GÊNEROS TEXTUAIS: SUA IMPORTÂNCIA NO DESENVOLVIMENTO DAS COMPETÊNCIAS METAGENÉRICAS Gasparina Ferreira Lima de Souza1 Universidade Federal do Tocantins- UFT [email protected] Maria do Socorro de Oliveira2 Universidade Federal do Tocantins- UFT [email protected] Rita de Cássia Castro Vidal3 Universidade Federal do Tocantins- UFT [email protected] Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior- CAPES Resumo Apresentamos de forma sucinta as discussões e resultados de um longo trabalho realizado pelo grupo de bolsistas PIBID, na escola Walfredo Campos Maia, fruto de um projeto que fora pensado de modo a suprir algumas das maiores necessidades e dificuldades em leitura e escrita: a produção textual com ênfase nos gêneros, de forma clara, concisa e lúdica de modo que ficasse claro às crianças do que se trata e para que serve o que escreve. Durante os meses de trabalho, procedemos primeiramente com bilhetes, seguido de outros gêneros como carta e história em quadrinho. Buscamos fundamentar a estrutura composicional de cada gênero bem como as funções através de conceitos. Dessa maneira, ao conhecer sobre as variedades textuais os alunos produziram uma diversidade de textos, entre eles um gibi. Palavras-chave: Gêneros textuais. Aprendizagem. Interações comunicativas. Introdução Os gêneros textuais são práticas comunicativas estritamente relacionadas com a utilização da língua que advém das próprias práticas sociais refletindo na interação dos sujeitos sendo, deste modo, tão variados quanto as esferas da atividade humana. 1 2 3 Graduanda do curso de pedagogia, bolsista PIBID. Graduanda do curso de pedagogia, bolsista PIBID. Graduanda do curso de pedagogia, bolsista PIBID. Ao longo da vida lidamos com diversos modelos de produções escritas e orais as quais nos dão subsídio para escolher adequadamente a forma discursiva nas situações comunicativas em que participamos nos diferentes âmbitos sociais, isso significa dizer que desenvolvemos uma competência metagenérica a qual nos permite caracterizar os gêneros textuais, seus estilos e funções bem como seu plano composicional (KOCH, 2010) para que desenvolvamos uma coerência no nosso fazer escrito ou nas interações face a face, isto é, que de acordo com as situações vividas possamos sem compreendidos. Assim sabemos que não podemos contar piadas em velório ou defender uma tese numa mesa de bar. Como já dito, os gêneros são modelos flexíveis passíveis de alterações ao longo do tempo, são também multifacetados posto que contêm um texto dentro do outro, o que chamamos de intertextualidade, como também é marcante a presença de outros elementos como figuras de linguagem que dão nova vida ao texto, recursos visuais e sonoros a exemplo de figuras, fotos, onomatopeias, ressonância etc. O domínio da ação comunicativa se dá através da apropriação das aptidões necessárias para a produção de um gênero textual. Assim, tanto quem educa quanto quem aprende, se tornam realmente usuários e donos da própria língua porque produzem significados em suas ações. A maestria textual acontece por meio do fazer planejado e pensado, requer tempo e treino isto porque construir conhecimento necessita de minúcias e é por meio da investigação destas que se dá a concretude do poder de atuação aos sujeitos sociais que se enxergam como todo e parte dele, podendo agir e sofrer influências dos outros. Deste modo os gêneros textuais são atitudes concretas frente à sociedade, são as nossas ideias palpáveis e ordenadas, modelos mentais tipológicos que nos permitem argumentar. Metodologia Para atender aos objetivos do Projeto, traçamos os seguintes caminhos: Partimos do mais simples para o complexo,assim o trabalho se iniciou com o gênero bilhete, cuja proposta estava em ver que a simplicidade também requer estruturas complexas de raciocínio. Deste modo, apresentamos exemplos de bilhetes de várias temáticas, analisando de que eram compostas suas partes, partindo a seguir para a produção de uma oficina de bilhetes. Em seguida, o gênero carta foi abordado, e neste analisamos desde os elementos do envelope até a estrutura da carta em si. Vários exercícios foram realizados de acordo com os limites e potencialidades de cada grupo bem como considerando as dificuldades e necessidades individuais, desta forma, concluímos produzindo cartas que pudessem ser realmente enviadas. Outro gênero abordado foi histórias em quadrinhos, os quais requereram maior etapa de desenvolvimento, pois se deu início com os fundamentos estruturais bem como suas funções, abordando uma variedade de HQs para que os educandos visualizassem a estrutura, a composição, os elementos comuns e sua utilidade. Em seguida apresentamos os autores com os quais trabalharíamos e suas respectivas obras, abordando a biografia dos mesmos e o contexto histórico em que produziram seus quadrinhos. Para o primeiro momento, destacamos três autores: Maurício de Sousa, Bill Watterson e Joaquim Salvador Lavado (Quino), e suas respectivas obras: Turma da Mônica, Calvin e Hobbes e Mafalda. Esses autores foram escolhidos primeiro pela sua popularidade e segundo por possuírem um caráter muito crítico em suas obras além de valorizarem as crianças enquanto seres produtores de cultura e conhecimento, posto que suas personagens principais sejam crianças entre seis e oito anos de idade. Elencou-se esse gênero para se trabalhar pela sua dinâmica na junção de imagens e palavras, o que atrai de maneira significativa os leitores, sendo deste modo, um eficiente auxílio no desenvolvimento do hábito da leitura, da ampliação do vocabulário e de informações. Sendo assim, se buscou analisar nos quadrinhos suas características multimodais, ou seja, imagem, texto, cores, figuras geométricas entre outros elementos. Deste modo, se propôs para os primeiros quadrinhos a análise desses recursos através da observação e descrição tanto objetiva quanto subjetiva do espaço, das personagens das ações, das cores, dos elementos gráficos, das formas geométricas, dos balões utilizados, da necessidade ou não de texto e etc. Seguido da apresentação de tirinhas sem fala nos balões para que fossem criadas frases de acordo com a situação e necessidade dos quadrinhos. No decorrer das atividades, abordamos várias tirinhas do mesmo autor, fizemos a leitura seguida de discussão da temática, da estrutura e do plano composicional da HQ, dos diversos tipos de balões e seus significados assim como das onomatopeias, das letras, das expressões faciais, para que as crianças se apropriassem desse gênero e de sua linguagem, dando base para a construção de seu próprio quadrinho. O último momento do trabalho com este gênero, culminou com a construção de uma história em quadrinho, partindo de um roteiro: o que se quer falar, o que vai conter, a quantidade de quadrinhos, assunto, personagens, desenhos enfim, como seria composta a HQ. Assim, cada grupo de trabalho, que eram cinco no total, contendo no máximo sete alunos, produziu seu gibi com quadrinhos individuais. Resultados e discussão Diante do proposto no plano, podemos inferir que dentro do que fora almejado nos objetivos, o grupo conseguiu atingir a meta desejada, cujos principais focos estavam em promover a compreensão dos gêneros textuais proporcionando a real utilização destes nas interações comunicativas diversas, quer orais ou escritas, incentivando desta forma também o interesse pela pesquisa. No decorrer do processo, a produção escrita tivera um importante papel de formação concernente à utilização concreta do que fora discutido em sala,assim,ao fim do projeto, tivemos uma coletânea de textos em várias modalidades de gêneros textuais, o que nos permitira realizar a exposição das produções para as instituições vinculadas ao PIBID: Escola Walfredo Campos Maia e Universidade Federal do Tocantins. Conclusão Diante de tudo o que fora descrito, percebe-se que o trabalho com gêneros textuais se destaca pela riqueza e liberdade de seu uso, os quais propiciam momentos de prazer e criatividade, isto não só através do domínio dos elementos essenciais inerentes a cada gênero, mas pela utilização da ludicidade enquanto ferramenta e metodologia facilitadora da aprendizagem, desta forma instigando o gosto pela leitura e escrita sem pressões ou cobranças abusivas, posto que as atividades se traduzem em problematizações do cotidiano e levam a refletir sobre a vida assim como nossas ações diante da mesma. Portanto o projeto foi desenvolvido com o intuito de realizar um trabalho prazeroso de modo a envolver as crianças no mundo encantado da nossa língua e das artes, passeando pelos meandros destas, contextualizadamente, abordando diversos tipos de textos entre outros modos de comunicação escritos ou não, tendo em vista os fatores mais importantes: o desenvolvimento cognitivo-afetivo e a promoção da autonomia dos nossos educandos. Referência bibliográfica citada KOCH, Ingedore Villaça. Ler e escrever: estratégias de produção textual. 2. Ed. – São Paulo: Contexto, 2010.