Verificação das instalações eléctricas http://www.prof2000.pt/users/lpa Parte 6 das RTIEBT RTIEBT “As instalações eléctricas, durante a sua execução ou após a sua conclusão, mas antes da sua entrada em serviço, devem ser verificadas (por meio de inspecções visuais e de ensaios), com vista a comprovar, na medida do possível, que as Regras Técnicas das Instalações Eléctricas de Baixa Tensão foram cumpridas”. 2 Inspecção visual Observação de uma instalação eléctrica, com vista a comprovar que as condições em que foi realizada foram correctas. A verificação de uma instalação eléctrica por inspecção visual deve anteceder a realização dos ensaios e, em regra, deve ser feita com toda a instalação previamente sem tensão. 3 Inspecção visual Os objectivos da inspecção visual são os de verificar: • as medidas de protecção contra choques eléctricos (contactos directos e indirectos): • a selecção dos condutores de acordo com as suas correntes admissíveis e com a queda de tensão; •a selecção e regulação dos dispositivos de protecção e vigilância; • a selecção dos equipamentos e das medidas de protecção apropriadas de acordo com as condições de influências externas; • a identificação dos condutores de fase, de neutro e dos condutores de protecção; • a forma como estão executadas as ligações dos condutores. 4 Ensaios Realização de medições numa instalação eléctrica por meio de aparelhos apropriados, através das quais se comprova a eficácia dessa instalação. 5 Ensaios A verificação por meio de ensaios deve incluir, quando aplicáveis, pelo menos, os seguintes ensaios, os quais devem ser realizados, preferencialmente, pela ordem indicada: a) continuidade dos condutores de protecção e das ligações equipotenciais principais e suplementares; b) resistência de isolamento da instalação eléctrica; c) protecção por meio da separação dos circuitos; d) resistência de isolamento dos elementos da construção (tectos, paredes, etc.); e) corte automático da alimentação; f) ensaio da polaridade; g) ensaios funcionais. 6 Continuidade dos condutores de protecção A verificação de continuidades é fundamental para se poder garantir o escoamento para a terra da corrente de defeito e assim fazer actuar o dispositivo diferencial antes que a tensão de contacto se torne perigosa. Os ensaios de continuidade em condutores de protecção são normalmente realizados com um aparelho de medida capaz de gerar uma tensão em circuito aberto entre os 4 e os 24 Volt (CC ou CA), com uma corrente superior a 0,2A. Dado que o ensaio de continuidades mede resistências muito baixas, a resistência dos cabos de ensaio deve ser compensada. 7 Continuidade dos condutores de protecção 1º Execute uma ligação temporária (shunt) entre o barramento de fase e o barramento de terra no quadro de entrada da instalação. Método A 2º Usando um aparelho de teste em escala óhmica reduzida verifique a resistência entre fase e PE em cada circuito a testar. 3º Um baixo valor lido indica a desejada continuidade. 4º Desligue a ligação temporária executada inicialmente. Verificação da continuidade dos condutores de protecção em instalações de médias e grandes dimensões 8 Continuidade dos condutores de protecção 1º Um terminal do aparelho de medida (em escala óhmica reduzida) deve estar ligado através de uma longa ligação auxiliar ao barramento de terra da instalação. 2º O outro terminal de contacto do aparelho de medida estará ligado às partes da instalação em que se deseja verificar os valores de continuidade. Método B Verificação dos condutores de protecção e ligações suplementares, sujeita a limitações em virtude do comprimento da ligação auxiliar. 9 Resistência de isolamento da instalação eléctrica A realização dos testes de resistência de isolamento é necessário por forma a verificar que nas instalações eléctricas não existem quaisquer curto-circuitos. A resistência de isolamento da instalação eléctrica deve ser medida entre cada condutor activo (fase e neutro) e a terra. Antes de realizar os ensaios de isolamento devemos verificar se: a instalação está desligada da alimentação; as lâmpadas foram retiradas e todo o equipamento está desligado; os fusíveis estão nos seus lugares e os disjuntores ligados: os interruptores do circuito final estão ligados. 10 Resistência de isolamento da instalação eléctrica Valores mínimos da resistência de isolamento e valores da tensão de ensaio. Tensão nominal do circuito Tensão de ensaio em corrente contínua Resistência de isolamento TRS e TRP(*) 250 V ≥ 0,25 MΩ U ≤ 500V 500 V ≥ 0,5 MΩ U > 500V 1000 V ≥ 1 MΩ (*) TRS - Tensão Reduzida de Segurança. TRP - Tensão Reduzida de Protecção isto é, tensão reduzida de segurança, com um ponto do circuito secundário ligado à terra. Tensões: U ≤ 50 V c.a. ou U ≤ 120 V c.c. 11 Resistência de isolamento da instalação eléctrica Os condutores de fase e neutro devem estar interligados através do barramento do quadro de entrada. Através do aparelho de teste de resistência de isolamento ajustado para uma tensão de ensaio em corrente contínua de 500 Volt (para uma tensão nominal do circuito ≤ 500V) a resistência de isolamento medida deve ser ≥ 0,5 MΩ. Entre os condutores activos (fase/neutro) e a terra. 12 Resistência de isolamento da instalação eléctrica Entre os condutores activos (fase/neutro e entre fases). A medição da resistência de isolamento deve ser efectuada para uma instalação monofásica entre a fase e o neutro. Para uma instalação trifásica entre fases e entre as fases e o neutro. 13 Protecção por meio da separação dos circuitos Protecção por TRS (Tensão Reduzida de Segurança) Protecção por TRP (Tensão Reduzida de Protecção) A separação de elementos com tensão de elementos de outros circuitos e da terra deve ser verificada através da medição da resistência de isolamento. Os valores de resistência de isolamento medidos não devem ser inferiores a 0,25 MΩ. Tensão nominal do circuito Tensão de ensaio em corrente contínua Resistência de isolamento TRS e TRP(*) 250 V ≥ 0,25 MΩ (*) U ≤ 50 V c.a. ou U ≤ 120 V c.c. 14 Resistência de isolamento dos elementos da construção Quando for necessária a protecção por recurso a locais não condutores(1), devem ser efectuadas, num mesmo local, no mínimo, três medições da resistência de isolamento dos elementos da construção (paredes, tectos, pavimentos, etc.). A resistência é medida entre um eléctrodo de ensaio (como, por exemplo, uma placa metálica quadrada de 250mm com um quadrado de papel molhado em água de 270mm ao qual foi retirado a água em excesso) e um condutor de protecção da instalação. O aparelho de medida deve ter uma tensão DC em circuito aberto de 500 V (ou 1000 V se a tensão nominal da instalação exceder os 500 V). A resistência de isolamento Ri das paredes, pavimento e tectos deve apresentar os seguintes valores: Ri > 50 KΩ para Un ≤ 500 Volt ou Ri > 100 KΩ para Un > 500 Volt (1) Quando as cargas da instalação não podem ser ligadas ao condutor de protecção eléctrica, por exemplo em laboratórios, a protecção é dada pelo próprio local sempre e quando as suas paredes, tectos e pavimentos sejam não condutores. 15 Corte automático da alimentação A eficácia das medidas de protecção contra os contactos indirectos por corte automático da alimentação deve ser verificada consoante o esquema das ligações à terra (TN, TT ou IT). Esquema TN: Medição da impedância da malha de defeito; Verificação das características do dispositivo de corte associado e ensaio do diferencial. Esquema TT Medição da resistência do eléctrodo de terra; Inspecção visual e ensaio do dispositivo diferencial. Esquema IT Cálculo ou medição da corrente de defeito. 16 Ensaio da polaridade Quando não for permitida a instalação de dispositivos de corte unipolar no condutor de neutro, deve ser realizado um ensaio de polaridade, com vista a verificar que esses dispositivos estão apenas instalados nos condutores de fase. A polaridade incorrecta resulta no facto de partes de uma instalação permanecerem ligadas a um condutor de fase com tensão, mesmo quando um interruptor unipolar está desligado, ou quando um dispositivo de protecção contra sobreintensidade já disparou. 17 Ensaios funcionais Os conjuntos de equipamentos, tais como os conjuntos de aparelhagem, os motores e os seus auxiliares, os comandos, os encravamentos, etc., devem ser submetidos a um ensaio funcional, com vista a verificar que estão correctamente montados, regulados e instalados nas condições indicadas nas Regras Técnicas. Os dispositivos de protecção devem ser submetidos, se necessário, a ensaios funcionais, com vista a verificar que estão correctamente instalados e regulados. Lucínio Preza de Araújo 18