4 Empregos %HermesFileInfo:Ce-4:20130818: O ESTADO DE S. PAULO DOMINGO, 18 DE AGOSTO DE 2013 Conarh No coletivo, a base da boa gestão “Reinventar a gestão: uma construção coletiva.” Este é o ponto inicial do 39º Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas (Conarh), que será realizado a partir de segunda-feira e se estende até 22 de agosto, no Transamérica Expo Center, em São Paulo. A edição 2013 do evento parte do consenso que é necessário criar um ambiente em que os resultados financeiros sejam alcançados sem prejuízo da realização pessoal dos colaboradores ENTREVISTA Leyla Nascimento, presidente nacional da ABRH O mundo muda e o RH deve se recriar Segundo a líder do setor, os mercados se transformam, os processos se alteram e a gestão se adapta num aprendizado constante DIVULGAÇÃO Luiz Carlos de Assis ESPECIAL PARA O ESTADO Todos que olharem à sua volta vão notar: o mundo está mudando. Está sempre mudando. Ainda mais nestes tempos de internet, redes sociais e conceitos em alta velocidade. Para o mundo corporativo, não é diferente: os mercados transformam-se. Os processos se alteram e a gestão tem de seguilos. Como poderia ser outro o tema do 39º Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas – Conarh ABRH 2013 senão este: Reinventar a Gestão - Uma Construção Coletiva? “É o cenário que assistimos todos os dias, no Brasil e no mundo”, diz Leyla Nascimento, presidente nacional da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH). Ela está no cargo desde 2010 – acabou de ser reeleita. E foi presidente da ABRH-RJ de 2004 a 2009. Especialista em gestão de organizações, graduada em pedagogia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Leyla mostra o que entende por gestão de pessoas: um aprendizado constante, que é, em linhas gerais, o tema do 39º Conarh ABRH 2013. l O que mudou no mundo para fazer mudar a área de RH? As questões que serão discutidas estão por aí, no mundo inteiro, com aplicação no Brasil, é claro. Neste ano, assistimos aos Estados Unidos enfrentando graves questões econômicas, tentando dar um retorno de competitividade. A Europa, igualmente, vive uma dificuldade muito grande, com as empresas diante de uma crise. A China é o ponto fora da curva, que entra com força total, estratégia focada em exporta- esses modelos, forçosamente, tem de ser coletivos, como bem mostram as mídias sociais: coletivamente, adicionam-se pessoas, práticas e lideranças. Não se pode pensar em não criar esse vínculo de rede. ções e vasta relação comercial com todos os demais países de todos os continentes. l Como está o Brasil em todo esse quadro? Nisso tudo, está o Brasil, uma economia emergente, que vem se destacando pelo equilíbrio que conseguiu manter desde a crise global iniciada em 2008. Isso repercute nas organizações, nas empresas. Sempre que aumenta o investimento, em busca de novos mercados, há um impacto natural na área de RH. É a divisão mais importante de qualquer organização – aquela que lida com pessoas. E os modelos de gestão conhecidos já não atendem mais às necessidades do negócio, muito menos às aspirações dos colaboradores. l Vão mudar as pessoas e, assim, as empresas? É claro que grande parte das empresas brasileiras não está acostumada a trabalhar dessa maneira. E a educação, tradicional, não ajuda a enxergar os enormes desafios e as possíveis soluções que todos precisamos construir em conjunto. Mas em todos os processos, as pessoas é que são as protagonistas de toda e qualquer transformação. E é isso que perseguimos. Leyla. “Há que se ter novos modelos. E esses modelos, forçosamente, têm de ser coletivos, como bem mostram as mídias sociais” l Todas essas transformações implicam, então, uma nova visão para o RH? Se o mundo está mudando, as pessoas e a área de RH também têm de mudar. Ou seja, se reinventar. Em um mundo competitivo, em que as empresas lutam para se manter no mercado, as organizações têm de se antecipar aos cenários. Para os gestores de RH é básico fornecer o combustível que vai garantir o futuro. l Os gestores de RH estão pre- parados para isso? Por mais que você tenha uma formação sólida e muitos anos de experiência na gestão de empresas, isso já não basta. A gestão tem de ser reinventada. Na era da mobilidade e do compartilhamento, precisa ser uma construção coletiva. l Todo mundo vai ter de rea- prender tudo? Tudo que se aprendeu já não vale mais. Se o País é chamado a seguir uma pauta diferenciada, os processos devem mudar para atender às novas exigências. E, sem dúvida, mudam também as competências e, afinal, as pessoas. É aí que impacta na nossa área. to é, as organizações já não podem mais ficar presas a organogramas e muito menos centradas em si mesmas. Há uma inter-relação com outras empresas que não pode ser simplesmente ignorada. l Haverá novos líderes, então? l E como deverá se dar essa Ao pensar no crescimento de uma organização, já não se pode pensar em um líder apenas facilitador, como ainda é o modelo em muitas empresas. No novo mundo, em mudança, o especialista em recursos humanos é, acima de tudo, um desenvolvedor de pessoas. Is- O problema ainda é a perda de produtividade, que tem de ser recomposta pela nova estruturação das empresas. O que se aprendeu nos bancos da universidade e até na prática do dia a dia tem de ser repensado. Há que ter novos modelos. E reestruturação? Para executivos, mudança vai além de repensar processos Discussão deste ano tem a ver com a felicidade das pessoas Quando a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-Nacional) lançou, ainda no ano passado, o tema do 39º Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas – Conarh ABRH 2013, já se antecipava um momento novo de atenção para o Brasil. Não só pelos eventos esportivos que o Brasil vai sediar, mas principalmente pelo potencial da cultura e da liderança brasileiras nesse campo. O tema foca exatamente os processos da gestão de pessoas: “Reinventar a Gestão: uma Construção Coletiva”. É este o tema que será exposto na magna de abertura, por dois empresários preocupados com a área. Wilson Ferreira Júnior, en- genheiro e presidente da holding Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL Energia), e Alexandre Silva, também engenheiro e presidente do conselho de administração da fabricante de aviões Embraer, vão explicar que a discussão sobre reinventar a gestão vai muito além de apenas repensar processos ou causas e consequências. Os modelos de gestão precisam e devem estar alinhados na mesma velocidade da tecnologia, da inovação e das tendências de mercado. “O novo contexto do mercado exige isso”, disse Marcelo Arantes, vice-presidente de pessoas e organização da Braskem e um dos coordenadores do comitê de criação do evento. Para ele, o momento atual exige certezas em todas as esferas de uma corporação ou de uma sociedade. A ideia básica do tema deste ano é colocar, mais ainda, as pessoas como o principal elemento da nova fórmula de gestão, com l Como essas ideias vão chegar às empresas? O objetivo do congresso é provocar reflexões e soluções que levem empresários e empresas a repensar o modelo de gestão. Modelo que não permitirá mais espaço nas empresas para a mesmice e que possa encantar não somente os profissionais, como as novas gerações que anseiam por diálogo e a inovação. l Essa, então, é a ideia básica do 39º Congresso? É isso que este 39º Congresso da ABRH, o maior da América Latina, vai passar aos participantes – nas palestras, nas exposições, nas discussões. O congresso tem um papel fundamental na formação de executivos e profissionais da área de RH ou que exerçam liderança em suas empresas. Agora é a hora de empresas e pessoas unirem-se para reinventar a gestão. É necessário aproveitar o momento para atingir metas e, ao mesmo tempo, realizar sonhos. JOSE PATRICIO/ESTADÃO Acesso Digital. total liberdade aos funcionários, que até circulam de bicicleta novos formatos de prestação de serviços - trabalho em casa (home office) ou horários flexíveis tendem a ganhar força. Prioridade na prática. Diego Martins, presidente da empresa Acesso Digital – e um dos palestrantes da magna “Consistência da Ges- tão com os Valores – Um dos Principais Direcionadores” (dia 21 de agosto, 10h às 11h15) –, tem como exemplo a própria empresa, a Acesso Digital, na qual começou oferecendo um bom ambiente de trabalho, com cursos de idiomas, graduação e pós-graduação (no Brasil e no exterior), programas esportivos e de saúde. Os funcionários da Acesso Digital fazem corridas em um parque próximo ao escritório, com personal trainer; recebem massagens, participam de campeonato de kart e cursos de gastronomia. / L.C.A.