Carta Gestor As melhores e mais fiéis informações de mercado Scot Consultoria - www.scotconsultoria.com.br setembro de 2013 | ano 4 | edição 51 A importância dos ativos da empresa no custo de produção Nesta edição tratamos dos passos que devem ser realizados para se iniciar o controle dos custos de produção de uma propriedade rural, segundo a metodologia da Scot Consultoria. Por mais que, de maneira geral, se dedique mais atenção aos custos variáveis, os desembolsos, começamos o controle dos custos de produção com o levantamento do inventário, que deve ser organizado de acordo com a liquidez dos ativos. Na tabela 1, a divisão dos tipos de ativos e a descrição de cada um. A função do inventário é dar subsídio para a apuração do valor da empresa (através do capital médio) e proceder ao cálculo das depreciações, que incidem sobre os ativos intermediários e imobilizados. Mas, antes disso, precisamos dos valores iniciais, finais e vida útil destes ativos. Tabela 1. Tipos de ativos e a breve descrição de cada um, segundo metodologia da Scot Consultoria. Ativos Descrição Alta liquidez ou circulantes Podem ser transformados rapidamente em dinheiro, como os animais jovens e terminados ou o próprio dinheiro que a empresa tenha em caixa. Esses ativos não são depreciáveis, pois não são alocados como investimento. Também não entram na formação do capital médio. Intermediários Demorarão certo tempo para serem convertidos em dinheiro, a não ser que se opte por ofertá-los a preços abaixo do mercado. São as máquinas, veículos, equipamentos, matrizes, touros e tropa. Esses ativos irão compor o capital médio e serão depreciados. Imobilizados Dificilmente serão negociados: terra, edificações e instalações. Eles irão compor o capital médio e, com exceção da terra, serão depreciados. Fonte: Scot Consultoria - www.scotconsultoria.com.br Carta Gestor página 2 Para os valores iniciais, sugerimos os valores dos ativos em estado novo, a serem atualizados todo ano. Para os valores finais, uma porcentagem média do valor inicial, conforme o bom senso, padrões e histórico de cada empresa. Para a vida útil, vale a mesma dica usada para o valor final dos ativos, ou seja, varia de empresa para empresa. Assim, chegamos aos resultados que constam na tabela 2. Utilizamos para este cálculo, hipoteticamen- te, um valor final de 5,0% do valor inicial para edificações, instalações e equipamentos, de 10,0% do valor inicial para máquinas e veículos e valor final nulo para as pastagens, contando que estarão em ponto de reforma. O capital médio e a depreciação De posse das informações citadas, podemos aplicar as fórmulas do capital médio e depreciação. O capital médio representa o valor atual aproximado da empresa. Não tem a precisão de uma avaliação ou perícia, mas é considerado um bom valor médio da propriedade. É calculado com base nos ativos intermediários e imobilizados. A depreciação, que compõe o que chamamos de custo fixo, nada mais é do que os provisionamentos para que o bem possa ser renovado ao final de sua vida útil. Também é calculado com base nos ativos intermediários e imobilizados, com exceção da terra. Conforme nossa metodologia, procedemos aos cálculos segundo as fórmulas apresentadas a seguir. Tabela 2. Valores iniciais, finais, capital médio e depreciações dos ativos intermediários e imobilizados (valores hipotéticos). Inicial (R$) Final (R$) Terra 44.500.000,00 Edificações e instalações Culturas perenes (pastagem) Capital médio (R$) Depreciações (R$/ano) 44.500.000,00 44.500.000,00 0,00 13.000.000,00 650.000,00 6.825.000,00 494.000,00 7.800.000,00 0,00 3.900.000,00 520.000,00 Máquinas e veículos 650.000,00 65.000,00 357.500,00 58.500,00 Equipamentos 93.000,00 4.650,00 48.825,00 8.835,00 - - 55.631.325,00 1.081.335,00 Ativos Total Fonte: Scot Consultoria - www.scotconsultoria.com.br Scot Consultoria - www.scotconsultoria.com.br setembro de 2013 | ano 4 | edição 51 Carta Gestor página 3 Para a vida útil, foram 25 anos para edificações e instalações, 15 anos para a pastagem e 10 anos para as máquinas, veículos e equipamentos. Com base nestes valores, o valor médio da empresa é de R$55,63 milhões. Já as depreciações, ou custo fixo, somariam R$1,08 milhão ao ano. A depreciação deve ser inserida no cálculo do custo total, sendo somada aos custos variáveis. Considerações finais A depreciação é um custo importante. Não considera-lo pode levar a erros de análise dos resultados econômicos. Quando as receitas cobrem apenas os custos variáveis, e não a soma destes com os custos fixos (depreciações), tem-se uma falsa impressão de lucro. Mas, na verdade, a empresa encontra-se em um processo de sucateamento de seus ativos. Daí a importância do levantamento, classificação e análise dos ativos e de inseri-los no custo total. Scot Consultoria - www.scotconsultoria.com.br Gustavo Adolpho Maranhão Aguiar zootecnista e diretor da scot consultoria Pesquisadores Alcides Torres - Alex Lopes - Antônio Guimarães - Francisco Woolf - Gustavo Aguiar - Hyberville Neto - Juliana Pila - Maísa Vicentin - Marco Silva Paola Jurca - Priscila Montanheri Rafael Ribeiro . Em treinamento Augusto Maia - Fernando Giglio Amadio - Milena Zigart Marzocchi - Rafael Magro - Wellington Luiz de Barros. setembro de 2013 | ano 4 | edição 51