Maria João de Almeida Pereira Turma 4E # 20091246 « RELATÓRIO EXERCÍCIO 1: « roofing » Este trabalho foi realizado no âmbito da disciplina de Modelação Geométrica e tem como proposta um estudo de superfícies para a realização de uma cobertura dentro de um contexto formal arquitectónico, através do software Rhinoceros. Sendo a primeira etapa do trabalho (antes da realização do 3D) a definição de um layout em duas dimensões como base da estrutura do exercício, o primeiro passo a realizar seria, então, encontrar uma geometria para a cobertura. Comecei por pensar como gostaria que fosse o meu exercício e a primeira palavra associada foi a palavra “abrigo”. Nesse momento, concluí que, mais do que uma camada muito uniforme e lisa, gostaria que a cobertura se “movesse” nas suas extremidades de forma a criar zonas mais acolhidas capaz de proporcionar, aos seus utilizadores, zonas mais abrigadas, capazes de transmitir a sensação de conforto e abrigo. A primeira questão que surgiu perante isto foi: qual a forma a adoptar? Foi então que, no seguimento de alguns esquiços, pensei na forma da aranha. Apresentando um corpo maciço, nas extremidades, é constituída por membros articulados (patas). Mesmo que este animal não esteja directamente ligado ao conceito que procurava, após uma breve análise da forma como os seus membros se desenvolviam e o seu movimento descendente fez-me pensar na possibilidade de transportar isso para uma cobertura. Desta forma, seria possível a criação de zonas de pé-direito mais baixo capazes de proporcionar momentos de descanso. imagem 1. das ideias para o papel - concepção da cobertura do nível 1 (esboços) 1ª ETAPA: DEFINIÇÃO DO LAYOUT 2D (MALHAS) Comecei por desenvolver a primeira malha 2D baseada em polígonos regulares: hexágonos, pentágonos e triângulos até chegar à forma final pretendida - imagem 2. De seguida e conforme os vértices dos pontos do interior dos polígonos da malha anterior desenhei a malha do nível 2 que deu origem à figura apresentada na imagem 3. imagens 2 e 3. malha do nível 1 e malha do nível 2 EVOLUÇÃO DA COBERTURA 1 (MALHA DO NÍVEL 1) - CAPTURAS DE ECRÃ EVOLUÇÃO DA COBERTURA 2 (MALHA DO NÍVEL 2) - CAPTURAS DE ECRÃ LIGAÇÕES ENTRE A COBERTURA 1 E 2 (CAPTURAS DE ECRÃ) De seguida, desenhei os suportes ao chão (pilares) que, por sua vez, se ligam aos vértices da malha espacial correspondente ao nível 2. Fiz uma pesquisa prévia de algumas ligações para ver qual seria a que se adapta melhor à minha solução e optei pela que se segue na imagem 4. Imagens 4 e 5. “Mero node” Fonte: powerpoint de Edificações Especiais (4º ano, 1º semestre) Imagem 6. Esboço Na mesma fase foi desenhada, ainda, a base do pilar principal que intersecta esta ao chão (imagem 8). 6 5 4 9 3 7 2 8 1 10 imagem 7. pilar principal e respectiva ligação aos vértices imagem 8. base (ligação ao chão) Legenda: 1 - pilar 2 - ornamentos (decoração) 3 - parafusos em gancho 4 - suportes metálicos 5 - peça metálica que une os eixos ao pilar principal 6 - eixos metálicos Legenda: 7 - parafuso em gancho 8 - placa base - argamassa em compensação 9 - pilar 10 - ornamentos (decoração) Legenda: 11 - pilar 12 - cobertura (malha nível 2) 13 - ligações entre a malha do nível 1 e a malha do nível 2 13 11 12 Imagem 9. nós de ligação entre o pilar principal e a primeira camada (nível 2) e ligações entre a camada nível 2 e a camada nível 1. 2ª ETAPA: MODELAÇÃO 3D De acordo com a estrutura das duas coberturas comecei por desenhá-las, nesta segunda fase, em 3 dimensões visto que, até ao momento, se tratava de um plano apenas. Estabeleci todas as ligações através de cilindros conforme as direções dos planos (solid > cylinder > direction constraint > aroundcurve) e desenvolvi isso numa parte da cobertura (uma secção escolhida), assumindo que essas ligações seriam eixos metálicos e o encaixe seria resolvido de acordo com a imagem abaixo apresentada (imagem 10). As barras são perfis tubulares cilindricos, possíveis de se dispor em diferentes espessuras e comprimentos. Estas barras permitem que existam ângulos de 45º e 60º e múltiplos destes. imagens 10 e 11. perfis tubulares cilindricos soldados ao nó Por fim, para a pala de sombreamento optei por manter a forma da malha do nível 1 para que não se perdesse a forma inicialmente pensada e desenvolvida. Fiz, então, uma cópia dos elementos da secção escolhida, movi-os ligeiramente em altura (move > vertical) e por fim desenhei os encaixes que suportam essa pala à estrutura de baixo. imagens 12, 13 e 14. evolução dos encaixes da pala de sombreamento (primeiro sem pormenores e segundo já com mais detalhes) EVOLUÇÃO DA COBERTURA (por imagens) De forma a perceber-se melhor o processo de evolução da cobertura, abaixo, apresento um conjunto de imagens que descrevem as diferentes fases do trabalho, separadas por diferentes layers, iniciando na fase de desenvolvimento da cobertura em 2D e terminando no troço desenvolvido com mais pormenorização (e já com espessura - 3D). 1ª parte: desenvolvimento das duas camadas (malha do nível 1 e malha do nível 2) e respectivas ligações (em linhas) 2ª parte: desenvolvimento dos pilares e das bases que conectam a cobertura ao chão; 3ª parte: desenvolvimento do troço com os respectivos nós e tubos cilindricos (transformação da cobertura em 3 dimensões). 4ª parte: desenvolvimento da pala de sombreamento e respectivos nós de ligação. Por fim, foi construído um modelo de uma figura humana para percepção da escala nos respectivos alçados. Essa figura apresenta a altura de 1,80m e pode ser visualizada nas imagens da página seguinte. VISTAS DO MODELO 1,80m ALÇADO FRONTAL 1,80m ALÇADO LADO DIREITO VISTAS DO MODELO 1,80m ALÇADO POSTERIOR 1,80m ALÇADO LADO ESQUERDO VISTAS DO MODELO 1,80m PORMENOR ALÇADO FRONTAL PORMENOR ALÇADO LADO ESQUERDO PORMENOR ALÇADO LADO DIREITO PORMENOR ALÇADO POSTERIOR VISTAS DO MODELO ALÇADO FRONTAL PERSPECTIVA PERSPECTIVA (PORMENOR) CONCLUSÃO É interessante reconhecer que certas ideias podem surgir, inespedaramente, de objectos/ animais/pessoas que nos circundam diaramente e fazem parte do nosso dia-a-dia. Quem diria que ao pensar num simples animal como a aranha, poderia estar a dar origem a uma cobertura? Mas a arquitectura é isso mesmo. É pensar, reflectir, desenhar, desenhar, desenhar... insistir, tentar, recuar, continuar. É fácil perceber que, para qualquer projecto, seja ele qual for, as ideias não surgem do nada e, por isso mesmo, antes de se chegar a qualquer protótipo, passamos pela fase de investigação, do brainstorming até se chegar ao produto final. Não só a arquitectura, mas também os restantes tipos de arte requerem processos muito mais complexos que aqueles que iniciamos. O mesmo acontece para este exercício. Aquilo que parecia o estudo de uma cobertura deu prigem a um alargamento dos conhecimentos no sentido em que, para o desenvolvimento da mesma, foi importante o entendimento da geometria como o suporte da estrutura da forma, como é referido no enunciado. Entender a geometria existente por detrás do exercício proposto para a modelação do modelo em Rhinoceros foi o passo, diria eu, mais importante. Uma das potencionalidades do exercício foi o facto de nos “obrigar” a uma pesquisa prévia de elementos estruturais para a pormenorização da malha e dos respectivos nós. Uma estrutura bem desenvolvida é um grande passo para o bom desenvolvimento de um edifício e, nesta medida, este trabalho contribuiu para que ficassemos mais sabedores nestas matérias. Ainda dentro do exercício, umas das limitações sentidas foi o facto de, inicialmente, não conhecer o programa e ter de o abordar pela primeira vez. Mas isso acontece no começo de qualquer programa, sendo a fase de adaptação a mais difícil. Após algumas horas de treino, mexer no Rhinoceros tornou-se, a pouco e pouco, mais fácil. Um exemplo de uma expectativa de trabalho futuro a desenvolver seria a aplicação de materiais “reais” no exercício ou então o desenvolvimento de um exercício novo, agora com mais pormenorização. Por exemplo: um protótipo com cerca de 30m2 - como o exercíco de Laboratório de Projecto do 3º ano, 1º semestre - desenvolvido em 3D com aplicação de materiais e todos os pormenores do interior do habitáculo desenvolvidos. Referências utilizadas: Sebentas fornecidas pelo professor nas aulas de Modelação Geométrica; Powerpoints das aulas de Edificações Especiais (4º ano - 1º semestre) sobre «Sistemas Reticulados» para o desenvolvimento das malhas e respectivos nós; Neufert: A arte de projectar em Arquitectura.