Jornal da Associação Médica Brasileira - Agosto/Setembro/Outubro de 2006 - Ano 47 - No 1344 ISSN 0004-5233 www.amb.org.br Agenda Parlamentar da Saúde Menos de um ano de trabalho, e após analisar mais de 400 proposições, a Comissão de Assuntos Políticos AMB/ CFM apresentou Agenda com os principais Projetos de Lei ligados à área da saúde páginas 4 e 5 JAMB - AGO/SET/OUT - 2006 1 c o n t e ú d o DIRETORIA Presidente José Luiz Gomes do Amaral Primeiro Vice-Presidente José Carlos Raimundo Brito Segundo Vice-Presidente Hélio Barroso dos Reis Vice-Presidentes Aristóteles Comte de Alencar Filho, Florentino de Araújo Cardoso Filho, Jacob Samuel Kierszenbaum, Jésus Almeida Fernandes, José Luiz Dantas Mestrinho, Jurandir Marcondes Ribas Filho, Nabyh Salum, Newton Monteiro de Barros, Roque Salvador Andrade e Silva, Wilberto Silva Trigueiro Secretário-Geral Edmund Chada Baracat 1º Secretário Aldemir Humberto Soares 1º Tesoureiro Amilcar Martins Giron 2º Tesoureiro Luc Louis Maurice Weckx DIRETORES Acadêmico - José Luiz Weffort; Atendimento ao Associado - Moacyr Basso Junior; Científico - Giovanni Guido Cerri; Comunicações - Ronaldo da Rocha Loures Bueno; Cultural - Carlos David Araújo Bichara; DAP - Cleber Costa de Oliveira; Defesa Profissional - Roberto Queiroz Gurgel; Economia Médica Elisabeto Ribeiro Gonçalves; Marketing Geraldo Ferreira Filho; Proteção ao Paciente - Elias Fernando Miziara; Relações Internacionais - Viriato João Leal da Cunha; Saúde Pública - Márcia Rosa de Araújo. Editorial Página 3 Agenda Parlamentar Página 4 Propostas para a Saúde Página 6 Regulamentação da Medicina Página 8 Conselho Deliberativo Página 10 Comissão Nacional de Acreditação Página 11 Consolidação da CBHPM Página 12 Unidas Página 14 Conselho Científico Página 16 Fórum de Responsabilidade Civil Página 18 Reunião AMB e Amrigs Página 20 Comissão de Combate ao Tabagismo Página 22 Prêmio Liberato Di Dio Página 23 Residência Médica Diretor Responsável Ronaldo da Rocha Loures Bueno Editor Executivo César Teixeira (Mtb 12.315) Colaboração Camila Kaseker Diagramação, Editoração e Arte Sollo Comunicação Departamento Comercial Fone (11) 3178-6806 Tiragem: 50.000 exemplares Periodicidade: Bimestral Impressão: CLY Filiado à ANATEC Redação e Administração Rua São Carlos do Pinhal, 324 01333-903 – São Paulo – SP Tel. (11) 3178-6800 Fax (11) 3178-6816 E-mail: [email protected] Assinatura Fone (11) 3178-6800, ramal 130 Anual R$ 60,00; avulso R$ 10,00. Página 24 Fenam Página 26 Câmara Técnica de Implante Página 27 Especialidades Página 28 Notas Página 29 Título de Especialista Página 30 Congresso da Comunidade Lusófona Página 32 Livros Página 33 Diretrizes Página 34 2 JAMB - AGO/SET/OUT - 2006 e d i t o r i a l Os verdadeiros desafios Vimos elencadas aqui, nas várias discussões que precederam este momento, tantas doenças antigas (como a tuberculose e a malária) e novas (como HIV-AIDS, SARS, gripe aviária e os problemas decorrentes da degradação do meio ambiente), apresentadas como formidáveis obstáculos, certamente intransponíveis há poucos anos. Tais problemas, hoje ousamos enfrentá-los, certos de que para eles encontraremos solução. De fato, ao lado destas dificuldades, o progresso científico concede-nos poder há poucas décadas não imaginado para diagnosticar e curar. O verdadeiro desafio de nossos dias não é, portanto, diagnosticar e curar aqueles a quem podemos assistir, mas estender a tantos milhões de seres humanos marginalizados e não assistidos os benefícios deste progresso. Hoje há sociedades que nunca conheceram a medicina e seus médicos e aquelas que estão prestes a esquecê-los. Há quem nos julgue espécies ameaçadas de extinção. E somos. Não soaram estranhos aos nossos ouvidos os alertas sobre ações sentidas em várias partes do mundo, voltadas para a desestruturação da profissão médica. Elas só têm encontrado eco em virtude do distanciamento entre nós e a sociedade. No passado, éramos os médicos e nossos pacientes. Éramos próximos. Nos unia o sofrimento e a compaixão. A doença e a busca da cura. Hoje prestamos serviços a usuários de sistemas de saúde; sistemas que, ao invés de ampliarem o acesso à assistência, nos têm amiúde afastado daqueles que nos procuram. Mais que nunca, o médico vê-se só e impotente. Isolados, seus esforços serão insuficientes. Os problemas são muitos, sucedem-se com rapidez incontrolável e, não raro, as soluções estão distantes. Sobretudo em nossos dias, as Associações Médicas têm papel fundamental, reunindo os princípios e valores que nos são comuns e redefinindo os padrões éticos que alicerçam nossa profissão. Integrando nossos pontos de vista e nossas ações. Aproximando-nos e fazendo-nos ver pelas sociedades que nos acolhem, tornando-as nossas aliadas. Garantindo a qualidade da medicina e nos restituindo o orgulho de pertencer à corporação médica. José Luiz G. do Amaral Presidente da AMB Discurso proferido durante sessão da Assembléia da Associação Médica Mundial, realizada em outubro, em Sun City, África do Sul JAMB - AGO/SET/OUT - 2006 3 Agenda Parlamentar Da esq. para a dir., Napoleão Salles, Alceu Pimentel, José Luiz G. Amaral, Edson Andrade, Eduardo Santana e Jurandir Marcondes Ribas, durante o lançamento da Agenda Parlamentar, em Manaus Foto: Valmir Lima Agenda Parlamentar da Saúde: marco na história das entidades Comissão de Assuntos Políticos AMB/CFM finalizou agenda contendo os principais Projetos de Lei ligados à área médica, em trâmite no Congresso Nacional , e que, a partir de agora, serão acompanhados de perto por ambas as entidades 4 Após a análise de cerca de 400 proposições relacionadas à área da saúde, a Comissão de Assuntos Políticos da Associação Médica Brasileira (AMB) e do Conselho Federal de Medicina (CFM) concluiu a primeira versão da Agenda Parlamentar da Saúde Responsável, com 84 Projetos de Lei que podem interferir diretamente no exercício da medicina e na assistência à saúde da população. A publicação traz a posição do movimento médico, com base em opiniões abalizadas e de conteúdo técnico-profissional consistente, sobre 17 propostas que tramitam no Senado e outras 67 em discussão na Câmara dos Deputados. Além disso, informa o autor de cada Projeto de Lei, a ementa, a fase de tramitação e o atual relator. Iniciativa inédita, a Agenda foi apresentada à classe médica no dia 14 de setembro, durante o II Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina, em Manaus (AM), na presença dos presidentes do CFM, Edson de Oliveira Andrade, da AMB, José Luiz Gomes do Amaral, e da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Eduardo Santana. O trabalho também deverá ser entregue aos deputados e senadores, provavelmente no mês de março de 2007, em solenidade no Congresso Nacional. De acordo com Alceu Pimentel, representante do CFM na Comissão, a participação da Fenam enriquecerá os trabalhos e fortalecerá o posicionamento da classe. “Esta união abrirá ainda mais portas, favorecendo o ‘lobby’ saudável que já iniciamos em defesa da medicina e da saúde”, observou. Pimentel revelou também que a Comissão, em menos de um ano, já esteve em mais de 40 audiências com parlamentares, nas quais os médicos foram muito bem recebidos. “Assim como os deputados e senadores estão atentos aos posicionamentos do médico, temos que saber ocupar nosso espaço.” Instrumento de mobilização Para o consultor parlamentar das entidades, Napoleão Salles, “o objetivo é intervir no processo de elaboração dos Projetos de Lei e no início de cada tramitação relevante para o médico” e não mais apenas “apagar incêndios”. No prefácio da Agenda, o presidente do CFM, Edson Andrade, afirma que “a democracia verdadeira constrói-se quando a expressão popular está manifestada JAMB - AGO/SET/OUT - 2006 Foto: Camila Kaseker em um Legislativo forte e atuante” e que a Agenda “é fruto de intensa reflexão e contribuição dos médicos para diversos tipos de Projeto de Lei”. Por sua vez, o presidente da AMB, José Luiz Amaral, destaca que esta “é uma oportunidade para que as Regionais e os médicos em suas cidades possam interferir diretamente no andamento desses Projetos, reforçando, junto aos autores e relatores, a posição da comunidade médica”. Ao agradecer o apoio de todas as entidades na elaboração da Agenda, Jurandir Marcondes Ribas Filho, representante da AMB na Comissão, ressaltou que “a publicação, em hipótese alguma, substitui a mobilização da classe, mas é um importante instrumento para orientá-la”. Luc Weckx, outro integrante da AMB na Comissão, lembra que o próximo ano será o primeiro da nova legislatura, quando geralmente os parlamentares já apresentam 70% de seus Projetos de Lei. “A colaboração das Sociedades de Especialidade, Conselhos, Associações e Sindicatos será essencial para analisarmos as principais propostas”, sentenciou. A Comissão pretende manter as informações da Agenda atualizadas nos sites das entidades, e exemplares do trabalho serão distribuídos às Federadas e suas regionais, às Sociedades de Especialidade filiadas à AMB e aos CRMs. Foto: César Teixeira Como trabalha a Comissão Segundo a própria introdução da Agenda, a Comissão de Assuntos Políticos AMB/ CFM reúne-se mensalmente ou quantas vezes se fizerem necessárias, a fim de definir a posição do movimento médico quanto à oportunidade de aprovar, com ou sem ressalvas, ou de rejeitar o conteúdo dos Projetos de Lei em pauta no Congresso Nacional. Em seqüência, a Comissão direciona as proposições para as Sociedades de Especialidade envolvidas para que se posicionem, respondendo em prazo exeqüível. O consultor parlamentar, então, agenda reuniões com os autores ou relatores dos Projetos no sentido de esclarecê-los, de maneira clara e objetiva, sobre a opinião da classe médica. Os pareceres consolidados e priorizados integram a Agenda Parlamentar da Saúde Responsável. Fazem parte da Comissão, pela AMB, José Luiz Dantas Mestrinho, Jurandir Ribas Filho e Luc Louis Maurice Weckx; e, pelo CFM, Alceu Pimentel, Neuman Figueiredo de Macedo e Pedro Pablo Chacel. JAMB - AGO/SET/OUT - 2006 Novos projetos A Comissão de Assuntos Políticos AMB/CFM, voltou a se reunir no dia 22 de setembro, na sede da Associação Médica Brasileira, em São Paulo, oportunidade em que avaliou 27 novos Projetos de Lei que passaram a tramitar no Congresso Nacional, e que não integram a primeira edição da Agenda Parlamentar. Um dos principais é o PL nº 7354, do deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), que atribui ao profissional químico a responsabilidade pela dispensação e manipulação de medicamentos homeopáticos, alopáticos e fitoterápicos. Além disso, o químico poderia fazer análises toxicológicas, genéticas e de biologia molecular, responsabilizando-se por elas e também pelo controle do processamento do sangue e hemoderivados. Outros projetos de destaque são o PL nº 4212, que trata da reforma universitária; o PL nº 6966, que cria a profissão de cuidador; o PL nº 7373, que proíbe a exigência de realização de testes genéticos para detecção de doenças para ingresso em planos de saúde; os PLs nº 7393 e nº 7470, que dispõem sobre a profissão dos trabalhadores nos serviços de embelezamento e de higiene, e o PL nº 7476, que decreta mudanças nas prescrições médicas e odontológicas. 5 Política Médica Propostas para a saúde no Brasil Foto: Camila Kaseker Os presidentes das entidades médicas nacionais: José Luiz G. Amaral (AMB), Edson Andrade (CFM) e Eduardo Santana (Fenam) Como parte das comemorações do Dia do Médico, e aproveitando o processo eleitoral, as entidades médicas nacionais – AMB,CFM e Fenam – entregaram aos candidatos à Presidência da República um conjunto de propostas para o setor de saúde do país Antes mesmo do segundo turno das eleições para a escolha do novo Presidente da República, as entidades médicas nacionais – AMB, CFM e Fenam -, reunidas durante o II Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina, em Manaus, elaboraram um documento intitulado “Carta aos presidenciáveis”, contendo propostas para a saúde no Brasil. No quadro ao lado, as propostas resumidas. Em seu início, a carta destaca que “os médicos brasileiros, através das suas entidades nacionais, vêm manifestar aos candidatos ao Governo do País e à sociedade brasileira o seu posicionamento 6 acerca do importante momento político que vivemos, bem como apontar as medidas que consideramos necessárias para a melhoria das condições de vida e saúde de nosso povo”. Em outro trecho, observa a necessidade da regulamentação da EC 29: “Para minimizar a grave situação da saúde no país, as entidades médicas estão engajadas na aprovação do projeto de lei complementar (PLC 01/2003) que regulamenta a Emenda Constitucional 29 e que caracteriza as políticas de saúde, no âmbito do SUS, como políticas de Estado e não de governo. O texto apro- vado em 2000 modifica o artigo 198 da Constituição, assegurando os recursos mínimos necessários ao financiamento dos serviços públicos de saúde. Mas, para valer na íntegra, as mudanças precisam passar pelo Congresso por meio de um projeto de lei que trata da regulamentação do texto. Seis anos depois de os parlamentares mudarem o dispositivo do texto constitucional, a matéria ainda não foi regulamentada. A emenda, aprovada em 2000, foi uma importante conquista da sociedade na consolidação do SUS, pois colaborou para que o processo de financiamento do sistema JAMB - AGO/SET/OUT - 2006 SAÚDE NO BRASIL SAÚDE NO BRASIL SAÚDE NO BRASIL SAÚDE NO BRASIL SAÚDE NO BRASIL SAÚDE NO BRASIL SAÚDE NO BRASIL SAÚDE NO BRASIL SAÚDE NO B SAÚDE NO BRASIL ficasse mais firme, ao estabelecer a vinculação de recursos nas três esferas de governo. O PLC 01/2003, por sua vez, foi por mais de dois anos amplamente debatido com as entidades dos usuários, profissionais e prestadores de serviço e determina que o gasto anual mínimo da saúde seja fixado em 10% das receitas correntes da União, permanecendo os estados obrigados a destinar no mínimo 12% dos seus orçamentos próprios à saúde, percentual que, no caso dos municípios, é de 15%”. E alerta: “A proposta corre o risco de não ser votada este ano. E, se for aprovada em 2007, o aumento de recursos para a saúde só ocorrerá na Lei de Diretrizes Orçamentárias do ano seguinte. A equipe econômica continua resistente a qualquer proposta de vinculação dos recursos do Orçamento. A importância deste projeto para a saúde dos brasileiros exige empenho dos poderes constituídos, em especial do Executivo, hoje objeto de disputa eleitoral”. O documento, em seu final, defende que a “a vinculação de recursos para a saúde não compromete os orçamentos da União, dos estados e dos municípios, impondo-se evidentemente um maior e mais organizado controle social. Os investimentos sociais não podem ser considerados custos, como denomina a ortodoxia econômica, e sim como aplicação no desenvolvimento do nosso País. Os médicos brasileiros querem discutir também a reforma política e as relações de trabalho em nosso País. Somos favoráveis às ações governamentais, desde que elas não prejudiquem e penalizem nosso povo em seus direitos duramente conquistados. Pautamos, ainda, as discussões relativas à forma de trabalho dos médicos, aos seus direitos e responsabilidades, à sua carreira e ao exercício profissional, temas de grande importância para nós”. JAMB - AGO/SET/OUT - 2006 Propostas resumidas 1. Regulamentação da Emenda Constitucional 29; 2. Fortalecimento da Atenção à Saúde, incluindo o Programa de Saúde da Família; 3. Regulamentar a implantação da Estratégia de Atenção à Saúde da Família em todos os municípios brasileiros; 4. Fortalecimento e ampliação da farmácia básica do SUS; 5. Implantação da Farmácia Popular; 6. Ações políticas efetivas para recuperar e impedir o sucateamento dos hospitais públicos, universitários e conveniados; 7. Prover os hospitais universitários, ligados ao Ministério da Saúde, de recursos para atendimento qualificado e condições essenciais para um ensino médico de qualidade; 8. Apoio do Executivo para a aprovação do projeto de regulamentação do exercício da profissão médica; 9. Implantação de um Plano de Carreira, Cargos e Salários no Sistema Único de Saúde; 10. O estabelecimento de um piso nacional da categoria médica; 11. Mudança na política de criação, autorização, funcionamento de cursos de medicina e/ou ampliação do número de vagas dos já existentes sem a devida comprovação de sua necessidade social; 12. Criação de sistema de avaliação permanente de cursos médicos já implantados com finalidade de corrigir problemas identificados; 13. Manutenção das normas vigentes para revalidação de diploma de curso de nível superior realizado no exterior; 14. Fortalecimento da residência médica com o aumento de vagas, nas diversas especialidades, melhoria da qualidade e da remuneração; 15. Adoção da CBHPM – Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (PL 3466/2004) pela ANS com o objetivo de preservar a população, valorizar o trabalho médico e regular as relações com as operadoras de planos de saúde; 16. Revisão dos valores da Tabela de Procedimentos do SUS com adoção da CBHPM; 17. Regulamentação do sistema nacional de auditoria do Ministério da Saúde; 18. Garantia da representação efetiva da categoria médica em todos os níveis do controle social do SUS e Ministério da Educação; 19. Reforma sindical que mantenha os princípios de representação por categoria profissional diferenciada e a unicidade sindical. 7 Política Médica Fotos: Márcio Arruda Ganha força o movimento pela regulamentação da medicina O dia 28 de junho foi histórico para a luta pela regulamentação da medicina no Brasil, oficializada pelo Projeto de Lei do Senado 25/2002. Após audiência pública em que o Ministério da Saúde e o Conselho Nacional de Secretários de Saúde se mostraram favoráveis à proposta, o presidente do Conselho Federal de Medicina, Edson de Oliveira Andrade, entregou 1,5 milhão de assinaturas apoiando a iniciativa ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Já aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, o PLS tem como relatora desde setembro de 2004, na Comissão de Assuntos Sociais, a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO). “As propostas apresentadas pelos médicos visam a integração e harmonia com os demais profissionais de saúde”, 8 afirmou Edson Andrade, acompanhado por uma comissão de conselheiros federais e regionais. Além de Vânia e Calheiros, participaram do ato os senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Romero Jucá (PMDB-RR). O presidente da Comissão de Assuntos Sociais, Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), abriu a audiência pública destacando a “simplicidade” do PLS 25/2002, que conta com seis artigos de poucas linhas, e também a “paciência, equilíbrio e moderação” da relatora Lúcia Vânia. “Somos favoráveis a leis que regulamentem as profissões de saúde, inclusive a medicina, definindo a responsabilidade civil dos atos dos diferentes profissionais, em defesa da cidadania”, ressaltou Maria Helena Machado, do Ministério da Saúde. Para o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, Jurandi Frutuoso, a regulamentação é necessária, apesar de polêmica. “A necessidade da lei é inquestionável, pois todas as profissões de saúde já têm a sua. Por que só a medicina não teria?”, questionou Frutuoso, também secretário de Saúde do Ceará. “Serão necessárias renúncias dos dois lados e novas propostas a fim de encontrar as palavras certas para esta lei”, sugeriu. Esta também foi a posição da relatora Lúcia Vânia. Segundo a senadora, o seu pré-relatório resgata o objetivo original do PLS, que é a definição do ato médico, e foi elaborado após estudo da legislação nacional e internacional, comparação com outras leis da área de saúde e reuniões com todos os segmentos. JAMB - AGO/SET/OUT - 2006 Medicina pode ser regulamentada este ano No final de agosto, o presidente da AMB, José Luiz Gomes do Amaral, defendeu a aprovação do Projeto de Lei do Senado 25/02, em audiência pública realizada em Brasília. “Será um avanço para os interesses dos pacientes e da saúde do brasileiro”, afirmou. O presidente da AMB ressaltou que o Projeto não tem nenhum cunho mercantilista ou corporativista. “É necessário que ultrapassemos essas questões políticas e econômicofinanceiras, e entendamos as capacidades e os valores das 14 profissões da área de saúde.” Para a senadora Lúcia Vânia (PSDB/GO), os consensos já obtidos entre os representantes das diversas profissões permitirão que o Projeto seja votado ainda em 2006.Também participaram da audiência, transmitida por videoconferência às Assembléias Legislativas de todos os Estados, os presidentes do Conselho Federal de Medicina, Edson de Oliveira Andrade, e da Federação Nacional dos Médicos, Eduardo Santana. De acordo com Vânia, o objetivo das audiências públicas é a apresentação de propostas concretas e a formação de consenso a respeito dos tópicos inicialmente polêmicos. Ela chegou a cobrar da coordenação contrária ao PLS esclaJAMB - AGO/SET/OUT - 2006 recimentos sobre os pontos “negativos” e as alternativas para sua adequação. A senadora afirmou, ainda, que pretende apresentar seu relatório até o fim do ano. “Esta regulamentação é uma necessidade social que deve estar acima dos inte- resses das corporações”, concluiu o presidente do CFM, Edson Andrade. “No diaa-dia, os médicos trabalham com todos os profissionais de saúde em um ambiente em prol da assistência de qualidade, mas é preciso definir o espaço de cada um.” 9 Deliberativo Foto: Camila Kaseker Em Manaus, Deliberativo analisa quadro de sócios O Conselho Deliberativo e a Diretoria Plena da AMB (foto), reunidos em Manaus (AM), no dia 14 de setembro, dedicaram-se a analisar o atual quadro de sócios da entidade. Paralela ao II Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina do Ano 2006, a reunião contou com a presença do presidente do Conselho Federal de Medicina, Edson de Oliveira Andrade. Após a apresentação do 1º tesoureiro, Amilcar Martins Giron, foi decido acelerar o processo de cobrança compartilhada das contribuições associativas e também conciliar as informações cadastrais da AMB e das Federadas. Foi discutida, também, a implementação de novas ferramentas de comunicação entre as entidades. “Contamos com o empenho dos dirigentes para que esta troca de informações seja a mais eficiente e produtiva possível”, 10 destacou o presidente da AMB, José Luiz Gomes do Amaral. O presidente ainda ressaltou que a AMB e cada Federada “são uma única entidade, que representa o associativismo médico brasileiro, e nossa força está no trabalho conjunto com as Sociedades de Especialidade, CFM e Federação Nacional dos Médicos”. Código Nacional de Saúde Outro assunto debatido foi a proposta de elaboração de um Código Nacional de Saúde, apresentada pelo presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, José Reinan Ramos, no sentido de garantir uma legislação que considere as peculiaridades do serviço médico. Atualmente, se um paciente formaliza uma queixa contra um médico, este profissional é julgado com base em quatro diferentes conjuntos de leis: Código Civil, Penal, de Defesa do Consumidor e de Ética Médica. Ficaram responsáveis por detalhar a proposta e conduzir a discussão nas entidades médicas os diretores de Defesa Profissional da AMB, Roberto Gurgel, e do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, Fernando Cordeiro. O encontro teve a participação também do presidente da Associação Médica do Amazonas, José Maria Santana, além de diversos diretores da AMB e presidentes das Federadas. Representaram o Conselho Científico da AMB nesta reunião oito especialidades: Dermatologia, Infectologia, Anestesiologia, Cirurgia Cardiovascular, Cirurgia Geral, Otorrinolaringologia, Patologia e Radiologia. JAMB - AGO/SET/OUT - 2006 Recertificação Foto: Valmir Lima Atualização médica no rumo certo Eventos cadastrados, que já ultrapassam 5 mil, têm distribuição geográfica proporcional à dos médicos O 1º secretário da AMB, Aldemir Humberto Soares (foto), apresentou, no dia 15 de setembro, durante o II Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina, em Manaus (AM), um panorama do trabalho realizado pela Comissão Nacional de Acreditação (CNA) desde o ano passado, com apoio das Sociedades de Especialidade. A mesa foi coordenada pelo 1º vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Antônio Gonçalves Pinheiro. Ambos integram a CNA. Até o mês de outubro, foram cadastradas 5.793 atividades de educação médica continuada. Mais de 60% já foram aprovadas e constam no calendário oficial da CNA, totalizando mais de 46 mil pontos. Outras 960 estão sendo avaliadas e as demais foram rejeitadas. A maior parte dos eventos presenciais (57,4%) concentra-se na região Sudeste. O Sul (17,3%) e o Nordeste (13,7%) têm maior participação que o Centro-Oeste (8,3%) e o Norte (3,3%). “Esses dados aproximam-se bastante da distribuição geográfica dos médicos pelo País”, constatou Soares. Já os eventos à distância são quase 200, somando em torno de 1,8 mil pontos. “Estamos construindo um processo eficiente, sem onerar o médico”, ressaltou Soares ao lembrar que o CFM e a AMB lançarão um programa de educação continuada gratuito e à distância no próximo ano. JAMB - AGO/SET/OUT - 2006 As especialidades que mais tiveram eventos inscritos foram Cardiologia, Pediatria, Anestesiologia, Clínica Médica e Ginecologia e Obstetrícia. Quanto ao total de pontuação, a ordem foi Pediatria, Cardiologia, Anestesiologista, Ginecologia e Obstetrícia e Radiologia e Diagnóstico por Imagem. Mais de 2,1 mil médicos cadastraramse no processo de forma voluntária pelo site e o total de especialistas que já participaram de atividades credenciadas pela CNA supera 70 mil. De acordo com o 1º secretário da AMB, a atualização médica tornou-se um desafio para a sociedade nas últimas duas décadas, quando a maior parte das técnicas passaram a ser substituídas em cinco a sete anos. Assim, “o Certificado de Atualização Profissional (CAP) assegura que o médico mantém atuais e em nível suficiente o conhecimento, o treinamento, a conduta e o bom senso atestados pelo Título de Especialista e o Certificado de Atualização Profissional”. Para Soares, mesmo sendo consenso no mundo todo, a educação médica não vinha sendo desenvolvida no Brasil de forma unificada nem padronizada. Por isso, “o CAP será um instrumento fundamental para garantir atendimento de qualidade ao paciente e detectar performances inadequadas de médicos, protegendo a sociedade e ganhando a sua confiança”. Eventos do 1o semestre de 2007 têm novo prazo A CNA decidiu prorrogar até 30 de novembro o cadastramento dos eventos referentes ao primeiro semestre de 2007. O prazo anterior teria vencido em 30 de setembro. Cada evento é pontuado após o preenchimento do formulário on-line pelo organizador no site www.cna-cap.org.br e a avaliação das Sociedades de Especialidade afins. O especialista que tiver interesse no Certificado de Atualização Profissional deve acumular 100 pontos ao longo de cinco anos. Como o processo teve início em janeiro deste ano, os primeiros Certificados serão concedidos em 2011. A participação é obrigatória para os médicos que obtiveram Título de Especialista ou Certificado de Atualização a partir de 2006. As normas estão na Resolução nº 1722/05 do Conselho Federal de Medicina. 11 CBHPM Foto: Camila Kaseker Com a participação das Comissões de Honorários Médicos de diversos Estados, a Comissão Nacional de Consolidação e Defesa da CBHPM discutiu, durante o encontro (foto) realizado em Manaus (AM), no dia 15 de setembro, um elenco de estratégias relativas aos quatro segmentos da saúde suplementar e ações a fim de revigorar o movimento médico nacional. Medicina de grupo: ações das três entidades Cada uma das três entidades que compõem o movimento médico terá atuação específica em relação às operadoras da Associação Brasileira de Medicina de grupo (Abramge). As Associações Médicas farão campanhas divulgando aquelas que respeitam o padrão mínimo e ético 12 de remuneração e, por outro lado, aquelas que desvalorizam o profissional, comprometendo a qualidade da assistência. Os Sindicatos dos Médicos, por sua vez, fiscalizarão as relações de trabalho dos médicos contratados e denunciarão aos órgãos competentes possível precarização do vínculo empregatício e outras irregularidades. Para o representante da Federação Nacional dos Médicos na Comissão Nacional, Roberto Murisset, “o impacto deste esforço concentrado pode, mais uma vez, mobilizar a opinião pública em torno da valorização do médico”. Já os Conselhos Regionais de Medicina irão averiguar a interferência das condições inadequadas de trabalho no atendimento aos pacientes, questionando os diretores clínicos dos planos e até mesmo os médicos contratados. “Sabemos que há imposição de algumas empresas quanto ao número de consultas e de exames, por exemplo, o que é inaceitável”, ressalta o representante do CFM na Comissão Nacional, Luiz Sallim Emed. Essas ações são de responsabilidade das Comissões Estaduais, que deverão insistir nas negociações com este segmento e, em caso de impasse, eleger em assembléia determinadas operadoras para a suspensão do atendimento, estabelecendo as estratégias pertinentes. Em nível nacional, serão procurados os dirigentes da Abramge para discutir a adoção da CBHPM pelas operadoras que já praticam valores próximos. “Em relação àquelas que remuneram o médico de forma aviltante, em um primeiro momento, o objetivo é negociar reajuste dos honorários”, explica o coordenador da Comissão Nacional, Florisval Meinão. JAMB - AGO/SET/OUT - 2006 Foto: Cláudia Mara João Alceu Amoroso Lima (Sul América), Heraclito Brito (Bradesco), José Carlos Brito (AMB), Marcos Antônio Antunes (Sul América), José Luiz Gomes do Amaral (AMB), João Elisio Ferraz de Campos (Fenaseg), Nilton Pizzotti (Porto Seguro), Murilo do Rego Lins (Marítima), Solange Beatriz (Fenaseg), Márcio Coriolano (Bradesco Saúde) Seguradoras: Negociações nacionais A Comissão Nacional e as Estaduais decidiram propor oficialmente à Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg) a implantação dos códigos da CBHPM, como medida para assegurar a consolidação da Classificação. Entendimento neste sentido havia sido iniciado no dia 6 de setembro, em reunião na sede da Fenaseg (foto), no Rio de Janeiro, com a participação do presidente da AMB, José Luiz Gomes do Amaral, do 1º vice-presidente, José Carlos Raimundo Brito; do presidente da Fenaseg, João Elisio Ferraz de Campos, e da diretora de Saúde, Solange Beatriz, além de representantes da Bradesco Seguros, Sul América, Porto Seguro e Marítima. Também havia sido acertada, no encontro, a participação da Fenaseg nas Câmaras Técnicas criadas pela AMB para otimizar custos e viabilizar a adoção da Classificação – Contratualização, Diretrizes, Materiais e Medicamentos, Implantes, Avaliação de Tecnologias e Permanente da CBHPM. Segundo José Carlos Brito, esta decisão da Fenaseg é “uma grande conquista do movimento médico, pois reconhece a importância da CBHPM e denota o comprometimento das seguradoras com a classe”. Unidas e Unimed integram tais Câmaras desde dezembro de 2004. Em Manaus, as lideranças deliberaram, ainda, por viabilizar uma comparação técnica entre as tabelas das seguradoras JAMB - AGO/SET/OUT - 2006 e a CBHPM com o objetivo de subsidiar as discussões sobre as diferenças de valores. Além disso, prosseguir as negociações sobre índice e periodicidade de reajuste, sem comprometer a hierarquização da CBHPM. Unidas e Unimed: mobilização é fundamental De acordo com o coordenador da Comissão Nacional, Florisval Meinão, é essencial que as Comissões Estaduais se empenhem nas negociações com cada singular da Unimed a fim de implantar a CBHPM. Depois de adotar a Classificação no intercâmbio nacional, a Unimed do Brasil alega que cabe às cooperativas decidirem pela implantação em seus ambientes próprios. Segundo Meinão, também é necessário insistir com as superintendências estaduais da Unidas na adoção da quarta edição da CBHPM, aprovada pela direção nacional das autogestões desde abril. Na análise do coordenador, nos Estados onde as Comissões são mais organizadas e atuantes, estão os maiores avanços no que diz respeito à CBHPM. “As Comissões que se dedicarem às negociações obterão resultados significativos”, aposta. A Comissão Nacional solicitou aos Estados, ainda, que repassem as informações de forma detalhada e constante para efetiva troca de experiências entre as entidades. O próximo encontro nacional está agendado para o dia 15 de novembro, em João Pessoa (PB). Ações para revigorar o movimento 1. Campanha publicitária nos Estados utilizando as peças publicitárias das entidades, fazendo as devidas adaptações; 2. Repasse das informações de forma detalhada e constante à Comissão Nacional, conforme modelo indicado, para efetiva troca de experiências entre as entidades; 3. Ampla divulgação, em cada Estado, de um ranking das operadoras, a exemplo da Comissão de Honorários Médicos do Pará, expondo os critérios utilizados, mediante orientações jurídicas; 4. Manter as negociações já iniciadas com as seguradoras visando a implantação dos códigos da CBHPM; 5. Apoiar a participação da Unimed, Unidas e agora da Fenaseg nas Câmaras Técnicas; 6. Reuniões regionais com a participação de um representante da Comissão Nacional; 7. Definir a data para o reajuste anual da CBHPM; 8. Projeto de Lei nos Estados para a implantação da CBHPM, a exemplo do PL 3466, de 2004. 13 CBHPM Últimas da CBHPM Unidas implantará a CBHPM em São Paulo Reunidos em meados de agosto, na sede da Associação Paulista de Medicina, representantes da Unidas e da Comissão Estadual de Consolidação e Defesa da CBHPM chegaram a um acordo para implantar a Classificação em todo o Estado de São Paulo. Após longa negociação iniciada no final do ano passado, o acordo prevê consulta a R$ 36,00 (exceto para policlínicas e ambulatórios hospitalares) e adoção da CBHPM com redutor de 17% para os portes. O acordo entrou em vigor em setembro, com previsão de reajuste em janeiro de cada ano, e se refere à terceira edição da Classificação. No entanto, os próprios dirigentes da superintendência estadual da Unidas ressaltam que as negociações para a adoção da quarta edição estão adiantadas. A direção nacional da Unidas havia aprovado tecnicamente a edição mais atualizada no dia 26 de abril, após participar da Câmara Técnica Permanente da CBHPM. As operadoras de autogestão que aceitaram o acordo são Fundação Cesp, Sabesprev, Saúde Caixa, SPA- Sistema Paulista de Assistência, ABAS 15, SP Trans, GE Industrial, Capesesp, Fassincra e Economus. Já a Petrobras, 14 concordou com o valor proposto para consulta e com um deflator de 20% para os portes, enquanto a Cassi (Banco do Brasil) aceitou o valor de R$ 35,00 para a consulta, mantendo o deflator de 17% para os portes. Plan-Assiste, Assefaz, Metrus, Sepaco, Volkswagen, Cabesp, Prev Saude, ABET, entre outras, continuam negociando a implantação da CBHPM. A concretização do acordo se dará com a assinatura de novos contratos entre as operadoras e os médicos. “A Comissão Estadual considera este acordo uma importante conquista para a classe médica e um primeiro passo para implantação da CBHPM no Estado de São Paulo”, afirmam os representantes das entidades médicas. Participaram do encontro (foto acima) Nereide Couto (Cassi), Walter Lírio do Vale (Fundação Cesp), Antonio Klaus Mesojedovas (Sabesprev e superintendente da Unidas-SP), Tomás Patrício Smith-Howard (coordenador da Comissão Estadual e diretor de Defesa Profissional da APM), Renato Azevedo (diretor do Cremesp), Maria das Graças Souto, Otelo Chino Júnior e Aizenaque Grimaldi de Carvalho (diretores do Simesp). Sergipe – Em setembro, a Unidas assinou o primeiro acordo de implantação da quarta edição da CBHPM, a partir de 1º de janeiro de 2007, com a consulta a R$ 38,00. O grupo concedeu outros reajustes retroativos a 1º de setembro: consulta a R$ 36,00 e 2,5% sobre os portes. Acre – A Unimed Rio Branco adotará a CBHPM a partir de outubro, pelo sistema pro-rata. Ceará – A Unimed Fortaleza implantou a CBHPM com redutor de 20%, à exceção do capítulo 4, e irá reajustar a consulta para R$ 38,00 a partir de 1º de novembro. Já a Geap reajustou a consulta para R$ 36,00 e os procedimentos em 2,17% de forma retroativa a 1º de agosto. Goiás – A Unidas implantou a terceira edição da CBHPM, em junho, com redutor de 13% para os procedimentos e 10% para a consulta (R$ 38,00). A Geap aceitou acordo com os mesmos deflatores, mas sobre a quarta edição. A Blue Life também adotou a terceira edição com redutor de 19% e consulta a R$ 38,00, passando a R$ 40,00 em outubro e R$ 42,00 em janeiro. Roraima – A Justiça Federal passou a remunerar a sua rede conveniada pelos valores da CBHPM com redutor de 20% e consulta a R$ 42,00. Bahia – Diante da proposta da Unidas de aumentar a consulta para R$ 38,00 e os portes em 2,5%, os médicos decidiram normalizar o atendimento à Cassi. A operadora, que sofria restrições desde 15 de agosto, liberou os pagamentos atrasados aos profissionais. Maranhão – Dois anos após o início do descredenciamento em massa organizado pelos médicos, a Justiça obrigou as seguradoras Sul América, Bradesco e Golden Cross a normalizarem o atendimento e remunerarem os profissionais pela CBHPM. JAMB - AGO/SET/OUT - 2006 Científico Científico: do aperfeiçoamento profissional à defesa jurídica Foto: César Teixeira Aldemir Soares, Edmund Baracat, José Luiz G. Amaral, Giovanni Cerri e Edson Andrade: discussões com as Sociedades de Especialidade No início da reunião do Conselho Científico, o professor Henrique Walter Pinotti, fundador do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva, propôs às Sociedades de Especialidade que os médicos com mais de 70 anos sejam isentos das contribuições associativas e das inscrições nos congressos e demais eventos da área. Em seguida, o presidente da entidade, José Luiz Gomes do Amaral, agradeceu a participação das Sociedades de Especialidade no processo de educação continuada que resultará na concessão do Certificado de Atualização Profissional aos especialistas, a partir de 2011. “Estamos agradavelmente surpresos com o grande número de eventos cadas16 trados desde outubro de 2005 e com o esforço das Sociedades em benefício de seus especialistas”, destacou Amaral. Para o presidente do Conselho Federal de Medicina, Edson de Oliveira Andrade, poucas classes buscam de forma tão incessante e competente o aperfeiçoamento profissional. “Esta adesão demonstra a pujança da medicina e a busca constante pela qualidade da assistência”, avaliou. Programa Diretrizes Na seqüência, Moacyr Cuce Nobre, do comitê técnico do Programa Diretrizes, informou ao Conselho Científico que, recentemente, foram enviadas novas 120 diretrizes para editoração, conforme convênio firmado entre a AMB e o CFM, totalizando 240 já finalizadas. Ele relatou também que as operadoras e seguradoras de saúde têm produzido diretrizes, principalmente relacionadas a novas tecnologias, e procurado a anuência da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que, por sua vez, consultou o Programa Diretrizes. O comitê técnico explicou, então, que a Câmara Técnica de Diretrizes, que já conta com a participação da Unidas e da Unimed do Brasil, é o fórum adequado para essas discussões, inclusive para as sugestões de temas pelas empresas conforme a demanda constatada. JAMB - AGO/SET/OUT - 2006 Educação continuada, Programa Diretrizes, Comissão de Assuntos Políticos, conflitos de interesse e Código Nacional de Saúde foram alguns temas das duas últimas reuniões do Conselho Científico da Associação Médica Brasileira realizadas na sede da AMB, em São Paulo. Atuação política Ainda durante o encontro, o 2º tesoureiro da AMB, Luc Louis Maurice Weckx, fez um breve relato sobre os trabalhos da Comissão de Assuntos Políticos AMB/ CFM, cujo principal objetivo é atuar na origem dos Projetos de Lei, resoluções e portarias em defesa dos interesses da medicina e dos pacientes. Após a discussão, iniciada em outubro de 2005, das proposições mais recentes e das polêmicas, foram apostilados 84 Projetos de Lei contendo a posição das entidades nacionais e das Sociedades de Especialidade afins (matéria completa na pág. 4) Conflitos de interesse Outro assunto debatido pelo Conselho Científico foi a influência da indústria farmacêutica e de materiais e equipamentos sobre a prática médica. O corregedor do CFM, Roberto Luiz D’Ávila, afirmou que esta é uma questão incansavelmente discutida em todos os países do mundo e que 30% do faturamento das empresas são investidos em publicidade. “Sabemos que nos preços dos medicamentos estão embutidos os recursos e o tempo investidos em pesquisa, mas temos que nos preocupar se 25% a 40% desses valores voltam para os médicos em forma de brindes e, em alguns casos, presentes como viagens turísticas”, advertiu. “Promoção e comércio são tarefas da indústria; a nossa é garantir a saúde do paciente, com quem JAMB - AGO/SET/OUT - 2006 temos profunda relação de confiança, o que inclui brigar por remédios mais baratos”, acrescentou o corregedor. Defesa jurídica O Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC) apresentou ao Conselho Científico a proposta de uma campanha nacional pela elaboração de um Código Nacional de Saúde, para que os médicos processados não continuem reféns das interpretações de quatro instrumentos: os Códigos Civil, do Consumidor, Penal e de Ética Médica. Roberto Saad Jr., ex-presidente do CBC, realçou que o número de acusações do chamado “erro médico” vem aumentando, em especial na área cível, que envolve indenizações financeiras. “Apesar do baixo índice de condenações, cerca de 3,5%, os profissionais inocentes chegam a perder, em média, R$ 15 mil e 26 meses, sendo que alguns têm prejuízo de R$ 100 mil e ficam envolvidos até 10 anos nos processos”, denunciou. O presidente da AMB lembrou que a Associação Paulista de Medicina, entidade que presidiu de 1999 a 2005, criou um departamento jurídico específico para dar apoio aos sócios diante de tais situações. “Vamos trabalhar em conjunto com as Sociedades de Especialidade para estender esta iniciativa a todo o País”, disse. O presidente do CFM, Edson de Oliveira Andrade, acredita que “o número de erros é maior do que os médicos desejariam, porém, muito menor do que se tem propagado”. Ele enfatizou, ainda, que “a melhor defesa do profissional é a relação médico-paciente alicerçada na confiança e na verdade”. De acordo com o diretor científico Giovanni Cerri, esta preocupação passa também pela formação do médico, incluindo a qualidade e o número de escolas. Por fim, o secretário-geral da entidade, Edmund Chada Baracat, sugeriu que a AMB, o CFM e as Sociedades de Especialidade organizem um fórum específico sobre o tema, quando seriam definidas estratégias de atuação em âmbito nacional. Especialidades eleitas O Conselho também votou e elegeu as 14 Sociedades de Especialidade que passaram a representá-lo no Conselho Deliberativo (lista baixo), órgão máximo da entidade composto também pela Diretoria Plena e pelas 27 Federadas. As 35 Sociedades presentes à reunião escolheram cinco representantes da área clínica, sete da área cirúrgica e dois de Serviços Auxiliares de Diagnóstico e Terapia (SADT) entre as 26 que haviam se candidatado até as 18h do dia 23 de junho, conforme comunicado oficial. As eleitas integram o Conselho Deliberativo durante o triênio 2005-2008, até que a nova diretoria da AMB convoque a próxima eleição. “Estas 14 Sociedades de Especialidade terão a responsabilidade de representar as outras 56, pois a sua tarefa será defender os interesses do Conselho Científico”, ressaltou o secretário-geral da AMB, Edmund Chada Baracat. 17 Fórum Fotos: Osmar Bustos Médicos devem estar atentos à Com o objetivo de aproximar médicos e profissionais do Direito, prevenindo eventuais conflitos com pacientes, a Associação Paulista de Medicina promoveu o III Fórum de Responsabilidade Civil, Ética e Penal do Médico, no dia 22 de setembro, em sua sede. “Os valores éticos precisam ser amplamente debatidos com a sociedade, e principalmente com os advogados, de forma contínua”, sentenciou o presidente da APM, Jorge Carlos Machado Curi, na solenidade de abertura. Os representantes do Conselho Federal de Medicina, Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), Federação dos Médicos de São Paulo e do Sindicato dos Médicos de São Paulo destacaram a iniciativa da APM. Pela AMB, participaram dos debates o secretário-geral, Edmund Chada Baracat, o 1º secretário, Aldemir Humberto Soares, o 1º tesoureiro, Amilcar Martins Giron, e o 2º tesoureiro, Luc Louis Maurice Weckx. Ônibus da defesa Para o presidente da Comissão Permanente de Biodireito do Instituto dos Advogados Brasileiros, Antônio Ferreira Couto Filho, “o segmento da saúde no Brasil foi surpreendido com a evolução da obrigatoriedade de se reparar danos a terceiros”. 18 Tendo em vista que “as leis brasileiras são casuísticas e paternalistas”, Couto considera um equívoco submeter a relação médico-paciente ao Código de Defesa do Consumidor. “Quando se trata de relação de consumo, pode ser aplicada a inversão do ônus da prova, sempre favorecendo a interpretação do consumidor, e também fica proibida a denúncia à lide, que seriam os convênios e as instituições hospitalares.” Apesar de considerar o Código Civil brasileiro mais adequado neste sentido, ele aponta a gratuidade da Justiça sem comprovação como um dos fatores que têm alimentado a “indústria do dano”. A professora de Direito Civil da Universidade de São Paulo, Teresa Ancona Lopez, vê um exagero, também, na demanda de processos por danos morais contra médicos. “Os advogados muitas vezes incentivam o cliente somente visando o lucro.” Ela explicou que “o dano moral não se prova com matemática, e é o juiz quem interpretará quanto o paciente foi lesado”. Informações claras De acordo com o 1º secretário do Cremesp, Henrique Carlos Gonçalves, médicos jamais poderão vender cura ou resultados. “Se assinarmos um contrato, este deve ser de meios.” “O médico deve ser julgado por suas atitudes, não pelo desfecho. A vida é finita e ele não pode ser responsabilizado sempre que o resultado não for o esperado pelo paciente ou seus familiares”, corroborou o diretor de Defesa Profissional da APM, Florisval Meinão. Gonçalves destacou, ainda, a importância dos prontuários serem preenchidos com cuidado para a segurança do paciente, em primeiro lugar, e para servir como prova judicial, caso haja necessidade. A coordenadora do Departamento Jurídico da Sociedade de Medicina de Cirurgia de Campinas, Vera Lúcia Espinoza, alertou para que os médicos estejam atentos ao serem notificados pelo CRM em uma sindicância, “porque é uma oportunidade ímpar de apresentar e justificar sua conduta”. O consentimento informado, para o doutor em Direito pela PUC- SP e mestre em Direito pela Universidade Estadual de Londrina, Luiz Rodrigues Wambier, deve fazer parte da rotina do atendimento e “precisa ser o mais abrangente possível, para que o médico possa usá-lo como prova”. Ele sugere, inclusive, que os profissionais gravem a conversa durante a consulta, em comum acordo com o paciente. “Quanto mais claras as informações, melhor para ambos.” JAMB JAMB- -AGO/SET/OUT MAI/JUN/JUL - 2006 “indústria do dano” Assistência jurídica Os advogados da assistência jurídica da APM, Rosmari Camargo e Roberto de Carvalho Campos, afirmaram que, em cinco anos de atividade, o serviço atendeu a mais de 1,2 mil médicos. Foram cerca de 550 ligações, 15 audiências e 250 diligências ao mês. Rosmari esclareceu que o prontuário só pode ser entregue, durante uma eventual apuração, mediante expressa autorização do paciente, ainda que este seja o autor da denúncia. A advogada lembrou, ainda, que o profissional pode ter que responder um processo nas áreas cível, criminal e ética ao mesmo tempo. Segundo Roberto Campos, o termo “erro médico” é impróprio por implicar uma culpa do profissional que, muitas vezes, não se prova. “Em inúmeros casos, a natureza do dano se relaciona a fatores estruturais, conjunturais ou gerenciais, alheios à vontade de médico.” O consultor jurídico da APM, Fernando Acayaba de Toledo, ressaltou que a maioria das ações contra médicos tem sido julgada improcedente. No entanto, destacou Antônio Ferreira Couto Filho, o médico sofre inestimáveis danos morais, psicológicos e financeiros durante o processo judicial, que pode levar anos. JAMB - AGO/SET/OUT - 2006 E não há como reparar tais prejuízos, atualmente, pois o Superior Tribunal de Justiça decidiu que não cabe ação do médico contra a suposta vítima, mesmo depois de vencer o processo em que foi réu, porque o paciente estaria em seu direito constitucional de invocar a prestação jurisdicional. Relação médico-paciente De acordo com Florisval Meinão, entre as medidas de combate à “indústria” do seguro de responsabilidade civil, estão o Programa Diretrizes AMB/ CFM, com foco na medicina baseada em evidências e centrada no paciente; a concessão do Certificado de Atualização Profissional aos especialistas; e os programas de educação continuada. Entretanto, além da correta prática da profissão, o médico precisa reforçar os laços com o paciente e investir nesta relação. “Ser atencioso e transparente, expor claramente a doença, as chances de complicação e os possíveis resultados de procedimentos cirúrgicos é a melhor maneira de reduzir mal-entendidos.” Na última palestra do Fórum, o promotor de Justiça Criminal da Capital, Marcelo Luiz Barone, abordou a responsabilidade penal do médico ante a Lei 9.099, de 1995, que dispõe sobre as competências dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais. PREVENINDO-SE CONTRA AÇÕES JUDICIAIS Valorize o diálogo Invista na relação médico-paciente, explicando em detalhes o diagnóstico e o tratamento proposto, sem deixar dúvidas. Consentimento informado O paciente deve assinar um termo declarando-se ciente dos procedimentos a serem realizados. Você pode, inclusive, em comum acordo com o paciente, gravar a conversa durante a consulta. Prontuário médico Deve ser preenchido por você de forma clara e detalhada e só pode ser utilizado como prova mediante a permissão do paciente. Contrato Jamais assine qualquer documento comprometendo-se com resultados. Se for o caso, responsabilize-se somente pelas formas de tratamento a serem empregadas. Sindicância Se notificado pelo CRM, reúna as provas e prepare bem sua defesa, pois é a única fase em que o processo pode ser arquivado. Polivalente Saiba que você pode ter que responder por uma denúncia, ao mesmo tempo, nas áreas cível (Código Civil), criminal (Código Penal), ética (CRM) e do Direito do Consumidor. 19 Federadas AMB e Amrigs: reunião em Porto Alegre Foto: Oldrig Zardo O presidente da Associação Médica Brasileira, José Luiz Gomes do Amaral, e o 2º tesoureiro da entidade, Luc Louis Maurice Weckx, estiveram reunidos com a diretoria executiva da Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs) e representantes das Sociedades de Especialidade do Estado, no dia 23 de junho, em Porto Alegre. Durante os debates, pela manhã, ficou clara a posição favorável dos médicos gaúchos à criação da Ordem dos Médicos e à necessidade de representação parlamentar da classe na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Foram discutidos também desafios do associativismo médico como a mobilização de uma classe cada vez mais numerosa e a adesão dos profissionais às frentes de trabalho das entidades médicas. No período da tarde, o presidente da Amrigs, Newton Barros, e o diretores Flávio da Costa Vieira, Dirceu Rodrigues e Renato Lajús Breda apresentaram projetos desenvolvidos pela Federada, como o Instituto de Vida Solidária e a Sociedade em Contas de Participação. Criado em abril de 2005 e já reconhecido como organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP), o Instituto de Vida Solidária representa um elo entre a Amrigs e a comunidade. Em parceria com o governo estadual, CREA e várias empresas, são desenvolvidos diversos projetos nas áreas de saúde, educação e cultura. 20 Newton Barros e José Luiz, em primeiro plano, reunidos com suas diretorias A outra iniciativa, Sociedade em Contas de Participação, consiste em um modelo de organização da Central de Convênios para gerenciamento dos honorários médicos do corpo clínico dos hospitais, por exemplo. Além de eliminar o trabalho burocrático e penoso de cobrança junto às operadoras, tem vantagem sobre as cooperativas pela menor tributação. Este projeto será apresentado às demais Federadas da Associação Médica Brasileira. Ainda durante o encontro, foi decidida a integração automática da Amrigs às negociações relativas ao Mercosul e a inserção de notícias da Associação Médica Brasileira na newsletter semanal enviada pela Federada a mais de 7,5 mil médicos. Mais saúde, menos corrupção! Num cenário pré-eleitoral com vampiros e sanguessugas desviando recursos da saúde pública, a Associação Médica do Rio Grande do Sul utilizou um painel sobre sua sede, em Porto Alegre (RS), para expressar seu posicionamento. “Mais saúde e menos corrupção” é a mensagem que a Amrigs coloca em uma das faces do painel triedo, visível em duas avenidas de grande fluxo: a Ipiranga e a Terceira Perimetral. “Por meio deste painel, externamos à comunidade o nosso posicionamento sobre o momento político em relação à saúde ou outros temas de interesse social”, justifica o presidente da Amrigs, Newton Barros. JAMB - AGO/SET/OUT - 2006 Comissões Foto: Márcio Arruda Reunião da Comissão em Brasília: Valdiney Veloso, Ricardo Henrique Meirelles, Gerson Zafalon Martins, Celso Antonio Rodrigues Silva e Antonio Pedro Mirra AMB/CFM ampliam ações contra o tabagismo Reunida por duas vezes no mês de junho, a Comissão de Combate ao Tabagismo definiu seu plano de trabalho para o período de 2006 a 2008 (quadro abaixo). Entre as atividades, está a publicação de estudos científicos em parceria com o Projeto Diretrizes AMB/CFM. Os trabalhos irão comprovar que o tabagismo é um grave problema de saúde pública e terão como objetivo atualizar as recomendações de conduta aos profissionais médicos frente a esta epidemia. Além disso, o inquérito sobre a dependência do tabaco entre os médicos, realizado pelas duas entidades em 2003, será publicado em breve. Também estão em fase final de gravação e lançamento o vídeo e o site sobre tratamento do tabagismo. Em 2007, o grupo pretende lançar um selo comemorativo em homenagem póstuma aos professores José Rosemberg e Mario Rigatto, pioneiros da luta contra o tabaco no Brasil e no mundo. Outro plano da Comissão para o próximo ano é a realização do V Congresso Brasileiro sobre Tabagismo. O grupo decidiu, ainda, recomendar aos Conselhos Regionais de Medicina a criação de suas Comissões de Controle do Tabagismo em parceria com as Secretarias de Estado da Saúde. • Estimular que seus ambientes organizacionais e seus eventos sejam livres do tabaco; • Incluir o tema controle do tabagismo na agenda de todos os congressos e eventos relacionados à saúde (válido para as Federadas e Sociedades de Especialidade); • Recomendar que as instituições de saúde criem Comissões de Controle do Tabagismo; • Manter o estímulo à criação de Comissões de Controle do Tabagismo pelas Federadas e Sociedades de Especialidade; • Participar e promover comemorações de datas pontuais: Dia Mundial Sem Tabaco (31 de maio) e Dia Nacional de Combate ao Fumo (29 de agosto); • Aconselhar os associados médicos a perguntar a seus pacientes, rotineiramente, sobre o consumo de tabaco e exposição à fumaça do tabaco; orientar sobre como parar de fumar e acompanhar este processo; • Incentivar a inclusão do tema tabagismo no currículo das escolas de ciências médicas; • Promover e participar da formulação de diretrizes sobre controle do tabagismo, juntamente com outras entidades médico-científicas; • Utilizar amplamente os meios de comunicação para a divulgação de aspectos do tabagismo, por meio do JAMB (coluna permanente), Revista da AMB e Portal da AMB; • Apoiar a legislação vigente sobre tabagismo; • Participar ativamente da Comissão de Controle do Tabagismo do Conselho Federal de Medicina; • Apoiar o Programa Nacional de Controle do Tabagismo do Instituto Nacional de Câncer, do Ministério da Saúde; • Apoiar o processo vigente da implementação da ConvençãoQuadro para o Controle do Tabaco, da Organização Mundial da Saúde. Metas principais • Ampliar o número de membros com a participação de representantes convidados de todas as Federadas, Sociedades de Especialidade e de médicos consultores de outras entidades médico-científicas; • Envolver os médicos nos programas nacionais de controle do tabagismo, com atenção eminentemente preventiva e com ações educativas, não somente junto aos profissionais, mas também aos seus pacientes e população em geral, a fim de obter uma redução da iniciação tabágica e prevalência dos fumantes; • Encorajar e apoiar os associados médicos para que exerçam o papel de modelo, não fumando (na presença de seus pacientes e nos ambientes de trabalho) e promovendo a cultura de uma sociedade livre do tabaco. Para isso, foi definido um perfil do médico como modelo de comportamento em relação ao tabagismo, que será levado ao conhecimento de seus associados; 22 JAMB - AGO/SET/OUT - 2006 Ramb Foto: César Teixeira RAMB premia os melhores artigos de 2005 Maria de Fátima, Fabio Ferreira e o editor da Ramb, Bruno Caramelli Os vencedores da primeira edição do Prêmio Professor Liberato Di Dio, concedido pela Revista da Associação Médica Brasileira (RAMB), foram homenageados durante reunião do Conselho Científico da entidade, em São Paulo Fábio Gonçalves Ferreira e Maria de Fátima Santos, autores do estudo cirúrgico “Fatores preditores de recidiva hemorrágica em cirróticos submetidos à cirurgia de Warren”, que ficou em primeiro lugar, receberam R$ 3 mil em cheque entregue pelo editor da RAMB, o cardiologista Bruno Caramelli. Também assinam o artigo original Fernando Tavares Salitures Neto, José Cesar Assef, Luiz Arnaldo Szutan e Armando de Cápua. O trabalho foi desenvolvido no Grupo de Fígado e Hipertensão Portal do Departamento de Cirurgia JAMB - AGO/SET/OUT - 2006 da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, e publicado no quinto volume da RAMB de 2005. Já Cristina Erico Yoshimoto, Edna Maria de Albuquerque Diniz e Flávio Adolfo Costa Vaz, em segundo lugar, receberam R$ 2 mil pelo estudo “Evolução clínica e laboratorial de recémnascidos de mães HIV positivas”, desenvolvido na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatal do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Este artigo foi impresso no segundo volume da RAMB do ano passado. “O Prêmio Professor Liberato Di Dio foi uma iniciativa do corpo editorial da RAMB para estimular a produção científica nacional, que recebeu apoio da iniciativa privada por meio da publicação de suplementos submetidos a rigorosos critérios éticos e editoriais”, contou Caramelli. Para o diretor científico da AMB, Giovanni Guido Cerri, o prêmio “valoriza a atuação do médico como pesquisador e também o papel científico da entidade”. Ele lembrou, ainda, a “produção acadêmica impressionante do cientista Liberato John Alphonse Di Dio, que dá nome ao prêmio e muito bem representa a medicina brasileira”. “Sua participação no conselho editorial da RAMB por tantos anos foi decisiva para a consolidação da revista”, completou Bruno Caramelli. O professor Di Dio faleceu em julho de 2004, aos 82 anos. Bimestral e com tiragem de 5 mil exemplares, a RAMB é indexada a renomadas bases de dados da área médica como Medline, Lilacs e Scielo. Além disso, possui os conceitos Qualis A Nacional e Qualis C Internacional da Capes, importante portal brasileiro de informação científica. A RAMB disponibiliza todo o seu conteúdo on-line, acessível pelo site www.ramb.org.br. 23 Residência médica: novo currículo A Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) do MEC pretende dar um novo enfoque aos currículos de todas as especialidades médicas, visando valorizar os princípios humanísticos, além das particularidades regionais, com ênfase, simultaneamente, na promoção de saúde, na prevenção, na eficácia do diagnóstico e do tratamento, na reabilitação e reintegração à sociedade. “O conhecimento em medicina dobra a cada três anos”, afirma o secretário-executivo da CNMR, Antonio Carlos Lopes. “Portanto, o currículo da residência tem, obrigatoriamente, de acompanhar essa evolução. Anos atrás, a Aids não existia, não é verdade? Pois hoje tem de ser estudada em profundidade, assim como retomar o ensino de doenças como a tuberculose e a hanseníase, que estão de volta com manifestações clínicas diferentes, só para citar alguns casos”. Na prática, a CNRM já deu os passos iniciais para a revisão completa do currículo da residência médica. Algumas especialidades, como a Neurocirurgia, a Ginecologia e Obstetrícia, a Cirurgia Geral e a Ortopedia e Traumatologia iniciaram o projeto de adequação do ensino às demandas atuais básicas para um melhor atendimento aos pacientes e para o eficiente exercício social da medicina. “A última revisão data de 2002”, recorda Antonio Carlos Lopes. “Na Ginecologia e Obstetrícia aumentamos a residência para três anos, pois era necessário mais tempo para uma formação, contemplando pontos relevantes como a medicina fetal, as novas técnicas cirúrgicas e abordagens de tratamento. Outro caso interessante é a divisão em Cirurgia Geral e Cirurgia Geral Programa Avançado. Nesta última, o futuro médico precisará ser capaz de abrir um tórax, um abdome, de operar varizes... Isso é uma necessidade no Brasil. Já na Clínica Médica, as doenças infecciosas reemergentes podem precisar de abordagens diferentes no Sul e no Nordeste, portanto, o currículo tem de ser flexível”, destaca Lopes. O secretário-executivo frisa também que idéia é contemplar o lado humanístico, transmitir também os avanços tecnológicos, garantir a difusão do conhecimento com informação, possibilitar que o futuro profissional seja capaz de formular conceitos, de tirar as próprias conclusões. “Não trabalhamos para formar um médico que se encastelará nas grandes universidades, nos hospitais de ponta. Queremos ele apto, com a melhor formação possível para exercer a medicina em qualquer localidade longínqua do País, que atenda aos cidadãos com competência e qualidade.” Outra preocupação do MEC é possibilitar que os cursos de residência médica só sejam oferecidos por instituições sérias. “O intuito não é fechar serviços, mas sim garantir que os futuros médicos recebam boa formação. Também não admitimos a má gestão da residência, e a exploração dos residentes como mão-de-obra barata. Fechamos alguns cursos assim e fecharemos outros. A residência no Brasil tem de ser – e será – séria e conseqüente.” 24 Foto: Abramer Residência Médica Brasília: protesto dos médicos residentes movimento nacional de paralisação integrou Bolsa para residentes pode ter reajuste de 30% D epois de uma paralisação nacional envolvendo 15 mil dos quase 17 mil médicos residentes, no dia 24 de agosto, os Ministérios da Saúde e da Educação aprovaram um reajuste de 30%, a partir de janeiro, sobre o valor da bolsa, atualmente de R$ 1.474. Segundo o presidente eleito da Associação Nacional dos Médicos Residentes, Daniel Pereira, a proposta deverá ser encaminhada ao Congresso pela Casa Civil, nos próximos dias, como Medida Provisória ou Projeto de Lei. Caso o acordo não seja cumprido, os residentes, sem reajuste desde 2001, podem entrar em greve por tempo indeterminado, conforme já deliberou a assembléia de 23 de setembro, em Gramado (RS). JAMB - AGO/SET/OUT - 2006 Política Médica Fenam tem novo presidente Foto: Alexandre Vieira Santana destacou a união das entidades nacionais, em seu discurso de posse O novo presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Eduardo Santana, eleito para o biênio 2006/2008, tomou posse em solenidade realizada no Rio de Janeiro, no dia 17 de agosto, com a participação de 200 representantes de órgãos governamentais e entidades de classe de todo o País. A união das entidades médicas nacionais, a defesa da formação médica e do exercício da cidadania na medicina tiveram destaque no discurso de posse. “São compromissos não só meus, mas de todos os médicos brasileiros”, lembrou Santana. Os presidentes da Associação Médica Brasileira, José Luiz Gomes do Amaral, e do Conselho Federal de Medicina, Edson de Oliveira Andrade, assistiram à solenidade, em que foram ressaltadas muitas das lutas conjuntas das três entidades. Conselho Nacional de Saúde No dia 15 de setembro, Eduardo Santana tomou posse como membro titular do Conselho Nacional de Saúde (CNS), em Brasília. Pela primeira vez em 70 anos, a escolha das entidades e movimentos sociais com representantes na nova composição do Conselho foi feita por meio de eleição, prevista do Decreto 5.839/06. A cadeira reservada aos médicos até 2009 tem como suplentes o diretor do Conselho Federal de Medicina, Alceu Pimentel, e o representante da AMB, Armando Tadeu Guastapaglia. As três entidades seguem rodízio anual a fim de garantir a representatividade da classe. Para o presidente da Fenam, o CNS é a maior instância para discutir as questões relativas ao financiamento do Sistema Único de Saúde. Ele defende, ainda, a presença da classe no pleito do Conselho, alegando ser “impensável não haver uma cadeira reservada aos médicos no CNS”. Esta posição é compartilhada pelo Conselho Federal de Medicina e pela Associação Médica Brasileira (veja nota ao lado). 26 NOTA OFICIAL CNS Conselho Nacional de Saúde sem médicos é um atentado à saúde da população No dia 11 de julho, foi publicado no Diário Oficial da União o Decreto nº 5.839, que dispõe sobre a organização, as atribuições e o processo eleitoral do Conselho Nacional de Saúde – CNS, além de outras providências. Em linhas gerais, a normativa trata das competências do CNS e estabelece novas regras para sua composição. O número de membros titulares é ampliado de 40 para 48, na proporção de 50% de representantes de entidades e dos movimentos sociais de usuários do SUS; 25% de representantes de entidades de profissionais de saúde, incluída a comunidade científica da área de saúde; e 25% de representantes do governo, de entidades de prestadores de serviços de saúde, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS, do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde CONASEMS e de entidades empresariais com atividade na área de saúde. Lamentavelmente a tradicional e necessária participação da classe médica no Conselho Nacional de Saúde não está garantida pelo Decreto nº 5.839. Neste momento a representação está mantida precária e temporariamente, graças a um acordo que teve como base o regimento interno. Porém, a qualquer momento os médicos podem ficar sem a cadeira que lhes tem permitido defender a boa prática médica e a assistência de qualidade. Tendo em vista a importância singular da medicina para o diagnóstico e tratamento de mais de 180 milhões de brasileiros e a contribuição dos médicos para a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), a Associação Médica Brasileira vem a público lamentar mais esta equivocada decisão das autoridades do País, especialmente as da área de saúde. Um Conselho Nacional de Saúde sem médicos representa um atentado contra a saúde dos cidadãos. É público e notório que a vigília permanente dos profissionais de medicina em prol dos pacientes sempre foi de suma importância para o sistema, assim como para evitar abusos e tentações antidemocráticas. A AMB espera que tal decreto seja revisto, de forma a garantir que a parceria entre médicos e pacientes continue consagrada como um dos pilares fiscalizadores na rede de saúde do Brasil. O controle social dos conselhos nacional, estaduais e municipais de saúde é benéfico a todos os agentes do setor e a Associação Médica Brasileira faz questão de preservá-lo por intermédio de mecanismos eficientes e democráticos. São Paulo, 3 de agosto de 2006 Associação Médica Brasileira JAMB JAMB - AGO/SET/OUT - MAI/JUN/JUL- -2006 2006 Câmaras Técnicas Câmara Técnica propõe registro nacional de próteses Foto: Camila Kaseker Um dos principais assuntos da reunião da Câmara Técnica de Implantes, no dia 22 de setembro (foto), foi a criação de um registro nacional de próteses, a exemplo de vários países europeus e do Canadá. O presidente da Comissão de Controle de Material da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia(Sbot), Luiz Carlos Sobania, que coordenou os trabalhos, explica que toda prótese implantada ou retirada de um paciente entraria no Registro. Assim, poderiam ser avaliadas a durabilidade e a qualidade do material, de olho na relação custo-benefício. “A iniciativa exige envolvimento tanto do médico quanto do sistema de saúde”, ressalta Sobania. Um projeto piloto deverá ser desenvolvido para análise das entidades médicas e do Ministério da Saúde. Também foi decidido solicitar novas sugestões para o formulário simplificado de notificação de efeitos adversos relativos a materiais às Sociedades de Especialidade afins: Ortopedia e Traumatologia, Neurocirurgia, Oftalmologia, Urologia, Cirurgia Cardiovascular, Angiologia e Cirurgia Vascular, Cirurgia Geral, Ginecologia e Obstetrícia e Cirurgia Torácica. Por fim, decidiu-se que um representante da Câmara Técnica irá se reunir com o deputado Colbert Martins (PPS-BA), atual relator do Projeto de Lei 6313/2005, sobre a aprovação deste. A proposta, cuja autora é a deputada Maninha (PSOL-DF), estabelece a notificação compulsória das falhas detectadas em implantes. Participaram do encontro, ainda, Marco Amatuzzi (Associação Paulista de Medicina), Sérgio Okane e Roberto Canto (Sbot), Júlio Torres Rufino (Conselho Federal de Medicina), Patrícia Medina (Unidas), Tomaz Puga Leivas (Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Universidade de São Paulo), Jorge Luís Carvalho (Agência Nacional de Saúde Suplementar), Sérgio Madeira (Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Implantes), Wilmar Silvino (Conselho Brasileiro de Oftalmologia), José Teles de Mendonça e Walter Gomes (Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular). Abaixo-assinado contra a venda de álcool inflamável No dia nacional da luta contra a queimadura, várias entidades ligadas à área da saúde se manifestaram publicamente contra a venda direta de álcool líquido acima de 46º INPM (Instituto Nacional de Pesos e Medidas), e divulgaram um abaixo-assinado virtual que apela por providências dos Poderes Legislativo e Judiciário. Esta parceria entre a Associação Médica Brasileira, Associação Paulista de Medicina, Associação Brasileira de Defesa do Consumidor – Pro Teste, ONG Criança Segura, Sociedade Brasileira de Queimadura, Instituto Pró-Queimados e Sociedade Brasileira de Pediatria almeja a proibição da venda deste produto altamente inflamável ao consumidor brasileiro. O texto do abaixo-assinado propõe à Câmara dos Deputados a unificação e aprovação, em caráter de urgência, dos Projetos de Lei em tramitação que tratam da proibição da venda do álcool líquido acima de 46º INPM. Além disso, apela ao Poder Judiciário para que julgue as ações mantendo esta medida. No Brasil, cerca de 150 mil pessoas por ano são vítimas de queimaduras provocadas por acidentes com álcool líquido. Um terço desse total são crianças. O abaixo-assinado lembra também que, em 2002, a utilização do álcool líquido acima de 46º INPM ficou proibida por alguns meses, período em que houve redução de 60% nos acidentes, segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Queimadura. JAMB - AGO/SET/OUT - 2006 27 Especialidades Foto: Camila Kaseker Cancerologia e Oncologia Clínica: trabalho conjunto A Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC) e a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) firmaram um convênio em prol da Cancerologia Clínica, elencando uma série de medidas para fortalecer a especialidade. O documento foi assinado na sede da AMB, em São Paulo, no dia 11 de julho. A partir deste convênio, que tem prazo indeterminado, serão unificadas as atividades de pesquisa (defesa científica), divulgação, registro e defesa profissional dos médicos cancerologistas clínicos. Além disso, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica passará a participar da concessão do Título de Especialista em Cancerologia/Cancerologia Clínica e das discussões a respeito do aperfeiçoamento dos cursos de residência médica relativos à especialidade. Atualmente, a Sociedade Brasileira de Cancerologia é a entidade que representa os médicos cancerologistas no Conselho Científico da AMB e, conseqüentemente, junto à Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM). Para o presidente da SBOC, Enaldo Melo de Lima, a assinatura do convênio foi um momento histórico. “Participar ativamente da concessão do Título de Especialista, desde a elaboração do concurso até a divulgação dos resultados, sempre foi um dos nossos grandes objetivos”, conta. Outra meta das entidades, agora unidas, é solicitar de forma oficial à CNRM a 28 Eraldo Lima, Roberto Fonseca, Luiz Carlos Calmon Teixeira e Aldemir Soares extensão da residência médica na área de dois para três anos e também uma discussão aprofundada da grade teórica e prática desses cursos de especialização. As Sociedades pretendem, ainda, divulgar em parceria todos os eventos da área, garantindo os mesmos benefícios para os sócios de ambas as entidades. O XVII Congresso Brasileiro de Cancerologia, por exemplo, de 22 a 25 de novembro, em Belo Horizonte (MG), será presidido por Roberto Porto Fonseca, oncologista clínico e vice-presidente da SBC. “São posições como essa que atestam o espírito de cooperação entre as entidades”, afirma Luiz Carlos Calmon Teixeira, presidente do Conselho Superior da Sociedade Brasileira de Cancerologia. “A soma de esforços é sempre útil em ciência”, ressalta. De acordo com os representantes das entidades, o convênio já vinha sendo trabalhado desde as gestões anteriores pela presidente da SBC, Lair Barbosa de Castro Ribeiro, e pelo ex-presidente da SBOC, Roberto de Almeida Gil. “Temos certeza de que esta parceira dará uma nova força à especialidade, contribuindo decisivamente para a formação do cancerologista clínico e para a assistência de qualidade aos pacientes”, avalia o 1º secretário da AMB, Aldemir Humberto Soares, que intermediou as discussões entre as Sociedades, nos últimos três anos, buscando a convergência científica dos médicos a elas ligados. O vice-presidente de Assistência Médica e Defesa Profissional da SBOC, Adriano Mendes, e a advogada da entidade, Lúcia Freitas, além de Roberto Fonseca, também participaram do encontro. JAMB - AGO/SET/OUT - 2006 Especialidades Homeopatia se opõe à Portaria 971 do Ministério da Saúde Assim como a Associação Médica Brasileira, o Conselho Federal de Medicina, o Colégio Médico de Acupuntura e diversas entidades médicas regionais, a Associação Médica Homeopática Brasileira divulgou nota oficial (ao lado) contrária à Portaria 971, do Ministério da Saúde, que institui as chamadas “práticas integrativas e complementares” no Sistema Único de Saúde. Após reunião realizada na sede da AMB, em São Paulo, no dia 26 de junho, os representantes da entidade reviram sua posição inicial e admitiram falhas gritantes da Portaria de 4 de maio último, como a possibilidade de que a Homeopatia e a Acupuntura sejam exercidas por profissionais sem a formação médica. Participaram do encontro o 1º secretário da AMB, Aldemir Humberto Soares, o presidente da AMHB, Mário Antônio Cabral Ribeiro, o vice-presidente da Região Sudeste, Carlos Alberto Fiorot, e os representantes da Comissão de Saúde Pública da AMHB, Helvo Slomp Junior e Gíssia Gomes Galvão. Foto: Camila Kaseker POSSE – No dia 5 de outubro, tomou posse como professor titular da disciplina de Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo o secretáriogeral da AMB, Edmund Chada Baracat. Na foto, na cerimônia realizada na Sala da Congregação da FMUSP, Edmund Baracat, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab; o vice-diretor da Faculdade, Yassuhiko Okay; a então secretária municipal de Saúde, Maria Cristina Cury; o professor titular de Urologia da FMUSP, Miguel Srougi; e o professor titular de Obstetrícia, Marcelo Zogaib. Foto: Julio Yoshizumi HOMENAGEM – O presidente da Associação Médica Brasileira, José Luiz Gomes do Amaral, foi homenageado durante o II Congresso Mundial de Integração em Acupuntura Médica, realizado de 15 a 17 de junho, em São Paulo, pela Associação Médica Brasileira de Acupuntura (AMBA) e pelo Colégio Médico de Acupuntura, em conjunto com o International Council of Acupuncture and Related Techniques. Em reconhecimento às suas contribuições para a consolidação da acupuntura como especialidade médica no Brasil, a homenagem foi entregue na abertura do evento pelo presidente da AMBA, Ruy Tanigawa. JAMB - AGO/SET/OUT - 2006 Nota oficial da AMHB I – Em decorrência da publicação da Portaria 971 de 4 de maio de 2006 pelo Ministério da Saúde; II – Pelo fato desta gerar dúvidas e contradições quanto à clareza de definição da Homeopatia como especialidade médica, e de que o atendimento homeopático deverá ser exercido claramente por médicos, tal qual está estabelecido no Brasil há 25 anos; III – Em virtude das avaliações e posições das nossas respeitáveis instituições médicas, representadas pelo Conselho Federal de Medicina e pela Associação Médica Brasileira, que se posicionaram contrárias à tal Portaria; IV – Considerando as sucessivas reuniões envolvendo a AMHB / AMB / CFM, além de reuniões consultivas com os representantes das Entidades Federadas da AMHB, lideranças da Homeopatia como ex-presidentes da AMHB e membros da Comissão de Saúde Pública da AMHB; A Diretoria da AMHB, por unanimidade, assumindo para si a responsabilidade, neste difícil momento pelo qual passa a Homeopatia brasileira e, priorizando a conquista da prerrogativa de sermos uma especialidade médica, resolve oficialmente o seguinte: 1 – adotar posição conjunta com o Conselho Federal de Medicina e a Associação Médica Brasileira, de forma contrária à citada Portaria; 2 – acatar as propostas aprovadas na reunião conjunta CFM / AMB / AMHB, realizada no dia 26 de junho de 2006, em São Paulo, na sede da AMB. Belo Horizonte, 27 de junho de 2006 Diretoria da AMHB 29 Título de Especialista Título de Especialista Nefrologia – 1 e 2 de dezembro – Inf. (11) 5549-1242 e www.sbn.org.br Cancerologia/Cancerologia Pediátrica – 14 de novembro – Inf. (71) 3240-4868 e www.sbcancer.org.br Oftalmologia – 19 de janeiro de 2007– Inf. (11) 3266-4000 e www.cbo.com.br Urologia – 18 de novembro – Inf. (21) 2246-4092 e www.sbu.org.br Ortopedia e Traumatologia – 11 a 13 de janeiro de 2007 – Inf. 0800-55-7268 e www.sbot.org.br Neurologia – 8 de dezembro – Inf. (11) 5084-9463 e www.abneuro.org Cirurgia do Aparelho Digestivo – 20 de novembro – Inf. (11) 3288-8174 e www.cbcd.org.br Cancerologia/Cancerologia Clínica – 22 de novembro – Inf. (71) 32404868 e www.sbcancer.org.br Otorrinolaringologia – 10 e 11 de março de 2007 – Inf. (11) 5052-9515 e www.aborlccf.org.br Cirurgia Plástica – 1 a 3 de fevereiro de 2007 – Inf. (11) 38261499 e www.cirurgiaplastica.org.br Endoscopia – 22 de novembro – Inf. (11) 3148-8200 e www.sobed.org.br Certificado de Área de Atuação Cardiologia Pediátrica – 15 de novembro – Inf. (21) 2537-8488 ramal 215 e www.cardiol.br Eletrofisiologia Clínica Invasiva – 29 de novembro – Inf. (11) 5543-1824 e www.sobrac.org Medicina de Urgência – 2 de dezembro – Inf. (11) 5572-4285 e www.sbcm.org.br Mamografia – 3 de dezembro – Inf. (21) 2487-6336 e www.febrasgo.com.br Ultra-Sonografia em Ginecologia e Obstetrícia – 3 de dezembro – Inf. (21) 2487-6336 e www.febrasgo.com.br Endoscopia Ginecológica – 3 de dezembro – Inf. (21) 2487-6336 e www.febrasgo.com.br Sexologia – 3 de dezembro – Inf. (21) 2487-6336 e www.febrasgo.com.br Medicina Fetal – 3 de dezembro – Inf. (21) 2487-6336 e www.febrasgo.com.br Cirurgia Videolaparoscópica – 20 de novembro – Inf. (11) 3288-8174 e www.cbcd.org.br Hepatologia – 20 de novembro – Inf. (11) 3812-3253 e www.sbhepatologia.org.br Endoscopia Digestiva – 22 de novembro – Inf.(11) 3148-8200 e www.sobed.org.br Administração em Saúde – 2 de dezembro – Inf. (11) 3188-4243. 30 Amib e ILAS: Curso de sepse A Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib), em parceria com o Instituto Latino-Americano de Sepse (ILAS), promove o “Curso de Imersão em Sepse” em qualquer região do Brasil. Composto por conteúdo teórico e prático e discussão de um caso clínico, os temas abordados são conceito e epidemiologia da sepse no Brasil e no mundo; abordagem do agente infeccioso; como melhorar a perfusão no choque séptico; suporte farmacológico; tratamento coadjuvante; implantação da Surviving Sepsis Campaign no Brasil e casos clínicos. O curso faz parte da parceria entre o ILAS e a Amib e integra o contexto da Campanha Mundial de Sobrevivência a Sepse, que tem o objetivo de reduzir em 25% as mortes por sepse nos próximos cinco anos por meio da aplicação de estratégias de tratamento. Os interessados podem entrar em contato com a Amib: [email protected]. Nota Oficial Os médicos brasileiros, representados pelo Conselho Federal de Medicina, Associação Médica Brasileira e Federação Nacional dos Médicos, ante a grave violência que resultou na morte da médica Maria Cristina Souza Felipe da Silva, na cidade de Governador Valadares (MG), vêm denunciar à nação brasileira as péssimas condições de trabalho a que somos submetidos em nosso País, especialmente os peritos do INSS. É antiga e notória a falta de segurança a que somos quotidianamente submetidos sem que as autoridades públicas adotem qualquer providência para que possamos exercer os nossos trabalhos com a tranqüilidade e segurança necessárias. Tais fatos, associados ao descumprimento de acordos previamente ajustados com as autoridades federais, levaram os médicos peritos do INSS a se declararem em greve, movimento que reputamos justo por defender, antes de tudo, uma Medicina independente, solidária e compromissada com o povo brasileiro. Manaus, 14 de setembro de 2006 Associação Médica Brasileira Conselho Federal de Medicina Federação Nacional dos Médicos JAMB - AGO/SET/OUT - 2006 Notas PSIQUIATRIA CRITICA PORTARIA INTERMINISTERIAL A portaria interministerial nº 1055, baixada em conjunto pelo Ministério da Saúde e Secretaria Especial dos Direitos Humanos, que institui o Núcleo Brasileiro dos Direitos Humanos e Saúde Mental, provocou severas críticas por parte dos psiquiatras. A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) protocolou ofício em que expressa sua discordância em relação ao documento. “A Associação Brasileira de Psiquiatria decide não participar deste grupo de trabalho e repudia toda a ação que visa regular a assistência aos portadores de doença mental através de portarias, sem a prévia e necessária discussão com os legítimos representantes da prática médica no Brasil”, informa o texto da entidade, assinado pelo seu presidente, Josimar França. Apesar de parecer óbvia a colaboração de psiquiatras na construção de políticas de saúde mental, o ofício demonstra que a dificuldade de comunicação entre ABP e o governo é recorrente. “Mais uma vez a Associação Brasileira de Psiquiatria, entidade formada por mais de 5 mil associados e 58 órgãos representativos em todo o país, não foi solicitada oficialmente como representante maior da Psiquiatria Brasileira”, diz França. Campanha Durante o 24º Congresso Nacional realizado em Curitiba, de 21 a 27 de outubro, a ABP – Associação Brasileira de Psiquiatria lançou o projeto piloto “Psiquiatria para Uma Vida Melhor”, uma atividade de seu Programa ABP Comunidade. A iniciativa pretende informar a população sobre os vários aspectos da doença mental e seu tratamento. Com isso, a entidade pretende criar um canal eficiente de comunicação com a sociedade a fim de facilitar a atuação dos psiquiatras, potencializar a cura de pacientes e oferecer bem-estar e tranqüilidade às famílias. Para o presidente da ABP, Josimar França, o preconceito é mais nocivo que os problemas financeiros e estruturais do sistema de saúde. “O estigma impede, principalmente, a socialização dos pacientes, que é fundamental para o tratamento e cura da doença”, explica. Além disso, “prejudica a relação com os familiares, desestimula os profissionais, dificulta a formação de novos médicos e até mesmo impede que muitas pessoas procurem atendimento especializado”. GASTRO REALIZA PROGRAMA DE EDUCAÇÃO A Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) lançou recentemente, em São Paulo, o Programa Nacional de Educação e Desenvolvimento Continuado à Distância para Certificação de Atualização Profissional. Trata-se de um projeto pioneiro de educação à distância, alinhado à Resolução CFM 1772/05 – norma que institui a obrigatoriedade do Certificado de Atualização Profissional (CAP) às especialidades médicas e sua renovação, a cada cinco anos. O Programa proporcionará, além da atualização científica, 12 créditos – um por aula - reconhecidos pela Comissão Nacional de Acreditação (CNA). O projeto contempla um curso gratuito de atualização científica pela internet., aberto para os sócios da FBG e as inscrições poderão serão feitas pela internet, no site www.fbg.org.br. Terá duração de um ano e será divido em 12 aulas. O conteúdo inclui temas sobre hepatites virais, manifestações digestivas da Doença de Chagas, pancreatite crônica, entre outros. As dúvidas, perguntas e orientações acadêmicas dos médicos usuários serão respondidas por e-mail ou pelo 0800-703 0345, das 9h às 18h. Ao final do ano letivo, os médicos receberão um certificado de conclusão, emitido pela FBG, que apontará quais as aulas foram cursadas e o total de créditos correspondentes. Este será o documento comprobatório exigido pela FBG, após o período de cinco anos, que o médico especialista terá para acumular 100 créditos. 32 CONGRESSO DA COMUNIDADE MÉDICA LUSÓFONA De 27 a 29 de novembro, será realizado na cidade de Praia, capital de Cabo Verde (África), o 1º Congresso da Comunidade Médica de Língua Portuguesa, cujos debates terão como tema principal “Formação médica – desafio do século XXI”. Além de Cabo Verde, integram a Comunidade entidades médicas de Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Portugal e Brasil, que será representado pela AMB e CFM. O evento prevê ainda a realização de três cursos com duração de 120 minutos: 1) Atualização em anticoncepcionais e climatério; 2) Psiquiatria para clínicos gerais; 3) Oftalmologia para clínicos gerais. Informações mais detalhadas poderão ser obtidas na Secretaria Executiva do Congresso: EME Marketing e Eventos (Cabo Verde) - tel: (00238) 2622503; fax: (00238) 2623099 ou [email protected]. CREMESP FAZ RECADASTRAMENTO Até março de 2007, os 90.975 médicos que atuam no Estado de São Paulo deverão comparecer às sedes e Delegacias do Conselho Regional de Medicina (Cremesp), para atualizar seus dados pessoais e apresentar documentos originais de identificação. A medida visa conter o crescimento do número de falsos médicos. O cronograma do recadastramento foi definido conforme a data de aniversário dos médicos. Até outubro, por exemplo, foram convocados os aniversariantes de janeiro e fevereiro. No ato será entregue uma nova carteira de identidade do médico com códigos de barra. “Cartões de desconto” Publicada em no dia 31 de agosto, a Resolução nº 151/2006 do Cremesp proíbe a vinculação de médicos aos chamados “cartões de desconto” comercializados por funerárias e outras empresas. De acordo com a norma, neste tipo de convênio, “o ato médico está sendo vinculado como prêmio de uma transação comercial, na qual terceiros, com o objetivo de lucros, exploram o trabalho médico”. O Conselho Federal de Medicina (CFM) já havia publicado em 2002 uma resolução (nº 1649) sobre o assunto, alertando os profissionais sobre os riscos legais dessa prática, “sem qualquer compromisso solidário de qualidade ou responsabilidade civil”. JAMB - AGO/SET/OUT - 2006 Notas Nota Oficial Considerando-se que a representatividade dos médicos acupunturistas no Conselho Científico da Associação Médica Brasileira se faz por meio do Colégio Médico de Acupuntura (CMA); Considerando-se a necessidade de reestruturar e fortalecer essa representação, legitimada pelo voto dos seus especialistas; A diretoria executiva da Associação Médica Brasileira, reunida no dia 5 de setembro de 2006, em sua sede na cidade de São Paulo, decidiu: 1) Aprovar o novo estatuto do CMA; 2) Designar uma diretoria provisória constituída pelos Drs. Aldemir Humberto Soares (Presidente) e Luc Louis Maurice Weckx (Secretário), com mandato de 90 dias, com a finalidade de convocar e realizar eleição de acordo com o novo estatuto; 3) Informar que o concurso para obtenção do Título de Especialista em Acupuntura somente será realizado após a posse da diretoria eleita. São Paulo, 5 de setembro de 2006 Edmund Chada Baracat Secretário-Geral SBN LANÇA CAMPANHA DE PREVENÇÃO AO NEUROTRAUMA A Sociedade Brasileira de Neurocirurgia lançou uma campanha de prevenção ao neurotrauma (traumatismo craniano e da coluna vertebral) como parte do Projeto Pense Bem. Foram distribuídos folhetos nos pedágios nas principais rodovias do sudeste do país, entre as quais a Nova Dutra (Rio-São Paulo), a Via Lagos, a Ponte Rio-Niterói e Rio-Teresópolis. O material tem enfoque educativo e contém algumas recomendações fundamentais para evitar os diferentes tipos de acidentes que causam o neurotrauma no trânsito, nos esportes e lazer e até mesmo em casa. A mensagem do Projeto Pense Bem – “Use a cabeça para proteger seu corpo” – está em destaque. As próximas ações consistem na veiculação de um filme de TV em rede nacional e na distribuição dos folhetos em todo o País. O Projeto Pense Bem é inspirado no Think First, da National Injury Prevention Foundation (EUA). Neurotrauma Segunda causa de morbi-mortalidade no Brasil, o trauma é hoje um problema social que provoca morte, invalidez e prejuízos financeiros. No País, são registradas 150 mil mortes por ano causadas por acidentes de trânsito, com armas de fogo, de trabalho e domésticos. Além dessas vítimas, há centenas de milhares de seqüelados definitivos. No Brasil, vivem 3% da população do planeta e acontecem 13% dos homicídios por arma de fogo do mundo. Os acidentes de trânsito ultrapassaram 307 mil em 2001, com 420 mil vítimas, sendo 45 mil fatais. Em cerca de 75% dos desastres fatais nas ruas e estradas, existe um motorista alcoolizado. Um quinto dos traumas no trabalho também são provocados pelo álcool, incapacitando cerca de 300 mil pessoas temporariamente e 100 mil de forma permanente. Cerca de R$ 9 bilhões são destinados ao atendimento ao trauma anualmente, quase um terço de tudo que é investido em saúde pública no País. Em 2005, cada vítima grave de trauma custou R$ 100 mil aos cofres públicos, enquanto a média de investimentos do governo em saúde foi de R$ 300,00 por cidadão. JAMB - AGO/SET/OUT MAI/JUN/JUL - -2006 2006 Livros Cirurgia torácica geral Manoel X. Neto, Roberto Saad, Walter R. Carvalho, Vicente Forte Atheneu Primeiro livro publicado em língua portuguesa e destinado a profissionais que lidam com o tema. Conta com a colaboração de cirurgiões dos EUA, França e Canadá. Mastologia aplicada Ricardo Antônio Boff Educs O livro aborda, de forma objetiva, temas essenciais como epidemiologia, prevenção primária e secundária, além de conceitos atualizados de aconselhamento genético. Rotinas em ginecologia Fernando Freitas Carlos Henrique Menke Waldemar Augusto Rivoire Eduardo Pandolfi Passos Artmed Esta quinta edição é resultado de atualizações sistemáticas e de discussões – com estudantes, pós-graduandos, médicos residentes, médicos plantonistas e professores – realizadas diariamente na prática médica no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (RS). Homeopatia: medicina sob medida Paulo Rosenbaum Publifolha O livro apresenta os fundamentos, a abrangência e as perspectivas que a homeopatia oferece enquanto ciência e especialidade médica. O autor defende que a homeopatia baseada em observação clínica e nas narrativas do paciente, conceituada por ele como “medicina do sujeito”, é segura e eficaz. Memórias de um sanatório João Daudt d’Oliveira Neto Litteris Neste depoimento sobre sua própria história, o autor revela como superou um grave transtorno mental, expondo detalhes do tratamento. Em cada página, a realidade que não se podia prever ou controlar, e por fim, as marcas deixadas por um passado recente e inesquecível. HPV: que bicho é esse? Mauro Romero Leal Passos RQV Com histórias simples, linguagem coloquial e conhecimento profundo e atualizado, o autor tece reflexões sobre o tratamento mais adequado às pessoas que se deparam com a infecção pelo Papilomavírus Humano, envolvendo uma série de situações bastante delicadas. 33 Diretrizes Foto: Luciane Costamagna TRANSPLANTES SERÃO TEMA DE DIRETRIZES No final de agosto, 14 médicos da ABTO – Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos – participaram do curso “A Prática Clínica Baseada em Evidências e Centrada no Paciente”, ministrado em São Paulo por Moacyr Nobre e Wanderley Bernardo, da equipe técnica do Programa Diretrizes AMB/CFM. Também estão aptos a preparar diretrizes dez representantes da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot) e Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (SBHH), que realizaram o curso um mês antes. Em agosto e setembro do ano passado, outros 18 especialistas da Sbot já haviam se qualificado para elaborar diretrizes. A entidade formou um grupo específico para este trabalho, que deve mostrar seus primeiros Moacyr Nobre e Wanderley Bernardo com os médicos da ABTO resultados nos próximos volumes do Projeto. Já as primeiras diretrizes a serem elaboradas pela SBHH deverão abordar aspectos das hepatites C e B. Até o momento, 120 diretrizes foram publicadas em três volumes pelas entidades nacionais, com a colaboração das Sociedades de Especialidade. Inscrições para as próximas turmas do curso podem ser feitas com Luciane pelos telefones (11) 3178-6804 / 6803 ou pelo e-mail cursosmbe@amb. org.br. Mais informações no site www.projetodiretrizes.org.br. 30 de abril de 2007. Inf. (41) 3022-1247 ou [email protected]. Foram eleitos durante a assembléia geral da Sociedade Médica Brasileira de Administração em Saúde os novos diretores para o biênio 20062008: Silvio Mauro Junqueira Júnior (presidente), Haino Burmester (1º vice-presidente), Milton Menezes da Costa (2º vice-presidente), José Maria Resende (3º vice-presidente), Luís Gustavo Garavelli (secretário-geral), José Agenor Mey Silveira (2º secretário), Paulo Roberto Couto da Fonseca (1º tesoureiro), Josie Terezinha Raimundi (2ª tesoureira) e Ligia Rodrigues Silvério da Costa (diretora científica). Curtas Curtas O VIII Congresso da Sociedade Médica Brasileira de Acupuntura acontecerá em Belo Horizonte, de 11 a 14 de novembro. Inscrições no site www.smbamg.org.br. O 15º Congresso Mundial e 10º Congresso Latino-americano de Ginecologia Pediátrica e Adolescente serão realizado de 6 a 9 de maio de 2007, no Transamérica Expo Center, em São Paulo. Inf. (11) 3062-1722 ou [email protected]. O 38º Congresso Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia será em Fortaleza, de 11 a 14 novembro. Inf. 0800-727-7268 e www.cbot2006.com.br. O XIX Congresso Brasileiro de Ecocardiografia acontecerá em Florianópolis,de 28 a 34 O XIII Congresso Sul-Brasileiro de Obstetrícia e Ginecologia acontecerá em Florianópolis (SC), de 19 a 22 de novembro. Inf. (48) 33221021 ou www.oceanoeventos.com.br. O VIII Congresso Brasileiro de Vídeocirurgia acontecerá de 28 abril a 1 de maio de 2007, em Bento Gonçalves (RS). Inf. videocirurgia@ officemarketing.com.br ou (51) 2108 -3111. De 11 a 14 de novembro, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Recife, será realizado o 43º Congresso Brasileiro de Cirurgia Plástica. Inf. tel: (11) 3826-1499 ou [email protected]. O 27º Congresso Brasileiro de Cirurgia da Mão acontecerá em Porto Alegre –RS, de 28 a 30 de abril de 2007. Inf. www.mao2007.com.br ou (11) 5092-3434. JAMB - AGO/SET/OUT - 2006