OBJECTIVOS E ACTIVIDADES O Conselho Internacional dos Monumentos e dos Sítios (ICOMOS) é uma organização nãogovernamental internacional dedicada à conservação, protecção e valorização dos monumentos, conjuntos e sítios de todo o mundo. Foi fundado em 1965 em Varsóvia, na sequência do 2.º Congresso de Arquitectos e Técnicos de Monumentos Históricos, realizado em 1964 em Veneza, durante o qual foi elaborada a Carta Internacional sobre a Conservação e o Restauro de Monumentos e Sítios, dita “Carta de Veneza”, que é o documento fundamental do ICOMOS. Tem sede em Paris e congrega actualmente cerca de 6600 membros agrupados em mais de 90 comissões nacionais. O ICOMOS é o principal consultor da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) em matéria de conservação e protecção do património. Tem como missão, no âmbito da Convenção para a Protecção do Património Mundial, Cultural e Natural (1972), aconselhar o Comité do Património Mundial e a UNESCO na avaliação das candidaturas de novos bens culturais à Lista do Património Mundial. OBJECTIVOS ESSENCIAIS - Congregar os especialistas em património e ser um fórum internacional para o diálogo e troca de experiências; - Recolher, aprofundar e difundir informações sobre princípios, técnicas e políticas de conservação e restauro do património construído; - Colaborar com entidades nacionais e internacionais na criação de centros de documentação especializados em conservação do património; - Encorajar a adopção e implementação de convenções e recomendações internacionais respeitantes à protecção, conservação e valorização dos monumentos, conjuntos e sítios; - Participar na organização de programas de formação destinados a especialistas em património à escala mundial; - Pôr ao serviço da comunidade internacional a sua rede de peritos altamente qualificados e especializados. ACTIVIDADES - Reforçar a presença do ICOMOS em todos os continentes, fomentando a criação e o crescimento das Comissões Nacionais; - Difundir os princípios da “Carta de Veneza” e elaborar documentos doutrinários sobre os vários tipos específicos de património (arqueológico, vernacular, cidades históricas, etc.); - Definir métodos de gestão do património para assegurar a sua conservação e valorização; 1 - Desenvolver programas de formação num quadro multilateral em cooperação com as suas comissões nacionais e internacionais; - Dotar o Centro de Documentação UNESCO-ICOMOS, sediado em Paris, de uma diapoteca e de uma videoteca englobando o conjunto do património arquitectónico do mundo; - Realizar missões de peritagem a pedido de entidades oficiais responsáveis pela administração do património que julguem necessária a consulta de peritos para resolver um problema técnico de conservação; - Desempenhar a missão de principal consultor da UNESCO na avaliação das candidaturas de bens culturais a incluir na Lista do Património Mundial e na elaboração de relatórios sobre o estado de conservação dos bens já inscritos nessa Lista; - Informar os profissionais da conservação através da publicação do Boletim trimestral “ICOMOS Nouvelles/News”, do seu “Jornal Científico”, da série temática “Monumentos e Sítios” e dos relatórios de colóquios; - Sensibilizar o público para a protecção do património através da utilização dos meios de comunicação social e da celebração do Dia Internacional dos Monumentos e dos Sítios (18 de Abril). MEMBROS E ESTRUTURA De acordo com os Estatutos (cf. www.international.icomos.org), os membros podem ser individuais, institucionais, filiados ou beneméritos. Todos os membros devem ser competentes em matéria de conservação de monumentos, conjuntos ou sítios históricos, podendo exercer as profissões de arquitecto, arqueólogo, urbanista, engenheiro, administrador, historiador de arte, arquivista, etc. Os candidatos a membros devem contactar a Comissão Nacional do seu país ou, caso esta não exista, o Secretariado Internacional. A estrutura administrativa é composta por: A ASSEMBLEIA-GERAL é o órgão supremo que reúne todos os membros do ICOMOS de três em três anos (Varsóvia 1965, Oxford 1969, Budapeste 1972, Rothenburg 1975, Moscovo 1978, Roma 1981, Rostock-Dresden 1984, Washington 1987, Lausanne 1990, Colombo 1993, Sófia 1996, México 1999, Madrid 2002). Elege o Presidente, os 5 Vice-Presidentes, o SecretárioGeral e o Tesoureiro-Geral, que constituem o Bureau, e também elege os 12 membros da Comissão Executiva. A Assembleia-geral determina o programa, fixa as orientações orçamentais para o triénio seguinte e supervisiona a realização dos objectivos da organização. A COMISSÃO EXECUTIVA, que é a instância de direcção do ICOMOS, é composta por 12 membros eleitos, pelos membros do Bureau e por 5 membros cooptados. São escolhidos pelas suas competências profissionais e devem representar as diferentes regiões do mundo. A Comissão Executiva prepara o programa e o orçamento, controla a sua realização e regista a constituição das Comissões Nacionais e Internacionais. No intervalo das sessões da Comissão Executiva, o Bureau assegura a direcção da organização e a realização do programa. A COMISSÃO CONSULTIVA é composta pelos Presidentes das Comissões Nacionais e Internacionais. Dá opiniões e faz sugestões e recomendações à Comissão Executiva sobre a orientação das actividades e as prioridades do programa do ICOMOS. - as COMISSÕES NACIONAIS agrupam em associação em cada país os membros individuais e institucionais, oferecendo-lhes um quadro para discussão e troca de informações. Realizam, a nível nacional, os programas adoptados pela Comissão Executiva; - as COMISSÕES CIENTÍFICAS INTERNACIONAIS são responsáveis pelo desenvolvimento da teoria e das técnicas de conservação em áreas de interesse específicas e agrupam peritos de reconhecido mérito internacional: 01- análise e restauro das estruturas do património arquitectónico 02- arquitectura de terra 03- arquitectura e urbanismo coloniais partilhados 04- arquitectura vernácula 05- arte rupestre 06- cidades e aldeias históricas 2 07- conservação e restauro de objectos patrimoniais em monumentos e sítios 08- economia da conservação 09- formação 10- fortificações e património militar 11- fotogrametria e monitorização remota (documentação do património cultural) 12- gestão do património arqueológico 13- ilhas do Oceano Pacífico 14- interpretação e apresentação de sítios do património cultural 15- itinerários culturais 16- jardins históricos e paisagens culturais 17- madeira 18-património cultural imaterial 19- património cultural subaquático 20- património polar 21- património do século XX 22- pedra 23- pinturas murais 24- prevenção de riscos 25- questões legais, administrativas e financeiras 26- teoria e filosofia da conservação e restauro 27- turismo cultural 28- vitral O SECRETARIADO INTERNACIONAL está sediado em Paris e é constituído pelo Director e cerca de 6 funcionários. Coordena a implementação do programa decidido em Assembleia Geral, assegura a ligação com as comissões nacionais e internacionais e com outras organizações internacionais, e realiza as tarefas administrativas. Alberga o Centro de Documentação UNESCOICOMOS que recolhe, analisa e dissemina a informação sobre a conservação do património. Está aberto todos os dias aos investigadores, membros ou não da organização, e nele estão depositados, nomeadamente, os dossiers das candidaturas à Lista do Património Mundial. O orçamento anual do ICOMOS é constituído por receitas - que provêm de três fontes principais: as quotizações dos membros, os subsídios e os contractos - e por despesas - com o pessoal empregado na sede, manutenção da sede, publicações, colóquios e investigação, assembleias gerais e reuniões dos órgãos sociais. A COMISSÃO NACIONAL PORTUGUESA DO ICOMOS Os primeiros contactos do ICOMOS internacional no sentido de fomentar a criação da Comissão Nacional Portuguesa (CNP) datam de 1965. No entanto, por dificuldades várias, só em finais de 1979 foi possível agrupar os representantes de diversas entidades oficiais relacionadas com o património para elaborar uma proposta de estatutos nacionais. Esta proposta foi formalmente aprovada pela Comissão Executiva a 14 de Outubro de 1980. A escritura pública de constituição da CNP realizou-se a 15 de Dezembro de 1982 e a primeira Assembleia-geral nacional teve lugar em Março de 1983. Os presidentes da CNP foram F. Peres Guimarães (1983), J. Barbosa Colen (1983-85), Augusto Brandão (1985-87), Sérgio Infante (1987-1993), Augusto Brandão (1993-96), Cláudio Torres (1996-2007) e José Aguiar (2007-) 3