Ass. de Comunicação www.ptexto.com.br Veículo: Site Correio Braziliense Seção: Ser Sustentável Assunto: Rio+20 Data: 14/06/2012 Pág.: http://bit.ly/OKj5Q9 Ass. de Comunicação www.ptexto.com.br Veículo: Site Correio Braziliense Seção: Ser Sustentável Assunto: Rio+20 Data: 14/06/2012 Pág.: http://bit.ly/OKj5Q9 Sabin tem gerente de sustentabilidade e adota gestão ambiental – 14 DE JUNHO DE 2012 Marianna Rios Especial para o Correio Antonio Leitão Araújo é gerente de sustentabilidade da rede de laboratórios Sabin desde 2007. À época, a companhia inovou com a criação do cargo, ao receber a certificação do ISO 14.001 — específico para locais que possuem um sistema de gestão ambiental — e por se tornar signatária do Pacto Global das Nações Unidas — programa desenvolvido para as empresas interessadas em adotar e cumprir práticas sustentáveis. Prestes a participar da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), Antonio se prepara para representar a empresa brasiliense, com poder de voz e voto, durante o Fórum de Sustentabilidade Empresarial, de 15 a 18 deste mês, no Rio de Janeiro. Ass. de Comunicação www.ptexto.com.br Lá, o gerente de sustentabilidade espera poder divulgar as práticas de redução de passivos ambientais que ele mesmo formulou para o Sabin no mestrado em planejamento ambiental. Aqui, Antonio conta um pouco sobre como e porque se deve adotar a gestão ambiental nos negócios. Ser Sustentável - Me fala um pouco sobre a sua experiência no mestrado e quando surgiu o seu cargo. Tudo em gestão ambiental e sustentabilidade na empresa foi um desafio. Primeiro, na ousadia de criar um cargo de gestor de sustentabilidade, em 2007. Me chamaram porque eu era o responsável pelo gerenciamento de resíduo da empresa e aí fui para a universidade desenvolver uma metodologia para tratamento de resíduo. O Sabin sempre me deu condições de inovar, inclusive com o financiamento de 50% do mestrado em planejamento de gestão ambiental. Ser Sustentável – Como ocorreu o convite para participar da Rio+20? Por sermos signatários do Pacto Global e o Brasil sediar o evento, fomos convidados para a cúpula das empresas signatárias. Lá, vou representar o Sabin e votar nos temas do documento O futuro que queremos [a ser discutido pelos chefes de Estado], sendo dois sobre recursos naturais (água e energia) e dois sobre desenvolvimento sustentável. Na minha opinião, a cúpula das empresas é que realmente vai conduzir o processo e dar o tom técnico das discussões, porque representa quem formata as diretrizes para se trabalhar a sustentabilidade. A expectativa do Sabin é que possamos contribuir com as medidas que adotamos e com o nosso histórico para que outras empresas possam copiar, aprimorar ou, pelo menos, pensar sobre isso e saber que é viável fazer. Ser Sustentável – Um dos temas principais da Rio+20 é a economia verde. Vocês pretendem aproveitar a ocasião para entender um pouco mais sobre isso? Já é uma prática nossa. Para gerir os custos da empresa, tudo é balizado em três propostas: os impactos econômico, ambiental e social que aquilo vai causar. Por exemplo, quando fazemos o monitoramento do consumo de combustível na frota de veículos para economia de custos e também para a economia de poluição. Ser Sustentável – Você tem alguma expectativa com relação à conferência? Acho que a grande vantagem desse encontro será ficar mais alinhado com o discurso da ONU, conhecer modelos sustentáveis de outras empresas que são aplicáveis à nossa e ficar por dentro de mais discussões. A grande expectativa como uma empresa sustentável é de aprovar tudo o que for bom para o planeta. Ser Sustentável – Como foi o processo para o Sabin se tornar signatário do Pacto Global? A adesão foi em 2007. Ela é voluntária e as empresas precisam cumprir 10 requisitos estipulados pela ONU, como não estimular o trabalho infantil, adotar práticas saudáveis de gestão ambiental e disseminá-las. A ideia é que as Ass. de Comunicação www.ptexto.com.br empresas signatárias sirvam de modelo para outras no mundo nas práticas sustentáveis. Como nós já cumpríamos os requisitos e tínhamos todo um arcabouço de desenvolvimento social e de gestão ambiental, nos candidatamos. Desde então, todo ano, enviamos para a ONU um relatório de sustentabilidade da empresa no mês de julho. Ser Sustentável – Qual a importância da adesão para uma empresa? Para nós foi muito bom porque estamos antenados com todas as empresas do mundo que trabalham com sustentabilidade. Todo mês, a ONU divulga um boletim com notícias sobre as práticas e as ideias de outras empresas. Na verdade, é uma troca de experiências. Ser Sustentável – Vocês receberam o ISO 14.001, que é certificado às empresas que possuem um sistema de gestão ambiental. Quais mudanças o Sabin adotou para consegui-lo? Em 2003, fui designado como responsável pelo gerenciamento dos resíduos da empresa. Os resíduos infectantes e os efluentes produzidos pelos equipamentos são o principal passivo ambiental do Sabin. Desde então, terceirizamos uma empresa de Anápolis para fazer o tratamento de todo o nosso resíduo infectante. Lá, é feita uma incineração e reincineração desse resíduo a 1.200 graus e, a cada uma tonelada incinerada, geramos entre 600 e 800 ml de um produto, como se fosse um gel preto, que vai para um aterro de resíduos perigosos. Sobre os efluentes, a única coisa que tem na legislação é que todo laboratório clínico é responsável pelo tratamento dos seus efluentes. Então, fui para a universidade estudar e me virar. Lá, desenvolvi uma metodologia para o tratamento dos efluentes da empresa, por um processo oxidativo, e apliquei no laboratório. Hoje, tratamos 2 mil litros de esgoto gerado pelos equipamentos por dia e liberamos esse produto com cerca de 100 partes por milhão de matéria orgânica e oxigênio, quantidade muito acima dos padrões recomendados pela legislação, que é de 850 partes por milhão. Ser Sustentável – Vocês conseguem tratar todo o esgoto que os equipamentos produzem ou há um passivo? Cem por cento do nosso resíduo é tratado. Já que o produto final da nossa produção tem um passivo, que é gerar resíduo, então, o que temos de fazer, como uma empresa preocupada com o meio ambiente e signatária do Pacto Global, é adotar medidas ambientais compatíveis com a complexidade. Por isso, desenvolvemos essa metodologia para o tratamento de esgoto e fazemos um tratamento eficiente do resíduo sólido potencialmente infectante gerado. Assim, controlamos nosso passivo ambiental. Ser Sustentável – Da ideia de adotar ações sustentável até implementá-las e praticá-las durou quanto tempo? Começamos a praticar mesmo quando eu entrei no mestrado, entre 2005 e 2007. A partir daí é que a gente fez, efetivamente, a validação e a utilização de Ass. de Comunicação www.ptexto.com.br uma metodologia. Nesse mesmo período, fizemos a assinatura do pacto e recebemos o certificado do ISO 14.001. Ser Sustentável – Além dessas, existem práticas mais simples que já fazem parte da cultura da empresa e dos funcionários? Quando começamos a implementar o plano de direcionamento de resíduo, tivemos de trabalhar as pessoas, educa-las e sensibiliza-las. Na universidade, fiz a disciplina de educação ambiental para me apropriar da linguagem e ter conteúdo e metodologias. Por isso, implantamos um programa de educação ambiental com fóruns, eventos, seminários e treinamentos mensais com todos os trabalhadores, por categoria, sobre temas como gerenciamento de resíduo, sustentabilidade, consumo consciente e padrão de consumo. Isso foi importante porque os geradores de resíduo são as pessoas na prática, no dia a dia. Com isso, tivemos uma redução de 10% a 15% no consumo de água e de energia. Além disso, adotamos outras práticas mais simples, como a troca do plástico comum pelo plástico oxibiodegradável para as sacolinhas entregues aos pacientes, e a redução de consumo de papel por meio da impressão frente e verso e pela substituição de papel comum pelo reciclado nos laudos.