Consumo Consciente do Dinheiro e do Crédito cap. Desenvolvido em parceria com o Instituto Akatu 20 Como fazer um orçamento familiar Um bom controle das entradas e saídas de dinheiro é fundamental para que as metas de curto, médio e longo prazo possam ser alcançadas. Para isso, é preciso ter um orçamento que inclua uma previsão de tudo o que se espera receber e pagar num determinado período. Conceito de receita: o que entra (ganhos) Receita é todo valor monetário recebido por uma pessoa ou por uma família. Tipos de receita Há vários tipos de receita, como o salário ou o rendimento de autônomo, os aluguéis recebidos e outras rendas. Para efeito do orçamento, deve-se trabalhar com o valor recebido efetivamente, isto é, já descontados os impostos. No caso de rendimentos não fixos, deve-se utilizar para efeito de orçamento um valor conservador, ou seja, sem que se tenha otimismo e se considerando como referência o valor dos meses de menor ganho. Isso de forma a não superestimar as receitas e, assim, ficar com a impressão de que se terá mais dinheiro do que de fato se pode esperar. Quando se trata de orçamento, é sempre melhor ter surpresas positivas (ganhou mais do que havia previsto) do que negativas (faltou dinheiro para todos os gastos realizados). Conceito de despesa: o que sai (gastos) Despesa é todo valor monetário pago em troca de produtos ou serviços. São todos os gastos realizados durante um período, do cafezinho ao aluguel ou prestação do carro. Tipos de despesas É possível classificar as despesas em três tipos: fixas, variáveis e arbitrárias. As despesas fixas são aquelas que não mudam de um período para outro. São, por exemplo, as despesas de aluguel, condomínio, mensalidade da escola, plano de saúde, que são fixas por um longo período de tempo, sendo em geral alteradas de um ano para outro. Não é possível reduzir esse tipo de despesa, a menos que haja mudanças significativas no seu estilo de vida. As despesas variáveis são aquelas cujos valores variam de um período para outro. São exemplos os valores das contas de eletricidade, telefone, supermercado. Essas despesas têm que ser pagas, mas é possível controlar e reduzir esses gastos sem mudanças substanciais no estilo de vida. As despesas adicionais são aquelas não obrigatórias, que se pode escolher fazer ou não, como, por exemplo a compra de roupas, os gastos em restaurante, cabeleireiro, festas, etc. Não é possível eliminar totalmente as despesas adicionais, mas é possível estipular uma quantia mensal máxima para cada uma delas, e assim administrá-las dentro de certas prioridades. 1 de 2 santander.com.br/sustentabilidade Consumo Consciente do Dinheiro e do Crédito Desenvolvido em parceria com o Instituto Akatu cap. 20 Como fazer um orçamento familiar Para montar um orçamento, é preciso listar separadamente todas as receitas e todas as despesas previstas para um determinado período. Após fazer essa listagem, as receitas e as despesas devem ser totalizadas. Idealmente, as receitas devem superar as despesas, e a diferença deve ser destinada aos investimentos, quer sejam de natureza financeira, quer se tratem da compra de bens imóveis, ou ainda do pagamento de dívidas. Caso existam dívidas, elas devem ser examinadas cuidadosamente, com a avaliação de custos (juros, taxas) e riscos, em caso de atrasos ou dificuldades de pagamento. Dívidas com juros altos devem ser renegociadas para redução nas taxas, ou substituídas por outras, com prazos e custos mais favoráveis. Salvo em casos excepcionais (dívidas de longo prazo, com juros baixos ou condições especiais), em geral, o ideal é liquidar suas dívidas o quanto antes, pois elas implicam custos de juros, além de frequentemente gerarem incertezas na gestão financeira. Como regra básica, uma dívida só vale a pena em situações de emergência, para a construção de patrimônio (imóveis, por exemplo) ou se o uso dos recursos obtidos gerar, com grande certeza, ganhos maiores do que os custos com juros, taxas e garantias. Caso isso não ocorra, a família deve se reunir para verificar quais gastos podem ser eliminados ou reduzidos de forma a, no mínimo, balancear as despesas com as receitas previstas. O orçamento de receitas e despesas deve considerar também os gastos sazonais, como os que ocorrem na volta às aulas, o pagamento do IPVA do automóvel no início do ano, o pagamento de seguros, os gastos em datas comemorativas, as despesas com as férias da família. Esses gastos podem representar uma parcela substancial do orçamento, daí a importância de serem considerados cuidadosamente ao se fazer o orçamento. É fundamental incluir no orçamento, também, uma reserva para imprevistos, como gastos extras com a saúde ou com o conserto de carro. Não há uma fórmula fixa para o orçamento familiar. Cada família tem as suas prioridades, suas metas de curto, médio e longo prazos. Somente a partir de reflexão, auto-observação e de acompanhamento é possível fazer um orçamento que possa ser cumprido, o que resulta em ganhos que superam as várias despesas, e em reservas para poupança e para imprevistos. No próximo capítulo, ampliaremos o entendimento da relação entre consumo consciente e planejamento financeiro. 2 de 2 santander.com.br/sustentabilidade