1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ Curso de Pós-Graduação em Economia-CAEN MECANISMO DE TRANSMISSÃO DA POLÍTICA MONETÁRIA SOBRE OS PREÇOS DOS ATIVOS NO BRASIL Danilo Araújo Rennó Lima FORTALEZA – CEARÁ 2003 2 DANILO ARAÚJO RENNÓ LIMA MECANISMO DE TRANSMISSÃO DA POLÍTICA MONETÁRIA SOBRE OS PREÇOS DOS ATIVOS NO BRASIL Dissertação submetida à Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Economia – CAEN, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Economia. Orientador: Prof. Dr. Paulo de Melo Jorge Neto FORTALEZA – CE 2003 3 Lima, Danilo Araújo Rennó Mecanismo de Transmissão da Política Monetária sobre os Preços dos Ativos no Brasil / Danilo Araújo R. Lima, 2004. 165f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará – CAEN. Curso de Mestrado em Economia 1. Mecanismo de Política Monetária. 2. Canal de Preços dos Ativos. 3. Estudo de Eventos. 4. Retorno Anormal. 5. Indicadores Financeiros. I. Título CDD-332 4 Introdução Uma das grandes preocupações dos economistas está relacionada à condução da política monetária. Um evento econômico ocorrido no Brasil e que trouxe como conseqüência uma reavaliação da tomada de decisão da equipe econômica governamental no que se refere ao âmbito das diretrizes mais apropriadas sobre a condução da política monetária foi a maxi-desvalorização do Real em janeiro de 1999. Antes de 1999, o país utilizava como instrumento de controle inflacionário o sistema de âncora cambial, o qual possuía taxa de câmbio fixa, conseqüentemente a moeda doméstica era atrelada à moeda americana. A adoção deste sistema provocou um desequilíbrio na balança de pagamentos, tornando-se deficitária na maior parte dos anos de 1990 e sendo, portanto, considerado como mecanismo não adequado para a condução da política monetária naquele período. Como uma forma de evitar o agravamento dos déficits da balança de pagamento que estava ocorrendo na economia brasileira após o Plano Real, realizou-se uma maxi-desvalorização cambial evitando assim uma potencial crise financeira, como ocorrera na Argentina em 2000. Do mesmo modo a partir de janeiro de 1999, o governo decidiu então mudar a condução da política monetária de controle inflacionário ao adotar um sistema de âncora nominal na economia brasileira. Neste sistema o governo fixava uma meta inflacionária que deveria ser atingida no final de cada ano. Neste sentido, um dos instrumentos de política monetária utilizada para a realização dessa meta foi à taxa básica de juros, a qual é considerada como parâmetro das demais variáveis nominais macroeconômicas seja no Brasil ou em outros países que adotam este mesmo sistema. Quando o governo adota a taxa de juros como uma variável essencial para a condução adequada da política monetária, o mecanismo de como ela se propaga para os demais mercados da economia nacional torna-se de fundamental importância. Saber quais são os principais impactos sobre as taxas de juros de mercado, preços dos ativos, expectativas, crédito e taxa de câmbio ajuda a melhorar a eficiência da política monetária e, conseqüentemente, o desempenho econômico nacional. Com base nestas argumentações, será desenvolvido neste trabalho um estudo empírico sobre o mecanismo de transmissão da política monetária via taxa de juros sobre os preços das ações no Brasil entre os anos de 2000 a 2002. Neste sentido, este estudo terá como principal objetivo avaliar como as alterações da taxa básica de juros afetam os preços das ações das empresas mais líquidas, identificando-se, a seguir, através de uma análise financeira, os fatores determinantes dos seus retornos acionários anormais após aqueles eventos. Pretende-se, portanto, avaliar como os indicadores financeiros de rentabilidade, endividamento e de liquidez afetam o valor das empresas no curto e no longo prazo. A literatura do estudo de eventos é um instrumento essencial para alcançar este objetivo. O estudo de eventos 1é utilizado para medir o impacto de um evento econômico no valor da firma no curto prazo. Assumindo que este evento se reflete no preço das ações, este estudo focaliza como os preços respondem ao anúncio público de informação ou ocorrência de um fato. Num primeiro momento, verifica-se, através de testes estatísticos, se realmente o choque dos juros afetou o preço das ações nos cenários de curto e de longo prazo. Num segundo momento, será 1 Estudos de eventos proporcionam também um teste direto da eficiência do mercado. 5 feito um estudo econométrico o qual mostrará se os principais indicadores financeiros das empresas consideradas neste estudo influenciam os seus excessos de retornos novamente nos cenários de curto e de longo prazo. Em outras palavras, ou de um modo mais geral, se a decisão dos investidores em fazer aplicações em ações depende, de certa forma, do desempenho financeiro das empresas. Firmas com bons indicadores financeiros sinalizam perspectivas favoráveis de lucros futuros, portanto a distribuição dos dividendos para os acionistas. Firmas com maus indicadores financeiros significam que os investidores tenderão a se desfazer de suas aplicações em ações em busca de títulos mais rentáveis e com maior nível de segurança no mercado financeiro. Então, a escolha pelos investidores de qual ação investir depende em grande parte da situação financeira das empresas. Este trabalho compreende três capítulos: no primeiro capítulo será desenvolvida uma breve discussão sobre os principais canais de transmissão de política monetária, enfatizando as principais literaturas referentes a este tema. No segundo capítulo será desenvolvida a metodologia proposta para este estudo, onde se destaca o estudo de eventos como a condição inicial para a fundamentação metodológica. No terceiro capítulo, serão apresentados os principais resultados da metodologia proposta em duas partes distintas: análise de curto prazo e análise de longo prazo. E por fim, na ultima seção serão apresentadas as principais conclusões. 1) Processo de Mecanismo de Transmissão da Política Monetária 1.1) Considerações Iniciais Uma das principais razões que passaram a influenciar as decisões dos economistas monetários no Brasil a partir de 1999 diz respeito à condução da política monetária. Antes de janeiro de 1999, o país utilizava um sistema de âncora nominal através do regime de câmbio fixo, a fim de disciplinar o comportamento dos preços domésticos. Contudo, este sistema de controle de preços não era sustentável a longo prazo, pois gerava custos cada vez mais crescentes na economia brasileira, principalmente no que se refere ao saldo da balanço de pagamentos. Em virtude disso, em janeiro de 1999, o governo conduziu uma forte desvalorização da moeda doméstica, para evitar com isso uma potencial e iminente crise financeira no Brasil. Com o retorno de um regime de câmbio flexível, a política monetária deixou de ser determinada pela variação da taxa de câmbio, o que por conseguinte, provocou a necessidade de uma nova âncora nominal com o objetivo de controlar a inflação. O novo regime monetário adotado pelo Banco Central do Brasil (BACEN) foi o uso de metas para a inflação que entrou em vigor a partir de junho de 1999, tendo o Comitê de Política Monetária (COPOM) 2 como o principal órgão governamental a estabelecer as diretrizes de política monetária, definir a meta da taxa de juros SELIC e seu eventual viés, e analisar o Relatório de Inflação. Segundo Mendonça (2001), uma das principais características do regime de metas para a inflação é que essa estrutura não pode ser entendida como um caso de regra rígida. Neste caso, as metas para a inflação permitem ao 2 Ver em anexo as principais abordagens relativas a normatização e objetivos do COPOM. 6 BACEN utilizar modelos de estrutura e decisão em conjunto com todas as informações relevantes para determinar a ação política mais adequada para obter a meta desejada. Dessa forma, o BACEN faz através de seus relatórios trimestrais um balanço geral da economia nacional antes de escolher o meio mais apropriado para conduzir a política monetária. Um dos principais instrumentos à disposição da autoridade monetária é a taxa de juros. Logo, não é surpreendente que o BACEN esteja preocupado em desenvolver modelos estruturais para o mecanismo de transmissão da política monetária com o objetivo de compreender o funcionamento dos principais canais de transmissão. Para a condução da política monetária obter sucesso, as autoridades monetárias devem ter uma afirmação acurada do tempo e do efeito de suas políticas sobre a economia, assim exigindo um entendimento através de quais mecanismos a política monetária afeta a economia. Estes mecanismos de transmissão incluem efeitos na taxa de juros, na taxa de câmbio, nos preços dos ativos, nas expectativas e no chamado canal de crédito. Portanto, o objetivo desse capítulo é apresentar, de forma simplificada, os principais canais de transmissão da política monetária destacados pela literatura, dando ênfase principalmente ao canal da taxa de juros e seus efeitos sobre os preços dos ativos. 1.2) Principais Abordagens Históricas Segundo Bernanke & Blinder (1992) duas questões centrais têm ocupado a pesquisa em economia monetária. A primeira trata dos efeitos da política monetária sobre a economia real. A segunda analisa os canais ou mecanismos de transmissão monetária. Quanto ao primeiro tema, existe consenso acerca de pelo menos dois fatos empíricos relevantes. No longo prazo, a moeda é neutra: a correlação entre taxa de crescimento da moeda e a taxa de inflação é um e a correlação entre crescimento monetário e o crescimento do produto é zero. No curto prazo, os choques monetários exógenos, como taxa de juros, produzem um movimento hump-shaped no produto real, com o pico ocorrendo cerca de dois ou três anos após o choque 3. Quanto ao segundo tema, pelo menos duas visões tem dominado a literatura, a “visão monetária” e a “visão do crédito” 4. Segundo a primeira visão, a política monetária afeta a economia real através do “canal monetário” ou “canal da taxa de juros”, onde pode-se concluir que se os preços e salários nominais são rígidos, as mudanças induzidas na taxa de juros de curto prazo afetam a taxa real e, por conseguinte, o custo de capital, dessa forma influenciando as decisões de investimento e o dispêndio agregado. Segundo a visão do crédito, os mercados de crédito desempenham um papel muito importante na transmissão dos choques monetários, funcionando como um canal de propagação 5. Dessa forma, na elaboração de regras de política monetária, torna-se fundamental conhecer precisamente o efeito que estas poderão surtir sobre a economia. Em outras palavras, é 3 WALSH, 1998. Para uma discussão mais detalhada sobre canais de transmissão da política monetária ver Journal of Economic Perspectives,Vol. 9, nº 4, Fall, pp.3-96. 4 7 de extrema relevância entender corretamente o funcionamento dos mecanismos de transmissão da política monetária. Por mais de cinqüenta anos, os economistas keynesianos acreditaram que a taxa de juros seria o principal mecanismo de transmissão monetária, seguindo a visão tradicional de Keynes. Para eles, uma contração monetária aumentaria a taxa de juros de curto prazo e, através da rigidez de preços e das expectativas, aumentaria a taxa de juros real de longo prazo, ao menos temporariamente, afetando os níveis reais da economia como um todo. Ou seja, este aumento conduziria a uma queda do nível de investimento e do consumo de bens duráveis, implicando em uma redução do produto. Na literatura recente de regras de política monetária, Taylor (1995) reafirma a relevância dos juros como mecanismo de transmissão de política monetária, mostrando que uma contração monetária afeta não só as taxas de juros de curto e de longo prazo, mas também exerce efeitos sobre a economia através da taxa de câmbio. A justificativa para este argumento é que um aumento da taxa de juros doméstica incentiva a entrada de capitais, conduzindo a uma apreciação da moeda. Como conseqüência, a apreciação da moeda doméstica leva a uma piora do saldo de transações correntes, resultando novamente em uma queda do nível de produto na economia. Por outro lado, os economistas da corrente monetarista alegam que é necessário estudar os efeitos da política monetária sobre os preços de todos os ativos da economia, e não apenas sobre a taxa de juros 6. Desta maneira, teorias monetaristas geralmente enfatizam dois canais de transmissão de política monetária: um que valoriza os efeitos da política monetária sobre a economia através dos seus efeitos sobre os preços dos ativos, fazendo-se o uso da Teoria q de Tobin para investimento como meio para avaliar o comportamento desses ativos perante o mercado, e outro que enfatiza os seus efeitos sobre a riqueza, e suas repercussões no consumo. De modo particular, o boom das bolsas de valores americanas neste final de século reavivou o interesse neste último mecanismo 7. Uma outra corrente 8 argumenta que, apesar da história convencional ser consistente com o comportamento empírico da economia, existem alguns paradoxos que não conseguem ser explicados apenas pelo mecanismo da taxa de juros. Em primeiro lugar, o lado real da economia é afetado pela política monetária em uma magnitude muito maior que a esperada, levando-se em conta apenas o efeito dos juros. Em segundo lugar, embora a política monetária 5 Sobrinho & Nakane, 2002. MELTZER, 1995. 7 GRAMINHO & BONOMO, 2002. 6 8 atue através da taxa de juros de curto prazo, alguns componentes da demanda que são tipicamente de longo prazo, como por exemplo o investimento residencial, parecem ser os mais afetados, em força e em rapidez, enquanto outros tipos de investimentos de longo prazo, como o investimento empresarial, não são muito afetados. A literatura convencional não consegue explicar por que estes dois tipos de investimento possuem comportamentos tão antagônicos 9. Diante disso, percebe-se que a importância de entender bem os mecanismos de transmissão monetária torna-se essencial para o desenho e a escolha de diferentes regras de política monetária. Diferentes visões implicam em diferentes regras ótimas. Segundo Taylor (2000), regras simples de política monetária podem assumir resultados satisfatórios para os diversos modelos estruturais, mas regras mais complexas podem gerar implicações bastante diferentes na economia, de acordo com o modelo de transmissão de política monetária. Nos tópicos a seguir serão discutidos os principais canais de transmissão de política monetária, dandose ênfase ao canal de preços dos ativos, no qual é de fundamental importância para o objetivo deste trabalho. 1.3) Canal da Taxa de Juros Atualmente, o principal instrumento à disposição do BACEN para disciplinar a inflação é o uso da taxa de juros, uma vez que, por meio dela, é possível afetar o nível de preços e a atividade da economia. A taxa de juros à disposição da autoridade monetária brasileira, que serve como referência para as demais taxas, é a taxa de juros do mercado de reservas bancárias, ou seja, a taxa SELIC. Ela é a taxa média dos financiamentos diários, com lastro em títulos federais, apurados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia, a qual vigora por todo o período entre reuniões ordinárias do COPOM. Em outras palavras, é via determinação da taxa SELIC pelo BACEN que as outras taxas, por arbitragem, são determinadas. O esquema 1 a seguir representa a determinação da taxa de juros na economia: ESQUEMA 1 8 9 BERNANKE & GERTLER, 1995. Graminho & Bonomo, 2002. 9 Determinação da Taxa de Juros na Economia Empréstimo Mercado de Reservas Bancárias Taxa SELIC Mercado Financeiro Poupança, CDB, etc. Financiamento Fonte: Banco Central do Brasil (1999). Observa-se que é através do mercado de reservas bancárias que o BACEN determina a taxa básica de juros, no qual interfere no mercado financeiro e, dessa maneira, se reflete principalmente nos indicadores de empréstimos, poupança, CDB, CDI e outros títulos, e no financiamento da economia. A transmissão da política monetária através do mecanismo da taxa de juros tem sido uma característica padrão nas literaturas econômicas nos últimos 50 anos 10. Neste canal, o efeito da política monetária sobre o lado real da economia ocorre basicamente como descrito na teoria keynesiana com relação o modelo IS x LM. Segundo esta teoria, uma ação de uma política monetária que visa à contração da demanda agregada afeta a economia do seguinte modo: através do mercado de reservas bancárias, o BACEN realiza uma contração monetária (M ↓) por meio da venda de títulos públicos; com menos quantidade de moeda disponível na economia, ocorre, conseqüentemente, uma elevação da taxa de juros de curtíssimo prazo (i↑); assumindo-se que no curto prazo existe rigidez dos preços, a taxa de juros reais também se eleva (r↑). Dado que o retorno real proveniente dos juros torna-se superior à eficiência marginal do capital na maior parte da economia, tem-se como resultado a redução do nível de investimento (I↓), o que, por sua vez, ocasiona a queda no nível de demanda agregada e conseqüente diminuição do nível de produto da economia (Y↓). Esta análise pode ser representada esquematicamente pela seguinte maneira: M↓ Æ i↑ Æ r↑ Æ I↓ Æ Y↓ Onde: “M” indica a quantidade de moeda, “i” a taxa nominal de juros, “r” a taxa real de juros, 10 MISHKIN, 1995. 10 “I” o nível de investimento, e “Y” o nível de produto na economia. Observa-se então que existe uma relação inversa entre taxa de juros e nível de produto. Diante desse quadro, tem-se a importância do canal da taxa de juros, pois é um dos componentes chaves para avaliar os efeitos da política monetária sobre a economia. 1.4) Canal da Taxa de Câmbio Com a crescente globalização da economia mundial e o advento das taxas de câmbio flexíveis em quase todos os países do mundo, principalmente nestas últimas décadas, tem-se dado muita ênfase a transmissão da política monetária operando através dos efeitos da taxa de câmbio sobre as exportações líquidas 11 . Esse canal passou a dar maior importância, no caso brasileiro, no período posterior a desvalorização do Real em janeiro de 1999. Este canal também envolve efeitos da taxa de juros. Por causa da hipótese de uma elevação da taxa real de juros doméstica, os depósitos em dólar na economia local tornam-se mais atrativos relativos aos depósitos em outros países, conduzindo a apreciação da moeda doméstica. Então, assumindo-se uma contração monetária observa-se que a elevação da taxa de juros provoca a entrada de capitais na economia o que leva a apreciação da taxa de câmbio (E↓). Além disso, considerando-se que não houve alteração no nível de preços domésticos e externos no mesmo período, a taxa real de câmbio também se aprecia (e↓), o que implica menor competitividade dos produtos domésticos frente aos produtos importados, dado que em termos relativos o preço do produto doméstico tornou-se mais caro com relação ao estrangeiro. A conseqüência desse processo é a redução do nível das exportações líquidas (NX↓) implicando numa diminuição do nível de produto da economia. Em termos esquemáticos, pode-se dizer que: M↓ Æ i↑ Æ E↓ Æ e↓ Æ NX↓ Æ Y↓ Onde: “M” representa o volume de moeda, “i” a taxa nominal de juros, “E” a taxa nominal de câmbio, “e” a taxa real de câmbio, 11 Segundo MISHKIN (1995), consideram-se exportações líquidas (NX) como sendo a diferença entre o volume das exportações e importações correntes em um determinado período da economia. 11 “NX” as exportações líquidas, e “Y” o nível de produto. Assim como no canal de transmissão da taxa de juros, uma política monetária restritiva conduz a redução do nível de produto, afetando desse modo o saldo da balança de pagamentos do país. Uma importante advertência a ser feita no caso da taxa de câmbio é a influência desse canal sobre o nível de preços. O que se nota é que quando há uma elevação da taxa de juros na economia doméstica há, conseqüentemente, um barateamento dos bens importados, o que causa uma elevação da competitividade no mercado nacional, levando a redução do nível de preços dos bens domésticos. Em outras palavras, dada uma elevação da taxa de juros, há uma apreciação da moeda doméstica, conduzindo assim a uma elevação da demanda por bens importados. A relação entre a taxa de câmbio e os preços domésticos desempenharam papel importante no cenário brasileiro nos anos de 1990. 1.5) Canal de Preço dos Ativos O terceiro canal de transmissão da política monetária a ser analisado refere-se ao canal de preços dos ativos financeiros. Ao contrário da visão da teoria keynesiana, segundo a qual o efeito da política monetária sobre a economia concentra-se de forma exclusiva no preço de um único ativo (taxa de juros), tenta-se analisar como a política monetária afeta o preço dos ativos relativos e a riqueza real. Segundo Mishkim (1995), os economistas da corrente monetarista evitam especificar os mecanismos de transmissão, porque eles vêem estes mecanismos como oscilações dos níveis de investimento e de produto na economia. Porém, existem dois canais que são freqüentemente enfatizados na literatura monetarista acerca do mecanismo de transmissão monetária: a teoria de investimento q de Tobin e o efeito da riqueza sobre o consumo. A teoria do q de Tobin analisa o mecanismo do qual a política monetária afeta a economia através de seus efeitos sobre a valorização do patrimônio líquido das empresas. O q de Tobin é definido como o valor de mercado das ações das firmas dividido pelo custo de reposição do capital. É um índice bastante revelador do potencial de valorização da empresa, indicando a 12 riqueza agregada pelo mercado como reflexo de seu poder de gerar lucros. Se o indicador for menor que 1,0, revela que o valor que a empresa pode alcançar no mercado é inferior ao que gastaria para construí-la, calculado a preços de reposição. Essa situação é de destruição de valor. Se o indicador q de Tobin for maior que 1,0, de outro modo, é determinado quando o valor de mercado da empresa for superior ao preço de reposição de seus ativos, verificando-se a agregação de valor em seu preço. Existe uma relação entre o índice q de Tobin e gasto com investimento. A conexão entre a política monetária e o preço das ações pode ser compreendido pelos efeitos provenientes de uma retração monetária. Com a redução na oferta de moeda, os agentes possuem menos recursos, o que leva à diminuição no dispêndio. Em razão do menor volume de moeda, o mercado de ações também sofre impacto negativo quanto à absorção de haveres. Neste caso específico, os investidores dão prioridade ao consumo em vez da aplicação em ativos financeiros. Então, a contração monetária eleva a taxa de juros, tornando os títulos mais atraentes do que as ações, o que, por conseqüência, acarreta queda no preço das ações (PA↓). Em outras palavras, para o investidor seria muito mais atraente aplicar em um ativo com baixo risco e com melhor desempenho relativo a rentabilidade, no caso, os títulos. Portanto, ocorre uma queda no q de Tobin (q↓) que leva a um menor nível de investimento na economia e conseqüente redução do nível de produto na economia. Observe de forma esquemática: M↓ Æ i↑ Æ PA↓ Æ q↓ Æ I↓ Æ Y↓ Onde: “M” representa o volume de moeda, “i” a taxa nominal de juros, “PA” o preço da ação, “q” o índice q de Tobin, “I” o nível de investimento, e “Y” o nível de produto na economia. Um canal alternativo para a transmissão do preço das ações ocorre por meio do efeito riqueza sobre o nível de consumo. Esse canal tem como referencia o modelo do ciclo de vida de 13 Modigliani, onde a concepção básica é que a renda varia ao longo da vida dos agentes econômicos, no qual é composto de capital humano, capital real e riqueza financeira 12 . Neste contexto, a poupança desempenha um papel fundamental para um consumo estável, pois permite aos consumidores deslocarem a renda dos períodos em que ela é mais elevada para os períodos em que ela é mais baixa. O componente principal da riqueza financeira é o nível de ações em posse do público. Quando o nível de preço das ações cai, o valor da riqueza financeira diminui (RF↓) e, portanto, os recursos dos consumidores ao longo da vida decrescem, o que provoca uma provável redução do nível de consumo (C↓) na economia. Desde que tem-se visto que a política monetária contracionista pode conduzir ao declínio no nível de preço das ações, tem-se então um outro mecanismo de transmissão monetária, representado esquematicamente pelo seguinte modo: M↓ Æ i↑ Æ PA↓ Æ RF↓ Æ C↓ Æ Y↓ Onde: “RF” a riqueza financeira, “C” o nível de consumo A relevância do canal de transmissão dos preços dos ativos é discutida por Meltzer (1995). Segundo este autor, o processo de transmissão começa no mercado de ações 13. Os custos de informação e transações são menores para muitos ativos do que os custos de mudança de produção ou ajustamento do consumo ou investimento em bens duráveis. Particularmente, quando existe incerteza sobre se os choques são permanentes ou transitórios os mercados acionários respondem mais rapidamente. Uma operação de open market, por exemplo, realizada pelo BACEN é uma mudança oposta e simultânea nos estoques da base monetária e de títulos. Uma operação de compra no open market eleva a base e reduz os estoques de débitos mantidos pelos bancos ou pelo público. Os indivíduos usam os recursos adicionais para comprar títulos e capital real, considerando a redução da taxa de juros e a elevação do nível de preços dos ativos. Desde que a demanda por moeda dependa negativamente da taxa de juros e positivamente do nível do preço dos ativos, o declínio da taxa de juros e a elevação do nível do preço dos ativos continuam 12 13 MISHKIN, 1995. Segundo MELTZER (1995), o modelo de mercado de ações possui várias implicações distintas. 14 até que a moeda adicional é deliberadamente mantida. A operação de compra no open market também reduz os títulos mantidos publicamente, então menos débito deve ser deliberadamente mantido. Assim, uma menor taxa de juros é necessário para absorver o menor estoque de títulos dentro da carteira dos indivíduos. Nota-se que, por outro lado, uma operação de venda no open market reduz a base monetária e aumenta os débitos mantidos pelo público 14 . Portanto, a compreensão do mecanismo do canal de preços de ativo torna-se fundamental para o objetivo deste estudo que busca avaliar e explicar o impacto do choque dos juros sobre as ações das empresas mais líquidas no Brasil. 1.6) Canal do Crédito Conforme Bernanke & Gerter 15, o descontentamento acerca de como os efeitos da taxa de juros explicam o impacto da política monetária sobre o consumo de ativos de longo prazo tem levado a uma nova visão do mecanismo de transmissão monetária que enfatiza como a informação assimétrica e a aplicação custosa de contratos criam problemas de agência nos mercados financeiros. Existem dois canais básicos de transmissão que surgem como resultado dos problemas de agência nos mercados de crédito: (i) o canal de empréstimos bancários; e (ii) o canal de balanços patrimoniais das firmas. O canal de empréstimos bancários é baseado na perspectiva que os bancos criam uma função especial no sistema financeiro porque eles são bem apropriados para lidar com certos tipos de tomadores de créditos, especialmente com relação às pequenas firmas, onde os problemas de informação assimétrica 16 podem ser pronunciados. O mesmo não é válido para o caso das grandes empresas, pois elas podem obter acesso direto ao mercado de crédito via mercados de ações e títulos sem precisarem recorrer aos bancos. Neste caso, as grandes empresas utilizam-se de outros meios para adquirir capitais de terceiros como emissão de debêntures e de ações no mercado acionário, caso elas sejam de capital aberto. Assim, uma política monetária contracionista que reduz as reservas bancárias e de depósitos bancários (RB↓ e DB↓), através do aumento da taxa de compulsório e de redesconto, por exemplo, tem como primeiro impacto a redução no volume de empréstimos concedidos pelos bancos (EB↓). Desse modo, com menos recursos disponíveis no mercado, tende a haver redução do nível de investimento, e por conseguinte, redução do nível do produto. O efeito da política monetária é representado pela seguinte forma esquemática: M↓ Æ i↑ Æ RB↓ e DB↓ Æ EB↓ Æ I↓ Æ Y↓ 14 15 MELTZER, 1995. BERNANKE; GERTER, 1995. 15 Onde: “RB” as reservas bancárias, “DB” os depósitos bancários, “EB” o volume de empréstimos bancários Um outro canal de transmissão relaciona-se ao canal de balanços patrimoniais das firmas. É baseado sobre a predição teórica que o prêmio financeiro externo 17 encarado pelo tomador deveria depender de sua posição financeira. Em outras palavras, quanto maior é o valor líquido do tomador 18 menor deveria ser o prêmio financeiro externo. Intuitivamente, uma forte posição financeira (maior valor líquido do tomador) é capaz de reduzir seu conflito de interesse potencial com o credor, por financiar uma maior parte de seu projeto de investimento ou compra ou por oferecer mais colateral 19 para garantir as exigibilidades que ele emitiu 20 . Neste caso, um lucro líquido menor significa que os credores possuem menor colateral para seus empréstimos e, portanto, as possíveis perdas oriundas de seleção adversa são elevadas (SA↑) 21 . Logo, o volume de recursos à disposição dos tomadores de empréstimos para o financiamento de novos investimentos é reduzido (RE↓). Além disso, é observado que o problema de risco moral tende a elevar (RM↑) 22 , pois, com a redução no valor das ações, há um incentivo dos proprietários das firmas buscarem projetos de investimento que apresentam risco mais elevado, o que, por conseqüência, implica numa maior possibilidade dos credores não serem pagos 23 .Com relação a este cenário, uma contração monetária provoca um declínio no preço das ações, o que implica menor volume de recursos disponíveis para investimentos e, conseqüentemente, a queda do nível da demanda agregada. Observe esquematicamente: 16 A informação entre tomadores de empréstimos e os bancos é assimétrica, pois os bancos detêm uma quantidade maior de informações que os possibilita agir de forma discricionária em relação aos clientes. 17 O prêmio financeiro externo é definido como a diferença no custo entre fundos alavancados externamente (pela emissão de ações e títulos) e fundos gerados internamente (por reter ganhos). 18 Valor líquido é definido operacionalmente como a soma de seus ativos líquidos e o seu colateral do mercado. 19 Colateral é definido como a garantia extra que se dá a um credor, além da que presumivelmente seria suficiente. 20 BERNANKE; GERTER, 1995. 21 A seleção adversa ocorre nos momentos de contração monetária e/ou aumento da taxa de juros. Uma vez que nestes momentos os bancos dificultam o crédito para as pequenas empresas que têm condições menos favoráveis de garantir o pagamento de empréstimos concedidos. 22 O risco moral seria o problema enfrentado pelos bancos quando as condições da economia se modificam, com o aumento da taxa de juros, e o crédito já concedido. A possibilidade de não pagamento destes créditos leva os bancos a diminuírem a concessão de novos créditos. 23 MENDONÇA, 2001. 16 M↓ Æ i↑ Æ PA↓ Æ SA↑ e RM↑ Æ RE↓ Æ I↓ Æ Y↓ Onde: “SA” o problema da seleção adversa, “RM” o problema de risco moral, “RE” os recursos dos tomadores de empréstimos, Observe que, dado uma adoção de uma política monetária restritiva, o problema de seleção adversa e do risco moral pode ser explicado pelo seguinte modo: com a elevação da taxa de juros, devido à contração do volume de moeda, o custo associado ao capital aumenta, provocando um reagrupamento de posição dos tomadores de empréstimos. Ou seja, aquelas pessoas que possuem grandes disponibilidades de recursos ainda possuem a capacidade de tomar empréstimo, porém assumindo maior risco. Em contradição, aquelas pessoas que não possuem grandes disponibilidades de recursos evitarão tomar empréstimos. Outro problema se refere à questão do cumprimento de contratos de empréstimos. Com a elevação da taxa de juros aumenta o risco de default e, com isto, eleva também a probabilidade de não cumprir o contrato préestabelecido. Nota-se que o aumento da taxa de juros provoca uma deterioração no balanço das firmas devido à redução do fluxo de caixa (FC↓). Desse modo, um novo esquema para o canal de balanços pode ser representado por: M↓ Æ i↑ Æ FC↓ Æ SA↑ e RM↑ Æ RE↓ Æ I↓ Æ Y↓ onde, “FC” o fluxo de caixa das empresas. Embora diversas literaturas sobre canal de crédito focalizam sobre os dispêndios pelas firmas, Bernanke & Gertler (1995) sugerem que o canal de crédito poderia aplicar equivalentemente também aos gastos relativo ao consumo. Isto conduz a um outro mecanismo de transmissão para a política monetária operando através da conexão entre a moeda e o preço das 17 ações. Diante disso, quando é esperada a redução dos preços das ações, o valor dos ativos financeiros tende a sofrer redução (VAF↓), o que implica uma maior probabilidade de ocorrência de uma crise financeira (CF↑). A queda dos preços das ações pode ser explicada pelo fato dos títulos atrelados a taxa básica de juros serem mais rentáveis com a elevação da taxa de juros. Há então uma substituição de ativos da carteira dos investidores, devido ao aumento da taxa de juros. Ao mesmo tempo, diante de uma situação que não é segura, os consumidores tendem a reduzir o nível de consumo, fazendo com que o produto da economia diminua. Assim, tem-se de forma esquemática: M↓ Æ i↑ Æ PA↓ Æ VAF↓ Æ CF↑ Æ C↓ Æ Y↓ Onde: “VAF” o valor do ativo financeiro, “CF” o custo financeiro, “C” o consumo, Embora a literatura internacional dê uma ênfase maior ao canal de crédito no estudo dos mecanismos de transmissão da política monetária, no caso brasileiro, até o momento, o canal de crédito desempenha um papel secundário. O que justifica sua menor importância no ambiente nacional é o resultado de três características básicas: elevado grau de incerteza; incidência de impostos sobre a intermediação financeira; e elevadas alíquotas dos empréstimos compulsórios 24. O mercado de crédito no Brasil ainda é pouco desenvolvido frente os demais países do mundo. 1.7) Canal das Expectativas Quando o COPOM (BACEN) altera a taxa básica de juros, as expectativas dos agentes econômicos frente à evolução presente e futura da economia podem sofrer alterações. Em outras palavras, quando existe uma elevação da taxa de juros, na tentativa de conter o aumento da inflação, nota-se efeitos recessivos no curto prazo (YCP↓). No entanto, o BACEN pode restabelecer a confiança dos agentes econômicos no desempenho futuro da economia (CDFE↑) fazendo com que as taxas de juros esperadas de médio e longo prazo sejam menores (iemp e ielp↓). Portanto, é esperado que no longo prazo o efeito negativo sobre o produto devido a um aumento da taxa de juros, evitando um processo inflacionário, seja revertido; e que, com a recuperação da economia, seja gerado no longo prazo um estímulo 18 do nível de investimento (Ilp↑) capaz de promover uma elevação do nível do produto (Ylp↑). Observe que, dado uma política monetária contracionista gerada no curto prazo, a economia tende ao equilíbrio no longo prazo. Este fato pode ser representado por um esquema que se divide em duas fases: 1º Fase: M↓ Æ i↑ Æ r↑ Æ Icp↓ Æ Ycp↓ 2º Fase: CDFE ↑ Æ iemp e ielp ↓ Æ Ilp↑ Æ Ylp↑ onde: “r” a taxa real de juros, “Icp” o investimento de curto prazo, “Ycp” o nível de produto de curto prazo, “CDFE” o nível de confiança do desempenho futuro da economia, “iemp” a taxa nominal de juros esperada no médio prazo, “ielp” a taxa nominal esperada no longo prazo, e “Ylp” o nível de produto no longo prazo. É importante observar que, devido à literatura sobre o mecanismo de transmissão monetária não considerou o canal das expectativas como um dos mais relevantes (em função da incerteza inerente aos efeitos da política monetária ser alta no Brasil), o BACEN utiliza a política monetária assumido-se que o canal das expectativas é um instrumento importante neste país. Uma argumentação para este caso é que como o BACEN estabeleceu a taxa de juros como âncora nominal, é de extrema importância verificar o comportamento futuro dos principais indicadores da economia frente à política monetária adotada pelo governo. Portanto, a partir da análise realizada sobre os principais canais de transmissão da política monetária, é apresentado a seguir um esquema simplificado onde se estabelece a conexão entre os canais de transmissão monetária com a inflação na economia. 24 MENDONÇA, 2001. 19 ESQUEMA 2 Principais Mecanismos de Transmissão da Política Monetária Taxas de Mercado Taxa Selic Preço dos Ativos Expectativas Investimento Privado Consumo de Bens Demanda Agregada INFLAÇÃO Exportação Líquidas Crédito Choques Externos Taxa de Câmbio Preços Externos Fonte: Banco Central do Brasil (1999) O esquema 2 mostra como os canais de transmissão afetam o nível de demanda agregada da economia gerando um processo inflacionário. Neste caso específico, o governo adota uma política monetária expansionista, através da redução da taxa básica de juros, via elevação do volume de moeda da economia. Por adotar esta política, este mecanismo gera impacto sobre as taxas de mercado, preço dos ativos, expectativas, crédito e taxa de câmbio, no qual implica num aumento do investimento privado, consumo de bens, exportações líquidas e, por último, sobre o nível de demanda agregada. Com a expansão da demanda, supondo que a oferta agregada é fixa no curto prazo, temse como conseqüência à elevação dos preços domésticos, gerando assim inflação. Portanto, observa-se que ao adotar uma política monetária específica, o mercado sofre mudanças como um todo através dos efeitos nos juros, taxa de cambio, preços dos ativos, expectativas e crédito. O entendimento dos mecanismos de transmissão monetária é crucial para responder grandes questões políticas. 20 2) Aspectos Metodológicos 2.1) Estudo de Eventos Os agentes econômicos freqüentemente questionam como medir o efeito de um evento econômico sobre o valor de uma firma. Esta medida pode ser calculada usando dados acionários relacionados ao mercado financeiro através do estudo de eventos. A utilidade de tal estudo vem do fato que, dada à racionalidade do mercado, o efeito de um evento será refletido imediatamente nos preços das ações. Assim, o impacto do evento econômico pode ser medido usando preços dos ativos observados num curto período de tempo, ou seja, o estudo de eventos 25é utilizado para medir o impacto de algum evento econômico no valor da firma no curto prazo. Assumindo que este evento se reflete no preço das ações, este estudo focaliza em como os preços respondem ao anúncio público de informação ou ocorrência de um fato. Portanto, através desse estudo é avaliado o impacto de um evento específico sobre as empresas que possuem capital aberto em bolsa de valores. Os estudos de evento são amplamente utilizados em finanças, principalmente na aferição da eficiência informacional do mercado em sua forma semiforte 26 . Consiste na análise do efeito da divulgação de informações específicas de determinadas firmas sobre os preços de suas ações. Trata-se, portanto, de uma metodologia 25 26 Estudos de eventos proporcionam também um teste direto da eficiência do mercado. CAMARGOS & BARBOSA, 2003. 21 amplamente usada em testes de eficiência de mercados, denominação comum a todos os testes de eficiência da forma semiforte de ajustamento de preços a anúncios públicos, sugeridos por FAMA (1991) 27. Segundo Contreras & Cartes (1999), os estudos de eventos buscam comprovar como um conjunto de informações disponíveis em determinado momento influi no comportamento do mercado acionário. As informações disponíveis podem refletir na emissão de ações, emissão de dívidas, pagamentos de dividendos, publicação de demonstrativos contábeis financeiros, anúncio de fusão, e até mesmo em fatores macroeconômicos que afetam os preços das ações no mercado acionário. Estes feitos são comumente denominados eventos. O objetivo do estudo de eventos consiste em medir o desempenho anormal dos preços das ações ao redor do momento do evento. Segundo Brown & Warner (1980), a maior preocupação de um estudo de evento é avaliar a extensão em que o desempenho dos preços de títulos em dias próximos ao evento tem sido anormal 28 . Em outras palavras, a extensão em que retornos de títulos são diferentes daqueles considerados normais, dado um modelo de equilíbrio de determinação de retornos esperados. Para Campbell, Lo & Mackinlay (1997), um estudo de evento, na maioria de suas aplicações, focaliza o efeito de um evento no preço de uma classe particular dos títulos de firmas, dos quais os mais utilizados são as ações ordinárias 29 . Para eles, a utilidade dessa metodologia advém do fato de que, dada a racionalidade do mercado, os efeitos do evento refletirão imediatamente nos preços. Mackinlay (1997), em análise sobre a evolução metodológica, assinala que os estudos de eventos não são recentes. O primeiro estudo publicado foi de Dolley (1933), que examinou os efeitos do preço do stock split, estudando as mudanças do preço nominal no período do split. Usando uma amostra de 95 splits de 1921 a 1931, ele encontrou que o preço aumentou em 57 dos casos e o preço declinou em somente 26 dos exemplos. Não houve nenhum efeito nos outros 12 casos. 27 A forma de eficiência de mercado semiforte tem como característica que os preços refletem não apenas o histórico do comportamento dos preços, como também toda a informação pública, tais como balanços das companhias, notícias na imprensa, comunicados de fatos relevantes, etc. 28 O retorno anormal para uma determinada ação, em um período de tempo t, é definido como sendo a diferença entre o seu retorno real e o retorno previsto de acordo com um processo anteriormente assumido – com validades e premissas corretamente compreendidas. 29 Ações ordinárias são aquelas em que os acionistas têm direito a voto no conselho administrativo da empresa. 22 Nos 30 anos decorridos até o final dos anos 60, o nível de sofisticação dos estudos de eventos se elevou. Destacou-se neste período os estudos de Myres & Bakay (1948), Barker (1956, 1957 e 1958) e Ashley (1962), principalmente sobre a remoção dos efeitos gerais nos preços e a separação de diferentes eventos. Ball & Brown (1968) analisaram a resposta do mercado à divulgação de demonstrações contábeis pela variação dos preços de suas ações, identificando uma resposta antecipada do mercado à divulgação desses relatórios. Fama, Fisher, Jensen & Roll (1969) utilizaram estudos de eventos para analisarem o ajustamento dos preços das ações à nova informação. Brown & Warner (1985, 1980) mostraram os problemas de se utilizar observações diárias, Barber & Lyon (1997) mostraram a necessidade de se controlar variáveis conforme as características das firmas para se proceder à análise de eventos. Uma boa revisão pode ser encontrada em Campbell, Lo & Mackinlay (1997). Aplicações de estudo de eventos podem também ser encontradas em Ritter (1991), que estimou a valorização de longo prazo da oferta pública inicial, Chopra, Lakonishok & Ritter (1992) que investigaram a performance anormal das ações no mercado americano (avaliado pelo índice de mercado Nyse) sobre a hipótese de um efeito reação além do normal de seus estoques, Edelsberg & Ness Jr (2001) que examinaram o impacto da privatização sobre os preços das ações no mercado de capitais brasileiro, Lima & Jorge Neto (2002) que examinaram o impacto das privatizações sobre os preços das ações das empresas petroquímicas nordestinas que foram desestatizadas, dentre outros. 2.2) Operacionalização do Estudo de Eventos Um estudo de eventos utiliza o retorno de ações, considerado padrão, denominado de retorno normal ou esperado, entendido como o retorno que o título teria caso o evento não tivesse ocorrido. Para identificar um comportamento anormal nos períodos próximos a um evento específico, calcula-se a diferença entre o retorno esperado fornecido por um determinado modelo e o retorno observado no período de análise. Ou seja, focaliza-se a determinação de retornos anormais de títulos nos dias próximos ou na data do anúncio do evento 30 . Segundo Kloeckner (1995), esse retorno anormal é considerado um desvio dos retornos dos títulos antes não condicionados ao evento. O fato da variância dos retornos aumentar quando próxima à data de divulgação do evento, indica que este contém informações relevantes. Campbell, Lo & Mackinlay (1997) descrevem os procedimentos de um estudo de evento em sete passos principais: (a) definição do evento; (b) estabelecimento de critérios de seleção; (c) cálculo de retornos normais e 30 A persistência de sistemáticos retornos anormais diferentes de zero, após um evento, é inconsistente com a hipótese de que os preços dos títulos se ajustam imediatamente a uma nova informação. 23 anormais; (d) estabelecimento de procedimentos de estimativa; (e) definição de procedimentos de testes; (f) obtenção de resultados empíricos; (g) interpretação e conclusões. 2.3) Definição do Evento Evento é um acontecimento ou um fato específico, não necessariamente econômico, onde se gera um grande número de informações que é difundido para o mercado, ou seja, para os preços dos ativos observados num curto período de tempo. Então, é necessário determinar o evento de interesse e identificar o período sobre o qual os preços dos ativos das firmas envolvidas neste evento serão examinados – a janela do evento. Em muitas situações, a janela do evento é expandida para mais de um dia, de forma a poder incluir todo o intervalo temporal, onde o efeito dos eventos sobre o preço pode ter influência. Na prática, a janela do evento é freqüentemente expandida para dois dias, o dia do anúncio e o dia depois do anúncio. Isto é feito para capturar os efeitos do preço dos anúncios no qual ocorrem depois que o mercado de ações fecha sobre o dia do anúncio 31. O período anterior ou posterior do evento pode também ser de interesse e incluído separadamente na análise. De forma geral, a análise do período anterior à data do evento visa à identificação dos indícios do uso de informações privilegiadas (inside information), enquanto a do período posterior visa a fornecer evidências da velocidade e precisão do ajuste dos preços à nova informação liberada pelo mercado 32. No presente estudo, o evento será definido como as alterações da taxa básica de juros, avaliadas mensalmente pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil (COPOM/BACEN), entre os anos de 2000 a 2002. Tal escolha tem como objetivo avaliar o impacto da política monetária via taxa de juros sobre os preços dos ativos das empresas que possuem capital aberto em bolsa de valores, em um período onde a conjuntura econômica brasileira se manteve estável, sem influência de choques exógenos relevantes. Nota-se que durante os anos de 2000 a 2002 houve 37 reuniões do COPOM. Portanto, dentre estas reuniões foram selecionadas somente 17 reuniões, pois foram àquelas em que a equipe econômica decidiu alterar a taxa básica de juros 33 . A tabela 1 mostra a evolução da taxa de juros fixada pelo COPOM/BACEN durante o período entre janeiro de 2000 a dezembro de 2002. 31 32 33 CAMPBELL, LO; MACKINLAY, 1997. CAMARGOS; BARBOSA, 2003. O evento escolhido foi aquele em que apresentou variações da taxa básica de juros Selic (Bacen) estabelecida pelo COPOM durante o período compreendido entre janeiro de 2000 a dezembro de 2002. Dessa forma, foram selecionadas aquelas reuniões que estão em negrito. Estes eventos foram definidos como E1 a E17. 24 TABELA 1 Eventos Selecionados - Evolução da Taxa de Juros Fixados pelo COPOM/BACEN Reunião DATA 43ª 44ª 45ª (E1) 46ª 47ª (E2) 48ª (E3) (E4) 49ª 50ª 51ª 52ª 53ª (E5) 54ª (E6) 55ª 56ª (E7) 57ª (E8) 58ª (E9) 59ª (E10) 60ª (E11) 61ª 62ª 63ª 64ª 65ª 66ª 67ª (E12) 68ª (E13) 69ª 70ª 71ª 72ª (E14) 73ª 19.01.2000 16.02.2000 22.03.2000 28.03.2000 19.04.2000 24.05.2000 20.06.2000 07.07.2000 19.07.2000 23.08.2000 20.09.2000 18.10.2000 22.11.2000 20.12.2000 17.01.2001 14.02.2001 21.03.2001 18.04.2001 23.05.2001 20.06.2001 18.07.2001 22.08.2001 19.09.2001 17.10.2001 21.11.2001 19.12.2001 23.01.2002 20.02.2002 20.03.2002 17.04.2002 22.05.2002 19.06.2002 17.07.2002 Reunião DATA 74ª 21.08.2002 75ª 18.09.2002 (E15) 76ª 14.10.2002 77ª 23.10.2002 (E16) 78ª 20.11.2002 (E17) 79ª 18.12.2002 FONTE: BACEN, 2003. PERÍODO DE VIGÊNCIA 20.01.2000 17.02.2000 23.03.2000 29.03.2000 20.04.2000 25.05.2000 21.06.2000 10.07.2000 20.07.2000 24.08.2000 21.09.2000 19.10.2000 23.11.2000 21.12.2000 18.01.2001 15.02.2001 22.03.2001 19.04.2001 24.05.2001 21.06.2001 19.07.2001 23.08.2001 20.09.2001 18.10.2001 22.11.2001 20.12.2001 24.01.2002 21.02.2002 21.03.2002 18.04.2002 23.05.2002 20.06.2002 18.07.2002 a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a 16.02.2000 22.03.2000 28.03.2000 19.04.2000 24.05.2000 20.06.2000 07.07.2000 19.07.2000 23.08.2000 20.09.2000 18.10.2000 22.11.2000 20.12.2000 17.01.2001 14.02.2001 21.03.2001 18.04.2001 23.05.2001 20.06.2001 18.07.2001 22.08.2001 19.09.2001 17.10.2001 21.11.2001 19.12.2001 23.01.2002 20.02.2002 20.03.2002 17.04.2002 22.05.2002 19.06.2002 17.07.2002 21.08.2002 PERÍODO DE VIGÊNCIA 22.08.2002 19.09.2002 15.10.2002 24.10.2002 21.11.2002 19.12.2002 a a a a a a 18.09.2002 14.10.2002 23.10.2002 20.11.2002 18.12.2002 22.01.2003 META DA TAXA SELIC (% a.a.) 19 19 19 18,5 18,5 18,5 17,5 17 16,5 16,5 16,5 16,5 16,5 15,75 15,25 15,25 15,75 16,25 16,75 18,25 19 19 19 19 19 19 19 18,75 18,5 18,5 18,5 18,5 18 META DA TAXA SELIC (% a.a.) 18 18 21 21 22 25 VARIAÇÃO (% a.a.) 0,0 0,0 0,0 -0,5 0,0 0,0 -1,0 -0,5 -0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 -0,8 -0,5 0,0 0,5 0,5 0,5 1,5 0,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 -0,3 -0,3 0,0 0,0 0,0 -0,5 VARIAÇÃO (% a.a.) 0,0 0,0 3,0 0,0 1,0 3,0 25 Tendo identificado o evento de interesse, é necessário determinar o critério de seleção de uma ou mais empresas específicas neste estudo. Nesta etapa, diversas restrições podem reduzir a amostra analisada, como a indisponibilidade dos dados ou aqueles que não tem relevância para o objetivo fundamental desse estudo de eventos. Nesta fase, segundo Campbell, Lo & Mackinlay (1997), torna-se útil sumarizar algumas das principais características da amostra de dados e enfatizar quaisquer potenciais vieses que possam ser introduzidos no estudo em decorrência da seleção da amostra. 2.4) Amostra Depois de identificar o evento de interesse, é necessário determinar o critério de seleção para a inclusão de um dado conjunto de firmas no estudo. O critério pode envolver restrições impostas pelos dados disponíveis tais como os índices de mercado IBOVESPA e IBX-50 ou pode envolver restrições tais como associação de firmas em uma indústria específica 34. Neste estágio é fundamental sumarizar algumas características de dados amostrais e notar algum potencial viés, o qual pode ter sido introduzido através da seleção da amostra. Brown & Warner (1985) constataram que, após avaliar a distribuição do excesso de retorno médio para amostras de diferentes tamanhos (tamanho 50), essa distribuição se aproxima da normal. Então, inicialmente selecionou-se uma amostra composta dos papeis acionários que estão contidos na carteira teórica IBX-50. O IBX-50 é um índice que mede o retorno total de uma carteira teórica composta por 50 ações selecionadas entre as mais negociadas na BOVESPA em termos de liquidez, ponderadas na carteira pelo valor de mercado das ações disponíveis à negociação. Ele foi desenhado para ser um referencial para os investidores e administradores de carteira, e também para possibilitar o lançamento de derivativos (futuros, opções sobre futuro e opções sobre índice). O IBX-50 35 tem as mesmas características do IBX – ÍNDICE BRASIL, que é composto por 100 ações, mas apresenta a vantagem operacional de ser mais facilmente reproduzido pelo mercado, devido o seu critério de liquidez. 34 35 CAMPBELL, LO; MACKINLAY, 1997. A carteira teórica IBX-50 é atualizada quadrimestralmente. 26 A escolha do grau de liquidez como critério para composição da amostra pode ser justificada pela própria natureza da hipótese nula a ser testada de que os retornos anormais das ações são estatisticamente insignificantes na presença do choque da taxa de juros. Trabalhar com papéis pouco líquidos poderia viesar os resultados a favor da presença de retorno anormal médio significativo. Outro fator que justifica este critério de escolha é que uma das principais razões para os agentes, que atuam no mercado financeiro brasileiro darem especial importância à liquidez, é o fato de existir um número razoável de empresas com alto valor de mercado [P($).Q(volume)], mas com baixo volume de negócios na bolsa. Num cenário predominantemente instável como o mercado financeiro brasileiro, a liquidez das ações significa uma evolução de retornos mais próxima da forma contínua, o que facilita a tomada de decisão e as negociações em geral. Uma vez fixado o tamanho da amostra, utilizou-se como proxy para a análise deste trabalho o grau de liquidez de cada ação. Dessa forma, foi considerado, como critério para a escolha da composição da amostra, as ações incluídas nas carteiras teóricas IBX-50 36 no ano de 2003. Então, o que se fez foi avaliar a freqüência com que cada ação participou das diferentes composições do IBX-50 no período amostral e assim escolher as que mais participaram, excluindo as que não estão sendo negociados atualmente em bolsa de valores, pelo fato da empresa apresentar capital acionário fechado, os papéis do setor bancário, por não apresentarem todas as informações financeiras necessárias para a avaliação fundamentalista das empresas, e as ações do tipo ordinárias 37 , por não representar grande participação, em termos de volume e liquidez, nos principais índices de mercado do Brasil. Portanto, foram escolhidas as ações que participaram em todas as carteiras teóricas IBX-50 e, dentre elas, aquelas que registraram índices de liquidez mais altos, tendo como medida a classificação acionária em termos de liquidez nestas carteiras. 36 O índice IBX-50 foi criado em 1º de janeiro de 2003, no qual abriu uma nova opção aos investidores que desejam aplicar em ações sem enfrentar a forte oscilação do Índice Bovespa (Ibovespa). A maior estabilidade deve-se ao fato de a seleção das ações que compõem o índice levar em conta o tamanho de cada empresa na bolsa, e não apenas o giro dos papéis no pregão. Para que uma ação seja incluída no índice IBX-50 é necessário que ela atenda a dois quesitos básicos, sempre com relação aos últimos 12 meses: a) ser uma das 50 ações com maior índice de negociabilidade 36 apurados nos doze meses anteriores à reavaliação; b) ter sido negociada em pelo menos 80% dos pregões ocorridos nos doze meses anteriores à formação da carteira. 37 Segundo Assaf (2000), ações ordinárias são as que comandam a assembléia de acionistas de uma empresa, conferindo ao seu titular o direito de voto. 27 Na tabela 2 tem-se a composição da carteira de ações que será utilizada para a realização dos testes estatísticos e das análises econométricas a fim de se averiguar o impacto do choque dos juros sobre as ações das empresas incluídas nesta amostra. Como critério de nomenclatura esta carteira teórica será denominada carteira de estudo IBX-50 T. TABELA 2 1 Composição da Carteira de Estudo IBX-50 T Nº Código Ação Tipo Participação no IBX-50 Classificação na Carteira IBX50 Jan/Abr 03 Mai/Ago 03 Set/Dez 03 Média 1 ACES4 ACESITA PN * 3 44 56 43 47.67 2 AMBV4 AMBEV PN * 3 4 3 3 3.33 3 ARCZ6 ARACRUZ PNB 3 12 14 13 13.00 4 BRTP4 BRASIL T PAR PN *ED 3 10 9 11 10.00 5 BRTO4 BRASIL TELEC PN * 3 16 16 17 16.33 6 CLSC6 CELESC PNB 3 46 74 48 56.00 7 CMIG4 CEMIG PN * 3 13 13 15 13.67 8 CESP4 CESP PN * 3 47 68 46 53.67 9 CPLE6 COPEL PNB* 3 29 33 34 32.00 10 CRTP5 CRT CELULAR PNA* 3 39 48 39 42.00 11 ELET6 ELETROBRAS PNB*ED 3 24 24 24 24.00 12 ELPL4 ELETROPAULO PN * 3 48 73 47 56.00 EMBRAER PN 3 9 11 9 9.67 EMBRATEL PAR PN * 3 32 31 28 30.33 GERDAU PN EBG 3 20 19 14 17.67 13 EMBR4 14 EBTP4 15 GGBR4 16 PLIM4 NET PN 3 49 76 49 58.00 17 PCAR4 P.ACUCAR-CBD PN *ED 3 21 29 23 24.33 18 PETR4 PETROBRAS PN 3 1 1 1 1.00 19 SDIA4 SADIA S/A PN 3 40 49 33 40.67 20 CSTB4 SID TUBARAO PN * 3 41 42 37 40.00 21 TCSL4 40.33 TELE CL SUL PN * 3 36 45 40 22 TCOC4 TELE CTR OES PN * 3 26 25 26 25.67 23 TELE LEST CL PN * 3 50 87 50 62.33 Ação Tipo Participação no IBX-50 TLCP4 Nº Código Classificação na Carteira IBX50 Jan/Abr 03 Mai/Ago 03 Set/Dez 03 Média 24 TNEP4 TELE NORD CL PN * 3 35 46 42 41.00 25 TNLP4 TELEMAR PN * 3 8 8 7 7.67 28 26 TMAR5 TELEMAR N L PNA* 3 19 20 19 19.33 27 TMCP4 TELEMIG PART PN * 3 34 44 36 38.00 TELESP PN * 3 25 27 29 27.00 28 TLPP4 29 TSPP4 30 TRPL4 TELESP CL PA PN * 3 22 23 20 21.67 TRAN PAULIST PN *ED 3 43 51 38 44.00 31 USIM5 USIMINAS PNA 3 33 30 22 28.33 32 VCPA4 VCP PN *ED 3 17 22 16 18.33 33 VALE5 VALE R DOCE PNA 3 3 4 4 3.67 (1) As ações que estão em negrito foram excluídas por indisponibilidade de dados. Fonte: Elaborada pelo autor. Observa-se que desde a sua criação, em janeiro de 2003, foram lançadas no mercado três carteiras teóricas IBX-50 até novembro de 2003 38 . Desse modo, foram consideradas estas três carteiras quadrimestrais (jan/abr, mai/ago e set/dez 03) como critério inicial para a escolha da carteira de ações que será analisada neste estudo. Nota-se também que foram selecionados 33 papéis da carteira de estudo IBX-50 T, dos quais 30 ações possuíam dados suficientes para que os testes fossem efetuados. Portanto, foram selecionadas 30 ações, das quais se tentará avaliar a influência dos choques dos juros sobre elas nos anos de 2000 a 2002. 2.5) Análise da Amostra Nesta subseção serão apresentadas resumidamente as principais informações financeiras das trinta empresas selecionadas da carteira de estudo IBX-50 T 39. Acesita Fundada em 31 de outubro de 1944 pelos engenheiros Amyntas Jacques de Moraes, Percival Farqhuar e Athos Lemos Rache, a ACESITA, companhia do setor de siderurgia, entrou em operação em abril de 1949, com o objetivo de produzir aços especiais para o abastecimento do mercado nacional. Em 2002, a Acesita possuía um patrimônio líquido de R$648,02 milhões, ativos totais de R$ 4,3 bilhões, receita líquida operacional de R$ 1,16 bilhões e um lucro líquido negativo de R$ 493,7 milhões. Seus principais acionistas no ano de 2002 foram Usinor Empreendimentos Participações Ltda. com 28 % e Caixa Prev. Func. BB – Previ com 13 % do total de ações. 38 Os dados originais das carteiras teóricas IBX-50 estão no anexo. 29 Ambev Em 1° de julho de 1999, a fusão da Companhia Antarctica Paulista e da Companhia Cervejaria Brahma, e a criação da AmBev Companhia de Bebidas das Américas, Compañia de Bebidas de Las Américas, American Beverage Company. Multinacional brasileira, a empresa surgiu como a terceira maior indústria cervejeira e a quinta maior produtora de bebidas do mundo. Em 2002, a Ambev possuía um ativo total de R$ 5,05 bilhões, receita líquida operacional nula, patrimônio líquido de R$ 4,23 bilhões e um lucro líquido de R$ 1,51 bilhões. Seus principais acionistas no ano de 2002 foram Fundação Antônio e Helena Zerrenner INB e Empresa de Construção Administração e Participação S/A Ecap ambos com 10 % de participação acionária. Aracruz Fundada em abril de 1972, a Aracruz Celulose é a líder mundial na produção de celulose branqueada de eucalipto. A empresa responde por 30% da oferta global do produto, destinado à fabricação de bens de alto valor agregado, como papéis sanitários, de imprimir e escrever, e especiais. Em 2002, a Aracruz possuía um ativo total de R$6,44 bilhões, um patrimônio líquido de R$2,26 bilhões, uma receita líquida operacional de R$ 1,67 bilhões e um lucro líquido de R$ 60,51 milhões. Seus principais acionistas em 2002 foram Sodepa S/A e Mondi Brazil Limited com 20 % e 12 % do total das ações, respectivamente. Brasil Telecomunicações Com mais de 10,5 milhões de linhas instaladas e quase seis mil funcionários, a Brasil Telecom S.A. é a principal empresa de telecomunicações das regiões Sul, Centro-Oeste e dos Estados do Acre, Rondônia e Tocantins. Sua área de atuação corresponde a 33% do território nacional. Foi criada em abril de 1998 pela quebra do monopólio de telecomunicações no Brasil, fazendo parte da Região II elaborada pelo Plano Geral de Outorgas. Em 2002, aquela firma possuía um ativo total de R$ 15,22 bilhões, um patrimônio líquido de R$ 6,96 bilhões, uma receita líquida operacional de R$ 7 bilhões e um lucro líquido de R$ 440,11 milhões. Seu 39 As principais informações financeiras das empresas foram fornecidas pelo programa Economática e pelos endereços eletrônicos delas. 30 principal acionista em 2002 foi a Brasil Telecom Participações com 65 % do total do volume acionário. Brasil Telecom Participações É a companhia controladora da Brasil Telecom S.A. Em 2002, a Brasil T Participações possuía um ativo total de R$ 7 bilhões, patrimônio líquido de R$ 6,24 bilhões, receita líquida operacional nula e um lucro líquido de R$ 443,41 milhões. Seus principais acionistas no ano de 2002 foram Solpart Participações S/A com 20 % e Caixa Prev. Func. BB – Previ BB com 4 % do total das ações. Celesc A Centrais Elétricas de Santa Catarina – Celesc - é uma empresa que faz parte do setor de energia elétrica cuja principal atividade é a geração, transmissão e distribuição de energia para o estado de Santa Catarina. Foi criada em dezembro de 1955 pelo decreto estadual nº 22, assinado pelo governador Irineu Bornhausen. Em 2002, a Celesc possuía um ativo total de R$ 2,71 bilhões, um patrimônio líquido de R$ 970,58 milhões, uma receita líquida operacional de R$ 1,26 bilhões e um lucro líquido negativo de R$ 91,81 milhões. Seus principais acionistas em 2002 foram o Estado de Santa Catarina e a empresa Santa Catarina Participações e Investimentos com 20 % e 13 % das ações totais, respectivamente. Cemig Fundada em 22 de maio de 1952, pelo então governador de Minas e, depois, presidente do Brasil, Juscelino Kubitscheck de Oliveira, com o objetivo de dar suporte a um amplo programa de modernização, diversificação e expansão do parque industrial do Estado, a Cemig gera, transmite e distribui energia elétrica para o segundo mercado consumidor do País (Minas Gerais), onde estão instaladas algumas das maiores empresas nas áreas de siderurgia, mineração, automobilística e metalurgia, como a Usiminas, Belgo Mineira, Fiat Automóveis, Mercedes Bens, Alcan, Alcoa, Companhia Vale do Rio Doce, Açominas e outras. Em 2002, esta companhia possuía um ativo total de R$ 13,92 bilhões, um patrimônio líquido de R$ 5,63 bilhões, uma receita líquida operacional de R$ 3,69 bilhões e um lucro líquido negativo de R$ 1,15 milhões. Seus principais acionistas no ano de 2002 foram o Estado de Minas Gerais e Southern Electric Brasil Ltda. com 23 % e 14 % do total das ações distribuídas, respectivamente. Cesp 31 A CESP foi constituída, em 5 de dezembro de 1966, como Centrais Elétricas de São Paulo a partir da fusão de 11 empresas de energia elétrica. O objetivo era centralizar o planejamento e racionalização dos recursos do estado de São Paulo no setor energético. Em 27 de outubro de 1977, a razão social da CESP foi alterada para Companhia Energética de São Paulo. Neste sentido, o objetivo passou a se ampliar a atuação da empresa, abrindo espaço para o desenvolvimento de outras atividades além das tradicionais relativas aos serviços públicos de energia. Atualmente, a CESP é a maior empresa de produção de energia elétrica do Estado de São Paulo e a terceira maior do País. Em 2002, a companhia CESP possuía um ativo total de R$ 20,67 bilhões, um patrimônio líquido de R$ 6,47 bilhões, uma receita líquida operacional de R$ 1,86 bilhões e um lucro líquido negativo de R$ 3,41 bilhões. Seus principais acionistas em 2002 foram a Fazenda do Estado de São Paulo e Banespa S/A com 38 % e 20 % do total das ações da companhia, respectivamente. Copel Através do Decreto n°4.947, de 26 de outubro de 1954 (assinado por Bento Munhoz da Rocha Netto), o Governo Estadual criou a Companhia Paranaense de Energia Elétrica - COPEL, tendo como base principal para a integralização de seu capital o Fundo de Eletrificação. Seu principal objetivo é gerar, transmitir, distribuir e comercializar energia, bem como prestar serviços correlatos, promovendo desenvolvimento sustentável com retorno para a sociedade paranaense. Em 2002, a companhia Copel possuía um ativo total de R$ 6,71 bilhões, um patrimônio líquido de R$ 4,99 bilhões, uma receita líquida operacional nula e um lucro líquido negativo de R$ 49,94 milhões. Seus principais acionistas no ano de 2002 foram o Estado do Paraná e o BNDES Participações S/A BNDESPAR com 31 % e 24 % do total de ações distribuídas, respectivamente. Eletrobrás Criada, em 1961, com o objetivo de promover estudos e projetos de construção e operação de usinas geradoras, linhas de transmissão e subestações, destinadas ao suprimento de energia elétrica do País, a ELETROBRÁS assumiu características de holding. Suas controladas são: a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco - Chesf; Furnas Centrais Elétricas S.A.; Centrais Elétricas do Norte do Brasil - Eletronorte; Empresa Transmissora de Energia Elétrica do 32 Sul do Brasil S.A. - Eletrosul; Eletrobrás Termonuclear S.A. - Eletronuclear; e Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica - CGTEE. A ELETROBRÁS detém, também, 50% das ações da Itaipu Binacional, além de ser a principal mantenedora do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica - Cepel, responsável pelo desenvolvimento tecnológico e pelo aprimoramento de equipamentos e materiais do setor. Além disso, a Eletrobrás desenvolve e financia projetos de eficiência energética para diversos segmentos do setor público. A ELETROBRÁS também apóia investidores privados, com participação minoritária na implantação de novos empreendimentos e na comercialização de energia elétrica, propiciando o aumento da oferta de energia no Brasil. A empresa atua como agente do Governo Brasileiro, com funções empresariais de coordenação e de integração do setor elétrico no País. A empresa produz, através de suas subsidiárias, quase 60% da energia elétrica produzida no país e possui 64% da transmissão em linhas de tensão superior a 230 kV. A ELETROBRÁS atua, também, no relacionamento internacional, na gestão ambiental, e em programas de eletrificação rural e combate ao desperdício de energia. Em 2002, a companhia Eletrobrás possuía um ativo total de R$ 89,58 bilhões, um patrimônio líquido de R$ 66,55 bilhões, uma receita líquida operacional de R$ 2,78 bilhões e um lucro líquido de R$ 1,1 bilhão. Seus principais acionistas em 2002 foram a União Federal com 52 % e o BNDES Participações S/A BNDESPAR com 12 % do total das ações distribuídas. Eletropaulo Metropolitana A Eletropaulo - Eletricidade de São Paulo S.A. tem suas origens em 7 de abril de 1899 com a fundação da The São Paulo Tramway, Light and Power Co. Ltda., em Toronto, no Canadá. Em 17 de julho do mesmo ano, a empresa foi autorizada, por decreto do presidente Campos Salles, a atuar no Brasil. Com o programa de privatização lançado pelo governo em 1995, a Eletropaulo foi reestruturada em 31 de dezembro de 1997, dando origem a quatro empresas: Eletropaulo Metropolitana - Eletricidade de São Paulo S.A., EBE - Empresa Bandeirante de Energia S.A., EPTE - Empresa Paulista de Transmissão de Energia Elétrica S.A. e a Emae Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A. Com a cisão, coube à Eletropaulo Metropolitana - Eletricidade de São Paulo S.A. a distribuição de energia elétrica em 24 municípios da Grande São Paulo, onde vivem mais de 16 milhões de pessoas. Em 15 de abril de 1998, foi adquirida em leilão pela Lightgás, subsidiária do grupo Light, formado pelas empresas americanas AES 33 Corporation, Houston Industries Energy, Inc.(a atual Reliant Energy), pela francesa Electricité de France (EDF) e pela brasileira Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Em 2001, com a venda das ações da Reliant e da CSN, a Eletropaulo passou a ser controlada pela AES. Em 2002, a Eletropaulo possuía um ativo total de R$ 13,78 bilhões, um patrimônio líquido de R$ 2,44 bilhões, uma receita líquida operacional de R$ 4,23 bilhões e um lucro líquido negativo de R$ 533,16 milhões. Seus principais acionistas em 2002 foram a AES Transgás Empreendimento Ltda. e AES Elpa com 39 % e 31 % do total das ações, respectivamente. Embraer A Embraer é a quarta maior fabricante de aeronaves comerciais do mundo. Com mais de 30 anos de experiência em projeto, fabricação, comercialização e pós-venda, a empresa já entregou cerca de 5.500 aviões, que estão em operação nos diversos pontos do mundo. A Embraer foi a maior exportadora brasileira entre os anos de 1999 e 2001, e foi a segunda maior empresa exportadora no ano de 2002. Atualmente, a companhia emprega mais de 12.161 funcionários (2002), contribuindo para a geração de mais de 3.000 empregos indiretos. Em 2002, a Embraer possuía um ativo total de R$ 11,28 bilhões, um patrimônio líquido de R$ 2,92 bilhões, uma receita líquida operacional de R$ 4,52 bilhões e um lucro líquido de R$ 562,67 milhões. Seus principais acionistas no ano de 2002 foram a Caixa Prev. Func. BB – Previ e a companhia Bonzano Simonsen Comércio e Indústria com 17 % e 10 % do total das ações distribuídas, respectivamente. Embratel Participações Fundada em setembro de 1965, a Embratel é a maior rede de telecomunicações da América Latina e a única rede nacional de fibras ópticas, e que possui quase 29 mil quilômetros de cabos, que correspondem a 1.068.657quilômetros de extensão da rede de fibras ópticas. Para interligar o Brasil com o mundo, a Embratel opera com uma frota de cinco satélites, participa das organizações Intelsat e Inmarsat, possui 85 estações terrenas e integra quatro sistemas de cabos submarinos de fibras ópticas: Unisur, Americas II, Atlantis II e Columbus III. Em 2002, esta 34 companhia possuía um ativo total de R$ 4,77 bilhões, um patrimônio líquido de R$ 4,72 bilhões, uma receita líquida operacional nula e um lucro líquido negativo de R$ 626,34 milhões. Seus principais acionistas em 2002 foram Startel Participações Ltda. e Caixa Prev. Func. BB – Previ com 19 % e 4 % do total de ações distribuídas, respectivamente. Gerdau Fundada por Johann Heinrich Kaspar Gerdau, ou, João Gerdau, em 1901, o Grupo Gerdau ocupa a posição de maior produtor de aços longos no continente americano, com usinas siderúrgicas distribuídas no Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Estados Unidos e Uruguai. Atualmente, alcança uma capacidade instalada total de 14,4 milhões de toneladas de aço por ano. Em 2002, a Gerdau possuía um ativo total de R$ 7,8 bilhões, um patrimônio líquido de R$ 3,29 bilhões, uma receita líquida operacional de R$ 4 bilhões e um lucro líquido de R$ 798,68 milhões. Seus principais acionistas em 2002 foram a Metalúrgica Gerdau S/A e o BNDES Participações S/A BNDESPAR com 47 % e 3 % do total de ações distribuídas, respectivamente. NET (Globo Cabo) A companhia iniciou suas operações em 1991, através da aquisição de pequenas operadoras de TV a cabo, já existentes, e de licenças operacionais para diversas localidades. À medida que o negócio se desenvolveu, tornou-se necessário encontrar sócios estratégicos que pudessem adicionar capital e expertise de programação. Assim, ao longo de 1993 e 1994, dois novos sócios, Globopar e Ralph Partners II, se juntaram ao sócio original, Antônio Dias Leite. Em 1996, cada um desses sócios detinha 33,3% do capital votante da Companhia. Em setembro de 1998, os principais ativos, passivos e operações da Globo Cabo Participações S.A, subsidiária integral e operadora de MSO da Globo Cabo Holding, foram incorporados à companhia. Como resultado, a Globo Cabo Holding aumentou sua participação acionária na Companhia, através da conversão de ações da Globo Cabo Participações S.A. em novas ações da Companhia. Na mesma época, a empresa, até então denominada Multicanal Participações S.A., alterou sua denominação social para Globo Cabo S.A. Com essa transação, as duas MSOs controladas pela Globo Cabo 35 Holding foram unificadas na Globo Cabo S.A. Em 2002, a Net possuía um ativo total de R$ 1,67 bilhões, um patrimônio líquido de R$ 412,83 milhões, uma receita líquida operacional nula e um lucro líquido negativo de R$ 818,32 milhões. Seus principais acionistas no ano de 2002 foram a Roma Participações Ltda. e RBS Participações S/A com 30 % e 11 % do total das ações distribuídas, respectivamente. Pão de Açúcar O Grupo Pão de Açúcar é um dos pioneiros do setor de varejo de alimentos do Brasil. Atuando há mais de 50 anos, introduziu no país a primeira geração de hipermercados e o supermercado virtual. Fundada em 1948 com a fundação da Doceira Pão de Açúcar, em 1959 abre ao lado dela seu primeiro supermercado, na cidade de São Paulo. Em 1995 abre seu capital com a colocação simultânea de ações no Brasil, Estados Unidos e Europa, sendo dois anos depois a 4ª empresa brasileira, e a 1ª do setor de varejo no Brasil, a ser listada na NYSE, a Bolsa de Valores de Nova York. Em 2002, a companhia Pão de Açúcar possuía um ativo total de R$ 9,09 bilhões, um patrimônio líquido de R$ 3,59 bilhões, uma receita líquida operacional de R$ 7,98 bilhões e um lucro líquido de R$ 245,12 milhões. Seus principais acionistas em 2002 foram Pão de Açúcar S/A Indústria e Comércio e SEGISOR com 40 % e 20 % do total das ações distribuídas, respectivamente. Petrobrás Em outubro de 1953, através da Lei 2.004, a companhia Petrobrás era criada para executar as atividades do setor petrólífero no Brasil em nome da União. A Petróleo Brasileiro S/A iniciou suas atividades com o acervo recebido do antigo Conselho Nacional do Petróleo (CNP). Ao longo de quatro décadas, tornou-se líder em distribuição de derivados no país, colocando-se entre as vinte maiores empresas petrolíferas na avaliação internacional. A companhia é detentora da tecnologia mais avançada do mundo para a produção de petróleo em águas profundas. Em 1997, foi criada a Lei nº 9.478, que abre as atividades da indústria petrolífera à iniciativa privada. Com a lei, foram criados a Agência Nacional do Petróleo (ANP), encarregada de regular, 36 contratar e fiscalizar as atividades do setor; e o Conselho Nacional de Política Energética, um órgão formulador da política pública de energia. Atualmente, sua atuação está nas seguintes áreas de refinarias, áreas de exploração e de produção, dutos, terminais, gerências regionais e na sua grande frota petroleira. Em 2002, a companhia Petrobrás possuía um ativo total de R$ 99,94 bilhões, um patrimônio líquido de R$ 36,77 bilhões, uma receita líquida operacional de R$ 56,32 bilhões e um lucro líquido de R$ 9,8 bilhões. Seu principal acionista em 2002 foi a União Federal com 33 % do total de ações distribuídas. Sadia S/A Fundada em 1944, a Sadia é líder nacional em diversas atividades ligadas ao setor alimentício, a empresa está posicionada entre as maiores empresas de alimentos da América Latina e é uma das maiores exportadoras do país. Companhia aberta desde 1971, a Sadia é reconhecida pelo mercado de capitais como uma empresa transparente, com condutas pautadas nas melhores práticas de Governança Corporativa. Em 2001, a empresa lançou seus ADRs American Depositary Receipts - na Bolsa de Nova York e aderiu ao Nível 1 de Governança Corporativa da BOVESPA. Com mais de 30 mil funcionários, a Sadia mantém 12 unidades industriais e centros de distribuição espalhados por todo o Brasil. Exporta para mais de 60 nações e no exterior têm filiais e escritórios comerciais por vários países, abrangendo América Latina, Europa, Ásia e Oriente Médio. Em 2002, a companhia Sadia S/A possuía um ativo total de R$ 4,57 bilhões, um patrimônio líquido de R$ 1,26 bilhões, uma receita líquida operacional de R$ 4 bilhões e um lucro líquido de R$ 236,12 milhões. Seus principais acionistas no ano de 2002 foram a Fundação Attillio F X Fontana e Sunflower Participações S/A com 6 % e 5 % do total de ações, respectivamente. Siderúrgica Tubarão CST foi constituída em junho de 1976, como uma ´joint-venture´ de controle estatal, com a participação minoritária dos grupos Kawasaki, do Japão, e Ilva (ex-Finsider), da Itália, tendo iniciado a operação em novembro de 1983. Em julho de 1992, a empresa foi privatizada, sendo desde então controlada por grupos nacionais e estrangeiros. Desde a sua privatização, a CST tem realizado um vigoroso programa de investimentos na ordem de US$ 1,8 bilhão, até 2002, voltado 37 especialmente para atualização tecnológica, aumento e enobrecimento do mix de produção e melhorias operacionais e ambientais. Em 2002, esta companhia possuía um ativo total de R$ 7,52 bilhões, um patrimônio líquido de R$ 3,66 bilhões, uma receita líquida operacional de R$ 2,66 bilhões e um lucro líquido de R$ 136,65 milhões. Seus principais acionistas em 2002 foram a Aço Planos do Sul S/A e a Companhia Vale do Rio Doce com 37 % e 23 % do total de ações distribuídas, respectivamente. Tele Celular Sul As principais atividades da Tele Celular Sul são a gerência e a exploração de serviços de telefone residenciais, públicos e industriais, linhas alugadas, transmissão de dados de serviços de telefone móvel celulares, vídeo texto e transmissão do telex, em níveis locais e regionais. A empresa foi fundada através da transferência de controle da Telebrás em maio 1998. A Tele Celular Sul foi controlada pelo governo federal até julho de 1998, quando o processo de privatização foi concluído em agosto 1998. Atualmente, a Tele Celular Sul faz parte da empresa TIM - Telecom Itália Móbile. No Brasil, a TIM está presente desde 1998, quando adquiriu licenças para atuar com a TIM Sul (banda A), TIM Maxitel (banda B) e TIM Nordeste (banda A). Hoje (2003) essas três operadoras somam 5,3 milhões de clientes e já estão com sua rede GSM funcionando paralelamente à rede TDMA. A TIM Sul abrange Paraná, Santa Catarina e região de Pelotas (RS). A TIM Maxitel atua na Bahia, Minas Gerais e Sergipe e a TIM Nordeste no Ceará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Piauí e Rio Grande do Norte. Em 2002, esta companhia possuía um ativo total de R$ 895,3 milhões, um patrimônio líquido de R$ 845,33 milhões, uma receita líquida operacional nula e um lucro líquido de R$ 66,77 milhões. Seus principias acionistas em 2002 foram a Bitel Participações S/A com 21 % e a Caixa Prev. Func. BB – Previ com 4 % do total de ações distribuídas. Tele Centro Oeste Celular As principais atividades da Tele Centro Oeste Celular são a gerência e a exploração dos serviços do público, os telefones residenciais e comerciais, em níveis locais e regionais (Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Acre e o Distrito Federal). Fornece serviços tais como o leasing das linhas, da transmissão de dados de serviços de telefone móvel, de 38 vídeo texto, de transmissão do telex e de outros serviços relacionados. A companhia foi fundada através da transferência de controle da Telebrás em maio 1998. Ela foi controlada pelo governo federal até julho 1998, no qual sua privatização foi concluída em agosto 1998. Atualmente, a Tele Centro Oeste Celular faz parte da empresa VIVO, a qual é resultado de uma união de sete das principais operadoras de telefonia celular do Brasil através de uma Joint Venture liderada pelos grupos Portugal Telecom e Telefónica Móviles. Telesp Celular, Telefônica Celular, Global Telecom, Telebahia Celular, Telergipe Celular, TCO e NBT estão atualmente juntas na companhia VIVO. Em 2002, esta empresa possuía um ativo total de R$ 1,83 bilhões, um patrimônio líquido de R$ 1,21 bilhões, uma receita líquida operacional de R$ 434,1 milhões e um lucro líquido de R$ 329,18 milhões. Seus principais acionistas no ano de 2002 foram Bid S/A e Brazil Celular Holdings com 18 % e 4 % do total de ações, respectivamente. Tele Leste Celular As principais atividades da Tele Leste Celular Participações SA são a gerência e a exploração de serviços de telefone residenciais, públicos e comerciais, linhas alugadas, transmissão de dados de serviços de telefone móvel, tele texto, transmissão de telex e outros serviços relacionados, em níveis locais e regionais, situados no estado da Bahia. A companhia foi criada através da transferência de controle da Telebrás em maio 1998. Ela foi controlada pelo governo federal até julho 1998, quando o processo de privatização foi concluído em agosto 1998. Atualmente, a Tele Leste Celular (Telebahia Celular) faz parte da empresa VIVO. Em 2002, esta empresa possuía um ativo total de R$ 44,62 milhões, um patrimônio líquido de R$ 443,04 milhões, uma receita líquida operacional nula e um lucro líquido negativo de R$ 4,2 milhões. Seus principais acionistas no ano de 2002 foram a Iberoleste Participações S/A e a Telefônica Internacional S/A com 22 % e 3 % do total de ações, respectivamente. Tele Nordeste Celular As principais atividades da Tele Nordeste Celular Participações SA (TELE NORDESTE) são a exploração de serviços de telefone, linhas alugadas, transmissão de dados de serviços de telefone móvel, transmissão de tele texto e de telex e outros serviços relacionados no nível local e regional, situado no estado de Pernambuco. A companhia foi fundada através da transferência de 39 controle da Telebrás em maio 1998. A companhia Tele Nordeste Celular foi controlada pelo governo federal até julho 1998, em que o processo de privatização foi concluído em agosto 1998. Atualmente, a Tele Nordeste Celular faz parte da empresa de telefonia celular TIM NORDESTE. Em 2002,a empresa possuía um ativo total de R$ 777,81 milhões, um patrimônio líquido de R$ 710,14 milhões, uma receita líquida operacional nula e um lucro líquido de R$ 118,57 milhões. Seus principais acionistas no ano de 2002 foram Bitel Participações S/A e Caixa Prev. Func. BB Previ com 19 % e 4 % do total das ações distribuídas, respectivamente. Telemar Em 1998, o Ministério das Comunicações decidiu dividir a Telebrás em doze companhias : três holdings das concessionárias regionais de telefonia fixa, uma holding da operadora de longa distância e oito holdings das concessionárias da telefonia móvel Banda A. A maior delas era a Tele Norte Leste, transformada em Telemar em abril de 1999. Atualmente, os estados que integram a área de atuação - Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Ceará, Maranhão, Pará, Amazonas, Amapá e Roraima - respondem por 64% do território nacional. Em 2002, a empresa possuía um ativo total de R$ 15,4 bilhões, um patrimônio líquido de R$ 9,16 bilhões, uma receita líquida operacional nula e um lucro líquido negativo de R$ 372,56 milhões. Seus principais acionistas em 2002 foram a Telemar Participações S/A e as Ações em Tesouraria com 19 % e 2 % do total das ações distribuídas, respectivamente. Telemig Participações As principais atividades Telemig Celular Participações SA são a gerência e a exploração dos serviços de telefone público, residenciais e comerciais, as linhas alugadas, a transmissão de dados de serviço de telefone móvel, tele texto, a transmissão do telex e outros serviços relacionados no estado de Minas Gerais. A Telemig Participações foi fundada através da transferência de controle da Telebrás em 1998. A companhia foi controlada pelo governo federal até julho 1998, em que se concluiu o processo de privatização, em agosto 1998. Em 2002, esta empresa possuía um ativo total de R$ 792,11 milhões, um patrimônio líquido de R$ 763,25 milhões, uma receita líquida operacional nula e um lucro líquido de R$ 67,85 milhões. Seus 40 principais acionistas no ano de 2002 foram TelPart Participações S/A e Caixa Prev. Func. BB Previ com 19 % e 4 % do total das ações distribuídas, respectivamente. Telesp Operacional A Telecomunicações de São Paulo SA era chamado anteriormente como Telesp Participações SA. Suas principais atividades são a gerência e a exploração do público, os serviços de telefone público, residenciais e comerciais, linhas alugadas, a transmissão de dados de serviços de telefone móvel, tele texto e a transmissão de telex para o estado de São Paulo. A companhia foi fundada através da transferência de controle da Telebrás em maio 1998. Ela foi controlada pelo governo federal até julho 1998, sendo que a privatização foi concluída em agosto. Atualmente, a Telesp Operacional faz parte da companhia Telefônica, cuja atividade está centrada basicamente nos negócios de telefonia fixa e telefonia móvel, tendo a banda larga como ferramenta chave para o desenvolvimento de ambos os negócios. Em 2002, esta empresa possuía um ativo total de R$ 22,34 bilhões, um patrimônio líquido de R$ 14,48 bilhões, uma receita líquida operacional de R$ 10,02 bilhões e um lucro líquido de R$ 1,07 bilhões. Seus principais acionistas no ano de 2002 foram a Telefônica Internacional S/A (ADRs) e a SP Telecom Holding S/A com 44 % e 20 % do total das ações distribuídas, respectivamente. Telesp Celular Participações A Telesp Celular Participações é uma companhia de telefonia celular que faz parte atualmente da companhia VIVO. Em 2002, a Telesp Celular possuía um ativo total de R$ 6,04 bilhões, um patrimônio líquido de R$ 4,01 bilhões, uma receita líquida operacional nula e um lucro líquido negativo de R$ 1,14 bilhões. Seus principais acionistas no ano de 2002 foram Portugal Tel. Inv. SGPS S/A e Portelcom Participações S/A com 27 % e 14 % do total das ações distribuídas, respectivamente. Usiminas Em abril de 1956, durante o Plano de Desenvolvimento do governo Kubitscheck, fundava-se a Usiminas – Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A, no Horto de Nossa Senhora, na atual cidade de Ipatinga. Em 1958, a Usiminas tornou-se uma joint venture, com a participação 41 de capital estatal em parceria com acionistas japoneses, permitindo um novo estilo de gestão compartilhada - nos moldes da iniciativa privada. A Usiminas destaca-se como uma das maiores siderúrgicas do País. É a empresa líder do Sistema Usiminas - um dos 20 maiores complexos siderúrgicos mundiais -, formado por empresas que atuam em siderurgia e em negócios onde o aço tem importância estratégica. Em 2002, esta empresa possuía um ativo total de R$ 8,97 bilhões, um patrimônio líquido de R$ 2,43 bilhões, uma receita líquida operacional de R$ 2,49 bilhões e um lucro líquido negativo de R$ 944,01 milhões. Seus principais acionistas no ano de 2002 foram a Companhia Vale do Rio Doce e a Nippon Usiminas Co. Ltda. com 12 % e 10 % do total das ações distribuídas, respectivamente. Votorantim C P Fundada em 1918, na cidade de São Paulo, o Grupo Votorantim está entre os maiores grupos econômicos brasileiros. As empresas do Grupo são líderes ou têm participações destacadas em todos os mercados em que atuam, como nas áreas de produção de cimento, celulose, papel, alumínio, zinco, níquel, aços longos, filmes de polipropileno biorientado, especialidades químicas e suco de laranja. Possui também importante participação no setor financeiro, através do Banco Votorantim. Em 2002, a empresa possuía um ativo total de R$ 4,19 bilhões, um patrimônio líquido de R$ 2,82 bilhões, uma receita líquida operacional de R$ 1,74 bilhões e um lucro líquido de R$ 308,03 milhões. Seus principais acionistas no ano de 2002 foram a Votocel Filmes Flexíveis Ltda. e a Nova HPI Participações com 51 % e 6 % do total das ações distribuídas, respectivamente. Companhia Vale do Rio Doce Com o intuito de explorar as minas de minério de ferro do Quadrilátero Ferrífero, no estado de Minas Gerais, a Companhia Vale do Rio Doce foi fundada em 1942. Empresa estatal até então, em 7 de maio de 1997 a Vale foi privatizada, sendo adquirida pelo Consórcio Brasil, transformando-se, ao longo do tempo, na maior mineradora diversificada das Américas e maior prestadora de serviços de logística do Brasil, além de participar do setor de geração de energia elétrica. Atualmente a Vale é um dos mais importantes e produtivos grupos empresariais brasileiros, com atuação internacional e clientes em mais de 30 países. Em 2002, a empresa possuía um ativo total de R$ 26,83 bilhões, um patrimônio líquido de R$ 12,75 bilhões, uma receita líquida operacional de R$ 8,23 bilhões e 42 um lucro líquido de R$ 2,04 bilhões. Seus principais acionistas no ano de 2002 foram a Valepar e a Litel Participações S/A com 27 % e 7 % do total das ações distribuídas, respectivamente. 2.6) Retornos Normais e Anormais Para avaliar o impacto do evento utiliza-se uma medida do retorno anormal. O retorno normal é definido como o retorno esperado sem a condição de que o evento ocorra, enquanto que o retorno anormal é definido como o retorno observado ex post de um título menos o retorno da firma na janela de evento 40 . Desse modo, o retorno anormal de um título para uma dada firma i e uma data de evento t é dado pela seguinte fórmula: ARit = Rit − E ( Rit / X t ) (1) onde ARit, Rit e E(Rit/Xt) são, respectivamente, o retorno anormal, retorno observado e retorno esperado do ativo i para o período t, com base nas informações Xt, condicionantes do modelo de geração de retornos normais 41 . Supondo-se que E(Rit/Xt) = E(Rit), tem-se: ARit = Rit − E ( Rit ) (2) Soares, Rostagno & Soares (2002), apresentam duas formas de cálculos dos retornos normais: a tradicional, que pressupõe um regime de capitalização discreta, e a logarítmica, que pressupõe um regime de capitalização contínua. Segundo estes autores, a forma de cálculo dos retornos mais adequada é a logarítmica, pois esta apresenta uma distribuição de retornos mais próxima à distribuição normal, a qual constitui um dos pressupostos de testes paramétricos 42 . Portanto, para este estudo é utilizado o regime de capitalização contínua como fórmula de cálculo para retornos normais. Por esta forma de capitalização, o preço de um título é dado por: Pt = Pt −1e R (3) com t = 1, por estar utilizando apenas um período, sendo R, Pt e Pt-1 a taxa de retorno, o preço da ação no período t e o preço da ação no período t – 1, respectivamente. 2.7) Modelos de Determinação de Retornos Normais De um modo geral, diversos modelos podem ser empregados nos cálculos dos retornos normais. Campbell, Lo & Mackinlay (1997) dividem esses modelos em duas categorias: 40 CAMARGOS; BARBOSA, 2003. Os modelos de determinação de retornos normais são descritos com maiores detalhes na seção 2.7. 42 Na forma Logarítmica, a curva relativa à distribuição de freqüência dos retornos, pressupondo-se ser de capitalização contínua, seria simétrica em relação a “zero”. Esta tende a aproximar a distribuição de freqüências dos retornos calculados por meio do logaritmo natural da curva normal. 41 43 estatísticos, no qual obedecem aos pressupostos estatísticos que envolvem o comportamento de retornos de ativos e não dependem de quaisquer argumentos econômicos, quando a data do evento é facilmente identificada; e econômicos, no qual obedecem a restrições econômicas, o que lhes possibilita calcular medidas mais precisas de retornos normais. Para este estudo será considerado o modelo estatístico. Os três modelos estatísticos de mensuração de retornos normais sugeridos por Brown & Warner em seus artigos de 1980 e 1985 são: modelo de retornos ajustados à média (constante); modelo de retornos ajustados ao mercado; e modelo de retornos ajustados ao risco e ao mercado. Devido à grande volatilidade das cotações nas bolsas brasileiras e, por conseqüência, da baixa significância dos coeficientes não será utilizado o último modelo de mensuração estatística para este estudo. Dessa forma, serão utilizadas duas alternativas de modelos estatísticos de retornos normais: retornos ajustados à média e os retornos ajustados ao mercado. 2.7.1) Modelo de Retornos Ajustados à Média (RAM) 43 Este modelo assume que o retorno esperado ex ante para um dado título i é igual à constante Kt (calculada como a média aritmética de retornos passados do título ou aproximada por um único retorno passado deste). Assume ~ também valores diferentes para cada ação de uma carteira de mercado, ou seja, E ( Rt ) = K t . O retorno calculado ex post do título i no período t é igual a Kt. O retorno anormal ARit é igual a diferença entre o retorno observado Rit e o retorno calculado. Matematicamente, tem-se que: ARit = Rit − K t (4) e T K t = Ri = onde 43 ∑R t =t T it (5) Ri representa a média aritmética do retorno normal da ação i entre o período t a T. O modelo de retornos ajustados à média é consistente com o modelo CAPM (Capital Asset Price Model), considerando-se a premissa de que um título tem um risco sistemático (β) constante e que a fronteira eficiente é estacionária (BROWN & WARNER, 1980). 44 Embora o modelo de retornos normais ajustados é considerado o mais simples, Brown & Warner (1980) encontraram freqüentes resultados similares àqueles mais sofisticados, referentes aos modelos de retornos ajustados ao risco e ao mercado. Esta perda de sensibilidade da escolha do modelo pode ser atribuída ao fato de que a variância do retorno anormal é, freqüentemente, não muito reduzida por escolher aquele modelo mais sofisticado 44. 2.7.2) Modelos de Retornos Ajustados ao Mercado O modelo de mercado é um modelo estatístico que relaciona o retorno de ativo do retorno da carteira de mercado. Ele assume também que os retornos esperados ex ante são iguais para todos os ativos, mas não necessariamente constantes ao longo do tempo. Em outras palavras, assume que o retorno esperado ex ante de retorno do mercado é a média ponderada do volume financeiro negociado dos retornos das ações que a compõe. Considerando-se a carteira de mercado de risco de ativos m a combinação linear de todos os títulos, tem-se que ~ ~ E ( Rt ) = E ( Rmt ) para qualquer título i. Dessa forma, o retorno anormal ex post, em qualquer título i, é dado pela diferença entre seu retorno e o da carteira de mercado m. Ou seja, ARit = Rit − Rmt (6) A implementação deste modelo envolve a comparação do retorno do título durante o período do evento com o retorno de um índice apropriado de mercado. Qualquer diferença entre o retorno do título e o retorno de mercado é denominada de anormal ou excesso de retorno com relação ao evento em questão 45. Para este trabalho foram considerados dois índices de mercado: o índice IBOVESPA, no qual é o índice de mercado de referência brasileiro, onde são compostas as ações de todas as firmas de capital aberto na Bolsa de Valores de São Paulo, e o índice de mercado IBX-50, onde se mede o retorno total de uma carteira teórica composta pelas 50 ações entre as mais negociadas na BOVESPA em termos de liquidez, ponderadas na carteira pelo valor de mercado das ações disponíveis à negociação. A escolha desses dois índices de mercado tem o objetivo de avaliar o comportamento das ações incluídas na carteira de estudo IBX-50 T diante do índice de carteira que representa grande peso no mercado acionário brasileiro (IBOVESPA) e também diante do índice representativo de liquidez neste mercado (IBX-50). 2.8) Procedimento de Estimação 44 45 CAMPBELL, LO; MACKINLAY, 1997. CAMARGOS & BARBOSA, 2003. 45 Uma vez selecionado o modelo de desempenho normal, os parâmetros do modelo devem ser estimados usando o subconjunto de dados conhecidos como a janela de estimação. Normalmente, utiliza-se um período anterior ao da janela do evento, também definido de forma subjetiva e arbitrária pelo pesquisador, devendo ser extenso o bastante para que possíveis discrepâncias nos preços possam ser diluídas sem provocar grandes alterações em sua distribuição de freqüência 46. O que deve ser observado na definição desta janela é que ela não deve incluir, ou seja, sobrepor-se à janela do evento, a fim de não influenciar os parâmetros do modelo de determinação de retornos normais. A figura 1 apresenta o formato da metodologia: FIGURA 1: Linha de Tempo de um Estudo de Evento. (Janela de Estimação) L1 T0 (Janela de Evento) (Janela Pós-Evento) L2 T1 L3 0 T2 T3 FONTE: Adaptado de CAMPBELL, LO & MACKINLAY (1997). onde: t = 0 é a data do evento; t = T0 + 1 até t = T1 é a janela de estimação e L1 = T1 – T0, a sua extensão; t = T1 + 1 até t = T2 é a janela de evento e L2 = T2 – T1, a sua extensão; t = T2 + 1 até t = T3, é a janela pós-evento e L3 = T3 – T2, a sua extensão; Para este trabalho, serão considerados dois procedimentos de estimação, definindo-se duas linhas de tempo para o estudo de evento: Análise de Curto Prazo e Análise de Longo Prazo. No procedimento de estimação de curto prazo verificar-se-á qual é o impacto do evento sobre a carteira de ações IBX-50 T no período onde um grande volume de informações é incorporada ao preço das ações. Desse modo, tentará avaliar o comportamento das ações da carteira de estudo IBX-50 T dentro de um intervalo de três dias da janela do evento. A linha de tempo para este estudo de evento é esquematizada da seguinte maneira: FIGURA 2: Linha de Tempo de um Estudo de Evento (Análise de Curto Prazo). (Janela de Estimação) L1 46 CAMARGOS; BARBOSA, 2003. (Janela de Evento) (Janela Pós-Evento) L2 L3 46 - 32 -1 0 +1 T3 FONTE: Elaborado pelo autor. onde, t = 0 é a data do evento, T0 = - 32, T1 = -1, T2 = +1 e L1 = 30, L2 = 3 do dia do evento, respectivamente. Nota-se que T3 e L3 são considerados apenas como extensão da linha de tempo deste estudo de eventos. O procedimento de estimação de longo prazo tentará examinar o impacto dos eventos sobre a carteira de ações IBX-50 T no período onde está se criando um grande volume de informações que refletem diretamente sobre os preços desses ativos. Ou seja, este período mostra a reação do mercado frente às expectativas relativas ao anúncio da nova taxa básica de juros. A linha de tempo para este estudo de evento é representada da seguinte forma: FIGURA 3: Linha de Tempo de um Estudo de Evento (Análise de Longo Prazo). (Janela de Estimação) L1 - 131 (Janela de Evento) (Janela Pós-Evento) L2 - 10 L3 0 + 10 T3 FONTE: Elaborado pelo autor. onde, t = 0 é a data do evento, T0 = - 131, T1 = -10, T2 = +10 e L1 = 120, L2 = 21 do dia do evento, respectivamente. Nota-se que T3 e L3 são considerados apenas como extensão da linha de tempo deste estudo de eventos. Para Campbell, Lo & Mackinlay (1997), quando o modelo de mercado é empregado na obtenção dos retornos normais, seus parâmetros costumam ser estimados com base em uma janela de estimação com duração igual aos 120 dias anteriores ao evento. O período do evento não costuma ser empregado na estimativa dos parâmetros de forma a não influenciar os parâmetros empregados no modelo de formação dos retornos normais. 2.9) Categorias de Anúncio Para avaliar o impacto dos anúncios das alterações da taxa básica de juros sobre as ações das firmas incluídas na carteira de estudo IBX-50 T é atribuído a cada anúncio uma dessas duas categorias: boa notícia e má 47 notícia. Categorizam-se cada anúncio usando o desvio dos retornos observados dos retornos esperados. Se os retornos observados excederem os esperados o anúncio é denominado como boa notícia; mas, se os retornos observados forem inferiores aos esperados o anúncio é tido como uma má notícia. Em outras palavras, para este estudo define-se boa notícia a categoria na qual a ação i obtém um retorno anormal positivo no dia do evento (ARit > 0); e má notícia a categoria na qual a ação i obtém um retorno anormal negativo (ARit < 0) no dia do evento. 2.10) Procedimento de Teste 47 Como a reação do mercado pode difundir-se nos dias subseqüentes ao evento, acumulam-se os retornos anormais nesses dias para avaliar a reação dos preços no mercado ao longo da janela do evento 48. Para este estudo, esta acumulação será feita na dimensão no tempo, ou seja, através da acumulação dos retornos anormais no tempo para títulos individuais afetados por um evento específico. A técnica do retorno anormal acumulado, ou CAR (Cumulative Abnormal Return), pode ser expressa pela seguinte fórmula: t2 CARi (t1 , t 2 ) = ∑ ARit (7) t1 O retorno anormal acumulado de t1 a t2 está contido no intervalo T1 < t1 < t2 < T2. Assintoticamente (pois L1 aumenta), a variância de CAR 49 pode ser calculada por: σ i2 (t1 , t 2 ) = (t 2 − t1 + 1)σ ε2 i (8) Com base na equação 8, sob a hipótese nula (H0), o retorno anormal acumulado apresenta uma distribuição normal com esperança zero e variância constante: CARi (t1 , t 2 ) ~ N [0, σ i2 (t1 , t 2 )] (9) Pode-se construir um teste para H0 [CARi (t1, t2) = 0] para um título i, com base na equação 9, usando-se o retorno anormal acumulado padronizado (SCAR), dado por: SCAR i (t1 , t 2 ) = 47 48 CAR i [σ i2 (t1 , t 2 )]1 / 2 (10) As equações 7 até 10 foram obtidas de MACKINLAY (1997). CAMARGOS & BARBOSA, 2003. 48 onde σ i2 (t1 , t 2 ) é calculado pela fórmula vetorial 50: σ ε2 = i 1 ε i'ε i L1 − 2 (11) Sob H0, a distribuição de SCARi (t1, t2) é t de Student, com L1 – 2 graus de liberdade. Através das propriedades da distribuição t de Student, a expectativa de SCARi (t1, t2) é 0 e a variância é ( L1 − 2 ) . Nota-se que, L1 − 4 para janelas de estimação grandes (L1 > 30), a distribuição de SCARi (t1, t2) será aproximada da distribuição normal padrão. De uma forma geral, os resultados empíricos obtidos após a aplicação dos testes de hipóteses conduzidos ao longo do estudo do evento devem possibilitar a extração de conclusões sobre os mecanismos através dos quais os eventos afetam os preços dos ativos financeiros analisados. Análises complementares podem ser feitas com o intuito de investigar relações não previstas inicialmente 51. 2.11) Os Dados As cotações acionárias são diárias e analisadas entre o período de janeiro de 2000 a dezembro de 2002. Estas cotações foram coletadas junto ao provedor de informações Economática, fornecido pela Bolsa Regional de Valores do Ceará (BVRg/CE). Para fins de análise, optou-se por cotações não-ajustadas para eventos, em valores nominais e na moeda atual (ou seja, em Reais) 52. Nos feriados nacionais, as ações das empresas na bolsa de valores não foram negociadas, portanto, não houve cotações acionárias. Este critério aumenta a importância da composição da amostra com base na liquidez dos papéis, porque, no caso de ações negociadas com maior Para este modelo estatístico, a disturbância εi representa o retorno anormal da ação i (ARi). Para maiores detalhes, veja CAMPBELL, LO & MACKINLAY (1997). 51 Estas análises complementares serão feitas na seção 2.12 em que descreve se existem relações entre indicadores financeiros das firmas e seus retornos estatisticamente significantes através de um modelo econométrico de dados em painel. 52 O banco de dados da Economática fornece cotações de fechamento referentes a uma ação, e não a um lote, que é a forma pelas quais muitas vezes as ações são negociadas em bolsa. 49 50 49 freqüência, há menos necessidade de eliminar retornos, o que gera um ganho de eficiência nos testes estatísticos. Nota-se ainda que os retornos dos papéis e da carteira de mercado utilizados no modelo de retornos normais são expressos em termos de moeda nominal. Para deflacioná-las utilizou-se o índice IGP-DI, calculando, inicialmente, os preços de fechamento reais. Esse índice se refere ao período que começa no primeiro dia de cada mês e termina no último. 2.12) Avaliação dos Indicadores Financeiros das Empresas da Amostra Segundo Brigham & Houston (1999), do ponto de vista do investidor, o objetivo da análise das demonstrações financeiras é a previsão do futuro, enquanto, do ponto de vista da gerência, a análise das demonstrações financeiras é útil tanto para ajudar a antever condições futuras quanto como ponto de partida para o planejamento de ações que irão influenciar o futuro desenrolar dos eventos. Analistas de ações estão interessados na eficiência e perspectivas de crescimento da empresa a qual investiu. Dessa forma, índices financeiros são construídos para mostrar as relações entre as contas das demonstrações financeiras, a fim de revelar os pontos fortes e fracos de uma empresa em comparação com outras empresas do mesmo setor e para examinar se a posição da mesma tem melhorado ou se deteriorado ao longo do tempo. Portanto, a avaliação dos índices financeiros de uma empresa específica é fundamental para a decisão dos investidores de aquisição ou não de ações, pois sinaliza se aquela firma tem condições financeiras sólidas para distribuir dividendos ou para suportar choques exógenos que abalam sua estrutura de capital, como por exemplo o choque dos juros. Em outras palavras, espera-se que os investidores aplicam seus recursos nas ações das empresas que possuem bons indicadores financeiros, pois eles buscam auferir ganhos adicionais em suas aplicações relacionados a dividendos, no qual está em função de seus potenciais lucros futuros. Empresas com grande disponibilidade de recursos, liquidez e com grande potencial para geração de lucros sinalizam que elas possuem uma estrutura de capital favorável, estimulando as aplicações dos investidores nas suas ações. Percebe-se que existe uma relação entre os indicadores financeiros e os retornos acionários das empresas. Então, torna-se fundamental verificar o que levou estas firmas a terem seus retornos acionários anormais após os eventos. Neste sentido, pretende-se examinar a 50 influência dos principais indicadores financeiros sobre estes retornos anormais. Indicadores como de estrutura de capital, de liquidez e de rentabilidade das empresas servem como referência para os atuais e potenciais acionistas identificar o retorno de seus investimentos, ou seja, a capacidade que a empresa apresenta em gerar lucros e remunerar os recursos próprios aportados diante de um cenário, por exemplo, da vulnerabilidade do choque da taxa de juros. Portanto, ao avaliar a influência dos indicadores financeiros sobre o excesso de retorno tenta-se explicar como o mecanismo de transmissão da política monetária via taxa de juros afeta a estrutura de capital das empresas de capital aberto. Através dos balanços contábeis levantados por uma empresa, podem ser extraídas informações a respeito de sua posição econômica e financeira atual, as causas que determinaram a evolução apresentada e as suas tendências futuras. Dessa forma, ao avaliar uma empresa, objetivase alcançar o valor justo de mercado, isto é, aquele que representa, de modo equilibrado, a potencialidade econômica de determinada companhia. Então, a preocupação dos investidores potenciais no mercado financeiro a priori centra-se nas demonstrações contábeis daquelas empresas, das quais extrai suas conclusões a respeito de sua situação econômico-financeira, e toma decisões como investir em seu capital acionário, avaliar se a empresa está sendo bem administrada, identificar sua capacidade de solvência, avaliar se é uma empresa lucrativa e se tem capacidade de saldar suas dívidas com recursos gerados internamente 53 . O esquema 3 mostra de uma forma resumida como os indicadores se relaciona com os preços das ações. 53 BRIGHAM & HOUSTON, 1999. 51 ESQUEMA 3 - RELAÇÃO ENTRE INDICADORES FINANCEIROS E PREÇO DOS ATIVOS RENTABILIDADE PREÇO DOS ATIVOS INDICADORES FINANCEIROS LUCRO LÍQUIDO ENDIVIDAMENTO LIQUIDEZ DIVIDENDOS EMPRESA $ $ sinal INVESTIDORES Fonte: elaborada pelo autor. Observa-se que os indicadores financeiros de rentabilidade, endividamento e de liquidez influenciam o lucro líquido da empresa. Estes indicadores sinalizam o desempenho financeiro da firma para os investidores. Dependendo da performance da firma, os investidores decidem investir ou não, através da compra de ações. Em outras palavras, dado que a distribuição de dividendos depende diretamente do lucro líquido da firma os investidores observam este último indicador e tomam a decisão de aplicar ou não recursos na empresa. Portanto, quanto maior o lucro líquido, maior o incentivo dos investidores a aplicar seus recursos na firma. A análise visa conhecer a capacidade de pagamento da empresa, avaliar basicamente a proporção de recursos próprios e de terceiros mantidos pela empresa, examinar sua dependência financeira por dívidas de curto prazo, a natureza de suas exigibilidades e seu risco financeiro no mercado, e fazer uma avaliação econômica do desempenho da empresa, dimensionando o retorno sobre os investimentos realizados e a lucratividade apresentada pelas vendas. Dessa forma, todas estas análises serão utilizadas para avaliar a influência dos principais indicadores financeiros das empresas sobre os seus papéis, em bolsas de valores, que apresentaram retornos acionários anormais significativos na janela do evento dos anúncios das alterações da taxa básica de juros da economia brasileira entre o período de 2000 a 2002. Portanto, num cenário de redução da taxa de juros, por exemplo, espera-se que os investidores apliquem em ações das empresas que possuam grande capacidade de gerar recursos, grande participação de capitais de terceiros, aumentando a disponibilidade de recursos na empresa, e bom desempenho em termos de rentabilidade sobre 52 investimentos realizados. Por outro lado, quando há elevação da taxa de juros, espera-se que os investidores substituam suas aplicações acionárias nas empresas que possuem alto índice de endividamento e baixa rentabilidade por ativo, por ativos mais rentáveis e seguros. Entretanto, antes de elaborar esta análise, é preciso definir quais os indicadores financeiros a serem utilizados neste estudo. Foram selecionados três indicadores financeiros coletados junto ao provedor de informações Economática, fornecido pela BVRg/CE. Estes indicadores correspondem a dados de estrutura de capital, liquidez e rentabilidade do balanço não consolidado das empresas da amostra, no qual expressa de uma forma geral a situação financeira da empresa antes da alteração da taxa de juros. Note-se que estes dados são expressos em termos reais e também em termos percentuais. Então, com relação aos dados reais foi necessário deflacioná-los, utilizando-se o índice IGP-DI, para manter a padronização monetária correspondente com o preço acionário das empresas selecionadas para a execução dos testes estatísticos posteriores. Portanto, os principais indicadores financeiros 54 selecionados para análise em questão são 55: (A) RENTABILIDADE Æ Rentabilidade do Ativo (RA) (%): indica quanto a empresa obtém de lucro para cada R$ 100 de investimento total médio. Quanto mais alta for esta taxa, melhor. Este índice também mostra quanto a empresa obteve de lucro líquido em relação ao ativo. É, portanto, uma medida do potencial de geração de lucro de parte da empresa. É representado pela seguinte forma: RA (%) = LUCRO LÍQUIDO / ATIVO TOTAL (12) (B) ESTRUTURA DE CAPITAL Exigível Total / Ativo Total (EXT_AT) (%): revela a dependência da empresa com relação a suas exigibilidades, isto é, do montante investido em seus ativos, ou qual a participação dos recursos de terceiros. Ela representa também o índice de endividamento geral da empresa. Quanto 54 Os dados dos indicadores financeiros das empresas selecionadas são trimestrais. Os principais conceitos relativos aos indicadores financeiros foram fundamentados por MATARAZZO (1989), GITMAN (2002) e BRIGHAM & HOUSTON (1999). 55 53 maior se apresentar esse índice, mais elevada se apresenta a dependência financeira da empresa pela utilização de capitais de terceiros. É representado pela seguinte forma: EXT_AT (%) = (PASSIVO CIRCULANTE + EXIGÍVEL LONGO PRAZO) / ATIVO TOTAL (13) (C) LIQUIDEZ Liquidez Corrente (LC): indica quanto a empresa possui no ativo circulante para cada $1 de dívida em curto prazo. Quanto maior a liquidez corrente, mais alta se apresenta a capacidade da empresa em financiar suas necessidades de capital de giro. É representado pela seguinte razão: LC = ATIVO CIRCULANTE / PASSIVO CIRCULANTE (14) Portanto, definido estes indicadores financeiros 56, será apresentado na próxima seção um modelo econométrico onde se tentará estimar a influência desses indicadores financeiros das empresas da carteira de estudo IBX-50 T com seus excessos de retornos acionários, que foram estatisticamente significantes na janela do evento. 2.13) Modelo Econométrico Utiliza-se o modelo econométrico de dados em painel a fim de avaliar a influência dos indicadores financeiros das empresas sobre os excessos de retornos das ações incluídas na carteira de estudo IBX-50 T 57 . Como uma forma de aumentar a eficiência da estimação do modelo, é utilizado o método de estimação Cross Section Ponderado (GLS), no qual é assumida a presença de heteroscedasticidade cross-section, incluindo um fator de correção de heterocedasticidade nos erros padrões White Heteroskedasticity-Consistent Standart Errors & Covariance para estimar os parâmetros da equação. É considerado como modelo padrão a seguinte equação econométrica: 56 Um índice alternativo para a avaliação do desempenho das empresas da amostra seria a alavancagem financeira, a qual representa a capacidade que os recursos de terceiros apresentam de elevar os recursos líquidos dos proprietários. 57 É utilizado o programa software de econometria Eviews 3.1, onde serão estimados todos os parâmetros das equações de regressão adotados no modelo de estimação de dados em painel. 54 CARie (t1 , t 2 ) = α ie + IF *ie' β i + ε ie (15) onde CARie (t1 , t 2 ) é o retorno anormal acumulado da ação i na janela do evento L2 (t1, t2) no evento “e”, IF*ie e βi são, respectivamente, k-vetores de regressores não-constantes dos indicadores financeiros da empresa i defasadas um trimestre do evento “e”, e parâmetros para i = 1,2, ..., N unidades de ações cross-section. Cada unidade de ação cross-section é observada para “e” = 1,2, ..., E eventos. As variáveis explicativas do modelo econométrico utilizado são defasados um trimestre do evento “e” pelo fato que os balanços das empresas disponíveis no mercado corresponderem ao trimestre anterior daquela data. Desse modo, com estas informações defasadas, os investidores geram expectativas com relação ao desempenho financeiro das firmas. Como variáveis independentes do modelo econométrico são considerados os seguintes indicadores financeiros das empresas selecionadas 58: ⎛ RAie ⎞ ⎜ ⎟ IF *ie = ⎜ EXT _ ATie ⎟ ⎜ LC ⎟ ⎝ ie ⎠ (17) onde, RAie representa a rentabilidade do ativo da empresa i no evento “e”, EXT_ATie representa o índice de endividamento da empresa i no evento “e”, e LCie representa a liquidez corrente da empresa i no evento “e”. Dessa forma, para efeito de análise financeira, foi levada em consideração a escolha de um índice de rentabilidade, de estrutura de capital e de liquidez, a fim de avaliar, de uma forma geral, o desempenho financeiro das empresas incluídas na carteira de estudo IBX-50 T. Como uma forma alternativa, pode-se visualizar estes dados como um conjunto de regressões específicas cross-section de modo que se tenha N equações transversais: CARi (t1 , t 2 ) = α i + IF *i' β i + ε i 58 (18) Os dados dos indicadores financeiros das empresas correspondem ao trimestre imediatamente anterior aos eventos selecionados. 55 cada um com “E” eventos empilhados. Para a proposta de discussão, a equação (18) pode também ser representada pela seguinte forma: CAR(t1, t2) = α + IF*β +ε (19) onde α, β e IF* são estabelecidos para incluir algumas restrições sobre os parâmetros entre as unidades de ações cross-section. A matriz covariância residual para este conjunto de equações é dada por: ⎛ ε 1ε 1' ⎜ ⎜ ε 2 ε 1' Ω = E (εε ' ) = E⎜ ⎜ ⎜ε ε ' ⎝ N 1 ε 2 ε 2' ε 2 ε 2' ... ε N ε 1' ⎞ ... ... ⎟ ⎟ ⎟ O ⎟ ε N ε N' ⎟⎠ M (20) Basicamente a especificação básica tratada em painel tem um sistema de equações e estima o modelo usando o sistema OLS (Ordinary Least Square). Esta especificação é apropriada quando os resíduos são contemporaneamente não correlacionados e homoscedástico em séries temporais e de forma cross-section: Ω = σ 2 I N ⊗ IT (21) Para a estimação do modelo econométrico é suposto que os resíduos são heteroscedásticos e não correlacionados contemporaneamente. Portanto, é utilizada a regressão ponderada cross-section no qual é o método de estimação mais apropriado para corrigir este problema. Dessa forma, a matriz de covariância residual passa a ser: ⎛ σ 12 I Ei ⎜ ⎜ 0 Ω = E (εε ' ) = E ⎜ ⎜ ⎜ 0 ⎝ 0 σ 22 I E ... M 2 O ... 0 σ N2 I E N ⎞ ⎟ ⎟ ⎟ ⎟ ⎟ ⎠ (22) 56 As variâncias estimadas 59são calculadas como: Ei σ̂ = ∑ [CAR ie (t1 , t 2 ) − CAˆ Rie (t1 , t 2 )] 2 / E i (23) 2 i e =1 onde, neste caso específico, CÂRie (t1, t2) são os valores OLS ajustados 60 . Os valores dos coeficientes estimados e da matriz de covariância são dados pelo estimador GLS padrão. Os estimadores dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) são consistentes na presença de heteroscedasticidade, mas os erros padrões convencionais calculados não são válidos. Se encontrar a evidência de heteroscedasticidade, deve-se escolher a opção de erros padrão robusto para corrigir os erros padrões. Dessa forma, supondo a presença de heteroscedasticidade no modelo de regressão proposto, ou seja, que as variâncias das disturbâncias não é constante através das observações, é utilizado o estimador da matriz covariância consistente de White como forma de corrigir este potencial problema. 2.14) Procedimentos para Estimação Portanto, com base no modelo padrão econométrico esquematizado anteriormente são elaborados dois grupos de modelos alternativos. O primeiro grupo corresponde à avaliação de três modelos econométricos num cenário onde a janela do evento é de curto prazo. O segundo grupo corresponde à avaliação dos outros três modelos econométricos, mas agora num ambiente onde a janela do evento é de longo prazo 61. No primeiro modelo de cada grupo são incluídas todas as empresas que apresentaram retornos anormais acumulados estatisticamente significantes, independentemente do sinal da variação da taxa básica de juros. Para distinguir as variações positivas e negativas da taxa de juros no período amostral é adicionada neste modelo a variável binária dummy nas variáveis 59 O programa Eviews executa o método de estimação FGLS com σˆ t2 estimado da regressão OLS de primeiro estágio em painel. Os valores dos coeficientes estimados e da matriz covariância são dados pelo estimador GLS (Generalized Least Square) padrão. 61 Nota-se o que diferencia a análise do modelo de curto prazo para a análise do modelo de longo prazo é o tamanho da janela do evento L2, como foi mencionado na seção 2.8. 60 57 explicativas, onde ela é representada pelo seguinte modo: d = 0, no qual representa uma variação negativa da taxa de juros; e d = 1, no qual representa uma variação positiva da taxa de juros. No segundo modelo de cada grupo são incluídas aquelas empresas as quais os retornos anormais acumulados estatisticamente significantes nos eventos que apresentaram variações positivas da taxa de juros. E no terceiro modelo de cada grupo são incluídas todas as empresas que registraram retornos anormais estatisticamente significantes nos eventos que apresentaram variações negativas da taxa de juros. 58 3) Análise de Resultados Este capítulo será dividido em duas seções: a primeira seção abordará os resultados da análise de curto prazo, no qual terá como meta investigar a reação das ações da carteira IBX-50 T na janela do evento onde está se incorporando o maior volume de informações ou especulações com respeito ao anúncio da nova taxa básica de juros. Para facilitar a análise esta seção será dividida também em mais três outras subseções distintas. A primeira procura definir quais foram às empresas beneficiadas ou não com o anúncio das variações da taxa básica de juros. A segunda se refere em mostrar os resultados dos testes estatísticos de significância, onde se examinará se houve ou não excessos de retorno acionário da carteira IBX-50 T na janela do evento de curto prazo. E a última expõe os principais resultados do modelo econométrico como tentativa para explicar a influência dos indicadores financeiros das empresas incluídas na carteira IBX-50 T sobre os seus excessos de retornos acionários estatisticamente significantes novamente no ambiente de curto prazo. A segunda seção será também dividida em três subseções, seguindo o mesmo critério da primeira, entretanto, a análise dos resultados será feita na janela do evento de longo prazo. 3.1) ANÁLISE DE CURTO PRAZO 3.1.1) Resultados das Categorias de Anúncio Conforme mencionada na seção 2.8, a linha de tempo do estudo é de fundamental importância para verificar quais foram as empresas que se beneficiaram com os anúncios da nova taxa básica de juros. Então, a janela do evento (L2) para este cenário de curto prazo é definida como sendo o período entre o dia anterior e o dia posterior da data do anúncio. A janela de estimação é definida como sendo o período correspondente entre o trigésimo segundo ao segundo dia anterior daquele anúncio. Três modelos de retorno normal serão considerados para esta análise: modelo de mercado IBOVESPA, modelo de mercado IBX-50 e modelo de retornos ajustados à média (RAM). Além disso, serão mostradas as médias dos retornos anormais acumulados das trinta firmas incluídas na carteira IBX-50 T de cada categoria, nos anúncios das variações positiva e negativa da taxa de juros, respectivamente 62. Gráficos dos retornos anormais acumulados (CARs) nos modelos de mercado IBOVESPA e IBX-50 e de retornos ajustados à média (RAM) também são apresentados nos cenários de alta e de baixa da taxa de juros, respectivamente. 3.1.1.1) Anúncio – Variação Positiva da Taxa de Juros 62 Foram considerados 17 anúncios de variações da taxa básica de juros entre o período de 2000 a 2002. 59 TABELA 3 63 Retornos Anormais para o Estudo de Evento da Informação de Anúncios ANÁLISE DE CURTO PRAZO - VARIAÇÃO POSITIVA DA TAXA DE JUROS Modelo de Mercado Modelo de Mercado IBX- Modelo de Retornos IBOVESPA 50 Ajustados à Média DIA DO EVENTO M(CAR) M(CAR) M(CAR) Boa Notícia Má Notícia Boa Notícia Má Notícia Boa Notícia Má Notícia -1 0.2216% -0.1093% 0.3404% 0.0450% 0.5735% 0.0710% 0 0.5067% -0.4642% 0.6900% -0.6035% 1.1075% -0.4676% 1 -0.3427% -0.2643% 0.5451% -0.7130% 0.5206% -0.9007% FONTE: Elaborada pelo autor. Conforme apresentado na tabela 3 percebe-se os seguintes resultados: primeiro, em todos os modelos de retornos normais mostram que no dia do anúncio as médias dos retornos anormais acumulados para as firmas da categoria “boa notícia” registraram uma rentabilidade anormal acima de 0,5 %, destacando-se o modelo de retornos ajustados à média, onde apresentou uma taxa superior a 1,10 %; segundo, novamente em todos os modelos de retornos normais às médias dos retornos anormais acumulados para as firmas da categoria “má notícia” apresentaram rentabilidade anormal abaixo de – 0,46 %, destacando-se o modelo de mercado IBX-50, onde se 1: M(CAR) da Carteira T - Estudode demercado Eventos IBOVESPA, observaobteve um índice inferiorGRÁFICO a – 0,60 %. Com relaçãoIBX-50 ao modelo Índice de Mercado - IBOVESPA - Viés Positivo (Análise de Curto Prazo) se um fato interessante. As firmas da categoria “boa notícia” obtiveram retornos anormais 0.6000% acumulados positivos no dia anterior do anúncio. Contudo, estas firmas acumularam retornos Evento 0.4000% Boa Notícia anormais negativos logo após o dia do evento, suspeitando que a elevação dos juros não foi bem M(CAR) (%) 0.2000% assimilada pelos investidores. Porém, as empresas da categoria “má notícia” registraram retornos 0.0000% anormais acumulados negativos no dia anterior do evento, revertendo esta tendência de baixa após -1 0 1 aquela data.-0.2000% Então, pode-se dizer que os investidores aproveitaram que aquelas ações estavam desvalorizadas para comprá-las. A mesma análise verifica-se com relação aos modelos IBX-50 e -0.4000% Má Notícia RAM com respeito -0.6000% as empresas da categoria “boa notícia”. Contudo, o que se observa é que as Janela Evento empresas da categoria “má notícia” continuaram a doapresentar retornos anormais acumulados negativos logo após o anúncio. Observe estes resultados nos gráficos a seguir. 63 A amostra consiste de um total de 17 anúncios de alterações da taxa de juros que influenciaram nas trinta firmas incluídas na carteira IBX-50 T para o período entre os anos de 2000 a 2002. Três modelos são considerados para o cálculo dos retornos anormais, o modelo de mercado IBOVESPA, o modelo de mercado IBX-50 e o modelo de retornos ajustados à média. Os anúncios são categorizados dentro de dois grupos, boa notícia e má notícia. M(CAR) é a média do retorno anormal acumulado da cada ação entre os 17 eventos selecionados para cada dia da janela do evento. O período do evento é medido em dias relativo a data do anúncio. 60 GRÁFICO 3: M(CAR) da Carteira IBX-50 T - Estudo de Eventos Média dos Retornos Ajustados à Média - Viés Positivo (Análise de Curto Prazo) 1.5000% Boa Notícia M(CAR) (%) 1.0000% 0.5000% Evento 0.0000% -1 0 1 -0.5000% Má Notícia -1.0000% -1.5000% Janela do Evento GRÁFICO 2: M(CAR) da Carteira IBX-50 T - Estudo de Eventos Índice de Mercado - IBX-50 - Viés Positivo (Análise de Curto Prazo) 0.8000% Boa Notícia 0.6000% M(CAR) (%) 0.4000% Evento 0.2000% 0.0000% -0.2000% -1 0 -0.4000% 1 Má Notícia -0.6000% -0.8000% Janela do Evento Pode-se concluir que os resultados da análise da janela de curto prazo indicam que quando há elevação da taxa de juros os investidores tendem a substituírem suas aplicações acionárias por outros ativos no mercado financeiro, em busca de rentabilidade e segurança. Nota-se, portanto, um comportamento dos excessos de retornos acionários decrescentes após os anúncios em ambas categorias de empresas nos modelos de retornos normais. 3.1.1.2) Anúncio – Variação Negativa da Taxa de Juros TABELA 4 35 Retornos Anormais para o Estudo de Evento da Informação de Anúncios ANÁLISE DE CURTO PRAZO - VARIAÇÃO NEGATIVA DA TAXA DE JUROS Modelo de Mercado Modelo de Mercado IBX- Modelo de Retornos DIA DO EVENTO IBOVESPA 50 Ajustados à Média 61 -1 0 1 M(CAR) M(CAR) M(CAR) Boa Notícia Má Notícia Boa Notícia Má Notícia Boa Notícia Má Notícia 0.1545% -0.4577% -0.2638% -0.8696% 0.1896% -0.2576% 0.8001% -0.9927% 0.3989% -1.4352% 0.6001% -0.9979% 1.1510% -1.2196% 0.7642% -1.6055% 1.2484% -0.8430% FONTE: Elaborada pelo autor. Conforme explicita a tabela 4 tem-se os seguintes resultados: primeiro, em todos os modelos de retornos normais tem-se que no dia do anúncio (dia zero) as médias dos retornos anormais acumulados para as firmas da categoria “boa notícia” registraram um excesso de retorno acima de 0,39 %, destacando-se o modelo de mercado IBOVESPA, onde apresentou a maior taxa de 0,80 %; segundo, em todos os modelos de retornos normais as médias dos retornos anormais acumulados para as firmas da categoria “má notícia” registraram rentabilidade anormal abaixo de – 0,46 %, destacando-se o modelo de mercado IBX-50, onde registrou uma taxa inferior a – 1,43 %. Com respeito aos modelos de mercado IBOVESPA e IBX-50, observa-se um fato interessante. As firmas da categoria “boa notícia” registraram retornos acionários anormais acumulados positivos no dia anterior ao anúncio. Além disso, estas firmas passaram a acumular retornos anormais crescentes logo após o dia do evento. Em outras palavras, estas empresas reagiram bem aos anúncios das alterações negativas da taxa básica de juros. Contudo, as empresas da categoria “má noticia” registraram retornos anormais acumulados negativos no dia anterior do evento, ao passo que no dia posterior do evento a rentabilidade anormal acionária dessas empresas registraram uma taxa ainda menor. Então, pode-se dizer que o mercado avaliou mal as empresas da categoria “má notícia” aos anúncios das reduções dos juros. Nota-se que no modelo de retornos ajustados à média (RAM), os mesmos resultados dos modelos de mercado IBOVESPA e IBX-50 se verificaram com as empresas da categoria “boa notícia”. Mas, com relação às empresas da categoria “má notícia”, o que se observa é que a rentabilidade anormal de suas ações obteve um pequeno acréscimo logo após os anúncios. Observe estes resultados nos gráficos a seguir. 62 GRÁFICO 4: M(CAR) da Carteira IBX-50 T - Estudo de Eventos Índice de Mercado - IBOVESPA - Viés Negativo (Análise de Curto Prazo) 1.5000% Evento 1.0000% M(CAR) (%) Boa Notícia 0.5000% 0.0000% -1 0 1 -0.5000% Má Notícia -1.0000% -1.5000% Janela do Evento GRÁFICO 5: M(CAR) da Carteira IBX-50 T - Estudo de Eventos Índice de Mercado - IBX-50 - Viés Negativo (Análise de Curto Prazo) 1.0000% Evento M(CAR) (%) 0.5000% Boa Notícia 0.0000% -1 0 1 -0.5000% -1.0000% Má Notícia GRÁFICO 6: M(CAR) da Carteira IBX-50 T - Estudo de Eventos -1.5000% Média dos Retornos Ajustados à Média- Viés Negativo (Análise de Curto Prazo) -2.0000% 1.5000% Janela do Evento Evento 1.0000% M(CAR) (%) Boa Notícia 0.5000% 0.0000% -1 0 1 -0.5000% Má Notícia -1.0000% -1.5000% Janela do Evento 63 Pode-se concluir que os resultados da análise da janela de curto prazo indicam que quando há elevação dos juros os investidores substituem suas aplicações em ações por títulos mais rentáveis e seguros, como títulos públicos, favorecidos pela alta dos juros. Mas, quando há redução da taxa de juros os investidores tendem a aplicar nas ações que receberam “boa notícia” no dia do evento, ou seja, eles investem nas empresas que apresentaram excessos de retornos positivos no dia do anúncio, fato que não se comprova para o grupo de empresas da categoria “má notícia”. Neste caso, nota-se que quando há uma redução da taxa de juros as empresas incluídas na carteira de estudo IBX-50 T se dividem em dois grupos distintos logo após aquele evento, em termo de rentabilidade anormal de suas ações. 3.1.2) Resumo dos Resultados Financeiros das Empresas Como forma de discriminar melhor quais foram às empresas beneficiadas ou não com os anúncios das alterações das taxas de juros são apresentadas resumidamente nos quadros a seguir as informações financeiras destas firmas no trimestre anterior dos eventos. São separados dois grupos de empresas: grupo das empresas da categoria “boa notícia”, e grupo das empresas da categoria “má notícia”. Além disso, estes grupos são separados em dois tipos de eventos: elevação da taxa de juros, e redução da taxa de juros. Então, a análise dos indicadores financeiros de rentabilidade, endividamento e liquidez dessas firmas avaliará a priori o motivo pelo qual um grupo de empresas foi beneficiado e outro prejudicado com os anúncios das variações positiva e negativa da taxa básica de juros entre os anos de 2000 a 2002. Esta análise será feita entre os três modelos de retornos normais adotados para este estudo. 3.1.2.1) Modelo de Mercado IBOVESPA As tabelas 5 e 6 mostram respectivamente as empresas beneficiadas e prejudicadas com os anúncios das elevações da taxa de juros. Observe que para o grupo de empresas da categoria “boa notícia” os indicadores de rentabilidade do ativo e de endividamento registraram taxas acima dos mesmos índices da carteira de estudo IBX-50 T. Contudo, observa-se que o indicador de liquidez corrente apresentou uma taxa menor do que o grupo de empresas da carteira IBX-50 T. Nota-se ainda que do total de trinta empresas somente treze foram beneficiadas com as elevações da taxa de juros. TABELA 5 Análise de Curto Prazo – Modelo de Mercado IBOVESPA Resumo dos Indicadores Financeiros - Variação Positiva GRUPO DE EMPRESAS DA CATEGORIA "BOA NOTÍCIA" AÇÕES CAR RA EXT_AT LC ACESITA PN -0.28% -7.01 74.04 0.59 AMBEV PN -0.51% 19.71 10.48 0.30 ARACRUZ PNB -0.21% 5.84 50.69 1.15 AÇÕES CAR RA EXT_AT LC BRASIL T PAR PN -0.56% 5.96 10.23 10.41 CEMIG PN 0.68% 0.30 50.78 0.70 0.51 CESP PN 0.58% -8.85 57.81 EMBRATEL PAR PN 1.09% -4.23 2.65 1.00 ELETROBRAS PNB 1.06% 3.79 20.44 2.21 64 ELETROPAULO PN 1.41% 0.86 76.83 0.83 GERDAU PN -1.09% 8.83 50.01 1.35 PETROBRAS PN 0.97% 13.80 59.79 0.95 SIS TUBARÃO PN 1.69% -0.33 48.10 0.83 TELESP PN 0.18% 6.49 29.54 0.74 MÉDIA DO GRUPO 0.39% 3.47 41.64 1.66 MÉDIA DA CARTEIRA IBX-50 T -0.31% 2.70 39.66 2.07 NOTA: CAR representa o retorno anormal acumulado da ação i na janela do evento de curto prazo; RA representa a rentabilidade por ativo da ação/empresa i; EXT_AT representa o índice de endividamento da ação/empresa i, e LC representa a liquidez corrente da ação/empresa i. Fonte: Elaborada pelo autor. Por outro lado, observa-se que para o grupo das empresas da categoria “má notícia” os índices dos indicadores de rentabilidade e de endividamento ficaram abaixo da média da carteira IBX-50 T, exceto para a taxa de liquidez corrente. Nota-se ainda que dezessete empresas foram prejudicadas com os anúncios das elevações da taxa de juros. TABELA 6 Análise de Curto Prazo - Modelo de Mercado IBOVESPA Resumo dos Indicadores Financeiros - Variação Positiva GRUPO DE EMPRESAS DA CATEGORIA "MÁ NOTÍCIA" AÇÕES CAR RA EXT_AT LC BRASIL TELEC PN -0.81% 3.30 46.38 0.98 CELESC PNB -1.09% -0.10 58.73 0.90 COPEL PNB 0.29% 6.01 32.45 2.41 EMBRAER PN -1.39% 11.01 70.98 1.16 NET PN -1.55% -41.54 88.58 0.71 PÃO DE AÇUCAR PN -2.37% 4.49 53.11 1.15 SADIA PN 0.66% 3.26 67.45 1.31 TELE CL SUL PN 0.21% 4.43 3.19 0.64 TELE CTR OES PN -0.88% 13.49 27.89 0.75 TELE LEST CEL PN -0.26% 0.10 0.65 5.40 TELE NORD CL -1.30% 8.58 7.56 0.36 TELEMAR PN -1.22% 3.71 20.73 3.76 TELEMIG PART PN -2.93% 8.55 2.16 15.80 TELESP CL PA PN -1.20% -5.44 24.99 0.65 USIMINAS PNA 0.37% -1.54 64.44 0.96 VCP PN -0.94% 9.36 27.94 2.23 AÇÕES CAR RA EXT_AT LC VALE R DOCE PNA 0.15% 8.25 51.13 1.29 MÉDIA DO GRUPO -0.84% 2.11 38.14 2.38 MÉDIA DA CARTEIRA IBX-50 T -0.31% 2.70 39.66 2.07 65 NOTA: CAR representa o retorno anormal acumulado da ação i na janela do evento de curto prazo; RA representa a rentabilidade por ativo da ação/empresa i; EXT_AT representa o índice de endividamento da ação/empresa i, e LC representa a liquidez corrente da ação/empresa i. Fonte: Elaborada pelo autor. As tabelas 7 e 8 mostram as empresas beneficiadas e prejudicadas com os anúncios das reduções da taxa de juros. Verifica-se que para o grupo das empresas da categoria “boa notícia” todos os indicadores financeiros das empresas superaram os índices da carteira de estudo IBX-50 T. Destaca-se o índice de rentabilidade por ativo pois apresentou taxas bem acima da carteira de estudo. Nota-se também que dezenove empresas foram beneficiadas com os anúncios das reduções da taxa de juros. TABELA 7 Análise de Curto Prazo - Modelo de Mercado IBOVESPA Resumo dos Indicadores Financeiros - Variação Negativa GRUPO DE EMPRESAS DA CATEGORIA "BOA NOTÍCIA" AÇÕES CAR RA EXT_AT LC ACESITA PN 0.52% -6.40 65.36 0.56 0.34 AMBEV PN 2.54% 11.74 38.40 ARACRUZ PNB 1.76% 6.48 46.54 1.50 BRASIL T PAR PN 0.28% 3.87 6.73 10.33 CELESC PNB 0.24% 1.29 56.60 0.64 CESP PN 2.29% -1.03 47.69 0.46 ELETROBRAS PNB 0.47% 1.14 17.26 2.61 EMBRAER PN 1.02% 12.82 73.00 1.07 GERDAU PN 1.52% 9.34 45.54 1.46 PÃO DE AÇUCAR PN 0.43% 3.80 52.90 1.28 PETROBRAS PN 0.25% 11.99 61.46 0.89 SADIA PN 2.63% 4.23 64.54 1.18 SID TUBARÃO PN 0.80% 0.23 43.32 0.82 TELE LEST CL PN 0.11% -12.14 1.94 9.68 TELEMAR PN 1.46% 1.66 14.17 5.68 TELEMIG PART PN 1.08% 5.43 2.31 11.62 USIMINAS PNA 1.45% 2.60 60.72 0.87 VCP PN 1.51% 9.61 31.38 2.48 AÇÕES CAR RA EXT_AT LC VALE R DOCE PNA 1.51% 10.59 43.94 1.13 MÉDIA DO GRUPO 1.15% 4.07 40.73 2.87 MÉDIA DA CARTEIRA IBX-50 T 0.28% 2.69 36.97 2.27 66 NOTA: CAR representa o retorno anormal acumulado da ação i na janela do evento de curto prazo; RA representa a rentabilidade por ativo da ação/empresa i; EXT_AT representa o índice de endividamento da ação/empresa i, e LC representa a liquidez corrente da ação/empresa i. Fonte: Elaborada pelo autor. Com relação ao grupo das empresas da categoria “má notícia” nota-se que todos os indicadores financeiros ficaram abaixo da carteira de estudo IBX-50 T. Destacam-se indicadores de rentabilidade por ativo e de liquidez corrente por apresentarem taxas bem abaixo da carteira de estudo. Verifica-se também que somente onze firmas foram prejudicadas com os anúncios das reduções da taxa de juros. TABELA 8 Análise de Curto Prazo - Modelo de Mercado IBOVESPA Resumo dos Indicadores Financeiros - Variação Negativa GRUPO DE EMPRESAS DA CATEGORIA "MÁ NOTÍCIA" AÇÕES CAR RA EXT_AT LC BRASIL TELEC PN -0.35% CEMIG PN 0.51% 1.47 39.27 0.86 2.70 39.34 CESP PN 2.29% -1.03 0.67 47.69 0.46 EMBRATEL PAR PN -2.26% 2.87 1.72 0.98 ELETROPAULO PN -1.09% 4.72 69.99 0.77 NET PN -2.32% -34.11 79.73 0.60 TELE CL SUL PN -2.63% 4.37 3.68 0.73 TELE CTR OES PN -2.78% 11.27 24.16 0.93 COPEL PNB 0.89% 5.87 32.34 1.39 TELE NORD CL PN -0.67% 5.11 4.13 1.42 TELESP PN -1.41% -6.26 14.41 4.47 MÉDIA DO GRUPO -0.89% -0.28 32.41 1.21 MÉDIA DA CARTEIRA IBX-50 T 0.28% 2.69 36.97 2.27 NOTA: CAR representa o retorno anormal acumulado da ação i na janela do evento de curto prazo; RA representa a rentabilidade por ativo da ação/empresa i; EXT_AT representa o índice de endividamento da ação/empresa i, e LC representa a liquidez corrente da ação/empresa i. Fonte: Elaborada pelo autor. 3.1.2.2) Modelo de Mercado IBX-50 As tabelas 9 e 10 mostram respectivamente as empresas beneficiadas e prejudicadas com os anúncios das elevações da taxa de juros. Observa-se que os indicadores de rentabilidade do ativo, de endividamento e de liquidez das empresas da categoria “boa notícia” registraram índices inferiores da carteira de estudo IBX-50 T no trimestre anterior dos eventos. Dentre eles destaca-se a rentabilidade por ativo onde registrou uma taxa bem abaixo do mesmo índice da carteira de 67 estudo IBX-50 T. Observa-se que para este modelo de mercado somente nove empresas foram beneficiadas com as elevações da taxa básica de juros. TABELA 9 Análise de Curto Prazo - Modelo de Mercado IBX-50 Resumo dos Indicadores Financeiros - Variação Positiva GRUPO DE EMPRESAS DA CATEGORIA "BOA NOTÍCIA" AÇÕES CAR RA EXT_AT LC 0.59 ACESITA PN -0.31% -7.01 74.04 AMBEV PN -0.53% 19.71 10.48 0.30 BRASIL T PAR PN -0.59% 5.96 10.23 10.41 CEMIG PN 0.66% 0.30 50.78 0.70 CESP PN 0.55% -8.85 57.81 0.51 EMBRATEL PAR PN 1.06% -4.23 2.65 1.00 ELETROBRAS PNB 1.03% 3.79 20.44 2.21 ELETROPAULO PN 1.39% 0.86 76.83 0.83 SID TUBARÃO PN 1.66% -0.33 48.10 0.83 MÉDIA DO GRUPO 0.55% 1.13 39.04 1.93 MÉDIA DA CARTEIRA IBX-50 T -0.34% 2.70 39.66 2.07 NOTA: CAR representa o retorno anormal acumulado da ação i na janela do evento de curto prazo; RA representa a rentabilidade por ativo da ação/empresa i; EXT_AT representa o índice de endividamento da ação/empresa i, e LC representa a liquidez corrente da ação/empresa i. Fonte: Elaborada pelo autor. Por outro lado, nota-se que para o grupo das empresas da categoria “má notícia”, todos os indicadores financeiros apresentaram taxas superiores da carteira de estudo IBX-50 T no trimestre anterior dos eventos. Dentre eles, destacam-se o índice de endividamento e de liquidez corrente por terem obtido taxas bem acima da carteira de estudo. Observa-se que vinte e uma empresas foram prejudicadas com os anúncios das elevações da taxa de juros. TABELA 10 Análise de Curto Prazo - Modelo de Mercado IBX-50 Resumo dos Indicadores Financeiros - Variação Positiva GRUPO DE EMPRESAS DA CATEGORIA "MÁ NOTÍCIA" AÇÕES CAR RA EXT_AT LC ARACRUZ PNB -0.24% 5.84 50.69 1.15 BRASIL TELEC PN -0.83% 3.30 46.38 0.98 CELESC PNB -1.12% -0.10 58.73 0.90 COPEL PNB 0.26% 6.01 32.45 2.41 EMBRAER PN -1.42% 11.01 70.98 1.16 GERDAU PN -1.11% 8.83 50.01 1.35 NET PN -1.58% -41.54 88.58 0.71 PÃO DE AÇUCAR PN -2.40% 4.49 53.11 1.15 68 PETROBRAS PN 0.94% 13.80 59.79 0.95 SADIA PN 0.63% 3.26 67.45 1.31 TELE CL SUL PN 0.18% 4.43 3.19 0.64 TELE CTR OES PN -0.91% 13.49 27.89 0.75 TELE LEST CL PN -0.29% 0.10 0.65 5.40 0.74 TELESP PN 0.16% 6.49 29.54 TELE NORD CL PN -1.33% 8.58 7.56 0.36 TELEMAR PN -1.25% 3.71 20.73 3.76 TELEMIG PART PN -2.96% 8.55 2.16 15.80 TELESP CL PA PN -1.22% -5.44 24.99 0.65 USIMINAS PNA 0.34% -1.54 64.44 0.96 VCP PN -0.96% 9.36 27.94 2.23 VALE R DOCE PNA 0.13% 8.25 51.13 1.29 MÉDIA DO GRUPO -0.71% 3.38 39.92 2.13 MÉDIA DA CARTEIRA IBX-50 T -0.34% 2.70 39.66 2.07 NOTA: CAR representa o retorno anormal acumulado da ação i na janela do evento de curto prazo; RA representa a rentabilidade por ativo da ação/empresa i; EXT_AT representa o índice de endividamento da ação/empresa i, e LC representa a liquidez corrente da ação/empresa i. Fonte: Elaborada pelo autor. As tabelas 11 e 12 mostram as empresas beneficiadas e prejudicadas respectivamente com os anúncios das reduções da taxa de juros. Verifica-se que para o grupo das empresas da categoria “boa notícia” todos os indicadores financeiros obteram índices mais elevados que a carteira de estudo IBX-50 T. O indicador de rentabilidade por ativo foi o índice que mais se superou em comparação com a carteira de estudo. Nota-se ainda que vinte e uma empresas foram beneficiadas com os anúncios das reduções da taxa básica de juros. TABELA 11 Análise de Curto Prazo - Modelo de Mercado IBX-50 Resumo dos Indicadores Financeiros - Variação Negativa GRUPO DE EMPRESAS DA CATEGORIA "BOA NOTÍCIA" AÇÕES CAR RA EXT_AT LC ACESITA PN 0.29% -6.40 65.36 0.56 AMBEV PN 2.31% 11.74 38.40 0.34 ARACRUZ PNB 1.53% 6.48 46.54 1.50 BRASIL TELEC PN -0.58% 1.47 39.27 0.86 BRASIL T PAR PN 0.05% 3.87 6.73 10.33 CELESC PNB 0.01% 1.29 56.60 0.64 ELETROBRAS PNB 0.24% 1.14 17.26 2.61 ELETROPAULO PN -1.32% 4.72 69.99 0.77 EMBRAER PN 0.79% 12.82 73.00 1.07 GERDAU PN 1.29% 9.34 45.54 1.46 PÃO DE AÇUCAR 0.20% 3.80 52.90 1.28 69 PETROBRAS PN 0.03% 11.99 61.46 SADIA PN 2.40% 4.23 64.54 0.89 1.18 SID TUBARÃO PN 0.58% 0.23 43.32 0.82 TELE LEST CL PN -0.12% -12.14 1.94 9.68 TELE NORD CL PN -0.90% 5.11 4.13 1.42 TELEMAR PN 1.23% 1.66 14.17 5.68 TELEMIG PART PN 0.85% 5.43 2.31 11.62 USIMINAS PNA 1.22% 2.60 60.72 0.87 VCP PN 1.28% 9.61 31.38 2.48 VALE R DOCE PNA 1.28% 10.59 43.94 1.13 MÉDIA DO GRUPO 0.60% 4.27 39.98 2.72 MÉDIA DA CARTEIRA IBX-50 T 0.05% 2.69 36.97 2.27 NOTA: CAR representa o retorno anormal acumulado da ação i na janela do evento de curto prazo; RA representa a rentabilidade por ativo da ação/empresa i; EXT_AT representa o índice de endividamento da ação/empresa i, e LC representa a liquidez corrente da ação/empresa i. Fonte: Elaborada pelo autor. Com respeito ao grupo de empresas da categoria “má notícia” todos os indicadores financeiros obtiveram índices inferiores em comparação com a carteira de estudo IBX-50 T. Dentre eles, destaca-se o indicador de rentabilidade por ativo por ter obtido uma taxa negativa e bem abaixo da carteira de estudo. Observa-se ainda que neste modelo de mercado apenas nove firmas reagiram mal aos anúncios das reduções da taxa básica de juros. TABELA 12 Análise de Curto Prazo - Modelo de Mercado IBX-50 Resumo dos Indicadores Financeiros - Variação Negativa GRUPO DE EMPRESAS DA CATEGORIA "MÁ NOTÍCIA" AÇÕES CAR RA EXT_AT LC 0.67 CEMIG PN 0.28% 2.70 39.34 COPEL PNB 0.67% 5.87 32.34 1.39 EMBRATEL PAR PN -2.49% 2.87 1.72 0.98 ELETROPAULO PN -1.32% 4.72 69.99 0.77 NET PN -2.55% -34.11 79.73 0.60 0.73 TELE CL SUL PN -2.86% 4.37 3.68 TELE CTR OES PN -3.01% 11.27 24.16 0.93 TELESP PN -1.54% 5.41 26.66 0.79 TELESP CL PA PN -1.63% -6.26 14.41 4.47 MÉDIA DO GRUPO -1.61% -0.35 32.45 1.26 MÉDIA DA CARTEIRA IBX-50 T 0.05% 2.69 36.97 2.27 70 NOTA: CAR representa o retorno anormal acumulado da ação i na janela do evento de curto prazo; RA representa a rentabilidade por ativo da ação/empresa i; EXT_AT representa o índice de endividamento da ação/empresa i, e LC representa a liquidez corrente da ação/empresa i. Fonte: Elaborada pelo autor. 3.1.2.3) Modelo de Retornos Ajustados à Média (RAM) Com base no modelo de retornos ajustados à média tem-se discriminados nas tabelas abaixo os grupos de empresas beneficiadas e prejudicadas com relação aos anúncios das elevações e reduções da taxa básica de juros na economia brasileira entre o período de 2000 a 2002. De acordo com as tabelas 13 e 14 têm-se as empresas beneficiadas e prejudicadas com os anúncios das elevações dos juros. Nota-se que para o grupo das empresas da categoria “boa notícia” somente o indicador de endividamento apresentou um índice superior a carteira de estudo IBX-50 T. Observa-se ainda que os indicadores de rentabilidade por ativo e de liquidez corrente registraram índices inferiores a carteira de estudo. Além disso, verificase que somente onze empresas foram beneficiadas com as elevações da taxa de juros. TABELA 13 Análise de Curto Prazo - Modelo de Retornos Ajustados à Média (RAM) Resumo dos Indicadores Financeiros - Variação Positiva GRUPO DE EMPRESAS DA CATEGORIA "BOA NOTÍCIA" AÇÕES CAR RA EXT_AT LC ACESITA PN -0.26% -7.01 48.46 0.59 AMBEV PN -1.20% 19.71 0.00 0.30 BRASIL T PAR PN -0.35% 5.96 8.46 10.41 CEMIG PN 1.02% 0.30 18.18 0.70 CESP PN 1.46% -8.85 48.93 0.51 EMBRATEL PAR PN 1.45% -4.23 0.00 1.00 ELETROBRÁS PNB 1.09% 3.79 9.08 2.21 ELETROPAULO PN 2.54% 0.86 27.11 0.83 GERDAU PN -0.96% 8.83 35.31 1.35 SID TUBARÃO PN 0.80% -0.33 36.81 0.83 TELESP PN 0.12% 6.49 14.38 0.74 MÉDIA DO GRUPO 0.52% 2.32 22.43 1.77 MÉDIA DA CARTEIRA IBX-50 T -0.38% 2.70 21.87 2.07 NOTA: CAR representa o retorno anormal acumulado da ação i na janela do evento de curto prazo; RA representa a rentabilidade por ativo da ação/empresa i; EXT_AT representa o índice de endividamento da ação/empresa i, e LC representa a liquidez corrente da ação/empresa i. Fonte: Elaborada pelo autor. 71 Com respeito ao grupo de empresas da categoria “má notícia” somente o indicador de endividamento registrou taxa inferior em comparação com a carteira de estudo IBX-50 T. Observa-se ainda que dezenove firmas foram prejudicadas com os anúncios das elevações da taxa básica de juros. TABELA 14 Análise de Curto Prazo - Modelo de Retornos Ajustados à Média (RAM) Resumo dos Indicadores Financeiros - Variação Positiva GRUPO DE EMPRESAS DA CATEGORIA "MÁ NOTÍCIA" AÇÕES CAR RA EXT_AT LC ARACRUZ PNB -1.71% 5.84 32.44 1.15 BRASIL T PAR PN -0.53% 3.30 28.18 0.98 CELESC PNB -0.59% -0.10 9.34 0.90 COPEL PNB 0.44% 6.01 17.49 2.41 EMBRAER PN -2.28% 11.01 16.48 1.16 NET PN -0.68% -41.54 73.81 0.71 PÃO DE AÇÚCAR PN -2.17% 4.49 28.60 1.15 PETROBRÁS PN 0.57% 13.80 15.13 0.95 SADIA PN 0.59% 3.26 50.78 1.31 TELE CL SUL PN -0.06% 4.43 0.00 0.64 AÇÕES CAR RA EXT_AT LC TELE CTR OES PN -1.48% 13.49 17.16 0.75 TELE LEST CL PN -0.92% 0.10 0.00 5.40 TELE NORD CL PN -1.97% 8.58 1.50 0.36 TELEMAR PN -1.06% 3.71 17.44 3.76 TELEMIG PART PN -2.93% 8.55 0.04 15.80 TELESP CL PA PN -0.91% -5.44 16.99 0.65 USIMINAS PNA 1.17% -1.54 43.08 0.96 VCP PN -1.76% 9.36 16.34 2.23 VALE R DOCE PNA -0.84% 8.25 24.61 1.29 MÉDIA DO GRUPO -0.90% 2.92 21.55 2.24 MÉDIA DA CARTEIRA IBX-50 T -0.38% 2.70 21.87 2.07 NOTA: CAR representa o retorno anormal acumulado da ação i na janela do evento de curto prazo; RA representa a rentabilidade por ativo da ação/empresa i; EXT_AT representa o índice de endividamento da ação/empresa i, e LC representa a liquidez corrente da ação/empresa i. Fonte: Elaborada pelo autor. As tabelas 15 e 16 revelam respectivamente as firmas beneficiadas e prejudicadas com as reduções dos juros. Observa-se que para o grupo das empresas da categoria “boa notícia” os indicadores de rentabilidade por ativo e de endividamento apresentaram índices superiores a carteira de estudo IBX-50 T. Destaca-se este último indicador por apresentar uma taxa bem acima 72 a carteira de estudo. Nota-se que quatorze ações da amostra foram beneficiadas com os anúncios das reduções da taxa básica de juros. TABELA 15 Análise de Curto Prazo - Modelo de Retornos Ajustados à Média (RAM) Resumo dos Indicadores Financeiros - Viés Negativo GRUPO DE EMPRESAS DA CATEGORIA "BOA NOTÍCIA" AÇÕES CAR RA EXT_AT LC ACESITA PN 0.68% -6.40 65.36 0.56 AMBEV PN 2.09% 11.74 38.40 0.34 ARACRUZ PNB 1.62% 6.48 46.54 1.50 CELESC PNB -0.35% 1.29 56.60 0.64 0.46 CESP PN 1.77% -1.03 47.69 GERDAU PN 1.37% 9.34 45.54 1.46 PÃO DE AÇÚCAR PN 0.63% 3.80 52.90 1.28 SADIA PN 2.44% 4.23 64.54 1.18 SID TUBARÃO 1.39% 0.23 43.32 0.82 TELE LEST CL PN 0.01% -12.14 1.94 9.68 TELEMAR PN 1.32% 1.66 14.17 5.68 USIMINAS PNA 1.74% 2.60 60.72 0.87 AÇÕES CAR RA EXT_AT LC VCP PN 1.44% 9.61 31.38 2.48 VALE R DOCE PNA 1.33% 10.59 43.94 1.13 MÉDIA DO GRUPO 1.25% 3.00 43.79 2.00 MÉDIA DA CARTEIRA IBX-50 T 0.13% 2.69 36.97 2.27 NOTA: CAR representa o retorno anormal acumulado da ação i na janela do evento de curto prazo; RA representa a rentabilidade por ativo da ação/empresa i; EXT_AT representa o índice de endividamento da ação/empresa i, e LC representa a liquidez corrente da ação/empresa i. Fonte: Elaborada pelo autor. Por outro lado, com relação ao grupo das empresas da categoria “má notícia”, tem-se que somente o indicador de liquidez corrente registrou índice superior em comparação com a carteira IBX-50 T. Destaca-se o indicador de endividamento por apresentar uma taxa bem inferior a carteira de estudo. Verifica-se ainda que dezesseis empresas foram prejudicadas com os anúncios das reduções da taxa básica de juros. TABELA 16 Análise de Curto Prazo - Modelo de Retornos Ajustados à Média (RAM) Resumo dos Indicadores Financeiros - Variação Negativa GRUPO DE EMPRESAS DA CATEGORIA "MÁ NOTÍCIA" AÇÕES CAR RA EXT_AT LC BRASIL TELEC PN -0.96% 1.47 39.27 0.86 BRASIL T PAR PN -0.11% 3.87 6.73 10.33 CEMIG PN 0.11% 2.70 39.34 0.67 73 COPEL PNB 0.94% 5.87 32.34 1.39 EMBRATEL PAR PN -1.30% 2.87 1.72 0.98 ELETROBRAS PNB -0.44% 1.14 17.26 2.61 ELETROPAULO PN -1.03% 4.72 69.99 0.77 EMBRAER PN 0.05% 12.82 73.00 1.07 NET PN -0.85% -34.11 79.73 0.60 PETROBRAS PN 0.17% 11.99 61.46 0.89 TELE CL SUL PN -3.65% 4.37 3.68 0.73 TELE CTR OES PN -3.85% 11.27 24.16 0.93 TELESP PN -0.18% 5.41 26.66 0.79 TELE NORD CL PN -1.74% 5.11 4.13 1.42 TELEMIG PART PN 0.34% 5.43 2.31 11.62 TELESP CL PA PN -1.01% -6.26 14.41 4.47 MÉDIA DO GRUPO -0.84% 2.42 31.01 2.51 MÉDIA DA CARTEIRA IBX-50 T 0.13% 2.69 36.97 2.27 NOTA: CAR representa o retorno anormal acumulado da ação i na janela do evento de curto prazo; RA representa a rentabilidade por ativo da ação/empresa i; EXT_AT representa o índice de endividamento da ação/empresa i, e LC representa a liquidez corrente da ação/empresa i. Fonte: Elaborada pelo autor. Os quadros 1 e 2 apresentam de modo resumido as ações das empresas que foram beneficiadas e prejudicadas na janela de curto prazo com os anúncios das elevações e reduções da taxa básica de juros dentre os modelos de retornos normais adotados para este estudo. Os resultados do modelo de mercado IBOVESPA mostram que foi aquele que obteve o maior número de ações que reagiram bem aos anúncios das elevações da taxa básica de juros. No total foram treze empresas beneficiadas com as elevações dos juros. Contudo, os resultados do modelo de mercado IBX-50 mostram que foi aquele que obteve o menor número de empresas que foram beneficiadas com os anúncios das elevações da taxa de juros, registrando somente nove firmas. Os resultados do modelo de retornos ajustados a média mostram um caso intermediário, pois registrou onze empresas beneficiadas com as elevações dos juros. Comparando-se com as empresas da categoria “má notícia”, observa-se que em todos os três modelos adotados, o número de firmas que reagiram mal aos anúncios das elevações da taxa de juros foi maior do que o número de empresas que reagiram bem com aquele evento. Então, pode-se constatar que a política monetária restritiva via aumento da taxa de juros prejudicou a maior parte das ações incluídas na carteira de estudo IBX-50 T. Em outras palavras, o mecanismo de transmissão da política monetária via aumento da taxa de juros prejudicou as ações mais líquidas do mercado acionário brasileira no período de 2000 a 2002. 74 Verifica-se também que os resultados do modelo de mercado IBX-50 mostram que foi aquele que apresentou o maior número de empresas que reagiram bem aos anúncios das reduções da taxa básica de juros, registrando um total de vinte e uma firmas. Em contradição, os resultados do modelo de retornos ajustados à média mostram que foi aquele que apresentou o menor número de firmas que reagiram bem as reduções dos juros, registrando um total de catorze empresas. Os resultados do modelo de mercado IBOVESPA mostram que dezenove firmas foram beneficiadas com as reduções da taxa básica de juros. Nota-se ainda que, excluindo os resultados do modelo de retornos ajustados à média, o número de firmas que reagiram bem aos anúncios das reduções da taxa de juros superou o número de firmas que reagiram mal aqueles eventos. Portanto, considerando os resultados dos modelos de mercado IBOVESPA e IBX-50, pode-se dizer que o mecanismo de transmissão da política monetária via redução da taxa de juros beneficiou a maior parte das empresas da carteira de estudo IBX-50 T no período entre os anos de 2000 a 2002. Pode-se concluir em dois cenários diferentes a análise dos indicadores financeiros das empresas incluídas na carteira de estudo IBX-50 T. No primeiro caso note que, considerando todos os modelos de retornos normais, as empresas que se prejudicaram com a elevação da taxa de juros foram aquelas que apresentaram liquidez corrente acima do mesmo índice da carteira de estudo IBX-50 T. Rentabilidade por ativo e índice de endividamento não seguem o mesmo padrão. Então, pode-se dizer que, devido o aumento dos juros, os investidores reavaliaram suas aplicações no mercado acionário em busca de investimentos mais rentáveis e seguros. Assim, as empresas que saíram perdendo foram aquelas que possuíam grandes disponibilidades de recursos no trimestre anterior dos anúncios das elevações da taxa de juros. Dessa forma, os investidores substituíam as ações dessas empresas por títulos mais atraentes no mercado. No segundo caso observe que, considerando novamente todos os modelos de retornos normais, as empresas beneficiadas com as reduções da taxa básica de juros foram aquelas que registraram indicadores de rentabilidade por ativo e de endividamento superiores à carteira de estudo IBX-50 T. Liquidez corrente não segue o mesmo padrão. Então, pode-se dizer que, com as reduções da taxa de juros, os investidores procuraram investir nas ações das empresas que possuíam grande potencial para gerar lucros e uma grande participação de capitais de terceiros no trimestre anterior daqueles anúncios 64 . Dessa forma, as empresas que apresentaram bom desempenho financeiro foram aquelas que se beneficiaram logo após as reduções da taxa de juros. Os investidores procuraram aplicar seus recursos em empresas mais sadias financeiramente. . 75 77 QUADRO 1 RESUMO DAS CATEGORIAS DAS AÇÕES DAS EMPRESAS NOS MODELOS DE RETORNOS NORMAIS ANÚNCIO - ELEVAÇÃO DA TAXA DE JUROS – Análise de Curto Prazo BOA NOTÍCIA MÁ NOTÍCIA IBOVESPA IBX-50 RAM IBOVESPA IBX-50 RAM ACESITA PN ACESITA PN ACESITA PN BRASIL TELEC PN ARACRUZ PNB ARACRUZ PNB AMBEV PN AMBEV PN AMBEV PN CELESC PNB BRASIL TELEC PN BRASIL T PAR PN ARACRUZ PNB BRASIL T PAR PN BRASIL T PAR PN COPEL PNB CELESC PNB CELESC PNB BRASIL T PAR PN CEMIG PN CEMIG PN EMBRAER PN COPEL PNB COPEL PNB CESP PN CESP PN NET PN EMBRAER PN EMBRAER PN GERDAU PN NET PN CEMIG PN CESP PN EMBRATEL PAR PN EMBRATEL PAR PN PÃO DE AÇÚCAR PN EMBRATEL PAR PN ELETROBRÁS PNB ELETROBRÁS PNB SADIA PN NET PN PÃO DE AÇÚCAR PN ELETROBRÁS PNB ELETROPAULO PN ELETROPAULO PN TELE CL SUL PN PÃO DE AÇÚCAR PN PETROBRÁS PN ELETROPAULO PN GERDAU PN TELE CTR OES PN PETROBRÁS PN SADIA PN GERDAU PN SID TUBARÃO PN SID TUBARÃO PN TELE LEST CEL PN SADIA PN TELE CL SUL PN PETROBRÁS PN TELESP PN TELE NORD CL TELE CL SUL PN TELE CTR OES PN SIS TUBARÃO PN TELEMAR PN TELE CTR OES PN TELE LEST CL PN TELESP PN TELEMIG PART PN TELE LEST CL PN TELE NORD CL PN TELESP CL PA PN TELESP PN TELEMAR PN USIMINAS PNA TELE NORD CL PN TELEMIG PART PN VCP PN TELEMAR PN TELESP CL PA PN VALE R DOCE PNA TELEMIG PART PN USIMINAS PNA TELESP CL PA PN VCP PN USIMINAS PNA VALE R DOCE PNA VCP PN VALE R DOCE PNA Fonte: Elaborada pelo autor. 78 QUADRO 2 RESUMO DAS CATEGORIAS DAS AÇÕES DAS EMPRESAS NOS MODELOS DE RETORNOS NORMAIS ANÚNCIO - REDUÇÃO DA TAXA DE JUROS – Análise de Curto Prazo BOA NOTÍCIA MÁ NOTÍCIA IBOVESPA IBX-50 RAM IBOVESPA IBX-50 RAM ACESITA PN ACESITA PN ACESITA PN BRASIL TELEC PN CEMIG PN BRASIL TELEC PN AMBEV PN AMBEV PN AMBEV PN CEMIG PN COPEL PNB BRASIL T PAR PN CESP PN EMBRATEL PAR PN ARACRUZ PNB ARACRUZ PNB ARACRUZ PNB BRASIL T PAR PN BRASIL TELEC PN CELESC PNB CELESC PNB BRASIL T PAR PN CESP PN ELETROPAULO PN NET PN EMBRATEL PAR PN CESP PN CELESC PNB GERDAU PN NET PN TELE CL SUL PN ELETROBRÁS PNB ELETROBRAS PNB ELETROBRAS PNB PÃO DE AÇÚCAR PN EMBRAER PN ELETROPAULO PN SADIA PN EMBRATEL PAR PN ELETROPAULO PN TELE CL SUL PN CEMIG PN COPEL PNB TELE CTR OES PN ELETROPAULO PN TELE CTR OES PN TELESP PN TELESP CL PA PN EMBRAER PN GERDAU PN EMBRAER PN SID TUBARÃO COPEL PNB PÃO DE AÇÚCAR PN GERDAU PN TELE LEST CL PN TELE NORD CL PN PETROBRAS PN PETROBRÁS PN PÃO DE AÇÚCAR PN TELEMAR PN TELESP PN TELE CL SUL PN SADIA PN PETROBRÁS PN USIMINAS PNA TELE CTR OES PN SID TUBARÃO PN SADIA PN VCP PN TELESP PN TELE LEST CL PN SID TUBARÃO PN VALE R DOCE PNA TELEMAR PN TELE LEST CL PN TELEMIG PART PN TELEMIG PART PN TELE NORD CL PN TELESP CL PA PN USIMINAS PNA TELEMAR PN VCP PN TELEMIG PART PN VALE R DOCE PNA USIMINAS PNA VCP PN VALE R DOCE PNA Fonte: Elaborada pelo autor. NET PN TELE NORD CL PN 79 3.1.3) Resultados dos Testes de Significância Nas tabelas 17A a 17F estão expostos resumidamente os resultados dos testes estatísticos de significância sobre o retorno anormal acumulado de cada ação i na janela de curto prazo dos dezessete anúncios das variações da taxa básica de juros na economia brasileira entre o período de 2000 a 2002. É utilizada a estatística SCAR 65 para avaliar se as ações são estatisticamente significantes para cada evento. Os resultados que rejeitam a hipótese nula para o nível de 10 % de significância 66 estão grifados em cinza. Observa-se que, num cenário onde a janela é de curto prazo, todos os títulos foram estatisticamente significantes em todos os modelos de retornos normais em pelo menos um dos anúncios das dezessete alterações da taxa de juros. Nota-se ainda que 20 %, 15 % e 18 % respectivamente do total dos resultados das observações dos modelos de mercado IBOVESPA e IBX-50 e do modelo de retornos ajustados à média (RAM) tiveram resultados estatisticamente significantes. Com isto pode-se dizer que o uso do modelo de mercado IBOVESPA para o cálculo dos retornos anormais foi considerado o mais sensível ao choque dos juros na economia brasileira entre o período de 2000 a 2002. Em outras palavras, neste modelo obteve-se o maior número de participações de ações que apresentaram retornos anormais acumulados significantes do que os demais, significando que aqueles papéis tiveram maior sensibilidade às alterações da taxa de juros. Verifica-se também que os resultados dos testes estatísticos dos títulos relativos a carteira de mercado IBX-50 foram aqueles que obtiveram o menor percentual de significância do total das observações, o que pode indicar que o fator liquidez desses ativos alivia o choque de juros. Por fim, observa-se que menos do que 20% das observações totais da estatística SCAR dentre os modelos estudados apresentaram resultados estatisticamente significantes, indicando que o choque dos juros na carteira IBX50 T afetou somente 20 % do total das ações. 65 A estatística SCAR é calculada pela razão entre o retorno anormal acumulado da ação i na janela do evento L2 pelo seu desvio padrão estimado. 66 Para a estatística SCAR é utilizado o nível de significância de 10 % devido à grande volatilidade das cotações acionárias bolsas brasileiras e, por conseqüência, da baixa significância dos coeficientes do modelo CAPM. 80 TABELA 17A 1 Resultados dos Testes de Significância da Estatística SCAR - Análise de Curto Prazo ACESITA PN AMBEV PN ARACRUZ PNB BRASIL TELEC PN EVENTO IBOVESPA IBX-50 RAM IBOVESPA IBX-50 RAM IBOVESPA IBX-50 RAM IBOVESPA IBX-50 RAM E1 -0.2841 -0.0953 -0.2139 0.0417 0.1646 -0.6411 -0.2289 -0.0641 -0.6119 0.8939 0.9623 0.1729 E2 -0.6010 -0.6462 0.5083 1.0448 0.8874 1.9894 -0.0255 -0.2155 1.3791 -0.1713 -0.2943 0.4406 E3 -0.1203 -0.0729 -0.1837 0.8561 0.9836 0.7094 0.6554 0.5459 0.8375 -0.3204 -0.1965 -0.4018 E4 -0.3722 -0.1098 -0.6986 0.8336 1.0330 0.1471 2.2473 2.3169 1.8159 -0.7332 -0.3947 -0.8409 E5 -0.3043 -0.2078 -0.6348 1.3948 1.3703 0.2851 2.3131 2.1527 1.6630 1.4516 1.0455 0.1224 E6 1.6214 0.5166 0.9538 0.8960 0.5842 1.5321 -0.4540 -0.6981 -0.4132 -2.1181 -1.6336 -1.2632 E7 2.1486 1.6074 -0.0878 0.5499 0.2242 -1.0844 0.6463 0.3941 -0.8819 -0.3019 -0.4957 -0.7403 E8 -2.0239 -1.6131 -0.6704 0.9632 1.0242 1.3173 1.0343 1.1380 1.1140 -0.8128 -0.3952 0.1154 E9 0.4287 0.1424 0.3547 -0.1139 -0.3183 -1.0424 0.8803 0.8303 -0.1829 -1.1671 -1.0377 -1.0925 E10 0.4114 0.0709 0.8990 0.3539 0.0866 0.8434 -2.2595 -3.0206 -2.7117 0.7430 0.3037 0.7043 E11 -2.1459 -1.6888 -1.3646 -0.4241 -0.5710 -0.4270 -1.6721 -1.9965 -2.0760 0.1561 0.0399 0.0052 E12 0.3083 0.4205 1.1784 -0.6660 -0.5156 1.1476 -0.7622 -0.6887 -0.2113 -0.9696 -0.5477 0.7959 E13 1.4120 0.8791 -0.7639 1.1879 0.8724 -0.0459 -0.7237 -1.1989 -2.2665 -1.2455 -1.2916 -2.1576 E14 0.5461 0.3233 1.1008 0.2083 -0.0321 0.7238 1.1425 1.0470 1.6150 0.8589 0.2987 0.8788 E15 1.1369 0.9651 0.2217 1.0482 1.2655 -0.1351 0.6902 0.8750 0.0896 -0.1201 0.1752 -0.7480 E16 0.4446 0.5662 0.3494 -1.8647 -1.1316 -0.8712 0.2863 0.4181 0.7936 -0.4674 -0.2747 0.2738 E17 -1.5995 -1.1735 -0.9174 -2.5810 -2.1451 -0.8865 -0.1238 0.1674 0.9397 -0.4130 -0.0418 0.9086 NOTA: Os resultados rejeitam a hipótese nula para o nível de significância de 10% com L1 – 2 graus de liberdade, onde L1 é a janela de estimação. A hipótese alternativa da estatística SCAR equivale a um valor maior do que 1.31252591 ou menor do que -1.31252591 da estatística t. (1) Os modelos de retornos normais considerados são: Modelos de Mercado IBOVESPA e IBX-50, e modelo de Retornos Ajustados à Média (RAM). Fonte: Elaborada pelo autor. BRASIL T PAR PN IBOVESPA IBX-50 RAM 1.4285 1.5555 0.6192 1.4847 0.7870 1.3624 -0.1873 -0.1112 -0.2573 -0.1498 0.0909 -0.3720 -0.4243 -0.3242 -0.8458 -0.9843 -1.0445 -0.5872 -0.6924 -0.8395 -1.1255 -1.4424 -0.8005 -0.2342 -1.3203 -1.2997 -1.3020 1.0311 0.4605 0.8516 1.2188 0.7215 0.5942 -0.8636 -0.5166 0.6920 -0.7288 -0.9091 -2.1814 0.6692 0.2915 0.6845 0.4321 0.5776 -0.4954 0.1805 0.2789 0.5850 -0.2893 0.0205 0.8965 81 EVENTO E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12 E13 E14 E15 E16 E17 CELESC PN IBOVESPA IBX-50 -0.9194 -0.5649 0.0935 -0.1331 0.7387 0.6747 -0.3642 -0.0973 -1.0477 -1.0330 -0.3205 -0.6259 1.8618 1.7445 -1.4879 -1.1801 -1.2045 -1.1424 1.0989 0.5041 -0.3553 -0.4248 1.7348 1.7959 0.0951 -0.2182 0.0738 -0.0878 -0.0582 0.1179 -1.9386 -1.5952 -0.5517 -0.2007 RAM -1.0188 0.6406 0.3891 -0.7196 -1.5913 -0.0012 0.2542 -0.5222 -1.0614 1.1428 -0.3737 2.1539 -1.5827 0.3011 -0.5607 -0.8435 0.7504 TABELA 17B 1 Resultados dos Testes de Significância da Estatística SCAR - Análise de Curto Prazo CEMIG PN CESP PN COPEL PN IBOVESPA IBX-50 RAM IBOVESPA IBX-50 RAM IBOVESPA IBX-50 0.9852 0.8893 0.5135 -0.1846 -0.0489 -0.4884 0.3038 0.3919 0.5752 0.2049 0.9769 0.3026 0.1379 0.5249 0.9122 0.5443 0.4987 0.4224 0.1448 2.1779 1.7859 1.7847 -0.1447 -0.0961 0.1117 0.3763 -0.5185 1.6085 1.4861 0.5259 -0.2984 -0.0233 0.5308 0.4723 -0.2392 0.1479 0.1506 -0.1459 1.2015 1.2274 1.0911 0.4957 0.7530 0.6355 0.4465 0.9728 1.8893 1.1611 0.6529 0.1370 -0.6708 0.3967 0.1204 -0.9514 0.6449 0.4081 0.7974 0.8111 1.1600 0.9451 0.9120 1.7404 -1.6643 -1.1279 0.3955 -0.0160 -0.1025 -0.9065 -0.9273 -0.8331 0.8036 0.5216 2.0249 1.1481 1.5792 0.1106 -0.0548 0.6657 0.0039 -0.2651 0.2659 0.1506 -0.2288 -0.0059 -0.0770 0.0102 -1.4136 -1.1752 -0.3794 -0.2432 0.3899 -0.3484 -0.2094 0.3852 -0.7137 -0.5971 -2.4189 -2.0256 -3.0102 0.4430 0.0413 -1.2976 -0.8242 -0.8978 -0.6553 -0.8604 0.2642 -0.7488 -0.8538 0.3252 0.2859 0.0011 -0.1984 0.0323 -0.2210 0.8248 0.8747 0.3957 -0.5873 -0.2685 -2.3239 -1.2167 -0.5963 0.0547 0.1798 0.6072 0.6002 0.6173 0.0848 0.3611 1.0125 0.3455 0.5583 1.0013 2.3238 2.6238 RAM -0.2744 1.4154 -0.2017 -0.6369 0.3691 1.7369 -0.7468 -0.7447 0.1276 0.4487 -1.4388 -0.0086 -1.9466 0.8985 -0.4569 0.9214 3.1172 NOTA: Os resultados rejeitam a hipótese nula para o nível de significância de 10% com L1 – 2 graus de liberdade, onde L1 é a janela de estimação. A hipótese alternativa da estatística SCAR equivale a um valor maior do que 1.31252591 ou menor do que -1.31252591 da estatística t. (1) Os modelos de retornos normais considerados são: Modelos de Mercado IBOVESPA e IBX-50, e modelo de Retornos Ajustados à Média (RAM). Fonte: Elaborada pelo autor. EMBRATEL PAR PN IBOVESPA IBX-50 RAM -0.9352 -0.6528 -1.0090 2.2876 1.3006 1.5761 -1.8693 -1.3956 -1.2315 -1.0186 -0.6628 -0.7535 -0.9687 -0.7468 -1.1902 -0.4418 -0.5603 -0.2695 -2.9211 -2.8096 -2.6416 0.8297 0.7882 1.0341 -1.3223 -1.1857 -1.3013 -0.9801 -1.1504 -0.3437 -0.0586 -0.1365 0.5595 0.9732 1.0009 1.5704 -0.5174 -0.6282 -1.1839 -0.7854 -0.8150 0.1277 0.8515 0.8643 0.4664 4.9876 3.7258 3.4574 0.7073 0.7833 0.6056 82 EVENTO E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12 E13 E14 E15 E16 E17 ELETROBRAS PNB IBOVESPA IBX-50 RAM 0.0115 0.1737 -0.3260 0.7785 0.2861 0.8308 0.9492 0.7670 0.1677 -0.2662 0.0857 -0.9700 -0.1737 -0.1526 -0.9959 0.5925 0.0934 0.5055 0.6294 0.2974 -0.6942 -0.7116 -0.3836 -0.2027 -0.9477 -1.0156 -0.7343 0.0260 -0.2425 0.4647 0.5947 0.4113 0.1045 0.4626 0.5677 0.7000 0.3319 -0.0224 -1.0894 -1.3285 -1.2821 -0.1054 -0.6358 -0.2622 -0.3635 0.8185 0.8797 0.6325 2.8852 2.7858 2.6199 TABELA 17C 1 Resultados dos Testes de Significância da Estatística SCAR - Análise de Curto Prazo ELETROPAULO PN EMBRAER PN GERDAU PN IBOVESPA IBX-50 RAM IBOVESPA IBX-50 RAM IBOVESPA IBX-50 0.5725 0.6550 0.1816 0.2770 0.4724 -0.1950 -0.3029 -0.0461 -0.8212 -0.8876 -0.2626 -0.0668 -0.3085 0.8158 0.6016 0.3209 -0.2805 -0.2302 -0.4765 -0.0390 -0.0220 -0.3447 0.2171 0.1968 -0.8895 -0.6660 -1.3402 1.1921 1.3535 0.8170 -0.3764 -0.1610 -0.5368 -0.4406 -1.2984 -0.2438 -0.2483 -1.3572 0.7020 0.6390 0.8120 0.2780 0.6584 0.8133 0.5084 0.6619 -0.3326 -0.5078 0.2212 -0.0162 -0.7485 -1.4448 -1.6396 -2.8802 -0.3906 -0.6585 -1.6749 -1.3465 -0.5597 0.0190 0.1973 -0.0701 0.4349 0.6036 3.4890 2.8091 2.5622 0.3351 0.2102 -0.6594 -0.6774 -0.7470 0.5650 0.3182 0.6909 -0.9606 -1.4572 -1.1049 0.5350 0.1483 -0.0504 -0.1123 -0.2074 1.4569 1.5374 1.7194 -0.6423 -0.6534 -2.2506 -2.0850 -0.9650 -2.6453 -2.0691 -1.2319 0.4109 0.4996 2.0306 1.6454 1.1305 0.7689 0.5350 -0.3101 2.0227 1.5858 -0.1534 -0.2353 0.1666 0.9449 0.7215 1.3253 0.8671 0.6017 0.3408 0.3770 0.4309 1.0670 1.3629 0.1492 -0.8157 -0.5345 -0.9587 -0.5971 -0.1709 -2.0587 -1.9042 -1.1783 -0.4169 -0.2502 -0.3681 -0.1221 0.4849 -1.4522 -1.2001 -0.2536 -0.7936 -0.3225 RAM -0.5460 1.4748 -0.0681 -0.5696 0.1989 -0.2545 -1.6290 0.5527 -0.7053 0.9090 -0.6887 0.9169 0.0639 1.0546 -0.9716 -0.0136 0.8440 NOTA: Os resultados rejeitam a hipótese nula para o nível de significância de 10% com L1 – 2 graus de liberdade, onde L1 é a janela de estimação. A hipótese alternativa da estatística SCAR equivale a um valor maior do que 1.31252591 ou menor do que -1.31252591 da estatística t. (1) Os modelos de retornos normais considerados são: Modelos de Mercado IBOVESPA e IBX-50, e modelo de Retornos Ajustados à Média (RAM). Fonte: Elaborada pelo autor. TABELA 17D 1 NET PN IBOVESPA IBX-50 -1.5198 -1.1702 0.6618 0.3885 0.9211 0.7955 -1.1187 -0.6645 0.0571 0.0353 0.0496 -0.2623 0.7033 0.2320 1.4008 1.4207 -2.5976 -2.2019 -0.2256 -0.4045 0.1273 0.0644 1.1850 1.2436 -3.3011 -3.1091 -0.6538 -0.7258 0.4837 0.5469 -0.7387 -0.6741 -0.1165 -0.0176 RAM -1.0798 1.3065 0.6709 -0.9537 -0.7104 -0.0980 -0.3514 2.1507 -2.0216 0.5240 -0.2962 2.4650 -3.1448 0.2114 0.8109 -0.7001 -0.0930 83 EVENTO E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12 E13 E14 E15 E16 E17 PÃO DE AÇUCAR PN IBOVESPA IBX-50 RAM -0.0389 0.1322 -0.7740 -1.6096 -1.7762 -0.6843 1.4850 1.2704 1.5528 -0.4109 -0.1875 -0.5995 0.0703 0.0696 -1.1373 -0.0894 -0.5647 0.6162 -0.5907 -1.0118 -3.1503 -0.6886 -0.3467 -0.2936 -0.6287 -0.9040 -1.4236 -1.0782 -1.5372 -0.3472 0.6723 0.5794 0.9554 0.9625 0.9888 1.9425 0.6874 0.2471 -0.5452 0.2903 0.0873 0.8870 -0.6307 -0.4025 -1.2325 -0.9320 -0.7450 -0.5683 -1.3558 -1.1081 -0.0571 Resultados dos Testes de Significância da Estatística SCAR - Análise de Curto Prazo PETROBRAS PN SADIA PN SID TUBARÃO IBOVESPA IBX-50 RAM IBOVESPA IBX-50 RAM IBOVESPA IBX-50 1.1909 1.4385 0.1983 -0.7560 -0.5824 -0.9673 0.5894 0.6223 -0.5425 -0.7476 0.4271 2.5052 2.1204 3.0462 0.3633 0.1256 -2.2623 -1.9221 -2.5712 0.6217 0.5815 0.4897 -1.1853 -0.8489 1.1425 1.3709 0.9492 0.0348 0.1998 -0.2797 0.3950 0.5602 -0.2549 -0.2826 -0.9155 0.7060 0.6267 -0.1478 1.1581 0.8327 0.5544 0.0931 1.0744 0.3833 0.0366 0.4307 0.8489 0.0949 0.5240 0.1097 -1.5155 0.3547 0.1138 -0.7770 1.3521 1.1161 1.3359 1.3557 1.3435 -0.7302 -0.2124 0.0717 0.8125 0.9656 1.3474 0.9674 -0.2294 0.4263 0.1406 -0.5018 1.3061 1.0670 1.2482 0.8870 1.2281 -0.7703 -1.2828 0.1635 0.2357 -0.0570 -0.3666 -0.6364 -0.1877 0.5832 0.3403 0.5935 -0.6795 -0.8686 -0.2985 -0.1167 1.1619 -0.3547 -0.2104 0.8687 0.2360 0.3063 0.7488 0.1301 -1.8921 1.4473 0.7194 -0.5325 -0.7845 -0.9419 0.3140 0.0925 0.9469 1.1506 1.0543 1.8623 1.0053 0.7999 -1.1680 -0.9306 -1.2128 1.2132 1.5059 0.4498 1.4012 1.5649 0.4143 0.4156 0.3728 -0.6148 -0.4091 -0.0690 -0.6700 -0.5471 -0.0712 0.4383 1.0704 0.5503 0.9580 1.7574 -0.3458 -0.0810 RAM 0.3033 1.4309 -0.7434 0.3374 0.0137 0.6686 -0.0574 0.9780 0.3132 0.3794 -0.4754 0.9800 -1.8718 1.2250 -0.0686 -0.3479 0.5245 NOTA: Os resultados rejeitam a hipótese nula para o nível de significância de 10% com L1 – 2 graus de liberdade, onde L1 é a janela de estimação. A hipótese alternativa da estatística SCAR equivale a um valor maior do que 1.31252591 ou menor do que -1.31252591 da estatística t. (1) Os modelos de retornos normais considerados são: Modelos de Mercado IBOVESPA e IBX-50, e modelo de Retornos Ajustados à Média (RAM). Fonte: Elaborada pelo autor. TABELA 17E 1 Resultados dos Testes de Significância da Estatística SCAR - Análise de Curto Prazo TELE CL SUL PN IBOVESPA IBX-50 RAM -2.0538 -1.8318 -2.4885 1.5954 1.3391 1.5176 0.1225 0.1301 -0.3201 -0.7257 -0.5105 -0.6946 -0.2862 -0.2298 -0.7651 -2.6813 -2.2030 -1.4362 0.1469 -0.1170 -0.5246 1.7522 1.4677 1.4069 -0.5502 -0.6463 -1.1143 -0.4958 -0.7239 -0.4136 -0.0705 -0.1464 -0.0762 -0.3708 -0.1831 0.8583 -1.7886 -1.9160 -3.0003 -0.8649 -0.8934 -0.3403 1.3020 1.4426 0.5405 -0.3910 -0.1959 -0.0237 -1.0163 -0.6056 0.4464 84 EVENTO E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12 E13 E14 E15 E16 E17 TELE CRT OES PN IBOVESPA IBX-50 RAM -1.7247 -1.3669 -2.2987 0.1257 -0.0648 0.6235 0.3147 0.2815 0.0307 -2.2399 -1.7201 -2.3514 -0.8469 -0.6487 -1.1999 0.6568 0.2362 0.4147 -0.8962 -0.9835 -1.3129 -0.1671 0.0680 0.5734 -0.3742 -0.4774 -0.9252 -0.3797 -0.6499 -0.0279 -0.2233 -0.2398 -0.1117 -1.2292 -0.8987 0.3976 -0.6930 -0.8041 -1.6811 0.3529 0.1545 0.5881 1.0124 1.0251 0.2035 -0.0662 0.0629 -0.0762 -0.1480 0.0791 0.1576 TELE LEST CL PN IBOVESPA IBX-50 RAM -0.7198 -0.5917 -1.3126 1.0598 0.8509 1.2935 1.1699 1.1240 0.7137 -0.8005 -0.4913 -1.0719 0.5882 0.5277 0.1991 -0.1192 -0.3931 -0.0334 -0.4272 -0.5601 -1.3409 -0.4085 -0.2037 -0.1608 0.0699 -0.0726 -0.5503 0.4307 0.1654 0.4905 -0.0858 -0.1757 0.1432 0.0570 0.2016 1.6155 -0.2372 -0.5195 -1.3442 -1.8771 -1.8571 -0.5564 0.9374 1.0070 0.4255 0.1034 0.2183 0.3898 -1.2748 -0.7132 -0.1096 TELESP PN IBOVESPA IBX-50 -0.8560 -0.5542 -3.6332 -3.2741 0.5526 0.5518 -0.7455 -0.6139 0.4905 0.4038 -0.9758 -1.0495 -0.3786 -0.8345 -0.0034 0.3711 0.2410 -0.2248 -0.9585 -1.3666 1.4932 0.9831 0.8330 0.8952 0.5483 0.0668 1.4556 0.6950 1.2571 1.1610 1.4502 1.2462 -2.0746 -1.4576 RAM -1.0049 -1.5625 1.1617 -0.0590 -0.8229 -0.4451 -2.1153 0.4934 -0.8133 0.1543 1.6460 1.5342 -1.5054 1.1525 0.0360 1.1687 -0.2648 TELE NORD CL PN IBOVESPA IBX-50 RAM -0.2090 -0.0846 -0.9685 0.6813 0.4634 0.9401 0.1250 0.1186 -0.3266 0.3008 0.4103 -0.0240 0.1708 0.1371 -0.1881 -1.5166 -1.4027 -0.9266 -1.9321 -2.1230 -2.0803 0.6568 0.7384 0.9899 0.6868 0.4512 -0.3878 -1.4427 -1.6042 -1.3878 -0.5002 -0.4778 -0.4604 0.8496 0.8733 1.7574 -1.4580 -1.6395 -2.5565 -1.2804 -1.2461 -0.7760 0.2538 0.4834 -0.1905 1.2022 1.0727 0.9610 -1.0541 -0.7173 -0.1340 TELEMAR PN IBOVESPA IBX-50 2.6161 1.8483 0.9734 0.6019 0.9634 0.8887 0.8267 0.9857 -1.0845 -0.7835 0.6957 -0.0403 -6.1480 -4.3096 -0.5439 -0.1751 0.2558 -0.0813 1.2629 0.2816 -0.4902 -0.4060 1.0142 0.7689 -0.7193 -0.8655 -0.6188 -0.6453 -0.9781 -0.1941 1.6002 1.0342 -1.0198 -0.0899 RAM 1.2494 0.8404 0.4652 0.0746 -1.1278 0.3149 -4.1750 0.2947 -0.5804 1.0506 -0.2486 1.5978 -1.3533 0.3542 -0.6156 0.7774 0.7133 NOTA: Os resultados rejeitam a hipótese nula para o nível de significância de 10% com L1 – 2 graus de liberdade, onde L1 é a janela de estimação. A hipótese alternativa da estatística SCAR equivale a um valor maior do que 1.31252591 ou menor do que -1.31252591 da estatística t. (1) Os modelos de retornos normais considerados são: Modelos de Mercado IBOVESPA e IBX-50, e modelo de Retornos Ajustados à Média (RAM). Fonte: Elaborada pelo autor. EVENTO TELEMIG PART PN TABELA 17F 1 Resultados dos Testes de Significância da Estatística SCAR - Análise de Curto Prazo TELESP CL PA USIMINAS PNA VCP PN VALE R DOCE PNA 85 E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12 E13 E14 E15 E16 E17 IBOVESPA -0.2049 1.4836 0.5319 0.7949 0.5852 0.1851 -3.2182 -0.5266 0.5543 -1.5542 0.7913 -1.5068 -1.2892 0.1485 0.7634 -1.5468 -0.6969 IBX-50 -0.1073 1.1619 0.5121 0.9254 0.5679 -0.2049 -3.2905 -0.3099 0.3218 -1.7808 0.5240 -1.1761 -1.5810 -0.0507 0.8932 -1.1792 -0.3856 RAM -0.7982 1.2800 0.1785 0.7569 -0.3243 0.3368 -3.1352 0.2989 -0.4056 -1.0514 0.6430 0.0680 -2.2013 0.3214 0.2531 -0.9732 0.4769 IBOVESPA -0.9067 2.0433 -0.3558 -0.0033 -1.2274 -1.4472 -1.6846 -1.1241 -0.7397 -0.7077 1.5973 -0.1352 -0.8990 -0.1846 -0.4892 -0.5881 2.5804 IBX-50 -0.6438 1.3369 -0.2868 0.1634 -0.9503 -1.3895 -1.5912 -0.6809 -0.8197 -0.9836 1.3672 0.0299 -1.0139 -0.2942 -0.2546 -0.3696 2.1554 RAM -1.3218 1.5871 -0.3798 -0.0585 -1.1815 -0.8537 -1.9303 -0.0475 -1.2489 -0.4201 1.9864 1.0591 -1.1362 0.6047 -0.3202 -0.4216 2.2285 IBOVESPA 0.4320 1.8928 0.5160 0.4180 -0.4803 0.7799 -1.4651 0.9020 -1.0599 0.6006 2.1422 -0.1804 -0.5915 0.6173 0.0738 0.8776 -1.2670 IBX-50 0.4707 1.1407 0.4682 0.6168 -0.3964 0.3659 -1.7027 0.8001 -1.0312 0.2818 1.5076 0.0171 -0.7658 0.2973 0.2304 0.8182 -0.7438 RAM 0.1905 2.5555 0.4761 0.1232 -0.8604 0.6233 -2.3362 1.0585 -0.6435 1.0933 1.3569 0.6511 -1.8314 1.1314 -0.0601 0.6516 -0.1459 IBOVESPA 1.4548 -1.7749 0.9961 1.6839 1.2594 -0.3968 1.2641 0.7531 0.5630 -2.7973 -0.0225 -1.3557 0.4900 0.6485 -0.4138 0.2263 -0.6634 IBX-50 1.5612 -1.8494 0.9068 1.6427 1.1143 -0.5873 0.7407 0.7763 0.2900 -3.0826 -0.0953 -1.0460 0.1633 0.5841 -0.2584 0.3790 -0.3638 RAM 1.3107 -1.1992 0.9677 0.7673 0.8221 -0.1071 -0.7189 0.8647 -0.5233 -2.5790 -0.1144 -0.6239 -1.2804 1.1891 -1.5881 0.6350 0.6836 NOTA: Os resultados rejeitam a hipótese nula para o nível de significância de 10% com L1 – 2 graus de liberdade, onde L1 é a janela de estimação. A hipótese alternativa da estatística SCAR equivale a um valor maior do que 1.31252591 ou menor do que -1.31252591 da estatística t. (1) Os modelos de retornos normais considerados são: Modelos de Mercado IBOVESPA e IBX-50, e modelo de Retornos Ajustados à Média (RAM). Fonte: Elaborada pelo autor. IBOVESPA 0.4245 0.9810 0.3801 -0.2766 0.7621 0.4833 2.8111 0.1107 1.1851 -0.4700 -0.2051 0.7564 0.8944 -0.0690 0.2531 -1.2069 -1.4727 IBX-50 0.6285 0.5353 0.3202 0.1076 0.6463 -0.0557 2.1134 0.3243 1.0851 -0.9783 -0.3401 0.9218 0.5834 -0.2712 0.4855 -1.1304 -1.2704 RAM 0.2209 1.6431 0.3158 -0.3379 -0.5549 0.4429 0.4463 0.4589 0.4099 -0.2510 -0.1402 1.5736 -0.4909 0.6230 -1.1499 -1.0495 -0.5636 87 3.1.4) Resultados do Modelo Econométrico São apresentados nas seções seguintes os principais resultados do modelo econométrico de dados em painel adotado para este estudo. Tem-se como objetivo avaliar a influência dos indicadores de rentabilidade, endividamento e liquidez das ações incluídas na carteira IBX-50 T sobre os seus retornos anormais acumulados estatisticamente significantes na janela do evento de curto prazo. Estes resultados são mostrados em três formas de anúncios: no primeiro caso são considerados todos os anúncios de alterações da taxa de juros; no segundo caso, são considerados os anúncios das variações positivas da taxa de juros; e no terceiro caso, são considerados os anúncios das variações negativas da taxa de juros. São também apresentados os resultados dos três modelos de retornos normais adotados para este estudo em cada um destes anúncios. Anúncio - Alterações da Taxa de Juros Na tabela 18 são mostrados os resultados econométricos que explicam a influência dos indicadores financeiros das firmas sobre os seus retornos anormais acumulados na janela do evento de curto prazo nos três tipos de modelo de retornos normais. Neste caso são considerados todos os anúncios das alterações da taxa de juros. Considerando-se o modelo de mercado IBOVESPA, nota-se que para o nível de 5% de significância somente o indicador de endividamento das firmas apresentou resultado estatisticamente insignificante, indicando que esta variável não influenciou os retornos anormais no curto prazo. Verifica-se ainda que os indicadores de rentabilidade e de liquidez influenciaram inversamente os retornos anormais das ações no curto prazo. A variável dummy indica que a taxa de juros teve também relação inversa com os retornos anormais acumulados significantes das ações da carteira de estudo IBX-50 T. Portanto, pode-se dizer que, no cenário onde são incluídas as dezessete alterações da taxa de juros, os indicadores de liquidez corrente e de rentabilidade por ativo explicaram o comportamento anormal dos retornos das ações da carteira IBX-50 T. TABELA 18 1 RESULTADOS DOS MODELOS ECONOMÉTRICOS - DADOS EM PAINEL 88 ANÚNCIO - ALTERAÇÕES DA TAXA DE JUROS (Curto Prazo) MÉTODO: GLS (Cross Section Weights) VARIÁVEL DEPENDENTE: CARie (L1, L2) VARIAVEIS INDEPENDENTES MODELOS DE RETORNOS NORMAIS IBOVESPA IBX-50 RAM 6.178 * 7.981 * 9.180 * (16.316) (25.203) (25.294) -0.184 * -0.044 * -0.131 * (-4.108) (-2.591) (-7.643) C RA EXT_AT -0.021 -0.019 * -0.035 * (-1.397) (-4.195) (-4.312) LC -0.260 * 0.663 * 0.304 (-3.178) (18.519) (1.203) DUMMY -6.335 * -1.233 * 0.414 (1.455) (-7.019) (-5.103) N 103 36 46 R2 0.987 0.999 0.987 R2 AJUSTADO 0.987 0.999 0.986 (1) As estatísticas t apresentadas nos parênteses estão corrigidas por heterocedasticidade. CARie (L1, L2), RA, EXT_AT e LC referem-se, respectivamente, ao retorno anormal acumulado da ação i no evento “e”, rentabilidade por ativo e liquidez corrente. * Indica que a estatística t é significante ao nível de 5 %. Fonte: Resultados fornecidos pelo programa Eviews 3.1. Para o modelo de mercado IBX-50, observa-se que para o nível de 5 % de significância todos os indicadores financeiros das empresas incluídas na carteira de estudo IBX-50 T tiveram resultados estatisticamente significantes. Verifica-se ainda que os indicadores de rentabilidade e de endividamento influenciaram negativamente os retornos anormais acumulados na janela de curto prazo. Somente o indicador de liquidez corrente influenciou positivamente aqueles excessos de retornos. A variável dummy indica que a taxa de juros teve relação inversa com os retornos anormais acumulados significantes das ações da carteira IBX-50 T. Então, pode-se dizer que os indicadores de rentabilidade, endividamento e de liquidez explicaram os retornos anormais acumulados das empresas da carteira IBX-50 T, em um cenário onde todos os anúncios de alterações da taxa de juros são considerados. Com relação ao modelo de retornos ajustados à média tem-se que para o nível de 5 % de significância os indicadores de rentabilidade e de endividamento apresentaram resultados estatisticamente significantes. Entretanto, liquidez corrente e a variável dummy não registraram resultados estatisticamente significantes, indicando que a liquidez das empresas e as variações da taxa de juros não explicaram os excessos de retornos acumulados na janela de curto prazo das 89 empresas da carteira de estudo. Nota-se também que os indicadores de rentabilidade e de endividamento das firmas influenciaram negativamente os seus retornos anormais. Então, podese dizer que somente rentabilidade por ativo e o índice de endividamento das empresas incluídas na carteira IBX-50 T explicaram seus retornos anormais quando são considerados todos os anúncios de variações da taxa de juros. Portanto, pode-se concluir que o indicador de rentabilidade por ativo é significante e influenciou negativamente os excessos de retornos das ações da carteira IBX-50 T, quando são considerados todos os anúncios das alterações da taxa de juros e todos os modelos de retornos normais. Liquidez corrente é significante nos modelos de mercado IBOVESPA e IBX-50 e o indicador de endividamento também é significante nos modelos IBX-50 e RAM. Nota-se que este ultimo indicador influenciou negativamente os excessos de retornos quando são consideradas todas as variações dos juros. Anúncio - Elevações da Taxa de Juros Na tabela 19 são mostrados os resultados econométricos que explicam a influência dos indicadores financeiros das firmas sobre os seus retornos anormais acumulados na janela do evento de curto prazo nos três tipos de modelo de retornos normais. Neste caso são considerados somente os anúncios das elevações da taxa de juros. Considerando-se o modelo de mercado IBOVESPA, observa-se que para o nível de significância de 5% somente o indicador de rentabilidade por ativo obteve resultado estatisticamente significante. Nota-se também que este indicador influenciou negativamente os retornos anormais das ações da carteira de estudo IBX-50 T. Então, pode-se inferir que as empresas prejudicadas com a elevação dos juros foram aquelas que apresentaram maiores índices de rentabilidade no trimestre anterior dos eventos. Em outras palavras, os investidores substituíram as ações dessas empresas rentáveis por títulos, pois além de serem mais seguros, foram beneficiados com as elevações da taxa básica de juros. TABELA 19 1 RESULTADOS DOS MODELOS ECONOMÉTRICOS - DADOS EM PAINEL ANÚNCIO - ELEVAÇÃO DA TAXA DE JUROS (Curto Prazo) 90 MÉTODO: GLS (Cross Section Weights) VARIÁVEL DEPENDENTE: CARie (L1, L2) MODELOS DE RETORNOS NORMAIS VARIAVEIS INDEPENDENTES IBOVESPA C RA EX_AT LC IBX-50 RAM -0.192 7.602 * 7.364 * (-0.082) (16.478) (37.348) -0.189 * -0.070 * -0.144 * (-2.588) (-7.766) (-16.431) -0.019 -0.046 * -0.018 * (-0.479) (-9.124) (-3.989) -0.256 1.219 * 1.699 * (-1.842) (3.890) (7.876) N 54 18 16 R2 0.995 0.999 0.991 R2 AJUSTADO 0.995 0.999 0.989 (1) As estatísticas t apresentadas nos parênteses estão corrigidas por heterocedasticidade. CARie (L1, L2), RA, EXT_AT e LC referem-se, respectivamente, ao retorno anormal acumulado da ação i no evento “e”, rentabilidade por ativo e liquidez corrente. * Indica que a estatística t é significante ao nível de 5 %. Fonte: Resultados fornecidos pelo programa Eviews 3.1. Para o modelo de mercado IBX-50, nota-se que para o nível de 5% de significância todos os indicadores financeiros das empresas da carteira de estudo IBX-50 T apresentaram resultados estatisticamente significantes. Nota-se também que os indicadores de rentabilidade e de endividamento influenciaram negativamente os retornos anormais acumulados na janela de curto prazo. Percebe-se ainda que o indicador de liquidez corrente influenciou positivamente aqueles excessos de retornos. Então, pode-se inferir que, com a elevação dos juros, as empresas prejudicadas foram aquelas que apesar de apresentarem grande potencial para geração de lucros, registraram mau desempenho no índice de endividamento e também baixa liquidez no trimestre anterior dos eventos. Em outras palavras, com a elevação da taxa de juros, os investidores desfizeram suas aplicações financeiras nas empresas com baixa liquidez e alta taxa de endividamento e procuram investir em títulos mais seguros e rentáveis. E, com relação aos resultados do modelo de retornos ajustados à média, verifica-se que para o nível de 5% de significância todos os indicadores financeiros das firmas da carteira IBX50 T tiveram seus resultados estatisticamente significantes. Nota-se ainda que os indicadores de rentabilidade por ativo e de endividamento influenciaram negativamente os retornos anormais acumulados na janela do evento de curto prazo. O indicador de liquidez corrente influenciou positivamente os excessos de retornos. Então, pode-se inferir que, com os anúncios das 91 elevações da taxa de juros, as empresas que tiveram seus retornos acionários prejudicados foram aquelas em que apesar de apresentaram grande potencial para geração de lucros, registraram mau desempenho no índice de endividamento e também baixa liquidez no trimestre anterior dos eventos. Então, dado os anúncios das elevações da taxa básica de juros, os investidores procuraram desfazer das aplicações em empresas com baixa liquidez e alto endividamento em busca de ativos mais seguros e rentáveis. Portanto, quando são considerados os anúncios das elevações da taxa de juros, pode-se concluir que o indicador de rentabilidade por ativo e liquidez corrente são significantes em todos os tipos de modelos de retornos normais. Além disso, percebe-se que o indicador de rentabilidade influenciou negativamente os excessos de retornos acionários da carteira IBX-50 T nestes modelos. Nota-se ainda que, somente liquidez corrente influenciou negativamente os retornos anormais quando é considerado o modelo de mercado IBOVESPA. Com relação ao índice de endividamento nota-se que é significante e influenciou negativamente os excessos de retornos quando são considerados os modelos IBX-50 e RAM. Dessa forma, pode-se dizer que os investidores venderam as ações das empresas mais rentáveis, com maior participação de capitais de terceiros e com grande liquidez quando a taxa de juros se elevou. Ou seja, aproveitando a disponibilidade de recursos os investidores procuram aplicações mais rentáveis, que foram beneficiados com o aumento dos juros. Anúncio - Reduções da Taxa de Juros Na tabela 20 são mostrados os resultados econométricos que explicam a influência dos indicadores financeiros das firmas sobre os seus retornos anormais acumulados na janela do evento de curto prazo nos três tipos de modelo de retornos normais. Neste caso são considerados somente os anúncios das reduções da taxa de juros. TABELA 20 1 RESULTADOS DOS MODELOS ECONOMÉTRICOS - DADOS EM PAINEL ANÚNCIO - REDUÇÃO DA TAXA DE JUROS (Curto Prazo) MÉTODO: GLS (Cross Section Weights) 92 VARIÁVEL DEPENDENTE: CARie (L1, L2) VARIAVEIS INDEPENDENTES MODELOS DE RETORNOS NORMAIS IBOVESPA IBX-50 RAM -5.974 * 8.539 * 8.897 * (-4.106) (10.817) (215.953) 0.234 * -0.243 * -0.065 * (3.392) (-5.772) (-9.176) 0.114 * 0.007 -0.017 * (3.507) (0.668) (-7.386) 1.275 0.226 -0.341 * (1.972) (0.669) (-19.193) 49 18 30 R2 0.239 0.942 0.997 R2 AJUSTADO 0.188 0.93 0.997 C RA EX_AT LC N (1) As estatísticas t apresentadas nos parênteses estão corrigidas por heterocedasticidade. CARie (L1, L2), RA, EXT_AT e LC referem-se, respectivamente, ao retorno anormal acumulado da ação i no evento “e”, rentabilidade por ativo e liquidez corrente. * Indica que a estatística t é significante ao nível de 5 %. Fonte: Resultados fornecidos pelo programa Eviews 3.1. Considerando-se o modelo de mercado IBOVESPA, observa-se que para o nível de 5% de significância os indicadores de rentabilidade e endividamento das empresas da carteira de estudo IBX-50 T registraram resultados estatisticamente significantes. Nota-se ainda que aqueles indicadores influenciaram diretamente os seus retornos anormais acumulados na janela de curto prazo. Desse modo, investidores buscaram aplicar seus recursos nas empresas que possuíam liquidez e que também tinham grande participação de capitais de terceiros 67. Para os resultados do modelo de mercado IBX-50, observa-se que para o nível de significância de 5 % somente o indicador de rentabilidade por ativo obteve resultado estatisticamente significante. Então, neste caso, os indicadores de endividamento e de liquidez não influenciaram os retornos anormais acumulados na janela de curto prazo. Observa-se também que o indicador de rentabilidade das firmas influenciou positivamente os seus retornos anormais. Pode-se dizer que as firmas beneficiadas com a redução da taxa de juros foram aquelas que apresentaram bom desempenho no índice de rentabilidade no trimestre anterior dos eventos. Com relação aos resultados do modelo de retornos ajustados à média, observa-se que todos os indicadores financeiros das firmas da carteira de estudo IBX-50 T tiveram resultados estatisticamente significantes para o nível de 5% de significância. Nota-se ainda que, os indicadores de rentabilidade, endividamento e de liquidez 67 Nota-se que com maiores disponibilidades de recursos de terceiros na firma, incentiva uma maior geração de lucros futuros, beneficiando os acionistas dessas empresas, pois há uma relação direta entre dividendos e lucro líquido. 93 influenciaram negativamente os seus retornos acionários anormais acumulados. Em outras palavras, as empresas beneficiadas foram aquelas em que apresentaram baixa capacidade de gerar lucros, baixa liquidez e baixo índice de endividamento 68 no trimestre anterior dos anúncios das reduções dos juros. Portanto, quando são considerados os anúncios das reduções da taxa de juros, pode-se concluir que o indicador de rentabilidade por ativo é significante em todos os tipos de modelos de retornos normais. Além disso, nota-se que, este indicador influenciou negativamente os excessos de retornos acionários da carteira IBX-50 T nos modelos IBX-50 e RAM. O indicador de endividamento é significante nos modelos IBOVESPA e RAM. Nota-se que, este indicador influenciou positivamente os excessos de retornos somente no modelo de mercado IBOVESPA, enquanto que no modelo RAM a relação foi inversa. Então, neste caso, com a redução da taxa de juros os investidores procuraram aplicar nas ações das empresas mais líquidas e com grande participação de capitais de terceiros, beneficiando a elevação do lucro e, conseqüentemente, à distribuição de dividendos para os acionistas. Na próxima seção serão analisados os principais resultados da metodologia proposta para este estudo, mas considerando um cenário onde a janela do evento é de longo prazo. Então, a partir do exame desses resultados pretende-se verificar como as empresas da carteira de estudo IBX-50 T reagiram aos dezessete choques da taxa de juros na economia brasileira entre os anos de 2000 a 2002, no intervalo de tempo onde está se criando um grande volume de informações que refletem diretamente sobre os preços desses ativos. 3.2) ANÁLISE DE LONGO PRAZO 3.2.1) Resultados das Categorias do Anúncio A linha de tempo do estudo é fundamental para verificar quais foram às empresas beneficiadas ou não com relação à variação da taxa de juros. Com base nestes argumentos, a janela do evento (L2) para este cenário é considerada agora como de longo prazo e é definida como sendo o período entre o décimo dia anterior ao décimo dia posterior da data dos anúncios das alterações da taxa de juros. A janela de estimação é considerada como sendo o período correspondente entre os cento e vinte dias anteriores da janela do evento. Três modelos de retornos normais são considerados: modelo de mercado IBOVESPA, modelo de mercado IBX-50, e modelo de retornos ajustados à média (RAM). Além disso, serão mostradas as médias dos retornos anormais acumulados das trinta 94 firmas incluídas na carteira IBX-50 T das categorias “boa notícia” e “má notícia” nos anúncios de variações positiva e negativa da taxa de juros, respectivamente 69 . Gráficos dos retornos anormais acumulados também são apresentados, com os retornos anormais acumulados (CARs) do modelo de mercado IBOVESPA e IBX-50 e de retornos ajustados à média (RAM), ambos nos cenários de alta e de baixa da taxa de juros, respectivamente. 3.2.1.1) Anúncio – Variação Positiva da Taxa de Juros TABELA 21 Retornos Anormais para o Estudo de Evento da Informação de Anúncios ANÁLISE DE LONGO PRAZO - VARIAÇÃO POSITIVA DA TAXA DE JUROS Modelo de Mercado Modelo de Mercado IBX- Modelo de Retornos IBOVESPA 50 Ajustados à Média DIA DO EVENTO M(CAR) M(CAR) M(CAR) Boa Notícia Má Notícia Boa Notícia Má Notícia Boa Notícia Má Notícia -10 0.2039% 0.2525% -0.9436% -0.6494% -1.5673% -1.4123% -9 -0.0946% -0.3366% -1.1576% -1.0733% -1.3599% -1.3387% -8 -0.2021% -0.1661% -1.7337% -1.3675% -1.3491% -1.0716% -7 -0.1114% -0.0856% -1.8188% -1.2785% -1.6847% -1.4338% -6 -0.2551% 0.0528% -2.4878% -1.5454% -2.0207% -1.4597% -5 -0.1698% 0.3491% -3.5037% -1.8006% -2.4777% -1.3936% -4 0.4253% 0.1186% -2.5370% -1.3636% -1.1116% -0.6596% Modelo de Mercado Modelo de Mercado IBX- Modelo de Retornos IBOVESPA 50 Ajustados à Média DIA DO EVENTO M(CAR) M(CAR) M(CAR) Boa Notícia Má Notícia Boa Notícia Má Notícia Boa Notícia Má Notícia -3 -0.0434% -0.1383% -2.8272% -1.9044% -1.2558% -1.0201% -2 -0.1286% -0.1133% -2.2901% -1.2938% -1.1773% -1.0005% -1 0.2216% -0.1093% -1.9498% -1.2488% -0.6038% -0.9294% 0 0.5067% -0.4642% -1.6001% -1.8973% -0.0698% -1.4681% 1 -0.3427% -0.2643% -1.7450% -2.0068% -0.6567% -1.9012% 2 -0.0152% 0.1107% -2.6048% -2.3035% -1.2681% -2.3212% 3 -0.2069% -0.3924% -2.7672% -2.4506% -0.1642% -1.2918% 4 -0.4295% 0.4181% -3.0803% -1.9571% -0.1580% -0.3785% 5 0.0221% 0.2757% -3.5347% -2.0602% -0.1506% -0.2259% 6 0.2592% -0.0023% -3.3283% -2.1287% 0.5464% 0.0882% 7 0.1290% 0.0990% -3.9099% -2.7107% 0.7896% 0.3712% 8 -0.6237% -0.4779% -2.7201% -1.5105% 1.8632% 1.5123% 9 0.0171% -0.0513% -3.3146% -2.2525% 1.4109% 0.8508% 10 0.0571% -0.4041% -2.4983% -1.9734% 1.6312% 0.5418% FONTE: Elaborada pelo autor. De acordo com a tabela 21 têm-se os seguintes resultados: primeiro, somente no modelo de mercado IBOVESPA a média do retorno anormal acumulado para as firmas da 68 Esta argumentação pode ser explicada pelos benefícios que as empresas tiveram com a redução da taxa de juros. Neste sentido estas empresas possuem maior disponibilidade de recursos para investimentos advindos de capitais de terceiros. 69 Foram considerados 17 anúncios de variações da taxa básica de juros entre o período de 2000 a 2002. 95 categoria “boa notícia” registrou uma rentabilidade anormal acima de 0,5 % no dia do anúncio (dia zero); segundo, em todos os tipos de modelos de retornos normais as médias do retorno anormal acumulado para as firmas da categoria “má notícia” registraram rentabilidade anormal abaixo de – 0,46 %, destacando-se o modelo de mercado IBX-50, onde obteve um índice inferior a –1,89%. De modo geral, verifica-se que para o modelo de mercado IBOVESPA o comportamento dos CARs das empresas antes e após o choque da alta taxa de juros permaneceu sem grandes alterações significativas, exceto no período entre o dia anterior e posterior dos eventos. Para o modelo de mercado IBX-50 observa-se que o comportamento dos retornos anormais das ações da carteira de estudo IBX-50 T também se mostrou sem grandes alterações significativas. Contudo, para este tipo de modelo, nota-se que a média dos retornos anormais das empresas da categoria “boa notícia” entre os cinco dias anteriores ao anúncio obteve valorização, registrando uma desvalorização no segundo dia após as elevações dos juros. E, com relação ao modelo de retornos ajustados à média, observa-se que o comportamento da média dos retornos anormais acumulados das empresas das categorias “boa notícia” e “má notícia” seguiram uma tendência de valorização durante a janela do evento. Observe estes resultados nos gráficos a seguir. GRÁFICO 7: M(CAR) da Carteira IBX-50 T - Estudo de Eventos Índice de Mercado - Ibovespa - Viés Positivo (Análise de Longo Prazo) 0.6000% Evento 0.4000% Má Notícia M(CAR) (%) 0.2000% 0.0000% -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 -0.2000% -0.4000% Boa Notícia -0.6000% -0.8000% Janela do Evento 3 4 5 6 7 8 9 10 96 GRÁFICO 8: M(CAR) da Carteira IBX-50 T - Estudo de Eventos Índice de Mercado - IBX-50 - Viés Positivo (Análise de Longo Prazo) 0.0000% -0.5000% -10 -9 -8 -7 -6 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 7 8 9 10 Evento Má Notícia -1.0000% M(CAR) (%) -5 -1.5000% -2.0000% -2.5000% -3.0000% Boa Notícia -3.5000% -4.0000% -4.5000% Janela do Evento GRÁFICO 9: M(CAR) da Carteira IBX-50 T - Estudo de Eventos Média do Retorno Ajustado - Viés Positivo (Análise de Longo Prazo) 2.5000% M(CAR) (%) 2.0000% 1.5000% Evento Boa Notícia 1.0000% 0.5000% 0.0000% -0.5000% -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 -1.0000% -1.5000% 3 4 5 6 Má Notícia -2.0000% -2.5000% -3.0000% Janela do Evento 3.2.1.2) Anúncio – Variação Negativa da Taxa de Juros TABELA 22 Retornos Anormais para o Estudo de Evento da Informação de Anúncios ANÁLISE DE LONGO PRAZO - VARIAÇÃO NEGATIVA DA TAXA DE JUROS Modelo de Mercado Modelo de Mercado IBX- Modelo de Retornos DIA DO EVENTO IBOVESPA 50 Ajustados à Média 97 -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 DIA DO EVENTO 8 9 10 M(CAR) M(CAR) M(CAR) Boa Notícia Má Notícia Boa Notícia Má Notícia Boa Notícia Má Notícia 0.5429% 0.3093% 0.0445% -0.1956% -0.0941% -0.6061% 0.6653% 0.4947% -0.1872% -0.4090% 0.1224% -0.4248% 0.7083% 0.6008% 0.6132% 0.1926% 1.3550% 0.7950% 0.6364% 0.5001% 0.5987% 0.2577% 1.2322% 0.5078% 0.7478% 0.4249% 0.9160% 0.2440% 0.9064% 0.0353% 0.6930% 0.6873% 0.0441% -0.4418% 0.8726% 0.4701% 0.5638% 1.0397% 0.9478% 0.8379% 1.4521% 1.4338% 0.3744% 1.1933% 0.6965% 0.7783% 1.6952% 1.8812% 0.4884% 0.8512% 0.9643% 0.5075% 1.9120% 1.7127% 0.6429% 0.3935% 0.7005% -0.3622% 2.1016% 1.4552% 1.2885% -0.1416% 1.3632% -0.9277% 2.5121% 0.7148% 1.6394% -0.3685% 1.7285% -1.0980% 3.1604% 0.8697% 1.9597% -0.6342% 2.0442% -1.4323% 2.5411% -0.5222% 2.3435% -0.9501% 2.2083% -1.8967% 2.4291% -1.5739% 2.8093% -0.8067% 2.4615% -2.0935% 2.0483% -2.1264% 2.8812% -1.1117% 1.8018% -2.9882% 1.8646% -2.6014% 3.0928% -1.5425% 2.4171% -2.9374% 1.9154% -2.9206% 3.4122% -1.2581% 2.0177% -3.4097% 1.9485% -2.5209% Modelo de Mercado Modelo de Mercado IBX- Modelo de Retornos IBOVESPA 50 Ajustados à Média M(CAR) M(CAR) M(CAR) Boa Notícia Má Notícia Boa Notícia Má Notícia Boa Notícia Má Notícia 3.1134% -1.5011% 2.8648% -2.7367% 2.1618% -2.2435% 3.1702% -1.6515% 3.3179% -2.6285% 1.7525% -2.9794% 3.5068% -1.9847% 2.6006% -4.2159% 0.9049% -4.3042% FONTE: Elaborada pelo autor. A tabela 22 mostra os seguintes resultados: primeiro, em todos os modelos de retornos normais tem-se que no dia do anúncio as médias dos retornos anormais acumulados para as firmas da categoria “boa notícia” apresentaram uma rentabilidade anormal acima de 1,28 %, destacando-se o modelo de retornos ajustados à média, onde apresentou uma taxa superior a 2,50 %; segundo, somente no modelo de retornos ajustados à média os retornos anormais GRÁFICO 10: M(CAR) da Carteira IBX-50 T - Estudo de Eventos Índice de Mercado - Ibovespa - Viés Negativo (Análise de Longo Prazo) 4.0000% Evento 3.0000% Boa Notícia M(CAR) (%) 2.0000% 1.0000% 0.0000% -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 -1.0000% -2.0000% -3.0000% Janela do Evento 3 4 5 6 7 8 9 Má Notícia 10 98 acumulados das firmas da categoria “má notícia” apresentaram rentabilidade positiva no dia do evento, enquanto que nos outros dois modelos de mercado registraram excessos de retornos negativos apresentando taxas de – 0,14 % e – 0,92 %, respectivamente. Além disso, observa-se um resultado relevante para este estudo: em ambos os modelos de retornos normais o comportamento da média dos excessos de retornos acumulados das empresas das categorias “boa notícia” e “má notícia” seguiu uma tendência inversa logo após os anúncios das reduções dos juros. Em outras palavras, as empresas da categoria “boa notícia” tiveram retornos anormais acumulados crescentes após aqueles eventos, enquanto que as empresas da categoria “má notícia” tiveram retornos anormais acumulados decrescentes após os anúncios das reduções dos juros. Nota-se também que no dia anterior dos eventos o comportamento acionário das categorias de empresas começaram a se diferir uma da outra. Observe nos gráficos a seguir. GRÁFICO 11: M(CAR) da Carteira IBX-50 T - Estudo de Eventos Índice de Mercado - IBX-50 - Viés Negativo (Análise de Longo Prazo) 4.0000% 3.0000% Evento M(CAR) (%) 2.0000% Boa Notícia 1.0000% 0.0000% -1.0000% -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 9 10 Má Notícia -2.0000% -3.0000% -4.0000% -5.0000% Janela do Evento GRÁFICO 12: M(CAR) da Carteira IBX-50 T - Estudo de Eventos Média do Retorno Ajustada - Viés Negativo (Análise de Longo Prazo) 4.0000% Evento 3.0000% Boa Notícia M(CAR) (%) 2.0000% 1.0000% 0.0000% -1.0000% -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Má Notícia -2.0000% -3.0000% -4.0000% -5.0000% Janela do Evento 99 Pode-se concluir que os resultados da análise da janela de longo prazo indicam que quando há elevação dos juros o comportamento dos retornos acionários acumulados não registrou alterações significativas em ambos os modelos de retornos normais. Entretanto, o que se notou foi um comportamento acionário inverso entre os modelos IBX-50 e RAM em ambas as categorias de empresas. Em outras palavras, no modelo IBX-50 os retornos anormais registraram taxas negativas e decrescentes na janela do evento, enquanto que no modelo RAM aqueles excessos de retornos registraram taxas crescentes. Isto pode ser explicado que apesar das empresas apresentarem rentabilidade acima da média dos trinta dias anteriores aos eventos, elas tenderam a perder liquidez com as elevações dos juros. Por outro lado, quando houve reduções dos juros, os investidores tenderam a aplicar nas ações que receberam “boa notícia” no dia dos eventos, ou seja, eles investiram nas empresas que apresentaram excessos de retornos positivos no dia dos anúncios, fato que não se comprova para o grupo de empresas da categoria “má notícia”. Neste caso, nota-se uma divisão em dois grupos distintos de empresas da carteira IBX50 T logo após as reduções dos juros, em termo de retorno anormal acionário. Os investidores tenderam a investir nas empresas da categoria “boa notícia” e ao mesmo tempo tenderam a vender as ações das empresas da categoria “má notícia”. Isto significa dizer que por um lado um grupo de empresas foi beneficiado e por outro prejudicado com as reduções da taxa básica de juros entre o período de 2000 a 2002. Então, pode-se dizer que o mecanismo da política monetária afetou os preços das ações incluídas na carteira de estudo IBX-50 T quando houve anúncios de reduções da taxa básica de juros. 3.2.2) Resumo dos Resultados Financeiros das Empresas Como forma de visualizar melhor quais foram as empresas que reagiram bem ou não com os anúncios das alterações das taxas de juros são apresentados a seguir os resultados financeiros destas firmas no trimestre anterior dos eventos. São separados dois grupos de empresas: grupo das empresas da categoria “boa notícia”, e grupo das empresas da categoria “má notícia”. Além disso, são divididos dois tipos de eventos: elevações da taxa de juros, e reduções da taxa de juros 70 . Então, a partir da análise dos indicadores da rentabilidade, endividamento e liquidez dessas firmas serão analisados a priori o motivo pelo qual um grupo de empresas foi beneficiado e outro prejudicado com os anúncios das variações positiva ou negativa da taxa básica de juros no ambiente onde a janela do evento é de longo prazo. Esta análise será feita entre os três modelos de retornos normais adotados para este estudo. 70 As análises serão feitas separadamente por modelos de retornos normais. 100 3.2.2.1) Modelo de Mercado IBOVESPA As tabelas 29 e 30 mostram, respectivamente, quais foram as empresas beneficiadas e prejudicadas com os anúncios das elevações dos juros. Observe que para o grupo de empresas da categoria “boa notícia” os indicadores de rentabilidade e de endividamento registraram uma taxa acima da carteira de estudo IBX-50 T, ao contrário que ocorre com o índice de liquidez. Nota-se ainda que somente treze empresas foram beneficiadas com os anúncios das elevações da taxa básica de juros. TABELA 23 Análise de Longo Prazo - Modelo de Mercado IBOVESPA Resumo dos Indicadores Financeiros - Variação Positiva GRUPO DE EMPRESAS DA CATEGORIA "BOA NOTÍCIA" AÇÕES CAR RA EXT_AT ACESITA PN -2.74% -7.01 74.04 AMBEV PN -0.61% 19.71 10.48 ARACRUZ PNB 4.52% 5.84 50.69 BRASIL T PAR PN -2.18% 5.96 10.23 CEMIG PN -2.33% 0.30 50.78 CESP PN -5.80% -8.85 57.81 EMBRATEL PAR PN 1.35% -4.23 2.65 ELETROBRÁS PNB 1.49% 3.79 20.44 ELETROPAULO PN -2.61% 0.86 76.83 GERDAU PN -1.57% 8.83 50.01 PETROBRÁS PN 2.25% 13.80 59.79 SID TUBARÃO 0.30% -0.33 48.10 TELESP PN -2.23% 6.49 29.54 MÉDIA DO GRUPO -0.78% 3.47 41.64 MÉDIA DA CARTEIRA IBX-50 T -1.09% 2.70 39.66 LC 0.59 0.30 1.15 10.41 0.70 0.51 1.00 2.21 0.83 1.35 0.95 0.83 0.74 1.66 2.07 NOTA: CAR representa o retorno anormal acumulado da ação i na janela do evento de curto prazo; RA representa a rentabilidade por ativo da ação/empresa i; EXT_AT representa o índice de endividamento da ação/empresa i, e LC representa a liquidez corrente da empresa/ação i. Fonte: Elaborada pelo autor. Em relação ao grupo de empresas da categoria “má notícia” observa-se que os indicadores de rentabilidade e de endividamento ficaram abaixo da carteira de estudo IBX-50 T, exceto com relação ao indicador de liquidez. Nota-se também que dezessete empresas foram prejudicadas com os anúncios das reduções da taxa básica de juros. TABELA 24 Análise de Longo Prazo - Modelo de Mercado IBOVESPA Resumo dos Indicadores Financeiros - Variação Positiva GRUPO DE EMPRESAS DA CATEGORIA "MÁ NOTÍCIA" AÇÕES CAR RA EXT_AT LC BRASIL TELEC PN -2.95% 3.30 46.38 0.98 CELESC PNB -5.80% -0.10 58.73 0.90 101 COPEL PNB 1.49% 6.01 32.45 2.41 AÇÕES CAR RA EXT_AT LC EMBRAER PN 1.22% 11.01 70.98 1.16 NET PN -3.02% -41.54 88.58 0.71 PÃO DE AÇÚCAR PN -5.30% 4.49 53.11 1.15 SADIA PN -0.40% 3.26 67.45 1.31 TELE SUL CL PN -1.18% 4.43 3.19 0.64 TELE CTR OES PN 2.54% 13.49 27.89 0.75 TELE LEST CL PN -1.49% 0.10 0.65 5.40 TELE NORD CL PN -0.44% 8.58 7.56 0.36 TELEMAR PN -2.38% 3.71 20.73 3.76 TELEMIG PART PN -5.31% 8.55 2.16 15.80 TELESP CL PA PN 2.07% -5.44 24.99 0.65 USIMINAS PNA -3.05% -1.54 64.44 0.96 VCP PN 0.34% 9.36 27.94 2.23 VALE R DOCE PNA 1.05% 8.25 51.13 1.29 MÉDIA DO GRUPO -1.33% 2.11 38.14 2.38 MÉDIA DA CARTEIRA IBX-50 T -1.09% 2.70 39.66 2.07 NOTA: CAR representa o retorno anormal acumulado da ação i na janela do evento de curto prazo; RA representa a rentabilidade por ativo da ação/empresa i; EXT_AT representa o índice de endividamento da ação/empresa i, e LC representa a liquidez corrente da empresa/ação i. Fonte: Elaborada pelo autor. As tabelas 25 e 26 mostram, respectivamente, as empresas que foram beneficiadas e prejudicadas com os anúncios das reduções da taxa de juros. No primeiro caso, verifica-se que todos os indicadores financeiros das firmas registraram taxas superiores a carteira de estudo IBX-50 T. Dentre eles, destaca-se o indicador de endividamento por apresentar uma taxa bem acima da carteira IBX-50 T. Observa-se também que dezenove firmas foram beneficiadas com os anúncios das reduções da taxa básica de juros. TABELA 25 Análise de Longo Prazo - Modelo de Mercado IBOVESPA Resumo dos Indicadores Financeiros - Variação Negativa GRUPO DE EMPRESAS DA CATEGORIA "BOA NOTÍCIA" AÇÕES CAR RA EXT_AT LC ACESITA PN 3.32% -6.40 65.36 0.56 AMBEV PN 7.90% 11.74 38.40 0.34 ARACRUZ PNB 7.95% 6.48 46.54 1.50 BRASIL T PAR PN 4.01% 3.87 6.73 10.33 CELESC PNB 1.24% 1.29 56.60 0.64 CESP PN 12.31% -1.03 47.69 0.46 ELETROBRÁS PNB 0.76% 1.14 17.26 2.61 102 EMBRAER PN 5.60% 12.82 73.00 1.07 AÇÕES CAR RA EXT_AT LC 1.46 GERDAU PN 6.68% 9.34 45.54 PÃO DE AÇÚCAR PN -2.57% 3.80 52.90 1.28 PETROBRÁS PN 0.75% 11.99 61.46 0.89 SADIA PN 1.95% 4.23 64.54 1.18 SID TUBARÃO PN 2.29% 0.23 43.32 0.82 TELE LEST CL PN 0.81% -12.14 1.94 9.68 TELE NORD CL PN 0.86% 5.11 4.13 1.42 TELEMIG PART PN -4.11% 5.43 2.31 11.62 USIMINAS PNA 4.11% 2.60 60.72 0.87 VCP PN 9.59% 9.61 31.38 2.48 VALE R DOCE PNA 4.70% 10.59 43.94 1.13 MÉDIA DO GRUPO 3.59% 4.25 40.20 2.65 MÉDIA DA CARTEIRA IBX-50 T 1.49% 2.69 36.97 2.27 NOTA: CAR representa o retorno anormal acumulado da ação i na janela do evento de curto prazo; RA representa a rentabilidade por ativo da ação/empresa i; EXT_AT representa o índice de endividamento da ação/empresa i, e LC representa a liquidez corrente da empresa/ação i. Fonte: Elaborada pelo autor. Com respeito ao grupo de empresas da categoria “má notícia” nota-se que todos os indicadores financeiros ficaram abaixo da carteira IBX-50 T. Destaca-se o indicador de rentabilidade por ativo por apresentar um índice bem abaixo da carteira de estudo. Verifica-se ainda que somente onze firmas foram prejudicadas com os anúncios das reduções da taxa de juros. TABELA 26 Análise de Longo Prazo - Modelo de Mercado IBOVESPA Resumo dos Indicadores Financeiros - Variação Negativa GRUPO DE EMPRESAS DA CATEGORIA "MÁ NOTÍCIA" AÇÕES CAR RA EXT_AT LC BRASIL TELEC PN 6.81% 1.47 39.27 0.86 CEMIG PN 3.11% 2.70 39.34 0.67 COPEL PNB 1.73% 5.87 32.34 1.39 EMBRATEL PAR PN -5.16% 2.87 1.72 0.98 ELETROPAULO PN -4.04% 4.72 69.99 0.77 NET PN -12.42% -34.11 79.73 0.60 TELE CL SUL PN -1.83% 4.37 3.68 0.73 TELE CTR OES PN 4.66% 11.27 24.16 0.93 TELESP PN -8.84% 5.41 26.66 0.79 TELE NORD CL PN 0.86% 5.11 4.13 1.42 AÇÕES CAR RA EXT_AT LC TELESP CL PA PN -6.71% -6.26 14.41 4.47 MÉDIA DO GRUPO -1.98% 0.31 30.49 1.24 103 MÉDIA DA CARTEIRA IBX-50 T 1.49% 2.69 36.97 2.27 NOTA: CAR representa o retorno anormal acumulado da ação i na janela do evento de curto prazo; RA representa a rentabilidade por ativo da ação/empresa i; EXT_AT representa o índice de endividamento da ação/empresa i, e LC representa a liquidez corrente da empresa/ação i. Fonte: Elaborada pelo autor. 3.2.2.2) Modelo de Mercado IBX-50 Com base no modelo de mercado IBX-50 tem-se resumidamente a seguir as principais informações financeiras das empresas incluídas na carteira IBX-50 T no trimestre anterior dos anúncios das variações positiva e negativa da taxa básica de juros. As tabelas 27 e 28 mostram, respectivamente, as empresas beneficiadas e prejudicadas com as elevações da taxa de juros. Observa-se que os indicadores de rentabilidade, endividamento e de liquidez das empresas da categoria “boa notícia” apresentaram taxas inferiores à carteira de estudo IBX-50 T. Dentre estes indicadores destaca-se a rentabilidade por ativo, pois apresentou uma taxa bem inferior a carteira IBX-50 T. Nota-se ainda que somente nove empresas se beneficiaram com as elevações dos juros. TABELA 27 Análise de Longo Prazo - Modelo de Mercado IBX-50 Resumo dos Indicadores Financeiros – Variação Positiva GRUPO DE EMPRESAS DA CATEGORIA "BOA NOTÍCIA" AÇÕES CAR RA EXT_AT LC ACESITA PN -3.78% -7.01 74.04 0.59 AMBEV PN -1.65% 19.71 10.48 0.30 BRASIL T PAR PN -3.22% 5.96 10.23 10.41 CEMIG PN -3.37% 0.30 50.78 0.70 CESP PN -6.84% -8.85 57.81 0.51 EMBRATEL PAR PN 0.31% -4.23 2.65 1.00 ELETROBRÁS PNB 0.45% 3.79 20.44 2.21 ELETROPAULO PN -3.65% 0.86 76.83 0.83 SID TUBARÃO PN -0.74% -0.33 48.10 0.83 MÉDIA DO GRUPO -2.50% 1.13 39.04 1.93 MÉDIA DA CARTEIRA IBX-50 T -2.13% 2.70 39.66 2.07 NOTA: CAR representa o retorno anormal acumulado da ação i na janela do evento de curto prazo; RA representa a rentabilidade por ativo da ação/empresa i; EXT_AT representa o índice de endividamento da ação/empresa i, e LC representa a liquidez corrente da empresa/ação i. Fonte: Elaborada pelo autor. Por outro lado, nota-se que para o grupo das empresas da categoria “má notícia” todos os indicadores financeiros apresentaram taxas superiores aos mesmos índices da carteira IBX-50 T. Dentre os indicadores financeiros destaca-se a rentabilidade por ativo, por ter apresentado uma taxa bem acima da carteira de estudo IBX- 104 50 T. Nota-se ainda que vinte e uma firmas se prejudicaram com as elevações dos juros. Neste caso em especial, as melhores empresas foram as piores avaliadas. TABELA 28 Análise de Longo Prazo - Modelo de Mercado IBX-50 Resumo dos Indicadores Financeiros - Variação Positiva GRUPO DE EMPRESAS DA CATEGORIA "MÁ NOTÍCIA" AÇÕES CAR RA EXT_AT LC ARACRUZ PNB 3.48% 5.84 50.69 1.15 BRASIL TELEC PN -3.99% 3.30 46.38 0.98 CELESC PNB -6.84% -0.10 58.73 0.90 COPEL PNB 0.46% 6.01 32.45 2.41 EMBRAER PN 0.18% 11.01 70.98 1.16 GERDAU PN -2.60% 8.83 50.01 1.35 NET PN -4.06% -41.54 88.58 0.71 PÃO DE AÇÚCAR PN -6.34% 4.49 53.11 1.15 PETROBRÁS PN 1.21% 13.80 59.79 0.95 1.31 SADIA PN -1.44% 3.26 67.45 TELE CL SUL PN -2.22% 4.43 3.19 0.64 TELE CTR OES PN 1.50% 13.49 27.89 0.75 TELE LEST CL PN -2.53% 0.10 0.65 5.40 TELESP PN -3.27% 6.49 29.54 0.74 TELE NORD CL PN -1.48% 8.58 7.56 0.36 TELEMAR PN -3.42% 3.71 20.73 3.76 TELEMIG PART PN -6.35% 8.55 2.16 15.80 TELESP CL PA PN 1.03% -5.44 24.99 0.65 USIMINAS PNA -4.09% -1.54 64.44 0.96 VCP PN -0.69% 9.36 27.94 2.23 VALE R DOCE PN 0.01% 8.25 51.13 1.29 MÉDIA DO GRUPO -1.97% 3.38 39.92 2.13 MÉDIA DA CARTEIRA IBX-50 T -2.13% 2.70 39.66 2.07 NOTA: CAR representa o retorno anormal acumulado da ação i na janela do evento de curto prazo; RA representa a rentabilidade por ativo da ação/empresa i; EXT_AT representa o índice de endividamento da ação/empresa i, e LC representa a liquidez corrente da empresa/ação i. Fonte: Elaborada pelo autor. As tabelas 29 e 30 mostram as empresas que foram beneficiadas e prejudicadas com os anúncios das reduções da taxa básica de juros. Verifica-se que para o grupo das empresas da categoria “boa notícia” todos os indicadores financeiros obtiveram índices mais elevados do que a carteira de estudo IBX-50 T. Observa-se que o indicador de rentabilidade por ativo foi o índice que mais se superou a carteira de estudo. Nota-se ainda que vinte e uma empresas foram beneficiadas com os anúncios das reduções da taxa básica de juros. TABELA 29 Análise de Longo Prazo - Modelo de Mercado IBX-50 105 Resumo dos Indicadores Financeiros - Variação Negativa GRUPO DE EMPRESAS DA CATEGORIA "BOA NOTÍCIA" AÇÕES CAR RA EXT_AT LC ACESITA PN 2.39% -6.40 65.36 0.56 AMBEV PN 6.96% 11.74 38.40 0.34 ARACRUZ PNB 7.02% 6.48 46.54 1.50 BRASIL TELEC PN 5.88% 1.47 39.27 0.86 BRASIL T PAR PN 3.07% 3.87 6.73 10.33 CELESC PNB 0.30% 1.29 56.60 0.64 CESP PN 11.37% -1.03 47.69 0.46 ELETROBRÁS PNB -0.17% 1.14 17.26 2.61 EMBRAER PN 4.66% 12.82 73.00 1.07 1.46 GERDAU PN 5.74% 9.34 45.54 PÃO DE AÇÚCAR PN -3.50% 3.80 52.90 1.28 PETROBRÁS PN -0.18% 11.99 61.46 0.89 SADIA PN 1.01% 4.23 64.54 1.18 SID TUBARÃO PN 1.35% 0.23 43.32 0.82 TELE LEST CL PN -0.12% -12.14 1.94 9.68 TELE NORD CL PN -0.08% 5.11 4.13 1.42 TELEMAR PN -1.62% 1.66 14.17 5.68 TELEMIG PART PN -5.05% 5.43 2.31 11.62 USIMINAS PNA 3.18% 2.60 60.72 0.87 2.48 VCP PN 8.66% 9.61 31.38 VALE R DOCE PNA 3.76% 10.59 43.94 1.13 MÉDIA DO GRUPO 2.60% 3.99 38.91 2.71 MÉDIA DA CARTEIRA IBX-50 T 0.56% 2.69 36.97 2.27 NOTA: CAR representa o retorno anormal acumulado da ação i na janela do evento de curto prazo; RA representa a rentabilidade por ativo da ação/empresa i; EXT_AT representa o índice de endividamento da ação/empresa i, e LC representa a liquidez corrente da empresa/ação i. Fonte: Elaborada pelo autor. Com respeito ao grupo de empresas da categoria “má notícia” verifica-se que todos os indicadores financeiros registraram índices inferiores a carteira de estudo IBX-50 T. Dentre eles, destaca-se o indicador de rentabilidade por ter obtido uma taxa negativa e bem abaixo da carteira IBX-50 T. Observa-se ainda que apenas nove firmas foram prejudicadas com os anúncios das reduções da taxa básica de juros. TABELA 30 Análise de Longo Prazo - Modelo de Mercado IBX-50 Resumo dos Indicadores Financeiros - Variação Negativa GRUPO DE EMPRESAS DA CATEGORIA "MÁ NOTÍCIA" AÇÕES CAR RA EXT_AT LC CEMIG PN 2.17% 2.70 39.34 0.67 COPEL PNB 0.80% 5.87 32.34 1.39 EMBRATEL PAR PN -6.10% 2.87 1.72 0.98 ELETROPAULO PN -4.98% 4.72 69.99 0.77 106 NET PN -13.36% -34.11 79.73 0.60 TELE CL SUL PN -2.77% 4.37 3.68 0.73 TELE CTR OES PN 3.73% 11.27 24.16 0.93 TELE LEST CL PN -0.12% -12.14 1.94 9.68 TELESP PN -9.78% 5.41 26.66 0.79 MÉDIA DO GRUPO -3.38% -1.01 31.06 1.84 MÉDIA DA CARTEIRA IBX-50 T 0.56% 2.69 36.97 2.27 NOTA: CAR representa o retorno anormal acumulado da ação i na janela do evento de curto prazo; RA representa a rentabilidade por ativo da ação/empresa i; EXT_AT representa o índice de endividamento da ação/empresa i, e LC representa a liquidez corrente da empresa/ação i. Fonte: Elaborada pelo autor. 3.2.2.3) Modelo de Retornos Ajustados à Média (RAM) Com base no modelo de retornos ajustados à média tem-se discriminados nas tabelas a seguir os grupos de empresas que foram beneficiadas e prejudicadas com os anúncios das elevações e reduções da taxa básica de juros entre o período de 2000 a 2002. As tabelas 31 e 32 mostram, respectivamente, as empresas que foram beneficiadas e prejudicadas com os anúncios das elevações da taxa de juros. Nota-se que para o grupo de empresas da categoria “boa notícia” todos os indicadores financeiros registraram índices inferiores a carteira de estudo IBX-50 T. Além disso, verifica-se que somente onze empresas foram beneficiadas com os anúncios das elevações da taxa básica de juros. TABELA 31 Análise de Longo Prazo - Modelo de Retornos Ajustados à Média (RAM) Resumo dos Indicadores Financeiros - Variação Positiva GRUPO DE EMPRESAS DA CATEGORIA "BOA NOTÍCIA" AÇÕES CAR RA EXT_AT LC ACESITA PN 1.59% -7.01 74.04 0.59 AMBEV PN -2.28% 19.71 10.48 0.30 BRASIL T PAR PN 0.89% 5.96 10.23 10.41 CEMIG PN 1.44% 0.30 50.78 0.70 CESP PN 2.29% -8.85 57.81 0.51 EMBRATEL PAR PAR PN 4.48% -4.23 2.65 1.00 ELETROBRÁS PNB 4.57% 3.79 20.44 2.21 ELETROPAULO PN 6.79% 0.86 76.83 0.83 GERDAU PN 1.16% 8.83 50.01 1.35 SID TUBARÃO PN -2.29% -0.33 48.10 0.83 TELESP PN -0.69% 6.49 29.54 0.74 MÉDIA DO GRUPO 1.63% 2.32 39.17 1.77 MÉDIA DA CARTEIRA IBX-50 T 0.94% 2.70 39.66 2.07 107 NOTA: CAR representa o retorno anormal acumulado da ação i na janela do evento de curto prazo; RA representa a rentabilidade por ativo da ação/empresa i; EXT_AT representa o índice de endividamento da ação/empresa i, e LC representa a liquidez corrente da empresa/ação i. Fonte: Elaborada pelo autor. Por outro lado, com respeito ao grupo de empresas da categoria “má notícia”, nota-se que os indicadores de rentabilidade e de endividamento registraram taxas superiores a carteira de estudo IBX-50 T, exceto com relação ao índice de liquidez. Nota-se ainda que dezenove firmas foram prejudicadas com os anúncios das elevações da taxa básica de juros. TABELA 32 Análise de Longo Prazo - Modelo de Retornos Ajustados à Média (RAM) Resumo dos Indicadores Financeiros - Variação Positiva GRUPO DE EMPRESAS DA CATEGORIA "MÁ NOTÍCIA" AÇÕES CAR RA EXT_AT LC ARACRUZ PNB -1.76% 5.84 50.69 1.15 BRASIL TELEC PN 0.60% 3.30 46.38 0.98 CELESC PNB 1.23% -0.10 58.73 0.90 COPEL PNB 4.40% 6.01 32.45 2.41 EMBRAER PN -0.46% 11.01 70.98 1.16 NET PN 5.67% -41.54 88.58 0.71 PÃO DE AÇÚCAR PN -2.44% 4.49 53.11 1.15 PETROBRÁS PN 1.64% 13.80 59.79 0.95 SADIA PN 1.12% 3.26 67.45 1.31 TELE CL SUL PN 0.14% 4.43 3.19 0.64 TELE TR OES PN 0.65% 13.49 27.89 0.75 AÇÕES CAR RA EXT_AT LC TELE LEST CL PN -3.16% 0.10 0.65 5.40 TELE NORD CL PN -0.84% 8.58 7.56 0.36 TELEMAR PN 1.04% 3.71 20.73 3.76 TELEMIG PART PN -1.55% 8.55 2.16 15.80 TELESP CL PA PN 5.51% -5.44 24.99 0.65 USIMINAS PNA 2.48% -1.54 64.44 0.96 VCP PN -1.77% 9.36 27.94 2.23 VALE R DOCE PNA -2.20% 8.25 51.13 1.29 MÉDIA DO GRUPO 0.54% 2.92 39.94 2.24 MÉDIA DA CARTEIRA IBX-50 T 0.94% 2.70 39.66 2.07 NOTA: CAR representa o retorno anormal acumulado da ação i na janela do evento de curto prazo; RA representa a rentabilidade por ativo da ação/empresa i; EXT_AT representa o índice de endividamento da ação/empresa i, e LC representa a liquidez corrente da empresa/ação i. Fonte: Elaborada pelo autor. 108 As tabelas 33 e 34 revelam quais as firmas que foram beneficiadas e prejudicadas com os anúncios das reduções da taxa básica de juros. Observa-se que para o grupo de empresas da categoria “boa notícia” somente os indicadores de rentabilidade por ativo e de endividamento apresentaram índices superiores a carteira IBX-50 T. Destaca-se o último indicador por apresentar uma taxa bem acima da carteira de estudo IBX-50 T. Nota-se ainda que quatorze empresas foram beneficiadas com os anúncios das reduções da taxa básica de juros. TABELA 33 Análise de Longo Prazo - Modelo de Retornos Ajustados à Média (RAM) Resumo dos Indicadores Financeiros - Variação Negativa GRUPO DE EMPRESAS DA CATEGORIA "BOA NOTÍCIA" AÇÕES CAR RA EXT_AT LC ACESITA PN AMBEV PN ARACRUZ PNB CELESC PNB CESP PN GERDAU PN PÃO DE AÇÚCAR PN SADIA PN SID TUBARÃO PN TELE CL SUL PN TELEMAR PN USIMINAS PNA VCP PN 2.59% 1.86% 4.75% -3.66% 4.82% 3.42% -5.15% -0.96% 2.72% -9.97% -3.46% 2.60% 5.20% -6.40 11.74 6.48 1.29 -1.03 9.34 3.80 4.23 0.23 4.37 1.66 2.60 9.61 65.36 38.40 46.54 56.60 47.69 45.54 52.90 64.54 43.32 3.68 14.17 60.72 31.38 0.56 0.34 1.50 0.64 0.46 1.46 1.28 1.18 0.82 0.73 5.68 0.87 2.48 AÇÕES CAR RA EXT_AT LC VALE R DOCE PNA MÉDIA DO GRUPO MÉDIA DA CARTEIRA IBX-50 T 0.45% 0.37% -1.87% 10.59 4.18 2.69 43.94 43.91 36.97 1.13 1.37 2.27 NOTA: CAR representa o retorno anormal acumulado da ação i na janela do evento de curto prazo; RA representa a rentabilidade por ativo da ação/empresa i; EXT_AT representa o índice de endividamento da ação/empresa i, e LC representa a liquidez corrente da empresa/ação i. Fonte: Elaborada pelo autor. Por outro lado, com relação ao grupo de empresas da categoria “má notícia” verifica-se que somente o indicador de liquidez corrente registrou um índice superior a carteira de estudo IBX-50 T. Destaca-se o indicador de endividamento por apresentar uma taxa bem inferior ao mesmo índice da carteira IBX-50 T. Nota-se ainda que dezesseis empresas foram prejudicadas com os anúncios das reduções dos juros. TABELA 34 109 Análise de Longo Prazo - Modelo de Retornos Ajustados à Média (RAM) Resumo dos Indicadores Financeiros - Variação Negativa GRUPO DE EMPRESAS DA CATEGORIA "MÁ NOTÍCIA" AÇÕES CAR RA EXT_AT LC BRASIL TELEC PN 0.48% 1.47 39.27 0.86 BRASIL T PAR PN -1.12% 3.87 6.73 10.33 CEMIG PN -1.98% 2.70 39.34 0.67 COPEL PNB -1.22% 5.87 32.34 1.39 EMBRATEL PAR PN -1.22% 2.87 1.72 0.98 ELETROBRAS PNB -7.33% 1.14 17.26 2.61 ELETROPAULO PN -5.28% 4.72 69.99 0.77 EMBRAER PN -3.07% 12.82 73.00 1.07 NET PN -2.55% -34.11 79.73 0.60 PETROBRAS PN -2.63% 11.99 61.46 0.89 0.73 TELE CL SUL PN -9.97% 4.37 3.68 TELE CTR OES PN -3.24% 11.27 24.16 0.93 TELESP PN -3.12% 5.41 26.66 0.79 TELE NORD CL PN -8.80% 5.11 4.13 1.42 TELEMIG PART PN -11.63% 5.43 2.31 11.62 TELESP CL PA PN -6.19% -6.26 14.41 4.47 MÉDIA DO GRUPO -4.30% 2.42 31.01 2.51 MÉDIA DA CARTEIRA IBX-50 T -1.87% 2.69 36.97 2.27 NOTA: CAR representa o retorno anormal acumulado da ação i na janela do evento de curto prazo; RA representa a rentabilidade por ativo da ação/empresa i; EXT_AT representa o índice de endividamento da ação/empresa i, e LC representa a liquidez corrente da empresa/ação i. Fonte: Elaborada pelo autor. Os quadros 3 e 4 mostram resumidamente as ações das empresas que foram beneficiadas e prejudicadas com os anúncios das elevações e reduções da taxa básica de juros dentre os modelos de retornos normais adotados para este estudo. Os resultados do modelo de mercado IBOVESPA mostram que foi o que obteve o maior número de empresas que reagiram bem aos anúncios das elevações da taxa básica de juros. No total foram treze empresas que se beneficiaram. Entretanto, os resultados do modelo de mercado IBX-50 mostram que foi o que obteve o menor número de empresas beneficiadas com os anúncios das elevações da taxa básica de juros, registrando somente nove firmas. Os resultados do modelo de retornos ajustado à média mostram um caso intermediário, pois registrou onze empresas beneficiadas com aqueles anúncios. Pode-se dizer que em todos os três modelos adotados o número de firmas que reagiram mal aos anúncios das elevações da taxa de juros foi maior do que o número de empresas que reagiram bem. Então, pode-se constatar que a 110 política monetária via aumento da taxa de juros prejudicou a maior parte das ações compostas da carteira de estudo IBX-50 T. Em outras palavras, o mecanismo de transmissão da política monetária via aumento da taxa de juros prejudicou as ações mais líquidas do mercado acionário brasileira entre os anos de 2000 a 2002, em um ambiente onde a janela do evento considerada é de longo prazo. 111 QUADRO 3 RESUMO DAS CATEGORIAS DAS AÇÕES DAS EMPRESAS NOS MODELOS DE RETORNOS NORMAIS ADOTADOS ANÚNCIO - ELEVAÇÃO DA TAXA DE JUROS - ANÁLISE DE LONGO PRAZO BOA NOTÍCIA MÁ NOTÍCIA IBOVESPA IBX-50 RAM IBOVESPA IBX-50 RAM ACESITA PN ACESITA PN ACESITA PN BRASIL TELEC PN ARACRUZ PNB ARACRUZ PNB AMBEV PN AMBEV PN AMBEV PN CELESC PNB BRASIL TELEC PN BRASIL TELEC PN ARACRUZ PNB BRASIL T PAR PN BRASIL T PAR PN COPEL PNB CELESC PNB CELESC PNB BRASIL T PAR PN CEMIG PN CEMIG PN EMBRAER PN COPEL PNB COPEL PNB CEMIG PN CESP PN CESP PN NET PN EMBRAER PN EMBRAER PN GERDAU PN NET PN CESP PN EMBRATEL PAR PN EMBRATEL PAR PN PÃO DE AÇÚCAR PN EMBRATEL PAR PN ELETROBRÁS PNB ELETROBRÁS PNB SADIA PN NET PN PÃO DE AÇÚCAR PN ELETROBRÁS PNB ELETROPAULO PN ELETROPAULO PN TELE SUL CL PN PÃO DE AÇÚCAR PN PETROBRÁS PN ELETROPAULO PN GERDAU PN TELE CTR OES PN PETROBRÁS PN SADIA PN GERDAU PN SID TUBARÃO PN SID TUBARÃO PN TELE LEST CL PN SADIA PN TELE CL SUL PN PETROBRAS PN TELESP PN TELE NORD CL PN TELE CL SUL PN TELE CTR OES PN SID TUBARÃO TELEMAR PN TELE CTR OES PN TELE LEST CL PN TELESP PN TELEMIG PART PN TELE LEST CL PN TELE NORD CL PN TELESP CL PA PN TELESP PN TELEMAR PN USIMINAS PNA TELE NORD CL PN TELEMIG PART PN VCP PN TELEMAR PN TELESP CL PA PN VALE R DOCE PNA TELEMIG PART PN USIMINAS PNA TELESP CL PA PN VCP PN USIMINAS PNA VALE R DOCE PNA VCP PN VALE R DOCE PN Fonte: Elaborada pelo autor. 112 QUADRO 4 RESUMO DAS CATEGORIAS DAS AÇÕES DAS EMPRESAS NOS MODELOS DE RETORNOS NORMAIS ADOTADOS ANÚNCIO - REDUÇÃO DA TAXA DE JUROS - ANÁLISE DE LONGO PRAZO BOA NOTÍCIA MÁ NOTÍCIA IBOVESPA IBX-50 RAM IBOVESPA IBX-50 RAM ACESITA PN ACESITA PN ACESITA PN AMBEV PN AMBEV PN AMBEV PN BRASIL TELEC PN CEMIG PN BRASIL TELEC PN CEMIG PN COPEL PNB BRASIL T PAR PN ARACRUZ PNB ARACRUZ PNB ARACRUZ PNB COPEL PNB EMBRATEL PAR PN CEMIG PN BRASIL T PAR PN BRASIL TELEC PN CELESC PNB CELESC PNB BARSIL T PAR PN CESP PN EMBRATEL PAR PN ELETROPAULO PN ELETROPAULO PN COPEL PNB NET PN EMBRATEL PAR PN TELE CL SUL PN ELETROBRAS PNB CESP PN CELESC PNB GERDAU PN NET PN ELETROBRAS PNB CESP PN PÃO DE AÇUCAR PN TELE CL SUL PN EMBRAER PN ELETROBRAS PNB SADIA PN TELE CTR OES PN TELE LEST CL PN EMBRAER PN GERDAU PN EMBRAER PN SID TUBARÃO PN TELESP PN TELESP PN NET PN PÃO DE AÇUCAR PN GERDAU PN TELE CL SUL PN TELE NORD CL PN PETROBRAS PN PETROBRAS PN PÃO DE AÇUCAR PN TELEMAR PN TELESP CL PA PN TELE CL SUL PN SADIA PN PETROBRAS PN USIMINAS PNA TELE CTR OES PN ELETROPAULO PN TELE CTR OES PN SID TUBARÃO PN SADIA PN VCP PN TELESP PN TELE LEST CL PN SID TUBARÃO PN VALE R DOCE PNA TELE NORD CL PN TELE NORD CL PN TELE LEST CL PN TELEMIG PART PN TELEMIG PART PN TELE NORD CL PN TELESP CL PA PN USIMINAS PNA TELEMAR PN VCP PN TELEMIG PART PN VALE R DOCE PNA USIMINAS PNA VCP PN VALE R DOCE PNA Fonte: Elaborada pelo autor. 113 Em relação aos anúncios das reduções da taxa básica de juros tem-se que os resultados do modelo de mercado IBX-50 foi aquele que apresentou o maior número de empresas as quais reagiram bem aqueles eventos, registrando um total de vinte e uma firmas. Em contradição, os resultados do modelo de retornos ajustados à média mostram que foi aquele em que apresentou o menor número de firmas, registrando um total de catorze empresas. Os resultados do modelo de mercado IBOVESPA mostram que foi um caso intermediário, registrando um total de dezenove firmas que se beneficiaram com as reduções dos juros. Nota-se ainda que, excluindo o modelo de retornos ajustados à média, o número de firmas que reagiram bem aos anúncios das reduções dos juros superou o número de firmas que reagiram mal aqueles eventos. Portanto, pode-se dizer que o mecanismo de transmissão da política monetária via redução da taxa de juros beneficiou a maior parte das empresas no mercado acionário brasileiro no período de 2000 a 2002. Pode-se concluir em dois cenários diferentes a análise dos indicadores financeiros das empresas incluídas na carteira de estudo IBX-50 T. No primeiro caso, observa-se que as empresas que se prejudicaram com as elevações dos juros foram aquelas que apresentaram o índice de liquidez corrente acima da carteira de estudo IBX-50 T. Rentabilidade por ativo e índice de endividamento não seguem o mesmo padrão. Em outras palavras, as empresas prejudicadas com as elevações dos juros foram àquelas mais rentáveis, com maiores disponibilidades de recursos e com grande participação de capitais de terceiros. No segundo caso, nota-se que as empresas beneficiadas com as reduções da taxa básica de juros foram àquelas mais rentáveis e mais endividadas em comparação com a carteira de estudo IBX-50 T. Liquidez corrente não segue o mesmo padrão. Nota-se que este indicador beneficiou as empresas quando foram considerados os modelos de mercado IBOVESPA e IBX-50. Então, pode-se dizer que com as reduções dos juros os investidores procuraram investir nas ações das empresas que possuíam grande potencial para gerar lucros e uma grande participação de capitais de terceiros no trimestre anterior daqueles anúncios 71. Em outras palavras, com as reduções dos juros, os investidores procuraram investir em empresas com bons indicadores financeiros, buscando auferir, com estas aplicações, ganhos em termos de dividendos e de rentabilidade de seus ativos. 3.2.3) Resultados dos Testes Estatísticos de Significância 71 Observe que com maiores disponibilidades de recursos de terceiros na firma, incentiva uma maior geração de lucros futuros, beneficiando os acionistas dessas empresas, pois há uma relação direta entre dividendos e lucro líquido. 114 Nas tabelas 35A a 35F estão expostos resumidamente os resultados dos testes estatísticos de significância que testa a hipótese nula sobre o retorno anormal acumulado de cada ação i dos três modelos de retornos normais, em todas as alterações da taxa básica de juros, na janela de longo prazo. É utilizada a estatística SCAR 72 para avaliar se aquelas ações são estatisticamente significantes para cada evento. Os resultados que rejeitam a hipótese nula para o nível de 10 % de significância 73 estão grifados em cinza. Observa-se que, excluindo-se as ações SID TUBARÃO PN, TELE CL SUL PN e TELE CTR OES PN, ambos relacionados ao modelo de mercado IBX-50, todos os títulos foram estatisticamente significantes em pelo menos um anúncio das dezessete alterações da taxa de juros na janela de longo prazo. Então, pode-se dizer que o mecanismo de transmissão da política monetária via taxa de juros influenciou de forma geral os preços das ações da carteira IBX-50 T entre os anos de 2000 a 2002. 72 A estatística SCAR é calculada pela razão entre o retorno anormal acumulado da ação i na janela do evento L2 pelo seu desvio padrão estimado. 73 Para a estatística SCAR é utilizado o nível de significância de 10 % devido à grande volatilidade das cotações acionárias bolsas brasileiras e, por conseqüência, da baixa significância dos coeficientes do modelo CAPM. 115 TABELA 35A 1 Resultados dos Testes de Significância da Estatística SCAR - Análise de Longo Prazo ACESITA PN EVENTO IBOVESPA IBX-50 AMBEV PN RAM IBOVESPA IBX-50 ARACRUZ PNB RAM IBOVESPA IBX-50 RAM IBOVESPA 1.365342 1.102808 1.181446 0.920451 0.63114 -0.21863 0.451279 0.339349 0.425955 0.029552 0.292286 0.378868 0.832254 0.422761 0.475274 0.308321 -0.33756 -0.15421 -0.61296 1.420667 1.489203 0.049778 1.83354 1.79617 1.137573 0.60512 0.643687 -0.62591 0.595066 0.632202 -0.58587 1.659074 1.654003 -0.33173 0.735548 0.723907 -0.93623 1.172737 1.020919 -0.62443 0.524077 0.505597 -0.79225 -1.17349 -0.75971 -0.07021 0.142381 0.422665 1.580805 1.937417 1.788456 2.063499 1.229216 1.256456 1.747124 0.247929 0.266279 0.458107 -1.19101 -1.06762 -1.09672 -0.02333 0.019931 -0.80821 -0.15042 -0.08014 -0.48939 0.161592 -0.02038 0.50444 2.648025 E2 0.158949 0.23487 0.27235 E3 0.52625 0.58512 -0.10478 E4 -0.21346 -0.12451 -1.29052 E5 -0.37962 0.00873 1.64471 E6 -0.74636 -0.52781 -0.23458 E7 0.02896 -0.49197 -0.74298 1.665167 1.213878 0.072204 E8 -2.31877 -2.47708 -0.00449 -0.21086 E9 -2.718 -2.29734 0.56547 E10 0.543486 0.8034 -0.45975 -0.7198 0.363198 -0.6128 IBX-50 RAM BRASIL T PAR PN 2.270365 1.447236 E1 IBOVESPA BRASIL TELEC PN 2.581504 1.853956 0.608058 -1.93646 1.059071 0.436153 0.668772 1.142441 -0.67908 1.27095 1.087081 -0.34342 0.65012 -0.07581 0.248743 -0.40758 -0.03152 0.268733 -1.8139 -0.1408 0.508811 -1.8399 IBX-50 RAM 0.096961 0.124416 -1.17517 -1.52529 -1.61599 -1.07749 0.342539 1.840988 1.162311 0.381091 1.732384 -0.26322 0.148057 0.412855 0.173887 0.279313 0.711922 0.200652 0.482668 -0.63349 -0.4371 E11 -1.0227 -1.11006 -0.63396 -0.14394 -0.38996 -0.35018 -0.20276 -0.44025 -0.78506 -0.43841 -0.57485 -0.54186 -0.13975 -0.3559 -0.3275 E12 0.173884 -0.00931 0.80767 -1.16343 -1.28733 0.138562 0.269263 0.128306 0.665722 0.261254 0.036258 1.456809 0.394865 0.148784 1.57137 E13 1.160109 0.30704 -0.35448 0.684755 -0.10649 0.070603 0.524758 -0.13925 -0.62958 0.022634 -0.65105 -0.90786 -0.03647 -0.68925 -0.99163 E14 1.726572 1.22683 0.77338 0.580536 0.265445 -0.3301 2.082789 2.017831 1.180211 2.110243 1.033317 0.512097 1.948923 1.144025 0.278443 E15 0.232336 0.03156 1.48245 0.344856 0.16064 1.335839 -0.51327 -0.67704 -0.01661 0.126902 -0.11081 0.887953 0.401507 0.133721 0.986524 E16 1.237339 0.90415 0.02972 -0.37007 -0.52771 -1.46683 0.29659 0.20395 0.307515 -1.37253 -1.09228 E17 0.221867 0.66906 -0.1375 -1.4085 -0.76524 -0.28989 -0.53707 -0.15223 0.006659 -1.22625 -0.30844 0.423513 -0.678 NOTA: Os resultados rejeitam a hipótese nula para o nível de significância de 10% com L1 – 2 graus de liberdade, onde L1 é a janela de estimação. A hipótese alternativa da estatística SCAR equivale a um valor maior do que 1.288767 ou menor do que -1.288767 da estatística t. (1) Os modelos de retornos normais considerados são: Modelos de Mercado IBOVESPA e IBX-50, e modelo de Retornos Ajustados à Média (RAM). -1.65427 -1.46149 -0.93966 -1.10166 -0.36152 0.464462 116 TABELA 35B 1 Resultados dos Testes de Significância da Estatística SCAR - Análise de Longo Prazo CELESC PN EVENTO IBOVESPA IBX-50 CEMIG PN RAM CESP PN IBOVESPA IBX-50 RAM IBOVESPA -0.07827 -0.3704 -0.27005 -0.10138 IBX-50 COPEL PN RAM EMBRATEL PAR PN IBOVESPA IBX-50 RAM IBOVESPA IBX-50 RAM -0.32149 -0.65795 0.470147 0.086291 -0.1506 -0.9786 -1.05905 -1.16566 E1 -0.90435 -1.03872 -0.69254 E2 0.816963 0.829308 0.652171 1.61927 1.364534 0.721959 1.458678 1.345306 0.624168 0.527887 0.557431 -0.16372 -0.25046 -0.11505 E3 0.415642 0.509093 -0.76272 0.725098 0.718012 -0.71974 3.651592 3.206883 1.689725 0.039435 0.189029 -1.00472 -0.71036 -0.46443 -1.07434 E4 0.566251 0.561647 -1.3056 0.493545 0.459018 -1.39454 4.030059 3.467269 0.817268 -0.31144 -0.17867 -1.55111 -0.40527 E5 -1.15571 -0.72484 0.87199 0.138101 0.469344 1.410183 -0.6105 -0.41732 0.27836 -0.92184 -0.51449 1.085101 0.665389 E6 0.079053 0.113697 0.559398 1.476269 1.340902 0.757151 0.366174 0.368238 0.373607 1.085995 1.088209 0.945754 -0.45323 -0.32842 -0.61073 E7 0.575493 -0.02257 -0.48665 -0.64054 -1.11225 -0.89252 -0.12272 -0.45382 -1.09817 1.325674 0.689946 -1.84178 -1.86405 -1.18182 -0.2235 -0.2677 -0.4801 -0.86348 0.850499 1.436745 E8 -2.86481 -3.18592 -0.76689 -1.26234 -1.70545 0.514986 -1.50318 -1.81888 0.042489 -0.86383 -1.35598 0.261267 0.065028 -0.39983 1.311085 E9 -0.75932 -0.87356 1.052841 -0.02125 -0.19923 1.217071 -1.82046 -1.80188 -0.31272 -0.78354 -0.87435 0.097316 0.729358 0.439884 E10 0.458301 0.800498 0.093042 1.168067 1.356438 -0.14251 0.088265 0.300897 0.427509 1.391583 1.592071 0.256727 -1.42881 -0.84602 -1.39055 0.98759 E11 -0.13259 -0.40474 -0.19581 0.400204 0.029878 -0.9887 -0.06916 -0.21199 0.072807 0.454946 0.15807 -0.54341 -1.99572 -1.84645 -0.22881 E12 0.468525 0.276094 0.460529 -0.18478 -0.3382 0.068046 -0.24411 -0.3302 0.06093 -0.09017 0.32343 -0.59226 -0.5615 0.26756 0.82583 E13 0.35166 -0.23314 -0.77622 -0.03904 -0.77883 -1.05983 -0.3213 -0.72648 -0.79442 0.248694 -0.38152 -0.68025 -1.20274 -1.38005 -1.04575 E14 0.156948 -0.09953 -1.34008 -0.80231 -1.06121 -0.92177 -0.31605 -0.51406 0.191499 0.399182 0.083608 0.713748 0.235548 0.089044 2.509733 E15 -1.3349 -1.46865 0.167852 -0.14699 -0.30098 1.616547 -0.76201 -0.79098 0.881362 -0.21332 -0.35767 1.964557 -0.59481 -0.62768 -0.12585 E16 -0.80385 -0.90312 -0.36436 -1.63244 -1.31857 -1.15787 0.061719 -0.08188 0.092963 -1.73876 -1.44208 -0.78353 1.66444 1.482063 1.292876 E17 0.184597 0.640014 1.321803 -0.00481 0.500506 0.699339 0.832358 1.181113 1.135508 1.660951 1.758872 1.655493 1.300179 1.442073 0.311421 NOTA: Os resultados rejeitam a hipótese nula para o nível de significância de 10% com L1 – 2 graus de liberdade, onde L1 é a janela de estimação. A hipótese alternativa da estatística SCAR equivale a um valor maior do que 1.288767 ou menor do que -1.288767 da estatística t. (1) Os modelos de retornos normais considerados são: Modelos de Mercado IBOVESPA e IBX-50, e modelo de Retornos Ajustados à Média (RAM). 117 TABELA 35C 1 Resultados dos Testes de Significância da Estatística SCAR - Análise de Longo Prazo EVENTO ELETROBRAS PNB IBOVESPA E1 -0.7972 E2 2.205288 E3 E4 ELETROPAULO PN IBX-50 RAM IBOVESPA -0.98912 -0.7812 IBX-50 RAM EMBRAER PN IBOVESPA IBX-50 GERDAU PN RAM IBOVESPA IBX-50 NET PN RAM IBOVESPA IBX-50 RAM 0.161108 -0.09135 -0.38447 0.526901 0.27604 -0.10394 -0.10352 -0.42411 0.125213 -0.78513 -0.93092 -0.32853 1.888833 0.552551 0.377047 0.448913 0.121947 1.246443 1.2716 0.944089 0.383072 0.45618 0.002277 0.065128 0.596243 0.700531 0.736825 -1.36581 0.294734 0.389612 -0.57721 0.168978 0.294646 -1.08352 1.110896 1.109751 0.035437 -0.23472 -0.11786 -0.40253 -0.08271 0.020283 -2.34179 -0.29814 -0.21237 -1.32837 -0.24809 0.823512 0.800236 -0.86238 0.593718 0.591228 -0.5273 0.499017 1.225678 E5 -1.02613 0.58962 -0.87784 0.425855 1.249083 E6 1.410637 1.128618 0.881457 -0.4464 1.070912 0.949314 0.622055 -0.26319 E7 2.64115 1.525229 -0.04742 -0.69692 -1.08104 -0.93594 1.90083 -0.1676 -1.931 1.320117 1.235466 0.750266 -0.3341 0.082862 0.35482 1.954975 0.273678 -0.93019 1.040301 0.927025 0.564232 -1.43331 -1.0309 1.413834 0.158552 1.017446 0.414102 -0.20539 -2.0406 -1.90105 -0.83385 -0.2026 -1.15723 E8 -2.55474 -2.56661 -0.75916 -2.73185 -3.05899 0.074684 0.326811 -0.09489 -0.12008 0.257987 -0.26106 0.586014 -1.55769 -1.64956 1.151447 E9 -1.20937 -1.14437 0.634684 0.277624 0.09995 0.197896 0.069189 -0.19744 -1.94089 -1.73315 -0.34681 -3.00572 -2.44287 -0.12868 E10 -0.38699 0.000778 -0.23545 1.578882 1.734393 0.403335 -0.12586 0.143408 -0.68755 0.955418 1.079531 0.502071 2.92462 2.531022 1.718953 E11 2.727626 1.988695 1.356596 -0.99906 -1.12951 0.225504 0.037898 0.100073 0.660678 0.316027 -0.08467 -0.44042 -0.54877 -1.51146 E12 -0.04173 -0.18524 -0.62468 -1.50047 -1.43374 0.325652 -0.03973 -0.14586 0.361282 0.423894 0.185388 0.513645 0.44323 0.244965 2.594858 E13 0.606995 -0.09833 -0.78494 0.620481 -0.07245 0.143602 0.370072 -0.07387 -0.31307 1.227366 0.324806 -0.39154 -2.79295 -2.95421 -2.05679 E14 -2.25938 -2.30525 -1.24995 -2.49631 -2.54678 -2.01823 1.063684 0.756074 -0.27057 1.193558 0.834589 0.104291 -3.62462 -3.61686 -0.66253 E15 0.444957 0.183076 2.404239 -0.07586 -0.16163 1.324035 -0.34105 -0.48662 0.589407 0.142315 -0.03899 1.867695 -0.79447 -0.83314 0.818128 E16 -0.33059 -0.39015 -0.91123 -0.21951 -0.26341 -0.45684 -0.56324 -0.41424 -1.53888 -1.53504 -1.92674 0.63728 0.567404 0.096352 E17 0.272874 0.69756 0.425382 0.658945 0.927727 -1.0642 -0.5565 -0.73896 -0.13279 0.448876 0.364368 0.528707 0.342323 2.184852 -1.4275 -0.041 0.244184 NOTA: Os resultados rejeitam a hipótese nula para o nível de significância de 10% com L1 – 2 graus de liberdade, onde L1 é a janela de estimação. A hipótese alternativa da estatística SCAR equivale a um valor maior do que 1.288767 ou menor do que -1.288767 da estatística t. (1) Os modelos de retornos normais considerados são: Modelos de Mercado IBOVESPA e IBX-50, e modelo de Retornos Ajustados à Média (RAM). TABELA 35D 1 0.10749 118 Resultados dos Testes de Significância da Estatística SCAR - Análise de Longo Prazo EVENTO PÃO DE AÇUCAR PN IBOVESPA E1 0.715302 IBX-50 RAM 0.417451 -0.22013 -0.4859 PETROBRAS PN IBOVESPA 0.979081 IBX-50 SADIA PN RAM 0.495508 -0.51536 IBOVESPA IBX-50 SID TUBARÃO RAM -0.54886 -0.86914 -0.23702 IBOVESPA 0.195798 IBX-50 TELE CL SUL PN RAM IBOVESPA IBX-50 RAM -0.03361 0.119487 -0.08494 -0.25576 -1.21882 E2 -0.61234 -0.73246 1.702672 1.633421 0.786439 0.54906 0.669091 0.985441 -0.52744 -0.35879 0.405934 0.205939 0.259613 -0.24715 E3 0.521466 0.646068 -0.11096 -0.08171 0.115231 -1.29111 -0.53044 -0.39631 -1.36706 0.290434 0.381886 0.431492 -0.49948 -0.36677 -1.39181 E4 0.269203 0.335044 -0.87404 -1.84784 -1.57784 -2.8445 0.131933 0.197347 -1.25828 0.224093 0.261313 -0.45377 -1.00447 -0.88091 -1.63982 E5 -1.23674 -0.91645 -0.25217 -1.63934 -1.36655 0.8258 -0.03432 0.234633 0.884285 -0.21517 0.188937 1.648501 0.917336 1.002619 1.582857 -0.37296 -0.14209 E6 -1.04303 -0.99909 -0.47716 0.26689 0.332539 0.816481 0.800441 0.703097 0.480198 -0.57622 E7 1.623353 1.148679 0.177873 -0.42214 0.690664 0.19239 -0.75706 2.207701 E8 -0.77949 -1.35646 0.168873 1.837287 0.984675 2.392912 -0.24853 -0.66749 0.62469 E9 -1.31643 -1.50777 -0.61097 0.914385 0.626585 -0.11835 -0.72795 -0.78855 -0.22867 E10 -1.06802 -0.70899 -0.83795 -1.4912 -0.84191 -2.29794 -0.22776 0.129685 -0.33936 -0.90727 E11 -0.44172 -0.68523 0.167997 1.119666 0.693176 0.774732 0.636033 0.328353 0.780308 -0.10984 -0.35569 0.309972 -0.22512 -0.38871 0.013788 E12 -0.4426 -0.50706 0.40897 0.577504 0.410206 1.807105 -0.62767 -0.77526 -0.16642 0.423302 0.237092 1.044448 -0.06155 -0.19033 E13 0.542312 -0.08213 -0.25551 1.240697 0.454165 -0.91447 0.837 -0.00792 -0.19156 0.511675 -0.12265 -0.82259 -0.29836 -0.83827 -0.80342 E14 -1.28532 -1.40424 -2.03517 -0.7128 -1.22004 -0.37699 1.79585 1.470703 0.810078 1.198643 0.83224 1.551226 1.017975 -0.09094 E15 0.31003 0.116908 1.029326 0.515131 0.29371 2.188688 -0.69144 -0.8736 0.43412 0.483688 0.308618 -0.06868 -0.34619 -0.47564 0.697481 E16 -0.88803 -0.95352 -1.5569 -0.08319 -0.26029 -0.67278 -0.50303 -0.63315 -1.02671 -0.56473 -0.67789 -1.42959 -1.24499 -1.21297 -1.29233 E17 -1.60221 -0.99609 -0.11373 -0.54016 0.201896 0.279219 0.700649 1.299938 1.504293 -0.20575 0.308061 -0.3647 0.156116 0.822328 0.24799 -1.4337 -0.91845 -0.74466 -0.93406 0.209228 0.144363 -0.24113 0.102846 0.03686 -0.54533 0.543986 0.267661 0.195341 -0.00921 -0.31499 1.317036 0.894808 0.528882 -0.46739 -1.35854 -0.39101 -0.04336 -1.32565 1.034 0.227798 0.54349 NOTA: Os resultados rejeitam a hipótese nula para o nível de significância de 10% com L1 – 2 graus de liberdade, onde L1 é a janela de estimação. A hipótese alternativa da estatística SCAR equivale a um valor maior do que 1.288767 ou menor do que -1.288767 da estatística t. (1) Os modelos de retornos normais considerados são: Modelos de Mercado IBOVESPA e IBX-50, e modelo de Retornos Ajustados à Média (RAM). TABELA 35E 1 Resultados dos Testes de Significância da Estatística SCAR - Análise de Longo Prazo -0.2444 0.586313 1.33222 119 EVENTO TELE CRT OES PN IBOVESPA IBX-50 RAM TELE LEST CL PN TELESP PN TELE NORD CL PN IBX-50 RAM IBOVESPA IBOVESPA IBX-50 RAM IBOVESPA E1 1.008946 0.718942 -1.76728 1.270771 1.028785 -0.0064 -0.78306 -0.93966 -0.57783 -0.43863 -0.59535 -1.58269 -0.28915 -0.50827 -0.15058 E2 0.219843 0.265943 0.117482 -0.40222 -0.30321 -0.49647 -5.50246 -4.55351 -3.13168 0.191059 0.254689 -0.43377 0.167753 0.248356 -0.57552 E3 0.141107 0.212052 -0.62144 0.528992 0.597131 -0.45178 -4.18298 -3.45895 -1.53754 0.602541 0.657142 -0.6747 1.033544 0.95432 E4 -0.12762 -0.06397 -1.07403 0.531021 0.554295 -0.62404 0.355513 0.387816 1.931325 -0.60634 -0.52446 -1.58259 0.305705 0.321939 -1.04448 1.182062 E5 -0.04359 0.196969 0.894434 0.425831 0.624202 1.881338 -0.46604 -0.22467 0.645437 1.075751 E6 0.947212 0.844012 0.597262 0.463552 0.43471 0.157584 1.209598 1.093675 0.969126 -1.0488 E7 -1.08008 -1.26594 -1.05643 0.265796 -0.08361 -1.07724 1.015799 0.32837 -0.82927 E8 0.090005 -0.28246 1.32682 -0.03317 -0.39904 0.282924 0.542395 -0.18268 1.170255 0.616759 0.230473 IBX-50 RAM TELEMAR PN IBOVESPA IBX-50 RAM -0.34586 2.17172 -0.29146 0.162446 1.313569 -0.93448 -1.27839 -0.02661 0.030201 -0.02196 -0.83832 -1.0832 -0.55018 -2.73239 -2.21584 -1.53339 0.323936 -0.16038 1.192205 1.31617 0.263192 2.250912 E9 0.918733 0.688208 0.379521 0.840388 -0.49033 -0.59846 -0.21405 2.748257 2.098306 0.963223 -0.07724 -0.24006 -0.11396 E10 0.25282 0.461732 -0.72251 -0.28798 -0.0313 -1.49521 -1.50383 -0.73864 -0.16555 0.143892 -1.54589 -0.81475 -0.15537 -1.20909 E11 -0.29732 -0.43539 -0.18425 -0.53365 -0.66573 -0.27018 -0.17501 -0.46632 0.462225 -0.40858 -0.54498 -0.18117 -1.05548 -1.04294 -0.28554 E12 0.365812 0.166213 2.042382 -0.55261 -0.54987 0.573739 1.019994 0.453247 1.543057 E13 -0.12024 -0.70718 -0.73488 -0.03438 -0.44073 -0.37222 0.957036 E14 1.412324 0.915795 0.46497 -2.37392 -2.56995 -1.29616 E15 -0.08572 -0.18939 0.39851 -1.07724 -1.14373 0.366377 -1.4623 0.158208 0.008921 1.509653 -0.89595 -0.72673 0.748705 -1.07729 -0.75516 -1.24775 -1.20002 -1.29317 -1.57863 1.591007 0.838801 -0.07146 2.209947 1.552843 0.176981 -0.56318 -0.71251 -0.30855 0.954332 0.495146 1.867066 -1.28281 -1.29279 0.381633 -0.34713 -0.44068 1.526448 -0.1958 -0.9907 E16 1.301304 1.06419 0.068803 -0.10432 -0.20576 -0.30921 -1.59106 -1.24718 -2.02198 0.567065 0.367302 -0.18177 0.809799 0.286399 -0.30194 E17 0.278994 0.578822 -0.05682 -0.0286 0.403389 0.407724 -1.73545 -0.63332 0.258401 -0.96252 -0.38494 -0.26161 -0.82209 0.224966 0.129003 NOTA: Os resultados rejeitam a hipótese nula para o nível de significância de 10% com L1 – 2 graus de liberdade, onde L1 é a janela de estimação. A hipótese alternativa da estatística SCAR equivale a um valor maior do que 1.288767 ou menor do que -1.288767 da estatística t. (1) Os modelos de retornos normais considerados são: Modelos de Mercado IBOVESPA e IBX-50, e modelo de Retornos Ajustados à Média (RAM). TABELA 35F 1 Resultados dos Testes de Significância da Estatística SCAR - Análise de Longo Prazo EVENTO TELEMIG PART PN TELESP CL PA USIMINAS PNA VCP PN VALE R DOCE PNA 120 IBOVESPA IBX-50 RAM IBOVESPA IBX-50 RAM IBOVESPA -1.3248 IBX-50 RAM IBOVESPA IBX-50 RAM IBOVESPA IBX-50 RAM E1 -0.5482 -0.69987 -2.04126 -0.30657 -0.48642 0.242481 -0.02229 0.362409 1.847268 1.637292 1.520416 1.757917 1.396486 1.504685 E2 -0.70682 -0.59176 -1.09193 -0.26053 -0.13663 -0.27021 -0.0243 0.078296 0.375783 0.483489 0.590855 0.151981 0.190492 0.302751 -0.06023 E3 -0.22056 -0.12598 -0.90125 -0.59899 -0.40948 -1.00195 1.205722 1.145774 0.600278 1.518425 1.64745 0.561136 -0.43154 -0.23941 -1.02965 E4 -0.03493 0.006808 -0.61949 -1.03217 -0.85179 -1.27167 0.852789 0.777435 -0.62278 0.608694 0.672672 -0.92516 -0.11406 -0.02646 E5 -0.62462 -0.36905 -0.01085 0.481001 0.658952 1.339823 0.135019 0.399366 1.550099 -0.74856 -0.39085 1.184707 -0.17007 0.247215 1.199116 E6 -0.56941 -0.48485 -0.41847 -0.71912 -0.56707 -0.36115 1.844848 1.548612 1.154191 0.317537 0.311033 0.402575 0.540234 0.493405 -0.06691 E7 -2.38446 -2.49825 -1.97123 -1.88165 -1.88496 -0.88578 -0.77115 -1.16024 -1.25464 0.770862 0.249875 2.971482 2.053711 -0.2934 -1.0653 -0.0699 E8 -0.58373 -0.92297 1.256659 1.224316 0.550909 2.153927 -0.59196 -1.00951 0.895154 0.423143 -0.15248 0.725197 -0.69302 -1.32675 -0.19832 E9 1.649103 1.352721 0.782527 0.53365 0.290814 -0.08076 -3.16991 -2.78454 -0.22819 1.156954 0.777156 0.437784 0.651398 0.408229 0.432876 E10 -0.71286 -0.39215 -1.58734 -0.44155 -0.12787 -0.75183 0.138623 0.423801 0.404419 0.306819 0.581585 E11 0.28603 0.074243 0.439901 0.583996 0.332422 0.642437 0.169437 -0.07646 -0.18 -1.12831 -1.25703 -1.20731 E12 -0.31078 -0.37244 1.195008 -0.24323 -0.30198 1.046404 -0.76354 -0.76747 -0.9083 0.166125 E13 -0.80236 -1.16621 -0.76502 -1.44603 -1.62104 -1.05696 1.085523 0.238979 -0.20216 1.225045 E14 2.364489 1.833082 0.631996 0.433985 0.142209 1.170681 -1.54369 -1.63766 -1.02188 1.390815 1.094786 0.251654 -1.1175 -0.2948 0.121697 -1.39604 0.386827 0.074711 0.302195 -0.01005 0.757562 0.680457 0.494916 1.086507 0.423102 -0.09532 0.243994 -0.64656 -1.72496 2.130701 1.845821 1.087557 E15 -1.1198 -1.1871 0.541255 0.949258 0.692528 2.414957 0.283884 0.075637 2.005499 -0.1654 -0.35634 0.503761 -0.01345 -0.18811 -0.17843 E16 -0.17053 -0.27643 -0.72707 -0.55287 -0.56757 -1.60751 0.600135 0.368168 -0.53594 -0.07796 -0.22189 -0.30895 0.247682 0.140045 -0.22984 E17 -0.65447 -0.07334 0.326907 1.009991 1.249517 1.123655 0.414366 0.814893 -0.64925 -0.21042 0.211778 -1.18872 -0.78145 -0.73619 0.33219 NOTA: Os resultados rejeitam a hipótese nula para o nível de significância de 10% com L1 – 2 graus de liberdade, onde L1 é a janela de estimação. A hipótese alternativa da estatística SCAR equivale a um valor maior do que 1.288767 ou menor do que -1.288767 da estatística t. (1) Os modelos de retornos normais considerados são: Modelos de Mercado IBOVESPA e IBX-50, e modelo de Retornos Ajustados à Média (RAM). II Nota-se ainda que 19,2 %, 19,4 % e 16,2 % do total dos resultados das observações dos modelos de mercado IBOVESPA e IBX-50 e do modelo de retornos ajustados à média (RAM), respectivamente, tiveram resultados estatisticamente significantes. Dessa forma, pode-se dizer que os resultados dos modelos de mercado IBOVESPA e IBX-50 foram considerados os mais sensíveis aos choques dos juros na janela de longo prazo. Em outras palavras, estes modelos registraram o maior número de participações de ações que apresentaram retornos anormais acumulados estatisticamente significantes, mostrando que aqueles papéis tiveram maior sensibilidade às alterações da taxa de juros. Os resultados dos testes estatísticos dos títulos relativos a carteira de retornos ajustados à média mostram que foi aquele que obteve o menor percentual de significância do total das observações. Por fim, observa-se que menos do que 20 % das observações totais da estatística SCAR, dentre os modelos estudados, apresentaram resultados estatisticamente significantes, indicando que o choque dos juros na carteira IBX-50 T afetou apenas 20 % do total das ações da carteira de estudo IBX-50 T. 3.2.4) Resultados do Modelo Econométrico São apresentados nas seções seguintes os principais resultados do modelo econométrico de dados em painel adotado para este estudo. Tem-se como objetivo principal avaliar a influência dos indicadores de rentabilidade, endividamento e liquidez das ações incluídas na carteira IBX-50 T sobre os retornos anormais acumulados estatisticamente significantes na janela do evento de longo prazo. Estes resultados são mostrados em três formas de anúncios: no primeiro caso, são consideradas todas as alterações da taxa de juros; no segundo, são considerados somente os anúncios das variações positivas da taxa de juros; e no terceiro, são considerados somente os anúncios das variações negativas da taxa de juros. São também apresentados os resultados dos três modelos de retornos normais adotados para este estudo em cada um destes anúncios. III Anúncio - Alterações da Taxa de Juros Na tabela 36 são apresentados os resultados econométricos os quais explicam a influência dos indicadores financeiros das firmas sobre os retornos anormais acumulados na janela de longo prazo nos três tipos de modelo de retornos normais. Neste caso são considerados na amostra todos os anúncios das alterações da taxa de juros. TABELA 36 RESULTADOS DOS MODELOS ECONOMÉTRICOS - DADOS EM PAINEL ANÚNCIO - ALTERAÇÕES DA TAXA DE JUROS (Longo Prazo) MÉTODO: GLS (Cross Section Weights) VARIÁVEL DEPENDENTE: CARie (L1, L2) VARIAVEIS INDEPENDENTES C RA EXT_AT MODELOS DE RETORNOS NORMAIS IBOVESPA IBX-50 RAM 14.189 * 6.707 -0.224 (3.639) (0.968) (-0.040) 0.455 0.664 * -0.238 (1.834) (2.160) (-0.963) -0.130 -0.05 -0.033 (-1.792) (-0.443) (-0.377) LC -0.968 -0.584 0.622 * (-1.696) (-0.959) (3.502) DUMMY -12.500 * -13.111 * 7.077 (1.920) (-5.584) (-4.511) N 97 82 102 R2 0.267 0.22 0.067 R2 AJUSTADO 0.235 0.179 0.028 (1) As estatísticas t apresentadas nos parênteses estão corrigidas por heterocedasticidade. CARie (L1, L2), RA, EXT_AT e LC referem-se, respectivamente, ao retorno anormal acumulado da ação i no evento “e”, rentabilidade por ativo e liquidez corrente. * Indica que a estatística t é significante ao nível de 5 %. Fonte: Resultados fornecidos pelo programa Eviews 3.1. Considerando o modelo de mercado IBOVESPA, observa-se que para o nível de 5 % de significância somente a variável dummy apresentou resultado estatisticamente significante. Ela indica que a taxa de juros teve relação inversa com os retornos anormais acumulados significantes das ações da carteira de estudo IBX-50 T. Para o modelo de mercado IBX-50, nota-se que para o nível de 5 % de significância somente o indicador de rentabilidade registrou resultado estatisticamente significante. Este indicador influenciou diretamente os retornos anormais acumulados. A IV variável dummy indica que a taxa de juros teve relação inversa com os retornos anormais acumulados das ações da carteira IBX-50 T. Então, pode-se dizer que somente o indicador de rentabilidade explicou os excessos de retornos acumulados no ambiente onde são considerados todos os anúncios de alterações da taxa de juros. Com respeito ao modelo RAM, observa-se que para o nível de 5 % de significância somente o indicador de liquidez corrente apresentou resultado estatisticamente significante. Nota-se também que este indicador influenciou positivamente os seus retornos anormais. Então, pode-se dizer que, num cenário onde são consideradas todos as alterações dos juros, que somente o índice de liquidez corrente explicou os retornos anormais acumulados. Conclui-se que as empresas mais rentáveis e menos líquidas foram aquelas que influenciaram positivamente os excessos de retornos acionários. O indicador de rentabilidade influenciou positivamente os excessos de retornos somente nos modelos de mercado. O indicador de liquidez corrente influenciou negativamente os retornos anormais das empresas da carteira IBX-50 T somente no modelo de retornos ajustados à média. Os demais indicadores não influenciaram aqueles excessos de retornos. Anúncio - Elevações da Taxa de Juros Na tabela 37 são mostrados os resultados econométricos que explicam a influência dos indicadores financeiros das firmas sobre os retornos anormais acumulados na janela de longo prazo nos três tipos de modelo de retornos normais. Neste caso são considerados somente os anúncios das elevações da taxa de juros. V TABELA 37 RESULTADOS DOS MODELOS ECONOMÉTRICOS - DADOS EM PAINEL ANÚNCIO - ELEVAÇÃO DA TAXA DE JUROS (Longo Prazo) MÉTODO: GLS (Cross Section Weights) VARIÁVEL DEPENDENTE: CARie (L1, L2) VARIAVEIS INDEPENDENTES MODELOS DE RETORNOS NORMAIS IBOVESPA C IBX-50 RAM 8.516 5.812 -0.302 (1.895) (0.676) (-0.040) RA -0.213 -0.402 -0.267 (-0.774) (-1.240) (-0.996) EX_AT -0.276 * -0.297 * 0.152 (-3.223) (-2.120) (1.468) -1.661 * -1.546 * 0.219 (-5.275) (-2.348) (0.136) LC N 54 45 48 R2 0.361 0.514 0.216 R2 AJUSTADO 0.323 0.478 0.163 (1) As estatísticas t apresentadas nos parênteses estão corrigidas por heterocedasticidade. CARie (L1, L2), RA, EXT_AT e LC referem-se, respectivamente, ao retorno anormal acumulado da ação i no evento “e”, rentabilidade por ativo e liquidez corrente. * Indica que a estatística t é significante ao nível de 5 %. Fonte: Resultados fornecidos pelo programa Eviews 3.1. Considerando-se o modelo de mercado IBOVESPA, observa-se que para o nível de significância de 5 % os indicadores de endividamento e de liquidez registraram resultados estatisticamente significantes. Nota-se ainda que, estes indicadores influenciaram negativamente os retornos anormais acumulados das ações da carteira de estudo IBX-50 T. O índice de rentabilidade por ativo não influenciou os excessos de retornos. Então, pode-se inferir que quando a taxa de juros sobe as empresas que foram prejudicadas foram aquelas que apresentaram maior liquidez e rentabilidade no trimestre anterior daqueles eventos. Em outras palavras, com as elevações da taxa básica de juros os investidores buscaram outras formas de investimentos e, com isso, aproveitando a disponibilidade de recursos das empresas investidas, substituíram suas aplicações por ativos mais rentáveis. Considerando o modelo de mercado IBX-50, nota-se que para o nível de 5% de significância os indicadores de endividamento e de liquidez das empresas da carteira IBX50 T apresentaram resultados estatisticamente significantes. Nota-se também que estes indicadores influenciaram negativamente os retornos anormais acumulados. Então, pode-se inferir que com as elevações dos juros as empresas prejudicadas, perante a carteira de VI mercado IBX-50, foram aquelas que apresentaram grande participação de capitais de terceiros e também baixa liquidez no trimestre anterior daqueles eventos. Em outras palavras, com os anúncios das elevações da taxa de juros alguns investidores reavaliaram suas aplicações em busca de ativos mais rentáveis, como, por exemplo, títulos de renda fixa. Com relação ao modelo RAM, verifica-se que para o nível de 5% de significância nenhum indicador financeiro das firmas da carteira IBX-50 T obteve resultado estatisticamente significante. Então, para este modelo pode-se dizer que indicadores de rentabilidade, endividamento e de liquidez não explicaram os excessos de retornos acumulados quando foram anunciadas as elevações da taxa de juros. Portanto, quando são considerados os anúncios das elevações da taxa de juros, pode-se concluir que somente nos modelos de mercado IBOVESPA e IBX-50 os indicadores de endividamento e de liquidez das empresas influenciaram negativamente os seus excessos de retornos. Verifica-se também que em todos os modelos de retornos normais o indicador de rentabilidade por ativo não influenciou os retornos anormais das empresas da carteira IBX-50 T na janela do evento de longo prazo. Desse modo, pode-se dizer que as empresas que foram prejudicadas com as elevações dos juros foram àquelas mais líquidas e que apresentaram grande participação de capitais de terceiros no trimestre anterior daqueles eventos. Anúncio - Reduções da Taxa de Juros Na tabela 38 são mostrados os resultados econométricos que explicam a influência dos indicadores financeiros das firmas sobre os retornos anormais acumulados na janela de longo prazo nos três tipos de modelo de retornos normais. Neste caso são considerados somente os anúncios das reduções da taxa de juros. VII TABELA 38 RESULTADOS DOS MODELOS ECONOMÉTRICOS - DADOS EM PAINEL ANÚNCIO - REDUÇÃO DA TAXA DE JUROS (Longo Prazo) MÉTODO: GLS (Cross Section Weights) VARIÁVEL DEPENDENTE: CARie (L1, L2) VARIAVEIS INDEPENDENTES MODELOS DE RETORNOS NORMAIS IBOVESPA C RA EX_AT LC IBX-50 RAM 2.140 -1.882 6.597 (1.379) (-1.312) (1.227) 1.129 * 1.292 * -0.106 (21.169) (44.971) (-0.273) 0.083 * 0.050 * -0.233 * (2.130) (2.119) (-2.308) 0.242 * 0.214 * 0.438 * (2.918) (3.635) (3.231) N 43 37 54 R2 0.885 0.933 0.154 R2 AJUSTADO 0.876 0.927 0.103 (1) As estatísticas t apresentadas nos parênteses estão corrigidas por heterocedasticidade. CARie (L1, L2), RA, EXT_AT e LC referem-se, respectivamente, ao retorno anormal acumulado da ação i no evento “e”, rentabilidade por ativo e liquidez corrente. * Indica que a estatística t é significante ao nível de 5 %. Fonte: Resultados fornecidos pelo programa Eviews 3.1. Considerando o modelo de mercado IBOVESPA, observa-se que para o nível de 5 % de significância todos os indicadores financeiros das empresas da carteira de estudo IBX-50 T registraram resultados estatisticamente significantes. Nota-se ainda que os indicadores de rentabilidade, endividamento e de liquidez influenciaram diretamente os retornos anormais acumulados. Com estes resultados, pode-se deduzir que quando a taxa de juros se reduz os investidores reavaliam suas aplicações em busca de ativos mais rentáveis. Neste caso, as empresas beneficiadas com as reduções dos juros foram aquelas mais liquidas e rentáveis e também com grande participação de capitais de terceiros no trimestre anterior daqueles eventos 74. Com relação ao modelo de mercado IBX-50, nota-se que para o nível de significância de 5% todos os indicadores financeiros das empresas da carteira IBX-50 T registraram resultados estatisticamente VIII significantes. Observa-se também que os indicadores de rentabilidade, endividamento e de liquidez influenciaram positivamente seus retornos anormais acumulados. Desta forma, as empresas beneficiadas com as reduções da taxa básica de juros foram àquelas mais rentáveis, pela potencial capacidade de gerar lucro futuro, mais líquidas, pela boa capacidade de gerar recursos para capital de giro, e com uma grande participação de terceiros nos recursos da empresa no trimestre anterior daqueles eventos. Com relação ao modelo RAM, observa-se que os indicadores de endividamento e de liquidez das firmas da carteira de estudo IBX-50 T obtiveram resultados estatisticamente significantes para o nível de 5% de significância. O indicador de endividamento influenciou negativamente os seus retornos acionários anormais acumulados, ao passo que liquidez corrente foi influenciada positivamente pelos excessos de retornos. Em outras palavras, as empresas que foram beneficiadas com as reduções dos juros foram aquelas que apresentaram alta liquidez e baixa participação de capitais de terceiros no trimestre anterior daqueles eventos. Portanto, quando são considerados os anúncios das reduções da taxa de juros, pode-se concluir que nos modelos de mercado IBOVESPA e IBX-50 os indicadores de rentabilidade, endividamento e de liquidez das empresas da carteira IBX-50 T influenciaram positivamente os seus excessos de retornos. Observe que no modelo RAM os resultados são os mesmos, exceto em relação ao índice de endividamento, o qual influenciou negativamente os excessos de retornos, e também com respeito ao indicador de rentabilidade, por não influenciar os retornos anormais acumulados. De uma forma geral, nos modelos de mercado IBOVESPA e IBX-50 os indicadores de endividamento e de liquidez corrente das empresas da carteira IBX-50 T influenciaram negativamente os seus retornos anormais quando houve elevações dos juros. Uma explicação para estes resultados é que a partir do momento que o COPOM (BACEN) eleva a taxa de juros, os investidores reavaliam suas aplicações no mercado acionário, buscando ativos mais rentáveis e seguros. As empresas que foram prejudicadas com os aumentos dos juros foram as que mais liquidas e com grande participação de capitais de 74 Nota-se que com maiores disponibilidades de recursos de terceiros na firma, incentiva uma maior geração de lucros futuros, beneficiando os acionistas dessas empresas, pois há uma relação direta entre dividendos e lucro líquido. IX terceiros no trimestre anterior daqueles eventos. Com isto, os investidores substituíram as aplicações acionárias daquelas empresas por ativos mais rentáveis, motivados pelo aumento da taxa básica de juros. Por outro lado, quando houve reduções da taxa de juros, os indicadores de rentabilidade, endividamento e de liquidez influenciaram positivamente os excessos de retornos. Os investidores, portanto, buscaram aplicar seus recursos nas ações das empresas que possuíam um grande potencial para gerar lucros (alta rentabilidade por ativo), altos índices de endividamento, motivada pela redução dos juros e por haver mais capitais de terceiros disponíveis para investimentos, e que possuía liquidez, favorecendo também a disponibilidade de recursos para os acionistas. X Conclusão Este trabalho investigou o mecanismo de transmissão de política monetária via taxa de juros sobre os preços das ações mais líquidas do mercado acionário brasileiro entre os anos de 2000 a 2002. O estudo foi analisado em duas etapas: a primeira correspondeu a análise do choque dos juros sobre as ações na janela do evento de curto prazo; a segunda correspondeu a análise do choque dos juros sobre as ações na janela do evento de longo prazo. Para esta análise, foi utilizado o estudo de eventos, o qual é um instrumento de medir o impacto de algum evento econômico no valor da firma no curto prazo, ou seja, focaliza em como os preços respondem ao anúncio público de informação. Dessa forma, os eventos foram considerados como todas as alterações da taxa básica de juros na economia brasileira durante o período de 2000 a 2002. Como critério de escolha da amostra foram consideradas para este estudo às ações mais líquidas das carteiras teóricas IBX-50 do ano de 2003, das quais trinta delas foram selecionadas, formando-se a carteira de estudo IBX-50 T para a avaliação dos resultados. Definiu-se excesso de retorno ou retorno anormal o desvio dos retornos das ações ex ante não condicionados aos anúncios das alterações dos juros nas janelas do evento. Utilizaram-se três tipos de modelos de retornos normais para o cálculo dos retornos anormais durante aqueles períodos: modelos de mercado IBOVESPA e IBX-50, e modelo de retornos ajustados à média (RAM). Além disso, definiram-se duas categorias de anúncios das empresas: empresas da categoria “boa notícia”, as quais apresentaram excessos de retornos positivos no dia do evento; e empresas da categoria “má notícia”, as quais apresentaram excessos de retornos negativos no dia do evento. Através de testes estatísticos verificou-se se os excessos de retornos acumulados nas janelas dos eventos foram significativos. Por intermédio dos modelos econométricos de dados em painel examinou-se se os indicadores financeiros das empresas de rentabilidade, endividamento e de liquidez influenciaram aqueles excessos de retornos estatisticamente significantes. Em relação aos resultados encontrados na análise de curto prazo pode-se concluir que com as elevações dos juros os retornos acionários anormais das empresas da categoria "boa notícia" se valorizaram um dia antes do evento, ao passo que os excessos de retornos das empresas da categoria "má notícia" se desvalorizaram. Contudo, logo após os anúncios das elevações dos juros tanto os retornos anormais das empresas da categoria “boa notícia” quanto das empresas da categoria “má notícia” se desvalorizaram, sinalizando que os investidores substituíram suas aplicações de renda variável por renda fixa, como títulos atrelados a taxa básica de juros. Além disso, nota-se que, pela análise financeira no trimestre anterior dos eventos, as empresas mais prejudicadas com os aumentos dos juros foram aquelas em que possuíam grandes disponibilidades de recursos. Por outro lado, quando houve reduções da taxa de juros, observa-se que as empresas da categoria "boa notícia" registraram valorizações dos excessos de retornos na janela do evento de curto prazo, ao passo que as empresas da categoria "má notícia" registraram desvalorizações. Este fato se comprova no dia seguinte do evento, onde se nota uma separação daquelas categorias de empresas em termos XI de rentabilidade acionária anormal. Novamente examinando-se seus indicadores financeiros, observa-se que as empresas beneficiadas com as reduções dos juros foram aquelas mais rentáveis e mais endividadas. Então, pode-se dizer que com as reduções dos juros os investidores procuraram investir nas ações das empresas que possuíam grande potencial para gerar lucros e uma grande participação de recursos de terceiros. Este fato pode ser explicado pela seguinte argumentação: empresas com maiores disponibilidades de recursos de terceiros incentivam uma maior geração de lucros futuros, beneficiando assim os acionistas, pois existe uma relação direta entre dividendos e lucro líquido. Os resultados dos testes estatísticos de significância da análise de curto prazo comprovam que aproximadamente 20% do total das ações da carteira de estudo IBX-50 T foram afetadas com os anúncios das alterações da taxa de juros. Os resultados do modelo econométrico indicam que rentabilidade por ativo influenciou negativamente os excessos de retornos das ações da carteira de estudo IBX-50 T, quando são consideradas todas as alterações dos juros. Além disso, observa-se que os indicadores de rentabilidade e de endividamento influenciaram negativamente os excessos de retornos, enquanto que liquidez corrente influenciou diretamente, quando são consideradas somente as elevações dos juros. Com relação às reduções dos juros, verifica-se que o indicador de rentabilidade por ativo influenciou negativamente os excessos de retornos acionários, enquanto que o indicador de liquidez influenciou positivamente aqueles retornos anormais. Com base nestes resultados econométricos pode-se concluir que as empresas prejudicadas com as elevações da taxa de juros foram àquelas mais líquidas e com maior participação de capitais de terceiros e que as empresas beneficiadas com as reduções dos juros foram àquelas mais líquidas e menos rentáveis. Dos resultados da análise de longo prazo pode-se concluir que em geral o comportamento dos excessos acionários das empresas da carteira IBX-50 T não apresentou mudanças significativas após as elevações dos juros. Entretanto, observa-se que para o modelo IBX-50 uma desvalorização dos excessos de retornos tanto para as empresas da categoria “boa notícia” quanto para as empresas da categoria “má notícia” durante a janela do evento. Comportamento inverso acontece quando é considerado o modelo RAM, onde ocorre uma valorização dos excessos de retornos acionários durante aquela mesma janela do evento. Isto pode ser explicado que apesar das empresas apresentarem rentabilidade acima da média dos trinta dias anteriores aos eventos, elas tenderam a perder liquidez com as elevações dos juros. Considerando todos os modelos de retornos normais, a análise dos indicadores financeiros no trimestre anterior as elevações dos juros comprova que as empresas prejudicadas foram àquelas mais líquidas. Por outro lado, quando houve anúncios de reduções da taxa de juros, um grupo de empresas foi beneficiado e outro grupo prejudicado com aqueles eventos. As empresas da categoria “boa notícia” tiveram seus retornos acionários anormais valorizados, enquanto que as empresas da categoria “má XII notícia” tiveram seus retornos acionários desvalorizados após os anúncios das reduções dos juros. Esta constatação verificou-se para todos os modelos de retornos normais adotados. A análise dos indicadores financeiros no trimestre anterior das reduções dos juros indica que as empresas beneficiadas foram àquelas mais rentáveis e endividadas. Os resultados dos testes estatísticos de significância da análise de longo prazo comprovam que aproximadamente 20% do total das ações da carteira de estudo IBX-50 T foram afetadas com os anúncios das alterações da taxa de juros. Os resultados do modelo econométrico demonstram que o indicador de rentabilidade por ativo, nos modelos mercado IBX-50 e IBOVESPA, influenciou positivamente os excessos de retornos na janela de longo prazo, quando são consideradas todas as alterações dos juros. Mas, quando são consideradas somente as variações positivas da taxa de juros, verifica-se que os indicadores de endividamento e de liquidez influenciaram negativamente aqueles excessos de retornos somente nos modelos de mercado. Além disso, quando são consideradas as variações negativas, os indicadores de rentabilidade, endividamento e de liquidez influenciaram positivamente aqueles excessos de retornos. Com base nos resultados econométricos podese dizer que as empresas prejudicadas com as elevações dos juros foram àquelas mais endividadas e mais líquidas, enquanto que as empresas beneficiadas com as reduções dos juros foram àquelas mais rentáveis. De uma forma geral, o que diferencia os resultados da análise de curto prazo do longo prazo é o indicador de rentabilidade por ativo das firmas da carteira de estudo IBX-50 T. Este fato se comprova quando há elevações dos juros, onde aquele indicador de rentabilidade não explica os excessos de retornos acionários na janela de curto prazo, ao passo que na janela de longo prazo ele influencia inversamente aqueles retornos anormais. No cenário de longo prazo, os investidores criam expectativas acima da rentabilidade dos ativos da firma; em outras palavras, eles vêem o potencial de geração de lucros na empresa e com este dado tomam a decisão de investir ou não nas suas correspondentes ações. Portanto, para a análise do mecanismo de transmissão da política monetária sobre os preços das ações da carteira de estudo IBX-50 T, conclui-se que os resultados são consistentes com a literatura de estudo de eventos sobre a informação contendo anúncios de alterações da taxa básica de juros. Existe uma forte evidência que suporta a hipótese que aqueles anúncios de fato levam a informação utilizada para a avaliação XIII das firmas, principalmente quando houve variações negativas da taxa de juros na economia brasileira entre os anos de 2000 a 2002. Referências Bibliográficas ACESITA. Disponível em: http://www.acesita.com.br. Acesso em: 15 de janeiro de 2004. AMBEV. Disponível em: http://www.ambev.com.br. Acesso em: 15 de janeiro de 2004. ARACRUZ. Disponível em: http://www.aracruz.com.br. Acesso em: 15 de janeiro de 2004. ASHLEY, J. Stock Prices and Changes in Earnings and Dividends: Some Empirical Results. Journal of Political Economy, Chicago: University of Chicago, v.70, n.1, p.8285, 1962. BALL, R.; BROWN, P. An Empirical Evaluation of Accounting Numbers. Journal of Accounting Research, Chicago: University of Chicago, v.6, n.2, p.159-178, Aug. 1968. BANCO CENTRAL DO BRASIL. Relatório de Inflação (Diversos Números). BARDER, Brad. M.; LYON, John D. Detecting Long-Run Abnormal Stock Returns: The Empirical Power and Specification of Test Statistics. Journal of Financial Economics, v.43, p.341-372, 1997. BARKER, C. Effective Stock Splis. Havard Business Review, New York: Havard University, v.34, n.1, p.101-106, Jan.-Feb.1956. __________. Evaluation of Stock Splis Dividends. Havard Business Review, New York: Havard University, v.36, n.4, p.99-114, Jul.-Aug.1958. XIV __________. Stock Splis in a Bull Market. Havard Business Review, New York: Havard University, v.35, n.3, p.72-79, May-June 1957. BERNANKE, B.; BLINDER, Alan. The Federal Funds Rate and the Channels of Monetary Transmission. American Economic Review, v.82, n.4, p.901-921, set.1992. BERNANKE, B.; GERTLER, M. Inside the Black Box: The Credit Channel of Monetary Policy Transmission. Journal of Economic Perspectives, v.9, n.4, p.27-48, Fall, 1995. BRASIL TELECOMUNICAÇÕES. Disponível em: http://www.brasiltelecom.com.br. Acesso em: 15 de janeiro de 2004. BRIGHAM, Eugene F; HOUSTON, Joel F. Fundamentos da Moderna Administração Financeira, São Paulo: Campus, 1999. BROWN, J. Stephen; WARNER, Jerold B., Measuring Security Price Performance, Journal of Financial Economics, v.8, p.205-258, 1980. BROWN, J. Stephen; WARNER, Jerold B., Using Daily Stock Returns: The Case of Event Studies, Journal of Financial Economics, v.14, p.3-31, 1985. CAMARGOS, Marcos Antônio; BARBOSA, Francisco Vidal. Estudos de Evento: Teoria e Operacionalização. Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo, v.10, n.3, p.120, jul./set. 2003. CAMPBELL, John Y.; LO, Andrew W.; MACKINLAY, A.Craig, Event-Study Analysis, The Econometrics of Financial Markets. Princeton: Princeton University Press, 1997. cap.4, p.149-180. CARVALHO, André Costa. O Efeito dos Impostos no Comportamento das Ações no Dia em que se Tornam Ex-Dividendos.Finanças Aplicadas ao Brasil. Rio de Janeiro: FGV, 2002. cap. 10, p.-249-269. CELESC. Disponível em: http://www.celesc.com.br. Acesso em: 15 de janeiro de 2004. CEMIG. Disponível em: http://www.cemig.com.br. Acesso em: 15 de janeiro de 2004. CESPE. Disponível em: http://www.cespe.com.br. Acesso em: 15 de janeiro de 2004. CHOPRA, Navin; LAKONISHOK, Josef; RITTER, Jay R., Measuring Abnormal Performance: Do Stocks Overreact?, Journal of Financial Economics, v.31, p.235-268, 1992. COMPANHIA VALE DO RIO DOCE. Disponível em: http://www.cvrd.com.br. Acesso em: 15 de janeiro de 2004. CONTRERAS, C. D.; CARTES, F. H. Measuring the Learning Process of Investors: The Case of ADRs. In: ASSEMBLEIA ANUAL DA BALAS. Anais… San Diego, 1999. XV COPEL. Disponível em: http://www.copel.com.br. Acesso em: 15 de janeiro de 2004. DOLLEY, J. C. Characteristics and Procedure of Common Stock Split-Ups. Havard Business Review, New York: Havard University, v.11, p.316-326, Apr. 1933. EDELSBERG, Luiz Eduardo; NESS JR, Walter Lee, O Impacto de Privatização sobre os Preços das Ações no Mercado de Capitais Brasileiro. In: ENCONTRO BRASILEIRO DE FINANÇAS, Sociedade Brasileira de Finanças (SBFIN), Anais... São Paulo, jul.2001. ELETROBRAS. Disponível em: http://www.eletrobras.gov.br. Acesso em: 15 de janeiro de 2004. ELETROPAULO METROPOLITANA. Disponível em: http://www.eletropaulo.com.br. Acesso em: 15 de janeiro de 2004. EMBRAER. Disponível em: http://www.embraer.com.br. Acesso em: 15 de janeiro de 2004. EMBRATEL. Disponível em: http://www.embratel.com.br. Acesso em: 15 de janeiro de 2004. FAMA, Eugene F.; FISHER, Lawrence; ROLL, Jensen and Richard, The Adjustment of Stock Prices to New Information, International Economic Review, v.10, n.1, feb.1969. FAMA, E. F. Efficient Capital Markets II. The Journal of Finance, Chicago: University of Chicago, v.46, n.5, p.1575-1617, Dec. 1991. FAMA, Eugene F.;FRENCH, Kenneth R., The Cross-Section of Expected Stock Returns, The Journal of Finance, vol.47, n. 2, p.427-465, jun.1992. GERDAU. Disponível em: http://www.gerdau.com.br. Acesso em: 15 de janeiro de 2004. GRAMINHO, Flávio Mourão; BONOMO, Marco Antônio. Canal de Empréstimos Bancários no Brasil: Uma Evidência Microecômica. In.: XXX ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA - V Jornada de Economia Política do Capitalismo Contemporâneo, Anais... Nova Friburgo: ANPEC, dez.2002. GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira, 7. ed., São Paulo: Harbra, 2002. HERRERA, Patrícia Isabel Bravo; PROCIANOY, Jairo Laser. Avaliação dos Retornos das Ações das Empresas Concordatárias. Revista de Administração da USP, RAUSP, 2000, v.35, n.1, p.86-97. HUANG, Yen-Sheng; WALKLING, Ralph A., Target Abnormal Returns with Acquisition Announcements: Payment, Acquisition Form, and Managerial Resistance. Journal of Financial Economics, v.19, p.329-349, 1987. JARREL, Gregg, BRICKLEY, James and NETTER, Jeffrey, The Market for Corporate Control: The empirical evidence since 1980, Journal of Economic Perspective, v2, n., p49-68, 1988. XVI JENSEN, Michael and RUBACK, Richard, The Marke for Corporate Control: the Scientific Evidence, Journal of Financial Economics, v 11, p. 5-50, 1983.. KLOECKNER, G. O. Estudos de Evento: A Análise de um Método. In.: ENCONTRO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO, 19, Anais... João Pessoa: ANPAD, set.1995. p.261-270. LEASE, Ronald C.;McCONNELL, John J.;MIKKELSON, Wayne H., The Market Value of Control in Publicly-Traded Corporations, Journal of Financial Economics, v.11, p.439471, 1983. LIMA, Danilo A. R.; JORGE NETO, Paulo M. Privatização do Setor Petroquímico no Nordeste: Um Estudo de Eventos sobre Geração de Valor. Revista Econômica do Nordeste (REN), Fortaleza, v.33, n.4, p.747-773, out-dez. 2002. LOPES, J.; PEREIRA, J.; PEREIRA, P. Sistemas Financeiros e Mecanismos da Política Monetária. Economia dos Intermediários Financeiros, p.1-30, jul. 2001. MACKINLAY, A. C. Event Studies in Economics and Finance. Journal of Economic Literature, Nashville: American Economic Association, v.35, n.1, p.77-91, Mar. 1952. MATARAZZO, Dante C. Análise Financeira de Balanços: Abordagem Básica, 2.ed., São Paulo: Atlas S.A., 1989, v.1. MELTZER, Allan H. Monetary, Credit (and Other) Transmission Processes: A Monetarist Perspective. Journal of Economic Perspectives, v.9, n.4, p.49-72, Fall, 1995. MENDONÇA, Helder Ferreira. Mecanismos de Transmissão Monetária e a Determinação da Taxa de Juros: Uma Aplicação da Regra de Taylor ao Caso Brasileiro. Economia e Sociedade, Campinas, v.16, p.65-81, jun. 2001. MISHKIN, Frederic S. Symposium on the Monetary Transmission Mechanism. Journal of Economic Perspectives, v.9, n.4, p.3-10, Fall, 1995. MYRES, J.; BAKAY, A. Influence of Stock Split-Ups on Market Price. Havard Business Review, New York: Havard University, v.26, n.2, p.251-265, 1948. NET. Disponível em: http://nettv.globo.com. Acesso em: 15 de janeiro de 2004. NETO, Alexandre Assaf. Mercado Financeiro, 4.ed., São Paulo: Atlas S.A., 2001. PÃO DE AÇUCAR. Disponível em: http://www.grupopaodeacucar.com.br. Acesso em: 15 de janeiro de 2004. PEROBELLI, Fernanda F. C.; PEROBELLI, Fernando S.; ARBEX, Marcelo Aarestrup. Expectativas Racionais e Eficiência Informacional: Análise do Mercado Acionário Brasileiro no Período 1997-1999. RAC, v.4, n.2, p. 07-27, maio/ago. 2000. PETROBRAS. Disponível em: http://www.petrobras.com.br. Acesso em: 15 de janeiro de 2004. XVII RITTER, Jay R. The Long-Run Performance of Initial Public Offerings. The Journal of Finance, v.46, n.1, p.1-27, mar.1991. SADIA. Disponível em: http://www.sadia.com.br. Acesso em: 15 de janeiro de 2004. SIDERURGICA TUBARAO. Disponível em: http://www.cst.com.br. Acesso em: 15 de janeiro de 2004. SOARES, R. O.; ROSTAGNO, L. M.; SOARES, K. T. C. Estudo de Evento: O Método e as Formas de Cálculo do Retorno Anormal. In.: ENCONTRO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO, 22. Anais... Foz do Iguaçu: ANPAD, set. 1998, 15 p”. SOBRINHO, Nelson F. S.; NAKANE, Márcio I. Uma Avaliação do Canal de Crédito no Brasil. In.: XXX ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA - V Jornada de Economia Política do Capitalismo Contemporâneo, Anais... Nova Friburgo: ANPEC, dez.2002. TAYLOR, John B. The Monetary Transmission Mechanism: An Empirical Framework. Journal of Economic Perspectives, v.9, n.4, p.11-26, Fall, 1995. TAYLOR J. Alternative Views of the Monetary Transmission Mechanism: What Difference Do They Make for Monetary Policy ?. Oxford Review of Economic Policy, forthcoming, 2000. TELE CELULAR SUL. Disponível em: http://www.telecelularsul.com.br. Acesso em: 15 de janeiro de 2004. TELE CENTRO OESTE CELULAR. Disponível em: http://www.tco.net.br. Acesso em: 15 de janeiro de 2004. TELE LESTE CELULAR. Disponível em: http://www.telebahiacelular.com.br. Acesso em: 15 de janeiro de 2004. TELE NORDESTE CELULAR. Disponível em: http://telenordeste.com.br. Acesso em: 15 de janeiro de 2004. TELEMAR. Disponível em: http://www.telemar.com.br. Acesso em: 15 de janeiro de 2004. TELEMIG PARTICIPAÇÕES. Disponível em: http://www.telemig.com.br. Acesso em: 15 de janeiro de 2004. TELESP. Disponível em: http://www.telesp.com.br. Acesso em: 15 de janeiro de 2004. USIMINAS. Disponível em: http://www.usiminas.com.br. Acesso em: 15 de janeiro de 2004. VOTORANTIN. Disponível em: http://www.votorantin.com.br. Acesso em: 15 de janeiro de 2004. WALSH, Carl E. Monetary Theory and Policy. New York: MIT Press, 1998. WHITE, Halbert. A Heteroskedasticity-Consistent Covariance Matrix and a Direct Test for Heteroskedasticity, Econometrica, v.48, p.817-838, 1980. XVIII Anexo COPOM – Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil O Copom foi instituído em 20 de junho de 1996, com o objetivo de estabelecer as diretrizes da política monetária e de definir a taxa de juros. A criação do Comitê buscou proporcionar maior transparência e ritual adequado ao processo decisório, a exemplo do que já era adotado pelo Federal Open Market Committee (FOMC) do Banco Central dos Estados Unidos e pelo Central Bank Council, do Banco Central da Alemanha. Em junho de 1998, o Banco da Inglaterra também instituiu o seu Monetary Policy Committee (MPC), assim como o Banco Central Europeu, desde a criação da moeda única em janeiro de 1999. Atualmente, uma vasta gama de autoridades monetárias em todo o mundo adota uma prática semelhante, facilitando o processo decisório, a transparência e a comunicação com o público em geral. Desde 1996, o Regulamento do Copom sofreu uma série de alterações no que se refere ao seu objetivo, à periodicidade das reuniões, à composição, e às atribuições e competências de seus integrantes. Essas alterações visaram não apenas aperfeiçoar o processo decisório no âmbito do Comitê, como também refletiram as mudanças de regime monetário. Destaca-se a adoção, pelo Decreto 3.088, em 21 de junho de 1999, da sistemática de "metas para a inflação" como diretriz de política monetária. Desde então, as decisões do Copom passaram a ter como objetivo cumprir as metas para a inflação definidas pelo Conselho Monetário Nacional. Segundo o mesmo Decreto, se as metas não forem atingidas, cabe ao presidente do Banco Central divulgar, em Carta Aberta ao Ministro da Fazenda, os motivos do descumprimento, bem como as providências e prazo para o retorno da taxa de inflação aos limites estabelecidos. Formalmente, os objetivos do Copom são "implementar a política monetária, definir a meta da taxa Selic e seu eventual viés, e analisar o 'Relatório de Inflação'". A taxa de juros fixada na reunião do Copom é a meta para a taxa Selic (taxa média dos financiamentos diários, com lastro em títulos federais, apurados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia), a qual vigora por todo o período entre reuniões ordinárias do Comitê. Se for o caso, o Copom também pode definir o viés, que é a prerrogativa dada ao presidente do Banco Central para alterar, na direção do viés, a meta para a taxa Selic a qualquer momento entre as reuniões ordinárias. Desde 2000, as reuniões ordinárias do Copom são mensais, dividindo-se em dois dias: a primeira sessão às terças-feiras e a segunda às quartas-feiras. O calendário de reuniões ordinárias agendadas para cada ano é divulgado até o fim de outubro do ano anterior. O Copom é composto pelos membros da Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil: o presidente, que tem o voto de qualidade; e os diretores de Política Monetária, Política Econômica, Estudos Especiais, Assuntos Internacionais, Normas e Organização do Sistema Financeiro, Fiscalização, Liquidações e Desestatização, e Administração. Também participam do primeiro dia da reunião os chefes dos seguintes Departamentos do Banco XIX Central: Departamento Econômico (Depec), Departamento de Operações das Reservas Internacionais (Depin), Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban), Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab), Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep), além do gerente-executivo da Gerência-Executiva de Relacionamento com Investidores (Gerin). Integram ainda a primeira sessão de trabalhos três consultores e o secretário-executivo da Diretoria, o assessor de imprensa, o assessor especial e, sempre que convocados, outros chefes de departamento convidados a discorrer sobre assuntos de suas áreas. No primeiro dia das reuniões, os chefes de departamento e o gerente-executivo apresentam uma análise da conjuntura doméstica abrangendo inflação, nível de atividade, evolução dos agregados monetários, finanças públicas, balanço de pagamentos, economia internacional, mercado de câmbio, reservas internacionais, mercado monetário, operações de mercado aberto, avaliação prospectiva das tendências da inflação e expectativas gerais para variáveis macroeconômicas. No segundo dia da reunião, do qual participam apenas os membros do Comitê e o chefe do Depep, sem direito a voto, os diretores de Política Monetária e de Política Econômica, após análise das projeções atualizadas para a inflação, apresentam alternativas para a taxa de juros de curto prazo e fazem recomendações acerca da política monetária. Em seguida, os demais membros do Copom fazem suas ponderações e apresentam eventuais propostas alternativas. Ao final, procede-se à votação das propostas, buscando-se, sempre que possível, o consenso. A decisão final - a meta para a taxa Selic e o viés, se houver - é imediatamente divulgada à imprensa ao mesmo tempo em que é expedido Comunicado através do Sistema de Informações do Banco Central (Sisbacen). As atas em português das reuniões do Copom são divulgadas às 8h30 da quintafeira da semana posterior a cada reunião, dentro do prazo regulamentar de seis dias úteis, sendo publicadas na página do Banco Central na internet ("Notas da Reunião do Copom") e para a imprensa. A versão em inglês é divulgada com uma pequena defasagem de cerca de 24 horas. Ao final de cada trimestre civil (março, junho, setembro e dezembro), o Copom publica, em português e em inglês, o documento "Relatório de Inflação", que analisa detalhadamente a conjuntura econômica e financeira do País, bem como apresenta suas projeções para a taxa de inflação. Normativos em vigor relacionados ao assunto: Æ Circular nº 3.204, de 04 de setembro de 2003. Aprova o atual regulamento do COPOM Æ Comunicado nº 8.018, de 22 de novembro de 2000. Divulga calendário das reuniões ordinárias do COPOM para o ano de 2001 Æ Comunicado nº 8.911, de 3 de outubro de 2001. Divulga calendário das reuniões ordinárias do COPOM para o ano de 2002. Fonte: Site do Bacen – http://www.bacen.gov.br. XX Dados Originais das Carteiras Teóricas IBX-50 Carteira Teórica do IBX-50 para Janeiro a Abril de 2003 Nº 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 38 39 40 41 42 43 44 Código Ação Tipo ACES4 ACESITA PN * Qtde. Teórica (1) Part. (%) (2) 322,429,827,452 0.2 AMBV4 AMBEV PN * 21,737,024,695 7.669 ARCZ6 ARACRUZ PNB 439,891,912 2.195 BBDC3 BRADESCO ON * 240,635,924,133 1.485 BBDC4 BRADESCO PN * 714,965,746,616 5.188 BRAP4 BRADESPAR PN * 709,500,596,882 0.304 BBAS3 BRASIL ON * 53,484,289,662 0.367 BRTP3 BRASIL T PAR ON *ED 61,087,612,472 0.577 BRTP4 BRASIL T PAR PN *ED 219,863,510,944 2.767 BRTO4 BRASIL TELEC PN * 179,225,122,818 1.429 CLSC6 CELESC PNB 399,047,290 0.144 CMIG4 CEMIG PN * 88,066,822,801 1.645 CESP4 CESP PN * 31,148,968,950 0.14 CPLE6 COPEL PNB* 100,306,375,187 0.619 CRTP5 CRT CELULAR PNA* 1,389,016,436 0.328 ELET3 ELETROBRAS ON *ED 96,552,887,747 1.339 ELET6 ELETROBRAS PNB*ED 67,253,191,370 0.992 ELPL4 ELETROPAULO PN * 7,150,212,953 0.14 EMBR3 EMBRAER ON 87,831,859 0.725 3.442 EMBR4 EMBRAER PN 374,557,561 EBTP3 EMBRATEL PAR ON * 59,963,879,407 0.171 EBTP4 EMBRATEL PAR PN * 208,260,330,389 0.492 GGBR4 GERDAU PN EBG 50,702,259,607 1.115 ITAU4 ITAUBANCO PN *EJ 49,264,308,680 5.491 ITSA4 ITAUSA PN ES 1,682,192,815 2.26 PLIM4 NET PN 410,046,873 0.109 PCAR4 P.ACUCAR-CBD PN *ED 28,629,439,174 1.109 BRDT4 PETROBRAS BR PN* 11,383,270,685 0.344 PETR3 PETROBRAS ON 280,853,861 10.285 PETR4 PETROBRAS PN 451,935,669 15.095 SBSP3 SABESP ON * 8,102,903,769 0.511 SDIA4 SADIA S/A PN 369,502,983 0.314 CSNA3 SID NACIONAL ON *EDJ 38,392,170,442 1.513 CSTB4 SID TUBARAO PN * 12,395,472,610 0.309 CRUZ3 SOUZA CRUZ ON 75,613,722 0.999 TCSL4 TELE CL SUL PN * 210,033,048,522 0.375 TCOC4 TELE CTR OES PN * 252,766,687,255 0.827 TLCP4 TELE LEST CL PN * 277,562,035,327 0.088 TNEP4 TELE NORD CL PN * 210,159,181,308 0.383 TNLP3 TELEMAR ON * 56,032,077,556 0.78 TNLP4 TELEMAR PN * 247,262,790,520 4.773 TMAR5 TELEMAR N L PNA* 41,565,429,302 1.227 TMCP4 TELEMIG PART PN * 212,124,461,183 0.413 XXI TELESP 45 TLPP4 TELESP CL PA 46 TSPP4 Nº Código Ação TRAN PAULIST 47 TRPL4 USIMINAS 48 USIM5 VCP 49 VCPA4 VALE R DOCE 50 VALE3 VALE R DOCE 51 VALE5 Quantidade Teórica Total Redutor PN * 36,452,510,659 0.834 PN * 382,784,943,100 1 Tipo PN *ED Qtde. Teórica (1) Part. (%) (2) 72,565,179,649 0.278 PNA 91,394,794 0.482 PN *ED 16,187,511,031 1.414 ON 96,830,622 6.676 PNA 132,244,110 8.639 5,402,278,965,364 100 92,870,982.45 (*) Cotação por lote de mil ações (1) Quantidade Teórica válida para o período de vigência da carteira, sujeita a alterações somente no caso de distribuição de proventos (dividendo, bonificação e subscrição) pelas empresas. (2) Participação relativa das ações da carteira, divulgada para a abertura dos negócios do dia 02/05/2003, sujeita a alterações em função das evoluções dos preços desses papéis. Carteira Teórica do IBX-50 para Maio a Agosto de 2003 Nº 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 Código Ação Tipo Qtde. Teórica (1) Part. (%) (2) ACES3 ACESITA ON * 52.521.048.799 0.036 ACES4 ACESITA PN * 322.429.827.452 0.254 GETI3 AES TIETE ON * 13.939.005.137 0.15 AMBV3 AMBEV ON * 3.601.645.480 1.085 AMBV4 AMBEV PN * 21.331.530.445 7.421 1.619 ARCZ6 ARACRUZ PNB 443.428.402 BSUL5 BAHIA SUL PNA*ED 192.094.432 0.04 BELG4 BELGO MINEIR PN * 1.433.287.508 0.351 BOBR4 BOMBRIL PN * 24.548.302.774 0.077 BBDC3 BRADESCO ON * 241.617.195.070 1.43 5.151 BBDC4 BRADESCO PN * 725.398.677.051 BRAP3 BRADESPAR ON * 249.356.737.443 0.082 BRAP4 BRADESPAR PN * 709.450.269.983 0.271 BBAS3 BRASIL ON * 52.988.829.253 0.402 BRTP3 BRASIL T PAR ON *ED 61.610.612.472 0.573 2.689 BRTP4 BRASIL T PAR PN *ED 219.863.510.944 BRTO4 BRASIL TELEC PN * 180.781.922.818 1.37 BRKM5 BRASKEM PNA* 694.903.512 0.139 CMET4 CAEMI METAL PN * 1.558.963.804 0.368 CLSC6 CELESC PNB 421.774.115 0.118 CMIG3 CEMIG ON * 11.391.554.351 0.154 1.621 CMIG4 CEMIG PN * 88.179.950.210 CESP3 CESP ON * 12.621.444.003 0.053 CESP4 CESP PN * 31.148.968.950 0.146 COCE5 COELCE PNA*EX 56.236.537.604 0.097 CGAS5 COMGAS PNA*EDS 2.226.284.255 0.075 CNFB4 CONFAB PN 65.817.943 0.154 CPLE3 COPEL ON * 21.703.841.304 0.089 CPLE6 COPEL PNB* 100.306.375.187 0.572 CSPC4 COSIPA PN 212.486.288 0.049 CTNM4 COTEMINAS PN *ED 2.298.240.191 0.267 XXII 32 33 Nº 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 CRTP5 CRT CELULAR PNA* 1.389.016.436 0.296 DURA4 DURATEX PN * 4.791.918.814 0.163 Código Ação Tipo ELET3 ELETROBRAS ON *ED 96.552.887.747 1.258 ELET6 ELETROBRAS PNB*ED 67.253.191.370 0.896 ELPL4 ELETROPAULO PN * 7.150.229.885 0.125 EMAE4 EMAE PN * 22.235.543.552 0.064 EMBR3 EMBRAER ON 87.931.859 0.443 EMBR4 EMBRAER PN 378.672.492 2.302 EBTP3 EMBRATEL PAR ON * 59.963.879.407 0.184 0.574 Qtde. Teórica (1) Part. (%) (2) EBTP4 EMBRATEL PAR PN * 210.029.997.060 ETER3 ETERNIT ON * 263.103.000 0.045 FJTA4 FORJA TAURUS PN *ED 57.471.000.000 0.044 FFTL4 FOSFERTIL PN *ED 30.432.462.707 0.202 GGBR4 GERDAU PN EBG 66.800.692 1.093 GOAU4 GERDAU MET PN EBG 27.257.259 0.54 INEP4 INEPAR PN * 36.836.693.949 0.011 0.171 PTIP4 IPIRANGA PET PN * 33.097.166.885 ITAU4 ITAUBANCO PN *EJ 49.025.063.810 5.642 ITSA4 ITAUSA PN ES 1.723.744.294 2.263 KLBN4 KLABIN S/A PN 461.649.617 0.556 LIGH3 LIGHT ON * 1.974.743.250 0.036 LAME4 LOJAS AMERIC PN * 38.538.480.811 0.272 MAGS5 MAGNESITA PNA* 18.367.428.000 0.059 POMO4 MARCOPOLO PN 61.361.896 0.139 PLIM4 NET PN 410.046.873 0.1 PN *ED 28.691.639.174 0.737 PRGA4 PCAR4 P.ACUCAR-CBD PERDIGAO S/A PN 18.410.422 0.127 PETR3 PETROBRAS ON 280.853.861 9.083 PETR4 PETROBRAS PN 461.802.497 13.747 RPSA4 RIPASA PN ED 147.956.253 0.129 SBSP3 SABESP ON * 8.062.553.900 0.496 SDIA4 SADIA S/A PN 370.890.977 0.279 CSNA3 SID NACIONAL ON *EDJ 35.787.248.272 1.232 CSTB4 SID TUBARAO PN * 12.395.472.610 0.355 CRUZ3 SOUZA CRUZ ON 75.613.722 0.814 0.244 SUZA4 SUZANO PN ED 74.142.840 SZPQ4 SUZANO PETR PN ED 72.340.213 0.08 TDBH4 TEF DATA BRA PN * 39.191.496.261 0.009 TCSL3 TELE CL SUL ON * 62.013.555.946 0.084 TCSL4 TELE CL SUL PN * 210.033.048.522 0.316 TCOC3 TELE CTR OES ON * 57.935.527.713 0.501 TCOC4 TELE CTR OES PN * 252.766.687.255 0.83 TLCP4 TELE LEST CL PN * 277.613.137.907 0.073 TNEP3 TELE NORD CL ON * 62.344.238.181 0.087 TNEP4 TELE NORD CL PN * 210.159.181.308 0.306 TNCP4 TELE NORT CL PN * 210.274.535.100 0.044 TSEP4 TELE SUDESTE PN * 37.954.390.751 0.163 TNLP3 TELEMAR ON * 56.032.077.556 0.755 TNLP4 TELEMAR PN * 251.075.790.520 4.674 XXIII PNA* 41.348.995.258 1.086 81 TMAR5 TELEMAR N L ON * 60.684.242.162 0.159 82 TMCP3 TELEMIG PART PN * 212.124.461.183 0.351 83 TMCP4 TELEMIG PART Nº Código Ação Tipo Qtde. Teórica (1) Part. (%) (2) TELESP ON * 25.279.346.129 0.395 84 TLPP3 TELESP PN * 36.452.510.659 0.759 85 TLPP4 ON * 25.941.503.583 0.069 86 TSPP3 TELESP CL PA PN * 382.784.943.100 1.019 87 TSPP4 TELESP CL PA TRACTEBEL ON * 90.858.869.583 0.298 88 TBLE3 TBLE6 TRACTEBEL PNB* 50.684.948.052 0.079 89 22.090.958.732 0.074 90 TRPL3 TRAN PAULIST ON *ED 72.565.179.649 0.272 91 TRPL4 TRAN PAULIST PN *ED TRIKEM PN * 30.983.408.465 0.11 92 CPCA4 ULTRAPAR PN * 18.288.322.922 0.258 93 UGPA4 UNIBANCO UNT* 42.185.437.759 2.593 94 UBBR11 UNIBANCO PN * 10.091.778.125 0.262 95 UBBR4 UNIPAR PNB EDB 230.912.070 0.163 96 UNIP6 USIMINAS PNA 92.558.131 0.592 97 USIM5 VCP PN *ED 16.185.824.258 1.071 98 VCPA4 ON 96.884.622 4.74 99 VALE3 VALE R DOCE PNA 132.094.110 6.104 100 VALE5 VALE R DOCE 6.902.101.109.158 100 Quantidade Teórica Total 47.154.049,3404276 Redutor (*) Cotação por lote de mil ações (1) Quantidade Teórica válida para o período de vigência da carteira, sujeita a alterações somente no caso de distribuição de proventos (dividendo, bonificação e subscrição) pelas empresas. (2) Participação relativa das ações da carteira, divulgada para a abertura dos negócios do dia 02/05/2003, sujeita a alterações em função das evoluções dos preços desses papéis. Carteira Teórica do IBrX 50 para Setembro a Dezembro de 2003 Nº 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 Código Ação Tipo Qtde. Teórica (1) Part. (%) (2) ACES4 ACESITA PN * 323.060.627.452 0,251 AMBV4 AMBEV PN * 21.996.236.107 7,820 ARCZ6 ARACRUZ PNB 443.424.404 1,950 BBDC4 BRADESCO PN * 760.310.975.380 5,208 BRAP4 BRADESPAR PN * 709.450.269.983 0,293 BBAS3 BRASIL ON * 52.988.829.256 0,443 BRTP3 BRASIL T PAR ON * 51.044.719.334 0,467 BRTP4 BRASIL T PAR PN * 211.942.435.763 2,587 BRTO4 BRASIL TELEC PN * 164.285.623.026 1,217 BRKM5 BRASKEM PNA* 690.248.949 0,227 CLSC6 CELESC PNB 399.047.815 0,100 CMIG4 CEMIG PN * 88.179.950.210 1,550 CESP4 CESP PN * 31.148.968.950 0,133 CPLE6 COPEL PNB* 100.006.375.186 0,451 CRTP5 CRT CELULAR PNA* 1.325.026.986 0,312 ELET3 ELETROBRAS ON * 97.582.887.747 1,165 ELET6 ELETROBRAS PNB* 66.788.899.370 0,892 XXIV 18 19 20 ELPL4 ELETROPAULO PN * 7.150.258.604 0,115 EMBR3 EMBRAER ON 87.931.859 0,561 EMBR4 EMBRAER PN 386.869.516 3,181 Nº Código Ação Tipo Qtde. Teórica (1) Part. (%) (2) 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 EBTP3 EMBRATEL PAR ON * 59.963.879.407 0,206 0,693 EBTP4 EMBRATEL PAR PN * 210.029.997.060 GGBR4 GERDAU PN 69.177.940 1,666 ITAU4 ITAUBANCO PN *EJ 52.784.221.380 6,429 ITSA4 ITAUSA PN 1.712.956.830 2,631 KLBN4 KLABIN S/A PN 463.272.518 0,790 PLIM4 NET PN 387.414.888 0,076 PCAR4 P.ACUCAR-CBD PN * 28.691.639.174 0,911 PETR3 PETROBRAS ON 280.853.861 10,016 PETR4 PETROBRAS PN 462.369.507 15,259 SBSP3 SABESP ON * 8.102.903.769 0,570 0,463 SDIA4 SADIA S/A PN 370.586.689 CSNA3 SID NACIONAL ON * 38.392.170.000 2,074 CSTB4 SID TUBARAO PN * 12.101.295.996 0,390 CRUZ3 SOUZA CRUZ ON 75.613.722 0,967 TCSL4 TELE CL SUL PN * 213.439.564.892 0,295 TCOC4 TELE CTR OES PN * 252.766.698.473 0,826 TLCP4 TELE LEST CL PN * 277.613.137.907 0,066 TNEP4 TELE NORD CL PN * 212.914.102.725 0,290 TNLP3 TELEMAR ON * 56.811.084.994 0,875 TNLP4 TELEMAR PN * 255.223.942.467 5,346 TMAR5 TELEMAR N L PNA* 42.007.532.141 1,025 TMCP4 TELEMIG PART PN * 215.683.338.180 0,392 TLPP4 TELESP PN * 36.452.510.659 0,663 TSPP4 TELESP CL PA PN * 382.784.943.100 0,991 TRPL4 TRAN PAULIST PN * 72.565.179.649 0,342 USIM5 USIMINAS PNA 100.533.580 0,928 1,374 VCPA4 VCP PN * 16.331.811.031 VALE3 VALE R DOCE ON EJ 114.552.262 6,889 VALE5 VALE R DOCE PNA EJ 138.571.677 7,635 5.138.105.462.375 100,000 Quantidade Teórica Total Redutor 92.066.294,5147275 (*) Cotação por lote de mil ações (1) Quantidade Teórica válida para o período de vigência da carteira, sujeita a alterações somente no caso de distribuição de proventos (dividendo, bonificação e subscrição) pelas empresas. (2) Participação relativa das ações da carteira, divulgada para a abertura dos negócios do dia 01/09/2003 , sujeita a alterações em função das evoluções dos preços desses papéis. Fonte: Site da Bovespa – http://www.bovespa.com.br.