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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE FISIOTERAPIA
AVALIAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL, DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA E
DO DUPLO PRODUTO ENTRE FUNCIONÁRIOS DE SETOR
OPERACIONAL E SETOR EXECUTIVO SUBMETIDOS À ATIVIDADE
FÍSICA AERÓBIA CONSTANTE
João Basílio Ferreira Filho
Thiago Oti Câmara
Belém-PA
2006
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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE FISIOTERAPIA
AVALIAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL, DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA E
DO DUPLO PRODUTO ENTRE FUNCIONÁRIOS DE SETOR
OPERACIONAL E SETOR EXECUTIVO SUBMETIDOS À ATIVIDADE
FÍSICA AERÓBIA CONSTANTE
por
João Basílio Ferreira Filho
Thiago Oti Câmara
Trabalho de Graduação apresentado ao Curso
de Fisioterapia do Centro de Ciências
Biológicas e da Saúde da UNAMA, como
requisito para obtenção do título de Bacharel
em Fisioterapia, orientado pelo professor Paulo
Eduardo Santos Avila.
Belém-PA
2006
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AVALIAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL, DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA E
DO DUPLO PRODUTO ENTRE FUNCIONÁRIOS DE SETOR
OPERACIONAL E SETOR EXECUTIVO SUBMETIDOS À ATIVIDADE
FÍSICA AERÓBIA CONSTANTE
João Basílio Ferreira Filho
Thiago Oti Câmara
Orientado por:
_________________________________
Paulo Eduardo Santos Avila
Avaliado por:
_________________________________
Data: ____/____/____
Belém-PA
UNAMA
2006
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Dedico aos meus pais Diélia e João Basílio, aos meus irmãos Tiago e Thaís, que estiveram
presentes em todos os momentos, me dando total apoio; Á minha namorada e futura esposa
Cristiane, por todos os momentos que vivemos juntos, me incentivando a lutar por nossos
objetivos; À minha grande amiga Kamilla que me ensinou a ser uma pessoa mais prestativa e
atenciosa, e ao seu futuro esposo Guilherme, que sempre se mostrou pronto a ajudar na
construção desta pesquisa. À minha amiga Lorena Vasconcelos por mostrar o valor de uma
amizade; E finalmente ao meu orientador Paulo Avila que aceitou o desafio de orientar esta
pesquisa, faltando poucos meses para a entrega.
JOÃO BASÍLIO FERREIRA FILHO
Primeiramente, dedico esta vitória a Deus, que é o articulador de tudo e de todos. Dedico
também a meus pais, Aurélio e Vani, e a minha irmã Glória, que juntos proporcionaram o
total apoio e dedicação para que tudo isso tornasse realidade. Por fim, dedico a minha
namorada Karla que, em todos os momentos, esteve ao meu lado me ajudando no que
precisava, com sabedorias e atos indescritíveis.
THIAGO OTI CÂMARA
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RESUMO
João Basílio Ferreira Filho, Thiago Oti Câmara. Avaliação da pressão arterial, da freqüência
cardíaca e do duplo produto entre funcionários de setor operacional e setor executivo
submetidos à atividade física aeróbia constante. Universidade da Amazônia – UNAMA,
Belém – PA, 2006.
A pressão arterial (PA), a freqüência cardíaca (FC) e o duplo produto (DP), são
parâmetros importantes na avaliação do sistema cardiovascular, pois suas adequadas
manutenções são fundamentais para permitir a realização das trocas de nutrientes e excretas
apropriadas ao funcionamento do organismo. Estudos relatam que a prática regular de
atividades físicas aeróbias influencia diretamente no melhor comportamento dos níveis da
pressão arterial, da freqüência cardíaca e, consequentemente, do duplo produto tanto em
repouso quanto em uma dada intensidade de uma prática física. O objetivo deste referido
trabalho é de comparar a eficiência cardiovascular entre funcionários do setor executivo e do
setor operacional durante a prática de atividade aeróbia constante. Estudo foi do tipo
prospectivo, descritivo, comparativo, realizado através de levantamento bibliográfico feito na
Biblioteca Central da UNAMA e pela biblioteca virtual (Internet), a partir de artigos
científicos coletados na base de dados Scielo, no período de setembro a novembro de 2006. O
presente estudo, dentro de suas particularidades, foi capaz de chegar a resultados semelhantes
aos encontrados nas literaturas pesquisadas para a maioria das variáveis estudadas, destoando
da literatura em poucos casos como da FC e DP de repouso. Desta forma temos que os
indivíduos do setor operacional, aerobicamente ativos, apresentaram, do ponto de vista
fisiológico, uma melhor eficiência cardiovascular para as variáveis pressão arterial sistólica de
repouso e pressão arterial sistólica, freqüência cardíaca e duplo produto para todos os
momentos do esforço físico sub-máximo.
Palavras-chave: Pressão arterial, freqüência cardíaca, duplo produto.
5
ABSTRACT
João Basílio Ferreira Filho, Thiago Oti Câmara. Evaluation of blood pressure, cardiac
frequency and double product between employees of the operational sector and executive
sector submitted to constant aerobic physical activity. University of the Amazon - UNAMA,
Belém-PA, 2006.
The blood pressure (BP), the cardiac frequency (CF) and double product (DP) are
important parameters in the evaluation of the cardiovascular system therefore its adjusted
maintenances are basic to allow the accomplishment of the exchanges of appropriate nutrients
and excreta to the functioning of the organism. Studies relates that regular practical of aerobic
physical activities influences directly in optimum behavior of the levels of the blood pressure,
of cardiac frequency e, consequently, of the double product in rest how much in one given
intensity of one practical physics. The objective of this related work is to compare the
cardiovascular efficiency between employees of the executive sector and the operational
sector during the practical of constant aerobic activity. Study it was of the prospectivo,
descriptive, comparative type, carried through bibliographical survey made in the Central
Library of the UNAMA and for the virtual library (Internet), from collected scientific articles
in the database Scielo, in the period of september to november of 2006. The present study,
inside of its particularitities, it was capable to achive the similar results at the found ones in
literatures searched for the majority of the studied variables, not agreeing of literature in few
cases as of CF and DP of rest. In such a way, we have that the individuals of the operational
sector, aerobicly active, had presented, of the physiological point of view, one better
cardiovascular efficiency for the variables systolic arterial pressure of rest and systolic arterial
pressure, cardiac frequency and double product for all the moments of the sub-maximum
physical effort.
Key-words: Blood pressure, cardiac frequency, double product.
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LISTA DE ABREVIATURAS
AV
Nodo Atrioventricular
Ca
Cálcio
DC
Débito Cardíaco
DP
Duplo produto
FC
Freqüência cardíaca
K
Potássio
Na
Sódio
O2
Oxigênio
PA
Pressão arterial
PAD
Pressão arterial diastólica
PAS
Pressão arterial sistólica
SA
Nodo Sinoatrial
SNA
Sistema Nervoso Autônomo
SNC
Sistema Nervos Central
VO2max.
Consumo Máximo de Oxigênio
7
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1: Curva de evolução da freqüência cardíaca durante o exercício em ambos
os grupos......................................................................................................
44
FIGURA 2: Curva de evolução da pressão arterial sistólica durante o exercício em
ambos os grupos........................................................................................... 45
FIGURA 3: Curva de evolução da pressão arterial diastólica durante o exercício em
ambos os grupos........................................................................................... 46
FIGURA 4: Curva de evolução do duplo produto durante o exercício em ambos os
grupos........................................................................................................... 47
8
LISTA DE TABELAS
TABELA 1: Estatística descritiva dos grupos em estudo quanto à idade........................
37
TABELA 2: Estatística descritiva da Freqüência Cardíaca do grupo operacional .........
37
TABELA 3: Estatística descritiva da Freqüência Cardíaca do grupo executivo ............
38
TABELA 4: Teste t de Student para comparação entre os grupos quanto a Freqüência
Cardíaca........................................................................................................ 38
TABELA 5: Estatística descritiva da Pressão Arterial Sistólica do grupo operacional.... 39
TABELA 6: Estatística descritiva da Pressão Arterial Sistólica do grupo executivo....... 40
TABELA 7: Teste t de Student para comparação entre os grupos quanto a Pressão
Arterial Sistólica........................................................................................... 40
TABELA 8: Estatística descritiva da Pressão Arterial Diastólica do grupo operacional.
41
TABELA 9: Estatística descritiva da Pressão Arterial Diastólica do grupo executivo....
41
TABELA 10: Teste t de Student para comparação entre os grupos quanto a Pressão
Arterial Diastólica........................................................................................ 42
TABELA 11: Estatística descritiva do Duplo Produto do grupo operacional..................
42
TABELA 12: Estatística descritiva do Duplo Produto do grupo executivo.....................
43
TABELA 13: Teste t de Student para comparação entre os grupos quanto ao Duplo
Produto......................................................................................................... 44
9
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO...................................................................................................
10
2
REFERENCIAL TEÓRICO..............................................................................
12
2.1
Controle do Sistema Cardiovascular no Repouso............................................
12
2.1.1 Controle da Freqüência Cardíaca no Repouso......................................................
12
2.1.2 Controle da Pressão Arterial Sistêmica no Repouso.............................................
16
2.1.3 Controle do Duplo produto no Repouso................................................................ 18
Adaptações do Sistema Cardiovascular ao Exercício Físico...........................
18
2.2.1 Adaptações Agudas da Freqüência Cardíaca ao Exercício Físico Aeróbio..........
20
2.2
2.2.2 Adaptações Sub-agudas da Freqüência cardíaca ao Exercício Físico Aeróbio..... 23
2.2.3 Adaptações Crônicas da Freqüência cardíaca ao Exercício Físico Aeróbio.........
24
2.2.4 Adaptações Agudas da Pressão Arterial Sistêmica ao Exercício Físico Aeróbio.
25
2.2.5 Adaptações Sub-agudas da Pressão Arterial Sistêmica ao Exercício Físico
Aeróbio..................................................................................................................
28
2.2.6 Adaptações Crônicas da Pressão Arterial Sistêmica ao Exercício Físico
Aeróbio..................................................................................................................
31
2.2.7 Duplo produto e a Prática Regular de Atividade Física........................................
32
3
METODOLOGIA...............................................................................................
34
3.1
Instrumento de Coleta de Dados........................................................................
35
3.2
Procedimentos de Coleta de Dados....................................................................
35
4
RESULTADOS....................................................................................................
37
5
DISCUSSÃO........................................................................................................
49
6
CONCLUSÃO.....................................................................................................
55
REFERÊNCIA BIBLIOGRÀFICA..............................................................................
56
APÊNDICES.................................................................................................................... 59
10
1 INTRODUÇÃO
A pressão arterial (PA), a freqüência cardíaca (FC) e o duplo produto (DP), são
parâmetros importantes na avaliação do sistema cardiovascular, pois suas adequadas
manutenções são fundamentais para permitir a realização das trocas de nutrientes e excretas
apropriadas ao funcionamento do organismo (GUYTON & HALL, 2002).
A prática regular de atividades físicas aeróbias influencia diretamente no comportamento
dos níveis da pressão arterial, da freqüência cardíaca e, consequentemente, do duplo produto,
tanto em repouso quanto em uma dada intensidade de uma prática física (ROBERGS &
ROBERTS, 2002).
Indivíduos, ativos aerobicamente, obtêm adaptações crônicas no sistema cardiovascular,
fazendo com que seus níveis de PA, FC e DP diminuam significativamente, tanto no repouso
quanto durante a atividade física, em relação a indivíduos não-ativos aerobicamente (FORJAZ
et al 1997).
Baseado nos dados apresentados tornou-se interessante conhecer melhor as características
cardiovasculares dos diferentes grupos de funcionários de uma universidade, já que o grupo
operacional possui um trabalho aerobicamente ativo, diferente do grupo executivo, que são
inativos aerobicamente. Dessa maneira, associar as possíveis diferenças encontradas ao tipo
de tarefa profissional desempenhada pelos mesmos e, a partir disto, identificar os possíveis
motivos para este resultado, colaborando assim, para o direcionamento de estratégias
11
preventivas, que podem vir a serem empregadas ao grupo identificado como inferior do ponto
de vista da função cardiovascular.
Este estudo possui como objetivo geral, comparar a eficiência cardiovascular entre
funcionários do setor executivo e operacional, durante a prática de atividade aeróbia
constante. E têm como objetivos específicos, relacionar o comportamento dos níveis de
pressão arterial, freqüência cardíaca e duplo produto dos indivíduos avaliados, além de
aprofundar o conhecimento sobre o comportamento do sistema cardiovascular durante o
exercício físico.
12
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Controle do Sistema Cardiovascular no Repouso
O funcionamento do Sistema Cardiovascular depende da manutenção de algumas
variáveis para a plena função do organismo humano. Neste sentido, o controle da freqüência
cardíaca, da pressão arterial e, consequentemente, do duplo produto possuem papel
importante para o Sistema Cardiovascular.
2.1.1 Controle da Freqüência Cardíaca no Repouso
Quanto à freqüência cardíaca (FC) – número de batimentos do coração por minuto – o
nodo sinoatrial (SA) inicia a contração e, deixando-se agir por si mesmo, estabelece
freqüência cardíaca constante, de 90 a 100 batimentos por minuto. Contudo, os tecidos
necessitam de fluxo sanguíneo, com diferentes volumes sobre condições diversas. Deste
modo, a regulação autonômica da freqüência cardíaca, a regulação química da freqüência
cardíaca, além de fatores como a idade, o sexo, o estado físico e a temperatura corporal,
influenciam na regulação da freqüência cardíaca (TORTORA & GRABOWSKI, 2002).
A regulação autonômica da freqüência cardíaca se origina no centro cardiovascular, no
bulbo. Esta região do tronco encefálico recebe entradas (inputs) de diversos receptores
sensoriais e dos centros encefálicos superiores, como o sistema límbico e o córtex cerebral.
Em seguida, o centro cardiovascular dirige a saída (output) apropriada, ao aumentar ou
diminuir a freqüência dos impulsos nervosos por meio dos ramos simpático e parassimpático
13
do Sistema Nervoso Autônomo (SNA) (TORTORA & GRABOWSKI, 2002; ALMEIDA &
ARAÚJO, 2003; SILVERTHORN, 2003).
A estimulação dos nervos simpáticos (aceleradores cardíacos) libera o hormônio
norepinefrina nas terminações nervosas simpáticas. Acredita-se que o mecanismo pelo qual
esse hormônio atua sobre as fibras musculares cardíacas aumente, a permeabilidade da
membrana da fibra aos íons sódio e cálcio. No nodo SA, o aumento da permeabilidade ao
sódio produz potencial de repouso positivo, resultando em aumento da freqüência da variação
do potencial de membrana para o valor limiar da auto-excitação e, assim, acelerando a autoexcitação, portanto, aumentando a freqüência cardíaca (GUYTON & HALL, 2002;
TORTORA & GRABOWSKI, 2002).
No nodo atrioventricular (AV), a maior permeabilidade ao sódio torna mais fácil para o
potencial de ação, excitar cada região sucessiva da fibra de condução e, portanto, diminuir o
tempo de condução dos átrios para os ventrículos. Já o aumento da permeabilidade aos íons
cálcio é, ao menos parcialmente, responsável pelo aumento na força contrátil do músculo
cardíaco sob a influência da estimulação simpática em razão de os íons cálcio terem papel
importante na excitação do processo contrátil das miofibrilas. Resumindo, a estimulação
simpática aumenta a atividade global do coração, conseqüentemente aumenta a FC
(TORTORA & GRABOWSKI, 2002).
A estimulação dos nervos parassimpáticos para o coração (vagos) faz com que o hormônio
acetilcolina seja liberado nas terminações vagais. Este hormônio possui dois grandes efeitos
no coração: diminui a freqüência rítmica do nodo SA e diminui a excitabilidade das fibras
juncionais AV, entre a musculatura atrial e o nodo AV e, por conseguinte, lentifica a
transmissão do impulso cardíaco para os ventrículos (GUYTON & HALL, 2002; TORTORA
& GRABOWSKI, 2002).
14
Desta forma, a acetilcolina, liberada nas terminações nervosas vagais, aumenta
acentuadamente a permeabilidade das membranas das fibras ao potássio, permitindo rápido
vazamento de potássio para fora das fibras condutoras. Isto provoca aumento da negatividade
no interior das fibras (hiperpolarização), fazendo com que esse tecido excitável fique muito
menos excitável (GUYTON & HALL, 2002; TORTORA & GRABOWSKI, 2002).
No nodo SA, o estado de hiperpolarização diminui o potencial de “repouso” da membrana
das fibras do nodo SA, para um valor consideravelmente mais negativo que o normal (– 65 a
– 75mV). Portanto, a elevação do potencial de membrana do nodo AS, provocada pelo
vazamento interno de sódio, necessita de muito mais tempo para alcançar o potencial liminar
para a excitação. Isso diminui intensamente a freqüência da ritmicidade dessas fibras nodais.
Se a estimulação vagal é muito forte, é possível parar completamente a auto-excitação rítmica
desse nodo (GUYTON & HALL, 2002).
Já no nodo AV, o estado de hiperpolarização, provocado pela estimulação vagal, torna
difícil para as diminutas fibras atriais que penetram no nodo, gerarem eletricidade suficiente
para excitar as fibras nodais. Portanto, o fator de segurança para transmissão do impulso
cardíaco pelas fibras transicionais para as fibras do nodo AV diminui. A diminuição
moderada simplesmente retarda a condução do impulso, mas grande diminuição bloqueia
completamente a condução (GUYTON & HALL, 2002).
A regulação química da freqüência cardíaca é feita por dois tipos amplos de substâncias
químicas: hormônios e íons.
Os hormônios epinefrina e norepinefrina (da medula adrenal) aumentam a eficiência do
bombeamento cardíaco. Estes hormônios afetam as fibras musculares cardíacas, de forma
bastante semelhante à da norepinefrina liberada pelos nervos aceleradores cardíacos,
15
aumentando tanto a contratilidade quanto a freqüência cardíaca. Exercício, estresse e
excitação fazem com que a medula adrenal libere mais hormônios (TORTORA &
GRABOWSKI, 2002).
Visto que as diferenças entre as concentrações intra e extracelular de diversos íons (por
exemplo, Na e K) são cruciais para a produção de potenciais de ação, em todas as fibras
nervosas e musculares, não é surpreendente que desequilíbrios iônicos possam, rapidamente,
comprometer a eficácia do bombeamento do coração (TORTORA & GRABOWSKI, 2002).
De modo particular, as concentrações relativas de três cátions (K, Ca e Na) têm grande
efeito sobre o funcionamento cardíaco. Os níveis elevados de Na e de K deprimem a
freqüência e a contratilidade cardíacas. O excesso de Na bloqueia o influxo de Ca, durante os
potenciais de ação cardíacos, conseqüentemente diminuindo a força de contração, enquanto o
excesso de K bloqueia a geração de potenciais de ação. Aumento moderado do Ca
extracelular (e, portanto, do intracelular) acelera a freqüência cardíaca e fortalece o batimento
cardíaco (TORTORA & GRABOWSKI, 2002; GUYTON & HALL, 2002).
A idade, o sexo, o estado físico e a temperatura corporal também influenciam a FC em
repouso. Crianças recém-nascidas têm, provavelmente, freqüência cardíaca acima de 120bpm.
Pessoas com mais idade podem apresentar FC mais rápida. Mulheres adultas, geralmente, têm
freqüência cardíaca mais alta que homens adultos. Pessoas fisicamente bem preparadas
podem chegar a apresentar bradicardia, a FC em repouso, abaixo de 60 batimentos/minuto. Já
a temperatura corporal alta aumenta a FC, enquanto a temperatura corporal baixa diminui a
freqüência cardíaca e a força de contração (TORTORA & GRABOWSKI, 2002).
16
2.1.2 Controle da Pressão Arterial Sistêmica no Repouso
Uma condição básica para a sobrevivência do ser humano é a manutenção de um nível
adequado de pressão arterial que seja capaz de nutrir os tecidos em condições, que variam
desde o sono ou repouso, até o exercício físico, trabalho ou situações de estresse. Deste modo,
a pressão arterial consiste na pressão exercida pelo sangue nas paredes dos vasos sanguíneos
(TORTORA & GRABOWSKI, 2002; PORTO, 2000).
A pressão criada pela contração ventricular é a força condutora do fluxo sanguíneo por
meio do sistema de vasos. Na medida em que o sangue deixa o ventrículo esquerdo, a aorta e
as artérias expandem-se para acomodá-lo. Quando o ventrículo relaxa e a válvula semilunar
fecha, as paredes arteriais elásticas retraem-se propelindo o sangue adiante para dentro das
artérias menores e arteríolas (SILVERTHORN, 2003; TORTORA & GRABOWSKI, 2002).
Por sustentar a força da pressão para o fluxo sangüíneo durante o relaxamento ventricular,
as artérias produzem um fluxo sangüíneo contínuo ao longo dos vasos. O fluxo no lado
arterial da circulação é pulsátil, refletindo as mudanças na pressão arterial durante o ciclo
cardíaco. Uma vez passadas as arteríolas, a onda de pulso desaparece (SILVERTHORN,
2003).
A pressão arterial é influenciada, principalmente, pelo débito cardíaco e resistência
periférica. Esta pressão é determinada pelo equilíbrio entre o fluxo sanguíneo para dentro das
artérias e o fluxo sanguíneo fora das artérias, para os tecidos. Se o fluxo de entrada excede o
fluxo de saída, o sangue se acumula nas artérias e a pressão arterial média aumenta. Se o fluxo
de saída excede o de entrada, a pressão arterial média cai (SILVERTHORN, 2003; COTRAN;
KUMAR & COLLINS, 2000; PORTO, 2000).
17
O fluxo sanguíneo dentro da aorta, a maior artéria, é igual ao débito cardíaco do ventrículo
esquerdo. O fluxo sanguíneo de saída das artérias é influenciado, primariamente, pela
resistência das arteríolas (resistência periférica). Portanto, débito cardíaco e resistência
periférica são os maiores fatores que influenciam a pressão arterial (SILVERTHORN, 2003;
TORTORA & GRABOWSKI, 2002).
Assim, se o coração bombeia mais sangue para as artérias e a resistência ao fluxo
sanguíneo fora delas não muda, a pressão arterial irá aumentar. Similarmente, se o débito
cardíaco permanecer inalterado, mas a resistência periférica aumentar, o sangue se acumulará
nas artérias e a pressão arterial irá aumentar (SILVERTHORN, 2003; COTRAN; KUMAR &
COLLINS, 2000).
Dois fatores adicionais influenciam a pressão arterial: o volume de sangue total e a
distribuição do sangue na circulação sistêmica. De uma forma geral, o volume sanguíneo se
encontra relativamente constante dentro da circulação, porém alterações no seu volume
podem afetar a pressão arterial. Com isso, o volume sanguíneo é diretamente proporcional à
pressão arterial, ou seja, se o volume sanguíneo aumenta a pressão arterial aumenta e viceversa (SILVERTHORN, 2003; COTRAN; KUMAR & COLLINS, 2000).
Em relação à distribuição do sangue na circulação sistêmica, esta dependerá do diâmetro
do vaso sanguíneo, já que o comprimento da circulação sistêmica e a viscosidade do sangue
são relativamente constantes. Desta forma, a resistência das arteríolas (maior sítio de
resistência variável na circulação sistêmica, contribuindo com mais de 60% do total da
resistência ao fluxo no sistema), é variável por causa das grandes quantidades de músculo liso
nas paredes arteriolares, ou seja, quando o músculo se contrai e relaxa, dependendo da sua
necessidade, o raio das arteríolas se altera (SILVERTHORN, 2003).
18
2.1.3 Controle do Duplo produto no Repouso
O duplo produto (DP) é uma variável numérica utilizada para estimar, indiretamente, o
consumo de oxigênio do miocárdio, tanto no repouso quanto no exercício. Os valores desta
variável são obtidos através do produto da freqüência cardíaca (FC) pela pressão arterial
sistólica (PAS) (DP = FC x PAS) (POLITO & FARINATTI, 2003).
A relação desta variável com o consumo de oxigênio pelo miocárdio é compreensível,
uma vez que seus componentes, FC e PAS, são produzidos sob pena de gasto energético, ou
seja, uma vez que uma determinada freqüência cardíaca é produzida, subentende-se que o
coração gastou energia para produzir aquele número de contração miocárdicas, da mesma
forma quando é produzida uma determinada PAS, significa que o miocárdio (ventrículo
esquerdo) está produzindo tensão, que ejeta o sangue para a aorta, e isso também ocorre sob
gasto de energia (McARDLE; KATCH & KATCH, 1998).
As modificações na freqüência cardíaca e pressão arterial sistólica contribuem igualmente
para mudanças no DP. Os valores para o duplo-produto variam aproximadamente de 6.000
batimentos por milímetro de mercúrio em repouso (FC= 50bpm; PAS= 120mmHg) a 40.000
batimentos por milímetro de mercúrio ou mais, durante o exercício (FOSS & KETEYIAN,
2000).
2.2 Adaptações do Sistema Cardiovascular ao Exercício Físico
Daqui a diante discutiremos as adaptações cardiovasculares ao exercício físico, nos seus
aspectos agudos, sub-agudos e crônicos. Porém serão enfatizadas as adaptações sofridas pela
freqüência cardíaca, pressão arterial sistêmica e duplo produto que foram alvos diretos de
nossa pesquisa, mas não deixando de relacioná-las aos demais parâmetros cardiovasculares
que respondem ao exercício.
19
O início de uma prática física retira o organismo humano da homeostase habitual do
repouso, promovendo uma série de desequilíbrios nas mais diferentes funções orgânicas, que
devem ser rapidamente desfeitos, a partir de adaptações sistêmicas eficientes, no intuito de
reaver novamente uma harmonia sistêmica adequada a manutenção da vida, porém agora de
forma alterada, assumindo valores de homeostasia proporcionais às demandas orgânicas
impostas por uma prática física (MONTEIRO & SOBRAL, 2004).
O sistema cardiovascular, aliado diretamente a modificações do sistema respiratório,
promove adaptações em seus componentes, a fim de responder adequadamente às demandas
energéticas de O2, dos músculos ativos durante uma atividade física. Essas demandas chegam
a se elevar na ordem de 20 vezes em relação aos níveis de repouso. Porém, a oferta adequada
de O2 não é a única finalidade das adaptações cardiovasculares durante uma atividade física.
A remoção de resíduos metabólicos e a dissipação de calor, produzido pelo trabalho muscular,
constituem importantes objetivos a serem alcançados (FROELICHER et al, 1998).
Os principais artifícios usados pelo sistema cardiovascular para a nutrição, excreta
adequada e controle da temperatura corporal durante uma atividade física são: o aumento do
débito cardíaco (DC), que é conseguido a partir do aumento da freqüência cardíaca e do
volume de ejeção, e que salta de seus valores de repouso de 5 a 6 l/min para alcançar em
esforços máximos cerca de 25 l/min em sedentários a 40 l/min em atletas; e a redistribuição
do fluxo sanguíneo onde é ofertada a maior parte do fluxo sanguíneo corporal para os
músculos em atividade, através da vasodilatação de seus vasos sanguíneos e da vasoconstrição
dos vasos dos tecidos inativos (rim, fígado, intestino...) (FOSS & KETEYAN, 2000).
As adaptações cardiovasculares ao esforço físico aeróbio regular dividem-se
didaticamente em três grupos: as agudas ou agudas imediatas, que são consideradas as
respostas imediatas do sistema cardiovascular ao inicio do esforço físico, podendo ocorrer no
20
período pré-exercício, como o aumento discreto da freqüência cardíaca antes da atividade
física; as sub-agudas ou agudas tardias, que são modificações cardiovasculares que perduram
no período pós-exercício em um espaço de tempo que pode alcançar 72 horas; e as crônicas,
que representam um conjunto de modificações cardiovasculares de caráter permanente, e
evidentes tanto no repouso quanto no esforço físico (MONTEIRO & SOBRAL, 2004).
2.2.1 Adaptações Agudas da Freqüência Cardíaca ao Exercício Físico Aeróbio
Como dito anteriormente o sistema cardiovascular aumenta o débito cardíaco para nutrir,
promover a excreta adequada dos tecidos ativos e controlar a temperatura corporal durante
uma prática física e, para tanto, promove um incremento nos valores de freqüência cardíaca e
do volume de ejeção.
A freqüência com que o coração se contrai a cada minuto aumenta imediatamente após o
início da atividade física, igualmente ao volume de ejeção. Isto é decorrente do efluxo
sensorial proprioceptivo proveniente dos músculos, tendões, cápsula articular e ligamentos,
explorados durante os movimentos corporais da atividade física, em direção ao sistema
nervoso central (SNC), que recebe, interpreta e integra estas informações e finalmente elabora
uma resposta adequada via SNA, neste caso via sistema nervoso simpático. Vale ressaltar o
papel dos metábolos e quimioreceptores, que também influenciam as respostas
cardiovasculares e respiratórias à prática física (TORTORA & GRABOWSKI, 2002).
A eferência autônoma adrenérgica ou simpática e a colinérgica ou parassimpática
constituem o principal componente neuro-hormonal, que influencia o débito cardíaco e a
redistribuição do fluxo sanguíneo durante a atividade física. Esse componente age tanto no
coração quanto nos vasos sanguíneos (principalmente nas artérias e veias periféricas), sempre
de forma antagônica (HOWLEY & FRANKS, 2000).
21
Cabe-nos neste momento explorar os efeitos desse balanço autônomo no coração, para
obtermos a compreensão sobre o comportamento agudo da freqüência cardíaca. Os efeitos
neuro-hormonais nos vasos sangüíneos serão explorados mais adiante quando falarmos de
adaptações da pressão arterial sistêmica à pratica física.
No coração, a estimulação simpática, que segue aumentando, do 1º até ao 4º a 6º min.
após o início de uma atividade física, provoca um aumento na freqüência de disparos do nó
sinoatrial e também no vigor da contração do miocárdio, resultando numa freqüência cardíaca
aumentada e um crescimento no volume de sangue ejetado a cada sístole, devido ao aumento
da força de contração do miocárdio, sendo que o volume de ejeção ainda dependente do
tempo de diástole, da própria freqüência cardíaca, da pressão e do volume do retorno venoso,
do volume diastólico final e do próprio débito cardíaco (DC) (LEITE 2000; BARROS et al,
apud GHORAYEB & BARROS 1999).
Ainda segundo os autores, a eferência autônoma colinérgica ou parassimpática, que
declina imediatamente após o início de uma prática física, permite o aumento imediato da
freqüência cardíaca nos primeiros 10 segundos dessa atividade. Quando essa eferência sofre
incremento, o que é bastante evidente na fase de recuperação da atividade física, ela promove
um retardo nos disparos do nó sinoatrial, culminando em uma queda brusca na freqüência
cardíaca.
Durante o repouso há um predomínio do tônus parassimpático no coração, que permite os
baixos valores de freqüência cardíaca (70 a 90 bpm), o que ocorre de forma inversa durante a
prática física, passando a haver predominância simpática e o conseqüente incremento da
freqüência cardíaca (BRUM et al, 2004).
22
Através dos mecanismos expostos, temos que a freqüência cardíaca aumenta logo após o
inicio de uma prática física juntamente com o volume de ejeção, a fim de garantir o aumento
do débito cardíaco, sendo que, no exercício constante sub-máximo, esse aumento acorre de
forma abrupta nos primeiros 10 segundos, em resposta a retirada vagal causada pelo efluxo
sensorial, proveniente dos músculos, tendões, etc... citado anteriormente, seguida de um
aumento mais discreto até cerca de 1 a 4 ou 6 minutos, influenciado agora pelo incremento
autônomo simpático, quando então, entre o 4o ou 6º e o 8º min., alcança um platô chamado
steady-state para a freqüência cardíaca (LEITE, 2000).
Esse steady-state em exercício prolongado, acima de 30 a 40 min., é transitório, pois
nessas condições o volume de ejeção tende a diminuir, em virtude da diminuição do conteúdo
plasmático do sangue, que acaba saindo dos vasos sanguíneos em direção ao interstício e as
células próximas, impulsionado pelo aumento da pressão hidrostática dentro do sistema
vascular. Isso força um aumento compensatório da FC, mesmo com a inalteração da
intensidade da atividade física, a fim de manter constante o DC. As altas temperaturas durante
a prática física contribuem para esse evento de fuga plasmática, denominado
hemoconcentração (FROELICHER et al, 1998; ROBERGS & ROBERTS, 2002).
Em exercícios progressivos, realizados por não-atletas, a freqüência cardíaca tende a se
alterar toda vez que houver um incremento na intensidade do exercício, mostrando assim que
existe uma interdependência entre esses parâmetros. Nessa modalidade de prática física
observa-se que o volume de ejeção ascende ate próximo de 40% a 60% do VO2max.
(consumo máximo de O2) e daí em diante, aumentos no débito cardíaco são apenas
conseguidos a partir do aumento da freqüência cardíaca, o que faz com que esse parâmetro
chegue a valores muito próximos do máximo ao final dessa modalidade (McARDLE;
KATCH & KATCH, 1998).
23
Porém nos indivíduos treinados aerobicamente, submetidos à exercícios progressivos
máximos, o volume de ejeção segue, crescendo proporcionalmente ao aumento da
intensidade, até o consumo máximo de O2, o que garante a esses indivíduos um débito
cardíaco máximo e VO2max. mais elevado, quando comparados a indivíduos não treinados
(ROBERGS & ROBERTS, 2002; BARROS et al, apud GHORAYEB & BARROS 1999).
Devido às limitações do volume de ejeção, já citadas, os aumentos na freqüência cardíaca,
no desenrolar da prática física, constituem a principal ferramenta de incremento do débito
cardíaco e seguem uma relevante relação de direta proporcionalidade com a intensidade da
atividade física, demanda energética, diferença arterio-venosa de O2, pressão arterial sistólica,
ventilação pulmonar e em especial, com o debito cardíaco e com o VO2max., sendo
alcançados os valores máximos para estes últimos, ao mesmo tempo que FC máxima
(FROELICHER et al, 1998).
2.2.2 Adaptações Sub-agudas da Freqüência Cardíaca ao Exercício Físico Aeróbio
Assim que se encerra uma atividade física, o organismo começa a saldar suas dívidas
metabólicas assumidas durante esse exercício, ou seja, ele tem que manter uma atividade
adequada para resintetizar e rearmazenar os substratos energéticos gastos durante o esforço
físico; neutralizar, eliminar e utilizar o ácido lático produzido; reaver os níveis de repouso
para parâmetros fisiológicos como equilíbrio ácido-básico, glicemia e equilíbrio osmótico; e
finalmente, para repor os estoques de O2 exauridos durante o esforço físico. Isso só é
conseguido graças a modificações sofridas pelo sistema cardiovascular, respiratório e urinário
(LEITE, 2000).
O autor segue expondo que o principal componente cardiovascular responsável por
reajustar os desequilíbrios metabólicos pós-exercício é a freqüência cardíaca que apresenta o
24
seguinte comportamento: uma queda brusca, cerca de 70% do alcançado durante o exercício,
nos primeiros 3 min. da recuperação, o que acompanha a queda do VO2, acompanhada de
uma descida mais discreta e lenta que perdura até que as dívidas metabólicas sejam desfeitas.
Essa segunda fase é extremamente variável de indivíduo para indivíduo, sendo que ela é
menos duradoura em indivíduos aerobicamente ativos, os quais retornam precocemente aos
valores cardiovasculares de repouso quando comparados a sedentários.
Nas primeiras 24 h pós-exercício físico aeróbio freqüentemente é observado uma redução
dos níveis de freqüência cardíaca, sendo que a execução regular de atividade física pode
prolongar o tempo de duração dessa redução da freqüência cardíaca podendo torná-la
permanente durante a fase de repouso (BERMUDES, 2004).
As prováveis justificativas fisiológicas para a ocorrência deste fenômeno serão abordadas
logo adiante ao falarmos sobre as adaptações crônicas da freqüência cardíaca.
2.2.3 Adaptações Crônicas da Freqüência cardíaca ao Exercício Físico Aeróbio
A prática regular de atividade física aeróbia acaba por promover adaptações de caráter
permanente no sistema cardiovascular, que podem ser evidenciadas não apenas na realização
de atividades físicas, mas também durante o repouso. São as chamadas adaptações crônicas ao
exercício, que são resultado de uma adequada freqüência de sessões semanais (no mínimo 3
vezes), intensidade (em torno de 60 a 70% do VO2max. ou 70 a 85% da freqüência cardíaca
máxima) e tempo de duração de cada sessão (no mínimo 30 a 40 minutos), e não ocorrem
somente no sistema cardiovascular e sim em todos os sistemas orgânicos (RONDON et al,
1998).
As adaptações crônicas que ocorrem em um componente isolado de um dado sistema,
acabarão por influenciar outros componentes dos demais sistemas orgânicos. Isso fica bem
25
evidente ao analisarmos os fatores prováveis que causam a bradicardia de repouso induzida
pelo exercício aeróbio regular, que em atletas de endurance pode chegar a níveis inferiores a
40 bpm. Neste caso a justificativa se apóia em uma maior eficiência do pulmão em ofertar O2
ao sangue, e dos tecidos em extraírem O2 e nutrientes do sangue, aliado a adaptações próprias
do sistema cardiovascular, como o aumento na concentração do hematócrito e aumento do
volume de ejeção (ROBERGS & ROBERTS, 2002).
Aliado a tudo isso ainda temos uma intensificação do tônus parassimpático durante o
repouso, e esse conjunto de fatores faz com que o coração trabalhe menos, sem deixar de
atender adequadamente as demandas energéticas dos tecidos durante o repouso (CIOLAC &
GUIMARÃES, 2004).
Durante qualquer nível sub-máximo de consumo de O2 de uma prática física, os sujeitos
aerobicamente treinados apresentarão níveis menores de freqüência cardíaca. As possíveis
razões para este fato se apóiam nas justificativas já citadas acima para a bradicardia de
repouso, porém a justificativa neuro-hormonal agora é uma retirada vagal mais discreta
associada a uma menor excitação simpática, ambas no coração (POLITO & FARINATTI,
2003).
2.2.4 Adaptações Agudas da Pressão Arterial Sistêmica ao Exercício Físico Aeróbio
Responsiva ao aumento do débito cardíaco, a pressão arterial sistólica (PAS) se eleva
subitamente, logo nos primeiros instantes da atividade física. Isso demonstra o sucesso do
miocárdio em ejetar uma grande quantidade de sangue para a circulação sistêmica, o que se
choca com as paredes da Aorta produzindo essa elevação pressórica (HOWLEY & FRANKS,
2000).
26
Todo esse sangue segue da aorta para a periferia, em direção aos vasos de menor calibre,
como as arteríolas e os capilares, para perfundir o tecido muscular ativo, levando O2 e
substratos energéticos para o trabalho muscular, retirando dali as excretas metabólicas. Vale
ressaltar, que são nos capilares que as trocas gasosas e de nutrientes ocorre, e que as arteríolas
são as principais responsáveis pela variação na resistência vascular periférica, por
apresentarem um vasto componente muscular liso em suas paredes, os quais se contraem ou
relaxam alterando o calibre desses vasos, e conseqüentemente a resistência ao fluxo
(SILVERTHORN, 2003).
Esse aumento reacional da PAS durante o exercício é fundamental para a irrigação dos
músculos ativos, pela circulação periférica, isso porque o sangue, apesar de ser um tecido
conjuntivo, possui característica líquida, e a exemplo de outros líquidos, se desloca em um
circuito fechado, de um lugar de maior pressão, nesse caso o ventrículo esquerdo e a aorta,
para um lugar de menor pressão, arteríolas e capilares (TORTORA & GRABOWSKI, 2002).
Durante uma atividade física progressiva estima-se que a PAS cresça cerca de 6,5 a 10
mmHg para cada incremento de 01 MET, na intensidade da atividade física, podendo alcançar
valores acima de 260 mmHg durante um débito cardíaco máximo, porém, estudos
recomendam que a prática física seja interrompida toda vez que esses valores ultrapassarem
230 mmHg. Se a atividade física for constante, a PAS tende a se estabilizar, por volta do 4° ao
6° min., uma vez que nessas condições o débito cardíaco também se estabiliza, a medida que
as necessidades metabólicas são satisfeitas (LEITE, 2000).
O comportamento da pressão arterial diastólica reflete a capacidade da circulação
periférica em adaptar seu calibre ao grande volume de sangue circulante durante o esforço
físico, PAD não deve variar mais do que 10 mmHg para mais ou para menos, mesmo em
exercícios dinâmicos que levem a exaustão. Qualquer comportamento diferente destes citados
27
acima, para pressão arterial sistêmica, é considerado anormal e reflete algum tipo de
deficiência do sistema cardiovascular (McARDLE; KATCH & KATCH, 1998).
Logo após o início da atividade física a resistência vascular periférica total começa a cair
drasticamente e segue diminuindo até aproximadamente 75% do VO2max. Em média essa
redução chega a níveis de 4,5 vezes menores do que os níveis de repouso. Isso pode parecer
contraditório, pois o volume de sangue circulante durante o esforço físico é maior e deveria
causar mais atrito nas paredes dos vasos, elevando a resistência ao fluxo sanguíneo (FOSS &
KETEYAN, 2000; MONTEIRO & SOBRAL 2004). Exatamente neste ponto que voltaremos
a discussão, a respeito da eferência simpática e parassimpática, somente para a vasculatura.
Ao contrário do que ocorre no coração, o tônus simpático para o sistema vascular
periférico dos músculos ativos, durante o exercício, se reduz e concomitantemente a isso o
tônus parassimpático aumenta. O resultado disso é a vasodilatação dessa musculatura ativa,
que necessita de um volume de sangue maior. Já nos vasos sangüíneos dos tecidos inativos
ocorre o contrário e eles sofrem uma vasoconstrição, porque não precisam de tanto sangue
neste momento. Isso nos faz perceber que os ajustes autônomos são distintos para o coração e
para a vasculatura durante uma atividade física (BRUM et al, 2004).
Ainda podemos notar que existe também uma disparidade entre a ação autônoma no
sistema arterial e venoso dos músculos ativos, durante uma prática física. Enquanto o primeiro
sofre uma influencia predominantemente parassimpática, o segundo passa a ser influenciado
de forma moderada pelo sistema simpático. Isso faz com que o sistema venoso sofra uma
vasoconstrição moderada, que vai ser responsável por um aumento na pressão de retorno
venoso, tão importante para um incremento e manutenção do debito cardíaco (ROBERGS &
ROBERTS, 2002).
28
A vasodilatação dos vasos periféricos é a responsável pela queda na resistência vascular
periférica ao fluxo sanguíneo. Então podemos supor que, quanto maior for a densidade
vascular periférica recrutada em uma atividade física, menor será a resistência vascular total
ao fluxo sanguíneo. Em outras palavras, quanto maior for o grupamento muscular envolvido
em uma atividade física, maior será a vasodilatação total do sistema vascular e menores serão
as respostas tencionais a esse exercício. Isso nos justifica, os menores níveis para a pressão
arterial sistêmica durante a realização de atividades físicas com os membros inferiores,
quando comparadas com as atividades com os membros superiores (MONTEIRO &
SOBRAL 2004).
2.2.5 Adaptações Sub-agudas da Pressão Arterial Sistêmica ao Exercício Físico Aeróbio
Essas adaptações constituem um grupo de alterações tencionais que são representadas pala
diminuição da PAS e PAD durante o repouso e predominam nas primeiras 24 a 48 horas após
uma atividade física, em alguns casos, podendo se estender até 72 horas, e são bem mais
evidentes em indivíduos hipertensos, do que em normotensos, os quais em alguns estudos não
apresentaram respostas hipotensoras sub-agudas significativas (BRUM et al, 2004).
Os eventos fisiológicos relacionados a diminuição dos níveis de pressão arterial sistólica e
diastólica, no repouso, em conseqüência da prática regular de atividade física aeróbia, não são
total e sistematicamente elucidados, podendo em certos casos apresentarem-se contraditórios.
São decorrentes principalmente de fatores hemodinâmicos, humorais e neuro-hormonais
(FORJAZ et al, 1997).
O principal fator hemodinâmico relacionado a essa redução pressórica de repouso, diz
respeito à diminuição do débito cardíaco durante o repouso, resultado da bradicardia de
repouso associada, em indivíduos ativos e sedentários, a uma inalteração do volume de
29
ejeção. Nos atletas de endurance, a bradicardia de repouso alcança níveis bastante reduzidos
(abaixo de 40 bpm), a fim de compensar o aumentado volume de ejeção de repouso desses
indivíduos, e manter o débito cardíaco ligeiramente mais baixo. Essa redução do débito
cardíaco tem efeito principal sobre a redução dos níveis da PAS (FROELICHER et al, 1998;
ROBERGS & ROBERTS, 2002).
A vasodilatação periférica eficaz, o aumento da densidade capilar ativa e até mesmo a
evidência de angiogênese, decorrente da excussão regular de exercício físico aeróbio,
constituem outras estratégias hemodinâmicas para a ocorrência de menores variações
pressóricas durante uma prática física sub-máxima. E partindo do ponto que essas alterações
criam uma menor resistência ao fluxo sanguíneo, a vigência das mesmas durante o repouso
representa uma explicação valiosa para a redução dos níveis pressóricos no repouso
(KRINSKI et al, 2006; NUNES et al, 2006).
Os autores seguem dizendo que esse mecanismo vasodilatador periférico, tanto no
exercício quanto no repouso, surtem maior repercussão sobre uma melhor estabilidade da
PAD durante o exercício e em um menor nível da mesma durante o repouso, não esquecendo,
que este evento também contribui para os menores valores da PAS durante o esforço físico.
Agora falando das prováveis razões humorais para a redução pressórica na fase sub-aguda,
temos que, após uma sessão de esforço físico, principalmente nas 24 a 48hs após esse esforço,
atuam ativamente, nos vasos sanguíneos periféricos e no tecido muscular, resíduos
metabólicos, substancias químicas parácrinas e até mesmo hormônios, que apresentam poder
vasodilatador ou interferem no metabolismo celular ou promovendo diminuição da resistência
vascular periférica e dos níveis de débito cardíaco (FORJAZ et al, 1997; SILVERTHORN,
2003).
30
Dos resíduos metabólicos, o óxido nítrico tem se mostrado um excelente vasodilatador e
estudos apontam à evidência da produção e acumulo desse gás na fase pós-exercício
(KRINSKI et al, 2006).
A presença do peptídeo natriurético atrial, vasodilatador, o aumento nas concentrações da
taurina sérica e prostaglandina E, inibidoras da liberação de noradrenalina nas terminações
nervosas simpáticas, a maior sensibilidade à insulina, associado à redução dos níveis da
ouabaína-like, que recapta a noradrenalina na fenda sináptica, da renina plasmática, envolvida
no processo vasoconstritor periférico, e da noradrenalina, que é vasoconstritora e taquicárdica,
constituem respostas humorais mediadas por substâncias parácrinas e hormônios, e também
reduzem a resistência vascular periférica e influenciam o débito cardíaco (MONTEIRO &
SOBRAL 2004).
O autor segue dizendo que as principais alterações neuro-hormonais, relacionadas com a
diminuição dos níveis pressóricos, são representadas pela permanência, durante o repouso, da
diminuição do tônus simpático tanto no coração, quanto nos vasos sanguíneos, associado a
uma intensificação do tônus parassimpático em ambos os componentes do sistema
cardiovascular. Aliado a isso, tem a diminuição na sensibilidade dos receptores alfa
adrenérgicos, envolvidos nas respostas vasoconstritoras pós-exercício.
Para que tais adaptações ocorram, o esforço físico realizado deve obedecer a uma duração
e intensidade adequada, associada à regularidade na execução das sessões semanais, apesar de
que pesquisas apontam para ocorrência de efeitos hipotensores de repouso, decorrentes de
uma única sessão de exercício físico (RIQUE et al, 2002; HOWLEY & FRANKS, 2000).
As sessões devem obedecer a uma freqüência mínima de três vezes semanais, podendo ser
realizadas em todos os dias da semana. Estudos de meta-análise sobre a intensidade das
31
sessões demonstraram que, a prática física aeróbia, realizada nas intensidades de leve a
moderado (40 a 70% do VO2max. ou 60 a 80% da freqüência cardíaca máxima), surtem
efeitos hipotensores significativos, em média 13mmHg para PAS e 18mmHg para PAD, em
hipertensos, no pós-exercício, os quais não são otimizados com o aumento da intensidade do
exercício. Em normotensos essa redução é mais discreta, alcançando valores médios de 10
mmHg para a PAS e PAD (FARINATTI et al, 2005).
A duração ideal das sessões é um tema controverso. Estudos demonstraram reduções
pressóricas em indivíduos hipertensos após uma única sessão de esforço físico de 10 min.,
porém em normotensos seriam necessárias 5 sessões de 10 min., para promover alterações
pressóricas significativas. Outra pesquisa sugere uma relação proporcional direta, do tempo da
sessão com a resposta hipotensora sub-aguda, o que não se confirma, em um estudo realizado
com 207 indivíduos hipertensos leves, que apresentaram melhores efeitos hipotensores ao
realizarem entre 60 e 90 min de atividade física semanais e não no tempo máximo pesquisado,
acima de 120 min. (FORJAZ et al 1997; MONTEIRO & SOBRAL 2004).
2.2.6 Adaptações Crônicas da Pressão Arterial Sistêmica ao Exercício Físico Aeróbio
As adaptações crônicas da pressão arterial sistêmica são, na verdade, uma perpetuação das
adaptações sub-agudas, e seguem rigorosamente todas as modificações fisiológicas que
substanciam as adaptações sub agudas (BRUM et al, 2004).
Estudos revelam que a partir de 8 semanas de exercícios físicos aeróbio com 60 a 90 min
semanais, já são capazes de adaptar cronicamente o sistema cardiovascular de indivíduos
hipertensos leves e moderados, no que diz respeito à queda nos níveis pressóricos de repouso,
porém, em normotensos, essa queda pressórica é mais discreta, podendo ser insignificante.
Diante desse fato pode-se afirmar que a prática regular de atividade física é mais eficiente em
32
desfazer a vasoconstrição patológica de hipertensos do que aumentar o calibre de vasos sadios
em normotensos (MONTEIRO & SOBRAL 2004).
2.2.7 Duplo Produto e Prática Regular de Atividade Física
Como dito anteriormente, o duplo-produto é uma variável que estima indiretamente e com
bastante significância, o consumo energético do miocárdio no durante o exercício físico e no
repouso e é definida pelo produto da FC pela PAS (POLITO & FARINATTI, 2003).
Ao levarmos em consideração as prováveis alterações sofridas pelos componentes do DP,
FC e PAS, em decorrência da pratica regular de atividade física, chegaremos a conclusão que
os valores de DP, tanto em repouso quanto em exercício sub-máximo, serão diferente para
indivíduos aerobicamente ativos, quando comparados a indivíduos inativos aerobicamente
(ROBERGS & ROBERTS, 2002).
Então temos que, os valores de consumo energético do miocárdio, para indivíduos
aerobicamente ativos, serão sempre menores em relação aos valores dos indivíduos
aerobicamente inativos, tanto no repouso quanto no exercício físico, o que representa os
mesmos resultados para os valores de duplo-produto. Isso porque tanto no repouso quanto no
exercício físico sub-máximo, os valores, tanto de FC como de PAS, serão menores para os
indivíduos ativos aerobicamente (FOSS & KETEYAN, 2000).
Diante do exposto acima, para todos os componentes cardiovasculares, em especial sobre
a freqüência cardíaca, pressão arterial e duplo produto, foi possível perceber que indivíduos
ativos fisicamente (aerobicamente), apresentam modificações cardiovasculares e em outros
sistemas, decorrentes desta rotina física, as quais aumentam a eficiência funcional destes
sistemas orgânicos.
33
Um sistema cardiovascular eficiente é aquele que opera produzindo um fluxo sanguíneo
adequado às demandas metabólicas, no repouso ou em um nível sub-máximo de uma
atividade física, consumindo o mínimo possível de energia por parte do miocárdio, ou seja,
produzindo um menor débito cardíaco (menor freqüência cardíaca) de repouso e em nível submáximo de VO2.
Dessa forma, teoricamente, esse sistema produzirá menores níveis
tencionais durante o repouso e em nível sub-máximo de VO2. Aliado a isso, as alterações dos
componentes cardiovasculares de um individuo ativo aerobicamente se adaptariam mais
rapidamente durante o esforço físico (LEITE, 2000).
Para que um indivíduo desenvolva adaptações cardiovasculares, não é necessário que ele
tenha que aderir a um programa aeróbico supervisionado. A própria ocupação de alguns pode
conferir aos seus sistemas cardiovasculares, modificações funcionais que o tornem mais
eficientes. Então, indivíduos que possuem ocupações aerobicamente ativas, como garis,
faxineiros, jardineiros, etc..., teoricamente, na ausência de afecções cardiovasculares e
respiratórias, apresentam um sistema cardiovascular mais eficiente que indivíduos que
possuem
ocupações
aerobicamente
inativas,
como
operadores
de
computadores
(FROELICHER et al, 1998; NUNES et al, 2006).
Este último parágrafo apresenta a linha de raciocínio que norteou o presente estudo.
34
3 METODOLOGIA
Esta pesquisa foi iniciada após a aceitação do orientador Paulo Eduardo Santos Avila
(APÊNDICE I) e da instituição onde foi realizada a pesquisa, Universidade da Amazônia
(APÊNDICE II). Estudo foi do tipo prospectivo, descritivo, comparativo, realizado através de
levantamento bibliográfico feito na Biblioteca Central da UNAMA e pela biblioteca virtual
(Internet), a partir de artigos científicos, coletados na base de dados Scielo, no período de
setembro a novembro de 2006.
A pesquisa de campo foi realizada no período de 26 de setembro a 23 de outubro de 2006,
de 08h às 18h, em vinte funcionários da Universidade da Amazônia, através da coleta de
dados, baseadas na ficha de avaliação (APÊNDICE III) e na realização de exercício físico
aeróbio constante. O local de realização desta pesquisa foi a Clínica de Fisioterapia da
UNAMA – Fisioclínica, onde foi disponibilizada a sala de Fisiologia do Exercício para a
coleta dos dados.
A população foi constituída por 20 funcionários do sexo masculino da Universidade da
Amazônia, na faixa etária de 30 a 40 anos de idade, distribuídos em dois grupos da seguinte
forma: O primeiro grupo, funcionários operacionais (FO), foi composto de 10 indivíduos do
sexo masculino procedentes do quadro de funcionários da UNAMA que desempenham papel
operacional. O segundo grupo, funcionários executivos (FE) foi constituído de 10 indivíduos
do sexo masculino que desempenham função executiva dentro da UNAMA.
35
Foram estabelecidos como critérios de inclusão: funcionários do sexo masculino, faixa
etária de 30 a 40 anos de idade, que não praticam atividade física regular e que sejam
funcionários do setor executivo e do setor operacional de onde foi realizada a pesquisa. Já
como critérios de exclusão: que não obedeçam aos critérios de inclusão, pneumopatas,
cardiopatas, tabagistas e hipertensos. Além disso, os participantes da pesquisa assinaram o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (APÊNDICE IV).
3.1 Instrumentos de Coleta de Dados
Esteira ergométrica elétrica da marca Inbrasport®, estetoscópio da marca Premium®,
esfigmomanômetro da marca Premium® tipo aneróide, freqüêncímetro da marca Polar®
modelo F5.
3.2 Procedimentos de Coleta de Dados
Inicialmente os participantes obtiveram o conhecimento da pesquisa através de
informações contidas no TCLE, onde puderam optar pela participação assinando, assim, o
termo. Em seguida, foram submetidos a perguntas referentes à ficha de avaliação, onde
constavam perguntas sobre sua identificação e estilo de vida, além de local para registrar seus
parâmetros relacionados à pressão arterial, à freqüência cardíaca e ao duplo produto em
repouso e durante o exercício.
Posteriormente foram aferidos os níveis de pressão arterial (PA) e de freqüência cardíaca
(FC) em repouso.
Desta forma, os sujeitos avaliados permaneceram em repouso por 5 minutos, deitados em
uma maca em decúbito dorsal. Ao final dos 5 minutos, o avaliador fixou o esfigmomanômetro
no braço esquerdo do paciente, capturando em seguida, os valores da PA de repouso, através
36
da ausculta do pulso da artéria braquial, na face ântero-medial do antebraço esquerdo. Ao
mesmo tempo, o freqüêncímetro estava acoplado na altura da região pré-cordial,
imediatamente abaixo do processo xifóide, que juntamente com o monitor de pulso, situado
no antebraço esquerdo, disponibilizaram informações acerca dos valores da FC.
Iniciou-se então uma outra etapa, onde foram verificados o comportamento dos níveis de
pressão arterial e freqüência cardíaca em atividade física aeróbia constante.
A esteira ergométrica foi programada a oferecer uma inclinação de 5%, velocidade de 6
km\h durante um período de tempo de 12 min., aos dois grupos da pesquisa.
Os indivíduos dos dois grupos iniciaram a atividade física já com o freqüêncímetro, o
monitor de pulso, oxímetro de pulso e o esfigmomanômetro, acoplados nos seus respectivos
locais. O avaliador, então, posicionou-se lateralmente ao ergômetro e ao avaliado, de posse de
um estetoscópio adequadamente posicionado para uso. A partir deste ponto iniciou-se a
atividade física, com os parâmetros pré-estabelecidos no ergômetro, e então a cada 2 min.
foram capturados os valores de pressão arterial e freqüência cardíaca.
Ao final, calculou-se o duplo produto através da multiplicação da freqüência cardíaca e
pressão arterial sistólica em todos os momentos, desde o repouso até o final do exercício
aeróbio, registrando-o na ficha de avaliação.
A análise dos dados obtidos durante a avaliação dos funcionários foi realizada a partir da
utilização do pacote BioEstat 4.0 (AYRES, 2006), estatística descritiva para caracterização da
amostra e Teste t de student para comparar as diferenças entre os grupos com índice de
significância de 0,05. Os resultados foram apresentados em forma de tabelas e figuras.
37
4 RESULTADOS
Tabela 1: Estatística descritiva dos grupos em estudo quanto à idade. Clínica Escola de
Fisioterapia, UNAMA, Belém-Pará, 2006.
Idade
Grupo
n
t
p
Média (anos)
DP
Operacional
10
36,10
4,33
Executivo
10
35,40
3,34
0,40
0,69
FONTE: Protocolo de pesquisa.
NOTA: DP = Desvio Padrão.
A tabela 1 nos permite observar que ambos os grupos são homogêneos, para a variável
estudada, o que garante que as inferências feitas sejam válidas para todos os sujeitos
avaliados, nos dois grupos. Essa afirmativa se justifica nos valores de desvio padrão.
Tabela 2: Estatística descritiva da Freqüência Cardíaca do grupo operacional. Clínica Escola
de Fisioterapia, UNAMA, Belém-Pará, 2006.
Freqüência Cardíaca
Média
DP
Repouso
61,00
4,29
Minuto 2
117,50
14,83
Minuto 4
113,80
12,23
Minuto 6
113,30
10,59
Minuto 8
114,30
11,14
Minuto 10
114,60
11,68
Minuto 12
114,80
10,88
FONTE: Protocolo de pesquisa.
NOTA: DP = Desvio Padrão.
38
Ao observar a tabela 2, é possível notar, através dos valores do desvio padrão para a
variável estudada, que o grupo em questão é bastante homogêneo, o que facilita as inferências
feitas, com validade para todos os sujeitos da amostra, integrantes deste grupo.
Tabela 3: Estatística descritiva da Freqüência Cardíaca do grupo executivo. Clínica Escola de
Fisioterapia, UNAMA, Belém-Pará, 2006.
Freqüência Cardíaca
Média
DP
Repouso
66,40
13,06
Minuto 2
131,90
10,58
Minuto 4
132,30
10,94
Minuto 6
132,60
12,76
Minuto 8
132,70
12,23
Minuto 10
133,00
12,81
Minuto 12
132,10
12,08
FONTE: Protocolo de pesquisa.
NOTA: DP = Desvio Padrão.
A observação da tabela 3, também permite afirmar a grande homogeneidade do grupo de
sujeitos estudados, o que se confirma através da verificação do baixo desvio padrão para a
variável, com exceção feita para o repouso. Desta forma, é possível fazer-se generalizações
para todos os sujeitos do grupo, exceto para a FC de repouso.
Tabela 4: Teste t de Student para comparação entre os grupos quanto a Freqüência Cardíaca.
Clínica Escola de Fisioterapia, UNAMA, Belém-Pará, 2006.
Freqüência Cardíaca
t
p
Repouso
-1,24
0,24
Minuto 2
-2,50
0,02
Minuto 4
-3,57
0,002
Minuto 6
-3,68
0,002
Minuto 8
-3,52
0,003
Minuto 10
-3,36
0,004
Minuto 12
-3,37
0,004
FONTE: Protocolo de pesquisa.
NOTA: ∞ ≤ 0,05
39
Com exceção da freqüência cardíaca de repouso, em todos os outros momentos, a variável
apresentou diferença estatisticamente significante entre os grupos estudados.
É possível perceber, quanto à freqüência cardíaca durante o esforço, que em todos os
momentos os sujeitos do grupo operacional apresentaram valores estatisticamente menores
que os sujeitos do grupo executivo, demonstrando uma melhor condição cardiovascular
durante a execução do exercício físico para o primeiro grupo.
Tabela 5: Estatística descritiva da Pressão Arterial Sistólica do grupo operacional. Clínica
Escola de Fisioterapia, UNAMA, Belém-Pará, 2006.
Pressão Arterial Sistólica
Média
DP
Repouso
117,00
8,23
Minuto 2
128,50
9,73
Minuto 4
134,00
10,75
Minuto 6
133,50
8,51
Minuto 8
133,00
9,19
Minuto 10
132,50
9,20
Minuto 12
131,50
9,44
FONTE: Protocolo de pesquisa.
NOTA: DP = Desvio Padrão.
Ao observar a tabela 5, é possível notar, através dos valores do desvio padrão para a
variável estudada, que o grupo em questão é bastante homogêneo, o que facilita as inferências
feitas, com validade para todos os sujeitos da amostra, integrantes deste grupo.
40
Tabela 6: Estatística descritiva da Pressão Arterial Sistólica do grupo executivo. Clínica
Escola de Fisioterapia, UNAMA, Belém-Pará, 2006.
Pressão Arterial Sistólica
Média
DP
Repouso
125,00
4,08
Minuto 2
145,00
11,30
Minuto 4
149,50
11,65
Minuto 6
153,00
10,85
Minuto 8
150,50
13,01
Minuto 10
152,00
12,74
Minuto 12
151,00
11,50
FONTE: Protocolo de pesquisa.
NOTA: DP = Desvio Padrão.
A tabela 6 mostra, através dos valores do desvio padrão para a variável estudada, que o
grupo em questão é bastante homogêneo, em todos os momentos, o que valida as inferências
feitas, para todos os sujeitos da amostra, integrantes deste grupo.
Tabela 7: Teste t de Student para comparação entre os grupos quanto a Pressão Arterial
Sistólica. Clínica Escola de Fisioterapia, UNAMA, Belém-Pará, 2006.
Pressão Arterial Sistólica
t
p
Repouso
-2,75
0,02
Minuto 2
-3,50
0,003
Minuto 4
-3,09
0,007
Minuto 6
-4,47
0,0003
Minuto 8
-3,48
0,003
Minuto 10
-3,92
0,001
Minuto 12
-4,14
0,0007
FONTE: Protocolo de pesquisa.
NOTA: ∞ ≤ 0,05
A tabela 7 nos mostra que o grupo operacional apresenta mais uma vantagem funcional
cardiovascular em relação ao grupo executivo. Isso porque é possível observar que em todos
os momentos do exercício, bem como no repouso, os sujeitos do primeiro grupo apresentaram
medidas estatisticamente inferiores as do segundo grupo.
41
Tabela 8: Estatística descritiva da Pressão Arterial Diastólica do grupo operacional. Clínica
Escola de Fisioterapia, UNAMA, Belém-Pará, 2006.
Pressão Arterial Diastólica
Média
DP
Repouso
75,00
5,27
Minuto 2
80,00
5,27
Minuto 4
79,00
5,16
Minuto 6
76,50
5,80
Minuto 8
77,50
5,40
Minuto 10
79,00
4,59
Minuto 12
78,00
4,83
FONTE: Protocolo de pesquisa.
NOTA: DP = Desvio Padrão.
A tabela 8 mostra, através dos valores do desvio padrão, em todos os momentos, para a
variável estudada, que o grupo em questão é bastante homogêneo, o que valida as inferências
feitas para todos os sujeitos da amostra integrantes deste grupo.
Tabela 9: Estatística descritiva da Pressão Arterial Diastólica do grupo executivo. Clínica
Escola de Fisioterapia, UNAMA, Belém-Pará, 2006.
Pressão Arterial Diastólica
Média
DP
Repouso
76,00
3,94
Minuto 2
81,00
3,94
Minuto 4
79,00
5,16
Minuto 6
79,00
3,94
Minuto 8
80,00
3,33
Minuto 10
78,00
4,22
Minuto 12
78,00
4,22
FONTE: Protocolo de pesquisa.
NOTA: DP = Desvio Padrão.
A tabela 9 demonstra, através dos valores do desvio padrão, em todos os momentos, para
a variável estudada, que o grupo em questão é homogêneo, o que valida as inferências feitas
para todos os sujeitos da amostra integrantes deste grupo.
42
Tabela 10: Teste t de Student para comparação entre os grupos quanto a Pressão Arterial
Diastólica. Clínica Escola de Fisioterapia, UNAMA, Belém-Pará, 2006.
Pressão Arterial Diastólica
t
p
Repouso
-0,48
0,64
Minuto 2
-0,48
0,64
Minuto 4
0,00
1,00
Minuto 6
-1,13
0,28
Minuto 8
-1,25
0,23
Minuto 10
0,51
0,62
Minuto 12
0,00
1,00
FONTE: Protocolo de pesquisa.
NOTA: ∞ ≤ 0,05
A observação da tabela 10 revela que, em todos os momentos, a variável estudada não
apresenta diferença estatisticamente significante para seu comportamento entre os dois
grupos. Para o repouso, esse achado não era esperado, porém nos demais momentos essa
semelhança estatística é perfeitamente aceitável, uma vez que PAD, independente do nível de
aptidão cardiovascular, em indivíduos sadios, varia muito pouco, cerca de 10 mmHg para
mais ou para menos.
Tabela 11: Estatística descritiva do Duplo Produto do grupo operacional. Clínica Escola de
Fisioterapia, UNAMA, Belém-Pará, 2006.
Duplo Produto
Média
DP
Repouso
7155,00
869,30
Minuto 2
15076,50
2116,00
Minuto 4
15294,50
2435,20
Minuto 6
15144,00
1922,30
Minuto 8
15229,50
2100,70
Minuto 10
15216,00
2165,90
Minuto 12
13368,30
4253,50
FONTE: Protocolo de pesquisa.
NOTA: DP = Desvio Padrão.
43
Na tabela 11, fica evidente homogeneidade do grupo para a maioria dos momentos, o que
é demonstrado pelos baixos valores de desvio padrão, excetuando o DP no décimo segundo
minuto da atividade física, que apresentou um elevado desvio padrão, portanto as afirmativas
referentes a esta variável, para este grupo, tem validade estática para todos os momentos
exceto para o décimo segundo min. de esforço físico.
Tabela 12: Estatística descritiva do Duplo Produto do grupo executivo. Clínica Escola de
Fisioterapia, UNAMA, Belém-Pará, 2006.
Duplo Produto
Média
DP
Repouso
8333,50
1914,50
Minuto 2
19185,50
2782,60
Minuto 4
19415,00
2674,90
Minuto 6
19708,00
2924,30
Minuto 8
19376,50
3296,30
Minuto 10
19580,50
3277,80
Minuto 12
19324,00
2994,50
FONTE: Protocolo de pesquisa.
NOTA: DP = Desvio Padrão.
A observação da tabela 12, também permite afirmar a grande homogeneidade do grupo de
sujeitos estudados, o que se confirma através da verificação do baixo desvio padrão para a
variável, com exceção feita ao duplo produto em repouso, no oitavo e no décimo minutos do
exercício, onde se observou um desvio padrão maior. Desta forma, é possível fazer-se
generalizações para todos os sujeitos do grupo, exceto para o duplo produto em repouso, e no
oitavo e décimo minutos do esforço, como dito anteriormente.
44
Tabela 13: Teste t de Student para comparação entre os grupos quanto ao Duplo Produto.
Clínica Escola de Fisioterapia, UNAMA, Belém-Pará, 2006.
Duplo Produto
t
p
Repouso
-1,77
0,10
Minuto 2
-3,72
0,0019
Minuto 4
-3,60
0,0022
Minuto 6
-4,12
0,0009
Minuto 8
-3,36
0,0043
Minuto 10
-3,51
0,0031
Minuto 12
-3,62
0,0023
FONTE: Protocolo de pesquisa.
NOTA: ∞ ≤ 0,05
A tabela 13 deixa evidente, com relação ao duplo produto, exceção feita ao momento de
repouso, que o grupo operacional demonstrou índices estatisticamente menores que o grupo
executivo.
Essa afirmação também sugere um melhor estado físico geral, principalmente para o
componente cardiovascular dos sujeitos integrantes do grupo operacional comparado com os
sujeitos do grupo executivo.
140
130
120
110
100
90
80
70
60
50
40
Operacional
Executivo
0
2
4
6
8
10
12
Figura 1 - Curva de evolução da freqüência cardíaca durante o exercício em ambos os grupos.
45
A figura 1 permite observar a evolução média da freqüência cardíaca desde o repouso
a todos os momentos do esforço, em ambos os grupos, operacional e o executivo. Nela, se
pode observar que o grupo operacional manteve, ao longo de todos os momentos, no repouso
e no exercício, níveis inferiores aos encontrados no grupo executivo, para a freqüência
cardíaca.
É possível observar-se também que o grupo executivo estabilizou a freqüência cardíaca
mais cedo que o grupo operacional. O primeiro grupo estabilizou no segundo minuto,
enquanto o segundo grupo estabilizou somente no quarto minuto. Apesar desta diferença,
inesperada, o grupo operacional estabilizou em níveis estatisticamente inferiores que o
executivo.
Na figura ainda pode-se observar que o pico da freqüência cardíaca em cada grupo
ocorreu em momentos distintos. No grupo operacional, este ocorreu no segundo minuto do
esforço, em um nível de 117,50 batimentos por minuto, enquanto no grupo executivo ocorreu
no décimo minuto, com um índice de 133 batimentos por minuto.
160
140
120
Operacional
100
Executivo
80
60
40
0
2
4
6
8
10
12
Figura 2 - Curva de evolução da pressão arterial sistólica durante o exercício em ambos os grupos.
46
Com relação ao comportamento da pressão arterial sistólica do repouso aos diferentes
momentos do esforço, como pode ser visto na figura 2, os dois grupos estabilizaram esta
variável aproximadamente no mesmo momentos, por volta do quarto ao sexto minuto. Devese ressaltar o fato que o grupo operacional apresentou esta variável, em todos os momentos,
em níveis médios inferiores aos observados no grupo executivo.
Observa-se ainda, que o pico da pressão arterial sistólica ocorreu nos dois grupos, em
momentos distintos. No grupo operacional, ocorreu no quarto minuto, com um índice de
134,00 milímetros de mercúrio, enquanto no grupo executivo ocorreu no sexto minuto, com
um índice de 153,00 milímetros de mercúrio.
85
80
75
70
65
60
55
50
45
40
Operacional
Executivo
0
2
4
6
8
10
12
Figura 3 - Curva de evolução da pressão arterial diastólica durante o exercício em ambos os grupos.
A figura 3 permite a observação da evolução da pressão arterial diastólica desde o
repouso aos diferentes momentos de esforço e, nela observa-se que os dois grupos
apresentaram evolução semelhante desta variável, sem diferença estatística. Com relação ao
momento de estabilização, é possível perceber que este ocorreu nos dois grupos, por volta do
quarto minuto.
47
A figura ainda permite observar a ocorrência do pico para a pressão arterial diastólica
nos dois grupos. Nela é possível perceber que o pico ocorreu rigorosamente no mesmo
momento nos dois grupos, ou seja, no segundo minuto e, com índices muito semelhantes,
onde no operacional este ocorreu em 80 milímetros de mercúrio e no executivo em 81
milímetros de mercúrio.
25040
20040
15040
Operacional
Executivo
10040
5040
40
0
2
4
6
8
10
12
Figura 4 - Curva de evolução do duplo produto durante o exercício em ambos os grupos.
A figura 4 permite a observação da evolução do duplo produto desde o repouso aos
diferentes momentos do esforço e, nela observa-se que os dois grupos apresentaram evolução
semelhante desta variável, porém, com índices estatisticamente diferentes entre si. A
estabilização da variável ocorreu nos dois grupos, por volta do segundo minuto do esforço. É
importante ressaltar que no grupo operacional, os índices médios em todos os momentos
foram menores do que no grupo executivo.
A figura ainda permite observar a ocorrência do pico para o duplo produto nos dois
grupos. Nela é possível perceber que o pico ocorreu em momentos distintos para os grupos,
48
ocorrendo por volta do quarto minuto do esforço no grupo operacional e no sexto minuto para
o grupo executivo, ocorrendo em níveis estatisticamente diferentes. No operacional em
15.076,50 batimentos por milímetro de mercúrio e no executivo em 19.415,00 batimentos por
milímetro de mercúrio.
Com relação às quatro figuras analisadas, é possível afirmar que nos dois grupos, ocorreu
um comportamento fisiológico das quatro variáveis, freqüência cardíaca, pressão arterial
sistólica, pressão arterial diastólica e duplo produto, diferindo apenas nos níveis, mas não no
comportamento.
49
5 DISCUSSÃO
No que diz respeito à freqüência cardíaca, o presente estudo obteve resultados
parcialmente semelhantes aos da maioria das literaturas pesquisadas, havendo concordância
para os níveis de FC durante a execução da atividade dinâmica aeróbia, mas apresentando
discordância com relação ao tempo de estabilização desta variável durante a atividade bem
como seus de repouso.
A FC, segundo Robergs & Roberts (2002) e Ciolac & Guimarães (2004), em indivíduos
aerobicamente ativos deveria apresentar-se em menores níveis de repouso quando comparada
a valores de indivíduos aerobicamente inativos.
Froelicher et al (1998) e Nunes et al (2006) complementam falando que indivíduos que
possuem ocupações aerobicamente ativas como garis, faxineiros, jardineiros..., tendem a
desenvolver adaptações funcionais que tornam seus sistemas cardiovasculares mais eficientes,
portanto, conferindo a esses indivíduos valores inferiores de freqüência cardíaca de repouso, o
que discorda dos achados do presente estudo que não evidenciou diferenças estatisticamente
significantes entre o grupo operacional, aerobicamente ativo, e o grupo executivo, sedentários.
Um fato relevante aqui, é que a homogeneidade para a variável idade contribui
diretamente para a proximidade nos valores de FC de repouso, isso segundo Tortora &
Grabowski (2002).
Já os menores valores de FC durante todos os momentos da atividade física, encontrados
no presente estudo, esta de acordo com o que sugere Polito & Farinatti (2003) quando afirma
que indivíduos aerobicamente ativos, em relação a inativos, apresentam menores valores de
50
frequência cardíaca para qualquer nível sub-máximo de consumo de O2 de uma prática física
dinâmica aeróbia.
Com relação ao tempo de estabilização da FC durante a realização do teste ergométrico,
temos que os resultados aqui encontrados destoam dos descritos por Leite (2000) que aponta
para evidencias cientificas de que indivíduos aerobicamente ativos apresentam um sistema
cardiovascular mais eficiente e, portanto, se adaptariam e estabilizariam seus parâmetros
cardiovasculares funcionais mais rapidamente que indivíduos inativos fisicamente.
Esse achado, tempo de estabilização da FC entre os dois grupos, provavelmente surgiu em
virtude de um pico de FC atípico apresentado pelo grupo operacional logo no inicio do teste,
por volta de 2 min., ou seja, nesse momento a freqüência cardíaca dos integrantes deste grupo
se elevou acima da demanda metabólica orgânica, o que alguns instantes depois foi corrigido
para então, esta variável buscar a estabilidade. Provavelmente esse fenômeno atípico se
originou de um estresse emocional, percebido subjetivamente pelos pesquisadores.
A provável ocorrência desse estresse se deu em virtude do grupo operacional,
aparentemente, ter menos intimidade com a metodologia e equipamentos utilizados na
avaliação que o grupo executivo. Leite (2000) confirma essa alteração emocional em
decorrência da falta de intimidade dos avaliados com o teste.
Ainda segundo Leite (2000) o tempo que um individuo leva para estabilizar seus níveis de
FC cardíaca em uma atividade física constante varia de 4 a 6/8 min., o que torna o tempo de
estabilização da FC do grupo executivo um fato extremamente curioso. Vale lembrar que
autor estabeleceu esses valores a partir de estudos em cicloergômetros, e nossa pesquisa
utilizou como ergômetro, uma esteira rolante elétrica. Os dois equipamentos exigem trabalhos
de volumes musculares diferentes, o que causa respostas cardiovasculares diferentes.
51
Ao avaliar a variável PAS a presente pesquisa apresentou resultados parcialmente de
acordo com as literaturas pesquisadas.
Isso porque PAS de repouso do grupo operacional, aerobicamente ativo, foi
estatisticamente menor que a do grupo executivo, aerobicamente inativo, foto este muito bem
exposto por Froelicher et al (1998) e Nunes et al (2006) que relatam que os menores níveis
pressóricos, tanto no repouso quanto no esforço físico sub-máximo, estão relacionados a um
menor debito cardíaco, em ambos os momentos, conseguido graças o menor nível de
freqüência cardíaca, também nos dois momentos, sendo tudo isso decorrente do ganho de
eficiência cardiovascular provocado pela prática regular de atividade física aeróbia.
O exposto acima pelo autor já substancia a concordância dos achados desse estudo, para os
níveis pressóricos durante o esforço físico, com a literatura. Porém Krinski et al (2006);
Nunes et al (2006) complementam dizendo que menores respostas pressóricas durante uma
atividade física sub-máxima ocorrem em organismos aerobicamente exigidos em virtude de
um melhor mecanismo vasodilatador periférico desses indivíduos em comparação a
sedentários.
Com tudo Monteiro & Sobral (2004) e Farinatti et al (2005) relatam que respostas
hipotensoras causadas pela prática regular de atividade física aeróbia, são bem mais evidentes
em indivíduos hipertensos, leves e moderados, do que em normotensos, sendo que em alguns
casos essas respostas são insignificantes para o ultimo grupo.
O tempo que a PAS levou para estabilizar-se foi inesperadamente o mesmo para os dois
grupos, discordando de Leite (2000) expõe que os indivíduos aerobicamente ativos,
teoricamente os do grupo operacional, adaptam seus sistemas cardiovasculares precocemente
quando com parados a indivíduos sedentários.
52
O resultado da presente pesquisa para o pico alcançado pela PAS esta de acordo com o
proposto por Leite (2000), e para afirmar isto nos reportamos ao parágrafo anterior, isto é,
mesmo que minimamente, a PAS do grupo executivo passou mais tempo oscilando,
alcançando o seu pico somente no sexto minuto, enquanto o pico para a PAS do grupo
executivo ocorreu no quarto minuto. E mais o grupo operacional obteve um pico pressórico
estatisticamente menor que o grupo executivo, concordando com Krinski et al (2006); Nunes
et al (2006) que dizem que as respostas da PAS é menor em qualquer nível sub-máximo de
VO2 para indivíduos ativos aerobicamente.
O comportamento estatisticamente semelhante para a PAD nos grupos estudados já era
esperado em todos os momentos do exercício físico. Esse fato é descrito na literatura por
Mcardle, Katch & Katch (1998) que dizem que a PAD não deve variar mais do que 10 mmHg
para mais ou para menos durante a realização de uma prática física dinâmica, e acrescentam
dizendo que qualquer comportamento diferente deste para a PAD representa um evento
patológico.
Já a semelhança estatística no repouso dos níveis de PAD nos grupos, contrasta com o
exposto por Brum et al (2004), que relatam que indivíduos aerobicamente ativos apresentam
menores níveis pressóricos tanto para os valores PAD quanto para os de PAS.
Os valores encontrados para a variável duplo produto, nesta pesquisa, concordam em
partes com a literatura.
Foss & Keteyan (2000) afirmam que indivíduos que praticam algum tipo de atividade
física dinâmica, aeróbia e regular estão sujeitos a desenvolver adaptações cardiovasculares
que aperfeiçoam a eficiência desse sistema, promovendo nestes um menor gasto energético
miocárdico tanto no repouso quanto e um nível sub-máximo de VO2 quando comparados a
53
sedentários. Consequentemente os valores de DP de indivíduos ativos devem ser menores do
que de indivíduos sedentários. Porem a afirmação feita pelo autor para o repouso não foi
evidenciada no presente estudo.
Porém no que diz respeito aos valores de DP em níveis sub-máximos de esforço físico, a
afirmativa do autor esta de pleno acordo com os resultados desta pesquisa.
Os valores estatisticamente semelhantes para o DP no repouso, provavelmente assim se
apresentaram em virtude da influencia da FC de repouso, já discutida anteriormente.
A busca por resultados cada vez mais fidedignos nos impulsiona a refletir sobre algumas
situações que possam ter contribuído para a deturpação de alguns dados, para então tentarmos
emitir sugestões capazes de promover melhorias metodológicas para estudos posteriores.
Um ponto importante a ser colocado é o fato de que, para os dois grupos, nem sempre foi
possível coletar os dados em ocasiões semelhantes. Isso por que alguns indivíduos
apresentavam-se para avaliação antes do período de trabalho, o que seria o ideal, porém
outros se apresentavam em intervalos durante a jornada de trabalho e outros chegaram a
apresentar-se somente no final de sua jornada. Esse fato, com muita probabilidade, pode ter
influenciado os valores das variáveis estudadas.
Uma saída para evitar essa ocorrência, é programar as avaliações levando em
consideração a jornada de trabalho dos avaliados, de forma que estes sejam submetidos ao
teste na situação mais semelhante possível.
O outro ponto relevante diz respeito a interferência emocional, sob parâmetros
cardiovascular, que provavelmente ocorreu durante a avaliação, principalmente em
decorrência da falta de intimidade com o teste, por parte dos avaliados.
54
Uma estratégia interessante nesse caso seria explicar, aos avaliados, criteriosamente todas
as etapas que constituem a avaliação a fim de afastar os temores que possam existir.
55
6 CONCLUSÃO
O presente estudo, dentro de suas particularidades, foi capaz de chegar a resultados
semelhantes aos encontrados nas literaturas pesquisadas para a maioria das variáveis
estudadas, destoando da literatura em poucos casos como da FC e DP de repouso. Desta
forma temos que os indivíduos do setor operacional, aerobicamente ativos, apresentaram, do
ponto de vista fisiológico, uma melhor eficiência cardiovascular para as variáveis Pressão
Arterial Sistólica de repouso e Pressão Arterial Sistólica, Freqüência Cardíaca e Duplo
Produto para todos os momentos do esforço físico sub-máximo.
Estes achados apontam para a evidência que a simples execução das atividades
ocupacionais fisicamente ativas no trabalho, para os sujeitos do grupo operacional, foi capaz
de promover adaptações cardiovasculares que aperfeiçoaram a função deste sistema, uma vez
que os indivíduos do grupo executivo, que não se esforçam fisicamente na execução de suas
atividades profissionais, apresentaram valores estatisticamente inferiores do ponto de vista da
eficiência cardiovascular.
56
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Rev. Bras. Med. Esp. Niterói, v.10, n.6, nov./dez. 2004.
NOBREGA, A. C. L. O Conceito de Efeitos Sub-agudos do Exercício. Rev. Brasil. Educ.
Fís. Esportiva; São Paulo, v.20, n.5, 2006.
NUNES, A. P. O. B. et al. Efeitos de um Programa de Exercício Físico Não-supervisionado e
Acompanhado a Distância, Via Internet, sobre a Pressão Arterial e Composição Corporal em
Indivíduos Normotensos e Pré-hipertensos. Arq. Bras. Cardiol. São Paulo, v.86, n.4,
apr. 2006.
POLITO, M. D.; FARINATTI, P. T. V. Resposta da Freqüência Cardíaca, Pressão Arterial e
Duplo-produto ao Exercício Contra-resistência: uma revisão de literatura. Rev. Portug.
Cienc. Desport., Rio de Janeiro, v.3, n.1, 2003.
58
PORTO, C. C. Exame Clínico: Bases para a Prática Médica. 4ª ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2000.
RIQUE, A. B. R. et al. Nutrição e exercício na prevenção e controle das doenças
cardiovasculares. Rev. Bras. Med. Esporte, Niterói, v.8, n.6, nov./dec. 2002.
ROBERGS, R. A.; ROBERGS, S. O. Princípios Fundamentais de Fisiologia do Exercício
para Aptidão, Desempenho e Saúde. 1ª ed. São Paulo: Phorte, 2002.
RONDON, M. U. P. B. et al. Comparação entre a Prescrição de Intensidade de Treinamento
Físico Baseada na Avaliação Ergométrica Convencional e na Ergoespirométrica. Arq. Bras.
Cardiol. São Paulo, v.70, n.3, mar. 1998.
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia Humana: uma abordagem integrada. 2ª ed. São Paulo:
Manole, 2003.
TORTORA, G. J.; GRABOWSKI, S. R. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 9ª ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
59
APÊNDICES
60
APÊNDICE I
ACEITE DO ORIENTADOR
Universidade da Amazônia - UNAMA.
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde - CCBS.
Curso de Fisioterapia.
Eu, Paulo Eduardo Santos Ávila, aceito orientar o trabalho dos alunos “João Basílio
Ferreira Filho e Thiago Oti Câmara”, declarando ter total conhecimento das normas de
realização de trabalhos científicos do curso de Fisioterapia da UNAMA para 2006, estando
ciente da necessidade da minha participação como membro componente da banca
examinadora por ocasião da defesa do trabalho. Declaro ter consciência do conteúdo temático
do anteprojeto entregue, para o qual dou o meu aceite pela assinatura deste documento.
____________________________________
Prof°. Paulo Eduardo Santos Avila
61
APÊNDICE II
ACEITE DA INSTITUIÇÃO
A Coordenação do Curso de Fisioterapia solicita a Diretoria Administrativa da
Universidade da Amazônia (UNAMA) a autorização para realização de uma coleta de dados
nos funcionários desta instituição, a ser realizada pelos acadêmicos João Basílio Ferreira Filho
e Thiago Oti Câmara, sendo esta, parte integrante do TCC dos respectivos acadêmicos. A
coleta utilizará métodos para verificação de pressão arterial, freqüência cardíaca e duplo
produto, antes e durante a prática de exercício físico aeróbio constante (esteira ergométrica).
Atenciosamente,
___________________________
Wagner Muniz
Coordenador do Curso de Fisioterapia
Autorizo a Pesquisa, ________________________
Etiane Arruda
Diretora Administrativa
62
APÊNDICE III
FICHA DE AVALIAÇÃO
Identificação:
Nome: ________________________________________________ Idade: ____
Data de Nascimento: _________________
Endereço: ________________________________________________________
Bairro: _____________________
Fone: ___________ Estado civil: ____________ Função: _________________
Informações Sobre Estilo de Vida:
Pratica atividade física com regularidade?
Sim ( )
Não ( )
Apresenta alguma doença cardíaca ou pulmonar diagnosticada?
Sim ( ) Qual? ___________ Não ( )
É fumante ativo?
Sim ( )
Não ( )
É hipertenso?
Sim ( )
Não ( )
Faz uso de medicamento para hipertensão?
Sim ( )
Não ( )
Parâmetros Avaliados em Repouso:
FC (bpm) PAS (mmHg) PAD (mmHg) DP (batimentos/mmHg)
Parâmetros Avaliados em Esforço Físico:
FC (bpm) PAS (mmHg) PAD (mmHg) DP (batimentos/mmHg)
2° min.
4° min.
6° min.
8° min.
10° min.
12° min.
63
APÊNDICE IV
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA - UNAMA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE - CCBS
CURSO DE FISIOTERAPIA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
TÍTULO DA PESQUISA: Avaliação da pressão arterial, da freqüência cardíaca e do duplo
produto entre funcionários de setor operacional e setor executivo
submetidos à atividade física aeróbia constante.
PESQUISADORES RESPONSÁVEIS: PAULO EDUARDO SANTOS AVILA; JOÃO BASÍLIO
FERREIRA FILHO; THIAGO OTI CÂMARA.
JUSTIFICATIVA:
Conhecer melhor as características cardiovasculares dos diferentes grupos de
funcionários de uma universidade, já que o grupo operacional possui um trabalho
aerobicamente ativo, diferente do grupo executivo, que são inativos aerobicamente. Desta
maneira, associar as possíveis diferenças encontradas ao tipo de tarefa profissional
desempenhada e, a partir disto, identificar os possíveis motivos para este resultado,
colaborando, assim, para o possível direcionamento de estratégias preventivas para o grupo
identificado como inferior do ponto de vista da função cardiovascular.
BENEFÍCIOS DA PESQUISA:
Traçar o perfil comparativo entre os funcionários da Unama, visando a melhora do
estado fisco geral, além de esclarecimentos acerca do conteúdo referente à pesquisa.
ESCLARECIMENTOS E DIREITOS:
Em qualquer momento o voluntário poderá obter esclarecimentos sobre todos os
procedimentos utilizados na pesquisa e nas formas de divulgação dos resultados. Tem também
a liberdade e o direito de recusar sua participação ou retirar seu consentimento em qualquer
fase da pesquisa, sem prejuízo do atendimento usual fornecido pelos pesquisadores.
Os principais autores da pesquisa são, João Basílio F. Filho, que pode ser encontrado
na Rua Cesário Alvim, nº 604, apto. 402, bloco C-1, celular 8127-6723; e Thiago Oti Câmara,
na Tv. Prainha, nº 284, fone residencial 3231-0403 no período da noite, ou no celular 88557782.
Caso não sejam localizados os autores principais, poderá ainda ser contatado o
orientador da pesquisa, Profº. Paulo Ávila, que pode ser encontrado na Tv. 14 de Março, nº
1494, apto. 202, fone residencial 3223-2373 ou no celular 8127-9498, no período da noite; ou
na sua instituição de trabalho, Universidade da Amazônia, localizada na Av. Alcindo Cacela,
287, fone 4009-3204 (Fisioclínica), no horário comercial.
64
CONFIDENCIALIDADE E AVALIAÇÃO DOS REGISTROS
As identidades dos voluntários serão mantidas em total sigilo por tempo indeterminado,
tanto pelo executor como pela instituição onde será realizado e pelo patrocinador. Os
resultados dos procedimentos executados na pesquisa serão analisados e alocados em tabelas,
figuras ou gráficos e divulgados em palestras, conferências, periódico científico ou outra
forma de divulgação que propicie o repasse dos conhecimentos para a sociedade e para
autoridades normativas em saúde nacionais ou internacionais, de acordo com as normas/leis
legais regulatórias de proteção nacional ou internacional.
CONSENTIMENTO PÓS-INFORMAÇÃO
Eu,
_____________________________________________________________,
portador da Carteira de identidade nº ________________________ expedida pelo Órgão
_____________, por me considerar devidamente informado (a) e esclarecido (a) sobre o
conteúdo deste termo e da pesquisa a ser desenvolvida, livremente expresso meu
consentimento para inclusão, como sujeito da pesquisa. Fui informado que meu número de
registro na pesquisa é __________________ e recebi cópia desse documento por mim
assinado.
______________________________________
Assinatura do Participante Voluntário
Impressão Dactiloscópica (p/ analfabeto)
________________________________
Assinatura do Responsável pelo Estudo
____/___/____
Data
Download

avaliação da pressão arterial, da freqüência cardíaca e do