Crônica: GPS no controle total
Entre os séculos XV e XVI, Cristovão Colombo, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, Juan
Ponce de León e Fernão de Magalhães avançavam suas caravelas, além dos limites imaginários
dos mares, em buscas de novas descobertas. Naquela época se guiavam pelas estrelas e
através da bússola, criada pelos chineses, no ano 2.000 A.C. Sem dúvida, a bússola foi o
antecessor do GPS. O sistema gráfico de navegação por satélite, sistema de posicionamento
global ou "geo-posicionamento por satélite" – (GPS) já é largamente utilizado no cotidiano e
contém basicamente três importantes elementos integrados: o aparelho receptor, o sistema
eletrônico ofertado pelos satélites que estabelecem as coordenadas de localização do
respectivo aparelho receptor e os mapas digitalizados das cidades, indicando graficamente a
respectiva localização no mapa. Inicialmente exclusivo para uso militar, virou modismo,
ocupando as ruas, integrado a outras aplicações tecnológicas. Sua utilização foi diversificada e
difundida com a chegada dos celulares 3G. O emprego dessa tecnologia permitiu desenvolver
e ampliar a segurança e o controle da movimentação de pessoas e objetos, a exemplo da
tornozeleira para presos e a gestão da frota de veículos de transporte de carga.
Também já está largamente difundido o uso de GPS em automóveis de passeio e utilitários,
porém os felizardos já identificaram a necessidade da sua evolução e outras destinações para
esse dispositivo. A primeira questão refere-se à voz feminina que indica a seqüência do roteiro
pré-estabelecido pelo motorista. Alguns usuários acham que a associação não é correta, pois
localização espacial ou senso de localização é um grave defeito de fábrica das mulheres.
Desconfiam da indicação do roteiro pronunciado por elas. Alguns motoristas até acreditam
que as falhas momentâneas de localização são decorrentes da confusão que essa senhora
provoca nos aparelhos instalados nos carros. Outros usuários acham que o nível de
informações proporcionado pelo GPS é baixo, em função do custo de sua aquisição. Já
imaginei algumas funcionalidades adicionais necessárias.
Senão vejamos: que tal se o GPS indicasse os buracos na via de acesso. Aqui em Recife sua
durabilidade seria menor e a voz ficaria rouca. O GPS também já deveria ser personalizado a
critério do gosto do freguês. Que tal, se ele indicasse os bares e boates, inclusive aqueles com
promoção de clone de bebidas. E que tal, se ele indicasse as lojas em promoção e liquidação.
Toda mulher seria sócia de um deles. Para os religiosos, o GPS poderia indicar quais os templos
e congregações, informando assim: “cruz a 200 metros, ao meu alarme, faça o sinal de pai
nosso”. Para os políticos, o GPS poderia informar assim: “eleitor cobrador à frente, desvie ou
retorne”. Também poderia ser assim: aperto de mão a 500 metros, político em campanha. O
GPS poderia ser mais humanizado, aceitando expressões populares, do tipo: “ cacete, volta
p.... ! Era para entrar à esquerda, seu burro. Para a classe das loiras, a mensagem seria assim:
essa é a 5ª vez que digo para entrar à esquerda. Fique calma, tenha fé, tente acertar, pois
ainda existem mais de 100 ruas à frente. Outro grupo de usuários poderia gostar da seguinte
indicação: “Atenção, bofe a 200 metros”. Observe que existe uma gama de possibilidades de
informações e aplicações que ainda poderão ser inseridas no GPS. Contudo, gostaria de avisar
aos namorados, aos recém casados e maridos, que não é necessário se justificar, quando seus
celulares 3G ficam constantemente ativados no “foursquare”. Nunca houve tanta tecnologia
para ajudar as mulheres no controle e no combate ao inesperado ”pula cerca”, usual deste os
tempos das caravelas.
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Crônica: GPS no controle total Entre os séculos