ECONOMIA AGRÁRIA
Sinopse das aulas
Versão Provisória
O sector agrícola
Estruturas, recursos e resultados
económicos: alguns conceitos
1
O sector agrícola
A agricultura e o complexo agroflorestal: alguns conceitos
O complexo agro-florestal
„
O conjunto formado pelas actividades
económicas de produção e transformação de
produtos agrícolas e florestais é designado
por Complexo Agro-florestal (CAF).
2
Complexo Agro-florestal
„
„
„
„
„
O CAF integra quatro sectores de actividade
económica:
Agricultura
Silvicultura
Indústrias Agro-Alimentares(IAA)
Indústrias Florestais (IF)
O CAF na Economia
„
„
„
O peso de cada um dos sectores no CAF é
medido através de dois indicadores:
% do Valor Acrescentado Bruto a preços de
mercado;
% do Emprego Total
3
Ramos das Contas Económicas que
integram o CAF
„
„
Agricultura: Ramo 1-Agricultura e Caça;
Silvicultura: Ramo 2- Silvicultura e
Explorações Florestais;
Ramos das Contas Económicas que
integram o CAF
„
Indústrias Agro-alimentares:
‰
‰
‰
‰
‰
‰
Ramo 17-Abate e conservas de carne
Ramo 18- Lacticínios
Ramo 20- Óleos e gorduras alimentares
Ramo 21- Produtos de cereais e leguminosas
Ramo 22- Outros produtos alimentares
Ramo 23- Bebidas
4
O complexo agro-florestal em Portugal
„
“ O conjunto das actividades que constituem
o CAF tem vindo a perder importância na
economia portuguesa, tanto na contribuição
para o produto como para o emprego. Este
facto é comum a todos os países
desenvolvidos. “ In Panorama da Agricultura
Portuguesa-2000 ( Ver Estatísticas
Europeias)
O CAF na economia Portuguesa
„
“ A tendência temporal decrescente
observada deve-se sobretudo às
componentes Agricultura e Silvicultura,
actividades que têm vindo a perder peso no
Produto e no Emprego de modo mais
acentuado do que as Indústrias agroalimentares e as Indústrias Florestais.” In
Panorama
5
VAB pm
Agrícola no VAB pm da Economia
1990
1995
1996
1997
1998
1999
2000
Preços Constantes de
1990
5.9
5.2
5.9
5.8
4.7
6.0
5.4
Preços Correntes
5.9
3.5
3.6
3.0
2.7
3.2
2.8
É a agricultura uma actividade de regiões
atrasadas?
„
O peso da Agricultura nas diferentes regiões
NUTS III variava entre 0.2% na Grande
Lisboa e 16.1% no Vale do Tejo.
6
Indicadores económicos
Medir a actividade económica do sector
Valorização do Produto
„
„
„
Preços correntes: preços médios praticados
em cada ano;
Preços constantes: preços de um ano
tomado como base para a análise das
evoluções em volume;
Preços base: preço no produtor+ subsídios
ligados à produção-impostos sobre a
produção excepto IVA e impostos sobre
importação
7
Valorização do produto
„
„
„
Os preços correntes podem ser:
Nominais: valores em cada ano;
Reais: valores deflacionados pelo indíce
geral de preços;
Revisão da teoria dos índices
„
„
„
Índice de Laspeyres;
Índice de Paasche;
Outros
8
Indicadores do peso da agricultura na
economia
„
„
VAL a preços no produtor em % do PIB;
População Activa Agrícola em % da
População activa Total
Cálculo da Produção do Ramo Agrícola
„
„
„
„
„
„
„
„
Produção Vegetal a preços do produtor
+Subsídios aos Produtos Vegetais líquidos de
impostos
+Produção Animal a preços do produtor
+Subsídios aos Produtos Animais líquidos de
impostos
= Produção de Bens Agrícolas a preços base
+ Produção de Serviços Agrícolas
+ Produção de actividades não separáveis da
agricultura
= Produção do Ramo Agrícola a preços base
9
Valor Acrescentado Bruto
„
O Valor Acrescentado Bruto a preços no
produtor, corresponde ao chamado VAB a
preços de mercado (VAB pm).
Cálculo do Valor Acrescentado Líquido
„
„
„
„
„
Produção do Ramo Agrícola….1,264,829
- Consumos Intermédios………...583,960
= Valor Acrescentado Bruto……..680,869
- Consumo de Capital Fixo……...146,319
= Valor Acrescentado Líquido…...534,550
10
VAL a custo de factores
„
O rendimento dos factores corresponde ao
Valor Acrescentado Líquido a custo de
factores.
Cálculo do Rendimento dos Factores
„
„
„
„
Valor Acrescentado Líquido a preços Base
- Subsídios à produção
+ Impostos
= Valor Acrescentado Líquido a custo de
factores
11
Cálculo do Rendimento Empresarial
Líquido
„
„
„
„
„
„
„
„
Valor Acrescentado Líquido….......534,550
+ Outros Subsídios à Produção……29,863
- Outros Impostos à Produção……….2,648
= Remuneração dos factores……..561,765
- Remuneração dos assalariados...112,213
- Juros Pagos…………………………40,631
- Rendas Pagas………………………12,384
= Rendimento Empresarial Líquido.396,537
Indicadores de rendimento agrícola
„
„
„
Rendimento dos factores por Unidade de
trabalho ano(UTA) agrícola
Rendimento Empresarial Líquido a preços
reais por UTA não assalariado
Rendimento Empresarial Líquido a preços
reais
12
Indicadores de produtividade
„
„
Produtividade do Trabalho : VAB/UTA
Produtividade da Terra: VAB/SAU
Indicadores Estruturais
„
„
„
Superfície Agrícola Média: SAU/Exploração
Emprego Agrícola Médio: UTA/Exploração
SAU/UTA
13
Conceito de Unidade Trabalho Ano
„
Define-se como a actividade de uma pessoa
ocupada com trabalhos agrícolas a tempo
completo (8 horas/dia) durante a totalidade
dos dias úteis do ano (275 dias/ano), o que
significa que 1 UTA=2200 horas/ano.
Estruturas do sector agrícola
Produção agrícola
14
Estruturas da produção agrícola
„
Os elementos que constituem a Estrutura
Agrária de uma região ou país correspondem
ao conjunto das características sócioestruturais e técnico-económicas das
empresas agrícolas que nela se localizam.
Estruturas da produção agrícola
„
Empresa agrícola: uma unidade técnicoeconómica no âmbito da qual se procede à
aplicação de recursos factores de produção)
sob a direcção de um único centro de
decisão (empresário) e orientada para o
desenvolvimento de actividades agrícolas e
rurais ( turismo rural, artesanato, aluguer de
equipamento, transformação de produtos).
15
Estruturas da produção
„
„
„
„
„
Exploração Agrícola: é uma unidade técnico
económica que utiliza mão de obra e factores
de produção próprios e que deve satisfazer
as quatro condições seguintes
Produzir um ou mais produtos agrícolas;
Atingir uma certa dimensão mínima;
Estar sujeita a gestão única;
Localização determinada e identificável.
Tipos de exploração agrícola
„
„
Explorações agrícolas de tipo familiar: têm
como objectivo a manutenção e mehoria das
condições de vida do agregado familiar,
cujos membros asseguram o seu normal
funcionamento;
Explorações agrícolas de tipo empresarial:
têm como objectivo prioritário assegurar lucro
máximo.
16
Natureza jurídica das explorações agrícolas
„
„
„
„
Explorações de produtores singulares
Sociedade de agricultura de grupo, por
quotas, anónimas;
Baldios(terrenos possuídos e geridos por
uma comunidade local);
Empresas públicas
Formas de exploração
„
„
„
„
„
Conta própria: Terra é propriedade do
produtor agrícola;
Arrendamento fixo
Arrendamento de campanha;
Arrendamento de parceria;
Outras formas
17
Dimensão económica das explorações
„
„
A dimensão das explorações pode ser
calculada em termos físicos ou económicos;
A dimensão económica de cada exploração é
dada pela soma das Margens Brutas Padrão
das suas produções/culturas, sendo
expresas em unidades de dimensão
económica(UDE cujo valor unotário é de
1200 Euros.
Conceito de Margem Bruta Padrão
„
A margem bruta padrão de cada produção ou
cultura obtém-se pela diferença entre os
respectivos valores de produção e os custos
específicos.
18
Dispersão das explorações agrícolas
„
A dispersão resulta das explorações não
funcionarem como um corpo único estando
divididas em blocos, parcelas de terra
pertencentes à exploração que se encontram
separadas umas das outras por obstáculos
físicos naturais ou artificiais. É usualmente
caracterizada pelas seguintes variáveis: nº
de blocos, área dos blocos, distância ao
assento de lavoura, acesso dos blocos.
Orientação técnico-económica das
explorações
„
A classificação em orientações técnicoeconómicas depende das Margens Brutas
Padrão das diferentes produções agrícolas.
O enquadramento numa OTE presupôe que
existem produções dominantes, com mais de
75% da MBP total.
19
Trabalho
„
O trabalho desenvolvido nas explorações é
classificado como proveniente da mão de
obra familiar e da mão de obra assalariada.
População agrícola familiar
„
„
„
A população agrícola familiar abrange todas as
pessoas que residem na exploração e/ou fazem
parte do agregado familiar do produtor.
O critério principal é a residência na exploração
incluindo todos os membros do agregado quer
trabalhem ou não na exploração
Inclui ainda outros membros da família do produtor
que participem regularmente nos trabalhos
agrícolas da exploração.
20
Mão de obra assalariada
„
„
„
Dirigente da exploração
Assalariados permanentes
Assalariados eventuais
Problemas de medição da mão de obra
agrícola
„
Face à diversidade dos conceitos e à
dificuldade de comparar estas variáveis com
o trabalho, mão de obra, de outros sectores
económicos adoptou-se o conceito de
Unidade de Trabalho Ano ( UTA) que é
equivalente a 2200/horas de trabalho
permitindo converter a mão de obra familiar e
assalariada numa variável estandardizada.
21
Terra
„
„
„
„
Superfície agrícola utilizada
Matos e florestas sem culturas sob-coberto
Superfície agrícola não utilizada
Outras superfícies ( área social, áreas
improdutivas)
Capital
„
„
Capital fundiário: terras e águas naturais
mais benfeitorias;
Capital da exploração: capital fixo vivo,
capital fixo inanimado, capital circulante
22
Capital fundiário
„
Corresponde à propriedade rústica
constituída por um ou mais prédios rústicos,
englobando a terra e tudo o que nela se
encontra incorporado com características de
permanência, dele não se podendo separar
sem afectar a actividade produtiva da
exploração.
Síntese dos elementos que descrevem a
estrutura agrária em Portugal Continental
„
„
„
„
„
„
382 mil explorações
3,736,140 Ha de S.A.U.
1,927,165 Ha de Superfície Florestal
1,746,853 Ha de Terras aráveis
1,284,056 Ha de Prados e Pastagens
Permanentes
705,232 Ha de Culturas Permanentes
23
Estrutura Agrária
Portugal Continental
População e mão de obra agrícolas
„
„
„
„
„
1,123,418 pessoas vivem em explorações
agrícolas
945,754 são mão de obra familiar
56,726 são mão de obra não familiar
UTA familiares: 408,197
UTA não familiares: 93,142
24
Exploração Média Agrícola
„
„
„
9,8 Ha de S.A.U.
1,3 UTA
1560 contos de MBP
Distribuição à volta da média
„
„
„
„
80% das explorações encontram-se abaixo
da média;
0.18% das explorações encontram-se na
média;
1.5% das explorações (5736 expl.) detêm
54% da S.A.U.
7% das explorações com maior dimensão
económica geram 60% da Margem Bruta
25
Caracterização das explorações agrícolas
„
„
“ Para caracterizar as explorações agrícolas portuguesas é
necessário efectuar partições sobre o tecido agrícola pois a
descrição do conjunto através da utilização de instrumentos
clássicos de estatística descritiva conduz a visões parciais e
redutoras, nomeadamente situações médias inexistentes ou
muito pouco frequentes. …..
Nas partições a efectuar sobre o tecido agrícola dever-se-á ter
em conta as diversas funções da agricultura portuguesa, que
podem ser classificadas em três vectores principais: no primeiro
a produção de bens alimentares e outras matérias-primas; no
segundo , a gestão e o ordenamento do território, a preservação
do ambiente e da paisagem; no terceiro, a promoção do
emprego e a distribuição do rendimento, contribuindo para a
coesão social.” In Panorama pp. 27-28
A diversidade do território
„
„
„
„
Características físicas:
Precipitação, que varia desde menos de 400
ml até mais de 2000 ml anuais;
Insolação, que varia desde menos de 2000
horas até mais de 3000 horas médias anuais;
Altimetria, que varia de menos de 100 m até
mais de 1400 m
26
Água e Fertilidade do solo
„
„
„
„
Água e Fertilidade são dois dos principais
factores diferenciadores pela sua influência
directa na produtividade da terra;
Dois indicadores desses factores são:
Peso da SAL irrigada;
Peso da Sal mais extensiva.
Utilização da Terra Arável
„
„
„
„
„
386,667 Ha de culturas forrageiras
216,873 Ha de trigo
154,582 Ha de milho
211,280 Ha de outros cereais
562, 646 Ha de Pousio
27
Culturas Permanentes
„
„
„
„
„
„
335,082 Ha de olival
116,428 Ha de Vinha vqprd
95, 393 Ha de outros vinhos
52,342 Ha de Frutos Frescos
22,428 Ha de citrinos
80,821 Ha de Frutos Secos
Efectivo Animal
„
„
„
„
872,144 CN de Bovinos
579,978 CN de Suínos
478,407 CN de Aves
291,772 CN de Ovinos
28
Produtividade da Terra por Região
Produtividade da Terra por Região em contos/Ha
EDM
BL
TM
BI
RO
ALT
ALG
Total
MP
364
258
120
103
231
48
142
157
P
431
389
145
91
374
52
249
166
M
449
536
190
71
466
43
378
141
G
481
1258
269
64
396
58
602
145
Total Family Labour Force
1000 Persons
EU (15 countries)
Belgium
1990
1993
1995
1997
2000
:
:
14258.87
13708.53
12218.60
2003
:
133.9
123.16
112.69
105.58
95.01
86.08
72.9
Denmark
119.48
114.75
103.24
92.6
84.27
Germany
1372.14
1269.22
1147.07
1038.15
940.81
:
Estonia
:
:
:
:
:
78
Greece
1537.83
1767.32
1557.46
1587.42
1420.79
:
Spain
2707.35
2429.99
2384.79
2328.35
2253.71
2128.58
France
1691.44
1442.97
1337.34
1228.27
857.62
812.82
Ireland
299.29
305.02
277.89
268
243.6
234.37
5197.21
4689.55
4695.58
4534.5
3888.22
3601.39
Latvia
:
:
:
:
254
231.66
Lithuania
:
:
:
:
:
512.14
8.73
7.27
6.64
6.14
5.84
5.11
:
:
:
:
:
1357.01
Italy
Luxembourg
Hungary
Malta
:
:
:
:
:
17.32
238.34
228.37
212.76
214.54
193.82
175.3
:
:
525.67
491.8
507.4
:
Portugal
1474.56
1197.91
1110.98
1009.99
1002.61
:
Slovenia
:
:
:
:
255.16
207.74
Slovakia
:
:
:
:
:
171.27
Finland
:
:
229.42
220.97
164.61
159.41
Sweden
:
:
134.98
143.26
132.82
119.48
461.18
462.4
422.37
438.96
427.47
499.1
:
:
:
:
169.6
:
Netherlands
Austria
United Kingdom
Norway
29
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Capítulo 1