram ficar a conhecer a sua opinião sobre os objectivos do estudo. Por sua
vez, as entrevistas aos Pais, para além da opinião sobre alguns objectivos do estudo,
permitiram recolher informações sobre as crianças. Tendo em conta a questão que guiou o
nosso estudo: “Em que medida a frequência de creche contribui para a adaptação da criança
ao contexto do jardim-de-infância?”, obtivemos várias respostas que, apesar de irem ao
encontro de pesquisas já realizadas, permitiram identificar particularidades e singularidades.
As crianças identificadas pelas Educadoras como manifestando dificuldades de
adaptação ao jardim-de-infância, a C3 e a C4, experienciaram uma maior perturbação
emocional (choro mais frequente, medos, tristeza), mais problemas comportamentais
(dificuldades em lidar com os colegas), mais dificuldades em envolver-se nas actividades e
mais dificuldades de interacção social (comportamento de isolamento, dificuldades de
relação com as outras crianças e com alguns adultos). Pelo contrário, as crianças sem
dificuldades de adaptação, a C1 e a C2, não apresentam dificuldades de interacção. Podemos,
assim, afirmar que as crianças que não frequentaram creche apresentam menores
competências de interacção social quando comparadas com as crianças que frequentaram
creche. É de realçar que as duas crianças que frequentaram creche entraram para este
contexto muito cedo, a C1 com quatro meses e a C2 com cinco meses.
No entanto, aquilo que se revelou evidente como resultado da investigação é que a
frequência ou não de creche e a adaptação ao jardim-de-infância nunca é uma experiência
simples, pelo contrário é acompanhada sempre por uma enorme complexidade de condições e
86
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
variáveis. A entrada no jardim-de-infância acontece num determinado contexto, cujas
características afectam o comportamento da criança, o modo como interpreta e reage à nova
situação, de forma positiva ou negativa. Esta situação é sustentada pelo pensamento de
Bronfenbrenner (1989, 1987) ao considerar que nenhuma das situações vividas pela criança
opera de modo independente das outras. Contudo, devido ao número restrito de crianças
observadas, variáveis e resultados teoricamente importantes diluíram-se no estudo, não
permitindo chegar a uma análise consistente.
Pudemos compreender que a creche teve um papel importante no desenvolvimento
social das crianças que a frequentaram. Este resultado tem sustentação no pensamento de
vários autores, tais como Clarke-Stewart (1989, 1992), Portugal (1998), Spodek e Saracho
(1998), Oliveira-Formosinho (1999) e Papalia e Olds (2000). Temos que também ter em
consideração o facto das crianças observadas terem frequentado a creche desde idades muito
precoces. Segundo Portugal (1998), este facto faz com que as crianças desenvolvam mais
jogos interactivos e cooperativos, manifestem mais afectos positivos e interacções verbais
mais positivas do que as que permanecem pouco tempo.
Esta creche foi referida pelas mães, MC1 e MC2, como tendo a qualidade e a
estabilidade necessárias. De acordo com Portugal (1998), a creche poderá fazer com que a
criança seja mais assertiva e socialmente mais interactiva, mas depende da sua qualidade e
estabilidade.
Nas crianças que não frequentaram creche, C3 e C4, existiram diferenças significativas
na sua adaptação ao jardim-de-infância. Os nossos resultados indicam que a ansiedade de
separação materna está associada à qualidade da adaptação das crianças ao jardim-deinfância. A MC3 manifestou muita ansiedade e até nervosismo na separação, de tal modo que
provocou na C3 comportamentos caracterizados pelo isolamento e ansiedade, favorecendo
uma fraca competência social: isto é, colocando-se à margem de várias actividades de grupo.
Este facto é sustentado por Rossetti-Ferreira e Amorim (1996), Brazelton (1994) e Alves
(2000). Constatámos, assim, que os estilos maternais têm um importante papel na adaptação
da criança ao novo contexto. Deste modo, é importante que os pais compreendam melhor o
processo de desenvolvimento infantil, consigam diminuir o stress provocado por esta situação,
para o seu próprio equilíbrio e para o equilíbrio emocional do filho. Neste sentido, é
indispensável haver uma intervenção adequada ao nível do jardim-de-infância para que a
adaptação da criança seja positiva.
A C4 teve menos dificuldades em adaptar-se ao jardim-de-infância, quando comparada
com a C3. Para explicar este resultado, para além da menor ansiedade de separação
apresentada pela sua mãe, pensamos que o conhecimento da instituição por parte da C4
antes da entrada propriamente dita e as conversas tidas em casa sobre a entrada para o
jardim-de-infância podem ter dado um forte contributo. Este facto é sustentado por Cordeiro
(2000) que refere que a adaptação começa antes da entrada propriamente dita no jardim-deinfância, os pais devem falar sobre este e dar a conhecer o espaço.
87
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
O estudo realizado foi muito enriquecedor, uma vez que permitiu obter algumas
respostas à questão que nos orientou durante toda a investigação e ainda contribuiu para o
conhecimento, aprofundamento e ponderação do tema.
Este estudo serviu-nos também para sermos mais observadores e valorizarmos atitudes
e comportamentos das crianças.
2.10. Limitações do estudo
A escolha de um determinado foco, seja ele um local na escola, um
grupo em particular, ou qualquer outro aspecto, é sempre um ato
artificial, uma vez que implica a fragmentação do todo onde ele está
integrado. O investigador qualitativo tenta ter em consideração a
relação desta parte com o todo, mas, pela necessidade de controlar a
investigação, delimita a matéria de estudo. Apesar do investigador
tentar escolher uma peça que constitua, por si só, uma unidade, esta
separação conduz sempre a alguma distorção (Bogdan & Biklen, 1994,
p.91).
Durante a realização do estudo tivemos sempre a preocupação de assegurar o máximo
de rigor científico, no entanto, temos consciência de algumas limitações, pelo que
consideramos relevante identificá-las:
Não poder ter realizado observações no mês de Setembro, momento da entrada para
o jardim-de-infância;
Terem sido só quatro crianças a participar no estudo;
Ter de alterar, algumas vezes, o dia da observação por não estarem presentes todas
as crianças participantes no estudo dessa sala;
Ao longo das observações as crianças podem ter percebido que estavam a ser
observadas, o que pode ter impedido a observação de situações relevantes para o
estudo;
Tendo em conta a duração de cada observação, não foi possível observar todos os
comportamentos, pois a maior atenção por parte da investigadora foi observar os
itens seleccionados nas grelhas. Trata-se de uma limitação que, neste campo de
investigação é comum, segundo Bell (2008);
Inexperiência
por
parte
da
investigadora
que
poderá
ter
condicionado
o
aprofundamento na recolha de dados, nomeadamente nas entrevistas;
A clarificação de alguns aspectos a posteriori não foi possível, devido ao facto de
apenas termos realizado uma entrevista a cada um dos participantes;
As diferentes etapas da investigação foram processos morosos e complexos, tendo em
conta a dimensão e a natureza do estudo.
88
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
Apesar de todas estas limitações, sentimos que este estudo contribuiu para o nosso
desenvolvimento profissional e crescimento pessoal.
2.11. Reflexões para a prática profissional
Pensar curricularmente significa tão só assumir conscientemente uma
postura reflexiva e analítica face ao que constitui a sua prática
quotidiana, concebendo-a como campo de saber próprio a
desenvolver e aprofundar e não como normativo que apenas se
executa sem agir sobre ele (Roldão, 2000, p.17).
Nesta fase procedemos a algumas reflexões para a prática profissional. Consideramos
que, pela actualidade e interesse do tema, este estudo revelou-se muito importante para
uma melhor compreensão do papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardimde-infância.
Pudemos constatar que as relações afectivas são essenciais no desenvolvimento social
da criança. É importante exercer, na prática profissional, um papel de mediador e
incentivador, além de propiciar um acolhimento afectivo das crianças. O vínculo afectivo com
o educador é o principal suporte para se sentirem seguras em qualquer ambiente, de forma a
poderem brincar, explorar e interagir com outras pessoas, adultos ou crianças.
Como futura Educadora, este estudo contribuirá para implementar estratégias
preventivas mais eficazes que visem melhorar as competências pessoais e sociais da criança,
essenciais para o desenvolvimento de um percurso socialmente adaptado. O educador de
infância tem que ter um cuidado especial no período de adaptação da criança. Esta situação é
fundamental para garantir um atendimento de qualidade, capaz de possibilitar boas
condições para um desenvolvimento integral e saudável da criança, particularmente do ponto
de vista social. Este estudo alertou-me para a importância do período de adaptação da
criança. Compreendi que, nesta fase, entre outros aspectos, se deve possibilitar maior
flexibilidade na rotina, incentivar a criança a explorar o ambiente, aproximar-me nos
momentos certos e agir de maneira adequada, introduzir assuntos que facilitem o
estabelecimento de uma relação com a criança e a família.
É fundamental no período de adaptação dar a atenção necessária a cada família, pois
desta relação e da confiança que os pais vão depositar na Educadora depende, em parte, a
adaptação da criança. Como futura Educadora devo desenvolver atitudes de apoio à família,
dando-lhe oportunidade para falar dos seus sentimentos e da sua criança. É importante
garantir que a criança e a família se sintam bem recebidas na instituição.
Todo o percurso deste estudo foi repleto de aprendizagens. Com esta investigação
adquiri uma maior atitude crítica perante a minha profissão, perante o meu modus operandi.
Isto é, não posso lidar com os conteúdos escolares de um modo simplesmente passivo, pelo
contrário, tenho que lidar com eles de modo crítico, de sorte que a investigação realizada vai
89
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
na direcção de um saber directamente ligado à prática, mais adequado e eficiente no que
respeita às respostas a dar às situações concretas – às situações que surgem no dia-a-dia
escolar. Este trabalho permitiu que desenvolvesse competências de investigação, que
assentam, fundamentalmente, na observação, no questionamento e na reflexão. Trata-se, no
essencial, de um processo duplo: não se pode restringir apenas a investigar ao que se passa
fora de nós, nem ao que conseguimos discernir (um processo dentro de nós). Esta situação vai
ao
encontro
da
ideia
de
Bogdan
e
Biklen
(1984)
quando
referem
que
os
educadores/professores, que agem como investigadores, realizam o seu trabalho mas, além
disso, também se observam a si próprios. Ou seja, param e distanciam-se dos conflitos
imediatos, são capazes de alargar as suas perspectivas sobre o que acontece.
Penso que investigar na e para a prática pedagógica deve ser compreendida como um
processo que procura produzir ou melhorar formas de conhecimento profissional. Nesse
sentido, precisa ser vista como um recurso qualitativo do trabalho pedagógico, podendo
garantir, assim, uma aprendizagem significativa que promoverá uma intervenção mais
adequada junto das crianças.
90
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
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A
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Recuperado
na
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18
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97
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
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Legislação consultada
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Imprensa Nacional.
Assembleia da República (2005). Lei 49/2005, de 30 de Agosto: Lei de Bases do Sistema Educativo. Lisboa: Imprensa
Nacional.
Despacho normativo nº99/89, de 11 de Setembro
98
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
ANEXOS
99
100
Anexo A - Documentos comprovativos de autorizações formais concedidas
para a realização do Estudo
101
102
Anexo A1 - Documento comprovativo da autorização formal concedida pela
instituição
103
104
Castelo Branco, 1 de Setembro de 2010
Exma. Sra. Directora Pedagógica
da creche e jardim-de-infância
Assunto: Colaboração para a realização de Mestrado
Sou Sílvia Cristina Mateus Azevedo, aluna do Mestrado em Educação Pré-Escolar e
Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico, na Escola Superior de Educação de Castelo Branco.
Encontro-me a realizar uma Investigação intitulada “O papel da creche na adaptação da
criança ao contexto do jardim-de-infância”, orientada pela Professora Doutora Cristina
Pereira.
É nosso objectivo analisar em que medida a frequência de creche contribui para a
adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância, uma vez que o propósito consiste
em identificar a influência da creche no desenvolvimento social da criança.
Neste âmbito solicitamos a V. Exa. permissão para a aplicação de grelhas de
observação, no jardim-de-infância que V. Exa. dirige.
Mais se informa que garantimos o anonimato do jardim-de-infância e dos
colaboradores (educadoras, pais e crianças) participantes e com o compromisso de que, logo
que a investigação esteja concluída, vos informar acerca dos resultados obtidos.
Para algum esclarecimento complementar, junto o meu endereço electrónico e
contactos telefónicos:
Aguardando uma resposta, subscrevo-me com os melhores cumprimentos.
……………………………………………………………
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
105
Declaração
Eu, ………………………………………………………………………, Directora Pedagógica da instituição,
declaro que autorizo a aluna de Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do
Ensino Básico, Sílvia Cristina Mateus Azevedo, a realizar o estudo sobre o papel da creche na
adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância como parte do seu Relatório de
Estágio de Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico.
Declaro ainda que autorizo a divulgação dos resultados globais obtidos para efeitos de
investigação, sendo preservado o nome (ou a identidade) dos envolvidos.
……. de Setembro de 2010
A Directora Pedagógica
…………………………………………………………………………….
106
Anexo A2 - Documento comprovativo da autorização formal concedida pela
Educadora de Infância A
107
108
Castelo Branco, 8 de Setembro de 2010
Exma. Sra.
Educadora
de jardim-de-infância
Assunto: Colaboração para a realização de Mestrado
Sou Sílvia Cristina Mateus Azevedo, aluna do Mestrado em Educação Pré-Escolar e
Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico, na Escola Superior de Educação de Castelo Branco.
Encontro-me a realizar uma Investigação intitulada “O papel da creche na adaptação da
criança ao contexto do jardim-de-infância”, orientada pela Professora Doutora Cristina
Pereira.
É nosso objectivo analisar em que medida a frequência de creche contribui para a
adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância, uma vez que o propósito consiste
em identificar a influência da creche no desenvolvimento social da criança.
Neste âmbito solicitamos a V. Exa. permissão para a aplicação de grelhas de
observação, a uma criança (que não frequentou creche) do grupo à vossa responsabilidade.
Mais se informa que garantimos o anonimato do jardim-de-infância e dos
colaboradores (educadoras, pais e crianças) participantes e com o compromisso de que, logo
que a investigação esteja concluída, vos informar acerca dos resultados obtidos.
Para algum esclarecimento complementar, junto o meu endereço electrónico e
contactos telefónicos:
Aguardando uma resposta, subscrevo-me com os melhores cumprimentos.
……………………………………………………………
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
109
Declaração
Eu, ……………………………………………………………, Educadora de Infância, declaro que
permito a aplicação de grelhas de observação, a uma criança (que não frequentou creche) do
grupo à minha responsabilidade, pela aluna de Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do
1ºCiclo do Ensino Básico, Sílvia Cristina Mateus Azevedo. Com o objectivo de realizar um
estudo sobre o papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
como parte do seu Relatório de Estágio de Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do
1ºCiclo do Ensino Básico.
Declaro ainda que autorizo a divulgação dos resultados globais obtidos para efeitos de
investigação, sendo preservado o nome (ou a identidade) dos envolvidos.
……. de Setembro de 2010
A Educadora de Infância
…………………………………………………………………………….
110
Anexo A3 - Documento comprovativo da autorização formal concedida pela
Educadora de Infância B
111
112
Castelo Branco, 8 de Setembro de 2010
Exma. Sra.
Educadora
de jardim-de-infância
Assunto: Colaboração para a realização de Mestrado
Sou Sílvia Cristina Mateus Azevedo, aluna do Mestrado em Educação Pré-Escolar e
Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico, na Escola Superior de Educação de Castelo Branco.
Encontro-me a realizar uma Investigação intitulada “O papel da creche na adaptação da
criança ao contexto do jardim-de-infância”, orientada pela Professora Doutora Cristina
Pereira.
É nosso objectivo analisar em que medida a frequência de creche contribui para a
adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância, uma vez que o propósito consiste
em identificar a influência da creche no desenvolvimento social da criança.
Neste âmbito solicitamos a V. Exa. permissão para a aplicação de grelhas de
observação, a três crianças (duas que frequentaram creche e uma que não frequentou creche)
do grupo à vossa responsabilidade.
Mais se informa que garantimos o anonimato do jardim-de-infância e dos
colaboradores (educadoras, pais e crianças) participantes e com o compromisso de que, logo
que a investigação esteja concluída, vos informar acerca dos resultados obtidos.
Para algum esclarecimento complementar, junto o meu endereço electrónico e
contactos telefónicos:
Aguardando uma resposta, subscrevo-me com os melhores cumprimentos.
……………………………………………………………
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
113
Declaração
Eu, ………………………………………………………, Educadora de Infância, declaro que permito a
aplicação de grelhas de observação, a três crianças (duas que frequentaram creche e uma que
não frequentou creche) do grupo à minha responsabilidade, pela aluna de Mestrado em
Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico, Sílvia Cristina Mateus Azevedo.
Com o objectivo de realizar um estudo sobre o papel da creche na adaptação da criança ao
contexto do jardim-de-infância como parte do seu Relatório de Estágio de Mestrado em
Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico.
Declaro ainda que autorizo a divulgação dos resultados globais obtidos para efeitos de
investigação, sendo preservado o nome (ou a identidade) dos envolvidos.
……. de Setembro de 2010
A Educadora de Infância
…………………………………………………………………………….
114
Anexo A4 - Documento comprovativo da autorização formal concedida
pelos Pais
115
116
Castelo Branco, 1 de Outubro de 2010
Exmo(a). Sr(a).
Encarregado(a) de Educação/Mãe/Pai
Assunto: Colaboração para a realização de Mestrado
Sou Sílvia Cristina Mateus Azevedo, aluna do Mestrado em Educação Pré-Escolar e
Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico, na Escola Superior de Educação de Castelo Branco.
Encontro-me a realizar uma Investigação intitulada “O papel da creche na adaptação da
criança ao contexto do jardim-de-infância”, orientada pela Professora Doutora Cristina
Pereira.
É nosso objectivo analisar em que medida a frequência de creche contribui para a
adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância, uma vez que o propósito consiste
em identificar a influência da creche no desenvolvimento social da criança.
Neste âmbito solicitamos a V. Exa. permissão para a aplicação de grelhas de
observação, ao(à) vosso(a) educando(a), no jardim-de-infância.
Mais se informa que garantimos o anonimato do jardim-de-infância e dos
colaboradores (educadoras, pais e crianças) participantes e com o compromisso de que, logo
que a investigação esteja concluída, vos informar acerca dos resultados obtidos.
Para algum esclarecimento complementar, junto o meu endereço electrónico e
contactos telefónicos:
Aguardando uma resposta, subscrevo-me com os melhores cumprimentos.
……………………………………………………………
Sílvia Cristina Mateus Azevedo
117
Declaração
Eu, …………………………………………………………………, declaro que autorizo o(a) meu (minha)
educando(a), ……………………………………………., a participar no estudo da aluna de Mestrado em
Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico, Sílvia Cristina Mateus Azevedo,
sobre o papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância como
parte do seu Relatório de Estágio de Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do
Ensino Básico.
Declaro ainda que autorizo a divulgação dos resultados globais obtidos para efeitos de
investigação, sendo preservado o nome (ou a identidade) dos envolvidos.
……. de Outubro de 2010
O(A) Encarregado(a) de Educação/Mãe/Pai
…………………………………………………………………………….
118
Anexo B - Instrumentos
119
120
Anexo B1 - Grelha de observação de participação nas actividades
121
122
Grelha de observação de participação nas actividades
Nome: ____________________________________________ Data do registo: __________________
Actividade
Orientadas
de grande
grupo
Comportamento
Não
Participa
Participa
Raramente
Não Perturba
Perturba
Quando solicitado
Por iniciativa própria
Dá ideias
Aceita as decisões da maioria
Sabe utilizar o espaço e os materiais
Como
mantém a
tarefa
Orientada
de pequeno
grupo/
individuais
Com quem
Com apoio
Sem apoio
Persiste
Acaba o que começou
Cumpre as regras
Sozinho
Quase sempre
Só com um
o mesmo
colega
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Jogo paralelo
Tipo de
colaboração
com os
Equipa
colegas
Sabe utilizar o espaço e os materiais
Sabe organizar-se
Mantém o que escolheu
Sozinho
Com Quem
Livres
Com um
colega
Quase sempre
o mesmo
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Tipo de
colaboração
com os
outros
Jogos paralelos
Equipas
Organização do jogo
123
Às vezes
Frequentemente
124
Anexo B2 - Grelha de observação de interacções (baseada no modelo HighScope)
125
126
Grelha de observação de interacções
(Baseada no modelo de HIGH-SCOPE)
Nome: ___________________________________ Data do registo: _______________
Cooperação em actividades e rotinas
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
8- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
precisa de ser incentivada para participar nas actividades.
participa de forma irregular nas actividades.
participa nas actividades.
persiste nas actividades.
ainda não segue rotinas.
segue irregularmente as rotinas.
participa nas rotinas quando orientada para o fazer.
participa voluntariamente nas rotinas.
Relação com adultos
1- A criança não interage com os adultos.
2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares.
3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares.
4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares.
5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho,
segue regras).
Relação com as outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
criança
criança
criança
criança
criança
não brinca com as outras crianças.
responde quando outras crianças iniciam interacções.
inicia interacções com outras crianças.
mantém interacções com outras crianças.
trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras).
Criação de relações de amizade com outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
criança
criança
criança
criança
ainda não identifica os colegas pelos nomes.
identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente.
identifica um colega como amigo.
é identificada por um colega como amiga.
Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais
1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito.
2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito.
3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros.
4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças.
5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente,
pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis.
6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças.
Compreensão e expressão de sentimentos
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
ainda não expressa sentimentos.
ainda não verbaliza sentimentos.
expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
demonstra consciência dos sentimentos dos outros.
exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável.
responde apropriadamente aos sentimentos dos outros.
127
128
Anexo B3 - Escala de Envolvimento da Criança
129
130
Observação do Envolvimento da Criança
Nome da criança: ___________________
Número de crianças presentes: _______
Nível de
Envolvimento
(M) Manhã / (T) Tarde
Descrição de períodos
de 2 minutos cada
Hora
Data do registo: _________________
Número de adultos presentes: ____
1
2
3
4
Áreas de conteúdo / Domínios
5
F.P.S
E.M.
Hora
Hora
131
E.D.
E.P.
E.Mu.
L.A.E.
Mat.
C.M.
132
Anexo B4 - Guião de Entrevista às Educadoras de Infância
133
134
Procedimento desde o pedido de autorização até à realização de entrevista
1- Pedido de autorização
O acto do pedido de autorização para a realização do estudo será feito pessoalmente e
passará pelos seguintes passos:
- Principiar pela auto-apresentação do investigador;
- Explicar sumariamente o estudo;
- Explicitar a forma como se espera que a instituição participe;
- Referir que as informações serão confidenciais e que as declarações serão identificadas com
informantes A, B, C, etc. ou outro código escolhido;
- Advertir para necessidade de gravação áudio da entrevista;
- Assinalar que após a finalização e apresentação pública do Estudo o investigador
compromete-se a enviar um exemplar para a instituição;
- Combinar dia e horário para entrevista;
- Só no final solicitar a assinatura dos pedidos formais de autorização.
2- Procedimento no dia da entrevista
- Providenciar local isolado, calmo e agradável para a realização da entrevista;
- Antes de iniciar a entrevista propriamente dita propiciar a criação de um diálogo agradável
através de uma primeira apresentação pessoal (abordar ocupação profissional, etc.) e facilitar
a comunicação dos intervenientes, procurando que estes também se abram e fiquem mais à
vontade num diálogo aberto;
- Passar à explicação sintética do estudo;
- Pedir uma primeira opinião off record acerca do tema, perguntar se acham uma temática
interessante, mais uma vez fomentando a comunicação aberta e um clima de conversação
saudável, agradável, reduzindo o stress;
- Referir que as informações serão confidenciais e que as declarações serão identificadas com
informantes A, B, C, etc. ou outro código escolhido;
- Advertir para a necessidade de gravação áudio da entrevista;
- Destacar que, após uma primeira análise, caso se despistem lacunas na informação
recolhida, imprecisões ou respostas em que o sentido é dúbio se contactará para se pedir
esclarecimento;
- Mencionar que, para além disso, no prazo de 1 a 2 semanas após a realização da entrevista
será enviado por correio electrónico a transcrição integral da entrevista, possibilitando aos
participantes confirmar e corroborar o seu conteúdo, acrescentar ou retirar algo ao que foi
transmitido;
- Assinalar que após a finalização e apresentação pública do Estudo o investigador
compromete-se a enviar um exemplar para a instituição.
135
3- Perguntas do Guião de Entrevista
As perguntas seguidamente enumeradas e o conteúdo a transmitir que delas se
pretende não são vinculativos ou rígidos, são meramente orientadores. Como é esperado
numa entrevista semi-directiva, a ordem das temáticas a abordar poderá, no decorrer da
entrevista sofrer alterações. Por outro lado e acrescentando, poderão ser eliminadas questões
se o investigador considerar que esse assunto já foi devidamente esclarecido e abordado pelos
informantes ou, por oposições, poderão ser levantadas novas questões se o conteúdo
transbordado das informações transmitidas não for suficientemente esclarecedor.
Guião da entrevista
1. Considera que uma criança que frequentou a creche se adapta melhor às rotinas diárias?
Justifique.
Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos:
Facilidade
Dificuldade
Tempo de adaptação
2. A adaptação aos horários é sentida de diferente modo pelas crianças que frequentaram a
creche com as que não a frequentaram? Justifique.
Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos:
Facilidade
Dificuldade
Tempo de adaptação
3. Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a frequentaram, na sua
opinião, quais são as crianças que aderem mais facilmente às regras do jardim-de-infância?
Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos:
Facilidade
Dificuldade
Tempo de adaptação
4. Considera que, de uma forma geral, uma criança que frequentou a creche adere mais às
propostas de diferentes actividades do jardim-de-infância?
Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos:
Participação
Não participação
Tipo de actividades
5. Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a frequentaram, na sua
opinião, quais são as crianças que interagem melhor com as colegas da sala?
Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos:
Facilidade
Dificuldade
136
6. Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a frequentaram, na sua
opinião, quais são as crianças que interagem melhor com os adultos?
Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos:
Facilidade
Dificuldade
7. Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a frequentaram, na sua
opinião, quais são as crianças que partilham mais os brinquedos?
Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos:
Facilidade
Dificuldade
8.
Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a frequentaram, na sua
opinião, quais são as crianças que expressam os sentimentos de modos socialmente
aceitáveis.
Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos:
Facilidade
Dificuldade
9. Considera que uma criança que frequentou a creche é mais sociável? Justifique.
Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos:
Mais sociável
Menos sociável
10. Na sua opinião qual considera ser o papel da creche no desenvolvimento social da criança e
neste sentido na adaptação ao jardim-de-infância?
Esta questão é aberta e complementar às informações transmitidas esperando-se, no entanto,
que os participantes se pronunciem acerca dos possíveis vantagens/desvantagens da creche
no desenvolvimento social da criança.
137
Afectação entre a Objectivos de Investigação e as Questões Aplicadas na Entrevista
Objectivos da Investigação
1- Analisar se as crianças que
frequentaram a creche se adaptam
melhor às rotinas diárias do jardim-deinfância.
2- Analisar se crianças que frequentaram
a creche aderem mais às propostas de
diferentes actividades do jardim-deinfância.
3- Analisar se as crianças que
frequentaram a creche interagem
melhor com os colegas da sala.
Perguntas do Guião de Entrevista às Educadoras
1- Considera que uma criança que frequentou a
creche se adapta melhor às rotinas diárias?
Justifique.
2- A adaptação aos horários é sentida de
diferente modo pelas crianças que frequentaram
a creche com as que não a frequentaram?
Justifique.
3- Comparando as crianças que frequentaram a
Creche com as que não a frequentaram, na sua
opinião, quais são as crianças que aderem mais
facilmente às regras do jardim-de-infância?
4- Considera que, de uma forma geral, uma
criança que frequentou a creche adere mais às
propostas de diferentes actividades do jardim-deinfância?
5- Comparando as crianças que frequentaram a
creche com as que não a frequentaram, na sua
opinião, quais são as crianças que interagem
melhor com as colegas da sala?
7- Comparando as crianças que frequentaram a
creche com as que não a frequentaram, na sua
opinião, quais são as crianças que partilham mais
os brinquedos?
4- Analisar se as crianças que
frequentaram a creche interagem
melhor com os adultos.
5- Analisar se as crianças que
frequentaram a creche, em geral,
revelam maiores competências sociais1
6- Comparando as crianças que frequentaram a
creche com as que não a frequentaram, na sua
opinião, quais são as crianças que interagem
melhor com os adultos?
8- Comparando as crianças que frequentaram a
creche com as que não a frequentaram, na sua
opinião, quais são as crianças que expressam os
sentimentos de modos socialmente aceitáveis.
9- Considera que uma criança que frequentou a
creche é mais sociável? Justifique.
10- Na sua opinião qual considera ser o papel da
Creche no desenvolvimento social da criança e
neste sentido na adaptação ao jardim-deinfância?
1
Este objectivo não é referido quando expomos os objectivos do nosso estudo uma vez que este engloba-se nos
quatro objectivos do estudo.
138
Anexo B5 - Guião de Entrevista aos Pais
139
140
Procedimento desde o pedido de autorização até à realização de entrevista
1- Pedido de autorização
O acto do pedido de autorização para a realização do estudo será feito pessoalmente e
passará pelos seguintes passos:
- Principiar pela auto-apresentação do investigador;
- Explicar sumariamente o estudo;
- Explicitar a forma como se espera que a instituição participe;
- Referir que as informações serão confidenciais e que as declarações serão identificadas com
informantes A, B, C, etc. ou outro código escolhido;
- Advertir para necessidade de gravação áudio da entrevista;
- Assinalar que após a finalização e apresentação pública do Estudo o investigador
compromete-se a enviar um exemplar para a instituição;
- Combinar dia e horário para entrevista;
- Só no final solicitar a assinatura dos pedidos formais de autorização.
2- Procedimento no dia da entrevista
- Providenciar local isolado, calmo e agradável para a realização da entrevista;
- Antes de iniciar a entrevista propriamente dita propiciar a criação de um diálogo agradável
através de uma primeira apresentação pessoal (abordar ocupação profissional, etc.) e facilitar
a comunicação dos intervenientes, procurando que estes também se abram e fiquem mais à
vontade num diálogo aberto;
- Passar à explicação sintética do estudo;
- Pedir uma primeira opinião off record acerca do tema, perguntar se acham uma temática
interessante, mais uma vez fomentando a comunicação aberta e um clima de conversação
saudável, agradável, reduzindo o stress;
- Referir que as informações serão confidenciais e que as declarações serão identificadas com
informantes A, B, C, etc. ou outro código escolhido;
- Advertir para a necessidade de gravação áudio da entrevista;
- Destacar que, após uma primeira análise, caso se despistem lacunas na informação
recolhida, imprecisões ou respostas em que o sentido é dúbio se contactará para se pedir
esclarecimento;
- Mencionar que, para além disso, no prazo de 1 a 2 semanas após a realização da entrevista
será enviado por correio electrónico a transcrição integral da entrevista, possibilitando aos
participantes confirmar e corroborar o seu conteúdo, acrescentar ou retirar algo ao que foi
transmitido;
- Assinalar que após a finalização e apresentação pública do Estudo o investigador
compromete-se a enviar um exemplar para a instituição.
141
3- Perguntas do Guião de Entrevista
As perguntas seguidamente enumeradas e o conteúdo a transmitir que delas se
pretende não são vinculativos ou rígidos, são meramente orientadores. Como é esperado
numa entrevista semi-directiva, a ordem das temáticas a abordar poderá, no decorrer da
entrevista sofrer alterações. Por outro lado e acrescentando, poderão ser eliminadas questões
se o investigador considerar que esse assunto já foi devidamente esclarecido e abordado pelos
informantes ou, por oposições, poderão ser levantadas novas questões se o conteúdo
transbordado das informações transmitidas não for suficientemente esclarecedor.
Guião da entrevista
1. Qual a data de nascimento do seu filho(a)?
2. Durante a gravidez teve alguma doença? Qual?
3. Durante a gravidez teve hemorragias?
4. Fumou e/ou consumiu bebidas alcoólicas durante a gravidez?
5. Durante a gravidez sofreu alguma queda?
6. Teve alguma outra complicação durante a gravidez? Qual?
7. Com quantas semanas o seu filho(a) nasceu?
8. Que tipo de parto teve?
9. Qual a posição do seu filho(a) no nascimento?
10. O seu filho(a) apresentava algum problema na altura do nascimento? Qual?
11. Ao nascer qual o peso, altura e perímetro cefálico do seu filho(a)?
12. O seu filho(a) após o nascimento teve icterícia?
13. O seu filho(a) após o nascimento teve febre?
14. O seu filho(a) permaneceu na incubadora? Por quanto tempo?
15. O seu filho(a) foi amamentado ao peito? Quanto tempo?
16. Faça uma breve descrição sobre o seu filho(a) nos primeiros seis meses (foi uma criança
saudável, usou chupeta, dormia bem, …).
17. Com que idade o seu filho(a) disse as primeiras palavras?
18. Com que idade o seu filho(a) se sentou com apoio?
19. Com que idade o seu filho(a) se sentou sem apoio?
20. Com que idade o seu filho(a) gatinhou?
21. Com que idade o seu filho(a) ficou de pé com apoio?
22. Com que idade o seu filho(a) ficou de pé sem apoio?
23. Com que idade o seu filho(a) andou?
24. Com que idade o seu filho(a) comeu sozinho?
25. Com que idade o seu filho(a) controlou os esfíncteres (vesical e anal)?
26. O seu filho(a) vai ao médico regularmente?
142
27. O seu filho(a) esteve alguma vez internado? Durante quanto tempo?
28. O seu filho(a) foi submetido a teste de audição e ou a teste de visão?
29. Se sim, apresentou alterações em algum destes sentidos?
30. Com quem vive o seu filho(a)?
31. Onde vive o seu filho(a)?
32. O seu filho(a) tem irmãos?
32.1. Se sim, com que idades?
33. Em casa, com quem brinca?
34. Com quem esteve o seu filho(a) durante os primeiros quatro meses?
35. O seu filho(a) frequentou a creche?
35.1. Se não, com quem ficou?
Esta questão é aberta, esperando-se que os participantes se pronunciem qual o adulto
cuidador do seu filho(a) até entrar para o jardim-de-infância.
35.1.1. Porque razão optou por não colocar o seu filho(a) na creche?
Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos:
Disponibilidade pessoal
Ter alguém de confiança para ficar com o filho
Considerar que as creches existentes não eram adequadas
35.1.2. O adulto cuidava do seu filho(a) e de mais crianças?
Esta questão é aberta, esperando-se que os participantes se pronunciem se o adulto cuidador
tinha mais crianças à sua responsabilidade.
35.2. Se sim, com que idade entrou na creche?
Esta questão é aberta, esperando-se que os participantes se pronunciem com que idade o seu
filho(a) entrou para a creche.
37.2.1. Porque razão optou por colocar o seu filho(a) na creche?
Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos:
Falta de disponibilidade pessoal
Não ter alguém de confiança para ficar com o filho
Considerar que a creche era adequada
35.2.2. Como foi a sua participação na creche do seu filho(a)?
Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos:
Participação regular
Participação nas reuniões
Participação nas festas
35.2.3. Caracterize a creche que o seu filho(a) frequentou?
Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos:
Espaço físico
Recursos humanos
Material didáctico-pedagógico
143
35.2.4. Qual a importância da creche no desenvolvimento social do seu filho(a)?
Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos:
Relação com outras crianças
Relação com adultos
Participação em actividades realizadas
Aprendizagem das regras
35.2.5. Na sua opinião qual o papel da creche nos dias de hoje?
Esta questão é aberta e complementar às informações transmitidas esperando-se, no entanto,
que os participantes se pronunciem acerca das funções que a creche possa ter nos dias de
hoje.
35.2.6. Se não precisasse de trabalhar colocaria o seu filho(a) na creche?
Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos:
Sim
Não
Tempo inteiro
Só algumas horas
36. Normalmente, quem leva o seu filho(a) ao jardim-de-infância?
Esta questão é aberta, esperando-se que os participantes se pronunciem qual o adulto que vai
levar o seu filho(a) ao jardim-de-infância.
36.1. Como fica o seu filho(a) quando o leva ao jardim-de-infância?
Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos:
Contente
Triste
A brincar com os amigos
A brincar sozinho
Junto de um adulto
37. Quem vem buscar o seu filho(a) ao jardim-de-infância?
Esta questão é aberta, esperando-se que os participantes se pronunciem qual o adulto que vai
buscar o seu filho(a) ao jardim-de-infância.
37.1. Como encontra o seu filho(a) quando chega ao jardim-de-infância?
Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos:
Contente
Triste
A brincar com os amigos
A brincar sozinho
Junto de um adulto
38. Diga, em média, quantas horas diárias está na instituição?
Esta questão é aberta, esperando-se que os participantes se pronunciem o número de horas
diárias, em média, que o seu filho(a) está a instituição.
39. O seu filho(a) partilha a mesma instituição com algum irmão?
Esta questão é aberta, esperando-se que os participantes se pronunciem se o seu filho(a) tem
algum irmão na instituição.
144
40. Porque razão optou por colocar o seu filho(a) neste jardim-de-infância?
Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos:
Recomendação
Instalações
Recursos humanos
Qualidade Educativa
Frequentava a instituição anteriormente
Ser frequentado por uma criança da sua família
41. A entrada do seu filho(a) no jardim-de-infância provocou em si que sentimentos?
Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos:
Alegria
Tristeza
Preocupação
Angústia
42. Em relação à adaptação do seu filho(a) ao jardim-de-infância, como pensa que decorreu?
Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos:
Fácil
Difícil
43. O seu filho(a) tem uma boa relação com as crianças do jardim-de-infância?
Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos:
Interage com as crianças
Não interage com as crianças
Afasta-se das crianças
44. O seu filho(a) tem uma boa relação com os adultos do jardim-de-infância?
Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos:
Interage com os adultos
Não interage com os adultos
Permanece junto de adultos
Afasta-se dos adultos
45. Em casa o seu filho(a) fala sobre colegas e/ou adultos do jardim-de-infância?
Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos:
Sim
Frequência com que fala
Não
46. Como caracteriza o seu filho(a)?
Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos:
Forma de reagir
Capacidades
47. O que mais gosta de fazer o seu filho(a)?
Esta questão é aberta e complementar às informações transmitidas onde os participantes se
pronunciarão acerca das actividades que o seu filho gosta mais de fazer.
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48. O que menos gosta de fazer o seu filho(a)?
Esta questão é aberta e complementar às informações transmitidas onde os participantes se
pronunciarão acerca das actividades que o seu filho gosta menos de fazer.
49. Quais são os jogos/brincadeiras preferidos/as do seu filho(a)?
Esta questão é aberta e complementar às informações transmitidas onde os participantes se
pronunciarão acerca dos jogos/brincadeiras que o seu filho gosta mais de fazer.
50. Com quem costuma brincar?
Pretende-se que seja abordado o seguinte tópico:
Sozinho
Pais
Irmãos
Outros familiares
Com crianças
51. Como se relaciona com outras crianças?
Pretende-se que seja abordado o seguinte tópico:
Facilidade
Dificuldade
52. Como se relaciona com os adultos?
Pretende-se que seja abordado o seguinte tópico:
Facilidade
Dificuldade
53. Como reage o seu filho(a) a novos ambientes?
Pretende-se que seja abordado o seguinte tópico:
Bem
Mal
54. Como reage o seu filho(a) a pessoas estranhas?
Pretende-se que sejam abordados os seguintes tópicos:
Bem
Mal
55. Acha que a frequência ou não na creche teve importância para a adaptação do seu
filho(a) ao jardim-de-infância?
Esta questão é aberta e complementar às informações transmitidas esperando-se, no entanto,
que os participantes se pronunciem se a frequência ou não na creche teve importância na
adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância.
146
Anexo C - Notas de campo
147
148
Primeira observação à C1, C2 e C4
19/10/2010 (Tarde)
As crianças, após a hora de repouso, fazem a sua higiene com a ajuda da Educadora. De
seguida formam o comboio e dirigem-se para a sala, as três crianças, que estou a observar,
não têm dificuldades em formá-lo. As crianças que frequentaram creche, C1 e C2, já tem esta
rotina de tal modo adquirida que nem foi preciso a Educadora dizer nada, a C4 tem que ser
relembrada para fazer esta rotina.
Já na sala, a Educadora pergunta ao grupo o que fizeram esta manhã. Várias crianças
participam voluntariamente no diálogo, duas delas são a C1 e a C2.
Depois, a Educadora pergunta às crianças onde querem ir brincar. A C4 vai brincar para
um jogo de mesa, um puzzle, onde se mantêm durante um grande período, faz e desfaz o
puzzle, várias vezes. Está sempre sem interagir com os colegas que se encontram sentados na
mesma mesa, redonda. Durante a várias vezes que a C4 faz o puzzle, olha para os colegas
sem conversar com eles.
Depois de muito tempo sem falar, a C4 responde a uma pergunta feita por um colega e
começa a falar com ele. A C4 não identifica o colega pelo nome, diz que o que ele está a
fazer não esta bem “A peça não é aí, é aqui!”.
A C4, depois de muito tempo com o mesmo puzzle, vai arrumá-lo, após o colega do
lado o ter arrumado o seu jogo. A C4 escolhe o jogo que esse colega estava a jogar, está em
silêncio a fazê-lo, sem interagir com nenhum colega. Durante este período, pede à Educadora
que lhe limpe o nariz. Volta a sentar-se e não deixa o colega do lado mexer no seu jogo.
A C4 inicia um jogo de construção, ao qual mais dois colegas se juntam. Um deles
pergunta à C4 o que está a construir, mas ela não responde começa a fazer uns sons, só
depois, do colega perguntar novamente é que esta responde que é um avião.
A C1 muda de jogo, algumas vezes, durante a realização destes jogos senta-se em duas
mesas diferentes, interage sempre com os colegas que estão sentados ao seu lado.
A C1 está a brincar com uma menina, tratam-se pelo nome, junta-se a estas outra
menina. A C1 diz à menina que está a brincar consigo que esta também pode brincar com
elas, pois é amiga.
A C1 e a menina que se juntou à brincadeira vão para o cantinho da leitura onde se
sentam, nuns sofás, a ler um livro, cada uma, e a conversar. Permanecem neste cantinho até
à hora do lanche, sempre a interagirem uma com a outra.
A C2 está com um amigo a fazer construções com peças LEGO, sempre a interagir um
com o outro, tratam-se pelo nome. Durante este período a C2 identifica o menino por amigo.
Constroem e destroem as construções sempre os dois, não interagem com mais ninguém.
Estão os dois, todo o período antes do lanche a brincar com as peças LEGO.
Quando a Educadora manda o grupo arrumar para sentar na manta, a C4 tira as peças
ao colega dizendo “Depressa, para a manta!”. É tão rápido a arrumar, que é o primeiro a
149
sentar-se, mas é chamado à atenção por um colega que não arrumou a sua cadeira. Levantase e arruma-a e volta-se a sentar em silêncio, sem interagir com ninguém.
A C1 arruma o livro e vai-se sentar na manta, assim como a C2, após ter arrumado as
peças LEGO mais o colega. A C2 durante o período de tempo que permanece sentada interage
com os colegas, a C1 começa mesmo a cantar uma canção com um colega, que está sentado
ao seu lado.
A Educadora pede para o grupo fazer o comboio. No lanche a C4 está quieta a comer,
conversa muito pouco com os colegas da mesa, esta está na mesa da Educadora. A C2 está
todo o lanche na conversa, principalmente com uma menina que está sentada ao seu lado. A
C1 passa o lanche a falar com todos os colegas da sua mesa, por isso fica a terminar de
comer, enquanto que os colegas vão para o parque exterior.
No parque exterior, a C2 começa logo a correr para a casinha com uns meninos, onde
permanecem a brincar, a correr e a saltar. A C4 está algum tempo a observar os outros
colegas, junto da Educadora, mas depois vai brincar, mas quase sempre sozinha. A C1,
quando chega ao parque, vai para a casinha ter com alguns colegas. Depois, a C1 sai da
casinha conversando com uma menina e sentam-se num banco, onde já se encontram três
colegas.
Constatamos que a C1 é muito activa, está totalmente integrada no grupo, pois
interage muito com os colegas. O mesmo acontece com a C2, esta interage muito com
determinados colegas e mantêm-se durante um grande período de tempo na mesma
actividade. Verificamos que a C4 é muito sossegada, que ainda não está totalmente integrada
no grupo, pois interage pouco com os colegas, penso que ainda não está bem adaptada ao
jardim-de-infância.
Segunda observação à C1, à C2 e à C4
29/10/2010 (Manhã)
As três crianças ficam bem quando são levadas pelos pais ao jardim-de-infância, apesar
de ser verificar alguma diferença entre a C4, a C2 e a C1. A C1 chega ao colo da mãe, quando
chega à sala dirige-se para junto dos colegas, mas antes despede-se da mãe. A C2 fica muito
bem, vai logo brincar com os colegas, mesmo com os pais na sala a falar com a Educadora.
Depois as crianças sentam-se na manta, a Educadora e a Auxiliar tiram-lhes os bibes,
para a aula de ginástica. O grupo faz o comboio e dirige-se para o ginásio. A C4 chega ao colo
da mãe, já o grupo se encontra junto do ginásio, assim permanece enquanto a sua mãe fala
com a Educadora. Depois de se despedir da mãe com uns beijinhos e abraços, fica junto da
Educadora.
Como ainda faltam uns minutos para a aula de ginástica, a Educadora pede ao grupo
para fazer uma roda. A C4 dirige-se para junto dos colegas, para fazerem uma actividade
sobre o “Esquema corporal”. A C2, a C1 e a C4 envolvem-se na actividade, indicam com as
150
mãos onde se encontra os membros que a Educadora vai dizendo. A C1 está muito
concentrada na actividade, olha sempre para a Educadora. Inicialmente, para fazer os gestos
que esta faz e depois para indicar rápido com as mãos onde se encontra o membro do corpo
que a Educadora pergunta. A C1 interrompe a actividade por duas vezes, uma devido ao facto
de passar um pai com uma menina ao colo e outra porque começa a olhar para o colega do
lado. Mas, nas duas situações a C1 retoma a actividade, realizando-a correctamente.
Na aula de ginástica, a Professora fala com as crianças explicando a actividade, durante
esta a C4 está sentada sem interagir com os colegas, está a ouvir a Professora. A C2 e a C1
interagem com os colegas que se encontram junto delas.
Durante a actividade, as crianças são bolachas que estão numa caixa, saem quando
ouvem uma música. A C1 e a C2 saem da caixa logo quando a música começa e mexem-se
muito por todo o ginásio, levantam bem os pés. A C4 está muito tímida, mexe-se pouco. A
professora manda dançar a pares, a C1 e a C2 não têm qualquer dificuldade em arranjar um
colega, já a C4 é a professora que lhe tem de arranjar um. Durante o tempo que tem de
dançar com o colega a C4 tem dificuldade em fazê-lo, pois quase não se mexe. A C2 está
completamente envolvida pela música, não pára de dançar mexe-se ao seu ritmo.
Durante parte da actividade as crianças têm de fazer os gestos que a Professora faz, a
C4 é chamada à atenção pois não está a fazer, depois faz correctamente.
No final da aula de ginástica a Professora manda sentar as crianças e colocar a cabeça
entre as pernas. A C4 está quieta e consegue estar todo o tempo na posição que a Professora
mandou. Já a C1 e a C2 não conseguem estar sempre nessa posição, às vezes estão a olhar
para os outros colegas.
Já na sala, Educadora e a Auxiliar ajudam os meninos a vestir os bibes, a C4 ao
contrário da C1 e da C2 não interage com os outros, mantém-se quieta e calada a observar os
outros colegas.
Depois, durante uma conversa em grande grupo, a Educadora faz perguntas sobre dois
frutos do Outono, a C1 e a C2 respondem correctamente, já a C4 não responde a qualquer
pergunta, mas está atento à Educadora.
Com o objectivo de abordar o “dentro de” e “fora de”, a Educadora pede a uma
criança de cada vez, para fazer uma determinada tarefa. A C4 é chamada para colocar dois
frutos fora do cesto da fruta, consegue mas não fala com a Educadora, olha para ela
enquanto realiza a tarefa, desconfiada com a sua prestação. Durante a tarefa ao retirar cada
fruto olha também para os colegas, não se sente confiante.
A C1 tem de tirar duas peças, uma amarela e outra vermelha, para fora da caixa,
verifico que está motivada para realizar a tarefa, a forma como pega na caixa e como procura
as peças que quer. A C2 tem de colocar dentro de uma caixa duas peças, a sua expressão
facial indica que está envolvida na tarefa.
Posteriormente, a Educadora explica a próxima actividade, pintar uma uva que está
dentro do quadro e pintar o dióspiro que está fora do quadro, o grupo está atento. Enquanto
quatro crianças realizam esta actividade, as outras escolhem o local onde querem ir brincar.
151
A C4 escolhe ir brincar com peças de construção sozinha, permanece concentrada na
sua construção sem interagir com ninguém. A C2 escolhe ir para o LEGO com um colega,
constrói uma torre com a ajuda dele. Durante esta construção conversam, partilham as peças
e as construções, a C2 diz mesmo “Olha para esta construção amigo!”. A C1 vai para um jogo,
junta-se a uma criança que já se encontra a faze-lo, mantém-se até à hora de almoço, com
ela conversa, brinca, inicia e mantém interacções, chamando-a pelo nome.
A C4 fala sozinha, diz que é um dinossauro, a Auxiliar senta-se junto dele e perguntalhe o que construiu, ela diz que é um dinossauro. A Auxiliar começa a falar sobre o seu
dinossauro e assim a C4 começa a falar com ela. A C4 desvia o olhar para os colegas, mas não
fala com eles continua a brincar sozinha.
A C2 continua a fazer a torre com o amigo, fala, ri com ele sem parar de construir,
interagem muito. Entretanto, há um menino que desmancha o dinossauro à C4, então a C4
empurra-o e depois constrói sozinha novamente o dinossauro e continua a brincar.
A Educadora chama a C4 para pintar os frutos. A C4 coloca as peças rapidamente
dentro da caixa, mas não quer arrumá-la, é a Auxiliar que a chama à atenção e só depois de
ser avisada duas vezes é que a vai arrumar.
A C4 senta-se na mesa para realizar a tarefa, pega num lápis cor de laranja para pintar
a uva, a Educadora chama a C4 à atenção perguntando de que cores podem ser as uvas. Ela
responde de roxo e troca o lápis laranja por um roxo, começa a pintar bem a uva, mas desvia
o olhar e deixa de pintar, sempre que a Educadora chama outro menino para realizar a tarefa
ou por outra qualquer situação que ocorre na sala entre colegas.
A C2 também é chamada para realizar a tarefa, escolhe a cor certa e começa a pintar
sem deixar de olhar para a folha, pinta rápido com uma expressão facial que indica que está
muito envolvida. A C4 vira a folha para pintar o fruto que está mais longe desta, a C2 como
pediu a Educadora, mantém a folha direita, mesmo sentindo dificuldades em chegar a todas
as partes desse fruto.
A C2 mesmo começando mais tarde a actividade termina mais rápido que a C4, quando
termina, pede à Educadora se pode ir brincar. Volta para o mesmo lugar e continua a
construir com o mesmo colega. A C4 não termina a actividade antes da hora de almoço, pinta
mas pára muitas vezes para olhar os outros.
A Educadora pede às crianças para arrumarem e sentarem-se na manta que está na
hora de almoçar. A C2 e a C1 arrumam ao mesmo tempo que conversam com os colegas, com
quem estão a brincar, e sentam-se na manta. A Educadora guarda o trabalho da C4, vai
terminar à tarde. A C4 senta-se na manta, conversa com um colega, mas não é a C4 que a
inicia.
Fazem a higiene com a ajuda da Auxiliar, e deslocam-se no comboio para o refeitório
para almoçar. A C4 está na mesa da Educadora e come sem interagir muito com os colegas da
mesa, numa destas interacções com um menino diz o nome dele. A C2 come bem mas
conversa muito com os colegas da sua mesa. A C1 conversa muito com os colegas da sua
152
mesa, atrasando-se. Por isso, fica com a Auxiliar e mais uns colegas a terminar de comer,
enquanto a Educadora leva o grupo para fazer a higiene e depois para o dormitório.
Terceira observação à C1, C2 e C4
26/11/2010 (Manhã)
A C1 chega à escolinha com a mãe toda sorridente, fica logo a brincar com os amigos. A
C2 chega à escola com a mãe e com o mano, entra na sala e dirige-se para junto de uns
amigos que já estão a brincar. Mantêm-se cada um, em diferentes mesas, a brincar com os
colegas.
A Educadora manda arrumar. A C1 senta-se logo na manta pois não tem brinquedos de
casa, a C2 começa a arrumar os seus brinquedos no cesto e depois senta-se. Ambas mantêmse sossegadas à espera que a Auxiliar e a Educadora lhes dêem um pedaço de pão. Durante
este tempo um menino está a colocar o dedo num buraco da manta e a C1 chama-o à atenção
dizendo que isso não se faz, estraga a manta. A C2 está a conversar com um colega que está
ao seu lado e a C1 começa a falar com as duas colegas que estão junto de si.
A Educadora começa a cantar a canção do “Bom Dia”. A C1 e a C2 acompanham a
Educadora, cantam e mesmo sentadas mexem o tronco e a cabeça. A C1 canta com um sorriso
nos lábios e os seus olhos brilham. A C2, por vezes, olha para o colega do lado e então deixa
por momentos de cantar, mas de imediato recomeça a cantar. Depois começam então a
comer o pão, mas interagem com os colegas, sentados e sem falar alto, já sabem que neste
momento tem que estar sossegados.
Entretanto chega a C4 com a sua mãe, perde muitas actividades da manhã e rotinas. A
C4 está junto da mãe enquanto a Educadora fala com ela, depois dá-lhe uns beijinhos e sentase na manta no espaço que esta encontra vazio.
Depois a Educadora começa a falar com o grupo, sentado na manta, sobre uma
actividade que vão fazer com as fotografias da sua família. A Educadora mostra fotografias da
família de um menino. A C1, a C2 e a C4 estão com atenção às fotografias e a ouvir o colega a
dizer quem são as pessoas que estão nas fotografias, enquanto que a C1 e a C2 não tiram os
olhos das fotografias a C4 mexe constantemente no bibe e nos sapatos.
Entretanto chega à sala um colega com a mãe, a C1 e a C4 deixam de olhar para a
fotografia e de prestar atenção ao que diz a criança a que pertence a fotografia. A C2
manteve o olhar na fotografia. Depois de breves instantes a C4 e a C1 voltam a olhar para a
fotografia.
A Educadora mostra as fotografias da família da C4. A Educadora pergunta à C4 “Quem
são estas pessoas que estão nesta fotografia?” a C4 responde “É o pai e a mãe”, depois a
Educadora mostra a outra fotografia da família da C4 e este diz de imediato “É a prima, que
está na casa da avó, e eu”. Depois, da Educadora mostrar as fotografias da C4 esta deixa de
olhar para a Educadora e começa a olhar para os colegas.
153
A Educadora explica a próxima actividade, com as palma da mão pintada de tinta fazer
uma árvore. Vai uma criança realizar a actividade e os outros vão brincar. A Educadora diz à
C1 para ir buscar um jogo e sentar-se na mesa, à C4 diz para ir buscar um jogo e sentar-se na
mesa, a C2 quer ir brincar também com as peças de construção que a C4 está a brincar em
vez de ir brincar sozinha. A C2, a C4 e a C1 estão a fazer construções. A C1 quando se senta,
uma menina ao seu lado vai brincar com esta, e chama-a amiga.
A C2 e a C4 não conversam enquanto cada uma faz a sua construção, só depois. A C1
enquanto faz a construção fala com a sua amiga.
A C2 olha para mim e diz-me “Sabes, construi uma escavadora” e brinca sozinha. A C4
está a martelar na caixa das peças. A C1 partilha a sua construção com a amiga e começam a
construir uma torre, seguindo regras, as peças que utilizam têm que ser todas do mesmo
tamanho.
A C2 fala com a C4 e ela responde, então começa a interagir com a C4 com a sua
construção, os dois fazem sons durante a brincadeira. Durante esta actividade a C2 trata a C4
pelo nome, a C4 não o faz. A C1 fala com a amiga sobre a sua família fala da sua mãe e da
avó, diz o nome destas.
A C4 desmancha a sua construção, a C2 brinca muito entretida com a sua construção e
canta a música que está a tocar. A C1 e a sua amiga constroem uma grande torre, a C1 segura
a construção com as duas mãos para a amiga colocar mais peças. Durante esta construção
conversam muito. A C4 fica aborrecida com a C2 quando esta mexe em peças que estão ao
seu lado, a C2 repara que a C4 fica aborrecida e pára, tomando consciência dos sentimentos
da C4. Entretanto, a C4 vai buscar outro jogo e a C2 continua muito interessado nas suas
construções, uma escavadora e uma máquina fotográfica. A C1 faz um espelho e faz de conta
que se está a pintar-se e mostra à amiga. Enquanto brinca sozinha a C4 observa os outros.
Agora a C2 está completamente envolvida com a sua máquina fotográfica, tira fotos, pisca o
olho e faz o barulho do flash.
A C4 arruma o jogo e vai buscar outro, enquanto está a brincar com o novo jogo, está
concentrada. Mas esta é interrompida por um colega, a C4 queixa-se à Auxiliar que um colega
também quer brincar com o seu jogo e esta não quer, a Auxiliar ajuda a resolver o problema,
convence a C4 a partilhar o jogo pois este tem muitas peças. Então a C4 retoma o jogo.
A Educadora chama a C1 para fazer a actividade, mas nesse momento vai à sala uma
Educadora falar com esta, enquanto espera junto à mesa a C1 não consegue estar quieta
mexe na mesa, no pincel. Então a Educadora manda-a sentar e chama a C2 para fazer a
actividade, a C2 espera junto à mesa pacientemente pela Educadora sem mexer em nada. A
C1 senta-se, está triste e por instantes chora, mas depois observa a C2 a fazer a actividade
muito interessada.
A C2 diz que o pincel faz cócegas, esta faz tudo o que a Educadora pede, abrir bem a
mão, colocar a mão com jeitinho em cima da folha. A Educadora ajuda a que a mão fique
bem digitalizada passando com a sua por cima da mão da C2. A Educadora ajuda a C2 a lavar
a mão num alguidar com água, a C1 observa tudo.
154
Agora é a vez da C1, como tinha observado a C2 a fazer, quando chega junto da
Educadora já leva a mão aberta e a manga arregaçada. Quando a Educadora passa com o
pincel com tinta na sua mão a C1 ri-se, mas continua com a mão bem aberta. Depois coloca a
mão em cima da folha com o apoio da Educadora e permanece quieta enquanto a Educadora
passa com a sua mão por cima da mão da C1 para que fique bem digitalizada.
A C4 está a brincar sozinha, quando a Educadora manda arrumar esta arruma com a
ajuda da Auxiliar e senta-se na manta sossegada. O grupo senta-se na manta e faz o comboio
para ir almoçar. Durante o almoço a C1 demora mais tempo a comer a sopa que a C4 e a C2,
mas o segundo prato come rápido. A C4 e a C2 comem bem e não demoram muito tempo. A
C1 conversa mais durante a refeição que a C2 e a C4. Durante a refeição a Educadora
repreende a C4 porque estava na brincadeira com outros colegas.
Quarta observação à C1, à C2 e à C4
18/2/2011 (Tarde)
Depois da higiene, as crianças dirigem-se para a sala com a Educadora. As meninas
esperam, a sua vez, para serem penteadas pela Educadora, enquanto os meninos esperam
sentados na manta. Já com todo o grupo sentado na manta a Educadora pergunta o que
estiveram a fazer de manhã. De imediato a C1 coloca o dedo no ar, dizendo que estiveram a
pintar uma tira com pincéis. A C2 acrescenta: “A tira para a máscara de Carnaval, mas eu
ainda não fiz!”.
A Educadora distribui o grupo pelos vários cantinhos da sala. E chama a C2 para pintar
uma tira de papel, utilizando tintas e pincéis. Antes da actividade, a C2 arregaça as mangas
antes da Educadora pedir. A C2 durante a actividade utiliza várias cores como pretendido.
Está tão concentrada na actividade que não desvia os olhos da folha e dos boiões da tinta. A
pintar e a escorrer os pincéis faz expressões com a cara e coloca frequentemente a língua de
fora.
A C4 vai brincar com o LEGO sozinha, mas está constantemente a desviar o olhar da sua
construção para observar os outros, principalmente para a C2 que está a pintar.
A C1 vai para o cantinho da leitura onde já está uma menina. A C1 depois de falar com
a menina, retira um livro da estante, folheia-o ao mesmo tempo que fala sozinha fazendo de
conta que está a contar a história. Por vezes, olha para a menina que também está a ver um
livro, mas volta a contar a história.
Depois de alguns minutos a construir e a desmanchar pequenas construções a C2 arruma
as peças LEGO na caixa e vai colocá-la no lugar.
A C1 arruma o livro e começa a ver um livro em conjunto com a menina que está no
cantinho, conversam sobre a história e cantam.
A C2 depois de pintar a tira vai buscar um puzzle, pouco tempo depois uma menina
junta-se a esta na construção. Durante a construção a C2 é persistente, tenta a peça em
155
vários sítios e roda-a, até a colocar no local correcto. Ao mesmo tempo cantam uma canção
de Carnaval, chama a menina pelo nome e diz que é sua amiga.
A C4 vai buscar um jogo e senta-se numa mesa onde já estavam três crianças, não se
senta ao lado destas, não fala com estas. Olha, várias vezes, para a mesa onde estão dois
meninos a pintar as suas tiras.
A C1 sai do cantinho da leitura e junta-se a uma menina, que está a fazer construções
com peças. Interagem as duas, falam muito. A C1 num determinado momento faz de conta
que a sua construção é uma caixa de pintura e pinta a sua colega. Depois, constrói uns óculos
e mostra a esta, deixa a menina experimentá-los, referindo que é sua amiga. Esta diz à C1
“Obrigado amiga!” e depois abraçam-se.
A C2 depois de fazer o puzzle com uma menina, arruma-o e vai buscar as peças de
enfiamento e diz à menina do lado “Vou fazer uma prenda para a minha EB, um colar”. A C2
antes de começar a fazer o colar escolhe da caixa todas as peças que têm a forma de cubo e
depois inicia a construção do colar. Neste nunca coloca duas peças seguidas da mesma cor.
Durante esta actividade a C2 fala sozinha, enfia uma peça de cada vez no fio e junta-a às que
já se encontram no fio sem dificuldade, embora o fio seja muito grande.
A C4 mantém-se nas construções sozinha, por vezes, fala sozinha e está longos períodos
sem desviar o olhar das suas construções, não interage com ninguém.
A C1 continua nas construções com a mesma menina, ambas constroem uma construção
ao mesmo tempo que conversam e riem. As duas partilham as peças e as construções. A C1
agora constrói um martelo e em seguida martela com ele na caixa de madeira que contém as
peças.
A Educadora manda o grupo arrumar. A C2 desenfia as peças do fio, coloca-as na caixa,
vai arrumá-la e senta-se na manta. A C1 mais a menina que brinca com ela arrumam as peças
e a C1 vai arrumar a caixa no lugar e senta-se na manta. A C4 coloca as peças na caixa e vai
arrumá-la, demora muito tempo, olha para todos, quando chega à manta já estava quase todo
o grupo sentado.
Na manta a C1, a C2 e a C4 falam com os colegas do lado. A C1 fala com os colegas do
lado, ela tanto inicia como mantém a interacção. Durante esta conversa mantém-se sentada
na manta, olha por vezes para a Educadora. A C2 conversa com um menino, mantém-se
sentada na manta. A C2 ao mesmo tempo que o menino está a falar para ela olha para as
meninas que estão à sua frente, mas continua a conversa. A C4 mantém-se sentada fala com
os colegas, mas nunca inicia a interacção, ela olha frequentemente para o resto do grupo.
Durante esta conversa livre, a C1, a C2 e a C4 identificam, algumas vezes, os colegas pelo
nome.
Depois fazem o comboio para ir lanchar. Durante o lanche a C1, a C2 e a C4 conversam
com os colegas da sua mesa. A C1 é das primeiras a comer, apesar de conversar muito. A C4 é
dos últimos, teve que ser chamada à atenção, pois para além de não estar a comer está na
brincadeira com os colegas e com o pão.
156
Depois do lanche e da higiene o grupo faz o comboio para ir para a sala. Já na sala vão
brincar para os cantinhos.
Quinta observação à C1, à C2 e à c4
28/2/2011 (Manhã)
A C1 é a primeira das três crianças que observo a chegar à sala, chega com o
companheiro da mãe. Dá-lhe um beijo e repete o gesto com a à Auxiliar, logo depois dirige-se
para junto de um grupo de meninas, que estão a brincar com os brinquedos de casa.
Depois chega a Educadora à sala e as duas estagiárias que estão a fazer estágio com
este grupo, esta semana ainda é só observação. Entretanto, chega a C2, com o pai, a mãe e o
irmão, dá um beijo a cada um e à Educadora e vai ter com uns meninos que estão na manta a
brincar.
A C4 chega mais tarde, com a mãe dá-lhe um beijo e à Educadora. Fica junto da sua
mãe enquanto ela fala com a Educadora. Depois volta a dar um beijo à mãe e vai buscar um
jogo e senta-se na mesa.
Pouco tempo depois, a Educadora manda o grupo arrumar e sentar-se na manta.
Cantam a canção do “Bom dia”, batendo com as mãos nas pernas ao ritmo desta.
Seguidamente, o chefe do dia faz as suas tarefas, a C1, a C2 e a C4 estão atentas e caladas a
observá-lo.
A Educadora faz a chamada, todas as crianças esperam pela sua vez para dizer
“Presente”. De seguida, a Educadora mostra pincéis de diferentes tamanhos e grossuras.
Algumas crianças fazem comentários sobre os pincéis. A C2 diz “Adoro pincéis mas grandes,
adoro pintar” e a C1 dá a ideia “Podemos ir pintar”. A Educadora pede ao grupo para fechar
os olhos. Depois de breves momentos, o grupo volta a observar os pincéis, para fazer
conjuntos com estes.
Enquanto algumas crianças solicitadas pela Educadora fazem os conjuntos, a C4, a C2 e
a C1 não falam, olham para os conjuntos dos pincéis finos, grossos e médios.
Depois, a Educadora refere a próxima actividade, no livro de actividades, pintar com
pincéis de diferentes grossuras. Ela explica ao grupo como se faz a actividade, realizando-a
no seu livro de actividades para todas as crianças verem. Durante a explicação a C1, a C2 e a
C4 permanecem caladas a observar a Educadora a fazer a actividade.
A Educadora diz à C1 e à C4 para se sentarem na mesa das pinturas para irem realizar a
actividade, outras duas crianças vão pintar os pincéis, com a ajuda de uma estagiária, que
vão colocar nas máscaras de Carnaval. O resto do grupo vai brincar nos cantinhos.
A C1 e a C4 sentam-se para realizar a actividade, esperam até que a Educadora
distribui o grupo todo pelos cantinhos. Durante este período a C1 olha fixamente para os
pratos, onde estão as tintas, levanta o “rabinho” para ver melhor. A C4 permanece sentada,
quieta e calada. A C1 observa os colegas, verifica que está um menino a mais na casinha e diz
à Educadora.
157
A C2 fica na manta a brincar com peças LEGO com mais dois meninos, interage com
estes, conversa com eles e, por vezes, fala sozinha. Um menino dá-lhe uma peça e a C2 diz
“Obrigado”. Chamam-se sempre pelo nome e brincam com as construções.
A C1, enquanto espera para fazer a actividade, decide arregaçar as mangas, já sabe
que é preciso sempre que vai pintar. À C4 não o faz, é preciso a Educadora pedir para ele
arregaçar as mangas, mas não consegue fazê-lo sozinho, precisa da sua ajuda.
A Educadora manda levantar os dois, explica que é mais fácil fazer a actividade em pé.
A Educadora dá o livro à C4 e à C1 e pede-lhes para encontrarem a página da actividade, a C1
encontra-a primeiro.
A C1 começa a actividade, responde correctamente às perguntas da Educadora sobre os
pincéis. A C1, enquanto está a fazer a actividade, não desvia o seu olhar da folha da
actividade e dos pratos onde estão as tintas. E faz a actividade depressa e bem. A C4 quando
utiliza o primeiro pincel, pinta a folha quase toda, em vez de pintar só por baixo do pincel.
Também pinta por cima de alguns pincéis, o que não era para fazer. Durante a troca de
pincéis a C4 pára para observar a C1, depois retoma a actividade.
A C2 é chamada para fazer a actividade no livro, procura a página da actividade e
depois arregaça as mangas. A Educadora pergunta à C2 como pinta cada um dos pincéis, ela
primeiro indica a cor e depois a grossura, sempre correctamente. Quando a Educadora fala
com o colega que está a fazer a mesma tarefa, a C2 olha para ele, mas retoma a actividade,
fazendo-a bem.
A C1 e a C4 vão pintar os pincéis, ouvem a explicação da estagiária. A C4 pinta sem
ajuda dentro do risco. A C1 sai, às vezes, para fora do risco, mas também faz a actividade
sozinha ao mesmo tempo que conversa com a estagiária. A C4 não fala com a estagiária nem
com a C1, faz a actividade em silêncio.
Depois, a C1 vai fazer um puzzle com uma menina, conversam durante a construção,
ambas tratam-se pelo nome. A C4 vai fazer um jogo sozinha, uma menina quer brincar com
ela, mas ela não quer. A menina mete-se com ela, dizendo “Olha aqui!”, mas a C4 nem
sequer olha para ela continua a fazer o jogo. A C4 é chamada para fazer uma pintura,
fazendo de conta que é um pintor, actividade orientada pela outra estagiária.
A C2, depois da actividade orientada pela Educadora, senta-se numa mesa a fazer um
puzzle.
Depois de fazer o puzzle e arrumá-lo, a C1 vai para o cantinho da leitura com outra
menina, vêem o mesmo livro, cantam e contam a história. A C1 escolhe um livro e dá-o à
menina dizendo “Este é para ti, és minha amiga”.
A C4 está a fazer a sua pintura, não interage com a estagiária, esta fala com a C4 mas
são poucas as vezes que responde. Ao mesmo tempo que pinta, olha, frequentemente, para
os meninos que estão a brincar na casinha.
A C2, depois de fazer o puzzle, junta-se a um menino que está a fazer um jogo,
conversam os dois, procuram as peças em conjunto.
158
Ao terminar a pintura, a C4 vai buscar outro jogo e senta-se no mesmo lugar onde
estava anteriormente, repara que o jogo que estava a fazer antes de ir pintar ainda está na
mesa, então vai arrumá-lo e volta para o lugar para fazer o novo jogo.
A C1 ainda está no cantinho da leitura quando é chamada pela estagiária para fazer a
sua pintura, ela arregaça logo as mangas. A C1 está muito entusiasmada com a pintura, não
tira os olhos dos boiões da tinta e da folha de papel, por vezes, quando poisa o pincel para
trocar de cor, salta aos pés juntos a olhar para a sua pintura. Enche a folha toda com
pinceladas, até que a estagiária lhe pergunta “Já terminaste?”. Então olha para a sua pintura,
durante uns instantes, e depois olha para a estagiária e diz “Sim”.
Depois de terminar, a C1 volta para o cantinho da leitura onde ainda se encontra a
mesma menina e retomam a conversa com ela, ao mesmo tempo que vê livros.
A C4 termina o jogo sozinha, arruma-o na caixa e levanta-se para colocar na estante
mas pára por algum tempo para observar uns meninos que estão a brincar com um jogo, só
depois é que pega na caixa e a vai arrumar. A C4 pega numa caixa, com peças de várias
formas e cores, e senta-se no mesmo lugar, sem falar com ninguém.
A C2 arruma o jogo e vai ter com uns meninos que estão a brincar com peças LEGO na
mesa onde está a C4, mas só os observa. Depois a C2 vai ter junto da C4, senta-se e começa a
tirar peças da caixa. A C4 olha para ela, mas não fala continua a brincar sozinha. A C2 fala
com a C4, mostra-lhe as suas peças. Então começam as duas a falar, mostrando a peça que
retiram da caixa, referindo se é fina ou grossa. A C4 só fala com a C2 quando é ela a iniciar as
interacções, a C2 trata sempre a C4 pelo nome, a C2 às vezes trata a C4 pelo nome.
A C1 continua no cantinho da leitura com a mesma menina, agora as duas arrumam os
livros e brincam nos sofás com a almofada.
A C2 diz “Ó C4 agora vou tirar as bolas fininhas!” e a C4 diz “Eu tiro as grossas”. A C2
mostra as peças que encontra e diz as cores. Depois de algum tempo, a C4 deixa de olhar
para a C2, prefere agora brincar sozinha com as suas peças. A C2 continua a falar com a C4,
mas ela já não fala nem olha para a C2.
A C1, continua na casinha, agora com outra menina dançam uma de cada vez, enquanto
a outra observa, depois dançam as duas ao mesmo tempo.
A Educadora pede ao grupo para arrumar e sentar-se na manta. A C2 pega na caixa para
a arrumar, mas a C4 também a quer arrumar, então pega na caixa e quer passar pela frente
de uma menina. Então a Educadora explica que não pode passar à frente da amiga que a pode
magoar com a caixa. Depois lá vão as duas, C2 e C4, arrumar a caixa e sentam-se na manta. A
C1 arruma mais a menina o cantinho da leitura e sentam-se também na manta.
A Educadora pede ao grupo para fazer o comboio para ir almoçar, durante o percurso
cantam uma música de Carnaval. A C1 e a C2 cantam e fazem os gestos como a Educadora, a
C4 também faz os gestos, mas mal se ouve a sua voz.
159
Primeira observação à C3
25/10/2010 (Tarde)
Após a hora de repouso, com a ajuda da Educadora as crianças fazem a higiene e
deslocam-se para a sala em comboio.
A C3 senta-se na manta, no seu lugar, e fica muito sossegada, sem interagir com os
colegas. A Educadora começa a contar uma história ao grupo. A C3 escuta a história e
mantém-se quieta. Após a história, o grupo repete com a Educadora uma quadra, várias
vezes, a C3, muito timidamente, repete algumas vezes, outras vezes fica calada.
Seguidamente, a C3 vai realizar uma actividade individual, orientada pela Educadora.
Esta actividade consiste em digitalizar as suas mãos num boneco que não tinha mãos.
Enquanto a Educadora lhe pinta as mãos com o pincel, a C3 está quieta a observar.
Depois de lavar as mãos com a ajuda da Educadora, a C3 fica a observar os colegas que
já estão a brincar. A C3 vai buscar um jogo, senta-se numa cadeira, mas de imediato um
colega tira-lha, por ser a sua, então a C3 muda de lugar.
A C3 começa a brincar com as peças, mexe em todas, fala sozinha, quer trocar logo de
jogo, mas a Educadora diz-lhe que é um jogo novo para o fazer, mas ela vai arrumar na
mesma. Não escolhe outro jogo, começa a olhar para os colegas, mas não interage com
nenhum. Depois escolhe um puzzle, está com ele à sua frente, mas não se interessa, olha
para uns colegas que estão a brincar, qualquer situação a chama a atenção, fala sozinha e
canta. Continua a mexer nas peças. A Auxiliar e a Educadora começam a conversar junto da
C3, esta começa aprestar atenção à conversa, deixa de fazer o puzzle e depois vai arrumá-lo.
A criança vai ao encontro de cinco meninas, que estão sentadas no chão a conversar,
senta-se, mas não interage, levanta-se pouco tempo de depois e vai ter junto da Auxiliar que
está a conversar com um menino. A C3 fica a observar, sem interagir. Quando o menino se vai
embora, a C3 vai para o colo da Auxiliar, ela pede ao grupo para arrumar, pois é hora de
lanchar. A C3 fica sozinha e vai para junto da Educadora e da Auxiliar, ouve a conversa
destas, enquanto os colegas arrumam e se sentam na manta. A C3 mantém-se junto da
Educadora para fazer o comboio.
No lanche, a C3 mantém-se sossegada sem interagir com os colegas de mesa, está na
mesa da Educadora. Seguidamente, o grupo vai ao parque exterior, a C3 permanece quase
sempre junto dos adultos, brinca às vezes com a prima, pouco interage com os colegas da
sala.
A C3 é muito sossegada, tímida e interage muito pouco com os colegas de sala, gosta de
estar junto dos adultos.
160
Segunda observação à C3
29/10/2010 (Tarde)
A C3 chega ao jardim-de-infância ao colo da mãe. Assim continua enquanto a mãe fala
com a Educadora, depois a mãe despede-se da C3 e ela fica ao colo da Educadora com um ar
triste.
A Educadora ajuda o grupo a fazer a higiene, depois vão para a sala no comboio. Esta
rotina já está adquirida pela C3, pois logo que a Educadora diz ao grupo para fazer o comboio
ela pega no bibe de um colega.
Na manta, a C3 canta com o grupo a canção do “Bom dia”, depois fica calada e
sossegada. A Educadora realiza um jogo com o grupo sobre o “Esquema Corporal”. A C3 está
pouco concentrada, olha, frequentemente, para os colegas para ver o que eles estão a fazer,
e só depois faz o mesmo gesto, olha para a Auxiliar, fica estática com um olhar distante. Só,
às vezes, é que faz o que a Educadora diz.
Depois o grupo levanta-se para cantar uma canção, a C3 canta mas não se mexe, não
interage com ninguém.
A Educadora faz perguntas ao grupo sobre a próxima actividade que vão realizar. A C3
não responde, continua calada e quieta, mas dá para perceber que está concentrada a ouvila. Posteriormente, a Educadora pergunta ao grupo se todos conseguem fazer a actividade, a
maioria das crianças responde que “Sim”, a C3 continua calada, sem se mexer.
A Auxiliar distribui pedaços de pão pelas crianças, enquanto comem conversam umas
com as outras, a C3 não fala com os colegas nem interage.
A Educadora pergunta “Quem quer ir brincar para a casinha?” e depois para todos os
outros cantinhos da sala. As crianças vão respondendo “Eu!”, a C3 fica sozinha a manta, não
quer ir brincar para nenhum lugar. A Educadora pergunta-lhe se quer ir trabalhar, a C3
responde logo “Sim”. Senta-se na mesa, destinada a trabalhos individuais orientados, pega
num lápis e começa a falar sozinha. Espera sossegada, com o lápis na mão, pela folha da
actividade. Faz a actividade depressa e bem, sem necessitar de grande ajuda da Educadora.
Depois da actividade, a Educadora pergunta à C3 onde quer ir brincar, esta não
responde logo, só depois, da Educadora perguntar novamente é que esta responde “Para os
livros”. A C3 escolhe um livro, abre-o e começa a falar sozinha, mas uma situação de um
colega chama-a à atenção, olha para ele ao mesmo tempo que troca de livro. Posteriormente,
olha para o colega que se encontram também no cantinho da leitura, e para o livro que ele
está a ver e troca, novamente, de livro. Mantém-se muito tempo no cantinho da leitura,
responde ao colega, abanando apenas a cabeça, troca de livro constantemente. Existe sempre
algo que a chama à atenção e desvia o olhar, mas retoma a actividade, no entanto não
mostra grande interesse nesta. A C3 vira as páginas do livro ao mesmo tempo que olha para os
colegas da sala, principalmente os que estão sentados numas mesas perto dela. Enquanto a
maioria das crianças troca de cantinho a C3 não o faz, mantêm-se no mesmo mas sem grande
interesse, vai tirando e arrumando livros, até que se senta sem nenhum.
161
A Educadora então pergunta-lhe se quer ir fazer um jogo, esta abana a cabeça, para
dizer que “sim”. Sai então do cantinho da leitura e vai para junto da estante onde estão os
jogos e os puzzles. Depois de algum tempo para decidir o que escolher, escolhe um puzzle e
senta-se, mas fica a observar os colegas que estão sentados ao lado dela, não fala com eles
nem interage. Só depois é que começa a fazer o puzzle, não interage com ninguém, está
neste momento envolvida na actividade, pois persiste na actividade apesar de haver
momentos em que se distrai, retoma a actividade, na qual permanece fazendo e desfazendo.
Posteriormente troca o puzzle por um jogo, mas levanta-se e senta-se sem falar nem
interagir com ninguém, apenas olha para os colegas, mas continua a fazer o jogo, fala
sozinha. Troca de jogo, novamente, mas brinca e fala sempre sozinha.
Depois a Educadora pede ao grupo para arrumar, para ir almoçar. A C3 arruma o jogo e
dirige-se para junto da Educadora e da Auxiliar. Quando o grupo já está sentado na manta, a
Educadora pede à C3 para também se sentar. O grupo faz o comboio, dirige-se para a casa de
banho, onde faz a higiene e depois desloca-se para o refeitório. A C3 senta-se na mesa da
Educadora, onde pouco conversa e interage.
Penso que a C3 ainda não está integrada no grupo, não está habituada a brincar em
pares ou em grande grupo. Segundo a Educadora dá-se muito bem com os adultos. Ela é muito
sossegada e gosta muito de participar em actividades individuais.
Terceira observação à C3
23/11/2010 (Manhã)
A C3 chega ao jardim-de-infância ao colo do pai, já não chora, fica um pouco triste ao
colo da Auxiliar, mas depois passa. No ginásio, onde são recebidas de manhã as crianças, a C3
não interage com as crianças, só com a prima, está sempre junto da sua Auxiliar ou da
Educadora.
Depois da higiene, as crianças sentam-se na manta e cantam a canção do “Bom dia”, a
C3 participa, mas muito baixinho, está envergonhada.
A Educadora pergunta ao grupo, que está sentado na manta, “Qual foi a história que
contei ontem?”, a C3 não responde. Seguem-se várias perguntas ao grupo sobre a história, a
C3 não responde a nenhuma, uma delas é dirigida à C3 mas ela não responde. A Educadora
pergunta à C3 se não se lembra e ela abana a cabeça “dizendo que não”. Durante o resumo
da história, a C3 está sossegada, com a atenção, por vezes olha para os outros colegas, para a
Auxiliar e mexe nas suas botas. Durante esta conversa, a maioria do grupo interage com a
Educadora, respondendo às suas perguntas sobre as actividades realizadas no dia anterior,
sobre o Natal.
Depois, a Educadora conta a história “A Oficina do Pai Natal” durante esta actividade a
C3 não tira os olhos do livro, estão “esbugalhados”, com expressões faciais que transmite que
está interessada e a adorar a história, está muito concentrada.
162
Posteriormente, a Educadora faz perguntas sobre a história. A C3 não responde a
nenhuma, permanece calada enquanto a maioria do grupo responde, efusivamente, às
questões, mas está atenta. A Educadora comenta comigo que ela apesar de não responder em
grande grupo, se lhe perguntar quando está sozinha, normalmente, responde e bem, e
também tem conhecimento que em casa a C3 conta tudo o que faz na escolinha, fala sobre as
histórias e canta as músicas que aprende.
Enquanto a Educadora e a Auxiliar preparam a próxima actividade, decorar uma árvore
de natal, a C3 não se mexe na manta, nem fala nem interage com os colegas, a maioria das
crianças conversam umas com as outras.
A Educadora chama a C3 para realizar a actividade. A C3 levanta-se e senta-se na
cadeira, sem falar e permanece calada. Na mesma mesa já se encontram duas crianças que
falam uma com a outra, a C3 observa-as. Está quieta, até que a Educadora lhe dá a folha para
realizar a actividade, explica-lhe o que tem que fazer, a C3 ouve com atenção, sem falar.
Durante a realização da actividade, a C3 observa muito os colegas que também estão a
fazê-la, vai fazendo muito devagar em comparação com os outros, olha regularmente para a
Educadora e para os colegas. Segundo a Educadora, a C3 é muito perfeccionista nos trabalhos
que faz, todos são novidade, o que não acontece para os colegas, gosta de observar como os
colegas fazem para depois fazer. Penso que isto acontece, porque a C3 tem medo de fazer
mal, como gosta de fazer tudo muito bem feito, olha para os outros colegas para ver como
estão a fazer, para ter a certeza que está a fazer bem.
A C3 pára de fazer a actividade, a Educadora chama-a à atenção dizendo que ainda não
terminou, a Educadora ajuda-a a terminar. Depois, para decorar o tronco, a C3 com muito
jeitinho tira serradura e coloca-a em cima da cola e com os dedos passa por cima desta, faz
igualzinho aos gestos que a Educadora tinha acabado de fazer para explicar como era a um
colega. A C3 faz a actividade com muito cuidado, no final a árvore fica muito bem decorada,
melhor que a grande parte dos colegas, pois estes fazem a actividade muito depressa.
Após terminar a actividade, a C3 vai brincar com a plasticina onde já se encontra um
menino, a C3 pede-lhe plasticina, mas fica a olhar algum tempo para ele e depois pede-lhe
um rolo, passa umas vezes com o rolo na plasticina. E sem dizer nada, levanta-se dá uma
volta pela sala, e depois escolhe um puzzle e senta-se. A C3 não começa logo a fazer o
puzzle, olha para os colegas que estão a brincar na casinha. Posteriormente, começa a
desmanchar o puzzle mas olha para a Educadora sempre que ela fala para um colega, faz o
puzzle rápido e vai trocá-lo por outro. Ela está sempre pouco tempo com o puzzle, passa o
tempo a mudar, alguns nem os desfaz. A C3 vai buscar um dominó, tira duas peças e volta a
arrumá-las, demora algum tempo a colocar a tampa da caixa, mas não desiste até conseguir.
Depois volta para a plasticina, não consegue abrir a tampa, como está sozinha,
pergunto-lhe “Precisas de ajuda?”, ela abana a cabeça para dizer que “sim”. A C3 tira a
plasticina, começa a brincar utilizando o rolo, mas está constantemente a olhar para os
meninos que estão a brincar na manta. Quando está a mexer num pedaço de plasticina
pergunto-lhe “O que estas a fazer?”, responde-me “A fazer bolos para a minha mãe”.
163
Enquanto utiliza o rolo olha para a Auxiliar, até o deixa cair, faz a actividade tipo rotineira
sem interesse, olha para todos mas não fala com ninguém, fala sozinha. Só fala se alguém lhe
pergunta alguma coisa, mas a maioria das vezes responde de forma não verbal, abanando a
cabeça. A Educadora pede à C3 para lhe fazer um bolo de chocolate, depois de ter feito para
a família, faz um para a Educadora, um para a Auxiliar e um para mim, não faz bolos para os
amigos, nem fala deles.
Após ter arrumado a plasticina, fica sentada sem fazer nada, a olhar para os colegas, e
depois dá duas voltas pela sala ficando junto da Auxiliar, esta diz-lhe “Vai brincar!” e a C3
pergunta-lhe “Para onde?”, a Auxiliar responde “Com os amigos”. A Educadora diz à C3 para
ir para a casinha, esta vai até lá mas fica à porta, observa os colegas que lá estão, não diz
nada, vai ter novamente junto da Educadora. Depois volta a ir à casinha, entra mas sai de
imediato, anda pela sala e vai ter com a Auxiliar, e fica junto dela a observá-la a ajudar os
colegas que estão a fazer a actividade orientada.
Depois a Educadora manda o grupo arrumar e senta-se na manta. A C3 fica no seu lugar
quieta, sem interagir com nenhum colega. O grupo faz o comboio, ela não tem qualquer
dificuldade em fazê-lo, tal como a higiene para ir almoçar. No almoço, a C3 está sossegada, é
raro interagir com os colegas da sua mesa, está sempre à espera que algum adulto lhe dê a
comida, principalmente a sopa.
Quarta observação à C3
17/02/2011 (Tarde)
Depois do grupo acordar, faz a higiene. A C3 é das primeiras crianças a chegar à sala.
Quando esta chega já estão duas meninas a pentearem-se sozinhas, a C3 olha para elas e vai
buscar a sua escova, começa a pentear-se. Seguidamente a Educadora chama a C3 para a
terminar de pentear e colocar-lhe os ganchos.
Posteriormente, a C3 vai buscar um puzzle e senta-se numa mesa, muito entretida sem
interagir com ninguém. Uma menina chega junto da C3 e começa a falar com ela, então a C3
começa a falar com a mesma, mas é uma breve conversa pois a C3 deixa de olhar para a
menina e de falar com ela. Continuar o puzzle e ao mesmo tempo que o faz fala sozinha,
quando já tem cerca de metade construído chama-me, pelo meu nome, para eu ver o que já
fez. Entretanto, sentam-se duas crianças, uma de cada lado da C3, também a fazerem um
puzzle, cada uma. A C3, por vezes, olha para estas mas continua concentrada na sua tarefa,
uma das meninas, às vezes, mexe nas suas peças, mas a C3 chama-a, pelo nome, e diz lhe
para não mexer.
Ao terminar o puzzle a C3 vai arrumá-lo e dirige-se para o cantinho da leitura, senta-se
ao lado de um menino, pega num livro e começa a folheá-lo. Entretanto, chega uma menina
que estava no lugar onde está agora sentada a C3, tinha-se levantado para ir ao lixo, ela pede
à C3 para sair do seu lugar, a C3 não o faz, nem disse nada. Só quando a Educadora explica à
C3 o que tinha acontecido, é que ela sai do cantinho da leitura.
164
A C3 dirige-se para a plasticina, onde não há nenhuma criança, mas está mais
interessada com o que se passa na manta, tem plasticina na mão mas não pára de olhar para
as crianças que estão a brincar na manta.
Depois de alguns minutos só a observar os outros, a C3 deixa de o fazer e pega no rolo e
começa a passá-lo por cima da plasticina, muito devagar ao mesmo tempo que canta. Após
algum tempo arruma a plasticina e começa a olhar novamente para a manta, desloca-se até
esta e vai buscar um carro a um cesto, começa a brincar com este. Mas não fala nem interage
com nenhuma das crianças que se encontram na manta, entretém-se sozinha. Num canto da
manta estão sentadas quatro meninas a brincar umas com as outras, mas a C3 não se chega
junto destas, brinca com o carro sozinha, passa junto de vários meninos mas não fala e
parece nem olhar para eles.
A C3 sai da manta, depois de breves minutos nesta, vai buscar um jogo e dirige-se para
uma mesa, onde fica a fazê-lo sozinha, até que a Educadora manda arrumar e sentar na
manta. A C3 arruma o jogo e senta-se na manta, não fala nem interage com ninguém.
Durante toda a tarde na sala ouviu-se música clássica, a Educadora desliga o rádio, para
o grupo cantar uma canção sobre as formas geométricas (circulo, quadrado, rectângulo e
triângulo). Inicialmente em roda a dar as mãos, depois a dançar e a fazer gestos. A Educadora
chama a C3 à atenção para se mexer e cantar mais alto. No entanto, a C3 canta sempre
baixinho e faz poucos gestos, não olha para as outras crianças, mas sim para a Educadora, rise várias vezes dos gestos que a Educadora faz.
Depois, o grupo faz o comboio para ir lanchar, a C3 coloca-se atrás da fila de
amiguinhos que já está formada.
No refeitório, a C3 senta-se na mesa da Educadora, durante o lanche a C3 permanece
sossegada, sem se meter com os outros meninos da mesa. Ela só interage quando os outros
meninos ou com a Educadora quando estes iniciam a interacção. A C3 conversa mais com a
Educadora e ri-se, por vezes, com os colegas fala pouco, mas está sempre atenta às suas
conversas.
Ao chegar à sala, a C3 dirige-se para o cantinho da leitura, senta-se e pega num livro,
entretanto chega a este uma menina. A C3 permanece neste cantinho até a sua mãe chegar.
Durante este período, a C3 e a menina interagem uma com a outra, conversam, vêem o
mesmo livro e brincam com o telemóvel que faz parte desse livro. Mas é a outra menina que
inicia, quase sempre, a interacção.
A Educadora refere que a C3 de manhã já não chora e fica bem. Mas quando é a mãe a
traze-la, por vezes chora. Ainda esta semana, tem sido a mãe a traze-la à escola, tem
chorado quase todos os dias, é muito agarrada a ela, e nota-se que também vem com sono.
Como o pai esta semana está a trabalhar longe, não vem a casa, deve-se deitar mais tarde,
pois passa a manhã a fazer birras.
A Educadora refere que a C3 na sala, durante as actividades livres continua a preferir
estar sozinha, interagindo pouco com os colegas, e quando acontece esta é quase sempre
165
iniciada pelos outros. Esta também não se relaciona muito bem com uma menina, que é a
líder das meninas, desta forma a C3 não se desloca para o lugar onde ela está, e normalmente
onde está essa menina está a maioria das meninas. A C3 contínua a gostar mais de estar
sossegada, por isso brinca quase sempre nos jogos de mesa, no cantinho da leitura ou na
plasticina. Na rua, nota-se que interage mais com o grupo, comparando com o que acontecia
nos primeiros meses, agora já não está permanentemente junto de um adulto, corre, brinca
sozinha e com os colegas.
Quinta observação à C3
25/02/2011 (Manhã)
A C3 chega ao ginásio do jardim-de-infância ao colo da mãe, ai permanece durante
algum tempo, até que a Educadora a retira do colo e fica no seu. Como o grupo vai ter
ginástica, ele fica já no ginásio à espera da Professora. A C3 fica junto da Educadora até
chegar a Professora de ginástica, enquanto o resto do grupo que já tinha chegado corre e
brinca.
A Professora de ginástica quando chega, ao ginásio, manda sentar o grupo. A C3 sai de
junto da Educadora e vai-se sentar junto dos colegas. Depois a Professora manda o grupo ir
correr, a C3 corre ao seu ritmo, lento mas nunca pára, a maioria das meninas deixam de
correr e conversam todas juntas, não fazem o que a professora pede.
Quando a Professora manda sentar o grupo, a C3 é das primeiras a fazê-lo. Enquanto a
Professora explica o próximo exercício, a C3 olha sempre para ela, não mexe na bola nem
interage com os colegas, o mesmo não se passa com a maioria do grupo. O exercício, consiste
em andar com uma bola debaixo do braço sem a deixar cair, é realizado pela C3
correctamente, durante este não interage com ninguém.
Depois deste exercício seguem-se mais com a bola: andar com esta em cima da cabeça;
atrás das costas; guiá-la com a mão. Durante as várias explicações e exemplificações a C3
está sempre com atenção, não desvia o seu olhar da Professora. Estes exercícios são
realizados pela C3 sem grandes dificuldades e só pára com ordem da Professora, o mesmo não
acontece com a maioria do grupo, principalmente as meninas que param para brincar e
conversar.
Durante a aula chegam várias crianças atrasadas, enquanto a Professora as recebe a
maioria do grupo dispersa, mas a C3 continua a fazer o exercício. Numa destas vezes a C3 é
mesmo a única criança a continuar o exercício, mas nunca interage com ninguém.
Quando a Professora pede para bater a bola no chão e apanhá-la a C3 não consegue
fazer e começa a chorar, a Professora faz com ela e incentiva-a. Mas mesmo sendo capaz com
ajuda, a C3 continua a chorar e a chamar a Professora. No exercício seguinte, chutar a bola,
acontece o mesmo, e durante este um menino apanha a bola da C3 pensando que é a sua. A
C3 começa a chorar mas não fala com o menino vai ter com a Professora e diz-lhe o que
aconteceu. É a Professora que resolve a situação, pois a C3 não fala com o menino.
166
A professora de ginástica refere que a C3 está diferente do início do ano, inicialmente
não se dava conta que estava no ginásio, não falava, não interagia, agora pelo menos nos
exercícios de grupo já interage, apesar de ser pouco. A nível motor evoluiu.
Termina a aula de ginástica sem a C3 interagir com os colegas, mesmo quando o grupo
brinca e conversa à espera a Auxiliar para os levar para a sala, a C3 fica quieta, sem falar
com ninguém. Faz o comboio e a sua higiene sozinha, ao chegar à sala veste o bibe, com
ajuda. As crianças, enquanto esperam pela sua vez, interagem umas com as outras, a C3
neste momento conversa com uma menina. Nesta conversa a C3 refere que a Educadora está
a apertar o bibe a uma menina, identifica-a pelo nome.
O grupo senta-se na manta e a Educadora mostra uma folha com um palhaço e faz
várias perguntas acerca deste. A C3 não responde a nenhuma, só repete com o grupo a quadra
sobre as formas geométricas, que já conhece. A C3 conta, com o grupo, as formas
geométricas que tem o palhaço. A Educadora dirige uma pergunta à C3 “Qual é a forma do
nariz do palhaço?”, esta responde correctamente “O círculo”. Todo o grupo, uns mais
expressivos que outro, fazem a expressão alegre, do palhaço, e a triste. A C3 faz com pouca
expressividade. Em grupo conversam sobre as cores que pode ter a roupa do palhaço, a C3
não participa.
A tarefa seguinte é pintar o palhaço com cores alegres, a C3 senta-se e começa a pintar
o seu, mas de vez enquando olha para os trabalhos dos colegas que estão ao seu lado.
Enquanto os colegas do lado conversam e cada um puxa o cesto dos lápis para junto de si, a
C3 pinta o seu trabalho, por vezes pára para olhar para eles. A Educadora vai comentando
com as crianças como estão a ficar os seus trabalhos, várias pedem para ela ir ver o seu, a C3
não diz nada, faz o seu trabalho. A C3 vai olhando para os outros, mas retoma sempre o seu
trabalho em silêncio. Quando termina permanece calada e quieta, a Educadora pede-lhe o
trabalho, até que os colegas terminam o seu.
A C3 utiliza cores alegres e pinta o nariz vermelho como é o objectivo da tarefa, mas
antes de o pintar vermelho já o tinha pintado de laranja.
A Educadora pede ao grupo para ir brincar e à C3 para ir arrumar os lápis, ela faz a
tarefa. Depois, a C3 vai para o cantinho da leitura, onde não está nenhum menino e pega no
livro “Os três porquinhos”. A C3 ao folhear o livro, conta a história, faz sons, sopra como o
lobo mau. Entretanto chega um menino ao cantinho da leitura, mas a C3 continua a contar a
história sem interagir com ele. Depois, troca de livro várias vezes, vai à Educadora mostrar
um livro que tem uma folha rasgada e volta-se a sentar. A C3 pega noutro livro e o menino,
que também está neste cantinho, começa a falar com ela sobre a história. Durante uns
minutos a C3 interage com ele. Depois vai fazer um jogo sozinha numa mesa, ao seu lado está
um menino a fazer um, mas não fala com ele, arruma-o quando a Educadora pede.
Já na manta, o grupo tem como actividade ouvir uma música rock, durante a audição a
C3 permanece quieta, sem fazer gestos. A Educadora faz a pergunta “Quais os tipos de música
167
que ouviram na semana?”, a C3 não responde, manteve-se em silêncio a ouvir os colegas.
Depois o grupo levanta-se para dançar a música rock, a C3 não sai do lugar, não mexe os pés,
apenas o tronco e não é ao ritmo da música, muito devagar, sem interagir com os colegas. A
C3 observa os outros meninos e a Educadora.
Posteriormente a Educadora e a Auxiliar colocam os babetes ao grupo, este faz o
comboio para ir almoçar. Durante o almoço, a C3 está sempre sossegada, interage várias
vezes com a Educadora e poucas vezes com os colegas. Tem dificuldades em comer a sopa,
demora muito, precisa de ajuda.
Depois do almoço, a C3 vai à casa de banho onde faz a sua higiene e vai para o
dormitório com a Educadora e o grupo.
A Educadora refere que na sala quando alguém interage com a C3 esta já mantém a
conversa, mas continua a gostar de estar no seu cantinho sossegada. No dormitório já não
chora como fazia no inicio da adaptação, já dorme durante parte do tempo, o que não
acontecia inicialmente.
168
Anexo D - Grelhas de observação de comportamentos preenchidas
169
170
Grelha de observação de participação nas actividades
Nome: C1
Actividade
Orientadas
de grande
grupo
Data do registo: 19/10/2010
Comportamento
Não
Participa
Participa
Raramente
Não Perturba
Perturba
Quando solicitado
Por iniciativa própria
Dá ideias
Aceita as decisões da maioria
Às vezes
Frequentemente
X
X
X
Sabe utilizar o espaço e os materiais
Como
mantém a
tarefa
Orientada
de pequeno
grupo/
individuais
Com quem
Com apoio
Sem apoio
Persiste
Acaba o que começou
Cumpre as regras
Sozinho
Quase sempre
Só com um
o mesmo
colega
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Jogo paralelo
Tipo de
colaboração
com os
Equipa
colegas
Sabe utilizar o espaço e os materiais
X
Sabe organizar-se
X
Mantém o que escolheu
X
Sozinho
Com Quem
Livres
Com um
colega
Quase sempre
o mesmo
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Tipo de
colaboração
com os
outros
X
X
Jogos paralelos
Equipas
X
Organização do jogo
171
Grelha de observação de interacções
(Baseada no modelo de HIGH-SCOPE)
Nome: C1
Data do registo: 19/10/2010
Cooperação em actividades e rotinas
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
8- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
precisa de ser incentivada para participar nas actividades.
participa de forma irregular nas actividades.
participa nas actividades.
persiste nas actividades.
ainda não segue rotinas.
segue irregularmente as rotinas.
participa nas rotinas quando orientada para o fazer.
participa voluntariamente nas rotinas.
X
X
Relação com adultos
1- A criança não interage com os adultos.
2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares.
3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares.
4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares.
5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho,
segue regras).
X
Relação com as outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
criança
criança
criança
criança
criança
não brinca com as outras crianças.
responde quando outras crianças iniciam interacções.
inicia interacções com outras crianças.
mantém interacções com outras crianças.
trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras).
X
Criação de relações de amizade com outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
criança
criança
criança
criança
ainda não identifica os colegas pelos nomes.
identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente.
identifica um colega como amigo.
é identificada por um colega como amiga.
X
Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais
1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito.
2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito.
3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros.
4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças.
5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente,
pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis.
6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças.
Compreensão e expressão de sentimentos
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
ainda não expressa sentimentos.
ainda não verbaliza sentimentos.
expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
demonstra consciência dos sentimentos dos outros.
exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável.
responde apropriadamente aos sentimentos dos outros.
172
X
Grelha de observação de participação nas actividades
Nome: C1
Actividade
Orientadas
de grande
grupo
Data do registo: 29/10/2010
Comportamento
Não
Participa
Participa
Raramente
Não Perturba
Perturba
Quando solicitado
Por iniciativa própria
Dá ideias
Aceita as decisões da maioria
Às vezes
Frequentemente
X
X
X
Sabe utilizar o espaço e os materiais
Como
mantém a
tarefa
Orientada
de pequeno
grupo/
individuais
Com quem
Com apoio
Sem apoio
Persiste
Acaba o que começou
Cumpre as regras
Sozinho
Quase sempre
Só com um
o mesmo
colega
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Jogo paralelo
Tipo de
colaboração
com os
Equipa
colegas
Sabe utilizar o espaço e os materiais
X
Sabe organizar-se
X
Mantém o que escolheu
X
Sozinho
Com Quem
Livres
Com um
colega
Quase sempre
o mesmo
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Tipo de
colaboração
com os
outros
X
X
Jogos paralelos
Equipas
X
Organização do jogo
173
Grelha de observação de interacções
(Baseada no modelo de HIGH-SCOPE)
Nome: C1
Data do registo: 29/10/2010
Cooperação em actividades e rotinas
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
8- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
precisa de ser incentivada para participar nas actividades.
participa de forma irregular nas actividades.
participa nas actividades.
persiste nas actividades.
ainda não segue rotinas.
segue irregularmente as rotinas.
participa nas rotinas quando orientada para o fazer.
participa voluntariamente nas rotinas.
X
X
Relação com adultos
1- A criança não interage com os adultos.
2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares.
3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares.
4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares.
5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho,
segue regras).
X
Relação com as outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
criança
criança
criança
criança
criança
não brinca com as outras crianças.
responde quando outras crianças iniciam interacções.
inicia interacções com outras crianças.
mantém interacções com outras crianças.
trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras).
X
X
Criação de relações de amizade com outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
criança
criança
criança
criança
ainda não identifica os colegas pelos nomes.
identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente.
identifica um colega como amigo.
é identificada por um colega como amiga.
X
Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais
1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito.
2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito.
3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros.
4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças.
5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente,
pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis.
6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças.
Compreensão e expressão de sentimentos
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
ainda não expressa sentimentos.
ainda não verbaliza sentimentos.
expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
demonstra consciência dos sentimentos dos outros.
exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável.
responde apropriadamente aos sentimentos dos outros.
174
X
Grelha de observação de participação nas actividades
Nome: C1
Actividade
Orientadas
de grande
grupo
Data do registo: 26/11/2010
Comportamento
Não
Participa
Participa
Raramente
Não Perturba
Perturba
Quando solicitado
Por iniciativa própria
Dá ideias
Aceita as decisões da maioria
Às vezes
X
X
X
X
Sabe utilizar o espaço e os materiais
Como
mantém a
tarefa
Orientada
de pequeno
grupo/
individuais
Com quem
Com apoio
Sem apoio
Persiste
Acaba o que começou
Cumpre as regras
Sozinho
Quase sempre
Só com um
o mesmo
colega
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Jogo paralelo
Frequentemente
X
X
X
X
X
X
Tipo de
colaboração
com os
Equipa
colegas
Sabe utilizar o espaço e os materiais
X
X
Sabe organizar-se
X
Mantém o que escolheu
Sozinho
Com Quem
Livres
Com um
colega
Quase sempre
o mesmo
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Tipo de
colaboração
com os
outros
X
X
Jogos paralelos
Equipas
X
Organização do jogo
X
175
Grelha de observação de interacções
(Baseada no modelo de HIGH-SCOPE)
Nome: C1
Data do registo: 26/11/2010
Cooperação em actividades e rotinas
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
8- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
precisa de ser incentivada para participar nas actividades.
participa de forma irregular nas actividades.
participa nas actividades.
persiste nas actividades.
ainda não segue rotinas.
segue irregularmente as rotinas.
participa nas rotinas quando orientada para o fazer.
participa voluntariamente nas rotinas.
X
X
Relação com adultos
1- A criança não interage com os adultos.
2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares.
3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares.
4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares.
5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho,
segue regras).
X
Relação com as outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
criança
criança
criança
criança
criança
não brinca com as outras crianças.
responde quando outras crianças iniciam interacções.
inicia interacções com outras crianças.
mantém interacções com outras crianças.
trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras).
X
Criação de relações de amizade com outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
criança
criança
criança
criança
ainda não identifica os colegas pelos nomes.
identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente.
identifica um colega como amigo.
é identificada por um colega como amiga.
X
Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais
1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito.
2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito.
3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros.
4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças.
5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente,
pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis.
6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças.
X
Compreensão e expressão de sentimentos
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
ainda não expressa sentimentos.
ainda não verbaliza sentimentos.
expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
demonstra consciência dos sentimentos dos outros.
exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável.
responde apropriadamente aos sentimentos dos outros.
176
X
Grelha de observação de participação nas actividades
Nome: C1
Actividade
Orientadas
de grande
grupo
Data do registo: 18/02/2011
Comportamento
Não
Participa
Participa
Raramente
Às vezes
Não Perturba
Perturba
Quando solicitado
Por iniciativa própria
Dá ideias
Aceita as decisões da maioria
Frequentemente
X
Sabe utilizar o espaço e os materiais
Como
mantém a
tarefa
Orientada
de pequeno
grupo/
individuais
Com quem
Com apoio
Sem apoio
Persiste
Acaba o que começou
Cumpre as regras
Sozinho
Quase sempre
Só com um
o mesmo
colega
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Jogo paralelo
Tipo de
colaboração
com os
Equipa
colegas
Sabe utilizar o espaço e os materiais
X
Sabe organizar-se
X
Mantém o que escolheu
X
Sozinho
Com Quem
Livres
Com um
colega
X
Quase sempre
o mesmo
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Tipo de
colaboração
com os
outros
X
X
Jogos paralelos
Equipas
Organização do jogo
X
177
Grelha de observação de interacções
(Baseada no modelo de HIGH-SCOPE)
Nome: C1
Data do registo: 18/02/2011
Cooperação em actividades e rotinas
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
8- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
precisa de ser incentivada para participar nas actividades.
participa de forma irregular nas actividades.
participa nas actividades.
persiste nas actividades.
ainda não segue rotinas.
segue irregularmente as rotinas.
participa nas rotinas quando orientada para o fazer.
participa voluntariamente nas rotinas.
X
X
X
X
Relação com adultos
1- A criança não interage com os adultos.
2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares.
3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares.
4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares.
5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho,
segue regras).
X
Relação com as outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
criança
criança
criança
criança
criança
não brinca com as outras crianças.
responde quando outras crianças iniciam interacções.
inicia interacções com outras crianças.
mantém interacções com outras crianças.
trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras).
X
Criação de relações de amizade com outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
criança
criança
criança
criança
ainda não identifica os colegas pelos nomes.
identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente.
identifica um colega como amigo.
é identificada por um colega como amiga.
X
X
Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais
1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito.
2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito.
3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros.
4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças.
5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente,
pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis.
6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças.
Compreensão e expressão de sentimentos
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
ainda não expressa sentimentos.
ainda não verbaliza sentimentos.
expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
demonstra consciência dos sentimentos dos outros.
exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável.
responde apropriadamente aos sentimentos dos outros.
178
X
X
Grelha de observação de participação nas actividades
Nome: C1
Actividade
Orientadas
de grande
grupo
Data do registo: 28/02/2011
Comportamento
Não
Participa
Participa
Raramente
Não Perturba
Perturba
Quando solicitado
Por iniciativa própria
Dá ideias
Aceita as decisões da maioria
Às vezes
X
X
Sabe utilizar o espaço e os materiais
Como
mantém a
tarefa
Orientada
de pequeno
grupo/
individuais
Com quem
Frequentemente
X
Com apoio
Sem apoio
Persiste
Acaba o que começou
Cumpre as regras
Sozinho
Quase sempre
Só com um
o mesmo
colega
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Jogo paralelo
X
X
X
X
X
X
Tipo de
colaboração
com os
Equipa
colegas
Sabe utilizar o espaço e os materiais
X
Sabe organizar-se
X
Mantém o que escolheu
X
Sozinho
Com Quem
Livres
Com um
colega
Quase sempre
o mesmo
Varia
X
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Tipo de
colaboração
com os
outros
X
Jogos paralelos
Equipas
Organização do jogo
X
179
Grelha de observação de interacções
(Baseada no modelo de HIGH-SCOPE)
Nome: C1
Data do registo: 28/02/2011
Cooperação em actividades e rotinas
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
8- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
precisa de ser incentivada para participar nas actividades.
participa de forma irregular nas actividades.
participa nas actividades.
persiste nas actividades.
ainda não segue rotinas.
segue irregularmente as rotinas.
participa nas rotinas quando orientada para o fazer.
participa voluntariamente nas rotinas.
X
X
X
Relação com adultos
1- A criança não interage com os adultos.
2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares.
3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares.
4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares.
5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho,
segue regras).
X
Relação com as outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
criança
criança
criança
criança
criança
não brinca com as outras crianças.
responde quando outras crianças iniciam interacções.
inicia interacções com outras crianças.
mantém interacções com outras crianças.
trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras).
X
Criação de relações de amizade com outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
criança
criança
criança
criança
ainda não identifica os colegas pelos nomes.
identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente.
identifica um colega como amigo.
é identificada por um colega como amiga.
X
Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais
1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito.
2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito.
3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros.
4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças.
5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente,
pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis.
6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças.
Compreensão e expressão de sentimentos
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
ainda não expressa sentimentos.
ainda não verbaliza sentimentos.
expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
demonstra consciência dos sentimentos dos outros.
exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável.
responde apropriadamente aos sentimentos dos outros.
180
X
Grelha de observação de participação nas actividades
Nome: C2
Actividade
Orientadas
de grande
grupo
Data do registo: 19/10/2010
Comportamento
Não
Participa
Participa
Raramente
Não Perturba
Perturba
Quando solicitado
Por iniciativa própria
Dá ideias
Aceita as decisões da maioria
Às vezes
Frequentemente
X
X
Sabe utilizar o espaço e os materiais
Como
mantém a
tarefa
Orientada
de pequeno
grupo/
individuais
Com quem
Com apoio
Sem apoio
Persiste
Acaba o que começou
Cumpre as regras
Sozinho
Quase sempre
Só com um
o mesmo
colega
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Jogo paralelo
Tipo de
colaboração
com os
Equipa
colegas
Sabe utilizar o espaço e os materiais
X
Sabe organizar-se
X
Mantém o que escolheu
X
Sozinho
Com Quem
Livres
Com um
colega
Quase sempre
o mesmo
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Tipo de
colaboração
com os
outros
X
X
Jogos paralelos
Equipas
Organização do jogo
X
181
Grelha de observação de interacções
(Baseada no modelo de HIGH-SCOPE)
Nome: C2
Data do registo: 19/10/2010
Cooperação em actividades e rotinas
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
8- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
precisa de ser incentivada para participar nas actividades.
participa de forma irregular nas actividades.
participa nas actividades.
persiste nas actividades.
ainda não segue rotinas.
segue irregularmente as rotinas.
participa nas rotinas quando orientada para o fazer.
participa voluntariamente nas rotinas.
X
X
X
Relação com adultos
1- A criança não interage com os adultos.
2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares.
3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares.
4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares.
5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho,
segue regras).
X
X
Relação com as outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
criança
criança
criança
criança
criança
não brinca com as outras crianças.
responde quando outras crianças iniciam interacções.
inicia interacções com outras crianças.
mantém interacções com outras crianças.
trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras).
X
X
Criação de relações de amizade com outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
criança
criança
criança
criança
ainda não identifica os colegas pelos nomes.
identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente.
identifica um colega como amigo.
é identificada por um colega como amiga.
X
Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais
1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito.
2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito.
3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros.
4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças.
5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente,
pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis.
6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças.
Compreensão e expressão de sentimentos
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
ainda não expressa sentimentos.
ainda não verbaliza sentimentos.
expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
demonstra consciência dos sentimentos dos outros.
exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável.
responde apropriadamente aos sentimentos dos outros.
182
X
Grelha de observação de participação nas actividades
Nome: C2
Actividade
Orientadas
de grande
grupo
Comportamento
Raramente
Não Perturba
Perturba
Quando solicitado
Por iniciativa própria
Dá ideias
Aceita as decisões da maioria
Sabe utilizar o espaço e os materiais
Às vezes
Não
Participa
Participa
Como
mantém a
tarefa
Orientada
de pequeno
grupo/
individuais
Data do registo: 29/10/2010
Com quem
Com apoio
Sem apoio
Persiste
Acaba o que começou
Cumpre as regras
Sozinho
Só com um
Quase sempre
colega
o mesmo
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Jogo paralelo
Frequentemente
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Tipo de
colaboração
Equipa
com os
colegas
Sabe utilizar o espaço e os materiais
Sabe organizar-se
X
X
Mantém o que escolheu
X
Com Quem
Sozinho
Com um
colega
Livres
Tipo de
colaboração
com os
outros
Quase sempre
o mesmo
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Jogos paralelos
X
X
Equipas
Organização do jogo
X
183
Grelha de observação de interacções
(Baseada no modelo de HIGH-SCOPE)
Nome: C2
Data do registo: 29/10/2010
Cooperação em actividades e rotinas
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
8- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
precisa de ser incentivada para participar nas actividades.
participa de forma irregular nas actividades.
participa nas actividades.
persiste nas actividades.
ainda não segue rotinas.
segue irregularmente as rotinas.
participa nas rotinas quando orientada para o fazer.
participa voluntariamente nas rotinas.
X
X
X
X
Relação com adultos
1- A criança não interage com os adultos.
2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares.
3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares.
4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares.
5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho,
segue regras).
X
X
Relação com as outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
criança
criança
criança
criança
criança
não brinca com as outras crianças.
responde quando outras crianças iniciam interacções.
inicia interacções com outras crianças.
mantém interacções com outras crianças.
trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras).
X
X
Criação de relações de amizade com outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
criança
criança
criança
criança
ainda não identifica os colegas pelos nomes.
identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente.
identifica um colega como amigo.
é identificada por um colega como amiga.
X
Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais
1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito.
2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito.
3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros.
4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças.
5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente,
pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis.
6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças.
Compreensão e expressão de sentimentos
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
ainda não expressa sentimentos.
ainda não verbaliza sentimentos.
expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
demonstra consciência dos sentimentos dos outros.
exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável.
responde apropriadamente aos sentimentos dos outros.
184
X
Grelha de observação de participação nas actividades
Nome: C2
Actividade
Orientadas
de grande
grupo
Data do registo: 26/11/2010
Comportamento
Não
Participa
Participa
Raramente
Não Perturba
Perturba
Quando solicitado
Por iniciativa própria
Dá ideias
Aceita as decisões da maioria
Às vezes
X
X
X
X
Sabe utilizar o espaço e os materiais
Como
mantém a
tarefa
Orientada
de pequeno
grupo/
individuais
Com quem
Frequentemente
Com apoio
Sem apoio
Persiste
Acaba o que começou
Cumpre as regras
Sozinho
Quase sempre
Só com um
o mesmo
colega
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Jogo paralelo
X
X
X
X
X
Tipo de
colaboração
com os
Equipa
colegas
Sabe utilizar o espaço e os materiais
Sabe organizar-se
X
X
Mantém o que escolheu
X
Sozinho
Com Quem
Livres
Com um
colega
Quase sempre
o mesmo
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Tipo de
colaboração
com os
outros
X
X
Jogos paralelos
Equipas
X
Organização do jogo
X
185
Grelha de observação de interacções
(Baseada no modelo de HIGH-SCOPE)
Nome: C2
Data do registo: 26/11/2010
Cooperação em actividades e rotinas
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
8- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
precisa de ser incentivada para participar nas actividades.
participa de forma irregular nas actividades.
participa nas actividades.
persiste nas actividades.
ainda não segue rotinas.
segue irregularmente as rotinas.
participa nas rotinas quando orientada para o fazer.
participa voluntariamente nas rotinas.
X
X
X
Relação com adultos
1- A criança não interage com os adultos.
2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares.
3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares.
4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares.
5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho,
segue regras).
X
X
Relação com as outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
criança
criança
criança
criança
criança
não brinca com as outras crianças.
responde quando outras crianças iniciam interacções.
inicia interacções com outras crianças.
mantém interacções com outras crianças.
trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras).
X
X
Criação de relações de amizade com outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
criança
criança
criança
criança
ainda não identifica os colegas pelos nomes.
identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente.
identifica um colega como amigo.
é identificada por um colega como amiga.
X
Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais
1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito.
2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito.
3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros.
4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças.
5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente,
pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis.
6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças.
Compreensão e expressão de sentimentos
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
ainda não expressa sentimentos.
ainda não verbaliza sentimentos.
expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
demonstra consciência dos sentimentos dos outros.
exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável.
responde apropriadamente aos sentimentos dos outros.
186
X
Grelha de observação de participação nas actividades
Nome: C2
Actividade
Orientadas
de grande
grupo
Data do registo: 18/02/2011
Comportamento
Não
Participa
Participa
Raramente
Às vezes
Não Perturba
Perturba
Quando solicitado
Por iniciativa própria
Dá ideias
Aceita as decisões da maioria
X
X
Sabe utilizar o espaço e os materiais
Como
mantém a
tarefa
Orientada
de pequeno
grupo/
individuais
Com quem
Frequentemente
X
Com apoio
Sem apoio
Persiste
Acaba o que começou
Cumpre as regras
Sozinho
Quase sempre
Só com um
o mesmo
colega
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Jogo paralelo
X
X
X
X
X
X
X
Tipo de
colaboração
com os
Equipa
colegas
Sabe utilizar o espaço e os materiais
X
Sabe organizar-se
X
Mantém o que escolheu
X
Sozinho
Com Quem
Livres
Com um
colega
X
Quase sempre
o mesmo
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Tipo de
colaboração
com os
outros
X
X
Jogos paralelos
Equipas
Organização do jogo
X
187
Grelha de observação de interacções
(Baseada no modelo de HIGH-SCOPE)
Nome: C2
Data do registo: 18/02/2011
Cooperação em actividades e rotinas
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
8- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
precisa de ser incentivada para participar nas actividades.
participa de forma irregular nas actividades.
participa nas actividades.
persiste nas actividades.
ainda não segue rotinas.
segue irregularmente as rotinas.
participa nas rotinas quando orientada para o fazer.
participa voluntariamente nas rotinas.
X
X
X
X
Relação com adultos
1- A criança não interage com os adultos.
2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares.
3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares.
4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares.
5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho,
segue regras).
X
X
Relação com as outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
criança
criança
criança
criança
criança
não brinca com as outras crianças.
responde quando outras crianças iniciam interacções.
inicia interacções com outras crianças.
mantém interacções com outras crianças.
trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras).
X
X
Criação de relações de amizade com outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
criança
criança
criança
criança
ainda não identifica os colegas pelos nomes.
identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente.
identifica um colega como amigo.
é identificada por um colega como amiga.
X
X
Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais
1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito.
2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito.
3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros.
4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças.
5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente,
pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis.
6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças.
Compreensão e expressão de sentimentos
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
ainda não expressa sentimentos.
ainda não verbaliza sentimentos.
expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
demonstra consciência dos sentimentos dos outros.
exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável.
responde apropriadamente aos sentimentos dos outros.
188
X
Grelha de observação de participação nas actividades
Nome: C2
Actividade
Orientadas
de grande
grupo
Data do registo: 28/02/2011
Comportamento
Não
Participa
Participa
Raramente
Às vezes
Não Perturba
Perturba
Quando solicitado
Por iniciativa própria
Dá ideias
Aceita as decisões da maioria
X
X
Sabe utilizar o espaço e os materiais
Como
mantém a
tarefa
Orientada
de pequeno
grupo/
individuais
Com quem
Frequentemente
X
Com apoio
Sem apoio
Persiste
Acaba o que começou
Cumpre as regras
Sozinho
Quase sempre
Só com um
o mesmo
colega
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Jogo paralelo
X
X
X
X
X
X
X
Tipo de
colaboração
com os
Equipa
colegas
Sabe utilizar o espaço e os materiais
X
Sabe organizar-se
X
Mantém o que escolheu
X
Sozinho
Com Quem
Livres
Com um
colega
X
Quase sempre
o mesmo
Varia
X
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Tipo de
colaboração
com os
outros
X
Jogos paralelos
X
Equipas
Organização do jogo
X
189
Grelha de observação de interacções
(Baseada no modelo de HIGH-SCOPE)
Nome: C2
Data do registo: 28/02/2011
Cooperação em actividades e rotinas
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
8- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
precisa de ser incentivada para participar nas actividades.
participa de forma irregular nas actividades.
participa nas actividades.
persiste nas actividades.
ainda não segue rotinas.
segue irregularmente as rotinas.
participa nas rotinas quando orientada para o fazer.
participa voluntariamente nas rotinas.
X
X
X
X
Relação com adultos
1- A criança não interage com os adultos.
2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares.
3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares.
4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares.
5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho,
segue regras).
X
X
Relação com as outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
criança
criança
criança
criança
criança
não brinca com as outras crianças.
responde quando outras crianças iniciam interacções.
inicia interacções com outras crianças.
mantém interacções com outras crianças.
trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras).
X
X
Criação de relações de amizade com outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
criança
criança
criança
criança
ainda não identifica os colegas pelos nomes.
identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente.
identifica um colega como amigo.
é identificada por um colega como amiga.
X
X
Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais
1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito.
2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito.
3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros.
4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças.
5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente,
pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis.
6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças.
X
Compreensão e expressão de sentimentos
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
ainda não expressa sentimentos.
ainda não verbaliza sentimentos.
expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
demonstra consciência dos sentimentos dos outros.
exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável.
responde apropriadamente aos sentimentos dos outros.
190
X
Grelha de observação de participação nas actividades
Nome: C3
Actividade
Orientadas
de grande
grupo
Data do registo: 25/10/2010
Comportamento
Não
Participa
Participa
Raramente
Não Perturba
Perturba
Quando solicitado
Por iniciativa própria
Dá ideias
Aceita as decisões da maioria
Orientada
de pequeno
grupo/
individuais
Com quem
Frequentemente
X
Sabe utilizar o espaço e os materiais
Como
mantém a
tarefa
Às vezes
X
Com apoio
Sem apoio
Persiste
Acaba o que começou
Cumpre as regras
Sozinho
Quase sempre
Só com um
o mesmo
colega
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Jogo paralelo
X
X
X
X
X
Tipo de
colaboração
com os
Equipa
colegas
Sabe utilizar o espaço e os materiais
X
Sabe organizar-se
Mantém o que escolheu
X
Sozinho
Com Quem
Livres
Com um
colega
X
Quase sempre
o mesmo
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Tipo de
colaboração
com os
outros
Jogos paralelos
Equipas
Organização do jogo
191
Grelha de observação de interacções
(Baseada no modelo de HIGH-SCOPE)
Nome: C3
Data do registo: 25/10/2010
Cooperação em actividades e rotinas
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
8- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
precisa de ser incentivada para participar nas actividades.
participa de forma irregular nas actividades.
participa nas actividades.
persiste nas actividades.
ainda não segue rotinas.
segue irregularmente as rotinas.
participa nas rotinas quando orientada para o fazer.
participa voluntariamente nas rotinas.
X
X
Relação com adultos
1- A criança não interage com os adultos.
2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares.
3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares.
4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares.
5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho,
segue regras).
X
Relação com as outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
criança
criança
criança
criança
criança
não brinca com as outras crianças.
responde quando outras crianças iniciam interacções.
inicia interacções com outras crianças.
mantém interacções com outras crianças.
trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras).
Criação de relações de amizade com outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
criança
criança
criança
criança
ainda não identifica os colegas pelos nomes.
identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente.
identifica um colega como amigo.
é identificada por um colega como amiga.
Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais
1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito.
2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito.
3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros.
4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças.
5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente,
pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis.
6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças.
Compreensão e expressão de sentimentos
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
ainda não expressa sentimentos.
ainda não verbaliza sentimentos.
expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
demonstra consciência dos sentimentos dos outros.
exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável.
responde apropriadamente aos sentimentos dos outros.
192
X
X
Grelha de observação de participação nas actividades
Nome: C3
Actividade
Orientadas
de grande
grupo
Data do registo: 29/10/2010
Comportamento
Não
Participa
Participa
Raramente
Não Perturba
Perturba
Quando solicitado
Por iniciativa própria
Dá ideias
Aceita as decisões da maioria
Às vezes
X
Sabe utilizar o espaço e os materiais
Como
mantém a
tarefa
Orientada
de pequeno
grupo/
individuais
Com quem
X
Com apoio
Sem apoio
Persiste
Acaba o que começou
Cumpre as regras
Sozinho
Quase sempre
Só com um
o mesmo
colega
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Jogo paralelo
X
X
X
X
X
X
X
Tipo de
colaboração
com os
Equipa
colegas
Sabe utilizar o espaço e os materiais
X
Sabe organizar-se
X
Mantém o que escolheu
X
Sozinho
Com Quem
Livres
Com um
colega
X
Quase sempre
o mesmo
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Tipo de
colaboração
com os
outros
Frequentemente
Jogos paralelos
Equipas
Organização do jogo
193
Grelha de observação de interacções
(Baseada no modelo de HIGH-SCOPE)
Nome: C3
Data do registo: 29/10/2010
Cooperação em actividades e rotinas
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
8- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
precisa de ser incentivada para participar nas actividades.
participa de forma irregular nas actividades.
participa nas actividades.
persiste nas actividades.
ainda não segue rotinas.
segue irregularmente as rotinas.
participa nas rotinas quando orientada para o fazer.
participa voluntariamente nas rotinas.
X
X
X
Relação com adultos
1- A criança não interage com os adultos.
2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares.
3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares.
4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares.
5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho,
segue regras).
X
Relação com as outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
criança
criança
criança
criança
criança
não brinca com as outras crianças.
responde quando outras crianças iniciam interacções.
inicia interacções com outras crianças.
mantém interacções com outras crianças.
trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras).
Criação de relações de amizade com outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
criança
criança
criança
criança
ainda não identifica os colegas pelos nomes.
identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente.
identifica um colega como amigo.
é identificada por um colega como amiga.
Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais
1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito.
2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito.
3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros.
4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças.
5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente,
pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis.
6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças.
Compreensão e expressão de sentimentos
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
ainda não expressa sentimentos.
ainda não verbaliza sentimentos.
expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
demonstra consciência dos sentimentos dos outros.
exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável.
responde apropriadamente aos sentimentos dos outros.
194
X
Grelha de observação de participação nas actividades
Nome: C3
Actividade
Orientadas
de grande
grupo
Data do registo: 23/11/2010
Comportamento
Não
Participa
Participa
Raramente
Não Perturba
Perturba
Quando solicitado
Por iniciativa própria
Dá ideias
Aceita as decisões da maioria
Orientada
de pequeno
grupo/
individuais
Com quem
X
X
Com apoio
Sem apoio
Persiste
Acaba o que começou
Cumpre as regras
Sozinho
Quase sempre
Só com um
o mesmo
colega
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Jogo paralelo
X
X
X
X
Tipo de
colaboração
com os
Equipa
colegas
Sabe utilizar o espaço e os materiais
X
X
Sabe organizar-se
X
Mantém o que escolheu
X
Sozinho
Com Quem
Livres
Com um
colega
X
Quase sempre
o mesmo
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Tipo de
colaboração
com os
outros
Frequentemente
X
Sabe utilizar o espaço e os materiais
Como
mantém a
tarefa
Às vezes
Jogos paralelos
Equipas
Organização do jogo
195
Grelha de observação de interacções
(Baseada
no modelo de HIGH-SCOPE)
Nome: C3
Data do registo: 23/11/2010
Cooperação em actividades e rotinas
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
8- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
precisa de ser incentivada para participar nas actividades.
participa de forma irregular nas actividades.
participa nas actividades.
persiste nas actividades.
ainda não segue rotinas.
segue irregularmente as rotinas.
participa nas rotinas quando orientada para o fazer.
participa voluntariamente nas rotinas.
X
X
X
Relação com adultos
1- A criança não interage com os adultos.
2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares.
3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares.
4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares.
5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho,
segue regras).
X
Relação com as outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
criança
criança
criança
criança
criança
não brinca com as outras crianças.
responde quando outras crianças iniciam interacções.
inicia interacções com outras crianças.
mantém interacções com outras crianças.
trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras).
X
X
Criação de relações de amizade com outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
criança
criança
criança
criança
ainda não identifica os colegas pelos nomes.
identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente.
identifica um colega como amigo.
é identificada por um colega como amiga.
Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais
1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito.
2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito.
3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros.
4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças.
5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente,
pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis.
6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças.
Compreensão e expressão de sentimentos
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
ainda não expressa sentimentos.
ainda não verbaliza sentimentos.
expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
demonstra consciência dos sentimentos dos outros.
exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável.
responde apropriadamente aos sentimentos dos outros.
196
X
Grelha de observação de participação nas actividades
Nome: C3
Actividade
Orientadas
de grande
grupo
Data do registo: 17/02/2011
Comportamento
Não
Participa
Participa
Raramente
Não Perturba
Perturba
Quando solicitado
Por iniciativa própria
Dá ideias
Aceita as decisões da maioria
Às vezes
Frequentemente
X
X
Sabe utilizar o espaço e os materiais
Como
mantém a
tarefa
Orientada
de pequeno
grupo/
individuais
Com quem
Com apoio
Sem apoio
Persiste
Acaba o que começou
Cumpre as regras
Sozinho
Quase sempre
Só com um
o mesmo
colega
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Jogo paralelo
Tipo de
colaboração
com os
Equipa
colegas
Sabe utilizar o espaço e os materiais
X
Sabe organizar-se
X
Mantém o que escolheu
X
Sozinho
Com Quem
Livres
Com um
colega
X
Quase sempre
o mesmo
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Tipo de
colaboração
com os
outros
Jogos paralelos
Equipas
Organização do jogo
X
197
Grelha de observação de interacções
(Baseada no modelo de HIGH-SCOPE)
Nome: C3
Data do registo: 17/02/2011
Cooperação em actividades e rotinas
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
8- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
precisa de ser incentivada para participar nas actividades.
participa de forma irregular nas actividades.
participa nas actividades.
persiste nas actividades.
ainda não segue rotinas.
segue irregularmente as rotinas.
participa nas rotinas quando orientada para o fazer.
participa voluntariamente nas rotinas.
X
X
X
Relação com adultos
1- A criança não interage com os adultos.
2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares.
3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares.
4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares.
5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho,
segue regras).
X
Relação com as outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
criança
criança
criança
criança
criança
não brinca com as outras crianças.
responde quando outras crianças iniciam interacções.
inicia interacções com outras crianças.
mantém interacções com outras crianças.
trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras).
X
Criação de relações de amizade com outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
criança
criança
criança
criança
ainda não identifica os colegas pelos nomes.
identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente.
identifica um colega como amigo.
é identificada por um colega como amiga.
X
Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais
1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito.
2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito.
3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros.
4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças.
5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente,
pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis.
6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças.
Compreensão e expressão de sentimentos
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
ainda não expressa sentimentos.
ainda não verbaliza sentimentos.
expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
demonstra consciência dos sentimentos dos outros.
exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável.
responde apropriadamente aos sentimentos dos outros.
198
X
Grelha de observação de participação nas actividades
Nome: C3
Actividade
Orientadas
de grande
grupo
Data do registo: 25/02/2011
Comportamento
Não
Participa
Participa
Raramente
Não Perturba
Perturba
Quando solicitado
Por iniciativa própria
Dá ideias
Aceita as decisões da maioria
Às vezes
X
X
Sabe utilizar o espaço e os materiais
Como
mantém a
tarefa
Orientada
de pequeno
grupo/
individuais
Com quem
X
Com apoio
Sem apoio
Persiste
Acaba o que começou
Cumpre as regras
Sozinho
Quase sempre
Só com um
o mesmo
colega
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Jogo paralelo
X
X
X
X
X
Tipo de
colaboração
com os
Equipa
colegas
Sabe utilizar o espaço e os materiais
X
Sabe organizar-se
X
Mantém o que escolheu
X
X
Sozinho
Com Quem
Livres
Com um
colega
X
Quase sempre
o mesmo
Varia
X
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Tipo de
colaboração
com os
outros
Frequentemente
Jogos paralelos
X
Equipas
Organização do jogo
199
Grelha de observação de interacções
(Baseada no modelo de HIGH-SCOPE)
Nome: C3
Data do registo: 25/02/2011
Cooperação em actividades e rotinas
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
8- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
precisa de ser incentivada para participar nas actividades.
participa de forma irregular nas actividades.
participa nas actividades.
persiste nas actividades.
ainda não segue rotinas.
segue irregularmente as rotinas.
participa nas rotinas quando orientada para o fazer.
participa voluntariamente nas rotinas.
X
X
X
Relação com adultos
1- A criança não interage com os adultos.
2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares.
3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares.
4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares.
5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho,
segue regras).
X
Relação com as outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
criança
criança
criança
criança
criança
não brinca com as outras crianças.
responde quando outras crianças iniciam interacções.
inicia interacções com outras crianças.
mantém interacções com outras crianças.
trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras).
X
Criação de relações de amizade com outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
criança
criança
criança
criança
ainda não identifica os colegas pelos nomes.
identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente.
identifica um colega como amigo.
é identificada por um colega como amiga.
X
Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais
1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito.
2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito.
3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros.
4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças.
5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente,
pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis.
6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças.
X
Compreensão e expressão de sentimentos
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
ainda não expressa sentimentos.
ainda não verbaliza sentimentos.
expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
demonstra consciência dos sentimentos dos outros.
exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável.
responde apropriadamente aos sentimentos dos outros.
200
X
Grelha de observação de participação nas actividades
Nome: C4
Actividade
Orientadas
de grande
grupo
Data do registo: 19/10/2010
Comportamento
Não
Participa
Participa
Raramente
Não Perturba
Perturba
Quando solicitado
Por iniciativa própria
Dá ideias
Aceita as decisões da maioria
Às vezes
Frequentemente
X
X
Sabe utilizar o espaço e os materiais
Como
mantém a
tarefa
Orientada
de pequeno
grupo/
individuais
Com quem
Com apoio
Sem apoio
Persiste
Acaba o que começou
Cumpre as regras
Sozinho
Quase sempre
Só com um
o mesmo
colega
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Jogo paralelo
Tipo de
colaboração
com os
Equipa
colegas
Sabe utilizar o espaço e os materiais
X
Sabe organizar-se
X
Mantém o que escolheu
X
Sozinho
X
Com Quem
Livres
Com um
colega
Quase sempre
o mesmo
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Tipo de
colaboração
com os
outros
X
Jogos paralelos
Equipas
Organização do jogo
201
Grelha de observação de interacções
(Baseada no modelo de HIGH-SCOPE)
Nome: C4
Data do registo: 19/10/2010
Cooperação em actividades e rotinas
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
8- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
precisa de ser incentivada para participar nas actividades.
participa de forma irregular nas actividades.
participa nas actividades.
persiste nas actividades.
ainda não segue rotinas.
segue irregularmente as rotinas.
participa nas rotinas quando orientada para o fazer.
participa voluntariamente nas rotinas.
X
X
Relação com adultos
1- A criança não interage com os adultos.
2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares.
3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares.
4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares.
5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho,
segue regras).
X
Relação com as outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
criança
criança
criança
criança
criança
não brinca com as outras crianças.
responde quando outras crianças iniciam interacções.
inicia interacções com outras crianças.
mantém interacções com outras crianças.
trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras).
X
X
Criação de relações de amizade com outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
criança
criança
criança
criança
ainda não identifica os colegas pelos nomes.
identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente.
identifica um colega como amigo.
é identificada por um colega como amiga.
Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais
1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito.
2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito.
3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros.
4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças.
5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente,
pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis.
6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças.
Compreensão e expressão de sentimentos
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
ainda não expressa sentimentos.
ainda não verbaliza sentimentos.
expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
demonstra consciência dos sentimentos dos outros.
exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável.
responde apropriadamente aos sentimentos dos outros.
202
X
Grelha de observação de participação nas actividades
Nome: C4
Actividade
Orientadas
de grande
grupo
Data do registo: 29/10/2010
Comportamento
Não
Participa
Participa
Raramente
Não Perturba
Perturba
Quando solicitado
Por iniciativa própria
Dá ideias
Aceita as decisões da maioria
Orientada
de pequeno
grupo/
individuais
Com quem
Frequentemente
X
X
X
Sabe utilizar o espaço e os materiais
Como
mantém a
tarefa
Às vezes
X
Com apoio
Sem apoio
Persiste
Acaba o que começou
Cumpre as regras
Sozinho
Quase sempre
Só com um
o mesmo
colega
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Jogo paralelo
X
X
X
X
X
Tipo de
colaboração
com os
Equipa
colegas
Sabe utilizar o espaço e os materiais
X
Sabe organizar-se
X
Mantém o que escolheu
X
Sozinho
X
Com Quem
Livres
Com um
colega
Quase sempre
o mesmo
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Tipo de
colaboração
com os
outros
Jogos paralelos
Equipas
Organização do jogo
203
X
Grelha de observação de interacções
(Baseada no modelo de HIGH-SCOPE)
Nome: C4
Data do registo: 29/10/2010
Cooperação em actividades e rotinas
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
8- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
precisa de ser incentivada para participar nas actividades.
participa de forma irregular nas actividades.
participa nas actividades.
persiste nas actividades.
ainda não segue rotinas.
segue irregularmente as rotinas.
participa nas rotinas quando orientada para o fazer.
participa voluntariamente nas rotinas.
X
X
Relação com adultos
1- A criança não interage com os adultos.
2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares.
3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares.
4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares.
5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho,
segue regras).
X
X
Relação com as outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
criança
criança
criança
criança
criança
não brinca com as outras crianças.
responde quando outras crianças iniciam interacções.
inicia interacções com outras crianças.
mantém interacções com outras crianças.
trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras).
X
Criação de relações de amizade com outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
criança
criança
criança
criança
ainda não identifica os colegas pelos nomes.
identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente.
identifica um colega como amigo.
é identificada por um colega como amiga.
X
Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais
1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito.
2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito.
3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros.
4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças.
5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente,
pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis.
6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças.
Compreensão e expressão de sentimentos
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
ainda não expressa sentimentos.
ainda não verbaliza sentimentos.
expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
demonstra consciência dos sentimentos dos outros.
exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável.
responde apropriadamente aos sentimentos dos outros.
204
X
Grelha de observação de participação nas actividades
Nome: C4
Actividade
Orientadas
de grande
grupo
Data do registo: 26/11/2010
Comportamento
Não
Participa
Participa
Raramente
Às vezes
Não Perturba
Perturba
Quando solicitado
Por iniciativa própria
Dá ideias
Aceita as decisões da maioria
Frequentemente
X
X
Sabe utilizar o espaço e os materiais
Como
mantém a
tarefa
Orientada
de pequeno
grupo/
individuais
Com quem
Com apoio
Sem apoio
Persiste
Acaba o que começou
Cumpre as regras
Sozinho
Quase sempre
Só com um
o mesmo
colega
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Jogo paralelo
Tipo de
colaboração
com os
Equipa
colegas
Sabe utilizar o espaço e os materiais
X
Sabe organizar-se
X
Mantém o que escolheu
X
Sozinho
Com Quem
Livres
Com um
colega
X
Quase sempre
o mesmo
Varia
X
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Tipo de
colaboração
com os
outros
Jogos paralelos
X
Equipas
Organização do jogo
X
205
Grelha de observação de interacções
(Baseada no modelo de HIGH-SCOPE)
Nome: C4
Data do registo: 26/11/2010
Cooperação em actividades e rotinas
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
8- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
precisa de ser incentivada para participar nas actividades.
participa de forma irregular nas actividades.
participa nas actividades.
persiste nas actividades.
ainda não segue rotinas.
segue irregularmente as rotinas.
participa nas rotinas quando orientada para o fazer.
participa voluntariamente nas rotinas.
X
X
Relação com adultos
1- A criança não interage com os adultos.
2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares.
3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares.
4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares.
5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho,
segue regras).
X
X
Relação com as outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
criança
criança
criança
criança
criança
não brinca com as outras crianças.
responde quando outras crianças iniciam interacções.
inicia interacções com outras crianças.
mantém interacções com outras crianças.
trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras).
X
Criação de relações de amizade com outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
criança
criança
criança
criança
ainda não identifica os colegas pelos nomes.
identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente.
identifica um colega como amigo.
é identificada por um colega como amiga.
X
Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais
1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito.
2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito.
3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros.
4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças.
5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente,
pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis.
6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças.
Compreensão e expressão de sentimentos
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
ainda não expressa sentimentos.
ainda não verbaliza sentimentos.
expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
demonstra consciência dos sentimentos dos outros.
exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável.
responde apropriadamente aos sentimentos dos outros.
206
X
Grelha de observação de participação nas actividades
Nome: C4
Actividade
Orientadas
de grande
grupo
Data do registo: 18/02/2011
Comportamento
Não
Participa
Participa
Raramente
Às vezes
Não Perturba
Perturba
Quando solicitado
Por iniciativa própria
Dá ideias
Aceita as decisões da maioria
Frequentemente
X
Sabe utilizar o espaço e os materiais
Como
mantém a
tarefa
Orientada
de pequeno
grupo/
individuais
Com quem
Com apoio
Sem apoio
Persiste
Acaba o que começou
Cumpre as regras
Sozinho
Quase sempre
Só com um
o mesmo
colega
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Jogo paralelo
Tipo de
colaboração
com os
Equipa
colegas
Sabe utilizar o espaço e os materiais
X
Sabe organizar-se
X
Mantém o que escolheu
X
Sozinho
Com Quem
Livres
Com um
colega
X
Quase sempre
o mesmo
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Tipo de
colaboração
com os
outros
Jogos paralelos
Equipas
Organização do jogo
207
Grelha de observação de interacções
(Baseada no modelo de HIGH-SCOPE)
Nome: C4
Data do registo: 18/02/2011
Cooperação em actividades e rotinas
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
8- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
precisa de ser incentivada para participar nas actividades.
participa de forma irregular nas actividades.
participa nas actividades.
persiste nas actividades.
ainda não segue rotinas.
segue irregularmente as rotinas.
participa nas rotinas quando orientada para o fazer.
participa voluntariamente nas rotinas.
X
X
X
Relação com adultos
1- A criança não interage com os adultos.
2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares.
3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares.
4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares.
5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho,
segue regras).
X
Relação com as outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
criança
criança
criança
criança
criança
não brinca com as outras crianças.
responde quando outras crianças iniciam interacções.
inicia interacções com outras crianças.
mantém interacções com outras crianças.
trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras).
X
Criação de relações de amizade com outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
criança
criança
criança
criança
ainda não identifica os colegas pelos nomes.
identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente.
identifica um colega como amigo.
é identificada por um colega como amiga.
Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais
1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito.
2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito.
3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros.
4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças.
5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente,
pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis.
6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças.
Compreensão e expressão de sentimentos
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
ainda não expressa sentimentos.
ainda não verbaliza sentimentos.
expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
demonstra consciência dos sentimentos dos outros.
exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável.
responde apropriadamente aos sentimentos dos outros.
208
X
Grelha de observação de participação nas actividades
Nome: C4
Actividade
Orientadas
de grande
grupo
Data do registo: 28/02/2011
Comportamento
Não
Participa
Participa
Raramente
Não Perturba
Perturba
Quando solicitado
Por iniciativa própria
Dá ideias
Aceita as decisões da maioria
Orientada
de pequeno
grupo/
individuais
Com quem
X
Com apoio
Sem apoio
Persiste
Acaba o que começou
Cumpre as regras
Sozinho
Quase sempre
Só com um
o mesmo
colega
Varia
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Jogo paralelo
X
X
X
X
X
X
X
Tipo de
colaboração
com os
Equipa
colegas
Sabe utilizar o espaço e os materiais
X
Sabe organizar-se
X
Mantém o que escolheu
X
Sozinho
Com Quem
Livres
Com um
colega
X
Quase sempre
o mesmo
Varia
X
Com dois
Com mais de dois
Com um adulto
Tipo de
colaboração
com os
outros
Frequentemente
X
Sabe utilizar o espaço e os materiais
Como
mantém a
tarefa
Às vezes
Jogos paralelos
X
Equipas
Organização do jogo
X
209
Grelha de observação de interacções
(Baseada no modelo de HIGH-SCOPE)
Nome: C4
Data do registo: 28/02/2011
Cooperação em actividades e rotinas
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
8- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
precisa de ser incentivada para participar nas actividades.
participa de forma irregular nas actividades.
participa nas actividades.
persiste nas actividades.
ainda não segue rotinas.
segue irregularmente as rotinas.
participa nas rotinas quando orientada para o fazer.
participa voluntariamente nas rotinas.
X
X
X
Relação com adultos
1- A criança não interage com os adultos.
2- A criança responde aos adultos que lhe são familiares.
3- A criança inicia as interacções com adultos que lhe são familiares.
4- A criança mantém interacções com adultos que lhe são familiares.
5- A criança trabalha em projectos com adultos que lhe são familiares (partilha o trabalho,
segue regras).
X
Relação com as outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
criança
criança
criança
criança
criança
não brinca com as outras crianças.
responde quando outras crianças iniciam interacções.
inicia interacções com outras crianças.
mantém interacções com outras crianças.
trabalha em projectos com outras crianças (partilha o trabalho, segue regras).
X
X
Criação de relações de amizade com outras crianças
1- A
2- A
3- A
4- A
criança
criança
criança
criança
ainda não identifica os colegas pelos nomes.
identifica algumas das crianças pelo nome e fala acerca delas ocasionalmente.
identifica um colega como amigo.
é identificada por um colega como amiga.
X
Envolvimento na resolução de problemas de relações sociais
1- A criança ainda não colabora com outros para resolver um conflito.
2- A criança usa a força ou foge quando surge um conflito.
3- A criança encontra formas aceitáveis de obter a atenção dos outros.
4- A criança requer a ajuda do adulto para a resolução de problemas com as outras crianças.
5- A criança tenta por vezes resolver os problemas com outras crianças de forma independente,
pela negociação ou por outros meios socialmente aceitáveis.
6- A criança resolve geralmente com autonomia problemas com outras crianças.
Compreensão e expressão de sentimentos
1- A
2- A
3- A
4- A
5- A
6- A
7- A
criança
criança
criança
criança
criança
criança
criança
ainda não expressa sentimentos.
ainda não verbaliza sentimentos.
expressa sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
verbaliza sentimentos, mas por vezes, socialmente inaceitáveis.
demonstra consciência dos sentimentos dos outros.
exprime geralmente os sentimentos de forma aceitável.
responde apropriadamente aos sentimentos dos outros.
210
X
Anexo E - Registos da Escala de Envolvimento da Criança
211
212
Observação do Envolvimento da Criança
Nome da criança: C1
Número de crianças presentes: 20
(M) Manhã / (T) Tarde
Descrição de períodos de 2 minutos cada
Hora: 9:40
Actividade sobre o “Esquema corporal”, o objectivo é as
crianças indicarem com as mãos onde se encontra determinado
membro do corpo. Inicialmente a C1 olha para a Educadora para
fazer os gestos que esta faz e depois para indicar rápido com as
mãos onde se encontra o membro do corpo que a Educadora
pergunta. A C1 interrompe a actividade por duas vezes, uma ao
passar um pai com uma menina e outra porque começa a olhar
para um colega. Mas nas duas situações a C1 retoma a
actividade, realizando-a correctamente.
Hora: 10:00
A C1 na aula de ginástica faz de conta que é uma bolacha com
grande alegria. A C1 sai da caixa quando a música começa e
mexe-se muito por todo o ginásio, levanta bem os pés. A
professora manda dançar a pares, a C1 encontra logo um colega
para ser o seu par, dança sempre de mãos dadas.
Hora: 10:35
Com o objectivo de abordar os conceitos “dentro de” e “fora
de”, a Educadora pede à C1 para tirar duas peças, uma amarela
e outra vermelha, para fora da caixa. A C1 está motivada em
realizar a tarefa, a forma como pega na caixa e como procura as
peças que quer.
Data do registo: 29/10/2010
Número de adultos presentes: 2
Nível de Envolvimento
1
2
213
3
4
5
Áreas de conteúdo / Domínios
F.P.S.
E.M.
E.D.
E.P.
E.Mu.
L.A.E.
Mat.
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
C.M.
Observação do Envolvimento da Criança
Nome da criança: C1
Número de crianças presentes: 19
(M) Manhã / (T) Tarde
Descrição de períodos de 2 minutos cada
Hora: 9:30
Na manta a Educadora canta a canção do “Bom Dia”. A C1 canta ao
mesmo tempo da Educadora, mesmo estando sentada mexe-se:
mexe o tronco e a cabeça de um lado para o outro. A C1 não deixa
de cantar em nenhum momento sempre com um sorriso nos lábios e
os olhos brilham.
Hora: 10:00
Enquanto a Educadora mostra fotografias da família de um menino.
A C1 está atenta às fotografias e a ouvir o colega a dizer quem são
as pessoas que estão nas fotografias. A C1 não tira os olhos das
fotografias. Entretanto, chegou um colega com a mãe e a C1 deixa
de olhar para a fotografia e de prestar atenção ao que diz a criança
a que pertence a fotografia. Mas depois volta a olhar para a
fotografia.
Hora: 10:50
A C1 partilha a sua construção com a amiga e começam a construir
uma torre. A C1 fala com a amiga sobre a sua família, da sua mãe e
da avó, e diz o nome destas. A C1 e a sua amiga constroem uma
grande torre, conversam muito. A C1 segura a construção com as
duas mãos para a amiga colocar mais peça.
Data do registo: 26/11/2010
Número de adultos presentes: 2
Nível de Envolvimento
1
2
3
4
5
F.P.S.
E.M.
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
214
Áreas de conteúdo / Domínios
E.D.
E.P.
E.Mu.
L.A.E.
X
X
Mat.
C.M.
X
X
Observação do Envolvimento da Criança
Nome da criança: C1
Número de crianças presentes: 20
(M) Manhã / (T) Tarde
Descrição de períodos de 2 minutos cada
Hora: 14:40
A C1 vai para o cantinho da leitura onde já está uma
menina. A C1 depois de falar com a menina, retira um livro
da estante, folheia-o ao mesmo tempo que fala sozinha
fazendo de conta que está a contar a história. Por vezes,
olha para a menina que também está a ver um livro, mas
continua a contar a história do livro.
Hora: 15:00
A C1 sai do cantinho da leitura e junta-se a uma menina que
está a fazer construções com peças. Interagem uma com a
outra, falam muito. A C1 num determinado momento faz de
conta que a sua construção é uma caixa de pintura e pinta a
sua colega, no seu rosto, está espelhada a satisfação com
que o faz. Depois, constrói uns óculos e mostra a esta e
deixa a amiga experimentá-los.
Hora: 15:30
Na manta a C1, fala com os colegas do lado, ela tanto inicia
como mantém a interacção. Durante esta conversa mantémse sentada na manta, olhando por vezes para a Educadora.
Mas a C1 retoma a conversa com os colegas.
Data do registo: 18/02/2011
Número de adultos presentes: 2
Nível de Envolvimento
1
2
3
4
5
X
X
X
215
Áreas de conteúdo / Domínios
F.P.S.
E.M.
E.D.
X
X
X
X
X
X
X
X
X
E.P.
E.Mu.
L.A.E.
X
Mat.
X
C.M.
Observação do Envolvimento da Criança
Nome da criança: C1
Número de crianças presentes: 20
(M) Manhã / (T) Tarde
Descrição de períodos de 2 minutos cada
Hora: 9:50
A
C1
começa
a
actividade,
responde
correctamente às perguntas da Educadora sobre os
pincéis. A C1 enquanto está a fazer a actividade
não desvia o seu olhar brilhante da folha da
actividade e dos pratos onde estão as tintas. E faz
a actividade depressa e bem.
Hora: 10:30
A C1 vai para o cantinho da leitura com outra
menina, vêem o mesmo livro, cantam e contam a
história. Durante esta tarefa a C1 não desvia o
olhar do livro e da sua amiga, tendo sempre um
sorriso nos lábios.
Hora: 11:00
A C1 está muito entusiasmada com a pintura, não
retira os olhar dos boiões da tinta e da folha de
papel, por vezes quando poisa o pincel para trocar
de cor, salta aos pés juntos a olhar para a sua
pintura. Enche a folha toda com pinceladas, até
que a estagiária pergunta a esta “Já terminaste?”,
então olha para a sua pintura, durante uns
instantes, e depois olha para ela e diz “Sim”.
Data do registo: 28/02/2011
Número de adultos presentes: 4
Nível de Envolvimento
1
2
3
4
Áreas de conteúdo / Domínios
5
F.P.S.
E.M.
X
X
X
X
X
X
X
216
E.D.
E.P.
L.A.E.
X
X
X
E.Mu.
X
X
X
Mat.
C.M.
Observação do Envolvimento da Criança
Nome da criança: C2
Número de crianças presentes: 20
(M) Manhã / (T) Tarde
Descrição de períodos de 2 minutos cada
Hora: 10:00
A C2 na aula de ginástica faz de conta que é uma
bolacha. A C2 sai da caixa quando a música começa
e mexe o corpo todo, por todo o ginásio, levanta
bem os pés. A professora mandou dançar a pares, a
C2 foi ter junto de uma menina e deu-lhe as mãos,
dança com um sorriso. A C2 está completamente
envolvida pela música, não pára de dançar mexe-se
ao ritmo desta.
Hora: 10:45
Com o objectivo de abordar os conceitos “dentro
de” e “fora de”, a Educadora pede à C2 para
colocar dentro de uma caixa duas peças, a sua
expressão facial indica que esta envolvido na
tarefa.
Hora: 10:55
A C2 escolhe ir para o LEGO com um colega,
constrói uma torre com a ajuda deste. Durante a
construção a C2 fala, ri, com o colega, sem parar
de construir de forma criativa, interage muito um
com o colega.
Data do registo: 29/10/2010
Número de adultos presentes: 2
Nível de Envolvimento
1
2
3
4
Áreas de conteúdo / Domínios
5
F.P.S.
E.M.
X
X
X
X
X
X
X
X
X
217
E.D.
E.P.
E.Mu.
L.A.E.
Mat.
X
X
X
X
C.M.
Observação do Envolvimento da Criança
Nome da criança: C2
Número de crianças presentes: 19
(M) Manhã / (T) Tarde
Descrição de períodos de 2 minutos cada
Hora: 10:00
Na manta a Educadora canta a canção do “Bom
Dia”. A C2 canta ao mesmo tempo da Educadora,
mesmo estando sentada mexe-se: mexe o tronco e
a cabeça de um lado para o outro. A C2, por
vezes, olha para o colega do lado e então deixa
por momentos de cantar, mas depois recomeça.
Hora: 10:45
A C2 brinca com a uma máquina fotográfica
construída por si. Está completamente envolvida
com a sua máquina fotográfica, tira fotos, pisca o
olho, faz o barulho do flash. No rosto da C2 está
visível a satisfação com que está a realizar a
tarefa, não desvia o olhar da sua construção.
Hora: 11:15
A C2 começa a fazer a actividade de expressão
plástica. A C2 diz que o pincel faz cócegas, faz
tudo o que a Educadora pede: abrir bem a mão,
vira-a e colocá-la com jeitinho em cima da folha.
A Educadora ajuda a mão a ficar bem digitalizada
passando com a sua por cima da mão da C2.
Data do registo: 26/11/2010
Número de adultos presentes: 2
Nível de Envolvimento
1
2
3
4
5
Áreas de conteúdo / Domínios
F.P.S.
E.M.
X
X
X
X
X
X
X
X
X
218
E.D.
x
E.P.
E.Mu.
L.A.E.
X
X
Mat.
X
X
C.M.
Observação do Envolvimento da Criança
Nome da criança: C2
Número de crianças presentes: 20
(M) Manhã / (T) Tarde
Descrição de períodos de 2 minutos cada
Hora: 14:30
A C2 durante a actividade, pintar uma tira de
papel utilizando tintas e pincéis, utiliza várias
cores como pretendido. Está tão concentrada na
actividade que não desvia os olhos da folha e dos
boiões da tinta. A pintar e a escorrer os pincéis faz
expressões com a cara e coloca, frequentemente,
a língua de fora.
Hora: 15:10
A C2 vai buscar as peças de enfiamento e diz à
menina do lado “Vou fazer uma prenda para a
minha EB, um colar”. A C2, antes de começar a
fazer o colar, escolhe da caixa todas as peças que
têm a forma de um cubo e depois inicia a
construção do colar. No fio nunca coloca duas
peças seguidas da mesma cor. A C2 fala sozinha
enfiando uma peça de cada vez e juntando-a às
que já se encontram no fio sem dificuldade,
embora este seja muito grande.
Hora: 15:30
Na manta a C2 conversa com um menino, durante
esta mantém-se sentada. A C2 ao mesmo tempo
que o menino está a falar para ela, olha várias
vezes para as meninas que estão à sua frente. Mas
depois continua a conversa, verifico que mesmo
não estando a olhar para o seu colega a C2 tinha
estado concentrada a ouvi-lo.
Data do registo: 18/02/2011
Número de adultos presentes: 2
Nível de Envolvimento
1
2
3
4
Áreas de conteúdo / Domínios
5
F.P.S.
E.M.
X
X
X
X
X
X
X
X
219
E.D.
E.P.
E.Mu.
L.A.E.
Mat.
X
X
X
C.M.
Observação do Envolvimento da Criança
Nome da criança: C2
Número de crianças presentes: 20
(M) Manhã / (T) Tarde
Descrição de períodos de 2 minutos cada
Hora: 9:45
A C2 está na manta a brincar com as peças LEGO
com mais dois meninos, interage com estes,
conversa com eles, por vezes, fala sozinha. Um
menino dá-lhe uma peça e a C2 diz obrigado.
Chamam-se, sempre, pelo nome e brincam todos
com as construções. A C2 está completamente
envolvida na tarefa, persistindo nesta.
Hora: 10:00
A C2 depois de encontrar a página da actividade
arregaça as mangas. A Educadora pergunta-lhe
como pinta cada um dos pincéis, primeiro indica a
cor e depois a grossura, sempre correctamente.
Quando a Educadora fala com o colega que está a
fazer a mesma tarefa, a C2 olha para este, mas
retoma a actividade, fazendo-a bem.
Hora: 11:15
A C2 senta-se ao pé da C4 e começa a tirar peças
da caixa. A C2 fala com a C4, mostra-lhe as suas
peças e começam a falar mostrando a peça que
retiram da caixa, referindo se é fina ou grossa. A
C4 só fala com a C2 quando é esta a iniciar as
interacções, a C2 trata sempre a C4 pelo nome.
Verifica-se pela expressão facial da C2 que está
muito concentrada.
Data do registo: 28/02/2011
Número de adultos presentes: 4
Nível de Envolvimento
1
2
3
4
Áreas de conteúdo / Domínios
5
F.P.S.
E.M.
X
X
X
X
X
X
X
X
X
220
X
E.D.
E.P.
E.Mu.
L.A.E.
X
Mat.
X
C.M.
Observação do Envolvimento da Criança
Nome da criança: C3
Número de crianças presentes: 19
(M) Manhã / (T) Tarde
Descrição de períodos de 2 minutos cada
Hora: 9:30
A Educadora faz um jogo em grande grupo, sobre
as partes do corpo. As crianças têm de indicar
onde fica a parte do corpo referida pela
Educadora. A C3 passa muito tempo a olhar para
os colegas e para a Auxiliar, desconcentrando-se
facilmente, mas retoma a actividade.
Hora: 10:00
A C3 faz a actividade sobre o esquema corporal,
olha com intensidade para a folha, depois para a
Educadora e para o colega que também está a
fazer a actividade. A Educadora pergunta os
diferentes
vestuários,
esta
responde
correctamente. Está concentrada e atenta aos
passos da Educadora. Depois faz a tarefa
correctamente.
Hora: 10:15
A C3 senta-se depois de escolher um livro, mas
está constantemente a olhar para os outros
colegas. Olha para o livro do colega, vira uma
página e deixa-o cair, apanha-o. Começa a falar
sozinha, mas olha para o colega e depois para a
toda a sala. Troca de livro e volta a olhar para
toda a sala.
Data do registo: 28/10/2010
Número de adultos presentes: 2
Nível de Envolvimento
1
2
3
4
5
X
X
X
Áreas de conteúdo / Domínios
F.P.S.
E.M.
X
X
X
X
X
221
E.D.
E.P.
E.Mu.
L.A.E.
X
X
X
X
X
X
Mat.
C.M.
Observação do Envolvimento da Criança
Nome da criança: C3
Número de crianças presentes: 19
(M) Manhã / (T) Tarde
Descrição de períodos de 2 minutos cada
Hora: 9:30
A Educadora conta uma história “A oficina do Pai Natal”
ao grupo. A C3 durante esta actividade não tira os olhos
do livro, os seus olhos estão “esbugalhados”, está muito
concentrada e interessada na história. Nenhum barulho,
nem a entrada de uma pessoa na sala faz com que a C3
se desconcentre.
Hora: 9:55
A C3 faz uma actividade que tem como objectivo
decorar uma árvore de Natal com fitas e serradura. A
Educadora tem que chamar à atenção da C3 para esta
começar a actividade, está a olhar para uns colegas.
Começa a colocar as fitas na árvore que já tem cola,
mas olha para os outros colegas que estão a fazer a
mesma actividade. Está muito tempo parada a olhar
para a Educadora e para os colegas, depois retoma a
actividade, está pouco concentrada e motivada. A
Educadora tem que ajudar a C3 a terminar pois está
novamente distraída.
Hora: 10:30
A C3 está a fazer um puzzle, mexe nas peças ao mesmo
tempo que olha para os colegas que estão ao seu lado.
Sempre que a Educadora fala a C3 pára de fazer o
puzzle e olha para ela. Troca de puzzle e continua a
olhar para o que está a fazer o colega sentado ao seu
lado, mas não interage com este, continua sem mexer
no puzzle olhando para o que se passa na sala. Esta
actividade é caracterizada por paragens frequentes.
Data do registo: 23/11/2010
Número de adultos presentes: 2
Nível de Envolvimento
1
2
3
4
X
X
222
Áreas de conteúdo / Domínios
5
F.P.S.
X
X
E.M.
E.D.
E.P.
E.Mu.
L.A.E.
Mat.
X
X
X
X
X
C.M.
X
X
X
Observação do Envolvimento da Criança
Nome da criança: C3
Número de crianças presentes: 17
(M) Manhã / (T) Tarde
Descrição de períodos de 2 minutos cada
Hora: 14:45
A C3 está sozinha fazer um puzzle muito entretida. Uma
menina chega junto da C3 e começa a falar com esta, a
C3 começa a falar com ela. Mas foi uma breve conversa
pois a C3 deixa de olhar para a menina e de falar com
esta, para continuar o puzzle e ao mesmo tempo que o
fazia fala sozinha. Quando já tem cerca de metade
construído chamou-me para ver o que já tinha feito.
Mesmo existindo interrupções a C3 retoma sempre a
actividade, concentrando-se nesta.
Hora: 15:10
A C3 dirige-se para a plasticina, onde não há nenhuma
criança, mas está mais interessada com o que se passa
na manta, tem plasticina na mão mas não pára de olhar
para as crianças que estão a brincar na manta. É visível
a
existência
de
interrupções
frequentes
na
concentração da C3, está constantemente a olhar para
os outros, não voltando à tarefa.
Hora: 16:00
A C3 senta-se no cantinho da leitura, pega num livro.
Entretanto chega uma menina, que começa a interagir
com a C3, conversam, vêem o livro que a C3 tinha,
brincam com o telemóvel que faz parte desse livro, mas
é visível que é a outra menina que inicia quase sempre
as interacções. É perceptível que a C3 durante esta
tarefa tem momentos onde está muito concentrada, no
entanto, por vezes, desvia o olhar mas em seguida
retoma o que está a fazer.
Data do registo: 17/02/2011
Número de adultos presentes: 2
Nível de Envolvimento
1
2
3
4
X
X
X
223
5
Áreas de conteúdo / Domínios
F.P.S.
E.M.
X
X
X
X
X
X
E.D.
E.P.
E.Mu.
L.A.E.
Mat.
X
X
X
X
C.M.
Observação do Envolvimento da Criança
Nome da criança: C3
Número de crianças presentes: 19
(M) Manhã / (T) Tarde
Descrição de períodos de 2 minutos cada
Hora: 9:25
A C3 é das primeiras crianças a sentar-se quando a
professora pede. Enquanto a professora explica o
próximo exercício a C3 está com muita atenção,
olha sempre para a professora e observa como esta
faz. Durante esta tarefa os olhos da C3 estão
muito abertos e brilhantes. Ela não mexe na bola
nem interage com os colegas.
Hora: 10:00
A tarefa seguinte é cada criança pintar um palhaço
com cores alegres. A C3 senta-se e começa as
pintar o seu, mas de vez enquanto olha para os
trabalhos dos colegas do lado, retoma a
actividade. Enquanto os colegas do lado conversam
e cada um puxa o cesto dos lápis para junto de si,
a C3 pinta o seu trabalho, parando por vezes para
olhar para estes. No entanto, retoma sempre a
tarefa.
Hora: 11:15
O grupo, que está na manta, levanta-se para
dançar ao ritmo da música rock que está a ouvir. A
C3 não sai do lugar, não mexe os pés, apenas o
tronco e não é ao ritmo da música, muito devagar,
sem interagir com os colegas. A C3 observa os
outros e a Educadora esquecendo-se, por vezes, de
se mexer, é visível que não está concentrada na
tarefa.
Data do registo: 25/02/2010
Número de adultos presentes: 2
Nível de Envolvimento
1
2
3
4
Áreas de conteúdo / Domínios
5
F.P.S.
E.M.
X
X
X
X
X
X
X
X
X
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E.D.
E.P.
E.Mu.
L.A.E.
Mat.
X
X
X
X
C.M.
Observação do Envolvimento da Criança
Nome da criança: C4
Número de crianças presentes: 20
(M) Manhã / (T) Tarde
Descrição de períodos de 2 minutos cada
Hora: 10:00
A C4 na aula de ginástica faz de conta que é uma bolacha
de forma muito tímida. A C4 sai da caixa mexendo-se
pouco, quando quase todo o grupo tinha saído. Quando a
professora manda dançar a pares a C4 não vai ao encontro
de nenhum colega, é a professora que lhe tem de arranjar
um colega. Durante o tempo que dança com o colega, a C4
tem dificuldade em faze-lo pois quase não se mexe.
Hora: 10: 30
Com o objectivo de abordar os conceitos “dentro de” e
“fora de”, a Educadora pede a uma criança de cada vez
para determinada tarefa. A C4 é chamada para colocar dois
frutos fora do cesto da fruta, consegue, mas não fala com a
Educadora, olha para esta enquanto realiza a tarefa com
um olhar desconfiada, com a sua prestação. Durante a
tarefa olha também para alguns colegas.
Hora: 10:50
A C4 escolhe ir brincar com peças de construção sozinha,
permanece concentrada na sua construção sem interagir. A
C4 fala sozinha, diz que é um dinossauro, a Auxiliar sentase junto desta e pergunta-lhe o que construiu, esta
responde um dinossauro. A Auxiliar começa a falar sobre o
seu dinossauro e a C4 começa a falar com esta. A C4 desvia
o olhar para os colegas, mas não fala com eles e continua a
brincar sozinha.
Data do registo: 29/10/2010
Número de adultos presentes: 2
Nível de Envolvimento
1
2
3
4
F.P.S.
E.M.
X
X
X
X
X
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X
X
X
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225
5
Áreas de conteúdo / Domínios
E.D.
E.P.
E.Mu.
L.A.E.
X
X
Mat.
C.M.
X
X
Observação do Envolvimento da Criança
Nome da criança: C4
Número de crianças presentes: 19
(M) Manhã / (T) Tarde
Descrição de períodos de 2 minutos cada
Hora: 10:00
Enquanto a Educadora mostra fotografias da
família de um menino. A C4 está com atenção às
fotografias e a ouvir o colega a dizer quem são as
pessoas que estão nas fotografias. Mas deixa de
olhar para a fotografia para mexer, muitas vezes,
no bibe e nos sapatos. Entretanto, chega um
colega com a mãe e a C4 deixa de olhar para a
fotografia e de prestar atenção ao que diz a
criança a que pertence a fotografia. Depois de
breves instantes a C4 volta a olhar para a
fotografia.
Hora: 10: 30
A C4 depois de ter construído a sua construção. O
colega que está a brincar com as mesmas peças de
construção começa a brincar com a C4. A C4
interage com o colega, faz sons. Durante a tarefa
há quebras mas a C4 retoma.
Hora: 11:10
A C4 está a brincar com um jogo, está
concentrada, mas é interrompida por um colega. A
C4 queixa-se à Auxiliar que um colega também
quer brincar com o jogo e esta não quer, a Auxiliar
ajuda a resolver o problema, convence a C4 a
partilhar o jogo pois tem muitas peças. Então a C4
retoma o jogo, mas não brinca com o colega.
Data do registo: 26/11/2010
Número de adultos presentes: 2
Nível de Envolvimento
1
2
3
4
5
Áreas de conteúdo / Domínios
F.P.S.
E.M.
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
226
E.D.
E.P.
E.Mu.
L.A.E.
X
X
Mat.
X
C.M.
Observação do Envolvimento da Criança
Nome da criança: C4
Número de crianças presentes: 20
(M) Manhã / (T) Tarde
Descrição de períodos de 2 minutos cada
Hora: 14:35
A C4 vai brincar com as peças LEGO sozinha, mas
está constantemente a desviar o olhar da sua
construção
para
observar
os
outros,
principalmente a C2 que está a pintar. A C4 faz a
tarefa de forma rotineira, distraindo-se com
facilidade.
Hora: 15:20
A C4 mantém-se nas construções sozinha, por
vezes, fala sozinha. Está longos períodos sem
desviar o olhar brilhante das suas construções, não
interage com ninguém. Observa-se que a C4 está
muito concentrada na tarefa, não há nada que a
faça parar.
Hora: 15:30
Na manta dois colegas sentados ao lado da C4
iniciam a interacção com ela. A C4, mantém-se
sentada, fala com os colegas, mas nunca inicia a
interacção com eles. Olha frequentemente para o
resto do grupo, distraindo-se da conversa que está
a ter com os colegas.
Data do registo: 18/02/2011
Número de adultos presentes: 2
Nível de Envolvimento
1
2
3
4
5
X
X
X
227
Áreas de conteúdo / Domínios
F.P.S.
E.M.
E.D.
E.P.
E.Mu.
L.A.E.
Mat.
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
C.M.
Observação do Envolvimento da Criança
Nome da criança: C4
Número de crianças presentes: 20
(M) Manhã / (T) Tarde
Descrição de períodos de 2 minutos cada
Hora: 9:50
A C4 quando utiliza o primeiro pincel, pinta a
folha quase toda, em vez de pintar só por baixo do
pincel. Também pinta por cima de alguns pincéis,
que não é para fazer. Durante a troca de pincéis a
C4 pára para observar a C1, depois retoma a
actividade terminando-a.
Hora: 10:50
A C4 está a fazer a sua pintura não interage com a
estagiária, esta fala com ele mas a C4 pouco fala
com ela. Ao mesmo tempo que pinta olha
frequentemente para os meninos que estão na
casinha. Constata-se que a C4 está ocupada na
tarefa a um nível rotineiro.
Hora: 11:15
A C4 pega numa caixa com peças, com várias
formas e cores, e senta-se no mesmo lugar, sem
falar com ninguém. Entretanto, a C2 senta-se
junto à C4 e começa a tirar peças da caixa. A C4
olha para esta, mas não fala e continua a brincar
sozinha. A C4 fala com a C2, mostra-lhe as suas
peças e começam a falar. A C4 começa também a
mostrar a peça que retira da caixa, referindo se é
fina ou grossa.
Data do registo: 28/02/2011
Número de adultos presentes: 4
Nível de Envolvimento
1
2
3
4
5
X
X
X
Áreas de conteúdo / Domínios
F.P.S.
E.M.
X
X
X
X
X
228
E.D.
E.P.
E.Mu.
L.A.E.
X
X
Mat.
X
X
X
X
C.M.
Anexo F - Reflexões das Educadoras de Infância sobre a adaptação das
crianças ao jardim-de-infância
229
230
Reflexão da Educadora A sobre a adaptação da C3 ao jardim-de-infância (28/03/2011)
A C3 iniciou o jardim-de-infância com muita timidez e demonstrando uma falta de
socialização com as outras crianças. A sua adaptação ao jardim-de-infância foi difícil e
demorou alguns meses. Inicialmente chorava muito durante o dia, não conseguia dormir,
estava constantemente a dizer “Quero a minha mamã!”.
A C3 era muito observadora, mas pouco participativa, no entanto mostrava gosto em
ouvir histórias, canções, poesias e de ver as outras crianças participarem em danças ou jogos
de movimento.
Não gostava de actividades onde estivessem muitas crianças, como a casinha, na
garagem e os jogos da manta. Escolhia os livros ou os jogos de mesa na maior parte das vezes
e esporadicamente ia para a plasticina (local onde podem estar 3 crianças em simultâneo).
Hoje, a C3 sempre com a sua timidez natural, já participa nas actividades de movimento, nas
canções, etc., e embora continue a preferir os jogos de mesa, já procura os outros espaços.
Se inicialmente eram as outras crianças que procuravam a C3 para as brincadeiras, hoje
ela já inicia, por vezes, os diálogos e jogos com os seus pares.
O estreitamento das relações com as outras crianças levou, consequentemente ao
afastamento dos adultos. Embora a C3 goste de conversar com os adultos de saber tudo o que
dizem e fazem agora, ao contrário do inicio do ano, não está sempre perto de algum adulto.
Desde o início que é respeitadora da vontade dos adultos, tentando sempre agradarlhes e daí a sua adaptação às rotinas não foi demorada, foi percebendo qual a atitude
correcta nas várias situações e o encadeamento do dia-a-dia.
A C3 é uma criança que compreende bem os conceitos, tem uma linguagem oral
adequada á sua idade, conseguindo transmitir as suas ideias, opiniões e vontades. Demonstra
desde o inicio autónoma na sua higiene, mas requer, na maioria das vezes ajuda para se
alimentar, sobretudo para comer a sopa.
Ao nível da motricidade global vinha pouco estimulada, tendo dificuldade em correr,
saltar, rastejar e embora tenha havido um progresso ainda não se encontra no nível geral do
grupo. No entanto, ao nível da motricidade fina, a criança vinha bem desenvolvida, sendo das
poucas crianças que já consegue pintar dentro dos contornos.
Desde sempre teve vontade em ouvir, ver, e experimentar, sendo sempre a primeira a
oferecer-se para a realização de uma actividade de expressão plástica ou grafomotricidade.
231
Reflexão da Educadora B sobre adaptação da C1 ao jardim-de-infância (4/05/2011)
A C1 entrou para o jardim-de-infância com um sorri nos lábios, adaptando-se a este
sem qualquer dificuldade.
A C1 é extrovertida relacionando-se com muita facilidade com o grupo, a maioria já
vinha com esta da creche. Ela brinca com todas as crianças do grupo, mas preferencialmente
com as meninas, como é natural nesta idade.
A C1 relaciona-se muito bem com os adultos da instituição, é muito faladora com todos.
Ela chega normalmente cedo ficando sempre bem e com vários adultos, não sendo nenhum
dos que estão na sua sala. Na sala diariamente estão sempre dois adultos, eu e a auxiliar.
Duas manhãs da semana está na sala a professora de Ensino Especial, a C1 interage com esta
sem qualquer dificuldade. Neste momento estão na nossa sala mais dois adultos, duas
estagiárias, três dias por semana, ela não teve qualquer dificuldade em adaptar-se a estas,
relaciona-se bem com elas, mesmo conhecendo-as só há duas semanas.
A C1 adaptou-se facilmente às rotinas do jardim-de-infância, uma razão para este facto
é que estas não lhe são totalmente novas, pois já na creche havia rotinas semelhantes. Ela já
interiorizou as rotinas diárias, pois quando realiza uma determinada rotina a C1 a já prevê a
rotina que se segue.
Nas actividades diárias são realizadas pela C1 com muita satisfação. Ela adora qualquer
tipo de actividade, seja de que área for. A C1 quer ser sempre a primeira a realizar as
actividades, se não o for está sempre a dizer “Ainda não fiz!”. Ela é por vezes impulsiva,
fazendo frequentemente as actividades muito rápido, a despachar. Esta rapidez por vezes
prejudica o resultado dos trabalhos, eles poderiam estar melhor se fizesse com mais calma.
Nas conversas e actividades de grupo participa sempre, não é necessário pedir à C1 para o
fazer, gosta muito de participar.
232
Reflexão da Educadora B sobre a adaptação da C2 ao jardim-de-infância (4/05/2011)
A C2 não teve nenhuma dificuldade em adaptar-se ao jardim-de-infância, entrou este
com uma enorme vontade de trabalhar e brincar com os colegas.
A C2 relaciona-se muito bem com todo o grupo, a maioria deste já vinha com ele da
creche. Ele brinca com todas as crianças do grupo, no entanto brinca mais com os meninos,
como é natural nesta idade.
A C2 não tem qualquer dificuldade em relacionar-se com os adultos da instituição. Este
quando chega é entregue a mim ou à Auxiliar da sala. Duas manhãs da semana está na sala a
professora de Ensino Especial, a C2 relaciona-se muito bem com esta. Todos os dias à tarde a
C2 vai para o ginásio até que o pai o venha buscar, ficando com outros adultos. Neste
momento estão na nossa sala mais dois adultos, duas estagiárias, três dias por semana, C2
interage bem com estas, mesmo conhecendo-as há muito pouco tempo. Ela gosta muito de
falar e explicar todos os pormenores aos adultos.
A C2 integrou-se bem nas rotinas do jardim-de-infância, ela não sentiu grandes
diferenças em relação às da creche. A C2 já tem a noção das rotinas que realiza diariamente
e da sua sequência.
A C2 faz as actividades diárias com muito gosto, adora trabalhar. Ela gosta muito de
todo o tipo de actividade, quer ser das primeiras a realizar as actividades. A C2 é persistente,
nas actividades gosta de fazer tudo ao pormenor, bem feito. Mas também é muito teimosa,
não gosta de ser contrariada e gosta de fazer tudo à sua maneira. Na manta, nas conversar de
grupo a C2 participa sempre, não é preciso ser solicitada.
233
Reflexão da Educadora B sobre a adaptação da C4 ao jardim-de-infância (4/05/2011)
A C4 teve um pouco de dificuldade em adaptar-se ao jardim-de-infância, inicialmente
chorava para ficar.
A C4 não se relaciona com o grupo todo. Inicialmente só com uma ou duas crianças,
evidenciando uma falta de socialização com o grupo. Neste momento já brinca com mais
colegas, mas não com todos. Quando entra em brincadeiras de grupo é para destabilizar, está
à procura dos limites. A C4 é muito calada, não mete conversa, tem tendência só a
relacionar-se com meninos.
A C4 relacionar-se pouco com os adultos da instituição. Este quando chega é entregue a
mim ou à Auxiliar da sala. Duas manhãs da semana está na sala a professora de Ensino
Especial, a C4 não interage com esta, só se for a professora a iniciar a interacção. Todos os
dias a avó vem buscá-la cedo, não tendo assim grande possibilidade de se relacionar com
outros adultos e crianças da instituição. Neste momento estão na nossa sala mais dois adultos,
duas estagiárias, três dias por semana, a C4 relaciona-se pouco com estas. Ela não gosta de
falar, nem estar junto aos adultos, não gosta de receber muitos mimos dos adultos, nem faz
queixinhas a estes.
A C4 teve dificuldades em integrar-se nas rotinas do jardim-de-infância, não estava
habituado a realizá-las. Um factor que fez com que a C4 demorasse mais tempo na integração
destas foi o facto de perder, principalmente nos primeiros meses, as primeiras rotinas, pois
chegava sempre tarde. Este facto condicionava também as actividades seguintes.
A C4 não procura fazer as actividades diárias em primeiro, só participa quando é
solicitada, quando as faz, faz bem. Ela é muito tímida, introvertida. Inicialmente pouco
participava nas actividades de movimento, nas canções, agora já vai participando mais, mas
sempre com a sua timidez que a caracteriza.
A C4 continua a preferir os jogos de mesa, sozinha, não inicia as interacções com os
colegas, só interage quando os outros iniciam a interacção.
234
Anexo G - Protocolos das Entrevistas
235
236
Anexo G1 - Protocolo da Entrevista à Educadora de Infância A
237
238
Ficha técnica
Entrevista
2
Entrevistado
Educadora A
Entrevistador
Próprio
Local/cenário
Jardim-de-infância, Sala da Educadora A
Data/hora
4 de Outubro 2010, às 17:30
Duração
40 minutos
Suportes de registo
Folha de papel, gravador digital da Sony
239
Entrevista à Educadora de Infância A
Entrevistador: Muito boa tarde!
Educadora A: Boa tarde! Pode entrar e sentar-se aqui.
Entrevistador: Obrigado. Então Como já tinha referido aquando do pedido da autorização da
entrevista. Sou aluna do Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino
Básico. No âmbito deste estamos a desenvolver uma investigação: “Analisar em que medida a
frequência de creche contribui para a adaptação da criança ao contexto do jardim-deinfância – Um estudo comparativo”. Deste modo iremos observar duas crianças que
frequentaram creche e duas que não frequentaram, de modo a ser possível comparar a
adaptação destas ao contexto jardim-de-infância. Tem ainda alguma dúvida sobre o estudo?
Educadora A: Não, nenhum.
Entrevistador: Referir que as informações serão confidenciais e preciso de gravador áudio
para gravar a entrevista para depois pode-la transcrever na íntegra.
Educadora A: Está bem.
Entrevistador: Que idade tem?
Educadora A: Tenho 40 anos.
Entrevistador: Há quantos anos trabalha como Educadora?
Educadora A: Há 16 anos.
Entrevistador: Sempre nesta instituição?
Educadora A: Não. Nesta instituição trabalho há 9anos. Nos outros anos trabalhei noutras
instituições, privadas e públicas. Trabalhei 3 anos no ensino público.
Entrevistador: Tem este grupo há quanto tempo?
Educadora A: Estou com o grupo desde Setembro deste ano, é um grupo novo para mim… mas
grande parte das crianças que frequentaram a mesma creche e pertenciam ao mesmo grupo.
A creche que este grupo frequentou faz parte desta instituição mas tem outras instalações,
por isso as crianças não conheciam o jardim-de-infância.
240
Entrevistador: Considera que uma criança que frequentou a creche se adapta melhor às
rotinas diárias? Justifique.
Educadora A: Sim, uma criança que frequentou creche adapta-se melhor às rotinas diárias,
comparada com uma criança que não frequentou creche, porque consegue ajustar-se mais
rápido às rotinas diárias do jardim-de-infância, o ir à casa de banho, o fazer o comboio, o
ouvir uma história. É normal para a criança que frequentou creche e “estranho” e difícil para
a que não frequentou creche.
Entrevistador: A adaptação aos horários é sentida de diferente modo pelas crianças que
frequentaram a creche com as que não a frequentaram? Justifique.
Educadora A: Mais ou menos, porque os horários da creche são diferentes dos praticados em
casa e como as crianças, a maioria, passam o mês de Agosto de férias é uma nova adaptação
aos horários da instituição. Mas, no entanto, essa adaptação é feita de uma forma mais rápida
pelas crianças que frequentaram creche.
Entrevistador: Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a
frequentaram, na sua opinião, quais são as crianças que aderem mais facilmente as regras
do jardim-de-infância?
Educadora A: Todas têm dificuldades, sendo um grupo novo com Educadora desconhecida
todas as crianças têm que se adaptar às novas regras, porque cada sala é um caso, cada
Educadora é uma pessoa com regras diferentes. Se a Educadora da creche continuar com o
grupo no jardim-de-infância as crianças que não pertenciam ao grupo, as que não
frequentaram creche, vão sentir mais dificuldades em adaptarem-se às regras do jardim-deinfância.
Entrevistador: Considera que, de uma forma geral, uma criança que frequentou a creche
adere mais às propostas de diferentes actividades do jardim-de-infância?
Educadora A: Normalmente é dessa forma que se processa a participação das crianças nas
actividades. As crianças que frequentaram a creche aderem mais facilmente às actividades
propostas por mim e pelas professoras das actividades extracurriculares comparadas com as
crianças que não frequentaram creche. Mas esta situação não acontece com a criança, do
meu grupo, que não frequentou creche. Ela adora participar nas actividades, oferece-se para
ser a primeira a participar, participa com gosto nas actividades orientadas e de expressão
motora.
241
Entrevistador: Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a
frequentaram, na sua opinião, quais são as crianças que interagem melhor com os colegas
da sala?
Educadora A: As crianças que frequentam creche interagem melhor com os colegas, mesmo
que não tenham vindo da mesma creche.
Entrevistador: Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a
frequentaram, na sua opinião, quais são as crianças que interagem melhor com os
adultos?
Educadora A: As crianças que não frequentaram a creche por serem mais dependentes e por
não terem estabelecido até então uma relação com a maioria dos colegas da sala.
Entrevistador: Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a
frequentaram, na sua opinião, quais são as crianças que partilham mais os brinquedos?
Educadora A: As que não frequentaram creche, por quererem uma integração grupal são mais
benevolentes com os amigos.
Entrevistador: Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a
frequentaram, na sua opinião, quais são as crianças que expressam os sentimentos de
modos socialmente aceitáveis?
Educadora A: Depende das crianças, hoje em dia a maioria não expressa os sentimentos de
modo socialmente aceitável, mas penso que as crianças que nunca tenham frequentaram
creche o façam melhor.
Entrevistador: Considera que uma criança que frequentou a creche é mais sociável?
Justifique.
Educadora A: Sim, sem dúvida, porque está habituada a ver muitos adultos, a ficar com
pessoas diferentes e a estar com os seus pares sabendo solucionar os conflitos e qual a melhor
forma de o fazer.
Entrevistador: Na sua opinião qual considera ser o papel da creche no desenvolvimento
social da criança e neste sentido na adaptação ao jardim-de-infância?
Educadora A: Sim, na creche aprende-se a base do desenvolvimento social, a criança aprende
a respeitar-se a si, as outras crianças e os adultos. Aprende também a ouvir os outros, a estar
242
e a partilhar. Assim a adaptação ao jardim-de-infância das crianças que frequentaram creche
é mais fácil comparada com as que não frequentaram, principalmente se existir algum
elemento de referência, como a Educadora.
Entrevistador: Muito obrigado pela sua colaboração. Depois de uma primeira análise, caso se
despistem lacunas na informação recolhida, imprecisões ou respostas em que o sentido é
dúbio entrarei em contacto com a Educadora para pedir esclarecimento. Enviar-lhe-ei a
transcrição integral da entrevista, por correio electrónico, com o objectivo de confirmar e
comprovar do seu conteúdo, acrescentar ou retirar algo ao que foi transmitido.
Educadora A: Foi um prazer colaborar. Se precisar de mais alguma informação estou
disponível.
Entrevistador: Quero ainda referir que após a finalização e apresentação pública do estudo
comprometo-me a enviar um exemplar para a instituição.
Educadora A: Está bem.
Entrevistador: Mais uma vez obrigado pela sua disponibilidade. Até breve.
Educadora A: Adeus.
243
244
Anexo G2 - Protocolo da Entrevista à Educadora de Infância B
245
246
Ficha técnica
Entrevista
1
Entrevistado
Educadora B
Entrevistador
Próprio
Local/cenário
Jardim-de-infância, Sala da Educadora B
Data/hora
1 de Outubro de 2010, às 17:30
Duração
45 minutos
Suportes de registo
Folha de papel, gravador digital da Sony
247
Entrevista à Educadora de Infância B
Entrevistador: Olá muito boa tarde!
Educadora B: Boa tarde! Onde quer fazer a entrevista?
Entrevistador: Por mim é indiferente, a Educadora escolha o local da sala que prefere.
Educadora B: Então pode ser nesta mesa azul.
Entrevistador: Como já tinha referido aquando do pedido da autorização da entrevista. Sou
aluna do Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico. No âmbito
deste estamos a desenvolver uma investigação: “Analisar em que medida a frequência de
creche contribui para a adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância – Um estudo
comparativo”. Deste modo iremos observar duas crianças que frequentaram creche e duas
que não frequentaram, de modo a ser possível comparar a adaptação destas ao contexto
jardim-de-infância. Alguma dúvida sobre o estudo?
Educadora B: Não, nenhum.
Entrevistador: Que idade tem?
Educadora B: Tenho 34 anos.
Entrevistador: Há quantos anos trabalha como Educadora?
Educadora: Este é o meu terceiro ano. Mas durante 10 anos fui auxiliar nesta instituição.
Entrevistador: Então conhece bem esta instituição?
Educadora B: Sim, trabalho há 13 anos na instituição. Nunca trabalhei noutro lugar, fiz aqui
estágio como Animadora Sociocultural e aqui fiquei. E penso que o ter desempenhado as
funções de Auxiliar e agora Educadora, permitiu-me conhecer bem o funcionamento da
instituição.
Entrevistador: É responsável por este grupo há quanto tempo?
Educadora B: Estou com o grupo, quase todo, desde que as crianças tinham um ano de idade,
desde que sou Educadora.
248
Entrevistador: Considera que uma criança que frequentou a creche se adapta melhor às
rotinas diárias? Justifique.
Educadora B: Sim, uma criança que frequentou creche adapta-se melhor às rotinas diárias
comparada, com uma criança que não frequentou creche. Uma vez que uma criança que
frequentou creche já passou por esta experiência, logo o período de adaptação às rotinas
diárias será muito menor que uma criança que não frequentou creche. Uma criança que já
frequentou creche já consegue, muitas vezes, antecipar o que vai fazer a seguir, deste modo
sente-se mais segura.
Entrevistador: A adaptação aos horários é sentida de diferente modo pelas crianças que
frequentaram a creche com as que não a frequentaram? Justifique.
Educadora B: É uma adaptação que se nota muito a diferença entre as crianças que
frequentaram creche com as que não frequentaram. É mais difícil uma criança que nunca
frequentou creche se adaptar aos horários do jardim-de-infância. As crianças que
frequentaram creche estão habituadas a horários, já adquiriram, mesmo que não sejam os
mesmos, que existem e que têm de ser cumpridos. As crianças que não frequentaram creche
precisam de tempo para se adaptarem aos horários.
Entrevistador: Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a
frequentaram, na sua opinião, quais são as crianças que aderem mais facilmente às regras
do jardim-de-infância?
Educadora B: As crianças que não frequentaram creche têm mais dificuldades em aderir a
determinadas regras, principalmente no período de adaptação. Estas demoram mais tempo a
perceber que existem regras no jardim-de-infância e que têm de ser cumpridas. As crianças
que frequentaram a creche já têm mais facilidade em compreender as regras do jardim-deinfância, pois também na creche existiam regras, as quais tinham de ser cumpridas. Deste
modo pode-se afirmar que as crianças que frequentaram a creche aderem mais facilmente às
regras do jardim-de-infância.
Entrevistador: Considera que, de uma forma geral, uma criança que frequentou a creche
adere mais às propostas de diferentes actividades do jardim-de-infância?
Educadora B: Sim… Porque já estão habituadas a realizar variadas actividades, utilizares
diversos materiais. Para as crianças que frequentaram creche qualquer actividade realizada
já não é totalmente novidade, há sempre uma parte desta que se assemelha a alguma já
realizada na creche. Por exemplo mexer em tintas, pintar com pincéis, com esponjas, com
uma parte do seu corpo. As crianças que frequentaram creche aderem mais a actividades de
249
expressão motora, como por exemplo percursos, têm mais facilidade em controlam o seu
corpo. As crianças que frequentaram creche têm mais facilidade em expressarem-se nas
actividades, tem um vocabulário mais vasto. As crianças que não frequentaram creche
inibem-se mais nas actividades propostas.
Entrevistador: Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a
frequentaram, na sua opinião, quais são as crianças que interagem melhor com as colegas
da sala?
Educadora B: No período de adaptação as crianças que frequentam creche interagem mais
com os colegas, pois normalmente a maioria destes colegas já pertenceram ao seu grupo nos
anos anteriores. Mas algumas crianças que não frequentaram creche também interagem bem
com os colegas de sala, depende muito da personalidade destas crianças e da necessidade
que estas têm em interagir com crianças da mesma idade. As crianças que estão habituadas a
conviver com crianças da mesma idade, mesmo que não tenha frequentado creche,
normalmente interagem mais e melhor com os colegas de sala.
Entrevistador: Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a
frequentaram, na sua opinião, quais são as crianças que interagem melhor com os
adultos?
Educadora B: Na minha opinião não acho que seja o facto de frequentaram a creche que faz
com que as crianças tenham uma interacção melhor com os adultos. Penso que depende
muito da personalidade de cada criança e das relações que têm com os adultos fora do
jardim-de-infância. Existem, por vezes, crianças que por não terem convivência com crianças
fora da instituição, gosta mais de estar junto dos adultos.
Entrevistador: Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a
frequentaram, na sua opinião, quais são as crianças que partilham mais os brinquedos?
Educadora B: As crianças na creche aprendem a partilhar os brinquedos com os colegas da
sala. Por este motivo as crianças que frequentaram creche têm mais facilidade em partilhar
com os colegas os brinquedos da sala e os brinquedos que trazem de casa. As crianças que não
frequentaram creche têm mais dificuldade em partilhar os brinquedos, é uma aprendizagem
que demora tempo, principalmente as crianças que não têm irmãos.
Entrevistador: Comparando as crianças que frequentaram a creche com as que não a
frequentaram, na sua opinião, quais são as crianças que expressam os sentimentos de
modos socialmente aceitáveis?
250
Educadora B: Na minha opinião, o facto de as criança serem capazes de expressar os
sentimentos de modos socialmente aceitáveis, não depende do facto de ter frequentado a
creche ou não varia de criança para criança e da sua estrutura familiar.
Entrevistador: Considera que uma criança que frequentou a creche é mais sociável?
Justifique.
Educadora B: Sim…Na adaptação ao jardim-de-infância é muito visível que uma criança que
frequentou creche é mais sociável. Uma criança que frequentou creche está mais habituada a
conviver com crianças da sua idade e não só. As crianças que frequentam creche adquiriram
durante este período várias aprendizagens sobre a relação/interacção com os outros, tanto
com crianças como com adultos. Depois com o passar do tempo essa diferença de
sociabilidade entre uma criança que frequentou creche com uma que não frequentou torna-se
menos evidente.
Entrevistador: Na sua opinião qual considera ser o papel da creche no desenvolvimento
social da criança e neste sentido na adaptação ao jardim-de-infância?
Educadora B: A creche tem um papel fundamental nos dias de hoje. Na minha opinião se os
pais ou avôs tiverem possibilidade de ficar com a criança durante o primeiro ano desta, penso
que é bom para a criança, pois tem assim um acompanhamento mais individual, com muito
carinho e amor. Depois, da criança ter um ano, acho que é muito importante para esta
frequentar creche, pois na sociedade actual, é cada vez mais importante que a criança
arranje defesas. A criança ao frequentar a creche tem oportunidade de conviver com muitas
crianças da mesma idade e também com vários adultos. As crianças que não frequentaram
creche não tendo vivido estas situações, têm a adaptação ao jardim-de-infância dificultada,
pois a maioria destas estão privadas de conviver com crianças e adultos que não sejam da
família, são superprotegidas pelo adulto que tomou conta desta. Deste modo penso que a
creche tem um papel importante no desenvolvimento social da criança, pois permite à
criança realizar muitas aprendizagens relacionadas com a socialização, facilitando assim a
adaptação desta ao jardim-de-infância.
Entrevistador: Muito obrigado pela sua colaboração. Depois de uma primeira análise, caso se
despistem lacunas na informação recolhida, imprecisões ou respostas em que o sentido é
dúbio entrarei em contacto com a Educadora para pedir esclarecimento. Enviar-lhe-ei a
transcrição integral da entrevista, por correio electrónico, com o objectivo de confirmar e
comprovar do seu conteúdo, acrescentar ou retirar algo ao que foi transmitido.
Educadora B: Pode-me contactar sempre que precisar.
251
Entrevistador: Obrigado pela sua disponibilidade. Após a finalização e apresentação pública
do estudo comprometo-me a enviar um exemplar para a instituição.
Educadora B: Ficamos à espera! E bom trabalho!
Entrevistador: Obrigado por tudo. Adeus.
Educadora B: Adeus.
252
Anexo G3 - Protocolo da Entrevista à Mãe da Criança 1 (MC1)
253
254
Ficha técnica
Entrevista
3
Entrevistado
Mãe da C1
Entrevistador
Próprio
Local/cenário
Jardim-de-infância, Sala das Educadoras
Data/hora
18 de Outubro de 2010, às 17:30
Duração
65 minutos
Suportes de registo
Folha de papel, gravador digital da Sony
255
Entrevista à Mãe da C1
Mãe da C1: Boa tarde!
Entrevistador: Muito boa tarde! Vamos para a sala das Educadoras para estarmos mais à
vontade!
Mãe da C1: Está bem.
Entrevistador: Como já tinha referido aquando do pedido da autorização da entrevista. Sou
aluna do Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico. No âmbito
deste estamos a desenvolver uma investigação: “Analisar em que medida a frequência de
creche contribui para a adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância – Um estudo
comparativo”. Deste modo iremos observar duas crianças que frequentaram creche e duas
que não frequentaram, de modo a ser possível comparar a adaptação destas ao contexto
jardim-de-infância. Se não compreendeu ou tem alguma dúvida sobre o estudo pergunte.
Mãe da C1: As crianças que vai observar são todas da sala da minha filha?
Entrevistador: Não. Porque só existe uma criança no grupo da sua filha que não frequentou
creche. Por isso tenho que observar outra criança de outro grupo.
Mãe da C1: Está bem.
Entrevistador: As informações recolhidas durante a entrevista serão confidenciais e preciso
de gravador áudio para gravar a entrevista para depois pode-la transcrever na íntegra.
Mãe da C1: Está bem.
Entrevistador: Qual a data de nascimento da sua filha?
Mãe da C1: Nasceu dia 21 de Setembro de 2007.
Entrevistador: Durante a gravidez teve alguma doença?
Mãe da C1: Não.
Entrevistador: Durante a gravidez teve hemorragias?
Mãe da C1: Não.
256
Entrevistador: Fumou e/ou consumiu bebidas alcoólicas durante a gravidez?
Mãe da C1: Não.
Entrevistador: Durante a gravidez sofreu alguma queda?
Mãe da C1: Tive um acidente de automóvel, um carro bateu-me por trás, fui ao hospital por
precaução, mas felizmente estava tudo bem.
Entrevistador: Teve alguma outra complicação durante a gravidez?
Mãe da C1: Sim tive.
Entrevistador: Que complicação foi essa?
Mãe da C1: Tive contracções desde os quatro meses e meio, desde essa altura estive de
repouso em casa até ao nascimento.
Entrevistador: Com quantas semanas a sua filha nasceu?
Mãe da C1: Nasceu com 38 semanas e seis dias.
Entrevistador: Que tipo de parto teve?
Mãe da C1: O parto foi normal.
Entrevistador: Qual a posição da sua filha no nascimento?
Mãe da C1: Normal, nasceu de cabeça.
Entrevistador: A sua filha apresentava algum problema na altura do nascimento?
Mãe da C1: Não.
Entrevistador: Ao nascer qual o peso, altura e perímetro cefálico da sua filha?
Mãe da C1: Pesava 2,900kg, a sua altura era de 47cm e o perímetro cefálico era de 30cm.
Entrevistador: A sua filha após o nascimento teve icterícia?
257
Mãe da C1: Não.
Entrevistador: A sua filha após o nascimento teve febre?
Mãe da C1: Não.
Entrevistador: A sua filha permaneceu na incubadora?
Mãe da C1: Não.
Entrevistador: A sua filha foi amamentada ao peito?
Mãe da C1: Sim.
Entrevistador: Durante quanto tempo?
Mãe da C1: Durante 3 meses.
Entrevistador: Faça uma breve descrição sobre a sua filha nos primeiros seis meses (foi
uma criança saudável, usou chupeta, dormia bem, …).
Mãe da C1: A C1 começou a dormir toda a noite aos dois meses e meio, era sossegada, mas
quando estava agitada a única coisa que a calmava era a chupeta. Era muito atrevida mexiase muito, agarrava com força os dedos, com um mês já sorria muito. Aos seis meses já se
empinava nas cadeiras e nas mesas, foi sempre saudável.
Entrevistador: Com que idade a sua filha disse as primeiras palavras?
Mãe da 1: Começou a falar aos 10 meses.
Entrevistador: Com que idade a sua filha se sentou com apoio?
Mãe da C1: Aos seis meses.
Entrevistador: Com que idade a sua filha se sentou sem apoio?
Mãe da C1: Aos seis meses e meio.
Entrevistador: Com que idade a sua filha gatinhou?
258
Mãe da C1: Com sete meses começou a gatinhar.
Entrevistador: Com que idade a sua filha ficou de pé com apoio?
Mãe da C1: Aos 11 meses.
Entrevistador: Com que idade a sua filha ficou de pé sem apoio?
Mãe da C1: Aos 12 meses.
Entrevistador: Com que idade a sua filha andou?
Mãe da C1: A C1 começou a andar com 13 meses.
Entrevistador: Com que idade a sua filha comeu sozinha?
Mãe da C1: Só com dois anos, na escolinha, era muito preguiçosa.
Entrevistador: Com que idade a sua filha controlou os esfíncteres (vesical e anal)?
Mãe da C1: Começou a controlar a o mesmo tempo a cocó e o chichi foi aos dois anos e meio.
Entrevistador: A sua filha vai ao médico regularmente?
Mãe da C1: Sim, agora vai às consultas de ano a ano, para a semana tem a dos três anos.
Entrevistador: A sua filha esteve alguma vez internada?
Mãe da C1: Não.
Entrevistador: A sua filha foi submetida a teste de audição e ou a teste de visão?
Mãe da C1: Não.
Entrevistador: Com quem vive a sua filha?
Mãe da C1: Com a mãe e o Jorge, o meu companheiro.
Entrevistador: Onde vive a sua filha?
259
Mãe da C1: Vive em Castelo Branco.
Entrevistador: A sua filha tem irmãos?
Mãe da C1: Não.
Entrevistador: Em casa, com quem brinca?
Mãe da C1: Brinca com a mãe, com o Jorge e sozinha quando nós não podemos.
Entrevistador: Com quem esteve a sua filha durante os primeiros quatro meses?
Mãe da C1: Esteve com a mãe durante este período.
Entrevistador: A sua filha frequentou a creche?
Mãe da C1: Sim.
Entrevistador: Com que idade entrou na creche?
Mãe da C1: Entrou após ter feito quatro meses, no primeiro mês de creche eu estava de
férias, durante este a C1 não foi a tempo inteiro, foi a forma de se adaptar gradualmente à
creche, e foi muito boa.
Entrevistador: Porque razão optou colocar a sua filha na creche?
Mãe da C1: A razão principal foi o trabalho, mas mesmo que não trabalhasse eu teria
colocado a C1 na mesma na creche. Na creche desenvolvem-se mais, é muito importante para
as crianças.
Entrevistador: Como foi a sua participação na creche da sua filha?
Mãe da C1: Tive uma participação activa, fui sempre às reuniões, sempre que possível falava
com a Educadora para saber como estava a C1, como tinha passado o dia.
Entrevistador: Caracterize a creche que a sua filha frequentou?
Mãe da C1: Gostei muito da creche, excelente, tanto a nível do pessoal como do espaço e do
material.
260
Entrevistador: Qual a importância da creche no desenvolvimento social da sua filha?
Mãe da C1: Na minha opinião a creche é muito importante para o desenvolvimento social das
crianças, porque estas aprendem a conviver com muitas crianças e adultos, a estar em grupo,
a partilhar. Também devido ao facto de estarem com uma Educadora durante todo o dia, com
a qual realizam actividades específicas que fazem com que o desenvolvimento social se
desenvolva de forma correcta e rápida.
Entrevistador: Na sua opinião qual o papel da creche nos dias de hoje?
Mãe da C1: A creche é muito importante nos dias de hoje, pois para além de ser uma
necessidade para os pais, permite que as crianças se desenvolvam mais e mais rapidamente.
Pois as crianças são acompanhadas por uma Educadora, uma profissional que sabe como
estimulá-las para que assim ocorra um desenvolvimento mais rápido, também o facto de
conviverem com muitas crianças da mesma idade e não só, aprendem mais sobre realidades
que em casa não existem.
Entrevistador: Se não precisasse de trabalhar colocaria a sua filha na creche?
Mãe da C1: Sim, como já referi anteriormente, não seria a tempo inteiro.
Entrevistador: Normalmente, quem leva a sua filha ao jardim-de-infância?
Mãe da C1: Sou eu ou o meu companheiro depende dos horários, como são rotativos.
Entrevistador: Como fica a sua filha quando a leva ao jardim-de-infância?
Mãe da C1: Fica muito bem, adora ir para a escolinha ter com os amigos.
Entrevistador: Quem vem buscar a sua filha ao jardim-de-infância?
Mãe da C1: Também sou eu ou o meu companheiro, depende do horário.
Entrevistador: Como encontra a sua filha quando chega ao jardim-de-infância?
Mãe da C1: Sempre bem, muitas vezes nem quer vir para casa, quer ficar mais tempo a
brincar com os seus amiguinhos.
Entrevistador: Diga, em média, quantas horas diárias está na instituição?
261
Mãe da C1: Está normalmente 8horas e meia. Quando estou de folga, fica muitas vezes
comigo em casa ou vou buscá-la mais cedo.
Entrevistador: Porque razão optou por colocar a sua filha neste jardim-de-infância?
Mãe da C1: Porque a creche que a C1 frequentou pertence à mesma instituição do jardim-deinfância que frequenta. Como adorei a creche, tinha cem por cento de confiança nesta,
mantive-a na mesma instituição, tem uma equipa de trabalho óptima e o espaço também é
muito bom.
Entrevistador: A entrada da sua filha no jardim-de-infância provocou em si que
sentimentos?
Mãe da C1: Senti-me orgulhosa da C1, está a ficar crescida. Mas não senti nenhum receio da
sua entrada para o jardim-de-infância, pois ficou na mesma instituição, com a mesma
Educadora e praticamente o mesmo grupo.
Entrevistador: Em relação à adaptação da sua filha ao jardim-de-infância, como pensa que
decorreu?
Mãe da C1: Correu bem, não sentiu nenhuma dificuldade em adaptar-se, estava
completamente integrada no grupo e tem uma boa relação com a Educadora. Só a Auxiliar
não é a mesma, mas a C1 já a conhecia do ano anterior era a Auxiliar que a recebia de manhã
na instituição, não houve nenhum problema de adaptação a esta.
Entrevistador: A sua filha tem uma boa relação com as crianças do jardim-de-infância?
Mãe da C1: Sim, a Educadora comenta comigo que se dá bem com todos os coleguinhas,
nunca tive nenhuma queixa.
Entrevistador: A sua filha tem uma boa relação com os adultos do jardim-de-infância?
Mãe da C1: Também, fica bem com qualquer adulto da instituição.
Entrevistador: Em casa a sua filha fala sobre colegas e/ou adultos do jardim-de-infância?
Mãe da C1: Sim, principalmente quando está a brincar sozinha, faz de conta que está a
brincar com os seus amigos do jardim-de-infância, diz os seus nomes. Também conta o que se
passou durante o dia no jardim-de-infância, falando assim dos seus colegas, da Educadora e
262
da Auxiliar. Também fala das professoras de Educação Física e de Música, gosta muito de
Música.
Entrevistador: Como caracteriza a sua filha?
Mãe da C1: É uma menina linda, é muito teimosa, muitas vezes testa-nos até ao limite, mas é
muito meiga. A C1 é esperta, muito esperta, gosta muito da escolinha.
Entrevistador: O que mais gosta de fazer a sua filha?
Mãe da C1: Brincar com os bonecos, mas ainda gosta mais de ajudar na cozinha, faz várias
tarefas, uma delas é ajudar a fazer a salada.
Entrevistador: O que menos gosta de fazer a sua filha?
Mãe da C1: O que lhe mandam, detesta ser mandada, é muito teimosa.
Entrevistador: Quais são os seus jogos/brincadeiras preferidas da sua filha?
Mãe da C1: Brincar com as bonecas e fazer puzzles.
Entrevistador: Com quem costuma brincar?
Mãe da C1: Com a mãe, com o Jorge e sozinha, não tem primos para brincar, com crianças
normalmente é só na escolinha.
Entrevistador: Como se relaciona com outras crianças?
Mãe da C1: Muito bem, vai logo meter-se com elas, fala muito e brinca muito.
Entrevistador: Como se relaciona com os adultos?
Mãe da C1: Gosta de estar com os adultos, conversa muito, relaciona-se bem com estes.
Entrevistador: Como reage a sua filha a novos ambientes?
Mãe da C1: Fica mais agitada, mas depois adapta-se bem, gosta de conhecer novos sítios.
Dorme bem e não estranha a cama.
Entrevistador: Como reage a sua filha a pessoas estranhas?
263
Mãe da C1: Não fala, afasta-se.
Entrevistador: Acha que a frequência ou não na creche teve importância para a adaptação
da sua filha ao jardim-de-infância?
Mãe da C1: É claro que teve, influenciou o facto de estar habituada a conviver com muitas
crianças e adultos. O facto de estar na creche permitiu que a adaptação ao jardim-deinfância fosse muito boa, já estava adaptada ao ritmo dos horários, o facto de termos de ir
trabalhar, à instituição.
Entrevistador: Muito obrigado pela sua colaboração. Depois de uma primeira análise, caso se
despistem lacunas na informação recolhida, imprecisões ou respostas em que o sentido é
duvidoso entrarei em contacto consigo para pedir esclarecimento. Enviar-lhe-ei a transcrição
integral da entrevista, por correio electrónico, com o objectivo de confirmar e comprovar do
seu conteúdo, acrescentar ou retirar algo ao que foi transmitido.
Mãe da C1: Está bem.
Entrevistador: Quero ainda referir que após a finalização e defesa do estudo comprometo-me
a enviar um exemplar.
Mãe da C1: Está bem. Obrigado.
Entrevistador: Mais uma vez obrigado pela sua disponibilidade.
Mãe da C1: De nada.
264
Anexo G4 - Protocolo da Entrevista à Mãe da Criança 2 (MC2)
265
266
Ficha técnica
Entrevista
5
Entrevistado
Mãe da C2
Entrevistador
Próprio
Local/cenário
Jardim-de-infância, Sala das Educadoras
Data/hora
25 de Outubro de 2010, às 17:30
Duração
70 minutos
Suportes de registo
Folha de papel, gravador digital da Sony
267
Entrevista à Mãe da C2
Mãe da C2: Muito boa tarde!
Entrevistador: Boa tarde! Vamos para a sala das Educadoras para estarmos mais à vontade!
Mãe da C2: Está bem.
Entrevistador: Como já tinha referido aquando do pedido da autorização da entrevista. Sou
aluna do Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico. No âmbito
deste estamos a desenvolver uma investigação: “Analisar em que medida a frequência de
creche contribui para a adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância – Um estudo
comparativo”. Deste modo iremos observar duas crianças que frequentaram creche e duas
que não frequentaram, de modo a ser possível comparar a adaptação destas ao contexto
jardim-de-infância. Ficou esclarecida ou ainda tem alguma dúvida sobre o estudo?
Mãe da C2: Fiquei esclarecida.
Entrevistador: As informações recolhidas durante a entrevista serão confidenciais e preciso
de gravador áudio para gravar a entrevista para depois pode-la transcrever na íntegra.
Mãe da C2: Está bem, não há problema.
Entrevistador: Qual a data de nascimento do seu filho?
Mãe da C2: Nasceu dia 14 de Abril de 2007.
Entrevistador: Durante a gravidez teve alguma doença?
Mãe da C2: Não.
Entrevistador: Durante a gravidez teve hemorragias?
Mãe da C2: Não.
Entrevistador: Fumou e/ou consumiu bebidas alcoólicas durante a gravidez?
Mãe da C2: Não.
Entrevistador: Durante a gravidez sofreu alguma queda?
268
Mãe da C2:Não.
Entrevistador: Teve alguma outra complicação durante a gravidez?
Mãe da C2: Não.
Entrevistador: Com quantas semanas o seu filho nasceu?
Mãe da C2: Nasceu com 39 semanas.
Entrevistador: Que tipo de parto teve?
Mãe da C2: O parto foi normal.
Entrevistador: Qual a posição do seu filho no nascimento?
Mãe da C2: Nasceu de cabeça.
Entrevistador: O seu filho apresentava algum problema na altura do nascimento?
Mãe da C2: Não.
Entrevistador: Ao nascer qual o peso, altura e perímetro cefálico do seu filho?
Mãe da C2: Pesava 3,320 kg, a sua altura era de 51cm e o perímetro cefálico era de 35,5cm.
Entrevistador: O seu filho após o nascimento teve icterícia?
Mãe da C2: Não.
Entrevistador: O seu filho após o nascimento teve febre?
Mãe da C2: Não.
Entrevistador: O seu filho permaneceu na incubadora?
Mãe da C2: Não.
Entrevistador: O seu filho foi amamentado ao peito?
269
Mãe da C2: Sim.
Entrevistador: Durante quanto tempo?
Mãe da C2: Durante 6 meses.
Entrevistador: Faça uma breve descrição sobre o seu filho nos primeiros seis meses (foi
uma criança saudável, usou chupeta, dormia bem, …).
Mãe da C2: A C2 usava chupeta, foi aconselhada pelo médico, não teve problemas de saúde,
era um menino muito sossegado e dormia bem.
Entrevistador: Com que idade o seu filho disse as primeiras palavras?
Mãe da C2: Começou a falar aos 14 meses.
Entrevistador: Com que idade o seu filho se sentou com apoio?
Mãe da C2: Aos seis meses.
Entrevistador: Com que idade o seu filho se sentou sem apoio?
Mãe da C2: Aos oito meses.
Entrevistador: Com que idade o seu filho gatinhou?
Mãe da C2: Com um anito começou a gatinhar.
Entrevistador: Com que idade o seu filho ficou de pé com apoio?
Mãe da C2: Aos 13 meses.
Entrevistador: Com que idade o seu filho ficou de pé sem apoio?
Mãe da C2: Aos 14 meses.
Entrevistador: Com que idade o seu filho andou?
Mãe da C2: Aos 15 meses.
270
Entrevistador: Com que idade o seu filho comeu sozinho?
Mãe da C2: Com 1 ano começou a pegar no colher e a comer.
Entrevistador: Com que idade o seu filho controlou os esfíncteres (vesical e anal)?
Mãe da C2: Com dois anos começou a controlar o chichi, o cocó foi aos dois anos e meio.
Entrevistador: O seu filho vai ao médico regularmente?
Mãe da C2: Sim até aos três anos ia com mais frequência por causa das vacinas, agora vou
com menos frequência.
Entrevistador: O seu filho esteve alguma vez internado?
Mãe da C2: Não.
Entrevistador: O seu filho foi submetido a teste de audição e ou a teste de visão?
Mãe da C2: Não.
Entrevistador: Com quem vive o seu filho?
Mãe da C2: Com os pais e o mano.
Entrevistador: Onde vive o seu filho?
Mãe da C2: Vive em Castelo Branco.
Entrevistador: O seu filho tem irmãos?
Mãe da C2: Sim, tem um.
Entrevistador: Com que idade?
Mãe da C2: O mano tem cinco anos.
Entrevistador: Em casa, com quem brinca?
271
Mãe da C2: Com os pais e com o mano, agora mais com o mano.
Entrevistador: Com quem esteve o seu filho durante os primeiros quatro meses?
Mãe da C2: Esteve com a mãe, durante cinco meses.
Entrevistador: O seu filho frequentou a creche?
Mãe da C2: Sim.
Entrevistador: Com que idade entrou na creche?
Mãe da C2: Entrou com cinco meses.
Entrevistador: Porque razão optou colocar o seu filho na creche?
Mãe da C2: Eu tinha a possibilidade de deixar a C2 com a minha mãe, mas optei pela creche,
já tinha lá o meu outro filho. E acho que a creche é fundamental para o desenvolvimento das
crianças; aprenderem regras com os avós era mais complicado.
Entrevistador: Como foi a sua participação na creche do seu filho?
Mãe da C2: Participei sempre nas reuniões da instituição, nas festas de Natal e final de ano
lectivo.
Entrevistador: Caracterize a creche que o seu filho frequentou?
Mãe da C2: A creche tem boas condições, com um ambiente acolhedor, os adultos são
pessoas espectaculares.
Entrevistador: Qual a importância da creche no desenvolvimento social do seu filho?
Mãe da C2: Tem um papel fundamental, porque a criança é acompanhada por um profissional
durante todo o dia. Na creche aprende muito, aprende a partilhar, a estar em grupo com
crianças da sua idade, a relacionar-se com diferentes adultos.
Entrevistador: Na sua opinião qual o papel da creche nos dias de hoje?
272
Mãe da C2: A creche hoje em dia tem um papel fundamental, as crianças desenvolvem-se
mais rápido, aprendem muito sobre muitas coisas, fiquei muitas vezes impressionada com as
coisas que a C2 me contava quando chegava a casa.
Entrevistador: Se não precisasse de trabalhar colocaria o seu filho na creche?
Mãe da C2: Sim, não a tempo inteiro, vinha buscá-lo mais cedo.
Entrevistador: Normalmente, quem leva o seu filho ao jardim-de-infância?
Mãe da C2: Os pais.
Entrevistador: Como fica o seu filho quando o leva ao jardim-de-infância?
Mãe da C2: Fica contente, dá um beijinho a cada um e vai para junto dos amigos.
Entrevistador: Quem vem buscar o seu filho ao jardim-de-infância?
Mãe da C2: Quase sempre o pai.
Entrevistador: Como encontra o seu filho quando chega ao jardim-de-infância?
Mãe da C2: Mais contente do que fica de manhã, quer sempre ficar mais um pouco a brincar
com os amigos.
Entrevistador: Diga, em média, quantas horas diárias está na instituição?
Mãe da C2: Está 9 horas.
Entrevistador: O seu filho partilha a mesma instituição com algum irmão?
Mãe da C2: Sim.
Entrevistador: Porque razão optou por colocar o seu filho neste jardim-de-infância?
Mãe da C2: Porque a creche que o meu filho frequentou pertence à mesma instituição, já
tinha um filho neste jardim-de-infância. E porque o ambiente é óptimo e acolhedor.
Entrevistador: A entrada do seu filho no jardim-de-infância provocou em si que
sentimentos?
273
Mãe da C2: Só de alegria, não fiquei preocupada com a mudança, pois a C2 manteve-se na
mesma instituição, com a mesma Educadora.
Entrevistador: Em relação à adaptação do seu filho ao jardim-de-infância, como pensa que
decorreu?
Mãe da C2: Correu muito bem, sentiu que há coisas diferentes, a sala é maior, mais livros e
brinquedos, a Auxiliar não é a mesma. Mas não sentiu nenhuma dificuldade em adaptar-se.
Entrevistador: O seu filho tem uma boa relação com as crianças do jardim-de-infância?
Mãe da C2: Sim, é muito dado.
Entrevistador: O seu filho tem uma boa relação com os adultos do jardim-de-infância?
Mãe da C2: Também, é um espectáculo a forma como se relaciona com os adultos.
Entrevistador: Em casa o seu filho fala sobre colegas e/ou adultos do jardim-de-infância?
Mãe da C2: Conta tudo, no dia-a-dia conta o que faz, o que aconteceu, diz mesmo “vamos
conversar mamã”.
Entrevistador: Como caracteriza o seu filho?
Mãe da C2: Tem uma personalidade muito forte, testa os pais até ao limite, é muito teimoso,
divertido, bem-disposto, muito meigo, gosta de partilhar, tem um sentido de humor muito
apurado, gosta de mandar piadas. A C2 gosta muito de aprender, adora a escolinha e de
brincar com os papás e o mano.
Entrevistador: O que mais gosta de fazer o seu filho?
Mãe da C2: Brincar, adora andar de trotineta, passear no campo, gosta muito de pintar, de
música, de cantar e dançar. Gosta muito de brincar com carros e ver filmes.
Entrevistador: O que menos gosta de fazer o seu filho?
Mãe da C2: De lavar os dentes, de se vestir, de se sentar à mesa, às horas que os pais
mandam, diz sempre “é só mais um bocadinho”.
274
Entrevistador: Quais são os seus jogos/brincadeiras preferidos/as do seu filho?
Mãe da C2: Brincar com os carros e fazer construções.
Entrevistador: Com quem costuma brincar?
Mãe da C2: Com os pais, mano e com os primos, tem muitos. Também com filhos de casais
nossos amigos.
Entrevistador: Como se relaciona com outras crianças?
Mãe da C2: Relaciona-se muito bem, é tímido, mas é muito fácil de lidar com ele.
Entrevistador: Como se relaciona com os adultos?
Mãe da C2: Bem, conversa muito com os adultos.
Entrevistador: Como reage o seu filho a novos ambientes?
Mãe da C2: Normalmente reage muito bem, gosta de conhecer novos ambientes, e reage
“UAUH!”. Só para dormir é que estranha um pouco.
Entrevistador: Como reage o seu filho a pessoas estranhas?
Mãe da C2: A pessoas estranhas reage com timidez, não dirige a palavra.
Entrevistador: Acha que a frequência ou não na creche teve importância para a adaptação
do seu filho ao jardim-de-infância?
Mãe da C2: É obvio que sim, tendo frequentando a creche a adaptação ao jardim-de-infância
foi muito mais fácil, não teve qualquer dificuldade.
Entrevistador: Muito obrigado pela sua colaboração. Depois de uma primeira análise, caso se
despistem lacunas na informação recolhida, imprecisões ou respostas em que o sentido é
duvidoso entrarei em contacto consigo para pedir esclarecimento. Enviar-lhe-ei a transcrição
integral da entrevista, por correio electrónico, com o objectivo de confirmar e comprovar do
seu conteúdo, acrescentar ou retirar algo ao que foi transmitido.
Mãe da C2: Está bem, ficarei à espera.
275
Entrevistador: Quero ainda referir que após a finalização e defesa do estudo comprometo-me
a enviar um exemplar.
Mãe da C2: Obrigado.
Entrevistador: Mais uma vez obrigado pela sua disponibilidade.
Mãe da C2: Se precisar de mais alguma informação estou sempre disponível.
276
Anexo G5 - Protocolo da Entrevista à Mãe da Criança 3 (MC3)
277
278
Ficha técnica
Entrevista
4
Entrevistado
Mãe da C3
Entrevistador
Próprio
Local/cenário
Jardim-de-infância, Sala das Educadoras
Data/hora
20 de Outubro de 2010, às 17:30
Duração
50 minutos
Suportes de registo
Folha de papel, gravador digital da Sony
279
Entrevista à Mãe da C3
Mãe da C3: Olá. Boa tarde!
Entrevistador: Muito boa tarde! Vamos para a sala das Educadoras para estarmos mais à
vontade!
Mãe da C3: Está bem.
Entrevistador: Como já tinha referido aquando do pedido da autorização da entrevista. Sou
aluna do Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico. No âmbito
deste estamos a desenvolver uma investigação: “Analisar em que medida a frequência de
creche contribui para a adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância – Um estudo
comparativo”. Deste modo iremos observar duas crianças que frequentaram creche e duas
que não frequentaram, de modo a ser possível comparar a adaptação destas ao contexto
jardim-de-infância. Se não compreendeu ou tem alguma dúvida sobre o estudo pergunte.
Mãe da C3: Compreendi.
Entrevistador: As informações recolhidas durante a entrevista serão confidenciais e preciso
de gravador áudio para gravar a entrevista para depois pode-la transcrever na íntegra.
Mãe da C3: Está bem.
Entrevistador: Qual a data de nascimento da sua filha?
Mãe da C3: Nasceu dia 14 de Outubro de 2007.
Entrevistador: Durante a gravidez teve alguma doença?
Mãe da C3: Não.
Entrevistador: Durante a gravidez teve hemorragias?
Mãe da C3: Não.
Entrevistador: Fumou e/ou consumiu bebidas alcoólicas durante a gravidez?
Mãe da C3: Não.
Entrevistador: Durante a gravidez sofreu alguma queda?
280
Mãe da C3: Não.
Entrevistador: Teve alguma outra complicação durante a gravidez?
Mãe da C3: Não.
Entrevistador: Com quantas semanas a sua filha nasceu?
Mãe da C3: Nasceu com 38 semanas.
Entrevistador: Que tipo de parto teve?
Mãe da C3: Normal, com ventosas mas não foram quase usadas.
Entrevistador: Qual a posição da sua filha no nascimento?
Mãe da C3: Nasceu de cabeça.
Entrevistador: A sua filha apresentava algum problema na altura do nascimento?
Mãe da C3: Não.
Entrevistador: Ao nascer qual o peso, altura e perímetro cefálico da sua filha?
Mãe da C3: Pesava 2,490 kg, a sua altura era de 48cm e o perímetro cefálico era de 32,5cm.
Entrevistador: A sua filha após o nascimento teve icterícia?
Mãe da C3: Não.
Entrevistador: A sua filha após o nascimento teve febre?
Mãe da C3: Não.
Entrevistador: A sua filha permaneceu na incubadora?
Mãe da C3: Não.
Entrevistador: A sua filha foi amamentada ao peito?
281
Mãe da C3: Sim.
Entrevistador: Quanto tempo?
Mãe da C3: Até ao 1ano só bebeu leite materno, depois do ano ainda bebeu leite materno até
aos 2 anos.
Entrevistador: Faça uma breve descrição sobre a sua filha nos primeiros seis meses (foi
uma criança saudável, usou chupeta, dormia bem, …).
Mãe da C3: Era uma menina muito complicada, tinha muitas cólicas, por isso chorava muito,
dia e noite, por isso dormia muito pouco. No entanto, tirando as cólicas foi saudável e não
usava chupeta.
Entrevistador: Com que idade a sua filha disse as primeiras palavras?
Mãe da C3: Disse a primeira palavra aos 8 meses, aos 9 meses já dizia várias palavras.
Entrevistador: Com que idade a sua filha se sentou com apoio?
Mãe da C3: Aos 8 meses.
Entrevistador: Com que idade a sua filha se sentou sem apoio?
Mãe da C3: Aos 9 meses conseguiu sentaram-se sem ajuda.
Entrevistador: Com que idade a sua filha gatinhou?
Mãe da C3: Começou a gatinhar com um ano.
Entrevistador: Com que idade a sua filha ficou de pé com apoio?
Mãe da C3: Com 13 meses.
Entrevistador: Com que idade a sua filha ficou de pé sem apoio?
Mãe da C3: Aos 14 meses.
Entrevistador: Com que idade a sua filha andou?
282
Mãe da C3: Aos 14 meses e meio.
Entrevistador: Com que idade a sua filha comeu sozinha?
Mãe da C3: Foi só os 2 anos e meio, ainda agora é preguiçosa para comer.
Entrevistador: Com que idade a sua filha o controlou os esfíncteres (vesical e anal)?
Mãe da C3: Com dois anos e meio, começou a controlar ao mesmo tempo o chichi e o cocó.
Entrevistador: A sua filha vai ao médico regularmente?
Mãe da C3: Sim, vai às consultas de rotina.
Entrevistador: A sua filha esteve alguma vez internada?
Mãe da C3: Sim.
Entrevistador: Durante quanto tempo?
Mãe da C3: Esteve três dias internada.
Entrevistador: A sua filha foi submetida a teste de audição e ou a teste de visão?
Mãe da C3: Sim, na última consulta a pediatra fez esses dois testes.
Entrevistador: Apresentou alterações em algum destes sentidos?
Mãe da C3: Não, estava tudo bem.
Entrevistador: Com quem vive a sua filha?
Mãe da C3: Com os pais.
Entrevistador: Onde vive a sua filha?
Mãe da C3: Vive em Castelo Branco.
Entrevistador: A sua filha tem irmãos?
283
Mãe da C3: Não.
Entrevistador: Em casa, com quem brinca?
Mãe da C3: As vezes com o pai, mas mais sozinha. Mas gosta mais de estar junto dos adultos,
não brinca muito.
Entrevistador: Com quem esteve a sua filha durante os primeiros quatro meses?
Mãe da C3: Esteve com a mãe até aos dois meses, a partir dos dois esteve com a tia, foi a sua
ama.
Entrevistador: A sua filha frequentou a creche?
Mãe da C3: Não.
Entrevistador: Com quem ficou?
Mãe da C3: Ficou com a tia.
Entrevistador: Porque razão optou por não colocar a sua filha na creche?
Mãe da C3: Porque tinha a possibilidade de ter um acompanhamento mais personalizado.
Entrevistador: O adulto cuidava da sua filha de mais crianças?
Mãe da C3: Cuidava de só mais uma criança.
Entrevistador: Normalmente, quem leva a sua filha ao jardim-de-infância?
Mãe da C3: O pai.
Entrevistador: Como fica a sua filha quando a leva ao jardim-de-infância?
Mãe: No primeiro mês ficava sempre a chorar, o pai ficava com ela durante muito tempo,
para o pai se ir embora a C3 tinha de ficar na sala da prima.
Entrevistador: Quem vem buscar a sua filha ao jardim-de-infância?
284
Mãe da C3: O pai.
Entrevistador: Como encontra a sua filha quando chega ao jardim-de-infância?
Mãe da C3: No primeiro mês encontrava-a quase sempre junto a um adulto. Agora já a
encontra a brincar, principalmente com a prima.
Entrevistador: Diga, em média, quantas horas diárias está na instituição?
Mãe da C3: Está 8 horas.
Entrevistador: Porque razão optou por colocar a sua filha neste jardim-de-infância?
Mãe da C3: Porque a C3 tem cá uma prima, porque conheço o dono do jardim-de-infância o
que facilitou a entrada dela na Instituição e porque em Castelo Branco esta instituição é
muito recomendada.
Entrevistador: A entrada da sua filha no jardim-de-infância provocou em si que
sentimentos?
Mãe da C3: Senti-me triste e angustiada, quando fui falar com a directora até chorei, sentiame mal pois estava sempre a pensar que ia “despejar” ali a minha filha, foi um período difícil
para mim.
Entrevistador: Em relação à adaptação da sua filha ao jardim-de-infância, como pensa que
decorreu?
Mãe da C3: O primeiro mês foi muito complicado, não queria ir, estava sempre a dizê-lo até
ao fim-de-semana, acordava a chorar que não gostava da escola. De manhã para a deixar na
escola estava muito tempo ao colo do pai até ficar e mesmo assim fica sempre a chorar. A
hora da refeição e na sesta também chorava muito. Depois do primeiro mês já fica bem.
Entrevistador: A sua filha tem uma boa relação com as crianças do jardim-de-infância?
Mãe da C3: Sim, está-se a integrar num grupo onde a maioria das crianças já se conheciam e
a C3 não conhecia ninguém.
Entrevistador: A sua filha tem uma boa relação com os adultos do jardim-de-infância?
Mãe da C3: Sim, tem uma relação melhor com os adultos do que com as crianças.
285
Entrevistador: Em casa a sua filha fala sobre colegas e/ou adultos do jardim-de-infância?
Mãe da C3: Sim, mas pouco. Fala mais dos adultos do que dos colegas.
Entrevistador: Como caracteriza a sua filha?
Mãe da C3: A C3 tem uma personalidade forte, é muito teimosa, carinhosa e amiga da mãe,
não é invejosa, empresta os brinquedos aos amigos.
Entrevistador: O que mais gosta de fazer a sua filha?
Mãe da C3: O que gosta mais é de mexer nas “maminhas” da mãe, gosta de ver livros e fazer
puzzles.
Entrevistador: O que menos gosta de fazer a sua filha?
Mãe da C3: De dormir e comer.
Entrevistador: Quais são os seus jogos/brincadeiras preferidas da sua filha?
Mãe da C3: Brincar com a plasticina, fazer puzzles e ver livros.
Entrevistador: Com quem costuma brincar?
Mãe da C3: Com as primas e sozinha.
Entrevistador: Como se relaciona com outras crianças?
Mãe da C3: Relaciona-se bem, sem conflitos.
Entrevistador: Como se relaciona com os adultos?
Mãe da C3: É uma maravilha, gosta muito de conversar com os adultos e de estar junto
destes.
Entrevistador: Como reage a sua filha a novos ambientes?
286
Mãe da C3: Actualmente bem, antes de entrar para o jardim-de-infância era complicado, pois
quando íamos a um sítio com muitas pessoas a C3 queria ir logo para casa, não se sentia bem
junto de muitas pessoas.
Entrevistador: Como reage a sua filha a pessoas estranhas?
Mãe da C3: Não dá confiança a pessoas estranhas, não fala nem vai a lado nenhum com
estranhos.
Entrevistador: Acha que a frequência ou não na creche teve importância para a adaptação
da sua filha ao jardim-de-infância?
Mãe da C3: Acho que o frequentar creche não é fundamental para uma boa adaptação ao
jardim-de-infância, penso que depende muito da personalidade da criança. No entanto, o
período de adaptação ao jardim-de-infância é maior para as crianças que não frequentaram
creche.
Entrevistador: Muito obrigado pela sua colaboração. Depois de uma primeira análise, caso se
despistem lacunas na informação recolhida, imprecisões ou respostas em que o sentido é
duvidoso entrarei em contacto consigo para pedir esclarecimento. Enviar-lhe-ei a transcrição
integral da entrevista, por correio electrónico, com o objectivo de confirmar e comprovar do
seu conteúdo, acrescentar ou retirar algo ao que foi transmitido.
Mãe da C3: Está bem.
Entrevistador: Quero ainda referir que após a finalização e defesa do estudo comprometo-me
a enviar um exemplar.
Mãe da C3: Obrigado.
Entrevistador: Mais uma vez obrigado pela sua disponibilidade.
Mãe da C3: Se precisar de mais alguma coisa estou sempre disponível.
287
288
Anexo G6 - Protocolo da Entrevista à Mãe da Criança 4 (MC4)
289
290
Ficha técnica
Entrevista
6
Entrevistado
Mãe da C4
Entrevistador
Próprio
Local/cenário
Jardim-de-infância, Sala das Educadoras
Data/hora
24 de Novembro de 2010, às 18:00
Duração
50 minutos
Suportes de registo
Folha de papel, gravador digital da Sony
291
Entrevista à Mãe da C4
Mãe da C4: Boa tarde!
Entrevistador: Muito boa tarde! Vamos para a sala das Educadoras para estarmos mais à
vontade!
Mãe da C4: Está bem.
Entrevistador: Como já tinha referido aquando do pedido da autorização da entrevista. Sou
aluna do Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino Básico. No âmbito
deste estamos a desenvolver uma investigação: “Analisar em que medida a frequência de
creche contribui para a adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância – Um estudo
comparativo”. Deste modo iremos observar duas crianças que frequentaram creche e duas
que não frequentaram, de modo a ser possível comparar a adaptação destas ao contexto
jardim-de-infância. Se não compreendeu ou tem alguma dúvida sobre o estudo pergunte.
Mãe da C4: Sim, compreendi.
Entrevistador: As informações recolhidas durante a entrevista serão confidenciais e preciso
de gravador áudio para gravar a entrevista para depois pode-la transcrever na íntegra.
Mãe da C4: Está bem.
Entrevistador: Qual a data de nascimento do seu filho?
Mãe da C4: Nasceu dia 3 de Junho de 2007.
Entrevistador: Durante a gravidez teve alguma doença?
Mãe da C4: Não.
Entrevistador: Durante a gravidez teve hemorragias?
Mãe da C4: Não.
Entrevistador: Fumou e/ou consumiu bebidas alcoólicas durante a gravidez?
Mãe da C4: Não.
292
Entrevistador: Durante a gravidez sofreu alguma queda?
Mãe da C4: Não.
Entrevistador: Teve alguma outra complicação durante a gravidez?
Mãe da C4: Não.
Entrevistador: Com quantas semanas o seu filho nasceu?
Mãe da C4: Nasceu às 38 semanas.
Entrevistador: Que tipo de parto teve?
Mãe da C4: Normal, com ajuda das ventosas, mas foi só uma ajudinha, foram pouco
utilizadas.
Entrevistador: Qual a posição do seu filho no nascimento?
Mãe da C4: Nasceu de cabeça, mas não se encontrava bem de cabeça as ventosas foram
utilizadas para este ficar nessa posição.
Entrevistador: O seu filho apresentava algum problema na altura do nascimento?
Mãe da C4: Não.
Entrevistador: Ao nascer qual o peso, altura e perímetro cefálico do seu filho?
Mãe da C4: Pesava 3,475Kg, a sua altura era de 49cm e o perímetro cefálico era de 36cm.
Entrevistador: O seu filho após o nascimento teve icterícia?
Mãe da C4: Não.
Entrevistador: O seu filho após o nascimento teve febre?
Mãe da C4: Não.
Entrevistador: O seu filho permaneceu na incubadora?
293
Mãe da C4: Não.
Entrevistador: O seu filho foi amamentado ao peito?
Mãe da C4: Sim.
Entrevistador: Durante quanto tempo?
Mãe da C4: Foi amamentado até aos 18 meses de idade.
Entrevistador: Faça uma breve descrição sobre o seu filho nos primeiros seis meses (foi
uma criança saudável, usou chupeta, dormia bem, …).
Mãe da C4: Dormia muito bem, quase não chorava, era muito calmo. Foi uma criança
saudável e usava chupeta.
Entrevistador: Com que idade o seu filho disse as primeiras palavras?
Mãe da C4: Não tenho bem a certeza mas por volta dos 9 meses.
Entrevistador: Com que idade o seu filho se sentou com apoio?
Mãe da C4: Por volta dos 8 meses.
Entrevistador: Com que idade o seu filho se sentou sem apoio?
Mãe da C4: Penso que foi um mês depois de se sentar com apoio, aos 9 meses.
Entrevistador: Com que idade o seu filho gatinhou?
Mãe da C4: A C4 não gatinhou.
Entrevistador: Com que idade o seu filho ficou de pé com apoio?
Mãe da C4: Não tenho a certeza mas foi pouco tempo depois de se sentar sem apoio, umas
semanas, por volta dos 9 meses e meio.
Entrevistador: Com que idade o seu filho ficou de pé sem apoio?
Mãe da C4: Por volta dos 10 meses.
294
Entrevistador: Com que idade o seu filho andou?
Mãe da C4: Aos 11 meses, eu levantei-me para ir à cozinha, quando olho para trás vejo-o a
andar atrás de mim com um comando em cada mão.
Entrevistador: Com que idade o seu filho comeu sozinho?
Mãe da C4: Foi só por volta dos 2 anos.
Entrevistador: Com que idade o seu filho controlou os esfíncteres (vesical e anal)?
Mãe da C4: Só aos três anos é que controlou o cocó e o chichi, mas ainda usa fralda para
dormir, tanto na sesta como à noite.
Entrevistador: O seu filho vai ao médico regularmente?
Mãe da C4: Sim.
Entrevistador: O seu filho esteve alguma vez internado?
Mãe da C4: Sim.
Entrevistador: Durante quanto tempo?
Mãe da C4: Esteve três dias internado. Ele não comia e eu já não sabia o que fazer para ele
comer, fiquei tão preocupada! Então foi internado para ser alimentado a soro.
Entrevistador: O seu filho foi submetido a teste de audição e ou a teste de visão?
Mãe da C4: Sim. A C4 é seguida por uma médica em Lisboa, abre mais um olho que outro,
mas não se nota, tem mais uma prega num dos olhos.
Entrevistador: Apresentou alterações em algum destes sentidos?
Mãe da C4: Não, apesar de ser seguida pela médica a C4 não tem nenhum problema de visão,
é só o olho que não abre tão bem.
Entrevistador: Com quem vive o seu filho?
295
Mãe da C4: Com os pais.
Entrevistador: Onde vive o seu filho?
Mãe da C4: Vive em Castelo Branco.
Entrevistador: O seu filho tem irmãos?
Mãe da C4: Não.
Entrevistador: Em casa, com quem brinca?
Mãe da C4: Com os pais e com uma senhora que cuida dele desde muito pequeno… também
brinca sozinho.
Entrevistador: Com quem esteve o seu filho durante os primeiros quatro meses?
Mãe da C4: Esteve com a mãe e com a avó. Eu só estive o primeiro mês sem trabalhar, depois
tive que ir trabalhar, ficava com a minha mãe, também chegou a ir comigo para o
consultório.
Entrevistador: O seu filho frequentou a creche?
Mãe da C4: Não.
Entrevistador: Com quem ficou?
Mãe da C4: Ficou com a avó e uma senhora que ainda vai lá a casa.
Entrevistador: Porque razão optou por não colocar o seu filho na creche?
Mãe da C4: Porque tinha possibilidade de tê-lo em casa e por conselho da pediatra.
Entrevistador: O adulto cuidava do seu filho e de mais crianças?
Mãe da C4: Não.
Entrevistador: Normalmente, quem leva o seu filho ao jardim-de-infância?
Mãe da C4: A mãe.
296
Entrevistador: Como fica o seu filho quando o leva ao jardim-de-infância?
Mãe da C4: Nas primeiras semanas ficou a choramingar. Agora já fica bem.
Entrevistador: Quem vem buscar o seu filho ao jardim-de-infância?
Mãe da C4: O pai ou a avó.
Entrevistador: Como encontra o seu filho quando chega ao jardim-de-infância?
Mãe da C4: Está bem, a brincar, normalmente, sozinho.
Entrevistador: Diga, em média, quantas horas diárias está na instituição?
Mãe da C4: Está 6 horas e meia.
Entrevistador: Porque razão optou por colocar o seu filho neste jardim-de-infância?
Mãe da C4: Por referência…, também gostei muito das instalações, da higienização, da
organização e do método, senti-me bem aqui logo o meu filho também se sentirá bem. Eu, o
pai e a C4 fomos ver todas as instituições da cidade, a C4 ajudou a escolher.
Entrevistador: A entrada do seu filho no jardim-de-infância provocou em si que
sentimentos?
Mãe da C4: Sim fiquei preocupada, custou-me muito nos primeiros 15 dias. Pois mudou tudo,
as rotinas do dia-a-dia…até o almoço, pois quando a C4 estava em casa ia todos os dias
almoçar lá, agora não vou a casa.
Entrevistador: Em relação à adaptação do seu filho ao jardim-de-infância, como pensa que
decorreu?
Mãe da C4: Acho que correu bem. A C4 estava preparada para ir para o jardim-de-infância,
em casa falávamos disso. Como já referi a C4 ajudou na escolha da instituição, já a conhecida
toda antes do primeiro dia.
Entrevistador: O seu filho tem uma boa relação com as crianças do jardim-de-infância?
Mãe da C4: Sim… acho que sim, pelo menos a Educadora nunca me disse o contrário.
297
Entrevistador: O seu filho tem uma boa relação com os adultos do jardim-de-infância?
Mãe da C4: Também penso que sim.
Entrevistador: Em casa o seu filho fala sobre colegas e/ou adultos do jardim-de-infância?
Mãe da C4: Sim, conta tudo o que faz na instituição.
Entrevistador: Como caracteriza o seu filho?
Mãe da C4: A C4 é muito querida, mas também é teimosa e faz birras, que é normal na sua
idade, tenta levar os pais até ao seu limite, já sabe o que a mãe deixa fazer e o que não
deixa, por isso quando sabe que eu não deixo pede ao pai, é muito inteligente.
Entrevistador: O que mais gosta de fazer o seu filho?
Mãe da C4: Gosta de pintar com canetas e tomar banho com todos os seus brinquedos.
Entrevistador: O que menos gosta de fazer o seu filho?
Mãe da C4: De comer lá em casa, aqui na instituição a Educadora diz-me que come bem.
Entrevistador: Quais são os seus jogos/brincadeiras preferidas do seu filho?
Mãe da C4: Brincar com motas, carrinhos, correr e jogar à bola.
Entrevistador: Com quem costuma brincar?
Mãe da C4: Com os pais, a avó e a prima que tem a mesma idade e sozinho.
Entrevistador: Como se relaciona com outras crianças?
Mãe da C4: Bem, mas é muito tímido no primeiro contacto.
Entrevistador: Como se relaciona com os adultos?
Mãe da C4: É muito tímido, se não conhece bem, esconde-se atrás de nós, mesmo que
conheça fala pouco.
298
Entrevistador: Como reage o seu filho a novos ambientes?
Mãe da C4: Bem, até que não conheça bem está sempre junto dos pais.
Entrevistador: Como reage o seu filho a pessoas estranhas?
Mãe da C4: Não fala nem se aproxima delas.
Entrevistador: Acha que a frequência ou não na creche teve importância para a adaptação
do seu filho ao jardim-de-infância?
Mãe da C4: A adaptação da C4 foi boa, por isso penso que o frequentar creche não é
indispensável para que a adaptação seja boa ao jardim-de-infância. A C4 apesar de tímida,
estava preparada para vir para o jardim-de-infância, penso que veio na idade certa para uma
instituição. Mas compreendo que a adaptação ao jardim-de-infância será mais rápida para as
crianças que frequentaram creche, pois já estão habituadas a estar diariamente numa
instituição, com regras, com muitas crianças e adultos.
Entrevistador: Muito obrigado pela sua colaboração. Depois de uma primeira análise, caso se
despistem lacunas na informação recolhida, imprecisões ou respostas em que o sentido é
duvidoso entrarei em contacto consigo para pedir esclarecimento. Enviar-lhe-ei a transcrição
integral da entrevista, por correio electrónico, com o objectivo de confirmar e comprovar do
seu conteúdo, acrescentar ou retirar algo ao que foi transmitido.
Mãe da C4: Está bem.
Entrevistador: Quero ainda referir que após a finalização e defesa do estudo comprometo-me
a enviar um exemplar.
Mãe da C4: Obrigado.
Entrevistador: Mais uma vez obrigado pela sua disponibilidade.
Mãe da C4: De nada.
299
300
Anexo H - Documentos comprovativos de validação das Entrevista
301
302
Anexo H1 - Documento comprovativo de validação das Entrevistas das
Educadoras de Infância
303
304
Declaração
Eu,
…………………………………………………………………………………,
declaro
que
valido
a
entrevista que me foi realizada pela Sílvia Cristina Mateus Azevedo para a elaboração do seu
Relatório de Estágio de Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino
Básico.
Declaro ainda que autorizo a divulgação dos resultados globais obtidos para efeitos de
investigação, sendo preservado o nome (ou a identidade) dos envolvidos.
A Educadora de Infância
……………………………………………………………………………
305
306
Anexo H2 - Documento comprovativo de validação das Entrevista dos Pais
307
308
Declaração
Eu,
…………………………………………………………………………………,
declaro
que
valido
a
entrevista que me foi realizada pela Sílvia Cristina Mateus Azevedo para a elaboração do seu
Relatório de Estágio de Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1ºCiclo do Ensino
Básico.
Declaro ainda que autorizo a divulgação dos resultados globais obtidos para efeitos de
investigação, sendo preservado o nome (ou a identidade) dos envolvidos.
A Encarregada de Educação/Mãe
…………………………………………………………………………….
309
310
Anexo I - Análise das categorias
311
312
Anexo I1 - Análise das categorias referentes às Educadoras de Infância
313
314
Categorias das Entrevistas às Educadoras de Infância
As categorizações que estabelecemos foram as seguintes:
Categoria 1- Rotina diária do jardim-de-infância
Sub-categorias
1.1 Facilidade
1.2 Dificuldade
1.3 Tempo de adaptação
A categoria 1 diz respeito à rotina diária do jardim-de-infância e dividimo-la em três subcategorias. A sub-categoria 1.1 diz respeito à facilidade de adaptação, a sub-categoria 1.2 diz
respeito à dificuldade de adaptação e com a sub-categoria 1.3 refere-se ao tempo de
adaptação.
Categoria 2- Horários do jardim-de-infância
Sub-categorias
2.1 Facilidade
2.2 Dificuldade
2.3 Tempo de adaptação
A categoria 2 refere-se aos horários do jardim-de-infância e dividimo-la em três subcategorias. A sub-categoria 2.1 diz respeito à facilidade de adaptação, a sub-categoria 2.2 diz
respeito à dificuldade de adaptação e com a sub-categoria 2.3 refere-se ao tempo de
adaptação.
Categoria 3- Regras do jardim-de-infância
Sub-categorias
3.1 Facilidade
3.2 Dificuldade
3.3 Tempo de adaptação
A categoria 3 diz respeito às regras do jardim-de-infância e dividimo-la em três subcategorias. A sub-categoria 3.1 diz respeito à facilidade de adaptação, a sub-categoria 3.2 diz
respeito à dificuldade de adaptação e com a sub-categoria 3.3 refere-se ao tempo de
adaptação.
315
Categoria 4- Propostas de diferentes actividades do jardim-deinfância
Sub-categorias
4.1 Participação
4.2 Não Participação
4.3 Tipo de actividades
A categoria 4 refere-se às propostas de diferentes actividades e dividimo-la em três subcategorias. A sub-categoria 4.1 diz respeito à participação, a sub-categoria 4.2 diz respeito à
não participação e a sub-categoria 4.3 diz respeito ao tipo de actividades.
Categoria 5- Interacção com os colegas da sala
Sub-categorias
5.1 Facilidade
5.2 Dificuldade
A categoria 5 refere-se à interacção com os colegas da sala e dividimo-la em duas subcategorias. A sub-categoria 5.1 diz respeito à facilidade e a sub-categoria 5.2 diz respeito à
dificuldade.
Categoria 6- Interacção com os adultos
Sub-categorias
6.1 Facilidade
6.2 Dificuldade
A categoria 6 refere-se à interacção com os adultos e dividimo-la em duas sub-categorias. A
sub-categoria 6.1 diz respeito à facilidade e a sub-categoria 6.2 diz respeito à dificuldade.
Categoria 7- Partilhar brinquedos
Sub-categorias
7.1 Facilidade
7.2 Dificuldade
A categoria 7 diz respeito à partilha de brinquedos e dividimo-la em duas sub-categorias. A
sub-categoria 7.1 diz respeito à facilidade de partilhar e a sub-categoria 7.2 diz respeito à
dificuldade de partilhar.
316
Categoria 8- Expressão de sentimentos
Sub-categorias
8.1 Facilidade
8.2 Dificuldade
A categoria 8 diz respeito à expressão de sentimentos e dividimo-la em duas sub-categorias. A
sub-categoria 8.1 diz respeito à facilidade e a sub-categoria 8.2 diz respeito à dificuldade.
Categoria 9- Socialização
Sub-categorias
9.1 Mais sociável
9.2 Menos sociável
A categoria 9 diz respeito à socialização e dividimo-la em duas sub-categorias. A subcategoria 9.1 “Mais sociável” e a sub-categoria 9.2 “Menos sociável”.
Categoria 10- Papel da creche no desenvolvimento social
Sub-categorias
10.1 Conviver com crianças
10.2 Conviver com adultos
10.3 Diversidade de aprendizagens
10.4 Respeito e partilha
A categoria 10 refere-se ao papel da creche no desenvolvimento social e dividimo-la em
quatro sub-categorias. A sub-categoria 10.1 diz respeito ao convívio com crianças, a subcategoria 10.2 diz respeito ao convívio com adultos, a sub-categoria 10.3 diz respeito à
diversidade de aprendizagens e a sub-categoria 10.4 refere-se ao respeito e partilha.
317
318
Anexo I2 - Análise das categorias referentes aos Pais
319
320
Categorias das Entrevistas aos Pais
As categorizações que estabelecemos foram as seguintes:
Categoria 1- Adulto que ficou com a criança até entrar para o jardimde-infância
Sub-categorias
1.1 Avó
1.2 Tia
1.3 Ama
A categoria 1 diz respeito ao adulto que ficou com a criança até entrar para o jardim-deinfância e dividimo-la em três sub-categorias. A sub-categoria 1.1 diz respeito à avó, a subcategoria 1.2 diz respeito à tia e a sub-categoria 1.3 refere-se à ama.
Categoria 2- Razão para não frequentar a creche
Sub-categorias
2.1 Disponibilidade pessoal
2.2 Ter alguém de confiança para ficar com o
filho
2.3 Considerar que as creches existentes não
eram adequadas
A categoria 2 diz respeito à razão para não frequentar a creche e dividimo-la em três subcategorias. A sub-categoria 2.1 diz respeito à disponibilidade pessoal, a sub-categoria 2.2 diz
respeito a ter alguém de confiança para ficar com o filho e a sub-categoria 2.3 refere-se às
creches existentes não eram adequadas.
Categoria 3-Adulto cuidador tinha mais criança à sua responsabilidade
Sub-categorias
3.1 Sim
3.2 Não
A categoria 3 diz respeito se o adulto cuidava de mais crianças e dividimo-la em duas subcategorias. A sub-categoria 3.1 “Sim” e a sub-categoria 3.2 “Não”.
Categoria 4- Idade com que entrou na creche
Sub-categorias
4.1 Quatro meses
4.2 Cinco meses
A categoria 4 diz respeito à idade com que entrou na creche e dividimo-la em duas subcategorias. A sub-categoria 4.1 “Quatro meses” e a sub-categoria 4.2 “Cinco meses”.
321
Categoria 5- Razão para frequentar a creche
Sub-categorias
5.1 Falta de disponibilidade pessoal
5.2 Não ter alguém de confiança para ficar com o
filho
5.3 Considerar que a creche era adequada
A categoria 5 diz respeito à razão para frequentar a creche e dividimo-la em três subcategorias. A sub-categoria 5.1 diz respeito à falta de disponibilidade pessoal, a sub-categoria
5.2 diz respeito a não ter alguém de confiança para ficar com o filho e a sub-categoria 5.3
refere-se à creche ser considerada adequada.
Categoria 6- Participação nas actividades da creche
Sub-categorias
6.1 Participação regular
6.2 Participação nas reuniões
6.3 Participação nas festas
A categoria 6 diz respeito à participação dos pais nas actividades da creche e dividimo-la em
três sub-categorias. A sub-categoria 6.1 diz respeito à participação regular, a sub-categoria
6.2 diz respeito à participação nas reuniões e a sub-categoria 6.3 refere-se à participação nas
festas.
Categoria 7- Caracterização da creche
Sub-categorias
7.1 Espaço físico
7.2 Recursos humanos
7.3 Material didáctico-pedagógico
A categoria 7 refere-se à caracterização da creche e dividimo-la em três sub-categorias. A
sub-categoria 7.1 diz respeito ao espaço físico, a sub-categoria 7.2 refere-se aos recursos
humanos e a sub-categoria 7.3 diz respeito ao material didáctico-pedagógico.
Categoria 8- Papel da creche no desenvolvimento social
Sub-categorias
8.1 Relação com outras crianças
8.2 Relação com adultos
8.3 Participação em actividades
8.4 Aprendizagem de regras
A categoria 8 diz respeito ao papel da creche no desenvolvimento social e dividimo-la em
quatro sub-categorias. A sub-categoria 8.1 diz respeito à relação com outras crianças, a sub-
322
categoria 8.2 diz respeito à relação com adultos, a sub-categoria 8.3 refere-se à participação
em actividades e a sub-categoria 5.4 diz-respeito à aprendizagem de regras.
Categoria 9- Papel da creche
Sub-categorias
9.1 Estimular/desenvolver as crianças
9.2 Ensinar as crianças a conviver com diferentes
pessoas
9.3 Ensinar as crianças a partilhar
A categoria 9 refere-se ao papel da creche e dividimo-la em três sub-categorias. A subcategoria 9.1 diz respeito a estimular/desenvolver as crianças, a sub-categoria 9.2 diz
respeito a ensinar as crianças a conviver com diferentes pessoas e a sub-categoria 9.3 referese a ensinar as crianças a partilhar.
Categoria 10- Creche: opção/ “obrigação”
Sub-
10.1 Opção
categorias
Sub-sub-
10.1.1 Tempo inteiro
categorias
10.1.2
Só
algumas
horas
10.2 “Obrigação”
A categoria 10 refere-se à creche: opção/ “obrigação” e dividimo-la em duas sub-categorias.
A sub-categoria 10.1 diz respeito à creche como opção e a sub-categoria 10.2 refere-se à
creche como “obrigação”. A, sub-categoria, 10.1 dividimo-la em duas sub-sub-categorias. A
sub-sub-categoria 10.1.1 “Tempo inteiro” e a sub-sub-categoria 10.1.2 “Só algumas horas”.
Categoria 11- Adulto que vai levar a criança ao jardim-de-infância
Sub-categorias
11.1 Mãe
11.2 Pai
11.3 Companheiro da mãe
A categoria 11 refere-se ao adulto que vai levar a criança ao jardim-de-infância e dividimo-la
em três sub-categorias. A sub-categoria 11.1 diz respeito à mãe, a sub-categoria 11.2 diz
respeito ao pai e a sub-categoria 11.3 refere-se ao companheiro da mãe.
323
Categoria 12- Adulto que vai buscar a criança ao jardim-de-infância
Sub-categorias
12.1 Mãe
12.2 Pai
12.3 Companheiro da mãe
12.4 Avó
A categoria 12 refere-se ao adulto que vai buscar a criança ao jardim-de-infância e dividimola em quatro sub-categorias. A sub-categoria 12.1 diz respeito à mãe, a sub-categoria 12.2 diz
respeito ao pai, a sub-categoria 11.3 refere-se ao companheiro da mãe e a sub-categoria 12.4
refere-se à avó.
Categoria 13- Percepção sobre o bem-estar da criança no jardim-deinfância
Sub-categorias
13.1 Quando
Sub-sub-
13.1.1 Contente
vai levar a
categorias
13.1.2 Triste
criança
13.1.3 A brincar
com os amigos
13.1.4 A brincar
sozinha
13.1.5 Junto de um
adulto
Sub-sub-
13.2.1 Contente
categorias
13.2.2 Triste
13.2.3 A brincar
13.2 Quando
com os amigos
vai buscar a
13.2.4 A brincar
criança
sozinha
13.2.5 Junto de um
adulto
A categoria 13 diz respeito à percepção sobre o bem-estar da criança no jardim-de-infância e
dividimo-la em duas sub-categorias. A sub-categoria 13.1 refere-se ao bem-estar da criança
quando a vai levar ao jardim-de-infância e a sub-categoria 13.2 diz respeito ao bem-estar da
criança quando a vai buscar ao jardim-de-infância. Cada uma destas sub-categorias foi
dividida em cinco sub-sub-categorias. A sub-categoria 13.1 é constituída pela sub-subcategoria 13.1.1 “fica contente”, a sub-sub-categoria 13.1.2 “fica triste”, a sub-sub-categoria
13.1.3 “fica a brincar com os amigos”, a sub-sub-categoria 13.1.4. “fica a brincar sozinha” e
a sub-sub-categoria a 13.1.5 “fica junto de um adulto”. A sub-categoria 13.2 é constituída
pela sub-sub-categoria 13.2.1 “está contente”, a sub-sub-categoria 13.2.2 “está triste”, a
324
sub-sub-categoria 13.2.3 “está a brincar com os amigos”, a sub-sub-categoria 13.2.4. “está a
brincar sozinha” e a sub-sub-categoria 13.2.5 “está junto de um adulto”.
Categoria 14 – Média das horas diárias na instituição
Sub-categorias
14.1 Seis horas e meia
14.2 Oito horas
14.3 Oito horas e meia
14.4 Nove horas
A categoria 14 refere-se à média das horas diárias na instituição e dividimo-la em quatro subcategorias. A sub-categoria 14.1 “Seis horas e meia”, a sub-categoria 14.2 “Oito horas”, a
sub-categoria 14.3 “Oito horas e meia” e a sub-categoria 14.4 “Nove horas”.
Categoria 15 – Partilhar a mesma instituição com o irmão
Sub-categorias
15.1 Sim
15.2 Não
A categoria 15 refere-se à criança partilhar a mesma instituição com o irmão e dividimo-la em
duas sub-categorias. A sub-categoria 15.1 “Sim” e a sub-categoria 15.4 “Não”.
Categoria 16- Razão por colocá-lo neste jardim-de-infância
Sub-categorias
16.1 Recomendação
16.2 Instalações
16.3 Recursos humanos
16.4 Qualidade Educativa
16.5 Frequentava a instituição anteriormente
16.6 Ser frequentado por uma criança da sua
família
A categoria 16 diz respeito à razão por colocá-lo neste jardim-de-infância e dividimo-la em
seis sub-categorias. A sub-categoria 16.1 diz respeito à recomendação, a sub-categoria 16.2
diz respeito às instalações, a sub-categoria 16.3 refere-se aos recursos humanos, a subcategoria 16.4 diz respeito à qualidade Educativa, a sub-categoria 16.5 refere-se se já
frequentava a instituição e a sub-categoria 16.6 diz respeito a este ser frequentado por uma
criança da sua família.
325
Categoria 17 - Os sentimentos que provocou em si a entrada no jardimde-infância
Sub-categorias
17.1 Alegria
17.2 Tristeza
17.3 Preocupação
17.4 Angústia
A categoria 17 refere-se aos sentimentos que provocou ao entrevistado a entrada no jardimde-infância e dividimo-la em quatro sub-categorias. A sub-categoria 17.1 “alegria”, a subcategoria 17.2 “tristeza”, a sub-categoria 17.3 “preocupação” e a sub-categoria 17.4
“angústia”.
Categoria 18- Adaptação ao jardim-de-infância
Sub-categorias
18.1 Fácil
18.2 Difícil
A categoria 18 refere-se à adaptação ao jardim-de-infância e dividimo-la em duas subcategorias. A sub-categoria 18.1 diz respeito à facilidade e a sub-categoria 18.2 diz respeito à
dificuldade.
Categoria 19- Relação com as crianças do jardim-de-infância
Sub-categorias
19.1 Interage com os colegas
19.2 Não interage com os colegas
19.3 Afasta-se das crianças
A categoria 19 refere-se à relação com as crianças do jardim-de-infância e dividimo-la em
três sub-categorias. A sub-categoria 19.1 diz respeito à interacção com os colegas, a subcategoria 19.2 diz respeito à não interacção com os colegas e a sub-categoria 19.3 refere-se
que se afasta das crianças.
Categoria 20- Relação com os adultos do jardim-de-infância
Sub-categorias
20.1 Interage com os adultos
20.2 Não interage com os adultos
20.3 Permanece junto dos adultos
20.4 Afasta-se dos adultos
A categoria 20 refere-se à relação com os adultos do jardim-de-infância e dividimo-la em
quatro sub-categorias. A sub-categoria 20.1 diz respeito à interacção com os adultos, a sub-
326
categoria 20.2 diz respeito à não interacção com os adultos, a sub-categoria 20.3 refere-se à
permanência junto dos adultos e a sub-categoria 20.4 refere-se que se afasta dos adultos.
Categoria 21- Fala sobre colegas e/ou adultos do jardim-de-infância
Sub-categorias
21.1 Sim
21.2 Frequência com que fala
21.3 Não
A categoria 21 diz respeito se a criança fala sobre colegas e/ou adultos do jardim-de-infância
e dividimo-la em três sub-categorias. A sub-categoria 21.1 diz respeito se fala sobre colegas
e/ou adultos do jardim-de-infância, a sub-categoria 21.2 refere-se à frequência com que fala
e a sub-categoria 21.3 diz respeito se não fala sobre colegas e/ou adultos do jardim-deinfância.
Categoria 22- Caracterização da criança
Sub-
22.1 Forma de reagir
categorias
Sub-sub-
22.1.1 Teimosia
categorias
22.1.2 Meiguice
22.1.3 Bem-disposta
22.1.4 Birrenta
22.2 Capacidades
Sub-sub-
22.2.1 Inteligente
categorias
22.2.2 Sentido de humor
22.2.3 Partilha
22.3
O
que
mais
gosta de fazer
Sub-sub-
22.3.1 Pintar
categorias
22.3.2 Tomar banho com
os brinquedos
22.3.3 Brincar
22.3.4 Passear
22.3.5 Cantar e dançar
22.3.6 Fazer puzzles
22.3.7 Ver livros
22.3.8 Ver filmes
22.3.9 Mexer nas
“maminhas” da mãe
22.3.10 Ajudar na
cozinha
(Continua)
327
Categoria 22- Caracterização da criança
22.4 O que menos
Sub-sub-
22.4.1 Comer
gosta de fazer
categorias
22.4.2 Vestir-se
22.4.3 Lavar os dentes
22.4.4 Dormir
22.4.5 O que lhe mandam
fazer
22.5 Jogos/
Sub-sub-
22.5.1 Correr
brincadeiras
categorias
22.5.2 Jogar à bola
preferidos/as
22.5.3 Brincar com motas
e carros
22.5.4 Fazer construções
22.5.5 Brincar com a
plasticina
22.5.6 Fazer puzzles
22.5.7 Brincar com
bonecas
22.5.8 Ver livros
22.6
Com
quem
costuma brincar
Sub-sub-
22.6.1 Sozinho
categorias
22.6.2 Pais
22.6.3 Irmão
22.6.4 Outros familiares
22.6.5 Com crianças
22.7
Relação
com
outras crianças
22.8
Relação
com
outros adultos
22.9
Reacção
a
novos ambientes
22.10
Reacção
a
pessoas estranhas
Sub-sub-
22.7.1 Facilidade
categorias
22.7.2 Dificuldade
Sub-sub-
22.8.1 Facilidade
categorias
22.8.2 Dificuldade
Sub-sub-
22.9.1 Bem
categorias
22.9.2 Mal
Sub-sub-
22.10.1 Bem
categorias
22.10.2 Mal
22.10.3 Aproxima-se
22.10.4 Afasta-se
A categoria 22 diz respeito à caracterização da criança e dividimo-la em dez sub-categorias. A
sub-categoria 22.1 diz respeito à forma de reagir, a sub-categoria 22.2 refere-se às
capacidades, a sub-categoria 22.2 diz respeito ao que mais gosta de fazer, a sub-categoria
22.4 diz respeito ao que menos gosta de fazer, a sub-categoria 22.5 refere-se aos
328
jogos/brincadeiras preferidos/as, a sub-categoria 22.6 diz respeito com quem costuma
brincar, a sub-categoria 22.7 refere-se à relação com outras crianças, a sub-categoria 22.8
refere-se à relação com outros adultos, a sub-categoria 22.9 diz respeito à reacção a novos
ambientes e a sub-categoria 22.10 refere-se à reacção a pessoas estranhas. Todas estas subcategorias foram divididas em sub-sub-categorias. A sub-categoria 22.1 é constituída por
quadro sub-sub-categorias. A sub-sub-categoria 22.1.1 “teimosia”, a sub-sub-categoria 22.1.2
“meiguice”,
sub-sub-categoria
22.1.3
“bem-disposta”
e
a
sub-sub-categoria
22.1.4
“birrenta”. A sub-categoria 22.2 é constituída por três sub-sub-categorias. A sub-subcategoria 22.2.1 “inteligente”, a sub-sub-categoria 22.2.2 “sentido de humor” e a sub-subcategoria 22.2.3 “partilha”. A sub-categoria 22.3 é constituída por dez sub-sub-categorias. A
sub-sub-categoria 22.3.1 “pintar”, a sub-sub-categoria 22.3.2 “tomar banho com os
brinquedos”, a sub-sub-categoria 22.3.3 “brincar”, a sub-sub-categoria 22.3.4 “passear”, a
sub-sub-categoria 22.3.5 “cantar e dançar”, a sub-sub-categoria 22.3.6 “fazer puzzles”, a
sub-sub-categoria 22.3.7 “ver livros”, a sub-sub-categoria 22.3.8 “ver filmes”, a sub-subcategoria 22.3.9 “mexer nas „maminhas‟ da mãe” e a sub-sub-categoria 22.3.10 “ajudar na
cozinha”. A sub-categoria 22.4 é constituída por cinco sub-sub-categorias. A sub-subcategoria 22.4.1 “comer”, a sub-sub-categoria 22.4.2 “vestir-se”, a sub-sub-categoria 22.4.3
“lavar os dentes”, a sub-sub-categoria 22.4.4 “dormir”e a sub-sub-categoria 22.4.5 “o que lhe
mandam fazer”. A sub-categoria 22.5 é constituída por oito sub-sub-categorias. A sub-subcategoria 20.5.1 “correr”, a sub-sub-categoria 22.5.2 “jogar à bola”, a sub-sub-categoria
22.5.3 “brincar com motas e carros”, a sub-sub-categoria 22.5.4 “fazer construções”, a subsub-categoria 22.5.5 “brincar com a plasticina”, a sub-sub-categoria 22.5.6 “fazer puzzles”, a
sub-sub-categoria 22.5.7 “brincar com bonecas” e a sub-sub-categoria 20.5.8 “ver filmes”. A
sub-categoria 22.6 é constituída por seis sub-sub-categorias. A sub-sub-categoria 22.6.1
“sozinho”, a sub-sub-categoria 22.6.2 “pais”, a sub-sub-categoria 22.6.3 “irmão”, a sub-subcategoria 22.6.4. “outros familiares” e sub-sub-categoria 22.6.5 “com crianças”. A subcategoria 22.7 é constituída por duas sub-sub-categorias. A sub-sub-categoria 22.7.1
“facilidade” e a sub-sub-categoria 22.7.2 “dificuldade”. A sub-categoria 22.8 é constituída
por duas sub-sub-categorias. A sub-sub-categoria 22.8.1 “facilidade” e a sub-sub-categoria
22.8.2 “dificuldade”. A sub-categoria 22.9 é constituída por duas sub-sub-categorias. A subsub-categoria 22.9.1 “bem” e a sub-sub-categoria 22.9.2 “mal”. A sub-categoria 22.10 é
constituída por quatro sub-sub-categorias. A sub-sub-categoria 22.10.1 “bem”, a sub-subcategoria 22.9.2 “mal”, a sub-sub-categoria 22.10.3 “aproximar-se” e a sub-sub-categoria
22.10.4 “afastar-se”.
329
Categoria 23 – Importância da creche na adaptação ao jardim-deinfância
Sub-categorias
23.1 Sim
23.2 Não
A categoria 23 refere-se à importância da creche na adaptação ao jardim-de-infância e
dividimo-la em duas sub-categorias. A sub-categoria 23.1 “Sim” e a sub-categoria 23.2 “Não”.
330
Anexo J - Grelhas das categorizações
331
332
Anexo J1 - Grelha das categorizações referentes às Educadoras de Infância
333
334
Categorias
Rotina Diária do
jardim-deinfância
Horários do
jardim-deinfância
Regras do jardimde-infância
Propostas de
diferentes
actividades do
jardim-de-
Facilidade
Quem disse
sobre a subcategoria
EA; EB
Dificuldade
EA
Tempo de
adaptação
EB
EB: “uma criança que frequentou creche já passou por esta experiência, logo o período de adaptação
às rotinas diárias será muito menor que uma criança que não frequentou creche”.
Facilidade
EB
Dificuldade
EB
Tempo de
adaptação
EA; EB
EB: “É uma adaptação que se nota muito a diferença entre as crianças que frequentaram creche com
as que não frequentaram…. As crianças que frequentaram creche estão habituadas a horários, já
adquiriram, mesmo que não sejam os mesmos, que existem e que têm de ser cumpridos”.
EB: “É mais difícil uma criança que nunca frequentou creche se adaptar aos horários do jardim-deinfância”.
EA: “adaptação é feita de uma forma mais rápida pelas crianças que frequentaram creche”.
EB: “As crianças que não frequentaram creche precisam de tempo para se adaptarem aos horários”.
Facilidade
EB
Dificuldade
EA; EB
Tempo de
adaptação
EB
Participação
EA; EB
Sub-categorias
Transcrição
EA: “Sim, uma criança que frequentou creche adapta-se melhor às rotinas diárias comparada com uma
criança que não frequentou creche, porque consegue ajustar-se mais rápido às rotinas diárias do
jardim-de-infância, o ir à casa de banho, o fazer o comboio, o ouvir uma história”.
EB: “uma criança que frequentou creche adapta-se melhor às rotinas diárias comparada com uma
criança que não frequentou creche”.
EA: “ „estranho‟ e difícil para a que não frequentou creche”.
EB: “As crianças que frequentaram a creche já têm mais facilidade em compreender as regras do
jardim-de-infância, pois também na creche existiam regras as quais tinham de ser cumpridas”.
EA: “Todas têm dificuldades, sendo um grupo novo com Educadora desconhecida todas as crianças
têm que se adaptar às novas regras, porque cada sala é um caso, cada Educadora é uma pessoa com
regras diferentes. Se a Educadora da creche continuar com o grupo no jardim-de-infância as crianças
que não pertenciam ao grupo, as que não frequentaram creche, vão sentir mais dificuldades em
adaptarem-se às regras do jardim-de-infância”.
EB: “As crianças que não frequentaram creche têm mais dificuldades em aderir a determinadas
regras, principalmente no período de adaptação”.
EB: “As crianças que não frequentaram creche… demoram mais tempo a perceber que existem regras
no jardim-de-infância e que têm de ser cumpridas”.
EA: “Normalmente é dessa forma que se processa a participação das crianças nas actividades. As
crianças que frequentaram a creche aderem mais facilmente… comparadas com as crianças que não
frequentaram creche”.
EB: “Sim…Porque já estão habituadas a realizar variadas actividades, utilizares diversos materiais.
335
Categorias
Sub-categorias
Quem disse
sobre a subcategoria
infância
Interacção com
os colegas da
sala
Interacção com
os adultos
Partilhar
brinquedos
Expressão dos
sentimentos
Socialização
Transcrição
Para as crianças que frequentaram creche qualquer actividade realizada já não é totalmente
novidade, há sempre uma parte desta que se assemelha a alguma já realizada na creche”.
EB: “As crianças que não frequentaram creche inibem-se mais nas actividades propostas”.
Não
participação
Tipo de
actividades
EB
EA; EB
EA: “as actividades propostas por mim e pelas professoras das actividades extracurriculares”.
EB: “As crianças que frequentaram creche aderem mais a actividades de expressão motora, como por
exemplo percursos, têm mais facilidade em controlam o seu corpo”.
Facilidade
EA; EB
Dificuldade
0
EA: “As crianças que frequentam creche interagem melhor com os colegas, mesmo que não tenham
vindo da mesma creche”.
EB: “No período de adaptação as crianças que frequentam creche interagem mais com os colegas, pois
normalmente a maioria destes colegas já pertenceram ao seu grupo nos anos anteriores”.
________________________________________________________________________________________
Facilidade
EA
Dificuldade
0
Facilidade
EA; EB
Dificuldade
EB
Facilidade
EA
EA: “penso que as crianças que nunca tenham frequentaram creche o façam melhor”.
Dificuldade
0
_______________________________________________________________________________________
Mais sociável
EA; EB
EA: “Sim, sem dúvida, porque está habituada a ver muitos adultos, a ficar com pessoas diferentes e a
estar com os seus pares sabendo solucionar os conflitos e qual a melhor forma de o fazer”.
EA: “As crianças que não frequentaram a creche por serem mais dependentes e por não terem
estabelecido até então uma relação com a maioria dos colegas da sala”.
________________________________________________________________________________________
EA: “As que não frequentaram creche, por quererem uma integração grupal são mais benevolentes
com os amigos”.
EB: “As crianças na creche aprendem a partilhar os brinquedos com os colegas da sala. Por este
motivo as crianças que frequentaram creche têm mais facilidade em partilhar com os colegas os
brinquedos da sala e os brinquedos que trazem de casa”.
EB: “As crianças que não frequentaram creche têm mais dificuldade em partilhar os brinquedos, é
uma aprendizagem que demora tempo, principalmente as crianças que não têm irmãos”.
336
Categorias
Papel da creche
no
desenvolvimento
social
Sub-categorias
Quem disse
sobre a subcategoria
Menos sociável
0
Conviver com
crianças
EA; EB
Conviver com
adultos
EA; EB
Diversidade de
aprendizagens
EB
Respeito e
partilha
EA
Transcrição
EB: “Sim…Na adaptação ao jardim-de-infância é muito visível que uma criança que frequentou creche
é mais sociável. Uma criança que frequentou creche está mais habituada a conviver com crianças da
sua idade e não só”.
________________________________________________________________________________________
EA: “Sim, na creche aprende-se a base do desenvolvimento social, a criança aprende a respeitar-se a
si, as outras crianças”.
EB: “A criança ao frequentar a creche tem oportunidade de conviver com muitas crianças da mesma
idade”.
EA: “Sim, na creche aprende-se a base do desenvolvimento social, a criança aprende a (respeitar) …
os adultos”.
EB: “A criança ao frequentar a creche tem oportunidade de conviver… com vários adultos”.
EB: “penso que a creche tem um papel importante no desenvolvimento social da criança, pois permite
à criança realizar muitas aprendizagens relacionadas com a socialização, facilitando assim a
adaptação desta ao jardim-de-infância”.
EA: “Aprende também a ouvir os outros, a estar e a partilhar”.
337
338
O papel da creche na adaptação da criança ao contexto do jardim-de-infância
Anexo J2 - Grelha das categorizações referentes aos Pais
339
340
Categorias
Adulto que ficou
com a criança
até entrar para o
jardim-deinfância
Razão para não
frequentar a
creche
Adulto cuidador
tinha mais
criança à sua
responsabilidade
Idade com que
entrou na creche
Razão para
frequentar a
creche
Quem disse
sobre a
sub-categoria
MC4
MC3
MC4
MC4: “Ficou com a avó”.
MC3: “Ficou com a tia”.
MC4: “e uma senhora que ainda vai lá a casa”.
Disponibilidade
pessoal
Ter alguém de
confiança para
ficar o filho
Considerar que
as creches
existentes não
eram adequadas
Sim
0
__________________________________________________________________________
MC3; MC4
MC3: “Porque tinha a possibilidade de ter um acompanhamento mais personalizado”.
MC4: “Ficou com a avó e uma senhora que ainda vai lá a casa”.
MC4
MC4: “por conselho da pediatra”.
MC3
MC3: “Cuidava de só mais uma criança”.
Não
MC4
MC4: “Não”.
4 Meses
MC1
5 Meses
MC2
MC1: “Entrou após ter feito quatro meses, no primeiro mês de creche eu estava de
férias, durante este a C1 não foi a tempo inteiro”.
MC2: “Entrou com cinco meses”.
Falta de
disponibilidade
pessoal
Não ter alguém
de confiança
para ficar o
filho
Considerar que
a creche era
adequada
MC1
MC1: “A razão principal foi o trabalho, mas mesmo que não trabalhasse eu teria
colocado a C1 na mesma na creche”.
0
__________________________________________________________________________
MC1; MC2
MC1: “mesmo que não trabalhasse eu teria colocado a C1 na mesma na creche. Na
creche desenvolvem-se mais, é muito importante para as crianças”.
MC2: “Eu tinha a possibilidade de deixar a C2 com a minha mãe, mas obtei pela
creche, já tinha lá o meu outro filho. E acho que a creche é fundamental para o
desenvolvimento das crianças; aprenderem regras com os avós era mais complicado”.
Sub-categorias
Avó
Tia
Ama
Sub-sub-categorias
Transcrição
341
Categorias
Sub-categorias
Participação dos
pais na creche
Participação
regular
Participação nas
reuniões
Participação nas
festas
Espaço físico
Caracterização
da creche
Papel da creche
no
desenvolvimento
social
Papel da creche
Sub-sub-categorias
Quem disse
sobre a
sub-categoria
MC1
MC1; MC2
MC2
MC1; MC2
Recursos
humanos
Material
didácticopedagógico
Relação com
outras crianças
MC1; MC2
Relação com
adultos
MC1; MC2
Participação em
actividades
MC1
Aprendizagem
das regras
Estimular/desen
volver as
crianças
MC2
MC1
MC1; MC2
MC1; MC2
Transcrição
MC1: “Tive uma participação activa… sempre que possível falava com a Educadora
para saber como estava a C1, como tinha passado o dia”.
MC1: “fui sempre às reuniões”.
MC2: “Participei sempre nas reuniões da instituição”.
MC2: “Participei sempre… nas festas de Natal e final de ano lectivo”.
MC1: “Gostei muito da creche… excelente, tanto a nível… do espaço”.
MC2: “A creche tem boas condições com um ambiente acolhedor”.
MC1: Gostei muito da creche, excelente, tanto a nível do pessoal”.
MC2: “os adultos são pessoas espectaculares”.
MC1: “Gostei muito da creche… do material”.
MC1: “Na minha opinião a creche é muito importante para o desenvolvimento social
das crianças, porque estas aprendem a conviver com muitas crianças”.
MC2: “Na creche aprende muito, aprende… a estar em grupo com crianças da sua
idade”.
MC1: “Na minha opinião a creche é muito importante para o desenvolvimento social
das crianças, porque estas aprendem a conviver com… adultos”.
MC2: “Tem um papel fundamental, porque a criança é acompanhada por um
profissional durante todo o dia. Na creche aprende muito, aprende… a relacionar-se
com diferentes adultos”.
MC1: “Também devido ao facto de estarem com uma Educadora durante todo o dia,
com a qual realizam actividades específicas que fazem com que o desenvolvimento
social se desenvolva de forma correcta e rápida”.
MC2: “Na creche aprende muito, aprende a partilhar, a estar em grupo com crianças
da sua idade”.
MC1: “permite que as crianças se desenvolvam mais e mais rapidamente. Pois as
crianças são acompanhadas por uma Educadora, uma profissional que sabe como
estimulá-las para que assim ocorra um desenvolvimento mais rápido”.
MC2: “Tem um papel fundamental, porque a criança é acompanhada por um
profissional durante todo o dia”.
342
Categorias
Sub-categorias
Ensinar as
crianças a
conviver com
diferentes
pessoas
Ensinar as
crianças a
partilhar
Opção
Creche: opção/
“obrigação”
Adulto que vai
levar a criança
ao jardim-deinfância
Adulto que vai
buscar a criança
ao jardim-deinfância
Percepção sobre
o bem-estar da
criança no
jardim-deinfância
Sub-sub-categorias
Tempo inteiro
Só algumas horas
Quem disse
sobre a
sub-categoria
MC1; MC2
Transcrição
MC1: “também o facto de conviverem com muitas crianças da mesma idade e não só,
aprendem mais sobre realidades que em casa não existem”.
MC2: “Na creche aprende muito… estar em grupo com crianças da sua idade, a
relacionar-se com diferentes adultos”.
MC2
MC2: “Na creche aprende muito, aprende a partilhar”.
0
MC1; MC2
__________________________________________________________________________
MC1: “Sim, como já referi anteriormente, não seria a tempo inteiro”.
MC2: “Sim, não a tempo inteiro, vinha buscá-lo mais cedo”.
__________________________________________________________________________
“Obrigação”
0
Mãe
MC1; MC2;
MC4
Pai
MC2; MC3
Companheiro da
mãe
Mãe
MC1
MC1: “Sou eu”.
MC2: “Os pais”.
MC4: “A mãe”.
MC2: “Os pais”.
MC3: “O pai”.
MC1: “ou meu companheiro depende dos horários, como são rotativos”.
MC1
MC1: “Também sou eu”.
Pai
MC2; MC3;
MC4
Companheiro da
mãe
Avó
MC1
MC2: “Quase sempre o pai”.
MC3: “O pai”.
MC4: “O pai”.
MC1: “ou o meu companheiro, depende do horário”.
MC4
MC4: “ou a avó”.
Contente
MC1; MC2
Triste
MC3; MC4
MC1: “Fica muito bem, adora ir para a escolinha ter com os amigos”.
MC2: “Fica contente, dá um beijinho a cada um”.
MC3: “No primeiro mês ficava sempre a chorar, o pai ficava com ela durante muito
tempo, para o pai se ir embora a C3 tinha de ficar na sala da prima”.
MC4: “Nas primeiras semanas ficou a choramingar”.
Quando vai
levar a criança
343
Categorias
Sub-categorias
Quando vai
buscar a criança
Média das horas
diárias que está
na instituição
Criança partilha
a mesma
instituição com o
irmão
Razão por
colocá-lo neste
jardim-deinfância
Sub-sub-categorias
A brincar com os
amigos
A brincar sozinha
Junto de um adulto
Contente
Quem disse
sobre a
sub-categoria
MC2
0
0
MC1; MC2
Transcrição
MC2: “vai para junto dos amigos”.
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
MC1: “Sempre bem”.
MC2: “Mais contente do que fica de manhã, quer sempre ficar mais um pouco”.
__________________________________________________________________________
MC1: “muitas vezes nem quer vir para casa, quer ficar mais tempo a brincar com os
seus amiguinhos”.
MC2: “quer sempre ficar mais um pouco a brincar com os amigos”.
Triste
Brincar com os
amigos
0
MC1; MC2
Brincar sozinha
MC4
MC4: “Está bem, a brincar, normalmente sozinha”.
Junto de um adulto
MC3
MC4
MC3: “No primeiro mês encontrava-a quase sempre junto a um adulto”.
MC4: “Está 6 horas e meia”.
MC3
MC1
MC3: “Está 8 horas”.
MC1: “Está normalmente 8 horas e meia. Quando estou de folga, fica muitas vezes
comigo em casa ou vou buscá-la mais cedo”.
Nove horas
Sim
MC2
MC2
MC2: “Está 9 horas”.
MC2: “Sim”.
Não
0
__________________________________________________________________________
Recomendação
MC3; MC4
MC3: “porque em Castelo Branco esta instituição é muito recomendada”.
MC4: “Por referência”.
Instalações
MC1; MC2;
MC4
Recursos
humanos
MC1
MC1: “o espaço também é muito bom”.
MC2: “acolhedor”.
MC4: “também gostei muito das instalações, da higienização… senti-me bem aqui logo
o meu filho também se sentirá bem”.
MC1: “tem uma equipa de trabalho óptima”.
Seis horas e
meia
Oito horas
Oito horas e
meia
344
Categorias
Sub-categorias
Qualidade
Educativa
Os sentimentos
que provocou em
si a entrada no
jardim-deinfância
Adaptação ao
jardim-deinfância
Sub-sub-categorias
Quem disse
sobre a
sub-categoria
MC4
Frequentava a
instituição
anteriormente
MC1; MC2
Frequentado
por uma criança
da sua família
Alegria
MC2; MC3
Tristeza
MC3
Preocupação
MC4
Angústia
MC3
Fácil
MC1; MC2;
MC4
Difícil
MC3
MC1; MC2
Transcrição
MC4: “também gostei muito… da organização e do método”.
MC1: “Porque a creche que a C1 frequentou pertence à mesma instituição do jardimde-infância que frequenta”.
MC2: “Porque a creche que o meu filho frequentou pertence à mesma instituição, já
tinha um filho neste jardim-de-infância”.
MC2: “já tinha um filho neste jardim-de-infância”.
MC3: “Porque a C3 tem cá uma prima”.
MC1: “Senti-me orgulhosa da C1, está a ficar crescida”.
MC2: “Só de alegria, não fiquei preocupada com a mudança, pois o C2 manteve-se na
mesma instituição, com a mesma Educadora”.
MC3: “Senti-me triste… quando fui falar com a directora até chorei, sentia-me mal
pois estava sempre a pensar que ia „despejar‟ ali a minha filha, foi um período difícil
para mim”.
MC4: “Sim fiquei preocupada, custou-me muito nos primeiros 15 dias”.
MC3: “Senti-me… angustiada, quando fui falar com a directora até chorei, sentia-me
mal pois estava sempre a pensar que ia “despejar” ali a minha filha, foi um período
difícil para mim”.
MC1: “Correu bem, não sentiu nenhuma dificuldade em adaptar-se, estava
completamente integrada no grupo e tem uma boa relação com a Educadora”.
MC2: “Correu muito bem, sentiu que há coisas diferentes, a sala é maior, mais livros e
brinquedos, A auxiliar não é a mesma. Mas não sentiu nenhuma dificuldade em
adaptar-se”.
MC4: “Acho que correu bem. A C4 estava preparada para ir para o jardim-de-infância,
em casa falávamos disso”.
MC3: “O primeiro mês foi muito complicado, não queria ir, estava sempre a dizê-lo até
ao fim de semana, acordava a chorar que não gostava da escola”.
345
Categorias
Relação com as
crianças do
jardim-deinfância
Relação com os
adultos do
jardim-deinfância
Fala sobre
colegas e/ou
adultos do
jardim-deinfância
Sub-categorias
Interage com as
crianças
Sub-sub-categorias
Quem disse
sobre a
sub-categoria
MC1; MC2;
MC3; MC4
Transcrição
Não interage
com as crianças
Afasta-se das
crianças
Interage com os
adultos
0
MC1: “Sim, a Educadora comenta comigo que se dá bem com todos os coleguinhas,
nunca tive nenhuma queixa”.
MC2: “Sim, é muito dado”.
MC3: “Sim, está-se a integrar num grupo onde a maioria das crianças já se conheciam
e a C3 não conhecia ninguém”.
MC4: “Sim… acho que sim, pelo menos a Educadora nunca me disse o contrário”.
__________________________________________________________________________
0
__________________________________________________________________________
MC1; MC2;
MC3; MC4
Não interage
com os adultos
Permanece
junto dos
adultos
Afasta-se dos
adultos
Sim
0
MC1: “Gosta de estar com os adultos, conversa muito, relaciona-se bem com estes”.
MC2: “é um espectáculo a forma como se relaciona com os adultos”.
MC3: “Sim, tem uma relação melhor com os adultos do que as crianças”.
MC4: “penso que sim”.
__________________________________________________________________________
0
__________________________________________________________________________
0
__________________________________________________________________________
MC1; MC2;
MC3; MC4
Frequência com
que fala
MC1; MC2;
MC3;
MC1: “Também conta o que se passou no jardim-de-infância, falando assim dos seus
colegas, da Educadora e da Auxiliar. Também fala das professoras de Educação Física e
de Música”.
MC2: “Conta tudo”.
MC3: “Sim…. Fala mais dos adultos do que dos colegas”.
MC4: “Sim, conta tudo o que faz na instituição”.
MC1: “principalmente quando está a brincar sozinha, faz de conta que está a brincar
com os seus amigos do jardim-de-infância, diz os seus nomes. Também conta o que se
passou durante o dia no jardim-de-infância”.
MC2: “no dia-a-dia conta o que faz, o que aconteceu, diz mesmo „vamos conversar
mamã‟ ”.
MC3: “pouco”.
346
Categorias
Sub-categorias
Sub-sub-categorias
Não
Caracterização
da criança
Forma de reagir
Capacidades
O que mais
gosta de fazer
Quem disse
sobre a
sub-categoria
0
Teimosia
MC1; MC2;
MC3; MC4
Meiguice
MC1; MC2;
MC3; MC4
Bem-disposta
Birrenta
MC2
MC4
Inteligente
MC1; MC4
Sentido de humor
Partilha
Pintar
MC2
MC3
MC2; MC4
Tomar banho com
os brinquedos
Brincar
MC4
Passear
Cantar e dançar
Fazer puzzles
Ver livros
Ver filmes
Mexer nas
“maminhas” da
mãe
Ajudar na cozinha
MC2
MC2
MC3
MC3
MC2
MC3
MC1; MC2
MC1
Transcrição
__________________________________________________________________________
MC1: “É uma menina linda, é muito teimosa”.
MC2: “testa os pais até ao limite, é muito teimoso”.
MC3: “A C3 tem uma personalidade forte, é muito teimosa”.
MC4: “A C4 é… também é teimosa”.
MC1: “é muito meiga”.
MC2: “muito meigo”.
MC3: “A C3 é muito… carinhosa e amiga”.
MC4: “A C4 é muito querida”.
MC2: “é muito… divertido, bem-disposto”.
MC4: “A C4… faz birras, que é normal na sua idade, tenta levar os pais até ao seu
limite”.
MC1: “A C1 é esperta, muito esperta, gosta muito da escolinha”.
MC4: “é muito inteligente”.
MC2: “tem um sentido de humor muito apurado, gosta de mandar piadas”.
MC3: “empresta os brinquedos aos amigos”.
MC2: “gosta muito de pintar”.
MC4: “Gosta de pintar com canetas”.
MC4: “tomar banho com todos os seus brinquedos”.
MC1: “Brincar com as bonecas”.
MC2: “Gosta muito de brincar com carros”.
MC2: “adora andar de trotineta, passear no campo”.
MC2: “de música, de cantar e dançar”.
MC3: “fazer puzzles”.
MC3: “gosta de ver livros”.
MC2: “Gosta muito de… ver filmes”.
MC3: “O que gosta mais é de mexer nas „maminhas‟ da mãe”.
MC1: “ainda gosta mais de ajudar na cozinha, faz várias tarefas, uma delas é ajudar a
fazer a salada”.
347
Categorias
Sub-categorias
O que menos
gosta de fazer
Jogos/brincadei
ras
preferidos/as
Com quem
costuma brincar
Sub-sub-categorias
Comer
Quem disse
sobre a
sub-categoria
MC3; MC4
Vestir-se
Lavar os dentes
Dormir
O que lhe mandam
fazer
MC2
MC2
MC3
MC1; MC2
Correr
Jogar à bola
Brincar com motas
e carros
Fazer construções
Brincar com a
Plasticina
Fazer puzzles
MC4
MC4
MC2; MC4
Brincar com
bonecas
Ver livros
Sozinho
MC1
Pais
MC1; MC2;
MC4
Irmão
Outros familiares
MC2
MC2; MC3;
MC4
Com crianças
MC2
MC2
MC3
MC1; MC3
MC3
MC1; MC3
Transcrição
MC3: “comer”.
MC4: “De comer lá em casa, aqui na instituição a Educadora diz-me que come bem”.
MC2: “de se vestir”.
MC2: “De lavar os dentes”.
MC3: “De dormir”.
MC1: “O que lhe mandam, detesta ser mandada, é muito teimosa.”.
MC2: “de se sentar à mesa, às horas que os pais mandam, diz sempre „é só mais um
bocadinho‟ ”.
MC4: “correr”.
MC4: “jogar à bola”.
MC2: “Brincar com os carros”.
MC4: “Brincar com motas, carrinhos”.
MC2: “fazer construções”.
MC3: “Brincar com a plasticina”.
MC1: “fazer puzzles”.
MC3: “fazer puzzles”.
MC1: “Brincar com as bonecas”.
MC3: “ver livros”.
MC1: “sozinha”.
MC3: “sozinha”.
MC1: “Com a mãe, com o Jorge”.
MC2: “Com os pais”.
MC4: “Com os pais”.
MC2: “mano”.
MC2: “com os primos, tem muitos”.
MC3: “Com as primas”.
MC4: “a avó e a prima que tem a mesma idade”.
MC2: “Também com filhos de casais nossos amigos”.
348
Categorias
Sub-categorias
Relação com
outras crianças
Relação com
outros adultos
Reacção a novos
ambientes
Reacção a
pessoas
estranhas
Sub-sub-categorias
Facilidade
Quem disse
sobre a
sub-categoria
MC1; MC2;
MC3; MC4
Dificuldade
Facilidade
0
MC1; MC2;
MC3
Dificuldade
MC4
Bem
MC1; MC2;
MC3; MC4
Mal
0
Bem
Mal
0
MC1; MC2;
MC3; MC4
Aproxima-se
Afasta-se
0
MC1; MC4
Transcrição
MC1: “Muito bem, vai logo meter-se com elas, fala muito e brinca muito”.
MC2: “Relaciona-se muito bem”.
MC3: “Relaciona-se bem, sem conflitos”.
MC4: “Bem, mas é muito tímido no primeiro contacto”.
_________________________________________________________________________
MC1: “Gosta de estar com os adultos, conversa muito, relaciona-se bem com estes”.
MC2: “Bem, conversa muito com os adultos”.
MC3: “É uma maravilha, gosta muito de conversar com os adultos e de estar junto
destes”.
MC4: “É muito tímido, se não conhece bem, esconde-se atrás de nós, mesmo que
conheça fala pouco”.
MC1: “Fica mais agitada, mas depois adapta-se bem, gosta de conhecer novos sítios.
Dorme bem e não estranha a cama”.
MC2: “Normalmente reage muito bem, gosta de conhecer novos ambientes, e reage
„UAUH!‟ ”.
MC3: “Actualmente bem, antes de entrar para o jardim-de-infância era complicado,
pois quando íamos a um sítio com muitas pessoas a C3 queria ir logo para casa, não se
sentia bem junto de muitas pessoas”.
MC4: “Bem, até que não conheça bem está sempre junto dos pais”.
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
MC1: “Não fala”.
MC2: “A pessoas estranhas reage com timidez, não dirige a palavra”.
MC3: “Não dá confiança a pessoas estranhas, não fala nem vai a lado nenhum com
estranhos”.
MC4: “Não fala”.
__________________________________________________________________________
MC1: “afasta-se”.
MC4: “nem se aproxima delas”.
349
Categorias
Importância da
creche na
adaptação ao
jardim-deinfância
Sim
Quem disse
sobre a
sub-categoria
MC1; MC2
Não
MC3; MC4
Sub-categorias
Sub-sub-categorias
Transcrição
MC1: “É claro que teve, influenciou o facto de estar habituada a conviver com muitas
crianças e adultos. O facto de estar na creche permitiu que a adaptação ao jardim-deinfância fosse muito boa, já estava adaptada ao ritmo dos horários, o facto de termos
de ir trabalhar, à instituição”.
MC2: “É obvio que sim, tendo frequentando a creche a adaptação ao jardim-deinfância foi muito mais fácil, não teve qualquer dificuldade”.
MC3: “Acho que o frequentar creche não é fundamental para uma boa adaptação ao
jardim-de-infância, penso que depende muito da personalidade da criança. No
entanto, o período de adaptação ao jardim-de-infância é maior para as crianças que
não frequentaram creche”.
MC4: “A adaptação da C4 foi boa, por isso penso que o frequentar creche não é
indispensável para que a adaptação seja boa ao jardim-de-infância. A C4 apesar de
tímida, estava preparada para vir para o jardim-de-infância, penso que veio na idade
certa para uma instituição. Mas compreendo que a adaptação ao jardim-de-infância
será mais rápida para as crianças que frequentaram creche, pois já estão habituadas a
estar diariamente numa instituição, com regras, com muitas crianças e adultos”.
350
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O Papel da Creche na Adaptação da Criança ao Contexto do