Consumo Consciente do Dinheiro e do Crédito
Desenvolvido em parceria com o Instituto Akatu
cap.
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Armadilhas do consumo algumas dicas
Consumir sem perceber
Quem jamais passou pela experiência de sair de casa com R$ 50 na carteira e, ao final do dia,
constatar que gastou tudo, sem conseguir se lembrar onde? Pequenos gastos feitos de maneira
imperceptível somam quantias significativas ao longo do tempo.
Outro exemplo de gasto cotidiano que nos surpreende pela dimensão que adquire depois de
algum tempo é o uso do celular, que, pouco a pouco, resulta em um gasto muito acima do que
poderíamos prever.
Com um pouco de disciplina, é possível economizar a cada mês (os números são apenas para
exemplificar):
• R$ 50 nas contas somadas dos telefones fixos e celulares da família, evitando-se ligações
desnecessárias e se transmitindo recados de modo rápido ao telefone;
• R$ 30 em combustível, trocando-se o carro por carona, caminhada ou transporte
público um dia por semana;
• R$ 50 com o planejamento cuidadoso das compras de supermercado e do sacolão;
• R$ 20 com o pagamento das contas em dia, evitando-se o pagamento de juros e multas;
• R$ 100 evitando-se comprar por impulso;
• R$ 50 evitando-se comprar produtos pagos a prestação cuja obtenção ou não era
necessária ou poderia ter sido adiada, com isso se evitando o pagamento de juros;
• R$ 50 reduzindo-se o consumo de bebidas ou cigarros;
• R$ 50 na busca por opções de lazer gratuitas, trocando-se a ida às compras por um
passeio em parques públicos, por exemplo;
• R$ 60 substituindo-se a alimentação fora de casa, por exemplo, pelo investimento em
dotes culinários nos finais de semana;
• R$ 20 na conta mensal de luz, apagando-se a luz sempre que se sair de um cômodo,
por exemplo;
• R$ 50 unindo esforços de redução de gastos de outros membros da família.
Todas essas economias somam, em um mês, R$ 530. Se essa quantia for aplicada, todos os meses
em uma caderneta de poupança, a uma taxa de 6% ao ano, será possível acumular, em dez anos,
pouco mais de R$ 85 mil e, em 20 anos, cerca de R$ 240 mil, valores significativos para qualquer
família brasileira.
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Consumo com pagamento ao final do mês
Outras armadilhas que desequilibram o orçamento familiar são os gastos com água, luz e telefonia.
Sem grande dificuldade, é possível fazer grandes economias:
Água
Bacias sanitárias com caixa acoplada gastam, em média, 12 litros de água a cada vez que a descarga
é acionada. Se isso ocorrer 5 vezes por dia, o gasto diário é de 60 litros de água. Existem bacias
sanitárias mais modernas, que gastam, a cada descarga, de 3 a 6 litros, o que significaria um gasto
diário de 15 a 30 litros de água e uma economia de 30 a 45 litros por dia. Ao longo de um ano, essa
economia seria de 11 mil a 16,5 mil litros de água, o suficiente para suprir todas as necessidades de
água de 90 a 130 pessoas por um dia.
O vazamento de um pequeno furo de 2 mm em um cano desperdiça até 3.200 litros de água em um
dia. Essa quantidade de água é suficiente para saciar a sede de uma família de 4 pessoas por cerca
de um ano e um mês. Em um mês, escorrem por esse pequeno vazamento 96 mil litros, o suficiente
para suprir todas as necessidades de água de uma pessoa por 26 meses ou as necessidades de água
para beber dessa família por 33 anos.
Energia
Geladeiras, chuveiros e aparelhos de ar-condicionado são grandes consumidores de energia. Mas
o consumidor só descobre a dimensão do gasto de energia quando chega a conta no final do mês.
Há várias maneiras de economizar:
1) Os aparelhos de ar-condicionado são os maiores consumidores de energia elétrica
em uma residência. Durante o verão, chegam a ser responsáveis por um terço do gasto
doméstico com eletricidade, segundo cálculos do Programa Nacional de Conservação
de Energia Elétrica (Procel). Para gastar menos, basta garantir que as portas e janelas
estejam fechadas enquanto o aparelho estiver ligado.
2) Para reduzir o consumo de energia de geladeiras e freezers, é preciso mantê-los em
local ventilado e longe do fogão, assim como verificar se a vedação de suas portas está
funcionando bem (para isso, basta ver se existe um vão entre a borracha da porta e o
corpo do aparelho, tentando passar uma folha de papel entre ambos).
3) O chuveiro elétrico é outro equipamento que consome muita energia. Se cada pessoa
reduzir a ducha diária de 12 para 6 minutos, a economia resultante será suficiente
para manter uma lâmpada acesa por 7 horas. Se 1 milhão de famílias fizer o mesmo,
a economia diária de energia elétrica será equivalente à potência prevista da Usina
Nuclear Angra III, ainda em construção.
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Telefone
O desenvolvimento do país mudou o perfil dos gastos dos brasileiros nos últimos anos. Na
Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) de 1987/1988, realizada pelo IBGE, as despesas com telefonia
correspondiam a 2,1% do orçamento das famílias. Na POF de 2002/2003, passaram para 4,2% das
despesas totais. Despesas com telefonia celular e as decorrentes do uso da internet fizeram dobrar
o peso desse item nas contas domésticas.
Como exemplo de quanto se pode economizar nos gastos com telefone fixo, considerando-se que
o gasto da família média brasileira em 2002/2003 com isso era de R$ 39,45 por mês, se a família
economizasse 20% desse valor, equivalente a cerca de 8 minutos a menos por mês em conversas
telefônicas, e colocasse essa economia na poupança a 6% ao ano de juros, no período de vida de
seus membros (72 anos, segundo a expectativa de vida brasileira atual), essa família acumularia R$
106 mil.
Doze princípios do consumidor consciente do Instituo Akatu
O Instituto Akatu elaborou, em 2006, os “Doze princípios do consumidor consciente”, com o objetivo
de ajudar o consumidor a avaliar os impactos de seu consumo e a fazer escolhas mais conscientes.
Esses princípios são:
1) Planeje suas compras - Não seja impulsivo: planeje antecipadamente e, com isso,
compre menos e melhor.
2) Avalie os impactos de seu consumo - Leve em consideração o meio ambiente e a
sociedade em suas escolhas de consumo.
3) Consuma apenas o necessário - Reflita sobre suas reais necessidades e procure viver
com menos.
4) Reutilize produtos e embalagens - Não compre outra vez o que você pode consertar,
transformar e reutilizar.
5) Separe seu lixo - Recicle e contribua para a economia de recursos naturais, para a
redução da degradação ambiental e para a geração de empregos.
6) Tome crédito conscientemente - Pense bem se o que você vai comprar a crédito não
pode esperar, e esteja certo de que poderá pagar as prestações.
7) Conheça e valorize as práticas de responsabilidade social das empresas - Em suas
escolhas de consumo, não olhe apenas o preço e a qualidade. Valorize as empresas em
função de sua responsabilidade para com os funcionários, a sociedade e para com o
meio ambiente.
8) Não compre produtos piratas ou contrabandeados - Compre sempre do comércio
legalizado e, dessa forma, contribua para gerar empregos estáveis e para combater o
crime organizado e a violência.
9) Contribua para a melhoria de produtos e serviços - Adote uma postura ativa e envie
às empresas sugestões e críticas construtivas sobre seus produtos/serviços.
10) Divulgue o consumo consciente - Seja um militante da causa: sensibilize outros
consumidores e dissemine informações, valores e práticas do consumo consciente.
Monte grupos para mobilizar seus familiares, amigos e pessoas mais próximas.
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11) Cobre dos políticos - Exija de partidos, candidatos e governantes propostas e ações
que viabilizem e aprofundem a prática do consumo consciente.
12) Reflita sobre seus valores - Avalie constantemente os princípios que guiam suas
escolhas e seus hábitos de consumo.
No próximo capítulo, veremos a importância de definir objetivos e metas no planejamento.
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