ANO XXIII Nº 138 MAR / ABR 2007 INFORMAÇÃO COM FORÇA TOTAL Fundecitrus e Secretaria de Agricultura intensificam conscientização sobre o greening EDITORIAL Sinal amarelo Osmar Bergamaschi - Presidente U ma das manifestações mais impor� tantes na história do Fundecitrus ocorreu em maio, diante de mem� bros do conselho deliberativo e de lideran� ças do setor citrícola. O pesquisador fran� cês Joseph Bové, uma das maiores autori� dades em doenças de citros no mundo, fez um alerta impressionante: corremos o risco de perder o controle do greening. Conhecido pela veemência com que apresenta suas idéias, além de um embasa� mento muito grande pela vasta experiência em citricultura do mundo todo, Bové, que até então vinha elogiando as medidas de controle implementadas, manifestou nes� sa última visita sérios motivos de preocu� pação. Se, por um lado temos muitos citri� cultores fazendo o controle de forma corre� ta, existem muitos outros que, por falta de conhecimento ou desinteresse econômico, estão deixando de fazer. As experiências estão demonstrando que se ��������������������������������������� a inspeção, o controle do inseto ve� tor e a erradicação das plantas doentes não forem feitos em todos os focos da doença, ela vai continuar se multiplicando���� no ��� Es� tado de São Paulo - à semelhança de ou� tras regiões com greening, como a China e a África do Sul - , tornando ineficientes os investimentos e esforços feitos por aque� les que combatem a doença. A falta de controle também é um in� centivo à propagação de novos focos e em novas regiões, e o greening não perdoa. A sua severidade é muito maior que a da CVC e sua velocidade de propagação é muito mais rápida que a do cancro cítrico, o que o torna uma ameaça que não pode, em momento algum, ser ignorada pelo se� tor. Já vínhamos preconizando a necessi� dade de mobilização de indústrias, produ� tores, Fundecitrus e governos. O alerta de Bové deixa isso claro e premente. Nessa fase de transição, em que a res� ponsabilidade pela inspeção ainda não es� tá totalmente assimilada pelos citricultores, precisamos de recursos e esforços adicio� nais para uma campanha de esclarecimento mais agressiva e ao mesmo tempo aumentar a capacidade de monitoramento dos poma� res e de fiscalização da implantação da IN 32. Se isso não for feito, como disse Bové em seu manifesto, corremos sério risco de perder a guerra para o greening. A Revista do Fundecitrus é uma publicação de distribuição gratuita entre citricultores e técnicos, editada pelo Fundo de Defesa da Citricultura Av. Adhemar P. de Barros, 201, V. Melhado, Araraquara / SP CEP 14807-040 Tel: 0800112155 e (16) 3301-7000 Contatos: [email protected] www.fundecitrus.com.br Presidente do Conselho Deliberativo: Osmar Bergamaschi Coordenação editorial: Com Texto Comunicação e Marketing Tel.: (16) 3324-5300 site: www.ctexto.com.br Jornalista responsável: Fernanda Franco (Mtb. 28.578) Reportagem e redação: Fabiana Assis / Júlia Berwerth / Tiago Guidelli Projeto gráfico: Juliana Paez Fotos: Henrique Santos Impressão e fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda. Tel.: (16) 2101-4151 ÍNDICE 4 8 12 SEMANA DA CITRICULTURA Fundecitrus destaca seus 30 anos de trabalho e faz campanha de incentivo à inspeção INFORMAÇÃO ALERTA Pesquisador chama a atenção para a necessidade de intensificação do controle de greening 6 14 CVC O que mudou após 20 anos do aparecimento de uma das mais graves doenças da citricultura É PERMITIDO Veja a lista de defensivos recomendados para uso na citricultura Fundecitrus faz eventos para ensinar o produtor a reconhecer o greening 3 EVENTO Conscientização na 29ª Semana da Citricultura Fundecitrus intensifica campanha de incentivo à inspeção E 4 m seu estande na 29ª Semana da Citricul� tura, que será reali� zada de 11 a 15 de junho, no Centro Apta Citros “Sylvio Moreira”, em Cordeirópolis (SP), o Fundecitrus vai des� tacar seus 30 anos de traba� lho em pesquisas e combate às doenças dos citros. No estande, os citriculto� res também poderão ajudar a testar um programa de com� putador para diagnóstico visu� al das doenças citrícolas, de� senvolvido pelo Fundecitrus e Universidade Federal de La� vras (MG) - o Dr. Citros. Uti� lizando um banco de dados, o programa ajuda a identifi� car qual a doença que a plan� ta apresenta por meio de uma comparação visual. Se os tes� tes derem certo, o produto de� verá estar à disposição dos ci� tricultores em setembro. O evento também será pal co de uma campanha de incen� tivo à inspeção de greening e alerta para a importância des� se trabalho. Serão distribuí� dos cartazes pelos estandes e folhetos serão entregues aos visitantes da feira. O assun� to também será abordado nas palestras técnicas. A abertura (11/06) do evento deverá contar com as presenças dos secretários de Agricultura e Abastecimen� to, João de Almeida Sampaio Filho, e de Meio Ambiente, Francisco Graziano. Na terçafeira (dia 12) as discussões se� rão sobre os desafios tecnoló� gicos da citricultura. Na quarta-feira (dia 13), atenção especial será dada à fitossanidade. A leprose dos citros, seu vetor e estratégias de manejo serão o tema da pa� lestra do pesquisador do Fun� decitrus Renato Beozzo Bas� sanezi. No mesmo dia, o ge� rente técnico, Cícero Augus� to Massari, falará sobre os re� sultados positivos alcançados nos 50 anos de combate ao cancro cítrico no Brasil. Na quinta-feira (dia 14), sob o tema “Economia e Políticas”, o presidente do Fundecitrus, Osmar Bergamaschi, falará sobre os 30 anos da entida� de. O gerente científico, Ju� liano Ayres, presedirá a me� sa no período da tarde. No último dia do evento (16/06), o controle do psilí� deo Diaphorina citri, vetor do greening, e as cigarrinhas cau� sadoras da clorose variegada dos citros (CVC) serão tema da palestra do pesquisador do Fundecitrus Pedro Takao Ya� mamoto. E o pesquisador Sil� vio Lopes presidirá a mesa do simpósio sobre greening. No estande do Fundecitrus, os citricultores poderão tirar suas dúvidas sobre as doenças de citros SERVIÇO Centro de Diagnósticos auxilia o citricultor Em quatro anos de atividade, foram feitos mais de 12 mil laudos de CVC e greening Segurança: as amostras são fotografadas e registradas antes de serem analisadas O material coletado pode ser enviado via Sedex para a sede do Fundecitrus: Av. Adhemar Pereira de Barros, 201, CEP 14807-040 Vila Melhado - Araraquara/SP Ou entregue em um dos 56 escritórios do Fundecitrus espalhados pelo Estado. O Centro de Diagnósticos de Doenças e Pragas de Ci� tros do Fundecitrus tem uma equipe que trabalha para analisar as amostras de plantas suspeitas de es� tarem doentes. Desde 2004, quando o greening foi identificado no Brasil, foram feitas mais de 8 mil análises de greening e 4 mil de CVC. O Centro de Diagnósticos foi criado para auxiliar o citricultor com dúvida sobre a existência de plantas doentes em seu pomar. Para utilizar os seus serviços, o produtor deve fa� zer uma coleta adequada de material. Tanto para CVC como greening é pre� ciso coletar de 10 a 15 folhas com sin� tomas de cada árvore suspeita, colocálas em um saco plástico com a identi� ficação da variedade, porta-enxerto e idade da planta, bem como sua locali� zação no pomar (talhão, rua). O resultado sai em 15 dias após o recebimento do material. No laborató� rio, cada amostra recebe uma identifi� cação e é fotografada. A análise é fei� ta por meio da utilização de anticor� pos (reagentes usados para detectar a bactéria na amostra) ou da técnica de PCR. Esta última, requer a extração de DNA das folhas analisadas. De acordo com a responsável pe� lo laboratório, Elaine Cristina Mar� tins, o rigor do processo é necessário porque um diagnóstico errado pode comprometer uma plantação. “Atrás do nosso trabalho, está o compromis� so com o bem da citricultura”, diz. 5 CVC 20 anos após o surgimento da CVC O que aconteceu depois da descoberta da doença que mudou o rumo da citricultura brasileira 6 H á 20 anos foram encontrados no norte do Estado de São Paulo, as pri� meiras plantas com sintomas da clorose variegada dos citros (CVC). Até então desconhecida pelos citricultores, a doença, que se mani� festava por meio de manchas amarelas nas folhas e frutos miúdos, mudaria os rumos da citricultura brasileira. Por causa dela, muitos produtores desisti� ram da cultura, em contrapartida, a citricultura se tornou mais tecnificada, em particular na produção de mudas, e as pesquisas brasileiras relacionadas à ge� nética chegaram ao cenário mundial. Quando a CVC surgiu, os pesquisadores acreditavam em diversas hipó� teses: estresse hídrico, deficiência mineral, efeito da temperatura do ambiente. Passados dois anos, as primeiras amostras contaminadas foram enviadas para o Institut National de la Recherche Agronomique (INRA), na França. A suspei� ta era que se tratava de huanglongbing (HBL), o greening. Depois de alguns estudos, não foi a bactéria do greening que os pesquisadores identificaram. “Descobrimos que se tratava da bactéria Xylella fastidiosa, que ataca o xi� lema da planta e não o floema, como acontece com o greening”, diz Jose� ph Bové, pesquisador do INRA. Até então, essa bactéria era conhecida apenas nos plantios de uva nos Estados Uni� dos e de ameixa no Brasil. A bactéria provoca o entupimen� to dos vasos responsáveis por levar água e nutrientes da raiz para a copa das árvores, por isso os frutos afe� tados são pequenos e amadurecem e caem precocemente. Segundo o diretor do Centro Apta Citros “Sylvio Moreira”, Marcos Ma� chado, com o surgimento da CVC, mu� dou-se a cultura dos antigos citriculto� res, pois a doença exige atenção redo� brada, com inspeções e pulverizações constantes, diferente das outras doen� ças existentes até então. “Essa doença modificou o paradigma dos citriculto� res. Na medida em que a doença au� mentava e eles não se importavam em monitorar as plantações, foram obriga� dos a deixar a cultura”, diz. Após a identificação da X. fastidiosa como causadora da CVC, os pesquisadores iniciaram os trabalhos para descobrir os vetores que a trans� mitiam. A primeira etapa foi identifi� car quais cigarrinhas estavam presen� tes em citros e em quais períodos do ano eram mais abundantes. As três primeiras espécies de ci� garrinhas foram conhecidas em 1996. Depois mais nove foram identifica� das, a última em 2005. Ao mesmo tempo, começaram estudos para o es� tabelecimento de estratégias de mane� jo da doença. Embora as pesquisas tivessem um avanço significativo, não foi des� coberta a solução para combater a bac� téria, que está presente em 43% dos pomares brasileiros, de acordo com o último levantamento amostral realiza� do pelo Fundecitrus, em 2005. Para conviver com a doença de forma economicamente viável, o ma� nejo correto é fundamental: é preciso utilizar mudas sadias, podar as plan� tas com ������������������������������� mais de três anos de idade com sintomas iniciais e erradicar as árvores severamente afetadas de qual� quer idade, além de fazer o controle das cigarrinhas. Segundo o pesquisador do Fun� decitrus Pedro Yamamoto, as medidas têm que ser tomadas de forma con� junta porque ao se alimentar no xile� ma de uma planta contaminada, a ci� garrinha adquire a bactéria e a trans� mite para as plantas sadias. “Mesmo com baixa eficiência de transmissão, que varia de 3% a 17,5%, descobri� mos que com uma hora e meia de ali� mentação em uma planta sintomática, a cigarrinha pode adquirir e transmi� tir a bactéria”, diz. Viveiro protegido é lei Em 1997, o Fundecitrus fez um levantamento populacional de cigarri� nhas em viveiros que, na época, eram feitos a céu aberto. A intenção era sa� ber quais espécies predominavam em citros e se o controle químico era efe� tivo para controlar a sua população. O resultado apontou que, mesmo com aplicações semanais de insetici� da no viveiro, eram coletadas cigar� rinhas com possibilidade de contami� nação. A constatação contribuiu para que a produção de mudas fosse fei� ta em viveiros protegidos. Embrapa, Centro Apta Citros e viveiristas cria� ram o Programa de Incentivo à Pro� dução e Difusão de Mudas de Citros, que deu origem ao primeiro lote ofi� cial de mudas protegidas. “Esse foi um divisor de águas para o início da produção de mudas protegidas”, diz o diretor da Vivecitrus e viveirista, Ce� sar Dibbern Graf. Em 1998, foi criada provisoria� mente a legislação que obrigava a pro� dução de mudas em viveiros protegi� dos, e que tinha um prazo de cinco anos para ser implantada. Em 2003, a lei entra em vigor e são proibidos to� do comércio, transporte ou plantio de mudas que não fossem produzidas em estufas. “O produtor mudou a mentali� dade, porque plantar uma muda conta� minada é iniciar um pomar fadado ao fracasso”, diz Marcos Machado. O programa, que foi todo projeta� do para o controle de CVC contribuiu, posteriormente, para combater outras doenças. “Quando surgiu o greening, já estávamos preparados”, diz Graf. Fama mundial Brasil entra no rol da pesquisa internacional com o primeiro genoma de fitopatógeno E m 1997, o Brasil deu um significa� tivo passo para conhecer a fundo a bactéria Xylella fastidiosa e capacitar cientistas. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fa� pesp) encabeçou um projeto pioneiro no mundo com a participação de 34 la� boratórios, conhecida como Rede On� sa (Organização para Seqüenciamento e Análise de Nucleotídeos), que contou com 116 pesquisadores trabalhando no primeiro genoma (seqüenciamento ge� nético) de um fitopatógeno. Os laboratórios foram divididos em centrais de seqüenciamento e de bioinformática. Uma rede virtual tor� nava-se efetiva na medida em que os laboratórios mantinham contatos via email e trocavam informações que con� tribuíam para o avanço das pesquisas. Os trabalhos, previstos para termi� nar em junho de 2000, ficaram prontos seis meses antes e seus resultados fo� ram divulgados em uma das mais re� conhecidas publicações científicas do mundo, a Nature. Os efeitos do genoma encurtaram os estudos sobre a CVC. Um dos exemplos é confirmado pela pesquisadora do Centro Apta Citros “Sylvio Moreira”, Alexandra Alves de Souza, que com os resultados do geno� ma, percebeu que um gene muito co� mum que causava doenças em plan� tas não existia na bactéria Xylella fastidiosa. “O tempo e o dinheiro que os pesquisadores precisariam para identi� ficar esse gene foram reduzidos. O ge� noma da Xylella contribuiu sobrema� neira para as pesquisas”, diz. 7 INFORMAÇÃO Conhecimento teórico: citricultores aprendem sobre técnicas de prevenção e controle Cara a cara com as doenças Dia de Campo sobre greening e CVC coloca citricultores diante do problema C 8 erca de 150 pequenos e médios citricultores participaram do Dia de Campo sobre greening e CVC (clorose variegada dos citros), conhecida como amarelinho, realizado pelo Fundecitrus, em Tabatinga (SP), no dia 27 de abril. As duas doenças estão entre as principais da citricultura paulista. Atualmente, o greening está presente em 124 municípios e a CVC afeta 43% dos pomares. O evento é o primeiro Dia de Campo de um total de quatro encon� tros que serão realizados em todas as regiões do Estado de São Paulo (veja calendário na pág. 10) em comemo� ração aos 30 anos do Fundecitrus. Em Tabatinga, o evento foi realizado na fazenda Retiro Santa Marina, de Luiz Carlos Vicentin. De acordo com o pro� prietário, a CVC é uma inimiga antiga e séria de quase todas as 15 mil árvores do pomar que foi plantado há sete anos com mudas de chão. Mas o greening ainda era uma incógnita. Desde a des� coberta, ele fez três erradicações. O objetivo do Dia de Campo é levar até o citricultor as tecnologias para o manejo das duas doenças, que têm alguns aspectos semelhantes (veja quadro com as semelhanças e diferenças das formas de controle e prevenção na página ao lado). O evento foi dividido em três estações compos� tas de partes teórica e prática. A estação sobre inspeção e sinto� mas foi uma das mais apreciadas pe� los produtores, já que muitos nunca tinham visto a doença, embora tives� sem sido informados de sua existên� cia nas propriedades durante as ins� peções do Fundecitrus realizadas em O que é igual e o que é diferente no manejo do greening e da CVC Igual • A muda sadia, adquirida em vive iro certi� ficado, que segue todas as normas de defesa para a produção das plantas, é o primeiro passo para um pomar sadio; • O combate ao vetor é importante para o controle da doença. Para que ele seja eficiente e financeiramente viável, é necessário o monitora� mento por meio de armadilhas; • A inspeção é fundamental para des cobrir as plantas doentes. Ela facilita o des cobrimento da doença em fase inicial, permitindo mais efici� ência na poda, no caso da CVC, e no controle, no caso do greening. 2005 e 2006. Os participantes recebe� ram orientações sobre os tipos de ins� peção para locais com ou sem sinto� mas das doenças, treinamentos, pro� gramas de estímulo dos inspetores, diferentes tipos de sintomas do gree� ning, da CVC e de deficiências nutri� cionais que confundem o citricultor. “Foi a melhor palestra sobre greening que assisti até hoje, porque vi a doença de frente”, afirma o citri� cultor João Inácio Porta, que tem uma propriedade com 7,5 mil árvores. “Eu Diferente CVC CVC ra o controle da pa te en ci efi é tas • A poda inicial em plan se fa em tá es ça quando a doen ês anos. tr com mais de io erradi� Greening na. É necessár io nc fu o nã da para • A po ça é detectada en do a e qu m si as árvores; car a planta as óculo para outr in de a rv si o ada por que ela nã citros contamin de re vo ár da mur� • Além ar as árvores de in im el te an rt de hospe� greening, é impo também servem e qu , p) sp ya ta (Murra eo. deiro do psilíd fico sempre atento à doença toda vez que estou no pomar, seja para o con� trole de formigas ou para a aplicação de adubo”. O produtor Paulo Roberto Wil� son, de Tabatinga, concorda: “Uma palestra dessas não pode ser no telão, tem que ser no pomar. Eu gostei mui� to, porque vai me ajudar na detecção do greening, principalmente porque solucionou as dúvidas que tinha sobre os sintomas. Ver na foto ajuda, mas ver cara a cara dá mais certeza”. Houve também a estação sobre o vetor, com informações sobre a iden� tificação, o monitoramento e o con� trole das cigarrinhas transmissoras da CVC e do psilídeo transmissor do greening. Foi possível tirar dúvidas sobre época de controle, tipos de pro� dutos e suas formas de aplicação. A terceira estação foi sobre erra� dicação e poda e abordou as formas e época de podar os ramos afetados por CVC e erradicar as árvores ata� cadas pelo greening. Houve ainda os depoimentos do engenheiro agrônomo da Fazenda Cambuhy, de Matão, Paulo Henrique Sperandio, de Matão, e do represen� tante da CATI (Coordenadoria de As� sistência Técnica Integral) na região, Aldomiro Catalano. “Quem enfrentar o greening de frente verá que é pos� sível produzir laranja, mesmo com a doença, mas só se ela estiver contro� lada”, disse Sperandio. O Dia de Campo atraiu citricul� Conhecimento visual: técnicos mostraram os sintomas do greening no fruto 9 Informação para todos O Dia de Campo em Tabatinga, região Central do Estado de São Paulo, foi o primeiro de uma série de quatro. Veja quando serão os outros: Bebedouro Limeira Santa Cruz das Palm eiras f3 tores de outros estados. A cooperativa Corol, que fica em Rolândia, no nor� te do Paraná, e conta com 243 produ� tores, enviou três deles que atuam na orientação dos cooperados. De acor� do com o citricultor Ademir Manjavachi, a cooperativa deve dobrar o plantio que hoje é de 2 milhões de árvores e quer fa� zê-lo com as melho� res técnicas fitossani� tárias. De acordo com o citricultor, o Paraná tem a CVC, mas per� manece na iminência do aparecimento do greening e pretende estar preparado caso a doença ocor� ra. “Temos uma citricultura diferen� te da paulista, mas não há dúvidas de que São Paulo está muito a frente na tecnologia de produção de citros. Vie� Torque_21x14.ai 5/2/07 mos aprender”, disse.6:23:14 PM Torque O padrão de eficiência. Sempre! Amplo espectro no controle de ácaros Não prejudicial às abelhas e inimigos naturais dos ácaros 10 Residual prolongado Potencialização de resultados: maior PRODUTIVIDADE ® Torque 500 SC é um produto registrado pela BASF. INFORMAÇÃO Ajuda bem-vinda CATI entra na conscientização do citricultor sobre o greening A CATI – Coordenadoria de Assistência Técnica Inte� gral, órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Es� tado de São Paulo, entrou na luta pe� la conscientização do citricultor so� bre o combate ao greening e na sua informação sobre a Instrução Norma� tiva nº 32 do Ministério de Agricultu� ra, que lhe determina a responsabili� dade pela inspeção e erradicação das plantas doentes. Dezenas de engenheiros da CA� TI foram treinados pelo Fundecitrus e serviram de multiplicadores para os outros profissionais que realiza� ram, entre os dias 21 e 25 de maio, a Semana de Combate ao Greening. O lançamento da ação foi no auditó� rio da CATI, em Campinas, no dia 17 de maio, e contou com a participação do secretário de Agricultura, João de Almeida Sampaio Filho, dos coorde� nadores da CATI, Francisco Eduardo Bernal Simões, da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), Ansel� mo Lucchese Filho, da Agência Pau� lista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), João Paulo Feijão Teixeira, e do presidente do Fundecitrus, Osmar Bergamaschi. De acordo com Simões, a Semana de Combate ao Greening da CATI aconteceu pela preocupação dos técnicos em relação ao grau de conscientização do citricultor. Após a semana de palestras em vários locais do Estado, os agrônomos ainda estarão à disposição do produtor para dar orientações sobre o greening. “Nossos técnicos serão multiplicadores das informações aos citricultores com cursos, palestras e ações práticas de combate ao greening. O mutirão se concentrará principalmente nos 124 municípios afetados pela doença. Nas regiões ainda não contaminadas, os técnicos e produtores também serão treinados e receberão material para que possam agir no caso da ocorrência do greening. Nesse trabalho de capacitação foram envolvidas as 40 regionais da CATI”, explica. Para o presidente do Fundecitrus, a ajuda é muito bem-vinda. “Ainda percebemos que a falta de informação do citricultor é um dos principais obs� táculos para o controle do greening”, afirma Bergamaschi. O secretário de Agricultura, João Sampaio, acredita no sucesso da campanha e no controle da doença pelo citricultor. “Essa doença está minando a saúde do citricultor, e se não trabalharmos com uma união muito grande não conseguiremos combater o greening”, disse. “Tenho certeza de que o citricultor, de posse de todas as informações, vai atuar e enfrentar a batalha”, concluiu. Encontro de lançamento da campanha reuniu o secretário de Agricultura, João Sampaio, coordenadores da CATI, CDA e Apta, e o Fundecitrus 11 GREENING Combate precisa ser intensificado Avaliação do maior especialista mundial no assunto alerta para o crescimento da doença em São Paulo A intensificação do trabalho de inspeção de greening é, na opi� nião do fitopatologista francês Joseph Marie Bové, condição essen� cial para a sobrevivência da citricultu� ra paulista. O pesquisador, que é con� siderado o maior especialista na doen� ça, fez o alerta para representantes da indústria, de citricultores e do governo estadual no Fundecitrus, durante uma visita ao Brasil, ocorrida em maio. Durante as três semanas em que esteve nos pomares paulistas, Bové constatou um aumento das plantas infectadas, ao qual condiciona a fal� ta de inspeção eficiente. “Até a apro� vação da Instrução Normativa nº32, o Fundecitrus mantinha cerca de 800 inspetores, mas hoje esse número não passa de 70. Os produtores, que deve� 12 riam fazer a inspeção, não estão fa� zendo como deve ser feito. O traba� lho deve ser mais incisivo e o Fun� decitrus precisaria colocar, no míni� mo, mil homens trabalhando na ins� peção da doença, e rápido. Caso con� trário, não vejo futuro para a citricul� tura brasileira”, alerta. Desde a aprovação da IN 32, do Ministério da Agricultura, que deter� mina que a responsabilidade pelas ins� peções é do produtor, as campanhas de conscientização sobre o assunto têm aumentado. Somente em 2007 já foram realizadas cerca de 190 pales� tras e treinamentos pelo Fundecitrus, beneficiando mais de 6 mil pessoas. A despeito destes esforços, Bové considera absolutamente necessária a alocação de recursos adicionais para a Bové foi enfático em suas considerações sobre a situação do greening realização dos trabalhos nas áreas con� taminadas. De acordo com o pesquisa� dor, a completa implementação da IN 32 exige tempo para que os produto� res adquiram o devido conhecimento, e até lá é fundamental que o Fundeci� trus intensifique o trabalho de cons� cientização e monitoramento. Para o presidente do Fundecitrus, Osmar Bergamaschi, o trabalho deve ser feito em conjunto. “Não adianta uma propriedade fazer inspeção e er� radicação se na propriedade vizinha is� so não é feito”, diz. Ele acredita que o setor citrícola deve se mobilizar diante da seriedade do problema. “Há muita preocupação com a situação atual do greening e apenas os recursos do Fun� decitrus não são suficientes na luta pe� lo controle da doença”, diz. NOTAS Fundecitrus na pauta internacional N o mês de maio, o Fundeci� trus recebeu duas comissões ligadas à agricultura e especialis� tas na produção de citros, que vi� sitaram o Brasil para troca de in� formações em assuntos referentes à pesquisa, produção e comercia� lização da laranja. Representantes de indústrias de processamento de citros e do governo chinês visitaram, dia 7 de maio, a sede do Fundecitrus para conhecer a entidade. De acordo com o secretário geral da Câmara de Comércio Alimentício da Chi� na, Wang Huiquan, o país tem a expectativa de promover o inter� câmbio entre as técnicas de produ� ção das laranjas brasileira e chine� sas o que inclui defesa sanitária e pesquisas. No dia 14 de maio, 25 mem� bros ligados às Secretarias de Agri� cultura e Sivicultura, Meio Am� biente e Defesa do Consumidor do Estado da Bavária, na Alemanha, estiveram na instituição para uma palestra sobre as pesquisas e as ações relacionadas à defesa sanitá� ria e ligada à conservação ambien� tal realizadas pelo Fundecitrus. A Alemanha é um dos principais im� portadores de suco de laranja. Chineses (ao lado) e alemães (acima) conheceram o trabalho do Fundecitrus Elogio ao trabalho brasileiro U m grupo de citricultores nor� te-americanos veio ao Bra� sil, em abril, em busca de respos� tas para o greening. Um dos visi� tantes foi o presidente da Florida Citrus Mutual, Jay Clark, que, de volta aos EUA, deu uma entrevista ao jornal The Ledger, dizendo que o Brasil está adiantado na forma com que lida com o greening e elo� giando o trabalho. “O setor citríco� la brasileiro está vigiando grande parte das plantações, levando isso realmente a sério”, diz. Clark ressaltou o fato de pro� dutores brasileiros e americanos terem os mesmos problemas no controle e erradicação de doen� ças ligadas aos citros. “Muitos produtores não estão fazendo a inspeção e erradicação e os pou� cos que fazem acabam prejudica� dos. Essa situação também acon� tece nos EUA, temos citricultores que fazem o seu melhor e outros que nada fazem”, completa. Técnicos do governo do Paraná são treinados sobre doenças de citros Fotos: arquivo Fundecitrus R epresentantes da Secre� taria de Estado de Agri� cultura do Paraná estiveram em Araraquara (SP) nos dias 15 e 16 de maio para partici� parem de um treinamento no Fundecitrus, com o objetivo de obter informações técnicas sobre várias doenças que afe� tam os citros. Os técnicos receberam orientações sobre pinta preta, greening, morte súbita, can� cro cítrico e clorose variega� da dos citros (CVC). Segun� do o engenheiro agrônomo do Núcleo Regional de Curi� tiba, Hamilton Antonio Kel� ler, a pinta preta é uma das doenças que mais atacam as laranjeiras no Estado do Pa� raná. “Viemos ser treinados pelo Fundecitrus para poder repassar o conhecimento aos citricultores do nosso esta� do”, afirmou. O treinamento contou ainda com uma visita a pro� priedades com greening e pinta preta. 13 CONTROLE Lista de defensivos permitidos é atualizada Princípios ativos sem permissão nos mercados compradores foram excluídos A Lista de produtos permitidos será recomendada nos contratos de fornecimento de frutas 14 lista de defensivos permitidos no cultivo de citros que entrou em vigor nessa safra (veja matéria na edição 133 da Revista do Fundecitrus) passou pela primei� ra atualização. De acordo com o Comitê de Agroquímicos do Fundecitrus, formado em 2002 com representantes dos citri� cultores, da indústria processadora de suco e de instituições de pesquisa, a atualização é necessária para adequar a produ� ção brasileira de suco e fruta in natura às exigências dos mer� cados compradores, principalmente a União Européia (UE), que adquire cerca de 70% da produção brasileira. No início dos estudos, havia 108 princípios ativos per� mitidos para citros no Brasil. Quase metade deles foi banida pela UE e poderia ocasionar problemas para a exportação. Com a atuação do Comitê a primeira lista, elaborada no iní� cio de 2006, ficou com 56 princípios ativos, 19 deles eram em caráter temporário e teriam até o final do ano para serem regularizados na UE. A atualização feita em abril desse ano determinou a retirada de três princípios ativos (ethion, malathion e trichlorphon), principalmente porque as empresas detentoras das patentes não conseguiram a adequação do ín� dice de resíduos permitido para o uso nos países importado� res. Também acrescentou quatro outros princípios (buprofezin, diflubenzuron, fosmet e piridabem), considerados impor� tantes para o manejo de pragas da cultura de citros. A lista contendo os agroquímicos permitidos deve ser recomendada em todos os contratos de fornecimento de frutas e também no protocolo do PIC – Produção Integra� da de Citros. Alguns são permitidos apenas em casos es� peciais como pomares em formação, tratamento de semen� tes e tratamento pós-colheita (veja lista completa na página ao lado). Lista da Produção Integrada de Citros (PIC) Ingrediente ativo Abamectin Acetamiprid Acrinathrin Aldicarb Azocyclotin Azoxystrobin Bacillus thuringiensis Beta-cyfluthrin Bifenthrin Buprofezin Captan Carbendazin Carbosulfan Chlorpyrifos Cyhexatin Deltamethrin Dibrometo de diquat Dicloreto de Paraquat Dicofol Difenoconazole Diflubenzuron Dimethoate Dinocap Enxofre Espirodiclofen Ethofenprox Etoxazole Fenbutatin oxide Flufenoxuron Folpet Fosmet Gama cyhalothryn Glyphosate Nome comercial Ingrediente ativo Abamectin Nortox, Abamectin Prentiss, Abamex, Grimectin, Kraft 36 CE, Potenza, Vertimec 18 CE Convence Rufast 50 SC Temik 150 Caligur, Peropal 250 WP Amistar Agree; Dipel; Dipel WP; Ecotech Pro Ducat; Ful; Turbo Talstar 100 CE Applaud 250 Captam 500 PM, Orthocide 500 Hexythiazox Hidróxido de Cobre Derosal 500 SC Marshal 200 SC, Marshal 50 GR Astro, Clorpirifós 480 CE Milenia, Lorsban 480 BR, Sabre, Vexter Arcamate; Acarstin, Hokko Cyhexatin 500, Sipcatin 500 SC Decis 25 CE, Decis Ultra 100 CE, Keshet 25 CE Reglone Gramoxone 200 Carbax, Dicofol Agripec CE, Dicofol Fersol 185 CE, Dicofol Fersol 480 CE, Dicofol Milenia EC, Dicofol Nortox, Dicofol Nortox 480 CE, Dik 185 CE, Kelthane CE, Kelthane 480, Tricofol Score Micromite 240SC Agritoato 400; Dimetoato CE, Dimetoato Nortox 200 GR, Dimetoato 500 CE Nortox, Dimexion; Perfekthion; Tiomet 400 CE Karathane CE Cover DF, Defend WDG, Enxofre Fersol 520 SC, Highcrop 680 SC, Kumulus DF, Kumulus DF – AG, Microsulfan 800 PM, Microthiol Disperss WG, Microzol, Nutrixofre 800, Rapid, Sulficamp, Sulflow SC, Sulfur 800, Sulfur 750, Thiovit Jet, Thiovit Sandoz Envidor Trebon 100 SC Borneo Partner, Tanger 500, Torque 500 SC Cascade 100 Folpet Agricur 500 WP, Folpet Fersol 500 WP Imidan 500 WP Centrol, Nexide, Stallion 150CS, Stallion 60CS Agrisato 480 SL, Direct, Gillanex, Gliato, Glifos, Glifosato Alkagro, Glifosato Atanor, Glifosato Nortox, Glifosato Nortox WP, Glifosato Nurfam, Glifosato 480 Agripec, Glifosato 480 Helm, Glion, Gliphogan 480; Glister; Gliz BR, Gliz 480 SL; Glydur, Pilarsato, Polaris, Radar, Rodeo, Roundup Multiação, Roundup Original, Roundup WG, Rustler, Scuder, Stinger, Trop, Tropazin, Tropuron Imazalil Imidacloprid Lambda-cyhalothrin Mancozeb Methidathion Óleo Mineral Óleo Vegetal Oxicloreto de Cobre Óxido Cuproso Oxyfluorfen Piridabem Prochloraz Propargite Pyraclostrobin Pyriproxyfen Sulfato de Cobre Tebuconazole Tiabendazole Tiacloprid Thiamethoxam Thiophanate-methyl Trifloxystrobin Nome comercial Gallery, Savey PM Contact, Garant, Garant BR, Garra 450 WP, Kocide WDG Bioactive, Supera Magnate 500 CE Confidor 700 WG, Provado 200 SC, Winner Karate Zeon 50 CS Cuprozeb, Dithane NT, Mancozeb Sanachem 800 WP, Manzate GrDA, Manzate 800, Midas BR, Penncozeb WG, Persist SC, Vondozeb 800 WP Supracid 400 EC, Suprathion 400 EC Argenfrut RV, Assist, Dytrol, Iharol, Miner Oil, Óleo Mineral Fersol, OPPA BR CE, PureSpray 15E, Spinner, Spraytex S, Sunspray E, Triona Agro-Oil, Crop Oil, Fersoil, Graxol, Natur’ Óleo, Óleo Vegetal Nortox, Quimióleo, Veget Oil Agrinose, Cobox, Cobox DF, Cobre Fersol, Cupravit Azul BR, Cupravit Verde, Cuprogarb 350, Cupuran 500 PM, Fugitol Azul, Fugitol Verde, Hokko Cupra 500, Propose, Ramexane 850 PM, Reconil, Recop Cobre Atar BR, Cobre Atar MZ, Redsheild 750 Goal BR Sanmite Sportak 450 CE Acarit, Blanchi 720 CE, Omite 300 WP, Omite 720 CE, Propargite Fersol 720 CE Comet Cordial 100, Tiger 100 CE, Epingle 100 Agrimaicin 500 Constant, Elite, Folicur PM, Folicur 200 EC, Triade Tecto SC, Tecto 600 Alanto, Calypso, Calypso 480 A Actara 10 GR, Actara 250 WG Cercobin 500 SC, Cercobin 700 PM, Cerconil PM, Metiltiofan, Support, Tiofanato Sanachem 500 SC Flint 15 16