UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ ÁREA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA CIÊNCIAS MORFOLÓGICAS II CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS E FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS Moléculas ricas em energia, como a glicose, são metabolizadas por uma série de reações de oxidação → CO2 e água. Os intermediários metabólicos dessas reações doam elétrons a coenzimas específicas – nicotinamida-adeninadinucleotídeo (NAD+) e flavina-adeninadinucleotídeo (FAD) – formando as coenzimas reduzidas ricas em energia, NADH e FADH2. Essas coenzimas reduzidas podem doar, cada uma, um par de elétrons a um grupo especializado de carreadores de elétrons, coletivamente denominados cadeia transportadora de elétrons. CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS À medida que os elétrons fluem através da cadeia transportadora de elétrons, eles perdem muito de sua energia livre. Parte dessa energia pode ser captada e armazenada para a produção de ATP a partir de ADP e fosfato inorgânico (Pi). Esse processo é denominado fosforilação oxidativa. O restante da energia livre, que não é captada para a síntese de ATP, é liberado na forma de calor. A MITOCÔNDRIA A cadeia transportadora de elétrons localiza-se na membrana mitocondrial interna e é a via final comum pela qual os elétrons oriundos de diferentes combustíveis do organismo fluem para o oxigênio. O transporte de elétrons e a síntese de ATP pela fosforilação oxidativa ocorrem continuamente em todos os tecidos que contêm mitocôndrias. ORGANIZAÇÃO DA CADEIA A membrana mitocondrial interna pode ser rompida, produzindo cinco complexos enzimáticos separados, denominados complexos I, II, III, IV e V. Os complexos I a IV são parte da cadeia transportadora de elétrons, enquanto o complexo V catalisa a síntese de ATP. ORGANIZAÇÃO DA CADEIA Cada carreador, na cadeia transportadora de elétrons, pode receber elétrons de um doador e pode, subsequentemente, doá-los para o próximo carreador na cadeia. Os elétrons combinam-se, no final, com o oxigênio e com prótons, formando água. ORGANIZAÇÃO DA CADEIA Essa necessidade de oxigênio dá, ao processo de transporte de elétrons, a denominação de cadeia respiratória responsável pela maior parte da utilização de oxigênio no organismo. REAÇÕES DA CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS Formação de NADH e NADH-desidrogenase O NAD+ é reduzido a NADH por desidrogenases que removem dois átomos de hidrogênio de seus substratos, formando NADH mais um próton livre, H+ transferidos para a NADH-desidrogenase, um complexo enzimático (complexo I). Esse complexo possui uma molécula de flavinamononucleotídeo (FMN, uma coenzima) fortemente ligada, que aceita os dois átomos de hidrogênio, tornando-se FMNH2. REAÇÕES DA CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS Coenzima Q (ubiquinona) Pode aceitar átomos de hidrogênio tanto do FMNH2, produzido pela NADH-desidrogenase (complexo I), quanto do FADH2 produzido pela succinato-desidrogenase e pela acil-CoAdesidrogenase (complexo II). REAÇÕES DA CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS Citocromos Os demais membros da cadeia de transporte de elétrons são citocromos. Cada um deles apresenta um grupo heme, constituído por um anel porfirina contendo um átomo de ferro. O átomo de ferro dos citocromos é convertido reversivelmente de sua forma de íon férrico (Fe3+) para o íon ferroso (Fe2+), como parte normal de sua função de carreador reversível de elétrons. Os elétrons fluem ao longo da cadeia, desde a coenzima Q, pelos citocromos b e c (complexo III) e a + a3 (complexo IV). Citocromo C REAÇÕES DA CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS Citocromo a + a3 Esse complexo de citocromos é o único carreador de elétrons em que o ferro heme possui um ligante livre, que pode reagir diretamente com o oxigênio molecular. Transfere elétrons diretamente para O2 Neste sítio, os elétrons transportados, o oxigênio molecular e os prótons livres são reunidos para formar água. O citocromo a + a3 (também chamado citocromo-oxidase) contém átomos de cobre ligados, que são necessários para que essa complexa reação ocorra. FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA Definição Síntese de ATP utilizando a energia livre liberada durante as reações de oxidação da cadeia respiratória. A transferência de elétrons ao longo da cadeia de transporte de elétrons é energeticamente favorecida, pois o NADH é um forte doador de elétrons, e o oxigênio molecular é um ávido aceptor de elétrons. O fluxo de elétrons do NADH para o oxigênio, porém, não resulta diretamente na síntese de ATP. A HIPÓTESE QUIMIOSMÓTICA Hipótese de Mitchell Explica como a energia livre gerada pelo transporte de elétrons através da cadeia transportadora de elétrons é utilizada para produzir ATP a partir de ADP + Pi. A HIPÓTESE QUIMIOSMÓTICA 1. A bomba de prótons O transporte de elétrons está acoplado à fosforilação do ADP pelo transporte de prótons (H+) através da membrana mitocondrial interna, prótons esses que são bombeados da matriz mitocondrial para o espaço intermembranas (entre membrana interna e externa). Esse processo cria, através da membrana mitocondrial interna, um gradiente elétrico (com cargas mais positivas no lado externo da membrana do que no lado interno – em contato com a matriz) e um gradiente de pH (o meio, no lado de fora da membrana, está em um pH mais baixo do que no lado interno). A HIPÓTESE QUIMIOSMÓTICA 1. A bomba de prótons A energia gerada por esse gradiente de prótons é suficiente para impulsionar a síntese de ATP. O gradiente de prótons funciona como o intermediário comum que acopla a oxidação à fosforilação. A HIPÓTESE QUIMIOSMÓTICA 2. A ATP-sintase O complexo enzimático ATP-sintase (complexo V) sintetiza ATP, utilizando a energia do gradiente de prótons gerado pela cadeia transportadora de elétrons. A hipótese quimiosmótica propõe que, após os prótons serem transferidos para o lado citosólico da membrana mitocondrial interna, eles retornam à matriz mitocondrial passando através de um canal no complexo ATP-sintase, resultando então na síntese de ATP a partir de ADP + Pi e, ao mesmo tempo, dissipando os gradientes elétrico e de pH. SÍNTESE DE ATP – HIPÓTESE QUIMIOSMÓTICA respiração celular