TECNOLOGIA Tecnologia GARANTE SEGURANÇA DA TRANSMISSÃO Equipamento desenvolvido por especialistas de FURNAS, com custo menor que os similares no mercado, identifica falhas em linhas “Falha à terra”, “curto-circuito entre os condutores” e “rompimento total Em abril de 2004, a equipe formada da linha” são claramente identificados por Carlos Augusto Pardini, Juarez Ne- pelos aparelhos que geram uma lista de ves Cardoso e Ulisses de Vasconcelos eventos com alarmes, registrando as Ordones, apoiados por outros empre- falhas e armazenando-as para posterior gados do CTE.O, do Departamento de análise das linhas que ligam os bipolos Podução São Roque (DRQ. O) e do Escri- de corrente contínua aos eletrodos de tório de São Paulo (ESP. G), iniciou os aterramento. Em FURNAS, existem qua- estudos e, em junho do mesmo ano, os tro linhas de aterramento no elo da primeiros testes com o Suplemo foram Corrente Contínua em Alta Tensão realizados com sucesso, definindo, as- (HVDC), duas em Ibiúna, com 67 km, e sim, a estrutura do protótipo e o início duas em Foz do Iguaçu (PR), com 15 km. da elaboração e execução do equipa- Na perda de uma dessas linhas, o elo mento. Outro objetivo da equipe era pode deixar de transmitir 3.150 MW. desenvolver um produto com baixo “O desenvolvimento do equipamen- O 18 Redução de custo custo de produção e manutenção. primeiro equipamento, batiza- to foi motivado pelos furtos de cerca de “Após estudos e ensaios em labora- do como Supervisão das Linhas 3.850 metros de cabos de alumínio, ocor- tório e no campo, onde testamos gera- dos Eletrodos com Monitoração em ridos em fevereiro e março de 2004, nas ção de impulso, aquisição e transmissão Operação (Suplemo), foi instalado em linhas dos eletrodos da Subestação de de dados, proteção contra descargas janeiro deste ano na linha do Eletro- Ibiúna. Não existia proteção/supervisão atmosféricas, entre outros, terminamos do do Bipólo 1, da Subestação de que identificasse problemas nestas li- a construção do primeiro equipamento Ibiúna (SP). O segundo, na mesma uni- nhas quando o bipolo está trabalhando e o instalamos em janeiro deste ano. O dade, entrou em fase de teste na linha equilibrado. Uma falha na linha do ele- segundo, empregando técnicas diferen- do Eletrodo do Bipólo 2, em meados de trodo só tem reflexo em nível de sistema tes das utilizadas no primeiro, também maio. Foram desenvolvidos por especi- quando há um desequilíbrio de corren- com desempenho bastante satisfatório alistas do Centro Técnico de Ensaios e te no bipolo. Havendo desequilíbrio, a foi instalado em maio. O custo total de Medições (CTE.O), localizado próximo a diferença de corrente, que tende a fluir desenvolvimento dos quatro equipa- Usina de Furnas (MG), com o objetivo pela linha do eletrodo em condição de mentos, necessários para garantir a inte- de minimizar as conseqüências de falha, acabaria por provocar o desliga- gridade das linhas de eletrodo de furtos de cabos ao sistema. Os equipa- mento da metade da capacidade de FURNAS, foi de R$ 65 mil. Este valor é mentos permitem, ainda, que os ope- transmissão do elo da corrente contí- bem inferior a um similar utilizado pelas radores reconheçam, com segurança, nua, em caso de uma anormalidade não empresas do setor elétrico, cujo preço outros tipos de anormalidades e as percebida a tempo em uma das linhas”, unitário está em torno de R$ 400 mil, isto distâncias estimadas das ocorrências, destacou Juarez Neves Cardoso, um dos sem os outros gastos envolvidos na ins- agilizando soluções. pesquisadores do Suplemo. talação. Se a Empresa optasse pela utili- REVISTA FURNAS ANO XXXI Nº 323 AGOSTO 2005 Foto: Antônio Ferreira Marques Junior O Suplemo (acima) instalado na linha (ao lado) do eletrodo do Bipolo 1 monitora a ocorrência de falhas zação do modelo concorrente teria, no mínimo, um gasto de cerca de R$ 1,6 milhão para proteger suas linhas de eletrodos”, destacou Juarez Cardoso. O Suplemo é constituído de gerador de impulso elétrico de alta tensão e sistema de aquisição e transmissão de dados, aplicados diretamente à linha. Em operação normal, o pulso gerado se propaga pela linha com velocidade próxima à da luz e é refletido na conexão com o eletrodo de aterramento. O retorno do pulso refletido indica a integridade da linha. A forma de onda é capturada, digitalizada e enviada a um microcomputador na sala de controle da subestação. Uma análise é realizada pelo software e o resultado é apresentado continuamente no monitor. Caso haja uma falha na linha haverá uma alteração na forma e no atraso do pulso refletido. Desta forma, com base na alteração verificada, o software identifica o tipo de falha e faz, com boa precisão, o cálculo da distância estimada, apresentando os resultados ao operador e acionando o alarme de falha na linha. REVISTA FURNAS ANO XXXI Nº 323 AGOSTO 2005 19