PERMEABILIDADE DOS ATIVOS NA COSMETOLOGIA Cristina Miyuki Kimura Oguido, [email protected] Msc. Lenice Souza Shibatta (orientadora), [email protected] Introdução Atualmente o assunto sobre permeabilidade cutânea tem gerado muito interesse por parte dos profissionais da área da estética, pois se sabe que um bom resultado dos tratamentos de beleza depende, além de outros fatores, da eficácia da permeabilidade dos produtos cosméticos (LEONARDI,2008). Sabe-se que a penetração de substância dos cosméticos na pele nem sempre é possível, pois existem barreiras naturais que dificultam a sua penetração, como por exemplo, a região do estrato córneo que contém oleosidade, provindas das glândulas sebáceas, que é a principal barreira para a permeação de substâncias ativas na pele (LEONARDI, 2008). Existem cosméticos que podem conter agentes específicos, denominados promotores de absorção, que ajudam na permeação de substâncias, promovendo o aumento da hidratação do estrato córneo, alterando a sua estrutura e baixando a resistência da pele. Porém, estes promotores de absorção devem apresentar-se inócuos, sem interferir com outros componentes e nem modificar as características físico-quimicas e sensoriais do produto. Outra maneira de aumentar a permeabilidade de ativos na pele, sem comprometer as características do produto é através de equipamentos como a ultra-som (fonoforese ou sonoforese) e a corrente galvânica (iontoforese), sendo necessário o conhecimento do funcionamento e execução dos equipamentos para se obter efeitos esperados (LEONARDI, 2008). Existem vários fatores que podem determinar a penetração cutânea, como a área de superfície da pele, o tempo de contato com a pele e a variação da permeabilidade cutânea em diferentes regiões do corpo. Desta forma, esse trabalho de pesquisa bibliográfica se justifica, pois o conhecimento da morfologia e a fisiologia cutânea são de suma importância para o entendimento da permeabilidade das substâncias ativas, encontradas nos cosméticos, na pele, pois é nela que os produtos agem. Desenvolvimento A pele é um arranjo dinâmico, completo e integrado de células, tecido e elemento matriz (FITZPATRICK, 2011), é o maior órgão do corpo humano, flexível e autorregenerativo (LEONARDI, 2008; KEDE, 2009), representa cerca de 10% a 15% de seu peso, com uma área de 2 metros quadrados, aproximadamente. Ela é o manto de revestimento de quase todo o corpo, à exceção dos orifícios genitais e alimentares, olhos e superfícies mucosas (LEONARDI, 2008; RIBEIRO, 2006) e, também molda o corpo, com estrutura de tecidos de diversas naturezas que desempenham suas funções harmoniosamente (SAMPAIO, 2001). Além disso, constitui uma eficiente barreira protegendo as estruturas internas contra entrada de substâncias nocivas, como sujidades, microrganismos, bem como evita a evaporação excessiva de água e de proteínas para o exterior, controla o sistema imunológico, é responsável pela termorregulação, ajuda na produção da vitamina D3, protege contra a radiação ultravioleta (UV), controla a pressão sanguínea, cura e regenera ferimentos (FITZPATRICK, 2011; KEDE, 2009). A pele apresenta, em relação aos segmentos corpóreos, variações e pregas articulares e musculares, unhas, pêlos, orifícios pilossebáceos, orifícios sudoríparos, variações de pH em torno de 5,4 e 5,6 com variações topográficas e quanto à cor da pele, é definida de acordo com a genética, raça, quantidade de melanina, região, sexo, conteúdo sanguíneo dos vasos (SAMPAIO, 2001). E ainda na pele, localiza-se vários tipos de sensores responsáveis por sensações de frio, calor, tato, pressão e dor que são: Corpúsculos de Meissner – tátil; Corpúsculos de Vater-Pacini – pressão; Corpúsculos de Krause – frio; Corpúsculos de Ruffini – calor; Corpúsculos de Merckel – dor (KEDE, 2009; SAMPAIO, 2001). Este maior órgão do corpo humano é composto de três grandes camadas de tecido: a epiderme – camada superior, a derme – camada intermediária e a hipoderme – camada mais profunda que serve de apoio e união com órgãos adjacentes, sendo que esta última, muitos autores não consideram como parte integrante da pele, mesmo que esteja dentro do sistema tegumentar (KEDE, 2009 SAMPAIO, 2001). A primeira camada da pele, a EPIDERME – é constituída de tecido epitelial pavimentoso estratificado, com cinco camadas de células: basal ou germinativa, espinhosa, granulosa, lúcida e córnea (Fig. 2) que se renovam constantemente através da atividade mitótica contínua (KEDE, 2009). A segunda camada da pele, a DERME – É um tecido resistente com a função de nutrir a epiderme e proteger conta lesões mecânicas, com espessura variável ao longo do organismo, desde 1 até 4mm. Esta camada é composta de material intercelular, denominada substância fundamental amorfa (SFA), onde estão presentes as raízes dos pelos, as glândulas, terminações nervosas, vasos sanguíneos, fibras de colágeno e elastina e alguns tipos de células, sendo a maioria fibroblastos. É na derme que se localizam os vasos sanguíneos e linfáticos que vascularizam a epiderme e também os nervos e os órgãos sensoriais a eles associados. Tecido celular subcutâneo, a HIPODERME. Funcionalmente, a hipoderme é a sede de depósito nutritivo de reserva, a vascularização do tecido adiposo é grande, nutrindo todo o conjunto de adipócitos, participa do isolamento térmico, proteção mecânica do organismo às pressões e traumatismos externos e facilita a motilidade da pele em relação às estruturas subjacentes (LEONARDI, 2008; SAMPAIO, 2001). Conclusão O presente trabalho tem por finalidade explicar, estudar e aprofundar os conhecimentos a respeito da pele e da permeabilidade cutânea dos produtos cosméticos com relação aos fatores que determinam a penetração da substância na pele; métodos utilizados para facilitar a permeabilidade de ativos na pele; barreiras que dificultam a penetração de substâncias dos cosméticos e alcançar a real permeabilidade cutânea dos ativos cosméticos. Com o objetivo de chegar a real ação da permeação desses produtos cosméticos, este trabalho ainda continua em andamento com pesquisas em livros, revistas, artigos e periódicos. Palavras-chave: permeabilidade cutânea, cosméticos, pele. Referências Bibliográficas KEDE, M. P.V.; SABATOVICH, O. Dermatologia Estética. 2. Ed. São Paulo: Atheneu 2009. SAMPAIO, S.A.P.; RIVITTI, E. A. Dermatologia. 2. Ed. São Paulo: Artes Médicas, 2001. LEONARDI, Gislaine Ricci. Cosmetologia Aplicada. 2. Ed. São Paulo: Santa Isabel, 2008. FITZPATRICK. Tratado de Dermatologia. 7. Ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2011.