Regras SIFI estão reformulando o sistema bancário global Ativos ponderados pelo risco — O que acontece quando a aplicação das regras difere por região? Knowledge@Wharton: Itay, existe também uma barreira que os reguladores estão tentando estabelecer, além das relações de capital: os ativos ponderados pelo risco. É um conceito menos definido de certa forma, porque os bancos têm alguma discrição na forma como eles atribuem definições para isso. Goldstein: A ideia básica por trás da exigência de capital é que deseja-se manter uma certa quantidade de capital em função de seus ativos. Mas então pode-se dizer, “bem, os diversos ativos têm diversos níveis de risco.” Por exemplo, se eu fizer um empréstimo e esse empréstimo é apoiado por uma garantia, e esta garantia é relativamente segura e fácil de avaliar, então você pode dizer que este empréstimo não é muito arriscado e há menos necessidade para manter muito capital em função dele. Assim, o ativo ponderado pelo risco é realmente apenas uma maneira de ajustar os ativos com base no nível de risco e requerer capital com base nos ativos ponderados pelo risco, em vez de apenas os ativos em si. Agora um dos problemas nisso é que não é assim tão fácil definir e existe muita subjetividade em como se vê o que é mais arriscado. Nos EUA, por exemplo, existem critérios antigos sobre qual o nível de risco está associado com diferentes tipos de ativos. Mas o que os bancos podem fazer é um certo tipo de arbitragem regulatória dentro de uma classe de ativos, eles vão manter os empréstimos mais arriscados. E, como resultado disso, nesta determinada classe, eles terão que manter menos capital para isso. O dilema para os reguladores é, até que ponto você deseja permitir que os bancos tenham liberdade e capacidade de julgamento na atribuição de diferentes níveis de risco para ativos diferentes, e até que ponto você quer apenas controlar isso com base em regras rígidas. Schlich: Existe hoje alguma tensão entre os bancos e em particular entre diferentes áreas geográficas. Os EUA e a Europa são exemplos, onde a questão é: ambos ponderam os ativos pelo risco da mesma maneira? E pode-se ver o verdadeiro impacto na quantidade de capital que é necessária. Então, é preciso haver alguma habilidade em termos globais para analisar a forma como você faz a sua ponderação de risco. O Comitê da Basileia está trabalhando nisso: se serão análises dos colegas ou análises de diversos bancos — ou ela pode até vir com uma carteira estática e pedir a todos os bancos para fazer a ponderação de risco sobre ela, e então comparar os resultados de modo que eles possam começar a obter uma linha de referência. Isso vai ser muito importante. Não é desejável que todos os bancos ao redor do mundo fiquem sugerindo ponderações de risco diferentes, porque isso iria afetar a quantidade de capital que temos. E então você tende a perder o impacto dos benefícios que está obtendo com o capital de maior qualidade, se não estiver satisfeito com as ponderações. Vangel: Houve um reconhecimento pelo Comitê da Basileia de algumas das incertezas inerentes em torno da ponderação dos ativos pelo risco, porque a estrutura do Basileia II (que ainda não foi totalmente implementado nos EUA, mas que foi implementado em várias outras jurisdições) realmente depende muito de dados e modelos que são desenvolvidos internamente pelas instituições. Então, você poderia facilmente obter resultados um pouco diferentes para exposições quase idênticas. O que o Comitê da Basileia propôs, em parte, para lidar com isso, além deste processo de avaliação para tentar encorajar a consistência, é estabelecer também uma relação de alavancagem, que exigiria 3% do capital em função dos ativos extrapatrimoniais, independentemente de sua ponderação de risco. É uma barreira contra algumas das questões ligadas à ponderação de risco. 1 | Knowledge@Wharton knowledge.wharton.upenn.edu