1 XIX Congresso Nacional de Coloproctologia Porto, 3 e 4 de Dezembro de 2009 Presidente de Honra António Carlos Saraiva Presidente Miguel Mascarenhas Saraiva Secretário Pedro Correia da Silva Comissão Organizadora Américo Dias Pereira Ana Maria Branco Anabela Rocha F. Castro Poças Joaquim Costa Pereira José Alexandre Sarmento Raquel Gonçalves Local Hotel Ipanema Park Secretariado Skyros Congressos Avª Dr. Antunes Guimarães, nº 554 4100-074 PORTO Tel: 22 616 5450 Fax: 226189538 Email: [email protected] Email do Secretariado científico: [email protected] 2 Programa Dia 3 de Dezembro de 2009 9h00m Sessão de Comunicações livres Presidente: J Ricardo Teixeira Moderadores: Pedro Amaro António David Marques Alexandre Monteiro Ana Maria Branco CO-01 ADALIMUMAB NA COLITE COLITE ULCEROSA – NOVAS PERSPECTIVAS TERAPÊUTICAS. Ferreira F., Magro F, Macego G. CO-02 QUALIDADE DE VIDA E GRAU DE CONTINÊNCIA ANAL EM DOENTES COM PROCTOCOLECTOMIA RECONSTRUTIVA (PCR) POR COLITE ULCEROSA. A. Manso, J. S. Leite, S. Martins, C. Carvalho, A. Monteiro, J. Oliveira, M. Martins, F. Castro-Sousa CO-03 DOENÇA DE CROHN PERIANAL FISTULIZANTE – EXPERIÊNCIA DA CONSULTA DE PROCTOLOGIA Catarina Graça Rodrigues, Leonel Ricardo, Alexandra Martins, Julieta Félix, Sara F. Alberto, Eduardo Pires, João de Deus CO-04 DOENÇA DE CROHN: EVOLUÇÃO CLÍNICA DOS PACIENTES COM TRATAMENTO CIRÚRGICO Luís Lencastre, Hugo Santos-Sousa, Tiago Bouça-Machado, Elisabete Barbosa, Herculano Moreira, Amadeu Pimenta CO-05 ABCESSOS PERIANAIS – ESTUDO RETROSPECTIVO Diva Silva, Américo Dias Pereira, Rosa Sousa, Vera Resende, Adriana Sousa, Gil Gonçalves, Mário Nora CO-06 DEFECOGRAFIA NA AVALIAÇÃO DO PROLAPSO RECTAL. AINDA UMA FERRAMENTA ÚTIL ? Miguel Mascarenhas Saraiva, Vera Costa Dias, F. Castro Poças CO-07 RECONSTITUIÇÃO DO TRÂNSITO INTESTINAL: CARACTERÍSTICAS E MORBIMORTALIDADE Fernanda Nogueira, Sandra Martins, Javier Lamelas, Mesquita Rodrigues CO-08 ENCERRAMENTO DE ESTOMAS DERIVATIVOS – ESTUDO RETROSPECTIVO Diva Silva, Américo Dias Pereira, Rosa Sousa, Vera Resende, Gil Gonçalves, Mário Nora 3 CO–09 TOXINA BOTULÍNICA NO TRATAMENTO DA FISSURA ANAL – ANÁLISE RETROSPECTIVA - Bruno Arroja, Manuela Canhoto, Cláudia Gonçalves, Filipe Silva, Isabel Cotrim, Helena Vasconcelos 10h30m Intervalo 11h00m Mesa-Redonda: Tópicos em Doença Inflamatória Intestinal Presidentes: Araújo Teixeira José Manuel Romãozinho Moderadores: João Pimentel Fernando Magro Indicações cirúrgicas na colite ulcerosa – João Gíria Vigilância na DII – Francisco Portela Os riscos da terapêutica biológica – Paula Lago Cirurgia laparoscópica na DII – Anabela Rocha Painel de Discussão: Raquel Gonçalves Marília Cravo Alexandre Duarte João Malaquias Leitão 12h30m Sessão de Abertura Presidente de Honra: António Carlos Saraiva Entrega do prémio Decomed 2009 Apresentação do XIX Congresso Nacional de Coloproctologia / Reunião Ibérica em Badajoz (2010) 13h00m Almoço 4 14h30m Mesa-redonda: Unidade de Pavimento Pélvico Presidentes: Antonino Camacho Júlio Leite Moderadores: Pedro Correia da Silva F. Castro Poças Participação da Urologia – Mário João Gomes Participação da Ginecologia – Teresa Mascarenhas Participação da Cirurgia – Vicent Roig (Valência) Participação da Gastrenterologia –Miguel Minguez (Valência) Painel de discussão: Carla Cardoso Irene Martins Vieira Amândio Pedro Moniz Pereira 16h00m Intervalo Visita à exposição de Comunicações em Poster: Comunicações em Poster: CP-01 TUMOR DE CÉLULAS GRANULARES MÚLTIPLO DO CÓLON - João Soares, Artur Machado, Aníbal Ferreira, Carla Rolanda e Raquel Gonçalves CP-02 PLUG SURGISIS COMO TRATAMENTO DE FISTULA RECTOVAGINAL – UM CASO CLÍNICO - Tiago Ferreira; Maria Rosa Sousa, Américo Dias Pereira, António Soares CP-03 CONDILOMAS PERIANAIS – UMA QUESTÃO ESTÉTICA - Tiago Ferreira; Américo Dias Pereira, Maria Rosa Sousa, António Soares CP-04 VOLVO DO CEGO: A PROPÓSITO DE 2 CASOS CLÍNICOS - João Pinho, Filipa Santos, Raquel Dias, Isabel Borges, Alice Fonseca, Lucília Conceição, José Cecílio, Amândio Matos, José Couceiro, Martinho Almeida, Max Melo, Costa Serrão, Alberto Seabra CP-05 PÓLIPO CLOACOGÉNICO INFLAMATÓRIO – UMA CAUSA INCOMUM DE RECTORRAGIA - Joana Saiote, Cátia Quintela, M. João Bettencourt CP-06 FÍSTULA URETRO-RECTAL APÓS PROSTATECTOMIA RADICAL – Caso Clínico - T. Santos Silva, A. Duarte, J. Pimentel 5 CP-07 CAUSA RARA DE COLITE ISQUÉMICA - Ana Nunes, Vítor Fernandes, Cristina Fonseca, Henrique Santos, João Freitas CP-08 CLOSTRIDIUM DIFFICILE E AGUDIZAÇÃO DA DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL - AVALIAÇÃO DE UM ANO DE INTERNAMENTOS NUM SERVIÇO DE GASTRENTEROLOGIA - Joana Saiote, Gonçalo Ramos, Liliana Santos, Teresinha Valente, Teresa Bentes, Jaime Ramos CP-09 COLITE POR CMV E ABCESSO HEPÁTICO - Ferreira A, Soares J, Pereira P, Pardal F, Falcão S, Gonçalves R, Macedo G CP-10 CAUSA RARA DE OCLUSÃO INTESTINAL - Soraia Silva; Sofia Nunes; Nuno Azenha; Mário Sérgio; José Pena; Fernando Martinho CP-11 MASSA ABDOMINAL EM DOENTE TRATADA COM METOTREXATO CASO CLÍNICO - Ana Nunes, Paula Borralho, João Freitas CP-12 GANGLIONEUROMATOSE INTESTINAL ESPORÁDICA NUM JOVEM ADULTO - Teresa Moreira, Germano Villas-Boas , Olinda Lima CP-13 ADENOCARCINOMA DO ILEON – UMA NEOPLASIA RARA - Hugo SantosSousa, Tiago Bouça-Machado, Luís Lencastre, Elisabete Barbosa, Filomena Barreto, Luís Malheiro, Pedro Correia-da-Silva, Amadeu Pimenta CP-14 FASCEÍTE NECROTIZANTE SECUNDÁRIA A APENDICITE AGUDA PERFURADA - Hugo Santos-Sousa, Tiago Bouça-Machado, Luís Lencastre, Elisabete Barbosa, Renato Bessa-de-Melo, John Preto, Amadeu Pimenta CP-15 FASCEÍTE NECROTIZANTE SECUNDÁRIA A DIVERTICULITE AGUDA PERFURADA - Tiago Bouça-Machado, Hugo Santos-Sousa, Luís Lencastre, Renato Bessa-de-Melo, Elisabete Barbosa, António Taveira-Gomes, Pedro Correia-da-Silva, Amadeu Pimenta CP-16 MEGACÓLON SECUNDÁRIO A IMPACTAÇÃO FECAL EM DOENTE PSIQUIÁTRICO - Tiago Bouça-Machado, Hugo Santos-Sousa, Luís Lencastre, Mariana Sacchetti, Elisabete Barbosa, Amadeu Pimenta CP-17 TORÇÃO DO APÊNDICE: UMA ENTIDADE RARA - Luís Lencastre, Hugo Santos-Sousa, Tiago Bouça-Machado, Herculano Moreira, Eduardo Lima-daCosta, Elisabete Barbosa, António Taveira-Gomes, Amadeu Pimenta CP-18 TUBERCULOSE APENDICULAR COM APRESENTAÇÃO CLÍNICA DE APENDICITE AGUDA - Hugo Santos-Sousa, Tiago Bouça-Machado, Luís Lencastre, Catarina Eloy, Elisabete Barbosa, António Taveira-Gomes, Amadeu Pimenta 6 CP-19 VÓLVULO CECAL NO CONTEXTO DE PARALISIA CEREBRAL - Luís Lencastre, Hugo Santos-Sousa, Tiago Bouça-Machado, Inês Romero, Elisabete Barbosa, Herculano Moreira, Amadeu Pimenta CP-20 DOENÇA DE CROHN - CAUSA DIRECTA RARA DE PANCREATITE Helena Marques; Sandra Martins; Javier Lamelas; Mesquita Rodrigues CP-21 OCLUSÃO INTESTINAL ALTA - UM CASO RARO POR METÁSTASE DE CARCINOMA DO ENDOMÉTRIO - Helena Marques; Sandra Martins; Javier Lamelas; Mesquita Rodrigues CP-22 VOLVO DO CÓLON: CASUÍSTICA DO SERVIÇO DE CIRURGIA DO HDFF NOS ÚLTIMOS 6 ANOS - Filipa Santos, João Pinho, Raquel Dias, Isabel Borges, Alice Fonseca, Lucília Conceição, José Cecílio, Amândio Matos, José Couceiro, Martinho Almeida, Max Melo, Costa Serrão, Alberto Seabra CP-23 RESSECÇÃO INTERESFINCTÉRICA NO CANCRO DO RECTO: PODE CONSIDERAR-SE UMA INTERVENÇÃO SEGURA? - J. S. Leite, A. Manso, S. Martins, C. Carvalho, A. Monteiro, I. Portela, J. Oliveira, F. Castro-Sousa CP-24 VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DE UMA SOLUÇÃO DE “HAEMACELL” COM AZUL DE METILENO NAS MUCOSECTOMIAS PARA EXÉRESE DE PÓLIPOS COLO-RECTAIS - Vera Costa Dias, Rolando Pinho, F. Castro Poças, Miguel Mascarenhas Saraiva CP-25 SCHISTOSSOMÍASE CRÓNICA: UMA ABORDAGEM DIAGNÓSTICA ALTERNATIVA - Ferreira A, Pereira P, Macedo G 16h30m Conferencia: Estudo genético no cancro colo-rectal Presidente: F. Tavarela Veloso Palestrante: José Manuel Soares 17h00m Sessão de Comunicações em vídeo Presidente: Rocha Pires Moderadores: Nuno Paz Helena Vasconcelos Correia Neves Mesquita Rodrigues CV-01 ENTEROSCOPIA NA DOENÇA DE CROHN – Miguel Mascarenhas Saraiva, Eduardo Oliveira, Rolando Pinho 7 CV-02 ILEOCOLECTOMIA LAPAROSCÓPICAMENTE ASSISTIDA POR DOENÇA DE CROHN - Américo Dias Pereira; António Soares; Rute Cerqueira; Diva Silva; Jorge Costa; Mário Nora CV-03 HEMICOLECTOMIA DIREITA POR VIA (EXCLUSIVAMENTE) LAPAROSCÓPICA. - F.Castro Sousa, J.Soares Leite, Mónica Martins, V.Almeida, P.Moura CV-04 RESSECÇÃO ANTERIOR DO RECTO LAPAROSCÓPICA – um exemplo de grande evidência anatómica - Américo Dias Pereira; Adriana Sousa; Tânia Teixeira; Jorge Costa; Diva Silva; António José Reis; Rosa Sousa; Gil Gonçalves; Mário Nora CV-05 HEMORROIDOPEXIA TRANSANAL MANUAL - Júlio S. Leite, Mónica Martins 18h15m Assembleia Geral da SPCP 20h30m Jantar do Congresso 8 4 de Dezembro 9h00m Sessão de Comunicações Livres Presidente – A Mascarenhas Saraiva Moderadores: José Alexandre Sarmento Venâncio Mendes Martins Barata Jorge Maciel CO-10 RISCO DE CANCRO COLO-RECTAL NOS DOENTES PORTADORES DE MUTAÇÕES MYH BIALÉLICAS E MONOALÉLICAS - J. S. Leite, A. Manso, S. Martins, C. Carvalho, P. Amaro, O. Albuquerque, A. Almeida Santos, F. CastroSousa CO-11 MUTAÇÕES DO GENE CARD15 E CANCRO COLO-RECTAL NA POPULAÇÃO PORTUGUESA - Paulo Freire, Francisco Portela, Maria Manuel Donato, Pedro Figueiredo, Pedro Amaro, Manuela Ferreira, Anabela Sá, Paulo Andrade, Hermano Gouveia, Carlos Sofia, M. C. Leitão CO-12 FACTORES ANATÓMICOS PREDITIVOS DE COLONOSCOPIA INCOMPLETA - Duque G., Freire P., Ferreira M., Amaro P., Gouveia H., Sofia C., Paulino C., Graça B., Alves F. CO-13 PODEREMOS FICAR TRANQUILOS COM A NÃO DETECÇÃO DOS MICROPÓLIPOS PELA COLONOGRAFIA POR TC? - Duque G., Freire P., Ameida N., Leitão C., Figueiredo P., Ferreira M., Gouveia H., Sofia C. CO-14 ABORDAGEM TERAPÊUTICA DO CARCINOMA COLORRECTAL AVANÇADO NA APRESENTAÇÃO INICIAL - Luís Lencastre, Hugo Santos-Sousa, Tiago Bouça-Machado, Miguel Barbosa, Isabel Carvalho, Pedro Correia-da-Silva, Amadeu Pimenta CO-15 A RESPOSTA À RÁDIO-QUIMIOTERAPIA NEOADJUVANTE (RQTN) COMO FACTOR PROGNÓSTICO NO CARCINOMA DO RECTO - Carlos Soares, Elisabete Barbosa, João Pinto-de-Sousa, Cristina Sarmento, Margarida Lima, Pedro Correia Silva, Amadeu Pimenta CO-16 NOVA TÉCNICA DE ANASTOMOSE EM CIRURGIA LAPAROSCÓPICA DO RECTO - Limbert Manuel, Mendes de Almeida JC CO-17 OPERAÇÃO DE LONGO (PROCTOMUCOSECTOMIA COM PROCTOMUCOSOPEXIA MECÂNICA): FUNDAMENTOS, INDICAÇÕES E 9 PORMENORES DA TÉCNICA PARA EVITAR COMPLICAÇÕES - João Vieira, Rogélio Andrés Luna, Jesus Giraldo, Isabel Iria, Jorge Correia, H. de Vasconcelos Dias, H.Bicha Castelo. CO-18 OPERAÇÃO DE LONGO (PROCTOMUCOSECTOMIA COM PROCTOMUCOSOPEXIA MECÂNICA): ANÁLISE CASUÍSTICA DA EXPERIENCIA DA EQUIPA DE COLOPROCTOLOGIA DO SERVIÇO DE CIRURGIA II (HOSPITAL PULIDO VALENTE) DO C.H.L.N. - João Vieira, Rogélio Andrés Luna, Jesus Giraldo, Isabel Iria, Jorge Correia, H. de Vasconcelos Dias, H. Bicha Castelo. 10h30m Intervalo 11h00m Mesa redonda: Doença diverticular do Cólon revisitada Presidentes: Cruz Pinho Santos Bessa Moderadores: Américo Dias Pereira Paula Alexandrino Abordagem do gastrenterologista: João Ramos Deus Abordagem do imagiologista: Fernanda Reis Cirurgia na diverticulite aguda: Celso Silva Cirurgia electiva: Henrique Bicha Castelo Painel de discussão: Marisa Santos Eduardo Pereira Guilherme Tralhão Vítor Fernandes 12h30m Conferencia: Fistulas anais Presidente: F. Castro Sousa Palestrante: J. Vicent Roig 13h00m Sessão de encerramento Entrega de prémios às Comunicações 10 Júris dos Prémios Prémio para Comunicação em vídeo Presidente – Carlos Costa Almeida Vogais João Carvalho Jaime Ramos António Araújo Teixeira Fernando Aldeia Prémio para Comunicação oral Presidente – João Leitão Vogais Manuela Ferreira José Pedrosa Susana Costa Manuel Limbert Prémio para Comunicação em poster Presidente – Manuel Liberato Vogais António Banhudo Joaquim Pinto de Matos Adriano Paim Manuel Tavares Magalhães 11 Resumos das comunicações a) Comunicações orais (CO) b) Comunicações em vídeo (CV) c) Comunicações em poster (CP) 12 a) Comunicações Orais CO-01 ADALIMUMAB NA COLITE COLITE ULCEROSA PERSPECTIVAS TERAPÊUTICAS - Ferreira F., Magro F, Macego G. – NOVAS CO-02 QUALIDADE DE VIDA E GRAU DE CONTINÊNCIA ANAL EM DOENTES COM PROCTOCOLECTOMIA RECONSTRUTIVA (PCR) POR COLITE ULCEROSA. A. Manso, J. S. Leite, S. Martins, C. Carvalho, A. Monteiro, J. Oliveira, M. Martins, F. Castro-Sousa CO-03 DOENÇA DE CROHN PERIANAL FISTULIZANTE – EXPERIÊNCIA DA CONSULTA DE PROCTOLOGIA - Catarina Graça Rodrigues, Leonel Ricardo, Alexandra Martins, Julieta Félix, Sara F. Alberto, Eduardo Pires, João de Deus CO-04 DOENÇA DE CROHN: EVOLUÇÃO CLÍNICA DOS PACIENTES COM TRATAMENTO CIRÚRGICO - Luís Lencastre, Hugo Santos-Sousa, Tiago BouçaMachado, Elisabete Barbosa, Herculano Moreira, Amadeu Pimenta CO-05 ABCESSOS PERIANAIS – ESTUDO RETROSPECTIVO - Diva Silva, Américo Dias Pereira, Rosa Sousa, Vera Resende, Adriana Sousa, Gil Gonçalves, Mário Nora CO-06 DEFECOGRAFIA NA AVALIAÇÃO DO PROLAPSO RECTAL. AINDA UMA FERRAMENTA ÚTIL? - Miguel Mascarenhas Saraiva, Vera Costa Dias, F. Castro Poças CO-07 RECONSTITUIÇÃO DO TRÂNSITO INTESTINAL: CARACTERÍSTICAS E MORBIMORTALIDADE - Fernanda Nogueira, Sandra Martins, Javier Lamelas, Mesquita Rodrigues CO-08 ENCERRAMENTO DE ESTOMAS DERIVATIVOS – ESTUDO RETROSPECTIVO - Diva Silva, Américo Dias Pereira, Rosa Sousa, Vera Resende, Gil Gonçalves, Mário Nora CO–09 TOXINA BOTULÍNICA NO TRATAMENTO DA FISSURA ANAL – ANÁLISE RETROSPECTIVA - Bruno Arroja, Manuela Canhoto, Cláudia Gonçalves, Filipe Silva, Isabel Cotrim, Helena Vasconcelos CO-10 RISCO DE CANCRO COLO-RECTAL NOS DOENTES PORTADORES DE MUTAÇÕES MYH BIALÉLICAS E MONOALÉLICAS - J. S. Leite, A. Manso, S. Martins, C. Carvalho, P. Amaro, O. Albuquerque, A. Almeida Santos, F. CastroSousa CO-11 MUTAÇÕES DO GENE CARD15 E CANCRO COLO-RECTAL NA POPULAÇÃO PORTUGUESA - Paulo Freire, Francisco Portela, Maria Manuel Donato, Pedro Figueiredo, Pedro Amaro, Manuela Ferreira, Anabela Sá, Paulo Andrade, Hermano Gouveia, Carlos Sofia, M. C. Leitão 13 CO-12 FACTORES ANATÓMICOS PREDITIVOS DE COLONOSCOPIA INCOMPLETA - Duque G., Freire P., Ferreira M., Amaro P., Gouveia H., Sofia C., Paulino C., Graça B., Alves F. CO-13 PODEREMOS FICAR TRANQUILOS COM A NÃO DETECÇÃO DOS MICROPÓLIPOS PELA COLONOGRAFIA POR TC? - Duque G., Freire P., Ameida N., Leitão C., Figueiredo P., Ferreira M., Gouveia H., Sofia C. CO-14 ABORDAGEM TERAPÊUTICA DO CARCINOMA COLORRECTAL AVANÇADO NA APRESENTAÇÃO INICIAL - Luís Lencastre, Hugo Santos-Sousa, Tiago Bouça-Machado, Miguel Barbosa, Isabel Carvalho, Pedro Correia-da-Silva, Amadeu Pimenta CO-15 A RESPOSTA À RÁDIO-QUIMIOTERAPIA NEOADJUVANTE (RQTN) COMO FACTOR PROGNÓSTICO NO CARCINOMA DO RECTO - Carlos Soares, Elisabete Barbosa, João Pinto-de-Sousa, Cristina Sarmento, Margarida Lima, Pedro Correia Silva, Amadeu Pimenta CO-16 NOVA TÉCNICA DE ANASTOMOSE EM CIRURGIA LAPAROSCÓPICA DO RECTO - Limbert Manuel, Mendes de Almeida JC CO-17 OPERAÇÃO DE LONGO (PROCTOMUCOSECTOMIA COM PROCTOMUCOSOPEXIA MECÂNICA): FUNDAMENTOS, INDICAÇÕES E PORMENORES DA TÉCNICA PARA EVITAR COMPLICAÇÕES - João Vieira, Rogélio Andrés Luna, Jesus Giraldo, Isabel Iria, Jorge Correia, H. de Vasconcelos Dias, H.Bicha Castelo. CO-18 OPERAÇÃO DE LONGO (PROCTOMUCOSECTOMIA COM PROCTOMUCOSOPEXIA MECÂNICA): ANÁLISE CASUÍSTICA DA EXPERIENCIA DA EQUIPA DE COLOPROCTOLOGIA DO SERVIÇO DE CIRURGIA II (HOSPITAL PULIDO VALENTE) DO C.H.L.N. - João Vieira, Rogélio Andrés Luna, Jesus Giraldo, Isabel Iria, Jorge Correia, H. de Vasconcelos Dias, H. Bicha Castelo. CO-01 ADALIMUMAB NA COLITE ULCEROSA - NOVAS PERSPECTIVAS TERAPÊUTICAS Ferreira F., Magro F., Macedo G. Serviço de Gastrenterologia, de Hospital de S. João Introdução: O Infliximab é eficaz na indução e manutenção da remissão em doentes com colite ulcerosa moderada a grave, porém, pode associar-se a reacções infusionais agudas e tardias. O Adalimumab está indicado na doença de Crohn, em doentes refractários ou intolerantes ao Infliximab; no entanto, na Colite Ulcerosa a sua eficácia não está esclarecida. 14 Caso clínico 1: Homem de 20 anos, com pancolite ulcerosa com diagnóstico há 5 anos, corticodependente, medicado desde 2004 com azatioprina e 5-ASA. Em Janeiro de 2006 inicia terapêutica biológica com Infliximab com boa resposta clínica. Em Março de 2007, por persistência de artralgias, após consulta de Reumatologia, auto-suspendeu o Infliximab. Em Dezembro de 2008 por manter artalgias e doença crónica activa é reintroduzido o Infliximab. Durante a 2ª toma registou-se reacção aguda caracterizada por urticária da face e membros e dispneia, sendo suspenso o tratamento com Infliximab. Como recusou ser submetido a colectomia total, efectuou Adalimumab, segundo o esquema: 160 mg (semana 0), 80 mg (semana 2), e depois 40 mg em semanas alternadas. O doente atingiu remissão clínica e endoscópica após a quarta semana. Após um seguimento superior a 9 meses, verificou-se melhoria das queixas osteo-articulares e descida da proteína C reactiva em relação ao valor basal ( 27 para 2 mg/L). Caso clínico 2: Mulher de 60 anos, com colite ulcerosa distal, com 21 anos de evolução, corticodependente e imunossuprimida com azatioprina desde de 2002. Em Maio de 2009 iniciou terapêutica biológica com Infliximab, durante a 2ª toma observou-se reacção aguda caracterizada por hipotensão e dispneia. Iniciou tratamento com Adalimumab em Outubro de 2009, segundo o mesmo esquema, com melhoria clínica e endoscópica e diminuição da proteína C reactiva (1,7 mg/L), logo após a indução. Conclusão: Apesar do Adalimumab não estar aprovado para o tratamento da colite ulcerosa, na literatura existem estudos recentes que demonstraram a sua eficácia. Os casos aqui apresentados são mais uma constatação da sua eficácia no tratamento da colite ulcerosa. Apesar de aparentemente promissor, são necessários estudos clínicos randomizados, prospectivos e controlados para melhor avaliação da utilização do Adalimumab nesta população de doentes. CO-02 QUALIDADE DE VIDA E GRAU DE CONTINÊNCIA ANAL EM DOENTES COM PROCTOCOLECTOMIA RECONSTRUTIVA (PCR) POR COLITE ULCEROSA A. Manso, J. S. Leite, S. Martins, C. Carvalho, A. Monteiro, J. Oliveira, M. Martins, F. Castro-Sousa Serviço de Cirurgia III, Hospitais da Universidade de Coimbra Introdução: A opção cirúrgica nos pacientes com colite ulcerosa moderada e grave depende da resposta ao tratamento médico e da decisão partilhada entre doente, gastrenterologista e cirurgião. O objectivo do estudo foi conhecer os resultados clínicos da PCR. Métodos: Enviaram-se 2 questionários de qualidade de vida a 33 doentes operados de PCR entre 1986 e 2008: o SF-36 orientado para a componente física e mental e o IBDQ (Inflammatory Bowel Disease Questionnaire) para sintomas específicos da doença, ambos validados para a população portuguesa. Para 15 comparação dos resultados do SF-36 utilizou-se um grupo populacional de controlo (n=1094). O score do IBDQ varia entre mau (32) e perfeito (224), sabendo-se que os pacientes com remissão sintomática têm valores > 170. Enviou-se também o inquérito de incontinência de Wexner (score de 0 a 20), convencionando-se valores para resultados bons (score < 3), razoáveis (score 46) e fracos (score > 7). Utilizou-se o teste de Man-Whitney nas comparações estatísticas. Resultados: Responderam 30 doentes (9 mulheres) operados com um follow-up médio de 4 anos (limites, 1-17), tendo a idade média de 45 anos (limites, 27-67). Os resultados médios do SF-36 foram na componente física 76 e na componente mental 75, não apresentando diferenças significativas com o grupo controlo. O valor médio+DP do IBDQ foi 182+29. O valor médio+DP do score de Wexner foi de 3,9+ 4,6, apresentando 7 doentes (23%) score fraco (> 7). Considerando este grupo apenas 2 apresentavam SF-36 baixo (31 e 42) e associadamente IBDQ baixo (102 e 113). Não se encontrou correlação estatística entre o score de Wexner e os questionários SF-36 e IBDQ. Conclusões: A qualidade de vida global dos doentes operados de PCR é idêntica à da população de controlo e à dos doentes em remissão da doença. Existia incontinência em 23% dos doentes, mas neste grupo apenas 2 (6,6% do total) apresentavam alterações significativas no score da qualidade de vida global e também no da doença inflamatória. CO-03 DOENÇA DE CROHN PERIANAL FISTULIZANTE – EXPERIÊNCIA DA CONSULTA DE PROCTOLOGIA Catarina Graça Rodrigues, Leonel Ricardo, Alexandra Martins, Julieta Félix, Sara F. Alberto, Eduardo Pires, João de Deus Serviço de Gastrenterologia do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca O envolvimento perianal é relativamente comum na Doença de Crohn (DC), contribui significativamente para a morbilidade associada à doença e frequentemente influencia o seu tratamento. A sua abordagem, particularmente das lesões fistulizantes, constitui um desafio. São seguidos no nosso serviço 273 doentes com DC. Destes, 67 (24,5%) apresentaram nalgum momento da evolução da doença um envolvimento perianal fistulizante, comprovado clínica e/ou imagiologicamente; 36 (53,7%) homens e 31 mulheres (46,3%). A doença perianal precedeu ou coincidiu com o momento do diagnóstico da doença intestinal em 10,4% dos casos. As fístulas perianais ocorreram em 10,3% dos doentes com doença ileal, 30,7% dos doentes com doença ileo-cólica, 20,5% dos doentes com doença cólica e em 56,9% dos doentes com afectação rectal. Foram classificadas em simples [17doentes (25,4%)] e complexas [50 doentes (74,6%)], segundo a classificação 16 proposta pela American Gastrointestinal Association. Fístulas recto-vaginais estavam presentes em 6 doentes (9,0%). A abordagem das fístulas simples foi exclusivamente médica em 76,5% dos casos, e cirúrgica (Fistulotomia) em 23,5% dos casos, nos quais o tratamento médico isolado falhou. Todos os doentes foram tratados com antibióticos (Metronidazol ± Ciprofloxacina), 17,6% com Azatioprina e 11,8% com Azatioprina + AntiTNF. O encerramento da fístula foi alcançado em 100% dos casos, sem recidiva. Quanto às fístulas complexas, pelo menos um procedimento cirúrgico (Drenagem, Colocação de Seton, Dilatação de Estenose Anal, Reparação de Fístulas Recto-Vaginais) foi requerido em determinada fase do tratamento em todos os doentes, tendo sido necessário realizar protectomia num deles. Todos os doentes receberam tratamento com antibióticos, 34% com Azatioprina, 4% com AntiTNF e 34% com Azatioprina+AntiTNF, sequencialmente ou em combinação. O Infliximab foi interrompido em 3 doentes, por ausência de resposta (2) ou por reacção alérgica (1). Houve falha no controlo da drenagem da fístula em 2% dos casos e remissão parcial em 4%. Um doente desenvolveu adenocarcinoma anal. Verificou-se um caso de incontinência fecal após tratamento cirúrgico. Registaram-se 3 óbitos, um no contexto de sépsis com ponto de partida perianal, e dois por causas não relacionadas com a DC. De acordo com os dados desta casuística, ¼ dos doentes com DC desenvolve uma fístula perianal ao longo do curso da sua doença. O risco é superior na doença envolvendo o recto. As fístulas simples tendem a responder à terapêutica médica e a seguir um curso benigno. As fístulas complexas requerem frequentemente terapêutica médico-cirúrgica e tendem a persistir ou recorrer. Causam morbilidade significativa e podem levar à morte. CO-04 DOENÇA DE CROHN: EVOLUÇÃO CLÍNICA DOS PACIENTES COM TRATAMENTO CIRÚRGICO Luís Lencastre, Hugo Santos-Sousa, Tiago Bouça-Machado, Elisabete Barbosa, Herculano Moreira, Amadeu Pimenta Serviço de Cirurgia Geral, Hospital São João EPE / Faculdade de Medicina do Porto Objectivos: Estudo da evolução clínica dos pacientes com Doença de Crohn (DC) submetidos a cirurgia. Material e métodos: Revisão dos processos clínicos dos doentes do nosso serviço submetidos a cirurgia por DC, entre Maio de 2006 e Janeiro de 2009. 17 Resumo dos resultados: 94 pacientes (57 M, 37 F) com idade mediana de 36 anos (17-74 anos). A idade média aquando do diagnóstico de DC foi de 28,5 anos (12-71 anos). De acordo com a Classificação de Vienna (CV), 68 doentes (72,3%) foram classificados como A1 e 26 (27,7%) como A2; a localização da doença foi L1 em 55 pacientes (58,5%), L2 em 5 (5,3%), L3 em 28 (29,8%) e L4 em 6 (6,4%); o comportamento da doença foi B1 em 2 doentes (2,1%), B2 em 38 (40,4%) e B3 em 54 (57,4%). Cinquenta e um pacientes (54,3%) necessitaram de internamento no ano de diagnóstico e em média cada doente necessitou de 3,82 internamentos (1-20 internamentos). Quarenta e nove doentes (52,1%) necessitaram de corticoterapia (em média 2,8 anos após o diagnóstico, 28 no ano de diagnóstico); o tratamento imunossupressor foi necessário em 51 (54,3%, em média 4,9 anos após o diagnóstico, 8 no ano de diagnóstico) e o tratamento com anticorpos monoclonais foi necessário em 16 (17%, em média 4,9 anos após o diagnóstico, 4 no ano de diagnóstico). Trinta e oito pacientes (40,4%) foram submetidos a cirurgia no ano de diagnóstico e 44 (45,4%) necessitaram de mais que uma cirurgia (em média 1,9 cirurgias por doente, 1-8 cirurgias). Conclusões: A classificação dos doentes com DC de acordo com a CV é útil na previsão da evolução clínica da doença. A cirurgia é uma opção importante nos pacientes com complicações da doença e nos doentes com DC severa em que o tratamento médico foi ineficaz. E-mail autor: [email protected] CO-05 ABCESSOS PERIANAIS – ESTUDO RETROSPECTIVO Diva Silva, Américo Dias Pereira, Rosa Sousa, Vera Resende, Adriana Sousa, Gil Gonçalves, Mário Nora Serviço de Cirurgia, Hospital de São Sebastião, Vila da Feira Introdução: O abcesso perianal é uma situação vulgar no Serviço de Urgência. Trata-se de uma patologia potencialmente grave e cuja abordagem terapêutica continua a ser alvo de debate, nomeadamente quanto á indicação para manobras no sentido de encontrar eventuais trajectos fistulosos para a realização de fistulotomia simultãnea, e dessa forma efectuar um potencial tratamento mais definitivo desta situação mórbida, ou a drenagem simples. Objectivos: Este estudo pretende avaliar a percentagem de doentes com abcesso perianal que evoluíram para fístula e quais os que ficaram curados e, ainda, os factores passíveis de influenciar essa taxas tais como: idade, sexo, comorbilidades, procedimentos perianais prévios, tipo de abcesso, tipo de tratamento e o uso de antibioticoterapia pré e pós-operatória. 18 Materiais e Métodos: Foi realizada uma análise retrospectiva de 167 doentes do Hospital São Sebastião submetidos a drenagem de abcesso perianal entre os anos de 2002-2008,. Foram excluídos os doentes com fístulas prévias ou doentes que não fizeram seguimento pós-operatório nessa instituição. Resultados: Os doentes submetidos a drenagem de abcesso perianal distribuíam-se maioritariamente entre os 30-60 anos de idade (64%). A maioria (75%) eram do sexo masculino, ASA I (37%) e II ( 47%). Em 89% dos casos foram medicados com antibiótico. O tipo mais frequente de abcesso foi o da margem anal (79%). O procedimento mais realizado foi a drenagem simples (90%). De uma forma global, 71% (108 doentes) dos doentes evoluíram para cicatrização completa e 24% (37 doentes) evoluíram para fístula perianal. Conclusões: A doença séptica perianal continua a ser uma patologia frequente em que o tratamento cirúrgico é mandatório. A procura do orifício interno e seu tratamento parecem-nos desnecessários , podendo mesmo ser perigosos num contexto de inflamação severa com distorção da anatomia. CO-06 DEFECOGRAFIA NA AVALIAÇÃO DO PROLAPSO RECTAL. AINDA UMA FERRAMENTA ÚTIL ? Miguel Mascarenhas Saraiva, Vera Costa Dias, F. Castro Poças ManopH – Laboratório de Endoscopia e Motilidade Digestiva, Porto Introdução A videodefecografia pode permitir o diagnóstico do prolapso rectal, que externo, quer interno. A aquisição recente de novas técnicas, como a defecografia por ressonância magnética, tem colocado em questão a utilidade clínica da videodefecografia. Objectivos Revisão dos resultados da defecografia em 67 casos de suspeita de prolapso rectal. Material e métodos Foram observados 67 doentes, recorrendo à utilização de um sistema “Office – based” de defecografia, construído mediante a adaptação de um sistema de fluoroscopia com arco em C, uma plataforma defecatória e ligação a um gravador de vídeo e placa digitalizadora. Foi utilizado como contraste a pasta “Microtrast”, ou uma pasta efectuada no momento, recorrendo à mistura de uma papa láctea com “Micropaque”. Em todos os casos, procedeu-se, após a defecografia, a inspecção, palpação e toque do canal anal, com o doente em posição sentado, para confirmação e caracterização do prolapso observado na defecografia. Resultados 19 A defecografia permitiu demonstrar a ocorrência de prolapso rectal completo em 30 (em 4, a defecografia por ressonância não tinha evidenciado o prolapso), diagnosticou prolapso hemorroidário em 17, prolapso “oculto“ em 5 e ausência de prolapso em 15. Conclusões: A defecografia pareceu-nos uma ferramenta útil no diagnóstico e caracterização do prolapso rectal, sendo particularmente útil nos casos de suspeita não confirmada pelo exame proctológico convencional, ou mesmo por outras técnicas “mais sotisficadas”. CO-07 RECONSTITUIÇÃO DO TRÂNSITO INTESTINAL: CARACTERÍSTICAS E MORBIMORTALIDADE Fernanda Nogueira, Sandra Martins, Javier Lamelas, Mesquita Rodrigues Serviço de Cirurgia – Hospital de Braga Objectivos: Determinar as características demográficas, tipo de cirurgia e complicações associadas à realização do estoma e à reconstituição do trânsito intestinal subsequente. Métodos: Consulta dos processos de doentes codificados como submetidos a reconstituição do trânsito intestinal, no período entre 1 de Janeiro de 2000 a Dezembro de 2008, no Hospital de Braga. Resultados: Foram analisados 78 processos, com exclusão de 2 por informação escassa. Dos 76 doentes incluídos, 47% são mulheres e 53% homem, com idade média de 63 anos. A cirurgia de urgência, em 63% dos casos, foi a mais realizada e a patologia oncológica é a principal indicação para a realização do estoma, em 49% dos doentes, quando comparada com 33% das indicações benignas e 18% das indicações por complicação cirúrgica. A colostomia esquerda é o tipo de estoma mais vezes confeccionado ( 40%), seguida da ileostomia (36%), transversostomia (12%) e sigmoidostomia (9%). A construção em ansa acontece em 41% dos casos e terminal em 59%, com morbilidade de apenas 7%. 59% dos doentes apresenta algum tipo de co-morbilidade, sendo a HTA a mais frequente (64%), seguida da dislipidémia (16%) e diabetes mellittus (11%). O intervalo de tempo entre a realização do estoma e a reconstituição do trânsito é de cerca de 10 meses, 46% dos doentes em menos de 6 meses. A média de dias de internamento dos doentes submetidos a reconstituição intestinal é de 10 dias, com 59% dos doentes internados entre 4 a 8 dias. A antibioprofilaxia é usada em 91% dos doentes, sendo a cefoxitina o antibiótico mais utilizado. A preparação do cólon é feita em 53% dos doentes, geralmente anterógada (77%) ou em associação com preparação retrógada (17%). A anestesia geral é utilizada em 88% dos doentes e 49% das cirurgias duram menos de 2 h. A anastomose manual é feita em 38% das reconstituições e a mecânica em 59%. A morbilidade surgiu em 38% das reconstituições, com as hérnias incisionais a surgirem em 20 28%, seguidas das do abcesso da parede (21%), deiscência da anastomose (17%), fistula entero-cutânea (4%). A mortalidade associada correspondeu a 5% dos doentes. Conclusão: A reconstituição do trânsito intestinal não é uma cirurgia isenta de riscos, e a sua morbimortalidade pode estar relacionada com aspectos demográficos, indicação inical do estoma e do tipo de técnicas utilizadas. CO-08 ENCERRAMENTO DE ESTOMAS DERIVATIVOS – ESTUDO RETROSPECTIVO Diva Silva, Américo Dias Pereira, Rosa Sousa, Vera Resende, Gil Gonçalves, Mário Nora Serviço de Cirurgia, Hospital de São Sebastião, Vila da Feira Introdução: A construção de estomas de protecção de anastomoses colo-rectais ou colo-anais (derivativos) é um procedimento relativamente frequente e com indicações razoávelmente definidas. Contudo, o restabelecimento da continuidade do trânsito intestinal acarreta índices de morbi-mortalidade que são frequentemente elevados o que pode questionar a indicação desses procedimentos. Objectivos: Este estudo pretende avaliar as taxas de morbi-mortalidade nos doentes submetidos a reconstrução de trânsito intestinal ( colostomias e ileostomias), bem como os factores que influenciaram essas taxas, nomeadamente o tipo de estoma, o procedimento realizado na operação inicial, a técnica utilizada no restabelecimento do trânsito intestinal, factores pré e pósoperatórios, como a utilização de antibioterapia e drenagem, e de factores inerentes ao paciente. Materiais e Métodos: Foi realizada uma análise retrospectiva de 51 doentes operados entre os anos de 2002-2008 no Hospital São Sebastião. Desses doentes, 60,78% ( 31doentes) foram submetidos a encerramento de colostomias e 39,21% (20 doentes) ao encerramento de ileostomias. Resultados: Os doentes submetidos a encerramento de colostomias, apresentavam uma média de idades de 64,96, 67% eram do sexo masculino, predominentemente ASA II/III, 74,19% haviam sido submetidos a colostomia por patologia benigna e cerca de 80,64% em situação de urgência. O encerramento foi em 96,77% dos casos uma anastomose termino-terminal e em 87,09% realizada com avivamento dos bordos e sutura ( sem ressecção intestinal). A taxa de complicações final foi de 22,58% (7 doentes), a principal foi infecção da ferida operatória em 42,85%(3 doentes) dos casos. Dos doentes submetidos a encerramento de Ileostomias, apresentavam uma média de idades de 52,4%, 60% eram do sexo masculino, predominantemente ASA II/III, 60%haviam sido submetidos a Ileostomia por patologia benigna e cerca de 50% em situação de urgência. 21 O encerramento foi em 85% dos casos uma anastomose termino-terminal e em 85% dos casos realizada com avivamento dos bordos e sutura ( sem ressecção intestinal). A taxa de complicações final foi de 30% ( 6 doentes), a principal foi deiscência da anastomose em 50% (3 doentes) dos casos. As taxas de mortalidade foram reduzidas no encerramento de ambos os estomas, sendo de 3,22% no encerramento de colostomias e de 0% no encerramento de ileostomias. Conclusões: O encerramento de estomas continua a ser um procedimento com elevada taxa de complicações. A principal complicação que obtivemos no encerramento de colostomias e ileostomias foi de infecção da ferida operatória e deiscência de anastomose respectivamente. Curiosamente a taxa de mortalidade nos dois procedimentos foi baixa contrariamente ao descrito na literatura. CO-09 TOXINA BOTULÍNICA NO TRATAMENTO DA FISSURA ANAL – ANÁLISE RETROSPECTIVA Bruno Arroja, Manuela Canhoto, Cláudia Gonçalves , Filipe Silva , Isabel Cotrim, Helena Vasconcelos Serviço de Gastrenterologia, Hospital Santo André, Leiria EPE Objectivo: caracterização dos doentes da consulta de proctologia de um serviço de gastrenterologia, tratados com toxina botulínica (TB) no período compreendido entre Janeiro de 2006 e Junho de 2009; avaliação da eficácia desta terapêutica, definida como cicatrização completa aos 3 meses após injecção de TB. Material e métodos: identificação dos casos através de sistema de codificação hospitalar referente a terapêutica com injecção anal de TB; inserção e análise estatística das variáveis em estudo em folha de cálculo Excel. Resultados: foram administradas injecções de TB (20U) em 93 doentes (sexo feminino 54%) com idade média 47,4 anos; fissura anal da comissura posterior (80%) ou anterior (20%). Referenciação à consulta pelo médico assistente (56%), urgência geral hospitalar (16%), gastrenterologia (15%), cirurgia geral (12%), medicina interna (1%). Sintomatologia: proctalgia (98%), hematoquézia (74%), prurido anal (12%), corrimento (10%). Obstipação em 2/3 dos doentes. Terapêutica prévia: pomada com nitroglicerina (68%), outras pomadas (52%), AINEs (24%), cirurgia proctológica (5%), TB (1%). Terapêuticas combinadas em 57% dos doentes. Eficácia da terapêutica em 47.3% dos casos; resposta parcial em 3%; tratamento ineficaz em 37.6%; recidiva em 11%; 1 doente faltou a consulta de avaliação de gastrenterologia aos 3 meses. Não se registaram complicações. Todos os doentes com fissura refractária/recidivante (n=45; 48.4%) foram referenciados a consulta de cirurgia, tendo 22 deles sido intervencionados cirurgicamente enquanto 5 aguardam intervenção. Do total de doentes 22 referenciados para cirurgia, 8 faltaram à consulta; 7 não necessitaram de intervenção; 3 recusaram tratamento cirúrgico. Conclusões: As fissuras anais da comissura posterior predominaram em relação às da comissura anterior ainda que a eficácia do tratamento nas últimas seja superior (63% Vs 43%). A maioria dos doentes (83%) efectuou terapêutica previamente à injecção de TB, tendo a nitroglicerina sido o tratamento mais utilizado. A eficácia da TB aos 3 meses foi de 47% (n=44), sendo de acrescentar 7.5% (n=7) de doentes que não chegaram a ser intervencionados cirurgicamente por apresentarem cicatrização do leito fissural à data da consulta de cirurgia. Salienta-se também que 10% (n=9) do total de doentes não tiveram follow-up a longo prazo após TB, pelo que se desconhece a evolução nestes casos. A TB constitui um tratamento eficaz, rápido, simples e praticamente isento de complicações a oferecer aos doentes com fissura anal. CO-10 RISCO DE CANCRO COLO-RECTAL NOS DOENTES PORTADORES DE MUTAÇÕES MYH BIALÉLICAS E MONOALÉLICAS J. S. Leite*, A. Manso*, S. Martins*, C. Carvalho*, P. Amaro**, O. Albuquerque***, A. Almeida Santos***, F. Castro-Sousa* Serviço de Cirurgia III*, Serviço de Gastrenterologia**, Grupo Interdisciplinar de Tumores Hereditários dos HUC***, Hospitais da Universidade de Coimbra Introdução: O objectivo deste estudo consistiu em avaliar o risco de cancro colorectal nos doentes portadores de mutações bialélicas e monoalélicas no gene MYH. Métodos: Foi efectuada pesquisa de mutações MYH nos doentes registados em clínica de tumores hereditários por polipose adenomatosa típica e mutação APC negativa, polipose atenuada (10-99 pólipos) ou cancro colo-rectal associado a adenomas múltiplos. Estudaram-se as histórias familiares e registaram-se as intervenções cirúrgicas efectuadas nos probandos das famílias. Resultados: Foram identificados 22 pacientes (9 homens) com mutações bialélicas pertencendo a famílias diferentes. Neste grupo, com a idade média de 48 anos (limites 30-71), três doentes apresentavam quadro de polipose típica (> 100 pólipos), 15 foram operados devido a cancro colo-rectal (dois T4; dez T3 e três T1), e três associavam tumor síncrono. Um doente apresentava pólipos duodenais. Foram efectuadas 17 intervenções cirúrgicas: 11 colectomias totais, 5 proctocolectomias reconstrutivas e uma hemicolectomia. Em sete famílias encontraram-se dados fenotípicos sugestivos de transmissão vertical (em ascendentes ou descendentes), com cancro cólico em quatro e polipose múltipla em três. Nestes casos existiam mutações MYH monoalélicas. Conclusão: Confirma-se o elevado risco de degenerescência nos portadores de mutações bialélicas MYH (68,2%), a justificar a opção colectomia profiláctica se não for possível a excisão endoscópica de todos os pólipos. Este estudo sugere 23 também existir risco moderado de cancro colo-rectal nos familiares de primeiro grau portadores de mutações MYH monoalélicas, devendo recomendar-se vigilância endoscópica periódica. CO-11 MUTAÇÕES DO GENE CARD15 E CANCRO COLO-RECTAL NA POPULAÇÃO PORTUGUESA Paulo Freire1, Francisco Portela1,Maria Manuel Donato2, Pedro Figueiredo1, Pedro Amaro1, Manuela Ferreira1, Anabela Sá3, Paulo Andrade1, Hermano Gouveia1, Carlos Sofia1, M. C. Leitão1 1- Serviço de Gastrenterologia – HUC; 2-Centro de Gastrentereologia – Faculdade de Medicina de Coimbra; 3 - Hospital de Dia de Oncologia - HUC Introdução Múltiplos dados sugerem a existência duma associação entre inflamação crónica e cancro. O risco aumentado de cancro colorectal (CCR) nos doentes com doença inflamatória intestinal de longa evolução é um exemplo típico. Neste contexto, os factores genéticos subjacentes à inflamação crónica na doença inflamatória intestinal, nomeadamente as mutações do gene CARD15, poderão também, eventualmente, predispor ao desenvolvimento de CCR. Objectivo Verificar se em Portugal, um país com elevadas incidência e mortalidade de CCR, as mutações do gene CARD15 são um factor de risco para CCR esporádico; e averiguar se existe alguma correlação entre o genótipo e o fenótipo nestes doentes. Material e Métodos Estudo prospectivo envolvendo a pesquisa das três principais mutações do gene CARD15 (R702W, G908R e 3020insC) em 91 doentes consecutivos com CCR e em 152 controlos. Efectuada caracterização demográfica e fenotípica dos doentes com CCR. A análise estatística foi efectuada com o programa SPSS, considerando significativo p<0,05. Resultados Detectaram-se mutações do gene CARD15 em 13 doentes (14,3%) e em 15 controlos (9,9%) (p = 0,157). Individualmente, a incidência da variante R702W foi significativamente superior nos doentes com CCR do que nos controlos (12,1% vs 5,3%, p = 0.049), enquanto a frequência genotípica das variantes G908R (1.1% vs 3.3%) e 3020insC (1.1% vs 1.3%) não foi significativamente diferente entre os dois grupos. Pelo menos uma mutação do gene CARD15 foi detectada em 8 (29,6%) dos 27 doentes com CCR diagnosticado antes dos 60 anos e em 5 (7,8%) dos 64 doentes com ≥ 60 anos à data do diagnóstico de CCR (p = 0.011). Relativamente ao género, a incidência de mutação do gene CARD15 foi significativamente maior nos doentes do sexo feminino (26,3% vs 5,7%, p = 0.007). Dos 9 doentes com história de CCR em pelo menos um familiar de primeiro grau apenas um tinha mutação do gene CARD15 (11,1%) em oposição aos 14,6% (12 doentes) de incidência da mutação nos 82 doentes sem essa 24 agregação familiar (p = 0,622). Não se detectaram associações significativas entre a mutação do gene CARD15 e a ocorrência de manifestações clínicas nem com o estadio, tamanho, diferenciação ou localização do CCR. Conclusões Os nossos resultados sugerem que a variante R702W do gene CARD15 é um factor de risco para CCR esporádico na população portuguesa, em particular antes dos 60 anos e no sexo feminino. Não obstante, as mutações do gene CARD15 não têm influência na expressão clínico-patológica do CCR. CO-12 FACTORES ANATÓMICOS PREDITIVOS DE COLONOSCOPIA INCOMPLETA Duque G., Freire P., Ferreira M., Amaro P., Gouveia H., Sofia C., Paulino C.*, Graça B.*, Alves F.* Serviço Gastrenterologia, *Serviço Imagiologia, Hospitais da Universidade de Coimbra Introdução A videocolonoscopia é um exame complementar de diagnóstico eficaz no estudo do cólon. No entanto alguns exames são incompletos, não atingindo o cego. Objectivos: Comparar a colonografia por tomografia axial computorizada (CTC) em doentes com videocolonoscopia completa versus videocolonoscopia incompleta, de forma a identificar factores anatómicos preditivos de exame endoscópico não total. Material e métodos: Foram revistos e comparados dados clínicos e da colonografia por CTC em 20 doentes com videocolonoscopia incompleta (casos) e em 20 doentes com videocolonoscopia total (controlos) após colonografia por CTC. As imagens da colonografia por CTC foram reconstruídas e revistas independentemente por 2 radiologistas, tendo-se avaliado o comprimento total, do sigmoide e transverso, bem como o número de flexuras. Resultados: O grupo dos casos era constituído por 11 doentes do sexo feminino e 9 do sexo masculino, cuja média de idades foi 64,4 anos ±14,1. No grupo controlo, 12 eram do sexo masculino e 8 do sexo feminino, com média de idade 59,0 anos ± 16,0; O nível atingido na colonoscopia incompleta foi: ângulo hepático - 25%, cólon sigmoide - 25%, ângulo esplénico - 20%, cólon transverso - 20% e cólon ascendente - 10%. As causas mais frequentemente citadas como responsáveis pela interrupção do exame foram: dor - 90%, redundância cólica - 70% e angulação - 30%. Foram identificadas diferenças com significado estatístico entre o grupo de colonoscopias incompletas e o grupo controlo, no comprimento total do cólon (média 187±23,6 vs 162 cm ±29,2, p 0.004), o comprimento do cólon sigmoide (64 cm±13,2 vs 52 cm ± 14, p 0,042), cólon transverso (57 cm±13,5 vs 47 cm ±15,5, p 0,048) número de flexuras (média 10 vs 5, p <0,001). 25 A presença de doença diverticular avançada (50% vs 15%, p 0,020) e a existência de cirurgia abdominal anterior entre os 2 grupos (55% vs 20%, p 0,024) também foi significativamente diferente entre os dois grupos. Conclusão: Alterações anatómicas preditivas de incapacidade em alcançar o cego na videocolonoscopia são o alongamento cólico (cólon sigmoide, transverso e comprimento total), a sua tortuosidade (traduzida pelo número de flexuras), a presença de doença diverticular avançada e antecedentes de cirurgia abdominal prévia. CO-13 PODEREMOS FICAR TRANQUILOS COM A NÃO DETECÇÃO DOS MICROPÓLIPOS PELA COLONOGRAFIA POR TC? Duque G., Freire P., Ameida N., Leitão C., Figueiredo P., Ferreira M., Gouveia H., Sofia C. Serviço Gastrenterologia, Hospitais da Universidade de Coimbra Introdução O cancro colo-rectal (CCR) tem geralmente origem em adenomas pré-existentes. O risco de malignização destes adenomas está incrementado nos de maiores dimensões (superiores a 1cm), de natureza vilosa e/ou com displasia de alto grau. A sua detecção e ressecção precoces previnem o desenvolvimento do CCR e é neste pressuposto que assentam as principais estratégias de rastreio. A colonografia por tomografia computorizada (CTC) é uma das alternativas usadas no rastreio do CCR. Neste exame, por limitações de sensibilidade para pólipos pequenos, são reportados apenas pólipos ≥ 6 mm. Objectivos: Avaliar a natureza histológica dos pólipos removidos numa série consecutiva de colonoscopias, com especial destaque relativamente aos micro-pólipos. Material e métodos: Estudo restrospectivo de 559 videocolonoscopias consecutivas com polipectomia e respectiva recuperação para estudo histológico, realizadas durante o período de 1 ano. Aplicado teste χ2 quadrado quando indicado. Resultados: Estudados 559 doentes, com média de idades de 61,6 ± 13 anos (373 do sexo masculino). Foram polipectomizados 856 pólipos, tendo 359 (42%) dimensões ≤ 5 mm. Dos pólipos ≤ 5 mm, 62,0% eram hiperplásicos, 34,3% adenomas (30,4% adenomas tubulares, 2,5% adenomas vilosos e 1,4% adenomas tubulovilosos), 3,7% apresentavam outra natureza. Relativamente aos pólipos ≥ 6 mm, 17,2% eram hiperplásicos, 45,6% adenomas tubulares, 7,8% adenomas vilosos, 18,6% adenomas tubulovilosos e 10,8% apresentavam outra histologia. Os adenomas são mais frequente nos pólipos ≥ 6 mm (p < 0,0001). Em 191 doentes, os micropólipos (276 no total) apresentavam-se de forma isolada (sem coexistência no mesmo doente de pólipos ≥ 6 mm), ou seja, não seriam identificados se o 26 estudo do cólon tivesse sido efectuado por CTC. Histologicamente este subgrupo de pólipos revelou a seguinte composição: hiperplásicos 59%, adenomas tubulares 33,3%, adenomas tubulovilosos 2,2%, adenomas vilosos 3% e 2,5% apresentavam outra histologia. Conclusão: Embora a histologia adenomatosa seja mais comum nos pólipos ≥ 6 mm do que nos micropólipos, na realidade mais de 1/3 destes últimos são adenomas, o que lhes confere potencial de malignização similar aos primeiros. Por outro lado, numa percentagem relevante de doentes, com os micropólipos não coexistem pólipos de maiores dimensões pelo que a CTC seria, nestes casos, reportada como normal. CO-14 NOVA TÉCNICA DE ANASTOMOSE EM CIRURGIA LAPAROSCÓPICA DO RECTO Limbert Manuel, Mendes de Almeida JC Serviço de Cirurgia Geral, Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil Introdução: Pretendemos apresentar uma nova técnica de anastomose colorectal baixa, coloanal e bursoanal, por nós desenvolvida especificamente para as ressecções laparoscópicas do recto e coloprotectomias totais, obviando a por vezes difícil e onerosa seccção baixa do recto com endoGIAA. Material e Métodos: Utilizamos esta técnica desde Setembro de 2007, num total de 20 doentes. A técnica consiste na utilização dos princípios e instrumentos do procedimento para prolapso hemorroidário (PPH), sendo a secção do recto/linha pectínea, feita sob visão directa com ajuda do obturador fixado, bem como do anuscópio. Seguidamente procedemos ao encerramento com “cerclage” de ambos os topos, sendo o proximal retirado por via abdominal e preparado com ogiva do stapler. A anastomose realiza-se com introdução do stapler pelo obturador que permite depois uma excelente visualização da mesma Resultados: Apesar de ser ainda curto o período de seguimento da maioria dos doentes, estando uma parte destes com os seus estomas de protecção (EP) ainda a funcionar por se encontrarem em programas de quimioterapia adjuvante, relatamos apenas um caso de deiscência da anastomose (5,9%), diagnosticada ao 6º dia e controlada em ambulatório. Não tivemos até ao momento nenhuma estenose da anastomose ou caso de incontinência por lesão esfincteriana (mesmo os doentes com EP são regularmente avaliados em consulta com toque rectal e “rectoscopia”. Conclusão: Este tipo de anastomose que designamos “tipo PPH” já que utiliza os instrumentos (obturador,dilatador, anuscópio) idealizados por Longo para a nova técnica de hemorroidopexia, parece-nos ser uma excelente alternativa de anastomose em cirurgia laparoscópica do recto, já que não necessita da utilização do endoGIAA, por vezes bastante difícil, bem como se revela bastante 27 segura e de fácil execução. Não possuímos ainda dados sobre os seus resultados funcionais a longo prazo. CO-17 OPERAÇÃO DE LONGO (PROCTOMUCOSECTOMIA COM PROCTOMUCOSOPEXIA MECÂNICA):FUNDAMENTOS, INDICAÇÕES E PORMENORES DA TÉCNICA PARA EVITAR COMPLICAÇÕES João Vieira, Rogélio Andrés Luna, Jesus Giraldo, Isabel Iria, Jorge Correia, H. de Vasconcelos Dias e H.Bicha Castelo. Serviço de Cirurgia II (Hospital Pulido Valente) do C.H.L.N. Tendo iniciado esta técnica em 2000/2001 e baseados numa casuística de 685 operações efectuadas os A.A. apresentam as bases fisiopatológicas da “Técnica de Longo” (Proctomucosectomia com Proctomucosopexia Mecânica) , as suas indicações nas situações de prolapso hemorroidário, as possíveis complicações e riscos do procedimento, bem como os pormenores da técnica que utilizam com a finalidade de os minimizar. Referem-se ainda à evolução da sua atitude ao longo desta experiência, no que se refere á preparação dos doentes, seguimento pós operatório e estratégia terapêutica dos casos de insucesso (doença residual, recorrência, recidiva). CO-18 OPERAÇÃO DE LONGO (PROCTOMUCOSECTOMIA COM PROCTOMUCOSOPEXIA MECÂNICA): ANÁLISE CASUÍSTICA DA EXPERIENCIA DA EQUIPA DE COLOPROCTOLOGIA DO SERVIÇO DE CIRURGIA II (HOSPITAL PULIDO VALENTE) DO C.H.L.N. João Vieira, Rogélio Andrés Luna, Jesus Giraldo, Isabel Iria, Jorge Correia, H. de Vasconcelos Dias, H. Bicha Castelo. Serviço de Cirurgia II (Hospital Pulido Valente) do C.H.L.N. Tendo iniciado a prática da Técnica de Longo para o tratamento dos Prolapsos Hemorroidários em 2000/2001 os A.A. analisam a evolução da sua experiência, baseada em 636 doentes tratados por esta abordagem. Referem e comentam as complicações:a Dor e a Hemorragia Pós Operatória que ocorreu em 19 doentes, sendo necessário, num caso reintervenção precoce para hemostase. Analisam os resultados referindo e comentando as situações de Recidiva, Recorrência ou Doença Residual que determinaram uma segunda intervenção em 80 doente: Em 48 esta correspondeu a uma nova Operação de Longo e em 32 a uma Hemorroidectomia, tipo Millighan e Morgan, limitada a 1 ou 2 pedículos residuais. 28 b) Comunicações em Vídeo CV-01 ENTEROSCOPIA NA DOENÇA DE CROHN – Miguel Mascarenhas Saraiva, Eduardo Oliveira, Rolando Pinho CV-02 ILEOCOLECTOMIA LAPAROSCÓPICAMENTE ASSISTIDA POR DOENÇA DE CROHN - Américo Dias Pereira; António Soares; Rute Cerqueira; Diva Silva; Jorge Costa; Mário Nora CV-03 HEMICOLECTOMIA DIREITA POR VIA (EXCLUSIVAMENTE) LAPAROSCÓPICA. - F.Castro Sousa, J.Soares Leite, Mónica Martins, V.Almeida, P.Moura CV-04 RESSECÇÃO ANTERIOR DO RECTO LAPAROSCÓPICA – um exemplo de grande evidência anatómica - Américo Dias Pereira; Adriana Sousa; Tânia Teixeira; Jorge Costa; Diva Silva; António José Reis; Rosa Sousa; Gil Gonçalves; Mário Nora CV-05 HEMORROIDOPEXIA TRANSANAL MANUAL - Júlio S. Leite, Mónica Martins CV-01 ENTEROSCOPIA NA DOENÇA DE CROHN Miguel Mascarenhas Saraiva, Eduardo Oliveira, Rolando Pinho Instituto CUF, ManopH, Porto A visualização do intestino delgado é importante na avaliação da doença de Crohn. A enteroscopia por cápsula representou um avanço considerável, sobretudo na caracterização dos casos precoces, mas está limitada pelos elevados riscos de retenção da cápsula nesta doença, assim como pela impossibilidade de obtenção de especimens para exame histológico. As técnicas convencionais de enteroscopia (de pulsão) e de ileocolonoscopia estavam limitadas pelo facto de permitir apenas a visualição de uma pequena porção do intestino delgado. Com a implementação da técnica de enteroscopia de duplo-balão, já foi possível a exploração de uma porção consideravelmente superior do intestino delgado, para esclarecimento dos achados encontrados pela cápsula endoscópica, para obtenção de biopsias, retirada de cápsulas retidas, ou dilatação de estenoses. 29 Mais recentemente, a enteroscopia em espiral, também permite uma exploração profunda do intestino delgado e apresenta vantagens na manipulação do endoscópio para realização de terapêuticas. Os autores demonstram a utilização das técnicas de enteroscopia de duplo-balão e de espiral em casos de doença de Crohn. CV-02 ILEOCOLECTOMIA LAPAROSCÓPICAMENTE ASSISTIDA POR DOENÇA DE CROHN Américo Dias Pereira; António Soares; Rute Cerqueira; Diva Silva; Jorge Costa; Mário Nora Serviço de Cirurgia Geral, Hospital S. Sebastião – Santa Maria da Feira O doente portador de doença de Crohn tem grande probabilidade ao longo da sua vida de vir a ser submetido a várias intervenções cirúrgicas e estas poderão ser efectuadas por laparoscopia com as vantagens já amplamente demonstradas para esta via de abordagem. Contudo, esta pode ser particularmente dificil nomeadamente por processos aderenciais devidos aos fenómenos inflamatórios caracteristicos desta patologia. Neste video os autores apresentam uma ileocolectomia efectuada numa doente de 42 anos de idade com doença estenótica e fistulizante do cego e ileon terminal e com um abcesso rebelde á drenagem percutãnea. Intra-operatóriamente constataram-se aderências intensas entre este segmento do tubo digestivo e a parede abdominal anterior tendo estas sido lisadas com sucesso, após o que se efectou a mobilização do cego e ileon terminal para permitir a respectiva exteriorização por uma incisão suprapúbica, de apoio, com cerca de 5 cm. A secção e anastomose digestivas foram, então, efectuadas extracorpóreamente. O pós-operatório imediato foi excelente, com reduzido consumo de analgésicos e rápido restabelecimento do trânsito intestinal. CV-03 HEMICOLECTOMIA DIREITA POR VIA (EXCLUSIVAMENTE) LAPAROSCÓPICA F. Castro Sousa, J. Soares Leite, Mónica Martins, V. Almeida, P. Moura Clínica Universitária de Cirurgia III da FMUC, Serviço de Cirurgia III dos Hospitais da Universidade de Coimbra. Num doente de 79 anos, com quadro de diarreia e rectorragias, com três meses de evolução, foi diagnosticada, por colonoscopia, uma formação tumoral cecal, de 3 cm de diâmetro, cuja biópsia revelou neoplasia intra epitelial. O paciente referia história de osteosarcoma do braço esquerdo, com amputação pelo 1/3 superior do membro, seis anos antes. Como se verá no vídeo, efectuou-se uma hemicolectomia direita por via exclusivamente laparoscópica, com laqueação inicial dos pedículos vasculares e 30 anastomose intracorporal; após se ter realizado ecografia hepática peroperatória. Não se registaram complicações no período pós-operatório imediato. CV-04 RESSECÇÃO ANTERIOR DO RECTO LAPAROSCÓPICA – UM EXEMPLO DE GRANDE EVIDÊNCIA ANATÓMICA Américo Dias Pereira; Adriana Sousa; Tânia Teixeira; Jorge Costa; Diva Silva; António José Reis; Rosa Sousa; Gil Gonçalves; Mário Nora Serviço de Cirurgia Geral, Hospital S. Sebastião – Santa Maria da Feira Actualmente permanece questionável a realização de cirurgia laparoscópica no cancro do recto, particularmente nos seus terços médio e inferior onde é aconselhável fazê-lo em ambiente de ensaio clínico/protocolo. No terço superior do recto em que o cancro se comporta de forma semelhante ao do cólon, e desde que limitado á parede rectal é mais consensual a realização de cirurgia laparoscópica. Neste vídeo os autores apresentam uma ressecção anterior do recto efectuada por laparoscopia numa doente magra, com um fundo de saco de Douglas particularmente baixo e com uma neoplasia maligna limitada á parede do recto no seu terço superior. Este caso é exemplar pela clarividência e facilidade de dissecção dos planos anatómicos, pela ausência de sangramento e ainda pelo respeito dos princípios da Cirurgia Oncológica. CV-05 HEMORROIDOPEXIA TRANSANAL MANUAL Júlio S. Leite, Mónica Martins Serviço de Cirurgia III, Hospitais da Universidade de Coimbra Nas hemorróidas de 3º grau, sem componente externo significativo, que não respondem ao tratamento com anéis elásticos, as vantagens da hemorroidopexia de Longo são contrariadas pelo seu elevado custo e pelo risco de complicações associadas à falta de visualização dos tecidos ressecados. Numa paciente de 64 anos, com hemorróidas de 3º grau, apresenta-se no vídeo uma alternativa técnica, a hemorroidopexia transanal manual (Pakravan e col 2009) que consiste na utilização de quatro pontos em Z, a 4 cm da linha dentada, associados a excisão parcial da mucosa rectal. Com a utilização desta técnica admite-se obter os mesmos resultados, com menor custo e menor risco de complicações. 31 c) Comunicações em Poster CP-01 TUMOR DE CÉLULAS GRANULARES MÚLTIPLO DO CÓLON - João Soares, Artur Machado, Aníbal Ferreira, Carla Rolanda e Raquel Gonçalves CP-02 PLUG SURGISIS COMO TRATAMENTO DE FISTULA RECTOVAGINAL – UM CASO CLÍNICO - Tiago Ferreira; Maria Rosa Sousa, Américo Dias Pereira, António Soares CP-03 CONDILOMAS PERIANAIS – UMA QUESTÃO ESTÉTICA - Tiago Ferreira; Américo Dias Pereira, Maria Rosa Sousa, António Soares CP-04 VOLVO DO CEGO: A PROPÓSITO DE 2 CASOS CLÍNICOS - João Pinho, Filipa Santos, Raquel Dias, Isabel Borges, Alice Fonseca, Lucília Conceição, José Cecílio, Amândio Matos, José Couceiro, Martinho Almeida, Max Melo, Costa Serrão, Alberto Seabra CP-05 PÓLIPO CLOACOGÉNICO INFLAMATÓRIO – UMA CAUSA INCOMUM DE RECTORRAGIA - Joana Saiote, Cátia Quintela, M. João Bettencourt CP-06 FÍSTULA URETRO-RECTAL APÓS PROSTATECTOMIA RADICAL – Caso Clínico - T. Santos Silva, A. Duarte, J. Pimentel CP-07 CAUSA RARA DE COLITE ISQUÉMICA - Ana Nunes, Vítor Fernandes, Cristina Fonseca, Henrique Santos, João Freitas CP-08 CLOSTRIDIUM DIFFICILE E AGUDIZAÇÃO DA DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL - AVALIAÇÃO DE UM ANO DE INTERNAMENTOS NUM SERVIÇO DE GASTRENTEROLOGIA - Joana Saiote, Gonçalo Ramos, Liliana Santos, Teresinha Valente, Teresa Bentes, Jaime Ramos CP-09 COLITE POR CMV E ABCESSO HEPÁTICO - Ferreira A, Soares J, Pereira P, Pardal F, Falcão S, Gonçalves R, Macedo G CP-10 CAUSA RARA DE OCLUSÃO INTESTINAL - Soraia Silva; Sofia Nunes; Nuno Azenha; Mário Sérgio; José Pena; Fernando Martinho CP-11 MASSA ABDOMINAL EM DOENTE TRATADA COM METOTREXATO CASO CLÍNICO - Ana Nunes, Paula Borralho, João Freitas CP-12 GANGLIONEUROMATOSE INTESTINAL ESPORÁDICA NUM JOVEM ADULTO - Teresa Moreira, Germano Villas-Boas , Olinda Lima CP-13 ADENOCARCINOMA DO ILEON – UMA NEOPLASIA RARA - Hugo SantosSousa, Tiago Bouça-Machado, Luís Lencastre, Elisabete Barbosa, Filomena Barreto, Luís Malheiro, Pedro Correia-da-Silva, Amadeu Pimenta 32 CP-14 FASCEÍTE NECROTIZANTE SECUNDÁRIA A APENDICITE AGUDA PERFURADA - Hugo Santos-Sousa, Tiago Bouça-Machado, Luís Lencastre, Elisabete Barbosa, Renato Bessa-de-Melo, John Preto, Amadeu Pimenta CP-15 FASCEÍTE NECROTIZANTE SECUNDÁRIA A DIVERTICULITE AGUDA PERFURADA - Tiago Bouça-Machado, Hugo Santos-Sousa, Luís Lencastre, Renato Bessa-de-Melo, Elisabete Barbosa, António Taveira-Gomes, Pedro Correia-da-Silva, Amadeu Pimenta CP-16 MEGACÓLON SECUNDÁRIO A IMPACTAÇÃO FECAL EM DOENTE PSIQUIÁTRICO - Tiago Bouça-Machado, Hugo Santos-Sousa, Luís Lencastre, Mariana Sacchetti, Elisabete Barbosa, Amadeu Pimenta CP-17 TORÇÃO DO APÊNDICE: UMA ENTIDADE RARA - Luís Lencastre, Hugo Santos-Sousa, Tiago Bouça-Machado, Herculano Moreira, Eduardo Lima-daCosta, Elisabete Barbosa, António Taveira-Gomes, Amadeu Pimenta CP-18 TUBERCULOSE APENDICULAR COM APRESENTAÇÃO CLÍNICA DE APENDICITE AGUDA - Hugo Santos-Sousa, Tiago Bouça-Machado, Luís Lencastre, Catarina Eloy, Elisabete Barbosa, António Taveira-Gomes, Amadeu Pimenta CP-19 VÓLVULO CECAL NO CONTEXTO DE PARALISIA CEREBRAL - Luís Lencastre, Hugo Santos-Sousa, Tiago Bouça-Machado, Inês Romero, Elisabete Barbosa, Herculano Moreira, Amadeu Pimenta CP-20 DOENÇA DE CROHN - CAUSA DIRECTA RARA DE PANCREATITE Helena Marques; Sandra Martins; Javier Lamelas; Mesquita Rodrigues CP-21 OCLUSÃO INTESTINAL ALTA - UM CASO RARO POR METÁSTASE DE CARCINOMA DO ENDOMÉTRIO - Helena Marques; Sandra Martins; Javier Lamelas; Mesquita Rodrigues CP-22 VOLVO DO CÓLON: CASUÍSTICA DO SERVIÇO DE CIRURGIA DO HDFF NOS ÚLTIMOS 6 ANOS - Filipa Santos, João Pinho, Raquel Dias, Isabel Borges, Alice Fonseca, Lucília Conceição, José Cecílio, Amândio Matos, José Couceiro, Martinho Almeida, Max Melo, Costa Serrão, Alberto Seabra CP-23 RESSECÇÃO INTERESFINCTÉRICA NO CANCRO DO RECTO: PODE CONSIDERAR-SE UMA INTERVENÇÃO SEGURA? - J. S. Leite, A. Manso, S. Martins, C. Carvalho, A. Monteiro, I. Portela, J. Oliveira, F. Castro-Sousa CP-24 VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DE UMA SOLUÇÃO DE “HAEMACELL” COM AZUL DE METILENO NAS MUCOSECTOMIAS PARA EXÉRESE DE PÓLIPOS COLO-RECTAIS - Vera Costa Dias, Rolando Pinho, F. Castro Poças, Miguel Mascarenhas Saraiva 33 CP-01 TUMOR DE CÉLULAS GRANULARES MÚLTIPLO DO CÓLON João Soares, Artur Machado, Aníbal Ferreira, Carla Rolanda e Raquel Gonçalves Serviço de Gastrenterologia do Hospital de Braga JAGS, doente do sexo masculino, com 44 anos, previamente saudável, foi referenciado à consulta de Vigilância e Risco em Junho/2007 na sequência de colonoscopia total (Setembro/2006) mostrando pólipos sésseis de 6 e 5 mm, nos ângulos hepático e esplénico, respectivamente, realizada por história familiar de cancro colo-rectal (pai faleceu com cancro colo-rectal aos 58 anos). Em Agosto/2007, realizou colonoscopia total mostrando: tumorações submucosas no cego, ângulo hepático, transverso e descendente, cujas biopsias revelaram apenas mucosa normal; pólipo semipediculado no transverso 12 mm removido com ansa de polipectomia e cuja histologia revelou, na submucosa, células com citoplasma granular e positividade para o marcador S100 - tumor de células granulares; pólipo semipediculado no descendente 8 mm removido com ansa de polipectomia e cuja histologia revelou adenoma tubular com displasia de baixo grau. Realizou endoscopia digestiva alta e enteroscopia por videocápsula que não mostraram lesões adicionais compatíveis com tumor de células granulares. O doente foi integrado num programa de vigilância anual. Discute-se os aspectos clínicos, endoscópicos e histológicos deste caso de tumor de células granulares do cólon. CP-02 PLUG SURGISIS COMO TRATAMENTO DE FISTULA RECTOVAGINAL – UM CASO CLÍNICO Tiago Ferreira; Maria Rosa Sousa, Américo Dias Pereira, António Soares Serviço de Cirurgia, Hospital de São Sebastião Apesar de não ser uma patologia que põe em perigo a vida humana, a fístula rectovaginal é responsável por sintomas que são traumáticos para a doente, afectando aspectos da sua intimidade, relação social e bem estar. O tratamento desta patologia deve ter em conta não só o problema anatómico assim como estes aspectos. A maioria das fístulas rectovaginais são resultantes de trauma obstétrico. Este poster resume o caso clínico de uma mulher referenciada à consulta de cirurgia por fistula rectovaginal após parto distócico com uso de fórceps. Ao exame objectivo verificou-se a existência de trajecto fistuloso as 6H (JK position) abaixo da linha pectínea. 34 Na primeira abordagem cirúrgica foi realizado um retalho de avanço. Por recidiva do trajecto fistuloso foi efectuada colostomia derivativa. Apesar destas medidas não se verificou encerramento do trajecto fistuloso, pelo que se decidiu tratar o orifício fistuloso com Plug de Surgisis com sucesso clínico. Existem várias abordagens terapêuticas no tratamento das fístulas rectovaginais dependendo da sua etiologia e localização. Apesar de alguns estudos demonstrarem uma taxa de recidiva inferior com a utilização de plugs biológicos a verdade é que os resultados apresentados não são ainda consensuais. Novas séries com mais doentes são necessárias para podermos chegar a uma solução de consenso. CP-03 CONDILOMAS PERIANAIS – UMA QUESTÃO ESTÉTICA Tiago Ferreira; Américo Dias Pereira, Maria Rosa Sousa, António Soares Serviço de Cirurgia, Hospital de São Sebastião Numa altura em que a cultura do corpo é quase uma exigência social o cirurgião deve ter em conta as consequências estéticas do seu trabalho e as possíveis implicações que estas poderão ter no bem estar do seu paciente. O objectivo deste poster é mostrar o resultado estético após electrofulguração de uma lesão condilomatosa de grandes dimensões numa doente jovem. CP-04 VOLVO DO CEGO: A PROPÓSITO DE 2 CASOS CLÍNICOS João Pinho, Filipa Santos, Raquel Dias, Isabel Borges, Alice Fonseca, Lucília Conceição, José Cecílio, Amândio Matos, José Couceiro, Martinho Almeida, Max Melo, Costa Serrão, Alberto Seabra Hospital Distrital da Figueira da Foz, EPE O volvo do cego é uma causa incomum de oclusão intestinal, sendo responsável por <1% de todos os casos nos Países Ocidentais. No ano de 2008, curiosamente, registaram-se no Serviço de Cirurgia do HDFF dois casos de volvo do cego, separados no tempo por apenas três meses e meio. Tratava-se de dois indivíduos do sexo feminino, com idades de 33 e 84 anos, respectivamente. O tratamento cirúrgico, diferente em ambos os casos (pexia do cego versus hemicolectomia direita), não interferiu na evolução clínica das doentes, que tiveram um pós-operatório sem complicações, com alta clínica ao 6º-7ºdia. CP-05 PÓLIPO CLOACOGÉNICO INFLAMATÓRIO – UMA CAUSA INCOMUM DE RECTORRAGIA Joana Saiote, Cátia Quintela, M. João Bettencourt 35 Serviço de Gastrenterologia Hospital Santo António dos Capuchos – Director: A. David Marques Introdução: Os pólipos cloacogénicos inflamatórios são lesões pouco frequentes, geralmente benignas, que têm origem no epitélio da zona de transição ano-rectal. A forma de apresentação mais comum é a rectorragia. Esta entidade deve ser considerada no diagnóstico diferencial de outras lesões polipoides. Caso clínico: Doente do sexo masculino, 84 anos, caucasiano, observado na consulta de proctologia por episódios de rectorragias de sangue vivo após as dejecções e prolapso, sem outra sintomatologia associada, nomeadamente proctalgia, tenesmo, falsas vontades, alteração do padrão defecatório ou alteração do estado geral. A referir antecedentes de HTA, dislipidémia, (medicado com estatina e IECA). Sem antecedentes familiares de patologia colorectal. O exame proctológico revelou lesão polipoide prolapsada na região perianal, com cerca de 20 mm, erosionada, de consistencia dura, indolor. Na anuscopia observou-se a base de implantação na região ano-rectal. Foi feita a excisão da lesão. Realizou colonoscopia esquerda que não mostrou alterações. O estudo histológico revelou tratar-se de um pólipo cloacogénico inflamatório. Comentários: Os pólipos cloacogénicos inflamatórios foram descritos pela primeira vez em 1981. Estão incluídos no espectro das alterações histopatológicas descritas no síndrome do prolapso mucoso, conceito proposto por du Boulay et al em 1983 para descrever entidades em que o prolapso da mucosa é o mecanismo patogénico do seu desenvolvimento, incluindo a úlcera rectal solitaria, o prolapso rectal, a intussuscepção e o rectocelo. No entanto, o mecanismo patogénico subjacente não está totalmente estabelecido, embora a isquémia secundária ao prolapso da mucosa pareça ser a causa mais provável. Podem ocorrer em qualquer idade, no entanto 80% dos doentes têm menos de 50 anos, sem predomínio de género. Têm origem no epitélio da zona de transição e apresentam-se como pólipos únicos ou múltiplos, maioritariamente sesseis, podendo também ser pediculados, com dimensões entre 1 e 5 cm. A rectorragia, tanto microscópica como visível, é o síntoma mais frequente; no entanto cerca de 20% dos pacientes apresentam-se assintomáticos. A polipectomia simples (por vía transanal) parece ser o tratamento de escolha. CP-06 FÍSTULA URETRO-RECTAL APÓS PROSTATECTOMIA RADICAL – CASO CLÍNICO T. Santos Silva, A. Duarte, J. Pimentel Serviço de Cirurgia I, Hospital da Universidade de Coimbra As Fístulas Uretro-Rectais podem ser de etiologia congénita ou adquirida. Os casos adquiridos são de origem inflamatória, neoplásica, traumática ou 36 iatrogénica. Aproximadamente 60% são causadas por lesões iatrogénicas secundárias a procedimentos cirúrgicos. As Fístulas Uretro-Rectais após prostatectomia radical são uma entidade rara, mas potencialmente devastadora, aumentando as taxas de morbimortalidade e diminuindo a qualidade de vida destes doentes. O diagnóstico é sugerido pela história clínica e exame físico do doente e confirmado por métodos radiológicos e/ou endoscópicos. A abordagem terapêutica depende da etiologia da fístula, da condição clínica do doente, da experiência do cirurgião e da presença de patologia rectal e/ou urinária associada. O tratamento cirúrgico objectiva o seu encerramento definitivo por via perineal, transrectal, sagital posterior, transesfincteriana ou endoscópica. Apresenta-se um caso clínico de homem de 55 anos com Fístula Uretro-Rectal após Prostatectomia Radical, abordando-se os aspectos clínico-patológicos mais relevantes, estudo complementar de diagnóstico e opção terapêutica – Uretrorrafia + Retalho endorectal de deslizamento de parede total do recto, por via transrectal - com cura completa da lesão. Faz-se uma breve revisão da literatura, salientando-se a importância da opção cirúrgica para a sua resolução definitiva. CP-07 CAUSA RARA DE COLITE ISQUÉMICA Ana Nunes, Vítor Fernandes, Cristina Fonseca, Henrique Santos, João Freitas Serviço de Gastrenterologia – Hospital Garcia da Orta – Almada A colite isquémica é uma doença frequente, sendo responsável por um elevado número de internamentos em indivíduos idosos. Embora nesta população a patologia cardiovascular, nomeadamente a aterosclerose, seja a causa subjacente mais habitual, justifica-se a investigação de outras etiologias. Apresenta-se o caso clínico de uma doente do sexo feminino, 72 anos de idade, com antecedentes de osteoporose e fractura de compressiva de D12 e com dois episódios de hematoquézias, na sequência dos quais é feito o diagnóstico endoscópico de colite isquémica, confirmado por histologia. Internada por novo episódio de hematoquézias com repercussão hemodinâmica, associada a dispneia, cansaço fácil, astenia e anorexia. Do exame objectivo salientava-se razoável estado geral, palidez mucocutânea, polipneia, fervores crepitantes nas bases pulmonares e edemas dos membros inferiores. Analiticamente apresentava anemia normocítica com discreta macrocitose e VS elevada. 37 Durante o internamento constatou-se agravamento da anemia, hipoalbuminémia marcada, sem hipergamaglobulinémia, e hipercalcémia. Tinha elevação do Ca19.9 e do Ca125. A TAC abdominopélvica não mostrou outras lesões para além do espessamento cólico e a cintigrafia óssea excluiu lesões líticas. Realizou mielograma que estabeleceu o diagnóstico de mieloma múltiplo. O mieloma múltiplo é uma causa pouco frequente de colite isquémica, mas deve ter sido em conta quando a etiologia da isquémia não é evidente. CP-08 CLOSTRIDIUM DIFFICILE E AGUDIZAÇÃO DA DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL - AVALIAÇÃO DE UM ANO DE INTERNAMENTOS NUM SERVIÇO DE GASTRENTEROLOGIA Joana Saiote, Gonçalo Ramos, Liliana Santos, Teresinha Valente, Teresa Bentes, Jaime Ramos Serviço de Gastrenterologia Hospital de Santo António dos Capuchos – Director: A. David Marques Introdução: A infecção a Clostridium difficile (C. difficile) na doença inflamatória intestinal (DII) tem aumentado. Esta pode imitar, precipitar uma agudização ou desencadear o surto inicial de DII. A doença associada a C. difficile (DACD) pode ser difícil de distinguir da recaída da DII, devido à semelhança dos sintomas e ausência endoscópica e histológica das alterações características. A associação entre o C. difficile e DII pode ser devida a diversos de factores, incluindo o uso de antibióticos, medicamentos imunossupressores e hospitalização frequente. Objectivo: Procurou-se determinar a incidência DACD adquirida na comunidade em pacientes hospitalizados com DII. Material e métodos: Análise retrospectiva dos internamentos hospitalares, num período de 12 meses (1 de Outubro de 2008 e 1 de Outubro de 2009), de doentes (d.) com DII e diarreia à admissão. Foram avaliados factores predisponentes (terapêutica imunossupressora, antibioterapia e internamento hospitalar nos 3 meses precedentes) e feita pesquisa de toxina A e B do C. difficile. Resultados: No período compreendido, tiveram lugar 19 admissões por agudização de DII manifestada com diarreia, correspondendo a 16 doentes, sendo 10 mulheres (63%), com média de idades de 39 anos (mínimo 21, máximo 73). Tinham doença de Crohn 8 casos (n= 7 d.) (ileocólica: 2 d., cólica: 3 d.; ileocolica e peri-anal: 2 d.) e 11 colite ulcerosa (n= 9 d.) (pancolite 8 d., colite esquerda: 1d.). Encontravam-se sob corticoterapia 9 casos (47%), 5-ASA em 7 (37%), azatioprina em 3 (16%) e terapêutica biológica em 7 (37%). Nos 3 meses precedentes, tinham estado sob antibioterapia 6 doentes (32%) e em internamento hospitalar 2 (11%). A pesquisa da toxina A e B do C. difficile foi positiva em 1 doente (6%), correspondendo a um surto inicial de DII (DC complicada de estenose), sem terapêutica prévia ou internamento hospitalar nos 3 meses precedentes. 38 Comentário: A nossa amostra, embora pequena, mostrou uma incidência de 6% de DACD à admissão. Sendo a DACD capaz de imitar ou precipitar uma agudização de DII, é essencial a pesquisa sistemática nos doentes internados com diarreia, para a identificar e tratar precocemente. CP-09 COLITE POR CMV E ABCESSO HEPÁTICO Ferreira A*, Soares J*, Pereira P*, Pardal F§, Falcão S†, Gonçalves R*, Macedo G* Serviços de * Gastroenterologia, § Anatomia Patológica e † Cirurgia do Hospital São Marcos, Braga Doente de sexo feminino, 70 anos, com antecedentes de litíase biliar, pancreatite aguda litiásica e colecistectomia, sem medicação habitual recorre ao serviço de urgência por dor abdominal no hipocôndrio direito, anorexia, prostração e febre com 4 dias de evolução. Referia ainda diarreia (4-5 episódios por dia), não sanguinolenta desde há 2 semanas. Evidenciava-se ao exame físico: hipotensão, temperatura axilar 38,5ºC, dor à palpação no hipocôndrio direito com bordo hepático palpável 4 cm abaixo da grade costal. Analiticamente: ureia 79 mg/dl, bilirrubina directa 1,20 mg/dl e total 1,37 mg/dl, TGO 67 U/L e TGP 70 U/L, amilase normal, prot. C-reactiva 196,70 mg/L, lactatos 4,57 mmol/L, hemoglobina 11,3 g/dl, leucócitos 12,700x103/uL com 95.6% de neutrófilos e 97x103/uL plaquetas. TC abdominal revelou abcesso hepático no lobo direito com 13 cm de maior diâmetro e derrame pleural direito. Colonoscopia total demonstrou mucosa com úlceras longitudinais e friabilidade desde o cólon transverso (60 cm) até ao cego, revelando o exame patológico células com inclusões nucleares (Cowdry A) sugestivo de infecção por CMV confirmada no estudo imunocitoquímico. Procedeu-se a drenagem do abcesso hepático por via percutânea com apoio ecográfico sendo identificados E. coli e S. anginosus, também isolados em hemoculturas. Procedeu-se a internamento com antibioterapia dirigida e ganciclovir para tratamento de colite por CMV durante 21 dias, mantendo-se monitorização imagiológica. Houve boa resposta à terapêutica instituída com resolução do abcesso hepático e remissão da sintomatologia. Dois meses após resolução do quadro a doente foi readmitida por processo suboclusivo resultante de formação de estenose no cólon ascendente e transverso proximal. Procedeu-se a colectomia direita com anastomose ileocólica primária. O exame patológico da peça cirúrgica demonstrou alterações de carácter cicatricial com fibrose extensa da parede cólica e infiltrado inflamatório inespecífico. O estudo imunocitoquímico para CMV foi negativo. Actualmente a doente encontra-se assintomática, mantendo seguimento em consulta de cirurgia. CP-10 CAUSA RARA DE OCLUSÃO INTESTINAL 39 Soraia Silva; Sofia Nunes; Nuno Azenha; Mário Sérgio; José Pena; Fernando Martinho Serviço de Cirurgia II dos Hospitais da Universidade de Coimbra Os autores descrevem o caso de um doente do sexo masculino, de 55 anos de idade, que recorreu ao serviço de urgência por quadro de dor abdominal e diarreia arrastada. Ao exame apresentava um abdómen globalmente doloroso e com defesa. O toque rectal foi inconclusivo por má colaboração do doente. Realizou radigrafia do abdómen em pé, que mostrou níveis hidroaéreos e imagens nodulares no trajecto do cólon e recto. Faz TAC abdominal para esclarecimento diagnóstico, no entanto sem informação adicional. Realizado esvaziamento manual da ampola rectal sob sedação, com saída de grande quantidade de caroços de cereja. Ao 7º dia de internamento mantinha quadro oclusivo com agravamento do estado geral, febre e abcesso perianal com fístula escrotal. O doente é levado ao bloco operatório, feita laparotomia exploradora e realizada colostomia lateral. Evolução favorável, com alta para o domicílio no 23º dia de pós-operatório. CP-11 MASSA ABDOMINAL EM DOENTE TRATADA COM METOTREXATO - CASO CLÍNICO Ana Nunes, Paula Borralho, João Freitas Serviço de Gastrenterologia – Hospital Garcia da Orta – Almada O contexto de imunossupressão na doença de Crohn obriga a considerar hipóteses adicionais na marcha diagnóstica das complicações. Caso Clínico: Mulher de 69 anos, com antecedentes de carcinoma do endométrio operado e Artrite Reumatóide, medicada há vários anos com metotrexato e prednisolona. Iniciou dor abdominal incaracterística, com astenia e emagrecimento, acompanhada de anemia normocítica e normocrómica; a colonoscopia total era normal e a endoscopia alta mostrava “duodenite”. Apresentou-se na consulta com dor localizada na fossa ilíaca direita, sem alterações do trânsito intestinal e com dor na palpação da fossa ilíaca direita. Repetiu colonoscopia que mostrou ulcerações no cego e no íleon terminal, com biópsias sugestivas de doença de Crohn. Manteve medicação com prednisolona e metotrexato e iniciou 5ASA oral com melhoria sintomática nos meses seguintes. Mais tarde, recorrem as queixas dolorosas com intensidade variável e detecta-se massa palpável na fossa ilíaca direita. A RMN sugeriu processo inflamatório sendo a massa interpretada como correspondendo a espessamento do íleon distal. Um ano depois verifica-se agravamento importante, com vómitos e dois episódios sugestivos de sub-oclusão. A perda ponderal e a astenia agravaram-se e surgiu trombose venosa profunda do membro inferior direito. Por aumento do volume da massa abdominal, fez-se entero-RMN que mostrou espessamento marcado e assimétrico do íleon, colocando-se a hipótese de neoformação. A colonoscopia foi repetida e mostrou grande úlcera no cólon transverso e 40 exuberante aspecto inflamatório estenosante no cego e ascendente. As biópsias revelaram infiltração por linfoma não-Hodgkin B, difuso, de grandes células. Não sendo o metotrexato um dos imunossupressores mais frequentemente associados ao aparecimento de linfomas, o seu uso prolongado deve fazer incluir essa possibilidade no diagnóstico diferencial. CP-12 GANGLIONEUROMATOSE INTESTINAL ESPORÁDICA NUM JOVEM ADULTO Teresa Moreira 1, Germano Villas-Boas 2, Olinda Lima 3 1 Serviço de Gastrenterologia, Hospital de Santo António; 2 Serviço de Gastrenterologia, Hospital Pedro Hispano; 3 Serviço de Anatomia Patológica, Hospital de Santo António INTRODUÇÃO: A ganglioneuromatose intestinal é uma patologia rara do sistema nervosa entérico, caraterizada por hiperplasia difusa nos plexos neuronais da parede intestinal. Apresenta-se habitualmente num contexto sindrómico, associada à síndrome de Neoplasias Endócrinas Múltiplas tipo 2b (NEM 2b) ou à Neurofibromatose tipo 1 (NF1), podendo mais raramente apresentar-se de forma esporádica. A maioria dos casos descritos surge em crianças, sendo um achado raro em adultos. CASO CLÍNICO: Doente do sexo masculino, de raça caucasiana, com 25 anos de idade. Sem história pessoal ou familiar de patologia oncológica. Orientado para a consulta externa de gastrenterologia por queixas de dor abdominal tipo cólica e diarreia, com um ano de evolução. O exame físico e o estudo analítico inicial, não apresentavam alterações relevantes. Foi realizada colonoscopia total que revelou a presença de múltiplos pólipos (entre 50 a 100), de tamanhos entre os 2 e os 5 mm, por toda a mucosa cólica, em maior número no recto e sigmoide. Foram obtidas biopsias de vários destes pólipos, observando-se ao exame histológico uma proliferação no córion, de ninhos de células ganglionares, separadas por feixes de células fusiformes. O estudo imunohistoquimico mostrou imunorreactividade das células fusiformes e ganglionares para a proteina S100, o que permitiu fazer o diagnóstico de ganglioneuromas do cólon. A avaliação do restante tubo digestivo com endoscopia digestiva alta e enteroscopia por cápsula foi normal. A posterior avaliação clínica detalhada e rastreio bioquímico não revelaram caracteristicas do síndrome NEM2b ou NF1, e o estudo genético para detecção de mutações do proto-oncogene Ret foi negativo. Foi oferecido ao doente follow-up clínico e endoscópico. CONCLUSÕES: Este caso relata uma forma esporádica de ganglioneuromatose isolada do cólon. Tratando-se duma entidade rara, são ainda desconhecidos diversos aspectos relacionados com a patogenia e história natural da ganglioneuromatose intestinal, nomeadamente a possível associação a um risco aumentado de neoplasia. 41 CP-13 ADENOCARCINOMA DO ILEON – UMA NEOPLASIA RARA Hugo Santos-Sousa, Tiago Bouça-Machado, Luís Lencastre, Elisabete Barbosa, Filomena Barreto, Luís Malheiro, Pedro Correia-da-Silva, Amadeu Pimenta Serviço de Cirurgia Geral, Hospital São João EPE / Faculdade de Medicina do Porto Introdução: Apesar do intestino delgado corresponder a 75% do comprimento e 90% da área absortiva do sistema gastro-intestinal, apenas 2% da incidência anual de neoplasias do sistema digestivo ocorrem neste segmento. Caso Clínico: Sexo feminino, 53 anos, antecedentes pessoais de osteoporose e colecistectomia há 6 anos por litíase vesicular. Internada no serviço de gastrenterologia por fadiga, perda de peso (10Kg) e anemia ferropénica grave, com 1 ano de evolução. À data do internamento a doente negava perdas hemáticas visíveis ou alterações do trânsito gastro-intestinal. Ao exame objectivo apenas revelava palidez da pele e mucosas. Analiticamente destacava-se uma anemia ferropénica. Realizou EDA e colonoscopia que foram normais. Realizou videocápsula endoscópica que revelou um tumor ileal junto à válvula ileo-cecal. Repetiu posteriormente colonoscopia com ileoscopia que mostrou uma neoplasia do ileon terminal. Na TC abdomino-pélvica era evidente uma lesão constituída por várias ansas ileais com fistulização entre elas, sem planos de clivagem evidentes com o útero e a parede antero-superior da bexiga. Em reunião de grupo oncológico colo-rectal, foi decidido intervenção cirúrgica. Intra-operatóriamente constatou-se aglomerado de ansas ileais intimamente aderentes entre si, com invasão da bexiga e da trompa direita. Procedeu-se a uma ileo-colectomia segmentar com cistectomia parcial e salpingectomia direita. No exame anatomo-patológico do segmento de intestino delgado indentificavamse 4 neoplasias úlcero-infiltrativas e perfuradas, que se situavam a 9cm, 23cm, 34cm e 39cm de um dos topos cirúrgicos. Tratava-se de adenocarcinomas mucinosos pouco diferenciados síncronos (4), com metastases ganglionares (2/19) pT4(4), N1, Mx, R0. O pós-operatório decorreu sem intercorrências. A doente foi novamente apresentada em reunião de grupo oncológico tendo-se decidido fazer quimioterapia adjuvante. Conclusão: Apesar da incidência de adenocarcinoma do ileon ser de 0,9:1.000.000 a sua existência deve ser considerada. A sincronicidade das lesões, a idade da doente e as características anatomo-patológicas apontam para uma neoplasia hereditária mesmo na ausência de história familiar. Estas neoplasias não são, contudo, comuns no Sindroma de Lynch. CP-14 FASCEÍTE NECROTIZANTE SECUNDÁRIA A APENDICITE AGUDA PERFURADA Hugo Santos-Sousa, Tiago Bouça-Machado, Luís Lencastre, Elisabete Barbosa, Renato Bessa-de-Melo, John Preto, Amadeu Pimenta Serviço de Cirurgia Geral, Hospital São João EPE / Faculdade de Medicina do Porto 42 Introdução: A apendicite aguda é uma das emergências cirúrgicas mais frequentes. O atraso no diagnóstico e no tratamento aumenta a probabilidade de complicações, nomeadamente a perfuração. Caso clínico: Doente do sexo feminino, 60 anos, antecedentes de carcinoma do colo do útero submetida a quimio e radioterapia, recorreu ao serviço de urgência por sinais inflamatórios na face interna da coxa direita com 2 dias de evolução. Ao exame objectivo apresentava taquicardia e taquipneia. O estudo analítico revelava aumento da proteína C reactiva e alteração da função renal. A gasimetria arterial mostrava hipoxemia e hipocapnia. Foram realizados ecodoppler e TC torácico que excluíram trombose venosa profunda e tromboembolismo pulmonar. Foi iniciada antibioterapia dirigida para o tratamento de erisipela. Devido ao agravamento do estado clínico da doente, foi realizada ecografia abdominal que mostrou fasceíte necrotizante da parede abdominal (flanco direito) e da coxa direita. Foi submetida a laparotomia exploradora com desbridamento cirúrgico da fasceíte, tendo-se identificado fístula enterocutânea com origem na base apendicular, pelo que foi realizada ileocolectomia segmentar com ileostomia terminal. Conclusão: A apendicite aguda complicada com fasceíte necrotizante é uma entidade rara mas potencialmente letal, podendo ser confundida com celulite, o que leva ao atraso no tratamento agressivo a que esta complicação obriga. Este caso mostra a importância de considerar apendicite aguda como causa de infecções necrotizantes dos tecidos moles da região abdominal e da coxa. CP-15 FASCEÍTE NECROTIZANTE SECUNDÁRIA A DIVERTICULITE AGUDA PERFURADA Tiago Bouça-Machado, Hugo Santos-Sousa, Luís Lencastre, Renato Bessa-deMelo, Elisabete Barbosa, António Taveira-Gomes, Pedro Correia-da-Silva, Amadeu Pimenta Serviço de Cirurgia Geral, Hospital São João EPE / Faculdade de Medicina do Porto Introdução: A diverticulite aguda é uma entidade comum, cujas complicações levam a cirurgia em diversas ocasiões. A diverticulite aguda perfurada raramente se apresenta como uma sépsis superficial. Caso clínico: Doente do sexo masculino, 54 anos, antecedentes de depressão, recorreu ao serviço de urgência por quadro de dor abdominal no quadrante inferior esquerdo (QIE) com 15 dias de evolução, astenia, anorexia e perda de peso. Ao exame objectivo, apresentava sinais inflamatórios associados a edema da parede abdominal no QIE. O estudo analítico mostrava leucocitose com aumento da proteína C reactiva. Desenvolveu um quadro de cetoacidose diabética. Realizou TC abdominal que confirmou a presença de fasceíte necrotizante com abcesso associado. Foi submetido a cirurgia com desbridamento e drenagem. Foi necessário novo desbridamento cirúrgico 43 às 48 horas. Ao sexto dia pós-operatório foi detectada contaminação fecal da ferida operatória, pelo que foi realizada nova laparotomia exploradora com identificação de uma massa inflamatória do cólon sigmóide adjacente ao orifício externo da fístula. Foi realizada colectomia segmentar do sigmóide tipo Hartmann. O exame histológico confirmou o diagnóstico de diverticulite perfurada. No pós-operatório desenvolveu síndrome de resposta inflamatória sistémica complicado por pneumonia necrotizante à direita, que necessitou de múltiplos esquemas antibióticos e descorticação pulmonar. Faleceu ao 54º dia de internamento. Conclusão: A fasceíte necrotizante secundária a diverticulite perfurada é uma entidade pouco comum, mas potencialmente letal, pelo que requer intervenção cirúrgica imediata. Perante uma fasceíte necrotizante da parede abdominal, é necessário um elevado índice de suspeição para a identificação de uma diverticulite complicada com causa desta situação. CP-16 MEGACÓLON SECUNDÁRIO A IMPACTAÇÃO FECAL EM DOENTE PSIQUIÁTRICO Tiago Bouça-Machado, Hugo Santos-Sousa, Luís Lencastre, Mariana Sacchetti, Elisabete Barbosa, Amadeu Pimenta Serviço de Cirurgia Geral, Hospital São João EPE / Faculdade de Medicina do Porto Introdução: A impactação fecal é particularmente frequente nas crianças, nos doentes idosos e nos doentes com certas patologias psiquiátricas ou patologias médicas que predispõem para a obstipação. Caso clínico: Doente do sexo masculino, 47 anos, antecedentes de esquizofrenia e alcoolismo, internado no serviço de psiquiatria. Apresentava quadro de obstipação com distensão abdominal, mas sem sinais de irritação peritoneal, com 7 dias de evolução. Foi realizado TC abdominal que mostrou distensão exuberante do cólon sigmóide com 16 cm de maior diâmetro, sem causa obstrutiva identificável para além de um fecaloma de grandes dimensões. Foi tentado tratamento conservador com estimulação, mas devido ao agravamento do estado clínico do doente, foi submetido a laparotomia exploradora que revelou megacólon devido a impactação fecal com áreas de necrose da parede do cólon ascendente, mas sem perfuração. Foi realizada colectomia total com ileostomia terminal. O exame anatomopatológico revelou cólon com 30 cm de maior diâmetro, sem identificação de qualquer lesão orgânica. Conclusão: As doenças psiquiátricas e neurológicas estão frequentemente associadas a alterações na motilidade intestinal. A cirurgia deverá ser reservada para os casos de perfuração iminente ou evidente, ou nos casos em que o tratamento médico foi ineficaz. Uma intervenção cirúrgica atempada nos casos de impactação fecal prolongada pode evitar a perfuração intestinal que está associada a elevada mortalidade nestes doentes. 44 CP-17 TORÇÃO DO APÊNDICE: UMA ENTIDADE RARA Luís Lencastre, Hugo Santos-Sousa, Tiago Bouça-Machado, Herculano Moreira, Eduardo Lima-da-Costa, Elisabete Barbosa, António Taveira-Gomes, Amadeu Pimenta Serviço de Cirurgia Geral, Hospital São João EPE / Faculdade de Medicina do Porto Introdução: A torção do apêndice é uma entidade rara, que causa sintomas abdominais idênticos aos da apendicite aguda, e é normalmente diagnosticada durante a realização da cirurgia de urgência por suspeita de apendicite aguda. Caso clínico: Doente do sexo masculino, 39 anos, sem antecedentes patológicos relevantes. Recorreu ao serviço de urgência por dor abdominal com 3 dias de evolução, localizada inicialmente no epigastro e posteriormente na fossa ilíaca direita (FID) e hipogastro, com anorexia e disúria associadas. Negava febre, náuseas, vómitos, alterações do trânsito intestinal e polaquiúria. Ao exame objectivo, apresentava-se apirético, hemodinamicamente estável, com abdómen doloroso à palpação profunda da FID, com Blumberg e Rovsing positivos. O estudo analítico apresentava um aumento dos marcadores inflamatórios (leucocitose marcada e aumento ligeiro da proteína C reactiva), desidrogenase láctica no limite superior do normal, mioglobina e creatinaquinase normais. Realizou ecografia abdominal que revelou colecção cística na FID estendendo-se para a escavação pélvica, com contéudo espesso heterogéneo na vertente superior, medindo aproximadamente 9 por 4 cm, com Blumberg ecográfico positivo, compatível com colecção peri-apendicular. Foi submetido a cirurgia de urgência (incisão de McBurney), tendo-se constatado, intra-operatoriamente, a presença de torção do apêndice com distensão (cerca de 12 cm), congestão e necrose, associada a pequena quantidade de líquido livre serohemático. Foi realizada apendicectomia após lavagem peritoneal e exploração da cavidade pélvica. O exame anatomopatológico confirmou a presença de congestão vascular e infiltração hemorrágica de todo o apêndice, achados consistentes com as alterações isquémicas devidas à torsão. O pós- -operatório decorreu sem complicações e o doente teve alta ao 3º dia de internamento. Conclusão: É apresentado um caso de torção primária do apêndice, estando apenas 25 casos descritos na literatura. Nestes casos, a dilatação e as alterações isquémicas do apêndice deveram-se a uma torção sem qualquer lesão primária associada. CP-18 TUBERCULOSE APENDICULAR COM APRESENTAÇÃO CLÍNICA DE APENDICITE AGUDA Hugo Santos-Sousa, Tiago Bouça-Machado, Luís Lencastre, Catarina Eloy, Elisabete Barbosa, António Taveira-Gomes, Amadeu Pimenta Serviço de Cirurgia Geral, Hospital São João EPE / Faculdade de Medicina do Porto 45 Introdução: A tuberculose do apêndice é uma entidade rara, apesar da incidência da tuberculose intestinal. Apresentamos um caso clínico compatível com apendicite aguda submetida a cirurgia e cujo exame histológico revelou tratar-se de tuberculose apendicular. Caso clínico: Doente do sexo masculino, 20 anos, sem antecedentes pessoais, recorreu ao serviço de urgência por quadro de dor abdominal na fossa ilíaca direita com uma semana de evolução. Ao exame objectivo apresentava sinal de Blumberg positivo. O estudo analítico apresentava elevação da proteína C reactiva. A ecografia abdominal revelou apêndice de 14mm de diâmetro com espessamento do cego e presença de adenopatias. Foi submetido a cirurgia (incisão de McBurney), tendo sido realizada hemicolectomia direita devido ao aspecto macroscópico do apêndice associado a espessamento do cego e presença de múltiplas adenopatias. O exame histopatológico revelou tuberculose apendicular sem envolvimento de outros segmentos intestinais. Conclusão: Apesar da região ileocecal ser o segmento intestinal mais atingido na tuberculose intestinal, o envolvimento do apêndice é raro, ocorrendo apenas em 1,5 a 3% dos casos. A tuberculose do apêndice com apresentação clínica idêntica à da apendicite aguda é uma entidade ainda mais rara. CP-19 VÓLVULO CECAL NO CONTEXTO DE PARALISIA CEREBRAL Luís Lencastre, Hugo Santos-Sousa, Tiago Bouça-Machado, Inês Romero, Elisabete Barbosa, Herculano Moreira, Amadeu Pimenta Serviço de Cirurgia Geral, Hospital São João EPE / Faculdade de Medicina do Porto Introdução: O vólvulo cecal é responsável apenas por 1 a 1,5% dos casos de oclusão intestinal nos adultos, no entanto é uma causa frequente nos doentes com paralisia cerebral. A cirurgia nestes doentes está associada a elevadas taxas de morbilidade e mortalidade. Caso clínico: Sexo feminino, 26 anos, antecedentes de paralisia cerebral (acamada, sem comunicação verbal, dependente nas actividades da vida diária), cifoescoliose grave e obstipação. Recorre ao SU por quadro de vómitos alimentares pós-prandiais, recusa alimentar e obstipação. Ao exame objectivo, apresentava-se hemodinamicamente estável, apirética, com abdómen distendido, tenso, doloroso difusamente à palpação e com ausência de ruídos hidroaéreos. O estudo analítico apresentava elevação dos marcadores inflamatórios e hipocaliémica ligeira. Realizou Rx abdominal que mostrou distensão cólica, mas sem níveis hidroaéreos evidentes. A ecografia abdominal confirmou a presença de acentuada distensão gasosa intestinal, com várias ansas paréticas. Efectuou endoscopia digestiva baixa sem lesões, com progressão impossível a partir dos 60 cm por fezes. Foi internada com diagnóstico de pseudo-oclusão intestinal. No primeiro dia de internamento, devido ao agravamento do estado clínico da doente com aparecimento de sinais de 46 irritação peritoneal evidentes, foi submetida a laparotomia exploradora de urgência, tendo-se constatado a presença de vólvulo do cego com isquemia a montante e distensão do cólon transverso e descendente por impactação fecal. Realizou-se colectomia subtotal com ileostomia e fístula mucosa de cólon sigmóide. Conclusão: O vólvulo cecal deve ser considerado nos diagnósticos diferenciais de oclusão intestinal no caso dos doentes com paralisia cerebral. Por um lado, os achados clínicos são idênticos aos da impactação fecal ou do íleo paralítico secundário às infecções do tracto urinário que são frequentes nos doentes com paralisia cerebral. Por outro, as alterações neurológicas destes doentes mascaram os sintomas de abdómen agudo. Assim, um elevado índice de suspeição, a realização precoce de cirurgia e um seguimento peri-operatório cuidado são recomendados para reduzir a morbilidade e a mortalidade nestes doentes. CP-20 DOENÇA DE CROHN - CAUSA DIRECTA RARA DE PANCREATITE Helena Marques; Sandra Martins; Javier Lamelas; Mesquita Rodrigues Serviço de Cirurgia (Director: Dr. Mesquita Rodrigues). Hospital São Marcos BRAGA A Doença de Crohn a nível gastro-duodenal é pouco frequente, ocorrendo em 0,5-4% dos pacientes com atingimento ileo-cólico associado, sendo ainda mais rara como lesão isolada. De acordo com alguns trabalhos publicados, o seu tratamento médico ou cirúrgico é complexo e difícil. A Pancreatite, no contexto da Doença de Crohn, é mais frequentemente causada pelos fármacos usados no seu tratamento. Outras causas incluem o atingimento duodenal da doença, litíase ou colangite esclerosante primária. A pancreatite aguda relacionada com as lesões duodenais desta doença inflamatória intestinal carece ainda de melhor compreensão. Os autores reportam um caso clínico de pancreatite aguda secundário a atingimento da ampola de Vater pela Doença de Crohn. CP-21 OCLUSÃO INTESTINAL ALTA - UM CASO RARO POR METÁSTASE DE CARCINOMA DO ENDOMÉTRIO Helena Marques; Sandra Martins; Javier Lamelas; Mesquita Rodrigues Serviço de Cirurgia (Director: Dr. Mesquita Rodrigues). Hospital São Marcos BRAGA 47 O carcinoma do endométrio é a quarta neoplasia maligna mais comum no sexo feminino. Metastiza preferencialmente para o pulmão por via hematogénea, podendo também ter disseminação linfática para gânglios extra-pélvicos e cavidade peritoneal. As metástases gastro-intestinais são raras. Os autores apresentam o caso clínico de uma mulher admitida no Serviço de Urgência por oclusão intestinal, com antecedente de carcinoma do endométrio. Os exames complementares de diagnóstico evidenciaram uma lesão metastática na segunda porção do duodeno. A doente foi submetida a laparotomia exploradora tendo-se efectuado um bypass gastro-jejunal. CP-22 VOLVO DO CÓLON: CASUÍSTICA DO SERVIÇO DE CIRURGIA DO HDFF NOS ÚLTIMOS 6 ANOS Filipa Santos, João Pinho, Raquel Dias, Isabel Borges, Alice Fonseca, Lucília Conceição, José Cecílio, Amândio Matos, José Couceiro, Martinho Almeida, Max Melo, Costa Serrão, Alberto Seabra Hospital Distrital da Figueira da Foz, EPE O volvo do cólon é uma causa incomum de oclusão intestinal, sendo responsável por 2-5% de todos os casos nos Países Ocidentais, sendo o cólon sigmóide o segmento mais frequentemente envolvido, em cerca de 70% dos casos. Nos últimos 6 anos (2004-2009), registaram-se no Serviço de Cirurgia do HDFF 12 casos de volvo do cólon, dos quais 2 envolvendo o cego, e os restantes, o sigmóide. Houve um ligeiro predomínio do sexo feminino nos casos registados (7 doentes, contra 5 do sexo masculino), com idades que se distribuíram entre os 33 e os 93 anos, com uma média de idades de 68 anos. O tratamento cirúrgico variou entre a cirurgia conservadora e a ressecção intestinal, tendo-se registado diferentes tipos de evolução clínica, que variaram desde a ausência de complicações, até à morte de 3 pacientes. Com este trabalho, os Autores pretendem alertar para esta forma pouco comum de oclusão intestinal que, curiosamente, no nosso Serviço tem vindo a surgir com alguma frequência. CP-23 RESSECÇÃO INTERESFINCTÉRICA NO CANCRO CONSIDERAR-SE UMA INTERVENÇÃO SEGURA? DO RECTO: PODE 48 J. S. Leite, A. Manso, S. Martins, C. Carvalho, A. Monteiro, I. Portela, J. Oliveira, F. Castro-Sousa Serviço de Cirurgia III, Hospitais da Universidade de Coimbra Introdução: Considera-se que a ressecção interesfinctérica é o último recurso da cirurgia conservadora do esfíncter nos tumores baixos do recto. O objectivo deste estudo consistiu na avaliação dos resultados funcionais e da segurança oncológica desta intervenção. Métodos: Foram analisados todos os processos dos doentes operados por tumor rectal localizado 0-3 cm da linha dentada com ressecção intersesfinctérica, entre 1994 e 2008. Avaliou-se o exame histopatológico, a morbilidade, os resultados funcionais com o score de incontinência de Wexner e a eventual recidiva local ou à distância. Todos cumpriram o plano de consultas de revisão clínica periódica. Resultados: Foram operados 15 doentes (8 homens), sendo a idade média de 61 anos (limites 38-76), verificando-se ter existido por tumor rectal localizado 0-3 cm da linha dentada ressecção intersesfinctérica parcial (n=12) ou total (n=3) do esfíncter interno. Em 12 associou-se bolsa cólica em J e coloplastia em três. Doze foram submetidos a radioquimioterapia pré-operatória, com regressão histológica completa em dois. A margem de ressecção circunferencial média foi de 8,1 mm (0-25 mm) e a margem de ressecção distal de 11 mm (2-20 mm). Dois doentes tiveram fístula anastomótica com cicatrização espontânea. Em quatro homens surgiu estenose da anastomose: dois ficaram com ileostomia permanente e nos outros dois realizou-se plastia da estenose e dilatações digitais. O score de Wexner foi de 3 (0-8). Com o follow-up médio de 58 meses (7-150 meses) não surgiram recidivas locais; um doente teve metástase cerebral aos 19 meses e outro metástases pulmonares aos 40 meses. Conclusão: Os resultados preliminares deste estudo sugerem que a ressecção interesfinctérica é oncologicamente segura, tendo existido contudo risco de obstrução defecatória nos homens por estenose da anastomose. CP-24 VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DE UMA SOLUÇÃO DE HAEMACELL COM AZUL DE METILENO NAS MUCOSECTOMIAS PARA EXÉRESE DE PÓLIPOS COLORECTAIS Vera Costa Dias, Rolando Pinho, F. Castro Poças, Miguel Mascarenhas Saraiva ManopH, Instituto CUF, Porto A infiltração submucosa com soro fisiológico é correntemente utilizada para a realização de mucosectomias e para aumentar a segurança na remoção de pólipos sésseis, com o objectivo de diminuir o risco de perfuração, particularmente elevado no cólon. Tem sido descrita a vantagem de uma melhor diferenciação dos tecidos mediante a adição de um corante, como o azul de metileno, à solução usada para 49 esta finalidade. Também é descrita a vantagem da utilização de glicerol, ou de colóides “substitutos do sangue”, como o Haemacell, volpex, com o objectivo de diminuir a absorção do fluído injectado e, deste modo, perpetuar o efeito de dissecção da submucosa obtido pela injecção. Na nossa prática endoscópica, temos usado a técnica de injecção de solução de Haemacell “tingida” com azul de metileno, nas mucosectomias e nas exéreses de pólipos sésseis. Demonstra-se por iconografia a utilidade desta técnica. CP-25 SCHISTOSSOMÍASE CRÓNICA: UMA ABORDAGEM DIAGNÓSTICA ALTERNATIVA Ferreira A, Pereira P, Macedo G Serviço de Gastroenterologia do Hospital de São Marcos, Braga Doente de sexo masculino, 59 anos, com antecedentes de DM tipo 2 mal controlada (HbA1c 15.8%), gastrite crónica associada a H.pylori e com história de permanência em serviço militar na Guiné-bissau há cerca de 35 anos; medicado habitualmente com metformina, omeprazol e glibenclamida, é enviado para a consulta de hepatologia, pelo médico assistente, por alteração persistente das provas de função hepática (GGT – 707 U/L, AST 81 U/L e ALT 205 U/L). Referia diarreia (3-4 dejecções de fezes líquidas) com alguns anos de evolução, episódica, alternando com períodos de obstipação. Ao exame físico evidenciavase acantose nigricans e aspecto emagrecido (IMC 17). Analiticamente persistiam alterações das provas de função hepática e uma ecografia abdominal mostrou vários focos ecogénicos, provavelmente calcificações, no segmento VI do fígado. Serologias para VHA, VHB e VHC foram negativas, não se verificaram mutações do gene HFE e o nível de alfa1antitripsina era normal, assim como a ceruloplasmina. Foi realizada biopsia hepática percutânea que demonstrou fibrose dos espaços porta e discreto infiltrado inflamatório mononucleado. Observava-se um granuloma epitelióide com vários eosinófilos na periferia, e no centro do granuloma identificava-se ovo de parasita. O exame parasitológico de fezes e urina foi negativo. Devido às características morfológicas do ovo identificado foi pedida serologia para Schistosoma mansoni que foi positiva. O restante estudo serológico para parasitoses foi negativo. Foi efectuada endoscopia digestiva baixa (padrão pseudo-polipóide do recto com infiltração inflamatória de predomínio eosinófílico na lâmina própria e hiperplasia glandular). O doente foi medicado com praziquantel e mantém seguimento em consulta de hepatologia, encontrando-se assintomático. A Schistossomíase é uma parasitose causada por tremátodes helmintas (Schistosoma) que residem na rede venosa abdominal dos hospedeiros vertebrados definitivos. Na Schistossomíase crónica as manifestações clínicas resultam da resposta imune à deposição de ovos do parasita e formação de granulomas provocada pela estimulação antigénica. A diarreia é comum e pode alternar com obstipação. O diagnóstico serológico é útil e definitivo quando se associa a uma história típica e ausência de isolamento de ovos de parasita nas fezes. 50 Índice de Autores Autor Comunicação Alberto, Sara F. Albuquerque, O. Almeida, J.C. Mendes Almeida, Martinho Almeida, N. Almeida, V. Alves, F. Amaro, P. Andrade, Paulo Arroja, Bruno Azenha, Nuno Barbosa, Elisabete Barbosa, Miguel Barreto, Filomena Bentes, Teresa Bessa-de-Melo, Renato Bettencourt, M. João Borges, Isabel Borralho, Paula Bouça-Machado, Tiago Canhoto, Manuela Carvalho, C. Carvalho, Isabel Castelo, H. Bicha Castro-Sousa, F. Cecílio, José Cerqueira, Rute Conceição, Lucília Correia, Jorge Costa, Jorge Cotrim, Isabel Couceiro, José Deus, João de Dias, H. de Vasconcelos Dias, Raquel Dias, Vera Costa Donato, Maria Manuel Duarte, A. Duque, Gabriela Eloy, Catarina Falcão, S. Félix, Julieta Fernandes, Vítor Ferreira, Aníbal Ferreira, F. Ferreira, Manuela Ferreira, Tiago Figueiredo, Pedro Fonseca, Alice CO-03 CO-10 CO-16 CP-04, CP-22 CO-13 CV-03 CO-12 CO-10, CO-11, CO-12 CO-11 CO-09 CP-10 CO-04, CO-15, CP-13, CP-14, CP-15, CP-16, CP-17, CP-18, CP-19 CO-14 CP-13 CP-08 CP-14, CP-15 CP-05 CP-04, CP-22 CP-11 CO-04, CO-14, CP-13, CP-14, CP-15, CP-16, CP-17, CP-18, CP-19 CO-09 CO-02, CO-10, CP-23 CO-14 CO-17, CO-18 CO-02, CO-10, CP-23, CV-03 CP-04, CP-22 CV-02 CP-04, CP-22 CO-17, CO-18 CV-02, CV-04 CO-09 CP-04, CP-22 CO-03 CO-17, CO-18 CP-04, CP-22 CO-06, CP-24 CO-11 CP-06 CO-12, CO-13 CP-18 CP-09 CO-03 CP-07 CP-01, CP-09, CP-25 CO-01 CO-11, CO-12, CO-13 CP-02, CP-03 CO-11, CO-13 CP-04, CP-22 51 Fonseca, Cristina Freire, Paulo Freitas, João Giraldo, Jesus Gonçalves, Cláudia Gonçalves, Gil Gonçalves, Raquel Gouveia, Hermano Graça, B. Iria, Isabel Lamelas, Javier Leitão, M. C. Leite, J. S. Lencastre, Luís Lima, Margarida Lima, Olinda Lima-da-Costa, Eduardo Limbert, Manuel Luna, Rogélio Andrés Macedo, G. Machado, Artur Magro, F. Malheiro, Luís Manso, A Marques, Helena Martinho, Fernando Martins, Alexandra Martins, M. Martins, S. Martins, Sandra Matos, Amândio Melo, Max Monteiro, A. Moreira, Herculano Moreira, Teresa Moura, P. Nogueira, Fernanda Nora, Mário Nunes, Ana Nunes, Sofia Oliveira, Eduardo Oliveira, J. Pardal, F. Paulino, C. Pena, José Pereira, Américo Dias Pereira, P. Pimenta, Amadeu Pimentel, João Pinho, João Pinho, Rolando Pinto-de-Sousa, João Pires, Eduardo Poças, F. Castro CP-07 CO-11, CO-12, CO-13 CP-07, CP-11 CO-17, CO-18 CO-09 CO-05, CO-08, CV-04 CP-01, CP-09 CO-11, CO-12, CO-13 CO-12 CO-17, CO-18 CO-07, CP-20, CP-21 CO-11, CO-13 CO-02, CO-10, CP-23, CV-03, CV-05 CO-04, CO-14, CP-13, CP-14, CP-15, CP-16, CP-17, CP-18, CP-19 CO-15 CP-12 CP-17 CO-16 CO-17, CO-18 CO-01, CP-09, CP-25 CP-01 CO-01 CP-13 CO-02, CO-10, CP-23 CP-20, CP-21 CP-10 CO-03 CO-02, CV-03, CV-05 CO-02, CO-10, CP-23 CO-07, CP-20, CP-21 CP-04, CP-22 CP-04, CP-22 CO-02, CP-23 CO-04, CP-17, CP-19 CP-12 CV-03 CO-07 CO-05, CO-08, CV-02, CV-04 CP-07, CP-11 CP-10 CV-01 CO-02, CP-23 CP-09 CO-12 CP-10 CO-05, CO-08, CP-02, CP-03, CV-02, CV-04 CP-09, CP-25 CO-04, CO-14, CO-15, CP-13, CP-14, CP-15, CP-16, CP-17, CP-18, CP-19 CP-06 CP-04, CP-22 CP-24, CV-01 CO-15 CO-03 CO-06, CP-24 52 Portela, Francisco Portela, I. Preto, John Quintela, Cátia Ramos, Gonçalo Ramos, Jaime Reis, António José Resende, Vera Ricardo, Leonel Rodrigues, Catarina Graça Rodrigues, Mesquita Rolanda, Carla Romero, Inês Sá, Anabela Sacchetti, Mariana Saiote, Joana Santos, A. Almeida Santos, Filipa Santos, Henrique Santos, Liliana Santos-Sousa, Hugo Saraiva, Miguel Mascarenhas Sarmento, Cristina Seabra, Alberto Sérgio, Mário Serrão, Costa Silva, Diva Silva, Filipe Silva, Pedro Correia Silva, Soraia Silva, T. Santos Soares, António Soares, Carlos Soares, J. Soares, João Sofia, Carlos Sousa, Adriana Sousa, Maria Rosa Taveira-Gomes, António Teixeira, Tânia Valente, Teresinha Vasconcelos, Helena Vieira, João Villas-Boas, Germano CO-11 CP-23 CP-14 CP-05 CP-08 CP-08 CV-04 CO-05, CO-08 CO-03 CO-03 CO-07, CP-20, CP-21 CP-01 CP-19 CO-11 CP-16 CP-05, CP-08 CO-10 CP-04, CP-22 CP-07 CP-08 CO-04, CO-14, CP-13, CP-14, CP-15, CP-16, CP-17, CP-18, CP-19 CO-06, CP-24, CV-01 CO-15 CP-04, CP-22 CP-10 CP-04, CP-22 CO-05, CO-08, CV-02, CV-04 CO-09 CO-14, CO-15, CP-13, CP-15 CP-10 CP-06 CP-02, CP-03, CV-02 CO-15 CP-09 CP-01 CO-11, CO-12, CO-13 CO-05, CV-04 CO-05, CO-08, CP-02, CP-03, CV-04 CP-15, CP-17, CP-18 CV-04 CP-08 CO-09 CO-17, CO-18 CP-12