Glaucoma em Equinos Jhônatas Luís Knaut Bolsista PET-FMVZ • Corpo ciliar produz humor aquoso (supre as necessidades metabólicas das estruturas intra-oculares) • Humor aquoso deve ser drenado constantemente • Duas vias de escoamento: iridocorneal e úveo-escleral • Glaucoma: aumento da pressão intra-ocular por acúmulo excessivo de humor aquoso • Glaucoma primário: desenvolvimento anormal das vias de escoamento • Glaucoma secundário: danos ao escoamento por cicatrizes ou detritos. •A causa mais comum de glaucoma em cavalos é por uveíte crônica ou recorrente (glaucoma secundário) Glaucoma secundário para doença ocular, que não uveíte, é raro, mas é possível com tumores intra-ocular e luxação do cristalino. Não há predisposição para o envolvimento bilateral em cavalos com glaucoma secundário a menos que o cavalo tenha uveíte recorrente bilateral. Glaucoma primário: • Glaucoma primário não está associada a qualquer outra doença ocular e não há nenhuma causa antecedente. • Cavalos com glaucoma primário são predispostos ao envolvimento bilateral • Em um glaucoma primário unilateral, é essencial que o outro olho seja avaliado e acompanhado de perto. Sinais de glaucoma: • edema corneal parcial ou difuso • estrias da córnea • degeneração da retina e do nervo óptico • o cavalo tende a perder a visão • aumento no tamanho do olho • subluxação (deslocamento) do cristalino • Em cavalos o glaucoma não é diagnosticado comumente (necessidade de um tonômetro) Cuidados no uso do tonômetro: • bloqueios auriculopalpebrais devem ser realizados porque a tensão nas pálpebras pode aumentar artificialmente a pressão intra-ocular • sedar o animal pode baixar artificialmente a pressão intra-ocular • evitar fazer a medição em locais edematosos da córnea Tratamento: • Glaucoma poderia ser tratado através do aumento da saída de líquido do olho. Isso teoricamente pode ser realizado por medicamentos ou métodos cirúrgicos • A principal via de escoamento no cavalo é a úveo-escleral, diferente do homem e do cão, logo modalidades de tratamento não foram desenvolvidos especificamente para equinos • Métodos cirúrgicos para aumentar a saída como shunts ou válvulas e cirurgias de drenagem, não foram avaliados em cavalos e podem não ser bem sucedidos por causa da alta resposta inflamatória dos equídeos e a sua propensão para o desenvolvimento de fibrose e cicatriz no olho • Portanto, as opções de tratamento para equinos têm se centrado em torno de duas categorias principais: tratamento da inflamação subjacente e diminuição da produção do humor aquoso • Existe a possibilidade de laser terapia, mas antes de ser considerada a uveíte existente deve ser controlada e outras doenças intra-oculares, como neoplasia, devem ser descartadas • Laser pode ser feito para ajudar a controlar as pressões nos casos crônicos, mas a resposta é inferior àquela obtida nos casos menos crônicos • Antes de considerar a laser terapia, o veterinário deve determinar que não há resposta clínica a medicamentos antiglaucomatosos • Muitos olhos precisam ser tratados com laser novamente em 6 a 12 meses • 64% dos olhos tratados permanecem visuais, mas de 90% exigem uso tópico de medicamentos antiglaucomatosos Profissionais de equinos devem suspeitar como glaucoma a ocorrência de qualquer inexplicável edema de córnea ou nebulosidade ocular e em casos de grave e implacável inflamação ocular. Medida precisa com um tonômetro portátil é essencial para o diagnóstico definitivo e para monitorar a resposta à terapia. Referência: GILGER, Brian C., “Glaucoma in horses”, 2008 DEARO, Antonio C. O.; SOUZA, Mírian S. B., “Uveíte recorrente equina (cegueira da lua)”, 2000