XII Congresso Brasileiro de Ecotoxicologia 25 a 28 de setembro de 2012 Porto de Galinhas – PE HISTOPATOLOGIA DE BRÂNQUIAS DE PIAU (Leoporinus friderici) E ACARÁ (Geophagus surinamensis) COLETADOS EM DOIS PONTOS DO RESERVATÓRIO DA USINA HIDROELÉTRICA DE VOLTA GRANDE – MG Flávia G. Baraldi1; Marcelo Paulino1; Eliane M. Marques 1; Tayrine P. Benze1; Alessandra Giani2; Marisa N. Fernandes 1 1 [email protected] (Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, São Paulo) [email protected] (Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, São Paulo) 1 [email protected] (Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, São Paulo) 1 [email protected] (Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, São Paulo) 2 [email protected] (Universidade Federal De Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais) 1 [email protected] (Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, São Paulo) 1 Reservatórios são sistemas abertos que diferem de rios e lagos por ter suas comunidades originadas a partir das populações presentes nos rios barrados. A implantação de reservatórios provoca uma série de impactos ambientais relacionados à proteção e aproveitamento de recursos naturais. A elevada ação antrópica na região da Bacia do Rio Grande e a mobilização de nutrientes a partir de possíveis depósitos naturais podem resultar uma eutrofização, levando a florações de cianobactérias. A preocupação a essas florações na água vem da capacidade desses organismos em liberar toxinas que podem alterar o ecossistema, afetar os organismos aquáticos e também a saúde humana. As brânquias estabelecem o primeiro contato direto do peixe com o meio externo e o estudo desse órgão torna-se importante, pois é extremamente sensível a mudanças na qualidade da água. O objetivo do estudo foi avaliar as alterações histopatológicas nas brânquias de duas espécies, Leporinus friderici e Geophagus surinamensis, encontradas no Reservatório de Volta Grande em relação à qualidade da água e possível presença de cianotoxinas. Foram coletados amostras de água, sedimento e 8 indivíduos de cada espécie para cada ponto do reservatório em agosto/2011, para análises de cianotoxinas e pesticidas. Os animais foram anestesiados e sacrificados por secção medular. As brânquias extraídas foram fixadas em solução de glutaraldeido 2,5% em tampão fosfato 1 M, pH 7,4 e incluídas historesina para a análise histopatológica. Cortes com 3µm foram confeccionados, corados com azul de toluidina e analisados em microscópio de luz. A água e sedimento não apresentaram contaminação e a concentração e cianotoxinas foi muito baixa (0,15 ± 0,02 g L-1). As alterações mais frequentes nas brânquias de ambas as espécies foram hiperplasia, dilatação epitelial e presença de células cloreto nas lamelas (classificadas como estágio I). O cálculo do VMA em ambas as espécies mostrou que as alterações estão localizadas pontualmente neste órgão e o IAH das duas espécies indicou funcionamento normal do órgão. Estes resultados sugerem que as condições ambientais do reservatório são adequadas ao desenvolvimento desses animais e que a quantidade de microcistina presentes na água do Reservatório nesse período não causou danos aos organismos coletados. Palavras-chave: brânquias, toxicidade, eutrofização Sociedade Brasileira de Ecotoxicologia (SBE) Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) 355