27 de Maio de 2012. At 2, 1-11 Sl 103 1Cor 12, 3...13 ou Gl 5, 16 Jo 20, 19-23 ou 15, 26... NA FORÇA DO ESPIRITO A IGREJA REALIZA SUA MISSÃO O amor de Deus derrama seu Espírito em nossos corações, para nos conduzir à Verdade, que é Jesus Cristo, encorajando-nos a testemunhar o Evangelho no meio da sociedade, através de uma vida digna e em total comunhão com Deus. Pentecostes é palavra de origem grega e significa “50 dias” ou “quinquagésimo dia”. Em hebraico, a festa litúrgica se chama "shavu'ot", celebração que comemora a revelação divina a Moisés no Monte Sinai (Ex 19). O paralelo bíblico de Lucas serve-se da teofania do Sinai para falar do Cenáculo, relatando a vinda do Espírito Santo de Deus envolvido em ventania, fogo e trovões. No contexto da teologia lucana, o Pentecostes da Igreja é a realização do Êxodo, a liberdade total da humanidade, uma vez que, graças à morte e ressurreição de Jesus, o homem e a mulher podem ter o dom do Espírito Santo em suas vidas. A vinda do Espírito Santo abre a possibilidade oferecida por Deus de guiar e iluminar a vida pessoal com a presença do seu Espírito divino. É a lei da liberdade, sempre oferecida por Deus, para que toda a humanidade possa ouvir o Espírito de Deus “falando” na própria língua. É da fé que o Espírito Santo faz brotar a coragem, para que a Igreja pudesse realizar sua missão evangelizadora no tempo apostólico, e possa continuar na mesma dinâmica evangelizadora nos dias atuais. Pentecostes realiza também a promessa que Jesus fez no Domingo passado (Ascensão) do batismo no Espírito Santo (At 1,5). Isto tem consequências existenciais na vida do discípulo e discípula do Evangelho. O principal fruto é a libertação das obras da carne. Se as obras da carne escravizam, porque fazem com que a pessoa construa sua vida no egoísmo e no vício que mata aos poucos, a presença do Espírito de Deus na vida pessoal liberta, porque abre ao amor que vivifica. Para Paulo, as obras da carne que prendem o homem e a mulher numa “gaiola de ouro” dizem respeito à sexualidade, à religião (idolatria), ao relacionamento com os outros e à relação consigo mesmo (turbamento interior). Quanto a isso, Paulo ensina que não se abandonam as amarras da carne pela observância rigorosa da Lei, porque a vida cristã não é conjunto de normas morais, divididas entre o “pode ou não pode”, mas um caminho que conduz à liberdade, deixando-se conduzir pelo Espírito Santo. A liberdade não está em ceder aos desejos da carne, mas permitir que o amor divino tome conta da vida pessoal. É do amor que nasce a alegria, a paz e a serenidade. Além de conduzir ao amor, que promove a liberdade e a serenidade na vida pessoal, João apresenta outra função do Espírito Santo: aquela de conduzir à Verdade. Por três vezes, João diz que o Espírito revelará a Verdade. Este é o modo com que João une Jesus ao Espírito Santo, tornando-o revelador da identidade de Jesus: “ele é a Verdade”. Na Igreja, a obra do Espírito Santo não consiste em propor novas revelações, mas em conduzir os discípulos e discípulas do Evangelho ao conhecimento mais aprofundado de Jesus. A Verdade da Igreja não está na doutrina ou em teologias, mas no conhecimento de Jesus. Desse modo, o Espírito Santo está presente em toda atividade evangelizadora da Igreja, auxiliando a adaptar a mensagem cristã às “línguas e linguagens” de nossos dias, para que todos possam ouvir falar do Evangelho na própria língua, na própria experiência cultural. A ação do Espírito Santo consiste em ajudar a Igreja a anunciar sem medo a Verdade através da Evangelização. Homilia Pe. João Luiz