UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA FLORESTAL
ESTUDO DA PAISAGEM DA FLORESTA NACIONAL
DE SÃO FRANCISCO DE PAULA, RS, BRASIL.
TESE DE DOUTORADO
Italo Filippi Teixeira
Santa Maria, RS, Brasil
2005.
ESTUDO DA PAISAGEM DA FLORESTA NACIONAL DE
SÃO FRANCISCO DE PAULA, RS, BRASIL.
por
Italo Filippi Teixeira
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, Área
de Concentração em Silvicultura, da Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM,RS), como requisito parcial para obtenção do grau de
Doutor em Engenharia Florestal.
Orientador: Prof. Dr. Solon Jonas Longhi
Santa Maria, RS, Brasil
2005
Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Ciências Rurais
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal
A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova a Tese de
Doutorado
ESTUDO DA PAISAGEM DA FLORESTA NACIONAL DE SÃO
FRANCISCO DE PAULA ,RS, BRASIL.
elaborada por
Italo Filippi Teixeira
Como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em Engenharia Florestal
COMISSÃO EXAMINADORA
Solon Jonas Longhi, Dr.
(Presidente/Orientador)
Luciano Farinha Watzlawick, Dr. (UNICENTRO)
Ivanor Müller, Dr. (UFSM)
Rudiney Soares Pereira, Dr. (UFSM)
Mauro Valdir Schumacher, Dr. (UFSM)
Santa Maria, 22 de julho de 2005.
AGRADECIMENTOS
À Deus pela minha existência e aos meus pais Múcio Dacorso Teixeira (in memorian)
e Irene Filippi Teixeira pela vida e educação como filho e homem.
À minha esposa Adriana e minha filha Caroline pelo amor, dedicação e compreensão
incondicionais em todos os momentos.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Sólon Jonas Longhi, pelo apoio, amizade e por acreditar
que a pesquisa possui um horizonte muito mais amplo que os simples números.
Ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, na pessoa do seu
coordenador, Prof. Dr. Paulo Renato Schneider, corpo docente e funcionários.
À direção da Floresta Nacional de São Francisco de Paula, na pessoa do Eng. Florestal
Arthur José Soligo.
Aos colegas e amigos que contribuíram com materiais ou “simplesmente” com a
amizade.
À CAPES pelo financiamento de meus estudos de doutoramento.
RESUMO
Tese de Doutorado
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal
Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil
ESTUDO DA PAISAGEM DA FLORESTA NACIONAL DE SÃO FRANCISCO DE
PAULA,RS, BRASIL.
Autor: Italo Filippi Teixeira
Orientador: Dr. Solon Jonas Longhi
Local e Data da Defesa: Santa Maria, 22 de julho de 2005.
A importância das paisagens brasileiras e o problema de sua destruição já são reconhecidos. Apesar disso, a
preocupação com o destino das paisagens é normalmente expressa pela população em termos emocionais e
subjetivos. As manifestações sobre a beleza paisagística pouco ajudam na elaboração e escolha de alternativas de
manejo. São necessários conceitos mais objetivos. Porém, a preocupação mundial com o desaparecimento das
paisagens valiosas resultou no desenvolvimento de novas técnicas para o manejo objetivo dos recursos
paisagísticos. Nos mesmos, utilizam-se princípios já largamente trabalhados nas áreas do paisagismo e
arquitetura paisagística. Mas procura-se, pela primeira vez, quantificar e comparar objetivamente as variáveis de
paisagens em grande escala. A Floresta Nacional (FLONA) de São Francisco de Paula, pertencente a União e
sob responsabilidade do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA), está localizada no Distrito de Rincão
dos Kröeff, município de São Francisco de Paula, RS. Faz parte da micro-região Campos de Cima da Serra, na
borda do Planalto, zona de transição entre Floresta Ombrófila Densa e Floresta Ombrófila Mista (Floresta com
Araucária), uma das 11 (onze) micro-regiões fisiográficas do Estado do Rio Grande do Sul. A FLONA de São
Francisco de Paula,RS, está localizada entre as coordenadas geográficas 29° 23’ e 29° 28’ de latitude sul e 50°
23’ e 50° 25’ de longitude oeste, na Serra Gaúcha, região Nordeste do Estado, a uma altitude média de 930 m. O
trabalho teve como objetivos identificar e quantificar as características do meio físico e atividades humanas que
compõem cada unidade visual; interpretar e valorar a medida de vivacidade de cada elemento visual em sua
unidade; analisar o efeito dinâmico da seqüência visual destas unidades e planificar a dinâmica das paisagens
para fins de ecoturismo na FLONA de São Francisco de Paula, RS. Foi utilizado como unidade amostral o
hexágono, com raio de 200m., distribuídos na forma de uma malha hexagonal, elaborada pelo Programa
Campeiro 1.0. Esta malha com 158 hexágonos, foi sobreposta sobre a carta de uso da terra, do mapa de
construções e land marks, mapa de insolação e mapa altimétrico da FLONA de São Francisco de Paula,RS.,
obtidos a partir da interpretação visual e digitalização em tela de imagem proveniente do Sensor Ikonos II, com
composição multiespectral e resolução de 4 m., empregando o Programa IDRISI 32. Os hexágonos foram
avaliados tanto à nível de laboratório como à campo , através de 22 variáveis, com escala de valoração de 1 a 5.
O resultado gerou uma matriz de dados, utilizada no Programa SPSS, onde se fez uso da Análise de Cluster e
Discriminante para determinar os agrupamentos dos hexágonos para formar as paisagens. Através da valoração
dos hexágonos também se determinou a vivacidade de cada um. Como resultado obteve-se cinco paisagens
denominadas de Araucária, Nativa, de Encosta, de Transição e Exótica. A Paisagem Nativa apresentou 100%
dos seus hexágonos na categoria de vivacidade muito alta, caracterizando-se como a mais pictórica da FLONA
de São Francisco de Paula,RS. Determinou-se também cinco rotas ou estradas cênicas para fins de ecoturismo,
turismo científico ou para fins de educação ambiental. Conclui-se que as variáveis que mais impactaram a
subjetividade e percepção do observador foram aquelas que mais influenciaram em termos de valoração. A
vivacidade está localizada em termos de potencial paisagístico e cênico na região do vale do rio Rolante,
concentrando-se basicamente na Paisagem Nativa e de Encosta e que para visualização dos elementos pictóricos,
os visitantes deverão percorrer a área no horário de 11 hs. até as 13 hs, utilizando a Rota 5.
Palavras-chave: Paisagem, Beleza Cênica, FLONA de São Francisco de Paula, Vivacidade, Ecoturismo.
ABSTRACT
Tese de Doutorado
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal
Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil
ESTUDO DA PAISAGEM DA FLORESTA NACIONAL DE SÃO FRANCISCO DE
PAULA,RS, BRASIL.
STUDY OF THE LANDSCAPE OF THE NATIONAL FOREST OF SÃO
FRANCISCO OF PAULA,RS, BRAZIL.
Author: Italo Filippi Teixeira
Advisor: Dr. Solon Jonas Longhi
Place and Date of the defense: Santa Maria, july 22, 2005.
The importance of Brazilian landscapes and the destruction problem are already known. Despite, the worry
expressed by the population with the landscapes destination is normally emotional and subjective. The
manifestations over the gardening beauty don’t help to elaborate and to choose management alternatives. More
objective concepts are necessary. But, the world worry about valuable landscapes disappearance resulted in new
techniques for the gardening resources development. In these techniques, principles well worked before are used
in gardening and gardening architecture. For the first time, we are trying to quantify and compare the landscape
variables. The National Forest of São Francisco de Paula (FLONA), belonging to Brazilian Government and
under responsibility of Environment Brazilian Institute (IBAMA), is located in Rincão dos Kröeff district, São
Francisco de Paula county, RS. It takes part from the micro-region Campos de Cima da Serra, in the border of
Planalto, transition zone between Floresta Ombrófila Densa and Floresta Ombrófila Mista (Forest with
Araucaria), one of the 11 (eleven) physiographic micro-region from Rio Grande do Sul state. FLONA is located
between the geographic coordinates 29° 23’ and 29° 28’of south latitude and 50° 23’and 50° 25’of west
longitude, in Serra Gaúcha, north-east region from the state, at an average altitude of 930 m. The study had as
objective to identify and quantify the physical environment and human activities characteristics that compose
each visual unit; to interpret and value the vivacity measure from each visual element in its unit; to analyze the
visual sequence of these dynamic effect of these units and plan the landscapes dynamic to ecotourism at
FLONA. As sample unit, it was used a hexagon, with 200 m of ray, distributed in a hexagonal mesh, elaborated
through Campeiro 1.0. Program. This mesh with 158 hexagons was overlapped over the land use card, building
maps and land marks, insulation map and altimetric map, obtained from the visual interpretation and
digitalization in screen image from Sensor Ikronos II, with multi-spectral composition and 4m. resolution, using
IDRISI 32 Program. The hexagons were evaluated at laboratory and at the field, through 22 variables, with a
scale from 1 to 5. The result generated a data matrix, used in SPSS Program, where Cluster and Discriminant
analyzes were done to determine the hexagons groups to form landscapes. Through hexagons valuation the
vivacity of each one was also determined. As result, 5 landscapes called Araucaria, native, hillside, transition and
exotic were obtained. The native landscape showed 100% from its hexagons in a high level of vivacity,
characterizing as the most pictorial from FLONA. Five scenic routs or roads were determined to ecotourism,
scientific tourism or environment education use. It is possible to conclude that the variables which impacted the
subjectivity and perception were the ones that most influenced due to valoration. The vivacity is located
(gardening and scenic potential) in the valley of Rolante river region, basically concentrated in Native and
hillside landscape and to visualize the pictorial elements, the visitors should visit the area from 11 a.m. to 1 p. m,
using Route 5.
Key words: Landscape, Scenic Beauty, São Francisco de Paula National Forest (FLONA), Vivacity,
Ecotourism.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1
Evolução dos elementos visuais das paisagens naturais.
55
FIGURA 2
Estrada cênica com as suas paisagens ou unidades visuais.
56
FIGURA 3
Localização do município de São Francisco de Paula e da Floresta Nacional de
São Francisco de Paula,RS.
76
FIGURA 4
Mapa da Floresta Nacional de São Francisco de Paula,RS, com os seus limites. 82
FIGURA 5
Carta de uso da terra da Floresta Nacional de São Francisco de Paula, RS.
FIGURA 6
Mapa da Floresta Nacional de São Francisco de Paula com a localização das
84
construções, mirante e cascata Bolo de noiva.
85
FIGURA 7
Grau de bifurcação pequena, mediana e alta, respectivamente.
89
FIGURA 8
Extensão até 25%, até 80% e acima de 80%, respectivamente, da área do
hexágono cruzada por curso d’água.
FIGURA 9
89
Mapa de insolação no período das 11 às 13 horas da Floresta Nacional de São
Francisco de Paula, RS.
90
FIGURA 10
Posições relativas que o observador poderá ocupar na análise dos hexágonos.
92
FIGURA 11
Carta hipsométrica da Floresta Nacional de São Francisco de Paula,RS.
93
FIGURA 12
Mapa com o centro dos 158 hexágonos inventariados na área da FLONA de
São Francisco de Paula, RS.
FIGURA 13
Dendrograma com o agrupamento dos 158 hexágonos e suas respectivas
paisagens.
FIGURA 14
101
Mapa das cinco paisagens que constituem a FLONA de São Francisco de
Paula, RS.
FIGURA 15
96
105
Foto do Hexágono n° 85, direção oeste, 16 hs 30 min, 23/06/2004,
demonstrando a densidade do sub-bosque da Paisagem Araucária, da FLONA
de São Francisco de Paula, RS.
FIGURA 16
Relação vegetação/água no Hexágono n° 68, direção oeste, 16 hs, 23/06/2004,
da Paisagem Araucária, da FLONA de São Francisco de Paula, RS.
FIGURA 17
109
Análise da variável fundo cênico demonstrando o item contra a vegetação, na
110
Paisagem Araucária, da FLONA de São Francisco de Paula,RS.
FIGURA 18
111
Estrada existente na Paisagem Nativa, da FLONA de São Francisco de
Paula,RS.
114
FIGURA 19
Aspectos da sede da FLONA de São Francisco de Paula,RS.
116
FIGURA 20
Estrada entre vegetação nativa e implantada, na Paisagem de Transição, na
área da FLONA de São Francisco de Paula,RS.
FIGURA 21
Lago existente no Hexágono n° 81 da Paisagem de Transição, próxima a sede
da FLONA de São Francisco de Paula,RS.
FIGURA 22
119
Área de essências exóticas sem presença de sub-bosque na Paisagem de
Transição, da FLONA de São Francisco de Paula,RS.
FIGURA 24
117
Sub-bosque da Paisagem de Transição, da FLONA de São Francisco de
Paula,RS.
FIGURA 23
117
119
Vegetação predominante de Pinus sp. em um dos lados do Hexágono n° 17,
direção norte, 12 hs 10 min, 24/06/2004, da Paisagem Exótica, da FLONA de
São Francisco de Paula,RS.
FIGURA 25
Visualização da paisagem do entorno da FLONA de São Francisco de
Paula,RS, observada em intervalos da vegetação da Paisagem Exótica.
FIGURA 26
122
Análise do sub-bosque do Hexágono n° 5, direção leste, 13 hs, 25/06/2004,
pertencente a Paisagem Exótica, da FLONA de São Francisco de Paula,RS.
FIGURA 28
121
Visão da paisagem circundante em contraste com vegetação constituinte da
Paisagem Exótica, da FLONA de São Francisco de Paula,RS.
FIGURA 27
121
122
Espaço reservado, na Paisagem Exótica, para passagem da linha de
transmissão da energia elétrica para o interior da FLONA de São Francisco de
Paula,RS.
FIGURA 29
Estrada entre os talhões que constituem a Paisagem Exótica, da FLONA de
São Francisco de Paula,RS.
FIGURA 30
123
124
Visão do vale do rio Rolante a partir da Paisagem de Encosta, Hexágono n°
69, direção sudoeste, 15 hs 30 min, 26/06/2004, da FLONA de São Francisco
de Paula, RS.
FIGURA 31
125
Visualização da cascata a partir do Hexágono n° 69, direção oeste, 15 hs 30
min., 23/06/2004, da Paisagem de Encosta, da FLONA de São Francisco de
Paula,RS.
FIGURA 32
Mapa de vivacidade da paisagem da área da FLONA de São Francisco de
Paula,RS.
FIGURA 33
127
129
Povoamento de Pinus sp. na Paisagem Exótica, da FLONA de São Francisco
de Paula,RS.
136
FIGURA 34
Mapa da FLONA de São Francisco de Paula,RS, com as categorias de
vivacidade, as estradas principais e secundárias e as cinco rotas propostas.
138
LISTA DE TABELAS
TABELA 1
Efeitos e impactos negativos potenciais do ecoturismo
68
TABELA 2
Estatística do teste seleção das variáveis discriminantes para a matriz de
dados brutos
TABELA 3
98
Estatística do teste de seleção de variáveis discriminantes, em ordem de
entrada, após 15 Steps.
TABELA 4
99
Estatística do teste de seleção de variáveis discriminantes para a matriz dos
dados brutos.
TABELA 5
100
2
Teste de Significância da estatística Qui-Quadrado (X ) valor Lambda de
Wilks (Λ*).
TABELA 6
Coeficientes padronizados das funções discriminantes canônicas obtidos da
matriz de dados brutos.
TABELA 7
128
Distribuição do percentual de hexágonos nas classes de vivacidade entre as
paisagens encontradas na FLONA de São Francisco de Paula, RS.
TABELA 14
107
Determinação das categorias de classe de vivacidade e seus respectivos
intervalos de valores.
TABELA 13
106
Distribuição das variáveis mais importantes para caracterização das cinco
paisagens que formam a área da FLONA de São Francisco de Paula, RS.
TABELA 12
104
Denominação, quantidade de hexágonos e abrangência das paisagens da
FLONA de São Francisco de Paula, RS.
TABELA 11
103
Número de casos e percentagens de classificações das parcelas nas cinco
paisagens determinadas.
TABELA 10
102
Funções discriminantes linear de Fisher obtidas para cada grupo de paisagem
da FLONA de São Francisco de Paula, RS.
TABELA 9
102
Centróides das funções discriminantes canônicas avaliados para os cinco
grupos de paisagem encontradas.
TABELA 8
100
128
Relação das variáveis clássicas da estética e a ocorrência em cada paisagem
da FLONA São Francisco de Paula, RS.
131
LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS OU SÍMBOLOS
FLONA
Floresta Nacional
IBAMA
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
SIG
Sistema Informatizado de Geoprocessamento
EMBRAPA
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
LAGDER
Laboratório de Geoprocessamento do Departamento de Engenharia Rural
CCR
Centro de Ciências Rurais
UFSM
Universidade Federal de Santa Maria
LISTA DE ANEXOS
ANEXO 1
Os hexágonos com seus respectivos centros
162
ANEXO 2
Matriz de dados dos hexágonos.
169
ANEXO 3
Matriz de Covariância ente as variáveis.
175
SUMÁRIO
Folha de Rosto
1
Folha de Aprovação
2
Agradecimentos
3
Resumo
4
Abstract
5
Lista de Figuras
6
Lista de Tabelas
9
Lista de Siglas, Abreviaturas ou Símbolos
10
Lista de Anexos
11
Sumário
12
1.
INTRODUÇÃO
15
2.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
17
2.1.
Conceito de Paisagem
17
2.2.
Fases metodológicas dos estudos de paisagem
18
2.2.1.
Estudos
18
2.2.2.
Componentes da paisagem
25
2.2.3.
Estudos visuais
29
2.2.3.1.
Paisagens como unidades visuais
30
2.2.3.2.
Características visuais básicas
30
2.2.3.3.
Modificações das características visuais básicas segundo as condições de
visibilidade
35
2.2.4.
O território visual
36
2.2.4.1.
Bacia visual – método de obtenção
37
2.2.4.2.
Intervisibilidade
37
2.3.
Inventário e Cartografia
38
2.3.1.
Estratégias baseadas no inventário dos distintos aspectos que compõem a
paisagem
2.3.2.
39
Estratégias baseadas no inventário direto das unidades de paisagem
existentes
41
2.3.3.
Procedimentos
41
2.4.
A qualidade visual da paisagem
44
2.4.1.
Métodos de valoração através dos componentes da paisagem
47
2.4.2.
Métodos de valoração através de categorias estéticas
48
2.4.3.
Métodos mistos de valoração de qualidade visual
49
2.5.
Fragilidade visual
49
2.6.
Integração dos modelos de qualidade e fragilidade
53
2.7
Vivacidade dos Elementos Visuais
53
2.8.
Usos múltiplos da floresta – Ecoturismo
57
2.9
Análise Estatística Multivariada
69
2.9.1.
Análise de Cluster
70
2.9.2.
Análise Discriminante
73
3.
MATERIAL E MÉTODOS
75
3.1.
Características da área de estudo
75
3.1.1.
Localização geográfica
77
3.1.2.
Cobertura e Uso da terra
77
3.1.3.
Aspectos ecológicos da FLONA de São Francisco de Paula, RS
78
3.2.
Metodologia
80
3.2.1.
Coleta de dados
80
3.2.1.1.
Mapas bases
81
3.2.1.2.
Identificação de unidade de análise da paisagem
81
3.2.1.3.
Valoração da qualidade visual
83
3.2.2.
Análise dos dados
83
3.2.2.1.
Análise da qualidade visual
83
3.2.2.2.
Análise da vivacidade da FLONA de São Francisco de Paula,RS
94
4
ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
95
4.1.
Número de unidades amostrais - hexágonos
95
4.2.
Análise de Agrupamento
95
4.2.1.
Análise de Cluster
95
4.2.2.
Análise Discriminante
97
4.3.
Estudo das Paisagens
104
4.3.1.
Caracterização Geral das Paisagens
107
4.3.1.1.
Paisagem Araucária
107
4.3.1.2.
Paisagem Nativa
112
4.3.1.3.
Paisagem de Transição
115
4.3.1.4.
Paisagem Exótica
120
4.3.1.5.
Paisagem de Encosta
124
4.4.
Vivacidade
127
4.5.
Seqüência visual e dinâmica das paisagens
135
5
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
143
5.1
Conclusões
143
5.2
Recomendações
144
6
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
145
7
ANEXOS
161
1 INTRODUÇÃO
O termo paisagem envolve uma gama expressiva de significados que se materializam
em sua dimensão conceitual, expressados não apenas na percepção humana em geral, mas,
particularmente, concebidos e apropriados pelos mais variados nichos de pesquisas e atuações
profissionais. Porém, independente da área, a subjetividade dos juízos de valores particulares
será sempre a sua grande marca.
Tendo a sua origem etmológica no anglo-saxon antigo “land scaft” passou depois para
“landschaft” no alemão moderno e para “landscape” no inglês moderno (Dilger, 1993). O
mesmo autor ao decompor a estrutura do termo original “land scaft” gerou o entendimento de
cada parte, a saber: “land”(país, região, território, área, campo) + “scaft”(constituição,
estabelecimento de uma ordem social).
Jackson (1986) acrescenta que a palavra paisagem foi introduzida, por volta do século
V, na Inglaterra, por ingleses e saxones, dinamarqueses e outros grupos de povos de língua
germânica.
É na Europa Medieval onde se originam os conceitos de “paisagem”, expressão que, nos
séculos subseqüentes, passa a receber modificações no seu significado. Analisando-se o
período histórico dos séculos VIII a X, paisagem era a constituição espacial-natural de uma
região; dos séculos X a XII, era a população de uma região; no século XIII, os cavalheiros ou
feudais de uma região; nos século XIV a XVI, considerada como tudo aquilo que era
antagônico à cidade e à natureza social do homem; dos séculos XVIII a XX, era a natureza
fora da cidade apreendida esteticamente, e atualmente, tem significado como unidade
geográfica ou territorial (Dilger, 1993).
Ao longo do processo evolutivo do homem e das profissões que foram surgindo, a
interpretação da paisagem adquiriu um matizamento próprio e específico ao indivíduo e/ou
profissional.
Atualmente, as vertentes modernas identificam conceitualmente a paisagem a partir de
três dimensões, quais sejam a dimensão estética, a mais primitiva e intuitiva, a dimensão
cultural, que considera a paisagem um recurso no sentido humano, e a dimensão ecológica,
para a qual a paisagem é resultado do conjunto de inter-relações entre seus componentes.
Amplos estudos têm sido desenvolvidos na dimensão ecológica, identificados como
ecologia da paisagem, e na cultural para exploração de recursos, porém ainda ocorrem poucas
incursões no campo estético. Isto decorre do fato de que se trabalha com a percepção visual, a
qual Bombin (1987) identifica como um processo pelo qual o organismo se informa dos
16
objetos e das transformações que se manifestam ao seu redor e acrescentando-os, quantificaos, desenvolvendo o que atualmente denomina-se de manejo de paisagens.
Buscando-se desenvolver pesquisas no campo da estética, determinou-se como objeto
de estudo a Floresta Nacional (FLONA) de São Francisco de Paula, localizada no município
de São Francisco de Paula, RS.
Nesta, desenvolvem-se estudos e pesquisas previstas no Projeto Ecologia de Longa
Duração – PELD/CNPq – “Conservação e Manejo Sustentável de Ecossistemas Florestais –
Bioma Araucária e suas Transições”, participando do mesmo as Universidades Federais de
Santa Maria (UFSM), do Paraná (UFPR) e a Pontifícia Universidade Católica do Paraná
(PUCPR).
O PELD visa caracterizar detalhada e integradamente os processos, mecanismos e
fatores relevantes no bioma Floresta de Araucária e suas transições, tendo como objetivo
principal quantificar e qualificar, em longo prazo, o grau de alteração na produtividade e
biodiversidade desse Bioma em função da magnitude e da intensidade das atividades
antrópicas.
Cabe salientar ainda a vocação ao ecoturismo da FLONA de São Francisco de
Paula,RS, não apenas por estar inserida em um roteiro turístico de visitações que inclui,
principalmente, o Parque Nacional de Aparados da Serra, mas pelo alto potencial paisagístico
que possui.
Dentro deste contexto, o presente trabalho teve como objetivos:
a) identificar e quantificar as características do meio físico e atividades humanas que
compõem cada unidade visual;
b) interpretar e valorar a medida de vivacidade de cada elemento visual em sua unidade;
c) analisar o efeito dinâmico da seqüência visual dessas unidades;
d) planificar a dinâmica das paisagens para fins de ecoturismo na FLONA de São Francisco
de Paula,RS.
17
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Conceito de Paisagem
A primeira pessoa a introduzir o termo “paisagem” no âmbito científico, segundo
Metzger (2001), foi o geo-botânico Alexander Von Humboldt, no início do século XIX, no
sentido de “ característica total de uma região terrestre”.
Troll (1971) define paisagem como a entidade visual e espacial total do espaço vivido
pelo homem.
Paisagem não é a simples adição de elementos geográficos disparatados – É, numa
determinada porção do espaço, o resultado da combinação dinâmica, portanto instável, de
elementos físicos, biológicos e antrópicos que, reagindo dialeticamente uns sobre os outros,
fazem da paisagem um conjunto único e indissociável, em perfeita evolução (Bertrand, 1971).
Como produto de suas investigações sobre o tema, Bernaldez (1981), ao referir-se às
múltiplas definições de paisagem, resume-as descrevendo o que as bibliografias proporcionam
em torno de dois conceitos:
a) a imagem (seja pintada, fotografada ou percebida pelo olho) de um território;
b) paisagem geográfica, correspondendo ao conjunto de elementos de um território ligado por
relações de interdependência.
Forman & Godron (1986) definem a paisagem como uma superfície geográfica
heterogênea, constituída por um grupo de ecossistemas que se repetem apresentando padrões
semelhantes. Esta concepção tem proporcionado o entendimento da paisagem como síntese da
interação dos diversos componentes que a produziram (Grogan, 1993).
Paisagem é um mosaico de relevos, tipos de vegetação e formas de ocupação, segundo
Urban et al.(1987).
Turner (1989) define paisagem como uma área espacialmente heterogênea.
Paisagem é uma qualificação estética que se outorga aos elementos que constituem o
meio ambiente natural (Boullon, 1994).
A definição do termo paisagem, nas enciclopédias, traduz, segundo Del Grossi (1996),
significados representativos, geográficos ou lingüísticos, como por exemplo:
a) significado representativo ou real: “Panorama, vista, toda parte descortinada do lugar onde
estamos; gênero de pintura que tem por objeto a representação do campo ou lugares
campestres” ;
18
b) significado geográfico: “Descrição de aspectos da natureza. Expressão usada pela geografia
em duplo sentido: paisagem natural, isto é, o meio geográfico propriamente dito (relevo,
vegetação, hidrografia, clima); paisagem cultural, quando o meio geográfico já se viu
transformado pelo homem, graças as suas atividades econômicas, habitações, vias de
comunicações, etc...” ;
c) significado geográfico e lingüístico:”Paisagem vem de “pagus”, “o campo”, que, em
francês, deu “paysan”, “paysage”. Em português, não é tão evidente a relação com o país, por
que esta palavra deixou de designar a parte para designar o todo. Nas línguas germânicas,
“landscape”, “landschaft”, “landschap” derivam diretamente de “land”, que mantém o seu
significado primário de “pays”, a “terra cultivada”, o campo, e tem, ao mesmo tempo, os
significados de região e país. A paisagem é a figuração da biosfera e resulta da ação complexa
do homem e de todos os seres vivos – plantas e animais – em equilíbrio com os fatores físicos
do ambiente.
Ainda, segundo Del Grossi (1996) mesmo autor, distinguem-se três tipos de
intervenção do homem na paisagem:
a) paisagem em que o homem não interveio – paisagem primitiva;
b) paisagem em que a intervenção do homem criou, há muito, um equilíbrio estável dos
fatores ecológicos – paisagem natural;
c) paisagem em que a intervenção do homem resulta em desequilíbrio permanente – paisagem
artificial” .
Paisagem é um mosaico heterogêneo formado por unidades interativas, sendo esta
heterogeneidade existente para pelo menos um fator, segundo um observador e numa
determinada escala de observação (Metzger, 2001).
2.2 Fases metodológicas dos estudos de paisagem
2.2.1 Estudos:
Seibert (1973) descreveu o estudo de paisagens através de três etapas principais, quais
sejam:
a) análise da paisagem – para o levantamento da sua natureza;
b) diagnose da paisagem – para o julgamento do levantamento feito sob o ponto de vista da
conservação da paisagem;
19
c) elaboração dos programas de desenvolvimento do planejamento paisagístico, como
contribuição à conservação da paisagem e ao seu uso futuro.
Os dois primeiros itens, análise e diagnose, constituem o principal embasamento para
toda e qualquer intervenção racional, por isso o mesmo autor os aborda de uma forma mais
detida, como segue:
a) análise da paisagem - para a análise da paisagem, são atributos requeridos:
- conhecer a estrutura e funcionamento dos ecossistemas naturais, secundários ou culturais e
estabelecer as interações entre ecossistemas vizinhos;
- considerar a importância dos fluxos, balanços e ciclos de matérias, por exemplo: a água e as
substâncias dissolvidas, cedidas aos lençóis freáticos e aos rios pelos ecossistemas terrestres
podem comprometer o futuro de uma região;
- determinar a capacidade da paisagem em recursos naturais e sua vocação e prever as
produtividades no caso de uma modificação das condições;
- determinar os limites além dos quais há perigo de deterioração irreversível, como por
exemplo, no caso da erosão tangencial do solo pela água de superfície, que começa com uma
declividade de 5% ou mesmo 1%, se o solo contiver alta porcentagem de limo, chamando a
atenção para a implantação de culturas anuais, pastagens permanentes ou florestas de
proteção;
- determinar, com precisão, os tipos de atividade que melhor correspondem à ecologia das
paisagens da região, e, a partir daí, definir a melhor utilização econômica, considerando a
possibilidade de implantação de novas atividades ligadas ao meio, assegurando a sua
proteção. As necessidades humanas ligadas ao meio e à paisagem, como a recreação, o lazer e
o turismo, podem exercer importante papel, bem como certos aspectos de ordem cultural,
como sítios arqueológicos, monumentos arquitetônicos, estruturas sociais e paisagens
agrícolas particulares, na salvaguarda de paisagens que mereçam ser protegidas. No caso das
paisagens abrangendo áreas silvestres, terras virgens, deterioradas, alteradas, abandonadas ou
marginais, com cobertura florestal, desérticas, pantanosas, montanhosas, etc...,recomenda-se
que sejam mantidas em forma natural sob regime especial de manejo.
Definidas as delimitações da área-objeto do planejamento, deve-se ater a dois tópicos
genéricos principais:
- natureza dos solos - a natureza dos solos está intimamente ligada à formação geológica e aos
fatores climáticos que influenciaram na modelagem do relevo.
- desenvolvimento da paisagem cultural ou natural - O desenvolvimento da paisagem natural é
função das condições edáficas e climáticas que trabalharam os espaços paisagísticos com suas
20
massas de vegetação, abrigando fauna específica para cada tipo de formação vegetal. A
presença da fauna, com estudo de suas rotas migratórias, é fator importante na avaliação das
delimitações ideais da área, que podem coincidir com os limites previamente estabelecidos na
criação de um parque ou reserva, por exemplo. A paisagem cultural será o fruto da ação do
homem sobre a paisagem natural, nas diferentes épocas históricas, sob as mudanças da
estrutura sócio-econômica. Visando a utilização da paisagem natural para o turismo e o lazer,
e a proteção da flora e da fauna, de forma prática, pode-se adotar como principal base física
para o planejamento o mapeamento da vegetação, que reflete não apenas as limitações de
água, solo e clima do sítio, mas que traz sempre presentes as marcas das intervenções
humanas ocorridas. A vegetação está intimamente ligada também ao relevo e à formação dos
espaços paisagísticos, diferentemente enquadrados quanto a sua vocação de uso. Do mapa da
vegetação, pode-se deduzir os fatores de sítio: flutuação do lençol freático, pH,
disponibilidade de nutrientes, regiões sujeitas a deslizamentos, entre outros. No caso de áreas
que já foram sujeitas à ação antrópica, interessa não apenas o mapeamento da vegetação real,
mas, também, de sua vegetação potencial. O segundo pode ser deduzido dos mapas de
vegetação real, juntamente com a correlação dos processos de intervenção humana que nele
influenciaram. No mapeamento da vegetação, as pesquisas de fotointerpretação desempenham
papel fundamental. A enorme gama de informações que podem fornecer as fotografias aéreas
verticais possibilita a caracterização das diversas associações vegetais que compõem os
diferentes biótipos, além de servir de suporte cartográfico na delimitação destas unidades e na
caracterização de maciços florestais. A correspondência entre os padrões fotográficos e os
diferentes tipos de vegetação permite o estabelecimento de unidades de mapeamento em nível
de detalhe compatível com a escala de trabalho. Os mapas contendo estas unidades vão
permitir a visualização do arranjo espacial da natureza, abrangendo todos os valores da
paisagem.
b) diagnose da paisagem - corresponde a fase em que são realizadas as proposições para o uso
da paisagem, em relação a sua capacidade e a sua vocação, baseando-se na sua análise e no
estudo do futuro equilíbrio entre o homem e o seu quadro de vida. Cabe, nesta fase, o
estabelecimento do quadro ecológico e estético da utilização futura da paisagem: zonas
agrícolas e industriais, locais de recreação, reflorestamento, reservas protegidas para a
conservação das águas ou por razões científicas, estradas e canais com margens arborizadas,
parques e jardins, florestas suburbanas, plantios de proteção contra a erosão das encostas e das
margens de rios e lagos, reflorestamento de recuperação de escavações de antigas explorações
de minas, descargas de lixos, definindo medidas de proteção dos solos, das florestas (contra
21
incêndios e outros danos), das águas de superfície e de profundidade, etc...(Ballion, 1975).
Vilàs (1992) comenta que a diagnose deve comportar naturalmente certa flexibilidade;
a superutilização de uma parte corresponderá à subtilização de uma outra. A diagnose deveria
proporcionar a determinação da capacidade de uso da paisagem, baseando-se na capacidade
de suporte de cada um dos ecossistemas. Esta tarefa seria por demais morosa, o que impediria
a ocorrência de uma pressão demográfica acelerada. De forma expedita, tal atitude poderia ser
defendida pela determinação das unidades de vegetação, em virtude de sua praticidade
operacional. O arranjo espacial das unidades de vegetação possibilita a atribuição de uso aos
diferentes tipos de paisagem, permitindo a distribuição dos diversos tipos de atividades dentro
da área.
No julgamento e avaliação do potencial de uso da paisagem são atribuídos valores que
estão em estreita correlação com o nível de desenvolvimento econômico da região. O poder
aquisitivo e a infra-estrutura são primordiais na atribuição desses valores. Pensando-se no
valor de uma área natural, em termos de recreação e turismo, a proximidade a centros
urbanos, a facilidade de acesso e o poder aquisitivo regional são padrões determinantes no
reconhecimento dos valores naturais da paisagem (Vilàs, 1992).
Seibert (1973) utiliza a importância que os freqüentadores estariam dispostos a
dispender em transporte, alojamento, alimentação, como parâmetros de avaliação das áreas
naturais, em função de recreação e turismo.
No tocante ao valor da paisagem propriamente dita, com relação a sua vocação para as
diferentes formas de lazer e turismo, Seibert (1973) considera também os valores subjetivos
da mesma. Baseando-se na composição espacial das áreas naturais avalia as características
marcantes de uma paisagem, de acordo com sua influência na recreação. Parte do princípio de
que o sentimento estético da visão da paisagem não é racional, sendo este impacto
influenciado pela noção do belo, pela harmonia da formação e pela multiplicidade de
características da paisagem. O autor utilizou como unidade de avaliação da paisagem a
variabilidade dos comprimentos das orlas de florestas e lagos. Outro fator também muito
importante na avaliação da paisagem é a energia do relevo, que possibilita maiores recursos
em termos visuais e de ângulos de observação. Nesta avaliação, ainda poderiam estar
envolvidas outras sensações não relacionadas com uma base física, mas, talvez, mais de
ordem psicológica, como por exemplo a solidão, o isolamento, o barulho da água e do vento,
as vozes dos animais, porém de difícil avaliação.
Outra forma, segundo Pla & Vilàs (1992), é através das cinco etapas metodológicas, a
saber:
22
a) análises – a fase analítica constitui o passo básico dos estudos de paisagem. Para se
compreender uma paisagem, deve-se partir das características que possui. Estas, por sua vez,
são frutos das distintas interações dos elementos que as integram. Se uma paisagem pode estar
constituída por múltiplos e diversos tipos de elementos, seu nível de análises variará de
acordo com as necessidades do tipo de investigação que será realizado. Em qualquer caso, a
análise da paisagem se orientará de tal forma que se possam conhecer os elementos mais
significativos, ou seja, aqueles cuja influência será mais relevante na paisagem-objeto de
estudo. A análise da estrutura da paisagem é fundamental, pois descobre os processos do
sistema. Sem seu conhecimento, é impossível decifrar sua organização espacial e sua
dinâmica, cujo sentido depende dos intercâmbios de energia e matéria que se dão. Ao
investigar a estrutura da paisagem, se distingue uma estrutura natural, também denominada
geoecológica, e uma estrutura antrópica ou socioeconômica. A estrutura geoecológica está
formada pelos elementos naturais, os quais por sua vez, são divididos em abióticos e bióticos.
Seu estudo investiga as interações entre os componentes da paisagem, que se baseiam em leis
da natureza. Do mesmo modo, investiga-se a estrutura antrópica, analisando os distintos
aspectos socioeconômicos com o propósito de descobrir sua influência específica sobre a
paisagem.
b) diagnose – a diagnose da paisagem se constrói com os resultados das análises e requer uma
organização e categorização dos dados que relacionem as estruturas natural e antrópica. Sua
elaboração se realiza avaliando os dados corrigidos durante a fase analítica, de maneira
especial, aqueles que por sua importância ou por sua ação definam o tipo e funcionamento da
paisagem estudada. Na prática, ocorrem várias formas de diagnoses. Estas, dependendo, em
cada caso, do objetivo que se pretende ao emitir os diagnósticos, podem se agrupar em dois
grandes grupos: diagnoses descritivas e diagnoses de potencialidade. As diagnoses descritivas
agrupam aquelas que, em geral, detalham as características da paisagem. Seu objetivo
imediato não é serem utilitárias, sendo as que mais tratam de classificar a paisagem pelas
características que apresentam unidades homogêneas, por sua tipologia ou por seu estado
dinâmico. As diagnoses de potencialidade são aquelas cujo objetivo é definir a aptidão ou
capacidade da paisagem frente a diversas possibilidades de atuação antrópica. Seu estudo é
levado a cabo caracterizando os elementos significativos da paisagem atual ou das unidades
de paisagem estabelecidas e estudando sua reação individual frente a diversas atividades
antrópicas, quer dizer, confrontando os distintos requerimentos sócio-econômicos com as
capacidades naturais que a paisagem estudada tem para acolhê-los. Tanto os estudos sobre a
capacidade do meio para acolher as distintas atividades antrópicas, como a estimação dos
23
impactos que estas causam sobre a paisagem, são possíveis somente quando se conhece bem a
estrutura e funcionamento da paisagem em questão. Tais estudos permitem determinar os
limites de sua capacidade frente aos usos modificadores ou mais intensivos que afetam aos
recursos naturais.
c) prognoses – uma prognose, no estudo da Ciência da Paisagem, é uma elaboração científica
que concebe futuros estados de geosistemas, suas propriedades fundamentais e seus diversos
estados dinâmicos. Estas previsões levam em conta tanto aspectos da evolução natural da
paisagem como aspectos sociais e econômicos que são suscetíveis de modificá-la.
Conseqüentemente, a prognose da paisagem concentra seu estudo nos processos e condições
de mudanças que se operam na paisagem, por uma parte, e nas demandas sociais, por outra. A
prognose investiga, portanto, a evolução e o desenvolvimento da paisagem, ao mesmo tempo
que seu estudo conduz à elaboração de propostas alternativas a esta evolução. A prognose da
paisagem está firmemente conectada com a diagnose, já que os resultados desta determinam
as condições de partida da evolução da paisagem. No caso de se aplicar o conceito da
potencialidade de uma paisagem na etapa de diagnóstico, se confrontam-se vários
requerimentos sócio-econômicos com as propriedades naturais da paisagem, considerando as
informações disponíveis que capacitam para uma previsão de ditos requerimentos. Também
devem ser previstas as mudanças que resultarão do uso das potencialidades que o estudo de
diagnose tenha designado como apropriadas.
d) correção de impactos ambientais – é uma parte complementar à diagnose, que tem como
objetivo aplicar as medidas necessárias para tratar de eliminar, corrigir ou minorar os
desequilíbrios ou possíveis deteriorações da paisagem detectados na fase de diagnose. Estes
devem ser causados pelo uso inapropriado do potencial das unidades de paisagem. As
conseqüências e modificações que qualquer atuação antrópica produz no entorno, são
conhecidas geralmente como “impacto ambiental”. Os estudos de impacto ambiental surgem,
por uma parte, da necessidade de exercer uma proteção mais eficaz do meio físico e, por
outra, de se conseguir que haja um uso mais racional dos recursos. As técnicas e metodologias
utilizadas para a correção de impactos são de índole muito diversa e se elegem de acordo com
o impacto que tratam e as condições do entorno. A informação que precisam é denominada:
“avaliação de impacto ambiental”. Tem como objetivo identificar, interpretar e comunicar
toda a informação referente aos efeitos de uma ação sobre o bem-estar dos sistemas que o
homem depende para sobreviver.
e) síntese – a última etapa nos estudos da paisagem constitui a síntese, que consiste na
planificação de técnicas preventivas adequadas para cada tipo de paisagem segundo o
24
resultado da prognose e a gestão prevista para tais paisagens. Esta nova fase de estudos da
paisagem surge porque a maior parte dos casos aplicados à prognose, relativos à determinação
nas mudanças da paisagem, são elaborados principalmente sob a influência de possíveis
atuações antrópicas de curta envergadura. Essas atuações podem tornar implícitas uma série
de alterações e mudanças na paisagem, as quais podem induzir sérios impactos ambientais,
cuja prevenção é objeto de estudo da síntese.
Conforme Velásquez (1982), o estudo de paisagens, desenvolvido quer para o
planejamento de uso da terra ou identificação e proteção de recursos cênicos, quer para a
avaliação de impactos visuais gerados pela implantação de projetos ou atividades, pode ser
realizado tanto pela análise de dimensões abstratas como por sistemas descritivo-analíticos. A
primeira se baseia em princípios de composição estética (forma, escala, dominância,
harmonia, entre outros), enquanto os demais, na descrição e análise de características
morfológicas (relevo relativo, declividade, textura topográfica, contenção espacial) e de
superfície (presença e distribuição d'água, tipos e distribuição de vegetação, diversidade de
uso do solo).
Para Laurie (1976), considerados os diferentes aspectos da abrangência do
entendimento e planejamento da paisagem, é possível dividir este processo em quatro etapas:
a) levantamentos e análise;
b) avaliação;
c) programa de ação ou delineamento de solução;
d) implementação da proposta.
Enquanto os levantamentos e a análise constituem a determinação da importância
relativa dos fatos e fatores que tenham formado a paisagem, o delineamento de soluções
demonstra a estrutura das linhas de ação pelas quais esta será ajustada, em consonância com
os princípios ecológicos, para suprir necessidades de mudanças circunstanciais. Os
levantamentos compreendem três classes de fatores:
a) os fatores paisagístico-ecológicos;
b) os fatores humanos, sócio-econômicos e culturais;
c) a aparência visual resultante da interação de ambos os fatores.
O nível de detalhamento requerido é função dos propósitos dos levantamentos, sendo
que estes consistem, primeiramente, na identificação de tipos de paisagens, o que pode ser
feito com base em ecologia e qualidade visual dos ambientes considerados. O processo de
análise inclui a geologia, a geomorfologia, o solo (visto em termos de erodibilidade,
fertilidade, drenagem e outros aspectos), a hidrografia, o clima, a vegetação (em termos de
25
diversidade, localização e raridade), a vida silvestre e os fatores humanos, sócio-econômicos e
culturais do uso da terra. Essas informações devem ser relacionadas tanto mutuamente como
com o propósito do estudo, sendo, assim, possível conhecer a paisagem em termos de seus
valores econômicos, ecológicos e estéticos. O conjunto de informações coletadas e analisadas
pode ser, então, avaliado em termos dos processos naturais existentes, conveniência intrínseca
do uso da terra e pressões de mudanças. As características consideradas devem ser avaliadas
em termos de valores de sua raridade, limitações para desenvolvimento, oportunidades para
usos diversos e existência ou não de impactos, enfatizando-se a relação entre o uso potencial
da terra e o grau de distúrbio que cada sistema natural pode suportar (Laurie,1976).
2.2.2 Componentes da paisagem
Segundo Espanha (1996) os componentes da paisagem são os aspectos do território
diferenciáveis a uma simples visada e que o configuram. Podem agrupar-se em três grandes
blocos:
a) físico – formas do terreno, superfície do solo, rochas, cursos ou lâminas de água, neve,
etc... O relevo exerce uma forte influência sobre a percepção da paisagem. Este componente
constitui a base sobre a qual se orientam e desenvolvem os demais componentes e condiciona
a maioria dos processos que têm lugar nele, o que faz com que se consiga entender o
funcionamento dessa paisagem.
b) biofísico – vegetação, tanto espontânea como cultivada, geralmente apreciada como
formação mono ou pluriespecífica de uma fisionomia particular, porém também em ocasiões
como indivíduos isolados. A vegetação assume uma grande parte na caracterização da
paisagem visível já que constitui a cobertura do solo. Na paisagem, não se percebem os
indivíduos diferenciados, senão constituindo formações monoespecíficas ou pluriespecíficas
de variada fisionomia pela sua estruturação tanto horizontal como vertical. A vegetação em
terreno plano pode estabelecer, por sua vez, o controle das vistas, permitindo a visão até o
horizonte ou bloqueando-a a curta distância do observador.
c) atuação humana – na paisagem, a atuação humana tem lugar através do desenvolvimento de
múltiplas ações de diversificada significação paisagística. Entre elas, destacam-se:
- atividades agropecuárias;
- obras públicas – tipo linear como as estradas, linhas de transmissão de energia e ferrovias;
- indústria e mineração;
26
- urbanização e edificações – núcleos urbanos de diversos tamanhos, urbanizações extensivas
de baixa densidade, monumentos, construções tradicionais, etc...
Cada um destes aspectos tem implicações distintas do ponto de vista ecológico, porém
também o visual e a combinação dos três tipos de elementos com suas características
particulares definem a estrutura geral da paisagem em estreita relação com a funcionalidade.
Os componentes da paisagem têm, em alguns casos, importância individual pela sua especial
singularidade ou dominância, contudo, em geral, o caráter da paisagem é dado pela
composição de todos eles. Tanto os componentes como o conjunto podem ser analisados
segundo suas características visuais básicas, que se organizam de forma distinta em cada
paisagem (Espanha, 1996).
Vilàs (1992) comenta serem múltiplos os elementos da estrutura natural ou
geoecológica e muito complexas as relações que se estabelecem entre eles e os elementos da
estrutura sócio-econômica. Não obstante, em um estudo de paisagem, impõe-se certa seleção
dos mesmos, a fim de obter eficazmente os resultados que se buscam. Do mesmo modo cada
elemento pode submeter-se a um distinto nível de tratamento, desde o superficial até um nível
mais profundo de suas diversas características. Cada uma delas poderá ser investigada de
forma qualitativa ou quantitativa, segundo a necessidade do estudo da paisagem.
O mesmo autor estabelece que dos elementos da paisagem, pode-se citar:
1) Situação – zona e limite demarcados da paisagem objeto de estudo. A extensão da área e a
natureza do estudo determinarão a escala de trabalho;
2) Relevo – o mesmo, que possui uma variedade muito grande de relações com os demais
elementos da paisagem, é causa de vários processos naturais condicionando e limitando certas
atividades antrópicas. Destacam-se os seguintes aspectos:
a) morfologia – interessam tanto a forma como os processos resultantes dela;
b) altitude – determinante de variações de clima, vegetação, habitações, entre outras;
c) orientação – associado a variações climáticas por efeito de sua exposição a fatores externos
(vento, insolação e umidade);
d) pendente – limitante de certas atividades humanas e aspecto a considerar na formação de
solos e nos processos de erosão;
3) Substrato litológico – o estudo das rochas tem relação com outros elementos da estrutura
natural, como os tipos de solos e de vegetação, a disponibilidade de água e as formas da
paisagem. Também se relaciona com a estrutura antrópica em casos como a extração de
minérios e a construção de infra-estruturas.
4) Clima – está muito relacionado com os distintos tipos de paisagens. Geralmente se
27
analisam, entre outras, as seguintes variáveis dependentes:
a) temperaturas – máximos e mínimos, médias, distribuição anual, etc...Influem nos processos
abióticos, bióticos e na atividade antrópica;
b) precipitações – em suas diversas formas e freqüências, possibilitam o desenvolvimento da
vegetação, o ciclo da água e atividades humanas;
c) umidade atmosférica – o maior ou menor conteúdo de vapor d’água no ar influi em várias
atividades humanas, na existência de certos tipos de vegetação e fauna e em alguns processos
morfodinâmicos como a hidrólise;
d) evapotranspiração – a perda de água pela vegetação e superfície do solo é um dado a
considerar em muitos estudos relativos às comunidades vegetais, principalmente em bosques,
prados e áreas agrícolas;
e) ventos – analisa-se geralmente sua procedência, variação e intensidade com o fim de
estimar seus efeitos: polinização, dispersão de contaminantes, dessecação e formas adaptadas
da vegetação;
f) insolação – o número de horas de sol é um fator importante para o crescimento da
vegetação, as variações topoclimáticas e o desenvolvimento de atividades antrópicas como o
turismo, esportes e condicionando horários de melhor visualização de determinadas paisagens
o que influi na afluência de visitantes a esta área específica.
5) Água – é essencial para a vida na terra. Importam, entre outros aspectos, os seguintes:
a) estado físico em que se apresenta – seu distinto estado: líquido, gelo, neve ou vapor d’água
comportará fenômenos muito variados;
b) quantificação – permite conhecer se é condicionante para a existência de comunidades
vegetais e para a ocupação humana;
c) localização – é de suma importância para qualquer estudo conhecer este dado, assim como
a forma em que a massa de água se dispõe;
d) qualidade – devem ser analisadas, se necessária, as características significantes para a
utilização e consumo, tais como dureza, turbidez, potabilidade, salinidade e contaminação;
6) Solo – interface dos elementos abióticos e bióticos e suporte para as atividades do homem,
o solo determina as relações entre todas as formas de vida vegetal e é fator limitante para
certos usos. Os aspectos mais estudados são os seguintes:
a) profundidade – dela depende em grande parte o desenvolvimento das plantas;
textura ou composição granulométrica – permite estimar sua capacidade de retenção de água;
b) porosidade – importante para conhecer sua aeração e drenagem;
pedregosidade e afloramentos rochosos – condiciona, entre outros aspectos as atividades
28
humanas relativas a cultivos;
c) conteúdo de água – determina a aptidão para o crescimento das plantas e informa os
possíveis problemas de intervenção antrópica, como a determinação de aqüíferos;
d) características químicas – definem as características do solo e condicionam a existência das
comunidades vegetais.
7) Vegetação – trata-se de um dos elementos mais significativos da estrutura geoecológica por
sua inter-relação com os demais elementos bióticos (produtos primários dos ecossistemas e
habitat de espécies animais) e por sua influência sobre os elementos e processos abióticos
(clima, água, erosão).
8) Fauna – o estudo da fauna se concentra nas espécies em estado selvagem. Devido a sua
mobilidade e dependência de outros elementos, a fauna não desempenha um papel destacado
nos estudos da paisagem. Interessa seu estudo pelos efeitos e inter-relações com os demais
elementos da paisagem e por outras razões relativas a sua conservação, investigação e
atividades cinegéticas.
9) Análise dos elementos antrópicos – segundo o estudo da paisagem a se realizar e seu
objetivo, assim como a paisagem em questão, podem-se inventariar vários aspectos referidos
tanto aos elementos antrópicos existentes na região, como às atividades e estudo dos grupos
humanos que a povoam ou que têm influência sobre ela. São considerados os seguintes
aspectos:
9.1 Infra-estrutura – descreve os elementos artificiais ou construídos:
a) distribuição – convém conhecer a localização das construções, comunicações, indústrias e
demais infra-estruturas para conhecer o grau de antropização que registra a paisagem;
b) tipificação – a categoria e o tipo de infra-estrutura devem favorecer a disposição de uma
informação mais completa que facilitará o conhecimento da estrutura sócio-econômica;
9.2 Uso do solo – reflete a distinta intervenção espacial do homem sobre a paisagem para
adaptá-la as suas necessidades. Sua determinação é de fácil análise com a ajuda de
documentação gráfica;
9.3 Exploração de recursos:
a) modalidades – a forma de exploração da paisagem é muito diversa e é preferível agrupá-la
em atividades genéricas, como agropecuária, caça, florestal, mineração ou recreação, sendo
conveniente detalhar sua tipificação, em alguns casos como por exemplo cultivo de videiras,
minas de carvão;
b) freqüência e intensidade – em muitas ocasiões, a exploração se desenvolve de forma
contínua e deve portanto expressar-se da forma como se realiza, por exemplo, turismo de
29
inverno, cultivos intensivos ou extrações permanentes;
c) emissão e tipos de contaminantes – a exploração da paisagem pode comportar efeitos
contaminantes. Devem ser citados os que incidem na paisagem em questão;
9.4 Dados demográficos – os dados relativos à população informam sobre a antropização
potencial da paisagem;
9.5 Dados sócio-econômicos – tratam dos parâmetros que podem indicar uma maior ou menor
intensificação da intervenção antrópica na paisagem:
a) atividades econômicas principais – informam sobre a forma de relação do homem com os
demais elementos da paisagem. Um dado bastante usado é o dos setores da atividade da
população;
b) renda per capita e inverções de capital – oferecem informação sobre a capacidade potencial
de atuação do homem sobre a paisagem e o modo em que esta pode realizar-se.
9.6 Dados culturais – ilustram, em parte, a evolução da paisagem e o seu estádio atual quando
se registra uma forte dominância antrópica :
a) vestígios e formas de exploração tradicionais da paisagem – podem condicionar a imagem
da paisagem atual, herança das atividades do passado;
b) preferências culturais – orientam sobre a forma de atuação e o grau de sensibilização
relativo ao meio.
2.2.3. Estudos visuais
A importância das paisagens brasileiras e o problema de sua destruição já são
reconhecidos. Apesar disso, a preocupação com o destino das paisagens é normalmente
expressa pela população em termos emocionais e subjetivos. As manifestações sobre a beleza
paisagística pouco ajudam na elaboração e escolha de alternativas de manejo. São necessários
conceitos mais objetivos. Porém, a preocupação mundial com o desaparecimento das
paisagens valiosas resultou no desenvolvimento de novas técnicas para o manejo objetivo dos
recursos paisagísticos. Nos mesmos, utilizam-se princípios já largamente trabalhados nas
áreas do paisagismo e arquitetura paisagística. Mas, procura-se, pela primeira vez, quantificar
e comparar objetivamente as variáveis de paisagens em grande escala. Dessa forma, o
planejador pode apresentar argumentos para a conservação e manejo dos recursos visuais com
rigor científico, competindo com a evidência quantitativa dos demais projetos econômicos e
sociais (Burle Marx, 1977; Ab'saber, 1977).
30
Fabos (1974), um dos precursores dos estudos visuais, expressou o problema da
seguinte forma: “Precisamos não somente dizer aos administradores que certa área tem valor
duas vezes maior que outra, para algum uso específico, como também termos que provar isto
para eles”.
2.2.3.1 Paisagens como unidades visuais
Definem-se como unidades visuais as parcelas ou subdivisões das grandes regiões
nacionais que exibem, relativamente em poucos hectares, características visuais
essencialmente homogêneas e específicas do local (Griffith, 1978).
Segundo Griffith & Valente (1979) em vez de tratar as paisagens de determinada
região como um conjunto contínuo de terra, a sua divisão em unidades visuais sistematiza e
possibilita uma análise e manejo mais direcionado. Neste sentido, a unidade visual é similar
ao conceito de bacia hidrográfica, em estudos de recursos hídricos. Pode-se delimitar a área
de uma unidade visual de modo semelhante à determinação da capacidade de uso da terra.
Determinam-se os parâmetros de cada paisagem individual inventariando as combinações dos
fatores naturais (geomorfologia, hidrologia e ecologia) e sociais (uso da terra já presente no
local). Sobrepondo os vários mapas individuais desses fatores, revela-se a semelhança ou o
agrupamento dos elementos visuais que compõem cada unidade visual. Cada unidade, assim
delimitada em mapa ou foto aérea, exibe um caráter essencialmente estável e homogêneo.
Pode ser que o observador necessite fazer ligeiros arranjos, trocando pontos de vista dentro da
unidade e também certas unidades diferentes que poderiam ocupar parcialmente as mesmas
áreas, segundo a posição do observador. Essa homogeneidade dentro das unidades e a
heterogeneidade entre elas serão úteis para prognosticar o efeito dos planos de manejo sobre
as paisagens.
Litton (1974) foi um dos primeiros a destacar que cada tipo estrutural de paisagem
exige um manejo específico para não alterar suas condições. Se é possível distinguir unidades
diferentes, também é possível avaliar os fatores visuais que determinam a vivacidade relativa
de uma série de paisagens, podendo compará-las entre si.
2.2.3.2 Características visuais básicas
Entende-se por características visuais básicas o conjunto de aspectos que caracterizam
visualmente uma paisagem e seus componentes, os quais podem ser utilizados para sua
31
análise e diferenciação. As características visuais básicas são: cor, forma, linha, textura, escala
e caráter espacial (Smardon, 1979).
Espanha (1996) comenta que algumas destas descrevem fundamentalmente os
aspectos dos componentes da paisagem (cor, forma, linha, textura e escala), e outras têm um
caráter mais completo, sendo aplicadas ao conjunto da paisagem e não tanto às partes
componentes (caráter espacial). As relações entre as características visuais e os distintos
componentes podem ser descritas através de:
a) contraste visual;
b) dominância visual;
c) importância relativa das características visuais.
Essas relações são importantes na descrição e diferenciação dos elementos visuais. A
análise das características visuais básicas e suas relações constitui a base utilizada para a
valoração dos aspectos com a qualidade visual (Espanha, 1996).
A linha estabelecida por Smardon (1979) e Escribano et al. (1987) define as
características:
1) cor – é a propriedade de refletir a luz com uma intensidade particular e comprimento de
onda que permite ao olho humano diferenciar objetos que de outra forma pareceriam
idênticos. É a principal propriedade visual em uma superfície. A cor é definida pelo matiz
(vermelho, amarelo, azul, etc...), pelo tom (claro, escuro) e o brilho (brilhante, opaco). A
combinação de cores em uma paisagem determina o grau de medida de suas qualidades
estéticas. A presença de cores complementares ou de características opostas produz contrastes
visuais. Assim as cores brilhantes contrastam com as opacas e as claras com as escuras. Em
geral, pode dizer-se que em igualdade com os restantes elementos visuais, as cores quentes,
claras e brilhantes tendem a exercer domínio sobre as frias, escuras e opacas em uma
paisagem. O estudo da estética da cor, suas leis, a articulação das mesmas entre si, suas
contraposições ou justaposições é de fundamental importância na paisagem. Torna-se
premente o estabelecimento de uma maior importância e de estudos na comunicação e
pensamento visual como pauta sensitiva e emocional para se obter uma melhor comunicação
da cor enquanto expressão visual.
2) forma – é o volume ou figura de um ou vários objetos que aparecem unificados
visualmente. As formas se caracterizam pela sua geometria, complexidade e orientação a
respeito dos planos principais da paisagem. As diferenças de forma existentes entre as
distintas superfícies e volumes determinam o contraste e a dominância. Assim, uma forma
regular, compacta, opaca e orientada respeitando o plano vertical normalmente destaca-se em
32
uma paisagem de alto conteúdo natural, que geralmente tem características opostas e passa
desapercebida em uma paisagem urbana.
3) linha – é o caminho real ou imaginário que percebe o observador quando existem
diferenças bruscas entre os elementos visuais (cor, forma, textura) ou quando os objetos se
apresentam com uma seqüência unidimensional. As linhas podem corresponder a bordas ou
limites entre as superfícies adjacentes diferenciadas pela sua cor ou textura (o limite de um
bosque contra uma área de cultivo, por exemplo), a existência de formas lineares
diferenciadas pelo tipo de borda e que divide uma superfície em dois (caminhos, rodovias,
corredores de vegetação ribeirinha, etc...), ou recorte da silhueta de uma forma tridimensional
contra o fundo contrastado. As linhas podem caracterizar-se por sua diferenciação ou força
(nitidez, continuidade, longitude, grau de diferenciação), sua complexidade (variedade de
direções) e por sua orientação a respeito dos principais eixos da paisagem. Assim, uma linha
nítida, larga e contínua, como pode ser a do horizonte, tem mais força que outra que se perfila
pela agregação de numerosos traços (a copa de uma árvore, por exemplo). A linha do
horizonte, em um terreno de relevo acidentado, é mais complexa que em uma planície, e as
linhas que seguem a direção longitudinal de um vale, por exemplo, têm diferentes significados
visuais que as cortam transversalmente. O contraste resulta da composição de linhas de
diferentes direções ou caráter e se vê incrementado quando estes separam formas ou cores
muito diferentes. As linhas verticais que interrompem a do horizonte tendem a ser dominantes
sobre as linhas horizontais. Ademais, as linhas podem guiar a vista do observador até certos
objetos, criando pontos focais.
4) textura – é a manifestação visual da relação entre luz e sombra motivada pelas variações
existentes na superfície do objeto. Esta propriedade dos objetos pode estender-se à paisagem,
na qual a textura se manifesta não somente sobre os objetos individualizados, mas também
sobre as superfícies compostas pela agregação de pequenas formas ou mesclas de cores que
constituem um modelo contínuo de superfície. Na composição cênica, cada uma das partes
não aparece como um objeto diferenciado senão integrado em uma superfície. Assim, ao se
observar um bosque a certa distância, não será possível distinguir cada uma das árvores como
objetos individualizados, visto que a massa se perceberá como uma superfície mais ou menos
contínua, com irregularidades ou variações internas produzidas pela agregação indiferenciada
das copas. A textura pode diferenciar-se pela:
a) grão – (textura fina, média ou grossa) – tamanho relativo das irregularidades superficiais (a
textura de uma massa de coníferas será grossa frente à de um campo);
b) densidade – espaçamento das variações superficiais (árvores dispersas produzem textura
33
diferente que um povoamento fechado da mesma espécie);
c) regularidade – grau de ordenação e homogeneidade na distribuição espacial das
irregularidades superficiais (em fileiras, ao acaso, uniforme, em grupos);
d) contraste interno – diversidade grossa e elevado contraste interno tendem a dominar a cena
sobre as pouco contrastadas e de grau fino.
5) escala – é o tamanho ou extensão de um elemento integrante da paisagem. Pode considerarse no sentido absoluto (dimensões reais do objeto ou superfície que ocupa) ou no sentido
relativo (a relação existente entre o tamanho do objeto e o entorno de onde se situa). O
segundo sentido é o que tem maior importância visual e pode caracterizar-se pela proporção
de superfície que ocupa o elemento dentro do campo de visão ou pelo contraste de tamanho
com respeito a outros elementos da paisagem. O observador estabelece a escala entre objetos
mediante a comparação, consciente ou inconsciente, de seu tamanho, para o qual deve tomar
como referência objetos de dimensões conhecidas (figura humana, casa, árvore). A apreciação
da escala se vê alterada pela aparência dos objetos e a configuração do espaço externo (os
espaços pequenos fazem com que os objetos pareçam maiores). Os objetos pequenos e de
aspecto frágil, situados em espaços abertos ou amplos, tendem a ser dominados por aqueles
volumosos, de aspecto pesado e compacto, empregados em locais fechados ou de extensão
reduzida.
6) configuração espacial ou espaço – é um elemento visual complexo que engloba o conjunto
de qualidades da paisagem determinadas pela organização tridimensional dos objetos e os
espaços livres ou vazios da paisagem. A composição espacial dos elementos que integram o
cenário define distintos tipos de paisagem:
a) panorâmica – não existem limites aparentes para a visão, predominando os elementos
horizontais como o primeiro plano e o céu dominando a cena;
b) fechada – definidos pela presença de barreiras visuais que determinam uma marcada
definição do espaço;
c) focalizado – caracterizados pela existência de linhas paralelas e objetos alinhados (uma
rodovia, um rio) que parecem convergir a um ponto focal que domina a cena;
d) dominada – através da presença de um componente singular (uma cascata, uma forma
proeminente do terreno, uma árvore isolada);
e) filtrada – os elementos são filtrados pela presença de uma cobertura arbórea aberta que
permite a visão, através dela, da paisagem que existe a continuar.
Por outro lado, dentro do espaço visual definido, tem importância a posição espacial
dos elementos da paisagem, determinada fundamentalmente pela sua posição topográfica:
34
a) plano;
b) fundo de vale;
c) meio de encosta;
d) borda superior da encosta;
e) crista.
Assim como o fundo cênico contra o que se recortam:
a) contra o céu;
b) contra a água;
c) contra o terreno;
d) contra a vegetação.
As posições elevadas e expostas tendem a ressaltar o objeto, enquanto que as baixas e
protegidas tendem a ocultá-los. Da mesma forma, um objeto visto contra o céu ou a água
destaca mais, de modo geral, que quando se vê contra o terreno. A análise da organização
visual do espaço analisado pode basear-se em:
a) contraste visual existente – os componentes da paisagem se caracterizam visualmente em
termos de cor, forma, linha, textura, escala ou configuração espacial. O contraste visual entre
cores e/ou entre formas e/ou entre qualquer das demais características visuais, produz a
diferenciação dos elementos da paisagem que vemos;
b) dominância visual de uns objetos sobre outros, condicionada também pelas suas
características visuais, de forma que se pode produzir a dominância de um objeto pela sua cor,
forma, linha, textura, escala ou posição espacial;
c) importância relativa das características visuais – em cada paisagem pode ser protagonista
uma ou várias características visuais. A importância é dada ou pelo seu forte contraste ou pela
sua extensão e uniformidade de expressão no cenário. Na maioria das paisagens, o caráter
vem determinado por uma combinação de características visuais; entre elas, destacam-se, pela
sua importância, a cor, a escala e o caráter espacial.
A organização espacial do cenário se traduz em uma estrutura visual ou composição
das partes diferenciadas segundo uma distribuição determinada. Nela, distinguem-se páginas
de cor, forma, de linhas e de textura que terão uma certa escala e se distribuirão espacialmente
de uma forma determinada. A estrutura pode descrever-se visualmente em termos de sua:
a) complexidade ou simplicidade na disposição das partes elementares;
b) variedade ou monotonia;
c) unidade (coerência, harmonia ou incoerência);
d) organização ou desorganização;
35
e) singularidade, raridade;
f) força ou intensidade (visualmente chamativa);
g) estacionalidade ou permanência (aspectos temporais).
2.2.3.3.Modificação das características visuais básicas segundo as condições de visibilidade
A partir do trabalho de Steinitz (1979), De Veer & Burrough (1978) e Travis (1975),
definem-se algumas das principais implicações dos fatores que modificam a visão com
respeito às características visuais básicas:
1) distância – ao aumentar a distância, os elementos básicos se modificam, em geral, da
seguinte maneira:
a) as cores são pálidas, menos brilhantes, tendendo a tons azulados;
b) as cores claras destacam-se mais que as escuras;
c) a força ou a intensidade das linhas diminuem;
d) a textura perde contraste, e a granulometria é mais fina.
2) posição do observador – a posição do observador em relação ao objeto observado
determina os ângulos que forma seu eixo de visão com o objeto nos planos horizontal e
vertical. É evidente que um objeto resulta tanto mais visível (dominante) quanto mais
próximo se encontra do observador, e que se vê menor quando o eixo de visão é perpendicular
ao perfil que se contempla. A elevação do observador em relação ao objeto (posição inferior,
normal ou mesmo nível ou superior) condiciona a apreciação de sua forma e tamanho e
inclusive pode modificar o tipo de composição cênica do conjunto:
a) as posições inferiores fazem com que as formas pareçam maiores e percam perspectivas,
tendendo a incrementar o grau de fechamento cênico e a dominância dos objetos;
b) as posições superiores ampliam o campo de visão e proporcionam uma idéia geral sobre
como se dispõem os elementos da paisagem.
3) condições atmosféricas – as condições atmosféricas e meteorológicas modificam as
propriedades visuais dos elementos nas unidades de paisagem, o seu grau de visibilidade e a
nitidez da visão:
a) a nebulosidade reduz a intensidade das cores e faz com que predominem as tonalidades
escuras e as superficiais percam o brilho. Essas alterações nas cores distorcem as linhas e
reduzem o contraste interno da textura. Ademais, as nuvens podem ocultar parte do cenário,
dando lugar a composições espaciais (paisagem) distintas no tempo ao trocar o significado e
36
dominância dos componentes;
b) a presença de neve ou gelo aumenta a geometria das formas, a luminosidade, a força das
linhas, e a textura destaca, em termos de regularidade, o grau, dando lugar a uma organização
espacial mais focalizada.
4) iluminação – dada a estreita relação existente entre luz e visão, parece evidente que a
maneira como está iluminada uma paisagem pode modificar a percepção da mesma. As
condições de iluminação de um determinado cenário, e a parte de variar com a situação
atmosférica e meteorológica sofrem modificações periódicas estacionais e diárias; entre estas
últimas destacam-se pela sua importância, as que se referem à posição da fonte de luz:
a) luz frontal (detrás do observador e frente ao objeto observado): reduz as sombras ao
mínimo, o que produz um achatamento aparente das superfícies e perda de perspectivas,
porém permite apreciar bem as cores que aparecem mais claras e brilhantes quando
iluminadas;
b) luz lateral (entre o objeto e o observador em posição lateral): favorece os contrastes de luz
e sombra realçando as linhas, a textura e a sensação de visão em relevo;
c) luz posterior (detrás do objeto): deixa geralmente a face do objeto em sombra, com o que a
superfície perde contraste interno, e sua silhueta se acentua;
2.2.4 O território visual
A conveniência de precisar as limitações físicas do território a respeito da percepção
visual tem sido manifestada principalmente pelos arquitetos paisagistas (Litton, 1972;
Weddle, 1973), já desde 1931, existem métodos manuais para produzir mapas de visibilidade
por meio de esquemas de campo (Elsner & Travis, 1976), embora este tipo de análise só tenha
sido enfocado de forma sistemática nos últimos anos da década de setenta com a utilização
massiva do ordenador nos estudos de planificação.
O objeto desta análise é determinar as áreas visíveis desde cada ponto ou conjunto de
pontos, simultaneamente ou em seqüência, com vistas a posterior avaliação da medida em que
cada área contribui a percepção da paisagem e a obtenção de certos parâmetros globais que
permitam caracterizar um território em termos visuais. Os resultados da análise podem ser de
grande utilidade nos estudos de planificação e de avaliação de impactos visuais (Lovejoy,
1973).
37
2.2.4.1 Bacia visual – método de obtenção
A operação básica das análises de visibilidade é a determinação da bacia visual. A
bacia visual de um ponto se define como a zona que é visível desde este ponto (Aguilo, 1981).
Por extensão, pode-se ampliar o conceito a um conjunto de pontos próximos, o que constitui
uma unidade ou objeto, e considerá-lo como a porção de território visto deles ou desde onde
podem ser vistos.
2.2.4.2 Intervisibilidade
A medida da intervisibilidade resulta muito útil na hora de estabelecer zonas de
impactos visuais máximos ou mínimos e em problemas concretos de localização de
atividades. Neste último caso, funciona reversivelmente, possibilitando a localização das
atividades que se deseja mais visíveis e reciprocamente ocultando, nas zonas menos visíveis,
aquelas atividades necessárias para o território, porém não desejadas visualmente (Steinitz,
1979).
As rotinas empregadas para o cálculo da intervisibilidade manejam certos parâmetros
geométricos das vistas que podem resultar úteis para classificar as unidades de paisagem. Por
exemplo, além de quantificar a superfície da zona vista , a intervisibilidade pode proporcionar
o alcance máximo das visadas pelo seu interesse em qualificar as unidades em função desse
alcance, e não em função da área (Elsner & Travis, 1976).
Também pode proporcionar os diâmetros máximos e mínimos da área vista,
qualificando assim as unidades em função de sua direcionalidade: unidades oblongas ou
achatadas frente a unidades circulares ou equidirecionais. E, ainda, ela pode ser útil para a
orientação das observações mais amplas, ou o ângulo de visão em que se alcançam as
distâncias limites de visibilidade, transmitindo a idéia do grau panorâmico das visadas (De
Veer & Burrough, 1978).
Este conceito inclui uma série de medidas que buscam qualificar o território em função
do grau de visibilidade recíproca de todas as unidades entre si. Sua definição é muito variável
(Fines, 1968) pela dificuldade do conceito, senão para mitigar a laboriosidade de sua
realização. O cálculo da área pode ser obtido de várias formas:
a) investigando só uma parte das unidades que podem ser visíveis, como no método usado por
Steinitz et al. (1974) . Ao efetuar a busca para todos os pontos do território, a probabilidade
38
de que se acumulem os erros em um único ponto é muito pequena, e só se obteria uma
redução dos valores absolutos das áreas vistas, sem importância alguma, já que não
interessam senão valores relativos;
b) reduzindo a distância máxima de visibilidade. É o método mais empregado e se concretiza
quando se empregam malhas na investigação de células adjacentes. Para isto, resultam
especialmente úteis as unidades hexagonais (Ramos et al., 1976);
c) realizando a busca apenas para uns pontos de observação. A seleção destes pontos podem
ser feitas por algum tipo de amostragem aleatória, de acordo com a própria natureza do
terreno (Litton, 1973), ou com critérios de acessibilidade ao ponto de observação por um
número possível de pessoas (Jones et al., 1975).
A apresentação de resultados pode ser feita de várias formas, sendo a mais usual
recorrer ao número de vezes que uma unidade é vista desde uma série de origens e ordenar
todas as unidades em uma escala cuja maior pontuação signifique então maior exposição às
visadas desde o ponto de origem, indicando assim que qualquer alteração nesta unidade, de
alta pontuação, trará uma grande repercussão no território próximo, o qual será visto desde
muitos pontos de visada. Outra forma de se apresentar os resultados é caracterizando cada
unidade pela área qualificada pelos modificadores de pendente e orientação estabelecidos
anteriormente. Cada unidade, vista desde uma origem, é ponderada com os pesos de pendente
e orientação, resultando assim uma medida da intervisibilidade não só quantitativa em
números de unidades ou em área mas com um componente que inclui o “como” se vê
(Espanha, 1996).
2.3 Inventário e Cartografia
O mapeamento de paisagens e as análises das mudanças no uso da terra ajudam a
medir o grau de transformações ambientais . O poder dos dados de sensoriamento remoto, que
incluem imagens de satélite e fotografias aéreas deve-se a sua habilidade de fornecer
informações rápidas sobre a dinâmica da paisagem (Stewart et al., 2004).
A compreensão das transformações na paisagem, decorrentes das diferentes formas de
uso e ocupação do solo através de técnicas de geoprocessamento e sensoriamento remoto,
vêm se tornando, nos últimos anos, uma importante ferramenta no auxílio ao planejamento e
manejo ambiental, especialmente ao se tratar da recuperação de áreas que apresentam alta
vulnerabilidade natural (Silva et al., 2003).
39
O manejo de paisagens tem apresentado um grande desenvolvimento e aplicação no
diagnóstico e solução de questões ambientais nos últimos anos. Por um lado, ele fornece
teorias e conceitos para entender problemas ambientais em escalas pequenas, permitindo uma
reciprocidade entre conceito e objeto pertinente a cada escala de análise. Esses fatores
associados ao uso de sistemas de geoinformação possibilitam que a investigação possa
processar dados conceitualmente coerentes com modelos que descrevam e expliquem escalas
desde locais, até regionais e continentais (Sanderson & Harris, 2000; Turner et al., 2001).
2.3.1 Estratégias baseadas no inventário dos distintos aspectos que compõem a paisagem.
São estratégias de tipo analítico as quais, uma vez inventariados e cartografados os
componentes da paisagem, analisam-se e interpretam seu significado a respeito da definição
da paisagem e se procede a integração de todos eles para chegar a estabelecer os tipos de
paisagem. Neste caso não se realiza propriamente um inventário da paisagem, pois o que se
inventaria são os distintos aspectos parciais que a compõem. O inventário dos mesmos pode
realizar-se expressamente, mediante trabalho de campo com fotografia aérea e mapas
topográficos, reconhecendo todos os elementos componentes da paisagem (formações de
vegetação, usos do solo, estruturas e edificações, formas do terreno, formas de água
superficial, etc...) e seus atributos ou características visuais, como por exemplo a altura,
forma, cor, transparências as vistas. Podem-se determinar sobre o terreno as linhas virtuais de
fechamento visual definidas pelo relevo e/ou pela vegetação (Schuurmans & Van Schie,
1978).
Em outros casos, quando o estudo da paisagem se enquadra no estudo mais geral do
meio físico e se conta com os inventários detalhados de cada elemento do meio, não é
necessário, em geral, realizar um inventário expressamente para a paisagem, senão que se
selecionem e interpretem dados dos inventários parciais em termos de suas implicações
visuais. Há a necessidade também de se obter diretamente, ou elaborar a partir dos dados do
inventário (altitude e altura da vegetação e edificações, fundamentalmente) a estrutura visual
do território (espaço ou bacia visual). O procedimento, segundo Blanco (1979), pode
contemplar as seguintes fases:
a) seleção dos elementos do território que contribuem com mais força para a definição de
paisagem - no geral, os mais determinantes serão o relevo e a vegetação, variando em
importância relativa segundo o território. A estes dois elementos somam-se os demais;
40
b) estudo do significado das características de cada um dos componentes selecionados com
respeito à diferenciação da paisagem - tem-se em conta as características de cada componente
mais relevante na paisagem (pendentes, altitude relativa, complexidade topográfica, estrutura
horizontal e vertical das formações vegetais, colorido e estabilidade das mesmas, pautas de
distribuição da vegetação e usos do solo, entre outras);
c) caracterização da estrutura visual do território, mediante índices assinalados a cada ponto
do território ou por compartimentação do território em unidades ou bacias visuais
“independentes”, que se caracterizam;
d) combinações dos aspectos elementares e determinação do resultado a cada ponto do
território;
e) classificação em tipos e valoração dos mesmos se for o caso.
Independentemente dos objetivos ou do local planejado, esta estratégia exige a
espacialização de um conjunto amplo de dados que necessitam ser comparados, sobrepostos e
avaliados de maneira holística. Dessa forma, o uso dos sistemas computacionais capazes de
governar bancos de dados georeferenciados passa a ser imprescindível, e os Sistemas de
Informações Geográficas (SIG) são cada vez mais desenvolvidos para permitir a formulação
de diagnósticos, prognósticos, avaliação de alternativas de ação e manejo ambiental (Hendrix,
1988).
Sua utilização pode reduzir substancialmente o tempo e o custo de elaboração de um
plano que envolve mapeamentos, como exemplificam Lees & Ritman (1991).
Muitas atividades comuns ao planejamento ambiental são facilmente exercidas em um
SIG, como simular a realidade do espaço geográfico, integrar informações espaciais ou gerar
mapas (Ball, 1994).
Autores como Rauscher (1986), Covington et al. (1988), Rykiel(1989), Folse et al.
(1990), Lai (1990), Loehle & Osteen (1990), Moore et al. (1991), Steiner (1991) e Slocombe
(1993), afirmam que o SIG é, nestes tempos, uma ferramenta viável para estudos do meio
ambiente, planejamentos ambientais e gerenciamentos de recursos naturais.
A informação inventariada pode estar armazenada em mapas temáticos (mediante
malhas poligonais ou por contornos) que podem interpretar-se individualmente mediante
seleção ou combinação de características, cálculo de índices e posteriormente combinar-se
para assinalar a cada ponto do território um tipo de paisagem. Os sistemas de informação
geográfica incluem procedimentos para o cálculo de aspectos visuais simples, que serão
completados com dados de campo (Smit, 1976).
41
2.3.2 Estratégias baseadas no inventário direto das unidades de paisagem existentes.
Como base para o inventário, é de utilidade a fotografia aérea, com apoio de campo
para ajudar a identificar as zonas diferentes e a situá-las sobre o mapa. Podem utilizar-se um
ou dois dos elementos previamente inventariados (relevo e vegetação, por exemplo), como
apoio do inventário e para ajudar a decidir em situações de conflito. Será necessário, também,
ter em conta as condições de visibilidade-intervisibilidade (Zonneveld, 1989).
Dependendo dos territórios, algum dos componentes da paisagem pode atuar como
dominante, marcando as diferenças fundamentais. Em outros casos, segundo De Veer et al.
(1977),será uma combinação de vários aspectos que dará a chave da diferenciação (relevo,
processos geomorfológico, estrutura da vegetação, grau de intervenção humana e condições
de visão como mais destacados).
Segundo Ferraz & Vettorazzi (2003) a implantação e manejo de florestas,
considerando os aspectos ambientais, sociais, estéticos e legais, segundo os princípios de
manejo de paisagens, auxiliados por instrumentos como o SIG, tem o processo de tomada de
decisões como algo complexo pois envolvem muitos fatores espacialmente distribuídos.
Uma vez dividido o território em zonas ou unidades de paisagens, poder-se-á proceder
a sua descrição e valoração em função dos atributos (componentes e características visuais)
que a caracterizam. O uso do ordenador pode ser de utilidade nesta tarefa (Vrij et al. ,1976).
2.3.3.Procedimentos
Zonneveld (1989) estabelece que os procedimentos práticos de manejo ou elaboração
dos dados inventariados, para estabelecer uma divisão espacial de forma que se cubra a
totalidade do território estudado, irão tomar, em geral, uma das seguintes formas:
1) Unidades irregulares extensas
São divisões do território que se estabelecem atendendo aos aspectos visuais ou de
caráter dos fatores considerados como definidores da paisagem. As unidades assim definidas
se supõem homogêneas, tanto em seu valor paisagístico (qualidade visual) como em sua
resposta visual ante possíveis atuações.
A homogeneidade pode buscar-se na repetição de formas ou na combinação de
algumas características parecidas, não-idênticas, em uma área determinada. Porém, a
42
homogeneidade que se busca é, evidentemente, relativa em função do nível de detalhe; por
ele, a determinadas escalas, podem ser reduzidas os indicadores ambientais mais importantes
(por exemplo, homogeneidade fisiográfica e de vegetação), admitindo-se variação em outros
fatores. A homogeneidade interna da unidade implica que as características paisagísticas de
todos os pontos que compreendem sejam iguais ou tenham sido definidas como equivalentes,
já que a homogeneidade total suporia uma divisão excessivamente detalhada. A
homogeneidade estará em função da escala de trabalho; a menor escala corresponderá, em
geral, ao maior tamanho das unidades, e as variáveis a considerar na descrição e valoração
serão de ordem superior, mais agregadas que as escalas pequenas.
Nesse sentido, as unidades de paisagens irregulares podem delimitar-se quase
livremente, como os ecossistemas, de tal forma a manter-se uma homogeneidade relativa de
acordo com a escala de trabalho.
Assim, o primeiro problema que se apresenta na hora de definir as unidades é a
determinação da escala em que se agrupam os dados e se apresentam os resultados. O grau de
precisão nos resultados pode medir-se, de maneira aproximada, pelo tamanho do menor
detalhe que se tem em conta no inventário e se reflete no produto final. Aqui, a diferença do
tratamento de outras magnitudes do território aparece como de grande importância, ainda que
seu tamanho e sua influência sejam pequenas na apreciação de outras variáveis. Isoladas ou
insólitas, as descontinuidades em uma paisagem, são, muitas vezes, o centro de atenção para a
vista de um observador (Espanha, 1996).
Por tudo isto, o tamanho do mínimo detalhe observável não pode ser dado a priori; a
forma, a cor e o contraste podem ser mais significativos que o tamanho ao se pensar na
qualidade visual como dimensão se deverá haver exceção de pontos isolados ou notáveis.
Assim, deixa-se para o resto da paisagem como precisão desejável a mesma das outras
variáveis, dados ou resultados do conjunto do estudo (Fernandez Cañadas, 1977).
Uma vez que se tenha decidido a escala de trabalho e o grau de detalhe que é desejável
alcançar, pode-se abordar a construção ou delimitação das unidades. Essa delimitação pode
realizar-se com critérios visuais, dando origem a zonas visualmente autocontidas desde
diferentes pontos de visão, a modo de bacias visuais. Cabe também atender a critérios de
homogeneidade no caráter geral da unidade; neste caso, o resultado poderia coincidir
sensivelmente com uma combinação de relevo, vegetação e elementos antrópicos (Van Der
Ham et al., 1970).
2) Unidades regulares – outra forma de expressar o inventário consiste em referir os dados a
uma malha poligonal, de forma que cada retícula atue como unidade de paisagem (Koster &
43
De Veer, 1972;).Como vantagens das unidades regulares, segundo Kerkstra (1974), podem ser
citadas as seguintes:
a) proporcionam uma superfície convenientemente graduada;
b) facilitam a referenciação dos dados e sua comparação com os demais elementos do
inventário;
c) sua definição não exige um reconhecimento exaustivo do território, prévio ao estudo.
Tetlow (1979) cita que a principal dificuldade radica na identificação da unidade no
terreno. A definição de uma malha poligonal implica a determinação de uma forma dos
polígonos, de seu tamanho e sua orientação em alguns casos:
a) tamanho da malha – o tamanho da malha deve eleger-se de forma que cada retícula possa
considerar-se como uma unidade de paisagem, pelo que os erros derivados de sua
heterogeneidade devem ser irrelevantes para os objetivos do estudo. Como no caso das
unidades irregulares, o grau de homogeneidade tem que ser de acordo com o nível de detalhe
que se exige no trabalho e, portanto, com a escala; a de menor tamanho corresponderá a uma
maior homogeneidade interna e, como conseqüência, maior precisão. A decisão sobre o
tamanho da malha deve ficar entre a precisão mínima e o máximo de tempo admissível para a
tomada de dados e seu processamento. Neste ponto, não há como duvidar que a distância é o
único ponto crítico da percepção visual.
b) forma da malha - a eleição da forma fica restrita pela necessidade de construir um mosaico
que recubra totalmente a superfície; na maioria dos casos, é conveniente que todos os
elementos da malha sejam iguais em magnitude e posição, polígonos convexos de lados retos.
Entre as figuras que cumprem estas condições, tem-se utilizado principalmente, para realizar
o parcelamento regular do território, o quadrado, o retângulo e o hexágono. Utilizando
qualquer deles, os resultados têm que ser análogos, e uma figura será mais adequada que outra
dependendo das características do território. A malha hexagonal exige determinar a
orientação. Se nos casos habituais em que se utiliza a malha quadrada, as direções de
paralelos e meridianos parecem indicar quase obrigatoriamente a colocação, quando se usa a
malha hexagonal só podem ser tomados dois lados paralelos a qualquer destas linhas , ou a
outra qualquer, e a malha apresentará uma inclinação, que não supõe nenhum inconveniente
para o desenvolvimento das etapas posteriores. A malha hexagonal parece facilitar a
prospecção sistemática de características visuais, a qual supõe uma considerável vantagem
sobre a malha quadrada, dado que nos estudos de paisagem a componente visual é a de maior
importância. Os seis lados do hexágono são vistos desde seu centro, em um ângulo de 60° e
com pequenas variações; este é o mais parecido com um entorno visual circular. Assim,
44
eqüidistantes do centro de cada hexágono, há sucessivas ondas de 6, 12 hexágonos, que
podem ser tomadas como campo de visão de um observador a diferentes distâncias (Ramos et
al., 1976). Por outra parte, as medidas realizadas sobre os hexágonos não apresentam
diferenças importantes com respeito às tomadas sobre os quadrados convencionais.
2.4 A qualidade visual da paisagem
Em apenas seis anos as aspirações de R. Burton Litton, que exigia a equiparação da
qualidade visual ao resto dos recursos naturais, têm sido assumidas pelas agências oficiais e
alcançado um ponto onde a investigação empírica mostra que os valores estéticos são os mais
importantes entre o grupo dos valores culturais-recreativos de ambientes naturais (Carlson,
1977).
Exige-se, também, que os valores estéticos se avaliem em termos comparativos ao
resto dos recursos, ou seja, que a demanda da beleza da paisagem possa se contrapor à
demanda dos demais recursos, pelo que é preciso estabelecer como base objetiva de
comparação entre eles. É fácil intuir a complexidade da tarefa, dada a enorme problemática
que leva consigo a questão do homem e a beleza. É muito significativo que em toda a
literatura moderna sobre a evolução da qualidade visual da paisagem se empregue muito
poucas vezes o termo beleza, preferindo eufemismos como qualidade visual ou valor estético
(Laurie, 1975).
Esta questão já era discutida por Santayna (1896), que sugeria o emprego indistinto de
ambos os termos, para não romper com a literatura, tomando o cuidado para restringir a
beleza ao percebido apenas visualmente, já que a vista é a percepção por excelência.
A percepção da beleza de uma paisagem é um ato criativo de interpretação por parte
do observador (Polakowski, 1975). O território possui qualidades intrínsecas residentes em
seus elementos naturais ou artificiais que são percebidas pelo observador através de seus
mecanismos fisiológicos e psicológicos. Por ele a beleza se aprecia e se reconhece de forma
distinta e em maior ou menor grau, segundo os observadores. Esta resposta faz a beleza vir
condicionada, referindo-se a pessoa, por três tipos de fatores (Laurie, 1975):
a) condições e mecanismos sensitivos e perceptivos inerentes ao próprio observador – por
exemplo a forma de olhar, capacidade de imaginação, atitude no momento da contemplação,
mecanismos de associação de imagens, experiências sensitivas anteriores;
b) condicionantes educativas e culturais – influência no observador dos estágios e atitudes
45
culturais que a paisagem desenvolve na sociedade. Influência de sua aprendizagem cultural e
estética.
c) relações do observador com o objeto a contemplar – familiaridade com a paisagem,
conhecimento profundo do mesmo, inclinação emocional provocada pelas associações
pessoais, entre outros.
Por outra parte, a qualidade formal dos objetos e das relações entre eles e com seu
entorno podem descrever-se em termos de vários fatores como por exemplo desenho,
tamanho, forma, cor e espaço. Todos os investigadores reconhecem a importância destes
fatores na qualidade visual, porém surgem grandes diferenças ao estabelecer a organização da
análise que pode medir o valor relativo de cada um e seu papel na composição total (Espanha,
1996).
Além do problema perceptivo da beleza, existe um novo complicador: o somatório
posterior de um valor. Uma vez que o indivíduo tenha recebido uma sensação ou percepção e
tenha gerado uma resposta estética, a avaliação exige realizar um processo de valoração que
atrai consigo novos problemas. O valor que se soma a uma paisagem tem uns elementos ou
componentes mutuamente interdependentes que são, segundo Groves & Kahalas (1976):
a) componente cognoscitivo – conhecimento ou crença em um objeto, pessoa ou coisa. Está
muito influenciado pelo sistema de organização seletiva do conhecimento em geral, de acordo
com os princípios de aprendizagem e a organização de estímulos;
b) componente sensitivo ou afetivo – emoção conectada com o objeto, que valora seu caráter
motivacional;
c) componente de tendência à ação ou atuação – a rapidez ou prontidão de comportamento
associado a um valor é o resultado de experiências individuais no intuito de satisfação de seus
desejos.
Estes componentes formam um sistema de valor complexo muito inter-relacionado,
que é difícil de ser analisado para evitar erros. Essa tríplice problemática tem sido abordada
de muitas formas pelos profissionais encarregados da avaliação da paisagem e tem dado lugar
a múltiplos métodos de avaliação. Existem vários sistemas de classificação dessas
metodologias (Dunn, 1974; Penning-Rowsell, 1974; Arthur et al.,1977; Robinson et al.,
1976), em função dos critérios empregados, ou dos sistemas de medida, ou da participação
dos usuários, etc..., Contudo, tem sido preferida uma classificação de maior rigor conceitual, a
qual prescinde das etapas históricas de desenvolvimento dos métodos a seguir, em favor de
uma referenciação mais rápida de cada um deles. A classificação adotada é a seguinte:
1) Métodos diretos – a valoração se realiza a partir da contemplação da totalidade da
46
paisagem;
2) Métodos indiretos – a valoração se realiza através da análise de:
a) componentes da paisagem;
b) categorias estéticas por meio de sistemas de agregação com ou sem ponderação e métodos
estatísticos de classificação.
3) Métodos mistos – a valoração é feita diretamente, realizando após uma análise de
componentes, que averigua a participação de cada um no valor total.
Segundo Dunn (1974), deve-se ter em conta que não existe uma técnica correta que
inclua todas as demais. Existem muitos métodos aceitos, de maior ou menor aplicação e de
validade teórica também variável, em função de suas características intrínsecas e do âmbito
concreto no qual têm sido desenvolvidos.
Em qualquer caso, a aplicação destes métodos se realiza dentro das seguintes fases
(Gomes Orea, 1978):
a) identificação ou seleção dos componentes a considerar;
b) medição dos componentes para cada unidade, bem como sobre o terreno ou informações
fotográficas ou cartográficas;
c) estabelecimento de pesos ou coeficientes de ponderação com que cada elemento contribui à
qualidade;
d) combinação de fases precedentes para obter um valor de qualidade visual global de uma
unidade em questão.
A estrutura desses métodos só se adapta com pequenas alterações nas quatro fases de
aplicação, supracitadas, e sua verdadeira problemática está na seleção dos componentes ou
critérios em que se baseiam para avaliação e na eleição de suas variáveis mensuráveis que
representarão esses critérios. Quaisquer critérios devem satisfazer duas condições (Dunn,
1974):
a) serem exaustivos, no sentido de que devem incluir todos os fatores relevantes na
determinação do caráter e qualidade da paisagem. A eleição de fatores é uma decisão chave,
crucial para todos os métodos indiretos de avaliação, que, por hora, é totalmente subjetiva;
b) excluirem-se mutuamente para eliminar a possibilidade de medir duas vezes o efeito de um
fator determinado.
47
2.4.1 Métodos de valoração através dos componentes da paisagem
Utilizam-se várias características físicas da paisagem e cada unidade de paisagem se
valora em termos de cada componente agregando-se depois aos valores parciais para obter um
valor final. As diferenças entre os distintos métodos estão na seleção de componentes e na
forma de valorar cada um. A forma de valorar cada unidade da paisagem para cada
componente é muito variável; por exemplo, pode-se dividir o componente em vários tipos ou
classes e somar a cada um, um valor numérico. O componente atribui o valor da unidade da
paisagem ao valor numérico somado à classe que está presente na unidade. Os métodos
indiretos, a partir de componentes da paisagem, têm sido historicamente os primeiros a
aplicarem-se e têm apresentado uma evolução até uma progressiva quantificação que tende a
complementar-se com contrastes de preferências, dando lugar aos métodos denominados de
mistos (Espanha, 1996).
Muitas vezes, na busca de um conjunto completo de fatores relevantes (Dunn, 1974),
sempre há uma proporção da variação na qualidade da paisagem, que não pode ser explicada
pelos fatores em questão. Estes, na “sutileza” da paisagem, como a interação entre seus
elementos e propriedades (forma, cor, luz, etc...), constituem as categorias estéticas.
Escribano et al. (1987) estabeleceram fatores que afetam a qualidade da paisagem e
que podem estar integrados nas seguintes situações:
1) qualidade visual intrínseca – com este elemento se quer identificar o atrativo visual que se
deriva das características próprias de cada ponto do território. Os valores intrínsecos visuais
positivos se definem geralmente em função da morfologia, vegetação, presença de água e
demais características;
2) qualidade visual do entorno imediato – a importância do entorno imediato se justifica pela
possibilidade de observação de elementos visualmente atrativos, por exemplo, discernir
árvores de uma massa de vegetação ou as formas de uma rocha específica, de um afloramento
ou de um espelho de água.
3) qualidade do fundo cênico – por fundo cênico ou “vistas cênicas”, entende-se o conjunto
que constitui o fundo visual de cada ponto do território. Os elementos básicos do território
para avaliar a qualidade das “vistas cênicas” são:
a) intervisibilidade – valora a existência de panoramas amplos no horizonte visual de cada
ponto do território. Quanto maior for o número de pontos que podem dividir-se desde um
dado, sua bacia visual, maior será a amplitude das vistas cênicas;
48
b) altitude – pode ser utilizada para diferenciar zonas altas ou de ápices;
c) vegetação;
d) água;
e) singularidade geológica.
2.4.2 Métodos de valoração através de categorias estéticas
A essência destes métodos é o estabelecimento da valoração através de uma série de
categorias estéticas, definidas com maior ou menor precisão em cada caso, como unidade,
variedade, contraste, ritmo, entre outras. Cada unidade se valora em função de cada uma das
categorias estabelecidas, agregando ou compatibilizando as valorações parciais em um valor
único para cada unidade. Também tem sido chamados métodos formalistas (Carlson, 1977).
A primeira dificuldade em relação a este método é o estabelecimento e definição das
categorias estéticas a empregar. Em geral, tem-se uma idéia mais ou menos clara do
significado de “variedade” por exemplo, porém se utiliza o termo para valorar uma paisagem
através dele, isto é, pretende-se determinar até que ponto é variado ou não, e, se há pretensão
de que diversas pessoas cheguem a valorações análogas, é preciso defini-lo muito
concretamente e oferecer vários exemplos de valoração de modo a guiar ou normatizar a
aplicação (Litton, 1974).
Litton (1972) é pioneiro acerca da valoração da paisagem e a sua descrição,
estabelecendo uma série de fatores de reconhecimento, uns tipos compositivos e uns critérios
estéticos para valorar sua qualidade. O trabalho deste autor tem sido tomado como origem de
vários outros métodos e reconhecido por outros pesquisadores e agências estatais americanas.
Em essência, o método empregado pelo autor acima assinala uns fatores de
reconhecimento primário, equivalentes, em certo sentido, aos componentes da paisagem, que
são:
a) forma do terreno, referindo-se a elementos convexos (serras, montes e demais formações)
sendo esteticamente reforçada através de seu caráter de isolamento, de dominância, de
definição ou distinção do contorno (silhueta), de variação de cobertura superficial (vegetação
ou rochas);
b) espaços referidos a elementos côncavos (vales, canions) modificados esteticamente por sua
proporção (entre fundo e laterais), por sua constituição enquanto materiais, pendentes e
continuidade, pela sua configuração (referida a sua forma simples ou complexa) e por sua
49
escala ou tamanho relativo;
c) variabilidade no tempo referida às possibilidades de luz e calor e às influências efêmeras do
clima.
Também assinala uns fatores secundários análogos aos denominados modificadores de
visão, dentre os quais inclui a posição do observador (inferior, normal e superior), a distância
(primeiro termo, termo médio e fundo) e a seqüência (ordem e ritmo). Logo, indica uns
critérios estéticos que se utilizam como veículos para a valoração:
a) unidade, qualidade de conjunto em que o todo é maior que a soma das partes;
b) intensidade da composição, o que lhe dá força e faz atrativa. Estuda as inter-relações entre
componentes (similaridade, contraste) e o caráter da aparência como a claridade dentre outros.
2.4.3 Métodos mistos de valoração de qualidade visual
Este grupo de métodos busca combinar as vantagens inerentes aos métodos diretos e
indiretos. Quase todos os métodos modernos de valoração entram nesta categoria e
geralmente são dotados de um maior rigor e de uma estrutura mais adequada que os
anteriores. Baseiam-se na idéia de que a valoração só é possível ser realizada de forma direta,
porém utilizam a desagregação em componentes, para referendar ou contrastar a valoração
direta, bem como instrumento para facilitar ou simplificar tais valores. Além destes objetivos
principais, a aplicação dos métodos mistos proporciona muitos dados relevantes acerca das
atuações sobre o território, antecipando, de algum modo, suas possíveis repercussões sobre o
meio (Dunn, 1974).
2.5 Fragilidade visual
Define-se fragilidade visual como a susceptibilidade de uma paisagem às mudanças
quando se desenvolve um uso sobre a mesma. Expressa o grau de deterioração que a
paisagem experimentaria ante a incidência de determinadas atuações (Mopu, 1989).
Este conceito é similar ao de vulnerabilidade visual e oposto ao de capacidade de
absorção visual, que consiste na atitude de uma paisagem de absorver visualmente
modificações ou alterações em detrimentos de sua qualidade visual. A maior fragilidade ou
vulnerabilidade visual corresponde a menor capacidade de absorção visual ou vice-versa. A
50
qualidade visual de uma paisagem é intrínseca do território, não ocorre como a fragilidade: tal
e como se tem definido, depende, em princípio, do tipo de atividade que se pensa desenvolver.
O espaço visual pode apresentar diferente vulnerabilidade dependendo da atividade. Este fator
é importante quando se trata de realizar um estudo sobre o território de extensão reduzida.
Neste caso, haveria que especificar sua fragilidade para cada uma das atividades possíveis.
Não obstante, quando a superfície de estudo é grande e o planejamento aponta a proporcionar
um marco de decisões, a fragilidade tem de tomar também um caráter genérico e considerado
intrínseco. A maioria dos métodos de valoração da fragilidade visual tem surgido ante
problemas concretos: extração de recursos minerais, urbanização, plantas de energia,
atividades agrícolas, florestais, recreativas, o que representa uma tipologia menos definida
que no uso da valoração da qualidade visual. Podem-se seguir esquemas metodológicos
similares aos que se indicaram para a qualidade visual; não obstante, o estudo da fragilidade
se presta melhor que da qualidade a objetivação e quantificação. Nos distintos modelos,
considerando-se fatores como visibilidade, tanto em magnitude como em complexidade do
observado, efeito “cortina” realizado pela vegetação, pendente e morfologia do terreno ou
acessibilidade da paisagem. Estes elementos e características podem considerar-se incluídos
em três grandes grupos, segundo Aguilo (1981):
a) fatores biofísicos derivados dos elementos característicos de cada ponto. Fazem parte a
pendente, a orientação e a vegetação, consideradas em diversos aspectos (altura, densidade,
variedade cromática, estacionalidade, contraste cromático com o solo). A integração desses
fatores de lugar a um único valor determina a fragilidade visual do ponto;
b) fatores de visualização, derivados da configuração do entorno de cada ponto; são
considerados aqui os parâmetros da bacia visual ou superfície vista desde cada ponto, tanto
em magnitude como em forma e complexidade. Todos estes parâmetros se agregam a um
único valor que mede a fragilidade visual do entorno do ponto.
c) fatores histórico-culturais que tendem a explicar o caráter e as formas das paisagens em
função do processo histórico que tem sido produzido, sendo, portanto, determinantes da
compatibilidade de forma e função de futuras atuações com o meio.
Segundo o modelo proposto por Aguilo (1981), a fragilidade visual de um ponto do
território é função dos elementos e características ambientais que definem o ponto e seu
entorno. Define-se assim a fragilidade visual intrínseca, independente da possível observação,
aquela pela qual é necessário somar certas considerações referentes à possibilidade “real” ou
“pragmática” de visualizar a futura atuação por parte de um observador. Um exemplo levado
ao extremo seria de uma atuação localizada em uma zona de máxima fragilidade visual
51
intrínseca, porém totalmente inacessível para qualquer espectador. Esta é a razão para a qual
se considera um “valor adquirido” da fragilidade visual, quando a caracterização intrínseca se
soma ao matiz da acessibilidade potencial à observação.
A maior parte dos estudos tratam o tema da fragilidade visual do território no enfoque
do primeiro dos componentes anunciados: a fragilidade visual do ponto, dependente de fatores
biofísicos tais como a pendente do terreno, sua orientação, o tipo de cobertura do solo, o tipo
de solo, sua erosionabilidade e o potencial de regeneração, etc...Um exemplo pode encontrarse em Tetlow (1979).
Aguilo (1981) seleciona as seguintes variáveis para qualificar a fragilidade visual de
uma paisagem:
1) Fragilidade visual do ponto -fatores biofísicos a) solo e cobertura vegetal –
- densidade da vegetação – a maior densidade de vegetação, expressada pelo percentual de
solo coberto pela projeção horizontal das espécies lenhosas, menor fragilidade visual
intrínseca;
- contraste cromático solo-vegetação – a fragilidade visual intrínseca cresce com a magnitude
do contraste de cor entre solo e vegetação;
- altura da vegetação – quanto maior é a complexidade da estrutura da vegetação, com maior
número e densidade de estratos, menor é o nível de fragilidade visual;
- contraste cromático dentro da vegetação – a diversidade cromática dentro da própria
cobertura vegetal favorece a “camuflagem” das atuações humanas, sobretudo se essa gama
abundante de cores não obedece a uma pauta claramente definida e se distribui de forma
caótica. As situações de maior fragilidade visual, a este respeito, vêm definidas pelas manchas
monocromáticas, constantes ou variáveis;
- estacionalidade da vegetação – a perda da opacidade, a redução do efeito “cortina”, que
supõe a perda das folhas caducas, é um fator que aumenta, ainda que seja de forma temporal
durante o outono-inverno, a fragilidade visual das zonas que sustentam aquele tipo de
vegetação.
b) pendente – para a avaliação da fragilidade visual derivada deste fator, é efetuada uma
classificação dos valores estimados da pendente, no sentido de atribuir uma maior capacidade
de absorção visual às pendentes mais baixas.
c) orientação – a relação orientação-fragilidade visual obedece a dois critérios. Normalmente,
a fragilidade é maior nas zonas mais iluminadas, para o observador. Também a fragilidade é
maior em zonas cuja orientação obrigue o espectador a uma visualização a contraluz durante
52
um tempo mais prolongado
2) Fragilidade visual do entorno do ponto - fatores morfológicos de visualização
a) tamanho da bacia visual – um ponto é mais vulnerável quanto mais visível é, quanto maior
é sua bacia visual;
b) compacidade da bacia visual - as bacias visuais com menor número de buracos, com
menor complexidade morfológica, são mais frágeis;
c) forma da bacia visual – as bacias visuais mais orientadas e amplas são mais sensíveis aos
impactos, pois se deterioram mais facilmente que as bacias redondas, devido a maior
direcionalidade do fluxo visual;
d) altura relativa do ponto a respeito de sua bacia visual – são mais frágeis visualmente
aqueles pontos que estão muito acima ou abaixo da bacia visual, e menos frágeis aqueles
outros cuja bacia está a um mesmo nível. Quando os raios visuais incidem com ângulos muito
pequenos sobre as superfícies a observar, o detalhe é mal observado. A visão desde distintas
alturas leva a ângulos de incidência maiores e a uma maior exposição às vistas.
3) Fragilidade derivada das características histórico-culturais do território
a) existência de pontos e zonas singulares – os valores singulares, enquanto que constituem
pontos de atração e focalizam a visão, somam fragilidade visual, tanto aos próprios pontos nos
quais se situam, como ao seu entorno imediato. A seleção destes pontos poderá definir-se por
critérios de:
- unicidade – locais de caráter único;
- valor tradicional – locais ou formações morfológicas fortemente enraizadas na vida local,
utilizados como referências cotidianas ou constituídos, de alguma forma, como símbolos
comerciais;
- interesse histórico – momentos importantes na história da região, com transcendência fora
do âmbito local.
4) Acessibilidade de observação;
a) distância de carros e pessoas – a fragilidade visual adquirida aumenta com a cercania de
povoados e estradas (aumento da presença potencial de observadores).
b) acessibilidade visual desde estradas e povoados – a fragilidade visual de cada ponto do
território aumenta com a possibilidade de ser visto dos núcleos potenciais de observadores.
Quanto maior for o número de vezes que um ponto é visto ao percorrer uma estrada,
maior será a fragilidade visual de cada ponto. A combinação da fragilidade visual do ponto e
do entorno define a fragilidade visual intrínseca de cada ponto do território e a integração
global com o elemento acessibilidade, a fragilidade visual adquirida. Um caso particular dessa
53
combinação é a metodologia para avaliação da capacidade de absorção visual (Visual
Absorption Capability – VAC), proposta por Yeomans (1986) na linha de trabalho de
Anderson et al. (1979).
2.6 Integração dos modelos de qualidade e fragilidade.
Em alguns dos estudos do meio físico aplicados à planificação territorial, pode ser
necessário a elaboração de um modelo visual que resulte integrar a qualidade visual à
fragilidade visual de cada ponto do território. As combinações qualidade-fragilidade podem
ser úteis, quando se deseja ter em conta os valores paisagísticos na hora de preservar e
promover: as combinações alta qualidade-alta fragilidade serão candidatas destacadas à
proteção; as de alta qualidade-baixa fragilidade à promoção de atividades nas quais constitua
a paisagem um fator de atração; as de baixa qualidade-baixa fragilidade, à localização de
atividades do tipo disposição de resíduos e outras semelhantes. As possíveis combinações
qualidade-fragilidade podem agrupar-se e interpretar-se de distinta forma segundo as
características particulares do território estudado (Anderson et al., 1979).
Um exemplo desta integração foi o estudo realizado na Comarca de Granada (Ramos
et al., 1980), onde se adotou a seguinte classificação:
a) Classe 1 – zonas de alta qualidade e alta fragilidade, cuja conservação resulta prioritária;
b) Classe 2 – zonas de alta qualidade e baixa fragilidade, aptas, em princípio, para a promoção
de atividades que requeiram qualidade paisagística e causem impactos de pouca intensidade
na paisagem;
c) Classe 3 - zonas de qualidade média a alta e fragilidade variável, que podem incorporar-se
às anteriores quando as circunstâncias aconselharem;
d) Classe 4 – zonas de qualidade baixa e de fragilidade média a alta, que podem incorporar-se
à classe 5 quando for preciso;
e) Classe 5 – zonas de qualidade e fragilidade baixas, aptas desde o ponto de vista paisagístico
para a localização de atividades que causem impactos muito fortes.
2.7 Vivacidade dos Elementos Visuais
Por suas acentuações mútuas ou pelos seus contrastes os elementos visuais emitem
54
vivacidade como qualquer expressão visual, seja um quadro artístico, seja um conjunto
arquitetônico, seja uma paisagem natural ou cultural (Jones & Jones, 1974).
Litton et al. (1974) e Gonçalves (1971) reconhecem os seguintes elementos clássicos
da estética ou também denominados elementos visuais: linha, forma, textura, escala e cor.
Griffith & Valente (1979) comentam que esses elementos visuais ocorrem, com uma
vivacidade variável, nos contextos paisagísticos da geomorfologia, da hidrologia e da ecologia
e no uso da terra já existente no local. Por exemplo, é comum falar-se sobre a linha estreita do
horizonte, do mar ou do cerrado; da forma e da grande escala das serras altas do Sudeste e da
textura complexa da vegetação tropical e subtropical encontrada no Brasil. A mensuração do
grau de intensidade de cada elemento ainda estimula muitos estudos do campo das artes
visuais.
Segundo os autores citados, para valoração da intensidade da vivacidade destes
elementos visuais, podem ser empregadas escalas de medidas individuais ou para todos
elementos. Estas se constituem de figuras, desenhos e/ou escalas numéricas que representam
as magnitudes potenciais dos elementos da paisagem, variando de baixa a alta vivacidade.
Griffith & Valente (1979) citam ainda que as unidades visuais são altamente interrelacionadas quando percebidas de um ponto de vista dinâmico. A seqüência e sua duração se
combinam para dar a dinâmica da visão. Em paisagens, a seqüência é definida como a
repetição sistemática dos elementos visuais de linha, forma, textura, escala e cor. A duração
da experiência depende da distância e da velocidade com que o observador se desloca dentro
das paisagens e entre elas.
Griffith (1992) cita que a qualidade de um objeto de arte e, especialmente a beleza
paisagística, dependem, muitas vezes, da combinação desses elementos visuais (linha, forma,
textura, escala e cor) para constituir a variedade visual. É reconhecido que a existência ou não
de variedade desses mesmos elementos visuais pode ser um dos principais fatores da
qualidade do recurso paisagístico, desde que eles se harmonizem. Essa harmonização constitui
a base fundamental do paisagismo para áreas naturais.
A Figura 1 mostra a evolução dos elementos visuais para a composição da paisagem
natural.
55
FORMA
⇓
LINHA
⇓
ESCALA
⇓
TEXTURA
⇓
COR
⇓
VARIEDADE VISUAL
Fonte: Griffith & Valente (1979)
FIGURA 1 – Evolução dos elementos visuais das paisagens naturais.
Uma determinada estrada cênica (Figura 2), por exemplo, após passar por um
inventário, terá os seus elementos de cada paisagem com a sua atribuição quanto à intensidade
visual.
56
A
B
C
D
E
F
Fonte: Griffith & Valente (1979)
FIGURA 2 – Estrada cênica com as suas paisagens ou unidades visuais.
A utilização da seqüência para simular movimento, criar um ambiente ou desenvolver
um conceito ou tema já é uma técnica há muito conhecida na arquitetura (Hamlin, 1952;
Simonds, 1961).
Determinando-se uma seqüência ideal para uma estrada cênica, a mesma deverá ter os
seguintes passos :
(1) começo;
(2) direção (que orienta o caráter do impulso);
(3) continuidade (unidades sem mudanças discordantes);
(4) clímax;
(5) conclusão (resolução lógica do clímax);
(6) saída da seqüência.
A partir do inventário, estabelece-se a seqüência real da estrada cênica e, após,
justapõem-se os dois gráficos revelando ao planejador quais as unidades e elementos visuais
que aumentam ou diminuem a sensação do observador ao percorrer aquela estrada. Assim,
podem-se avaliar facilmente as deficiências ou elementos–chaves de cada unidade, indicando
quais os aspectos que são críticos para o planejamento conforme Griffith & Valente (1979).
57
2.8 Usos múltiplos da floresta – Ecoturismo
O conceito oficial brasileiro diz que o Ecoturismo é um segmento da atividade
turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua
conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do
ambiente, promovendo o bem-estar das populações envolvidas (Brasil, 1994).
De mesmo modo Brasil (1994) estabeleceu como princípios fundamentais para o
ecoturismo:
a) conservação e uso sustentável dos recursos naturais e culturais;
b) informação e interpretação ambiental;
c) ocorrência de reversão dos benefícios para a comunidade local e para a conservação dos
recursos naturais e culturais;
d) existência de envolvimento da comunidade local;
e) geração de recursos, visto que é um negócio;
A modalidade de turismo denominada turismo ecológico, ou simplesmente
ecoturismo, constitui-se um dos alicerces na tentativa de alcançar um modelo sustentável de
desenvolvimento. Por ecoturismo podemos entender que ele é uma viajem responsável a áreas
naturais, visando preservar o meio ambiente e promover o bem-estar da população local
(Western, 1999).
Buscando oportunizar esta situação Brasil (1994) buscou determinar os critérios do
ecoturismo que são:
a) manejo e administração verde do empreendimento;
b) associações e parcerias entre os setores governamentais e não governamentais locais,
regionais e nacionais;
c) Educação Ambiental para o turista e para a comunidade local;
d) guias conscientes, interessados e responsáveis;
e) planejamento integrado, com preferência à regionalização;
f) promoção de experiências únicas e inesquecíveis em um destino exótico;
g) monitoramento e avaliação constante;
h) turismo de baixo impacto;
i) código de ética para o mercado de ecoturismo.
É um fenômeno característico do final do século XX, e ao que se percebe do século
XXI. Podemos dizer convictamente que as raízes deste segmento do turismo encontram-se na
58
natureza, esta constitui o palco da atividade. O turismo realizado ao ar livre foi a atividade
progenitora desta modalidade.Os primeiros ecoturistas foram aqueles que há um século
chegaram aos parques americanos como o de Yellowstone, os que escalaram o Himalaia e
outros montes, enfim pesquisadores como Charles Darwin, esportistas e aventureiros que
fazendo do meio ambiente o cenário para realização de suas atividades também se
preocupavam com a preservação da natureza. No entanto era uma preocupação passiva, essas
atividades não possuíam o intuito de ser um meio de preservação. Também é obvio que no
passado, esses pesquisadores ou aventureiros ocasionais não provocavam nenhum impacto
socioeconômico significativo como acontece nos dias de hoje. O século XX vislumbrou a
evolução do ecoturismo além da significativa mudança das excursões às áreas naturais. O
maior exemplo disto é observado na África. Os safáris de caça que se realizavam no começo
do século XX com o intuito de capturar grandes cabeças de animais como rinocerontes, leões
ou elefantes, dizimavam grandes populações desses animais ano a ano. Com o passar das
décadas foram substituídos por safáris fotográficos que já eram comuns nos anos 60.
Percebeu-se que esses animais vivos eram mais lucrativos do que mortos. Para que o
ecoturismo alcançasse as dimensões hoje alcançadas o trabalho das Organizações Não
Governamentais – ONGs - foi também fundamental. Outro grande impulsionador do turismo
ecológico foi sem dúvida os documentários em vídeo sobre viagens e sobre a natureza,
populares nos finais da década de 70. No entanto, o turismo de massa a essas áreas continuou
por muito tempo depredando habitats naturais, molestando animais, destruindo a natureza e
muitas culturas. Felizmente comportamento foi sendo mudado e os visitantes hoje estão mais
conscientes do valor das diferentes formas de vida, do dano ecológico e cultural que podem
provocar (Ramon, 2002).
Nos países desenvolvidos, segundo Brasil (1994), o ecoturismo é uma atividade ainda
mais vantajosa. Apenas o sistema de parques nacionais nos Estados Unidos, considerado
como a maior rede de atração natural do mundo, recebeu mais de 270 milhões de visitantes
em 1989. Já os parques estaduais atraem mais de 500 milhões de visitantes. No que se refere
aos visitantes dos parques nacionais e estaduais dos Estados Unidos, cerca de 29,5 milhões de
americanos, com idade superior a 16 anos, realizaram viagens com a finalidade primordial de
observar e fotografar a fauna. A observação de aves foi a atividade recreativa mais
importante, atraindo 25 milhões de pessoas. Para a América Latina, onde o ecoturismo
começa a despontar, a atividade se reveste de extrema importância para os esforços nacionais
de promoção do desenvolvimento econômico e social. O adequado aproveitamento dos
variados ecossistemas existentes, ainda pouco explorados, propiciará a abertura de novas
59
alternativas econômicas e a conseqüente melhoria das condições de vida das populações
envolvidas, além de reduzir os impactos negativos causados pelo turismo tradicional, devido
ao perfil e às expectativas dos visitantes que normalmente viajam em pequenos grupos em
comparação com o turismo de massa. Com o objetivo de obter um melhor entendimento sobre
ecoturismo na América e no Caribe, foi realizada uma pesquisa, em 1988, junto a turistas que
visitavam o México, Belize, Costa Rica, República Dominicana e Equador. Nos 5 países
estudados, 58% do total de turistas consultados revelaram o nome de um parque ou uma área
protegida que teriam visitado. Desse grupo, 28% visitaram 2 parques e 13% visitaram 3. Esses
números apontam que um elevado percentual de turistas, independentemente das razões que
apresentam para visitar um país, freqüentam parques nacionais, comprovando a indissociável
afinidade entre essas unidades do ecoturismo.
Para que o turismo se desenvolva de maneira que se preserve sua atratibilidade, ou
seja, que ao longo do tempo, seus atrativos continuem intactos e motivando a vinda de
turistas, é necessário muito cuidado no planejamento. Para isso, deve ser elaborado um
detalhado Plano de Desenvolvimento Turístico, que é entendido como uma ordenação das
ações do homem sobre o território e ocupar-se em direcionar a construção de equipamentos e
facilidades de forma adequada evitando, dessa forma, os efeitos negativos nos recursos, que
os destroem ou reduzem sua atratividade. Nele deve constar o potencial da área a ser
trabalhada, o nível de turismo desejado, a normatização da atividade e as maneiras de se
chegar aos objetivos (Ruschmann, 1997).
Segundo Ramon (2002), por oferta turística pode-se entender produtos, bens ou
serviços que um município ou localidade tem a oferecer para as pessoas que o visitam. Em
função de sua estrutura, complexidade e heterogeneidade, a oferta turística resulta na
composição de um conjunto de atividades, tanto econômicas como sociais e culturais. Ela
compreende os atrativos em geral como recursos naturais, históricos e culturais; infraestrutura
em geral como meios de hospedagem; alimentação; transportes; entretenimento; serviços de
apoio ao turista; e outros. A quantidade de bens e serviços consumidos pelos visitantes
caracteriza-se demanda turística.Além da qualidade das destinações turísticas, da infraestrutura oferecida ao visitante, a originalidade do lugar é freqüentemente avaliada. A
essência do ecoturismo está em oferecer ao turista uma experiência rica e autêntica de
vivência junto aos ecossistemas. Associados a isto são propiciados condições de conforto,
aconchego e recreação, disponibilidade de equipamentos turísticos característicos e
diferenciados, além do importante incentivo às práticas conservacionistas. Freqüentemente,
várias outras associações são feitas ao turismo ecológico em vista de uma estreita relação
60
existente entre os princípios dessas atividades, são exemplos mais comuns os esportes de
aventura; um turismo de cunho histórico-cultural, onde monumentos e velhas edificações
constituem parte da oferta turística; o turismo de saúde e outros. Em se tratando de
ecoturismo, um importante segmento são os esportes radicais. Estes têm sido os grandes
impulsionadores do ecoturismo no Brasil, e também no mundo. O trekking, o montain-bike,
as cavalgadas, a tirolesa, o cannoing, o floating, o rafting, o rappel e a pesca esportiva são
algumas das diversas opções existentes.
O Brasil é um país com vocação natural para o ecoturismo. Sua grande diversidade
cultural e sua ampla extensão territorial, propiciam uma oferta turística das mais variadas,
fazendo com que o Brasil seja uma atração para os próprios brasileiros, permitindo ainda a
prática da maioria das modalidades de turismo ecológico e também de esportes de aventura.
Mesmo após séculos de exploração predatória, os ecossistemas brasileiros guardam inúmeros
e notáveis encantos, ainda praticamente inexplorados do ponto de vista do ecoturismo. Com
iniciativa e estratégia dos agentes públicos e privados pode-se protegê-los, gerando emprego,
renda e grande oportunidade de novos negócios. Dia a dia, novas apostas no turismo
ecológico surgem na tentativa de dinamizar pequenas comunidades. Todas as cinco regiões do
país têm potencial suficiente para apostar no turismo ecológico e todas elas possuem pólos já
consagrados. Mas, segundo um estudo da EMBRATUR, a sinalização é insuficiente, e
melhorias na infraestrutura são desejáveis na grande maioria dos lugares. O Poder Público
ainda é um dos grandes responsáveis pelo impulso inicial que deve ser dado a essa, como a
varias outras atividades, e também, um dos responsáveis pelos cuidados para que a atividade
se perpetue (Ramon, 2002).
Segundo Guillaumon & Ogawa (1982) as áreas de floresta possuem vocação para
abrigar o lazer e desempenhar o papel de zonas de equilíbrio no gerenciamento de uso do
solo,
tanto
rural,
quanto
urbano.
Essa
função
pode
ainda
ser
desempenhada
concomitantemente a outros usos dessas áreas. Sob o ponto de vista da conservação, podem
ser consideradas três categorias:
a) conservação como preservação;
b) conservação como uso racional;
c) conservação como gerenciamento ambiental.
Kumazaki (1977) afirma que o desequilíbrio da correlação homem/ambiente pode
levar a conseqüências ambientais e econômicas. A renda obtida pela utilização irracional da
floresta é infinitamente pequena em relação aos prejuízos decorrentes dessa utilização.
Considerando apenas a produção de água como um dos usos indiretos da floresta, fica claro
61
que o custo do tratamento da água recolhida de área florestada é infinitamente inferior ao de
área totalmente desprotegida, acrescendo-se, ainda a vida útil dos reservatórios devido aos
problemas de erosão e assoreamento que refletem nos custos de barramento e armazenamento
dessa água.
Até mesmo as áreas de “preservação total” têm um papel indireto na produção
econômica e social: a água é um bem de produção a curto prazo, mas os benefícios advindos
dos estoques genéticos são benefícios a longo prazo que serão incorporados pela pesquisa aos
processos de produção agrícola, pecuária e florestal, garantindo inclusive recursos para a
alimentação e o abastecimento do futuro. As áreas de “uso racional” poderão ter seu espectro
produtivo ampliado na medida em que se contemple o uso múltiplo da floresta. No que diz
respeito a sua importância como áreas no “gerenciamento ambiental”, ambas terão seu papel a
desempenhar (Kumazaki, 1977).
No passado, não existia esta sensibilidade por parte dos responsáveis pela decisão, mas
os novos conhecimentos incorporados à área do planejamento ambiental vieram trazer novas
luzes aos gerenciadores do uso do solo. Mesmo com essa falta de sensibilidade, nota-se, hoje,
na região metropolitana de São Paulo que as áreas naturais mais significativas que subsistiram
foram aquelas nas quais existia uma decisão muito bem definida com relação a sua função.
Apesar de o planejamento ambiental não ser palavra de ordem na época, não foi a decisão de
uso direto que manteve estas florestas, mas a de seu uso indireto. Foram protegidas e
permanecem, até hoje, como ilhas no oceano de concreto, fornecendo a água que abastece
milhões de habitantes. Nas demais florestas, o uso direto prosseguiu sem a reposição
necessária: primeiramente foi o intuito de abrir os espaços para uma agricultura de
subsistência, para a lavoura das culturas de exportação, para a expansão das fronteiras
agrícolas e para a ocupação urbana que se expandia. As justificativas políticas para
prosseguimento do desmatamento sempre foram encontradas no nível econômico, e o produto
acabava e ainda acaba chegando mais barato que o produzido no local porque a ótica sempre
foi a imediatista, sem a visão do futuro que deveria caracterizar os estadistas (Sach, 1979).
Se nas florestas de uso direto, a curto prazo, as necessidades podem ser supridas com a
importação dos bens, o mesmo não ocorre com as florestas de uso indireto. Estas são
patrimônios que não têm sentido se não existirem junto à comunidade. Seus bens não são
importáveis. Ninguém importa controle climático, controle de enchentes, de deslizamentos, de
ventos, de poluição sonora, áreas de descontração, etc...Daí o significado tão grande que lhes
é atribuído hoje, e o porquê de serem consideradas com tanta ênfase no planejamento
ambiental (Guillaumon & Ogawa, 1982).
62
Esta tem sido também a análise em muitos países desenvolvidos, que preferem
armazenar os seus estoques florestais para contempla-los com o uso indireto. No Japão, os
estudos econômicos foram realizados pela Divisão de Planejamento da Agência Florestal para
definição do ponto de inflexão entre a economicidade das florestas de uso direto e o das de
uso indireto. Conclui-se que os benefícios sociais indiretos das florestas, economicamente,
eram 20 vezes maiores que o seu uso direto, e que seria preferível importar seus produtos dos
países periféricos. Isso, logicamente, implicaria numa política de repasse dos benefícios aos
proprietários que mantêm essas florestas. No Brasil, infelizmente, a decisão vem sendo
tomada ao reverso e nem os estoques explorados vêm sendo repostos nas escalas necessárias
para o seu uso direto continuado (Kumazaki, 1977).
Na França, na região parisiense, adotaram-se as chamadas “Zonas Naturais de
Equilíbrio”, onde, em função da criticidade de áreas disponíveis para o lazer e de sua alta
demanda, na escala de prioridades do uso múltiplo, o uso público das florestas para o lazer
passou a ocupar o primeiro lugar. Essas zonas, na realidade não abrigam as florestas, mas as
diferentes composições de uso do solo rural, capazes de se compatibilizarem nos bolsões
metropolitanos, evitando o adensamento exagerado das cidades e promovendo a interrupção
da continuidade do tecido urbano, disciplinando-o, criando núcleos mais equilibrados, nas
quais haja afinamento entre as funções do urbano e do rural (Lapoix, 1975).
Estas seriam medidas fundamentais para as cidades latino-americanas, que
tradicionalmente têm crescimento explosivo, com tendência à metropolização e à conurbação.
Naturalmente que estas “Zonas Naturais de Equilíbrio” não devem aparecer como o resultado
de medidas negativas mas sim como a expressão viva de uma realidade econômica e social,
que se apóia sobre políticas de lazer, de equipamentos urbanos e rurais e agrícolas, sendo
considerada também a florestal. Aí entra o papel que deveriam desempenhar as florestas
também como áreas de produção diversificada (Lapoix, 1975).
Tradicionalmente, a teoria econômica organiza apenas o aspecto administrativo, não
sendo suficiente para orientação da política florestal (Kumazaki, 1977).
As zonas de equilíbrio deverão ser adotadas, não só quanto às regiões metropolitanas,
mas também quanto ao território como um todo. Devem, ainda, representar o espaço de
embricamento entre o rural e o urbano, em que os dois se complementem: o rural sendo
remunerado pelo fornecimento da estrutura de apoio à frequentação dos citadinos, fazendolhes saborear as características das culturas específicas de cada região e repassando-lhes os
conhecimentos
tradicionais
para
serem
recuperados
pela
ciência
da
civilização
contemporânea, ao mesmo tempo em que as áreas reequilibrem as necessidades da cidade, e o
63
citadino retribua a riqueza, à medida que lhes repassa parte de seus ganhos como remuneração
pelas paisagens protegidas e pelos serviços prestados, além dos novos conhecimentos que lhes
levam das cidades, contribuindo com a evolução das comunidades rurais. Isso se caracteriza
como desenvolvimento em vez de simples crescimento econômico. Uma política de lazer,
conjugada a outros usos diretos e indiretos da floresta, poderá contemplar diferentes
gradientes de utilização das áreas naturais conforme a maior ou menor necessidade das
populações, a distância destas áreas aos centros urbanos e a sua capacidade de suporte (“carry
capacity”). A manutenção do patrimônio biológico, logicamente, terá lugar na escolha, e
sendo valorizada em entremeio às decisões de abertura ao público ou de todas as outras
iniciativas financeiras tomadas pelos agricultores, empresários florestais ou turísticos
(Kumazaki, 1977).
Miltraud et al. (2003) estabelece que o lazer, quanto à política florestal, deverá ser
estabelecido em função de planos oriundos dos dois itens:
a) uso direto;
b) uso indireto.
Numa primeira etapa, a estratégia recomenda que se anulem os efeitos dos usos
desaconselháveis, através do estabelecimento de normas/legislação. Numa segunda etapa ou
mesmo concomitantemente, deverão ser criados os incentivos para desenvolver e manter a
atividade florestal em um nível desejável. O preparo das áreas florestais urbanas e mesmo
rurais para o uso social deverá levar em conta tanto os aspectos quantitativos como os
qualitativos. O grau de escolha, em nível matemático, é possível, mas, devido a sua
complexidade, acaba ficando restrito a grandes teses de difícil transposição para a prática. As
decisões e o grau de interferência acabam ficando por conta do “felling” do gerenciador, pois,
para o estabelecimento das normas ideais, existe uma infinidade de parâmetros que acabam
ficando à margem numa análise muito cartesiana.
Em geral, as análises mais econometristas do valor da recreação se restringem a uma
consulta aos freqüentadores potenciais, detectando junto a eles a disposição que possuem para
dispender unidades de tempo e dinheiro. Isso define inclusive maior restrição ou maior
abertura dessas áreas, métodos esses altamente contestados por não considerarem os valores
sociais que devem ser estimulados pelo próprio Estado (Kumazaki, 1977).
Segundo Sach (1979), estas são fórmulas encontradas pelos burocratas para
justificarem-se frente ao modelo econômico que impera e que deveriam ser evitadas pelos
gerenciadores, por questão de coerência, com os outros significados dessas áreas. Por outro
lado, esta postura estimula a utilização das áreas sem considerar-se o seu valor biológico e a
64
sua capacidade de suporte (“carry capacity”).
Se depender da teoria econômica tradicional, a questão se torna insolúvel devido à
própria dificuldade de avaliação dos benefícios indiretos da floresta. Tanto a política de
incentivo à produção como a política de conservação, até o nível de preservação total, devem
ser embasados no pleno conhecimento e ajuste as condições locais. Não se pode pensar em
política florestal dissociada das preocupações ambientais e sociais de cada região, microregião e ecossistema (Kumazaki, 1977).
Segundo Kumazaki (1977), analiticamente, a recreação ao ar livre comporta as
seguintes fases:
a) expectativa e preparo do passeio;
b) desfrute no deslocamento até o local;
c) experiência de atividades no local;
d) desfrute no deslocamento de volta;
e) rememoração no deslocamento de volta.
Dentro da preocupação com enfoque do lazer cultural, cada uma destas fases poderá
ser convenientemente trabalhada para atingir o objetivo maior na área florestal, que é o da
maior participação da comunidade na problemática da preservação e do uso racional da
floresta. No Brasil, esta preocupação ainda é incipiente, e são recentes as poucas experiências
concretas, principalmente se considerarmos o nível de preocupação em países desenvolvidos
que já começam a se adequar às formas para as quais tenderão as cidades pós-industriais
(Guillaumon & Ogawa, 1982).
O ecoturismo, em especial, configura-se no momento como uma importante
alternativa de desenvolvimento econômico sustentável, utilizando racionalmente os recursos
naturais sem comprometer a sua capacidade de renovação e sua conservação. A
conscientização da sociedade relativa às questões ambientais tem contribuído para o
crescimento da demanda por atividades ecoturísticas. De fato, a forte percepção mundial
acerca da necessidade urgente de proteção e recuperação dos recursos naturais, originária,
principalmente, da disseminação dos movimentos conservacionistas empreendidos por grupos
ambientalistas, forças políticas e meios de comunicação, acaba por influenciar a escolha dos
destinos. Entretanto, a oferta dos destinos ecoturísticos depende essencialmente, da existência
de área de elevado valor ecológico e cultural, da maneira como essas áreas são geridas, da
existência de infra-estruturas adequadas e da disponibilidade e recursos humanos capacitados
(Brasil, 1994).
As diferentes modalidades de ecoturismo podem ainda ser praticadas no ambiente
65
natural como no ambiente rural, em vista de sua grande relação com este meio. Deve-se
diferenciar os termos Turismo Rural e Turismo no ambiente rural, ou meio rural. Por turismo
rural define-se uma forma alternativa de turismo pela qual as propriedades rurais que possuem
atividade produtiva passam a oferecer diversos tipos de serviços turísticos como hospedagem,
alimentação, passeios, venda de produtos locais, além da oportunidade para os visitantes
desfrutarem diferentes ambientes rurais, em estreito contato com a natureza e com costumes
fora do ambiente urbano. O termo Turismo no Meio Rural, engloba muitas outras
oportunidades de implantação, além daquelas atividades típicas dos sítios e fazendas. Elas
constituem das diversas modalidades de turismo, como: turismo rural, turismo ecológico,
turismo de aventura, turismo de negócios, turismo histórico-cultural, turismo de saúde, e
turismo esportivo. Nesse conceito incluem-se, os spas rurais; centros de eventos, e
convenções rurais e treinamento de executivos; caminhadas; visitas a parentes e amigos;
visitas a museus, igrejas, monumentos, e construções históricas. Entende-se que o turismo no
meio rural, mais abrangente, envolve também outras atividades não relacionadas com
propriedades de produção agropecuária. Seu desenvolvimento em sítios e fazendas pode
auxiliar, além da geração de empregos, geração de renda, preservação da cultura e do
ambiente, num problema comum de países subdesenvolvidos: o êxodo rural (Novaes, 1999).
Miltraud et al. (2003) acreditam que o mercado turístico precisa aceitar a
responsabilidade por seus impactos no ambiente natural e nas populações e deve ativamente
buscar reconhecê-los e lidar com sua redução. E nesse sentido, os seguintes princípios são
estabelecidos como diretrizes para os temas os quais o autor acredita que devem ser
considerados na busca pelo ecoturismo responsável:
a) o turismo deve ser parte de um desenvolvimento sustentável amplo e de suporte para a
conservação - O turismo deve ser compatível e fazer parte de planos em níveis internacional,
nacional, regional e local de desenvolvimento sustentável e de conservação. Deve ser
planejado, administrado e empreendido de modo a evitar danos à biodiversidade e ser
ambientalmente sustentável, economicamente viável e socialmente eqüitativo. Todo o
desenvolvimento do turismo deve ser empreendido com uma visão preventiva. O turismo não
deve comprometer as oportunidades de uma economia local diversificada, deve ser
empreendido dentro dos “limites aceitáveis de mudança” (ou capacidade de carga) e em
preferência a outras formas de desenvolvimento potencialmente mais prejudiciais. No caso de
o próprio turismo ser a atividade mais prejudicial, ele deve então ser evitado. O ordenamento
territorial, o monitoramento contínuo dos impactos ambientais e o respeito às paisagens
naturais e às áreas protegidas podem ajudar a evitar impactos negativos em áreas sensíveis.
66
Sempre que for apropriado e possível, devem ser usados instrumentos e incentivos
econômicos para alcançar o turismo responsável. Em particular, o princípio poluidor-pagador
deve ser aplicado na mitigação de impactos. O turismo deve apoiar a conservação da natureza,
especialmente a proteção da vida selvagem nos ecossistemas terrestres, aquáticos, costeiros e
marinhos e evitar contribuir para a fragmentação e a degradação das paisagens naturais, que
reduzem a qualidade da experiência do turista e impactam negativamente o ambiente. O
turismo deve ser planejado de modo a prevenir a degradação de sítios arqueológicos,
históricos, pré-históricos, científicos e remanescentes e deve apoiar ativamente a sua
conservação. O turismo deve obedecer a convenções internacionais e leis nacionais, estaduais
e locais que apóiem o desenvolvimento sustentável e a conservação. Onde tal regulamentação
não existir, o setor do turismo deveria tomar a iniciativa de incentivá-las ou criá-las;
b) o turismo deve usar os recursos naturais de modo sustentável - a conservação e o uso
sustentável dos recursos naturais são essenciais para a manutenção de um meio ambiente
sadio em longo prazo. A concentração de turistas no tempo e no espaço pode impor um
sacrifício muito pesado a recursos naturais como a água. Sistemas de manejo turístico devem
se esforçar para distribuir, da melhor forma, os fluxos turísticos ao longo do ano, e a renda
obtida deve apoiar tecnologias e estratégias de uso sustentáveis. Esportes e atividades ao ar
livre, incluindo caça amadora e pesca em áreas ecologicamente sensíveis, devem obedecer aos
regulamentos existentes em conservação e uso sustentável de espécies e habitats. Onde os
regulamentos são ineficazes, as atividades turísticas devem buscar orientação de especialistas
e o conhecimento da área de interesse;
c) o turismo deve eliminar o consumo insustentável e minimizar a poluição e o desperdício reduzindo a poluição e o consumo, os danos ambientais também serão menores, melhorando a
experiência do turismo, reduzindo os custos operacionais e de recuperação do ambiente. O
consumo de combustíveis fósseis e o transporte motorizado, dentro e no entorno dos destinos,
devem ser evitados sempre que possível. É preciso ter atenção particular aos impactos
ambientais causados pelo tráfego aéreo, especialmente em áreas ecologicamente sensíveis. A
busca por fontes de energia mais limpas e o uso eficiente do recurso são essenciais;
d) o turismo deve respeitar as culturas locais e prover benefícios e oportunidades para as
comunidades locais - as comunidades locais têm o direito de manter e controlar a sua herança
cultural e assegurar que o turismo não tenha efeito negativo sobre ela. O turismo deve então
respeitar os direitos e desejos dos povos locais e prover a oportunidade para que amplos
setores da comunidade contribuam nas decisões e nas consultas sobre o planejamento e a
administração do turismo. Deve-se levar em consideração as tradições locais nas construções,
67
ou seja, é preciso que o desenvolvimento arquitetônico seja harmônico com o ambiente e a
paisagem. O conhecimento e a experiência das comunidades locais em manejo sustentável dos
recursos podem trazer uma grande contribuição para o turismo responsável. O turismo deve
respeitar e valorizar o conhecimento e as experiências locais, buscando maximizar os
benefícios para as comunidades e promover o recrutamento, treinamento e emprego de
pessoas do lugar;
e) o turismo deve ser informativo e educacional - educação, conscientização e capacitação
compõem a base do turismo responsável. Todos os integrantes do setor devem ser alertados
sobre seus impactos positivos e negativos e encorajados a serem responsáveis e apoiar a
conservação por meio de suas atividades. Isto inclui o mercado, os governos locais e
nacionais, as comunidades locais e os consumidores. Os turistas devem receber informações
sobre assuntos ambientais, culturais e sociais como ponto essencial da viagem. Sempre que
possível, deve haver a oportunidade de os visitantes compartilharem a cultura e as tradições
locais.
Os impactos negativos e positivos que poderão advir da atividade de ecoturismo estão,
segundo Salvati (2000), a princípio relacionados a danos potenciais ao meio ambiente e a
comunidade e, por outro lado, aos benefícios sócio-econômicos e ambientais esperados a
níveis regionais e nacional. Com efeito a fragilidade dos ecossistemas naturais, muitas vezes,
não comporta um número elevado de visitantes e, menos ainda, suporta o tráfego excessivo de
veículos pesados. Por outro lado, a infra-estrutura necessária, se não atendidas normas préestabelecidas, pode comprometer de maneira acentuada o meio ambiente, com alterações na
paisagem, na topografia, no sistema hídrico e na conservação dos recursos naturais florísticos
e faunísticos. O alijamento das populações locais se configura, também, como outro risco,
pois a presença de operadores, quase sempre sem nenhuma relação orgânica com a região,
pode gerar novos valores incompatíveis com os componentes locais, ocasionando conflitos de
ordem cultural e de outras ordens. Em contrapartida aos riscos ambientais e comunitários, o
ecoturismo apresenta significativos benefícios econômicos, sociais e ambientais, tais como:
a) diversificação da economia regional, através da indução do estabelecimento de micros e
pequenos negócios;
b) geração local de empregos;
c) fixação da população no interior;
d) melhoramento das infra-estruturas de transporte, comunicações e saneamento;
e) criação de alternativas de arrecadação para as Unidades de Conservação;
f) diminuição do impacto sobre o patrimônio natural e cultural;
68
g) diminuição do impacto no plano estético-paisagístico;
h) melhoria nos equipamentos das áreas protegidas.
Dessa forma, a compatibilidade do ecoturismo com o dimensionamento do número de
visitantes e do fluxo de transporte, a adoção de parâmetros para implantação da infraestrutura, o respeito e valorização da cultura local são condições básicas e imprescindíveis
para o desenvolvimento harmônico da atividade no Brasil. Através da Tabela 1 pode-se
analisar alguns elementos potenciais de impacto e seus efeitos, sendo que o termo impacto
aqui é considerado qualquer alteração nas propriedades físicas, químicas e biológicas do meio
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia, decorrentes das atividades
antrópicas (humanas), que direta ou indiretamente prejudiquem a saúde, a segurança e o bem
estar da população, as atividades sociais e econômicas, a biota, as condições estéticas e
sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos naturais (Salvati, 2000).
TABELA 1 – Efeitos e impactos negativos potenciais do ecoturismo.
AGENTE DE IMPACTO
Trilhas pedonais
Trilhas eqüestres
Carros
Barcos a motor
Lixo
Descarga de efluentes
Vandalismo
Alimentação de animais
Construção de edifícios
Fonte: Salvati, 2000.
EFEITOS POTENCIAIS
Pisoteio, compactação do solo
IMPACTOS POTENCIAIS
Alteração da qualidade estética da
paisagem
Remoção da cobertura vegetal
Aumento da sensibilidade à erosão
Liberação de gases de combustão
Eliminação de habitat
Derrame de óleo/combustível
Interrupção de processos naturais;
Ruído
Deterioração da qualidade do ar;
Perturbação da fauna e flora
Deterioração da paisagem natural
Redução da qualidade estética da
paisagem;
Contaminação do solo;
Contaminação da água
Alteração da acidez da água;
Contaminação do solo;
Contaminação de eqüíferos;
Contaminação da água;
Deterioração da paisagem natural
Mau cheiro;
Redução da qualidade estética da
paisagem;
Interferência na fauna e flora
aquáticas
Remoção de atrativos naturais;
Redução da qualidade estética da
Interrupção dos processos naturais
paisagem;
Interferência na fauna e flora
aquáticas
Mudança comportamental da fauna
Dependência da fauna;
Perturbação de visitantes
Remoção da cobertura vegetal;
Alteração da qualidade estética da
Eliminação de habitat;
paisagem;
Libertação de formas de combustão e Aumento da sensibilidade à erosão;
poeiras;
Deterioração da qualidade do ar;
Ruído
Stress na fauna e flora.
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O Brasil, segundo Ramon (2002), é um país com vocação natural para o ecoturismo.
Sua grande diversidade cultural e sua ampla extensão territorial, propiciam uma oferta
turística das mais variadas, fazendo com que o Brasil seja uma atração para os próprios
brasileiros, permitindo ainda a prática da maioria das modalidades de turismo ecológico e
também de esportes de aventura. Mesmo após séculos de exploração predatória, os
ecossistemas brasileiros guardam inúmeros e notáveis encantos, ainda praticamente
inexplorados do ponto de vista do ecoturismo.
2.9 Análise Estatística Multivariada
A análise multivariada constitui-se num conjunto de métodos estatísticos e
matemáticos para analisar, descrever e interpretar as observações multidimensionais. Devido
às numerosas aplicações em praticamente todas as ciências experimentais, a análise
multivariada tem apresentado um desenvolvimento crescente nos últimos anos, inclusive na
valoração de paisagens (Mallo, 1985; Gonzalez-Bernaldez, 1981).
Matteucci & Colma (1982) comentam que dentro da análise multivariada ocorrem
duas técnicas, classificação e ordenação, eficientes quanto à sumarização ou simplificação de
dados numéricos, buscando as comparações estatísticas. As técnicas de classificação baseiamse no agrupamento de amostras ou espécies que tenham propriedades em comum, enquanto
que as técnicas de ordenação dispõem as amostras ou as espécies ao longo de eixos de
variação contínua.
A problemática envolvendo a escolha de qual das duas técnicas utilizar deve priorizar
o sucesso quanto ao alcance dos objetivos por parte do usuário visto que são técnicas de
análise de dados mutuamente complementares (Orlóci, 1978; Jesberger & Sheard, 1975).
Goodall (1982) corrobora a afirmativa acima citando que, além dos objetivos de
estudo, a preferência do investigador e a natureza da vegetação também são importantes.
Quando o objetivo de estudo é cartografar ou descrever a vegetação, a classificação é mais
adequada. Se o objetivo é determinar relações entre a vegetação e o ambiente, a ordenação
simplifica as interpretações. Em geral, recomenda-se que, se os dados forem muito
heterogêneos, convém, primeiro, classificar e, em seguida, ordenar cada classe
separadamente, facilitando a computação e a interpretação.
Matteucci & Colma (1982) consideram dois tipos de técnicas de classificação, as que
alocam indivíduos a classes previamente estabelecidas (Análise Discriminante) e aquelas que
70
criam as classes ou agrupamentos, a partir das informações contidas nos dados (Análise de
Agrupamento). Como, até o momento, não se tem estabelecido classes universais da
vegetação, as técnicas empregadas são as do segundo tipo.
2.9.1 Análise de Cluster
A Análise de Agrupamento ou Análise de Cluster entende-se por um método de
classificação numérico, no qual se buscam e caracterizam grupos, com diferentes graus de
similaridade em uma determinada quantidade de dados (Bockor, 1975).
Johnson & Wichern (1982) consideraram a análise de agrupamento, distinta do
método de classificação anterior. Classificar refere-se a um número de grupos conhecidos, e o
objetivo operacional é fixar uma nova observação em um dos grupos. Agrupar (Cluster) é
uma técnica mais primitiva, em que nenhuma suposição é feita a priori, quanto ao número de
grupos ou à estrutura de agrupamento.
O critério de agrupamento empregado, na maioria dos algoritmos, é uma medida de
similaridade ou de distância euclidiana entre os elementos de uma matriz X (Sneath & Sokal,
1973; Orlóci, 1978; Johnson & Wichern, 1982).
Essas medidas constituem na entrada (input) para os vários algoritmos e definem uma
função dos valores dos vetores representativos dos elementos de X, para os quais se calcula
uma medida de similaridade ou distância, comumente denominada, respectivamente,
Coeficiente de Similaridade ou Medida de Distância (Orlóci, 1978).
Define o termo semelhança, sinônimo de similaridade, como uma propriedade
mensurável dos objetos ou grupo destes, sendo usada, como uma função das características
que os objetos possuem. Estes podem representar espécies individuais, uma comunidade ou
alguma outra entidade (Longhi, 1997).
As técnicas de agrupamentos são utilizadas em muitas áreas de conhecimento, como
Medicina, Filosofia, Política, Geologia, entre outras. Contudo, pouco se sabe de sua utilização
em dados de vegetação. A esse respeito, Orlóci (1978) comenta que aceitar uma vegetação
como uma população multi-espécie implica em um agregado de unidades naturais. Se essas
unidades existem, certamente necessitam de uma forte base natural para identificação ou pelo
menos, são somente reconhecíveis com ambigüidade, por ser de composição complexa, cujos
limites não são facilmente definidos.
Dentre os procedimentos de uma classificação, dois enfoques têm sido abordados: os
71
procedimentos informais (descritivos) e os formais. Os informais têm sido amplamente
utilizados em estudos de vegetação, por detectarem classes naturais (tipos, associações, etc...)
com razoável consistência. Já os procedimentos formais possibilitam classificar um conjunto
de dados visualmente heterogêneos, muito complexos e muito volumosos para serem
eficientemente manipulados por outros métodos (Whitaker, 1962).
Segundo Johnson & Wichern (1982), Matteucci & Colma (1982) e Asensio (1989), os
métodos de Agrupamento de Cluster podem ser de dois tipos : hierárquico e não-hierárquico.
As técnicas de agrupamento hierárquico baseiam-se em uma série de fusões sucessivas
ou uma série de divisões sucessivas (Johnson & Wichern, 1982)
Orlóci (1978) cita que os métodos de agrupamento hierárquico, na sua grande maioria,
podem ser utilizados para classificar tanto variáveis (espécies), quanto unidades de amostras,
utilizando qualquer medida de associação (similaridade) com exceção de uns poucos que
utilizam o Quadrado da Distância Euclidiana, para as amostras, quando utilizadas como as
entidades a serem agrupadas.
De acordo com o procedimento utilizado na formação das classes, as técnicas podem
ser divisivas ou aglomerativas. Para Matteucci & Colma (1982), as técnicas divisivas
começam com a população completa, e subdivisões sucessivas vão formando grupos cada vez
menores. Em cada etapa da subdivisão, buscam-se as diferenças dentro dos grupos para
separar subgrupos que diferem entre si. Por outro lado, as técnicas aglomerativas, conforme
Sneath & Sokal (1973), Orlóci (1978), Gauch & Whittaker (1981) e Matteucci & Colma
(1982), começam pela fusão sucessiva dos indivíduos, que se combinam por suas
semelhanças, repetindo o procedimento até esgotar as possibilidades de combinação ou até
que não fiquem indivíduos isolados.
Assim, as técnicas aglomerativas buscam a similaridade entre indivíduos, enquanto as
técnicas divisivas buscam a dissimilaridade (Orlóci, 1978; Mateucci & Colma, 1982).
Para Johnson & Wichern (1982), no método aglomerativo hierárquico, existe no
início, tantos grupos, quanto objetos. Muitos objetos semelhantes são agrupados primeiro, e
estes grupos iniciais são fundidos de acordo com as suas similaridades. Relaxando no critério
de similaridade, todos os grupos são fundidos, dentro de um único grupo.
Para os autores, o método divisivo hierárquico faz o trabalho em direção oposta. O
grupo inicial de objetos é dividido em dois grupos, de modo que os objetos em um grupo são
distantes dos objetos do outro. Estes subgrupos são, então, melhor divididos em outros
subgrupos não-semelhantes, e o processo continua até que existam tantos subgrupos quanto
objetos.
72
De acordo com Johnson & Wichern (1982), o agrupamento dos objetos ou indivíduos
é feito por ligações. Estas podem ser simples (método da mínima distância ou do vizinho
mais próximo), completa (método da máxima distância ou do vizinho mais distante) e média
(distância média). Um outro método de ligação, muito usado em matrizes bastante grandes, é
conhecido por método da mínima variância ou método de Ward (Orlóci, 1978; Matteucci &
Colma, 1982).
Já o Agrupamento não-hierarquico é uma técnica usada quando se deseja formar kgrupos de itens ou objetos. O número de grupos, K, pode, igualmente, ser especificado com
antecipação ou determinado a partir do processo de agrupamento. Como a matriz de distância
(ou similaridade) não pode ser determinada e os dados básicos não podem ser armazenados
durante a computação, o método não-hierárquico pode ser aplicado para muitos mais dados
que técnicas hierárquicas (Johnson & Wichern, 1982).
Para os autores, o método de agrupamento mais usado é o das K-médias, sugerido por
Macqueen, em 1967, para descrever algoritmo que designa todos os itens do grupo, tendo o
controle (média) mais próximo. Nessa mais simples versão, o processo é composto por três
passos:
a) partição dos itens em K-grupos iniciais;
b) prosseguimento com a lista de itens, na qual cada um é colocado no grupo, cuja média
(centróide) esteja mais próxima. Usualmente, calcula-se a distância Euclidiana com
observações padronizadas ou não. Recalcula-se o centróide para os grupos envolvidos na
troca do novo item e para as perdas de grupo;
c) repetição do segundo passo até que não restem recolocações a serem feitas.
Segundo Johnson & Wichern (1982) em todos os métodos, a seqüência de
agrupamentos obtidos é usualmente representada sob a forma de um dendrograma ou
diagrama em árvore. A hierarquia resultante é observada num índice, pois cada ligação
corresponde a um valor numérico que representa um nível, no qual têm lugar os
agrupamentos. Quanto maior o índice, mais heterogêneos são os indivíduos agrupados. Este
índice é a escala ou nível de agregação. Uma vez formado o dendrograma é fácil separar um
número maior ou menor de grupos. Para isto, basta que se proceda um corte num certo nível e
se observem as ramificações formadas (Johnson & Wichern, 1982).
Bouroche & Saporta (1972) definem como critério usualmente eficiente aquele no qual
o corte é realizado num nível igual à metade da maior distância. Acrescentam que a
determinação do corte no dendrograma exige subjetividade considerável. É sensato que se use
esse procedimento como guia, mas não como substituto de uma análise mais sensível dos
73
resultados.
Orlóci (1978) observa que os métodos de agrupamentos hierárquicos, na sua grande
maioria, podem ser utilizados para classificar tantas variáveis (espécies) quanto unidades de
amostras, usando qualquer medida de associação (similaridade), com exceção de uns poucos
que fazem uso do quadrado da distância Euclidiana para as amostras, quando utilizadas como
entidades a serem agrupadas.
2.9.2.Análise Discriminante
Segundo Anderson (1971), se as medidas são realizadas em amostras aleatórias
pertencentes a diversas categorias ou grupos, então cada grupo será visualizado como um
conjunto de pontos num espaço multidimensional. A análise discriminante reduz o número de
medidas realizadas para um número menor de parâmetros que são funções discriminantes
linearmente dependentes das medidas originais. Desta forma, os grupos (conjuntos de pontos)
poderão ser visualizados num espaço multidimensional menor que o anterior, e os coeficientes
das funções discriminantes indicarão a contribuição relativa das medidas originais, para cada
função discriminante, que, segundo Rao apud Batista (1990), é aproximadamente um teste de
significância de separação dos grupos.
Souza (1989) observa que a análise discriminante e a classificação têm como objetivos
descrever algébrica e/ou graficamente, num espaço reduzido, as características diferenciais
dos objetivos de vários agrupamentos conhecidos e ordenar os objetos dentro de classes prédefinidas, dando ênfase à regra de alocação ótima de novos objetos aos agrupamentos.
De acordo com Marriott (1974), a análise discriminante consiste em investigar como e
quando é possível fazer distinções entre os membros de g agrupamentos, com base nas
observações feitas sobre eles. Tem como objetivos testar diferenças estatísticas significantes a
um dado nível de probabilidade entre g agrupamento; determinar o número de funções
discriminantes; construir regras de alocação para identificar um indivíduo como membro de
um dos g agrupamentos; e estimar as probabilidades de classificações corretas.
Para Johnson & Wichern (1982), a técnica multivariada conhecida como Análise
Discriminante e Classificação trata dos problemas relacionados em separar conjuntos distintos
de objetos (observações) e em alocar novos objetos (observações) em grupos previamente
definidos. A terminologia discriminar e classificar foi introduzida por Fisher, em 1938, no
primeiro tratamento moderno dos problemas de separação. Segundo os mesmos autores, a
74
idéia básica do método de Fisher consiste em separar duas classes de objetos ou fixar um
novo objeto em uma das duas classes.
75
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Caracterização da área de estudo
A Lei n° 9.985, de 18 de julho de 2000, regulamenta o art. 225, § 10, incisos I, II, III e
VII da Constituição Federal, instituindo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação –
SNUC e estabelecendo critérios e normas para criação, implantação e gestão das unidades de
conservação no Brasil (Brasil, 2002).
Segundo Brasil (2002), o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC é
constituído pelo conjunto de unidades de conservação federais, estaduais e municipais, de
acordo com esta Lei, e que são divididas em dois grupos, com características específicas:
a) Unidades de Proteção Integral;
b) Unidades de Uso Sustentável.
Dentro do grupo das Unidades de Uso Sustentável, que possuem o objetivo básico de
compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos
naturais, encontra-se as Florestas Nacionais.
De acordo com esta Lei, considera-se Floresta Nacional (FLONA) uma área com
cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso
múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos
para exploração sustentável de florestas nativas.
É de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus
limites devem ser desapropriadas de acordo com o que dispõe a lei. A administração da
mesma é realizada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA), de acordo com o artigo 5 da Lei 4.771/65.
Nas Florestas Nacionais é admitida a permanência de populações tradicionais que
habitam quando de sua criação, em conformidade com o disposto em regulamento e no Plano
de Manejo da unidade. A visitação é permitida, condicionada às normas estabelecidas para o
manejo da unidade pelo órgão responsável por sua administração. A pesquisa é permitida e
incentivada, sujeitando-se à previa autorização do órgão responsável pela administração da
unidade, às condições e restrições por este estabelecidas e àquelas previstas em regulamento.
A Floresta Nacional disporá de um Conselho Consultivo e quando criada pelo Estado
ou Município, será denominada, respectivamente, Floresta Estadual e Floresta Municipal.
76
FLONA
Fonte: Mapas (2005)
FIGURA 3 – Localização do município de São Francisco de Paula e da FLONA de São
Francisco de Paula, RS.
77
3.1.1 Localização geográfica
Historicamente a Floresta Nacional de São Francisco de Paula foi implantada como
Parque Florestal "Joaquim Francisco de Assis Brasil" e estabelecida provavelmente em áreas
doadas pelo Estado ou adquiridas pelo Instituto Nacional do Pinho (INP). Sua principal
finalidade foi realizar o plantio do Pinheiro brasileiro (Araucaria angustifolia (Bertol.)
Kuntze ) na tentativa de restabelecer as áreas pioneiramente ocupadas pela Floresta Ombrófila
Mista, e que haviam sido desmatadas desde a época da colonização (Salomão, 1997).
A Floresta Nacional de São Francisco de Paula,RS, foi criada em 1945, pelo então
Instituto nacional do Pinho. O Decreto-Lei 289/67, extinguiu o Instituto Nacional do Pinho e
criou o Instituto Nacional de Desenvolvimento Florestal (IBDF), o qual assumiu acervos,
patrimônio e recursos financeiros do órgão extinto. Em 1989, o IBDF foi extinto e criado o
IBAMA.
A Floresta Nacional (FLONA) de São Francisco de Paula, RS, pertencente a União e
sob responsabilidade do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA), está localizada no Distrito de Rincão dos Kröeff, município de São
Francisco de Paula – RS (Figura 3) . Faz parte da micro-região Campos de Cima da Serra, na
borda do Planalto, zona de transição entre Floresta Ombrófila Densa e Floresta Ombrófila
Mista (Floresta com Araucária), uma das onze micro-regiões fisiográficas do Estado do Rio
Grande do Sul (Ibama, 2000).
A FLONA de São Francisco de Paula, RS, está localizada entre as coordenadas
geográficas 29° 23’ e 29° 28’ de latitude sul e 50° 23’ e 50° 25’ de longitude oeste, na Serra
Gaúcha, região Nordeste do Estado, a uma altitude média de 930 m.
3.1.2.Cobertura e Uso da terra
A área total da FLONA de São Francisco de Paula,RS, é de 1.606 ha, distribuídos da
seguinte forma (Figura 4) :
a) 18,10 ha – barragens, açudes, banhados;
b) 35,00 ha - estradas principais, estradas secundárias, aceiros;
c) 33,20 ha – campo, clareira, sede administrativa;
d) 901,20 ha –floresta nativa;
e) 321,40 ha - reflorestamento com a Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze;
78
f) 34,00 ha – reflorestamento com Eucalyptus sp;
g) 10,00 ha - reflorestamento misto de Pinus sp e Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze;
h) 0,50 ha – reflorestamento com Cupressus sp;
i) 216,6 ha – reflorestamento com Pinus elliottii Engelm.;
j) 23,00 ha - reflorestamento com Pinus taeda L.;
k) 13,00 ha – outros.
3.1.3 Aspectos ecológicos da FLONA de São Francisco de Paula,RS.
A área de estudo enquadra-se no clima tipo Cfb de Köppen, caracterizado como clima
temperado, cuja temperatura do mês mais quente é inferior a 22 °C e a do mês mais frio
superior entre –3° e 18° C, e com temperatura média anual inferior a 18,5 ° C (Moreno,1961).
Segundo o autor citado acima, a precipitação anual oscila entre 1.750 e 2.468 mm,
regularmente distribuída durante todo o ano, sendo setembro o mês de maior precipitação
pluviométrica (239 mm) e fevereiro o de menor precipitação (182 mm).
Os invernos são rigorosos, ocorrendo geadas freqüentes e neve em algumas ocasiões.
A distribuição de geadas no período 1912-1942 ocorreu da seguinte forma: cinco dias no
outono, dezessete no inverno e três na primavera. O sentido predominante dos ventos é
nordeste (NE), com pequenas variações, sendo norte (N) durante os meses de junho a agosto.
A umidade relativa do ar é alta, e, média 86%, proporcionando cerca de noventa e dois dias de
nevoeiro por ano (Moreno,1961).
Os solos pertencem a unidade de mapeamento Bom Jesus, segundo a antiga
classificação taxonômica editada por Brasil (1973) e são classificados como Cambisol
Húmico Álico, de textura argilosa, substrato basáltico, de teor ácido com teores de Altrocável, de acordo com Embrapa, (1999). Estes solos são caracterizados como minerais nãohidromórficos, com drenagem variando de acentuada até imperfeita, horizonte A seguido de B
incipiente, não plintico, de textura franco arenosa ou mais fina (Oliveira et al., 1992).
O mesmo autor cita que o Cambissolo em questão é do tipo álico, por causa dos
elevados teores de alumínio trocável, com o horizonte A húmico ou proeminente e argiloso ou
muito argiloso, com agravação de ocorrer em regiões de clima frio e úmido, sendo ideal para
fruticultura de clima temperado, pastagens e reflorestamento.
A partir de 1999, a identificação de solos foi utilizada com base no Sistema Brasileiro
de Classificação de Solos – SBCS (EMBRAPA, 1999), facilitando a comunicação e a
79
extrapolação de informações entre usuários dos solos (Streck et al., 2002).
Os Cambissolos, de um modo em geral, são solos em processo de transformação,
razão pela qual tem características insuficientes para serem enquadrados em outras classes de
solos mais desenvolvidos, apresentando como
uma de suas características principais a presença de fragmentos de rocha no seu perfil,
atestando um baixo grau de alteração do material (EMBRAPA, 1999).
Quanto a nova classificação, o solo é do tipo Cambissolo Húmico alumínico típico –
Cha 1 (Streck et al., 2002) e apresenta como características principais o horizonte A húmico,
de elevada acumulação de matéria orgânica, cores escuras, alta acidez e baixa saturação por
bases (V<65%), e horizonte B incipiente, porém, menos rico em matéria orgânica do que o
Cambissolo Hístico, embora seja elevado no horizonte superficial. Os Cambissolos Húmicos,
juntamente com os Cambissolos Hísticos, são alumínicos, ou seja, apresentam (Al trocável >
4 cmol/Kg; saturação por Al > 50%), sendo, portanto, extremamente ácidos.
Em se tratando dos solos componentes da região, segundo os autores referidos acima,
os Cambissolos Húmicos ocorrem em ambientes nos quais a alta pluviosidade e as baixas
temperaturas favorecem a acumulação da matéria orgânica. Logo, são encontrados na Região
dos Campos de Cima da serra, em relevo ondulado a forte ondulado, em associação com os
Neossolos Litólicos.
Em face as limitações climáticas, como geadas e baixa insolação, apresentam aptidão
restrita para culturas de verão e melhores opções para fruticultura de clima temperado
(macieiras e pereiras) e silvicultura, além de pastagens. Por causa das características
anteriormente citadas, o uso agrícola desses solos exige práticas conservacionistas intensivas
e aplicação de elevados níveis de corretivos e fertilizantes (Oliveira et al., 1992; Streck et al.,
2002).
A área da Floresta Nacional de São Francisco de Paula e seu entorno apresenta um
relevo acidentado, mesclando áreas de grandes desníveis com áreas de baixadas, sujeitas a
deposição de água devido à plataforma rochosa que dificulta sua infiltração. Este fato
originou alguns banhados, de pequenas dimensões, em sua grande maioria.Devido ao relevo
movimentado, a rede de drenagem permite um bom escoamento das águas, mesmo nas chuvas
mais intensas. A área é recortada por arroios e riachos formadores do Rio Rolante, afluente do
rio dos Sinos.
Segundo Carraro et al. (1974) e Brasil (1973), a região de São Francisco de Paula está
situada na Região Morfológica do Planalto das Araucárias. Suas encostas constituem a Serra
Geral, as quais correspondem, na sua porção mais oriental, ao Domínio Morfoestrutural das
80
Bacias e Coberturas Sedimentares.
As formas de relevo foram esculpidas, especialmente, em rochas efusivas ácidas da
Formação Serra Geral, que ocorrem normalmente capeando as rochas efusivas básicas
caracterizadas por derrames de lavas basálticas conhecidos como TRAPP no Paraná (Efusivas
Básicas), com camadas intercaladas de arenito Botucatu (Formação Botucatu).
A região de São Francisco de Paula caracteriza-se por apresentar um relevo bastante
variado, com áreas onduladas de declividade média variando de 5 a 8% e pendentes em
centenas de metros, e outras áreas com o terreno fortemente ondulado com declives médios
acima de 15%. A altitude da região varia de 700 a 950 m, podendo-se encontrar altitudes
superiores a 1000 m.
A vegetação da FLONA de São Francisco de Paula pertence à Floresta Ombrófila
Mista, tipo fitogeográfico bastante expressivo do sul do Brasil, que hoje segundo, está
reduzida a pouco mais de 10% de sua área original (Leite & Klein, 1990; Leite, 1994; Leite
2002).
Ribeiro (2004) em um estudo nesta área encontrou cento e trinta espécies arbóreas
pertencentes a setenta e nove gêneros e quarenta e cinco famílias botânicas, entre
os
indivíduos com CAP > 30 cm, além de árvores não identificadas, mortas, cipós e uma exótica
(Citrus sp.). As famílias Myrtaceae, com onze gêneros e vinte e sete espécies e Lauraceae,
com quatro gêneros e nove espécies foram as mais representativas da floresta, seguidas de
Flacourtiaceae, com três gêneros e sete espécies; Solanaceae, com dois gêneros e sete
espécies; Asteraceae e Fabaceae, com quatro gêneros e cinco espécies; Rutaceae, com três
gêneros e cinco espécies; Aquifoliaceae, com um gênero e cinco espécies; Euphorbiaceae,
com três gêneros e quatro espécies; Myrsinaceae, com um gênero e quatro espécies;
Mimosaceae, com dois gêneros e quatro espécies; Sapindaceae, com três gêneros e três
espécies; Monimiaceae, com dois gêneros e três espécies; Annonaceae e Symplocaceae, com
um gênero e três espécies; Cunoniaceae, Meliaceae, Rhamnaceae, Rubiaceae e Verbenaceae,
com dois gêneros e duas espécies; e Celestraceae e Icacinaceae, com um gênero e duas
espécies cada. As vinte e três famílias restantes, apresentaram uma única espécie.
3.2 Metodologia
3.2.1 Coleta de dados
81
3.2.2.1 Mapas bases
As informações tiveram como fontes os mapas temáticos desenvolvidos pelo
Laboratório de Geoprocessamento, do Departamento de Engenharia Rural (LAGDER - CCR
– UFSM). Utilizou-se os seguintes mapas bases: Carta de uso da terra (Figura 5); Mapa com a
localização da sede, mirante e cascata bolo de noiva (Figura 6), Mapa de insolação (Figura
14) e Mapa plani-altimétrico (Figura 15).
A base cartográfica utilizada foi a Carta DSG – Divisão de Levantamento, na escala
1:50.000/impressão 1982. A Carta de Uso da Terra e demais mapas foram obtidos a partir de
interpretação visual/digitalização em tela utilizando-se o software IDRISI . A imagem fonte
foi obtida a partir do Sensor Ikonos II, com composição multiespectral, resolução de 4 m e
imagem georreferenciada com pontos de controle adquiridos com GPS de navegação.
3.2.1.2 Identificação de unidade de análise da paisagem
O hexágono é a figura poligonal que melhor se adapta as necessidades de um estudo
onde o componente visual constitue o objeto essencial de análise. Os seis lados são vistos a
partir do seu centro sob um ângulo uniforme de 60° com pequena variação de raio, tornando a
situação mais próxima a um entorno visual circular.
Além disso, a malha hexagonal proporciona uma superfície territorial completamente coberta
por um mosaico de figuras iguais em tamanho, forma e posição relativa facilitando a
referência dos dados e a sua composição com os demais elementos do meio em análise
(Ramos, 1979; Mopu, 1987; Alvarez-Alfonso, 1990).
Uma malha reticulada hexagonal com os centro dos mesmos e tem do raio de 200 m.
(Figura 9) produzida a partir do programa CAMPEIRO 1.0, foi sobreposta a cada mapa
temático trabalhado, determinando-se avaliações a nível laboratoriais, como suporte também
para avaliações “in loco”. Estas foram feitas através do uso de um GPS de navegação,
bússola, carta de uso da terra da FLONA de São Francisco de Paula,RS, e prancheta com
formulários a serem preenchidos.
Com os centro de hexágonos (Anexo 1) inseridos no programa do GPS de navegação
buscou-se os pontos exatos e efetuou-se o levantamento fotográfico, 6 fotografias por
hexágono, tomando-se a posição norte como referência e girando-se no sentido horário
sempre com ângulo de 60° e após realizou-se as determinações específicas à campo.
Base Cartográfica utilizada:
Carta da DSG – Divisão de Levantamento
Escala 1:50.000 / Impressão 1982
Carta de Uso da Terra obtida a partir de
Interpretação Visual / Digitalização em Tela
Imagem proveniente do Sensor Ikonos II
Composição Multiespectral / Resolução 4 m.
Imagem Georreferenciada com Pontos de
Controle adquiridos com GPS de Navegação
PROJEÇÃO UNIVERSAL TRANSVERSA DE
MERCATOR
Origem da quilometragem UTM:
“Equador e Meridiano 51° W GR”
Acrescida as constantes:
10000 km e 500 km respectivamente
Fuso 22
FIGURA 4 – Mapa da Floresta Nacional de São Francisco de Paula,RS, com os seus limites.
83
3.2.1.3 Valoração da qualidade visual
Os estudos visuais orientam a medição dos elementos visuais, obtidos seguindo os
seguintes passos:
1) definição de cada elemento visual em termos conceituais;
2) formulação de uma escala de medidas para avaliar a intensidade do elemento;
3) tabulação dos dados de forma a identificar quais os elementos são mais significativos para
uma escala de ponderação estabelecida como:
a) Muito alta – 5;
b) Alta – 4;
c) Média - 3;
d) Baixa – 2;
e) Muito baixa - 1.
3.2.2 Análise dos dados
3.2.2.1 Análise da qualidade visual
A determinação do valor da qualidade visual de cada variável foi desenvolvida a partir
da análise de imagens digitais e diagnóstico “in loco”, na área da FLONA de São Francisco de
Paula,RS, tomando-se sempre como unidade de análise o hexágono e, quando à campo,
posicionando-se no seu centro para efetuar a avaliação. Foram estabelecidos os seguintes
elementos visuais para análise de cada hexágono:
1) Qualidade intrínseca – foram analisadas as seguintes variáveis e seus componentes da
seguinte forma:
a) linha – consiste na interpretação unidimensional da forma, que é o traço contínuo, visível
ou imaginário, constituído de uma série de objetos dispostos numa mesma direção, podendo
ser distribuídos em reta ou curva. Esta variável apresenta 4 formas de análise em face a
paisagem que se descortina frente ao observador:
-linha definida – a delimitação das áreas que cada elemento ocupa é bem definida;
-linha difusa – não ocorre uma separação nítida entre os elementos constituintes da paisagem;
-em banda – a linha promove uma separação da paisagem em partes semelhantes constituídas
dos mesmos elementos;
69
PROJEÇÃO UNIVERSAL
TRANSVERSA DE MERCATOR
Origem da quilometragem UTM:
“Equador e Meridiano 51° W GR”
Acrescida as constantes:
10000 km e 500 km respectivamente
Fuso 22
Base Cartográfica utilizada:
Carta da DSG – Divisão de Levantamento
Escala 1:50.000 / Impressão 1982
Carta de Uso da Terra obtida a partir de
Interpretação Visual / Digitalização em Tela
Imagem proveniente do Sensor Ikonos II
Composição Multiespectral / Resolução 4 m.
Imagem Georreferenciada com Pontos de
Controle adquiridos com GPS de Navegação
FIGURA 5 - Carta de uso da terra da Floresta Nacional de São Francisco de Paula,RS.
85
6748000 mN
Agenor da Silva Carvalho
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1 – Cascata Bolo de Noiva
2 - Mirante
Manoel Ruben Teixeira
Sede
P.J. Altmayer
O
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M
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Escobar da Silva Marques
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1
6744
Al
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Amanti no
E
m
pr
es
aI
m
ag
al
Empresa Ima gal
O
558000 mE
Legenda:
Rede Viária Principal
21.436 m
Rede Viária Secundária
16.152 m
Aceiros
Rede de Drenagem
io
táv
G
6742000 mN
Base Cartográfica utilizada:
Carta da DSG – Divisão de Levantamento
Escala 1:50.000 / Impressão 1982
Carta de Uso da Terra obtida a partir de
560000 mE
Interpretação Visual / Digitalização em Tela
Imagem proveniente do Sensor Ikonos II
Base Cartográfica
Utilizada: 4 m.
Composição Multiespectral
/ Resolução
Mapa Base Restituido de Aerofotografias
Esc. 1:10.000
Imagem Georreferenciada
com Pontos de
Imagem obtida a partir de digitalização
Controle adquiridos
com GPS
deem
Navegação
Interpretação
Visual
Tela
a
r on
vi
ua
N
45.360m
Área Total do Perímetro 1600.76ha
a
de Imagem Ikonos - 4m de Res.
8.764m
Limite da Área
ram
Ma zzu
0
ESCALA GRÁFICA
Metros
2000
no programa Id ri si 3 2 .
PROJEÇÃO
UNIVERSAL
TRANSVERSA DE MERCATOR
Origem da quilometragem UTM:
“Equador e Meridiano 51° W GR”
Acrescida as constantes:
10000 km e 500 km respectivamente
Fuso 22
FIGURA 6 – Mapa da Floresta Nacional de São Francisco de Paula com a localização da
sede, mirante e cascata bola de noiva .
86
-silhueta – os elementos vão se justapondo de maneira a gerar blocos que são observados pela
silhueta que forma atrás do primeiro elemento;
Analisa-se a forma predominante e qual a proporção que ela assume, até 10%, até 25%,
até 50%, até 75% e acima de 75%, em relação a área do hexágono, valorando de 1 a 5,
respectivamente.
b) forma – é o volume ou superfície de um objeto ou objetos que aparecem unificados tanto
pela configuração que apresentam na superfície do terreno, como pela localização conjunta
sobre a paisagem. Quanto a este quesito foram analisadas as formas da paisagem:
-tridimensional – são nítidas as três linhas dimensionais na composição da paisagem, porém
não a ocupando em completo, oportunizando a diferenciação plena das formas;
-geométrica – apesar da tridimensionalidade da mesma, ocorrem formas naturais ou artificiais
que produzem um efeito de geometrização na paisagem, ocorrendo assim um predomínio
deste;
-complexa – ocorre uma conjugação dos dois modelos anteriores sem ocorrer predomínio de
uma forma sobre a outra;
Analisa-se a forma predominante e qual a proporção que ela assume, podendo ser de até
25%, até 40%, até 50%, até 75% e acima de 75%, em relação a área do hexágono, valorando
de 1 a 5, respectivamente.
c) textura – é o aspecto geral do conjunto de elementos de cada hexágono ou da paisagem
observada e a impressão impactada no observador. Foi dividida em 4 sub-análises que
determinarão o valor final referente ao hexágono, variando de 1 a 5, respectivamente:
-grão – com variação de muito fina, fina, média, grossa até muito grossa, determina o
tamanho relativo das irregularidades superficiais;
-densidade – é o espaçamento das variações superficiais podendo ser determinada como muito
dispersa,dispersa, medianamente densa, densa até muito densa;
-regularidade – grau de ordenação e homogeneidade na distribuição espacial das
irregularidades superficiais. Pode ser analisada como muito irregular, irregular, medianamente
irregular, em grupos até totalmente em grupos;
-contraste interno – intervenção de elementos na visão do observador através da diversidade
colorida e luminosidade dentro da área. Podendo ser sem contraste, pouco contraste, contraste
mediano, muito contrastado até altamente contrastado.
d) escala – é a variação de tamanho do conjunto de elementos por hexágono. O observador
sempre estabelece a escala entre os objetos mediante a comparação do seu tamanho com
objetos de dimensões conhecidas. A apreciação da escala é alterada pela configuração do
87
espaço externo – os espaços pequenos fazem com que os objetos pareçam maiores. Pode ser
analisada através das seguintes percepções:
-escala absoluta – dimensões reais do objeto ou superfície que ocupa;
-escala relativa – estabelece relação entre o tamanho de um objeto e o entorno onde se situa;
-efeito distância – objetos pequenos em locais amplos parecem menores;
-efeito localização – em espaços pequenos objetos parecem maiores;
Analisa-se qual dos itens ocorrem e o grau de influência sobre o observador que pode
ser de muito alta até muito baixa para as quatro (4) variáveis analisadas até aqui, sendo a
valoração correspondente de 5 a 1.
e) cor – coloração dos elementos constituintes do hexágono. Analisa-se em imagem digital
determinando a quantidade de recobrimento da área do hexágono, considerando-se que a
vegetação é o elemento preponderante e a ela estará sendo analisado este item tomando-se a
cor verde e seus tons como fator de avaliação:
5 – 100% da área do hexágono recoberto por vegetação;
4 – 70% da área do hexágono recoberta por vegetação;
3 – 50% da área do hexágono recoberta por vegetação;
2 – 30% da área do hexágono recoberta por vegetação;
1 – isento de vegetação arbórea;
f) espaço – é determinado pela organização tridimensional dos corpos sólidos e os espaços
livres ou vazios da cena. A composição espacial dos elementos que integram a cena define
diferentes tipos de paisagem. Analisou-se o espaço através dos seguintes quesitos:
f.1 composição espacial –
-panorâmica – não existe limites aparentes para a visão predominando elementos horizontais
em primeiro plano e o céu dominando a cena;
-fechada – presença de barreiras visuais que definem o espaço;
-focalizada – caracterizada pela existência de linhas paralelas que parecem converger para um
ponto focal que domina a paisagem;
-dominada – ocorre um ponto singular que domina a paisagem;
-filtrada – ocorre espaços na vegetação que permite a visão através dela da paisagem que
ocorre na continuação;
Determina-se o grau de intervenção na paisagem objeto de estudo sendo que a
seqüência panorâmica, focalizada, dominada, filtrada e fechada são pontuadas de 5 a 1,
respectivamente.
f.2 posição espacial – é a posição espacial dos elementos da paisagem determinada
88
fundamentalmente pela sua posição topográfica:
-fundo de vale;
-meio de encosta;
-borda superior da encosta;
-crista;
As posições elevadas e expostas tendem a ressaltar mais os elementos visuais que os
baixos e protegidos que tendem a ocultá-los. Com isto, em função da posição do observador o
potencial de análise dos elementos é que determinará a valoração da posição espacial,
variando de muito alta a muito baixa, sendo respectivamente de 5 a 1.
f.3 fundo cênico – analisa-se o(s) elemento(s) visual (is) contra um fundo que poderá ser:
-contra o céu;
-contra a água;
-contra o terreno;
-contra a vegetação.
A proporção que assume ante a paisagem, podendo ser de até 25%, até 40%, até 50%,
até 75% e acima de 75%, dentro de cada hexágono, é que determinará a sua valoração, indo
de 1 a 5.
g) vegetação – analisou-se através de dois parâmetros quanto a cobertura da vegetação em
cada hexágono:
g.1 tipo de cobertura dominante – de acordo com tipo de vegetação que cobre o hexágono
ocorrerá a sua valoração:
5 – vegetação nativa;
4 – vegetação nativa + araucária;
3 – vegetação nativa + exótica;
2 – vegetação exótica;
1 – solo exposto e/ou campo;
g.2 combinações de tipos de coberturas:
5 – 4 ou mais tipos de vegetação arbórea;
4 – 3 tipos de vegetação arbórea;
3 – 2 tipos de vegetação arbórea;
1 – solo exposto e/ou campo;
h) drenagem – rede de canais/tributários e tem uma forte ligação com a variedade do relevo. A
drenagem forma um contexto que é analisado através dos seguintes parâmetros:
h.1 grau de bifurcação dos cursos d’água (Figura 8):
89
1 – sem bifurcação ou muito pequeno;
2 – bifurcação relativamente simples;
3 – bifurcação mediana;
4 – bifurcação relativamente complexa;
5 – bifurcação muito complexa;
Fonte: Griffith, 1978
FIGURA 7 – Grau de bifurcação pequena, mediana e alta, respectivamente.
h.2 extensão dos cursos d’água (Figura 8):
1 – sem ocorrência de curso d’água no hexágono;
2 – até 25% da área do hexágono é ocupada pelo curso d’água;
3 – até 50% da área do hexágono é ocupada pelo curso d’água;
4 – até 60% da área do hexágono é ocupada pelo curso d’água;
5 – acima de 60% da área do hexágono é ocupada pelo curso d’água.
Fonte: Griffith, 1978
FIGURA 8 - Extensão até 25%, até 80% e acima de 80%, respectivamente, da área do
hexágono cruzada por curso d’água
i) insolação – incidência do sol com relação a posição das vertentes. Determina-se a partir do
percentual de cobertura da insolação, a partir do mapa de insolação da FLONA de São
Francisco de Paula, RS, (Figura 9), no hexágono a sua valoração:
90
6748000 mN
Agenor da Silva Carvalho
R
scari ne da
Silva
s
do
Irmão s Fo
N
ro
au
co
he
ac
P
eis
6746
Alta insolação
Média insolação
Muito baixa insolação
Manoel Ruben Teixeira
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P.J. Altmayer
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6744
Rio
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Im
ag
al
Empresa Ima gal
O
558000 mE
Legenda:
Rede Viária Principal
21.436 m
Rede Viária Secundária
16.152 m
Aceiros
Rede de Drenagem
io
táv
G
6742000 mN
a
on
vir
ua
Base Cartográfica utilizada:
Carta da DSG – Divisão de Levantamento
Escala 1:50.000 / Impressão 1982
560000
mE de Uso da Terra obtida a partir de
Carta
Interpretação Visual / Digitalização em Tela
Base Cartográfica
Imagem proveniente
do SensorUtilizada:
Ikonos II
Mapa Base Restituido de Aerofotografias
Composição Multiespectral
/ Resolução 4 m.
Esc. 1:10.000
Imagem obtida a partir
dePontos
digitalização
Imagem Georreferenciada
Interpretação com
Visual em
Tela de
Controle adquiridos
com GPS
de Imagem
Ikonosde
- 4mNavegação
de Res.
no programa Id ri
N
8.764m
45.360m
Limite da Área
Área Total do Perímetro 1600.76ha
a
Ma zzuram
0
ESCALA GRÁFICA
Metros
2000
si 3 2 .
PROJEÇÃO UNIVERSAL
PROJEÇÃO UNIVERSAL TRANSVERSADEMERCATOR
Origem
da quiilometragemUTM: “Equador
e Meridiano 51º W GR.”
TRANSVERSA
DE MERCATOR
Acrecidas as constantes: 10 000Kme 500 Kmrespectivamente
Origem da quilometragem
UTM:
Fuso 22
“Equador e Meridiano 51° W GR”
Acrescida as constantes:
10000 km e 500 km respectivamente
Fuso 22
FIGURA 9 - Mapa de insolação no período da 11 às 13 horas da Floresta Nacional de
São Francisco de Paula,RS.
91
1 – menos de 20% de cobertura – insolação muito baixa;
2 – entre 20% a 40% de cobertura – insolação baixa;
3 – entre 40% a 60% de cobertura – insolação média;
4 – entre 60% a 80% de cobertura – insolação alta;
5 – acima de 80% de cobertura – insolação muito alta.
j) variedade do relevo – existe uma correlação muito intrínseca da topografia e qualidade
visual da paisagem. Desta forma avaliou-se através dos quesitos, com base na Carta
Hipsométrica (Figura 11):
1 – relevo plano;
2 – relevo suavemente ondulado;
3 – relevo relativamente acidentado, com configuração levemente irregular;
4 – relevo acidentado, com configuração irregular;
5 – relevo muito acidentado, com configuração muito irregular;
2) Atividade humana - responsável pelo aspecto de artificialização e distanciamento das
condições naturais da paisagem, introduzindo elementos antrópicos na paisagem da FLONA
de São Francisco de Paula, como construções. Estas poderão ser consideradas como detração
da qualidade visual. È importante esclarecer que a simples presença da atividade humana num
determinado local não leva necessariamente à detração da qualidade da paisagem podendo, ao
contrário, agregar qualidade à mesma pelo aspecto de diversidade visual e de singularidade.
Em função de ser um conjunto de elementos que caracterizam a atividade humana,
esta foi caracterizada em três classes, alta, média e baixa, com valores correspondentes de 5, 3
e 1.
3) Relações visuais – a paisagem, para um observador localizado no centro de uma unidade de
análise, poderá ter o seu valor modificado significativamente pelos valores das paisagens das
unidades que a circundam.
As relações visuais entre as unidades de análise são definidas em função da posição
altitudidal relativa onde três posições do observador, situado no centro da unidade de análise,
em relação às unidades adjacentes, são determinadas e respectivamente valorou-se em 5, 3 e 1
as categorias de relações visuais (Figura 10):
a) superior – o observador encontra-se acima de maior parte da paisagem a sua frente e tem
amplo raio de visão porque são poucas as obstruções da topografia adjacente;
b) média – o observador encontra-se no mesmo nível de elevação dos elementos principais da
paisagem a sua frente.
c) inferior – quando o observador se encontra num plano inferior de observação, em contraste
92
com o resto das elevações adjacentes.
Fonte: Smardon, 1979.
FIGURA 10 – Posições relativas que o observador poderá ocupar na análise dos
hexágonos.
4) Complexidade topográfica – caracterizou-se pelo grau de irregularidade do terreno por
comparação das altitudes, obtidas na Carta Hipsométrica (Figura 11) específica da área. Para
determinar a quantificação da Complexidade topográfica, estabeleceu-se as seguintes
categorias e valorações:
5 - muito alta – acima de 15 metros entre as elevações máximas e mínimas dentro de cada
hexágono;
4 - alta – diferença de 10 a 15 metros entre elevações máximas e mínimas dentro do
hexágono;
3 - média – diferença de 5 a 10 metros entre elevações máximas e mínimas dentro do
hexágono;
2 - baixa – diferença de 1 a 5 metros entre elevações máximas e mínimas dentro do hexágono;
1 - muito baixa – abaixo de 1 metro entre as elevações máximas e mínimas dentro do
hexágono.
5) Singularidade – caracteriza-se pela existência de ocorrências de origem natural como
feições geomorfológicas, elementos vegetais, espécies animais, sítios arqueológicos ou
paleontológicos ou também manifestações de origem humana, assim como qualquer elemento
visual cuja unicidade, raridade, antiguidade, grandiosidade, excepcionalidade, beleza,
interesse histórico e outras características notáveis as tornam singulares.
Em função do grau de singularidade determinou-se as classes muito alta, alta, média,
baixa e muito baixa, valorando-as respectivamente de 5 a 1.
6) Naturalidade – expressa a ausência ou a insignificância de atuações humanas ou estruturas
artificiais numa área. A naturalidade no nosso meio é representada, sobretudo, pela cobertura
79
Base Cartográfica utilizada:
Carta da DSG – Divisão de Levantamento
Escala 1:50.000 / Impressão 1982
Carta de Uso da Terra obtida a partir de
Interpretação Visual / Digitalização em Tela
Imagem proveniente do Sensor Ikonos II
Composição Multiespectral / Resolução 4 m.
Imagem Georreferenciada com Pontos de
Controle adquiridos com GPS de Navegação
PROJEÇÃO UNIVERSAL
TRANSVERSA DE
MERCATOR
Origem da quilometragem UTM:
“Equador e Meridiano 51° W
GR”
Acrescida as constantes:
10000 km e 500 km
respectivamente
Fuso 22
FIGURA 11 – Carta Hipsométrica da Floresta Nacional de São Francisco de Paula,RS.
94
vegetal natural, a qual resulta de um processo interativo e do equilíbrio dinâmico entre os
fatores do meio físico. A vegetação, quando remanescente de formações originais com pouca
ou nenhuma alteração, representa o mais alto grau de equilíbrio ecológico do ambiente em
que se encontra, merecendo, desta forma, uma elevada valorização pelo aspecto de
naturalidade que empresta à paisagem.
Envolvendo a questão da vegetação, estabeleceu-se que a valoração de 5 a 1
corresponderia as classes onde houvesse floresta nativa, floresta nativa + araucária, floresta
nativa + exótica, floresta exótica e solo exposto e/ou campo.
7) Diversidade – expressa a variedade paisagística existente num determinado espaço
territorial. Assumiu-se, então, que uma paisagem variada possui mais valor que uma paisagem
homogênea, por possuir partes diferenciadas com distintos componentes visuais e com
ausência de monotonia.
Desta forma analisou-se os hexágonos considerando as categorias muito alta, alta,
média, baixa e muito baixa, de acordo com os tipos de elementos visuais agregados no
hexágono, sendo valorados de 5 a 1, respectivamente.
3.2.2.2 Análise da vivacidade da FLONA de São Francisco de Paula,RS
Determinou-se a mesma a partir de duas formas de análise:
a) A primeira envolveu a determinação de 5 classes de analise, que são muito alta, alta, média,
baixa e muito baixa. Para estabelecer-se quais valores corresponderão a estas classes neste
estudo específico, determinou-se a partir do resultado da matriz de hexágonos os maiores e
menores valores, subtraindo-se e após dividindo-se pelo número de classes (5). Desta forma
estabeleceu-se as classes de intervalo que corresponde cada um dos itens de análise. Após
enquadrou-se os hexágonos nas respectivas classes em função do seu valor final;
b) A segunda forma utilizada partiu do princípio estabelecido por Griffith & Valente (1979)
que determinaram que linha, forma, textura, escala, variedade visual e cor como as variáveis
que compõem a vivacidade. A partir deste pressuposto determinou-se em cada tipo de
paisagem a seqüência de importância que cada uma obteve e estipulou-se um ranqueamento
específico com análise posterior do cenário gerado.
95
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
4.1 Número de unidades amostrais - hexágonos
Inicialmente, através do programa CAMPEIRO 1.0, obtiveram-se como resultado da
distribuição da malha hexagonal sobre a área da FLONA de São Francisco de Paula,RS, cento
e noventa e quatro hexágonos (194).
Uma análise do mapa com os centro de hexágonos permitiu estabelecer um processo
de exclusão de algumas das unidades amostrais (hexágonos) a partir de alguns critérios:
a) ponto central do hexágono fora da área da FLONA de São Francisco de Paula, RS;
b) ponto central do hexágono situado sobre lâmina d’água, rio ou banhado, em virtude da
dificuldade de acesso e necessidade de redimensionamento de raio do hexágono.
O enfoque sobre o centro de hexágono é em função de ser este o ponto de localização
do observador para efetuar a análise de campo.
A partir da aplicação destes critérios, obteve-se o número final de cento e cinqüenta e
oito hexágonos (Figura 12), que foram objeto de inventário pelos parâmetros estabelecidos no
Anexo 2, gerando a matriz de dados.
4.2 Análise de Agrupamento
A partir da matriz de dados, tendo como variáveis os parâmetros de valoração da
paisagem, dos cento e cinqüenta e oito (158) hexágonos distribuídos na área da FLONA de
São Francisco de Paula,RS, realizou-se uma análise de Cluster e de Discriminante,
objetivando classificar as parcelas (hexágonos) em grupos de paisagem, determinar funções
discriminantes que possam classificá-las nesses grupos e determinar a percentagem de
classificações corretas.
4.2.1 Análise de Cluster
Na Figura 13, encontra-se o Dendrograma, obtido da matriz de dados pela análise de
Cluster, utilizando-se a Distância Euclidiana Quadrada como medida de similaridade entre os
hexágonos e o Método de Ligação Ward. Os números, no eixo vertical, representam a
96
Base Cartográfica utilizada:
Carta da DSG – Divisão de Levantamento
Escala 1:50.000 / Impressão 1982
Carta de Uso da Terra obtida a partir de
Interpretação Visual / Digitalização em Tela
Imagem proveniente do Sensor Ikonos II
Composição Multiespectral / Resolução 4 m.
Imagem Georreferenciada com Pontos de
Controle adquiridos com GPS de Navegação
PROJEÇÃO UNIVERSAL
TRANSVERSA DE MERCATOR
Origem da quilometragem UTM:
“Equador e Meridiano 51° W GR”
Acrescida as constantes:
10000 km e 500 km respectivamente
Fuso 22
FIGURA 12 – Mapa com o centro dos 158 hexágonos inventariados na área da FLONA
de São Francisco de Paula, RS.
97
Distância Euclidiana reescalonada de 0 a 25 e, no eixo horizontal, os hexágonos, que vão
gerando os grupos.
A definição dos grupos foi feita pelo traçado de uma linha paralela ao eixo horizontal,
partindo da Distância Euclidiana média (metade da maior distância), conforme recomendam
alguns pesquisadores, como Bouroche & Saporta apud Longhi (1997) e Johnson & Wichern
(1982).
Observa-se que a linha traçada, chamada de linha fenon, interceptou 5 ramos de
ligações, no agrupamento formado, classificando o conjunto dos 158 hexágonos e 5 grupos
distintos, que foram analisados posteriormente.
O Dendrograma ou Diagrama em Árvore é a forma visual, mais utilizada,
mundialmente, para representar a seqüência de agrupamentos. No Dendrograma, cada ligação
corresponde a um valor numérico (um índice, que é a escala ou nível de agregação) que
representa o nível, no qual têm lugar os agrupamentos. Quanto maior o índice, mais
heterogêneos são os indivíduos agrupados. Uma vez formado o dendrograma, a separação
entre os grupos é realizada. Pode ser feito um corte em um determinado nível, que é
geralmente na metade da maior distância, ou segundo um critério subjetivo e pessoal (Longhi,
1997).
4.2.2 Análise Discriminante
Após obtidos os grupos, realizou-se uma análise discriminante, visando determinar
funções que permitam classificar os grupos obtidos, alocar novos hexágonos dentro dos
grupos para os quais apresentam maior probabilidade de pertencerem, bem como verificar a
precisão da classificação.
No Anexo 4, encontra-se a Matriz de Covariância entre as variáveis, obtida da matriz
de dados brutos (Anexo 3), pela Análise Discriminante, com o Método STEPWISE.
Desta matriz, determinaram-se os valores de Lambda de Wilks (Λ*), F e a
significância obtida para cada variável, os quais permitem interpretar a real capacidade de
discriminação das mesmas, na formação dos grupos. Tais valores podem ser observados na
Tabela 2.
Nota-se, pela referida tabela, que a variável 3 (Naturalidade) é a que apresenta maior
valor de F e, conseqüentemente, menor valor de Λ*. Foi a primeira variável selecionada para
entrar na análise. Tem o mais alto valor do critério de seleção. Esta variável é pareada com as
98
demais, uma de cada vez, para selecionar a segunda melhor variável discriminante e, assim,
sucessivamente.
TABELA 2 - Estatística do teste de seleção das variáveis discriminantes para a matriz de
dados brutos.
VARIÁVEL
LAMBDA DE WILKS (Λ*)
F
TOLERÂNCIA
Linha
0,332
76,791
1,0000
Forma
0,135
244,618
1,0000
Naturalidade
0,019
1944,038
1,0000
Singularidade
0,662
19,570
1,0000
Granulometria
0,229
128,571
1,0000
Densidade
0,479
41,586
1,0000
Regularidade
0,126
264,885
1,0000
Contraste interno
0,121
278,398
1,0000
Escala
0,864
5,999
1,0000
Cor
0,041
889,733
1,0000
Composição espacial
0,350
71,118
1,0000
Posição topográfica
0,456
45,580
1,0000
Fundo cênico
0,485
40,614
1,0000
Cobertura dominante
0,289
94,078
1,0000
Combinações
0,064
558,597
1,0000
Grau de bifurcação
0,889
4,756
1,0000
Extensão
0,426
51,528
1,0000
Insolação
0,593
26,236
1,0000
Complexidade topográfica
0,453
46,196
1,0000
Atividade humana
0,087
400,387
1,0000
Relações visuais
0,349
71,342
1,0000
Diversidade
0,541
32,479
1,0000
Após 15 Steps (passos), foram selecionadas quinze variáveis com real poder de
discriminação (Tabela 3).
A estatística Λ* mostrou, ao nível de 1% de significância (99% de probabilidade), que
as variáveis relacionadas na Tabela 2 têm alto poder discriminante.
Analisando o valor do teste F, da Tabela 2, nota-se que algumas variáveis, como por
exemplo granulometria e cobertura dominante, por apresentarem valor de F alto, deveriam ser
selecionadas na análise. No entanto, após os quinze Steps, elas foram substituídas pelas
variáveis grau de bifurcação e insolação, que apresentaram valor de F baixo na análise. Isso
ocorre em função de que, à medida que uma variável é selecionada e retirada da matriz, nova
99
combinação é realizada, alterando os valores de F e, conseqüentemente, a ordem de seleção.
Após a definição das variáveis discriminantes, procedeu-se a determinação das
funções discriminantes, importantes na análise das contribuições dessas variáveis. Estes
coeficientes foram computados, de tal forma que seus escores encontravam-se padronizados,
com média zero e variância unitária. O sinal deve ser omitido na interpretação da
contribuição
das variáveis.
TABELA 3: Estatística do teste de seleção de variáveis discriminantes, em ordem de
entrada, após 15 Steps.
STEPS
VARIÁVEL
LAMBDA DE WILKS (Λ*)
F
SIGNIFICÂNCIA
1
Naturalidade
0,019
1944,038
0,000
2
Combinações
0,001
1042,982
0,000
3
Forma
0,000
772,133
0,000
4
Atividade humana
0,000
663,315
0,000
5
Linha
0,000
681,993
0,000
6
Composição Espacial
0,000
668,916
0,000
7
Cor
0,000
624,980
0,000
8
Extensão
0,000
603,503
0,000
9
Regularidade
0,000
574,271
0,000
10
Posição topográfica
0,000
549,184
0,000
11
Contraste interno
0,000
543,429
0,000
12
Relações visuais
0,000
508,296
0,000
13
Complexidade topográfica
0,000
491,174
0,000
14
Grau de bifurcação
0,000
470,543
0,000
15
Insolação
0,000
444,123
0,000
Os testes estatísticos concernentes ao procedimento de seleção do número de
discriminantes, estão dispostos nas Tabelas 4 e 5. Foram necessárias cinco funções
discriminantes para representar 100 % da variância total explicada. Pela observação dos
autovalores (Tabela 4), nota-se que a primeira função discriminante explica 76,6 % da
variância, sendo portanto a mais representativa. As demais funções representam apenas 23,4
% da variância total explicada. Pode-se observar também, pelos elevados valores dos
coeficientes de correlação canônica, que há um alto grau de relacionamento entre todas as
funções discriminantes e o grupo de variáveis.
100
TABELA 4 – Estatística do teste de seleção de variáveis discriminantes para a matriz
dos dados brutos.
Função
Autovalor
% da Variância
% da Var. acumulada
Correlação Canônica
1
269,579
76,6
76,6
0,998
2
44,993
12,8
89,4
0,989
3
25,392
7,2
96,6
0,981
4
11,955
3,4
100,0
0,961
TABELA 5 – Teste de Significância da estatística Qui-Quadrado (X2) e valor Lambda de
Wilks (Λ*).
Teste das Funções
Lambda de Wilks (Λ*)
Qui-Quadrado (X2)
GL Sig.
1
0,000
2243,751
60
0,000
2
0,000
1420,468
42
0,000
3
0,003
857,680
26
0,000
4
0,077
376,538
12
0,000
O teste de significância da estatística Qui-quadrado (χ2) e o valor Lambda de Wilks
(Λ*) mostram como as informações nas sucessivas funções discriminantes são retiradas. Ao
ser retirada a primeira função discriminante, o valor Λ*, de 0,000, nulo, indica que a série de
variáveis que estão sendo usadas possui um considerável poder de discriminação. Tal situação
continua ao ser extraída a segunda função. Com a terceira função discriminante, o Λ*
aumenta pouco e o valor alto do teste χ2
assegura que, estatisticamente, uma quantia
significativa de informações discriminantes ainda exista. Na quarta função discriminante, o
valor de Λ*, de 0,077, ainda baixo, indica que as variáveis continuam contendo poder de
discriminação. Isso pode ser comprovado pelo alto valor do teste χ2 (376,538) e alta
probabilidade (> 99,9 %).
Conforme o modo como cada função discriminante foi gerada, segundo a magnitude
do seu autovalor associado, as estatísticas Λ* e o teste χ2 avaliam a quantidade de informação
discriminante não incorporada pelas funções precedentes. Assim, ao nível de significância de
0,01, o teste χ2 indicou que nenhuma função discriminante deveria ser eliminada da análise.
As quatro funções discriminantes são necessárias para descrever a série de pontos definidos
pelos agrupamentos.
101
Paisagem Nativa
Paisagem de Declive
Paisagem Exótica
Paisagem Araucária
Paisagem de Transição
C A S E
Label Num
151
157
15
139
140
128
129
117
127
115
116
105
113
61
102
44
53
35
43
26
27
17
25
103
144
150
99
142
143
137
138
132
133
126
131
123
125
121
122
112
118
110
95
96
50
93
94
91
92
89
90
84
85
82
83
80
81
74
76
72
73
68
71
65
67
58
64
111
106
107
101
104
100
145
152
153
158
36
30
31
21
20
22
18
28
11
4
3
5
1
2
37
54
45
46
130
141
14
109
120
88
98
70
79
57
63
42
49
34
41
24
33
97
108
77
86
87
78
55
56
62
119
13
75
9
135
147
136
59
60
6
7
8
10
12
23
114
66
69
51
52
155
156
149
154
47
48
40
148
124
134
38
39
19
29
32
146
16
Dendrograma usando Método Ward
Rescaled Distance Cluster Combine
0
5
10
15
20
25
+---------+---------+---------+---------+---------+
-+---+
-+
I
-+
I
-+
I
-+
I
-+
I
-+
I
-+
I
-+
I
-+
I
-+
I
-+
I
-+
+----------------------+
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+---I
I
-+---+--+
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
+---------------------+
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I-------------------I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+------+
I
-+-----------+
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
+--------------------+
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+-----------I
I
I
-+-------+
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I---------------+
I---------------+
-+
+
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+-------+
I
I
-+-----+
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
I
I
-+
I
+--------+
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
+
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
I
I
-+
+-----------------I
-+
I
-+
I
-+
I
-+
I
-+
I
-+
I
-+
I
-+
I
-+
I
-+
I
-+
I
Linha Fenon
-+
I
-+
I
-+
I
-+
I
-+
I
-+
I
-+
I
-+
I
-+
I
-+
I
-+-----+
FIGURA 13 – Dendrograma com o agrupamento dos 158 hexágonos e suas respectivas paisagens.
102
Analisando os coeficientes padronizados das funções discriminantes (Tabela 6), notase que, na primeira função discriminante padronizada, destacam-se as variáveis Linha, Forma,
Regularidade, Contraste interno, Cor, Posição topográfica, Combinações, Insolação e
Complexidade topográfica; na segunda, Linha, Forma, Naturalidade, Combinações, Grau de
bifurcação e Relações visuais; na terceira, Linha , Forma, Extensão e Atividade humana; e, na
quarta, a variável Composição espacial.
TABELA 6 – Coeficientes das funções discriminantes canônicas obtidos da matriz de
dados brutos.
VARIÁVEIS
FUNÇÃO DISCRIMINANTE
2
3
1,496
-3,276
Linha
1
2,022
4
-0,187
Forma
-1,418
-1,129
3,644
-0,592
Naturalidade
0,674
-0,737
-0,095
0,186
Regularidade
1,015
0,490
0,034
-0,274
Contraste interno
-0,691
-0,195
-0,086
0,298
Cor
1,019
0,220
0,599
0,435
Composição espacial
0,132
-0,218
0,054
0,721
Posição topográfica
0,743
0,322
0,374
0,009
Combinações
0,956
0,908
0,494
-0,168
Grau de bifurcação
0,046
-0,555
0,292
0,280
Extensão
-0,618
-0,585
-0,676
-0,617
Insolação
0,573
0,140
0,212
0,077
Complexidade topográfica
0,847
-0,288
0,329
0,355
Atividade humana
0,274
-0,265
-0,698
-0,587
Relações visuais
0,339
-0,401
-0,266
0,132
Na Tabela 7, encontram-se os centróides ou pontos médios de cada grupo, obtido pela
Análise de Cluster nas quatro funções discriminantes.
TABELA 7 - Centróides das funções discriminantes canônicas avaliados para os cinco
grupos de paisagens encontradas.
GRUPOS
Função 1
Função 2
Função 3
Função 4
1
-24,838
-1,169
0,902
0,286
2
11,261
-6,374
-0,416
-3,419
3
14,801
4,384
12,548
2,658
4
4,445
13,692
-4,021
-2,517
5
10,650
-2,246
-5,567
6,374
103
As funções discriminantes obtidas para cada um dos cinco grupos obtidos podem ser
observadas na Tabela 8.
TABELA 8 – Funções discriminantes linear de Fisher obtidas para cada grupo de
paisagem da FLONA de São Francisco de Paula, RS.
VARIÁVEIS
PAISAGEM
ARAUCARIA
NATIVA
DE TRANSIÇÃO
EXÓTICA
DE ENCOSTA
Linha
-123,983
-3,046
-38,108
44,975
31,368
Forma
311,553
168,289
247,435
88,624
83,519
Naturalidade
18,677
140,333
115,460
57,124
135,279
Regularidade
146,732
273,982
301,735
283,252
268,718
Contraste interno
-15,119
-69,900
-78,374
-66,886
-63,345
Cor
133,936
290,512
367,714
170,300
297,382
Composição espacial
5,632
9,243
12,922
3,733
15,885
Posição topográfica
25,744
48,650
58,887
48,705
47,748
Combinações
214,849
351,517
436,590
396,331
346,786
Grau de bifurcação
48,095
55,986
55,164
24,925
53,245
Extensão
-62,339
-121,658
-144,142
-74,004
-121,039
Insolação
71,177
106,091
118,249
102,854
105,896
Complexidade topográfica
54,725
86,976
93,693
73,772
87,056
Atividade humana
11,968
55,992
11,609
40,064
45,527
Relações visuais
19,752
43,683
33,948
28,013
45,028
Diversidade
-1047,149
-2436,800
-2958,790
-2020,378
-2195,820
Observa-se que as variáveis linha, forma, regularidade, cor e combinações foram as
mais importantes e caracterizam a Paisagem Araucaria; as variáveis forma , naturalidade,
regularidade, cor, combinações , grau de bifurcação, extensão, insolação e atividade humana,
a Paisagem Nativa; as variáveis forma, naturalidade, regularidade, contraste interno, cor,
posição topográfica, combinações, extensão, insolação e complexidade topográfica a
Paisagem de Transição, as variáveis regularidade, cor, combinações e insolação, a Paisagem
Exótica e as variáveis naturalidade, regularidade, cor, composição espacial, combinações,
extensão, insolação, complexidade topográfica e relações visuais, a Paisagem de Encosta.
Algumas dessas variáveis foram importantes na caracterização de todos as Paisagens,
como as variáveis regularidade, cor e combinações.
Na Tabela 9, encontram-se os percentuais de classificações corretas e incorretas dos
hexágonos entre os cinco grupos de paisagens obtidos. Observa-se que, nos grupos 1, 3, 4 e 5,
todos os hexágonos foram classificados corretamente, enquanto que, no grupo 2, houve 97,8%
104
de classificações corretas, ocorrendo apenas um hexágono classificado incorretamente.
Este hexágono foi classificado no Grupo 5 e deveria ser classificado no Grupo 2.
TABELA 9 - Número de casos e percentagens de classificações das parcelas nas cinco
paisagens determinadas.
GRUPO
ATUAL
N° DE
CASOS
CLASSIFICAÇÕES DOS MEMBROS DAS PAISAGENS
ARAUCÁRIA NATIVA
DE
EXÓTIC DE ENCOSTA
TRANSIÇÃO
A
46/100 %
0
0
0
0
1
46
2
46
0
45/97,8 %
0
0
1/2,2 %
3
17
0
0
17/100 %
0
0
4
24
0
0
0
24/100 %
0
5
25
0
0
0
0
25/100 %
TOTAL DE CASOS CLASSIFICADOS CORRETAMENTE = 99,4 %
No geral, houve 99,4 % de classificações corretas, indicando precisão da técnica de
agrupamento. Desta forma, pode-se considerar que as quatro funções discriminantes podem
ser usadas para classificar os hexágonos de paisagens dentro dos mesmos.
Para alocação de um novo hexágono em um dos cinco grupos obtidos, calcula-se o
valor de cada discriminante para esse novo hexágono (Y1, Y2, Y3, Y4) através da Tabela 5, e as
Distâncias Euclidianas do ponto calculado, aos centróides de cada grupo (d1, d2, d3, d4, d5,),
através da Tabela 6. A menor distância Euclidiana obtida indica o grupo em que a nova
comunidade deve ser alocada.
A técnica de Análise Discriminante mostrou-se bastante eficiente na comprovação dos
agrupamentos de paisagens obtidos na FLONA de São Francisco de Paula, RS, pois permitiu
classificar e reclassificar, de maneira precisa, as paisagens diferenciadas pela Análise de
Cluster, além de permitir alocação de novas amostras (hexágonos) em um dos grupos obtidos.
4.3 Estudo das Paisagens
Após a classificação de cada hexágono através do Programa SPSS, em que obteve-se o
Dendrograma, estabelecendo-se os grupos específicos de hexágonos em cada tipo de
paisagem, materializou-se, em um mapa, os cinco tipos de paisagens que ocorrem na FLONA
de São Francisco de Paula,RS (Figura 14).
105
Base Cartográfica utilizada:
Carta da DSG – Divisão de Levantamento
Escala 1:50.000 / Impressão 1982
Carta de Uso da Terra obtida a partir de
Interpretação Visual / Digitalização em Tela
Imagem proveniente do Sensor Ikonos II
Composição Multiespectral / Resolução 4 m.
Imagem Georreferenciada com Pontos de
Controle adquiridos com GPS de Navegação
Paisagem Araucária
Paisagem Nativa
Paisagem da Encosta
Paisagem Exótica
Paisagem Transição
PROJEÇÃO UNIVERSAL
TRANSVERSA DE MERCATOR
Origem da quilometragem UTM:
“Equador e Meridiano 51° W GR”
Acrescida as constantes:
10000 km e 500 km respectivamente
Fuso 22
FIGURA 14 – Mapa das cinco paisagens que constituem a FLONA de São Francisco
de Paula, RS.
106
Este mapa permite estabelecer uma relação de abrangência de cada grupo
estabelecendo sua ordem de importância dentro da paisagem da referida área (Tabela 10).
TABELA 10 – Denominação, quantidade de hexágonos e abrangência das paisagens da
FLONA de São Francisco de Paula, RS.
PAISAGEM
Araucária
NÚMERO DE HEXÁGONOS
49
ÁREA DE ABRANGÊNCIA (%)
31,02
Nativa
46
29,11
De Transição
24
15,19
Exóticas
22
13,92
De Encosta
17
10,76
158
100
TOTAL
A análise da Tabela 10 permite definir o grau de abrangência de cada tipo de paisagem
em relação a área da FLONA de São Francisco de Paula, RS.
A Paisagem Araucária e Nativa são as mais importantes no aspecto da abrangência
pois juntas perfazem 60,13% da área total. Enquanto a das Araucárias distribuiu-se do centro
para a direção leste da FLONA, constituindo-se com predomínio do Pinheiro-brasileiro
(Araucaria angustifolia) só ou consorciado com outra espécie, a Nativa percorre a direção
Norte-Sul, porém, com predomínio da maioria margeando o rio Rolante e afluentes. Pela
caracterização específica desta paisagem, ou seja, constituir-se exclusivamente de vegetação
nativa, ocorreram também hexágonos distribuídos na região centro e sul, próximo a divisa
com outras propriedades e também dois hexágonos, 114 e 75, principalmente este último,
posicionados de forma isolada.
A Paisagem Transição recebeu esta denominação em virtude de posicionar-se onde
pode-se analisar a passagem da vegetação nativa existente ou implantada para as áreas de
vegetação exótica. Como a FLONA é uma área de extração de madeira, esta se torna
freqüente, sendo que em alguns hexágonos esta transição abrangeu totalmente algumas
regiões não destacando as características de essências exóticas como o Eucalyptus spp. e o
Cupressus sp. no caso dos hexágonos 129, 139 e 140.
Com vinte e dois (22) hexágonos a Paisagem Exótica é formada, em quase toda
extensão, pelo gênero Pinus, concentrando-se, principalmente, na área da entrada da FLONA
de São Francisco de Paula,RS, até a sede da mesma e em outros três pontos, principalmente
nas divisas desta área.
Em relação a Paisagem da Encosta, a característica principal é a posição para o
observador pois a mesma fica entre a Paisagem Nativa e grande parte da Araucária, mas em
107
uma área de topografia acidentada que permite uma visualização da área mais pictórica da
FLONA de São Francisco de Paula,RS.
Toda experiência visual é inserida num contexto de espaço e tempo. Da mesma
maneira que a aparência dos objetos sobre influência dos objetos vizinhos no espaço, assim
também recebe influência do que viu antes (Arnheim, 1992).
4.3.1 Caracterização Geral das Paisagens
A Tabela 11 oportuniza a visualização das variáveis com maior expressão em termos
de caracterização dentro de cada um dos cinco tipos de paisagens da FLONA de São
Francisco de Paula,RS.
4.3.1.1 Paisagem Araucária
Esta paisagem caracteriza-se pelos reflorestamentos homogêneos com Araucaria
angustifolia (Bertol.) Kuntze, também consorciada com nativas. As variáveis que
apresentaram valoração mais expressiva dentro desta paisagem e que por isso tornaram-se
mais importantes nesta foram a linha, forma, regularidade, cor e combinações (Tabela 11).
TABELA 11 – Distribuição das variáveis mais importantes para caracterização das
cinco paisagens que formam a FLONA de São Francisco de Paula,RS .
PAISAGEM
Araucária
Linha
Forma
VARIÁVEIS
Regularidade
Cor
Combinações
Nativa
Forma
Naturalidade
Regularidade
Cor
Combinações
Extensão
Insolação
Atividade
Grau
humana
bifurcação
De Transição
de
Forma
Naturalidade
Regularidade
Contraste interno
Cor
Combinações
Extensão
Insolação
Complexidade
Posição topográfica
topográfica
Exótica
Regularidade
Cor
Combinações
Insolação
De Encosta
Naturalidade
Regularidade
Cor
Composição
Insolação
Complexidade
Relações
Extensão
topográfica
visuais
Combinações
Na Paisagem Araucária a linha atua em conjunto com as outras variáveis
principalmente a forma pois se observa as massas vegetais sendo complementadas pela
verticalidade da vegetação.
108
O caminho natural ou imaginado, percebido pelo observador quando existem
diferenças acentuadas entre cor, forma e textura ou quando os objetos se apresentam como
uma seqüência unidirecional é caracterizado por Hernández et al. (2004), como linha.
As variáveis linha e forma se complementam ante a vegetação que predomina,
Pinheiro-brasileiro, onde estabelece-se uma hegemonia para o observador, ao analisar de um
ponto mais distante, pois prepondera a estrutura característica desta espécie.
Milano (1989) comenta que a diversidade é dependente das diferentes características
internas do ambiente, determinando significativamente a condição de atração ou monotonia
da paisagem. A aparente uniformidade de uma floresta em uma visão macro, por exemplo, é
reduzida significativamente em uma visão micro, pela ocorrência de espaços abertos naturais,
cursos d’água, afloramentos rochosos, diferenças de relevo e variações da cor, textura e
estrutura dos elementos botânicos.
A boa forma não mais se obtém do arranjo cuidadoso de elementos chamados “de
composição”; ela resulta de uma ordenação dinâmica de peças que são vistas em direções e
sentidos diversos e tornam-se sempre novas toda vez que varia o ângulo de visibilidade de
cada trecho (Macedo, 1977).
Também define-se a composição cênica como o modo de perceber o ambiente onde o
estudo vai ser desenvolvido (Garcya Moruno & Hernández Blanco, 2001).
A textura, entendida como aspecto geral do conjunto da folhagem e a impressão que
este causa na retina do observador (Macedo, 1977), foi um dos elementos que mais
influenciou a análise destes hexágonos através da variável regularidade. A Paisagem
Araucária é formada pelos plantios homogêneos de Pinheiro-brasileiro que aconteceram desde
a criação da FLONA de São Francisco de Paula,RS. Como a análise é feita a partir de mapas
obtidos por imagens digitais, observa-se a regularidade pela massa vegetal concretizada pelas
copas das árvores.
A cor é uma variável de extrema importância pela impactação que a mesma promove
na retina do observador. Analisada através de mapas e imagens digitais pouca variação
poderia apresentar pela predominância da Araucaria angustifolia. Porém a análise feita a
campo determinou um sub-bosque muito denso em função da regeneração de espécies nativas
no espaçamento estabelecido entre as Araucárias (Figura 15).
Esta densidade da vegetação permite um universo muito grande de tonalidades da cor
verde, assim como diferentes frutos e flores ao longo do ano.
A forma, ainda abstrata ou geométrica, tem sonoridade interna, e sempre a forma
contém a cor. Vale dizer que se pensa em uma cor não a vemos pela cor mesma, senão que
109
deve estar dentro de uma forma. Cada matiz, cada cor, gera mais imagens. Isto está
diretamente relacionado com cada pessoa, dependendo de sua individualidade, idade, sexo,
estado emotivo, personalidade e experiência. Isto determinará a individualidade da forma com
respeito a individualidade da cor, ambos em interconexão expressiva (Franco et al., 2003).
FIGURA 15 – Foto do Hexágono n° 85, direção oeste, 16 hs 30 min., 23/06/2004,
demonstrando a densidade do sub-bosque da Paisagem Araucária da
FLONA de São Francisco de Paula, RS.
A presença do elemento água através de lâminas extensas permitiu em alguns
hexágonos um acréscimo à cor, tornando-se um elemento focal a mais na paisagem ambiente.
Como são espaços abertos, ocorre uma potencialização maior da relação água/vegetação
através da insolação (Figura 16), fazendo com que o efeito “espelho” seja mais incidente ao
observador.
A expressão visual da água na paisagem é produto de cinco fatores: espaço,
movimento, aparência, ambiente aquático e evidências de contato humano. Toda vez que
houver a presença de água pode-se esperar o efeito de dominância, visto que o contraste entre
a vista da água e a composição paisagística tem interesse visual potencial (Litton et al., 1974).
Pela característica da área da FLONA de São Francisco de Paula,RS, estes espaços são
poucos e necessariamente devem ser melhor manejados para que se tornem efetivamente
pontos de atração em possíveis rotas de ecoturistas.
110
FIGURA 16 – Relação vegetação/água no Hexágono n° 68, direção oeste, 16 hs,
23/06/2004, da Paisagem Araucária, da FLONA de São Francisco de
Paula,RS.
Existem na paisagem elementos que constituem a matéria a elaborar: a água, o verde, a
terra, céu, nuvens, etc... A configuração geométrica, as formas arquitetônicas, as cores,
texturas, o modo de composição, de associação e de interação dessas formas e cores é que
constituem o visual. As impressões ou expressões afetivo-emotivas é que acompanham as
estruturas da paisagem e da cor. De todas estas interações o simbolismo na execução de uma
paisagem, se produz sensações diversas no expectador, enquanto a cor eleita, a atmosfera,
textura e luz. Cada uma delas logra exaltar a qualidade de todos os elementos usados na
composição. Os elementos e os espaços mostram matéria, grafismos, cores, texturas, luzes,
sombras, transparências que em si mesmas concretizam o espaço expressando diferentes
idéias, seus significados e sua resolução para comunicar aos demais o proposto (O’Neill &
Walsh, 2000, Ruiz & Gonzalez-Bernaldez, 1983).
Estes autores citam ainda que este contexto estabelecido está ligado a percepção
ambiental, pois é uma atividade mental de interação do indivíduo com o meio ambiente, que
ocorre através de mecanismos perceptivos propriamente ditos e, principalmente, cognitivos.
Os mecanismos perceptivos são dirigidos por estímulos externos, captados pelos cinco
sentidos. Os cognitivos são aqueles que compreendem a contribuição da inteligência, pois a
mente não funciona apenas a partir dos sentidos e nem recebe as sensações passivamente.
Existem contribuições do sujeito ao processo perceptivo, que são os mecanismos cognitivos,
111
incluindo motivações, humores, necessidades, conhecimentos prévios, valores, julgamentos e
expectativas. Assim, a mente organiza e representa a realidade percebida através de esquemas
perceptivos e imagens mentais com atributos específicos.
Uma variável complementar a cor e que deve ser salientada nesse sentido é o fundo
cênico. Embora conste daquelas variáveis secundárias às que apresentaram-se mais
importantes nesta Paisagem , conforme a Tabela 10, a mesma vem a corroborar a análise feita
para a variável cor.
A capacidade de absorção visual na administração do recurso visual conceitua o que se
entende como fundo cênico. Isto recorre ao local topográfico relativo dos elementos formais
com a sua própria identidade. É definido em relação à altitude e composição de suas
características e uma interconexão necessária entre as mesmas (Franco et al., 2003).
Franco et al. (2003) citam ainda que uma interconexão está ligada diretamente ao
estudo dos processos mentais relativos à percepção ambiental onde é fundamental
compreender melhor as inter-relações do ser humano com o meio ambiente, seja individual ou
comunitariamente, em suas expectativas, julgamentos e condutas. O indivíduo ou grupo vê,
interpreta e age em relação ao meio ambiente de acordo com interesses, necessidades e
desejos, recebendo influências sobretudo dos conhecimentos anteriormente adquiridos, dos
valores, das normas grupais, enfim, de um conjunto de elementos que compõe sua herança
cultural.
Em face a alta concentração de vegetação nativa ou implantada, a variável fundo
cênico apresenta o item de observação “contra a vegetação” como o de maior ênfase (Figura
17).
FIGURA 17 – Análise da variável fundo cênico demonstrando o item contra a vegetação
na Paisagem Araucária, da FLONA de São Francisco de Paula, RS.
112
Como a Paisagem Araucária abrange a maior área da FLONA de São Francisco de
Paula, RS, com quarenta e nove hexágonos, conforme a Tabela 9, e os mesmos possuem uma
localização central, isto permite que ocorra uma série de combinações da vegetação que
predomina nesta paisagem, com as que rodeiam a mesma. Desta forma a variável
combinações, referente a vegetação, tornou-se uma das mais importantes dentro da Paisagem
Araucária.
4.3.1.2 Paisagem Nativa
É formada pela vegetação nativa existente na região do vale do rio Rolante e manchas
que ocorrem em outras áreas da área da FLONA de São Francisco de Paula,RS, e que pela
caracterização da formação vegetal compõem o conjunto desta Paisagem.
As variáveis de maior importância formadoras desta paisagem foram a forma,
naturalidade, regularidade, cor, combinações, grau de bifurcação, extensão, insolação e
atividade humana (Tabela 10).
A variável forma com uma alta pontuação, conjugada com outras variáveis como a
linha e escala destacam a dimensão estética ou visual, que é a mais primitiva e intuitiva e está
relacionada com os aspectos sensitivos e perceptivos do ser humano que, ao valorizá-los,
lança mão de um juízo de valor intrinsecamente subjetivo (Jordana, 1992).
Ao analisar a variável forma, considerada o volume ou superfície de um objeto,
unificado pela configuração que apresenta na superfície do terreno, na localização conjunta
sobre a paisagem (Hernández et al, 2004), observa-se que a vegetação é o fator que mais
influência e a proximidade da água na maioria dos hexágonos, principalmente localizados ao
longo do vale do rio Rolante.
Um ambiente em que ocorre um alto grau de equilíbrio ecológico possui como um dos
elementos de análise com maior valoração a sua naturalidade. Por ser um componente
extremamente presente em toda área da Paisagem Nativa devido a sua composição, que é de
espécie autóctones, esta variável apresentou alta valoração.
Esta variável está intimamente relacionada ao conceito de qualidade de paisagem e
que por sua vez está vinculada a uma maior ou menor presença de valores estéticos, sendo
submetida a uma forte subjetividade. Não obstante, se tem realizado estudos sistemáticos para
avaliar a qualidade de uma paisagem, entre os quais cita-se o desenvolvido por Escribano et.
al. (1987), que propõe a valoração estética de uma paisagem incluindo o valor de três
113
elementos de percepção:
a) a qualidade visual intrínseca do ponto desde o que se realiza a observação – os valores
constituídos por aspectos naturais (morfológicos, vegetação, presença de água, etc...);
b) a qualidade visual do entorno imediato – avalia as características naturais que se observa
até uma distância de 700 m., assinalando a possibilidade de observação de elementos
visualmente atrativos;
c) a qualidade do fundo cênico – avalia a qualidade do fundo visual da paisagem considerando
aspectos como intervisibilidade, altitude, vegetação, água e singularidades geológicas.
Com uma estreita ligação com a textura, a regularidade está vinculada aqueles
hexágonos limítrofes às demais paisagens, principalmente com a Paisagem Exótica e
Araucária, onde parte destes são influenciados pela forma regular como são plantados as
espécies vegetais destas Paisagens.
Em conjunto com a regularidade encontra-se a variável combinações. Isso ocorre em
função de que as combinações de vegetações só são possíveis pelo contato dos hexágonos da
Paisagem Nativa com outras paisagens, gerando com isso as combinações entre diferentes
tipos de espécies vegetais e diferentes texturas.
A paisagem que se descortina ao observador ao longo dos hexágonos da Paisagem
Nativa, principalmente nos localizados no vale do rio Rolante oportuniza uma alta
expressividade cênica corroborada pela cor verde em suas diversas nuances apresentadas
principalmente pela vegetação nativa. Com um grau tão amplo de diferentes tipos de
vegetações, e conseqüentemente texturas, a potencialidade de florescimento, a frutificação e
brotação da vegetação, fazem com que a variável cor adquira um grau de importância muito
grande para o observador.
O observador e seu ponto de vista são importantes: sem observadores não existe visual
negativo nem estética (Griffith, 1992).
A cor, porém, só existe em função da luminosidade e nesse sentido a variável
insolação vem a acrescentar o elemento que faltava para realçar a cor da vegetação. Porém
como ocorreu a formação de um vale onde fica o rio Rolante e o mesmo localiza-se na região
oeste da FLONA de São Francisco de Paula,RS, ocorre períodos distintos de insolação em
ambos os lados do vale.
Através do mapa de insolação (Figura 9), determinou-se o melhor período para
visitação da área, 11hs – 13 hs, em função de que neste ocorre incidência de sol que atinge
toda área do vale, inclusive suas áreas mais próximas do rio.
Por situar-se junto ao rio Rolante as variáveis grau de bifurcação e extensão, ligadas a
114
drenagem, apresentaram-se dentro do grupo de importância da Paisagem Nativa. Este fato
aconteceu pelo cobrimento de áreas significativas dos hexágonos quanto a rede de drenagem
do rio e demais cursos d’água presentes na área assim como a extensão que os mesmos
apresentaram ao longo dos hexágonos desta Paisagem.
O elemento água seja pelo som que produz, pelo seu movimento, pelo alto contraste
com os demais componentes ou ainda, pela sua capacidade de atuar como espelho refletindo o
entorno imediato é, freqüentemente, um elemento importante para a caracterização da
paisagem, quando não dominante da mesma (Pires, 1990).
A atividade humana embora ocorra como uma variável importante, a sua influência
deve-se mais às estradas e aceiros que cortam a Paisagem, assim como a proximidade da área
da sede da FLONA de São Francisco de Paula,RS. Porém como ocorre uma integração destes
elementos à paisagem, ao contrário de causar detração, oportunizam um aspecto bucólico ao
local (Figura 18).
FIGURA 18 – Estrada existente na Paisagem Nativa, da FLONA de São Francisco de
Paula, RS.
Uma parte, num todo é algo distinto dessa parte isolada ou em outro todo, por causa
das propriedades que deve ao seu lugar e a sua função em cada um deles. A mudança de uma
115
condição objetiva pode ora produzir uma mudança local na forma percebida, ora traduzir-se
por uma mudança nas propriedades da forma total (Guillaume, 1960).
4.3.1.3 Paisagem de Transição
Formada pela área de transição entre a vegetação nativa e a exótica, definindo uma
área onde ocorre a passagem de formas mais características da região (Pinheiro-brasileiro e
vegetação autóctone) e as espécies exóticas com as suas formas mais rígidas. As variáveis que
maior valoração apresentaram foram forma, naturalidade, regularidade, contraste interno, cor,
posição topográfica, combinações, extensão, insolação e complexidade topográfica (Tabela
10).
A forma é a expressão dos elementos que se apresentam ao observador, segundo o seu
foco de visada. Neste sentido ao analisar os hexágonos da Paisagem de Transição, ocorreu
uma visualização que permite determinar as formas bem características da vegetação nativa,
da Araucária e espécies exóticas, predominando o gênero Pinus. Esta variedade é que
enriquece esta paisagem, apresentando um descontínuo ao longo de toda a sua trajetória.
A oportunidade rara de apreciar o visual da exuberância, a extrema diversidade e, em
alguns locais, as árvores imensas, torna a vegetação uma variável importante nesta análise. De
modo geral, a apreciação da estética da vegetação aumenta com a idade ou grau de
regeneração dos povoamentos. A floresta alta é considerada bem mais bonita que as áreas
ainda em fase de regeneração e cobertas de espécies pioneiras (Oliveira & Griffith, 1987).
A variável naturalidade é influenciada pela adjacência dos hexágonos da Paisagem
Transição com os da Paisagem Nativa, Araucária e de Encosta, pela ocorrência das espécies
nativas e nativa implantada. Ocorre apenas uma redução significativa desta variável na área
junto à sede onde a intrusão visual atinge o seu mais alto valor (Figura 19).
A intrusão visual decorrente do estabelecimento de atividades humanas numa
determinada paisagem, caracteriza o impacto visual de tais atividades, passando a se verificar
as modificações visuais que acarretarão na mudança de nível de qualidade pré-existente
(Pires, 1993).
O público, hoje, é cada vez mais consciente do valor estético da natureza e crítico em
relação aos impactos visuais negativos, principalmente quando forem altamente visíveis ou
feitos em locais de extrema beleza. Essas críticas podem variar muito conforme a percepção
do observador e seus valores presentes no campo da estética (Griffith, 1992).
116
Esta variável acompanha também outras variáveis como combinações, cor e insolação.
Os contatos e as influências das adjacências entre os hexágonos possibilita as várias
combinações entre os tipos de vegetações, sejam entre nativas, exóticas e nativas implantadas.
FIGURA 19 – Aspectos da sede da FLONA de São Francisco de Paula,RS.
Devido a esta grande variabilidade é que os valores da variável combinações tornou-se
expressivo no conjunto desta Paisagem (Figura 20).
A variável cor e insolação são complementares entre si e estão representadas de forma
bem expressiva nesta Paisagem. Em função da variedade de vegetações que ocorrem nos
hexágonos desta Paisagem e seus respectivos tons de verde, frutificações e florescimentos é
que determinaram sua importância principalmente ao observador.
E esta variável é acentuada pelo grau de insolação que ocorre ao longo desta área,
fazendo com que ressalte mais ainda o efeito da arquitetura da folhagem e porte das árvores.
Ocorre ainda um elemento extremamente expressivo nesta paisagem que é a lâmina
d’água próxima da sede (Figura 21). A mesma pelo seu tamanho tornou-se um elemento
referencial também pelo efeito espelho, nem tanto pela vegetação como pelo reflexo do céu e
sol.
117
FIGURA 20 – Estrada entre vegetação nativa e implantada, na Paisagem de Transição,
na área da FLONA de São Francisco de Paula, RS.
No caso de lagos, espera-se que a água apareça dominante devido a sua superfície
contínua e maior proporção em relação ao terreno onde se situa, em termos de cobertura, e em
relação aos rios o movimento e o volume de água representam atrativos visuais (Litton et al.,
1974).
FIGURA 21 – Lago existente no Hexágono n° 81 da Paisagem de Transição, próximo a
sede da FLONA de São Francisco de Paula, RS..
118
A preferência sobre uma paisagem é alta quando o elemento água, em suas várias
formas, está presente (Brush & Shafer, 1975; Zube et al., 1982; Penning-Rowsell, 1979).
A cor vale e tem razão de ser segundo a luz que a ilumine. Ao observar-se um objeto,
a cor que se vêe depende das propriedades do material, o tipo de luz que o ilumine e as
características do visual individual do observador. Ao perceber a cor entram em jogo suas
próprias vivências e sensações, inclusive vocações. Como a cor é portadora de significações
nos provoca emoções ou sensações diversas dentro de seu uso correto do plano. A cor é um
meio para expressar e construir idéias através das imagens. Segundo a ordem que se utilize,
baseando-se nas distintas proporções da cor e as combinações do mesmo, o criativo elege de
alguma maneira a combinação, impacto, estratégias, segundo o que se deseje transmitir. O
caminho ideal é ir do intuitivo ao conceitual, através da investigação, descobrimentos e
teorizações, não apenas gerais senão individuais. Por exemplo na paisagem a cor é a
protagonista do espaço, atmosfera. Em determinada paisagem, o espaço exterior está definido
pela cor como sensação de luz. Também as formas e os movimentos horizontais oblíquos de
leitura evitam a rigidez do visual (Gibson, 1974).
A textura apresentou na Paisagem Transição dois padrões de análise: as variáveis
regularidade e contraste interno. A primeira explica-se face aos hexágonos localizarem-se em
pontos onde ocorrem vegetação nativa e exótica juntas, com predomínio da segunda,
determinando uma análise através de mapas ou cartas e outra pelo observador em posição
inferior à vegetação.
Porém como este item é de determinação do dossel da vegetação, então explica-se a
alta regularidade, estabelecendo-se com isto uma disposição simétrica resultante da forma de
plantio realizado (Figura 22).
Quando se analisa contraste interno em termos de paisagem e a mesma apresenta um
fundo cênico, como a maioria dos hexágonos da FLONA de São Francisco de Paula,RS, em
que predomina o item “contra a vegetação”, então percebe-se que para o observador o
contraste entre vegetação e mesmo entre tipos de sub-bosques torna-se motivador de uma
pesquisa mais aprofundada sobre cada formação que vai se apresentando e de ponto de
interesse ao longo de um determinado percurso onde ocorre o predomínio desta forma de
vegetação seja nativa autóctone, implantada ou exótica.
Passando por diferentes tipos de vegetações, o observador poderá perceber
distintamente os contrastes que ocorrem e até mesmo o que ocorre entre locais com subbosque e sem ou praticamente sem, como nas áreas da Paisagem Exótica (Figura 23).
119
FIGURA 22 – Sub-bosque da Paisagem de Transição, da FLONA de São Francisco de
Paula,RS.
FIGURA 23 – Área de essências exóticas sem presença de sub-bosque na Paisagem de
Transição, da FLONA de São Francisco de Paula,RS.
A visualização dos elementos que compõem a Paisagem de Transição é bastante
facilitada pelo fato de que a variável posição topográfica desenvolve-se quase que no plano,
com pequenos pontos de variação. Isto permite ao observador uma análise do entorno no
mesmo nível ao longo do percurso que realizar podendo desta forma comparar elementos e
estabelecer critérios e juízos de valor próprio.
A variável extensão, relativo ao sistema de drenagem, apresenta-se dentro do rol de
importância, visto que todos os hexágonos apresentaram-se com o elemento água na forma de
120
afluentes do rio Rolante, lâminas d’água e outros cursos d’água menores e que atravessaram
em toda extensão os mesmos.
A complexidade topográfica é uma variável cuja resposta aos olhos do observador se
dá através da distância que o mesmo percorre na área e a observação da própria vegetação que
acompanha a variação de altura do relevo. No caso da Paisagem de Transição, que ocorre em
diferentes pontos da área, permite observar variações principalmente nas outras vegetações
como a nativa e se ocorre diferentes tipos vegetacionais nestes percursos . Pela variedade de
transição entre tipos de vegetação é que se tornou uma variável de interesse, embora de
quantificação média, para esta Paisagem.
4.3.1.4 Paisagem Exótica
É composta basicamente pelo gênero Pinus, principalmente na região norte da
FLONA de São Francisco de Paula,RS. Nesta paisagem apresentaram-se como mais
destacadas, em vista a valoração, as variáveis regularidade, cor, combinações e insolação
(Tabela 10).
Analisada principalmente pela textura que o plantio de espécies exóticas proporciona
através de espaçamento regular, esta variável é analisada através de mapas e imagens digitais,
porém o observador, no interior dos talhões, pode ter uma visão bastante próxima desta
realidade através da regularidade dos troncos (Figura 24).
Por possuir manchas de vegetação em quase todas as áreas da FLONA de São
Francisco de Paula,RS, ocorre um contato com todas as outras Paisagens. Isto permite obter
um valor importante para a variável combinações. Esta imprime ao observador uma variação
visual bastante importante, e que determina valor estético.
A variável combinações permite um acréscimo para a valoração da cor pois a
vegetação exótica determina uma homogeneidade quanto a cor verde e através da primeira
variável ocorre o incremento necessário para determinar-se outros tons.
A importância da cor verde para a beleza cênica apresentou alta pontuação por parte
dos analistas da pesquisa feita pela Universidade de Lakehead (Ontário-Canadá) quanto a
avaliação de fotos de modelos de corte de vegetação de sistemas agroflorestais. Do total dos
participantes que fizeram uma análise sobre este tema, 66% que comentaram a questão sobre
cor, 88% desaprovaram os povoamentos com cor avermelhada, comentando que aparentavam
bosques com doenças, destruídos recentemente pela ação humana e 73% que comentaram
sobre o tom verde, 97% aprovaram os plantios com esta cor pois aparentavam bosques
121
naturais e só 3% desaprovaram comentando que as formas florestais claramente definidas
teriam um aspecto artificial ou desapropriado (Young & Wesnes, 2003).
FIGURA 24 – Vegetação predominante de Pinus sp. em um dos lados do Hexágono n°
17, direção norte, 12 hs 10 min., 24/06/2004, da Paisagem Exótica, da
FLONA de São Francisco de Paula, RS.
Através da análise dos hexágonos acontecem elementos que permitem um acréscimo à
cor que é o fato de acontecerem paisagens filtradas em alguns pontos permitindo um contraste
da vegetação exótica com a paisagem circundante, (Figura 25) onde se pode observar as
formas características da região dos Campos de Cima da Serra.
FIGURA 25 – Visualização da paisagem do entorno da FLONA de São Francisco de
Paula, RS, observada em intervalos da vegetação da Paisagem Exótica.
122
Em outros pontos ao invés de paisagem filtrada, ocorre a panorâmica que imprime no
observador a possibilidade de incorporar o contraste da paisagem circundante a FLONA de
São Francisco de Paula,RS, e acrescentar elemento à cor (Figura 26).
FIGURA 26 – Visão da paisagem circundante em contraste com vegetação constituinte
da Paisagem Exótica, da FLONA de São Francisco de Paula,RS.
Contribuindo com a variável cor, principalmente em relações a folhagem, pois o
florescimento pouco influencia na visão do observador, a insolação atua de forma bastante
expressiva, tornando-se uma das variáveis mais importantes na Paisagem Exótica. Através do
espaçamento simétrico, ocorrem espaços nos quais a incidência do sol acontece e oportuniza
uma visualização de todo entorno de cada hexágono desta Paisagem (Figura 27).
FIGURA 27 – Análise do sub-bosque do Hexágono n° 5, direção leste, 13 hs, 25/06/2004,
da Paisagem Exótica da FLONA de São Francisco de Paula, RS.
123
Na análise da relação atividades humanas/paisagens, é fundamental considerar-se que
as primeiras, resultantes das necessidades sócio-econômico-culturais e constituindo-se ações
antrópicas sobre os ambientes naturais, implicam necessariamente alterações nas condições
originais das segundas, podendo resultar em efeitos visuais, variando de negativas ou
positivas, em diferentes dimensões (Milano, 1989).
Cabe salientar ainda a variável atividade humana, que está vinculada a intrusão na
paisagem em relação aos plantios de espécies exóticas, malha de estradas feitas para
circulação de veículos quando da extração de madeira e a linha de transmissão de energia para
o interior da FLONA de São Francisco de Paula, RS (Figura 28).
FIGURA 28 – Espaço reservado, na Paisagem Exótica, para passagem da linha de
transmissão de energia elétrica para o interior da FLONA de São
Francisco de Paula, RS.
A malha de estradas da FLONA de São Francisco de Paula,RS, é considerada
atualmente como uma pequena intrusão, muito diferente quando da sua implantação na
paisagem ambiente quando foi considerada detratora da qualidade da paisagem mas pela sua
absorção no contexto da paisagem, principalmente pela cor verde da folhagem, passou a ter
um impacto visual cada vez menor (Figura 29).
Em um estudo na Universidade de Lakehead, Ontário- Canadá, com oitenta
voluntários, analisando quatrocentos e vinte imagens de povoamento florestais com três
situações: corte raso na forma de tabuleiro, corte raso de forma irregular e estradas florestais,
124
Young & Wesnes (2003), tiveram dentre os resultados que 55% dos participantes que fizeram
comentários a respeito, 95% disseram que as estradas florestais pareciam-lhes “formar parte”
da paisagem. Apenas 5% manifestaram sua desaprovação.
FIGURA 29 – Estrada entre os talhões que constituem a Paisagem Exótica, da FLONA
de São Francisco de Paula, RS.
Nos grandes espaços a única maneira de ver ou de sentir a obra é através de uma
concepção estrutural dinâmica, mesmo por que as direções e sentidos do encaminhamento
introduzem o observador dentro dela de modos diversos e em condições sempre diferentes
(Macedo, 1977).
O problema da percepção do espaço visual não parte das características geométricas
do espaço abstrato, senão da existência de um agrupamento de superfícies físicas que refletem
luz sobre a retina. Estas superfícies são frontais, senão transversais a linha de visão e
longitudinais senão paralelas a linha de visão, sendo que as superfícies longitudinais
determinam a percepção da terceira dimensão (Gibson, 1974).
4.3.1.5 Paisagem de Encosta
Constituída por espécies nativas, a sua principal característica é ser limítrofe a
Paisagem Nativa, contornando-a em quase todo vale do rio Rolante e sempre em posição
superior, em face a questão de posição topográfica (Figura 30).
Dentre as vinte e duas variáveis analisadas, aquelas que maior destaque apresentaram
125
nesta paisagem, em função da valoração, foram naturalidade, regularidade, cor, composição,
combinações, extensão, insolação, complexidade topográfica e relações visuais (Tabela 10).
Quando analisou-se a variável regularidade, estabeleceu-se a determinação de plantio
homogêneo, o que não coincide com a Paisagem Encosta pois é formada por essências
autóctones. A regularidade foi estabelecida pelos hexágonos adjacentes à Paisagem Araucária
que possui espaçamento simétrico e regular. A variável composição, relacionada ao espaço,
caracterizou-se como panorâmica pela posição que os hexágonos possuem, qual seja ao longo
e acima dos hexágonos da Paisagem Nativa.
Por esta posição que os hexágonos desta paisagem apresentam é que outras variáveis
estão associadas. A variável combinação é uma destas pois como a Paisagem Encosta ocorre
entre a Paisagem Nativa e Araucária, as variações são bastante significativas para a análise do
observador.
FIGURA 30 – Visão do vale do rio Rolante a partir da Paisagem de Encosta, Hexágono
n° 69, direção sudoeste, 15 hs 30 min., 26/06/2004, da FLONA de São
Francisco de Paula, RS.
O observador nesta Paisagem está em uma posição superior em relação aos elementos
analisados, determinando com isso a relação visual superior. Este fato permite uma análise
mais criteriosa de vários elementos visuais como a cor que foi uma das variáveis mais
importantes. Como a formação vegetacional predominante é de espécies nativas, a cor verde
126
prepondera porém pela diversidade de espécies, ocorreu uma variação muito grande de tom
de verde acrescentada ainda cores dos florescimentos, frutificação, troncos e ramos.
Apesar do predomínio, em termos de cor, apresentar-se através da folhagem das
árvores e neste caso ser da cor verde, os diferentes tons, a possibilidade de espécies deciduais
e a variação de direção da luz do sol ao longo do dia, tornaram esta variável de grande
expressão nesta paisagem, principalmente pela possibilidade de observação por sobre a copa
das árvores devido a posição topográfica. Cabe salientar ainda que esta observação só é
efetiva quando ocorre uma insolação por completo em todo vale, o que acontece no período
das 11 hs até as 13 horas.
Macedo (1977) comenta que a cor, assim como a forma, a linha e a área são como em
qualquer outras das artes visuais, os elementos puros de estruturação do espaço.
Pela área de relevo acidentado em que se encontra observa-se uma complexidade
topográfica muito alta, visto que esta paisagem estende-se ao longo de praticamente toda a
FLONA de São Francisco de Paula,RS, no sentido Norte-Sul.
Pela sua posição junto a Paisagem Nativa, esta Paisagem recebe um número grande
dos afluentes do rio Rolante em sua área, caracterizando-se por possuir grandes extensões
atravessando os seus hexágonos. O elemento água caracterizou esta Paisagem não apenas pela
presença mas também pela visão que oportuniza em outros locais. É o caso de uma cascata
visualizada através do mirante, que embora na propriedade limítrofe a FLONA de São
Francisco de Paula,RS, que imprime um ponto focal extremamente importante para a retina
do observador (Figura 31).
Dentre as variáveis analisadas, ressalta-se também o fundo cênico, que oportuniza
também diferentes momentos de observação em virtude de apresentar visualização do vale do
rio Rolante, das propriedades limítrofes com campos e florestas implantadas, elementos de
água como cascata assim como floresta nativa. Fundo cênico depende entre outras variáveis,
da posição relativa de cada observador. Então, para uma determinação do mesmo como uma
característica do espaço visual, devem ser geradas linhas visuais múltiplas dos pontos onde o
maior número de observadores ficará.
Estes pontos de observação devem ser escolhidos com muito cuidado visto que ocorre
uma baixa preferência por paisagens que apresentam uma alta complexidade nos pontos
focais e onde as características de textura, movimento e água sejam obstruídas (Ulrich, 1986).
Um ponto coincidente na ação pictórica e arquitetônica sobre a paisagem, corresponde
a transformação da realidade que se tem diante de si. Trata-se de uma resposta inerente à
percepção do homem enquanto ser cultural. Os olhos não são apenas uma janela para o espaço
127
real; através deles o homem faz sua seleção por meio de um filtro cultural, o que conforma o
espaço existencial. Dividido entre uma metade razão e outra emoção, a seleção visual não
deixará de ser um processo inerente ao homem. E se cada um percebe uma mesma realidade
de distintas maneiras, em função de cada experiência individual acumulada, cabe interagir
com dita realidade, recriando-a (Arnheim, 1992).
FIGURA 31 – Visualização da cascata a partir do Hexágono n° 69, direção oeste, 15 hs
30 min., 23/06/2004, da Paisagem de Encosta, da FLONA de São
Francisco de Paula, RS.
Em adição ao fundo cênico, a composição cênica é uma característica de espaço como
um elemento visual. A percepção visual do projeto pelo observador depende em parte disso,
pois se uma intrusão tiver a sua percepção visual diminuída, seu impacto visual também é
diminuído (Hernández Blanco & Garcya Moruno, 2001).
A este conjunto adiciona-se a variável naturalidade pois a vegetação é nativa sem
alteração, contribuindo ainda mais para o incremento da beleza cênica deste local.
4.4 Vivacidade
Para determinação da vivacidade dos cento e cinqüenta e oito hexágonos da FLONA
de São Francisco de Paula, efetuou-se a determinação de classes a partir da subtração do
128
maior valor obtido por um hexágono pelo menor, dividindo-se pelo número de classes, no
caso as cinco paisagens estabelecidas, eliminando-se os valores após a vírgula visto que
ocorreram apenas valores absolutos. Desta forma, pode-se observar o resultado na Tabela 12:
TABELA 12 – Determinação das categorias de classe de vivacidade e seus respectivos
intervalos de valores.
CLASSE
INTERVALO DE VALORES
MUITO ALTA
81-74
ALTA
73-66
MÉDIA
65-58
BAIXA
57-50
MUITO BAIXA
> 50
Desta forma distribuiu-se os hexágonos nestas cinco classes de vivacidade e através da
Tabela 13 pode-se observar o resultado final da determinação de potencial que cada uma das
cinco paisagens e seus respectivos hexágonos possuem dentro da FLONA de São Francisco
de Paula, RS.
TABELA 13 – Distribuição da percentagem de hexágonos nas classes de vivacidade
entre as paisagens encontradas na FLONA de São Francisco de Paula, RS.
VIVACIDADE
PAISAGEM
MUITO ALTA
ALTA
MÉDIA
BAIXA
MUITO BAIXA
56,52%
43,48%
-
-
-
Araucária
-
51%
49%
-
-
De Encosta
-
100%
-
-
-
De Transição
-
-
100%
-
-
Exótica
-
-
4,54%
63,64%
31,82%
Nativa
A análise da Tabela 13 permite observar que a Paisagem Nativa destaca-se das demais
pois é a única que apresenta 56,52% dos hexágonos com a caracterização de vivacidade muito
alta, possuindo também boa representação (43,48%) na categorização de vivacidade alta (20
hexágonos). Através da Figura 32 observa-se que a distribuição permeia o vale do rio Rolante,
onde ocorre a maior concentração da categoria muito alta, sendo que os hexágonos de alta
vivacidade circunvizinham os mesmos.
Outra paisagem de expressão é a da Araucária onde 51% dos seus hexágonos estão
classificados como de alta vivacidade, dando continuidade aos da mesma categoria da
129
Base Cartográfica utilizada:
Carta da DSG – Divisão de Levantamento
Escala 1:50.000 / Impressão 1982
Carta de Uso da Terra obtida a partir de
48000/ mN
Interpretação 67
Visual
Digitalização em Tela
Imagem proveniente do Sensor Ikonos II
Composição Multiespectral / Resolução 4 m.
Imagem Georreferenciada com Pontos de
Controle adquiridos com GPS de Navegação
Vivacidade Muito Alta – 81 - 74
Vivacidade Alta – 73 – 66
Vivacidade Média – 65 – 58
Vivacidade Baixa – 57 – 50
Vivacidade Muito Baixa > 50
Agenor da Silva Carvalho
s
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6746
Manoel Ruben Teixeira
Sede
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Empresa Ima gal
6742000 mN
na
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av
Gu
560000 mE
558000 mE
PROJEÇÃO
UNIVERSAL
Base Cartográfica
Utilizada:
Legenda:
Mapa Base Restituido de Aerofotografias
Rede Viária Principal
21.436 m
Rede Viária Secundária
16.152 m
Aceiros
Esc.
TRANSVERSA
DE1:10.000
MERCATOR
Imagem obtida a partir de digitalização
Interpretação Visual em Tela
Origem de
da Imagem
quilometragem
UTM:
Ikonos - 4m de
Res.
no programa
Rede de Drenagem
Acrescida as constantes:
45.360m
Limite da Área
Área Total do Perímetro 1600.76ha
Id ri s
i 3 2 .
“Equador e Meridiano 51° W GR”
N
8.764m
0
ESCALA GRÁFICA
Metros
2000
10000 km e 500 km respectivamente
Fuso 22
FIGURA 32 – Mapa de vivacidade das paisagens da área da FLONA de São Francisco
de Paula, RS.
130
Paisagem Nativa, só que se concentrando na área central e região leste da FLONA de São
Francisco de Paula, RS.
Dos dois pontos de interesse visual, quais sejam, o mirante e a cascata Bolo de Noiva,
apenas o primeiro conseguiu transmitir aos hexágonos de entorno a sua singularidade sendo
que o segundo não realizou em função da alta densidade e baixa insolação.
Constata-se inclusive a importância da Paisagem de Encosta pois todos os seus
hexágonos estão classificados na categoria alta vivacidade, sendo que isto deve-se a posição
que assume na área mais pictórica da FLONA de São Francisco de Paula, RS, e também pela
adjacência dos hexágonos da Paisagem Nativa, onde concentram-se 56,52%, só que da classe
muito alta.
A Paisagem Transição pela sua constituição vegetacional, nativas e exóticas, agregou
todos seus hexágonos ao intervalo da categoria de vivacidade média. Desta forma finaliza-se a
análise com a Paisagem Exótica, onde apenas 4,54% (hexágono n° 3) caracterizou-se por
média vivacidade pela influência de bordadura com os hexágonos 8 (alta) e 9 (muito alta),
sendo que 63,64% de seus hexágonos são de baixa vivacidade e 31,82% de vivacidade muito
baixa.
O princípio mais importante é acentuar os superlativos das paisagens e diminuir suas
incongruências (Griffith, 1976).
A integração e o entendimento das funções ecológicas das paisagens na área da
FLONA de São Francisco de Paula,RS, é de fundamental importância para um planejamento a
longo prazo no tocante a estruturação efetiva do ecoturismo como uma fonte de renda para
esta unidade de conservação.
Griffith & Valente (1979) comenta ser necessário lembrar-se de que os elementos
visuais estão expressos nos componentes das paisagens: serras, solos, pedras, árvores, plantas,
flores, lagos, rios, córregos, brejos, praias, casas e estruturas ou seja em tudo. Por isso,
qualquer projeto que vier e alterar esses componentes provocará efeito visual, que deveria ser
investigado antes da implantação.
Esta mesma visão é contemplada por Alvarenga & Nascimento (2001) que comentam
que o planejamento, a orientação do espaço reconhecido como paisagem, tem evoluído ao
longo dos anos, tanto na concepção como também, no método de abordagem. A abordagem
regionalista refere-se as aplicações de métodos que tem como estudo a região, a paisagem,
tomando-se como abordagem grandes extensões de terras, geralmente levando-se a bacia
hidrográfica onde se inserem, como referência regional e como limite. É presumível que
esteja na abordagem regionalista, talvez o grande avanço que o planejamento da paisagem
131
possa alcançar, por que impõe para ser efetivado, a sobreposição dos limites administrativos.
Isto exige dos governantes o desprendimento; a co-gestão do objeto e sobretudo, ações de coresponsabilidade civis e públicas e principalmente, responsabilidade com o ambiente.
Tendo-se claro que linha, forma, textura, escala, variedade paisagística e cor são os
elementos clássicos da estética (Gonçalves, 1971; Griffith & Valente, 1979), buscou-se
determinar também a vivacidade obtida através destas variáveis nas paisagens da FLONA de
São Francisco de Paula, RS. Para tanto determinou-se em cada paisagem a ocorrência destas
variáveis e sua importância na ordem de valoração, o que é observado através da Tabela 14.
TABELA 14 – Relação das variáveis clássicas da estética e a ocorrência em cada
paisagem da FLONA São Francisco de Paula, RS.
PAISAGEM
VARIÁVEIS
Paisagem Nativa
Forma, Cor, Variedade visual, Textura (regularidade).
Paisagem de Encosta
Forma, Cor, Variedade visual, Textura (regularidade).
Paisagem Araucária
Linha, Forma, Cor, Textura (regularidade).
Paisagem de Transição
Forma, Cor, Textura (regularidade e contraste interno).
Paisagem Exótica
Cor, Textura (regularidade).
A Paisagem Nativa possui um amplo espectro de variáveis clássicas da estética e que
corroboram a posição assumida no ranqueamento do grupo mais importante da FLONA de
São Francisco de Paula,RS, em termos de vivacidade e justificando a distribuição dos
hexágonos exclusivamente na classe de vivacidade muito alta. Nesta paisagem observa-se que
as forma e cor, respectivamente as duas mais importantes em termos de valoração, atuam
diretamente no observador no tocante a formação da paisagem circundante, seus elementos
mais impactantes e como o mesmo caracteriza o que está sendo observado.
O entendimento da paisagem como expressão espacial e visual do meio possibilita a
análise e definição da sua expressão plástica através de elementos visuais como forma, linha,
cor, textura, escala e espaço (Mopu, 1987).
Estas duas variáveis receberam esta alta valoração visto que analisando a área observase inicialmente a forma, ou seja, a silhueta que a paisagem proporciona ora da terra contra o
céu, a separação entre tipos de vegetação e destas com o curso d’água, no caso o rio Rolante.
Devido as características panorâmicas da área onde predomina a Paisagem Nativa, a variável
tornou-se importante pois conduz a visão do observador ao longo da paisagem.
Esta situação vem a caracterizar o próprio conceito que Mopu (1987) estabelece para
forma, qual seja o caminho natural ou imaginado, percebido pelo observador quando existem
132
diferenças acentuadas entre cor, linha e textura ou quando os objetos se apresentam com uma
seqüência unidirecional.
Segundo Milano (1989) o aspecto geral da área de visualização, definido basicamente
pela forma dos elementos que lhe dão moldura constitui fator de suprema importância à
harmonia da paisagem, uma vez que os elementos ambientais naturais tem uma integração
mútua, visando a conservação da harmonia global, esta forma deve ser respeitada quando da
alteração antrópica.
A forma, aqui entendida como a expressão do volume ou superfície de um objeto ou
objetos que aparecem unificados tanto pela configuração que apresentam na superfície do
terreno como pela localização conjunta sobre a paisagem (Costa, 1998), apresenta-se como a
variável que se destaca e complementa outras como a linha e cor.
A apreciação da variável cor é determinante nos hexágonos da Paisagem Nativa, pois
esta sofre alterações pela configuração da incidência de sol. Analisando-se a localização dos
referidos hexágonos, observa-se uma amplitude panorâmica muito grande, principalmente na
região do vale do rio Rolante determinando com isso uma análise mais de conjunto do que de
particularidades mas com potencial de variação visual muito grande até mesmo pelas posições
em que o observador se encontra no terreno, em cada centro de hexágono e de acordo com o
período do dia.
A textura foi representada pela variável regularidade, que ocorreu em todas as
Paisagens. Isto aconteceu pelo efeito de adjacência entre os hexágonos, principalmente da
Paisagem Nativa e de Encosta em relação aos de Exótica e Araucária. Como as áreas não
foram extensas, não chegou a afetar principalmente a variável naturalidade, extremamente
expressiva para as duas primeiras paisagens.
Universitários ao emitirem opinião sobre paisagens de cultivo agroflorestal,
concordaram que as formas claramente recortadas haviam sido o fator mais determinante para
a valoração da paisagem. Dos 75% que referiram sobre o corte das árvores na forma de
tabuleiro, 85% afirmaram que apresentavam um aspecto artificial. Daqueles que comentaram
sobre a forma irregular, 54% disseram que preferem esta forma frente a de tabuleiro, pois
parecem mais natural, podendo os claros serem causados por incêndios ou pragas. Uma
possível explicação é que a forma de tabuleiro, quadrada, são correntes em paisagens de
regiões agrícola e não florestais (Young & Wesnes, 2003).
Bolós (1992), comenta que para um efetivo estudo da avaliação paisagística devem ser
considerados aspectos relacionados com o exercício de sensibilidade humana, de ordem
estética e psicológica, sendo atualmente estudadas as relações entre as características e os
133
sentimentos que suscita.
O conjunto de elementos visuais que a Paisagem Nativa conjugou, permitiu determinar
a variável variedade visual como sendo integrante daquelas que personalizam esta Paisagem e
são clássicas na estética visual. A naturalidade, singularidade e a vegetação nativa
contribuíram enormemente para esta definição.
Jordana (1992) enfoca, ainda, que a percepção da paisagem como a análise dos
elementos do espaço visual se dá através de um filtro biofísico, que é a visão, gerando a
estimulação sensitiva que oportuniza a análise e interpretação da paisagem através de um
filtro condutivo, onde está inserido o aspecto sensitivo, cognitivo e emocional/afetivo pessoal
de cada observador, determinando assim a criação da paisagem segundo juízo de valor
próprio.
A Paisagem de Encosta, ranqueada em segundo lugar quanto as variáveis clássicas,
possue variáveis iguais à Nativa, porém ocorre uma diferenciação muito grande que é a
extensão da variável forma. Embora ocorra a adjacência à Paisagem Nativa, a área que a
Paisagem de Encosta abrange é menor que a primeira e com isso reduz a sua plasticidade de
conjunto, classificando-a em segundo lugar.
As formas irregulares e as composições de grandes volumes sobressalentes possuem
maior relevância visual. O relevo acentua a forma (Pires, 1993).
A forma, determinante da condição de inferência da paisagem como um todo ou dos
seus elementos componentes, é dependente da área abrangida pelo campo da visão, sendo,
portanto, relativa e variável de acordo com o aumento da distância de observação e com o
aumento da dimensão vertical (Milano, 1989).
A Paisagem Araucária, ranqueada em terceiro lugar, possue a variável linha e forma
como as de maior valorações. Ambas, no contexto desta Paisagem são analisadas pelo
conjunto formado pelo Pinheiro-brasileiro e sua estrutura tanto em relação aos troncos e
galhos, mas principalmente pela massa vegetacional que possue e o caracteriza, assim como a
sua extensão.
A forma, a escala e a linha, que está dentro de um grupo de análise denominado de
diversidade paisagística são os três fatores estéticos que mais influenciam uma paisagem,
segundo a Forestry Commission (1986).
Esta mesma folhagem caracteriza a cor e determina a textura, quando analisada em
mapas e imagens digitais porém de forma mais homogênea. É no sub-bosque que a
característica tornou-se atraente através da variedade da regeneração onde os tons de verde da
folhagem, seus florescimentos e frutificações são extremamente expressivas.
134
Segundo Hackett (1979), cor é um dos elementos básicos a serem considerados na
formação de uma paisagem, principalmente no que se refere a vegetação. Diversos são os tons
de verde, vermelho, amarelo e derivados que apresentam os elementos vegetais. Pode-se obter
as mais variadas situações de acordo com a disposição das massas de vegetação, tais como
recantos sombrios, com pouco brilho, com a predomínio da cor verde escuro, espaços claros
com predomínio de amarelos, verdes claros, cores derivadas de massas de arbustos e
forrações, etc...A utilização de espécies que produzam floração aumenta o rol de
possibilidades de escolha com a introdução de uma variada e maior gama de cores possíveis.
Tanto a cor como outras características, por exemplo, transparência, são condições sujeitas às
variações de clima, luz de acordo com a época do ano e a idade do elemento vegetal que adota
uma conformação específica de acordo com o tempo, de modo a se adaptar convenientemente
ao meio que está inserido.
A textura, determinada pela regularidade, reflete a disposição em que foram plantadas
estas árvores e que refletem esta disposição em outras paisagens também. Ocorreu uma
diferenciação quando se analisou apenas pela formação das copas pois como espécie nativa e
autóctone da região, a mesma mascara esta variável pela adjacência de hexágonos das
paisagens com vegetação nativa.
Analisando paisagens florestais, avaliadores estabeleceram que quando as mesmas são
observadas a maior distância, os elementos específicos do terreno tem menor influência sobre
a apreciação individual da qualidade da cena (Young & Wesnes, 2003).
A oportunidade rara de apreciar o visual da exuberância, a extrema diversidade torna a
vegetação uma variável importante na análise. A floresta alta é considerada bem mais bonita
que as áreas em fase de regeneração e cobertas de espécies pioneiras (Griffith, 1978).
A maior valoração aqui representada pela forma vem a corroborar todas as variáveis
analisadas posteriormente pois os hexágonos da Paisagem Transição estão localizados em sua
maioria em áreas de transição entre vegetação nativa e exótica. Este fato determina, por si só,
uma profusão de linhas tridimensionais ao observador, permitindo com isso uma análise
muito mais diferenciada do que em locais com uma única tipologia de vegetação. Com isso
justifica-se que a variável forma foi a que apresentou a maior valoração nesta paisagem.
Estando entre espécies nativas, nativas implantadas e exóticas, o observador tem uma
variedade visual bastante grande assim como a cor também é influenciada por esta
composição vegetacional. A variedade de tons de verde não ocorre apenas na copa mas
também no sub-bosque pois esta Paisagem sofre influência direta das outras paisagens.
Tamanha é a influência que a própria textura, além da variável regularidade, que é resultado
135
da composição das essências exóticas e nativa implantada, determinou que o contraste interno
também sofreu influência principalmente pelo sub-bosque das essências nativas e nativa
implantada.
A textura, segundo Gibson (1974), é o estímulo que determina a percepção de uma
superfície.
Diferentemente das demais Paisagens, a Exótica possui a textura como variável mais
importante no campo da estética em função do predomínio do gênero Pinus. A sua estrutura
piramidal, quanto a copa, e a verticalidade de seus troncos impactam diretamente o
observador. Observa-se que a textura se faz presente nesta paisagem através da regularidade.
A mesma é uma variável bastante flutuante quanto aos valores, ficando ora com valores altos
principalmente nas áreas de floresta mais densa, ora baixos em área principalmente de
exploração recente de Pinus. Porém um fator que foi determinante é a descontinuidade que
acontece no conjunto em face de que o gênero Pinus possui uma rotação menor que outras
dentro da FLONA de São Francisco de Paula,RS, sendo explorado com maior intensidade e
freqüência. Desta forma o conjunto é totalmente prejudicado e estabelece com isto uma
vivacidade de baixo valor o que pode ser constatado na Tabela 13.
Segundo Hackett (1979), a textura é um elemento básico a ser considerado na
formação e caracterização de cada espaço através das massas vegetais, derivadas da
conformação de sua folhagem, troncos e flores, dos claro-escuros produzidos pelo jogo de luz
sobre suas superfícies e do fator cor.
Em segundo lugar ocorre a cor, que é favorecida pela visão continuada pois não ocorre
sub-bosque com muita freqüência permitindo com isso agregar valores de juízo para o
analisador, possibilitando o contato direto do observador com os elementos do entorno
(Figura 33).
4.5 Seqüência visual e dinâmica das paisagens
Analisados até aqui como elementos, a princípio, distintos, os hexágonos, tomados
como unidades visuais, estão intrinsecamente interligados, determinando com isso o que
denomina-se de seqüência visual.
Embora um inventário possa trazer dados ditos “abstratos”, a análise indicará como o
planejador poderia proceder para controlar destino das paisagens. Uma das mais importantes
noções ligadas ao inventário é a que se refere ao conceito de seqüência visual. No caso de
136
paisagens, a seqüência é definida como a repetição sistemática dos elementos visuais de linha,
forma, textura, escala, variedade visual e cor (Griffith & Valente, 1979; Gonçalves, 1971).
FIGURA 33– Povoamento de Pinus sp na Paisagem Exótica, da FLONA de São
Francisco de Paula, RS.
Nas belas artes, o sucesso do artista depende de sua habilidade de criar novas formas
que agradam os observadores. Tanto essas artes como o paisagismo tratam da modelagem em
alto relevo, criando novas formas que são compostas da configuração geométrica de linhas.
Estas são traços contínuos, visíveis ou imaginários, sendo uma série de objetos dispostos
numa mesma direção podendo serem retos ou curvos. As linhas podem constituir-se dos
limites ou margens de uma forma. Quando as formas são repetidas, cria-se uma textura, a qual
pode variar muito dependendo do tamanho (escala) e da cor das formas repetidas. Estes
componentes – linha, forma, textura, escala e cor – chamam-se elementos visuais. A
qualidade de cada paisagem depende muitas vezes da combinação desses elementos visuais
para constituir a variedade visual. É reconhecido que a existência ou não de variedade desses
mesmos elementos visuais possa ser um dos principais fatores da qualidade do recurso
paisagístico, desde que eles se harmonizem. Essa harmonização constitui a base fundamental
do paisagismo (Griffith, 1992).
Os resultados obtidos na determinação da vivacidade dos hexágonos das cinco
137
paisagens da área da FLONA de São Francisco de Paula,RS, permitem estabelecer uma
seqüência bem clara e até mesmo um zoneamento não apenas para o manejo paisagístico da
área como para o estabelecimento de trilhas para os turistas que visitam a área, que pode ser
analisados através da Figura 34.
O conceito de sustentabilidade é passível de diferentes interpretações, refletindo
modelos distintos de percepção ambiental, abrindo novas perspectivas na interpretação
científica do ambiente e de processos de desenvolvimento associados a princípios ecológicos.
Nos últimos anos, o enfoque da ecologia da paisagem tem sido introduzido em diversos
estudos ecológicos, permitindo a integração dos diferentes níveis de organização dos
mecanismos e processos que governam a biodiversidade: populações, comunidades,
ecossistemas e paisagens, associada a aspectos sócio-econômicos, para o manejo total da
paisagem em termos de sustentabilidade em longo prazo (Grogan, 1993).
Quando se obtém um cenário em que se compatibilizam as paisagens existentes, sua
vivacidade e o sistema de estradas
oportuniza-se o estabelecimento de um sistema de
seqüência visual e dinâmica da paisagem como técnica para simular movimento, criar um
ambiente ou desenvolver um conceito ou tema. Além de se estabelecer a seqüência, cabe ao
planejador determinar inclusive a própria duração, combinando desta forma a dinâmica de
visão.
A aplicabilidade do que foi supra citado é o estabelecimento de estradas cênicas,
descritas por Appleyard et al. (1964) como sendo uma maneira tradicional de manejar um
contínuo temporal sustentado, colocando em movimento um impulso, rumo a um destino
final. Este impulso pode ser interrompido, prolongado e embelezado em intervalos rítmicos,
mas nunca perde completamente o seu movimento, alcançando o clímax e decrescendo em
seguida, diminuindo a atenção atual para criar outra.
Como a maioria dos problemas ambientais e econômicos de uma região tem sua
origem na inexistência de um planejamento que contemple o conhecimento das dinâmicas
ambiental e socioeconômica, Pires et al. (2002) consideram a identificação de áreas de
intervenção (zonas) fundamental para instrumentalizar e operacionalizar ações de gestão e
manejo. Creditam ao zoneamento a capacidade de contextualizar a área de estudo em um
conjunto de zonas ou unidades, como também de espacializar e correlacionar os dados
disponíveis, mostrando a interconexão entre as intervenções e o sistema ambiental,
apresentando alternativas.
Materializando-se estes princípios na área da FLONA de São Francisco de Paula,RS,
poder-se-ia determinar uma seqüência de estradas cênicas tendo um ponto inicial (1),
138
6748000 mN
Vivacidade Muito Alta
Vivacidade Alta
Vivacidade Média
Vivacidade Baixa
Vivacidade Muito Baixa
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Empresa Ima gal
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558000 mE
Legenda:
Rede Viária Principal
21.436 m
Rede Viária Secundária
16.152 m
Aceiros
Rede de Drenagem
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G
Base 67
Cartográfica
42000 mN utilizada:
Carta da DSG – Divisão de Levantamento
Escala 1:50.000 / Impressão 1982
Carta de Uso da Terra obtida a partir de
Interpretação Visual / Digitalização em Tela
560000 mE
Imagem proveniente do Sensor Ikonos II
Composição Multiespectral / Resolução 4 m.
Base Cartográfica Utilizada:
Imagem
com Pontos de
MapaGeorreferenciada
Base Restituido de Aerofotografias
Esc. 1:10.000
Controle
adquiridos
comdeGPS
de Navegação
Imagem
obtida a partir
digitalização
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Interpretação Visual em Tela
N
8.764m
45.360m
Limite da Área
Área Total do Perímetro 1600.76ha
a
0
ESCALA GRÁFICA
Metros
2000
de Imagem Ikonos - 4m de Res.
PROJEÇÃO
UNIVERSAL
no programa
Id ri s
i 3 2 .
TRANSVERSA DE MERCATOR
Origem da quilometragem UTM:
“Equador e Meridiano 51° W GR”
Acrescida as constantes:
10000 km e 500 km respectivamente
Fuso 22
FIGURA 34 - Mapa da FLONA de São Francisco de Paula,RS, com as categorias de
vivacidade, as estradas principais e secundárias e as cinco rotas propostas.
139
determinando-se uma direção que vai orientar o caráter do impulso (2), estabelecendo-se a
continuidade onde ter-se-á unidades sem mudanças discordantes (3), o clímax (4), a conclusão
ou resolução lógica do clímax (5) e a saída da seqüência (6).
No caso específico da FLONA de São Francisco de Paula, RS, o ponto inicial e que
poderá ser comum a todas as demais estradas é a sede (1). A partir desta determinou-se não
apenas a direção mas também as propostas de manejo das paisagens circundantes as mesmas.
Ao norte, em direção a entrada da área da FLONA de São Francisco de Paula, RS (2)
ocorre o predomínio da Paisagem Exótica, determinando a Rota 1. Nesta área encerram 50%
dos hexágonos que constituem esta Paisagem, porém pela característica da espécie dominante,
gênero Pinus, e categorização dos referidos hexágonos dentro das classes muito baixa a baixa
vivacidade (3). Em face a esta situação e apresentando parte de uma lâmina d’água como
elemento mais pictórico, esta paisagem apresenta um potencial voltado efetivamente a
educação ambiental.
Enquanto manifestação externa do meio, a paisagem é um indicador do estado dos
ecossistemas, da saúde da vegetação, das comunidades animais e do estilo de uso e
aproveitamento da terra. Atualmente, a paisagem é considerada uma nova categoria de
recurso natural pois tem utilidade para a sociedade. Por ser um recurso quantiqualitativamente escasso, transforma-se em um bem econômico, sendo apreciada em função
de seus aspectos positivos, tanto pelos seus aspectos negativos (Gomes Orea, 1993).
Nesta Paisagem pode-se estabelecer níveis de comparações entre a formação
característica de uma floresta de essência exótica para com a paisagem circundante (4)
formada por campos em sua essência. Isto é observado ora pela paisagem filtrada que ocorre,
ora pela paisagem dominante junto a área limítrofe (5) à FLONA de São Francisco de
Paula,RS.
Da mesma forma a ocorrência de cortes nestes povoamentos, frente ao ciclo de corte,
também deve ser usada como elemento didático, transferindo o caráter de extrusão na
paisagem. Pode-se estabelecer vários parâmetros relacionados a educação ambiental como,
por exemplo, o estabelecimento da idade das espécies vegetais através dos anéis de
crescimento.
Segundo Tarroja (2004) nos últimos anos o debate sobre as transformações e a
valoração da paisagem tem transcendido amplamente o debate acadêmico e profissional,
alcançando amplas camadas da população e convertendo-se em um sujeito de primeira ordem
no debate político. Este redescobrimento da paisagem está diretamente vinculado com a
gestão das profundas transformações que se produzem no território e, portanto, no âmbito da
140
ordenação e gestão do território. Três elementos conformam esta emergência do debate na
opinião pública e na gestão do território:
a) as novas transformações territoriais e a falta de uma cultura de gestão dos espaços abertos
não protegidos;
b) as novas mobilizações sociais sobre as transformações da paisagem;
c) as novas iniciativas de incorporação da paisagem na ordenação e gestão do território.
Como ocorre dominância desta Paisagem, obtem-se a saída da seqüência (6) quando
chega-se na entrada da FLONA de São Francisco de Paula,RS, porém deve-se estabelecer
uma rota de retorno em que se determine outros pontos de visada diferentes dos que ocorrem
na primeira.
Os hexágonos onde a classificação determinou-os como de baixa e muito baixa
vivacidade, devem ser estruturados segundo o fim a que se determina na área e aproveitá-los
no campo do ecoturismo mas principalmente na educação ambiental visto que vários
elementos permitem um trabalho nesta área em função dos diferentes tipos de vegetação,
estados sucessionais, produção comercial de florestas, etc...
O manejo de uma área protegida se mede através da execução de ações indispensáveis
que levam a atingir os objetivos propostos pela mesma. A efetividade do manejo é
considerada como o conjunto de ações que, baseando-se nas atitudes, capacidades e
competências particulares, permitem cumprir satisfatoriamente a função para a qual foi criada
a área protegida assim como suas adequações devido as pressões da comunidade (Cifuentes et
al., 2000).
Partindo do mesmo ponto de origem (1) estabeleceu-se uma rota na direção sul (2),
denominada de Rota 2. A mesma inicialmente será direcionada pela estrada principal,
passando por uma lâmina d’água expressiva chegando até o hexágono 75. Neste ponto usarse-à uma nova rota onde procurou-se continuar a estabelecer o critério de evitar mudanças
discordantes. Para tanto usou-se os hexágonos 82, 91, 101, 113, 124, 134, 146, 154, 155, 156,
149, 148, 136 retornando pelo hexágono 125. Nesta rota ocorreu um predomínio da vegetação
nativa sendo que no campo da vivacidade ocorrerá uma partida (hexágono 75) de vivacidade
muito alta, passando por alta, média, muito alta, alta, média, alta e culmina em muito alta. Isto
permitirá ao observador, devidamente orientado, analisar as alterações que acontecem pelas
adjacências entre os hexágonos e as potenciais diferenças que ocorrem.
Na direção leste (2) estabeleceu-se como Rota 3 a estrada principal a partir da sede (1).
A seqüência estabelecida (3) terá em sua maioria uma única vegetação, o Pinheiro-brasileiro,
sendo que a passagem pelo hexágono 106 onde está a cascata Bolo de Noiva (4) tornou-se o
141
clímax desta Rota. Após ocorrerá uma outra região onde o observador analisará o que se
estabeleceu como Paisagem de Transição onde se observa a passagem entre dois tipos
distintos de vegetação (exótica e nativa)
A vivacidade neste roteiro inicia na alta, passando pela muito alta, num curto percurso,
retornando a alta e chegando a média vivacidade onde predomina.
Ocorrerá o retorno através dos hexágonos 117, 118, 106 e 96 sendo que a seqüência
acabará determinando mudanças discordantes. A idéia de continuidade ficou alterada sendo
que no campo didático deve-se utiliza-la para ampliar o potencial desta área.
A Rota 4 acontece na área central (2) utilizando-se as estradas principais, partindo da
sede (1), tomando a direção pelo hexágono 72. Aconteceu uma continuidade sem mudanças
(3), pois predomina a Paisagem Araucária, sendo que ocorreu uma paisagem com alta
vivacidade até a média, chegando no hexágono 150 e após retornando para a alta sendo que
parte desta não será pelo caminho inicial (5). Em alguns pontos deve-se trabalhar a paisagem
para possibilitar a visão da Paisagem de Encosta e Nativa, como no caso do hexágono 99. O
retorno a sede considera-se como a saída da seqüência (6).
A Rota 5 foi a mais extensa e terá origem na sede (1), no hexágono 61 seguindo na
direção noroeste (2), passando pelos hexágonos 53, 44, 35 e 26, onde se caracteriza a
Paisagem de Transição. A vivacidade neste trecho é média sendo que o observador vai
analisando a transição que ocorre da vegetação nativa para exótica. Chegando ao hexágono
14, inicia a Paisagem de Encosta. A partir deste a direção muda para sul (2), para os números
23, 32, 41, 49, 56 e 63 onde ocorre o atual clímax (4) desta Rota. Ocorrem mudanças
discordantes (3) porém a valoração paisagística do trecho que inicia no hexágono 14 preenche
totalmente este item técnico com a subjetividade da valoração individual. A seqüência permite
seguir a partir deste (5) pelo hexágono 69, 78, 87, 97, 108, 119 podendo chegar ao 141
quando estabelece-se o retorno pelo hexágono 131, 121, 109, 98, 88, 79 chegando ao 71 (5),
limítrofe ao mirante. A partir daí pode-se usar a estrada principal para retornar a sede (1),
cruzando pelos hexágonos 65, 66, 67 e sede. Esta Rota permite ao visitante a passagem por
quase todos os tipos de paisagens sendo que a vivacidade após o hexágono 14 alterna-se como
alta e muito alta caracterizando-se como a mais pictórica da FLONA de São Francisco de
Paula, RS. O manejo nas paisagens que formam esta Rota, principalmente no trajeto supra
citado é o estabelecimento de novos mirantes, pois o vale formado pelo rio Rolante deve ser
analisado por ângulos e pontos diferentes.
Cifuentes et al (2000) comentam que o manejo de uma área protegida envolve
inúmeros elementos interconectados entre si para assegurar a sustentação a longo prazo de
142
seus valores naturais, culturais e sociais. A inter-relação destes elementos (de caráter legal,
administrativo, social, institucional, científico, financeiro, de planificação, entre outros)
requer uma estratégia de planejamento flexível e dinâmica que guie o manejo apropriado de
uma área protegida. Atividades relacionadas com o uso dos recursos naturais, tais como o
ecoturismo e o aproveitamento florestal, tem melhorado depois de ter sido identificado
mediante processo de avaliação, critérios de medição e padrões de qualidade.
A materialização destas rotas à campo poderá ser obtida a partir da sinalização dos
centros de hexágonos respectivos (Anexo 1), com indicadores específicos, constituídos de
material resistente as intempéries, coloridos de forma a destacar-se da vegetação e com
informações para a seqüência da rota como direção e distância do próximo centro de
hexágono.
143
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1 Conclusões
A partir dos resultados apresentados no estudo realizado na FLONA de São Francisco
de Paula, RS, pode-se concluir que:
1) A valoração das vinte e duas variáveis que constituíram a análise de cada hexágono
determinou através do agrupamento realizado pela Análise de Cluster e Discriminante, a
composição de cinco tipos de paisagens: Nativa, Araucária, De Transição, De Encosta e
Exótica;
2) A variável cor foi uma das que mais influenciou e foi influenciada por outras variáveis e
obtive valorações significativas nas paisagens pois foi aquela cujo grau de subjetividade é
maior pois dependem de juízo de valor individual;
3) A atividade humana caracterizada efetivamente como intrusão na paisagem ambiente foi
identificada com mais ênfase na sede da FLONA de São Francisco de Paula, RS;
4) A vivacidade caracterizou com muita precisão a subjetividade pois a Paisagem Nativa foi
exatamente aquela que ostentou todos os vinte e seis hexágonos que compõem 100% da
categoria de vivacidade muito alta e com participação expressiva na alta (32%). Ocorreu na
Paisagem de Encosta, limítrofe da Nativa, a localização de 100% dos seus dezessete
hexágonos na categoria alta, participando no geral desta em 27%. Os valores altos deveram-se
ao fato de que estas duas paisagens localizam-se na área mais pictórica da FLONA de São
Francisco de Paula,RS, onde os juízos de valores individuais atuam de forma mais impactante
ao observador. As categorias baixa e muito baixa corroboram o que foi afirmado acima pois
nestas duas estão 95% dos hexágonos da paisagem exótica que efetivamente é a que menos
vivacidade apresenta à campo para o observador;
5) Estabeleceu-se cinco rotas potenciais para o ecoturismo ou turismo científico,
determinando-se as seqüências visuais assim como a dinâmica das paisagens para concretizar
as estradas ou rotas cênicas;
144
5.2. Recomendações
1) Ocorre necessidade de mais pontos de observação para os visitantes ao longo das Paisagens
Nativa e de Encosta com uma estrutura maior que a existente no mirante atualmente;
2) Ocorre a necessidade de manejo da vegetação tanto na Rota 4, estabelecendo-se uma
“filtragem” na paisagem ambiente, como próxima a cascata Bolo de Noiva para uma melhor
adequação à insolação. Este manejo consistiria em transplantar exemplares de árvores destes
locais para outros próximos, em condições ambientais iguais;
3) Monitorar as rotas estabelecidas com estudos prévios para os funcionários ou responsáveis
de forma a direcionar a visitação para o entendimento correto dos elementos que compõem
cada paisagem;
4) Direcionar a visitação da Rota 5 para que aconteça no período próximo do meio dia pois o
horário de insolação mais efetivo para este local é das 11 hs até as 13 hs, quando ambos os
lados do vale do rio Rolante estão igualmente iluminadas e isto influência os elementos
visuais.
5) Antes de estabelecer as rotas para visitação, urge um estudo de impacto sobre as paisagens
no tocante a capacidade de carga para formar os grupos de visitantes pois as rotas, em parte
ou toda, cruzarão por áreas com pouco ou nenhum pisoteio;
6) Estabelecer uma divulgação sobre a possibilidade de rotas orientadas às empresas que
trabalham com ecoturismo não apenas na região de São Francisco de Paula,RS.
7) Como medida mitigante ao item atividades humanas, principalmente os que ocorrem na
área da sede da FLONA de São Francisco de Paula,RS, recomenda-se trocar a cor usada para
a pintura dos prédios. Tons de verde-claro tornariam esta detração na paisagem muito menos
impactante assim como nas futuras construções deve-se introduzir também a tecnologia dos
eco-telhados.
145
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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161
7 ANEXOS
162
ANEXO 1 – Coordenadas dos centros dos hexágonos.
HEXÁGONO
x (m)
y (m)
1
560051.37
6748371.5
2
560397.78
6748371.5
3
559878.17
6748071.5
4
560224.58
6748071.5
5
560051.37
6747771.5
6
558838.94
6747471.5
7
559878.17
6747471.5
8
560224.58
6747471.5
9
557972.91
6747171.5
10
558319.32
6747171.5
11
558665.73
6747171.5
12
559012.14
6747171.5
13
559358.55
6747171.5
14
559704.96
6747171.5
15
560051.37
6747171.5
16
557799.71
6746871.5
17
558146.12
6746871.5
18
558492.53
6746871.5
19
558838.94
6746871.5
20
559185.35
6746871.5
21
559531.76
6746871.5
22
559878.17
6746871.5
23
560224.58
6746871.5
24
556933.68
6746571.5
25
557280.09
6746571.5
26
557626.5
6746571.5
27
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6746571.5
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6746571.5
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558665.73
6746571.5
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559012.14
6746571.5
163
ANEXO 1 - Coordenadas dos centros dos hexágonos . Continuação...
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x (m)
y (m)
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559358.55
6746571.5
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559704.96
6746571.5
33
560051.37
6746571.5
34
556760.48
6746271.5
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6746271.5
36
557453.3
6746271.5
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557799.71
6746271.5
38
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6746271.5
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6746271.5
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6746271.5
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6746271.5
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559878.17
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6745971.5
45
556933.68
6745971.5
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ANEXO 1 - Coordenadas dos centros dos hexágonos. Continuação...
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x (m)
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ANEXO 1 - Coordenadas dos centros dos hexágonos. Continuação...
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x (m)
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ANEXO 1 - Coordenadas dos centros dos hexágonos. Continuação...
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ANEXO 1 - Coordenadas dos centros dos hexágonos. Continuação...
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x (m)
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6742671.5
170
560917.4
6742671.5
171
556933.68
6742371.5
172
557280.09
6742371.5
173
557626.5
6742371.5
174
557972.91
6742371.5
175
558319.32
6742371.5
176
558665.73
6742371.5
177
559012.14
6742371.5
178
559358.55
6742371.5
179
559704.96
6742371.5
180
560051.37
6742371.5
168
ANEXO 1 - Coordenadas dos centros dos hexágonos. Continuação...
HEXÁGONO
x (m)
y (m)
181
560397.78
6742371.5
182
557453.3
6742071.5
183
557799.71
6742071.5
184
558146.12
6742071.5
185
558492.53
6742071.5
186
558838.94
6742071.5
187
559185.35
6742071.5
188
559531.76
6742071.5
189
559878.17
6742071.5
190
557626.5
6741771.5
191
557972.91
6741771.5
192
558319.32
6741771.5
193
559358.55
6741771.5
194
559704.96
6741771.5
169
ANEXO 2 – Matriz de dados dos hexágonos.
Complexidade
topográfica
Atividade
humana
Relações
visuais
Diversidade
3.00
5.00
3.00
2.00
4.00
3.00
3.00
3.00
1.00
3.00
4.00
1.00
1.00
3.00
2.00
3.00
2.00
3.00
1.00
3.00
3.00
2.00
1.00
3.00
2.00
2.00
2.00
3.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
2.00
1.00
1.00
1.00
3.00
2.00
3.00
1.00
2.00
1.00
1.00
3.00
1.00
1.00
1.00
3.00
3.00
1.00
1.00
1.00
1.00
5.00
5.00
4.00
3.00
5.00
1.00
1.00
2.00
2.00
1.00
5.00
2.00
3.00
1.00
4.00
1.00
4.00
3.00
3.00
5.00
5.00
5.00
2.00
1.00
4.00
4.00
4.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
3.00
5.00
5.00
1.00
1.00
5.00
1.00
3.00
5.00
3.00
3.00
3.00
5.00
1.00
1.00
1.00
1.00
3.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
3.00
3.00
3.00
3.00
2.00
1.00
3.00
2.00
2.00
3.00
3.00
3.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
3.00
2.00
3.00
3.00
3.00
1.00
3.00
1.00
3.00
4.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
1.00
4.00
3.00
4.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
2.00
3.00
2.00
4.00
4.00
3.00
3.00
3.00
3.00
extensão
5.00
5.00
5.00
1.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
3.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
3.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
3.00
Grau
bifurcação
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
2.00
1.00
1.00
1.00
3.00
1.00
1.00
3.00
3.00
1.00
3.00
3.00
2.00
2.00
2.00
2.00
1.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
combinações
3.00
3.00
3.00
1.00
3.00
3.00
2.00
1.00
2.00
4.00
3.00
1.00
2.00
2.00
4.00
2.00
4.00
3.00
1.00
4.00
4.00
4.00
1.00
2.00
4.00
4.00
4.00
3.00
Cobertura
dominante
4.00
4.00
5.00
1.00
5.00
4.00
4.00
5.00
5.00
3.00
3.00
5.00
5.00
5.00
2.00
5.00
2.00
2.00
5.00
3.00
3.00
3.00
5.00
5.00
2.00
2.00
2.00
2.00
Fundo cênico
2.00
2.00
2.00
2.00
2.00
4.00
5.00
3.00
5.00
5.00
2.00
5.00
5.00
3.00
3.00
3.00
3.00
2.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
3.00
3.00
3.00
3.00
2.00
Posição
topográfica
de
Insolação
Drenagem
Cor
Vegetação
Composição
espacial
Contraste
interno
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
1.00
5.00
5.00
4.00
1.00
4.00
1.00
1.00
5.00
1.00
2.00
1.00
5.00
4.00
1.00
1.00
1.00
1.00
Escala
Singularidade
Naturalidade
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
1.00
5.00
5.00
4.00
2.00
5.00
2.00
1.00
5.00
1.00
1.00
2.00
5.00
4.00
2.00
2.00
2.00
1.00
Regularidade
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
4.00
5.00
5.00
5.00
3.00
5.00
3.00
4.00
5.00
4.00
4.00
4.00
5.00
5.00
3.00
3.00
3.00
4.00
Densidade
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
3.00
5.00
5.00
5.00
3.00
5.00
3.00
3.00
5.00
3.00
3.00
3.00
5.00
5.00
3.00
3.00
3.00
3.00
Espaço
Granulometria
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
Forma
Linha
Hexágono
Textura
4.00
4.00
5.00
3.00
3.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
4.00
1.00
1.00
3.00
1.00
4.00
1.00
4.00
5.00
1.00
1.00
1.00
1.00
3.00
1.00
1.00
1.00
4.00
4.00
3.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
2.00
1.00
5.00
4.00
5.00
3.00
5.00
1.00
2.00
1.00
1.00
1.00
1.00
4.00
5.00
5.00
5.00
1.00
3.00
2.00
3.00
2.00
4.00
4.00
5.00
5.00
5.00
5.00
3.00
5.00
5.00
5.00
3.00
5.00
3.00
3.00
5.00
5.00
5.00
4.00
5.00
5.00
3.00
3.00
3.00
3.00
1.00
1.00
4.00
2.00
3.00
5.00
5.00
5.00
5.00
2.00
3.00
5.00
5.00
4.00
4.00
2.00
4.00
3.00
5.00
3.00
3.00
3.00
5.00
4.00
4.00
4.00
4.00
3.00
1.00
1.00
1.00
2.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
3.00
3.00
1.00
3.00
1.00
2.00
1.00
1.00
1.00
1.00
3.00
3.00
3.00
3.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
3.00
1.00
1.00
2.00
1.00
1.00
1.00
2.00
1.00
1.00
1.00
2.00
1.00
1.00
2.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
3.00
2.00
1.00
2.00
2.00
1.00
2.00
2.00
2.00
1.00
2.00
1.00
1.00
1.00
2.00
1.00
2.00
2.00
2.00
1.00
170
ANEXO 2 – Matriz de dados dos hexágonos. Continuação...
Complexidade
topográfica
Atividade
humana
Relações
visuais
Diversidade
1.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
2.00
2.00
3.00
1.00
1.00
3.00
3.00
3.00
2.00
2.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
2.00
3.00
3.00
2.00
3.00
1.00
1.00
3.00
2.00
3.00
1.00
1.00
4.00
3.00
3.00
1.00
1.00
1.00
4.00
4.00
5.00
3.00
3.00
1.00
1.00
1.00
1.00
5.00
5.00
3.00
4.00
3.00
3.00
1.00
2.00
5.00
5.00
3.00
4.00
3.00
5.00
5.00
1.00
1.00
1.00
4.00
5.00
5.00
5.00
5.00
1.00
1.00
1.00
4.00
4.00
5.00
5.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
4.00
5.00
5.00
5.00
1.00
1.00
5.00
3.00
3.00
5.00
1.00
1.00
1.00
3.00
3.00
5.00
5.00
5.00
1.00
1.00
1.00
1.00
3.00
3.00
5.00
5.00
1.00
4.00
5.00
5.00
1.00
3.00
5.00
5.00
1.00
4.00
2.00
1.00
1.00
3.00
2.00
2.00
3.00
1.00
1.00
3.00
3.00
2.00
2.00
2.00
3.00
3.00
1.00
1.00
2.00
2.00
2.00
3.00
2.00
2.00
3.00
1.00
3.00
3.00
2.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
4.00
4.00
3.00
4.00
2.00
3.00
3.00
3.00
4.00
4.00
3.00
3.00
2.00
2.00
3.00
3.00
4.00
3.00
3.00
3.00
3.00
2.00
3.00
3.00
4.00
3.00
extensão
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
1.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
Grau
bifurcação
2.00
2.00
2.00
2.00
3.00
3.00
3.00
3.00
2.00
2.00
2.00
2.00
3.00
3.00
3.00
3.00
2.00
2.00
2.00
2.00
3.00
3.00
2.00
2.00
3.00
2.00
2.00
2.00
3.00
3.00
combinações
1.00
4.00
4.00
1.00
2.00
2.00
4.00
3.00
3.00
1.00
1.00
1.00
2.00
2.00
4.00
4.00
3.00
3.00
1.00
1.00
2.00
4.00
2.00
2.00
4.00
3.00
1.00
1.00
2.00
4.00
Cobertura
dominante
5.00
3.00
3.00
5.00
5.00
5.00
2.00
4.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
2.00
2.00
3.00
3.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
2.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
Fundo cênico
5.00
5.00
5.00
5.00
3.00
3.00
3.00
1.00
1.00
5.00
5.00
5.00
3.00
3.00
3.00
3.00
2.00
2.00
5.00
5.00
3.00
4.00
5.00
5.00
3.00
1.00
5.00
5.00
3.00
4.00
Posição
topográfica
de
Insolação
Drenagem
Cor
Vegetação
Composição
espacial
Contraste
interno
5.00
2.00
2.00
5.00
4.00
4.00
1.00
1.00
1.00
5.00
5.00
5.00
4.00
4.00
1.00
1.00
1.00
1.00
5.00
5.00
4.00
4.00
5.00
5.00
1.00
1.00
5.00
5.00
4.00
4.00
Escala
Singularidade
Naturalidade
5.00
1.00
1.00
5.00
4.00
4.00
2.00
1.00
1.00
5.00
5.00
5.00
4.00
4.00
2.00
2.00
1.00
1.00
5.00
5.00
4.00
3.00
4.00
4.00
2.00
1.00
5.00
5.00
4.00
3.00
Regularidade
5.00
4.00
4.00
5.00
5.00
5.00
3.00
4.00
4.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
3.00
3.00
4.00
4.00
5.00
5.00
5.00
3.00
5.00
5.00
3.00
4.00
5.00
5.00
5.00
3.00
Densidade
5.00
3.00
3.00
5.00
5.00
5.00
3.00
3.00
3.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
3.00
3.00
3.00
3.00
5.00
5.00
5.00
3.00
5.00
5.00
3.00
3.00
5.00
5.00
5.00
3.00
Espaço
Granulometria
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
Forma
Linha
Hexágono
Textura
5.00
1.00
1.00
5.00
3.00
3.00
1.00
1.00
1.00
5.00
5.00
1.00
3.00
3.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
3.00
5.00
2.00
2.00
1.00
2.00
2.00
2.00
3.00
5.00
2.00
1.00
1.00
3.00
4.00
4.00
5.00
1.00
1.00
2.00
2.00
2.00
4.00
4.00
5.00
5.00
5.00
3.00
2.00
2.00
4.00
3.00
3.00
3.00
5.00
1.00
5.00
5.00
4.00
3.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
3.00
2.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
3.00
3.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
3.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
3.00
3.00
5.00
4.00
4.00
4.00
3.00
3.00
5.00
5.00
5.00
4.00
4.00
4.00
4.00
3.00
3.00
5.00
5.00
4.00
4.00
5.00
5.00
4.00
3.00
5.00
5.00
4.00
4.00
2.00
1.00
1.00
1.00
3.00
3.00
3.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
3.00
3.00
3.00
3.00
1.00
1.00
1.00
1.00
3.00
2.00
1.00
1.00
3.00
1.00
1.00
1.00
3.00
2.00
1.00
1.00
1.00
2.00
1.00
1.00
1.00
4.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
2.00
1.00
1.00
2.00
1.00
1.00
2.00
4.00
1.00
2.00
2.00
2.00
1.00
1.00
2.00
2.00
1.00
1.00
2.00
2.00
1.00
1.00
1.00
1.00
2.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
171
ANEXO 2 – Matriz de dados dos hexágonos. Continuação...
Insolação
Complexidade
topográfica
Atividade
humana
Relações
visuais
Diversidade
Composição
espacial
Posição
topográfica
Fundo cênico
Cobertura
dominante
combinações
Grau
bifurcação
extensão
4.00
4.00
5.00
2.00
3.00
5.00
3.00
1.00
5.00
5.00
4.00
2.00
2.00
2.00
3.00
3.00
1.00
4.00
3.00
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
88
4.00
3.00
5.00
5.00
3.00
3.00
5.00
3.00
3.00
5.00
5.00
3.00
3.00
3.00
3.00
5.00
3.00
5.00
5.00
5.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
5.00
5.00
5.00
4.00
3.00
5.00
5.00
3.00
3.00
5.00
3.00
3.00
5.00
5.00
3.00
3.00
3.00
3.00
5.00
3.00
5.00
5.00
5.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
5.00
5.00
5.00
5.00
2.00
5.00
4.00
3.00
3.00
4.00
3.00
3.00
4.00
4.00
3.00
3.00
3.00
3.00
5.00
3.00
5.00
5.00
4.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
5.00
5.00
4.00
4.00
1.00
5.00
4.00
4.00
4.00
5.00
4.00
4.00
5.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
5.00
4.00
5.00
5.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
5.00
5.00
4.00
4.00
3.00
5.00
3.00
4.00
4.00
5.00
4.00
4.00
5.00
3.00
4.00
4.00
4.00
4.00
5.00
4.00
5.00
5.00
3.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
5.00
5.00
3.00
5.00
2.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
2.00
4.00
2.00
2.00
4.00
4.00
2.00
4.00
4.00
2.00
2.00
4.00
4.00
4.00
4.00
1.00
4.00
1.00
1.00
2.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
1.00
1.00
2.00
3.00
3.00
2.00
3.00
3.00
3.00
2.00
3.00
3.00
2.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
2.00
3.00
2.00
2.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
2.00
2.00
3.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
3.00
3.00
3.00
4.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
4.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
4.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
4.00
1.00
1.00
2.00
3.00
5.00
5.00
2.00
5.00
5.00
2.00
3.00
5.00
5.00
5.00
5.00
2.00
5.00
2.00
2.00
3.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
2.00
2.00
3.00
5.00
5.00
5.00
4.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
4.00
3.00
3.00
3.00
3.00
5.00
3.00
5.00
5.00
4.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
5.00
5.00
4.00
5.00
3.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
4.00
4.00
5.00
4.00
4.00
4.00
5.00
4.00
4.00
5.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
5.00
4.00
5.00
5.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
5.00
5.00
4.00
2.00
3.00
1.00
3.00
2.00
2.00
1.00
2.00
2.00
1.00
3.00
2.00
2.00
2.00
2.00
1.00
2.00
1.00
1.00
3.00
2.00
2.00
2.00
2.00
2.00
2.00
1.00
1.00
3.00
2.00
1.00
3.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
2.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
2.00
2.00
3.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
2.00
1.00
2.00
2.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
2.00
2.00
1.00
3.00
2.00
1.00
3.00
2.00
2.00
3.00
2.00
2.00
3.00
3.00
2.00
2.00
2.00
2.00
1.00
2.00
1.00
1.00
3.00
2.00
2.00
2.00
2.00
2.00
2.00
1.00
1.00
3.00
3.00
1.00
5.00
3.00
4.00
4.00
3.00
4.00
4.00
3.00
3.00
4.00
4.00
4.00
4.00
2.00
4.00
5.00
5.00
3.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
5.00
5.00
3.00
1.00
4.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
5.00
1.00
5.00
5.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
5.00
5.00
1.00
4.00
1.00
4.00
1.00
4.00
4.00
5.00
4.00
4.00
5.00
1.00
4.00
4.00
4.00
4.00
5.00
4.00
5.00
5.00
1.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
5.00
5.00
1.00
3.00
3.00
3.00
2.00
3.00
3.00
2.00
3.00
3.00
2.00
2.00
3.00
3.00
3.00
3.00
2.00
3.00
3.00
3.00
2.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
2.00
de
Escala
Linha
Cor
5.00
Singularidade
4.00
Naturalidade
4.00
Forma
59
Hexágono
Contraste
interno
Drenagem
Regularidade
Vegetação
Densidade
Espaço
Granulometria
Textura
172
ANEXO 2 – Matriz de dados dos hexágonos. Continuação...
Atividade
humana
Relações
visuais
Diversidade
2.00
2.00
2.00
2.00
2.00
2.00
2.00
2.00
1.00
3.00
2.00
2.00
2.00
2.00
2.00
2.00
2.00
2.00
2.00
1.00
3.00
2.00
2.00
2.00
2.00
1.00
2.00
2.00
2.00
2.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
5.00
3.00
3.00
3.00
3.00
1.00
1.00
3.00
1.00
3.00
3.00
5.00
3.00
3.00
3.00
3.00
1.00
4.00
1.00
1.00
1.00
3.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
5.00
1.00
1.00
1.00
1.00
4.00
4.00
1.00
4.00
1.00
1.00
5.00
1.00
1.00
1.00
1.00
4.00
2.00
4.00
4.00
4.00
1.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
5.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
5.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
5.00
1.00
1.00
1.00
1.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
2.00
1.00
1.00
1.00
3.00
3.00
1.00
3.00
1.00
1.00
3.00
2.00
1.00
1.00
1.00
3.00
2.00
3.00
3.00
3.00
1.00
extensão
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
4.00
1.00
1.00
1.00
3.00
3.00
1.00
3.00
1.00
1.00
3.00
4.00
1.00
1.00
1.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
1.00
Grau
bifurcação
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
combinações
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
2.00
3.00
5.00
5.00
5.00
3.00
3.00
5.00
3.00
5.00
5.00
2.00
3.00
5.00
5.00
5.00
3.00
1.00
3.00
3.00
3.00
5.00
Cobertura
dominante
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
1.00
2.00
3.00
3.00
3.00
4.00
4.00
3.00
4.00
3.00
3.00
1.00
2.00
3.00
3.00
3.00
4.00
1.00
4.00
4.00
4.00
3.00
Fundo cênico
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
2.00
3.00
5.00
2.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
2.00
5.00
2.00
2.00
2.00
5.00
Posição
topográfica
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
5.00
3.00
1.00
1.00
1.00
3.00
5.00
1.00
3.00
1.00
1.00
5.00
3.00
1.00
1.00
1.00
3.00
5.00
3.00
3.00
3.00
1.00
Composição
espacial
de
Complexidade
topográfica
Drenagem
Insolação
Vegetação
Cor
Escala
Contraste
interno
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
5.00
4.00
2.00
2.00
2.00
1.00
1.00
2.00
1.00
2.00
2.00
5.00
4.00
2.00
2.00
2.00
1.00
5.00
1.00
1.00
1.00
2.00
Regularidade
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
5.00
4.00
3.00
3.00
3.00
2.00
3.00
3.00
2.00
3.00
3.00
5.00
4.00
3.00
3.00
3.00
2.00
5.00
2.00
2.00
2.00
3.00
Singularidade
Naturalidade
Forma
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
3.00
3.00
5.00
3.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
3.00
5.00
3.00
3.00
3.00
5.00
Densidade
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
3.00
3.00
5.00
3.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
3.00
5.00
3.00
3.00
3.00
5.00
Espaço
Granulometria
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
100
101
102
103
104
105
106
107
108
109
110
111
112
113
114
115
116
117
118
Linha
Hexágono
Textura
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
2.00
3.00
3.00
3.00
3.00
1.00
1.00
3.00
1.00
3.00
3.00
2.00
3.00
3.00
3.00
3.00
1.00
2.00
1.00
1.00
1.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
5.00
4.00
1.00
1.00
1.00
5.00
3.00
1.00
5.00
1.00
1.00
5.00
4.00
1.00
1.00
1.00
5.00
1.00
5.00
5.00
5.00
1.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
3.00
5.00
5.00
3.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
3.00
5.00
3.00
3.00
3.00
5.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
4.00
5.00
4.00
3.00
3.00
3.00
4.00
4.00
3.00
4.00
3.00
3.00
5.00
4.00
3.00
3.00
3.00
4.00
5.00
4.00
4.00
4.00
3.00
2.00
2.00
2.00
2.00
2.00
2.00
2.00
2.00
1.00
3.00
1.00
1.00
1.00
3.00
3.00
1.00
3.00
1.00
1.00
1.00
3.00
1.00
1.00
1.00
3.00
1.00
3.00
3.00
3.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
2.00
1.00
1.00
1.00
1.00
2.00
2.00
1.00
2.00
1.00
1.00
2.00
1.00
1.00
1.00
1.00
2.00
2.00
2.00
2.00
2.00
1.00
173
ANEXO 2 – Matriz de dados dos hexágonos. Continuação...
Atividade
humana
Relações
visuais
Diversidade
1.00
3.00
2.00
2.00
2.00
3.00
2.00
2.00
2.00
2.00
2.00
3.00
2.00
2.00
2.00
3.00
1.00
1.00
2.00
2.00
2.00
2.00
3.00
2.00
2.00
2.00
1.00
3.00
1.00
3.00
5.00
3.00
3.00
3.00
3.00
5.00
3.00
3.00
1.00
1.00
1.00
3.00
3.00
3.00
3.00
4.00
5.00
5.00
3.00
3.00
1.00
1.00
3.00
3.00
3.00
3.00
3.00
4.00
5.00
5.00
5.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
4.00
4.00
4.00
1.00
1.00
1.00
1.00
2.00
3.00
2.00
1.00
1.00
4.00
4.00
1.00
1.00
1.00
1.00
5.00
1.00
2.00
1.00
5.00
1.00
1.00
1.00
1.00
5.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
5.00
5.00
5.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
3.00
4.00
5.00
5.00
3.00
2.00
1.00
1.00
1.00
4.00
1.00
1.00
3.00
3.00
3.00
2.00
1.00
1.00
1.00
3.00
2.00
3.00
1.00
1.00
3.00
3.00
2.00
1.00
1.00
1.00
1.00
2.00
2.00
2.00
extensão
2.00
4.00
1.00
1.00
1.00
3.00
1.00
1.00
3.00
3.00
3.00
4.00
1.00
1.00
1.00
3.00
3.00
3.00
1.00
1.00
3.00
3.00
4.00
1.00
1.00
1.00
2.00
3.00
3.00
3.00
Grau
bifurcação
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
1.00
5.00
5.00
5.00
combinações
1.00
3.00
5.00
5.00
5.00
1.00
5.00
5.00
3.00
3.00
3.00
3.00
5.00
5.00
5.00
1.00
1.00
1.00
5.00
5.00
3.00
3.00
3.00
5.00
5.00
5.00
4.00
2.00
1.00
1.00
Cobertura
dominante
1.00
2.00
3.00
3.00
3.00
1.00
3.00
3.00
4.00
4.00
4.00
2.00
3.00
3.00
3.00
1.00
1.00
1.00
3.00
3.00
4.00
4.00
2.00
3.00
3.00
3.00
3.00
1.00
1.00
1.00
Fundo cênico
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
2.00
2.00
2.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.0
5.00
5.00
5.00
5.00
2.00
2.00
5.00
5.00
5.00
5.00
3.00
5.00
5.00
5.00
Posição
topográfica
5.00
3.00
1.00
1.00
1.00
5.00
1.00
1.00
3.00
3.00
3.00
3.00
1.00
1.00
1.00
5.0
5.00
5.00
1.00
1.00
3.00
3.00
3.00
1.00
1.00
1.00
1.00
5.00
5.00
5.00
Composição
espacial
de
Complexidade
topográfica
Drenagem
Insolação
Vegetação
Cor
Escala
Contraste
interno
5.00
4.00
2.00
2.00
2.00
5.00
2.00
2.00
1.00
1.00
1.00
4.00
2.00
2.00
2.00
5.00
5.00
5.00
2.00
2.00
1.00
1.00
4.00
2.00
2.00
2.00
1.00
5.00
5.00
5.00
Regularidade
5.00
4.00
3.00
3.00
3.00
5.00
3.00
3.00
2.00
2.00
2.00
4.00
3.00
3.00
3.00
4.00
5.00
4.00
3.00
3.00
2.00
2.00
4.00
3.00
3.00
3.00
1.00
4.00
5.00
5.00
Singularidade
Naturalidade
Forma
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
3.00
3.00
3.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
3.00
5.00
5.00
3.00
3.00
5.00
5.00
5.00
5.00
4.00
5.00
5.00
5.00
Densidade
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
3.00
3.00
3.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
3.00
5.00
5.00
3.00
3.00
5.00
5.00
5.00
5.00
3.00
5.00
5.00
5.00
Espaço
Granulometria
119
120
121
122
123
124
125
126
127
128
129
130
131
132
133
134
135
136
137
138
139
140
141
142
143
144
145
146
147
148
Linha
Hexágono
Textura
2.00
3.00
3.00
3.00
3.00
2.00
3.00
3.00
1.00
1.00
1.00
3.00
3.00
3.00
3.00
2.00
2.00
2.00
3.00
3.00
1.00
1.00
3.00
3.00
3.00
3.00
2.00
5.00
2.00
2.00
5.00
4.00
1.00
1.00
1.00
3.00
1.00
1.00
5.00
5.00
5.00
4.00
1.00
1.00
1.00
3.00
4.00
4.00
1.00
1.00
5.00
5.00
4.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
5.00
1.00
3.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
3.00
3.00
3.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
5.00
3.00
3.00
5.00
5.00
5.00
5.00
3.00
5.00
5.00
5.00
5.00
4.00
3.00
3.00
3.00
5.00
3.00
3.00
4.00
4.00
4.00
4.00
3.00
3.00
3.00
5.00
5.00
5.00
3.00
3.00
4.00
4.00
4.00
3.00
3.00
3.00
3.00
4.00
5.00
5.00
1.00
3.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
3.00
3.00
3.00
3.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
3.00
3.00
3.00
1.00
1.00
1.00
2.00
2.00
1.00
1.00
2.00
1.00
1.00
1.00
1.00
2.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
2.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
2.00
1.00
2.00
1.00
1.00
1.00
1.00
2.00
1.00
1.00
2.00
2.00
2.00
1.00
1.00
1.00
1.00
2.00
2.00
1.00
1.00
1.00
2.00
2.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
3.00
2.00
174
ANEXO 2 – Matriz de dados dos hexágonos. Continuação...
Insolação
Complexidade
topográfica
Atividade
humana
Relações visuais
Diversidade
3.00
2.00
2.00
1.00
1.00
3.00
3.00
3.00
2.00
1.00
4.00
3.00
1.00
4.00
5.00
4.00
4.00
4.00
1.00
5.00
1.00
1.00
4.00
5.00
3.00
1.00
1.00
1.00
4.00
5.00
5.00
1.00
1.00
3.00
1.00
5.00
5.00
5.00
1.00
1.00
2.00
1.00
3.00
1.00
1.00
2.00
2.00
2.00
3.00
1.00
Extensão
de
Grau
bifurcação
3.00
1.00
3.00
2.00
1.00
3.00
3.00
3.00
3.00
2.00
Combinações
5.00
5.00
5.00
1.00
1.00
5.00
5.00
5.00
5.00
1.00
Cobertura
dominante
1.00
5.00
3.00
2.00
2.00
1.00
1.00
1.00
3.00
2.00
Fundo cênico
2.00
3.00
4.00
3.00
3.00
2.00
2.00
2.00
4.00
3.00
Posição
topográfica
5.00
5.00
2.00
3.00
3.00
5.00
5.00
5.00
2.00
3.00
Drenagem
Composição
espacial
5.00
1.00
3.00
1.00
3.00
5.00
5.00
5.00
3.00
1.00
Vegetação
Cor
Escala
Contraste
interno
4.00
2.00
1.00
1.00
1.00
4.00
4.00
4.00
1.00
1.00
Regularidade
5.00
3.00
2.00
1.00
1.00
5.00
5.00
5.00
2.00
1.00
Singularidade
Naturalidade
Forma
5.00
5.00
3.00
4.00
4.00
5.00
5.00
5.00
3.00
4.00
Densidade
5.00
5.00
3.00
3.00
3.00
5.00
5.00
5.00
3.00
3.00
Espaço
Granulometria
149
150
151
152
153
154
155
156
157
158
Linha
Hexágono
Textura
2.00
3.00
1.00
2.00
2.00
2.00
2.00
2.00
1.00
1.00
2.00
1.00
5.00
1.00
1.00
2.00
2.00
2.00
5.00
2.00
5.00
5.00
3.00
1.00
3.00
5.00
5.00
5.00
3.00
3.00
4.00
3.00
4.00
3.00
3.00
4.00
4.00
4.00
4.00
3.00
1.00
1.00
3.00
2.00
1.00
1.00
1.00
1.00
3.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
1.00
2.00
1.00
2.00
1.00
1.00
2.00
2.00
2.00
2.00
1.00
175
ANEXO 3 - Matriz de Covariância entre as variáveis.
Var
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
22
0.8371
0.5606
0.4670
0.2481
0.5453
0.2293
-0.2968 0.2056
0.1113
-0.0885 -0.2821 0.5100
0.2184
-0.3040 0.0481
0.0259
2 0.8371
0.8069
0.2752
0.4080
0.1477
0.3868
0.1083
-0.0925 0.0411
-0.0924 -0.1489 -0.4182 0.3835
0.0679
-0.3869 0.0568
-0.0127 -0.2278 0.3636
-0.0975 0.0026
3 0.5606
0.2752
2.5983
0.8774
2.0623
0.7462
1.0573
-1.7881 0.3979
1.2925
0.3722
0.9210
0.6852
1.0216
0.0416
0.1302
0.2589
-0.6090 1.2393
1.3940
-0.3767 0.4786
4 0.4670
0.4080
0.8774
1.2929
0.7959
0.2704
0.4331
-0.5713 0.1064
0.3127
-0.0887 0.5384
0.2328
0.4743
-0.1659 0.0791
0.1771
-0.4003 0.5961
0.4959
-0.5891 0.1410
5 0.2481
0.1477
2.0623
0.7959
2.2955
0.4195
0.9745
-1.4815 0.3002
0.8300
0.1925
0.4911
0.5839
0.8529
-0.2398 0.1194
0.2031
-0.3251 0.9697
1.2171
-0.1238 0.5090
6 0.5453
0.3868
0.7462
0.2704
0.4195
0.8605
0.1975
-0.2130 0.3279
0.2061
0.6386
-0.3417 0.6812
0.2397
-0.2336 0.0348
-0.0969 -0.2482 0.8760
0.1179
0.1740
7 0.2293
0.1083
1.0573
0.4331
0.9745
0.1975
0.5860
-0.8535 0.2420
0.5414
-0.1911 0.4586
0.5223
-0.0191 0.0637
0.2102
0.7070
-0.2675 0.2357
8 -0.2968
-0.0925
-1.7881
-0.5713 -1.4815 -0.2130 -0.8535 1.6701
9 0.2056
0.0411
0.3979
0.1064
0.3002
0.3279
0.2420
-0.2039 0.6516
0.2441
10 0.1113
-0.0924
1.2925
0.3127
0.8300
0.2061
0.5414
-0.9836 0.2441
11 -0.0885
-0.1489
0.3722
-0.0887 0.1925
0.6386
-0.1911 0.1604
12 -0.2821
-0.4182
0.9210
0.5384
0.4911
13 0.5100
0.3835
0.6852
0.2328
14 0.2184
0.0679
1.0216
0.4743
15 -0.3040
-0.3869
16 0.0481
-0.0890 -0.4171
17 0.0259
-0.4121
-0.2135
-0.9380 -0.1743 -0.8200 -0.0910 -0.1053 -0.3671 0.4322
-0.6017 -1.2430 0.4939
0.0748
0.2626
0.3873
0.1960
0.0626
-0.0535 0.0022
0.0159
0.0280
0.1707
-0.0577 -0.0178
1.0649
0.0152
0.9474
0.1372
0.5812
0.5121
0.0488
-0.3899 0.2888
0.7459
-0.5615 0.3942
0.0748
0.0152
2.1245
-0.6382 0.4692
-0.3417 0.4586
-0.9380 0.2626
0.9474
-0.6382 2.4661
0.5839
0.6812
2102
-0.1743 0.3873
0.1372
0.4692
0.8529
0.2397
0.5223
-0.8200 0.1960
0.5812
-0.1325 0.5339
0.1936
0.0416
-0.1659 -0.2398 -0.2336 -0.0191 -0.0910 0.0626
0.5121
0.0568
0.1302
0.0791
0.1194
0.0348
-0.0127
0.2589
0.1771
0.2031
-0.0969 0.2102
0.0637
-0.2039 -0.9836 0.1604
-0.2357 0.3631
0.0604
21
1 0.9878
0.2102
-0.3490 0.5379
20
-0.1325 -0.0427 -0.1115 -0.4063 0.0133
-0.4293 0.5339
0.7110
0.0316
0.3249
0.8631
-0.0966 0.5534
-0.1330 -0.4456 0.8939
-0.0563
-0.9286 0.7239
0.1936
-0.2724 -0.0088 -0.1534 -0.1700 0.7031
0.0327
0.2367
0.6826
0.0661
0.0512
0.7239
-0.3580 0.2570
-0.0427 0.7110
-0.2724 0.0661
0.7216
-0.0753 0.0299
-0.1140 -0.3641 0.0570
-0.4581 0.2106
-0.1053 -0.0535 0.0488
-0.1115 0.0316
-0.0088 0.0512
-0.0753 0.1702
0.1349
-0.0351 0.0082
0.0898
-0.0263 0.0758
-0.3671 0.0022
-0.4063 0.3249
-0.1534 0.1910
0.0299
0.3201
-0.0832 -0.0776 0.3329
-0.2528 0.1702
0.1950
-0.4293 0.8503
0.1950
-0.4894
0.1349
0.1910
-0.3638 0.4711
-0.2110
176
ANEXO 3 - Matriz de Covariância entre as variáveis. Continuação...
Var
1
18
-0.3490
19
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
-0.2278 -0.6090 -0.4003 -0.3251 -0.2482 -0.2357
0.4322
0.0159
-0.3899
0.0133
-0.1330 -0.1700 -0.3638 -0.1140 -0.0351 -0.0832
0.5379
0.3636
1.2393
0.5961
0.9697
0.8760
0.3631
-0.6017
0.0280
0.2888
0.8631
-0.4456
0.7031
0.4711
-0.3641
0.0082
20
0.0604
-0.0975
1.3940
0.4959
1.2171
0.1179
0.7070
-1.2430
0.1707
0.7459
-0.0966
0.8939
0.0327
0.7239
0.0570
0.0898
21
-0.0890
0.0026
-0.3767 -0.5891 -0.1238
0.1740
-0.2675
0.4939
-0.0577 -0.5615
0.5534
-0.9286
22
-0.4171
-0.4121
0.4786
-0.2135
0.2357
-0.4894 -0.0178
-0.0563
0.7239
18
19
20
21
22
-0.5827 -0.2664
0.3552
0.0138
-0.0776 -0.5827
1.9026
0.4198
0.1409
-0.1013
0.3329
-0.2664
0.4198
1.1909
-0.3394
0.5161
0.2367
-0.3580 -0.4581 -0.0263 -0.2528
0.3552
0.1409
-0.3394
0.9791
-0.1701
-0.2110
0.2570
-0.0138 -0.1013
0.5161
-0.1701
0.6304
-
0.1410
0.5090
0.3942
0.2106
0.0758
0.1702
0.5075
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estudo da paisagem da floresta nacional de são francisco de paula