UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ KARINA CARNEIRO MONGELOS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO APPCC NA INDÚSTRIA DE EMBUTIDOS CURITIBA 2012 KARINA CARNEIRO MONGELOS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO APPCC NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS Trabalho de conclusão de Curso apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do grau de Médica Veterinária. Orientadora: Professora Anderlise Borsoi Supervisor: Engenheiro de Alimentos Roberto Juliatto CURITIBA 2012 TERMO DE APROVAÇÃO KARINA CARNEIRO MONGELOS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO APPCC NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para a obtenção do título de Médica Veterinária no curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná. Curitiba, 18 de Junho de 2012 _______________________ Medicina Veterinária Universidade Tuiuti do Paraná a Prof. Msc.Elza Galvão Ciffoni Arns Universidade Tuiuti do Paraná Prof. Dr. José Maurício França Universidade Tuiuti do Paraná a Orientadora: Prof. Dra. Anderlise Borsoi Universidade Tuiuti do Paraná AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por guiar meu caminho e minhas escolhas, sempre me estendendo a mão nos momentos mais difíceis. A minha falecida avó Leonilda pelo apoio em minhas decisões. A minha querida mãe Rosa que sempre esteve ao meu lado não deixando faltar nada para que eu tivesse uma boa formação. A Bruna Sansão pela paciência e companheirismo durante esse caminho. As minhas amigas pela compreensão, paciência e por estarem sempre ao meu lado nos momentos bons e ruins. A minha orientadora Professora Anderlise Borsoi pelos ensinamentos, confiança e dedicação. Ao meu orientador profissional Roberto Juliatto pela oportunidade e confiança. Aos colegas de trabalho pela paciência, ensinamentos e as novas amizades conquistadas. Aos meus professores da Universidade Tuiuti do Paraná por todo o aprendizado que me foi passado. Muito obrigada a todos que de alguma forma contribuíram para minha formação. RESUMO O presente relatório de estágio apresenta atividades desenvolvidas pela acadêmica Karina Carneiro Mongelos, no Estágio Curricular Obrigatório do curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná, no período de 16/01/2012 a 16/05/2012. O estágio foi realizado no Frigorífico Juliatto, denominado fábrica de conservas, em São José dos Pinhais-PR. O estágio incluiu a realização do monitoramento das atividades e levantamento de dados para implantação do documento de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC). O presente relatório foi desenvolvido contendo revisão bibliográfica das bactérias patogênicas causadoras de surtos alimentares, Boas Práticas de Fabricação, Procedimento Padrão de Higiene Operacional e APPCC. Palavras – chave: Bactérias patogênicas, APPCC, fábrica de conservas. LISTA DE FIGURAS FIGURA 1- ENTRADA DO FRIGORÍFICO JULIATTO,2012......................................12 FIGURA 2 – VISTA AÉREA DO FRIGORÍFICO JULIATTO......................................12 FIGURA 3 - FUNCIONÁRIOS DO FRIGORÍFICO JULIATTO, 2012.........................20 FIGURA 4- LAMINOCULTIVO DAS MÃOS DOS MANIPULADORES OBSERVANDO-SE COLIFORMES FECAIS.............................................................22 FIGURA 5 – LAMINOCULTIVO DAS MÃOS DOS MANIPULADORES OBSERVANDO-SE Staphylococcus aureus..............................................................23 FIGURA 6 – TERMÔMETRO.....................................................................................25 FIGURA 7 - SISTEMA ELETRÔNICO DE REGISTRO DA TEMPERATURA NA FORMA DE CARTA CONTÍNUA................................................................................25 FIGURA 8 - CONTROLE DA TEMPERATURA NA DESOSSA.................................26 FIGURA 9 - TRITURADOR DE BLOCOS..................................................................29 FIGURA 10 – MOEDOR.............................................................................................29 FIGURA 11 - BALANÇA DE CARRINHOS................................................................30 FIGURA 12 – MISTURADEIRA..................................................................................30 FIGURA 13 - MÁQUINA DE EMBALAGEM A VÁCUO..............................................31 FIGURA 14 - CÂMARA DE PREPARO DE MASSAS................................................31 FIGURA 15 – DEFUMADOR......................................................................................32 FIGURA 16- CÂMARA DE MATURAÇÃO.................................................................32 FIGURA 17 – LARVA DO COLEOPTERO................................................................41 FIGURA 18 – CARACTÉRISTICAS DA LARVA DO Dermestes maculatus..............41 FIGURA 19 – VISTA DORSAL DO BESOURO ADULTO..........................................42 FIGURA 20 – VISTA VENTRAL DO BESOURO ADULTO........................................43 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................9 2 DADOS SOBRE O ESTÁGIO.................................................................................11 2.1 ORIENTADOR ACADÊMICO...............................................................................11 2.2 ORIENTADOR PROFISSIONAL..........................................................................11 2.3 DURAÇÃO DO ESTÁGIO....................................................................................11 2.4 LOCAL DE ESTÁGIO ..........................................................................................11 2.5 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS.........................................................................13 2.5.1 Manutenção das Instalações.............................................................................14 2.5.2 Manutenção dos Equipamentos........................................................................14 2.5.3 Vestiários, Sanitários e Barreiras Sanitárias.....................................................15 2.5.4 Iluminação.........................................................................................................16 2.5.5 Ventilação..........................................................................................................17 2.5.6 Água de Abastecimento....................................................................................17 2.5.7 Controle do cloro residual livre e pH da água...................................................18 2.5.8 Monitoramento diário do cloro e pH..................................................................18 2.5.9 Águas residuais.................................................................................................19 2.5.10 Higiene, Hábitos Higiênicos e Saúde dos Funcionários..................................20 2.5.11 Limpeza e Sanitização ...................................................................................23 2.5.12 Procedimentos Sanitários das Operações .....................................................24 2.5.13 Controle de Temperatura................................................................................24 2.5.14 Calibração e Aferição de Instrumentos de Controle de Processo...................26 2.5.15 Aditivos e Conservantes..................................................................................27 2.5.16 Participação no 17º Curso de APPCC............................................................27 2.5.17 Elaboração do documento APPCC ................................................................28 3 REVISÃO DE LITERATURA..................................................................................34 3.1 MICRORGANISMOS............................................................................................34 3.2 BACTÉRIAS PATOGÊNICAS..............................................................................36 3.2.1 Staphylococcus aureus.....................................................................................36 3.2.2 Listeria monocytogenes....................................................................................37 3.2.3 Salmonella........................................................................................................37 3.3 BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO .................................................................37 3.4 PROCEDIMENTO PADRÃO DE HIGIENE OPERACIONAL ..............................38 3.5 APPCC.................................................................................................................38 4 RELATO DE CASO................................................................................................40 4.1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................40 4.2 DESENVOLVIMENTO..........................................................................................40 4.3 CONCLUSÃO.......................................................................................................43 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................44 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................45 7 ANEXOS.................................................................................................................49 9 1 INTRODUÇÃO O microscopista Leeuwenhoeck observou pela primeira vez os microrganismos em 1684, mas foi Pasteur em 1837 que fez a analogia entre bactérias e deterioração de alimentos. O desconhecimento dos agentes causadores de transmissão de doenças e perda de alimentos é um perigo para saúde humana. Os primeiros cuidados com os alimentos teve inicio com as primeiras civilizações, e não era consumida carne de animais que morressem por outras causas que não o seu abate. A FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) e a OMS (Organização Mundial da Saúde), descrevem o desenvolvimento do controle de alimentos no inicio da história, na Idade Média e Revolução Industrial até o século XIX e XX (GIOVA, 1997). Segurança alimentar é essencial para garantir que os alimentos sejam inócuos para a saúde dos consumidores, permitindo assim a circulação dos produtos em diferentes países. Garantir a segurança na cadeia alimentar é preocupação desde os produtores até os consumidores (POTES, 2007). Mudanças nos hábitos alimentares da população têm ocorrido alterações nos últimos anos e diversos fatores, tanto econômicos quanto sócio-culturais, têm influenciado para que isso ocorra. Entre os fatores determinantes estão o crescimento da população em meios urbanos, a distância de deslocamento entre a residência e o local de trabalho e/ou escola, o aumento da percentagem de mulheres no mercado de trabalho, o aumento de poder da compra e preocupações dietéticas. Tais mudanças levam a um crescente investimento por parte dos empresários para garantir uma maior vida de prateleira dos alimentos, como por exemplo, processos de refrigeração mais rápido, eficazes e seguros (BAPTISTA & ANTUNES, 2005). Quanto à inocuidade dos alimentos, o conceito de doenças transmitidas por alimentos (DTA), doenças veiculadas por alimentos (DVA), está baseado em quando uma ou mais pessoas apresentem sintomatologia da doença, após a ingestão de um mesmo alimento contaminado com microrganismo patogênico ou suas toxinas (OLIVEIRA et al., 2010). 10 A maioria dos casos de DTAs não é notificada às autoridades sanitárias, pois muitos patógenos causam sintomas brandos, fazendo com que a vítima não busque auxílio médico (OLIVEIRA et al.,2010). No ano 2000, morreram 2,1 milhões de pessoas no mundo por doenças diarréicas, sendo crianças, jovens, adultos e imunodeprimidos os mais afetados (POTES, 2007). O Centro de Controle de Enfermidades dos Estados Unidos da América (CDC), estima a ocorrência de 6,5 a 33 milhões de casos de infecção alimentar e 9000 mortes por ano, relacionados a doenças de origem alimentar nos Estados Unidos. Vários estudos têm mostrado que 1 em cada 10 casos de infecção alimentar é registrado e documentado. De acordo com o CDC, 97% das doenças alimentares podem ser prevenidas, melhorando-se as práticas de manipulação de alimentos (BROMBERG, 2011). 11 2 DADOS SOBRE O ESTÁGIO O estágio curricular obrigatório foi realizado no Frigorífico Juliatto que de acordo com o RIISPOA (Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal) é denominado Fábrica de Conservas. As atividades incluíram prática de monitoramento e levantamento de dados para elaboração do documento de Análises de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) dos produtos maturados, linguiças frescais, produtos salgados, produtos temperados e embutidos cozidos. 2.1 ORIENTADOR ACADÊMICO A Professora Doutora Anderlise Borsoi, responsável pelas disciplinas de Doenças de Aves e Suínos, Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal, do curso de medicina veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), foi a orientadora acadêmica da estagiária Karina Carneiro Mongelos. 2.2 ORIENTADOR PROFISSIONAL O estágio foi orientado pelo Engenheiro de Alimentos Roberto Juliatto, proprietário e responsável técnico do Frigorífico Juliatto. 2.3 DURAÇÃO DO ESTÁGIO A carga horária total foi de 540 horas, realizados no período de 16/01/2012 a 16/05/2012. 2.4 LOCAL DE ESTÁGIO O Frigorífico Juliatto possui sede em São José dos Pinhais-PR, localizada na Rua: Dr Muricy, 1501, Bairro da Costeira. CEP: 83.015-290. Telefone: (41) 2102- 12 6850 (Figura 1). O Frigorífico foi fundado em 1967 por Ulisses Juliatto Filho, descendente de italianos. De pequena empresa, com produção limitada e poucos funcionários, atualmente abastece mercados em quase todo o estado do Paraná, incluindo cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, composta por aproximadamente 170 funcionários e com 166 itens divididos em 7 linhas de produtos. Esse crescimento foi marcado por investimento em instalações, recursos humanos, recursos tecnológicos e frota própria, tornando sua logística ágil e competitiva (FIGURA 2). A empresa trabalha seguindo rígidos padrões de qualidade e normas do Sistema de Inspeção Federal (SIF) que determina, entre outras coisas, a higienização total de processo. Essa preocupação é estendida aos funcionários, a maioria da própria região, através de intenso treinamento sobre higiene pessoal e manipulação adequada de alimentos. FIGURA 1- ENTRADA DO FRIGORÍFICO JULIATTO,2012 FONTE : O próprio autor FIGURA 2 – VISTA AÉREA DO FRIGORÍFICO JULIATTO FONTE:http://www.juliatto.com.br/2008/index.php?option=com_content&task=view&id =1&Itemid=2 13 2.5 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS Durante o período de estágio foi realizado o levantamento de dados para elaboração do documento APPCC dos produtos salgados, linguiças frescais, produtos temperados, embutidos cozidos; ainda foram realizados a implantação do APPCC dos produtos maturados e o monitoramento da manutenção das instalações, manutenção dos equipamentos, vestiário, sanitário e barreira sanitária, iluminação, ventilação, água de abastecimento, águas residuais, higiene, hábitos higiênicos e saúde dos funcionários, limpeza e sanitização (PPHO) e o procedimento sanitário operacional (PSO). O controle de temperatura, calibração e aferição de instrumentos de controle de processo, aditivos e conservantes, realizados através do Procedimento de Autocontrole 175/2005/CGPE/DIPOA (DIPOA, que tem 2005) como que referência estabelece a circular n° procedimentos de verificação dos Programas de Autocontrole, a circular n°176/2005/CGPE/DIPOA que estabelece a modificação das instruções para a verificação do PPHO (Procedimento Padrão de Higiene Operacional) e a circular nº 003/2008/DICS/CGI/DIPOA que estabelece frequências para a verificação oficial dos elementos de inspeção e modelos padronizados de planilhas para a verificação no local e documental, de suínos. O monitoramento consiste na observação e registro regular das atividades de um projeto ou programa. É um processo rotineiro de acúmulo de informações do projeto em todos os seus aspectos. A ação preventiva era tomada para eliminar as causas de não-conformidades potenciais ou outra situação indesejável a fim de evitar novas ocorrências. É aplicada antes da implementação de novos produtos, processos ou sistemas, ou antes, de modificações já existentes. A ação corretiva é tomada para eliminar as causas de não-conformidades existentes ou situações indesejáveis de maneira a evitar recorrências. Abaixo descrição (Tabela 1) de frequência de atividades de monitoramento. 14 TABELA 1 – FREQUÊNCIA DE ATIVIDADES DE MONITORAMENTO DO FRIGORÍFICO JULIATTO, JANEIRO 2012 PROGRAMA DE AUTOCONTROLE FREQUÊNCIA DO MONITORAMENTO Manutenção das Instalações Manutenção dos Equipamentos Vestiários, Sanitários e Barreiras Sanitária Iluminação Ventilação Água de Abastecimento Águas Residuais Higiene, Hábitos higiênicos e saúde dos funcionários Limpeza e sanitização Procedimento Sanitário das Operações Controle de Temperatura Calibração e aferição de instrumentos Aditivos e conservantes FONTE: Controle de Qualidade do Frigorífico Juliatto 1 vez por semana Diária Diária Diária Diária Diária Diária Diária Diária Diária Diária 1 vez por semana Diária 2.5.1 Manutenção das Instalações O programa de autocontrole determina procedimentos a serem adotados para a manutenção das instalações para que o estabelecimento seja mantido conforme projetado, construído e instalado. Este programa aplicava-se aos procedimentos de manutenção preventiva e corretiva realizados nas instalações. O controle de qualidade era responsável por implementar, acompanhar e assegurar o cumprimento desse procedimento e o setor de manutenção era responsável pela realização da manutenção das instalações. O monitoramento da manutenção das instalações era realizado semanalmente. As instalações como forro/teto, piso, paredes e portas eram de material durável, impermeável e de fácil higienização, sendo higienizados diariamente conforme Manual de HigienizaçãoPPHO. Os ralos eram sifonados e com escoamento de água para não haver águas residuais no piso. As portas com fechamento automático e janelas com telas com acesso a área externa foram projetadas para evitar o acesso de insetos, roedores e outras pragas. 2.5.2 Manutenção dos Equipamentos O “autocontrole de manutenção dos equipamentos” estabelece procedimentos a serem adotados para a manutenção dos equipamentos com o propósito de 15 garantir a elaboração dos produtos em conformidade com o processo programado. O programa aplicava-se aos procedimentos de manutenção preventiva e corretiva realizados nos equipamentos. O controle de qualidade era responsável por implementar, acompanhar e assegurar o cumprimento deste procedimento, e o setor de manutenção era responsável pela realização da manutenção preventiva e corretiva de todos os equipamentos. Os equipamentos usados no processamento e na manipulação dos produtos foram fabricados com materiais que facilitam a higienização e que permitem a manutenção. Todos os equipamentos eram desmontados para a realização da higienização. A manutenção preventiva era realizada para evitar que um dano ao equipamento viesse ocorrer. A manutenção corretiva era realizada sempre que necessário. O monitoramento da manutenção dos equipamentos era realizado através de inspeção visual dos equipamentos pelo encarregado da produção. 2.5.3 Vestiários, Sanitários e Barreiras Sanitárias O procedimento de autocontrole estabelece procedimentos a serem adotados para manter os vestiários, sanitários e as barreiras sanitárias com boas condições de higiene e organização. Este procedimento aplicava-se aos vestiários e sanitários femininos e masculinos e às barreiras localizadas nas entradas para a fábrica. O controle de qualidade era responsável por implementar, acompanhar e assegurar o cumprimento deste procedimento. Os vestiários masculinos e femininos eram instalados separadamente das áreas de obtenção, manipulação, processamento e armazenamento dos produtos, possuíam apenas um acesso para a entrada e saída. Cada colaborador tinha um armário para guardar roupas e objetos pessoais. Os uniformes de todos os colaboradores eram lavados em uma lavanderia terceirizada e eram trocados diariamente. Existia um setor próximo aos vestiários onde eram colocadas diariamente as roupas limpas e outro separado para as roupas sujas, as quais eram coletadas diariamente. Os vestiários eram higienizados diariamente, possuíam lavatório, sabonete anti-séptico, papel toalha não reciclável e cesto para lixo com acionamento automático. Os sanitários eram instalados separadamente das áreas de obtenção, manipulação, processamento e armazenamento. Eram higienizados 16 diariamente, possuíam lavatório com acionamento automático, sabonete antiséptico, papel toalha não reciclável e cesto para lixo com acionamento automático, sendo em número suficiente para a quantidade de funcionários. A barreira sanitária da entrada principal e da entrada para a recepção de matéria-prima possuía lava botas automático com quatro escovas, lavatório com acionamento automático, sabonete anti-séptico, papel toalha não reciclável e cesto para lixo com acionamento automático. O monitoramento era realizado pelo auxiliar de controle de qualidade diariamente, por inspeção visual das instalações, como higiene, organização, disposição de sabonete e papel toalha. Como ação preventiva era monitorada a frequência de abastecimento de papel toalha, sabonete, papel higiênico e sanitizante para lava botas, incluindo treinamento sobre as Normas de Integração da Empresa e Boas Práticas de Fabricação para os novos colaboradores. Como ação corretiva, o treinamento com os colaboradores responsáveis pela reposição de material e higienização do local, era realizado. 2.5.4 Iluminação A operação estabelece procedimentos a serem adotados para manter a qualidade e a intensidade suficiente da iluminação em todos os setores da fábrica. Este procedimento aplicava-se à iluminação de todas as áreas de processamento, manipulação, armazenamento, câmaras e inspeção de matérias-primas e produtos. O controle de qualidade era responsável por implementar, acompanhar e assegurar o cumprimento deste procedimento e a equipe de manutenção era responsável pela troca de luminárias como ações corretivas. O estabelecimento tinha iluminação artificial que possibilita a realização dos trabalhos e não comprometia a higiene dos alimentos. As instalações elétricas são embutidas ou exteriores, e perfeitamente revestidas por tubulações isolantes e presas a paredes e tetos, não sendo utilizadas fiações elétricas soltas sobre a área de manipulação de alimentos. A iluminação utilizada não permite distorções de cor nos produtos. A intensidade de iluminação deve ser no mínimo de 110 lux, quando medida numa distância de 75 cm acima do piso, nas unidades de refrigeração e estocagem de alimentos e em outras áreas durante os períodos de limpeza. A intensidade nas 17 salas de manipulação deve ser no mínimo 220 lux e mínimo 540 lux nos pontos de inspeção oficial e nos locais onde os cuidados com segurança eram indispensáveis, como na manipulação de facas, moedores e serra de suínos e bovinos. O monitoramento era realizado pelo auxiliar do controle de qualidade diariamente. A ação preventiva de iluminação dos setores da fábrica era a troca de luminárias que não estão vedadas adequadamente e higienização dos protetores das luminárias. A ação corretiva visa realizar a troca das lâmpadas em horários que não houvesse manipulação de alimentos no setor e trocar lâmpadas com baixa intensidade de luz. 2.5.5 Ventilação O objetivo desse procedimento de autocontrole era estabelecer procedimentos a serem adotados para que não ocorra condensação nos setores, pois uma ventilação adequada era fundamental para o controle de odores, vapores e para condensação. Este procedimento aplicava-se a todas as áreas de processamento, manipulação, armazenamento, câmaras e inspeção de matériasprimas e produtos. O controle de qualidade era responsável por implementar, acompanhar e assegurar o cumprimento deste procedimento. Todos os setores de manipulação possuíam evaporador e desumidificador para controlar a condensação nos setores. No setor de cozimento existiam exaustores para controlar a condensação que ocorria por causa dos tanques de cozimento e do vapor das estufas. O monitoramento consistia em inspeção visual do teto de todos os setores, realizada pelo auxiliar do controle de qualidade diariamente. Como ação preventiva de condensação deve manter os setores de manipulação sem água residual para evitar a condensação, evitar vazamento de água nos setores da indústria e manter as portas das câmaras fechadas. Como ação corretiva de condensação deve dispor de mais desumidificadores ou exaustores nos setores onde a ocorrência de condensação era mais favorável e secar o teto com auxílio de um rodo após a higienização dos setores. 2.5.6 Água de Abastecimento 18 O procedimento de autocontrole estabelece procedimentos a serem adotados para manter a segurança da água que entra em contato direto ou indireto com os produtos e que era utilizada para a fabricação de gelo e vapor. Este procedimento aplicava-se a todos os processos que utilizam a água em qualquer dos seus estados, diretamente na elaboração dos alimentos, ou na higienização das superfícies que entraram em contato com os mesmos, ou que possam de alguma maneira, gerar contaminação ou qualquer outro efeito que represente risco ao alimento ou à saúde do consumidor. O controle de qualidade era responsável por implementar, acompanhar e assegurar o cumprimento deste procedimento e a equipe de manutenção era responsável pelos reparos dos reservatórios de água bem como das linhas de distribuição. 2.5.7 Controle do cloro residual livre e pH da água O controle do teor de cloro e pH da água era realizado em cinco pontos da indústria, pelo auxiliar do controle de qualidade, diariamente. Como ação preventiva da higienização das caixas d’água e reservatórios era realizada a higienização dentro do prazo de seis meses, eram mantidos as caixas e os reservatórios sempre tampados para não entrar sujidades. Como ação preventiva do cloro residual livre e pH da água era realizado o monitoramento diário e corrigido o valor quando estivesse fora do padrão. 2.5.8 Monitoramento diário do cloro e pH Procedimento de análise de cloro residual livre-método DPD 1. Colocar a amostra de água até a marca na cuba (5ml); 2. Adicionar uma gota do reagente 1 e agitar; adicionar duas gostas do reagente 2 e agitar; 3. Colocar amostra no disco colorimétrico; 4. Girando o disco colorimétrico, comparar imediatamente a cor da amostra reagida com as cores contidas do disco; 5. Fazer a leitura que é expressa em mg/l de cloro residual. 19 Instrução para análise de pH 1. Coletar a amostra de água em cuba; 2. Inserir fita indicadora de pH na amostra; 3. Fazer a leitura comparando com a tabela da embalagem e anotar o resultado na planilha. Como ação corretiva as caixas d’água devem passar por limpeza e/ou reparo da caixa d’água, que pode ser imediata ou no final do turno de acordo com a avaliação do risco que a falha ofereça à segurança alimentar e colocar a tampa. Como ação corretiva para cloro residual livre, deve ser colocado mais cloro quando necessário e ajustar o teor de cloro para níveis iguais ou entre a 0,5 a 1,5 ppm. Verificar também se o diluidor de cloro está com a porcentagem correta. 2.5.9 Águas residuais O objetivo desse autocontrole era estabelecer procedimento a serem adotados para que não houvesse águas residuais no piso e nos ralos dos setores da fábrica. Este procedimento aplicava-se a todas as áreas de processamento, armazenamento, câmaras e inspeção de matérias-primas e produtos. As águas residuais eram recolhidas e direcionadas à central de tratamento utilizando tubulação própria, identificada de forma a evitar cruzamentos de fluxo ou contaminação da água de abastecimento. O sistema de recolhimento de águas residuais não entrava em contato com os equipamentos e utensílios e dispunha de ralos sifonados que impediam a presença de resíduos sólidos e o refluxo de gases. O monitoramento do sistema de recolhimento de água era por inspeção visual do piso e ralos de todos os setores, realizada pelo auxiliar do controle de qualidade, diariamente. Como ação preventiva eram utilizados produtos à base de hidróxido de sódio nos ralos para diluição da gordura, uma vez por semana. Como medida corretiva a colocação de novos ralos nos setores onde houvesse água residual, trocar sistema de tubulação ou melhorar o método de escoamento nos setores onde houvesse água residual no piso. 20 2.5.10 Higiene, Hábitos Higiênicos e Saúde dos Funcionários A operação estabelece procedimentos e requisitos de higiene pessoal a serem adotados por todos os colaboradores que trabalham direta ou indiretamente com a manipulação dos alimentos para se obter um produto de qualidade e evitar a contaminação dos alimentos (FIGURA 3). O controle de qualidade era responsável por implementar, acompanhar e assegurar o cumprimento deste procedimento. FIGURA 3 - FUNCIONÁRIOS DO FRIGORÍFICO JULIATTO, 2012 FONTE: O próprio autor O monitoramento da higiene e hábitos higiênicos era realizado por inspeção visual, se os colaboradores estão higienizando as mãos corretamente e botas na entrada para a fábrica, se utilizam touca e máscara, se o uniforme está limpo e não apresentavam feridas, era realizado pelo auxiliar do controle de qualidade diariamente. O monitoramento da saúde dos operários era realizado através dos resultados dos exames admissionais que eram arquivados no Setor de controle de qualidade, no SIF e no Departamento Pessoal da empresa. Como ação preventiva era orientado aos colaboradores a seguirem as Normas de Integração da empresa e as Boas Práticas de Fabricação. Realizar treinamentos sobre hábitos higiênicos e realizar os exames admissionais e periódicos e orientar os colaboradores a procurar o supervisor quando estivessem com alguma doença infecciosa. 21 Como ação corretiva da higiene e hábitos higiênicos dos funcionários eram realizados treinamentos com mais frequência. Os colaboradores que apresentarem doenças infecciosas, gastroenterites, lesões abertas, purulentas deveriam ser afastados do serviço, pois poderiam contaminar os produtos. Durante o período de estágio foi realizada a verificação da higiene dos funcionários semanalmente, por laminocultivo das mãos dos manipuladores (FIGURA 4 E 5). Instruções para procedimento de laminocultivo -Anotar os dados de identificação (data, nome) nos tubos -Realizar o contato do meio de cultura nas mãos -Fechar o tubo -Incubar os meios a 30-35ºC/48 horas para bactérias -Contar o número de colônias desenvolvidas -Calcular o número de microrganismos viáveis em cada meio de cultura (área=8,5cm²) -Resultados são expressos em UFC/cm² (Tabela 2 e 3) TABELA 2: Resultados do laminocultivo das mãos dos manipuladores no mês de fevereiro para Staphylococcus aureus SETOR DATA HORA RESULTADO PARA S. aureus Embutimento 03/02/2012 13:00 h 0,82 UFC/cm² Embutimento 03/02/2012 13:00 h 0,23 UFC/cm² Embutimento 03/02/2012 13:00 2,94 UFC/cm² Embalagem Primária 03/02/2012 13:00 h 0,11 UFC/cm² Expedição 10/02/2012 13:00 h 0,70 UFC/cm² Desossa 10/02/2012 13:00 h Incontável Embutimento 10/02/2012 13:00 h 2,11 UFC/cm² Embalagem Primária 10/02/2012 13:00 h 5,64 UFC/cm² Embutimento 16/02/2012 13:00 h 2 UFC/cm² Desossa 16/02/2012 13:00 h 7 UFC/cm² Expedição 16/02/2012 13:00 h 7 UFC/cm² Preparo de Bandejas 16/02/2012 13:00 h 3 UFC/cm² Embalagem Primária 24/02/2012 13:00 h 12,7 UFC/cm² Expedição 24/02/2012 13:00 h 6,11 UFC/cm² Embutimento 24/02/2012 13:00 h 5,17 UFC/cm² 22 TABELA 3: Resultados do laminocultivo das mãos dos manipuladores no mês de fevereiro para Coliformes fecais SETOR DATA HORA RESULTADO PARA COLIFORMES FECAIS Embutimento 03/02/2012 13:00 h Ausente Embutimento 03/02/2012 13:00 h Ausente Embutimento 03/02/2012 13:00 h Ausente Embalagem Primária 03/02/2012 13:00 h Ausente Expedição 10/02/2012 13:00 h 0,35 UFC/cm² Desossa 10/02/2012 13:00 h 0,47 UFC/cm² Embutimento 10/02/2012 13:00 h Ausente Embalagem Primária 10/02/2012 13:00 h Ausente Embutimento 16/02/2012 13:00 h 0,10 UFC/cm² Desossa 16/02/2012 13:00 h Ausente Preparo de Bandejas 16/02/2012 13:00 h Ausente Expedição 16/02/2012 13:00 h 0,2 UFC/cm² Embalagem Primária 24/02/2012 13:00 h Ausente Desossa 24/02/2012 13:00 h Ausente Expedição 24/02/2012 13:00 h Ausente Embutimento 24/02/2012 13:00 h Ausente FIGURA 4- LAMINOCULTIVO DAS MÃOS DOS MANIPULADORES OBSERVANDO-SE COLIFORMES FECAIS FONTE : O próprio autor 23 FIGURA 5 – LAMINOCULTIVO DAS MÃOS DOS MANIPULADORES OBSERVANDO-SE Staphylococcus aureus FONTE : O próprio autor 2.5.11 Limpeza e Sanitização Este procedimento de autocontrole estabelece procedimentos a serem adotados na higienização antes do início das operações (pré-operacionais) e após as mesmas. O controle de qualidade era responsável por implementar, acompanhar e assegurar o cumprimento deste procedimento. Todas as instalações e equipamentos eram higienizados e sanitizados com produtos químicos aprovados conforme Manual de Higienização (Procedimento Padronizado de Higiene Operacional). O monitoramento da higienização pré-operacional era realizado por inspeção visual de todas as instalações e equipamentos pelo responsável da Higienização Pré-Operacional diariamente. O monitoramento da higiene operacional era realizado por inspeção visual dos setores pelo auxiliar do controle de qualidade. Como ação preventiva na higiene pré-operacional era realizado treinamento com os colaboradores da equipe de higienização. Realiza-se swab através de plaqueamento das superfícies e equipamentos que entravam em contato com os alimentos, duas vezes por semana. Como ação corretiva da higienização pré-operacional era trocado de produto se ele não estivesse sendo eficiente, refazia-se a higienização, realizava-se treinamento com a equipe de higienização, intensificava-se a higienização se a contagem das placas ultrapassasse o valor de 10 UFC/cm² nos equipamentos e setores. 24 2.5.12 Procedimentos Sanitários das Operações O objetivo do autocontrole estabelecia procedimentos a serem adotados para manter as condições higiênico-sanitárias durante as operações industriais. O controle de qualidade era responsável por implementar, acompanhar e assegurar o cumprimento deste procedimento. O setor de higienização de utensílios era responsável pela higienização das facas. O monitoramento da higienização das facas é realizado por inspeção visual realizada pelo responsável da Higienização diariamente. O monitoramento da retirada do lixo era realizado por inspeção visual pelo auxiliar do controle de qualidade diariamente. O monitoramento das caixas brancas, vermelhas e laranjas era realizado por inspeção visual para observar se as caixas estavam sendo utilizadas de acordo com o recomendado durante as operações, realizado pelo auxiliar do controle de qualidade diariamente. Como ação preventiva da higienização de facas era realizado o treinamento do colaborador responsável pela higienização e troca das facas. Medida preventiva para caixas era a higienização e sanitização das caixas após a utilização. Como ação corretiva da higienização de facas era realizada a troca das facas que estivessem com lâmina ou o cabo danificado. Eram realizados plaqueamentos das caixas para contagem total de mesófilos para observar se a higienização estava sendo eficiente. 2.5.13 Controle de Temperatura Este procedimento de autocontrole estabelece procedimentos a serem adotados para o controle das temperaturas de todos os setores, câmaras e etapas da produção dos alimentos para garantir a inocuidade e qualidade dos produtos. A temperatura das câmaras era controlada de acordo com os produtos estocados, como congelado e resfriado. Todas as câmaras e ambientes climatizados possuíam termômetros de fácil leitura e em lugares acessíveis (Figura 6). 25 FIGURA 6 - TERMÔMETRO FONTE : O próprio autor O monitoramento era realizado pelo auxiliar do controle de qualidade in loco e através da visualização dos registros das temperaturas na forma de carta contínua, visualizado no sistema eletrônico de registros diariamente (Figura 7). Eram monitoradas as temperaturas das carnes na desossa e da massa no embutimento (Figura 8). Para prevenção do controle da temperatura dos setores e câmaras, as portas das câmaras eram mantidas fechadas. Como ação corretiva, era comunicado ao setor de manutenção a ocorrência de desvios na temperatura das câmaras ou setores, através de ordem de manutenção para imediata correção do problema. FIGURA 7: SISTEMA ELETRÔNICO DE REGISTRO DA TEMPERATURA NA FORMA DE CARTA CONTÍNUA FONTE: Frigorífico Juliatto 26 FIGURA 8: CONTROLE DA TEMPERATURA NA DESOSSA Fonte: O próprio autor 2.5.14 Calibração e Aferição de Instrumentos de Controle de Processo A operação do autocontrole estabelece procedimentos a serem adotados para a calibração e aferição de instrumentos de controle de processo - termômetros e balanças. A aferição das balanças era realizada uma vez por semana, com o auxílio de um peso padrão e na balança de pesagem de condimentos e aditivos era realizada diariamente. A aferição de todos os termômetros utilizados durante a produção era realizada pelo auxiliar do Controle de qualidade com um termômetro de aferição duas vezes por semana. Como medida preventiva, eram adquiridos os termômetros devidamente calibrados, realizada a aferição correta dos termômetros e balanças. A cada seis meses era realizada a calibração das balanças e dos termômetros por uma empresa terceirizada, a qual fornecia os laudos de calibração. Os termômetros tipo capela utilizados nos setores e câmaras eram calibrados a cada ano por uma empresa terceirizada. Como medida corretiva, os termômetros quebrados eram substituídos. Se houvesse diferença de peso na aferição da balança, a empresa terceirizada era comunicada para fazer uma calibração e a balança era substituída imediatamente. 27 2.5.15 Aditivos e Conservantes O objetivo do procedimento de autocontrole era estabelecer procedimentos a serem adotados para garantir que o produto final tenha no máximo 150 ppm de nitrito residual. O controle de qualidade era responsável por implementar, acompanhar e assegurar o cumprimento deste procedimento. O monitoramento da recepção de conservantes era realizado de todo recebimento e saída das misturas com conservantes do almoxarifado diariamente. O setor de controle de qualidade realizava o monitoramento da quantidade adicionada de conservantes nos produtos, comparando com o aprovado junto ao DIPOA sendo realizado diariamente. As ações preventivas visavam realizar o treinamento constante com o colaborador que efetuava a pesagem das misturas com conservante, controlava todas as saídas de misturas com conservantes do almoxarifado, realizava análises trimestrais das misturas com conservante adquiridas pela empresa, aferia diariamente a balança onde eram pesadas as misturas de conservantes. Como medida corretiva, caso tenha-se disparidade de valores entre a análise de verificação da quantidade de nitrito e/ou nitrato de sódio, com a ficha técnica do produto, comunicava-se o fornecedor e devolvia-se todo o lote do produto. Passava-se a realizar análises de todos os lotes que chegassem na empresa deste fornecedor, antes do mesmo ser utilizado, enquanto se achar necessário. Caso tivesse nova disparidade trocava-se imediatamente o fornecedor. Sendo observadas diferenças de peso na aferição da balança de pesagem, substituía-se a mesma imediatamente. Caso detectado após a análise de verificação, que algum produto possui residual de nitrito acima de 150 ppm, procedia-se ao recall imediato de todo lote do referido produto. 2.5.16 Participação no 17º Curso de APPCC Durante o período de estágio, houve a participação no 17º Curso de APPCC, promovido pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), oferecido pelo orientador profissional Roberto Juliatto. O curso tratava dos “Procedimentos para Implementação do Sistema HACCP na Indústria de Carnes”, realizado de 23 a 27/04/2012 em Campinas-SP, com duração total de 28 horas (Anexo 1 e 2). 28 2.5.17 Elaboração do documento APPCC A elaboração do documento APPCC foi iniciada no período de estágio curricular. O APPCC foi elaborado por linha de produto, inicialmente com os produtos maturados: Copa, Salame Italiano, Salame Milano, Salame tipo Hamburguês e Linguiça Colonial. Na elaboração do plano APPCC, primeiramente foi realizada a identificação da empresa, com razão social, endereço, telefone, CNPJ, responsável técnico, número de registro no SIF, categoria do estabelecimento, relação dos produtos elaborados e destino da produção. Seguindo as etapas de implantação do projeto, realizou-se a descrição do produto, com nome do produto, características do produto final, forma de uso do produto pelo consumidor, características da embalagem, prazo de validade, local de venda de produto, instruções contidas no rótulo, instruções para armazenar o produto e controles especiais durante a distribuição e comercialização. Seguidamente, foi levantado a composição do produto e fornecedor de cada ingrediente. A elaboração e descrição do fluxograma são essenciais para estabelecer os perigos, desde a recepção da matéria-prima até a expedição. Foram estabelecidos os equipamentos envolvidos no processo, informações como nome do equipamento, localização na fábrica, em qual etapa/processo foi utilizado e a função desse equipamento (ANEXO 3). Para os salames, foram levantados os seguintes equipamentos, iniciando pelo triturador de blocos (Figura 9). 29 FIGURA 9 - TRITURADOR DE BLOCOS FONTE : O próprio autor FIGURA 10 – MOEDOR FONTE : O próprio autor Seguido do moedor (Figura 10), balança (Figura 11), misturadeira (Figura 12), embutideira, máquina de embalagem a vácuo (Figura 13), inclui-se também a câmara de massas (Figura 14), o defumador (Figura 15) e a câmara de maturação (Figura 16). 30 FIGURA 11 - BALANÇA DE CARRINHOS FONTE : O próprio autor FIGURA 12 – MISTURADEIRA FONTE : O próprio autor 31 FIGURA 13 - MÁQUINA DE EMBALAGEM A VÁCUO FONTE : O próprio autor FIGURA 14 - CÂMARA DE PREPARO DE MASSAS FONTE : O próprio autor 32 FIGURA 15 – DEFUMADOR FONTE : O próprio autor FIGURA 16- CÂMARA DE MATURAÇÃO FONTE : O próprio autor Para estabelecer os PC (Pontos de Controles) e os PCC (Pontos Críticos de Controle), foram levantados os perigos para todos os produtos da linha dos maturados. PCC é qualquer fase, local ou operação que se não controlados efetivamente, poderão resultar em uma contaminação inaceitável e se constituir em uma ameaça à segurança do alimento. Um ponto somente poderá ser considerado PCC se existir um risco alto ou moderado de ocorrer um perigo que poderá causar uma doença ou uma injúria ao consumidor caso houver uma falha no seu controle. PC são operações no sistema de produção de alimentos onde a ausência de 33 controle não implica em uma ameaça à saúde do consumidor. A maioria deles efetuados com auxílio das Boas Práticas de Fabricação. Foram analisados os perigos biológicos, físicos e químicos da recepção e armazenagem de material de embalagem, recepção e armazenagem de ingredientes, recepção e armazenagem de matéria-prima, desossa, salga, lavagem, triturador de blocos, moedor, misturadeira, cutter, embutimento, defumação, câmara de maturação, verificação da atividade de água, lavagem após defumação, embalagem primária, embalagem secundária, armazenamento final e expedição. Levantados os perigos, esses foram classificados por severidade e risco de ocorrer. A severidade de um perigo foi classificada por alta ou baixa, representados por A ou B, respectivamente. O risco de ocorrer foi classificado por alto, médio ou baixo, representados por A, M ou B, respectivamente. A determinação do PCC no processo foi estabelecido respondendo quatro perguntas: 1) Existem medidas de controle preventivas para o perigo identificado? 2) Esta etapa elimina ou reduz o perigo a níveis aceitáveis? 3) O perigo pode aumentar a níveis inaceitáveis? 4) Uma etapa subseqüente eliminará ou reduzirá o perigo a níveis aceitáveis? 34 3 REVISÃO DE LITERATURA 3.1 MICRORGANISMOS Bactérias são microrganismos encontrados em todos os ambientes. As dimensões são entre 0,5 e 10 µm de comprimento ou diâmetro. Deterioram alimentos e podem ser responsáveis por doenças em animais, plantas e no homem. (SENAC, 2002) As bactérias podem ser patogênicas ou toxigênicas. As patogênicas são infecciosas e causadoras de doenças em humanos, sobrevivem em alimentos potencialmente perigosos e podem multiplicar-se rapidamente, já as toxigênicas produzem toxinas perigosas quando se multiplicam ou morrem (MIYAGUSKU, 2011). Um alimento só será isento de microrganismo se for esterilizado, como no caso de enlatados ou fórmulas especiais para crianças ou pacientes imunodeprimidos. Produtos crus de origem animal apresentam naturalmente bactérias, que potencialmente podem causar doenças no homem. A carne é composta por tecido muscular, tecido conjuntivo e pequena proporção de tecido epitelial e nervoso, essa composição varia de acordo com o sexo, idade, raça, espécie, manejo e alimentação do animal. Devido a sua composição nutricional, a carne constitui um substrato rico para o crescimento microbiano. O material fecal poderá contaminar a carcaça durante o processo de evisceração e além dos microrganismos presentes no couro e nas vísceras, o ambiente e os equipamentos também exercem importante papel na contaminação das carcaças (BARNINKA et al., 2006). Uma das classificações de microrganismos é pela capacidade de se multiplicarem sob diferentes temperaturas (Tabela 4). A temperatura de refrigeração pode inibir ou retardar a multiplicação de microrganismos. Temperaturas de congelamento são necessárias para interromper a multiplicação da maioria dos microrganismos. 35 TABELA 4: TEMPERATURAS PROCARIÓTICOS CARDIAIS PARA MICRORGANISMOS Temperatura (ºC) Grupo Mínima Termofílica 40-45 Mesofílicas 5-15 Psicrofílicas -5-+5 Psicrotrófilas -5-+5 FONTE: ICMSF, 1980a, Tabela 1.1, p.4. Ótima Máxima 55-75 30-45 12-15 25-30 60-90 35-47 15-20 30-35 Sob condições ideais, uma bactéria dobra a população a cada 20 minutos. Um alimento contaminado com 1000 organismos por grama e que tem um tempo de geração bacteriana de 30 minutos apresentará o seguinte crescimento (Tabela 5). TABELA 5: CRESCIMENTO BACTERIANO POR TEMPERATURA IDEAL A PARTIR DE 1000 UFC/G. Tempo 30 MINUTOS, SOB Nº de Organismos 1 hora depois 2 horas depois 3 horas depois 4 horas depois 4.000 16.000 64.000 256.000 Os fatores que afetam ou influenciam o crescimento bacteriano são: 1) Alimento: condições ideais de temperatura, umidade, teor de proteínas e pH são favoráveis a desenvolvimento bacteriano. 2) Acidez (pH): A maior parte dos alimentos têm pH entre 4,6 e 7,0. A maior parte dos microrganismos tem crescimento ideal em pH neutro ou próximo a neutralidade. 3) Tempo: Os alimentos não devem ser mantidos por longos períodos de tempo em temperatura dentro da chamada zona de perigo que são de 4,4 ºC até 60ºC. 4) Temperatura: A temperatura é um fator importante, pois afeta o crescimento bacteriano. No entanto, as bactérias psicrotróficas (-5 a +5ºC) desenvolvemse em temperaturas de refrigeração. 36 5) Oxigênio: A maioria dos microrganismos necessitam de oxigênio para sobreviver, mas existe um número significante de patógenos que se desenvolvem na presença ou ausência de oxigênio: Salmonella, E.coli, Shigella, Yersinia. 6) Umidade: Microrganismos precisam de fonte de água. O termo “atividade de água” (Aw) indica a viabilidade da água para o crescimento bacteriano. A menor Aw na qual um microrganismo pode se desenvolver é de 0,85. Os alimentos mais potencialmente perigosos possuem Aw entre 0,97-0,99, ideal para o crescimento bacteriano. Os fatores mais comuns determinantes de surtos alimentares são divididos em sete categorias: 1) Carga microbiana inicial; 2) Temperatura inadequada de armazenagem e transporte; 3) Cozimento inadequado; 4) Aquecimento inadequado; 5) Higiene pessoal inadequada; 6) Contaminação cruzada; 7) Armazenagem imprópria. 3.2 BACTÉRIAS PATOGÊNICAS 3.2.1 Staphylococcus aureus O Staphylococcus aureus (SA) pode ser encontrado em várias partes do corpo, como fossas nasais, garganta, intestino e pele. A infecção estafilocócica pode ser causada por bactérias do mesmo indivíduo ou de portadores doentes ou não. A transmissão ocorre por contato direto ou não (TOLEDO, 1991). S. aureus podem se multiplicar em alimentos que contenham 7,5% a 20 % de cloreto de sódio (NaCl). São transmitidas aos alimentos devido a falhas na higiene pessoal e durante manipulação dos alimentos (SENAC, 2002). Já a intoxicação pelo Staphylococcus aureus é provocada pela ingestão de toxinas previamente formadas no alimento. Estas toxinas são chamadas 37 enterotoxinas. As enterotoxinas estafilocócicas são termoestáveis e consequentemente a intoxicação alimentar pode ser veiculada mesmo por alimentos cozidos (TOLEDO, 1991). O diagnóstico da intoxicação alimentar é realizado pela pesquisa das enterotoxinas nos alimentos ingeridos e no vômito do paciente. O SA é encontrado em grande quantidade (105 bactérias/g) no alimento que contém a enterotoxina responsável pelas manifestações clínicas (TOLEDO,1991). 3.2.2 Listeria monocytogenes A Listeria monocytogenes (LM) é patogênica para o homem, sendo capaz de se proliferar à temperatura de refrigeração dos alimentos. A listeriose é provavelmente adquirida pelo contato direto com animais doentes ou seus excrementos, pela inalação de poeira ou ingestão de alimentos contaminados, sendo o leite cru e seus derivados o principal veiculador da bactéria. A LM pode ser encontrada no solo, plantas, vegetais e animais (CASTRO,1991). 3.2.3 Salmonella A patogenicidade das salmonelas (S.) varia de acordo com seu sorotipo, idade e condições de saúde do hospedeiro. A S. typhi é o agente da febre tifóide, conhecida também como doença das mãos sujas (TOLEDO, 1991). As salmonelas paratíficas causam uma infecção semelhante à febre tifóide. De modo geral, os demais sorotipos de Salmonella causam, no adulto normal, apenas enterocolite que evolui sem complicações e desaparece dentro de uma semana ou menos. Como estas salmonelas são geralmente veiculadas por alimentos, a infecção é denominada intoxicação alimentar. (TOLEDO, 1991) 3.3 BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO As BPF (Boas Práticas de Fabricação) são normas de procedimentos usadas para atingir um padrão de qualidade de um serviço e/ou de um produto na área de alimentos, cuja eficácia deve ser avaliada através da inspeção e/ou investigação. 38 São práticas de higiene recomendadas para o manuseio de alimentos visando a obtenção de produtos seguros (HAGUIWARA, 2012). No Brasil, as BPF foram publicadas nas Portarias nº 326 de 30 de julho de 1997 pela Secretaria de Vigilância Sanitária e nº 368 de 04 de setembro de 1997 pelo Ministério da Agricultura e Abastecimento. A primeira norma oficial sobre Boas Práticas de Fabricação foi publicada em 1969 (MIYAGUSKU, 2011). 3.4 PROCEDIMENTO PADRÃO DE HIGIENE OPERACIONAL O PPHO (Procedimento Padrão de Higiene Operacional) compreende a etapa de limpeza e desinfecção pré-operacional e operacional do processo. (MIYAGUSKU, 2012) PPHO são representados por requisitos de BPF considerados críticos na cadeia produtiva de alimentos. Para estes procedimentos, recomenda-se a adoção de programas de monitorização, registros e ações corretivas. Os PPHO preconizados pela FDA (Food and Drug Administration) constituíam até outubro de 2002, a referência para o controle de procedimentos de higiene. A partir de 2002 a resolução nº 275 da Anvisa, criou e instituiu no Brasil os POP (Procedimentos Operacionais Padronizados), recomendados pelo MAPA (RIBEIRO-FURTINI e ABREU, 2005). 3.5 APPCC O projeto APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle) ou do inglês HACCP (Hazard analysis and critical control points) tem como objetivo garantir a produção de alimentos seguros à saúde do consumidor. Esse projeto tem como pré-requisitos as BPF e o PPHO. O APPCC identifica os perigos à segurança alimentar desde o abate até o consumidor final, estabelecendo os PCCs, realizando monitorização e medidas de controle para garantir que um alimento seja seguro e de qualidade. A OMC (Organização Mundial do Comércio), FAO, OMS e o MERCOSUL recomendam a implantação do sistema APPCC na Europa e Estados Unidos. No Brasil, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) juntamente 39 com o Ministério da Saúde requerem a implantação do sistema APPCC nas indústrias de alimentos (ANVISA, 2012). Foram desenvolvidos em 1997 sete princípios para a implantação do sistema APPCC: 1) Conduzir análise de perigos: preparando uma lista para cada etapa de um processamento de alimentos em que podem ocorrer perigos significativos e descrever as medidas preventivas. 2) Determinar os pontos críticos de controle (PCC): aqueles pontos do processo em que os perigos potenciais poderiam ocorrer e podem ser prevenidos e/ou controlados. 3) Estabelecer os limites críticos das medidas preventivas associada em todos os PCC. 4) Estabelecer procedimentos de monitoração para garantir que todos os PCC estejam dentro dos limites. Estabelecer procedimentos usando os resultados da monitoração para ajustar o processo e mantê-lo sob controle. 5) Estabelecer ações corretivas que devem ser tomadas quando a monitoração indicar que ocorreu um desvio nos limites críticos estabelecido 6) Estabelecer procedimentos de verificação para garantir que o sistema APPCC esteja funcionando corretamente. 7) Estabelecer procedimentos para registros e documentação. O Codex Alimentarius (FAO/OMS) criou um grupo de trabalho, em 1991, para desenvolver diretrizes internacionais para a aplicação do sistema. O APPCC é mundialmente reconhecido pelo Codex, União Europeia, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Japão, Coreia, Argentina e Brasil. 40 4 RELATO DE CASO 4.1 INTRODUÇÃO No período de estágio, houve relato de presença de insetos nas câmaras de defumação. Foi desinsetizado, porém 30 dias após a desinsetização os insetos retornaram. Quando resurgiram, verificou-se que estavam vindo dos fumeiros, mas era desconhecido o gênero e a espécie. Foram coletadas amostras das larvas e encaminhadas para o Professor Germano Henrique Rosado Neto, da Universidade Federal do Paraná, onde o próprio constatou ser um inseto da ordem Coleoptera e da Família Dermestidae que possuem hábitos necrófagos. A espécie e gênero foram identificados pela estagiária, que concluiu se tratar do besouro Dermestes maculatus. 4.2 DESENVOLVIMENTO O besouro Dermestes maculatus se alimenta de carniça e produtos de origem animal seco (FIGURA 17). Esses insetos são também pragas da indústria da seda na Itália e na Índia, e infestam produtos de origem animal armazenados, como peixe seco, queijo e bacon (VEER et al, 1996). Esses insetos são usados para ajudar a estimar o intervalo post mortem em casos de suicídio ou homicídio (RICHARDSON; GOFF, 2001). As larvas apresentam a parte do abdômen amarelo-acastanhado, enquanto a superfície dorsal é castanho escuro, geralmente com uma linha central amarelo (FIGURA 18). Apresentam dois chifres com saliências que estão localizados sobre a superfície superior do último segmento (HAINES E REES, 1989). 41 FIGURA 17 – LARVA DO COLEOPTERO FONTE : O próprio autor FIGURA 18 – CARACTÉRISTICAS DA LARVA DO Dermestes maculatus FONTE : O próprio autor O ciclo de vida completa é de 60 a 70 dias. Machos e fêmeas se acasalam várias vezes e a fêmea põe ovos dentro de 24 horas após o primeiro acasalamento (JONES et al, 2006). Cada fêmea pode colocar até 800 ovos (HINTON,1945). Durante os últimos 10 dias do estádio final, as larvas procuram um lugar para pupar, tipicamente dentro da carne ou de uma substância não-alimento, como a madeira. A temperatura favorável para a sobrevivência é entre 25ºC e 30ºC (RICHARDSON e GOFF, 2001). Uma vez adultos, os besouros podem dispersar para outras fontes de 42 alimento por vôo (HAINES e REES, 1989). Os besouros adultos vivem geralmente por quatro a seis meses (FIGURA 19 e 20). A presença de insetos em casas ou indústrias alimentícias pode indicar presença de roedor morto entre paredes ou teto. Devem-se limpar globos de luz com insetos mortos, remover roedores mortos das armadilhas, porém muitos roedores morrem em lugares inacessíveis e se tornam principal fonte de alimento para esses besouros. Essa espécie de besouro é conhecida por infestar coleções de museus de insetos e animais. A fonte de infestação é difícil de localização, devido aos hábitos de migração desses insetos. A higiene e desinsetização dos pontos onde há presença do Dermestes maculatus é a melhor forma de preveni-lo. FIGURA 19 – VISTA DORSAL DO BESOURO ADULTO FONTE : O próprio autor 43 FIGURA 20 – VISTA VENTRAL DO BESOURO ADULTO FONTE : O próprio autor 4.3 CONCLUSÃO Após identificado o inseto, foi realizada a higienização dos fumeiros e seguidamente desinsetizado. Para prevenção de novos casos, a empresa faz a higienização a cada 20 dias e a desinsetização uma vez por mês. O conhecimento de uma praga é essencial para o controle e prevenção da contaminação do produto. 44 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A segurança alimentar afeta qualquer pessoa dentro de um sistema de produção ou do consumo do alimento e é por isso que o APPCC aborda segurança alimentar desde a produção até o consumidor final, sendo reconhecido pelas indústrias, agências de saúde pública e instituições internacionais. É um sistema que baseia-se na prevenção de problemas de segurança alimentar. É fundamental o sistema APPCC envolver todos os níveis de profissionais da empresa, desde a alta gerência aos funcionários da produção, para isso é necessário treinamento com os colaboradores e principalmente a troca de funcionários de setores para o conhecimento de toda a produção, conseguindo assim identificar os perigos biológicos, físicos ou químicos, com isso propiciando uma melhor consciência sobre a segurança do alimento que estão produzindo. É de fundamental importância a participação do médico veterinário nas indústrias de alimentos, tendo em vista que a identificação e prevenção das bactérias patogênicas são essenciais para um programa de APPCC eficaz. 45 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APPCC na qualidade e segurança microbiológica de alimentos: análises de perigo e pontos críticos a qualidade e a segurança microbiológica de alimentos/ tradução D.Anna Terzi Giova; revisão cientiífica Eneo Alves da Silva Jr.-São Paulo: Livraria Varela, 1997. Título original: Microorganisms in foods. BAPTISTA, Paulo; ANTUNES, Christine. Higiene e Segurança Alimentar na Restauração.1.ed,Guimarães:2005. Disponível em: http://esac.pt/noronha/manuais/restaura%C3%A7%C3%A3ovol2.pdf. Acesso em 09 abr.2012. BARBOSA, Mayara Tenório, et al. A Importância da Medicina Veterinária na Segurança Alimentar em Supermercados. X Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão, Recife: out. 2010. Disponível em: http://www.sigeventos.com.br/jepex/inscricao/resumos/0001/R0216-1.PDF . Acesso em 09 abr.2012. BARNINKA-WORCMAN, Dory; LANDGRAF, Mariza. Microbiologia de Carne Irradiada. In:SHIMOKOMAKI, Massami et al. Atualidades em Ciência e Tecnologia de Carnes.São Paulo: Varela, 2006. P. 147-154 BRASIL. Ministério da Agricultura e Pecuária de Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Circular nº 175 de 16 de maio de 2005. Procedimentos de Verificação dos Programas de Autocontrole (Versão Preliminar). Diário Oficial da União. Brasília, 2005. Disponível em: http://www.abef.com.br/Legislacoes/circ1752005.pdf. Acesso em: 15 mar. 2012 BRASIL. Ministério da Agricultura e Pecuária de Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Circular nº003 de 18 de abril de 2008. Suínos freqüencias para a verificação oficial dos elementos – novas de inspeção e modelos padronizados de planilhas para verificação no local e documental. Diário Oficial da União. Brasília, 2008. 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In: TRABULSI, Luiz Rachid; TOLEDO, Maria Regina Fernandes; CASTRO, Microbiologia. 2. ed, São Paulo: Atheneu, 1991. p. 105-142 49 7 ANEXOS ANEXO 1 – FRENTE DO CERTIFICADO DO CURSO “PROCEDIMENTOS PARA IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA HACCP NA INDÚSTRIA DE CARNES ANEXO 2 – VERSO DO CERTIFICADO DO CURSO “PROCEDIMENTOS PARA IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA HACCP NA INDÚSTRIA DE CARNES 50 ANEXO 3 – EQUIPAMENTOS ENVOLVIDOS NO PROCESSO Procedimentos de Autocontrole Código: PA Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) 17 Revisão:00 EQUIPAMENTOS ENVOLVIDOS NO PROCESSO Produto: Salame Italiano Nome Localização Etapa / processo Triturador de Blocos Preparo de Massas Triturar toucinho Função e Quebrar carne pernil Moedor Preparo de Massas Moer carne Moer Balança Preparo de Massas Pesagem da matéria- Pesar prima Misturadeira Preparo de Massas Homogenizar carnes e Misturar ingredientes Câmara de massas Preparo de Massas Massa permanece por Realizar a cura do 12 horas Embutideira produto Setor de Embutimento Moldar o produto em Moldar o produto tripa de colágeno calibre 55 mm Defumação Setor de Defumação Produto defumação fica por em Secagem 12 horas e temperatura Máx. 30ºC. Maturação Câmara de Maturação Produtos ficam de 25 Secagem e controle a 35 dias em de microrganismos temperatura entre 16 a 51 18ºC e Umidade relativa de 73 a 78% Atividade de água Laboratório Verificar atividade de Controle de água do produto, não microrganismos deve ser exceder 0,90 característica e do produto Preparação para Setor de preparo para Retirar embalagem Máquina embalagem a vácuo embalagem de Embalagem Primária envoltório Retirar artificial artificial Acondicionar a vácuo Embalar o envoltório 52 Procedimentos de Autocontrole Código: PA Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) 17 Revisão:00 EQUIPAMENTOS ENVOLVIDOS NO PROCESSO Produto: Salame Milano Nome Localização Etapa / processo Função Triturador de Blocos Preparo de Massas Triturar carne Quebrar carne Balança Preparo de Massas Pesagem da matéria- Pesar prima Cutter Preparo de Massas Homogenizar carnes e Misturar ingredientes até atingir granulometria entre 3 a 6 mm Embutideira Setor de Embutimento Moldar o produto em Moldar o produto tripa de colágeno calibre 55 mm Defumação Setor de Defumação Produto fica defumação por em Secagem 12 horas e temperatura Máx. 30ºC. Maturação Câmara de Maturação Produtos ficam de 25 Secagem e controle a 35 dias em de microrganismos temperatura entre 16 a 18ºC e Umidade relativa de 73 a 78% Atividade de água Laboratório Verificar atividade de Controle água do produto, não microrganismos deve ser exceder 0,90 característica produto de e do 53 Preparação para Setor de preparo para Retirar embalagem Máquina embalagem a vácuo embalagem de Embalagem Primária envoltório Retirar artificial artificial Acondicionar a vácuo Embalar o envoltório 54 Procedimentos de Autocontrole Código: PA Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) 17 Revisão:00 EQUIPAMENTOS ENVOLVIDOS NO PROCESSO Produto: Salame Hamburguês Nome Localização Etapa / processo Função Triturador de Blocos Preparo de Massas Triturar carne Quebrar carne Balança Preparo de Massas Pesagem da matéria- Pesar prima Cutter Preparo de Massas Homogenizar carnes e Misturar ingredientes até atingir granulometria entre 3 a 6 mm Embutideira Setor de Embutimento Moldar o produto em Moldar o produto tripa de colágeno calibre 55 mm Defumação Setor de Defumação Produto fica defumação por em Secagem 12 horas e temperatura Máx. 30ºC. Maturação Câmara de Maturação Produtos ficam de 25 Secagem e controle a 35 dias em de microrganismos temperatura entre 16 a 18ºC e Umidade relativa de 73 a 78% Atividade de água Laboratório Verificar atividade de Controle água do produto, não microrganismos deve ser exceder 0,90 característica de e do 55 produto Preparação para Setor de preparo para Retirar envoltório Retirar embalagem embalagem artificial artificial Máquina de Embalagem Primária Acondicionar a vácuo Embalar embalagem a vácuo o envoltório 56 Procedimentos de Autocontrole Código: PA Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) 17 EQUIPAMENTOS ENVOLVIDOS NO PROCESSO Produto: Linguica Colonial Nome Localização Etapa / processo Função Triturador de Blocos Preparo de Massas Triturar carne Quebrar carne Pesagem da matériaBalança Preparo de Massas prima Pesar Moedor Preparo de Massas Moer carne Moer Homogenizar carnes e Misturador Preparo de Massas ingredientes Misturar Moldar o produto em Embutideira Setor de Embutimento tripa natural de bovino Moldar o produto cal 40 mm 57 Procedimentos de Autocontrole Código: PA Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) Produto Defumação Setor de Defumação defumação horas e fica por 17 em 12 Secagem temperatura Máx. 30ºC. EQUIPAMENTOS ENVOLVIDOS NO PROCESSO Produto: Copa Nome Localização Etapa / processo Função Salga - Massagear Misturar ingredientes ingredientes nas peças Câmara de salga - Realizar ressalga Ressalga Lavagem - Retirar excesso de sal Lavar produto Defumação Setor de Defumação Produto defumação fica por em Secagem 12 horas e temperatura Máx. 30ºC. 58 Maturação Câmara de Maturação Produtos ficam de 25 a Secagem e controle de 35 dias em microrganismos temperatura entre 16 a 18ºC e Umidade relativa de 73 a 78% Máquina embalagem a vácuo de Embalagem Primária Acondicionar a vácuo Embalar