INFECÇÃO POR HANTAVIRUS NA CRIANÇA Clinical Sin Nombre Hantaviral Infections in Children Residência Pediatria HMIB 2014 Residente: Ana Carla Borges de Oliveira Orientadora: Dra Flávia de Assis Silva Gary D. Overturf, MD Pediatr Infect Dis J 2005;24:373-4 CONCISE REVIEWS OF PEDIATRIC INFECTIOUS DISEASES www.paulomargotto.com.br Brasília, 8 de março de 2014 INTRODUÇÃO Inicialmente foi reconhecida em mortes sem causa 1933 - América do Sul Comprometimento pulmonar severo Síndrome pulmonar da hantavirose INTRODUÇÃO Nos 12 anos seguintes - Américas Hantavirus - família Bunyaviridae RNA vírus com camada de lipídeo Hospedeiro: Peromyscus spp. INTRODUÇÃO Em adultos: rapidamente progressiva frequentemente doença pulmonar fatal (>50%) período de incubação 7-14 dias Pródomos: náusea, vômitos, anorexia, dor abdominal Tosse, taquipnéia, hipotensão postural Plaquetopenia e hemoconcentração Fatores de risco: exposição a urina do rato, atividades externas e exposição a ratos em geral CLÍNICA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES Incidência bem menor que em adultos Menos de 8% eram menores de 18 anos Os mais novos acometidos com 13 anos Quadro semelhante ao do adulto, principalmente em adolescentes Menino, 14 anos, febre, náuseas, tontura e tosse seca. Ao exame com eritema em orofaringe, hipotensão postural, sibilos expiatórios e PA 96/60, FC: 120bpm, FR: 16ipm. Evoluiu com permanência da febre, hipotensão postural, tontura - fraqueza, cãibras nas pernas, FR: 36ipm, FC: 140bpm, PA: 113/96, cianose de extremidades, enchimento capilar de 3 segundos. 20 minutos após chegada, evoluiu com assistolia com Parada Cardiorrespiratória durante reanimação. Menino, 16 anos, área rural do Texas, febre, mialgia, vômitos, diarréia, tosse sem secreção por 36hs. Evoluiu em 1 dia com dispnéia, MV rude. Plaquetas 86mil, 8.600 leucócitos, 60% neutrófilos e 24% bastões. Em 16hs evoluiu com hipoxemia severa, com FR > 50ipm e em 24hs, necessitou de VM por 09 dias. Nos EUA casos descritos de hantavirose apenas em adolescentes Na Argentina tem casos de crianças entre 5-11 anos Crianças tem pouco risco de contrair a doença (5 casos descritos) Mortalidade 60% Diagnóstico pela dosagem de anticorpos IgG e IgM do vírus por método imunoenzimático Antes de 1995, nenhum relato da doença em menores de 12 anos Apenas 8,7% dos casos em adolescentes (13-19 anos) Das 5 crianças com menos de 10 anos relatadas, apenas 3 tinham hemoconcentração, 1 tinha plaquetopenia, 4 tinham desconforto respiratório INFECÇÃO CONGÊNITA E O RISCO DE AMAMENTAR Nenhum relato de que ocorre transmissão materna intra útero ou pela amamentação Gestante, com 2 meses de gestação, com síndrome febril, sem desconforto respiratório, com raio x tórax alterado e IgM positivo para vírus Com 8 meses de gestação nasceu RN saudável, assintomático, com IgM altamente positivo no cordão umbilical Mulher, 32 anos, apresentou forma severa da síndrome pulmonar da hantavirose e estava amamentando filho de 03 semanas de vida até poucas horas antes da sua admissão em unidade de saúde. Positivo para o vírus por PCR (reação de cadeia de polimerase) Negativo tanto no sangue do bebê quanto no leite materno para vírus Mãe faleceu devido a hantavirose REVISÃO DA INFECÇÃO POR HANTAVIROSE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES Maior estudo relata 13 crianças dos 10 aos 16 anos. Diagnóstico confirmado por Western blot (detecção da proteína do vírus) 12 das 13 fecharam os critérios para síndrome pulmonar da hantavirose 8 dos 12 (66%) necessitaram de VM, e 2 de ECMO 4 das 12 (33%) faleceram Tempo de protrombina elevado (>14%) foi fator preditivo de mortalidade) Sintomas iniciais: Febre, cefaléia e tosse ou dispnéia - todos os casos Náuseas ou vômitos em 90% Mialgia em 80% Achados ao exame físico: taquipnéia e febre trombocitopenia, DHL elevado, TGO elevada e hipoalbuminemia Hemoconcentração e leucócitos em menos de 1/3 CONCLUSÃO Hantavirose é uma entidade rara em crianças, principalmente nos menores de 10 - 12 anos Nos EUA não foi reconhecida em crianças menores de 10 anos Acreditam que possam ter havido casos brandos, que não preencheram critério Na América do Sul, foi diagnosticada como causa morte em crianças menores de 5 anos Fator endocrinológico ou imunológico em adolescentes ??? Apesar de alta virulência em adultos, não foi constatada transmissão vertical ou pelo aleitamento Apresentação em adolescentes muito parecida com dos adultos Dor abdominal recorrente, falta de ar, trompocitopenia e DHL elevados OBRIGADA!