Consumo Consciente do Dinheiro e do Crédito
cap.
Desenvolvido em parceria com o Instituto Akatu
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Como fazer um
orçamento familiar
Um bom controle das entradas e saídas de dinheiro é fundamental para que as metas de curto,
médio e longo prazo possam ser alcançadas. Para isso, é preciso ter um orçamento que inclua uma
previsão de tudo o que se espera receber e pagar num determinado período.
Conceito de receita: o que entra (ganhos)
Receita é todo valor monetário recebido por uma pessoa ou por uma família.
Tipos de receita
Há vários tipos de receita, como o salário ou o rendimento de autônomo, os aluguéis recebidos
e outras rendas. Para efeito do orçamento, deve-se trabalhar com o valor recebido efetivamente,
isto é, já descontados os impostos. No caso de rendimentos não fixos, deve-se utilizar para efeito
de orçamento um valor conservador, ou seja, sem que se tenha otimismo e se considerando como
referência o valor dos meses de menor ganho. Isso de forma a não superestimar as receitas e, assim,
ficar com a impressão de que se terá mais dinheiro do que de fato se pode esperar. Quando se trata
de orçamento, é sempre melhor ter surpresas positivas (ganhou mais do que havia previsto) do que
negativas (faltou dinheiro para todos os gastos realizados).
Conceito de despesa: o que sai (gastos)
Despesa é todo valor monetário pago em troca de produtos ou serviços. São todos os gastos
realizados durante um período, do cafezinho ao aluguel ou prestação do carro.
Tipos de despesas
É possível classificar as despesas em três tipos: fixas, variáveis e arbitrárias.
As despesas fixas são aquelas que não mudam de um período para outro. São, por exemplo, as
despesas de aluguel, condomínio, mensalidade da escola, plano de saúde, que são fixas por um
longo período de tempo, sendo em geral alteradas de um ano para outro. Não é possível reduzir
esse tipo de despesa, a menos que haja mudanças significativas no seu estilo de vida.
As despesas variáveis são aquelas cujos valores variam de um período para outro. São exemplos os
valores das contas de eletricidade, telefone, supermercado. Essas despesas têm que ser pagas, mas
é possível controlar e reduzir esses gastos sem mudanças substanciais no estilo de vida.
As despesas adicionais são aquelas não obrigatórias, que se pode escolher fazer ou não, como,
por exemplo a compra de roupas, os gastos em restaurante, cabeleireiro, festas, etc. Não é possível
eliminar totalmente as despesas adicionais, mas é possível estipular uma quantia mensal máxima
para cada uma delas, e assim administrá-las dentro de certas prioridades.
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Como fazer um orçamento familiar
Para montar um orçamento, é preciso listar separadamente todas as receitas e todas as despesas
previstas para um determinado período.
Após fazer essa listagem, as receitas e as despesas devem ser totalizadas. Idealmente, as receitas
devem superar as despesas, e a diferença deve ser destinada aos investimentos, quer sejam de
natureza financeira, quer se tratem da compra de bens imóveis, ou ainda do pagamento de dívidas.
Caso existam dívidas, elas devem ser examinadas cuidadosamente, com a avaliação de custos (juros,
taxas) e riscos, em caso de atrasos ou dificuldades de pagamento. Dívidas com juros altos devem
ser renegociadas para redução nas taxas, ou substituídas por outras, com prazos e custos mais
favoráveis. Salvo em casos excepcionais (dívidas de longo prazo, com juros baixos ou condições
especiais), em geral, o ideal é liquidar suas dívidas o quanto antes, pois elas implicam custos de
juros, além de frequentemente gerarem incertezas na gestão financeira.
Como regra básica, uma dívida só vale a pena em situações de emergência, para a construção de
patrimônio (imóveis, por exemplo) ou se o uso dos recursos obtidos gerar, com grande certeza,
ganhos maiores do que os custos com juros, taxas e garantias.
Caso isso não ocorra, a família deve se reunir para verificar quais gastos podem ser eliminados ou
reduzidos de forma a, no mínimo, balancear as despesas com as receitas previstas.
O orçamento de receitas e despesas deve considerar também os gastos sazonais, como os que
ocorrem na volta às aulas, o pagamento do IPVA do automóvel no início do ano, o pagamento
de seguros, os gastos em datas comemorativas, as despesas com as férias da família. Esses gastos
podem representar uma parcela substancial do orçamento, daí a importância de serem considerados
cuidadosamente ao se fazer o orçamento.
É fundamental incluir no orçamento, também, uma reserva para imprevistos, como gastos extras
com a saúde ou com o conserto de carro.
Não há uma fórmula fixa para o orçamento familiar. Cada família tem as suas prioridades, suas
metas de curto, médio e longo prazos. Somente a partir de reflexão, auto-observação e de
acompanhamento é possível fazer um orçamento que possa ser cumprido, o que resulta em ganhos
que superam as várias despesas, e em reservas para poupança e para imprevistos.
No próximo capítulo, ampliaremos o entendimento da relação entre consumo consciente e
planejamento financeiro.
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