Revista Hot Pets 1 2 Revista Hot Pets Índice Animais peçonhentos 4 A segurança da moderna anestesia 8 Sua história na Hot Pets 10 Perguntas e Respostas 11 Dragão-de-komodo 12 Cavalo miniatura 13 Glaucoma 14 Tucano 17 Capa - Celso Cavallini 18 Leonardo da Vinci 21 Águia 22 10 dicas para quem prefere cães 24 10 dicas para quem prefere gatos 25 Ecologia 26 Hipertensão em cães e gatos 28 Úrsula, uma Chow Chow carinhosa 30 Siamês 33 Mal-estar em geral e coração 34 GAPA-MA 36 Bicho geográfico 39 A liberdade dos cães franceses 40 Fisioterapia 42 Rejeição de filhotes 43 Toxoplasmose 44 Você sabia? 47 Controlando seu aquário 48 Esquilo 50 Expediente Diretor Geral - Damasio Deziderio Editor - Luiz Octavio Pires Leal Arte - Jéssica Leal Capa - Celso Cavallini Fotografia - Marise Toffani Representante comercial - Sinergia Consultoria e Comercialização Ltda. Revisão - Flávia M. Alkmim Edição - Dam Propaganda Impressão - Ediouro Gráfica e Editora Ltda. C Editorial elso Cavallini é um exemplo de profissional de sucesso na TV. Apresentador e protagonista de programas memoráveis, comandou quatro programas e participou de 30 quadros na sua longa carreira. Chegado a uma aventura, já entrou em jaula de leões, viajou de avião “do lado de fora” e sem paraquedas, mergulhou à noite com tubarões em pleno Pacífico e outras peripécias, sempre com o objetivo de levar ao telespectador, informação, divertimento e emoção. A matéria de capa desta quinta edição da Hot Pets conta sua história com a cadela Bora. A moderna anestesia é feita com toda segurança, graças aos equipamentos de monitoração, aos recursos da farmacologia e ao treinamento dos médicos veterinários anestesistas. O especialista Marcelo Aragão assina interessante matéria sobre esse assunto. Matéria sobre cobras e outros animais venenosos, feita no Instituto Vital Brazil, em Niterói, é outro destaque desta edição. Ela esclarece muitas dúvidas e ensina o que fazer em caso de acidente. Seu cão ou gato tem pressão normal? Você já se preocupou com isso? Conheça os malefícios causados pelas alterações da pressão arterial. Úrsula é uma Chow Chow muito mansa, que adora criança. Mas nem sempre é assim. É preciso estar atento para as variações individuais do temperamento dos animais. Fique sabendo a incrível história de vida da águia americana; as características do gato siamês e curta as curiosidades do fantástico mundo animal e vários outros temas interessantes. As manifestações de apoio via telefone, e-mail e pessoais que estamos recebendo, indicam que estamos no caminho certo, preenchendo uma lacuna que existia nesse campo específico da informação. Mas, como sempre, estamos abertos às críticas e sugestões. Luiz Octavio Pires Leal - editor Tiragem - 20.000 exemplares Distribuição Gratuita As matérias publicadas da edição são de inteira responsabilidade do consultor ou técnico que as assinam. 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Os animais venenosos também possuem uma substância tóxica, mas não possuem uma estrutura inoculadora, como é o caso do sapo. Apesar de existir essa diferença de conceito biologicamente falando, os termos “animal peçonhento” e “animal venenoso” são tratados como sinônimos. Com relação aos efeitos causados pelo veneno na vítima, não faz diferença se o animal é peçonhento ou venenoso, o que influencia é o tipo e a quantidade de veneno, o peso e as condições de saúde da vítima e o modo como ela reage. No caso dos humanos, quando acontece um acidente com um animal venenoso ou peçonhento é importante, apesar de difícil, não entrar em pânico e procurar manter a calma, porque a agitação provoca a aceleração dos batimentos cardíacos e consequentemente a disseminação mais rápida do veneno. Embora seja importante, manter a calma só não basta, é preciso saber como agir, e segundo o IVB, sediado em Niterói e especialista no assunto, é imprescindível que o tratamento seja rápido e realizado por profissionais de saúde qualificados, em unidades de atendimento médico especializadas. Segundo o IVB, atualmente no Brasil, os escorpiões são os maiores causadores de acidentes, seguidos das serpentes e depois das aranhas. Há tempo são divulgadas informações sobre as características erradamente consideradas úteis para identificar as cobras venenosas. Essas características (cabeça Aranha armadeira 4 Revista Hot Pets Apesar de não terem veneno, as seguintes cobras podem morder, principalmente quando pisadas ou se sentirem ameaçadas, causando inchaços, queimação, tétano e várias infecções, além de dor: • • • • • • • • Cobra cascavel triangular, cauda afinando rapidamente, formato da pupila e tamanho das escamas no alto da cabeça) não são, obrigatoriamente, válidas para saber se determinada cobra é venenosa ou não. “A característica que deve ser observada” – ressalta o IVB – “é a presença da fosseta loreal (orifício entre o olho e a narina) existente em todas as serpentes peçonhentas das Américas, com exceção das corais verdadeiras”. Mas é praticamente impossível para uma pessoa comum, principalmente numa hora de sufoco, examinar a cobra para ver se ela tem um buraquinho minúsculo entre os olhos e a narina. Seguem algumas dicas sobre como agir em caso de acidentes com alguns animais venenosos e peçonhentos: Primeiro é bom saber quais são as cobras venenosas mais comuns: • • • • • Cascavel Coral Verdadeira Jararaca Jararacuçu Surucucu Pico de Jaca Caninana Cobra Cipó Cobra d´Água Cobra Papagaio Cobra Verde Falsa Coral Jiboia Sucuri A jiboia e a sucuri são cobras constritoras e a sucuri, que pode atingir quatro metros de comprimento ou mais, representa um perigo como animal de estimação, pois facilmente pode enrolar-se no pescoço ou tórax de uma criança ou mesmo de um adulto e apertar com uma força brutal, estraçalhando os ossos e matando por sufocação. Apesar disso, a crença de que a sucuri pode engolir um boi, segundo o IVB, é um mito, pois não existe registro dessa prática. As providências recomendadas pelos especialistas do Instituto Vital Brazil em caso de acidente com cobra são: 1. Lavar o local da picada com água e sabão. 2. Manter o acidentado em repouso. Se a picada for no braço ou na perna, essas extremidades devem ficar levantadas. 3. Levar o acidentado, imediatamente, para o posto de saúde ou hospital mais próximo. 4. Preferencialmente, matar e levar a cobra junto com o acidentado ou faça a sua descrição para o médico. Revista Hot Pets 5 NÃO amarrar ou fazer torniquete. O garrote impede a circulação do sangue, piorando a situação. Não colocar folhas, pó de café ou quaisquer outras substâncias no local da picada, pois podem provocar infecção. NÃO fazer cortes no local da picada, pois, somados aos efeitos do veneno, podem produzir hemorragias e infecções. NÃO dar para beber álcool ou querosene etc., pois, além de não ajudar, podem produzir intoxicação. Soros Os diversos tipos de veneno podem produzir, nos acidentados, diversos tipos de problemas, como: hemorragia, paralisia e morte (necrose) de diversas partes do corpo. São os seguintes os tipos de soro produzidos pelo Instituto Vital Brazil e distribuídos 6 RevistaHot Revista HotPets Pets pelos diversos postos de atendimento: Antibotrópico – contra os venenos das jararacas, incluindo as jararacuçus, urutus, caiçaras e jararacas pintadas. Anticrotálico – contra o veneno da cascavel. Antielapídico – contra o veneno da cobra coral verdadeira. Antilaquético – contra o veneno da surucucu. Antibotrópico-Laquético – contra o veneno das jararacas e surucucu. Antibotrópico-Crotálico – contra o veneno das jararacas e cascavel. Antilatrodéctico – contra o veneno da aranha viúva-negra. Antiloxoscélico – contra o veneno da aranha marrom, que vive debaixo de pedras, cascas de árvores, buracos e também nas residências. Antiaracnídico – contra o veneno da aranha armadeira, que vive em plantas com folhas largas (bananeiras, por exemplo) em regiões urbanas. Antiescorpiônico – contra o veneno do escorpião amarelo, que vive embaixo de pedras, cascas de árvores e barrancos. Para os casos de acidentes com a aranha caranguejeira e a lacraia não há necessidade de soro. Medidas de proteção Dentre as várias medidas de proteção para evitar ser picado por um animal venenoso, as seguintes merecem destaque: • Usar botas de cano longo e roupa de tecido resistente e grosso quando for entrar em alguma mata. • Muita atenção no lugar em que está pisando. • Atenção com as árvores – pode haver uma cobra ou aranha por perto. • Muita atenção ao remexer entulho e pedras soltas. Use luvas grossas. • Não entrar em matas desconhecidas a não ser que seja absolutamente necessário. • Atenção quando parar o carro num acostamento. Pode haver cobra fugida de queimada ou à procura de alimento. • Combata os ratos, pois são alimentos de cobra. • Muita atenção ao entrar num imóvel abandonado. • Fique de olho ao deitar num gramado, porque pode ter aranha. Coral verdadeira Atenção quando parar o carro num acostamento. Pode ter cobra fugida de queimada ou à procura de alimento. Para cães e gatos, existem soros especiais, aplicados por médicos veterinários. Esses soros não são fabricados pelo Instituto Vital Brazil. Escorpiões Revista Hot Pets 7 Saúde A segurança da moderna anestesia Dr. Marcelo Aragão (anestesista veterinário) A descoberta da anestesia foi uma das inovações clínicas que revolucionaram a cirurgia. A anestesia com éter foi introduzida nos EUA, em 1846, e com clorofórmio, no Reino Unido, em 1847. A inalação dos vapores desses compostos não apenas colocava as pessoas inconscientes, mas o seu uso significava que os pacientes se tornavam insensíveis à dor. Na medicina veterinária, o primeiro relato foi feito por Edward Mayhew, em 1847, no qual o autor descreve seus experimentos em cães e gatos com inalação de éter. Desde então, a anestesia sofreu uma grande e rápida evolução com a vinda de novos protocolos e técnicas provindas do uso em seres humanos e o desenvolvimento de técnicas específicas em animais. Com base no trinômio: narcose, relaxamento muscular e analgesia (perda da sensibilidade à dor), vários protocolos e técnicas são utilizadas como rotina, com o objetivo de auxiliar a equipe cirúrgica e o bem-estar do próprio animal, desde o início dos procedimentos até o retorno póscirúrgico. Os procedimentos anestésicos se tornaram bastante seguros, o que permitiu a intervenção cirúrgica que antes era evitada em pacientes de alto risco. Quais são os tipos de anestesia? 8 RevistaHot Revista HotPets Pets 1) REGIONAL • Local - Realizada com a infiltração do anestésico em uma determinada área do corpo, sem que ocorra bloqueio de um nervo específico. • Plexular – O anestésico é injetado em um tronco de nervos. No caso de um membro, por exemplo, o anestésico é injetado na região axilar e todo o membro fica anestesiado. • Espinhal - As substâncias anestésicas são injetadas na coluna vertebral. A injeção pode ocorrer diretamente no líquor da membrana espinhal (este é o tipo raquidiana) ou na região imediatamente anterior a membrana dura-máter (peridural). • Bloqueios de nervos periféricos - O anestésico é administrado apenas ao redor dos nervos referentes ao local da cirurgia. 2) GERAL Associação de vários fármacos combinados que retiram a consciência, a dor e relaxam a musculatura. Podem ser: • Anestesia inalatória - fármacos inaláveis. • Anestesia intravenosa - fármacos injetáveis. • Anestesia balanceada - promovida por dois ou mais agentes ou técnicas anestésicas distintas, como por exemplo, anestesia intravenosa e anestesia inalatória, utilizadas em um mesmo procedimento anestésico. A evolução dos medicamentos e a melhor avaliação dos pacientes, antes, durante e depois da cirurgia, têm trazido maior segurança ao procedimento. Além de excelentes fármacos disponíveis no mercado, a tecnologia nos favorece no monitoramento dos pacientes, com o uso de monitores paramétricos que aferem: pressão arterial, saturação do oxigênio, frequência cardíaca, entre outras. Isso não impede que os acidentes anestésicos ainda persistam em aparecer e caso não sejam corrigidos rapidamente o óbito do animal será inevitável. Por este motivo é que a preparação do paciente e seu pré-operatório são de grande importância para garantir o sucesso da anestesia. Solicitar exames prévios é de suma importância, para que as estratégias sejam traçadas com antecipação. Os recursos tecnológicos estão disponíveis, porém a formação qualificada e a dedicação do anestesista para com seu paciente são fundamentais. Revista Hot Pets 9 Oskar Sjostedt Q uando minha filha Alexandra a viu pela primeira vez na vitrine de um pet shop, na Barra da Tijuca, foi paixão pura. Lucia, Oskinha filho, Alexandra e eu nunca tínhamos visto um ferret (furão) antes e era uma novidade para todas as pessoas que olhavam a loja. Depois de muita insistência de minha filha, acabamos comprando a Brigitte duas semanas depois. O que não sabíamos era que ela era selvagem e quando a soltamos na sala de casa foi uma correria geral, pois ela queria morder todo mundo. Foi um sufoco colocá-la na casinha dela. A solução era andar de botas e aos poucos minha esposa, Lucia, foi adestrando Brigitte, principalmente com comida na boca e muito carinho, apesar das dentadas. Ela passava a maior parte do tempo dormindo e como ficava livre, tinha o hábito de se esconder e encontrá-la era uma tarefa árdua. Seu lugar preferido era atrás do fogão. Em dia de festa em casa, ela ficava sempre solta e tinha a mania de chegar por trás das pessoas e morder o calcanhar das moças, o que era uma gritaria só e muito engraçado. Em um determinado momento, eu passei a dar mamão para Brigitte, que só comia na boca e em pequenos pedaços. Isto fez com que ela criasse uma afeição muito grande por mim e também começasse a dormir ao meu lado na cama. Isto era bastante complicado, pois Brigitte era muito pequena e eu tinha medo de acabar espremendo ela e lhe causar algum dano físico. De manhã, se eu não levantasse para lhe dar comida, ela entrava embaixo do lençol e começava a seção de mordidas. Não satisfeita subia na cabeceira da cama, se apoiava na parede e empurrava o despertador, telefone e o que tivesse disponível em cima da minha cabeça. A situação era hilária. Um dia Brigitte começou a ficar apática e a demonstrar sentir muita dor, ao levarmos para o veterinário, foi sugerido um possível câncer e existia, na época, um especialista em Sorocaba, no interior de São Paulo. Não tivemos dúvida em embarcar Brigitte num voo do Rio de Janeiro para lá. Passado algumas horas da sua chegada e iniciada a cirurgia, veio a triste notícia de que ela estava mesmo com câncer no fígado e sem chance de 10 Revista Hot Pets Alexandra Sjostedt Sua história na Hot Pets sobrevivência. Depois de muita conversa com o veterinário, optamos por não sacrificá-la, pois tínhamos a opção de prolongar a sua vida com remédios e muito carinho, pois ela tinha um padrão de vida muito bom e tranquilo em casa. Dos dois meses de vida que lhe foi dado, ela durou mais de seis e um dia ao chegar do trabalho, Brigitte me pediu colo, ela aparentava dor, coloquei uma bolsa de água quente em sua barriga e ela foi relaxando. Alguns minutos depois, eu senti uma respirada mais profunda e foi nesta hora que ela faleceu. Todos estavam em casa e não acreditavam no que viam, foi o maior choque para todos, uma choradeira geral. Brigitte foi cremada e jogamos suas cinzas no mar, em Cabo Frio. Ela faleceu aos 9 anos de idade, em 2004 e foi uma perda muito sentida. Envie sua história para a redação da Hot Pets: [email protected] Perguntas e Respostas Venho tentando tratar uma pequena ferida no olho do meu gato, com diversos colírios, mas ele não melhora. Uma hipótese é que seja uma úlcera na córnea. Consulte um veterinário oftalmologista. Essa doença pode cegar. Gato pode comer ração de cachorro? Não. As rações para gatos contêm um aminoácido essencial (taurina) que não é encontrado na do cão. Há ainda muitas outras diferenças e uma das mais importantes refere-se às condições necessárias para que os gatos não tenham problemas renais, que são relativamente comuns nos felinos. Meu cahorrinho de apenas 40 dias de idade está com a evacuação líquida e expelindo uns “pedacinhos” que parecem vermes, isso faz sentido? O que devo fazer? A maioria dos cães e dos gatos já nasce infectada por parasitos gastrintestinais. A transmissão é feita da mãe para os filhotes através da placenta. Existem vermífugos eficientes e de teor de intoxicação baixo. Consulte um veterinário de pequenos animais para diagnosticar o tipo de verme em questão e receitar o vermífugo correto. Meu gato tem uma ferida na cauda há mais de seis meses. Já tentei diversas pomadas, mas a ferida não cicatriza. Provavelmente, trata-se de uma lesão crônica e contaminada. A terapia indicada será cirúrgica, mas só o profissional poderá fazer uma avaliação definitiva e tratar. Revista Hot Pets 11 Curiosidades Dragão-de-komodo Luiz Octavio Pires Leal A pavorante, assustador, esquisito e perigoso. Esses são alguns adjetivos que definem esse lagarto que mais parece um dinossauro de quase quatro metros de comprimento e é também chamado de crocodilo-da-terra. Ele é um feroz carnívoro, cujo cardápio inclui desde pequenos invertebrados até búfalos e cavalos, passando por veados, javalis e seres humanos. Apavora os habitantes das ilhas Komodo, Rinca, Gili Motang e Flores que pertencem à Indonésia, país composto do maior arquipélago do mundo, com 13.667 ilhas das quais 6.000 são habitadas. Sua boca, além de ter dentes impressionantes, é cheia de bactérias que contaminam e matam suas presas. Essas bactérias vivem em simbiose (associação com vantagens para ambos os seres) com os dragões. Eles dominam inteiramente o local onde vivem, uma vez que nenhum outro animal se atreve a enfrentá-los. São tão ferozes que comem os próprios filhotes que, para se defenderem, escondem-se nas árvores. Suas quatro patas têm cinco garras afiadas e são utilizadas para dilacerar as presas. Eles as derrubam com a cauda e, em seguida, mordem ferozmente. Quando a presa é muito grande e eles não conseguem matá-la a dentadas, ela acaba morrendo por infecção produzida pelas bactérias que vivem na boca dos dragões. O gosto desses lagartos enormes também é estranho. As partes da presa que mais apreciam são a língua e as entranhas (intestinos, fígado etc.). Assim como acontece com os outros lagartos (e répteis, em geral) o dragão-dekomodo, usa a língua tanto para sentir o sa- 12 Revista Hot Pets bor, como o cheiro, e também para orientarse durante a noite. Graças à grande sensibilidade da sua língua, são capazes de localizar carcaças apodrecidas a até quase 10 quilômetros de distância, na dependência da direção do vento. Suas narinas servem pra respirar, mas não para cheirar. O corpo é revestido de escamas duras e resistentes, muitas das quais são verdadeiros ossos e outras são providas de nervos sensoriais que transmitem a sensação de tato. As plantas dos pés também são equipadas com placas sensoriais. Eles enxergam bem de dia e mal à noite. Para abrigar-se, cavam buracos na terra. Para beber, também são esquisitos. É que eles não são capazes de sugar e o recurso é encher a boca d’água, levantar a cabeça e deixar o líquido escorrer por gravidade. Quando necessário, para alcançar a presa, podem correr – em distâncias curtas - atingindo 20 km/hora. E quando ela está no alto, ficam de pé, apoiando-se na cauda. O dragão-de-komodo, geralmente, é monogâmico e a fêmea põe entre 15 e 30 ovos que são incubados durante 40 a 50 dias. Os lagartos já nascem prontos e vivem até 50 anos. Cavalo Curiosidades miniatura N ão confundir com pônei. O cavalo miniatura, também conhecido como cavalo Falabella, é um equino de porte reduzido, com até 60 centímetros de altura, que pode ter várias cores de pelagem. Seu nome vem da família argentina, Falabella, que é a responsável pela criação e desenvolvimento dessa raça, num rancho localizado perto de Buenos Aires. Ela foi formada através de cruzamentos dos menores cavalos Shetland que foi possível encontrar, com a raça Puro Sangue Inglês (PSI) de pequeno porte. A partir do produto obtido, os Falabella fizeram cruzamentos endogâmicos (dentro da própria família dos animais), sempre escolhendo os menores exemplares, com o objetivo de conseguir cavalos perfeitos e cada vez de menor tamanho. A raça Shetland é uma das mais antigas raças de cavalo de que se tem notícia. Teve origem na Escandinávia, antes da Idade do Bronze (antes do ano 3.300 a.C.) e os PSI são os cavalos de corrida que todos conhecem. Um dos menores exemplares conseguidos foi uma fêmea com apenas 51 centímetros de altura, nascida no estado norteamericano da Virgínia e que pesava pouco mais de 13 quilos. Eles não servem para montaria (diferentemente dos pôneis) e são criados como animais de estimação. Revista Hot Pets 13 Saúde Glaucoma Dr. Jorge Pereira (médico veterinário oftalmologista) 1. O que é glaucoma? O glaucoma ou “hipertensão intraocular maligna” ou ainda e mais modernamente, “síndrome glaucomatosa” é um complexo de eventos que destrói o tecido nervoso do olho (células das diversas camadas da retina e fibras do nervo óptico). Entre estes eventos, o mais importante fator para a perda da visão é o aumento da pressão intraocular (PIO), que acontece devido a um desequilíbrio entre a produção e a drenagem do líquido que circula dentro do olho e o mantém, digamos, “inflado, túrgido”. Este desequilíbrio está sempre ligado à deficiência na drenagem do líquido e nunca em um eventual aumento na produção do mesmo. 2. Quantos tipos existem? Classificamos de forma geral os glaucomas como: primários, secundários e congênitos, no entanto existem várias classificações para o glaucoma: quanto à instalação podemos dizer que pode ser agudo ou crônico (insidioso e praticamente sem sintomas, somente notado por um proprietário quando o animal já está cego); quanto ao ângulo de drenagem, o ângulo em que a córnea faz com a base da íris, por onde escoa o líquido, dizemos que ele pode ser de aberto, fechado ou também mal formado (goniodisgenesias). Ainda podemos ter, em casos de glaucomas secundários, os ângulos obliterados (podendo ser comparado a uma peneira entupida). 14 Revista Hot Pets Obstruída devido à presença de debrís inflamatórios. 3. Como pode-se saber se seu cão ou gato tem glaucoma? A melhor forma seria saber se a raça do seu animal de estimação faz parte da relação daquelas nas quais o glaucoma é uma doença hereditária. Constatado que sim, periodicamente frequentar um veterinário oftalmologista para fazer uma checagem geral, que inclui a avaliação da pressão intraocular. 4. Qual o tratamento clínico? Tem remédio? Sim, existem tratamentos clínicos à base de medicamentos que prometem reduzir a produção do líquido (humor aquoso), outros que prometem melhorar a drenagem deste líquido, um terceiro grupo, de diuréticos, que tende a desidratar as estruturas intraoculares e ainda análogos de prostaglandinas, que melhoram o escoamento por uma via secundária e alternativa conhecida como úveoescleral. Existe também, no nível da pesquisa, uma proposta terapêutica para a preservação do tecido nervoso, de forma a postergar a instalação da cegueira definitiva, tratamento este à base de drogas neuroprotetoras que hoje são utilizadas para o mal de Parkson. Entretanto, não existe o tratamento clínico ideal, que seria aquele que funcionaria em 100% dos casos e por toda a vida. 5. Qual a causa ou causas do glaucoma? O glaucoma primário, tanto em seres humanos como em animais, é de natureza hereditária podendo apresentar complicadores não genéticos. Os glaucomas secundários (para os quais se consegue identificar um fator desencadeante) podem ter natureza traumática, inflamatória, tumores intraoculares, iatrogênica (principalmente em huma- nos - glaucoma cortisônico), entre outras. 6. Existe alguma raça ou raças de cães e de gatos com maior propensão ao glaucoma? Cocker Spaniel, Poodle, Beagle, Chow Chow, Bassett Hound, Dálmatas, Husky e muitos Terriers. Entretanto, o glaucoma primário tem sido visto em quase todas as raças de cães. Em gatos, a raça Siamês é a que apresenta maior propensão ao glaucoma primário, entretanto, nesta espécie é mais comum encontrarmos os glaucomas secundários, normalmente resultados de sequelas de inflamações intraoculares, que normalmente estão ligadas a doenças sistêmicas. 7. Quando e porque é indicado o tratamento cirúrgico? Quando o tratamento clínico falha. Como disse anteriormente não existe o tratamento clínico ideal, aquele que funciona em 100% dos pacientes e por toda a vida. Então, nestes casos, parte-se para o tratamento cirúrgico. Este pode intencionar a preservação da função visual e para o qual existem diferentes tipos de cirurgias, desde o implante de válvulas até sofisticadas cirurgias a laser. A cirurgia pode também ter a intenção de eliminar apenas a dor, naqueles olhos em que não há mais chance de recuperar a visão. Há cirurgias um pouco menos sofisticadas e ainda procedimentos para, além de eliminar a dor, recuperar aspecto estético, quando o olho ganha um aspecto repugnante, principalmente pelo tamanho que atingiu. Nestes casos fazemos uma evisceração, que é a retirada de todo o conteúdo de dentro do olho, seguida de um implante de uma prótese de silicone. Trata-se de um procedimento extremamente sofisticado, para o qual mesmo um médico veterinário generalista não saberia dizer que trata-se de uma prótese e não de um olho normal. 8. De que consiste a cirurgia? Consiste em criar uma via alternativa e artificial para facilitar a drenagem do líquido intraocular, o humor aquoso ou destruir parte da estrutura de dentro do olho, responsável pela produção deste líquido e desta forma procurar equilibrar produção e drenagem ou o implante de prótese, como citado acima. O glaucoma é um complexo de eventos que destrói o tecido nervoso do olho 9. Como é feito o exame capaz de garantir a precisão do diagnóstico? No exame oftálmico geral, procedemos a oftalmoscopia direta e indireta com uma lente de 90 dioptrias e o auxílio de uma lâmpada de fenda, que nos permite visualizar de uma forma muitíssimo detalhada, o aspecto da cabeça do nervo óptico. Fazemos a tonometria que é a tomada da pressão intraocular, Revista Hot Pets 15 a paquimetria que é a medida da espessura central da córnea e que nos proporciona a possibilidade de obtermos além da PIO auferida, uma PIO corrigida, além de acompanhamento com eletroretinografia. 10. De que constam o pré e o pós-operatório? O pré-operatório consta da avaliação geral do risco cirúrgico e o clínico que dá assistência geral ao paciente é a pessoa que prioriza os exames a serem pedidos. Basicamente um hemograma completo com plaquetometria, avaliação das funções hepática e renal e um eletrocardiograma. Para o pós-operatório, geralmente prescrevemos além do uso do colar elizabethano, colírios à base de associações de antibióticos e anti-inflamatórios. Monitoramos a PIO para avaliar a necessidade ou não da manutenção dos hipotensores oculares por um período ainda. 11. O animal sofre? Como é a anestesia? Além de não haver sofrimento para o animal, uma vez que é imprescindível a anestesia geral, hoje os protocolos de controle de dor fazem parte do código de ética profissional, o animal se recupera da anestesia aliviado de um desconforto que, muitas vezes, era vivido há anos. Temos relatos de clientes que dizem: “acreditava que o meu animal fosse quietinho devido à idade, mas não, depois da cirurgia (e mesmo naqueles casos onde não há possibilidade de recuperar visão) ele voltou a brincar e correr pela casa”. 12. O animal precisa ser internado? Se sim, durante quanto tempo, em média? Não, não há necessidade de internação, o animal retorna a sua casa geralmente após duas horas e meia. Dr. Jorge Pereira 16 Revista Hot Pets Animais em risco de extinção Tucano P ertencente à família Ramphastidae, o tucano tem origem nas florestas tropicais da América Central e do Sul e possui cerca de 41 espécies diferentes. No Brasil, o tucano é encontrado no Pantanal, no Cerrado e na Amazônia. Ele é um animal onívoro, alimenta-se de insetos, pequenos lagartos, lagartixas, ovos, filhotes de outros pássaros e, principalmente, frutas e sementes. Seu sistema digestivo é extremamente curto, o que explica sua base alimentar, já que as frutas são facilmente digeridas e absorvidas pelo trato gastrintestinal. Seu hábito alimentar é diurno, costuma descer ao solo para aproveitar-se dos frutos que estejam caídos. Interessante é o fato do tucano, diferente das demais aves, possuir dois dedos para frente e dois dedos para trás, sendo assim muito mais fácil de se equilibrar nos galhos das árvores. Com um bico único no mundo, grande e colorido, ganhou admiradores por todos os continentes. Apesar de gran- de, forte e poderoso, o seu bico não é pesado, já que é formado por uma estrutura óssea alveolar, que o torna leve, não tendo qualquer interferência no seu voo. Sua coloração e seu tamanho ajudam também na hora do acasalamento, atraindo as fêmeas. É monogâmico territorialista. Não há dimorfismo sexual e a sexagem pode ser feita por análise de seu DNA. Sua reprodução ocorre no final da primavera e a fêmea bota de 2 a 4 ovos em ninhos localizados no alto dos troncos das árvores. O casal se reveza na tarefa de chocar os ovos, os quais eclodem entre 16 e 20 dias. Ao nascer, sua aparência é desproporcional; seu bico é grande e o corpo, pequeno; os olhos só abrem após três semanas e os pais cuidam de seus filhotes até eles saírem dos ninhos, o que ocorre em seis semanas. A coloração do bico só é definida meses após o nascimento. É facilmente domesticável quando filhote. Na floresta ele defende seu território ferozmente. O tucano é uma espécie ameaçada de extinção devido ao desmatamento nas florestas. Além disso, tem sido capturado e traficado para outros países a fim de ser vendido em lojas de animais. Isto tem como consequência a diminuição de sua população nas florestas, pondo em risco a variabilidade genética, como também a morte de muitos animais durante o transporte. Revista Hot Pets 17 Capa Celso Cavallini Texto: Jéssica Leal Fotos: Marise Toffani A pesar de ter feito duas faculdades, de engenharia e de comunicação, Celso Cavallini, capa da nossa quinta edição, trabalhava mesmo dando aulas de jiu-jítsu, esporte que este renomado apresentador pratica até hoje. Com esse amor pelo esporte, começou a dar muitas entrevistas sobre defesa pessoal até que um dia concedeu uma entrevista à um programa de TV. Celso se saiu muito bem e foi convidado para ter um quadro fixo e depois disso, nunca mais parou. Já comandou 4 programas e apresentou 30 quadros ao longo de sua carreira. Trabalhou em grandes emissoras de TV e há mais de 10 anos trabalhando como apresentador, hoje integra o quadro de um programa semanal e tem suas reportagens de esportes espalhadas por toda 18 Revista Hot Pets Cavallini entrou em jaulas com leões e tigres, ficou em pé em cima de um avião sem paraquedas e de um carro andando em duas rodas programação da emissora. Entre algumas de suas proezas, Cavallini entrou em jaulas com leões e tigres, ficou em pé em cima de um avião sem paraquedas e de um carro andando em duas rodas, fez mergulhos noturnos com tubarões no meio do Pacífico, travessias de cavernas perigosas, andou com os pilotos mais rápidos de Rally, Indy e Stock Car, mergulhou em abismos alagados etc. Seu programa é apresentado em uma arena de praia com plateia, dançarinas, shows e músicas. As provas são sempre divertidas e com temática de praia e verão. Elas funcionam também como dicas de brincadeiras para a garotada e incentivam a prática de atividades ao ar livre. Depois de tantas qualidades e atribuições descritas, falaremos agora sobre um dos amores de Celso Cavallini, uma doce e meiga bulldog chamada Bora. Por morar em apartamento, Celso teve de optar por uma raça não muito ativa, recebeu a indicação de um bulldog e até hoje não se arrepende. Ele Celso, inclusive, acha que ela é a única cadela no mundo que dorme instantaneamente. escolheu o nome com inspiração na ilha de Bora-Bora, um lugar tranquilo e paradisíaco, que para ele representa a mesma tranquilidade de estar com ela no colo. Bora tem um temperamento surpreendente, ela é muito tranquila, embora, sempre esteja pronta para passear e brincar. Anda sempre atrás de Celso. Se ele se sentar ou parar em algum lugar, ela deita encostada na parte mais próxima do corpo dele e, simplesmente, dorme. Celso, inclusive, acha que ela é a única cadela no mundo que dorme instantaneamente. Muitas vezes, ele acha que Bora está fingindo dormir só para que ele não saia de perto dela. Bora tem uma mania bem curiosa, ela dorme com a língua pra fora e quando está com muito sono, mas não quer dormir, fecha um olho só! Como todos sabem, um animal de estimação pode mudar a vida de uma pessoa e para Celso, a Bora fez uma diferença e tanto. Antes, ele usava a casa praticamente para dormir, não a via como um lar, depois que Bora entrou na sua vida, seu apartamento passou a ter um jeitinho de lar aconchegante e agora, sempre que pode, dá uma passadinha em casa para ver sua amiga e quando viaja, volta no primeiro voo disponível. Celso diz que o contato com esse amor incondicional de um animal de estimação faz bem a ele, o acalma e recarrega as energias. A rotina do Celso com a Bora é bem fiel, eles passeiam pela manhã e no final da tarde, quando ele chega do trabalho. A noite ela fica com ele até na hora de dormir. Toma banho a cada duas semanas e passa pelo veRevista Hot Pets 19 terinário a cada 2 meses, come a ração que o médico indicou, mas sempre “belisca” uma comidinha na hora do jantar, apesar de Celso saber que não deve, ele não resiste em dividir. Se Celso precisar se ausentar por mais tempo, Bora não fica preocupada, pois com a companhia de mais dois cachorros tem o lar da sua “vó” para ficar, brincar e fazer muitas bagunças, afinal, casa de vó serve para isso. Celso nos contou um episódio curioso, porque não dizer, engraçado. Uma vez, quando Bora era um lindo filhote, ele veio ao Rio de Janeiro cedo para trabalhar e retornaria no final da tarde. Por causa do mau tempo, o voo foi cancelado e ele só pôde voltar 20 Revista Hot Pets no dia seguinte. Quando chegou em casa, na manhã seguinte, para a sua surpresa, Bora havia devorado o sofá e tinha espuma por todo lado e na sua ração mesmo, ela nem tocou. Claro que Celso sabe que foi um ato de revolta por ter ficado tanto tempo sozinha. Mas o que realmente impressiona nosso apresentador é que ela sabe exatamente quando Cavallini não está feliz e nestas horas, ela é sempre mais carinhosa e atenciosa que normalmente. Ele chegou a nos confessar que às vezes acha que Bora o conhece mais que ele mesmo. Celso indica a raça para quem deseja ter um animal de estimação, pois é muito companheira e fiel. Leonardo da Vinci Arte Flávia Mendonça Alkmim L eonardo di ser Pietro da Vinci, conhecido apenas como Leonardo da Vinci, nasceu em 15 de abril de 1452, no vilarejo de Anchiano, em Toscana, na Itália. Ele era filho ilegítimo de Pietro da Vinci com uma camponesa de nome Caterina. Sobre sua infância sabe-se muito pouco. Na adolescência, Leonardo foi influenciado por duas personalidades marcantes da época: Lourenço de Médici, um estadista italiano, e o maravilhoso artista Andrea del Verrocchio. Foi no ateliê de Verrocchio que da Vinci teve uma educação nas ciências humanas, aprendeu desenho técnico, química, metalurgia, mecânica, carpintaria, trabalhou com materiais de couro e metal e também técnicas artísticas de desenho, pintura, escultura e modelagem. Em 1474, ajudou Andrea na obra “O Batismo de Jesus” e, segundo Giorgio Vasari, conhecido por suas biografias de artistas italianos, Verrocchio, depois dessa pintura, decidiu nunca mais pintar, pois disse que Leonardo o tinha superado em técnica e genialidade. Apesar de ter se destacado como cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, escultor, arquiteto, botânico, poeta, músico, além de precursor da aviação e da balística, Leonardo da Vinci era conhecido como pintor. Suas obras “Mona Lisa” e a “Última Ceia” estão entre as mais famosas e foram as mais reproduzidas e parodiadas de todos os tempos. Ele retratou os animais com perfeição e beleza em algumas de suas obras e dentre elas se destacam “Leda e o cisne” – seu único nu – e “A Virgem, o Menino com Santa Ana” onde da Vinci retrata Santa Ana, Maria e Jesus que brinca com o cordeiro, que representa seu próprio sacrifício. O cavalo é outro animal presente em suas obras e encontrado em um de seus diários com o título de “Estudo de um cavalo”. Leonardo da Vinci era considerado por muitos o maior gênio da história graças ao seu talento para ciências e artes, sua engenhosidade e criatividade, além de suas obras polêmicas. Teve ideias muito além de seu tempo, como um helicóptero, um tanque de guerra, uso da energia solar, calculadora, entre outras. Uma frase escrita por Giorgio Vasari, define bem a figura desse gênio: “De tempos em tempos, o Céu nos envia alguém que não é apenas humano, mas também divino, de modo que através de seu espírito e da superioridade de sua inteligência, possamos atingir o Céu”. Revista Hot Pets 21 Aves Águia Americana S ímbolo nacional dos Estados Unidos, a águia é uma ave muito admirada e conhecida mundialmente. Vive principalmente perto do mar, de rios e lagos, desde o Alasca e a parte ártica do Canadá até ao golfo do México. A fêmea, normalmente, é maior e mais bela que o macho. Facilmente reconhecida pela cabeça, pescoço e cauda brancos; as mais novas têm a cabeça e a cauda 22 Revista Hot Pets marrons ou castanhas. A plumagem branca só aparece quando a águia tem mais ou menos cinco anos de idade. Como outras aves de rapina, possui um bico grande, curvo e afiado, que serve para dilacerar a sua comida. Animal oportunista come presa viva ou carne putrefata. O peixe compõe a maior parte de sua dieta, mas também come pequenos mamíferos, pássaros e répteis que consegue atacando animais vivos. Caça de dia, aguentando sucessivas horas de voo e atingindo grandes alturas. Tem como instinto formar casais permanentes e quando os filhotes conseguem voar e caçar sozinhos, são expulsos do ninho pelos pais que lhes negam alimento. Coloca em média 3 ovos por ninhada e o período de incubação é de aproximadamente 35 dias. Constrói seu ninho na copa de árvores, utilizando galhos, gravetos e grama seca. A cada ano que passa a águia vai aumentando o seu ninho. Quando adulta, mede cerca de 78cm de altura e de 1,8m a 2,25m de envergadura; pesando mais de 4kg. Aos quarenta anos ela tem que tomar uma séria e difícil decisão Em nossa vida, muitas vezes, temos que fazer como a águia, nos resguardar por algum tempo e começar um processo de renovação. Para que continuemos a voar a caminho da vitória, devemos nos desprender de lembranças, costumes e velhos hábitos que nos causam dor. A águia possui uma grande longevidade da espécie, chega a viver setenta anos. Mas para chegar a essa idade, aos quarenta anos ela tem que tomar uma séria e difícil decisão. Com essa idade ela está com as unhas compridas e flexíveis, não consegue mais agarrar suas presas das quais se alimenta. O bico alongado e pontiagudo se curva, apontando contra o peito. As asas estão envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas, e voar já é tão difícil. Então a águia só tem duas alternativas: morrer ou enfrentar um dolorido processo de renovação que irá durar cento e cinquenta dias. Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher em um ninho próximo a um paredão onde ela não necessite voar. Então, após encontrar esse lugar, a águia começa a bater com o bico em uma parede até conseguir arrancá-lo. Após arrancá-lo, espera nascer um novo bico, com o qual vai depois arrancar suas unhas. Quando as novas unhas começam a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas. E só cinco meses depois sai para o formoso voo de renovação e vive então mais trinta anos. Revista Hot Pets 23 Cães e Gatos 10 dicas para quem prefere cães 5. Um cão dá trabalho e despesa. Ele não deverá ficar preso em casa durante todo o dia. Precisará ser levado para passear uma ou duas vezes por dia, para fazer suas “necessidades”, exercitar-se, pegar sol (de preferência pela manhã) e conviver com outros cães. 6. Se você viaja com frequência ou costuma passar os fins de semana fora, o ideal é que leve o animal com você. Se não fizer isso, ele sentirá a sua falta. A alternativa é deixar num hotel para animais ou com pessoa de confiança e que conheça o animal. 1. A escolha da raça é importante. Ela deve levar em conta diversos fatores, como: espaço disponível; objetivos pretendidos com o animal; tamanho do animal; tipo de pelagem; tendência para latir etc. Existem mais de 400 raças. 2. É preciso não esquecer que o filhote cresce, e, dependendo da raça, cresce muito. 3. Os vizinhos podem não gostar de cães, como você, principalmente dos latidos durante a noite, e isso poderá levar a grandes aborrecimentos. 4. Um cão bem tratado viverá por 15 anos ou mais. Ao comprar ou adotar um cão você estará assumindo uma responsabilidade durante muito tempo. O animal cria laços de amizade e de dependência muito fortes com você e sua família. Pense bem nisso, antes de tomar a decisão. 24 Revista Hot Pets 7. Será preciso levar seu cão, periodicamente, à clínica veterinária, para exames de rotina e a execução de um programa de vacinação. 8. A legislação e as resoluções do condomínio precisam ser cumpridas para evitar aborrecimentos ou problemas graves de acidentes, que podem ser fatais. 9. Não é bom exagerar nas roupas e enfeites. Trata-se de um animal e não de gente. 10.Mesmo que você não deseje que seu cão seja um artista de circo, capaz de executar truques e malabarismos, será preciso educá-lo, socializálo. Ele não deverá pular em você e intrometer-se, por ciúme, na vida dos membros da sua família, por exemplo. E também não poderá destruir a sua casa nem comer em cima da mesa, entre outras travessuras. Cães e Gatos 10 dicas para quem prefere gatos 1. Há muito menos raças de gatos do que de cães e as variações de forma e tamanho são muito menores, mas é bom obter assistência de quem entenda do assunto no momento de escolher um filhote para criar. 2. Os gatos de pelo curto dão menos trabalho do que os de pelo longo, pois estes exigem escovações mais constantes, embora todo gato precise ser escovado e penteado para remover os pelos soltos que, se engolidos, podem fazer mal. 3. Gatos e cães são animais de gêneros (zoologicamente falando) muito diferentes. Eles não têm praticamente nada em comum. É importante compreender que nenhum felino é submisso, o que não quer dizer que não seja carinhoso e bom companheiro. A característica mais marcante do gato é a independência. É por isso que costuma-se dizer que é o gato que tem o dono e não o dono que tem o gato. 6. Gato exige limpeza e isso refere-se à água, à caixa de areia, ao comedouro e ao ambiente em geral. 7. Gato estressa-se com muita facilidade. Ele detesta barulho, vento, excesso de luz e agitação. 8. O gato passa a maior parte da vida dormindo. Providencie um lugar calmo, silencioso, com pouca luz e confortável para ele dormir sossegado. 9. Não tente ensinar nada a seu gato. Deixe a bandeja, o bebedouro e o comedouro sempre no mesmo lugar, que o resto ele resolve sozinho. 10.Se você fornecer ao seu gato tudo que ele precisa, o risco dele incomodar os vizinhos é pequeno, mas há raças que miam mais do que outras. 4. Nunca deixe o gato numa situação sem saída, porque ele reagirá com “unhas e dentes”. Um gato contido torna-se uma fera incontrolável e é capaz de machucar muito uma pessoa ou outro animal. Por isso, quando você estiver abraçado com seu gato e ele quiser sair, solte-o imediatamente. 5. Gato pode tomar banho desde que num pet shop com gente habilitada, mas de modo geral, eles limpam-se sozinhos. Quando têm a companhia de outro gato, eles se ajudam. Revista Hot Pets 25 Ecologia Luiz Octavio Pires Leal É uma palavra usada no dia a dia e que teve seu significado muito ampliado. De um termo inicialmente científico, evoluiu para um vocábulo popular. 26 Revista Hot Pets Fala-se, hoje, num “passeio ecológico”; numa “casa ecológica”; num “jardim ecológico” e coisas do gênero. Mas, quando foi criada, em 1866, pelo naturalista alemão Ernst Heinrich Haeckel, era uma palavra com precisão científica, derivada do grego (oíkos= casa, no sentido de habitação, bens materiais sociais + logía= ciência, tratado, discurso). Ecologia, portanto, é a ciência que estuda as relações dos seres vivos entre si e com o meio ambiente. Há autores, entretanto, que definem o termo como significando “ciências das populações comunitárias ou estudo das comunidades bióticas”. A ecologia está dividida em diferentes especialidades. A animal limita-se às comunidades de animais; a vegetal, tecnicamente conhecida como fitoecologia, estuda as comunidades das plantas; a ecologia energética, trata das trocas de energia e a bioecologia – a mais abrangente – estuda o conjunto de animais, vegetais e os fatores ambientais. Todas as espécies vegetais e animais evoluíram, durante os milênios da formação da biosfera (conjunto de locais onde existe vida) do planeta Terra, a partir de microrganismos originários do mar. Essa evolução foi extremamente lenta e harmônica de modo que cada ser vivo – vegetal ou animal – foi se adaptando, gradativamente e em conjunto, para compor a fauna e a flora marítima e terrestre. Acontece que durante esse processo evolutivo, surgiu o homem com sua capacidade grande e crescente de introduzir alterações bruscas no meio ambiente terrestre e marinho. Como o homem introduz essas modificações bruscas e violentas no meio ambiente? De inúmeras maneiras: derrubando e queimando florestas; pescando e caçando excessivamente; emitindo gases poluentes e os de efeito estufa; impermeabilizando o solo como as ruas e estradas asfaltadas; contaminando o solo, a atmosfera, os animais, as nascentes, os rios, as lagoas, os lençóis freáticos; os aquíferos (grandes reservas subterrâneas de água doce); os mares, os animais e as pessoas, com inúmeros produtos químicos além de lixo de longo tempo de degradação. Ao que tudo indica, um número cada vez maior de pessoas já adquiriu o que se chama de “consciência ecológica”, ou seja, de que toda e qualquer interferência do homem na natureza acaba – a curto, médio ou longo prazo – custando um preço que precisará ser pago em termos de qualidade de vida para o próprio homem. Quando se reduz ou extermina, por exemplo, determinada espécie animal, mesmo que seja um minúsculo inseto, altera-se o ambiente natural e isso porque ele faz parte de um conjunto, de uma parte da biosfera com ação, por exemplo, na fertilização do solo, da cadeia alimentar e assim por diante. A extinção ou redução substancial de qualquer espécie animal ou vegetal, terrestre ou marinha causa uma reação em cadeia que termina no topo, que somos nós, os primatas superiores classificados como Homo sapiens. Teve seu significado muito ampliado. De um termo inicialmente científico, evoluiu para um vocábulo popular Essa preocupação, portanto, às vezes até romântica ou exagerada dos ecologistas ou dos insistentes extremistas, vulgarmente conhecidos como “ecochatos”, faz absoluto sentido, mas embora uma “atitude ecológica” ou preservacionista seja dever de todos, a ecologia é uma ciência e os ecologistas os profissionais dessa ciência. Revista Hot Pets 27 Saúde Hipertensão em cães e gatos: Um mal silencioso Dra. Ellen Jaffé Pracownik (cardiologista veterinária) A hipertensão sistêmica é o aumento da pressão arterial sanguínea sistêmica. Embora a hipertensão arterial seja uma das causas mais comuns de morbidade e mortalidade na medicina humana, na veterinária ainda se transita pelas primeiras etapas de diagnóstico e pela sua compreensão, já que a aferição da pressão arterial não faz parte da rotina clínica diária. A hipertensão sistêmica pode ser classificada como primária ou secundária. Na medicina veterinária, a hipertensão normalmente é secundária a doenças sistêmicas. A hipertensão primária (sem causa definida) é mais rara, mas já há estudos que dizem que 18 a 20% dos gatos hipertensivos tem hipertensão primária. A hipertensão secundária pode ser causada por hiperadrenocorticismo (doença hormonal que aumenta o cortisol sanguíneo), doença renal, doença da tireóide (hipo ou hipertireoidismo), diabete mellitos, do- 28 Revista Hot Pets Dra. Ellen Jaffé Pracownik ença hepática, uso de medicamentos como a eritropoietina e esteróides (corticóide), policitemia (aumento circulante dos glóbulos vermelhos no sangue), feocromocitoma (tumor na glândula adrenal, próxima ao rim), hiperaldosteronismo primário (aumento da aldosterona no sangue), anemia crônica e obesidade (incomum). A doença renal é a causa mais comum de hipertensão em pequenos animais. E a própria hipertensão, causada ou não por doença renal, pode provocar lesões renais. Mas deve-se lembrar que a ansiedade e o estresse do animal também aumentam a pressão arterial. A hipertensão deve ser considerada em gatos idosos, com início súbito de cegueira. A hipertensão arterial provoca lesões nos olhos, coração, cérebro e rins. Os sinais clínicos mais comumente encontrados são: aumento da ingestão de água e perda de peso, cegueira aguda, aumento da diurese, vômitos, convulsões, alterações cardíacas, alterações oculares, fraqueza e anormalidades de comportamento. Também se pode observar outros sintomas neurológicos como desorientação e distúrbios de equilíbrio. A maioria dos casos de hipertensão felina está relacionada com anormalidades oculares e ou cardíacas no exame físico e evidências de disfunção renal nos exames laboratoriais. As causas mais comuns de hipertensão felina são: a doença renal crônica e o hipertireoidismo. As manifestações clínicas mais comuns de alterações oculares em cães e gatos são: hemorragia e degeneração de retina, mas também pode haver glaucoma. A hipertensão deve ser considerada em gatos idosos, com início súbito de cegueira. Infelizmente, na maioria dos casos, o gato não volta a enxergar, mesmo após o início do tratamento. Alterações cardíacas estão associadas com sopros cardíacos, alteração de ritmo cardíaco (ritmo de galope), aumento do coração e sangramento nasal. Além disso, complicações cardiovasculares podem levar o animal a óbito. Animais com sinais clínicos de hiper tensão e elevada pressão arterial devem receber terapia anti-hipertensiva para diminuir a pressão arterial e consequentemente os sinais clínicos relacionados. A decisão do tratamento e da droga anti-hipertensiva depende de vários fatores, incluindo a causa prevista da hipertensão, a presença de lesão em algum órgão e a gravidade do aumento da pressão sanguínea. A determinação da pressão arterial em cães e gatos é muito importante, já que a hipertensão pode ocasionar alterações significativas no paciente. Animais idosos são mais predispostos a desenvolver doenças que provocam a hipertensão arterial sistêmica, sendo recomendado a aferição da pressão em todos os animais acima de dez anos, principalmente. Além de tratar a doença de base, quando a hipertensão é diagnosticada como secundária, protocolos de tratamento têm sido desenvolvidos e podem ajudar no controle da hipertensão. Portanto, se o seu cãozinho ou gatinho é um paciente idoso, converse com o seu veterinário. A prevenção e o diagnóstico precoce podem evitar graves problemas para o seu animal. A determinação da pressão arterial em cães e gatos é muito importante, já que a hipertensão pode ocasionar alterações significativas no paciente. Revista Hot Pets 29 Raça Úrsula, uma Chow Chow carinhosa e ciumenta D ona Adriana Guariniello Marinho, proprietária da Chow Chow Úrsula, é uma economista paulista, formada na FAAP, que já exerceu cargos importantes durante mais de 10 anos em grandes empresas, mas que, para acompanhar o marido, engenheiro de portos, Fernando Marinho, mudou-se para Santa Catarina, depois para Campos dos Goytacazes e finalmente para o Rio de Janeiro, onde nasceu seu filho, louro, lindo, risonho e de olhos azuis, agora com pouco mais de um ano e que tem o nome do pai. 30 Revista Hot Pets O menino é vidrado pela cadela que o trata com um certo ar de superioridade, mas com carinho, suportando bem os puxões que leva do companheiro. Embora de temperamento dócil, a cadela denuncia seu ciúme quando o engenheiro chega à noite em casa e disputa com a criança quem conseguirá receber atenção em primeiro lugar. Fomos recebidos pela Da. Adriana, que nos concedeu a seguinte entrevista: HP - Onde adquiriu a Úrsula? Num pet shop, no Balneário de Camburiú, na época com quatro meses de idade. HP - O que a fez decidir por essa raça? Quando decidi comprar o primeiro Chow Chow, dois meses mais velho do que a Úrsula, morávamos num apartamento pequeno. Eu queria um cachorro que não latisse muito era um Chow Chow, porém extremamente agressivo e que me atacou na cabeça, ao meu marido no braço, além de outras pessoas. Em todos os casos os ataques foram repentinos, nunca houve qualquer motivo ou situações que pudessem desencadear uma reação agressiva por parte dele. Tudo isso ocorreu depois de termos tomado todas as providências para controlar seu temperamento. O Bruce e a Úrsula foram criados juntos. Ele se tornou uma fera e ela sempre foi extremamente dócil. Fomos obrigados a doá-lo, deixando claro o problema do seu temperamento, e ficamos só com ela. e que fosse limpo e calmo. Pesquisei muito antes de comprá-lo e li em várias fontes que tratava-se de uma raça temperamental, que só faz o que quer, mas nunca li nada que sequer sugerisse que animais dessa raça poderiam ser extremamente agressivos. Então, decidi comprá-lo. HP - Como descreve o temperamento do seu cão? Cada animal tem o seu próprio e único temperamento, mesmo sendo da mesma raça. Falando especificamente da Úrsula, ela é uma cadela maravilhosa, muito limpa, quase não late, se dá bem com outros cães, é muito dócil, mas não gosta muito de brincar. Muito teimosa e ciumenta, só faz o que quer, detesta banho e tem muita paciência com nosso filho, apesar de alguns cães dessa raça não se relacionarem muito bem com crianças. Quando chega uma visita, ela fareja bastante e depois se afasta, com um ar indiferente. HP - A senhora já teve alguma experiência traumática com a Úrsula? Não com a Úrsula, mas com o que compramos pouco antes dela, o Bruce. Também HP - Na sua opinião, o Chow Chow é um bom cão de guarda? No caso da Úrsula, não. Ela até late quando tem algo errado, mas não faz nada além disso. HP - Como alimenta o seu animal? Uso ração de primeira qualidade. HP - Costuma passear com a Úrsula? Raramente, até porque o clima do Rio de Janeiro é muito quente para ela. HP - Ela é muito agitada? De jeito nenhum. Ela é muito pacata. HP - Estranha as visitas? Estranhar no sentido de avançar, jamais. Ela fareja para conhecer a pessoa, mas só isso. Cada animal tem o seu próprio e único temperamento, mesmo sendo da mesma raça. Revista Hot Pets 31 HP - Fica pedindo comida quando a família está à mesa? Não, ela é muito educada. O máximo que ela faz, quando está com muita vontade, é ficar olhando. HP - A Úrsula se dá bem com os outros membros da família ou é do tipo “cão de um dono só”? Ela se dá muito bem com todos, fica muito tempo comigo e sempre faz festa quando volto da rua, mas acho que ela tem uma ligação especial e maior com o meu marido. HP - Toma banho em casa ou em pet shop? Só em pet shop, pois ela precisa ficar bem seca por causa da pele que, se ficar úmida, pode resultar em feridas. HP - Ela tem problema de cheiro forte, que incomoda as pessoas? Não. Ela só exala um odor diferente quando está muito nervosa ou com muito medo. HP - A Úrsula já teve algum problema grave de saúde? Não, mas ela é alérgica e de tempos em tempos preciso levá-la a um especialista. HP - Algum conselho para quem esteja pensando em ter um animal da raça Chow Chow? É preciso ter cuidado, porque trata-se de uma raça potencialmente agressiva. 32 Revista Hot Pets O Chow ou Chow Chow um cão que parece urso, é originário da Mongólia, país encravado entre o sul da Rússia e o norte da China e com um terço da população nômade. A ideia inicial de que ele teria, ao menos parcialmente, ursos como ancestrais, provou estar cientificamente equivocada. Eles são como os demais cães, descendentes do lobo, ou seja, pertencem ao gênero Canis e à espécie familiaris. Sobre esse cão há estátuas com 4.000 anos de idade e documentos datados do ano 1.100 a.C. É, portanto, uma das raças mais antigas do planeta, mas que mantémse com poucas mudanças. Chow é uma palavra que deriva de Chaou, que significa animal muito forte. O Império Mongol, atualmente uma república parlamentarista, foi, há tempos, invadido pela China para onde os mongóis levaram os Chow, que eram considerados cães de guerra, de guarda, de tração de trenós e também de caça por sua grande força e olfato apurado. Eram os cães de estimação dos imperadores da China, que mantinham muitos exemplares em seus palácios. Em meados do século XVIII, levados para a Inglaterra, foram parar em jardins zoológicos para serem mostrados como animais selvagens. Mas os nobres britânicos gostaram da raça e, em 1895, fundaram o Chow Chow Club e anos depois eles viraram sinal de riqueza e de status. Nos anos 30 e 40, nos Estados Unidos, foram produzidos em grandes quantidades, porque tornaram-se os cães da moda e, gradativamente, deixaram de ser animais de múltiplas utilidades transformando-se em animais domésticos. O Chow Chow é uma raça diferente. Sua língua é azul, como a dos ursos azuis do Tibet e da Manchúria. Outra semelhança com os ursos é o corpo quadrado e o focinho curto. Siamês O siamês é, por muitos, chamado de “príncipe dos gatos”, título conquistado por sua elegância de corpo e, também, pela graça de seus movimentos. Entre os gatos de pedigree é o mais conhecido. Assemelha-se a uma estátua do antigo Egito, possui um olhar enigmático e profundo e é um exótico bichano. Sua popularidade é tão grande que é considerada a segunda raça com maior número de nascimentos ao ano, só tendo à sua frente o persa. Uma das primeiras raças a chegar ao Brasil, de enorme popularidade, cativada pelos seus belos olhos azuis e natureza amável. Originária do Sião, atual Tailândia, a raça foi durante séculos criada e protegida dentro de templos. Exemplares da raça eram dados como presente à visitantes ilustres pela família imperial do Sião, dessa forma, aos poucos, foi sendo introduzido em outros países. Só no século XIX começou a surgir em exposições na Inglaterra e no início do século XX na América. Felino de pelagem curta e aderente ao corpo, textura fina, mas brilhante. As cores predominantes da raça são: corpo com uma coloração creme e extremidades com castanho muito escuro, quase preto. O siamês tem um corpo longilíneo, de porte médio, com membros posteriores longos e finos. O siamês moderno deve ter a cabeça em forma de triângulo perfeito - larga na altura dos olhos e menor na ponta, na direção do queixo, com contornos delicados, pescoço alongado e orelhas de base larga terminadas em ponta. Os olhos são oblíquos em forma de amêndoa, inclinados na direção do nariz. A cauda é longa, fina e pontiaguda na extremidade, mas há casos que a cauda é peluda Raça seguindo as características de seu corpo. Com relação aos cuidados, a fêmea requer atenção especial no cio. Os sintomas são bastante fortes e podem ser notados por todos, pode rolar pelo chão, gemendo, ou correr pela casa, rasgando e arranhando tudo o que encontrar pela frente. É importante que ela tenha um companheiro o mais rápido possível. Um mês depois do acasalamento, suas tetas começam a inchar e os filhotes podem ser sentidos em seu ventre. Eles nascem brancos e vão mudando de cor à medida que crescem. Com o macho não é necessária atenção tão especial assim, pois o comportamento dele é contrário ao da fêmea. Uma escovação de dureza média, que possa tirar os resíduos e a poeira, mas, sobretudo os chamados “pelos mortos”, bastante numerosos no período da muda, é indispensável. Uma escova mais macia para alisar a pelagem e mantê-la espectacular é uma boa dica para o cotidiano. O siamês é o companheiro ideal para o apartamento. Revista Hot Pets 33 Saúde Mal-estar em geral e coração: o que tem a ver? Dr. Moyses Fonseca Serpa (cardiologista veterinário) P ara nós, veterinários especializados em cardiologia, a arguição acima é preocupante, haja vista que os animais que têm problemas cardíacos são tratados com remédios para diminuir a quantidade de água e sódio do organismo e, também, com algumas drogas vasodilatadoras. Por exemplo: os diuréticos, os bloqueadores adrenérgicos e IECAS. Nesses distúrbios orgânicos, os animais perdem muita água, de forma rápida e súbita. Acrescente a este problema algumas drogas que causam também a desidratação, perda de eletrólitos (principalmente sódio) e, consequentemente, reduzem a pressão sanguínea. Se o animal já está desidratado por causa do distúrbio digestivo grave e seu dono, zeloso como sempre, não deixa de dar os medicamentos na hora programada, acreditando que se trata apenas de um malestar, com certeza a doença cardíaca sairá do 34 Revista Hot Pets controle e o animal poderá correr risco de morte. Distúrbios orgânicos são os sinais mais evidentes dos transtornos gastrointestinais e são frequentes na vida de um animal, pois a origem do problema quase sempre está dentro de casa, principalmente nas seguintes condições: Ingestão de alimentos inadequados como: pizza, sanduíches, doces, salgadinhos e alimentos que são temperados com especiarias (alecrim, manjericão, pimentas diversas etc); mas também vemos com muita frequência os animais receberem água ou alimentos contaminados. Daremos a seguir algumas dicas de como evitar este problema. Mas antes enfatizo que os animais com doenças cardíacas avançadas devem ter acesso ao médico de forma rápida a qualquer sinal de alteração no distúrbio digestivo. 1. Água Habitualmente os donos de cães e gatos usam cubas para fornecer água e a ração. Nada errado até aí. O problema é que esta cuba fica no ambiente à disposição do animal a maior parte do dia, o que propicia o acúmulo de impurezas e a contaminação por microrganismos. Evidente que esta forma não é mais adequada. Recomendamos sempre que as cubas, após o uso, sejam lavadas com de- tergentes neutros e guardadas em um local apropriado. Alimento e água devem ser oferecidos em horários pré-determinados e sempre de boa qualidade. 2. Alimento Da mesma forma, os cuidados com o armazenamento devem ser rotineiros, e isto começa na hora da compra. Não compre ração vendida a granel, pois a possibilidade de manipulação por pessoas com as mãos sujas ou mesmo acúmulo de poeira ambiental é enorme. Caso possível, mantenha o alimento do seu animal na embalagem original e fechada de forma segura. Nas lojas de utilidades domésticas encontram-se com facilidade alguns dispositivos para tal. Não permita que o seu animal alimente-se de outro produto que não seja aquele que ele está acostumado – nada de churrasco, frutos do mar ou qualquer alimento exótico. Mas será que ele sabe que não pode comer? Algumas pessoas desavisadas (crianças principalmente), querendo agradar o animal, podem dar pequenas porções, como se fossem petiscos. Convenhamos, não é um risco enorme? 3. Como resolver Crie novos hábitos para o seu pet – discipline um horário para oferecer água e alimentos; mantenha a água em frasco fechado no refrigerador; compre alimentos para períodos de tempo menores; não deixe de lavar as cubas após cada uso. Logo que possível converse com o médico do seu animal e peça orientação para o caso de alguma emergência. Não tenho dúvidas que ele irá ajudar. Mas na dúvida, o jejum de alimentos e um soro reidratante por via oral (pequenas porções em intervalos regulares), são as primeiras medidas a serem tomadas. Revista Hot Pets 35 Entrevista Grupo de Assistência e Proteção ao Animal e ao Meio Ambiente Carlos Eduardo Pereira (Diretor) HP - Como surgiu a ideia do Grupo de Assistência e Proteção ao Animal e ao Meio Ambiente (GAPA-MA)? O GAPA-MA teve sua origem simbólica em 05 de outubro de 1999, quando um filhotinho de vira-lata preto reuniu suas últimas forças para ficar olhando para minha mulher e pra mim, da varanda de um restaurante, no distrito de Correas. Apesar de muito fraco, aquele olhar inocente foi capaz de motivarnos, não apenas para resgatá-lo e salvá-lo, mas para iniciar um trabalho sério e consistente que tem representado uma esperança para os animais abandonados de Petrópolis, Itaipava e outros Distritos, na região serrana do RJ. Hoje em dia, o Biriba está com 11 anos, um “senhor grisalho” que adora jogar bola e nadar em dias quentes. HP - Quais os objetivos do GAPA-MA? Nossos objetivos prioritários são: a defesa dos animais, a preservação e conservação do meio ambiente e a promoção do desenvolvimento sustentável. Para a consecução destes objetivos, o GAPAMA está habilitado a exercer diversas atividades técnicas, culturais e assistenciais, são elas: 1. Provemos assistência médica-veterinária aos animais: abandonados, assim entendidos os que vagam pelas ruas sem proprietário aparente e mal-tratados (ainda que possuam proprietário aparente e/ou conhecido); 2. Atuamos na área de defesa, saúde e bem36 Revista Hot Pets estar animal, envidando todos os esforços para a implementação de políticas de combate ao uso de animais em quaisquer tipos de experiências, seja para estudo ou pesquisa, bem como atividades que submetam os animais a sofrimento, humilhação e/ou esforços extremos, tais como rodeios, circos e assemelhados; 3. Atuamos fortemente na área de controle populacional, mediante ações que priorizem a realização de castrações de animais abandonados ou não, inclusive promovendo campanhas, com ou sem patrocínio/apoio do poder público ou da iniciativa privada; 4. Somos afiliados da WSPA – Sociedade Mundial de Proteção Animal, com sede em Londres, que funciona como uma Federação que reúne mais de 1.600 ONG’s pelo mundo. Desta parceria decorrem projetos comuns, participação em eventos, seminários, campanhas e intercâmbio operacional, no Brasil e no exterior; 5. Estamos sempre empenhados na promoção do voluntariado, como atividade essencial para o atingimento de nossos objetivos; 6. Sempre que procurados, acompanhamos processos administrativos ou judiciais que tenham por objeto a defesa dos animais e do meio ambiente; 7. Elaboramos e implementamos campanhas educativas, através dos meios de comunicação, com a participação dos cidadãos, empresas, instituições e organizações, objetivando o esclarecimento da população com relação à posse e guarda responsável de qualquer espécie de vida animal, cuidados com o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável; 8. Estimulamos e apoiamos o desenvolvimento de programas que utilizem animais em ações que visem o bem-estar de pessoas necessitadas de cuidados especiais; 9. Promovemos palestras e eventos sobre temas que, direta ou indiretamente, contribuam para o desenvolvimento dos objetivos da Associação, inclusive com a confecção de material didático e técnico correspondente; 10. Realizamos, desde 07 de setembro de 2002, feiras/eventos quinzenais de adoção de animais em Itaipava; 11. Vendemos produtos com a marca da ONG, para divulgação da associação e angariar fundos para a realização de seus objetivos. HP - Quantos profissionais trabalham no GAPA-MA? Esse trabalho é voluntário? Não temos funcionário. Todo trabalho realizado é em base 100% voluntária o que garante a utilização integral das receitas para as atividades da ONG. HP - Em média, quantos animais vocês abrigam e qual é a frequência de adoção? Temos hoje seis lares provisórios, com capacidades diferenciadas, em função de serem cães ou gatos e adultos ou filhotes. De um modo geral, cada um deles abriga 10 animais na média. As adoções ocorrem numa média acumulada de 23,2 animais/mês, podendo variar em função da época do ano e do momento econômico do País. Vale destacar que, depois de recolhido, nenhum animal retorna para as ruas e fica aguardando adoção sob nossos cuidados. HP - Quem desejar ajudar, mesmo que não possa adotar um animal, o que pode fazer? Existem várias formas de ajudar, além de adotar. As pessoas podem ser voluntárias e ajudar nas feirinhas, ajudar divulgando nossas ações pela internet, buscando adotantes e/ou contribuintes. Podem também adotar virtualmente um animal idoso ou possuidor de necessidades médicas especiais e ajudar na sua manutenção. HP - Qual o tratamento que os animais recebem antes de serem adotados? Todos os animais passam por revisão veterinária, são vacinados, vermifugados e gatos/ gatas/cadelas castrados antes de serem doados. HP - Quais são as maiores necessidades do GAPA-MA? As maiores necessidades, pela ordem, são: a) Novas adoções; b) Novos(as) voluntários(as); c) Novos(as) contribuintes. HP - É feito uma espécie de seleção com as pessoas que desejam adotar os animais? Certamente. O processo se inicia com uma entrevista, onde procuramos nos certificar da concordância familiar, da adequação do espaço disponível para o animal e das condições da família para mantê-lo. Cada adoção é formalizada através de um Termo Apropriado que define as responsabilidades do adotante e nossa disposição em acompanhar o processo nos primeiros 6 meses, in- Revista Hot Pets 37 clusive com visitas. HP - Quais são as orientações passadas aos novos donos? Procuramos entender os desejos e expectativas da família antes da adoção e, com nossa experiência, muitas vezes os desestimulamos. Existem interessados que não têm consenso familiar, não possuem espaço adequado, pretendem deixar o animal sozinho por longos períodos ou apenas tê-lo como cão de guarda, sem interagir com pessoas. HP - É feito um acompanhamento junto a esses novos donos no sentido de saber como os animais adotados estão sendo tratados? O acompanhamento é uma das partes mais importantes do nosso trabalho e é feito através de ligações telefônicas e visitas de avaliação e orientação. HP - Quem quiser adotar como deve proceder? Deve entrar em contato diretamente conosco, através do site www.gapaitaipava.org.br, pelo atendimento eletrônico (24)2222.8419 ou 38 pelo e-mail [email protected] Quem puder, deve também comparecer a uma de nossas feiras de adoção, em Itaipava, todo primeiro e terceiro sábado de cada mês. Mais informações sobre local e endereço podem ser encontradas no site do GAPA. HP - Como funcionam os lares temporários? São casas de voluntários que acolhem e participam da preparação, apresentação e hospedagem dos animais sob a responsabilidade do GAPA-MA. Trata-se de trabalho extremamente importante, pois além dos cuidados médicos, há também um trabalho de socialização de convivência, onde se procuram avaliar as principais características da personalidade para ajudar nas adoções. Tentamos identificar quem é líder e quem é submisso, quem aceita, ou não, gatos e cães, quais gostam de crianças, quais são hiperativos, quais são mais obedientes e calmos. Tudo buscando melhorar as chances da adoção. A ONG provê a alimentação, vacinação, assistência veterinária e medicamentos para os lares provisórios. Carlos Eduardo Pereira Revista Hot Pets Bicho geográfico H á tempos profissionais da área de saúde pública vêm chamando a atenção dos proprietários de cães para a necessidade de recolher as fezes dos animais das calçadas e praias e promovendo uma meritória campanha. Com muita razão, eles chamam a atenção para o fato de que os cães podem adoecer ao cheirar as fezes de outros cães. Viroses e vermes podem ser adquiridos pelos cachorros ao terem contato com ambientes contaminados pelas fezes de animais doentes ou portadores. As fezes de cães e gatos também contaminam a areia das praias, gramados e terra. Pisando nas fezes, as larvas provenientes desses ovos penetram na pele do ser humano podendo causar o chamado bicho geográfico. Saúde Bicho geográfico é o nome popular de uma doença originária dos cães e gatos causada por parasitos intestinais (do grupo dos nematelmintos) que, eventualmente, podem ser transmitidos para a espécie humana. A contaminação ocorre pelo contato com as fezes desses animais. Defecando na terra, nos gramados ou na areia, os ovos que são eliminados nas fezes transformam-se em larvas que penetram na pele do homem causando a doença. As maiores vítimas são as crianças por causa da sua pele fina. O bicho geográfico tem esse nome porque caminha sob a pele da pessoa abrindo verdadeiros túneis que causam muita coceira. E quando a pessoa se coça corre o risco de produzir lesões na pele que podem acabar se infectando. Furar as bolhas é um erro. Não funciona e pode agravar as lesões. Há tratamento. Procure o dermatologista. É muito importante, portanto, em defesa da saúde pública e do seu próprio animal, recolher as fezes que ele elimina durante os passeios. Revista Hot Pets 39 A liberdade dos cães franceses Luiz Octavio Pires Leal N ury, minha mulher, e eu, estávamos na gare, em Paris, prestes a embarcar num TGV com destino a Genève. Tudo muito limpo, silencioso e pontual como sempre, mas algo nos pareceu esquisito. Tinha muita gente na plataforma com um cão ao lado. A maior parte de coleira, mas sem guia. O que aquela turma estava fazendo ali com seus animais? Será que iriam embarcar naquele trem de luxo com passagem quase do mesmo valor do que a de um avião, para uma viagem que não era assim tão curta? E, em caso positivo, haveria um compartimento especial para alojar os cachorros? As portas abriram. Nós ficamos de olho, pois na entrada ao lado da nossa havia uma senhora com um cão de porte médio, não me lembro a raça. Ela embarcou, tranquilamente e sentou-se com o bicho poucas poltronas na nossa frente. Ele deitado no chão. E assim permaneceu até a chegada ao destino. Sem um latido. Sem nenhum sinal de impaciência ou desconforto. Se bebeu ou comeu não deu para perceber, mas não incomodou ninguém. Foi como 40 Revista Hot Pets Como acontece aqui, em Paris, onde a população canina é muito grande, é obrigação dos proprietários recolher as fezes dos animais num saco plástico se não estivesse ali. É fato notório que a França é um país no qual muita gente gosta de animais e anda com eles, livremente, pra lá e pra cá, principalmente cães. Que os cães são queridos, respeitados e têm regalias ninguém pode discutir. É só ir lá, frequentar os locais públicos e os restaurantes para confirmar. Mas isso não significa que não haja restrições. Praticamente todas as lojas e restaurantes permitem que o dono circule com seu animal e há até garçons que vão logo trazendo uma vasilha com água, antes mesmo do cliente examinar o cardápio. Mas não são todos os locais onde a permanência ou mesmo a entrada de cães é permitida. Nas praias, por exemplo, não é. E isso faz o mais absoluto sentido, sob qualquer ponto de vista que se analise, pois é praticamente impossível impedir o animal de incomodar os outros e de fazer suas necessidades na areia ou naquelas pedrinhas da praia de Nice. Mas, apesar da proibição, já vimos alguns (poucos e raros, é verdade) cães, contidos por guias, dando um rápido mergulho nas águas geladas do Mediterrâneo, na Riviera Francesa. Nos ônibus, há lugares reservados para pessoas com necessidades especiais, acompanhadas de seus cães. No metrô, nunca vimos um cão. Como acontece aqui, em Paris, onde a população canina é muito grande, é obrigação dos proprietários recolher as fezes dos animais num saco plástico e a prefeitura ajuda com potentes aspiradores para completar o trabalho. Também como acontece aqui, é comum ver mendigos abrigados do frio, que lá é muito mais intenso, grudados em seus animais. Ambos – mendigos e cães – com a mesma expressão “chapliniana” de resignação. Dá boas fotos, mas é triste. Revista Hot Pets 41 Saúde Fisioterapia Dra. Ana Carolina de Aguiar Carneiro (médica veterinária fisioterapeuta) A fisioterapia humana já é sabidamente conhecida e indicada para diversos tipos de afecções. Todos nós já passamos por pelo menos dez sessões após sentir aquela “dorzinha” no joelho ou nas costas. Qual atleta nunca passou pelo centro de fisioterapia do seu clube? É natural que com o aumento do mercado pet e a evolução na medicina veterinária houvesse também um aumento no número de pesquisa nesta área, assim como a criação de vários novos centros de fisioterapia e reabilitação dedicados única e exclusivamente para os nossos “amigos de pelos”. A fisioterapia, então, é a especialidade da medicina veterinária que se utiliza de recursos físicos para prevenção, tratamento e manutenção de inúmeras afecções tais como, displasias, fraturas, luxação de patela, pré e pós-cirúrgicos ortopédicos e neurológicos, artroses, hérnias de disco, atrofias musculares, entre outras. Um problema grave que hoje em dia atinge não só os animais como também as crianças e os adultos é a obesidade. Quem aqui não conhece pelo menos um cão ou gato obeso? A obesidade deve ser tratada como uma doença grave e não meramente como um problema estético, pois traz inúmeros problemas para a saúde do animal. A fisioterapia aliada a uma mudança de hábitos alimentares tem se mostrado uma importante ferramenta no combate desta doença e uma modalidade bastante usada neste caso é a hidroesteira, que pelo fato do animal ficar com uma parte submersa, retira até 90% da sobrecarga do peso das suas articulações. A hidroesteira ou esteira aquática pode ser encontrada nos grandes centros 42 Revista Hot Pets de fisioterapia e normalmente tem uma boa aceitação por parte dos cães. Outras modalidades usadas são a laserterapia, eletroterapia, magnetoterapia, exercícios terapêuticos, alongamentos na bola - isso mesmo que você leu, eles também usam as bolas que nós usamos para fazer pilates ou simples alongamentos massagens, termoterapia, enfim temos uma gama de opções para trabalhar da melhor maneira possível com o nosso paciente. O que vai influenciar na escolha do dispositivo ou técnica a ser empregada é indicação clínica que cada modalidade possui e a aceitação do animal. Atualmente é difícil falarmos da fisioterapia e não falarmos da acupuntura. A acupuntura é uma especialidade também muito bem difundida e utilizada na medicina humana, que ganhou espaço na medicina veterinária e pode ser trabalhada juntamente com a fisioterapia gerando resultados excelentes para o paciente. A fisioterapia e a acupuntura, assim como as demais especialidades da medicina veterinária, estão aí para serem aplicadas e juntamente com o tratamento clínico e/ou cirúrgico propiciar uma melhor qualidade de vida para os nossos animais de estimação. Se você identificou o seu animal de estimação em algum momento deste texto ou ficou curioso para conhecer um centro de fisioterapia, pergunte para o seu clínico qual o centro mais próximo e vá fazer uma visita. Dra. Ana Carolina Rejeição de filhotes E mbora os animais não sejam capazes das atrocidades cometidas por nós, os chamados Homo sapiens, que matamos por ciúme, vingança, dinheiro, poder, ideologia ou simples prazer mórbido, eles cometem violências, as mais variadas, mas sempre em obediência ao propósito maior de manutenção da espécie, que é a lei magna da natureza. Em sua vida natural, longe da interferência do homem, vigora a lei do mais forte. Os mais fracos sucumbem e só os mais fortes crescem e atingem a maturidade sexual, a capacidade de reproduzir-se, transferindo seus genes para as gerações futuras, mantendo, assim, a espécie. E não são todos os que chegam à maturidade sexual que terão a oportunidade de procriar, mas, mais uma vez, apenas os mais fortes. Da abelha aos maiores mamíferos, tudo funciona assim. E é isso que explica que cadelas e gatas abandonem os filhotes mais fracos de uma ninhada, quando existe um ou mais que destoam do padrão. Tudo sempre regido pela lei maior de preservação da espécie e da seleção genética natural. Como apenas os mais fortes e capazes sobrevivem para ter a chance de deixar filhotes, antes de morrer, a tendência é de que as futuras gerações sejam cada vez mais competentes para suportar as dificuldades da vida dentre as quais a capacidade de enfrentar, com sucesso, os predadores. Acontece que na criação doméstica, pelo menos nas que são feitas com os procedimentos corretos de higiene, prevenção das doenças, boa alimentação, bom alojamento e carinho, não precisa prevalecer a lei do mais forte, mas a cadela e a gata não sabem disso. Então, o que você deve fazer é proteger o filhote da própria mãe e ser for necessário providencie uma amamentação artificial. Na medida em que o mais fraco cresce e se desenvolve, com a sua ajuda, a mãe o acabará aceitando como um filho normal. Revista Hot Pets 43 Saúde humanos, causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii, que causa doenças em diferentes espécies animais, inclusive no homem. No entanto, a toxoplasmose pode tornar-se muito problemática para as pessoas que estão sofrendo de um sistema imunitário/imunológico enfraquecido (incluindo os Dr. Diogo Alves Conceição doentes crônicos) e para mulheres grávidas. (médico veterinário clínico de pequenos animais) Na população adulta, 70%, 80% dos indivíduos têm exame sorológico identificando infecção pregressa (onde já houve contato prévio com a patologia, IgG Reagente e IgM stamos vivendo um período úni- Não Reagente). Em estados onde o consumo co na história. Período este onde de carne é mais alto como os do sul do Brao mercado de trabalho evoluiu sil, por exemplo, os índices ultrapassam os no sentido de oferecer melhores oportuni- 90%. Na França, sobretudo pela ingestão de dades de desenvolvimento e crescimento carne de carneiro, um dos animais mais inpara a mulher. Exige-se dela presença na fectados pelo parasita, o número de infectaparticipação do orçamento doméstico e fa- dos se aproxima dos 100%. O adoecimento pela toxoplasmose na miliar ou mesmo para assumi-lo completamente. Sendo assim ela está cada vez mais sua forma clássica com febre, ínguas, gânadiando o projeto da maternidade para um glios inchados pelo corpo, uma doença que momento de maior estabilidade financeira e dura semanas, acomete a minoria dos infectados. Talvez de 10% a 20% dos casos. Poremocional. O sentimento de ser mãe vem desde tanto, entre 80% e 90% têm infecção imperque a mulher ainda era criança. Ao passar ceptível, silenciosa. pelas ruas de sua cidade, você só tem olhos para as crianças? Vive admirando o barrigão Gravidez x Gatos x Toxoplasmose (GGT) das mulheres grávidas e deseja estar no lugar delas? Adora brincar com os filhos de O gato se infecta com o T. gondii ingeseus amigos e parentes? Se você disse sim a rindo carne crua, baratas, ratos, lagartixas todas estas perguntas, está na hora de colo- e pássaros. O felino é a única espécie que car um bebê nos seus planos. E nada melhor pode eliminar o oocisto (ovo) do T. gondii do que um planejamento adequado para pelas fezes, portanto é o único a transmitir o tornar esse sonho em realidade. parasita, sendo o hospedeiro definitivo. AcaNo entanto existem muitos mitos acer- riciar um gato e tê-lo como animal de comca da gravidez e a relação com os animais domésticos. E um desses mitos é a relação G.G.T.: Gravidez x Gatos x Toxoplasmose. Toxoplasmose e gravidez E O que é a toxoplasmose? A toxoplasmose é uma zoonose, doença transmitida dos animais para os seres 44 Revista Hot Pets Existem muitos mitos acerca da gravidez e a relação com os animais domésticos panhia não representa perigo, assim como mordidas ou arranhões também não transmitem a toxoplasmose. Os cães, bovinos, suínos, caprinos, ovinos e aves podem albergar o protozoário em sua musculatura, portanto quando ingerimos carne crua dessas espécies estamos expostos à infecção. Como a toxoplasmose pode ser contraída? • Através da ingestão da carne crua destes hospedeiros ou pelo contato com fezes de outros gatos contaminados que os gatos sadios adquirem o protozoário Toxoplasma. • Pelo consumo de leite cru fundamentalmente de cabra. • Pela ingestão de água contaminada onde não há saneamento básico. • Pelos oocistos (elementos infectante da doença) das fezes dos gatos que podem ser levados pelo vento e se depositarem em frutas, verduras e legumes. Por isso, a transmissão da toxoplasmose também pode ser feita através da ingestão de frutas, verduras e legumes mal lavados. Mais um motivo para lavar bem as frutas. • Pela via transplacentária, ou seja, de uma gestante infectada para o feto. • Areias e terras contaminadas com fezes de gatos doentes Por isso a toxoplasmose é um assunto muito debatido em Saúde Pública. Gravidez x Toxoplasmose A infecção por Toxoplasma em mulheres grávidas pode gerar doenças graves para os fetos, com comprometimento da visão, sequelas neurológicas e até o aborto. O tratamento da infecção durante a gestação não confere imunidade ao feto. Atualmente existe o tratamento e controle para a doença em humanos, mas ainda não há vacinas para prevenir a infecção. Medidas Preventivas As mulheres grávidas devem evitar a manipulação das caixas de areia dos gatos ou mesmo a terra. Caso não tenha outra pessoa para fazer a limpeza diária, deve utilizar luvas para remover as fezes. Além disso: • Não consumir carnes cruas ou mal passadas de porco, frango, cabrito, carneiro e boi. Isto significa que durante a gestação deve ser tirado do cardápio: “coraçãozinho de galinha” cru, quibe cru, carpaccio, Revista Hot Pets 45 churrasco mal passado etc. Sushi e sashimi estão liberados, uma vez que os peixes não transmitem a toxoplasmose. • Cozinhar todas as suas carnes até estarem bem cozidas. Carnes devem atingir uma temperatura interna 80° C e não devem parecer vermelhas no interior. • Lavar todos os utensílios de preparação de alimentos, tábuas de corte e superfícies cuidadosamente com sabão e água quente. • Evitar que crianças brinquem em parques públicos, junto às terras e areias. Pelo fato de que os pequenos podem colocar as mãos na terra contaminada, por gatos errantes. Para que o seu gato não se torne um transmissor não deixe que saia para caçar, não dê carne crua, vísceras ou ossos, controle os insetos, baratas e roedores no ambiente. Gatos não são “vilões” Sendo assim, não deixemos o gato ganhar essa conotação de “vilão”. Gatos domésticos que não são alimentados com carnes cruas e não saem de casa (não tem como entrar em contato com fezes de outros gatos infectados ou comer animais que possam estar contaminados) não trazem risco algum de contaminação. Sabendo como evitar a toxoplasmose e de como cuidar do seu gatinho para que ele não contraia o parasita Toxoplasma, não haverá motivo para excluir o bichinho de estimação do cotidiano familiar. Partindo desse relato, o médico veterinário Diogo Alves da Conceição e sua esposa Elaine, brindam e aguardam o nascimento de sua primeira filha em junho de 2011, sem abandonar o carinho e a atenção que têm junto aos seus 2 gatinhos de estimação: Sol e Lua. Dr. Diogo e sua mulher Elaine 46 Revista Hot Pets Curiosidades Você sabia? • Um bebê de elefante recém-nascido pesa cerca de 100 kg. • A maior ninhada canina ocorreu em 1944, quando uma American Foxhound teve 24 filhotes. • As cobras sentem cheiros com a língua. É isso mesmo! Elas conseguem captar partículas de odores que ficam no ar. Conseguindo assim sentir o cheiro à sua volta. • Apesar de possuir bico e colocar ovos, o ornitorrinco é um mamífero por possuir geneticamente mais semelhanças com animas de sangue quente. • O campo de visão de um gato é de 185 graus. • As pererecas possuem nas pontas de seus dedos ventosas adesivas que lhes permitem subir em árvores. • As corujas são animais fiéis. Como acontece com muitas aves, os casais ficam juntos até o fim da vida. • O mel é armazenado numa bolsa no corpo da abelha e é levado para a colmeia. Uma enzima transforma o néctar em glicose. • Os cães suam através das patas e do focinho. • Gatos têm 30 dentes, enquanto os cães possuem 42. Os dentes de leite são substituídos pelos permanentes, por volta dos 7 meses de idade. • A estrela do mar, com seu grande poder de regeneração, é capaz de reconstruir suas pontas e voltar à sua forma normal. • O lagarto da espécie Lepidodactylus lugubris se reproduz sem macho, as filhas são clones geneticamente idênticos as suas mães. • Os estudiosos acreditam que os primeiros tubarões surgiram há mais ou menos de 300 milhões de anos. • O cérebro do gato é mais similar ao do homem do que ao do cão. • A pulga é um dos maiores atletas da natureza. Este inseto pode saltar mais de trezentas vezes a altura do seu próprio corpo. • Não existem leopardos com o mesmo padrão de pintas. • O olho da lula gigante mede cerca de 38 cm. • Os cães têm cerca de 100 expressões faciais e a maior parte delas é feita com as orelhas. • A capivara é conhecida como o maior roedor do mundo. • O gato possui um total de 24 bigodes, agrupados de 4 em 4. Seus bigodes são usados para medir distâncias. Revista Hot Pets 47 Aquarismo Controlando seu aquário Fábio Ozório (consultor) N o aquário o controle é a melhor forma de evitarmos problemas desagradáveis, como a perda de peixes, problemas com algas e muitas outras adversidades que seriam de fácil controle caso uma rotina simples de testes fosse implantada. Com o tempo é normal o acúmulo de substâncias em nossos aquários, como o excesso de matéria orgânica que acabam por trazer consequências como o aparecimento de algas marrons, verdes, mortalidade de peixes, e mais uma série de problemas. O ideal para a maioria dos aquários é realizar trocas parciais de água, cerca de 20% a cada quinze dias, ou 35% ao mês, mas o melhor mesmo é trocar 20% a cada quinze dias, pois o choque para os peixes é menor (menor volume de água trocado significa menor choque para os peixes). As trocas parciais ajudam a manter os parâmetros químicos equilibrados. A água tende a se acidificar com o tempo, pela decomposição da matéria orgânica (excremento de peixes, restos de ração etc.) e as trocas parciais garantem o reequilíbrio do nosso ecossistema. A única forma de monitorar estes parâmetros é realizando testes uma vez a cada dez dias, e tomando as providências necessárias para corrigi-los. Os principais testes a serem realizados são: 48 Revista Hot Pets pH O pH ou potencial hidrogeniônico é o indicador de acidez, alcalinidade ou neutralidade da água. Dizemos que uma água é ácida quando o pH está abaixo de 7.0, que é neutra quando está 7.0 e que é alcalina quando está acima de 7.0. Cada espécie está adaptada a um pH especifico, e isto deve ser respeitado e mantido. Sempre devemos saber qual o pH ideal para nossos peixes. Deve-se realizar um teste de pH a cada 7 – 10 dias, e certificar-se de que ele não está sofrendo alterações. Quando o pH cai bruscamente notamos diversos problemas em nossos peixes, inclusive nadadeiras corroídas e peixes ofegantes. O valor ideal de pH depende do peixe que está em nosso aquário. KH A dureza carbonatada é definida pela quantidade de carbonatos e bicarbonatos dissolvidos na água. A grande importância desse parâmetro está relacionada ao fato dele estar diretamente ligado com o pH. Quanto maior for a dureza carbonatada (KH), maior a tendência do pH ficar estável. A este efeito damos o nome de tampão. Se o KH for baixo, ou seja, se tivermos uma baixa quantidade de carbonatos e bicarbonatos dissolvidos na água, a tendência do pH é cair, ou seja, quanto maior o KH mais estável será o pH. Um valor de KH entre 4 e 6 está adequado para a maioria dos aquários. Amônia A amônia é letal, responsável pela maior parte das mortes nos aquários. Alguns peixes são extremamente sensíveis. Ela, entre outras coisas, impede o crescimento das espécies, deixa a água amarelada e mal cheirosa, por vezes até uma espuma surge na superfície. Um aquário com acúmulo de amônia não comporta nenhum tipo de vida por muito tempo, seja qual for a espécie que viva no seu aquário. O resultado do teste de amônia não deve ser maior que 0,25 ppm. Caso isto ocorra, melhore seu sistema de filtragem, diminua a alimentação e verifique se não tem peixe demais no aquário. Muita gente tem resistência a realizar os testes, mas eles são de extrema importância, até mesmo para os aquaristas mais experientes. Eu aconselho a fazer uma tabela e anotar semana a semana os resultados, para que se possa fazer o controle do aquário. Claro que existem outros parâmetros em nossos aquários, mas estes três são fundamentais. O ideal para a maioria dos aquários é realizar trocas parciais de água em cerca de 20%, a cada 15 dias Os aquários marinhos necessitam controle de cálcio e magnésio entre outros e nos plantados, costumamos fazer testes de gh, ferro, CO2 e outros. Numa próxima edição, vamos falar sobre aquários plantados, onde exploraremos todas as necessidades destes verdadeiros jardins submersos, que trazem uma parte fantástica da natureza para dentro de nossa casa. Revista Hot Pets 49 Curiosidades do mundo animal Esquilo S ão roedores muito usados em filmes, principalmente nos desenhos animados, e existem em quase todo o planeta, até mesmo em alguns locais de temperatura fria. No Brasil, dependendo da região, são conhecidos popularmente como caxinguelê, serelepes e outros nomes. Cientificamente, pertencem à família Sicuridae. Previdentes, quando encontram uma quantidade maior de sementes do que podem comer, enterram-nas para buscá-las depois, mas, às vezes, quando a fartura é grande, eles demoram tanto tempo que as sementes acabam germinando. Sua cauda é grande, muito bonita e 50 Revista Hot Pets mais comprida do que o corpo: 25 cm de corpo e 30 ou mais centímetros de cauda. Além de sementes, os esquilos também comem frutas e insetos e andam pelas árvores em grande velocidade, pulando vários metros sem o menor medo de cair. As fêmeas podem gerar até 10 filhotes numa ninhada, em ninhos feitos com gravetos e folhas na parte mais alta das árvores. Embora “elétricos” em seus movimentos, os esquilos são mansos. Uma curiosidade é que parece que gostam de música suave e diz a lenda que eles saem das árvores e vêm para o chão quando ouvem sons melodiosos como, por exemplo, os da flauta. Golden 51 Revista Retriever Hot Pets 52 Revista Hot Pets