Este encarte é parte integrante da edição de nº 330 do Jornal da Imagem São Paulo, fevereiro de 2006 Caderno Dois C a s o 1 Drs. Paulo Milton F. Rodrigues Jr., Celso Rodrigues Oliveira Jr. e Mauro José Brandão da Costa História clínica Paciente feminino, 41 anos, queixando-se de tosse produtiva e pneumonias de repetição há pelo menos doze anos, sendo em média três por ano. Durante esse período refere ter feito dois tratamentos para tuberculose, sem sucesso. TC de tórax realizada há doze anos (aos 29 anos de idade), em sua cidade, referiu calcificações em vias aéreas superiores (figura 1). Figura 2 – Radiografia simples do tórax sem alterações. Figura 3 – Radiografia simples com maior penetração, notando-se um achado inespecífico de espessamento da parede da traquéia (seta). Figura 4 – Reconstrução coronal confirma os achados do plano axial. Achados de imagem Os achados de imagem são: radiografia simples do tórax (figuras 2 e 3); tomografia computadorizada do tórax (figuras 4 e 5). Figura 1 – Cortes axiais de TC realizada há doze anos demonstra os mesmos aspectos atuais das calcificações tráqueo-brônquicas. C a s o 2 Figura 5 – Cortes axiais de TC. Calcificações da parede ântero-lateral da traquéia, de aspecto nodular, projetando-se para o lúmen e reduzindo o calibre da via aérea, se estendendo por toda a traquéia intra-torácica e aos brônquios principais. Drs. Carlo Frederico Gomes Guimarães, Celso Rodrigues de Oliveira Jr. e Mauro José Brandão da Costa História Clínica Figura 2 – TC corte axial póscontraste EV. Massa sólida que capta com menos intensidade que o músculo cardíaco, no interior da veia cava inferior alargando o seu lúmen e se estendendo até o átrio direito, onde causa falha de enchimento. V.R.A.G., 22 anos, sexo feminino, solteira, estudante, natural e procedente de Arceburgo, SP, há cinco meses evoluindo com quadro progressivo de astenia, anorexia, emagrecimento (cerca de 11 kg), dispnéia, desconforto abdominal e edema de membros inferiores. Realizado diagnóstico endoscópico inicial de gastrite, tendo sido instituído tratamento específico, sem melhora clínica. Caderno 2.pmd Figura 1 – Radiografia em perfil. Opacidade projetando-se na topografia da veia cava inferior retro-cardíaca. 1 Figura 3 – Coronal turbo spin-echo T2. Massa na veia cava inferior invadindo veia supra-hepática e cavidade atrial direita. Figura 4 – TC axial fase arterial póscontraste EV - Falha de enchimento no interior da veia cava inferior associada a perfusão heterogênea do parênquima hepático, com aspecto “em mosaico”. 01/02/2006, 16:56 Figura 5 – Axial TSE T2 com saturação de gordura. Massa heterogênea predominantemente hiperintensa na veia cava inferior e supra hepática. Figura 6 – Ato cirúrgico. Massa tumoral no interior da cavidade atrial direita. Durante a cirurgia, verificou-se a origem do tumor ao nível da parede posterior da veia cava inferior no seu segmento superior, estendendo-se para veias supra-hepáticas inferiormente e para o átrio direito superiormente. 2 Caderno Dois C a s o 1 São Paulo, fevereiro de 2006 Drs. Paulo Milton F. Rodrigues Jr., Celso Rodrigues Oliveira Jr. e Mauro José Brandão da Costa Traqueobroncopatia osteocondroplástica Diagnóstico Traqueobroncopatia osteocondroplástica Discussão Doença rara e de etiologia desconhecida é caracterizada por desenvolvimento de nódulos submucosos cartilaginosos e ósseos na traquéia e vias aéreas principais. Os nódulos são tipicamente encontrados nos 2/3 inferiores da traquéia, nos brônquios principais, lobares e segmentares. A desordem pode, algumas vezes, começar mais proximalmente e afetar a região do primeiro anel cartilaginoso. Os nódulos osteocondrais desenvolvem-se adjacentes às cartilagens das vias aéreas, envolvendo as porções ântero-laterais e raramente a parte membranosa. Os nódulos promovem elevação da mucosa, determinando estreitamento das vias aéreas e, algumas vezes, colapso lobar. A mucosa de revestimento geralmente permanece intacta, podendo algumas vezes ulcerar, resultando em hemoptise. 1 C a s o 2 A causa desta condição permanece obscura, com pelo menos duas teorias propostas. A primeira é que a doença seria uma encondrose da cartilagem das vias aéreas, explicada pela sua distribuição, bem como pela presença de conexões fibrosas ósseas e cartilaginosas com os próprios anéis cartilaginosos. A outra teoria é a associação da doença com a amiloidose, condição em que nodulações ósseas e cartilaginosas sabidamente ocorrem, sendo que, de fato, os trabalhos têm encontrado evidências de amiloidose em biópsias feitas em pacientes com traqueobroncopatia. 2 A doença prevalece no sexo masculino (75%) e é mais freqüentemente encontrada na sexta década, porém com casos descritos desde a segunda década. Apresenta progressão lenta e os sintomas mais comuns são dispnéia, tosse produtiva, hemoptise e pneumonias de repetição, com períodos de latência (paciente assintomático). 3 O RX de tórax pode ser normal ou demons- trar evidências de atelectasias e/ou consolidações. Calcificações de vias aéreas tem valor diagnóstico, porém dificilmente detectadas. Radiografias bem-penetradas estão indicadas para melhor definição das calcificações. A incidência em perfil melhor define calcificações de vias aéreas distais. A tomografia computadorizada helicoidal apresenta vantagens, demonstrando espessamento irregular traqueobrônquico, associado a calcificações nodulares salteadas nos anéis cartilaginosos, permitindo ainda definir grau de estenose e progressão para vias aéreas distais. O diagnóstico definitivo é feito pela broncoscopia, que embora de difícil realização, devido à resistência dos nódulos, permite a confirmação histopatológica. 4 Referências bibliográficas 1. Jeffrey S. Prince, David R. Duhamel, David L. Levin, James H. Harrell, and Paul J. Friedman. Nonneoplastic Lesions of the Tracheobronchial Wall: Radiologic Findings with Bronchoscopic Correlation. RadioGraphics 2002; 22: 215. 2. SM Williams and ET Jones Tracheobronchopathia osteochondroplastica. RadioGraphics 1997; 17: 797. 3. Young R H, Sandstrom R E, Mark G J: Tracheobronchopathia. Osteochondroplastica: Clinical, radiologic and pathological correlations, J Thorac Cardiovasc Surg. 79: 537 – 541, 1980. 4. Lundgren R, Stjernberg N L: Tracheobronchopathia Osteochondroplastica: A clinical bronchoscopic and spirometric study, Chest 80: 706 – 709, 1981. Drs. Paulo Milton F. Rodrigues Jr., Celso Rodrigues Oliveira Jr. e Mauro José Brandão da Costa são residente e radiologistas da Documenta Clínica Radiológica – Hospital São Francisco, em Ribeirão Preto, SP. Drs. Carlo Frederico Gomes Guimarães, Celso Rodrigues de Oliveira Jr. e Mauro José Brandão da Costa Leiomiossarcoma Diagnóstico Leiomiossarcoma de veia cava inferior, com invasão atrial, associada à Síndrome de BuddChiari secundária. Discussão O leiomiossarcoma é um tumor maligno raro originado de células musculares lisas. Representa 6% de todos os sarcomas e 15% de todos os tumores retroperitoneais, sendo o tumor primário mais comum da veia cava 1. Quando acomete o sistema vascular, tem predileção cinco vezes maior pela veia cava em comparação com os vasos arteriais 3. Atinge preferencialmente o sexo feminino numa proporção de cerca de 6:1, por volta da sexta década de vida e não está relacionado a fatores de risco conhecidos 3. A neoplasia tem desenvolvimento caracteristicamente insidioso, levando a sintomas, na maioria das vezes inespecíficos, como dor abdominal, massa palpável no abdome e edema de membros inferiores. Em cerca de 16 a 22% dos casos manifesta-se por meio da Síndrome de Budd-Chiari e em 10% das vezes Caderno 2.pmd 2 constitui apenas achado incidental 1. Para analisar adequadamente o envolvimento da veia cava inferior, bem como as estruturas adjacentes divide-se o vaso em três segmentos distintos: segmento inferior (porção abaixo da origem das veias renais), segmento médio (porção compreendida entre a origem das veias renais e origem das veias hepáticas) e segmento superior (acima da origem das veias hepáticas). O segmento médio é o mais envolvido (47%), seguido do segmento inferior (32%) e superior (21%) 3. Os tumores do segmento inferior tendem a invadir estruturas e órgãos adjacentes (rins, aorta, fígado), enquanto aqueles dos segmentos médio e superior tendem a crescer na luz do vaso, podendo invadir as câmaras cardíacas direitas (18% dos casos relatados na literatura)4. A classificação histológica é dada segundo o grau de diferenciação celular, a presença de necrose e o número de figuras de mitose, variando de I a III. Fatores de bom prognóstico incluem: presença de dor, massa palpável (diagnóstico precoce) e ressecção radical do tumor. Em contrapartida, a presença de edema em membros inferiores, Síndrome de Budd-Chiari, localização na parte proximal do vaso, crescimento predominantemente luminal, trombose intra-cava e tipo histológico pouco diferenciado são sinais de pior prognóstico 1. O único tratamento com impacto positivo na sobrevida é a ressecção radical do tumor, estando a quimioterapia e a radioterapia reservadas para os casos não cirúrgicos. Os tumores dos segmentos inferior e médio oferecem, geralmente, possibilidade cirúrgica, ao passo que aqueles do segmento superior mostram-se comumente inoperáveis (principalmente quando há acometimento das veias hepáticas). É importante observar que mesmo a invasão de órgãos, como fígado e rins, não impede a ressecção cirúrgica radical da massa, sendo a hepatectomia parcial e nefrectomia parcial/total realizadas nesses casos 2. A recorrência da neoplasia após tratamento cirúrgico radical situa-se na faixa de 40% 2, 4. Além disso, no momento do diagnóstico 40% dos pacientes apresentam metástases, mais freqüentemente em pulmões e fígado, fazendo-se normalmente por via hematogênica 2,4. A sobrevida média em cinco anos varia de 28 a 50% e em 10 anos de 15 a 30% 1. 01/02/2006, 16:56 Referências bibliográficas 1. Bertelli J, et al. Leiomiosarcoma de la vena cava inferior.Resección conpleta com reconstrución vascular. Cir. Esp. 2004; 76(6):404-6. 2. Moreno, RM. Sanz, M. Asenjo, J. Reina, L. Reina, T. Aroca, M. Sanchéz L. Serrano, FJ. RevAngiol 48 (1): 3-6; 1996. 3. Stolf, NAG et al. – Unusual abdominal tumors with intracardiac extension. Two cases with successful surgical resection. Rev Hosp. Clín. Fac. Med. S. Paulo 54 (5):159-164;1999. 4. Hartman et al. Leyomiosarcoma of the retroperitoneum and inferior vena cava: radiologic-pathologic correlation. Radiographics 1992; 12:1203-1220. Drs. Carlo Frederico Gomes Guimarães, Celso Rodrigues de Oliveira Jr. e Mauro José Brandão da Costa são residente e radiologistas da Documenta Clínica Radiológica – Hospital São Francisco, em Ribeirão Preto, SP. Caderno Dois São Paulo, fevereiro de 2006 C a s o 3 Diogo Nozawa, Daniel de S. Delgado, Cristiano V. Barros, Leandro Lucato, Luiz Antônio P. Portela, Claudia da C. Leite Instituições envolvidas Hospital das Clinicas da FMUSP e Hospital Alemão Oswaldo Cruz, ambos de São Paulo, SP, Brasil. História clínica O paciente 1 tinha 76 anos de idade, apresentava nefropatia de causa desconhecida e um quadro demencial (déficits de memória), sendo submetido a uma RM de crânio para investigação deste quadro. Ele foi submetido no dia anterior a uma RM de abdome com uso de contraste endovenoso para investigar a etiologia de nódulos hepáticos hiperecogênicos, visualizados na ultrasonografia. No exame do encéfalo observou-se na seqüência FLAIR, sem contraste endovenoso, hipersinal espontâneo em sulcos e fissuras parietais e occipitais, no IV ventrículo e em cisternas da base, além de hipersinal da substância branca periventricular e dos centros semi-ovais compatíveis com microleucoangiopatia e/ou gliose (figura 1). Figura 1 Paciente 1 – Imagens axiais ponderadas na seqüência FLAIR mostram hiperintensidade nas cisternas da base (setas amarelas grossas), IV ventrículo (setas vermelhas) e em sulcos e fissuras parieto-occipitais (setas amarelas finas). As setas verdes apontam para o hipersinal da substância branca periventricular compatível com microleucoangiopatia e/ou gliose. Figura 2 Paciente 2 – (A,B) Imagens axiais de tomografia computadorizada que não evidenciam sinais de hemorragia subaracnóidea. (C, D) Imagens axiais de RM do mesmo paciente, ponderadas na seqüência FLAIR, mostrando hipersinal nos sulcos e fissuras (setas amarelas) e na cisterna vermiana superior (setas vermelhas). (E,F) Imagens axiais ponderadas na seqüência FLAIR sem contraste mais caudais mostram hipersinal no IV ventrículo (setas vermelhas), cisternas basais (setas amarelas), labirintos membranosos (setas azuis) e globos oculares (seta verde). O paciente 2 tinha 69 anos, era hipertenso e apresentava nefropatia crônica. Foi submetido a uma angioRM para estudo das artérias renais, que por problemas técnicos precisou ser repetida no dia seguinte, com nova injeção de gadolínio. Um dia após repetir a angio-RM, realizou uma tomografia computadorizada de crânio que não evidenciou anormalidades de atenuação nos espaços liquóricos. Porém, no exame de RM (dois dias após repetir a angio-RM renal) observou-se na seqüência FLAIR sem contraste endovenoso hipersinal difuso dos sulcos e fissuras corticais, cisternas da base, nos globos oculares e nos labirintos membranosos. Não havia quadro clínico ou laboratorial sugestivo de hemorragia subaracnóidea ou meningite. Caderno 2.pmd 3 01/02/2006, 16:56 3 4 Caderno Dois C a s o 3 São Paulo, fevereiro de 2006 Diogo Nozawa, Daniel de S. Delgado, Cristiano V. Barros, Leandro Lucato, Luiz Antônio P. Portela, Claudia da C. Leite Difusão de gadolínio para o líquido cefalorraquidiano em portadores de insuficiência renal Diagnóstico Difusão de gadolínio para o líquido cefalorraquidiano em portadores de insuficiência renal Introdução Os quelatos de gadolínio são relativamente seguros e raramente causam toxicidade sistêmica durante a rotina de exames de imagem1 . Entretanto, se a função renal estiver comprometida, os meios de contraste baseados em gadolínio podem se difundir para o líquor e causar hipersinal, principalmente na seqüência FLAIR (Fluid-attenuated inversion-recovery) nos ventrículos e espaço subaracnóideo mimetizando hemorragia subaracnóidea ou intraventricular, ou meningite1-4. Os autores descrevem dois casos de hiperintensidade liquórica espontânea (presente em imagens sem uso de meio de contraste – gadolínio – endovenoso) decorrente da difusão deste meio de contraste para os espaços liquóricos intracranianos após exame de ressonância magnética (RM) em portadores de insuficiência renal e fazem uma breve revisão da literatura. Discussão Após a infusão endovenosa, os quelatos de gadolínio se distribuem predominantemente pelo espaço extracelular3. Os quelatos de gadolínio são excretados sem modificação, através da filtração glomerular1,3. Em pacientes com função renal normal a meia-vida é de cerca de 1,6 horas, mas na vigência de insuficiência renal (clearance de creatinina menor que 20 mL/min), a meia-vida aumenta para cerca de 30 horas 1 . Mesmo em pacientes com insuficiência renal grave, a principal rota de excreção permanece sendo a filtração glomerular 3. Além disso, o gadolínio não é metabolizado pelo corpo e sua ligação com proteínas plasmáticas é desprezível3. Caderno 2.pmd 4 O gadolínio livre é uma toxina potente. Estudos com animais sugerem uma neurotoxicidade direta. Em ratos o gadolínio intracisternal produz mioclonias, ataxia e tremores em concentrações de 2,5 a 15 micromol/g de cérebro. O tálamo, o tronco cerebral e a medula espinhal podem sofrer lesões focais associadas a necrose glial e mielinólise1. Meios de contraste comerciais utilizam gadolínio combinado com quelatos (complexos) para minimizar os níveis séricos de gadolínio livre. Entretanto, estes complexos se dissociam e liberam gadolínio livre se forem retidos por duração prolongada na circulação1. O gadolínio pode se difundir através de membranas semipermeáveis como meninges, plexo coróide ou órgãos circunventriculares em casos de neovascularização, quebra de barreira hematoencefálica ou insuficiência renal, redistribuindo o gadolínio entre os vários compartimentos extracelulares1,2, tais como o líquor, humor vítreo e aquoso, e labirinto, podendo produzir efeitos neurotóxicos, os quais porém não foram apresentados pelos pacientes descritos. Esta difusão se reflete nos exames de imagem como hiperintensidade espontânea de sulcos e fissuras e no interior dos ventrículos na seqüência FLAIR vistos em nossos pacientes1-4. A diálise é efetiva na redução dos níveis de gadolínio séricos (redução maior que 95% após três ciclos de diálise)1. Por fim, o achado de difusão de gadolínio pode representar um pitfall radiológico em desordens que produzam hiperproteinorraquia, tais como hemorragia, infecção e trombose de seio sagital superior e acidente vascular cerebral1,3,5. LM, Colonnese C, Simonetti G. Cerebrospinal Fluid Changes After Intravenous Injection od Gadolinium Chelate: Assessment by FLAIR MR Imaging. Eur Radiol 2003; 13: 592-597. 3. Rai AT, Hogg JP. Persistence of Gadolinium in CSF: A diagnostic Pitfall in Patients with end-stage Renal Disease. Am J Neuroradiol 2001; 22: 1357-1361. 4. Boyko OB, Kanamalla US. Gadolinium Referências bibliográficas 1. Maramattom BV, Manno EM, Wijdicks EFM, Lindell EP. Gadolinium encephalopathy in a patient with renal failure. Neurology 2005; 64:1276-1278. 2. Bozzao A, Floris R, Fasoli F, Fantozzi 01/02/2006, 16:56 Diffusion into Orbital Vitreous and Aqueous Humor, Perivascular Space, and Ventricles in Patients with Chronic Renal Disease. AJR 2002; 179:1350-1352. 5. Dechambre SD, Duprez T, Grandin CB, Lecouvet FE, Peeters A, Cosnard G. High Signal in Cerebrospinal Fluid Mimicking Subarachnoid Haemorrhage on FLAIR Following Acute Stroke and Intravenous Contrast Medium. Neuroradiology 2000; 42:608-611.