03 2010 “Estudo: mais de 90% das empresas / organizações com Trabalhadores com Deficiências ou Incapacidade consideram praticar uma plena igualdade de oportunidades” DESTAQUES Carta Social Processo de Actualização 2009 Estudo O Serviço de Apoio Domiciliário (SAD) e a Promoção da Autonomia dos Idosos no seu Meio Habitual de Vida Estudo O Emprego das Pessoas com Deficiências ou Incapacidade: a Perspectiva das Empresas As particularidades do contexto socioeconómico português na gestão da vida familiar e da actividade profissional Carta Social FOLHAINFORMATIVA Mais informação sobre a Rede de Serviços e Equipamentos Nota introdutória Na linha de informação que vem sendo seguida, o presente número da Folha Informativa pretende dar a conhecer os desenvolvimentos recentes do novo modelo de actualização da Carta Social e ao mesmo Carta Social Folha Informativa n.º 3, Janeiro 2010 tempo apresentar a dinâmica e os resultados das diferentes iniciativas com a participação do GEP em matéria de acção social e na área das pessoas com deficiências ou incapacidade em contexto de trabalho, nas vertentes dos estudos, planeamento e apoio à tomada de decisão. w w w. c a r t a s o c i a l . p t Gabinete de Estratégia e Planeamento Carta Social - O processo de actualização 2009 A actualização da Carta Social via Internet foi concluída com elevado nível de adesão, tendo 4 em cada 5 instituições (aproximadamente 82%) efectuado a actualização por esta via, o que traduz o empenho e a colaboração das entidades neste projecto. Prevê-se a disponibilização dos primeiros resultados no mês de Abril de 2010. Estudo O GEP concluiu recentemente um estudo que se traduz numa reflexão abrangente sobre a problemática multidimensional inerente à população idosa, correlacionando a construção social da velhice, as teorias do envelhecimento e o papel da família e da solidariedade intergeracional com o princípio de manutenção do idoso no seu domicílio, destacando a importância do apoio domiciliário na promoção da autonomia e da qualidade de vida dos idosos. O Serviço de Apoio Domiciliário (SAD) e a Promoção da Autonomia dos Idosos no seu Meio Habitual de Vida O estudo colocou em evidência a importância da família e das relações intergeracionais, não só como apoio às necessidades físicas e instrumentais do idoso, mas também como garante do seu equilíbrio emocional. O SAD foi apresentado como uma resposta social que, para além de assegurar a satisfação das necessidades básicas e instrumentais do quotidiano do idoso, permite também um maior exercício da sua cidadania, conferindo a possibilidade deste se tornar sujeito das suas próprias escolhas, no seu meio habitual de vida. Da análise dos dados da Carta Social, ressalta um crescimento acentuado de 2000 a 2008 do número de serviços de apoio domiciliário, com maior repercussão na rede solidária. Ao crescimento do número de respostas sociais correspondeu também um aumento da capacidade instalada, do número de utentes, bem como dos que beneficiam de acordo de cooperação. O estudo apurou que em 2008 a grande maioria dos SAD funcionava todos os dias, sem pausas ao longo da semana e não encerrava para férias, situação que poderá configurar uma adaptação do período de funcionamento deste serviço às necessidades dos utentes. De uma maneira geral e de acordo com um inquérito realizado anteriormente aos utentes desta resposta social, também a adequação e qualidade dos serviços prestados pelos SAD foi avaliada como boa ou muito boa. Os utentes mostraram-se igualmente satisfeitos com a mensalidade paga e com a qualidade e quantidade da alimentação fornecida. O Serviço de Apoio Domiciliário é actualmente a valência para idosos mais representativa em Portugal, tendo vindo a registar uma permanente expansão. 2| 3| Evolução 2000 - 2008 do número de SAD por natureza jurídica Fonte: GEP, Carta Social 2 400 Evolução 2000, 2005, 2008 do período de funcionamento do SAD Fonte: GEP, Carta Social 2008 2 300 Anos Nº de respostas sociais Carta Social | Folha Informativa n.º 3, Janeiro 2010 | www.cartasocial.pt | Gabinete de Estratégia e Planeamento 2 3 2 200 2005 2 100 2000 2 000 2005 2006 Rede Lucrativa Rede Pública 2007 Rede Solidária 2008 0% 20% 40% Dias Úteis Dias Úteis+Sábado 60% 80% Todos os Dias 100% Carta Social | Folha Informativa n.º 3, Janeiro 2010 | www.cartasocial.pt | Gabinete de Estratégia e Planeamento 3 4 Estudo: O Emprego das Pessoas com Deficiências ou Incapacidade: a Perspectiva das Empresas O GEP tem em curso um estudo sobre “O Emprego das Pessoas com Deficiências ou Incapacidade” tendo já recolhido a informação relativa à perspectiva das empresas. Não sabe/Não responde 10,4% Satisfeito 66,3% 4| Muito satisfeito 23,3% A grande maioria das entidades empregadoras considera-se satisfeita ou muito satisfeita com o desempenho profissional dos trabalhadores com deficiências ou incapacidade. Os TCDI são igualmente considerados profissionais empenhados, motivados, assíduos e com muita “força de vontade”. Na generalidade das situações o processo de integração dos TCDI na empresa/organização decorreu sem quaisquer problemas. Grau de satisfação com o desempenho profissional dos TCDI Fonte GEP/Marktest 2009 8,4% Esta investigação foi desenvolvida com base na aplicação de um inquérito a uma amostra nacional e representativa, composta por 202 grandes empresas/organizações com pessoas com deficiências ou incapacidade ao serviço. Cerca de 90% das empresas/organizações alegam praticar uma verdadeira e plena igualdade de oportunidades ao nível interno, considerando que os TCDI têm sido promovidos tantas vezes quanto os outros. Sim 0,5% De acordo com o trabalho desenvolvido, constatou-se um desequilíbrio de género na caracterização dos Trabalhadores com Deficiências ou Incapacidade (TCDI) ao serviço nas organizações, sendo o género masculino significativamente superior ao feminino. A investigação comprovou ainda que em 16,3% dos casos, a deficiência ou incapacidade resultou de doença ou de acidente de trabalho. Os TCDI têm geralmente habilitações e qualificações baixas, mas a grande maioria celebrou um contracto de trabalho permanente, facto que aponta para a relativa estabilidade no emprego. Não Não sabe/Não responde O GEP conta apresentar ainda durante o ano de 2010 um desenvolvimento mais detalhado sobre esta temática que incluirá também a perspectiva dos colaboradores com deficiência. 6| Progressão na carreira dos TCDI Fonte GEP/Marktest 2009 Têm sido promovidos tantas vezes como os outros 18,3% Têm sido promovidos menos vezes que os outros 5,0% 91,1% 1,0% 5| Existência de uma verdadeira e plena igualdade de oportunidades Não têm sido promovidos 75,7% Não sabe/Não responde Fonte GEP/Marktest 2009 As particularidades do contexto socioeconómico português na gestão da vida familiar e da actividade profissional A realidade da última metade do século XX confrontou-nos com o facto das mulheres terem vindo a ganhar peso crescente na área profissional, aumentando em muito a sua participação na população activa. No nosso país a participação feminina no mercado de trabalho atinge já os 62 % segundo dados da OCDE para 2007, estando cinco pontos percentuais acima da média dos países membros desta organização e muito próximo dos valores dos países nórdicos. Refira-se, para além disso, que este nível de emprego 4 3 é constituído, na maior parte dos casos, por trabalho a tempo inteiro ligado à área dos serviços , visto que a proporção de trabalho a tempo parcial no conjunto do trabalho total tem uma representação em Portugal ainda muito aquém dos restantes membros da OCDE. Estas observações decorrem do âmbito de uma análise desenvolvida pelo GEP que também retrata as interligações entre o trabalho, as estruturas familiares e os padrões de uso do tempo no actual contexto de mudança que vivemos. Desta análise verificou-se no entanto, que o relativo igualitarismo em relação à participação feminina no mercado de trabalho, não tem imediatamente reflexos na diminuição do trabalho não pago feminino e a respectiva aproximação da participação dos homens. Segundo conclusões do estudo do International Social Survey Programme, o desequilíbrio entre os dois géneros quanto ao número de horas gastas no trabalho doméstico reflecte-se numa maior dificuldade da mulher na gestão da actividade profissional devido às responsabilidades domésticas, nomeadamente no apoio prestado a familiares dependentes, situação que actualmente tem assumido especial importância e que espelha também o envelhecimento da população a que temos assistimos. 7| Taxas de emprego e emprego a tempo parcial por género Países Taxa de emprego (%) 8| Pessoas a cargo nos agregados familiares Taxa de emprego a tempo parcial* (%) Homens Mulheres Homens Mulheres Portugal 73,9 61,9 6,3 14,3 Espanha 77,4 55,5 3,8 20,9 Itália 70,7 46,6 5,4 29,9 Grécia 74,9 48,1 4,1 13,6 França 69,1 59,8 5.0 23,1 Alemanha 74,8 62,9 7,9 39,2 Dinamarca 81,3 73,3 12,4 23,9 Suécia 78,0 73,2 9,5 19,7 Noruega 79,7 74,0 10,5 31,6 UE-15 74,0 59,1 7,2 31,7 OCDE 75,9 57,4 7,5 25,3 Tipologia das famílias segundo o grupo etário das pessoas a cargo Famílias com pessoas menores de 15 anos a cargo 31,3 Famílias sem pessoas menores de 15 anos a cargo 68,7 Famílias com pessoas de 65 ou + anos a cargo 32,3 Famílias sem pessoas de 65 ou + anos a cargo 67,7 Fonte: Dados referentes a 2007, Employment Outlook 2008, pp. 337, 338, 351 Notas: * Proporção de trabalho a tempo parcial no emprego total Fonte: INE, Censos 2001 Consulte a Carta Social FICHA TÉCNICA TÍTULO: Carta Social - Folha Informativa n.º 3 - Janeiro 2010 EDITOR: Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) AUTOR: Equipa de Políticas de Segurança Social (EPSS) DESIGN GRÁFICO: Etnaga - Cons. Sist. Informação PERIODIOCIDADE: Trimestral ISSN: 1747-3434 Gabinete de Estratégia e Planeamento Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social Rua Castilho, n.º 24 Tel. 21 311 49 00 1250-069, Lisboa Fax 21 311 49 80 E-mail: [email protected] www.cartasocial.pt % de famílias