SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FARROUPILHA
PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO
ANEXO I. PROJETO DELONGA DURAÇÃO
1. IDENTIFICAÇÃO
1.1 Título do Projeto: Casa Familiar Rural do Vale do Jaguari: Incentivo à Educação do campo
1.2Câmpus de Origem: São Vicente do Sul
1.3 Área:Projetos de Desenvolvimento, Gestão e Negócios
1.4 Linha Temática: Desenvolvimento
Rural
1.4 OutrosCâmpus Envolvidos: São Vicente do Sul
1.5 Outras Instituições Envolvidas: EMATER, FETAG, PREFEITURAS JAGUARI, SANTIAGO, NOVA
ESPERANÇA, SÃO VICENTE DO SUL, MATA,SENAR, SINDICATOS DE TRABALHADORES RURAIS
DOS MUNICÍPIOS ENVOLVIDOS,ARCAFAR-RS e ARCAFAR - Sul.
1.6Público Alvo: Jovens e famílias da agricultura familiar do Vale do Jaguari
1.7N° Total de Pessoas a serem Beneficiadas:100
1.8 N° Total de Pessoas da Comunidade Externa a serem Beneficiadas: 400
1.9Período de Realização: MARÇO 2014 A JANEIRO DE 2015
1.10Local a ser Realizado: JAGUARI
1.11Carga Horária Total do Curso de curta duração:
1.12Situação do Projeto: CONTINUIDADE
Projeto:
Continuação
Relação com o Ensino:
Graduação
Relação com a Pesquisa:
Sim
Coordenador do Projeto: SIMONE BOCHI DORNELES
2. DADOS DO PROJETO:
2.1 Objetivos (Geral e Específicos – máximo 4):
Geral: Auxiliar no desenvolvimento das atividades pedagógicas e administrativas da Casa Familiar Rural
do Vale do Jaguari e no conhecimento da pedagogia da alternância junto a comunidade regional.
Específicos:
- Moderar o debate e auxiliar na elaboração da proposta pedagógica da Casa
Familiar Rural junto a Associação da Casa Familiar Rural do Vale do Jaguari e demais atores locais,
voltado para a realidade local; - Orientar e acompanhar a atuação dos monitores e parceiros na
implantação do projeto pedagógico ao longo do ano letivo; - Auxiliar na elaboração de projetos para
captação de recursos para a Casa Familiar Rural do Vale do Jaguari; - Auxiliar na organização de um
seminário regional sobre educação do campo e pedagogia da alternância.
2.2Justificativa (técnica/econômica/social):
As Casas Familiares Rurais constituem experiências autônomas de educação do campo por meio
de uma pedagogia construída de forma coletiva e com ênfase na qualificação do jovem agricultor para o
desenvolvimento de sua propriedade, contribuindo, assim, para a sucessão familiar e o combate ao êxodo
rural. A partir de experiências de sucesso e de uma rede de agricultores preocupados com a educação do
campo no Rio Grande do Sul e demais Estados, o Instituto Federal Farroupilha buscou mobilizar esta
discussão na região do Vale do Jaguari, tendo em vista sua missão e preocupação com o desenvolvimento
de uma região essencialmente rural.
As Casas Familiares Rurais são construídas a partir dos agricultores e demais entidades ligadas
ao meio rural que, de forma autônoma e associativa, buscam discutir e executar um projeto de formação
dos jovens rurais que buscam o desenvolvimento do seu meio. Pois, a partir da educação do campo que
busca forjar outras relações no meio rural“poderão ser discutidas, debatidas, visualizadas e recriadas
outras formas de desenvolvimento,considerando-se outras formas possíveis de educação, de
comunicação, de organização e devida”(TONIN, MEDEIROS e RAMOS, 2011, p.67).
A mobilização transcorreu ao longo de 2010 e 2011 na região do vale do Jaguari a partir de
diversas entidades ligadas a região que passaram a debater a educação do campo e a sucessão familiar
no meio rural. Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Escritórios municipais da Emater-RS e sua regional,
prefeituras municiais do Vale do Jaguari, cooperativas agrícolas e o campus de São Vicente do Sul do IF
Farroupilha mobilizaram a concretização da Associação da Casa Familiar do Vale do Jaguari, a qual teve
sua formação em fins de 2011 com a participação de agricultores da região. A Associação, então formada,
passou a fazer parte da ARCAFAR-RS (Associação das Casas Familiares Rurais do Rio Grande do Sul),
inclusive integrando um membro da diretoria. Ainda em 2011 e 2012, componentes da Associação
participaram de diversas reuniões e formações junto à ARCAFAR-RS, instituição que ofereceu significativo
suporte para a construção da Casa Familiar Rural do Vale do Jaguari. Diante disso, a Associação, apoiada
pela ARCAFAR-RS e pelo IF Farroupilha, passou a fomentar a divulgação e sensibilização dos jovens,
para a primeira turma da CFRVJ, os quais realizaram uma aproximação com jovens de outras Casas
Familiares Rurais do Rio Grande do Sul.
Além disso, ao longo de 2012, a Associação implantou a CFRVJ na localidade da Fontana Freda
em Jaguari, em local cedido pela prefeitura municipal, além de buscar recursos, junto às instituições
parceiras para o início da formação. Também, os monitores (professores) realizaram diversas formações,
bem como, desenvolveram o projeto pedagógico e o plano de formação, juntamente com a associação e
com o apoio do projeto de extensão e de pesquisa desenvolvidos pelo Instituto Federal Farroupilha,
campus São Vicente do Sul. Uma caminhada que se concretiza e tem continuidade com a turma de jovens
que iniciou a elaboração participativa do plano de formação em 2012 e iniciam as alternâncias no inicio de
2013.
A proposta visa construir um espaço de diálogo e participação da comunidade e entidades locais
sobre a problemática do desenvolvimento rural e regional, pautado na educação do campo. A Casa
Familiar Rural tem apresentado resultados significativos no incentivo e permanência do Jovem nas
atividades presentes no rural, tendo em vista que esta atua com a qualificação dos jovens e o incentivo a
aplicação dos seus conhecimentos em sua propriedade, promovendo, assim, a valorização e a construção
da identidade dos jovens rurais. A formação da Associação e a participação efetiva das famílias no
planejamento e gestão da Casa Familiar Rural possibilitam o diálogo constante dos atores locais
estimulando a cooperação e o Associativismo como fundamentos para o desenvolvimento rural. Desta
forma, justifica-se o longo processo para a construção do projeto e a efetiva implantação da Casa Familiar
Rural, com as necessárias ações de sensibilização para a apropriação da comunidade local.
Além disso, esta estratégia de educação diferenciada e construída a partir da comunidade constitui
um espaço importante para o diálogo e construção do conhecimento dos estudantes das licenciaturas do
IF Farroupilha, bem como a gestão de uma associação aproxima os estudantes da área de gestão e
negócios de uma realidade que vai além das experiências vivenciadas nas prefeituras. Os projetos de
extensão e pesquisa desenvolvidos em 2011, 2012 e 2013 no IF Farroupilha, campus São Vicente do Sul,
envolvendo a Casa Familiar Rural do Vale do Jaguari contribuíram para a formação de 18 estudantes das
licenciaturas em Química e Ciências Biológicas, Superior em Tecnologiaem Gestão Pública e Análise e
Desenvolvimento de Sistemas e Técnico em Agropecuária integrado, com bolsas de pesquisa e extensão,
bem como com atividade voluntariada.Esta aproximação contribui para o desenvolvimento do tripé ensino,
pesquisa e extensão enquanto missão dos Institutos Federais.
Assim, as atividades pedagógicas da Casa Familiar Rural do Vale do Jaguari tiveram seu início no
ano de 2013 com sua primeira turma, com 8 jovens. O trabalho durante o ano de 2013 foi de suporte ao
planejamento pedagógico da Casa familiar, contudo, ainda é necessáriosua continuidade, ampliando para
a área administrativa, no tocante a captação de recursos e divulgação da proposta da pedagogia da
alternância junto a comunidade regional. Partindo desta demanda, o presente projeto prevê a continuidade
da parceria do IF Farroupilha, campus São Vicente do Sul, com a Associação da Casa Familiar Rural do
Vale do Jaguari, auxiliando no seu desenvolvimento contínuo junto ás demais entidades parceiras.
2.3 Resultados esperados:
Espera-se construir um projeto pedagógico, de forma participativa, que atenda a proposta de formação de
jovens agricultores, voltados para o desenvolvimento de suas unidades de produção. Além da orientação e
acompanhamento do processo de formação destes jovens em busca de sua qualificação para a profissão
de agricultor e sua formação integral, tornando a pedagogia da alternância conhecida na comunidade
regional. Por meio desse projeto de educação, busca-se o desenvolvimento das comunidades rurais e a
permanência sustentável das famílias no campo.
2.4 Métodos:
O projeto será realizado a partir do acompanhamento constante das necessidades da Associação na
implantação da Casa Familiar Rural do Vale do Jaguari, dividindo-se em algumas etapas que podem ser
modificadas de acordo com a demanda do processo. Destaca-se que as ações do projeto são orientadas
pelas metodologias participativas, tendo em vista que a proposta da CFR constitui um espaço diferente de
educação do campo onde todos participam dos debates e das escolhas, além de unir toda a família no
processo educativo, graças a metodologia educacional da pedagogia da alternância. Partindo destes
princípios, o projeto prevê, reuniões com a Associação para o desenvolvimento das atividades do segundo
ano da Casa Familiar Rural no que tange as necessidades estruturais e na preparação dos jovens. Serão
realizadas assembleias com as famílias, jovens e demais integrantes da associação, formando grupos de
trabalho para a discussão sobre as necessidades educacionais da família em busca de um planejamento
que contemple uma proposta de qualificação relevante para a realidade do rural na região. Partindo deste
processo de debates, juntamente com os bolsistas que deverão ser estudantes das licenciaturas, gestão
pública e de cursos técnicos voltados para o campo e os monitores da Casa, será elaborado o
planejamento pedagógico para o ano de 2014. Cabe destacar que o trabalho também será orientado pela
ARCAFAR-RS e ARCAFAR - Sul em consonância com os princípios básicos que formam uma Casa
Familiar Rural. O projeto irá,também,acompanhar a formação dos jovens a partir do trabalho dos monitores
e sua formação inicial e continuada.Ainda, por meio desse projeto de extensão a CFRVJ contará com o
auxílio de estudantes do curso de gestão pública e integrado em administração, nas atividades
administrativas para captação de recursos financeiros e materiais para a casa. Entre as atividades de
divulgação e formação da comunidade regional, em especial dos professores das escolas do campo da
região, será realizado um seminário regional sobre educação do campo e pedagogia da alternância. O
projeto de extensão estará ligado ao projeto de pesquisa diagnóstico da juventude rural desenvolvido em
parceria com a ASCAR/EMATER, visando conhecer a realidade dos jovens que vivem no campo, no intuito
de construir com eles ações e políticas públicas que contribuam para a qualidade de vida das famílias
rurais.
2.5 Ações previstas:
O projeto será realizado integrando as seguintes ações: - Realização de reuniões com a Associação para a
o desenvolvimento das atividades da Casa Familiar Rural; - Realização de Assembleias e formação de
grupos de debates para a identificação das necessidades educacionais das famílias agricultoras da região,
de forma participativa; - Construção do planejamento pedagógico para a formação dos jovens e das
famílias agricultoras; - Formação inicial e continuada dos monitores que irão atuar na Casa Familiar Rural;
- orientação e acompanhamento das atividades desenvolvidas pelas turmas da CFRVJ; elaboração de
projetos para captação de recursos para a CFRVJ e para divulgação da mesma na região de abrangência.
2.6 Disciplinas / Ementas / Conteúdos Programáticos/ Avaliação:
O projeto está pautado como debate da educação do campo, da pedagogia da alternância e do
Associativismo e Gestão pública e desenvolvimento rural. Prevê ainda, a construção participativa do
projeto pedagógico e do plano de trabalho necessário a formação dos jovens agricultores. Elaboração de
projetos para entidades que apoiem financeiramente e com materiais a CFR Vale do Jaguari. Assim, o
projeto será avaliado pela associação e demais integrantes envolvidos de forma constante, em busca da
efetiva formação dos jovens.
2.7 Referências:
BEGNANI, J.B. Pedagogia da Alternância como Sistema Educativo- Revista de Formação por
Alternância- julho de 2006
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O trabalho de saber: cultura camponesa e escola rural. São Paulo; FTD,
1990.
BRASIL. MEC. Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo. Resolução
CNE/CEB nº1, de 3 de Abril de 2002. Brasília, Distrito Federal :MEC, 2003.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 18ª ed., Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.
_____. Educação como prática da liberdade. 17ª ed. , Rio de Janeiro: Paz e Terra,1983.
GADOTTI, Moacir. Pedagogia da Terra. 3 ed. São Paulo: Petrópolis, 2002. (Série Brasil cidadão).
GADOTTI, Moacir; GUTIERREZ, Francisco(Org.). Educação comunitária e Economia Popular. São
Paulo: Cortez, 1993. (Coleção Questões da nossa época; .25).
GRITTI, Silvana Maria. Educação Rural e Capitalismo. Universidade de Passo Fundo, UPF Editora,
2003.
KOLLING, Edgar Jorge; NERY, Irmão; MOLINA, Mônica Castagna (Org.). Por uma educação básica do
campo. Brasília-DF: Fundação Universidade de Brasília, 1999.
LDB. Lei de Diretrizes e Bases. Lei nº 9.394, de 20 de setembro de 1996.
MOLINA, Mônica C. A contribuição do programa nacional de educação na reforma agrária para a
promoção do desenvolvimento sustentável. Brasília, 2003.
REIS, Edmerson dos Santos. Educação do campo e desenvolvimento sustentável. Avaliação de uma
prática educativa. Juazeiro, Bahia: Editora Franciscana, 2004.
SILVA, Maria do Socorro. “Da raiz à flor. Produção pedagógica dos movimentos sociais e a escola do
campo”. In: Educação do Campo e Pesquisa. Questões para Reflexão. Molina, Mônica Castagna (org.).
Brasil. Ministério do Desenvolvimento Agrário – Brasília, 2006.
2.8 Pré-Requisitos para o público alvo:
O público alvo é composto por famílias rurais e entidades públicas que se sensibilizem com a problemática
do êxodo rural e acreditem na proposta de qualificação para o agricultor. Assim, devem ser famílias que
atuem no meio rural e que tenham filhos ou parentes interessados em qualificar-se para a atuação na
agricultura, seja concomitante ao ensino médio ou já concluinte.
2.9 Operacionalização:
2.9.1- Cronograma:
Etapas de
Execução
Preparação
Execução
Avaliação
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
x
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
DEZ
X
X
2.9.2 - Certificados:
Para o Coordenador do Projeto
Sim
Para os Instrutores do Projeto
Sim
Para os Alunos
Sim
Para os Servidores de Apoio
Sim
3. DECLARAÇÃO DE CEDÊNCIA DE DIREITOS AUTORAIS
Eu, Simone Bochi Dorneles, Autorizo a destinação desse Projeto ao Banco de Projetos de Extensão, de
forma que possa ser utilizado por outros servidores, sem restrições de qualquer natureza, desde que
citada a autoria.
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Casa familiar rural - Instituto Federal de Educação, Ciência e