31 SÁBADO, 2 DE MAIO DE 2015 A GAZETA Violência no Dia do Trabalho Na Turquia, a polícia dispersou com gás lacrimogêneo e jatos de água quase mil manifestantes na Praça Taksim de Istambul, em um 1º de Maio tenso. Ativistas defendiam direitos trabalhistas em uma era de austeridade. EDITOR-ASSISTENTE: RHAYAN LEMES [email protected] Tel.: 3321.8525 agazeta.com.br/mundo CRIME EM BALTIMORE PROMOTORA DIZ QUE GRAY FOI ASSASSINADO Seis policiais foram denunciados pela morte do jovem negro BALTIMORE Quatro dias após o início da série de protestos mais longa nos EUA desde os anos 1960, a promotora Marilyn Mosby afirmou que a morte do jovem negro Freddie Gray foi um homicídio. Os policiais Brian Rice, Alicia White, William Porter, Garrett Miller, Edward Nero e Caesar Goodson serão indiciados por crimes como homicídio, agressão, má conduta e negligência. Eles tiveram pedido de prisão emitido. “Os policiais responsáveis pela detenção de Freddie Gray não deram uma causa provável para a detenção de Gray. Ele foi ilegalmente apreendido. De qualquer maneira, deveriam cuidar de sua integridade. Mesmo informados de que ele estava ferido e precisava de cuidados médicos urgentes, nada foi feito”, declarou a promotora. Ele não respirava mais após o choque, e teve uma parada cardíaca. Foi uma grave negligência. REPRODUÇÃO — “Estou grato que protestos construtivos e pensativos tenham tomado conta. São chamados claros pela justiça” — BARACK OBAMA PRESIDENTE DOS EUA Outras acusações recaem sobre Caesar Goodson, o motorista da van. Ele foi considerado negligente em sua ação no comando do veículo, além de não ajustá-lo corretamente. Ele é acusado de homicídio com dolo eventual (segundo grau, de coração depravado, o que indica intenção de atentar contra a integridade). Já a sargentoAliciaWhiteviuo suspeito inconsciente, após ele pedir ajuda médica duas vezes. Seis policiais envolvidos na morte do jovem Freddie Gray foram denunciados Responsável pela investigação independente do caso, Mosby afirmou que houve paradas não relatadas em locais, além de outra detenção efetuada e alegações que não batiam entre os policiais. De acordo com a promotora, houve paradas em seis ocasiões. A autópsia comprovou que a lesão ocorreu por uma pancada dentro do carro. Mosby alegou que “ouviu os pedidos por justiça e paz”, e fez referência às origens familiares para agradecer pla diminuição na violência dos protestos. Negra, ela tem pais e avós policiais, e garantiu que a conduta dos seis policiais não pode ser “um retrato da corporação”. “Venho de cinco gerações de policiais, mas às vezes é necessário impedir certas ações, o que vale para qualquer um que tenha ou não tenha uma insígnia no peito”, disse ela à CNN. Barack Obama disse que “o que o povo de Baltimore mais quer é a verdade”. Para isso, ofereceu apoio logístico e afirmou que a nova secretária de Justiça, Loretta Lynch, está em contato com as autoridades locais. “Estou grato que protestos construtivos e pensativos tenham tomado conta. São chamados claros pela justiça. Quero que nosso sistema legal funcione do jeito ideal. Continuaremos trabalhando com nossos esforços instaurados pós-Ferguson. Queremos restaurar a confiança entre polícia e população, e dar ainda mais esforços para promover mais oportunidades para os jovens”, disse o presidente. SEMANSKY/AP População comemorou pronunciamento As declarações da promotora Marilyn Mosby foram recebidas com muita festa na comunidade local, e muitos consideraram inesparada a declaração rápida. A CNN flagrou, minutos após o anúncio, um buzinaço perto do tribunal local. “Me chamavam de patriota quando eu estava na Marinha, mas agora somos malditos bandidos?”, gritou um morador local em direção a policiais montando guarda, pedindo que os protestos não parem até o caso ser julgado e os policiais do caso Gray acabarem condenados. Graysofreuumapancada que resultou em uma lesão vertebral que o dei- xou em estado grave. Uma semana depois, morreu após uma cirurgia. Após seu funeral, na segunda-feira, manifestações, quebra-quebras e revoltas marcaram a cidade de Baltimore e outras, em crítica à discriminação racial aplicada pela polícia. Novos protestos continuaram na quinta-feira e ontem. Desta vez, menos de 300 pessoas se reuniram na cidade. A Guarda Nacional e policiais muncipais, estaduais e de outros locais dão apoio para conter os ânimos. Mais de 270 já foram presas desde o início das manifestações, que promoveram quebra-quebras e saques no início. Cidade vive série de protestos pela morte de jovem