Aspectos da Química da Aguardente Prof. Dr. Daniel R. Cardoso [email protected] INDICATIVOS DE PRODUÇÃO DO SETOR SUCROALCOOLEIRO BRASILEIRO Açúcar Safra 2006/2007: 30,7 milhões de toneladas (13% da produção mundial) Exportações 2007: 19,3 milhões de toneladas (45% do comércio mundial) Consumo interno: 59,4 Kg/habitante Produção por região: •Sudeste: 24,8 milhões de toneladas (São Paulo: 65%) •Nordeste: 5,2 milhões de toneladas Álcool Produção por região: •Sudeste: 20,2 milhões de m3 •Nordeste: 1,98 milhões de m3 Maior exportador do mundo: 3,5 milhões de m3 em 2007 LOCALIZAÇÃO DAS USINAS DE ÁLCOOL E AÇÚCAR NO BRASIL Fonte: Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Estratégico (Nipe), UNICAMP. A Cachaça no Mercado Mundial DEFINIÇÕES Cachaça é a denominação típica e exclusiva da Aguardente de Cana produzida no Brasil, com graduação alcoólica de 38% a 48% a 20ºC, obtida pela destilação do mosto fermentado do caldo de cana-de-açúcar com características sensoriais peculiares, podendo ser adicionada de açúcares até 6 g/L, expressos em sacarose. Aguardente de Cana é a bebida com graduação alcoólica de 38% a 54% a 20ºC, obtida do destilado alcoólico simples de cana-de-açúcar ou pela destilação do mosto fermentado do caldo de cana-de-açúcar, podendo ser adicionada de açúcares até 6g/L, expressos em sacarose. COMPOSIÇÃO QUÍMICA E REQUISITOS DE QUALIDADE • Com exceção do Etanol e da água, as demais substâncias presentes na cachaça são classificadas em CONGÊNERES ou CONTAMINANTES; • O Coeficiente de Congêneres é definido como a soma de: • Acidez volátil (expressa em ácido acético); • Aldeídos (expressos em acetaldeído); • Ésteres totais (expressos em acetato de etila); • Álcoois superiores (expressos pela soma do álcool n-propílico, álcool isobutílico e álcool isoamílico); • Furfural + 5-Hidroximetilfurfural. • O Coeficiente de Congêneres não pode ser < 200mg e > 650mg por 100ml de álcool anidro, devendo ainda enquadrar-se nos seguintes limites: Compostos Legis. 2005 Legis. 1997 Unidade Mín. Máx. Mín. Máx. Cobre mg/L 5.0 5.0 Ferro mg/L - - 0.30 Arsênio mg/L 0.20 - Chumbo mg/L 0.20 0.10 Manganês mg/L - - - Acidez volátil (ácido acético) mg/100 mL AA 150 150 Ésteres totais (acetato de etila) mg/100 mL AA 200 200 Aldeídos totais (aldeído acético) mg/100 mL AA 30 30 Álcoois superiores mg/100 mL AA - 300 Furfural mg/100 mL AA - - 5.0 Soma Furfural + HMF* mg/100 mL AA - 5.0 - - Metanol mg/100 mL AA 20 20 Teor Alcoólico % em vol. a 20ºC 38 48 38 48 Congêneres** mg/100 mL AA 200 650 200 650 Soma de álcoois*** mg/100 mL AA - 360 - Carbamato de Etila mg/L - 0.15 - Acroleína mg/100 mL AA 5.0 - 2-butanol (sec-butílico) mg/100 mL AA 10 - 1-butanol (n-butílico) mg/100 mL AA 3.0 - g/L 6.0 30 6.0 30 - - - mg/100 mL AA 150 - Teor de Açúcar Partículas em suspensão**** Dureza Total***** Maiores Produtores Cachaça Produção estimada: 2 bilhões de litros, 3ª bebida destilada mais produzida no mundo. Produtores: 30.000 Marcas: 5.000 Faturamento: 600 milhões US$ ano PAÍSES IMPORTADORES DE CACHAÇA Métodos Analíticos empregados em nosso Grupo Bebida SPE / SBSE SPME Puge and trap Injeção direta AA-chama Minerais Orgânicos IC-DAD ICP-OES CE Ácidos GC-MS carbonílicos HPAs Amino ácidos Fenólicos LC-DAD LC-SFD LC-MS-MSn GC-FID LC-MS-MSn GC-MS LC-ED GC-MS NMR NMR Polifenóis Alcoois ésteres Acetal Dextrana LC-RID DMS DMDS DMTS Puge-trap/GC MS GC-FPD DEFEITOS DEXTRANAS Polímeros de glicose Bio-sintetizados a partir da sacarose pela enzima dextranosucrase excretada principalmente pela bactéria Leuconostoc mesenteroides. PONTOS CRÍTICOS RELACIONADOS A SUA FORMAÇÃO Fatores ambientais Variações abruptas de temperatura nas plantações Umidade excessiva Falhas de processamento Idade da cana Tempo decorrido do corte até o processamento Corte manual ou mecanizada Queimadas PRINCIPAIS PROBLEMAS RELACIONADOS A PRESENÇA DAS DEXTRANAS Açúcar Queda de produtividade: •Por redução da sacarose no caldo •Por alongamento dos cristais (perda de açúcar para o melaço durante a centrifugação). Cachaça Formação de flocos Foto: LDQA Diminuição no rendimento da fermentação TEORES DE DEXTRANAS TOTAIS EM AMOSTRAS DE CACHAÇAS* Amostra Média Mediana Cachaça Industrial (mg L-1) 5,50 5,60 Cachaça artesanal (mg L-1) 6,98 7,50 *RODRIGUES-FILHO et. Al. Quantificação de Dextranas em Açúcares e em Cachaças. Química Nova, v. 30, p. 1115-1118, 2007. COMPORTAMENTO DE DEXTRANAS TOTAIS EM FUNÇÃO DO TEMPO EM UMA AMOSTRA DE AGUARDENTE I. II. Concentração de dextranas totais em solução (curva A) e da massa de precipitado formada (curva B) em função do tempo para em uma amostra de aguardente. Turbidez em função do tempo para a mesma amostra. F.W.B. Aquino et al. Food Chemistry 114 (2009) 1391–1395 DISTRIBUIÇÃO DE MASSA MOLECULAR (Da) DAS DEXTRANAS DE AÇÚCARES DO NORDESTE E SUDESTE DO BRASIL* Região Nordeste Dextrana Região Sudeste Grupo1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 3,77 x 106 9,03 x 105 4,30 x 104 3,39 x 106 2,72 x 105 4,17 x 104 5,04 x 106 1,03 x 105 4,79 x 104 5,03 x 106 3,26 x 105 4,91 x 104 6,11 x 106 1,28 x 105 5,41 x 104 7,17 x 106 4,15 x 105 5,90 x 104 Mw / Mn 1,35 1,14 1,12 1,71 1,15 1,26 Frequência (%) 91,5 25,0 66,5 100,0 20,0 84,0 Mn Mw Mz em que foram detectas Onde: Mw = massa molar média ponderal; Mn = massa molar numérica média; Mz = massa molar média e Mw/Mn = índice de polidispersidade. *AQUINO, F ; BOSO, L ; CARDOSO, D ; FRANCO, D . Amino Acids Profile of Sugar Cane Spirit (Cachaça), Rum, and Whisky. Food Chemistry, v. 108, p. 784-793, 2008. HPAs *Fim da queima dos canaviais: Áreas mecanizáveis: 2014 Áreas não mecanizáveis com inclinação do solo > 12%: 2017 *Protocolo assinado entre União da Indústria Canavieira (Unica), governo de São Paulo e as secretarias estaduais de Meio Ambiente e de Agricultura e Abastecimento. Processos: Pirólise e Pirossíntese Pirólise Compostos orgânicos 700 ºC ∆ HPAs (3 ou 4 anéis) + radicais Pirossíntese HPAs + radicais HPAs (4, 5, ou 6 anéis) Esquema: Seqüência de etapas para a pirossíntese do piceno a partir do estigmasterol*. *BADGER, G. M.; DONNELLY, J. K.; SPOTSWOOD, T. M. Australian Journal of Chemistry, v. 18, p. 1249-1266, 1965. Naftaleno (NA) Fluoreno (F) Fluoranteno (FL) Criseno (CR) Benzo(a)pireno (BaP) Acenafteno (AC) Fenantreno (FE) Pireno (PI) Benzo(B)fluoranteno (BbF) Dibenzo(a,h)antraceno (DBahA) Acenaftileno (A) Antraceno (AN) Benzo(a)antraceno (BaA) Benzo(K)fluoranteno (BkF) Benzo(ghi)perileno (BghiP) Indeno(1,2,3-d,d)pireno (IP) HPAs monitorados pela EPA (Environmental Protection Agency), com destaque para os que apresentam maior toxicidade em equivalente de benzo(a)pireno#. # NISBET, I. C. T.; LAGOY, P. K. Regulatory Toxicology and Pharmacology, v. 16, p. 290-300, 1992. Cachaça produzida com cana não queimada Cachaça produzida com cana queimada Mistura de 25 µg L-1 dos padrões de HPAs Figura#: Cromatogramas típicos: 1, NA; 2, AC; 3, F; 4, FE; 5, AN; 6, FL; 7, PI; 8, BaA; 9, CR; 10, BbF, 11, BkF; 12, BaP; 13, DBahA; 14, BghiP; 15, IP. # GALINARO, C. A.; CARDOSO, D. R.; FRANCO, D. W. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 55, p. 3141-3147, 2007. # Tabela: Mediana e soma das medianas dos HPAs nas amostras de cachaça produzidas com cana-de-açúcar queimada e com cana-de-açúcar não queimada (µg L-1). Soma das Medianas # GALINARO, C. A.; CARDOSO, D. R.; FRANCO, D. W. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 55, p. 3141-3147, 2007. ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS (PCA) 7,5 Cana-de-açúcar não queimada PC 2 (16,6%) 5,0 Cachaça produzida com cana-de-açúcar não queimada 2,5 0,0 Cachaça produzida com cana-de-açúcar queimada -2,5 -5,0 -15,0 -12,5 -10,0 -7,5 -5,0 -2,5 0,0 PC 1 (37,4%) Figura: Gráfico de score da PCA em amostras de cachaça produzidas com cana de açúcar queimada e não queimada # PC1 + PC2 = 54% # GALINARO, C. A.; CARDOSO, D. R.; FRANCO, D. W. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 55, p. 3141-3147, 2007. ANÁLISE DISCRIMINANTE LINEAR (LDA)# A GALINARO, C. A.; CARDOSO, D. R.; FRANCO, D. W. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 55, p. 31413147, 2007. # B Tabela: A = modelo com 103 cachaças; B = teste com 28 cachaças desconhecidas. *Regressão por Mínimos Quadrados Parciais (PLS) 4 Compone nte 2 (19,2%) 3 2 1 0 -1 -2 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 Compone nte 1 (32,0%) Figura: Gráfico de score da PLS das amostras de rum (+), uísque (○) e cachaça (■). PC1 + PC2 = 51,2% *GALINARO, C. A.; FRANCO, D. W. Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs) em Cachaça, Rum, Álcool Combustível e Uísque. Química Nova. Aceito p/ Publicação 2008. Teste por LDA# Tabela: Teste do modelo da LDA para 19 amostras de rum, 6 de etanol e 14 de cachaça Teste realizado com o modelo da LDA utilizando os derivados de cana-de-açúcar (cachaça, rum e álcool combustível) evidenciou com aproximadamente 97% de certeza que 5 amostras de destilados apresentam a tendência de terem sido produzidas utilizando-se cana queimada, ao passo que as demais amostras apresentaram tendência de terem sido produzidas com cana não Patente de invenção brasileiro junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI/SP) número 018070071325. queimada. # GALINARO, C. A.; CARDOSO, D. R.; FRANCO, D. W. Processo para Diferenciação de Derivados de Cana-de-açúcar e Dispositivo Compreendendo Tal Método. 2007. Lactato de etila Origem: Fermentação malo-láctica Leuconostoc sp Ác. málico vinhos Ác. Láctico Diminuição da acidez volátil Fermentação láctica Lactobacillus sp. cachaças Ác. pirúvico Ác. láctico Esterificação Ác. láctico + etanol lactato de etila FATORES QUE AFETAM A FERMENTAÇÃO: Contaminação: •cana-de-açúcar •levedura •água •local de produção pH: entre 3,0 e 4,5 fermentação alcóolica pH: abaixo de 3,0 favorece fermentação lática Temperaturas que favorecem a fermentação Temperatura em torno de 30°C Favorece fermentação alcóolica Temperatura acima de 40°C Favorece a fermentação lática Temperatura abaixo de 20°C Não ocorre a fermentação lática Cromatograma obtido por GC-MS de uma amostra de cachaça. Acetato de etila Tr = 4,774; Butanoato de etila Tr 7,418; Hexanoato de etila Tr 12,141; Lactato de etila Tr 15,461; Octanoato de etila Tr 17,487; Nonanoato de etila 20,05; Decanoato de etila Tr 22,498; Octanoato de isoamila Tr 22,957; Dodecanoato de etila Tr 27,053. Cromatograma de uma amostra de aguardente analisada por GC/MS no modo SIM Acetato de etila (íon 70 m/z) Lactato de etila (íon 75 m/z) Valores para a média, mediana, valor máximo e valor mínimo de concentração para os ésteres nas amostras de aguardente de cana* Compostos Acetato de etila Butanoato de etila Hexanoato de etila Lactato de etila Octanoato de etila Nonanoato de etila Decanoato de etila Octanoato de isoamila Dodecanoato de etila Média 48,7 0,24 0,18 27,1 0,56 0,06 1,35 0,06 0,6 Aguardente de cana * Mediana V. máx. 22,6 433 0,14 2,3 0,12 0,77 8,32 244 0,33 3,6 0,05 0,14 0,8 7,33 0,04 0,23 0,34 4,03 V. mín. 1,56 0,04 0,03 0,04 0,05 0,02 0,05 0,01 0,04 . * Concentração em mg 100 mL-1 álcool anidro *NASCIMENTO, E. S. P. ; CARDOSO, D. R. ; FRANCO, D. W. Quantitative Ester Analysis in Cachaça and Distilled Spirits by Gas Chromatography Mass Spectrometry (GC/MS). Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 56, p. 5488-5493, 2008. Comparação entre métodos para os teores de acetato de etila para 16 amostras de cachaça comercial (mg 100 ml-1 AA)* *NASCIMENTO, E. S. P. ; CARDOSO, D. R. ; FRANCO, D. W. Determinação de Ésteres em Cachaça: Comparação de GC/FID vs. GC/MS vs. Método Volumétrico. Química Nova, aceito 2009. Carbamato de etila O H2N O CH3 Precursores do Carbamato de Etila* Uréia + Etanol NH2CNH2 + EtOH → ROCONH2 + NH3 Complexação do Cianeto por Cu(II) 2Cu(II) + 4CN- → 2Cu(CN-)2 2Cu(CN-)2 → 2CuCN + C2N2 C2N2 + 2OH- → NCO- + CN- + H2O + NCO + EtOH + H → EtOCONH2 in Spirits and Relevant *ARESTA, M.; BOSCOLO, M.; FRANCO, D. W.;Copper(II) Catalysis in Cyanide Conversion into Ethyl Carbamate Reactions J. Agric. Food Chem. 2001, 49, 2819-2824. Amônia + Dietil Carbonato (ETOCO)2O + NH3 → ETOCONH2 + CO2 +ETOH Via Radicalóide H-C≡N + .OH → -.C≡N + H2O H-C≡N + H-O-O. → -.C≡N + H-O-O-H H-O-O-H → 2HO. -.C≡N + .OH → HOC=N ↔ O=C=NH O=C=NH + EtOH → EtOCONH2 *M. Aresta et al.Catalysis in Cyanide Conversion into Ethyl Carbamate in Spirits and Relevant Reactions J. Agric. Food Chem. 2001, 49, 28192824. • Análise de Carbamato de etila: Cromatógrafo a Gás com Detector de Massas (GC-MS). SIM LD = 10 ppb Padrão Amostra Cromatograma dos padrões de carbamato de etila e propila (A) e de uma amostra de aguardente (B), sendo 1 = carbamato de etila e 2 = carbamato de n-propila. Evolução dos teores de carbamato de etila (mg L-1) no período de 2001-2008* Amostras Número de amostras Mediana Máximo % Concentração de CE inferior a 0,150 mg L-1 Comerciais 2001 126 0,479 5,69 21 Comerciais 2005 41 0,163 1,16 42 Comerciais 2006 35 0,138 1,67 51 V BMCFB 2004 36 0,108 0,460 67 VI BMCFB2006 34 0,085 0,646 76 Tipificação 2002 108 0,107 1,39 72 VII BMVFB 2008 49 0,094 0,751 20 Total 380 *SOBRINHO, L. G.; CAPELLINI, L.T. D.; SILVA, A. A.; BUCKVISER , S. F.; GALINARO, C. A.; CARDOSO, D. R.; FRANCO, D. W.; Teores de Carbamato de Etila em Aguardentes de Cana e Mandioca. Parte II. Química Nova. Aceito p/ Publicação 2009. Mediana de carbamato de etila (mg L-1) em amostras do mesmo vinho destiladas em coluna e alambique (frações cabeça, coração, cauda)* Destilado Teor de CE (mg L-1) Coluna 0,396 Cabeça 0,174 Coração 0,105 Cauda 0,049 *SOBRINHO, L. G.; CAPELLINI, L.T. D.; SILVA, A. A.; BUCKVISER , S. F.; GALINARO, C. A.; CARDOSO, D. R.; FRANCO, D. W.; Teores de Carbamato de Etila em Aguardentes de Cana e Mandioca. Parte II. Química Nova. Aceito p/ Publicação 2008. Teores de carbamato de etila em amostras do mesmo mosto (cabeça, cauda, coração e coluna)* Identificação das amostras Cabeça (mg L-1) Cauda (mg L-1) Coração (mg L-1) Coluna (mg L-1) Amostra 29 0,247 0,075 0,152 0,147 Amostra 30 < L.Q < L.Q < L.Q < L.Q Amostra 31 0,066 < L.Q 0,058 0,125 Amostra 32 0,101 0,079 < L.Q < L.Q Amostra 33 0,583 0,063 0,216 0,644 Amostra 34 0,395 0,099 0,152 0,812 *SOBRINHO, L. G.; CAPELLINI, L.T. D.; SILVA, A. A.; BUCKVISER , S. F.; GALINARO, C. A.; CARDOSO, D. R.; FRANCO, D. W.; Teores de Carbamato de Etila em Aguardentes de Cana e Mandioca. Parte II. Química Nova. Aceito p/ Publicação 2008. Alambique x Coluna Teores de carbamato de etila (mg L-1) em amostras de aguardente destiladas em alambique e em coluna#. __ ____Tipo de destilação*_______ Amostra* Alambique Coluna 1 0,058 0,125 2 0,216 0,644 3 0,152 0,812 *Cada amostra representa um diferente vinho fermentado, submetido à destilação em alambique de cobre e em coluna de aço inox. *SOBRINHO, L. G.; CAPELLINI, L.T. D.; SILVA, A. A.; BUCKVISER , S. F.; GALINARO, C. A.; CARDOSO, D. R.; FRANCO, D. W.; Teores de Carbamato de Etila em Aguardentes de Cana e Mandioca. Parte II. Química Nova. Aceito p/ Publicação 2008. Alambique Coluna % de amostras 80 60 40 20 0 < L.Q. - 150 151 - 400 401 - 1000 > 1000 Concentração de carbamato de etila (ppb) *Figura: Distribuição de carbamato de etila, por faixas de concentração (< LD a > 1000 ppb) em amostras de aguardente destiladas em alambique e em coluna. *SOBRINHO, L. G.; CAPELLINI, L.T. D.; SILVA, A. A.; BUCKVISER , S. F.; GALINARO, C. A.; CARDOSO, D. R.; FRANCO, D. W.; Teores de Carbamato de Etila em Aguardentes de Cana e Mandioca. Parte II. Química Nova. Aceito p/ Publicação 2008. Concentração de carbamato de etila (ppb) Carbamato de Etila x Cobre em Aguardente 1,4x10 3 1,2x10 3 1,0x10 3 8,0x10 2 6,0x10 2 4,0x10 2 2,0x10 2 0,0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 Concentração de cobre (ppm) *Figura: Concentração de carbamato de etila (ppb) versus concentração de cobre (ppm) para 108 amostras de aguardente. *SOBRINHO, L. G.; CAPELLINI, L.T. D.; SILVA, A. A.; BUCKVISER , S. F.; GALINARO, C. A.; CARDOSO, D. R.; FRANCO, D. W.; Teores de Carbamato de Etila em Aguardentes de Cana e Mandioca. Parte II. Química Nova. Aceito p/ Publicação 2008. Compostos sulfurados • Análise de DMS: Cromatógrafo a Gás com Detector de Massas (GC-MS). SIM LD = 50 ppt Padrão Amostra Cromatograma de um padrão e de uma amostra de aguardente para análise de DMS. Principais: H3CSCH3 e H3CSSCH3; Fontes de formação: degradação de aminoácidos contendo átomo de enxofre; Composto de enxofre em bebidas exibem diferentes características olfativas, dependendo da posição do átomo de enxofre na molécula; *CARDOSO, D. R.; ANDRADE SOBRINHO, L. G. ; LIMA-NETO, B. S AND FRANCO, W. D.; A Rapid and Sensitive Method for Dimethylsulphide Analysis in Brazilian Sugar Cane Sugar Spirits and Other Distilled Beverages; J. Braz. Chem. Soc., v. 15, n. 2, p. 277-281, 2004. Teores de DMS em amostras comerciais analisadas Nos anos de 2004 e 2008 Ano Número de Amostra s Menor Valor (mg L-1) Maior Mediana Valor (mg L-1) (mg L-1) 2004 34 2,34 x 10-5 9,31 0,321 2008 50 1,68 x 10-3 13,99 0,288 *CARDOSO, D. R.; ANDRADE SOBRINHO, L. G. ; LIMA-NETO, B. S AND FRANCO, W. D.; A Rapid and Sensitive Method for Dimethylsulphide Analysis in Brazilian Sugar Cane Sugar Spirits and Other Distilled Beverages; J. Braz. Chem. Soc., v. 15, n. 2, p. 277-281, 2004. Cachaça versus Rum PROBLEMA DE EXPORTAÇÃO A cachaça e o rum acompanham a mesma classificação alfandegária (Alcohol and Tobacco Tax and Trade Bureau – TTB - US) RUM CACHAÇA * Ambas bebidas compartilham da mesma matéria prima. AMOSTRAS Dendograma de Similaridade entre as Amostras Análises Químicas HCA Conjunto de Dados (37 variáveis) PCA KNN Novo Conjunto (7 variáveis) Gráficos Scores Amostras Loadings Variáveis Agrupamento de Amostras Desconhecidas para sua Predição PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Amostras: 14 amostras de cachaça e 17 amostras de rum. Procedimento Analítico 1 METANOL, N-PROPANOL, ISOBUTANOL, BUTANOL, ISOAMÍLICO, ACETALDEÍDO, ACETATO DE ETILA •Cromatógrafo a gás (HP 5890A) equipado com detector FID. •Coluna: HP-FFAP (50 m x 0,20 mm x 0,33 µm). • Análise Quantitativa: Método do Padrão Interno (hexanol). Cromatograma de álcoois, acetaldeído, acetato de etila numa amostra de cachaça. Identificação dos picos pelo tempo de retenção Picos: 1 = acetaldeído; 2 = acetatato de etila; 3 = metanol; 4 = propanol; 5 = isobutanol; 6 = butanol; 7 = isopentanol; 8 = hexanol (Padrão Interno, 10 = ácido acético. Resultados: Alcoóis superiores Cachaça Rum PC2 (11,90%) 1 0 -1 -2 -2 -1 0 1 2 PC1 (82,11%) Gráfico de "scores" para as amostras de cachaça e rum utilizando como variáveis propanol, isobutanol e isoamílico. Procedimento Analítico 2 ÁCIDO OCTANÓICO , ÁCIDO DECANÓICO, ÁCID DODECANÓICO • As amostras foram concentradas usando extração em fase sólida (C18). •Cromatógrafo a gás (Shimadzu GC17A) acoplado com detector de massas (Shimadzu QP5050A). •Coluna: HP-FFAP (50 m x 0,20 mm x 0,33 µm). •O detector de massas foi operado no modo SIM (73, 144, 172, 200 m/z). •Análise Quantitativa: Método do Padrão Interno (ácido nonanóico). Cromatograma de ácido orgânicos numa amostra de cachaça. Picos: 1 = ácido octanóico; 2 = ácido nonanóico/PI; 3 = ácido decanóico; 4 = ácido dodecanóico. Resultados: Ácidos Orgânicos 2.0 Cachaça Rum 1.5 PC2 (15,37%) 1.0 0.5 0.0 -0.5 -1.0 -1.5 -2 0 2 4 6 PC1 (82,46%) Gráfico de "scores" para as amostras de cachaça e rum utilizando como variáveis os ácidos orgânicos (octanóico, decanóico e dodecanóico). 8 Procedimento Analítico 3 PROTOCATEQUINA, SINAPALDEÍDO, SIRINGALDEÍDO, ÁCIDO ELÁGICO, ÁCIDO SIRÍNGICO, ÁCIDO GALICO, (-) + EPICATEQUINA, ÁCIDO VANÍLICO E VANILINA • Amostras não envelhecidas foram rotoevaporadas e dissolvidas em etanol 5,0 mL. A solução resultante foi concentrada por extração em fase sólida C18. •Amostras não envelhecidas foram concentradas por extração em fase sólida (C18). •HPLC (Shimadzu LC10AD) acoplado a espectrometro de massas “ion trap” (Bruker). •Coluna: Resolve C18 (30 cm x 4.0 mm x 5.0 µm) . • Fases móveis: metanol-água. •Análise Quantitativa: Padrão interno. Resultados: Compostos Fenólicos 2.0 1.8 1.6 Cachaça Rum 1.4 1.2 PC2 (11,45%) 1.0 0.8 0.6 0.4 0.2 0.0 -0.2 -0.4 -0.6 -0.8 -1.0 -2 -1 0 1 2 3 4 5 PC1 (86,19%) Gráfico de "scores" para as amostras de cachaça e rum utilizando como variáveis protocatequina, ácido vanílico e seringaldeído. Procedimento Analítico 4 ALUMÍNIO, CÁDMIO, CÁLCIO, CHUMBO, COBALTO, COBRE, CRÔMO, FERRO, MANGANÊS, MAGNÉSIO, NÍQUEL, SÓDIO E ZINCO. • As amostras foram digeridas com ácido nítrico e analisadas por espectrometria de emissão atômica com plasma indutivamente acoplado. •ICP-AES Perkin Elmer Optima 3000 Dual View. •Análise Quantitativa: Método do Padrão Externo. Resultados: Composição Mineral Rum Cachaça PC2 (26,19%) 2 0 -2 -4 -2 0 2 4 PC1 (62,36%) Gráfico de "scores" para as amostras de cachaça e rum utilizando como variáveis os íons cálcio, cobre, magnésio e manganês. 6 Rum Cachaça Amostras (A, B, C, D) Amostras (E, F) 5 4 PC2 (23,26%) 3 2 1 0 -1 -2 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 PC1 (43,62%) Gráfico de "scores" para as amostras de cachaça e rum. 1.0 protocatequina propanol isobutanol isoamílico magnésio manganês cobre 0.8 0.6 PC2 0.4 0.2 0.0 -0.2 -0.4 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 PC1 Gráfico de “loadings” para as variáveis propanol, isobutanol, isopentanol, protocatequina, cobre, manganês e magnésio. Dendograma resultante do HCA para as amostras de cachaça e rum. Pre-tratamento dos dados: autoescalado. Técnica de agrupamento: incremental. • Os compostos n-propanol, isobutanol, álcool isoamílico, protocatequina, cobre, magnésio e manganês são discriminadores químicos que permitem a diferenciação entre cachaça e rum. • Usando a técnica de reconhecimento de padrão (KNN) foi possível classificar amostras desconhecidas como cachaça ou rum com 95 % de precisão. Alambique versus Coluna J. Agric. Food Chem., Vol. 55, No. 16, 2007 • Dos 1,3 bilhões de litros / ano: – 1 bilhão são produzidos em colunas de destilação; – 300 milhões de litros são produzidos em alambiques (cachaça artesanal). Coluna Alambique 93 Gráfico de Escores obtido para o conjunto de amostras de aguardente (grupo vermelho = 27 amostras e grupo preto = 55 amostras). Gráfico de pesos entre PC 1 x PC 2 para o conjunto das 82 amostras. Sobreposição dos gráficos de escores e de pesos obtidos na análise de PCA. Classificação das amostras no modelo da análise de LDA. Modelo Grupo verdadeiro Alambique Coluna Alambique 55 2 Coluna 0 25 Total 55 27 Total Correto 55 25 Porcentagem (%) 100 92,6 Total de amostras 82 Total corretas 80 % Correta 97,6 8 Discriminantes Químicos Classificação das amostras após a validação cruzada do modelo de LDA. Validação Cruzada Grupo verdadeiro Alambique Coluna Alambique 54 3 Coluna 1 24 Total 55 27 Total Correto 54 24 Porcentagem (%) 98,2 88,9 Total de amostras 82 Total corretas 78 % Correta 95,1 8 Discriminantes Químicos Classificação das amostras teste na análise de LDA. Grupo Teste Grupo verdadeiro Alambique Coluna Alambique 16 0 Coluna 2 15 Total 18 15 Total Correto 16 15 Porcentagem (%) 88,9 100 Total de amostras 33 Total corretas 31 % Correta 93,9 8 Discriminantes Químicos Sobreposição dos gráficos de escores e de pesos obtidos na análise de PCA. Madeiras Brasileiras e Potencial Antioxidante da Cachaça Envelhecida Estômago Cólon e reto Intestino • Altos teores de ascorbato no alimento e suco gastrico • Vitamina C é completamente absorvida • Pouca vitamina E esta presente • Carotenóides, vitamina E, polifenóis em alimentos • Absorção ampla da vitamina E • • Ação dos antioxidantes: a) Espécies reativas de nitrogênio derivádas do HNO2 Consiráveis teores de polifenóis e carotenóides não absorvidos estão presentes • b) OH• (interação Fe/ascorbato) c) RO• e RO2• oriundos de lipídeo peróxidos Metabolismo extensivo por bactérias colônicas gerando diferentes compostos fenólicos • Ação dos antioxidantes: a) Captação de radicais e complexação de Fe d) Ferril espécies derivados do consumo de carne e interação com peróxido de hidrogênio • Alguns carotenóides são convertidos a vitamina A • Outros carotenóides e polifenóis são absorvidos, porém muitos não são. p e s o Tempo (minutos) Agradecimentos