UNIVERSIDADE DE AVEIRO
SECÇÃO AUTÓNOMA DE GESTÃO E ENGENHARIA INDUSTRIAL
O LIVRO ELECTRÓNICO
ELABORADO
Lionilda Mágueda É.de Sá Nogueira
MESTRADO EM GESTÃO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
ANO LECTIVO-2000/2001
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INDICE
Pág
1.Introdução.......................................................................................................................3
1.1 Definições....................................................................................................................5
1.2 Exemplos.....................................................................................................................6
1.3 Caracterização.............................................................................................................6
1.4 Aplicações...................................................................................................................7
2. Desenvolvimento...........................................................................................................7
2.1 Tecnologias.................................................................................................................7
2.2 Competição.................................................................................................................8
2.3 Mercados.....................................................................................................................9
2.4 Enquadramento legal...................................................................................................9
2.5 Perspectivas de evolução (contínuo).........................................................................11
2.6 Perspectivas de inovação (descontínuo)....................................................................13
3. Conclusão....................................................................................................................13
3.1 Benefícios, vantagens...............................................................................................13
3.2 Impacto para a Gestão da Informação......................................................................14
3.3 Onde saber mais........................................................................................................15
Referências......................................................................................................................16
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1.Introdução
O livro já passou por várias fases mudando de suporte pedra, pele, papiro mas até agora
tem sobrevivido. O que acontece é que os conteúdos passam a existir sob mais uma
forma, coexistindo uns com os outros.
Renato Sabbatini, da Revista Informática afirma que são poucos os romances e livros
em CD-ROM devido ao facto das pessoas não gostarem de ler grande quantidade de
material sobre a tela e imprimir, tem os seus custos. Relativamente ao uso da Internet a
situação agrava-se mais porque há os custos relativos às taxas de utilização e os
impulsos telefónicos. Ao contrário do que se pensa, a Internet tem vindo a contribuir
para maior utilização do papel.
Há 30 anos, quando a revolução informática ainda estava a começar, os visionários
previam que os computadores iriam contribuir para a redução do papel nas empresas e
organizações. A acreditar neles, o desenvolvimento de arquivos magnéticos e planilhas
electrónicas acabaria com o consumo de papel. Mais recentemente, a explosão do e-mail
e da Internet deu a alguns a ilusão de que o papel se tornaria um artigo quase invisível
nas organizações. Entretanto, nos últimos 50 anos, o consumo de papel cresceu seis
vezes. Na próxima década, prevê-se um aumento de 32%, devido ao acréscimo de
máquinas de fax, impressoras e copiadoras.
Um outro aspecto é a publicidade que se fez do ‘paperless office’. Mas, ao contrário do
que se prometia, o uso generalizado dos computadores só fez aumentar o consumo do
papel. E segundo alguns pesquisadores, ela vai continuar a crescer.
Não é nada cómodo folhear um livro no ecrã de um computador ou pegar no portátil e ir
ler, digitalmente, “Being Digital”, escrito por Nicholas Negronte, para a cama ou para a
praia.
Os próprios ecrãs de cristais líquidos também não são flexíveis, não propiciam a criação
de um ambiente semelhante ao obra impressa”.
É por esta razão que na Media Lab há um grupo que se tem dedicado ao fabrico de um
papel electrónico e de um livro do mesmo género. A ideia é criar um display que se
pareça com o papel, o que conseguimos dando ao papel real ou a outros materiais
flexíveis, como o tecido, uma nova textura, através de um processo químico de
microinserção de umas pequenas ”bolinhas” mais pequenas que um ‘pixel’ que rodando
criam palavras e mostra-nos imagens. Joseph Jacobson, o responsável pelo projecto, já
esteve em Portugal.
Provavelmente o livro electrónico poderá ter dificuldades de se afirmar no mercado,
pelo facto de pertencemos à geração anterior às novas tecnologias. Preferimos ter o
jornal entre mãos do que lê-lo na Internet. O livro para nós significa algo para além do
material: “é um verdadeiro amigo”. A prova disso é que quando ausentamos de férias ou
em serviço o livro sempre faz parte da nossa bagagem indispensável. A nossa relação
com o livro é de tal forma, que presumimos que será difícil substituir por qualquer
outro suporte embora apresente menores custos ou ainda outras vantagens.
O aspecto táctil é também importante, na medida em que gostamos do toque do livro, de
senti-lo entre as mãos.
O aspecto visual da capa não é um factor a ser desprezado. Relativamente ao conteúdo,
será difícil convencer os leitores a deixar de ler livros em suporte papel, onde a
exigência grande ao nível da cultura e capacidade de imaginar, para ler um CD-ROM
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onde as imagens, os sons e todo o ambiente multimédia retira toda a magia da
descoberta.
Certamente que a geração digital não sofrerá dessa ambiguidade ou ainda desse
sentimento de culpa ou perda....
João Miguel Guedes, da Editora Verbo, em declarações à Lusa, recentemente, disse que
o livro electrónico não constitui ameaça ao livro tradicional em papel porque traz
consigo várias desvantagens, nomeadamente os elevados custos do aparelho e o facto
da tecnologia poder ficar desactualizada rapidamente.
Segundo Bill Gates, a revolução do livro electrónico ainda não aconteceu. Mas é tudo
uma
questão
de
tempo.
A leitura de textos em papel está tão integrada nas nossas vidas que se torna difícil
imaginar que um dia algo possa ocupar o lugar das marcas feitas com tinta sobre esse
material fabricado a partir de árvores desfiadas. Gates questiona, como pode alguém
acreditar que a venda de livros electrónicos possa equiparar-se à de livros em papel
dentro de mais ou menos 10 anos?
Foi preciso esperar alguns séculos pelo livro electrónico. A primeira pessoa a visualizar
essa possibilidade foi Vannenar Bush, director do escritório de pesquisa e
desenvolvimento dos Estados Unidos, em 1945. No seu ensaio clássico “As We May
Think”, Bush descreveu o «memex»: «Um artefacto no qual um indivíduo armazena
todos os seus livros, registos e comunicações… a maior parte do conteúdo do “memex”
é adquirida em microfilme, pronta para ser inserida no aparelho.» Apesar do entusiasmo
dos escritores de ficção científica, todo o mundo permaneceu fiel ao papel.
O livro electrónico só avançou de facto no mercado das enciclopédias, transformado
pelos CD-Rom, em meados da década de 80. Muito mais enciclopédias são vendidas em
CD-ROM do que jamais foram vendidas em papel, porque custam uma fracção do preço
da versão em papel e são mais fáceis de usar para pesquisa. Mas as tentativas de aplicar
a tecnologia do livro electrónico ao mercado dos leitores lúdicos têm fracassado.
O livro electrónico trouxe mudanças significativas na relação entre o editor e o leitor no
sentido em que diminui a distância entre os mesmos. No que concerne ao livro
tradicional, ele passa pelo editor, revisor, gráfica distribuidor, livraria antes de chegar ao
utente.
Para Ruy A. Matos “ o conhecimento só passa a ter sentido quando sai dos livros e
passa a fazer parte do nosso dia-a-dia em conversas, sentimentos, e percepções”. Para o
autor, na nova civilização, as gráficas são substituídas por computadores, as editoras,
pelas redes de autores. Ao ler um artigo no livro electrónico, estaremos a consumir o
produto em primeira mão, sem estar deteriorado, dado que não segue a cadeia de
intermediários normalmente seguido pelo livro tradicional. Isso é razoável, porque na
sua opinião o conhecimento retido atrofia- se.
O formato digital proporcionará ao utente maior liberdade de escolha, sendo criada uma
sinergia entre suportes que vai levar a uma complementaridade entre eles.
Outro aspecto do digital é o de permitir que documentos que se encontram em estado de
degradação avançado possam ser informatizados o que permite a consulta de todos sem
os danificar mais.
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Entretanto enquanto o computador por pessoa não for na relação 1:1 será difícil o livro
electrónico substituir ou mesmo competir com o suporte papel.
Ao nível de novas tecnologias de informação, Portugal, através do Governo levou a
cabo diversas iniciativas, desde o Livro Verde para a Sociedade da Informação até à
instalação de acesso à rede em todas as escolas do país.
Para José Magalhães, deputado, citado no Expresso, “há um hiato entre a
disponibilização das tecnologias e a sua utilização pelo público”. O autor ainda
considera ser impossível pensarmos numa democracia do século XXI sem o recurso às
novas tecnologias.
O livro electrónico permite a disseminação de conhecimentos. O novo meio de produzir,
consumir e disseminar conhecimentos é através da Web-livro.
Hoje a World Wide Web oferece uma maneira flexível de transmitir livros em bits e, à
medida que crescerem os investimentos em infra-estrutura de banda larga, formar uma
biblioteca electrónica tornar-se-á cada vez mais fácil. Várias empresas, incluindo as
pioneiras no sector de livros electrónicos e editoras já consolidadas, como a R. R.
Donnelly, Penguin Putman, Nokia, Barnes & Noble e Microsoft, uniram-se para criar
um padrão aberto para livros electrónicos, de modo que os bibliófilos possam ler
qualquer título em qualquer livro electrónico. Aliados a software e hardware mais
recentes para a leitura de livros electrónicos, novos avanços tecnológicos começam a
colocar a leitura no ecrã em condições de concorrer com a leitura em papel.
1.1. Definições
O livro pode ser visto em duas vertentes: suporte de uma ideia (ensaio) de uma
construção cénica mais ou menos elaborada (novela, romance, conto etc.) de registo
factual (história); ou como objecto não interactivo, mas de decoração, de exibição de
gozo próprio para o manusear.
Com a evolução surgiu o Cd-ROM. Actualmente com a ajuda da multimédia, os livros
são capazes de mostrar o que só era possível recorrendo a uma imaginação muito fértil e
educada.
O e-book é um pequeno aparelho com écran em cristal líquido e em formato de um
livro tradicional, que pode conter várias obras, dependendo da capacidade de memória.
Tem 200 a 400 páginas, totalmente em branco, que é carregado com o conteúdo que
se desejar ler. Feito o carregamento, transforma-se num livro muito semelhante a
qualquer outro. Terminada a leitura, carregar-se outro.
Através de um minúsculo HD oculto na lombada poder-se-á armazenar centenas de
livros, de forma a que um único volume possa ser, na verdade, uma pequena biblioteca.
Em termos de custos, não serão elevados porque praticamente não haverá custos de
edição (apenas Marketing e tradução).
Ocupando pouco espaço, os livros electrónicos diferenciam-se dos computadores pela
ausência do teclado, de micro-processador importante, de periféricos entre outros. O
objectivo é proporcionar maior conforto de leitura na tela.
Os PDA encontram hoje uma nova função: a de servir de livro electrónico. Devido ao
facto de ser leve e pequeno, estes aparelhos lembram-nos o livro de bolso.
Os PC são considerados os primeiros instrumentos de leitura digital. Este programa
permite ler todos os documentos no formato PDF(Portable Document Format) . O PDF
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apresenta muitas vantagens como, o facto dos arquivos serem poucos volumosos,
garante a diagramação de qualidade sempre idêntica e as funções de navegação zoom do
Acrobat Reader permitem aproveitar ao máximo o texto e as imagens dos ficheiros
PDF.
O e-paper é uma película flexível que tem no seu interior minúsculas bolas do tamanho
de pixels, que assumem a cor branca ou preta sob os efeitos de um campo magnético.
1.2Exemplos
Em 1998, a empresas NuvoMedia e a SoftBookPress lançaram respectivamente o
Rocket e-book e o Softbook. Estas instrumentos apresentam-se como dois aparelhos que
se parecem com computadores de mão. São dotados de uma tela de cristal líquido cujo
formato varia de acordo com o modelo permitindo essencialmente o aparecimento do
texto. A função é possibilitar a leitura de livros, tendo como vantagem um ecrã com
uma definição superior ao habitual nos computadores portáteis ou computadores de
mão.
Estes verdadeiros “livros electrónicos” têm preços que começam nos 200 dólares (cerca
de 37 contos), e conseguem armazenar até 100 mil páginas. Para comprar um livro para
leitura neste aparelho, é possível utilizar um cabo para o ligar a um computador de
secretária, e escolher a obra numa livraria virtual, entre as que disponibilizam este tipo
de livros.
O Rochet e-book, pesa 627 gramas. Foi concebido com o objectivo de garantir a
simplicidade(dois botões para virar as páginas) e as condições de luminosidade (retroiluminado). Com a bateria dotada de capacidade de autonomia em torno de 40hs permite
ler onde quer que se encontre.
O Soft-book assemelha-se a um livro encadernado em capa de couro. É dotado de uma
tela táctil em preto e branco de 20 por 15cm, de uma bateria que assegura 5 horas de
autonomia e de uma memória que permite-lhe guardar de 5.000 a 50.000 páginas.
O Everybook difere dos livros electrónicos já comercializados por ter duas teclas tácteis
e em cores semelhantes às páginas de um livro.
Actualmente, várias sociedades concebem “máquinas para ler” cujas perspectivas é de
vir a complementar o livro tradicional.
1.3Caracterização
Segundo Jacobson,”O leitor deve ‘carregar de ‘bits’, depois de se ter conectado a uma
editora na Net. Quando terminar a leitura, só deve apagar o que leu e voltar a carregar
novo texto”. Apesar de parecer simples ainda não se conseguiu desenvolver-se o
protótipo.
Entretanto, Jacobson e o grupo têm em curso um outro projecto que já ‘inventou’ um
papel reutilizável várias vezes e uma impressora que executa esse serviço de
reimpressão, limpeza e reimpressão, sem “tonner” nem químicos. O processo é
optérmico.
“A Franklin”, uma empresa americana, produz livros electrónicos compactos, que
permitem acesso simultâneo a até dois livros electrónicos armazenados em módulos
removíveis cuja capacidade é de 10 Mbytes.
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1.4Aplicações
Em outubro 2000, vários escritores de todas as partes do mundo candidataram ao
prémio literário para as edições electrónicas. O prémio de 100 mil dólares
correspondente a mais ou menos 119 mil euros. A responsável pela atribuição de
prémios foi a Feira do livro de Frankfurt.
Os critérios de premiação abrangeram desde a tecnologia utilizada na implementação do
livro passando por trabalhos de ficção e não ficção e a passagem de edições em papel
para formato electrónico.
O livro electrónico do escritor Stephen King tornou-se um best seller em menos de duas
semanas. O “Ridding the bullet” já foi vendido mais de meio milhão de exemplares.
Esse livro possui 66 páginas e está sendo comercializados a 2,5 dólares.
Tendo em consideração que os lucros da venda on-line são muito superiores aos do
livro em papel, os 35% das receitas do referido escritor representam mais de 90 mil
contos.
As lojas da FNAC, em Lisboa, têm disponíveis modelos cujos preços variam entre os
360 e os 460 contos, enquanto a Mazone, também comercializa dois modelos, um que
custa 406 contos e um outro a 492 mil escudos.
Na área médica, por exemplo é possível ter-se um livro de Medicina Interna (Harrison)
e um manual de referência com cerca de 10 mil medicamentos (PDR) on- line, por
trezentos e cinquenta dólares incluindo o computador.
2. Desenvolvimento
2.1 Tecnologias
Associada à Internet e à tecnologia “wireless” o e-paper é uma película flexível que tem
no seu interior minúsculas bolas do tamanho de pixels, que assumem a cor branca ou
preta sob os efeitos de um campo magnético.
Os e-books são aparelhos comunicantes quer sejam equipados com um modem
integrado como o Sofbook ou sejam uma estação de recepção permitindo se conectar a
um PC como no caso do Rochet e-book.
A “Xerox”, que trabalha há muito tempo no domínio, concebeu uma tecnologia que
permite visualização de documentos digitais conhecido sob o nome de Gyricon,
semelhante a tinta electrónica. Uma “folha gyricon” é uma fina camada de plástico
transparente contendo milhões de minúsculas bolinhas com umas cavidades cheia de
óleo que possibilita cada bolinha possa efectuar uma rotação sobre si mesmo. Cada
bolinha é bicolor, composta por exemplo de uma metade negra e de uma metade branca
e, comporta uma carregamento electrostático. Ao aproximar-se de um campo eléctrico,
a metade negra da bolinha é accionada ou repousada, deixando aparecer a face branca.
Os pontos assim constituídos podem formar imagens, ou caracteres, como os pixels de
uma tela tradicional.
O papel electrónico é um suporte de leitura que divide bem as propriedades do papel.
Imita bastante o papel pois permite a impressão de textos e de imagens mais barato.
Apresenta uma vantagem de ser reutilizável pois o seu conteúdo pode ser impresso e
apagado.
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Os pesquisadores do MIT(Massachusetts Institute of Tecnhology) já desenvolveram a
produção de um papel electrónico flexível semelhante ao papel comum, bem como uma
tinta electrónica que pode transformar-se em diferentes caracteres.
A Microsoft propõe um novo programa concebido para oferecer na tela uma leitura que
se aproxime da qualidade da leitura no papel. Microsoft Reader é o primeiro produto
que dispõe da tecnologia de visualização de página ClearType; uma inovação que
melhora sensivelmente a resolução dos caracteres nas telas em cores (LCD), para os
usuários de PC funcionando com os programas Microsoft Windows uma primeira fase.
Posteriormente para os PDA funcionando com windows CE.
Além da integração da nova tecnologia ClearType, Microsoft Reader incorpora as
vantagens da tipografia e do desenho tradicionais. O que permite ter-se uma
apresentação clara com grandes margens, com textos perfeitamente alinhados e, espaços
equilibrados entre as palavras, assim como importantes utensílios para anotar, sublinhar,
selecionar passagens e marcar as páginas. Microsoft Reader possui um dicionário
integrado e uma biblioteca que pode conter e classificar um grande número de livros e
outros documentos. Finalmente uma função divertida específica do Microsoft Reader
permite que se passe as páginas mais ou menos rapidamente; da mesma forma que ao
folhear um livro, por exemplo para encontrar uma ilustração ou um quadro.
2.2 Competição
Os organizadores pessoais do tipo Palm Pilot(já com quatro milhões de unidades
vendidas no mundo) ou Psion representam um mercado em plena expansão: as
previsões de vendas são de cinco milhões de unidades no ano 2000. Eles podem ser
classificados em várias grandes famílias, segundo o sistema de exploração que utilizam:
o sistema Windows Ce (Hewlett Packard, Compaq..), o sistema Palm OS (Palm Pilot da
3COM, Visor da Hansprings...) e o sistema Psion. Uma aliança se desenha entre as
industrias que escolheram estes dois últimos sistemas. Eles poderiam se regrupar em
torno de Symbian com o intuito de enfrentar as ambições hegemônicas de Windows CE
neste mercado.
A “NuvoMedia” e a “SoftBookPress” lançaram dois modelos de e-books.
Um outro fornecedor é a “Everybook”, da Pensilvânia, que pretende
diferenciar-se, oferecendo um livro digital que abre a meio com duas páginas e
que terá cor. Será, no entanto, substancialmente mais caro e só se espera o
produto para 2002.
Também no Media Lab, criado por Nicholas Negroponte no Massachusetts
Institute of Technology, de Boston, se vinha desenvolvendo no MicroMedia Lab
(um dos seus departamentos) uma linha de investigação muito vasta, abarcando
novos tipos de tinta digital, papel electrónico e reversível, impressoras
reversíveis e livros electrónicos, dirigida por Joseph Jacobson.
A abordagem da Media Lab é, contudo, diferente da de Jacobson que pretende
criar um livro com páginas, cujo papel é diferente, electrónico, mas no tacto que
imita o papel real. Ele consegue-o embebendo o papel em moléculas de tinta que
têm incorporadas partículas electrónicas, o que permite a reprogramação.
A Xerox, a Disney e a Microsoft, estão atentos ao novo nicho de negócio.
Quanto a IBM em conjunto com a Ingram, estão a pensar noutra saída que
consiste em deixar o leitor navegar na Web no seu computador, escolher um
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livro e depois permitir-lhe imprimir em papel de um modo rápido e barato,
satisfazendo o velho hábito.
2.3 mercados
Tanto o livro como o CD-ROM podem servir de suporte para uma criação literária ou
plástica.
Nesta perspectiva, e porque ambos os suportes referidos apresentam características
completamente diferentes, não faz sentido falar em substituição. Pelo facto de aparecer
um novo suporte, o livro não vai perder mercado, pelo simples facto de que é o mercado
globalmente considerado aumenta, não havendo necessidade imperiosa de
desaparecimento de um para afirmação do outro. Seria até preocupante que os produtos
multimédia fossem substituir o mercado dos livros, dado a sua escassa dimensão e o
facto da não acessibilidade por parte de toda a sociedade.
Do público alvo destaca-se, professores, estudantes, consultores, formadores, e certos
grupos de profissionais como por exemplo os advogados, médicos. Por outro lado, todos
os quadros com grande ‘nomadismo’ que viajam bastante, são outros dos principais
potenciais clientes.
Os profissionais liberais, principalmente os advogados, contabilistas e médicos, pelo
facto de ler uma grande quantidade de informação diariamente com a preocupação
constante de sua actualidade e exactidão. De facto, o e-book permite tornar
completamente móvel a documentação técnica de um sector de actividade e facilita
consideravelmente a actualização dos documentos de referência: basta telecarregar as
actualizações.
Os livros electrónicos, sob a condição de serem concebidos com materiais resistentes,
deverão poder substituir os manuais escolares e, assim minimizar as preocupações dos
pais dos alunos, inquietos com o peso das mochilas que estes transportam todos os dias.
Para as pessoas que têm problemas para ler os caracteres sobre o papel em razão do
pequeno tamanho, os livros electrónicos oferecem boas perspectivas. Por exemplo, a
empresa Cytale (francesa), vai comercializar o seu primeiro livro electrónico com uma
técnica que permite aumentar à vontade o tamanho dos caracteres na tela, sem perder a
apresentação original da obra.
Graças ao e-book, o preço de um suporte para a leitura electrônica pode ser
consideravelmente reduzido (em relação a um PC), e o conforto de leitura dos usuários
é amor, pela liberdade de movimentos que o e-book permite.
Para Alberto Vitale, editor, a indústria do e-books expandir-se-à em 7 anos tanto como a
dos livros tradicionais.
2.4 Enquadramento legal
O comércio electrónico é uma modalidade de compra à distância através de
equipamentos electrónicos e armazenamento de dados. Entretanto existem outras formas
de comércio a distância, como compras por catálogos, por telefone e através da
televisão.
Umas das formas de comércio à distância é o “business to customer” que é feito através
da Internet.
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A lei portuguesa considera como consumidor uma pessoa que compra bens e /ou
serviços de um profissional.
Compras na Net
Comprar através da internet traz algumas vantagens para o consumidor nomeadamente,
comodidade, escolha e por vezes bons preços, mas existem algumas precauções que
devem ser tidas em conta para segurança do consumidor, das quais destaca-se o
seguinte:
•
Deve-se comprar em lojas conhecidas ou recomendadas; o fornecedor deve estar
identificado adequadamente (nome, morada, número do contribuinte e o número do
registo público);
•
Só deve comprar após reunidas as informações;
•
Só deve fornecer os dados pessoais, bancários se a informação for transmitida de
forma segura;
•
Deve-se investigar bem os preços oferecidos pelas diferentes lojas antes da selecção
da loja;
•
Verificar os prazos de entrega e o endereço para possível reclamações;
•
Verificar se há encargos a somar ao preço indicado;
•
Devolver em caso de desistência da compra, o objecto num prazo de sete dias
(período de reflexão);
•
Imprimir as condições do contrato e lê-los atentamente até os caracteres menores.
Em caso de dúvidas enviar um correio electrónico solicitando mais informações e
exigir a resposta pelo mesmo meio;
•
Disponibilizar somente os dados pessoais necessários para a entrega da encomenda.
Se decidir pagar em linha, deve fazê-lo via cartão de crédito que é o mais seguro. Para
que a transmissão de dados seja segura, é necessário saber quem é o fornecedor, a
respectiva morada e se dispõe de certificado de segurança que codifique os dados por
forma a serem lidos apenas pelo destinatário.
Formas de pagamento
Normalmente os fornecedores preferem que o pagamento seja através da Net, isto é que
se utilize o cartão de crédito ou transferência bancária ou cartão de débito. Outra
modalidade de pagamento é através de cheques ou numerário. Se o pagamento for on
line é preferível utilizar-se o cartão de crédito. O pagamento só deve ser feito depois da
entrega da encomenda ou realização do serviço.
Código de conduta
A fim de garantir a confiança ao consumidor algumas instituições, nomeadamente
associações de consumidores e entidades governamentais propõem códigos de conduta.
Aos fornecedores que aderem, é disponibilizado um logotipo identificativo. Como
exemplos menciona-se a DECO, Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor e
a Eurocommerce, uma associação europeia de fornecedores.
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Informações
O fornecedor deve informar ao cliente das características do produto, o preço, a pagar,
outras despesas, prazo de entrega, regime de garantia e assistência, os elementos
identificativos do fornecedor, prazo de reflexão de sete dias úteis, riscos para a saúde e a
finalidade de recolha dos dados pessoais.
Dificuldades
Em caso de verificar qualquer irregularidade na compra de bem ou serviço deve
apresentar a reclamação por escrito e garantir que chegou às mãos o fornecedor. Na
reclamação deve-se fazer constar:
•
Data, local na Net onde comprou;
•
Data de encomenda;
•
Quanto foi pago e a modalidade de pagamento;
•
O motivo da reclamação;
•
Solução(ões) para se ultrapassar o impasse.
Se a entrega não for efectuada no prazo e houver interesse na compra, deve-se solicitar
novamente o envio numa nova data. Ter atenção o aparecimento do débito no extracto a
fim de que o fornecedor não receba sem ter entregue a encomenda e, pelo facto que só
poderá rescindir o contrato antes do débito na conta bancária.
Se o prazo da entrega for ultrapassado e não houver interesse na compara poder-se-à
proceder a rescisão contratual. Se se verificar prejuízos pelo não recebimento em tempo
oportuno poder-se-à exigir uma indeminização.
Se o bem ou serviço adquirido não possui qualidade ou seja é defeituoso deve-se
devolvê-lo e exigir o retorno do que foi pago.
Se a encomenda não corresponde ao que foi solicitado deve informar ao fornecedor a
fim de se efectuar a troca, ou devolver exigindo a restituição do dinheiro.
Se o produto estiver avariado deve-se contactar o fornecedor exigindo-lhe a reparação,
troca, redução de preço ou a devolução do dinheiro.
Se não se conseguir chegar a um entendimento com o fornecedor poder-se-à se valer da
mediação do conflito por intervenção de uma entidade terceira podendo ser advogado,
solicitador ou ainda serviços que de seguida destaca-se:
•
Instituto do consumidor;
•
CIAC/GIAC-Centro de informação autárquico ao consumidor;
•
PAC-Posto de atendimento ao consumidor;
•
Associação de consumidores com endereços na Web-www.ic.pt;
•
Centros de arbitragem de conflitos de consumo.
2.5 perspectivas de evolução (contínuo)
O livro de hoje é um objecto feito de madeira de árvores, sucedendo os papiros que
sucederam a cerâmica da escrita cuneiforme, que por sua vez sucedeu a pedra.
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O livro electrónico não é recente. Há já bastante tempo que a Sony e a Knight Ridder
tinham tentado lançar aparelhos do género (funcionando com disquetes ou cassetes),
mas antes dos avanços tecnológicos trazidos pelos pequenos computadores pessoais
('laptops' e 'notebooks') e pelos «assistentes pessoais digitais». Muito, antes também da
Internet e da Web.
No caso de livros factuais estes poderão conter diagramas animados das estratégias de
batalha (como as actuais enciclopédias multimédia). O suporte poderá ser um “ leitor”,
uma peça de hardware capaz de ler textos, imagens, sons com um sistema aberto ( como
na internet). Esta peça teria o formato de um livro (A4) e um ecrã LCD equipado com as
colunas de modo a exibir som, poderia ter uma drive (tipo zip Yomega com capacidade
de 100 Mb) de forma a conter mais que um livro.
A compra dos livros poderia ser efectuada da seguinte maneira. Poder- se-ia selecionar
os livros numa livraria ou ainda através de catálogos digitais e, adquirir- se-à disquetes
ou CD-ROMs dos mesmos livros.
A Softbook Press, de Menlo Park - com o apoio de grandes editoras (Random
House, HarperCollins, Simon & Shuster e Fodor's) fez recentemente o
lançamento do 'Softbook', cujo peso é pouco mais de um quilo e o custo cerca de
300 dólares mais uma avença mensal por dois anos entre 10 a 20 dólares para a
aquisição de livros ou outros conteúdos que poderá armazenar até 100 mil
páginas de texto ou imagens.
O aparelho já vem com um 'modem' de 33,6 kps incorporado que lhe permite
ligar a uma linha telefónica e entrar em contacto com a rede da Softbook,
escolhendo e descarregando livros e outros documentos a partir de uma
biblioteca virtual. Permite-lhe inclusive criar o seu próprio 'Centro de
Informação', com documentos pessoais ou da empresa, dentro dessa biblioteca
central. Um código de encriptação não lhe permitirá, contudo, piratear os
conteúdos enviando-os outras pesoas, por exemplo, em anexo nas mensagens de
correio electrónico.
A simulação do livro é quase perfeita, mas deverá ser evitado choques, apesar de
vir revestido com uma capa em couro. O écran é a preto e branco; é táctil e tem
9,5 polegadas de espessura. Está sendo programado para permitir uma leitura
agradável. Pode escolher o livro ou documento que quer ler, pressionando na
imagem.
Algumas características do papel foram conservadas; pode-se tomar notas ou
sublinhar (com uma caneta digital apropriada) e, fazer marcações. E permite-lhe
operações como, por exemplo, associar automaticamente outros documentos e
hiperligações e mudar a fonte do texto para ler como preferir. O ‘Sofbook’ foi
criado por Jim Sachs, um dos ‘designers’ do <<rato>> do Macintosh..
Será mais caro (na ordem dos 500 dólares) e, em vez de ter uma ligação fechada
a uma biblioteca central, funciona apenas como canal de distribuição. O leitor
acede, através do seu computador pessoal à Internet, aos 'sítios' onde encontramse as editoras, livrarias virtuais ou outros fornecedores de conteúdos, e
descarrega o que desejar comprar. Depois passará do seu PC para o livro digital.
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2.6 perspectivas de inovação (descontínuo)
No que respeita ao livro electrónico, pela forma como a evolução tem-se encaminhado,
não se prevê, nenhum tipo de inovação descontínuo.
3. Conclusão
A pesquisa levada a cabo sobre o livro electrónico veio a confirmar-nos o carácter
controverso da questão.
Por um lado os pesquisadores acreditam que o e-book pelas suas características e
vantagens substituirá completamente o livro em suporte papel. Por outro lado outros
vêem-no como uma das muitas inovações que surgem diariamente. Os mais
equilibrados acreditam numa coexistência vantajosa, dado que para esses últimos, o
livro electrónico não veio substituir, mas complementar o tipo tradicional.
No que respeita a utilização do papel, os apologistas do e-electrónico acreditam que o
consumo do papel diminuirá drasticamente. Outros garantem que a percentagem do uso
do papel tem aumentado e que com a expansão do livro electrónico no mercado, será
maior. Para os que preferem o ponto do equilíbrio pensam que continuar-se-à a utilizar
o papel já que é mais fácil ler-se um documento impresso que sobre a tela; com
destaque para John Warnock, director executivo da Califórnia-based, o mesmo vê o
futuro com livros e publicações transmitidas on-line e impressa. Segundo ele, na
realidade, 80% do mundo continuará exactamente o mesmo. Apenas um pequeno
segmento da população mudará muito rápido.
Para o sector educativo, o surgimento de uma nova tecnologia conduz a repensar os
fundamentos do processo ensino aprendizagem.
Acredita-se que à semelhança da internet, o livro electrónico potencialmente poderá ser
um veículo da democratização do saber mas para isso é imprescindível que todos
tenham acesso à internet. Se efectivamente isso não acontecer haverá uma sociedade
muito mais segmentada (os que usam/não usam) e por conseguinte mais injusta. O ebook, como qualquer nova tecnologia poderá ser um veículo para a democratização do
saber ou o reforço das desigualdades sociais.
3.1 Benefícios, vantagens
O sucesso obtido pelos e-books não depende apenas de suas qualidades. Deve-se
também a uma série de condições favoráveis que não estavam reunidas há alguns anos,
particularmente o desenvolvimento de uma rede de distribuição mundial como é o caso
da Internet.
As
vantagens
do
e-book
relativamente a um livro em papel deve-se ao facto, dos textos poderem ser transferidos
instantaneamente da sua livraria na Web para o seu livro electrónico e podem ser
armazenado centenas de romances num artefacto do tamanho de um livro de bolso. Ou,
alternativamente, armazenar a biblioteca num PC. Um laptop moderno tem espaço para
armazenar mais de 30 mil livros. Além disso, o livro electrónico promete revolucionar a
leitura no mundo. Enquanto os livros de papel são objectos isolados, os electrónicos
podem incluir links em hipertexto para outros conteúdos. Além disso, é possível
personalizar os livros electrónicos, acrescentando as suas próprias anotações, links e
imagens.
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Com a tecnologia do livro electrónico, o conteúdo torna-se flexível.
O livro electrónico também vai revolucionar a indústria de livro. O custo da publicação
dos livros vai reduzir-se muito, em virtude da queda dos custos com materiais, mão-deobra, manufactura e distribuição. O preço dos livros a retalho cairá e as suas vendas
crescerão vertiginosamente.
É também importante considerar, o aspecto gratuito, tendo em conta que o leitor a não
paga para ler livros na Internet.
Do ponto de vista interactivo, Ruy A. Mattos acredita que o livro virtual é mais
interactivo porque o autor recebe logo o feed-back do seu trabalho.
As notícias estarão mais actualizadas do que nos jornais / revistas de papel comum, já
que os actuais ritmos industriais, que dependem da indústria gráfica, vão desaparecer.
Haverá, assim, pelo menos duas ou três edições completas por dia (no caso dos actuais
diários), além de uma coluna permanente de noticiário em tempo real.
O e-book possibilita a comunicação de texto à distância e evitará que os livros fiquem
esgotados. Devido a sua durabilidade diminuirá de certa forma o consumo do papel.
Para Laura Miller o e-book facilita a leitura na medida em que o aparelho permite
ajustar o brilho da tela. Por outro lado, garante o conforto por parte de quem lê
porquenão terá necessidade de carregar livros.
O e-book será de grande valia para os que sofrem de alergia, pois não terão que
manipular livros empoeirados. Tendo em consideração que há modelos que permitem
regular o tamanho das letras, acredita-se que os deficientes visuais terão maior acesso à
leitura e consequentemente ao saber.
O e-book tem todas as condições reunidas para a satisfazer o público nomeadamente,
•
a relação harmoniosa entre tecnologia/ preço de venda;
•
desenvolvimento da Internet;
•
a grande disponibilidade de títulos;
•
a simplicidade de utilização.
Entretanto há algumas desvantagens a destacar-se nomeadamente a perda da sensação
física do livros, o ritual da compra, entre outros.
Quanto à dedicatória e os autógrafos por enquanto não está clarificado se haverá
possibilidade de fazê-lo e de como fazê-lo no e-book.
3.2 Impacto para a Gestão da Informação
O
paradoxo
da
tecnologia
revela-se
pelo
facto
das
máquinas mais baratas e mais rápidas incentivarem o uso do papel. Uma impressora
moderna pode imprimir 10 páginas por minuto. E o volume de folhas consumidas
alcança, literalmente, dimensões astronómicas. Esses dados fazem parte de um estudo
divulgado pelo Instituto Worldwatch, em Washington, nos Estados Unidos.
É natural que o consumo de papel cresça. Por melhor que seja a imagem do ecrã do
computador, nenhuma se compara ao conforto de ler, estudar e fazer anotações num
texto impresso. Os estudos apontam pelo facto de que, para cada documento, faz-se uma
média de 19 cópias; um trabalhador americano típico costuma imprimir 12 mil folhas
por ano no seu escritório. Um estudo da Boeing revelou que o papel gasto no projecto
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de um 747 não cabe dentro do próprio avião. Além disso, apesar da disseminação do email, o volume de correspondência em papel aumentou 16% desde 1993. Com isso
tudo, o consumo de papel nas organizações cresceu 110% nas últimas duas décadas.
A chegada de um novo milénio multiplicou a utilização do papel. Para se precaverem
contra falhas de computadores no ano 2000, o chamado bug do milénio, os 183 maiores
bancos japoneses imprimiram todos os dados financeiros dos seus clientes, formando
um amontoado de papel três vezes mais alta do que o monte Fuji.
Barbara Hemphill, a maior especialista norte-americana em organização pessoal e
autora de Tamming the Paper Tiger, aconselha quando guardar uma cópia em
computador ou em papel, pelo facto que, muitas pessoas acreditam que é preferível
guardar os documentos em computador do que em arquivo de papel. Mas a autora
afirma que se se tiver de procurar um documento dentre 100 é muito mais rápido
encontrar-se o que estiver em suporte papel porque ao nível do computador ou de
disquetes é preciso tempo para visualizá-lo.
A recomendação vai no sentido de que deve-se armazenar no computador documentos
que terão de ser actualizados ou usados novamente. No entanto, para documentos que só
se usa uma vez, como por exemplo, uma carta de agradecimento ou um memo, é
preferível conservar-se uma cópia no arquivo de referência.»
Além disso as decisões não são tomadas pelo computador mas pelas pessoas. Portanto é
desnecessário imprimir tudo o que se encontrar no computador. Para além de não
ajudar, prejudica.
A questão é que essa explosão de consumo está a aumentar consideravelmente o uso do
papel. Ora, o papel corresponde a 40% do lixo urbano. O consumo também aumenta a
pressão sobre as florestas do mundo, pois 19% das árvores derrubadas são para fabrico
da celulose. Isso ameaça principalmente o que resta de áreas naturais na Rússia, na
Indonésia, nos Estados Unidos e no Canadá. Uma das melhores maneiras de reduzir o
custo ecológico do papel é aumentar a quantidade de celulose proveniente de florestas
plantadas de forma sustentável, reduzindo a procura de matéria-prima dos bosques
naturais. Um exemplo é o Brasil, que produz celulose a partir de plantações de pinheiros
e eucaliptos. E essas florestas artificiais são intercaladas com 30% de matas nativas,
ajudando a preservar a fauna local e as bacias hidrográficas. Hoje, a indústria brasileira
de celulose protege uma área natural com 1,4 milhões de hectares. Outra maneira de
reduzir o impacto ambiental do papel é investir em reciclagem, o que já vem a ocorrer.
Uma nova fábrica, que está em construção no Bairro de Bronx, em Nova Iorque, vai
usar só papel reciclado. Hoje, 43% do papel consumido no mundo é reutilizado. Esse
índice poderia chegar a 70%. Só os Estados Unidos gastam anualmente 44 milhões de
toneladas de papel, mais do que o que a China consome. Um dos grandes responsáveis
são as empresas.
Finalmente com o e-paper poder-se-à acabar com a utilização do papel. O e-paper será
sempre reutilizável, impermeável e poderá até ser transportado para qualquer local.
3.3 Onde saber mais
www.bookshop.co.uk/hme/hmepge.asp
www.oohoo.com/po
www.citdep.pt/act
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Referências bibliogáficas
www.centroatl.pt/edgest/edicoes2000
www.digito.ft/tecnologia
htt://00h00.com/po/ebook.concept/index.html
www. Ip.pt/recortes/150/1509.htm
www. Centro.atl.pt/edigest/ediçoes2000
www.expresso.pt/ed1421/e103.asp
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