a escola e o mundo do trabalho
XVII colóquio afirse secção portuguesa
FREITAS, Maria de Fátima Quintal de
OLIVEIRA, Lygia Maria Portugal de
RESUMO
Este trabalho apresenta dados relativos à formação do docente e sua vida
cotidiana, em pesquisa exploratória realizada com o objetivo de caracterizar o professor do
ensino fundamental, seus planos e sonhos para o futuro, seu trabalho e os significados
psicossociais do ser professor no contexto atual. Foram aplicados questionários a
professores de 33 escolas da rede municipal de Curitiba, sendo 219 os respondidos, e
entregues de forma anônima. A maioria (95,9%) tem formação superior completa da qual
70,8% fizeram curso de especialização, com predominância em Educação. Destacam-se
(62,34% de respostas) os problemas relativos ao descaso, negligência, falta de interesse e
falta de compromisso das famílias dos alunos e da própria escola em relação à docência.
Os professores também apontaram os problemas e dificuldades no “relacionamento/
interação dentro da escola”. Neste segmento, a categoria “Desrespeito/ falta de valores/
ética” foi a mais citada (25,28% de indicações), seguida de “Falta de união/Espírito de
Equipe” (12,64 % de indicações). Quando os docentes foram questionados sobre o motivo
que os levaram a se tornar professor as categorias mais citadas foram a de “Prazer em
ensinar e transmitir conhecimentos, informações e/ou conteúdos específicos” com 56
indicações e “Vocação” com 54 indicações. O significado social de “ser professor”
aparece nas respostas e revela uma contradição atual existente no ensino público: todos
atribuem “máxima importância” ao docente, como “base da sociedade” na “formação de
cidadãos
críticos”,
mas
sentem-se
“desvalorizados
e
não
reconhecidos
pela
sociedade/governo/alunos” e “continuam por sua própria conta”. Como aspiração de
futuro destacam-se: aquisição de casa própria (24,6%) e tempo para convívio com
familiares (24,2%); realização de cursos de aprimoramento profissional (21,2%). Estes
dados mostram uma condição docente pouco valorizada, ao lado do próprio envolvimento
que mantém os docentes no seu trabalho. A perspectiva do trabalho e alternativas coletivas
não aparecem como possível, reforçando a visão da docência como uma prática individual
e de “vocação”. (CNPq)
PALAVRAS-CHAVE
Docência e Vida Cotidiana, Perspectiva Psicossocial da Docência, Educação e Psicologia
Social Comunitária
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FREITAS, Maria de Fátima Quintal de OLIVEIRA, Lygia Maria