FACULDADE SÃO MIGUEL BACHARELADO EM NUTRIÇÃO ELIZA TORRES DA SILVA JUCÉLIA OLIVEIRA GUEDES FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM FUNCIONÁRIOS DE UM SUPERMERCADO DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE-PE RECIFE 2012 ELIZA TORRES DA SILVA JUCÉLIA OLIVEIRA GUEDES FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM FUNCIONÁRIOS DE UM SUPERMERCADO DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE-PE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à coordenação do curso de Bacharelado em Nutrição da Faculdade São Miguel como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Nutrição. ORIENTADORA PROFa. MSc. CRISTIANE PEREIRA DA SILVA FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM FUNCIONÁRIOS DE UM SUPERMERCADO DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE-PE Trabalho julgado adequado e aprovado com conceito ___ em ___/___/____ BANCA EXAMINADORA ____________________________________________________________ Profª. Orientadora ____________________________________________________________ Prof. Examinador ____________________________________________________________ Prof. Examinador ____________________________________________________________ Conceito A Recife n. 3 p.469-506 2012 469 Fatores de risco para doenças cardiovasculares em funcionários de um supermercado da região metropolitana do recifepe Revista Conceito A | ReVista dos Trabalhos de Conclusão de Curso AGRADECIMENTOS Agradecemos primeiramente a Deus, por ter nos dado força, sabedoria e nos abençoado a cada momento, nessa linda trajetória. Aos nossos pais e familiares, pelo amor e carinho que sempre nos proporcionaram, pela dedicação e o apoio, nos momentos em que mais precisamos. Aos nossos companheiros, que pacientemente nos apoiaram, dando conselho, força, incentivo e coragem para conseguirmos nossos objetivos. À nossa professora e orientadora Cristiane Pereira, pelos ensinamentos, paciência e dedicação que teve conosco durante toda esta jornada. E a todos, professores, amigos, companheiros de turma que de alguma forma nos ajudaram e acreditaram no nosso potencial, o nosso muito obrigado. Por fim, agradecemos a nós mesmas, pela amizade, companheirismo, paciência e motivação, que trocamos durante esses anos de muita vitória e dedicação. Sem a nossa força, nada disso seria possível. RESUMO ELIZA, T.S.; JUCELIA, O.G.. Fatores de Risco para Doenças Cardiovasculares em Funcionários de um Supermercado da Região Metropolitana do Recife-PE. 2012. Dados da Organização Mundial de Saúde (2011) demonstram que as doenças não transmissíveis representaram 36 milhões de mortes no mundo em 2008, sendo à de maior incidência as doenças cardiovasculares com 17 milhões, representando um grande problema de saúde pública. Dentre os fatores de risco para o desenvolvimento das cardiopatias, destacam-se a obesidade e sobrepeso, tabagismo, sedentarismo, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, hereditariedade e alimentação inadequada. No caso dos hábitos alimentares, é importante observar o consumo elevado de colesterol, lipídios e ácidos graxos saturados acrescidos ao baixo consumo de fibras. O objetivo deste estudo foi analisar os fatores de risco para doenças cardiovasculares dos funcionários de um supermercado da região metropolitana do Recife-PE. Os dados foram coletados através de um questionário de pesquisa (entrevista) que incluiu dados socioeconômicos e demográficos, patologias diagnosticadas, informações sobre estilo de vida e parâmetros antropométricos. Foram avaliados 126 indivíduos, com predomínio do sexo feminino (60,3%) que tiveram um percentual de sobrepeso e obesidade superior aos homens (39,7%). Pela avaliação do Índice de Conicidade, as mulheres representaram (56%). O sedentarismo se destacou como maior fator de risco com (73,8%). Foi identificado um predomínio no hábito alimentar não saudável dos funcionários, representando um risco alto para o surgimento das doenças cardiovasculares. Com a identificação precoce dos Conceito A 470 Recife n. 3 p.469-506 2012 ABSTRACT ELIZA, T.S.; JUCELIA, O.G.. Risk Factors for Cardiovascular Disease in Workers at a Supermarket in the Metropolitan Region of Recife-PE. 2012. Non-communicable diseases accounted for 36 million deaths in 2008, with the higher incidence of cardio vascular disease with 17 million, representing a major public health problem, according to World Health Organization, 2011. Among the risk factors for developing heart out to obesity, overweight, smoking, sedentary lifestyle, hypertension, diabetes mellitus, heredity and poor nutrition. Dietary habits were as markers of risk for cardio vascular diseases, in that high intakes of cholesterol, fat and saturated fatty acids added to the low fiber intake, participating in the etiology of dyslipidemia, obesity, diabetes and hypertension.The aim of this study was to analyze the risk factors for cardio vascular diseases of the employees of a supermarket in the metropolitan area of Recife-PE. Data were collected through a survey that included socioeconomic and demographic data, pathology diagnosed, information on lifestyle and anthropometric parameters. We evaluated 126 subjects with a predominance of females who had a percentage of overweight and obesity and greater than that of men. For the evaluation of conicity women also accounted for the majority. Physical inactivity is highlighted as a major risk factor in this study even with the younger population. It was identified a predominance of unhealthy eating habits of employees representing a high risk for the emergence of cardiovascular diseases. With early identification of risk for cardiovascular diseases is possible to clarify the necessary precautions to minimize future complications. LISTA DE QUADROS E TABELAS Quadro 1: Classificação da hipertensão arterial segundo Sociedade Brasileira de Cardiologia ............................................................................. 478 Quadro 2: Classificação dos Riscos Para doenças cardiovasculares ........ 479 Quadro 3:Recomendações nutricional na dislipidemia segundo as diretrizes 2010...............................................................................................483 Quadro 4: Valores de referência para classificação do índice massa corporal..........................................................................................................485 Quadro 5: Classificação da relação entre a cintura e o quadril ...................486 Conceito A Recife n. 3 p.469-506 2012 471 Fatores de risco para doenças cardiovasculares em funcionários de um supermercado da região metropolitana do recifepe fatores de riscos para as patologias cardiovasculares é possível melhorar a qualidade de vida e minimizar as complicações tardias. Revista Conceito A | ReVista dos Trabalhos de Conclusão de Curso Tabela 1: Característica socioeconômica dos funcionários de um supermercado da Região Metropolitana Recife-Pe 2012 .........................488 Tabela 2: Parâmetros antropométricos dos funcionários de um supermercado da Região Metropolitana Recife-Pe 2012 ..............................491 Tabela 3: Hábitos alimentares saudáveis dos funcionários de um supermercado da Região Metropolitana Recife-Pe 2012 ..............................493 Tabela 4: Hábitos alimentares não saudáveis dos funcionários de um supermercado da Região Metropolitana Recife-Pe 2012 .................493 LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS Figura 1: Coração ......................................................................................... 475 Figura 2: Relação do tabagismo com a doenças cardiovasculares ............ 477 Gráfico 1: Principais patologias dos funcionários de um Supermercado na Região Metropolitana - Recife 2012 ............................................................. 489 Gráfico 2: Fatores de Risco Cardiovascular de funcionários do Supermercado na Região Metropolitana - Recife 2012 ............................... 491 Gráfico 3: Hábitos alimentares de funcionários do Supermercado da Região Metropolitana – Recife 2012 ...................................................... 494 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AVC: Acidente vascular cerebral AVCH: Acidente vascular cerebral hemorrágico AVCI: Acidente vascular cerebral isquêmico CA: Circunferência abdominal CC: Circunferência da cintura DAC: Doença Arterial Coronariana DAP: Doença Arterial Periférica DIC: Doença Isquêmica do Coração DC: Dobras cutâneas DCV: Doenças Cardiovasculares DM: Diabetes Mellitus DCNT: Doenças crônicas não transmissíveis GJ: Glicose jejum HAS: Hipertensão Arterial Sistêmica HDL: Lipoproteínas de alta densidade IAM: Infarto Agudo do Miocárdio IC: Índice de conicidade IMC: Índice de massa corpórea IRCQ: Índice de relação Circunferência cintura-quadril Conceito A 472 Recife n. 3 p.469-506 2012 SUMÁRIO 1 Introdução ..................................................................................................474 2. Revisão da Literatura ................................................................................475 3. Justificativa ................................................................................................483 4. Objetivos 4.1. Objetivo Geral ....................................................................................483 4.2. Objetivos Especificos .........................................................................483 5. Metodologia 5.1.Desenho e tipo de estudo .................................................................. 484 5.2.Local de estudo ..................................................................................484 5.3.População do estudo ..........................................................................484 5.4.Seleção do sujeito ...............................................................................484 5.4.1. Critérios de Inclusão .................................................................484 5.4.2. Critérios de Exclusão ................................................................484 5.5.Coleta de Dados .................................................................................484 5.5.1. Dados socioeconômicos e Demográficos ................................485 5.5.2. Patologias Analisadas ..............................................................485 5.5.3. Antropometria ...........................................................................485 5.5.4. Risco Cardiovascular ...............................................................486 5.6. Analise dos Dados .............................................................................487 6. Resultados e Discussão ..........................................................................488 7. Conclusão ................................................................................................494 Referências Bibliográficas ............................................................................495 Anexo A ........................................................................................................500 Anexo B ........................................................................................................501 Anexo C .......................................................................................................502 Apêndice A ...................................................................................................502 Conceito A Recife n. 3 p.469-506 2012 473 Fatores de risco para doenças cardiovasculares em funcionários de um supermercado da região metropolitana do recifepe LDL: Lipoproteínas de baixa densidade OMS: Organização Mundial de Saúde PAD: Pressão arterial diastólica PAS: Pressão arterial sistólica RCQ: Relação cintura quadril RMR: Região Metropolitana do Recife SBC: Sociedade Brasileira de Cardiologia TCLE: Termo de consentimento livre e esclarecido Revista Conceito A | ReVista dos Trabalhos de Conclusão de Curso 1.INTRODUÇÃO As doenças não transmissíveis representaram 36 milhões de mortes em 2008, à de maior incidência são as DCV com 17 milhões, apresentando um percentual de 48%, sendo um grande problema de saúde pública (OMS, 2011). A DCV pode ocorrer por morte coronária, infarto do miocárdio, insuficiência coronariana, angina, acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI), acidente vascular cerebral hemorrágico (AVCH), ataque isquêmico transitório ou doença arterial periférica, a qual pode ser causado por fatores hereditários, ambientais e estilo de vida (DORÉA, LOTUFO, 2001). Dentre os fatores de risco para as DCV destacam-se a obesidade e sobrepeso, tabagismo, sedentarismo, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, hereditariedade e alimentação inadequada (VIEBIG, et al., 2006). A obesidade e sobrepeso são caracterizados pelo acúmulo excessivo de gordura corporal que está relacionado ao desequilíbrio entre o consumo de energia ingerida e a energia gasta. O acúmulo de gordura na região do abdome vem sendo descrito como o tipo de obesidade que oferece maior risco para a saúde dos indivíduos. A incidência de diabetes, aterosclerose, gota, cálculo urinário e morte cardíaca súbita é elevada em pessoas obesas, porém, um aspecto da adiposidade que desperta a atenção é a distribuição regional da gordura no corpo (LIMA, GLANER, 2006). O uso do tabaco está relacionado diretamente a complicações que levam ao desenvolvimento de doenças coronárias. A nicotina e os subprodutos do fumo estão relacionados com os riscos iniciais e evolutivos da aterosclerose (MAHAN, ESCOTT-STUMP, 2005). A inatividade física é considerada como um fator independente para DCV. O sedentarismo representa duas vezes o risco de desenvolver a doença em comparação com as pessoas ativas. A atividade física reduz o aparecimento de DCV por retardar a aterogênese, aumentar a vascularidade do miocárdio e modificar outros fatores de risco (MAHAN, ESCOTT-STUMP, 2005). A HAS é uma doença crônica e um grande fator de risco para DCV, evidenciada pela persistência de níveis elevados de pressão arterial ocasionada pela pressão que o sangue realiza na parede das artérias (MONEGO, VEIGA, 2006). A DM do tipo 2 está fortemente ligada ao comprometimento aterosclerótico das artérias coronarianas, das cerebrais e dos membros inferiores, constituindo uma elevada incidência de óbito. Mesmo em estágios precoces da DM, as complicações macroangiopáticas podem ocorrer de forma mais difusa e grave do que em pessoas que não apresentam DM (SCHEFFEL, et. al., 2004). Os históricos familiares de doenças crônicas é um fator de risco considerado positivo. Diversas hiperlipidemias são hereditárias e levam à aterosclerose prematura e doenças cardíacas (MAHAN, ESCOTT-STUMP, 2005). Com a globalização e a urbanização, ocorreram diversas mudanças substanciais na alimentação, com a crescente oferta de alimentos industrializados Conceito A 474 Recife n. 3 p.469-506 2012 2. REVISÃO DA LITERATURA 2.1. Conceito e epidemiologia das doenças cardiovasculares As doenças cardiovasculares (DCV) constituem um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, sendo a principal causa de com aproximadamente 15 milhões de óbitos a cada ano e representam os mais altos custos em assistência médica de acordo com Organização Mundial de Saúde (CORREIA, et. al. 2010). Na década de 1920 haviam raros registros apontando as doenças do coração (Figura 1) como causa de óbito. Após a 2ª Guerra Mundial ocorreu uma rápida ascensão dos óbitos, atribuídos aos países ocidentais devido ao estilo de vida. (CORREIA, et. al., 2010). Figura 1: Coração Dados do estudo de Framinghan, em 1999, demonstraram que a junção progressiva de fatores de risco como Hipertensão arterial, dislipidemia, Diabetes Mellitus, tabagismo, obesidade e sedentarismo determinavam um aumento crescente de morbidade e mortalidade cardiovascular de duas, até sete vezes, para ambos os sexos (CORREIA, et. al., 2010). Conceito A Recife n. 3 p.469-506 2012 475 Fatores de risco para doenças cardiovasculares em funcionários de um supermercado da região metropolitana do recifepe (ricos em gorduras, açúcares e sódio), facilidade de acesso a alimentos caloricamente densos e de baixo custo associado à redução generalizada da atividade física (PETERSEN, et. al. 2011). A qualidade dos lipídios da dieta possui um papel importante no risco de desenvolvimento de diversas doenças crônicas. Estudos epidemiológicos sugerem uma associação prevalente entre o consumo de ácidos graxos trans e ocorrência de doenças cardiovasculares (BETOLINO, et. al., 2006). Revista Conceito A | ReVista dos Trabalhos de Conclusão de Curso No Brasil as DCV estão em primeiro lugar entre as causas de morte, correspondendo a 32% do total de óbitos. Entre as DCV, o infarto do miocárdio destaca-se como a patologia com maior índice de mortalidade (ZORNOFF, et. al., 2007). De acordo com o plano de ações estratégicas para o combate às DCNT, as DCV assim como AVC, diabetes e doença respiratória, atingem principalmente os grupos mais vulneráveis, como populações de baixa escolaridade e renda. Essa magnitude corresponde a cerca de 70% das causas de morte. (Ministério da Saúde, 2011). 2.2. Fatores de risco das DCV Estudos epidemiológicos em populações no seu ambiente natural, acompanhadas por vários anos, têm identificado determinadas características, ou fatores de riscos, fortemente relacionados à probabilidade de desenvolver DCV, que podem ou não ser passíveis de intervenção. São considerados fatores passíveis de intervenção: fumo, falta de atividade física, dieta, HAS, hipercolesterolemia, intolerância à glicose e obesidade. Os fatores não controláveis são: idade, sexo, raça e hereditariedade (FISBERG, et. al., 2001). 2.2.1. Excesso de Peso A OMS caracteriza a obesidade como uma epidemia mundial que não respeita fronteiras, acometendo também países desenvolvidos como Suécia e Estados Unidos. Estima-se que 2,3 bilhões de adultos terão excesso de peso e mais de 700 milhões serão obesos em 2015. No Brasil, as prevalências do excesso de peso e obesidade em adultos aumentaram desde os estudos conduzidos na década de 1970, em crianças e adolescentes, prevalências mais elevadas têm sido observadas recentemente. (GIGANTE, et. al., 2011). A obesidade com predomínio de deposição de gordura na região abdominal, quando associada e à dislipidemia, resistência à insulina e principalmente à HAS, aumentam os riscos de complicações cardiovasculares. Quando pacientes hipertensos são comparados a indivíduos normotensos, encontrou-se um aumento na prevalência de obesidade. No estudo de Framinghan (1999) 70% dos casos de hipertensão em homens e 61% nas mulheres foram atribuídos diretamente ao excesso de adiposidade (SOUZA, et. al., 2003). A principal dislipidemia associada ao sobrepeso e à obesidade é caracterizada por elevações leves a moderadas nos triglicerídeos e diminuição do HDL. A redução do peso associa-se, principalmente, ao aumento do HDL e diminuição dos triglicerídeos, enquanto que os efeitos sobre o LDL são menos evidentes (SOUZA, et. al., 2003). Para o diagnóstico da obesidade, em estudos epidemiológicos recomenda- Conceito A 476 Recife n. 3 p.469-506 2012 2.2.2. Tabagismo O tabagismo é hoje considerado como uma pandemia mundial silenciosa, e a cada ano morrem cerca de 4 milhões de pessoas de doenças relacionadas ao tabaco, sabendo-se que próximo ao ano de 2020 será responsável por 10 milhões de mortes por ano, com proporção de uma em cada seis pessoas consumidoras de tabaco. Desses óbitos, 7 milhões ocorrerão nos países em desenvolvimento (ANDRADE, et. al.. 2006). No Brasil e no mundo, o hábito de fumar se instala precocemente, onde 80% dos adultos fumantes declararam ter se iniciado no tabagismo antes dos dezoito anos de idade. (ANDRADE, et. al. 2006) Além da mortalidade, o hábito de fumar está associado ao desenvolvimento de HAS, aterosclerose, infarto agudo do miocárdio, AVC, enfisema pulmonar, doenças respiratórias, coronarianas e vários tipos de câncer (pulmão, boca, laringe, próstata e outros). (BERTO, et. al. 2010). O tabagismo contribui para o desenvolvimento e a gravidade da doença arterial coronariana, principalmente o infarto agudo do miocárdio de três maneiras como visto na Figura 2 (SMELTZER, BARE, 2005). Figura 2: Relação do tabagismo com a DCV Fonte: Tratado de enfermagem medico cirúrgica, 2005 Conceito A Recife n. 3 p.469-506 2012 477 Fatores de risco para doenças cardiovasculares em funcionários de um supermercado da região metropolitana do recifepe se a utilização de índices antropométricos: como o IMC, a relação cintura-quadril (RCQ) ou apenas a circunferência da cintura (CC) e as dobras cutâneas (DC) (PEIXOTO, et. al., 2006). Revista Conceito A | ReVista dos Trabalhos de Conclusão de Curso 2.2.3. Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) Estima-se que a HAS atinja aproximadamente 22% da população brasileira acima de vinte anos, sendo responsável por 80% dos casos de AVC, 60% dos casos de IAM e 40% das aposentadorias precoces, além de significar um custo de 475 milhões de reais gastos com 1,1 milhão de internações por ano (ZAITUNE et. al., 2006). A identificação de vários fatores de risco para HAS, tais como: a hereditariedade, a idade, o gênero, o grupo étnico, o nível de escolaridade, o status sócio-econômico, a obesidade, o etilismo, o tabagismo e o uso de anticoncepcionais orais muito colaboraram para os avanços na epidemiologia cardiovascular e conseqüentemente, nas medidas preventivas e terapêuticas dos altos índices pressóricos que abarcam os tratamentos farmacológicos e nãofarmacológicos (ZAITUNE et. al., 2006). Para compreensão da estratificação do risco cardiovascular em hipertensos e não hipertensos são necessários conhecimentos da classificação para hipertensão arterial e da definição dos estratos com suas diferenciações para essas duas categorias (MOREIRA, et. al., 2010). O uso da classificação para HAS na estratificação das pessoas hipertensas deve seguir as recomendações da Sociedade Brasileira de Cardiologia – VI Diretrizes Brasileiras, que a determina como descrito no Quadro 1. Quadro 1: Classificação da HAS segundo Sociedade Brasileira de Cardiologia. Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010 A definição dos estratos para pessoas hipertensas com risco para DCV segue conforme (Quadro 2). Quadro 2: Classificação dos Riscos Para DCV. Conceito A 478 Recife n. 3 p.469-506 2012 2.2.4. Diabetes Mellitus A prevalência do DM nos Estados Unidos e em muitos países da Europa é de aproximadamente 8%, e estima-se que existam mais de 100 milhões de casos no mundo. As complicações decorrentes são graves, destacando-se a doença isquêmica do coração e doenças vasculares periféricas que estão entre as maiores causas de morbidade e mortalidade nos portadores de DM em todo o mundo (MATHIAS, et. al., 2004). Conceito A Recife n. 3 p.469-506 2012 479 Fatores de risco para doenças cardiovasculares em funcionários de um supermercado da região metropolitana do recifepe Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010 A HAS é um fator de risco ligado diretamente ao acometimento cardíaco e a doenças decorrentes de aterosclerose e trombose, sendo responsável por 25 e 40% da etiologia multifatorial da cardiopatia isquêmica e dos acidentes vasculares cerebrais, respectivamente. Essa forte incidência das conseqüências coloca a hipertensão arterial como uma das principais causas das doenças cardiovasculares, portanto como uma das maiores agentes de mortalidade (PASSOS, et. al., 2006). Os eventos cardiovasculares, em sua maioria, ocorrem em indivíduos ainda com alterações leves dos fatores de risco que, se não tratados, podem evoluir e produzir uma patologia cardíaca. Existem vários estudos epidemiológicos e ensaios clínicos que demonstram a forte redução da mortalidade cardiovascular através do tratamento da hipertensão arterial. Existem ainda evidências médicas de que o monitoramento de pressão arterial pode identificar indivíduos com maior risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, em razão da hipertensão. (PASSOS, et. al. 2006) Revista Conceito A | ReVista dos Trabalhos de Conclusão de Curso O DM é uma doença crônica que requer cuidados médicos contínuos e uma reeducação do paciente para a monitoração e a auto-administração de suas concentrações glicêmicas, com o intuito de prevenir complicações agudas e reduzir o risco de complicações crônicas. (LIMA, et. al., 2006). O controle metabólico consiste no cuidado do controle glicêmico em pacientes diabéticos, assim como no controle na velocidade de liberação dos carboidratos para a corrente sangüínea após as refeições, pelo tempo de depuração através da síntese de insulina e pela sensibilidade do tecido periférico à sua ação. Alguns estudos epidemiológicos recentes sugerem que tanto a quantidade como a qualidade dos carboidratos constituem um importante fator preditor de dislipidemia DCV e DM, principalmente entre indivíduos susceptíveis à resistência à insulina, com elevado índice de massa corporal (SARTORELLI, et. al., 2006). Estudos também revelam um elevado risco de morte por todas as causas por DCV e por coronariopatia a partir do valor de 126 mg/dl para glicose em jejum. No entanto, uma limitação da GJ como parâmetro diagnóstico é que ela não aumenta com a idade, reconhecido fator de risco para intolerância à glicose e DCV. Desse modo a determinação exclusiva da GJ pode ser menos sensível do que a G2h em indivíduos idosos (SIQUEIRA et. al., 2007). Uma maior importância vem sendo dada à hiperglicemia como fator de risco para a micro do que para a macroangiopatia, visto que cada aumento percentual da hemoglobina glicada eleva em 70% o risco de retinopatia, 20% o de proteinúria e 10% o de complicações macrovasculares, porém 70% das mortes em indivíduos diabéticos são decorrentes de eventos cardiovasculares. Uma meta-análise que avaliou o impacto da hemoglobina glicada na DCV em indivíduos diabéticos mostrou que no DM tipo 1 cada ponto percentual de aumento na hemoglobina glicada confere um risco relativo de 1,15 para doença arterial coronariana e de 1,32 para doença arterial periférica. No DM tipo 2, o risco relativo foi de 1,18 para uma composição de desfechos cárdio e cerebrovasculares e de 1,28 para a doença arterial periférica (SIQUEIRA et. al., 2007). 2.2.5. Sedentarismo Com o processo da industrialização existe um crescente número de pessoas que se tornam sedentárias com poucas oportunidades de praticar atividades físicas. Diversos autores têm demonstrado associação entre sedentarismo e agravos cardiovasculares, câncer, DM e saúde mental (PITANGA et. al., 2005). Indivíduos que têm gasto energético semanal de 1000 a 2500 kcal em atividades de lazer possuem 20% menos risco de desenvolver doença da artéria coronária que indivíduos inativos. Além disso, dentre os ativos, aqueles que se exercitam mais têm menor chance de desenvolver cardiopatias. Assim a prática regular de atividades físicas tem sido recomendada para a prevenção e reabili- Conceito A 480 Recife n. 3 p.469-506 2012 2.2.6. Hereditariedade Estudo longitudinal identificou determinadas características e hábitos pessoais fortemente relacionados à probabilidade de desenvolver doença cardiovascular. Esses fatores receberam a designação genérica de fatores de risco, que podem ou não ser passíveis de intervenção. São considerados fatores passíveis de intervenção: fumo, falta de atividade física, dieta, HAS, hipercolesterolemia, intolerância à glicose e obesidade. Os fatores não controláveis são: idade, sexo, raça e hereditariedade (FISBERG, et. al., 2001). Evidências demonstram que crianças, que apresentam níveis de colesterol na faixa mais elevada da curva de distribuição normal, tendem a se tornar adultos com hipercolesterolemia. Indivíduos, que na infância apresentam níveis pressóricos normais altos, em geral tornam-se adultos hipertensos. Da mesma forma, grandes partes dos indivíduos que, na infância, exibiram níveis de glicemia no limite superior da normalidade tornaram-se adultos diabéticos (FISBERG, et. al., 2001). Geralmente, há predisposição genética para o desenvolvimento das alterações mencionadas. No entanto ela parece exercer um papel mais permissivo do que determinante, havendo na maioria das vezes, necessidade de exposição a um estilo de vida inadequado para sua expressão. No intuito de assegurar uma infância saudável e evitar futuras DCV, os autores enfatizam a necessidade de adotar programas preventivos de saúde o mais precocemente possível. O fato de indivíduos mais jovens ainda estarem com os hábitos em formação auxilia a adesão às modificações propostas no sentido de manter um estilo de vida saudável (FISBERG, et. al., 2001). Conceito A Recife n. 3 p.469-506 2012 481 Fatores de risco para doenças cardiovasculares em funcionários de um supermercado da região metropolitana do recifepe tação cardíacas (OLIVEIRA, et. al., 2008). A atividade física apresenta o impacto benéfico exposto anteriormente devido a seus efeitos sobre o sistema cardiovascular e sobre os fatores de risco. Neste sentido, o condicionamento físico adequado fortalece o músculo do coração e modifica a estrutura vascular coronariana, auxiliando no tratamento de doenças ligadas ao sistema circulatório. Além disso, ele reduz a PAS e PAD em 3,3 e 3,5 mmHg, respectivamente, diminui a concentração de hemoglobina glicada em 66%, mostrando sua eficiência no controle glicêmico e na prevenção do DM (OLIVEIRA, et. al., 2008). Os efeitos causados no perfil lipídico e de lipoproteínas relacionados com a presença de atividades físicas são reconhecidos. Pessoas que praticam atividade física apresentam maiores níveis de HDL colesterol e menores níveis de triglicérides e LDL em comparado a indivíduos sedentários. Estudos demonstram que perfis desfavoráveis de lipídios e lipoproteínas melhoram com o treinamento físico e são independentes do sexo, do peso corporal e da adoção de dieta, porém há possibilidade de ser dependentes do grau de tolerância à glicose (CIOLAC, et. al., 2004). Revista Conceito A | ReVista dos Trabalhos de Conclusão de Curso 2.3. Influência da alimentação sobre as doenças cardiovasculares O perfil alimentar da população está fortemente associado a aspectos culturais, nutricionais, sócio-econômicos e demográficos tornando necessário um melhor entendimento destes aspectos e seus mecanismos no entendimento das mudanças de comportamento alimentar e suas conseqüências (BONOMO, et. al., 2003). Os problemas decorrentes do consumo inadequado de alimentos já são conhecidos há muito tempo, expondo a população a graves e flagrantes danos à saúde, principalmente se considerarmos os diferenciais regionais existentes dentro e entre países. No entanto, apenas no final do século passado a epidemiologia da nutrição tomou impulso e os primeiros métodos de avaliação nutricional com base populacional foram desenvolvidos (BONOMO, et. al., 2003). Recentemente, estudos observacionais têm evidenciado estreita relação entre características qualitativas da dieta e ocorrência de enfermidades crônicodegenerativas como as DCV, DM não-insulinodependente, câncer e obesidade. Todas essas patologias constituem hoje um problema prioritário de saúde pública e de segurança alimentar, tanto em países desenvolvidos quanto naqueles menos desenvolvidos, incluindo todas as faixas etárias, com destaque entre crianças e adolescentes. (BONOMO, et. al. 2003) Os hábitos alimentares apresentam-se como marcadores de risco para DCV, na medida em que o consumo elevado de colesterol, lipídios e ácidos graxos saturados somados ao baixo consumo de fibras participam na etiologia das dislipidemias, obesidade, DM e HAS (CASTRO, et. al., 2004). Os componentes nutricionais com maior influência no perfil lipídico de indivíduos saudáveis são: a ingestão de gordura total, a composição de ácidos graxos da dieta, o colesterol, a fonte de proteínas animal/vegetal, fibras e compostos fito químicos. Entretanto, uma vez que a alimentação diária é complexa contendo diversos alimentos e conseqüentemente nutrientes, ainda não foi possível elucidar ou quantificar precisamente o impacto específico da alimentação no risco do desenvolvimento de DCV (CASTRO, et. al., 2004). As Diretrizes da Associação Médica Brasileira (2010) descreve as recomendações nutricionais na dislipidemia conforme Quadro 3. Quadro 3: Recomendações nutricionais na dislipidemia segundo as diretrizes da Associação Médica Brasileira 2010. Conceito A 482 Recife n. 3 p.469-506 2012 3- JUSTIFICATIVA As doenças cardiovasculares representam importante problema de saúde pública no mundo, tendo em vista que constitui a principal causa de mortalidade e está relacionada aos mais altos custo em assistência médica no país. Diante do exposto este estudo identificou os fatores de risco endógeno e exógeno entre os sexos masculinos e femininos que possam influenciar no desenvolvimento de cardiopatias em indivíduos adultos, funcionários de um supermercado da região metropolitana do Recife- PE, com o objetivo de traçar o perfil epidemiológico nesta população, visando promover planos de intervenção individuais e comunitários, além de auxiliar futuros programas governamentais educacionais e terapêuticos. 4.OBJETIVOS 4.1 Geral Verificar os fatores de risco de DCV dos funcionários de um Supermercado da Região Metropolitana do Recife-PE. 4.2 Específicos Definir as características sócio econômicas e demográficas dos funcionários; Identificar as principais patologias existentes nesta população; Verificar a prevalência de sobrepeso e obesidade destes indivíduos; Descrever o estilo de vida e outros fatores de risco associados a doença cardiovascular da população estudada; Conceito A Recife n. 3 p.469-506 2012 483 Fatores de risco para doenças cardiovasculares em funcionários de um supermercado da região metropolitana do recifepe Fonte: Associação Médica Brasileira, 2010. Revista Conceito A | ReVista dos Trabalhos de Conclusão de Curso 5.METODOLOGIA 5.1 Desenho e tipo de estudo: A pesquisa realizada foi do tipo transversal prospectivo, realizado no período de agosto de 2011 a Maio de 2012. 5.2 Local de estudo: Estudo realizado no Supermercado da Família Ltda., Localizado na Rua Eliza Cabral de Souza N: 502 situado no centro do município de Camaragibe-PE. Atualmente com um quadro de 126 funcionários do sexo masculino e feminino com idade entre 18 e 50 anos, funcionando na semana completa, em horários variados. 5.3 População de estudo: A população estudada foram os funcionários do supermercado que exerce as seguintes funções: embalador, operador de caixa, fiscal de loja, atendente de vendas, balconista, estoquista, conferente, repositor, operador de carne, monitorador, encarregado de setor, locutor, ajudante de depósito, caixa geral, auxiliar de caixa geral, apontador de pessoal, assistente de gerente, gerente adjunto, gerente, controlador de T.I, recepcionista, digitador. 5.4 Seleção do sujeito: 5.4.1 Critérios de Inclusão: Todos funcionários do supermercado no período da coleta, que aceitaram participar e assinaram o TCLE (ANEXO A). 5.4.2 Critério de exclusão: Foram excluídos os funcionários do supermercado a qual se encontravam impossibilitados de realizar a avaliação nutricional, como gestante ou cadeirante. 5.5. Coleta de dados: Os dados foram coletados, após a aprovação do comitê de ética e a assinatura do termo de anuência (ANEXO C), através de um questionário (APÊNDICE 1) a qual incluía dados sócio-econômicos e demográficos, patologias diagnosticadas, informações sobre estilo de vida e parâmetros antropométricos. Conceito A 484 Recife n. 3 p.469-506 2012 Os dados avaliados foram idade, sexo, naturalidade, estado civil, moradia, renda familiar, escolaridade. 5.5.2 Patologias analisadas: As patologias analisadas foram hipertensão arterial, diabetes mellitus e obesidade. 5.5.3 Antropometria: As medidas antropométricas dos funcionários do supermercado foram realizadas pelas pesquisadoras de nutrição devidamente treinadas. Sendo coletados: - Peso: Aferido em uma balança Filizola,® com capacidade de 150Kg, precisão de 0,1 Kg e 0,5cm com funcionários do supermercado trajando roupas leves e descalços. - Altura: Foi verificada com o antropômetro vertical fixo à balança. - IMC: Foi calculado pela divisão do peso em quilos, que se encontravam os funcionários do supermercado dividido pela altura em metros, elevado ao quadrado. Os valores do IMC foram classificados conforme quadro 4 (OMS, 2005). Quadro 4: Valores de referência para classificação do IMC Fonte: OMS, 2005 - Circunferência Cintura: Medida obtida na menor curvatura localizada entre as costelas e a crista ilíaca. Utilizado fita métrica flexível e inelástica sem comprimir os tecidos. Quando não possível identificar a menor curvatura, obteve-se a medida de 2 cm acima da cicatriz umbilical. Os pontos de corte adotados de acordo com o grau de risco Conceito A Recife n. 3 p.469-506 2012 485 Fatores de risco para doenças cardiovasculares em funcionários de um supermercado da região metropolitana do recifepe 5.5.1 Dados sócio-econômicos e demográficos: Revista Conceito A | ReVista dos Trabalhos de Conclusão de Curso para doenças cardiovasculares: risco aumentado para mulheres (CA > 80 cm) e para homens (CA > 94 cm), e risco muito aumentado para mulheres (CA > 88 cm) e para homens (CA > 102 cm) (REZENDE et. al., 2006). - Índice de relação circunferência cintura-quadril (IRCQ): Medida obtida com o colaborador com o mínimo de roupa possível na distância média entre a última costela flutuante e a crista ilíaca, enquanto que o quadril foi medido com a fita métrica passando pelos trocânteres femurais (duas medidas) de cada circunferência. O IRCQ é fortemente associado à gordura visceral e parece ser um índice aceitável de gordura intra-abdominal (SEIDELL et al., 1997). Foi determinado pela divisão da circunferência da cintura pela circunferência do quadril e classificado segundo quadro 5. - Índice de conicidade (índice C): foi determinado através das medidas de peso, estatura e circunferência da cintura (CC) utilizando-se a equação matemática: Índice C = Circunferência-Cintura (m)/ 0.109 Peso Corporal (kg)/Estatura (m) Desta forma, ao ser calculado o IC tem-se a seguinte interpretação: se a pessoa tem o IC de 1,30, isto significa que a circunferência da sua cintura, já levando em consideração a sua estatura e peso é 1,30 vezes maior do que a circunferência que a mesmo teria caso não houvesse gordura abdominal. O ponto de corte de 1,25 apresenta o mais adequado como discriminador do risco coronariano (PITANGA, LESSA, 2004). 5.5.4 Risco Cardiovascular Foram avaliados os seguintes parâmetros no questionário de pesquisa (ANEXO): • Hereditariedade: Fator genético que reflete em fator de risco positivo. • Acréscimo de sal aos alimentos: Relata o possível consumo excessivo de sódio, sinalizando potencial de risco para o desenvolvimento de hipertensão Conceito A 486 Recife n. 3 p.469-506 2012 5.6. Analise dos Dados Para análise e processamento dos dados foi utilizado o programa estatístico epi-info e SPSS. Os dados foram digitados com dupla entrada e verificados com o VALIDATE, utilizando o módulo do Programa Epi-info, versão 6.0 (Epiinfo 6.04, Center for Disease Control, Atlanta - 1997) e SPSS 13.0 para checar a consistência e validação dos dados. As variáveis contínuas foram testadas quanto à normalidade da distribuição, pelo teste de Kolmogorov Smirnof. As variáveis com distribuição normal foram descritas na forma de médias e dos respectivos desvios padrões. As variáveis com distribuição não Gaussiana foram apresentadas sob a forma de medianas e dos respectivos intervalos interquartílicos. Para verificar as associações entre as variáveis categóricas, foi aplicado o teste qui-quadrado e o teste exato de Fisher. Para comparação de médias, foi aplicado o teste T de student e análise de variância pelo ANOVA. O nível de significância adotado foi de 5%. Conceito A Recife n. 3 p.469-506 2012 487 Fatores de risco para doenças cardiovasculares em funcionários de um supermercado da região metropolitana do recifepe arterial. • Uso de anticoncepcional: O uso de contraceptivos associados a outros fatores aumentam os risco de desenvolvimento de doença cardiovascular. • Tabagismo: Influência diretamente nos eventos coronários agudos, aumentando e risco de mortalidade por doença cardiovascular. • Etilismo: O álcool eleva a pressão sanguínea e afeta os níveis de triglicerídeos total e colesterol HDL. • Atividade Física: A inatividade ou a redução de atividade física junto a hábitos que não geram gasto de energia pode causar prejuízo a saúde. Foi avaliado a prática de atividade física, freqüência, e deslocamento diário para o trabalho. • Pressão arterial: As aferições das pressões arteriais dos funcionários foram realizadas com o auxilio do tensiômetro e estetoscópio adequado e em perfeitas condições. Os entrevistados permaneceram por alguns instantes antes da aferição sentados em repouso para descartar a possibilidade de alterações nos resultados. Os valores considerados normais para interpretação dos resultados foram, pressão arterial sistólica < 140 mmHg ou pressão arterial diastólica < 90 mmHg. (Ministerio da Saude, 2001) • Hábitos alimentares: O consumo inadequado de alimentos se associam aos fatores de risco e contribuem para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Os entrevistados foram submetidos pelo questionário de pesquisa a perguntas que envolvem os hábitos alimentares. Analisamos o consumo de alimentos industrializados, embutidos, enlatados, ricos em lipídios, assim como o consumo de frutas e verduras. O questionário constou de informações como freqüência de consumo destes alimentos mencionados anteriormente e que poderiam proporcionar informações importantes para avaliação. Revista Conceito A | ReVista dos Trabalhos de Conclusão de Curso 6 – RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram avaliados 126 indivíduos com predomínio do sexo feminino (60,3%), com média de idade 27,3 ± 5,7anos. Pode-se dizer que este resultado tem relação com o aumento da população feminina no mercado de trabalho em busca do seu desenvolvimento profissional e sua independência financeira, o que corrobora com a pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2008 nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre que mostraram as mulheres representando 45,5% da população economicamente ativa. Houve predomínio de indivíduos com faixa etária 18 a 29 anos naturais da RMR, solteiros e com renda maior de 1000 reais, conforme descrito na Tabela 1. De acordo com estudo realizado por (Carvalho, 2004). A inserção do jovem Brasileiro no mercado de trabalho tem recebido apoio de iniciativas organizadas em forma de programas, projetos e de políticas públicas específicas. Os jovens estão conquistando seu espaço no mercado de trabalho e adquirindo um status político e social cada vez mais considerável, ainda que esteja em processo de consolidação. Conceito A 488 Recife n. 3 p.469-506 2012 Gráfico 1: Principais patologias dos funcionários de um Supermercado na RMR. Recife/PE 2012 A baixa prevalência de DCNT pode está relacionado com a faixa etária da população avaliada. De acordo com estudos de Lessa et al (2004), Pereira et al (2009) e Muniz et al (2012) mostram relação direta entre maior acúmulo de fatores de risco em indivíduos com maior idade para o desenvolvimento da doença cardiovascular, provavelmente porque avaliaram fatores como HAS, obesidade, dislipidemia e DM, que tendem a ser mais prevalente nesta população. Em relação ao estado nutricional, definido pelo calculo do IMC, verificouse que 58% encontram-se dentro dos padrões normais, enquanto que 42% da população apresentam sobrepeso e obesidade (Tabela 2). Rezende et at (2006) relata em seu trabalho que elevadas prevalências de obesidade têm sido observadas em diversos estados e cidades do país: 18% em São Paulo; 37,5% em Cotia, SP; 21% em Pelotas, RS; 18,6% no Rio Grande do Sul; 17% em Fortaleza, CE; 12% no Rio de Janeiro, RJ; e 17,8% em Campos, RJ. Verificou-se também que as mulheres tiveram um percentual de sobrepeso e obesidade bem maior que o dos homens 24% e 7% contra 18% e 3% respectivamente (Tabela 2). A prevalência de obesidade foi maior entre as mulheres, concordando com estudos de Souza et al (2003) e Martins et al (2011). Segundo Rezende et at (2006) vários outros estudos também evidenciaram maior prevalência entre mulheres relacionando ainda com o aumento da idade. Em relação a avaliação da circunferência da cintura foi possível verificou que 65,1% da população avaliada não apresentou o risco para doença cardiovascular, e entre os que apresentam o risco aumentado ou risco muito aumentado 12% e 13% respectivamente, são mulheres. Em relação a circunferência da cintura e quadril verificou-se 27% da Conceito A Recife n. 3 p.469-506 2012 489 Fatores de risco para doenças cardiovasculares em funcionários de um supermercado da região metropolitana do recifepe O Gráfico 1 evidencia que a maioria dos indivíduos avaliados, não apresenta doença crônica representando 88,1% do total de funcionários avaliados. Revista Conceito A | ReVista dos Trabalhos de Conclusão de Curso população estudada, apresentaram risco alto ou muito alto para DCV. O estudo de Lima e Glaner (2006) relata que a obesidade abdominal tem recentemente emergido como o maior fator de risco para doenças cardiovasculares. Está conclusão foi obtida após mensuração de 52 mulheres obesas com idade média de 35,7 _+ 5,5 anos. Foi encontrada uma maior correlação entre os depósitos de gordura abdominal e as maiores elevações no perfil lipídico em relação às voluntárias com maiores depósitos de gordura nas coxas. De acordo com o estudo realizado por Cavalcanti et al (2009) sobre obesidade abdominal em adolescentes do ensino médio relata uma alta prevalência em mulheres, comparada a homens, com sobrepeso e que são sedentárias. O estudo pioneiro relacionando o índice C e o risco cardiovascular foi realizado por Valdez et al(1993) que verificou a relação deste índice e o perfil lipídico em adultos. No Brasil, Pitanga e Lessa (2007) realizaram estudo de validação utilizando o escore de Framingham, em população de adultos de Salvador, Bahia denominando o risco como coronariano. Foi identificado no presente estudo os funcionários que ficaram acima do ponto de corte para o IC, as mulheres representaram mais da metade da população estudada. Para o Índice de Conicidade segundo Pitanga (2004), o ponto de corte de 1,25 apresenta o mais adequado equilíbrio entre sensibilidade e especificidade, como discriminador do risco coronariano. Mesmo com estas informações não foram encontrados muitos estudos que utilizaram esta medida como referência. Os mesmos autores em outro estudo relatam como uma limitação para a utilização do Índice C em estudos populacionais a dificuldade de se calcular o denominador da equação proposta para sua determinação. A pouca informação científica disponível sobre o Índice C entre as diversas populações do mundo e em diversas faixa etárias é um outro fator que limita este indicador de se tornar um medida adotada como referência para estudos populacionais. No estudo recente de Marques e colaboradores (2011) feito em adolescente, o alto índice de Conicidade encontrado foi proporcional em ambos os sexos. No de Luiz et al (2011) realizada com adultos, a maior prevalência foi nos homens. O presente estudo demonstrou uma importante prevalência de fatores de desenvolvimento da doença cardiovascular entre as mulheres funcionárias do supermercado da Região Metropolitana do Recife o que corrobora com outro estudo para avaliar os principais fatores de risco para doença arterial coronariana no Rio Grande do Sul (GUS et al 2002) que encontrou o sexo feminino como mais prevalente, representando 51,8% da amostra. Conceito A 490 Recife n. 3 p.469-506 2012 Conceito A Recife n. 3 p.469-506 2012 491 Fatores de risco para doenças cardiovasculares em funcionários de um supermercado da região metropolitana do recifepe A prevalência dos fatores de risco para o desenvolvimento de DCV avaliados no presente estudo está descrita na Gráfico 2 se destacando os sedentários (73,8%), seguido da história familiar com DCV (72,2%). O sedentarismo se destaca como maior fator de risco neste estudo com 73,8%, mesmo na população mais jovem, um percentual bem maior ser comparado ao estudo de Matsudo, et al (2002), onde o percentual encontrado, foi de 55,3% de jovens entre 15 à 29 anos sedentários realizado no estado de São Paulo. O etilismo e o excesso de peso apresentavam o mesmo percentual entre os indivíduos. O acréscimo de sal e o uso de anticoncepcional representaram 32,5% e 28,6% respectivamente, enquanto que a P.A e o tabagismo tiveram os menores percentuais. Revista Conceito A | ReVista dos Trabalhos de Conclusão de Curso Gráfico 2: Fatores de Risco Cardiovascular de funcionários do supermercado na RMR - Recife 2012 De acordo com a avaliação da freqüência do consumo pertencente a uma alimentação saudável (Tabela 3), foi observado que a maioria dos avaliados consome frutas apenas 2 a 3 vezes por semana, 34,1% consome verduras e legumes de 6 a 7 vezes por semana e 41,3% consome peixe de 2 a 3 vezes por semana. Avaliando a pirâmide alimentar Brasileira, de acordo com as Resoluções RDC 359 e 360 de 26 de dezembro de 2003 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, é recomendado o consumo de 1 a 2 porções de carne, peixe e ovos, 4 a 6 porções de hortaliças, 2 a 4 porções de frutas e 1 porção de leguminosas diariamente. Segundo o “Guia alimentar da população Brasileira” o Ministério da Saúde sugere 3 porções de frutas e 3 porções de verduras e legumes diariamente (FIGUEIREDO, et. al. 2008). A Sociedade Brasileira de Cardiologia (2007) recomenda uma dieta rica em frutas e verduras, fontes de antioxi¬dantes para prevenção e tratamento de DCV. Em uma meta análise de nove estudos de corte sobre o consumo de frutas e/ou vegetais em diferentes populações, seis indicaram uma associação estatística entre um maior consumo desses ali¬mentos com a diminuição do risco para DCV (MORAES et al 2011). (Castro et al 2004) relataram que a alimentação diária é complexa, contendo diversos alimentos e conseqüentemente nutrientes, ainda não foi possível elucidar ou quantificar precisamente o impacto especifico da alimentação no risco do desenvolvimento de DCV. (Nothlings et al 2008) cruzaram informações sobre o consumo de frutas e/ ou vegetais em uma grande população diabética de dez países da Europa com a incidência de DCV. Ficou evidente que os indivíduos que consumiram mais frutas, legumes e vegetais sofreram menos eventos cardiovasculares. Conceito A 492 Recife n. 3 p.469-506 2012 No gráfico 3 pode ser observado que no consumo habitual de alimentos prevalentes como fatores de risco para o desenvolvimento de doença cardiovascular, o de maior evidencia é o biscoito recheado, representado por 65,1%, em seguida de chocolate com 40,5%, que são alimentos ricos em gordura saturada. De acordo com Castro et. al. (2004) nem todos ácidos graxos saturados Conceito A Recife n. 3 p.469-506 2012 493 Fatores de risco para doenças cardiovasculares em funcionários de um supermercado da região metropolitana do recifepe Descrevendo o hábito alimentar não saudável, encontramos que a maioria dos funcionários ingeriam de 2 a 3 vezes por semana frituras e doces, assim como 39,7% consomiam refrigerante nesta mesma proporção. Foi possível identificar ainda, que em torno de 8 à 11% dos funcionários avaliados não consomem frituras, doces ou refrigerante. Revista Conceito A | ReVista dos Trabalhos de Conclusão de Curso afetam as concentrações de colesterol da mesma maneira. Os ácidos graxos saturados, com exceção do esteárico, aumentam os níveis séricos de todas as lipoproteínas, principalmente as de baixa densidade (colesterol LDL) uma vez que reduzem a síntese e atividade dos receptores LDL pela diminuição da expressão de RNA mensageiro e da fluidez da membrana. Dessa forma, os ácidos graxos saturados aumentam os níveis de LDL-colesterol por meio da redução de sua depuração da circulação. A elevação da fração LDL do colesterol sanguíneo irá favorecer o deposito lipídico nas paredes dos vasos ocasionando o aparecimento de placas ateromatosas. Como conseqüência, aumentam as probabilidades de um ataque cardíaco. Gráfico 3: Alimentos habitualmente consumidos entre os funcionários do supermercado da RMR – Recife 2012 6.CONCLUSÃO Observou-se no estudo, a prevalência de mulheres jovens no mercado de trabalho com renda familiar acima de um salário mínimo. Também foi possível identificar que quase metade da população estudada está com sobrepeso ou obesidade e que as mulheres representam o maior número. Vários fatores de risco são prevalentes nas doenças cardiovasculares, Conceito A 494 Recife n. 3 p.469-506 2012 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, A.P.A; CORSINI, A.C.B; ASSIS, C.A.V; BASTOS, D.L. F; CABRAL, T.G; RAMOS, M.S. et. al. Prevalência e características do tabagismo em jovens da Universidade de Brasília. Jornal Brasileiro de Pneumologia, Brasilia, v. 32 n° 1 pág. 23-28, 2006. BERTO, S.J.P; BARROS, M.A.L.C; MOURA, E.C. et. al. Tabagismo associado a outros fatores comportamentais de risco de doenças e agravos crônicos não transmissíveis. 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Este estudo é uma importante contribuição para a população do estudo e para sociedade, pois seus resultados servem para conscientizar de que alguns fatores foram preocupantes, e que por ser pessoas ainda jovens, pode mudar o estilo de vida, os hábitos alimentares, prevenindo assim o surgimento de doenças crônicas e progressivamente o surgimento de doenças cardiovasculares. Revista Conceito A | ReVista dos Trabalhos de Conclusão de Curso CASTRO, L.C.V; CARMO, S.C.F; PRIORE, S.E; CARMO, M.G.P. et. al. Nutrição e doenças cardiovasculares: Os marcadores de risco em adultos. Revista de Nutrição, Campinas, v. 17 n°3, Setembro, 2004. CELANO, R.M.G; LOSS, S.H; NOGUEIRA, R.J.N. et. al. Terapia Nutricional nas Dislipidemias. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina junho de 2010. CIOLAC, E.G; GUIMARÃES, G.V. Exercicio Fisico e Sindrome metabólica. Revista Brasileira Médica Esportiva, São Paulo, v. 10 n°4 pág. 319-324, Agosto 2004. 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Seu nome não será utilizado em qualquer fase da pesquisa o que garante seu anonimato. Não será cobrado nada; não haverá gastos nem riscos na sua participação nesse estudo; não estão previstos ressarcimentos ou indenizações; não haverá benefícios imediatos na sua participação. Os resultados contribuirão para alertar sobre os possíveis riscos, como medida de prevenção e com isso possibilitar o esclarecimento da população sobre o resultado adquirido. Gostaríamos de deixar claro que sua participação é voluntaria e que poderá recusar-se a participar ou retirar seu consentimento, ou ainda descontinuar sua participação se assim, o preferir. Desde já agradecemos sua atenção e participação e colocamo-nos à Conceito A 500 Recife n. 3 p.469-506 2012 Recife,________ de____________________de________ ___________________________________________ Assinatura do participante ANEXO B TERMO DE CONFIDENCIALIDADE Título do projeto: Fatores de risco para doenças cardiovasculares em funcionários de um supermercado da região metropolitana do recife-pe Pesquisadores responsáveis: Eliza Torres da Silva e Jucélia Oliveira Guedes Instituição: Faculdade São Miguel Local da coleta de dados: Supermercado da Família Ltda. localizado na Rua Eliza Cabral de Souza N: 502 situado no centro do município de Camaragibe-PE. Os pesquisadores do presente projeto se comprometem a preservar a privacidade dos funcionários cujos dados serão coletados em formulários de pesquisa, onde se faz necessário a entrevista pessoal e a coleta de medidas antropométricas. Concordam, igualmente, que estas informações serão utilizadas única e exclusivamente para execução do presente projeto. As informações somente poderão ser divulgadas de forma anônima. Toda pesquisa assim como a coleta dos dados será supervisionado pela Orientadora Prof. MSC. Cristiane Pereira da Silva. Após este período, os dados serão destruídos. Este projeto de pesquisa foi revisado e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC) em Fevereiro de 2012. Recife,..........de Fevereiro de 2012. ........................................................................ ......................................................................... Assinatura dos pesquisadores responsáveis Conceito A Recife n. 3 p.469-506 2012 501 Fatores de risco para doenças cardiovasculares em funcionários de um supermercado da região metropolitana do recifepe disposição para maiores informações. Em caso de dúvida(s) e outros esclarecimentos sobre está pesquisa você poderá entrar em contato com os responsáveis: Eliza Torres da Silva telefone: (81) 8509-8890 ou Jucélia Oliveira Guedes telefone: (81) 8845-1513. Eu confirmo que Eliza Torres da Silva e Jucélia Oliveira Guedes explicou-me os objetivos desta pesquisa, bem como, a forma de participação. As alternativas para minha participação também foram discutidas. Eu li e compreendi este termo de consentimento, portanto, eu concordo em dar meu consentimento para participar como voluntario desta pesquisa. Revista Conceito A | ReVista dos Trabalhos de Conclusão de Curso ANEXO C SOLICITAÇÃO DE CARTA DE ANUÊNCIA Prezado:Flavio Jose de Santana, do Supermercado da Família Ltda. Nós Eliza Torres da Silva e Jucélia Oliveira Guedes, que estamos realizando a pesquisa intitulado Fatores de Risco para Doenças Cardiovasculares em Funcionários de um Supermercado da Região Metropolitana do Recife-PE, cujo projeto encontra-se em anexo, vêm através desta solicitar sua autorização para a coleta de dados em sua empresa. Informamos que não haverá custos para a empresa e, na medida do possível, não iremos interferir na operacionalização e/ ou nas atividades cotidianas da mesma. Agradecemos antecipadamente seu apoio e compreensão, certos de sua colaboração para o desenvolvimento da pesquisa científica em nossa região. _______________________________________ Recife,____de ______________ de______ APÊNDICE A FORMULÁRIO DE COLETA DE DADOS N___________ Nome:_________________________________________________Idade:__ Sexo: 1( ) Fem 2( ) Masc Naturalidade:_______________________ Estado Civil: 1( ) Solteiro (a) 2( ) Casado (a) 3( ) Divorciado (a) 4( ) Viuvo (a) Escolaridade: 1( ) Fundamental ou primário 2( ) Médio ou 2º grau 3( ) Superior 4( ) Pós graduação ou superior Qual é sua renda familiar: 1( ) Até 540,00 reais 2( )De 540,00 até 1.000,00 reais 3( ) Acima de 1.000,00 reais Conceito A 502 Recife n. 3 p.469-506 2012 Fatores de risco para doenças cardiovasculares em funcionários de um supermercado da região metropolitana do recifepe Peso:___________________Altura:______________IMC:________________ Circunferência Cintura:_______________CircunferênciaQuadril:_______________ Pressão Arterial:___________________________________ Tem alguma doença crônica: 1( ) HAS 2( ) DM 3( ) Outras Quais:_____________ 4( ) Não Tem histórico familiar de doenças crônicas: 1( ) HAS 2( ) DM 3( ) Obesidade 4( ) Não Pratica Atividade Física: 1( ) Sim 2( ) Não Com que Freqüência: 1( )1 vez 2( ) 2 vezes 3( ) 3 vezes 4( )Dia sim dia não 5( ) Não pratica. Fuma: 1( ) Sim 2( ) Não Há quanto tempo fuma regularmente: 1( ) Menos de 2 anos 2( )2 anos 3( ) 5 anos 4( ) 7 anos 5( ) Mais de 10 anos. 6( ) Não se aplica Convive com fumante: 1( ) Sim 2( ) Não Consome bebida alcoólica: 1( )Ocasionalmente 2( ) Diariamente 3( ) Fim de semana 4( ) Não ingeri Qual tipo de bebida alcoólica consome: 1( ) Cerveja 2( ) Vinho Conceito A Recife n. 3 p.469-506 2012 503 Revista Conceito A | ReVista dos Trabalhos de Conclusão de Curso 3( ) Não se aplica 4( ) Outros Quais:____________ Consome quantos copos de bebida alcoólica: 1( ) Menos de 1 copo 2( ) 1 a 2 copos 3( ) 3 a 5 copos 4( ) Mais de 5 copos 5( ) Não se aplica Faz uso de algum medicamento: 1( ) Sim 2( ) Não Qual tipo de medicamento: 1( ) Ansiolíticos (controle da ansiedade) 2( ) Medicamentos para controle da glicose 3( ) Anti-hipertensivos 4( ) Não se aplica 5( ) Outros. Quais:__________ 6( ) Medicamentos para o coração Faz uso de anticoncepcional: 1( ) Sim 2( ) Não 3( ) Não se aplica Quantas vezes se alimenta ao dia: 1( ) 3 vezes 2( ) 4 vezes 3( ) 6 vezes por dia 4( ) outros____________ Onde realiza as principais refeições: 1( ) Casa 2( ) Trabalho 3( ) na rua 4( ) outros. Onde:_________ Consome frutas quantas vezes por semana: 1( ) 2 a 3 vezes 2( ) 4 a 5 vezes 3( ) 6 a 7 vezes 4( ) Não consome 5( ) Outros Consome verduras e legumes quantas vezes por semana: 1( ) 2 a 3 vezes 2( ) 4 a 5 vezes Conceito A 504 Recife n. 3 p.469-506 2012 Fatores de risco para doenças cardiovasculares em funcionários de um supermercado da região metropolitana do recifepe 3( ) 6 a 7 vezes 4 ( ) Não consome 5 ( ) Outros __________________ Consome quantos copos de água por dia: 1( ) 2 a 3 copos 2( ) 4 a 5 copos 3( ) 6 a 7 copos 4 ( ) Outros __________________ Consome alimentos com alto teor de gorduras e açucares quantas vezes por semana: 1( ) 2 a 3 vezes 2( ) 4 a 5 vezes 3( ) 6 a 7 vezes 4( ) Não consome 5( ) Outros __________________ Inclui proteínas na sua alimentação todos os dias: 1( ) Sim 2( ) Não Consome peixe quantas vezes por semana. 1( ) 2 a 3 vezes 2( ) 4 a 5 vezes 3( ) 6 a 7 vezes 4( ) Não se aplica 5( ) Outros __________________ Consome diariamente alimentos industrializados 1( ) Sim 2( ) Não Faz o uso de sal adicional nas refeições 1( ) Sim 2( ) Não Quais desses alimentos você consome duas ou mais vezes por semana: 1( )Pizza 2( )Chocolate 3( )Batata frita 4( )Biscoitos recheados 5( )Hambúrguer ou cachorro quente 6( ) Sorvete 7( )Coxinha 8( )Espetinhos ou churrasco 9( ) Não consome Com qual freqüência você consome refrigerante: 1( ) 2 a 3 vezes 2( ) 4 a 5 vezes Conceito A Recife n. 3 p.469-506 2012 505 Revista Conceito A | ReVista dos Trabalhos de Conclusão de Curso 3( ) 6 a 7 vezes 4( ) Não consome 5( ) Outros __________________ Conceito A 506 Recife n. 3 p.469-506 2012