LATENCIAÇÃO DO HB1, VEICULAÇÃO, VALIDAÇÃO DE MÉTODO E FARMACOCINÉTICA Valeria Rosa dos Santos Leitão1 Claudete J.Valduga2 Área do Conhecimento: Ciências da Vida. Palavras-chaves: Condensação Aldólica: Esterificação; Latenciação INTRODUÇÃO OBJETIVOS Em estudos prévios, o HB1 (1,5-diaril-1,4pentadien-3-ona) apresentou atividade citotóxica elevada frente a várias linhagens celulares tumorais1. A proposta de utilizar compostos muito ativos e direcioná-los às células tumorais é de grande interesse no tratamento do câncer. Existem alguns transportadores, como emulsões, que possuem habilidade de concentrar fármacos antineoplásicos nos tecidos tumorais e reduzir os efeitos colaterais da quimioterapia2. Realizar os experimentos de farmacocinética do HB1 e latenciar o princípio HB1 para aumentar sua lipofilicidade e incorporá-lo em emulsões lipídicas para direcioná-lo às células tumorais, resolvendo assim os problemas de formulação para injeção intravenosa do mesmo. A 1,5-diaril-1,4-pentadien-3-ona e seus derivados vêm exibindo excelente perfil farmacológico frente a doenças epidemiologicamente importantes como as neoplasias e parasitoses (leishmaniose e malária). METODOLOGIA Síntese do HB1 O HB1 (1,5-diaril-1,4-pentadien-3-ona) foi obtido pela reação entre vanilina e acetona tendo como catalisador o ácido clorídrico (HCl), com rendimento de 84%. Quando necessário, o HB1 foi purificado por precipitação em acetonitrila e água. Síntese do DM1 O DM1 (sal sódico do HB1) foi obtido pela reação entre o HB1 e o metóxido de sódio (metanol e sódio metálico) com rendimento de 100%. Monoesterificação do HB1 com ácido oléico Estruturas do princípio ativo HB1. Ensaios de toxicidade aguda do HB1 em miglyol, como determinação da dose letal 50% (DL50) e toxicidade subcrônica, também foram realizados evidenciando a quase ausência de toxicidade. O seu derivado monossódico, em contrapartida, apresentou DL50 de 14 mg/Kg, endovenoso. Frente a tão promissor resultado, abre-se a possibilidade de estender as pesquisas pré-clínicas para modelos animais mais complexos (como coelhos e porcos) nos quais ensaios não só de eficácia biológica (antitumoral e antiparasitária), mas também de farmacocinética e toxicidade crônica, poderão ser desenvolvidos. A monoesterificação do HB1 foi obtida através da reação entre o HB1 e o ácido oléico, tendo como catalisadores o DCC (dicicloexilcarbodiimida) e o DMAP (dimetilaminopiridina), em diclorometano (CH2Cl2). O produto monoacilado foi separado por coluna de sílica gel, usando-se como eluente (fase móvel) clorofórmio 100% e clorofórmio/metanol 9:1. O produto foi recolhido em tubos de ensaio e em seguida evaporado. Diesterificação do HB1 com ácido oléico A diesterificação do HB1 foi obtida através Estudante do Curso de Licenciatura em Química; e-mail: val.rosas@hotmail. com Professora da Universidade Bandeirante de São Paulo e-mail: cvalduga@uniban. br -- da reação entre o HB1 e o ácido oléico, tendo como catalisadores o DCC (dicicloexilcarbodiimida) e o DMAP (dimetilaminopiridina), em diclorometano (CH2Cl2), atingindo rendimento de 100%. Farmacocinética e biodistribuição Foram utilizados 20 animais, sendo dois deles como controle e nos demais foram injetados 0,0091mg de DM1 (200µl). Foram coletados 600 µl de sangue nos tempos 5’, 10’, 15’, 30’, 1h, 2h, 4h, 8h e 24h. Os animais foram sacrificados imediatamente após a coleta e os seguintes órgãos foram coletados: coração, fígado, baço, pulmão, cérebro, linfonodo e rim. Os órgãos foram pesados, macerados e extraídos com clorofórmio/metanol 2:1, 5 ml, por 24 horas. As amostras de sangue coletadas foram centrifugadas a 10.000 RPM/10min. O plasma foi separado e foram utilizados 200 µl para extração. Em cada tubo foram adicionados 400 µl de metanol, foram agitados por 1 min em vórtex e centrifugados a 10.000 RPM/10min. Foram transferidos 500 µl do sobrenadante para tubos de ensaio e evaporados sob fluxo de N2 . As amostras foram ressuspendidas em 200 µl de metanol e injetadas no HPLC. RESULTADOS E DISCUSSÃO Obteve-se o HB1 com rendimento de 93% e 100% de pureza, conforme análise por HPLC. O DM1 foi obtido com rendimento de 60% sendo o restante (40%) HB1 que foi recuperado. A reação de monoacilação do HB1 com o ácido oléico produziu o composto monoacilado (29%), porém de acordo com análise por cromatográfica líquida de alta performance (HPLC), obteve-se também o produto diacilado (10%), HB1 (40%), que não reagiu, e impurezas (21%). Não foi possível isolar o produto após a cromatografia em coluna. tempo de meia vida da substância. CONCLUSÕES Os procedimentos de síntese do HB1 e seus derivados são simples e fáceis de serem executados, além de apresentar bom rendimento de reação, à exceção do produto monoacilado cujo isolamento não foi possível. A redução do tempo de meia vida do DM1 em relação ao HB1, observada nos experimentos em camundongos, se deve provavelmente ao aumento da biodisponibilidade do DM1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Suárez, J. A. P. Q., Brunhari, Heloiza, Carvalho, João, Kohn, Luciana, Kordian, Marcus, Peseke, Klaus. New Method for the Preparation of 1,5-Bis(4-Hydroxy-3-methoxyphenyl)penta-1,4-dien-3-one and Derivatives with Antitumoral Properties 2005. Pinheiro, K. V., Hungria, V. T. M., Ficker, E. S., Valduga, C. J., Maranhão, R. C. Plasma kinetics of a cholesterol-rich microemulsion (LDE) in patients with Hodgkin’s and non-Hodgkin’s lymphoma and a preliminary study on the toxicity of etoposide associated with LDE, Cancer Chemother. Pharmacol., 2006, 57, 624. Liang, G., Shao, L., Wang, Y., Zhao, C., Chu, Y., Xiao, J., Zhao, Y., Li, X., Yang, S. Exploration and synthesis of curcumin analogues with improved structural stability both in vitro and in vivo as cytotoxic agents, Bio. Med. Chem. In press, DOI: 10.1016/j.bmc.2008.10.044. O produto diacilado do HB1 com o ácido oléico foi obtido com 100% de rendimento e 98% de pureza, conforme análise por HPLC. Após a injeção do DM1 em camundongos e análise do plasma e órgãos, observou-se que DM1 desaparece da circulação até 15 minutos após a injeção endovenosa. Após esse período, são observados dois principais metabólitos que são também encontrados nos órgãos analisados. Esses metabólitos são produtos da desmetilação, realizada pelas oxidases de função mista e o derivado glucoronidado. Os metabólitos foram analisados por cromatografia líquida de alta performance acoplado a um espectrômetro de massa (LC/MS). De acordo com a literatura, o tempo de meia vida do HB1 é de 5,9 ± 4,1 horas3. A transformação do HB1 em seu derivado hidrossolúvel, DM1, reduziu o --