Jornal do Commercio • Sexta-feira e fim de semana, 18, 19 e 20 de setembro de 2015 • Opinião • A-11 A regulamentação da mediação no Brasil ADRIANA ANCELMO O ovo Código de Processo Civil instrumentalizou, de uma vez por todas, o denominado sistema multipor tas que gera, hoje, a possibilidade de se promover a solução consensual dos conflitos, especialmente nas modalidades de conciliação e mediação.Essa clara modificação de paradigmas se deve ao enorme anseio do Poder Judiciário e da sociedade em evitar que se eternizem os conflitos de interesses, em claro prejuízo aos cidadãos e à economia. Com o incentivo desses denominados instrumentos espera-se superar os já tão debatidos obstáculos ao acesso à justiça para, em tempo razoável e, em boa parte sem judicialização, solucionar divergências surgidas na sociedade. Sem sombra de dúvidas, a médio prazo, tais medidas não só promoverão significativa diminuição do número de conflitos que assolam o Poder Judiciário como, também e especialmente, oferecerão uma solução mais adequada, célere e econômica. Vale, aqui, dar uma atenção especial à mediação, que, nas práticas comerciais, onde se pretende a continuidade da relação entre as partes, poderá gerar, além dos já mencionados benefícios, a manutenção e estabilidade dos contratos firma- O novo Código de Processo Civil instrumentalizou, de uma vez por todas, o denominado sistema multiportas que gera, hoje, a possibilidade de se promover a solução consensual dos conflitos, especialmente nas modalidades de conciliação e mediação dos e, o mais importante, a continuação pacífica da tratativas existentes. Isto porque, nos procedimentos de mediação, a solução é consensual e definida pelas partes. Não se fala, aqui, em vencedores e perdedores, diferentemente da decisão adjudicada pela via de um terceiro (Juiz ou Árbitro). Os contratos poderão, inclusive, prever a necessidade de submissão do conflito a sessões de mediação, condicionando a sua realização à propositura de eventual ação judicial, privilegiando o exaurimento de todas as tentativas de solução amigável. Havendo essa previsão contratual, o Juiz ou o Árbitro deverá suspender o processo, excetuandose dessa regra as medidas urgentes que poderão ser apreciadas, desde já, pelo Órgão competente. O potencial de eficácia dessa ferramenta fez com que ela fosse, também, regulada pelo legislador para os processos judiciais, nos quais poderá ser determinada a qualquer tempo, de ofício pelo Juiz ou a requerimento prévio das partes, de acordo com as disposições previstas no novo Código de Processo Civil e na Lei específica. O que se verifica hoje é que o legislador disponibilizou um leque de alternativas, no intuito de aprimorar as resoluções dos conflitos surgidos, em especial os contratuais e empresariais. Aos operadores do direito e advogados fica a tarefa de dar publicidade a essas práticas para que, junto aos interessados, avaliem a sua pertinência e utilidade nas suas negociações, contratos e conflitos. E desta forma, contribuam para a real eficácia de tais inovações. Aos operadores do direito e advogados fica a tarefa de dar publicidade a essas práticas para que, junto aos interessados, avaliem a sua pertinência e utilidade nas suas negociações, contratos e conflitos. E desta forma, contribuam para a real eficácia de tais inovações Depois do Estado-nação Futebol na academia CANDIDO MENDES ARNALDO NISKIER MEMBRO DO CONSELHO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A ALIANÇA DAS CIVILIZAÇÕES. DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS E DA COMISSÃO DE JUSTIÇA E PAZ DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS, MEMBRO DO CONSELHO TÉCNICO DA CNC E PRESIDETNE DO CIEE/RJ Foi uma sessão extremamente alegre e caracterizada pela fala predominante sobre a vida desportiva de alguns imortais. O Outros imortais Acadêmico Marcos Vilaça teve a delicadeza de se referir ao passado de atleta do seu confrade Arnaldo Niskier. Citou suas 56 lembraram medalhas, conquistadas como nadador e jogador de basquetebol e futebol, defendendo as cores do América e do Clube Muniexperiências cipal. Por este chegou ao título carioca de basquetebol da Segunda Divisão, no ano de 1957. similares e O tema quase incendiou o plenário da Academia Brasileira de Letras. O Acadêmico e poeta Ferreira Gullar saiu da sua tradicioalguns citaram nal timidez para contar que, jovem ainda, em São Luís, participou de algumas partidas de futebol. Magro e alto, ganhou o apesuas paixões lido de “Periquito”. Foi uma gargalhada geral. Outros imortais lembraram experiências similares e alguns clubísticas, o que citaram suas paixões clubísticas, o que transformou a sessão numa prova de que a casa de Machado de Assis não despreza o transformou a esporte das multidões. Quando terminou a reunião, veio à luz o fato de que tínhamos sessão numa esquecido de citar o poeta Coelho Neto, torcedor fanático do Fluminense. Se José Lins do Rego foi lembrado como torcedor prova de que a apaixonado do Flamengo, por que esquecer o pai do craque Preguinho? Então, me dispus a elaborar uma efeméride para recorcasa de Machado dar (o que faria na ABL pela segunda vez) quem tinha sido Coelho Neto para o esporte carioca e brasileiro. Além, é claro, de de Assis não mencionar os seus méritos de “príncipe dos nossos poetas.” Coelho Neto, filho de português com índia civilizada, nascido despreza o no Maranhão, fez vida literária no Rio de Janeiro. Foi professor de Literatura do Colégio Pedro II. Com grande colaboração na esporte das imprensa, deixou 112 obras publicadas e 50 peças teatrais. Alcançou a presidência da Academia Brasileira de Letras. Sua obra multidões. foi diversificada, o que contribuiu para a crítica dos invejosos. Escreveu romances, contos, crônicas, teatro, poesia memórias, conferências, antologias e livros didáticos. Segundo Afrânio Coutinho, na sua apreciada Enciclopédia de Literatura Brasileira, editada pelo MEC, em 1990, “o modernismo condenou-o como representante do passadismo, acusado de afetação, palavreado rebuscado e enfático, abuso de termos incomuns, prolixidade e helenismo.” Era muita coisa para um só estilo, mas as críticas, com o tempo, foram atenuadas e ele teve o reconhecimento da sua obra. Com a esposa Gabriela, teve 14 filhos e lutou muito para sustentar a família. Entrou para o quadro social do Fluminense Futebol Clube, do qual se tornou fanático torcedor. Alguns dos seus filhos defenderam as cores do clube tricolor, o mais famoso deles, Preguinho. Num FlaxFlu, em 1912, entrou em campo com a bengala em riste, querendo pegar o juiz, que não concordou com a defesa de uma penalidade máxima por parte do grande goleiro Marcos Carneiro de Mendonça (que começou a carreira no América F.C.) Se a turma do deixa disso, que já existia na época, não tivesse interferido, o nosso acadêmico teria acabado com o juiz, que na época era chamado de referee. A paixão pelo Fluminense era tão grande que foi autor do seu primeiro hino, para comemorar a inauguração da terceira sede. O coração era mesmo tricolor. Deparamos, desde a aparição do Isis, uma mudança, sem volta, da noção da convivênNo quadro dos cia que pede a humanidade contemporânea. Enfrentamos o abandono do entendimento conflitos, de dos Estados nacionais como atores das guerras do século XX. No quadro dos conflitos, de toda forma, toda forma, sempre se presumia a irrestrita convivência internacional. O que se observa, sempre se agora, é a negação radical dessa premissa, com a emergência do Estado Islâmico, o defipresumia a nitivo abate de toda ideia desse mesmo Estado nacional e a afirmação do califado, radiirrestrita calmente excludente e dominador. Despontam as novas diásporas, implicanconvivência do, nessas distintas migrações, a saída das populações ameaçadas de extermínio pelo internacional. Isis; as explosões no Meio Oriente de um terrorismo errante; as rupturas pontuais, como O que se a do Turcomenistão, Afeganistão ou Paquistão, numa quebra radical com o status quo observa, agora, político desses países. Pergunta-se, ainda, se as novas levas, crescentes e maciças, de traé a negação vessia do Mediterrâneo aos países europeus representaria um êxodo continental da miséradical dessa ria, na percepção, sobretudo africana, da busca, sem volta, da afluência. E tal, mormente, premissa, com em Estados recém-constituídos, após a superação do colonialismo, e, talvez, nostálgicos a emergência da melhoria social relativa e condicional no quadro das antigas dominações. do Estado Na América Latina, é o Brasil que enfrenta, de saída, essas novas diásporas, marcadas peIslâmico lo afluxo crescente de haitianos em nossas áreas fronteiriças. A interrogação que emerge é a de sabermos se iremos à efetiva assimilação, com a outorga da naturalização sistemática ou com o status de dupla nacionalidade aos nossos vizinhos. Assistimos, nos últimos meses, a uma radical reformulação da perspectiva europeia no recebimento desse influxo, pelas suas principais economias mais abastadas. E impressiona como, após a primeira retração, passamos essas semanas a uma explosão de acolhida na Alemanha, na França e, agora, na Espanha. O que começou com o Isis pode pôr à prova, a prazo curto, o repto de fundo, que começa com as miríades de barcos no Mediterrâneo. Levarão tais diásporas, a seu tempo, a uma reação, pela defesa das identidades locais, ou, tardiamente, às políticas pós-nacionais de redistribuição de renda, em escalas realmente continentais, e sem volta? RIO DE JANEIRO www.jornaldocommercio.com.br E-mail: [email protected] SÃO PAULO Rua Fonseca Teles, 114/120 - CEP 20940-200 Rio de Janeiro - RJ Telefone geral: (21) 2223-8500 [email protected] BRASÍLIA MINAS GERAIS Avenida Moema, 170 - 60 andar - Conjs 64 SCN – Qd.01 - Bloco"F"- Ed. America Office Tower - Sala Planalto Paulista - São Paulo - SP - CEP 04077-020 711 - Asa Norte - Brasília/DF- (61) 3037-1280 / 1282 (11)5051-5115 [email protected] CEP: 70711-905 - [email protected] Rua Tenente Brito Melo, 1223 Cj 604 Barro Preto - Belo Horizonte Tel: (31)3048-2310 - CEP 30180-070 REDAÇÃO EDITORA-EXECUTIVA - JÔ GALAZI: [email protected]/[email protected] EDITORES-JORGE CHAVES: [email protected] - PEDRO ARGEMIRO: [email protected] - LUÍS EDMUNDO ARAÚJO: [email protected] - VINICIUS PALERMO: [email protected] WALTER DUARTE: [email protected] - KATIA LUANE: [email protected] MARTHA IMENES: [email protected] - RICARDO GOMES: [email protected] - SERVIÇOS NOTICIOSOS Agências Estado, Brasil, Bloomberg e Reuters DEPARTA MENTO COMERCIAL RIO [email protected] (21)2223-8590 SUPERINTENDENTE ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA Diretor Comercial Gerente Comercial JAIRO PARAGUASSÚ [email protected] ELVIRA ALVANÉ [email protected] SÃO PAULO Gerente Comercial WALDEMAR GOCKOS FILHO [email protected] (11) 5051-5115 MINAS GERAIS MÍDIA BRASIL COMUNICAÇÃO LTDA. 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