Recebido: 08/06/2013
Parecer emitido em: 28/07/2013
Artigo original
MONITORAMENTO DA FREQUENCIA CARDÍACA E PRESSÃO ARTERIAL EM PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO
Aguilar Freitas da Rocha1; Rafael André Araujo1; Waldney Magela da Silva1;
Anderson de Souza Mendes1.
RESUMO
Durante muito tempo acreditou-se que a prática de musculação não seria uma atividade física
indicada para pessoas que fosse portadora de uma patologia cardíaca. Com os avanços e estudos da
medicina, da última década chegou-se à conclusão que esses pacientes não só podem como devem
praticar musculação, respeitando a limitação individual e biológica de cada indivíduo. Este estudo tem
como objetivo monitorar a Frequência Cardíaca (FC) e a Pressão Arterial (PA) em repouso e após o exercício
5min, 10min, 15min e 20 min, dos praticantes, de exercícios resistidos (ER) nos aparelhos, supino reto e
leg press 45O. Trata-se de um estudo experimental de abordagem quantitativa onde os voluntários foram
selecionados em uma academia de ginástica na cidade Três Marias – MG, n=10 homens (idade 30,9±5,9
anos; estatura 1,77±7,72cm; 81,8kg ± 8,2kg) voluntários praticantes de musculação no mínimo de cinco
meses, com compleições físicas parecidas para não haver nenhuma discrepância nos resultados, que foram
coletados em dias diferentes, respeitando o descanso de 48 horas e sempre no mesmo horário para uma
questão fisiológica correta. Em relação aos aparelhos, supino reto e leg press encontrou-se uma variação
de pressão arterial diastólica (PAD), pressão arterial sistólica (PAS) e (FC) significativa, que, no entanto,
voltou ao normal após quinze minutos após o término do exercício. Calculamos também o duplo produto
(DP) que e multiplicação da pressão arterial sistólica (PAS) pela (FC) que o resultado mensura o consumo
de oxigênio do miocárdio durante o (ER). Consideramos que através dos resultados obtidos a (PA) e a (FC)
pós o (ER) alteram, porém dentro do esperado, e que após 15 minutos depois do termino do (ER) a (PA) e
a (FC) abaixaram consideravelmente, indicando assim a segurança da prática (ER) e o benefício do efeito
hipotensivo que os (ER) trás para portadores de cardiopatias.
Palavras-chave: Frequência cardíaca. Pressão arterial. Exercícios resistidos. Duplo produto.
FREQUENCY OF MONITORING HEART AND BLOOD PRESSURE IN
PRACTITIONERS OF BODYBUILDING
ABSTRACT
For a long time it was believed that the weight would not be practical physical activity was shown
for individuals who carries a cardiac pathology. With advances in medicine and studies, the last decade
has come to the conclusion that these patients can not only how to do bodybuilding, respecting individual
and biological limitations of each individual. This study aims to monitor Heart Rate (HR) and blood pressure
(BP) at rest and after exercise 5min, 10min, 15min and 20min, practitioners, resistance exercise (RE) in
the handsets bench press and leg press 45 . This is an experimental study of quantitative approach where
volunteers were selected in a gym in the city Três Marias - MG, n = 10 men (age 30.9 ± 5.9 years, height
1.77 ± 7.72 cm, 81.8 kg ± 8.2 kg) volunteers bodybuilders at least five months, with similar physique not
to be a discrepancy in the results, which were collected on different days, respecting the rest of 48 hours
and always at the same time to physiological correct an issue. Regarding equipment bench press and leg
press found a variation in diastolic blood pressure (DBP), systolic blood pressure (SBP) and (FC) significantly,
which, however, returned to normal after fifteen minutes after the end of the year. We also calculate the
product (RPP) and multiplying that systolic blood pressure (SBP) by (FC) that the outcome measures the
oxygen consumption of the myocardium during the (ER). We believe that through the results obtained (PA)
and (FC) after the (ER) change, but as expected, and after 15 minutes after the end of the (ER) to (PA) and
(FC) lowered considerably, indicating thus the safety of the practice (ER) and the benefit of the hypotensive
effect (ER) back for cardiac patients.
Keywords: Heart rate. Blood pressure. Resistance Exercises. Double Product.
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INTRODUÇÃO
O desenvolvimento tecnológico e o consumismo alimentar desenfreado nos últimos tempos têm
deixado à população mundial mais sedentária e obesa, vulneráveis a doenças cardiovasculares. O tema
saúde nos tempos atuais tem sido um fator de estudos e consequentemente de descobertas sobre atividade
física, sejam por motivos de longevidade, estéticos, para reabilitação ou prevenção no tratamento de doenças
cardiovasculares e outras, que cada vez mais é recomendado pelas entidades e centros de pesquisas de
saúde do mundo inteiro. Comprovadamente a prática de alguma atividade física regular é essencial para
elevar o nível de qualidade de vida (POLITO e FARINATTI, 2006).
Segundo (MCARDLE, KATCH e VICTOR, 1998), os exercícios resistidos, fazendo parte de um
programa de reabilitação cardíaca, podem manter e restaurar a força da musculatura além de promover a
preservação da massa magra. Por ter uma resposta maior da pressão arterial o treinamento resistido deve
envolver 30 a 50% da força muscular dinâmica (1RM) de 12 a 15 repetições. O aumento das series deve
ser gradual, começando com uma serie e chegando a três series no fim da reabilitação.
Dentre outras atividades, analisamos os exercícios resistidos (ER), que no passado não era
recomendado aos portadores de cardiopatias, por ter pouca eficiência na habilitação de indivíduos com
problemas cardiovasculares. Julgava-se que esse tipo de atividade física ER, acarretava um aumento da
função do coração e seu esforço, acarretava consequentemente a uma elevação da pressão arterial (PA) e
poderia chegar a uma hipertrofia patológica ou aperfeiçoar uma hipertensão (POLITO e FARINATTI, 2006).
Este mito foi criado por alguns cardiologistas que não indicavam exercícios resistidos aos seus
pacientes, pois consideravam um treino de pouca eficiência para diminuir os riscos de doenças cardíacas e
sob a justificativa de que este tipo de atividade acarreta um aumento da função do coração e seu tamanho
e consequentemente uma elevação da PA e uma hipertrofia patológica, o medo era de que esses pacientes
desenvolvessem hipertensão. (OLIVEIRA et al., 2002).
Buscando na literatura médica respostas sobre ER pode-se constatar que pessoas com algum tipo
de doença cardiovascular, devem praticar ER, respeitando as limitações e as necessidades individuais e
biológicas de cada um acompanhadas por um educador físico, fazendo um trabalho individualizado tanto
para prescrição quanto para o treinamento em si (POLITO e FARINATTI, 2006).
A Frequência cardíaca (FC) e a (PA) neste estudo e suma importância para os resultados, mas para
que possamos aferir e necessário que usamos métodos não invasivos, porém precisos, para FC usaremos
um frequencímetro que e um método seguro e preciso, e para a PA usaremos o método auscultatório
(estetoscópio mais esfigmomanômetro) que segue o modelo para este método e os sons Korotkoff.
Segundo (PORTO, 2001), Estas fases são observadas durante a aferição pelo método auscultatório,
à medida que se desinsufla o manguito, volta a ocorrer a passagem de sangue pela artéria antes colabada,
surgindo os ruídos chamados sons de Korotkoff, classificados em cinco fases: FASE I – (aparecimento de
sons). O primeiro som é claro como uma pancada. O peso da onda sistólica é maior do que a pressão do
manguito e o sangue na artéria. A clareza do batimento depende da força, velocidade e quantidade de
sangue; FASE II – (batimento com murmúrio). Com a dilatação da artéria pressionada, a contracorrente
reverbera e provoca murmúrios na parede dos vasos sanguíneos; FASE III – (murmúrio desaparece). Os
batimentos passam a ser mais audíveis e mais acentuados. A artéria que sofreu constrição continua a se dilatar
com a redução da pressão do manguito; FASE IV – (abafamento dos sons). Os batimentos repentinamente
tornam-se menos acentuados. Há, portanto, um abafamento dos sons; FASE V – (desaparecimento dos sons).
Restabelece-se o calibre normal da artéria e o sangue não mais provoca ruídos perceptíveis a ausculta da
artéria radial; que diverge um pouco.
Após ajustar o manguito no braço, o examinador coloca o diafragma do estetoscópio sobre a
fossa cubital correspondente e insufla a bolsa pneumática até que o manômetro registre uma pressão de
20 a 30 mmHg, ou até que a circulação seja interrompida em consequência do manguito estar insuflado.
Após esta etapa o desinsulfla-se o manguito lentamente, a um ritmo lento e gradual. A determinação da PA
pelo método auscultatório se baseia na correlação entra a leitura do manômetro e a ausculta dos sons de
Korotkoff (LÓPEZ e MEDEIROS, 2004).
Segundo (LEITE e FARINATTI, 2003), uma das críticas a que surge é a possibilidade de se ter
subestimado os valores de pressão, considerando a precisão de métodos invasivos como o cateterismo
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intra-arterial. (LEITE e FARINATTI, 2003). É fato que valores absolutos de PA fornecidos por técnicas
invasivas possuem maior validade e confiabilidade. Os métodos-padrão são: ouro - que é o método direto
ou invasivo, que consiste em inserir um cateter conectado a um transdutor em uma artéria, após aplicação
de anestésico local ou finapress que é um método não invasivo que mede a pressão arterial de modo
contínuo. Simultaneamente ao método direto, utiliza-se a técnica fotopletismografia aplicada indiretamente
no dedo médio da mão através de regulação pneumática, no entanto, o método auscultatório não ofereceu
risco a nenhum dos indivíduos que contribuíram para esta pesquisa sendo válida por centros nacionais de
pesquisas (LEITE e FARINATTI, 2003).
A visão destas informações separadas não garante um nível significativo de segurança, porém, a
associações entre elas podem fornecer dados que em conjunto com o consumo de oxigênio pelo miocárdio,
que se convencionou duplo-produto (DP), calculado a partir da multiplicação da pressão arterial sistólica
(PAS) pela FC, pode fornecer dados precisos (LEITE e FARINATTI, 2003).
O ciclo cardíaco inicia-se com a excitação atrial, cuja duração é de aproximadamente 0,11 segundo,
a qual é indicada pela onda (P) no registro eletrocardiográfico, sendo seguida pela abertura da válvula mitral,
no período em que as válvulas, mitral e aórtica permanecem fechadas, a contração ventricular processa-se
sem haver alteração de volume na câmara, razão pela qual essa fase da sístole é denominada contração
isovolumétrica. (AIRES, 1999).
O presente estudo vem analisar os comportamentos fisiológicos do corpo frente aos ER por ser
uma área com carências de experiências e de suma importância. Para a validade desse estudo realizou-se
a pesquisa de campo: o monitoramento da frequência cardíaca (FC), da pressão arterial sistólica (PAS),
pressão arterial diastólica (PAD) durante o ER, nos aparelhos de supino reto (SR) e leg press (LP) para análise
cardiovascular dos praticantes de musculação. Portanto o objetivo desde trabalho foi monitorar antes,
durante é depois a (FC), (PAS) e (PAD) em praticantes de (ER) nos aparelhos de leg press 45 e supino reto,
na cidade de Três Marias e verificar variabilidade dos resultados.
MATERIAIS E MÉTODOS
O método auscultatório é o procedimento mais comum para verificar as medidas da PA. Esse método
utiliza um estetoscópio e um aparelho denominado esfigmomanômetro, composto por um manguito inflável
de braço conectado a uma coluna de mercúrio ou a um marcador aneroide (ponteiro). A medida ocorre
através da oclusão arterial pela inflação do manguito, correlacionando a ausculta dos batimentos cardíacos
com o valor registrado na coluna de mercúrio ou pelo ponteiro. Os sons ouvidos durante o procedimento
de medida são denominados sons de Korotkoff (POLITO et al., 2004).
A pesquisa foi realizada com dez pessoas voluntárias, do sexo masculino, homens (idade 30,9±5,9
anos; estatura 1,77±7,72cm; 81,8kg ± 8,2kg), com estereótipos parecidos para não haver discrepância nos
resultados todos praticantes de ER com cinco meses no mínimo de experiência e todos já haviam praticado
os exercícios propostos anteriormente. As pessoas voluntárias realizaram também uma avaliação física
composta de um questionário, testes ergônometros e uma avaliação postural, de modo a não haver nenhum
risco para os voluntários ou que influencie a pesquisa quanto à execução dos movimentos, atividades
físicas antes dos testes, uso de algum medicamento ou ingestão alcoólica que influenciasse na FC ou PA.
Os dados foram coletados em uma academia de Três Marias (Anatomia Fitnness) em dias diferentes,
mas, sempre no mesmo horário para não haver diferença fisiologia com relação ao horário, todos voluntários
assinaram o termo de consentimento, conforme a Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.
Os testes foram realizados na forma de repetição máxima (RM-Máximo de peso que se pode executar no
aparelho determinado) nos aparelhos de supino reto (SR), leg press (LP). Coletamos a RM de cada aparelho
com intervalo de 48 horas. Quarenta e oito horas depois trabalharemos para coleta de dados com 75% de
RM. Foram coletados a FC e a PA em repouso para em seguida iniciar o exercício na primeira coleta após
cinco minutos, das 3 series de 10 repetições com tempo de descanso de três minutos entres as series, o
voluntário após o (ER) permanece sentado começa-se a insuflar o manguito, cinco minutos após (ER) do
aparelho, é solto para não haver alteração nas medições, que são aferidas, simultaneamente, no seu pico
máximo, a segunda coleta e repetida após 10 minutos, com o voluntário permanecendo em repouso sentado
seguindo o mesmo protocolo na terceira coleta com 15 minutos e na quarta coleta com 20 minutos. O duplo
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produto (DP) será extraído pela pressão arterial sistólica e da (FC). Para tal foram utilizados para aferição da
FC um cardiofrequencímetro, modelo A1, e para PA com esfigmomanômetro aneroide e um estetoscópio,
todos da marca Premium®, bem como se utilizou um cronômetro de marca MIKI Sport Timer® e para não
haver variação no ritmo foi utilizado um metrônomo de marca (Qwik TimeTm®).
Para análise estatística tomou-se como critério de relevância para p < 0,05.
RESULTADOS
Quando você começa a se exercitar, a sua FC aumenta em proporção direta ao aumento da
intensidade do exercício até você se encontrar próximo ao ponto de exaustão. À medida que você se
aproxima desse ponto a FC começa a se estabilizar, isso indica que você está se aproximando do valor
Maximo. A frequência cardíaca máxima (FC máx) é o valor mais elevado da FC que você pode atingir num
esforço máximo até o ponto de exaustão (WILMORE e COSTILL, 1999).
Como forma de demonstrar os resultados obtidos utilizou-se tabelas, conforme descrição abaixo.
A tabela 1 mostra os resultados obtidos durante a medição da Frequência cardíaca dos voluntários desse
projeto.
Tabela 1. Resultado da FC nos Aparelhos Supino e Leg press 45O.
FREQUÊNCIA CARDÍACA
SUPINO
LEG PRESS 45O
(P)
REPOUSO
75,4 ± 5,24
74,7 ± 5,39
0,49
5 MINUTOS
89,4 ± 14,84
90,5 ± 18,23
0,77
10 MINUTOS
88,2 ± 15,74
89,7 ± 18,66
1,06
15 MINUTOS
88,4 ± 15,22
88,6 ± 18,45
0,14
20 MINUTOS
85,4 ± 17,25
87,23 ± 16,39
1,24
Tabela 2. Resultado da PAS nos Aparelhos Supino e Legpress 45O.
PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA
SUPINO
LEG PRESS 45O
(P)
123 ± 5,27 *
120 ± 5,42*
2,121
5 MINUTOS
133 ± 6,66
135 ± 8,75
1,414
10 MINUTOS
124 ± 5,16
126 ± 8,43
1,414
15 MINUTOS
120 ± 5,27
120 ± 6,99
---
20 MINUTOS
115±5,16*
117±5,27*
1,414
REPOUSO
Significativo para (P) ≤ 0,05.
(*) O programa estatístico apresentou diferença significativa entre o repouso e após 20 minutos.
(---) O programa estatístico não apresentou valor, pois a média e o desvio padrão nos dois
aparelhos tem valores idênticos, portanto não houve diferença significativa.
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No aparelho Supino Reto, em repouso a PA sistólica estava relativamente normal, após 5 minutos do
término do exercício eleva-se, porém, dentro do esperado é entre os 10 minutos abaixa-se significativamente,
após 15 minutos do término do exercício volta aos valores semelhantes a de repouso, mas, 20 minutos
após o termino do exercício ela reduz e se mantém abaixo da PA em repouso. No aparelho Leg Press 45O,
em repouso a PA sistólica estava relativamente normal, após 5 minutos eleva um pouco mais que no outro
aparelho e aos 10 minutos abaixa consideravelmente também se mantendo mais alta que no aparelho supino
reto, aos 15 minutos ficou idêntica ao do outro aparelho e retornada semelhante aos valores de repouso
com 20 minutos após término do exercício, a PA mantém abaixo do valor de repouso.
A tabela 3 vem mostrar os resultados da Pressão Arterial Diastólica nos voluntários do projeto.
Tabela 3. Resultado da PAD nos Aparelhos Supino e Leg Press 45O.
PRESSÃO ARTERIAL DIASTÓLICA
SUPINO
LEG PRESS 45O
(P)
REPOUSO
78 ± 2,40
79 ± 3,12
0,7071
5 MINUTOS
83 ± 3,56
84 ± 5,37
0,7071
10 MINUTOS
79 ± 4,27
80 ± 5,74
0,7071
15 MINUTOS
78 ± 3,83
83 ± 4,89
3,5355
20 MINUTOS
79 ± 3,43
80 ± 5,45
0,7071
(*) Significativo para (P) ≤ 0,05.
No Supino reto em repouso, a PAD estava relativamente dentro dos padrões, que após 5 minutos se
eleva, contudo, dentro do previsto e reduz aos 10 e 15 minutos e eleva significativamente aos 20 minutos,
já no Leg Pess 45O a (PAD) apresentava valor normal em repouso, eleva aos 5 minutos após o exercício e
diminui após 10 minutos e voltando a subir aos 15 minutos, e diminuindo após 20 minutos chegando aos
padrões de normalidades da PAD. Os resultados encontrados neste estudo estão em acordo com a literatura
pesquisada dentro das variações com (ER).
A tabela 4 demonstra os resultados obtidos na aferição do Duplo Produto.
Tabela 4. Resultado do DP nos aparelhos do supino reto e leg press.
Duplo produto
SUPINO RETO
LEG PRESS
PAS
FC
DP
PAS
FC
DP
REPOUSO
123
75,4
9274,2
120
74,7
8964
5 MINUTOS
133
89,4
11890,2
135
90,5
12217,5
10 MINUTOS
124
88,2
10936,8
126
89,7
11302,2
15 MINUTOS
120
88,4
10608,0
120
88,6
10632
20 MINUTOS
115
85,4
9821,0
117
74,7
8739,9
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Para obtermos o DP não consideramos as variações significativas anteriores, no entanto o DP e
importante medidor de consumo de oxigênio do miocárdio uma excelente ferramenta para o trabalho de
ER em indivíduos portadores de alguma doença cardiovascular descreve como está trabalhando o coração
do individuo durante o ER.
DISCUSSÃO
O presente estudo apresenta o comportamento fisiológico cardiovascular, monitorando à FC,
PAS e PAD antes e depois dos ER nos aparelhos de leg press e supino reto, a fim de estudar as adaptações
cardiovasculares e analisar os riscos e benefícios dos ER para cardiopatas. No Supino reto em repouso,
teve uma alteração gradativa e continua na PAD até 15 minutos foi reduzida ao normal novamente, já
no Leg Pess 45O a PAD apresentava valor normal em repouso, até aos 15 minutos houve uma variação
gradativa e uniforme, dos 15 minutos para os 20 minutos houve uma variação em relação ao gráfico, mas
não tem nenhuma significância. Em todos os trabalhos pesquisados os autores encontrara uma variabilidade
significativa pós-exercício, mas muito tempo depois do exercício, até 30 minutos após não foi encontrada
nenhuma diferença o que confirma os valores encontrados nesta pesquisa.
Estudos realizados anteriormente revelam que a aferição da PA pelo método auscultatório tende
a subestimar os valores pressóricos, mas este ainda é o método mais usual, pois tem um baixo custo o que
não ocorre com métodos mais precisos como o Finapress e o Método Direto, algumas técnicas para aferição
pelo método auscultatório podem minimizar esta subestimação tornando-o o método mais utilizado.
Segundo (MEDIANO et al., 2005), verifica que a PA em repouso mesmo sendo relativamente alta
pode ser reduzida através do exercício de força resistente, no trabalho realizado por ele foram acompanhados
20 indivíduos sendo estes 16 homens e 4 mulheres, a média da PAS (pressão arterial sistólica) antes da
atividade era relativamente alta 115,8 ± 10,4 o que não acorreu com a PAD (pressão arterial diastólica)
que apresentou média de valores considerados baixos por varias literaturas 72,6 ± 8,8 estes valores foram
coletados antes da 1º Série, os valores coletados antes da 3º Série apresentaram média de 121,1 ± 14,4
e 75,1 ± 8,3 para PAS e PAD respectivamente, mas neste estudo a PAS e PAD pós exercício alteram
mais que a PAS e PAD pré exercício e esta alteração foi significativa onde apresentaram media de PAS
e PAD respectivamente ao final da 3º Série de 134,5 ± 14,1 e 75,7 ± 9,0, após 10 minutos a PAS e PAD
respectivamente foram aferidas novamente e houve uma queda significativa onde apresentaram média de
115,9 ± 12,3 e 72,6 ± 10,2, lembrando que estes indivíduos que participaram da amostra foram monitorados
até 60 minutos após o final da 3º série, neste estudo realizado por (MEDIANO et al., 2005), a redução da
PA nos momentos subsequentes ao exercício foi influenciada pelo volume de treinamento. Na 3º Série,
observou-se uma redução significativa dos valores de PAS durante os 60 minutos de verificação. Porém,
somente foram identificadas diferenças estatísticas para a PAD nas medidas realizadas 30 e 50min após o
exercício.
No estudo de (MIRANDA et al.,2005), foram pesquisados dois aparelhos para o mesmo grupo
muscular SRS (Supino Reto Sentado) e SRD (Supino Reto Deitado) neste estudo foram coletadas amostras de
14 (indivíduos) 10 (mulheres) e 4 (homens), em relação à FC pré-exercício no SRS, o valor médio encontrado
foi de 86bpm e no SRD, de 81bpm. Na FC pós-exercício, o valor para o SRS foi de 99bpm e para o SRD, foi
de 96bpm. A significância entre os exercícios para a FC (p = 0,285), não demonstrou diferença significativa
para ambos os valores das duas variáveis.
Em um estudo realizado por (SIMÕES et al., 2007) foram avaliados 10 homens saudáveis, foi
observado aumento progressivo da FC, foi estabelecido o protocolo de incremento de cargas partindo de
10% de 1RM, com acréscimos subsequentes de 10% até a carga de 30%, e de 5% a partir desta, até a
exaustão voluntária com o incremento em percentual da carga, sendo o aumento da FC acentuado a partir
de 30% de 1RM.
Estudo realizado por (MIRANDA et al., 2005) verificou em seu estudo que a PAS pré-exercício
apresentou o valor médio de 116mmHg para o SRS, e de 113mmHg para SRD. No pós-exercício, a PAS
apresentou os valores médios de 128 e 127mmHg para o SRS e SRD respectivamente. A pressão arterial
diastólica (PAD) pré-exercício foi de 76mmHg no SRS, e de 69mmHg no SRD. No pós-exercício, a PAD
apresentou 72mmHg no SRS, e 65mmHg no SRD.
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Na pesquisa de (POLITO et al., 2004) para Respostas cardiovasculares agudas na extensão do joelho
realizada em diferentes formas de execução a PAS apresentou associação isolada, mas não combinada,
às variáveis forma de execução e número de séries. Tanto na execução unilateral quanto bilateral, houve
diferença significativa entre a primeira e a terceira série, mas não foram verificadas diferenças entre séries
quando comparados os modos de execução. A PAD associou-se significativamente apenas ao número de
séries e, para ambos os modos de execução, a terceira série foi significativamente maior que a primeira e
a segunda. Quanto à FC e ao DP, embora tenham se associado significativamente ao modo de execução,
não foram identificadas diferenças entre as séries unilateral e bilateral.
A análise dos valores absolutos não identificou diferenças para todas as variáveis em relação ao
repouso durante o período após o exercício, assim como diferenças entre as formas de execução. A forma
de execução da extensão unilateral do joelho parece não repercutir sobre as respostas cardiovasculares
durante ou após o exercício. Entretanto, sujeitos que necessitem de cuidados especiais, como cardiopatas,
valer-se-iam de maior segurança com o exercício unilateral, já que a tendência à elevação é menor quando
comparada ao modo de execução bilateral (POLITO et al., 2004).
Os estudos sobre HPE (HIPOTENSIVOS PÓS-EXERCÍCIO) e exercício contrarresistência são escassos
e, por isso, não se pode afirmar qual intensidade e volume ótimos de exercício para otimizar a redução da
PA após a atividade. Contudo, é possível especular que, em períodos de monitorização próximos 60 min,
o exercício contrarresistência pode proporcionar HPE em pessoas normotensas e hipertensas. Em relação à
intensidade, esta não parece ser uma variável interveniente. Por outro lado, o volume de trabalho realizado
parece afetar a redução da PA após o exercício, principalmente quando são realizadas várias séries (POLITO
e FARINATTI, 2006).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho mostrou que a PA e a FC alteram durante ER, contudo a alteração está prevista dentro
do esperado. Neste trabalho o ER foi mensurado até vinte minutos após o término do exercício, logo a PA
e a FC diminuíram consideravelmente. Este estudo de monitoramento de PA e FC durante o ER merece um
aprofundamento maior principalmente com métodos mais avançados por ser de suma importância para o
público de academias e para pesquisas futuras. Frente aos resultados obtidos os ER devem ser utilizados
por portadores de doenças cardiovasculares, desde que se respeitem as individualidades biológicas e
fisiológicas de cada indivíduo.
REFERÊNCIAS
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São Paulo, v. 2, n. 1, p. 29-49, 2003.
LÓPEZ, M.J.; MEDEIROS,L.J. Semiologia médica, As Bases do Diagnóstico Clinico. 5. ed. Rio de Janeiro,
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MCARDLE, W.D.; KATCH, F.T.; VICTOR, L. Fisiologia do exercício: Energia, Nutrição e Desempenho
Humano. 4. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 1998.
MIRANDA, H.; SIMÃO, R.; LEMOS, A; DANTAS, B.H.A; BAPTISTA, L.A; NOVAES, J, Análise da frequência
cardíaca, pressão arterial e duplo-produto em diferentes posições corporais nos exercícios resistidos. Revista
Brasileira de Medicina do Esporte. São Paulo, v. 11, n. 5. 2005.
MEDIANO, M.F.F; PARAVIDINO, V; SIMÃO, R; PONTES, F.L; POLITO, M.D, Comportamento subagudo
da pressão arterial após o treinamento de força em hipertensos controlados. Revista Brasileira de Medicina
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MONITORAMENTO DA FREQUENCIA CARDÍACA E PRESSÃO