4 política
Correio do estado
domingo, 29 de abril de 2012
Cláudio
humberto
Por: ana paula leitão e teresa barros
claudiohumberto.com.br
@colunach
“Ele está pronto pra luta,
pra tudo”
Ministro Gilberto Carvalho, (secretaria-geral) sobre o
futuro do ex-presidente Lula
ES: esquema lucrou R$ 50 milhões em 90 dias
Investigação da Polícia Federal no Espírito Santo estima que em
apenas noventa dias a compra e venda de terrenos em Presidente
Kennedy proporcionou lucros de mais de R$ 50 milhões ao esquema
desbaratado pela Operação Lee Oswald. Terrenos foram comprados a
preço de banana um pouco antes de serem anunciados investimentos
públicos na região. As áreas eram ainda supervalorizadas pela
concessão de incentivos fiscais às empresas que as comprassem.
Lucro espetacular
A ZMM Empreendimentos, com assessoria da BK, do ex-secretário da
Fazenda José Teófilo, lucrou R$ 15,6 milhões em dez dias, diz a PF.
Negócio da China
Nesse negócio, a ZMM vendeu por R$ 27,9 milhões, em 4 de agosto de
2008, uma área pela qual havia pago R$ 12,3 milhões em 25 de julho.
Voracidade
Em poucos dias, o grupo investigado pela PF negociou 29 áreas em
Presidente Kennedy, no total de 18,3 milhões de metros quadrados.
Sócios
Segundo o inquérito da PF, o ex-secretário José Teófilo seria sócio do
ex-governador Paulo Hartung (PMDB) na consultoria Econos.
Ex teme calote em divórcio com o ‘dono’ do PR
A socialite paulista Maria Christina Mendes Caldeira mostra que
ex-mulher é mesmo para sempre: ela entrou com liminar na Justiça
para garantir 50% dos bens na partilha do seu rumoroso divórcio
com o deputado Valdemar da Costa Neto (SP), “dono” do PR. Maria
Christina pediu à Receita Federal que rastreie aplicações,
móveis e imóveis, contas bancárias e declaração de renda dos
últimos cinco anos.
Neopetista
À Câmara, em 2005, a ex de Valdemar o envolveu numa “caixinha” de
Taiwan para a campanha de Lula. Há meses, disse que entraria no PT.
Código de enigmas
Para o ruralista Zé Silva (PDT-MG), o polêmico novo Código Florestal
até parece com outro bem mais complicado: o Código da Vinci.
Amigos de Morfeu
No Senado ninguém ficará insone com CPIs: até 2016 estão garantidos
os serviços do Instituto do Sono de Brasília, por R$ 300 mil.
Rainha do Twitter
A argentina Cristina Kirchner está bombando no Twitter: tem um
milhão de seguidores entre os 40 milhões de argentinos. Já a brasileira
Dilma tem 1,2 milhão de seguidores e nossa população soma 194
milhões.
Impunidade
O araponga Idalberto Araújo, o Dadá, foi indiciado em 2007 na CPI
das Escutas Telefônicas, mas não teve qualquer punição. Para Luiz
Pitiman (PMDB-DF), “ele só aumentou o passe. Foi contratado por
Cachoeira”.
Distância
A deputada Íris de Araújo (PMDB-GO) garante não ter recebido
ligação do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), pedindolhe apoio: “Eu sou a última pessoa a quem ele ligaria. Haja óleo de
peroba!”.
Déja vu
Do senador Sérgio Petecão (PSD), sobre denúncias envolvendo o PT
no Acre com esquemas de Carlos Cachoeira: “O governo se trancou,
os caras comandam tudo, são poderosos, e paladinos da moralidade”.
Machu Pichu
Ex-marido de Marta Suplicy, o argentino Felipe Belisário (“Luiz
Favre”) ainda assessora o presidente peruano Ollanta Humala, apesar
dos protestos. Ele tem sido alvo de piadinhas nos jornais locais.
Boxe e política
O deputado Acelino Popó (PRB-BA) divide as atividades legislativas
em Brasília com treinamento de boxe. Ele se prepara para enfrentar
o invicto Michael Oliveira, dia 2 de junho, em Punta Del Este, no
Uruguai.
Pedra no caminho
Além da pressão para reduzir danos, a CPI do Cachoeira também
vai enfrentar o pedido da quebra de sigilo dos investigados, que o
STF decide. E no “direito constitucional de permanecer calado” do
depoente.
Assim é, se lhe parece
Condenado na CPI, o Ecad agora diz que o objetivo das investigações
foi justificar a criação de entidades públicas fiscalizadoras do
Escritório e “garantir o calote das emissoras de rádios e TV
inadimplentes”.
Pensando bem...
... se Cachoeira se considera preso político, como disse a mulher dele,
em breve terá direito à anistia do Ministério da Justiça.
Poder sem pudor
Memória curta
Foi uma surra memorável. Candidato
a vice-governador na chapa de Virgílio
Távora em 1958, o ex-prefeito de
Fortaleza Acrísio Moreira da Rocha não tinha o direito de esquecer
aquela sova cívica. Mas esqueceu. Anos depois, numa entrevista,
ele garantiu que jamais havia sido derrotado nas urnas.
- E a eleição de 58? – insistiu o repórter inconveniente.
Acrísio não perdeu a pose:
- Como é que eu poderia ganhar levando nas costas um piano
pesado como Virgílio? Nem se fosse guindaste...
ARMAÇÃO
Demóstenes bate em Gurgel
e o chama de sem-vergonha
Senador goiano criticou o procurador-geral da República por
ter arquivado a investigação contra ex-ministro Antonio Palocci
elza fiúza/abr/arquivo
brasília
Investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR),
o senador Demóstenes Torres
(sem partido-GO) chamou
o procurador-geral, Roberto
Gurgel, de “sem-vergonha”
durante o escândalo do caso
Palocci, em 2011. Áudios obtidos pelo Estado mostram que,
em conversa com o contraventor Carlos Augusto Ramos,
o Carlinhos Cachoeira, o parlamentar afirmou que tinha
de “bater” em Gurgel para ele
não se animar a investigá-lo.
Segundo a Polícia Federal,
a interceptação foi feita na
manhã seguinte a um pronunciamento no Senado em
que Demóstenes criticava a
atuação do procurador-geral,
que arquivou a investigação
contra o ex-ministro da Casa
Civil do governo Dilma Rousseff, Antonio Palocci, por enriquecimento ilícito a partir de
consultorias supostamente
prestadas por sua empresa, a
Projeto. A representação foi
feita pelos partidos de oposição. Na ocasião, o senador foi
um dos maiores críticos à postura de Gurgel.
“Se não der nele, ele (Gurgel) começa a pegar a gente também, você entendeu?
Agora, se ele está cumprindo
obrigação do governo, agora
ele inocenta o governo e depois pega um da oposição.
Isso é sem-vergonha. Se não
bater nele, ele anima”, disse
Demóstenes, em conversa às
10h06 do dia 7 de junho de
2011. Cachoeira elogiou o discurso do parlamentar e ressaltou que o procurador ficou
“desmoralizado” depois da
fala do senador.
Na época em que Demóstenes criticava Gurgel, a PF já
havia remetido ao procurador
peças do inquérito da Operação Vegas, que demons-
Se não der nele,
ele (Gurgel)
começa a pegar
a gente também,
você entendeu?
Agora se ele
está cumprindo
obrigação do
governo, agora ele
inocenta o governo
e depois pega um
da oposição”
Alvo. Procurador-geral Roberto Gurgel foi duramente criticado
travam a proximidade entre
o senador e Cachoeira. Nos
grampos, o parlamentar pede
dinheiro ao contraventor para
pagar suas despesas. Contudo, mesmo de posse do material desde 2009, o procurador
só pediu autorização ao STF
para investigá-lo em 2012,
após a crise provocada pela
Operação Monte Carlo.
Na quarta-feira (25), dia
da primeira sessão da CPI do
Cachoeira no Congresso, o senador Fernando Collor (PTBAL) propôs a convocação de
Gurgel, mas o requerimento
foi rejeitado. Questionado
pela imprensa sobre por que
não pediu autorização para
investigar Demóstenes em
2009, Gurgel afirmou que o inquérito daquele ano dependia
de informações que só viriam
a ser obtidas na Monte Carlo,
deflagrada há dois meses.
‘Fumaça’
As interceptações mostram
acordo tucano
que o senador e Cachoeira cogitavam representar ao Conselho Nacional do Ministério
Público (CNMP) contra a recondução de Gurgel ao cargo.
O procurador teria, segundo
Demóstenes, deixado de cumprir sua obrigação funcional.
“Seria uma ótima representar
contra ele no Conselho,” diz o
senador, animado com a proposta de Cachoeira de fazer
um ato contra a recondução
de Gurgel ao cargo.
Em 3 de agosto, durante a
sabatina para a recondução,
Demóstenes voltou a questionar o procurador sobre o arquivamento no caso Palocci.
“Causou estranheza porque,
para se iniciar uma investigação, bastam indícios, que são
fumaças, e o que nós imaginávamos é que (ele) iria abrir
um processo de investigação.
Vossa excelência teve documentos a que nós não tivemos
acesso, que são sigilosos, e há
algumas situações muito es-
Demóstenes Torres, senador
tranhas. O Supremo já admitiu investigação a partir de
matérias de jornal”, afirmou
o senador.
Na época, Gurgel afirmou
que não via indícios de crime
e, por isso, decidiu arquivar
as representações. “Não é
possível concluir pela presença de indício idôneo de
que a renda havida pelo representado (Palocci) como
parlamentar ou por intermédio da Projeto adveio da
prática de delitos, nem que
tenha usado do mandato de
deputado federal para beneficiar eventuais clientes de
sua empresa perante a administração pública”.
Na sexta-feira (27), a Procuradoria-Geral da República não comentou as críticas
de Demóstenes relacionadas à atuação de Gurgel.
Por meio de seu advogado,
o senador informou que não
comentaria os áudios da
Monte Carlo.
dinheiro ilícito
Governador negocia com Senador recebe mais de
Cachoeira obra para Delta R$ 3 mi do contraventor
Brasília
Diálogos interceptados pela
Polícia Federal, em julho do
ano passado, indicam que o
governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), teria se
comprometido com o contraventor Carlinhos Cachoeira
para contratar a empreiteira
Delta, sem licitação, para restaurar rodovias do Estado.
Na conversa, o ex-presidente da Câmara Municipal de
Goiânia e ex-vereador Wladimir Garcez lembra a Cachoeira que Perillo fez o acerto
na casa de Edivaldo Cardoso,
ex-presidente do Detran de
Goiás, exonerado no início do
mês após a divulgação de sua
relação com o contraventor.
Garcez fala no nome do
governador ao responder a
Cachoeira que o pagamento
pelas obras será feito pelo Detran. “Isso é aquilo que o Marconi, você lembra, falou inclusive lá na casa do Edivaldo pra
nós dois”, afirma.
Outra conversa grampeada,
de 3 de agosto de 2011, entre
o ex-vereador e o então diretor da Delta no Centro-Oeste,
Cláudio Abreu, preso na quarta-feira passada, sinaliza co-
mo corriqueira a iniciativa de
Perillo de lotear os contratos
da Agência Goiana de Obras
e Transportes (Agetop) com
a “Delta-Carlinhos”.
O cunhado do governador
e secretário de Articulação
Política de Goiás, Sérgio Cardoso, foi quem avisou Wladimir sobre a “entrega” de dois
lotes de um contrato no valor
total de R$ 11 milhões para a
Delta. Em nenhum momento o contraventor, o ex-vereador e Abreu falam sobre a
necessidade de passar pelo
processo de licitação.
Cachoeira se mostra irritado ao saber que o pagamento pelo serviço em um
lote será de R$ 1,4 milhão.
“Um milhão e quatrocentos
de quê? De reais?”, questiona. O ex-vereador tenta
acalmá-lo: “É que são dois
lotes. Dá R$ 2,8 milhões de
R$ 11 milhões. O valor total
é de R$ 11 milhões”.
No diálogo grampeado 23
dias depois, Abreu também
está irritado com a parte do
contrato disponibilizada para
a Delta. Ele diz que a conversa
acertada era outra: “Eu tô p...
com você e Carlinhos, ocês
vão fazer eu nem dormir”.
Brasília
No pedido de instauração
de inquérito no Supremo
Tribunal Federal (STF) para
apurar as ligações do senador Demóstenes Torres (sem
partido-GO) com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o
procurador-geral da República, Roberto Gurgel, diz que é
“expressamente referido” que
“R$ 1 milhão foi depositado
na conta” do parlamentar. O
documento aponta um valor
total repassado para o parlamentar de R$ 3,1 milhões.
A afirmação do procurador
está no item 36, página 40 do
inquérito encaminhado ao
Supremo. Toda essa documentação foi liberada pelo
ministro Ricardo Lewandowski para a CPI do Cachoeira, e para o Conselho de
Ética do Senado, que está
apreciando pedido de cassação do mandato do senador Demóstenes.
“Em diálogo no dia 22 de
março de 2011, às 11h18min,
entre Carlos Cachoeira e
Cláudio Abreu, não degravado pela autoridade policial, é
expressamente referido que
o valor de um milhão foi depositado na conta do Senador Demóstenes e que o valor
total repassado para o Parlamentar foi de R$ 3.100.000,00
(três milhões e cem mil reais)”, escreveu o procurador
da República no inquérito,
após analisar documentos da
Operação Monte Carlo.
Download

Demóstenes bate em Gurgel e o chama de sem-vergonha