Proposta N°8490
Situação do OAC: 8
Autor:
FRANCISCO ANTONIO RAUBER
Estabelecimento: CASTELO BRANCO, C E PRES - E MED NOR PRO
Ensino:
ENSINO MEDIO
Disciplina: GEOGRAFIA
Conteúdo: DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
Cor do conteúdo:
Problematização do Conteúdo
Chamada para a Problematização: A segregação acaba sendo reflexo da ação do
Estado, que implementa políticas geradoras de pobreza, desigualdades e de
exclusão social.
Texto:
As cidades são aglomerados humanos que surgem, crescem e se desenvolvem
segundo uma dinâmica espacial, definida por circunstâncias históricas e
socioeconômicas. Elas apresentam um modo de vida próprio, com seus inúmeros
problemas urbanos.
Nas cidades concentra-se a maior parte das contradições impostas pelo
Capitalismo. Santos (2005) ressalta
“... a questão da cidadania, da participação dos habitantes das cidades nas
decisões que os afetam e a relação desses habitantes com o espaço urbano.
Alerta, porém, que nos países subdesenvolvidos a cidade não têm poder para
forçar a evolução regional e de que depende o seu próprio desenvolvimento. As
possibilidades de evolução regional são criadas fora da região e da cidade, de
acordo com os interesses do mundo industrial (…) tanto maior o
subdesenvolvimento regional, tanto menos a cidade tem força para modificá-la,
tanto mais ela se ressente da pobreza de sua zona de influência”.
Ou seja, a urbanização nos países pobres, apresenta dramáticos aspectos
negativos, pois as cidades refletem intensamente as decisões tomadas nos
países ricos, seguindo os seus interesses.
Muitos problemas nas economias dos países dependentes se traduzem em
dificuldades concretas para o dia-a-dia dos seus habitantes. A possibilidade de
acesso à moradia, está subordinada ao nível salarial, a DST (Divisão Social do
Trabalho) imposta pela economia capitalista onde tudo, inclusive a terra torna-se
mercadoria.
Conceituar segregação sócio-espacial remete, a discussão “... das feições da
pobreza e da desigualdade em suas dimensões objetivas, permanecendo ainda
um espaço aberto a ser explorado para a apreensão e compreensão dos
processos subjetivos que diferenciam social e individualmente os grupos e
segmentos da sociedade que, cada vez mais perdem seu lugar e suas
referências enquanto atores/participantes de uma dada comunidade de valores”.
(SANTOS E SILVEIRA, 2005).
A segregação sócio-espacial está situada como questão de destaque e ganha
relevância enquanto problema à medida que o poder público implementa
políticas que produzem e reproduzem a pobreza, a desigualdade e a exclusão
social.
As desigualdades sociais se materializam na paisagem urbana. Quanto maiores
as disparidades entre os diferentes grupos de classes sociais, maiores as
desigualdades de moradia, de acesso aos serviços públicos e de qualidade de
vida, e maior é a segregação espacial. No entanto, mesmo num bairro de
população pobre, essa qualidade pode ser melhorada caso os serviços públicos
de educação, saúde, transporte coletivo, entre outros, passem a funcionar de
forma adequada.
Essas mudanças positivas têm maiores chances de se concretizarem quando a
comunidade se organiza para melhorar o seu cotidiano e reivindicar os seus
direitos. Quando isso não acontece, as desigualdades e a exclusão sócio-espacial
tendem a se manter, e muitas vezes a aumentar.
A evidência do aumento da violência nos espaços urbanos nas duas últimas
décadas e os problemas sociais revela o percurso teórico de ampliação da
desigualdade social, apresentando características diversas, como as
especificidades territoriais e urbanas.
De acordo com uma pesquisa de 2003, feita pelo IPEA (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada) intitulada “criminalidade social versus política”, a tendência
de crescimento do número de assassinatos no Brasil observado ultimamente
somente será amenizada se houver uma queda da desigualdade de renda no
país. A violência poderá ser atenuada mais pelo combate ao desemprego e a
melhoria da educação do que pela repressão policial. Isso demonstra claramente
que o agravamento do problema, é fruto da falta governabilidade do Estado.
Segundo o atual ministro da Justiça, Tarso Genro “... nós temos de desenvolver
ações políticas públicas para melhorar a vida e a presença do Estado nas regiões
onde as milícias (organizações que buscam ocupar o lugar do Estado nas favelas
do Rio de Janeiro) atuam. A mudança não depende apenas da vontade do
Governo Federal. Os Estados e os Municípios, nas ações que a questão da
segurança pública lhes confere, têm de se associar e aplicar os recursos que lhes
são repassados”. (LAGO E COSTA, 2008, p.6)
Os recursos públicos, na sua grande maioria, estão sendo canalizados para o
desenvolvimento das áreas urbanas mais abastadas. Esse contraditório processo
de desenvolvimento adotado por ações públicas de todos os níveis
governamentais, no mundo capitalista, expõe grande parte dos moradores das
periferias à exclusão dos direitos sociais básicos como trabalho, saúde e
educação de qualidade, assim como o direito à moradia digna, equipamentos
públicos e infra-estrutura urbana, o que significa na prática, falta de
cumprimento dos direitos básicos do cidadão e conseqüentemente impossibilita
a governabilidade por parte do Estado. Ainda de acordo com o Ministro Tarso
Genro “é preciso mudar a forma de atuação das polícias, criando a idéia de
polícia comunitária. Uma polícia próxima, reconhecida pelo cidadão que possa
substituir a milícia na confiança autoritária e compulsória que ela impõe sobre a
população” (LAGO E COSTA, 2008).
Neste contexto, a violência urbana deixa de ser uma variável independente para
ser considerada uma das manifestações de um conjunto de fatores que
comprometem a dignidade humana. Atualmente, é mais fácil combater o
analfabetismo e a pobreza do que criar novos postos de trabalho.
Qual deveria ser a prioridade das políticas públicas?
O medo da violência urbana impulsionou a criação de condomínios fechados.
Buscando segurança e tranqüilidade, muitas pessoas grande poder aquisitivo
mudam para este tipo de moradia, que vem se multiplicando nos últimos anos
principalmente nas grandes cidades. Embora seja legítimo, do ponto de vista do
indivíduo, buscar maior segurança para si e para sua família, esse fenômeno
acentua a exclusão social e reduz os espaços urbanos públicos, uma vez que
propicia o crescimento de espaços privados e de circulação restrita.
Para Sposito (1989, p.69) é na “... articulação entre os países ‘desenvolvidos’ e
‘subdesenvolvidos’ que está a base do desenvolvimento do capitalismo
monopolista, e neste movimento os desenvolvidos subordinam os
subdesenvolvidos estabelecendo o que Castells denomina de desenvolvimento
dependente”.
Ainda segundo Sposito (1989, p.69) “Os ritmos acentuados de crescimento
populacional urbano e a super concentração de capital ... nas metrópoles para
criação da infra-estrutura necessária à reprodução capitalista, promoveram um
aumento crescente de população não empregada que se aloja e não habita nos
maiores centros-urbanos. Este processo de inchaço, manifesta-se numa série de
problemas urbanos”.
A atual realidade é fruto de uma política adotada pelos diversos governos nas
últimas décadas que gerou uma sociedade caótica, controvertida, cheia de
perversidades, desigualdades e injustiças sociais.
É preciso um estudo aprofundado e imparcial para encontrar medidas adequadas
para contornar e resolver estes problemas. Essas medidas, de forma alguma,
podem ser paternalistas. Portanto, devem partir da colaboração e da
participação de uma forma democrática de todas as classes sociais.
As políticas públicas a serem implementadas a partir daí devem ser geradoras
de renda, que traga dignidade para todos os trabalhadores economicamente
ativos, que garanta educação, moradia, segurança, saúde e infra-estrutura
adequada a todos, independente da sua situação sócio-econômica.
Embora tenhamos provocado a discussão sobre a segregação sócio-espacial, é
preciso lembrar que a questão em si, é muito complexa. Nesse sentido é preciso
refletirmos sobre a segregação no Brasil, lembrando sempre que existem
diferenças que se manifestam no território das cidades. Portanto, o objetivo
deste OAC é introduzir a discussão e apontar bibliografias e caminhos para se
trabalhar a questão da segregação sócio-espacial nas salas de aula.
Investigação Disciplinar
Título: Participação Popular
Texto:
Existe a possibilidade de uma participação popular mais efetiva nos municípios
brasileiros, no intuito de reduzir a segregação sócio-espacial?
Uma alternativa é envolver as populações carentes, moradoras das áreas
segregadas nas discussões dos Planos Diretores dos seus Municípios, para poder
exigir dos seus governantes a implementação de políticas públicas que
realmente venham de encontro com as necessidades sociais.
A urbanização desordenada não beneficia e também não interessa a maioria dos
cidadãos urbanos. É preciso mudar radicalmente a organização atual do espaço
urbano e isso é possível com a modificação da natureza das relações do Estado e
o envolvimento da sociedade organizada.
Até hoje com raríssimas exceções, o espaço urbano foi utilizado, em quase toda
a sua totalidade, como motor do capital e instrumento da desigualdade social,
mas uma função diametralmente oposta poderá se encontrada.
Para chegarmos a uma sociedade mais justa é preciso reformular a organização
desse espaço. É preciso garantir a "todos os seres humanos" o direito a um
emprego e a uma acessibilidade igual a todos os bens e serviços considerados
essenciais.
É importante lembrarmos da Lei Federal nº 10.257, que criou o Estatuto da
Cidade, em maio de 2001. Nesta lei existe um conjunto de instrumentos de
democratização da Gestão Urbana.
OBJETIVOS DOS INSTRUMENTOS
Os conselhos de desenvolvimento urbano, as conferências de política urbana, os
debates, consultas e audiências públicas, podem romper com o histórico de
relações perversas e clientelistas entre o Legislativo e os segmentos populares.
Ou seja, as barganhas, as negociatas, as trocas de votos pela chegada de infraestrutura nos bairros, enfim, o conjunto de relações populistas, que mantém as
populações como reféns e em estado de precariedade eterna, conservando as
elites políticas no poder.
Os conselhos podem interferir nessa relação, na medida em que atuam
diretamente – sem intermediação – no destino dos investimentos, desde que a
representatividade popular esteja garantida.
Esses instrumentos podem interceptar assim a relação tradicional, que é a da
corrupção na Câmara, para aprovar alterações de zoneamento, alterar
determinadas leis de ocupação do solo, que privilegiavam setores e
determinadas áreas da cidade. E podem, ainda, estabelecer um diálogo e uma
negociação em um jogo de atores mais direto.
Essa ruptura com as relações tradicionais inaugura uma série de novas práticas
democráticas, que serão geridas e encaminhadas pelos instrumentos de gestão
democrática da cidade.
Os conselhos, as conferências, as audiências, consultas e debates são espaços
públicos de diálogo entre os diversos interesses provenientes da sociedade civil,
de proposições partindo dos diversos setores, de avaliação e fiscalização de
decisões referentes aos investimentos públicos e privados nas cidades.
Perspectiva Interdisciplinar
Título: SOCIOLOGIA
Texto:
Na disciplina da Sociologia os alunos poderão perceber que a globalização
produtiva, vem convertendo a concorrência e a busca incessante do aumento da
produtividade num processo destrutivo que tem gerado uma imensa sociedade
de marginalizados e precarizados.
Fazer os alunos entender que a realidade social de que estamos tratando,
Segregação Socioespacial Urbana, é constituída socialmente, embora
influenciada ou direcionada, em muitos casos pelas políticas públicas adotadas
por governantes burgueses, elitistas capitalistas.
A Sociologia poderá analisar os processos em que determinados fatos ou
realidades ocorrem. Afinal, a sociedade é um produto humano e uma realidade
objetiva, portanto o homem é um produto social. Desta forma, a transformação
da sociedade e do homem é possível.
A Sociologia pode explicar os fatos e direcionar nossos governantes a realizar
ações políticas e culturais mais sociais. A educação é importante para superar a
dependência, o subdesenvolvimento e as injustiças sociais.
Como atividades poderíamos realizar entrevistas com os alunos do colégio, para
compreendermos as questões referentes a violência urbana, segregação e
discriminação.
Título: MATEMÁTICA
Texto:
Na disciplina da matemática a questão da segregação sócio-espacial urbana
poderá ser utilizada para a compreensão da distribuição da renda e da
concentração populacional nos diversos bairros da cidade (ricos e pobres).
O professor pode formular atividades relacionadas a dados estatísticos dos
trabalhadores das diversas faixas salariais e dos diversos bairros que residem.
Poderá ainda levantar e tabular os dados populacionais referentes ao número de
habitantes, número de filhos e escolaridade.
Título: HISTÓRIA
Texto:
Na disciplina de História o aluno poderá perceber de forma clara que a atual
situação da segregação sócio-espacial foi acirrada em virtude da Globalização.
A Globalização é um processo de amplas dimensões sociais, que atinge
sociedades, instituições e indivíduos em todo o mundo. Muitas de suas
conseqüências ainda não foram suficientemente avaliadas e percebidas, mas
estão alterando o modo de vida de populações inteiras.
Esta discussão pode contribuir para a formação de uma consciência crítica, que
perceba que a sociedade organizada pode ter uma força cada vez maior,
pressionando governos ou instituições para a solução de problemas gravíssimos
que afligem o meio urbano em geral.
Os alunos podem pesquisar sobre a origem de sua cidade, seus principais
monumentos, museus, patrimônio histórico, sua principal função econômica no
passado e na atualidade, e os seus principais problemas sociais.
Poderá conhecer as alternativas que possibilitam solucionar ou pelo menos
amenizar os problemas sociais, econômicos, ambientais das cidades ondem
residem.
Contextualização
Título: Segregação Sócio-espacial
Texto:
As teorias críticas da geografia devem entender a sociedade em seus aspectos
sociais, econômicos, culturais e políticos e nas relações que ela estabelece com
a natureza para a produção do espaço geográfico.
A geografia nos níveis de ensino e pesquisa deve subsidiar os alunos a pensar e
agir criticamente, de modo que se ofereçam elementos para que compreendam
e expliquem o mundo. Portanto, deve prepará-los para uma leitura crítica da
produção social do espaço, negando a sua “naturalidade” dos fenômenos que
imprimem passividade aos indivíduos.
Todos os acontecimentos do mundo têm uma dimensão espacial, onde a
organização do espaço é a materialização dos tempos da vida social. É preciso
empreender um ensino capaz de fornecer aos alunos conhecimentos que lhes
possibilita ler e interpretar criticamente o espaço, sem deixar de considerar a
diversidade das temáticas geográficas e suas diferentes formas de abordagem.
A segregação sócio-espacial é uma realidade que não pode ser negada na
atualidade. Ela se materializa de inúmeras maneiras nas mais diversas áreas
centrais ou periféricas, tanto nos países desenvolvidos como nos países
subdesenvolvidos.
Existem diversos tipos de segregação social, como a auto-segregação das elites
e a diversificação social nas áreas periféricas.
A estruturação e a reestruturação econômica mundial são fatores determinantes
que motivaram e redirecionaram os deslocamentos espaciais das elites e dos
trabalhadores que ultrapassam as fronteiras regionais e nacionais. Essa
mobilização social, com o passar do tempo, gerou a formação dos enclaves
residenciais, a suburbanização e os diversos problemas urbanos do mundo
moderno.
Neste sentido pretendemos refletir, com o auxilio de alguns autores, sobre a
temática da segregação sócio-espacial.
Para Villaça (2001, p.142) “a segregação é um processo segundo o qual
diferentes classes ou camadas sociais tendem a se concentrar cada vez mais em
diferentes regiões gerais ou conjuntos de bairros da metrópole.” Ela tem uma
influência significativa de diversos fatores como a moradia, o local de trabalho,
os pontos de encontro de final de expediente ou final de semana, atividades que
desenvolvem e que comandam a sua prática social.
É um fenômeno produzido pelas relações sociais das diversas classes que agem
e interagem entre si.
A segregação sócio-espacial poderá também nos levar a analisar as diferentes
formas como foram habitados ou ocupados os diversos assentamentos humanos,
urbanos, em cidades industriais, turísticas, portuárias de grande, médio ou
pequeno porte.
Sob o ponto de vista crítico a cidade revela, devido as suas particularidades, se é
produto de influência econômica, política e social e se reproduz os princípios da
acumulação e reprodução do capital, evidentemente aqueles do tipo industrial,
excludente ou se é reflexo de uma organização social igualitária.
Na sociedade brasileira a segregação mais conhecida e mais visível é a centroperiferia. Ela pode ser resultado da valorização imobiliária, da divisão do poder
aquisitivo do trabalhador, da influência das políticas públicas ou da luta ou
disputa por localizações que podem ser por questões étnicas ou por
nacionalidades.
A segregação sócio-espacial nas metrópoles brasileiras já está ocorrendo a mais
de um século. Com o crescimento populacional nessas áreas, as classes de maior
renda começaram a realizar um processo de auto-segregação, caracterizada
pela formação de condomínios fechados. Em todas elas, a tendência é de se
segregarem numa única e mesma área da cidade.
De acordo com Villaça (2001, p.147-8) “A segregação pode ser voluntária ou
involuntária. A primeira se produz, quando o indivíduo, por sua própria iniciativa,
busca viver com outras pessoas de sua classe. A segregação involuntária
ocorreria quando o indivíduo ou uma família se vêem obrigados, pelas mais
variadas forças, a morar num setor, ou deixar de morar num setor ou bairro da
cidade. Nesse sentido, a segregação dos excluídos nas periferias das metrópoles
brasileiras seria uma segregação involuntária. O que cabe registrar nessas
considerações é o caráter de luta da segregação. Trata-se, entretanto, de uma
luta de classes. Se há luta, há, evidentemente, vitoriosos e derrotados. Os
primeiros desenvolvem a segregação voluntária e os segundos a involuntária. ...
A segregação é um processo dialético, em que a segregação de uns provoca ao
mesmo tempo e pelo mesmo processo a segregação de outros”.
As mudanças habitacionais urbanas podem estar associadas ou podem ser
provocadas por influência da expansão das alternativas (mais opções) voltadas
para segmentos sociais médios ou mesmo de baixa renda, na forma de
conjuntos habitacionais, onde as áreas possuem menor valor monetário. Podem
também ter relação com a modernização do campo e sua conseqüente
concentração fundiária, seja pela expansão industrial ou comercial.
Os incentivos fiscais dados por governos estaduais ou municipais, nas últimas
décadas, nos diversos estados brasileiros, sob a forma de doação de terrenos,
garantia da infra-estrutura gratuita e isenção ou redução de impostos por um
determinado período às empresas de capital nacional ou internacional,
contribuíram para uma desconcentração populacional nas metrópoles nacionais
brasileiras. Essa política gerou um processo migratório, inter e intra-regional.
A urbanização brasileira e o crescimento econômico de maior destaque
ocorreram em meio a um regime ditatorial. A sociedade era proibida de
organizar-se para pressionar governos e empresas por uma melhor distribuição
de riquezas. Dessa forma, a extraordinária expansão e concentração econômica
se realizaram com salários humilhantes. O acesso à moradia foi utilizado na
época como forma de cooptação da classe trabalhadora, como instrumento
político, econômico e ideológico. Inclusive a política habitacional brasileira
adotada durante o regime militar era uma forma encontrada pelo estado para
amenizar os conflitos sociais.
Segundo Santos e Silveira (2005, p.106) “a partir dos anos 70, impõe-se um
movimento de desconcentração da produção industrial, uma das manifestações
do desdobramento da divisão territorial do trabalho no Brasil”. As áreas
industriais já consolidadas ganham um dinamismo diferente a partir dessa
reestruturação.
A segregação entre as diferentes regiões ou estados é real, ela existe. A partir
das transformações econômicas geradas por essas políticas públicas, as
mudanças sociais foram inevitáveis.
Para Villaça (2001, p.150) “O importante é entender por que os bairros das
camadas de mais alta renda tendem a se segregar (os próprios bairros) numa
mesma região geral da cidade, e não a se espalhar aleatoriamente por toda a
cidade. Essa questão é fundamental e nela está a chave para a compreensão do
processo de segregação. Se o principal móvel da segregação fosse a busca de
posição social, do status, da proteção dos valores imobiliários, ou proximidades a
“iguais”, bastaria haver a segregação por bairro (área de forte homogeneidade
interna, possível de um sentido de hierarquia); uns ao norte, outros a oeste,
outros a leste e outros ainda ao sul da metrópole. Isso não ocorre, porém. A
tendência é de os próprios bairros se segregarem numa mesma região geral da
metrópole.”
A busca de áreas segregadas por determinadas classes sociais pode ter relação
com as origens étnicas na busca de prestígio ou status. A concretização ou
consumação de uma área segregada com todos os privilégios tem uma intima
relação de afinidade, das elites urbanas com os respectivos governos locais.
É através dessa segregação planejada, que as elites urbanas dominam o espaço,
atuam sobre a estrutura urbana, devido à influência nas políticas públicas, na
aplicação das maiores verbas, transformando as suas áreas industriais,
comerciais ou residenciais nas mais confortáveis e aconchegantes das
metrópoles ou apenas das áreas urbanas.
A classe dominante passa a controlar a produção e o consumo do espaço
urbano, sujeitando-o aos seus interesses e as suas necessidades em detrimento
da pobreza, miséria e exclusão do maior contingente populacional.
Nas metrópoles brasileiras ou mesmo áreas urbanas, a burguesia produz para si
um espaço intra-urbano que possibilita um melhor e maior controle do mercado
e do Estado. Para isso, desenvolve uma ideologia que legitima as condições
sociais de exploração e dominação, dando-lhes uma aparência, justa e como
sendo o interesse comum a todos os integrantes da sociedade. Para facilitar a
atuação e uma influência maior, as camadas de alta renda se agregam numa
única região da cidade.
A política adotada pela classe dominante nos países subdesenvolvidos vem
gerando uma desigualdade na distribuição da renda nacional pelo conjunto da
população. Essa desigualdade social infelizmente não está diminuindo com o
desenvolvimento industrial e nem com a desconcentração das atividades
econômicas, tal como ocorreu em muitos países desenvolvidos.
No Brasil, por exemplo, de acordo com Vesentini (2008, p.231) “entre a
população economicamente ativa, 60% da população mais pobre detinha 23,4%
da renda contra 39,6% dos 10% mais ricos, no ano de 1960 e passou para 18% e
47,6% respectivamente no ano de 2000”.
As razões do aumento constante dessas injustiças sociais são diversas, entre
outras, a má aplicação das verbas públicas e o interesse das classes dominantes
em preservar os seus privilégios e as suas regalias.
Por isso, podemos dizer, sem sombra de dúvida, que a organização do espaço
urbano brasileiro é produzido e reproduzido, portanto não é um espaço
congelado. E a enorme desigualdade social é gerada por essas políticas impostas
pelas classes de renda mais elevada.
Em alguns países desenvolvidos toda a área urbana tem a sua infra-estrutura
adequada aos interesses e necessidades da maioria da população, o que não
está acontecendo nos países subdesenvolvidos.
Nos países desenvolvidos o processo capitalista processou-se de uma forma
cumulativa, enquanto que nos países subdesenvolvidos o processo foi explosivo
e descontínuo. Isto justifica as diferenças tanto no espaço nacional como no
interior da cidade. Tais diferenças são sensíveis, tanto do ponto de vista espacial
como do social.
Diante dessa composição entre fatores produtivos, desorganizados e
desarticulados entre setores, as cidades nos países subdesenvolvidos aparecem
muitas vezes como um corpo estranho, inserido em um meio com o qual
estabelece relações descontínuas.
Nos países subdesenvolvidos o processo de urbanização não foi acompanhado
pelo crescimento industrial organizado e planejado e sim imposto de acordo com
os interesses e as necessidades das potências capitalistas européias que
estruturaram a economia dos países subdesenvolvidos sob o modelo agroexportador.
Portanto, passaram a exportar matérias-primas tropicais a preços extremamente
baixos e a importar produtos manufaturados ou industrializados a preços
extremamente elevados. Posteriormente transferiram as filiais das
multinacionais para esses países.
A exploração tornou-se mais intensa porque além da matéria-prima passaram a
explorar a mão-de-obra e a aumentar o mercado consumidor. Passaram a
exportar também a sua tecnologia e como conseqüência tiveram uma maior
exploração, subordinação e endividamento externo desses países. Portanto,
podemos perceber uma nítida diferença entre a urbanização ocorrida nos países
desenvolvidos e nos países subdesenvolvidos.
Na maioria das cidades dos países subdesenvolvidos os governantes oferecem
péssima qualidade de vida para parte significativa de seus habitantes. Muitos
dos benefícios urbanos não são acessíveis a todos e apenas a elite econômica
pode usufruí-los.
Assim, a luta pela sobrevivência da maior parcela dos habitantes das cidades é
cruel: faltam transportes coletivos, empregos, moradias, saneamento básico, os
salários são aviltantes, etc. Em conseqüência disso, proliferam entre outros
problemas a mendicância, o subemprego, o abandono de crianças, a exploração
do trabalho infantil e todo o tipo de violência urbana que tanta insegurança traz
à sociedade em geral.
Nos países desenvolvidos que apresentam grande expansão econômica
(industrial, comercial e financeira), parcelas significativas da população não se
beneficiam desse crescimento, existindo também a segregação étnica e
econômica dos menos favorecidos. Por exemplo, em muitas cidades norteamericanas, os descendentes de africanos e de latino americanos vivem em
bairros mais pobres sofrendo as mais diversas discriminações, na mesma lógica
da maioria das populações nos países subdesenvolvidos.
Em todos os países subdesenvolvidos, uma parte da população urbana ocupa
desordenadamente as várzeas, morros, encostas, originando favelas que não
contam com serviços adequados de infra-estrutura urbana.
Para Villaça (1997, p.3) “O espaço urbano é um produto muito peculiar do
trabalho humano. Ele é um produto não internacional resultante da produção de
milhares de valores, por milhares de trabalhadores e milhares de proprietários de
meios de produção: edifícios, ruas, redes, praças. O espaço urbano, entretanto,
tem um valor próprio que não se confunde nem com o valor desses produtos
nem com sua soma. É o valor da localização. As classes sociais disputam entre si
a ocupação das localizações mais valiosas da cidade, quer para residência, quer
para negócios. Nessa disputa as classes sociais não se apropriam de uma mais
valia como ocorre no local do trabalho. Apropriam-se do próprio valor
(cristalizados em terrenos). Através da propriedade desse valor, elas capturam
parte do valor do trabalho social despendido na produção da cidade toda, o qual
se materializa na valorização do terreno”.
Qual é a chance que as populações de menor poder aquisitivo têm de saírem
vitoriosos nessa disputa? Nenhuma
A fome e a miséria são inevitáveis. De acordo com Santos (2005, p.58-59) “Seja
qual for o ângulo pelo qual se examinem as situações características do período
atual, a realidade pode ser vista como uma fábrica de perversidade. A fome
deixa de ser um fato isolado ou ocasional e passa a ser um dado generalizado e
permanente”.
Portanto, é uma corrida desleal levada sob o ponto de vista moral e social. No
entanto, sob o ponto de vista da economia capitalista excludente, está dentro da
mais absoluta normalidade, pois, quem deverá ser o vitorioso é o melhor
estruturado e organizado. A lei da sobrevivência natural prevalece sobre a social
– ou seja, vale a lei do mais forte.
A violência urbana é uma das principais conseqüências dessa organização sócioespacial injusta imposta pelas elites de maior renda e de maior poder aquisitivo.
Resta para as populações menos favorecidas organizar-se através de suas
lideranças e tentar resolver esse problema.
No entanto a elite acaba sendo um vítima do que cria, com tanta exclusão social.
Para mudar esta situação caótica criada pelos governantes das elites
dominantes, com um certo consentimento das classes dominadas, elas precisam
conseguir colocar (via democrática – eleições) nas diversas instâncias
governamentais (federal, estadual e municipal) representantes que defendam e
implementem políticas públicas que vem ao encontro dos interesses de toda a
população, inclusive, mas não sobretudo da elite econômica e política
dominante.
Pois, se as políticas públicas a serem implementadas pelas lideranças escolhidas
pelas atuais classes subalternas, ao assumir o poder, não atendem a todos,
inclusive os de maior renda, apenas ocorrerá uma inversão, onde dominados
passaram a dominar e vice-versa.
Dessa forma perpetuar-se-ia a eterna luta de classes sociais antagônicas do
mundo capitalista atual muito bem explicada por Marx no seu livro “O Capital”.
Sítio
Título do Sítio: Viver Cidades - ONG
Disponível em (endereço web):
http://www.vivercidades.org.br/publique222/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=21
Acessado em (mês.ano): Outubro/2008
Comentários:
ViverCidades é uma organização não-governamental, voltada para a capacitação
de quadros e a idealização e desenvolvimento de soluções relacionadas a
políticas públicas, urbanas e regionais. Reúne uma equipe de profissionais de
várias especialidades: urbanistas, sociólogos, administradores, arquitetos,
engenheiros, economistas e profissionais de outras áreas que tiveram a rara
oportunidade de intervir, objetivamente, na administração urbana, além de
acumular experiências anteriores no magistério, estudos, pesquisas, projetos, e
participar ativamente em órgãos de classe e na execução de obras. Neste site
encontramos várias teses Uma sugestão de leitura é da Tese "Novas
centralidades e expansão intra-urbana" de autoria de José A. R. da Silveira e
Edson L. Ribeiro
Título do Sítio: IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Disponível em (endereço web): http://www.ibge.gov.br/home/
Acessado em (mês.ano): Agosto/2008
Comentários:
Site do Instituto Brasileiro de geografia e Estatística (IBGE) onde podemos
encontrar vários dados importantes sobre o perfil populacional brasileiro.
Podemos encontrar diversos temas como: indicadores sociais; indicadores sociais
mínimos; síntese de indicadores sociais; economia informal urbana entre outros
assuntos relacionados ao tema: segregação sócio-espacial urbana.
Título do Sítio: IBAM - Instituto Brasileiro de Administração Municipal
Disponível em (endereço web):
http://www.ibam.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm
Acessado em (mês.ano): Outubro/2008
Comentários:
O IBAM é uma organização de natureza não-governamental, sem fins lucrativos,
vocacionada para o fortalecimento do governo municipal, sob a ótica de uma
sociedade democrática, cujos objetivos abrangem o estudo, a pesquisa e a busca
de solução dos problemas municipais e urbanos, no quadro do desenvolvimento
regional e nacional. O Instituto é reconhecido como uma instituição de utilidade
pública pelo Governo Federal e pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro.
Também é reconhecido como uma instituição de fins filantrópicos pelo Conselho
Nacional de Serviço Social. Natureza das ações As ações executadas junto às
Prefeituras e Câmaras Municipais, órgãos dos governos municipais, estaduais e
federal e instituições nacionais e estrangeiras têm a seguinte natureza: Estudos
e Pesquisas; Consultoria Técnica e Ensino
Título do Sítio: OKARA: Geografia em Debate
Disponível em (endereço web):
http://www.ies.ufpb.br/ojs2/index.php/okara/article/view/1246/925
Acessado em (mês.ano): Setembro/2008
Comentários:
Este artigo de autoria de Silvia Regina Pereira, publicado na “Revista Okara:
Geografia em Debate” procura discutir vários elementos pertinentes ao tema
acessibilidade. Segundo a autora a estruturação urbana nas cidades capitalistas
interfere no cotidiano dos citadinos à medida que estes necessitam locomover-se
constantemente para realizarem as mais diversas funções e atividades, e para
adquirir bens e serviços, os quais se encontram dispersos nesse espaço e são
necessários à reprodução da vida. Dessa forma, a situação espacial de cada um
pode facilitar ou dificultar esses deslocamentos intra-urbanos. Associado a ela
está o poder aquisitivo que definirá os meios de locomoção a serem utilizados
para que ocorram o uso e a apropriação do espaço urbano.
Sons e Vídeos
Categoria: Vídeo
Título:
Violência Urbana
Direção:
Associação Nacional dos Procuradores da República
Produtora:
Associação Nacional dos Procuradores da República
Duração (hh:mm):
00:24
Local da Publicação:
Brasília
Ano:
2007
Disponível em (endereço web):
http://www.anpr.org.br/portal/index.php?option=com_content&task=view&id=45
8&Itemid=155
Comentário:
O programa Ação Pública é produzido pelo Departamento de Comunicação da
ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) e visa difundir a
atuação do Ministério Público Federal em defesa da democracia, da justiça e da
sociedade.
Este vídeo trata de um tema que preocupa a todos os brasileiros: o aumento da
violência urbana.
O programa traz a preocupação dos moradores das grandes cidades que se
sentem reféns dos criminosos.
Segundo a conclusão de especialistas e integrantes do Ministério Público ouvidos
pela equipe do programa “Ação Pública”, a violência urbana é apenas a
conseqüência mais sensível de um complexo fenômeno social, cuja discussão
passa pela questão da exclusão e da falta de oportunidades principalmente de
jovens e crianças das classes menos favorecidas.
A questão da violência na repressão policial também é tratada no programa.
Categoria: Vídeo
Título:
Cidade dos Homens
Direção:
Paulo Morelli
Produtora:
GLOBO FILMES e FOX FILMES
Duração (hh:mm):
01:50
Local da Publicação:
Ano:
2007
Disponível em (endereço web):
http://www.cidadedoshomens.com.br/pt/
Comentário:
Dois amigos que cresceram em uma favela carioca fazem 18 anos e encaram as
primeiras dificuldades da vida adulta.
Acerola (Douglas Silva) tem um filho de dois anos para criar. Acostumado à
liberdade, se sente amarrado pelo casamento e lamenta a paternidade precoce.
Para Laranjinha (Darlan Cunha) , o problema não é ser pai. Mas não ter um pai.
Decidido a encontrar o seu, ele começa a remexer o passado.
Enquanto a dupla tenta resolver seus problemas, uma guerra sacode o perigoso
mundo do tráfico a sua volta.
O dono do morro, Madrugadão (Jonathan Haagensen), primo de Laranjinha,
perde o posto para o ex-braço direito, Nefasto(Eduardo Br.)
Na confusão, os dois amigos vão ter de fugir de casa e acabaram descobrindo
uma verdade que, de tão incômoda, ameaça separá-los.
Categoria: Vídeo
Título:
Cidade de Deus
Direção:
Fernando Meirelles
Produtora:
GLOBO FILMES e MIRAMAX INTERNATIONAL
Duração (hh:mm):
02:15
Local da Publicação:
Ano:
2002
Disponível em (endereço web):
http://cidadededeus.globo.com/
Comentário:
O principal personagem do filme Cidade de Deus não é uma pessoa. O
verdadeiro protagonista é o lugar. Cidade de Deus é uma favela que surgiu nos
anos 60, e se tornou um dos lugares mais perigosos do Rio de Janeiro, no
começo dos anos 80.
Para contar a estória deste lugar, o filme narra a vida de diversos personagens,
todos vistos sob o ponto de vista do narrador, Buscapé.
Este, um menino pobre, negro, muito sensível e bastante amedrontado com a
idéia de se tornar um bandido; mas também, inteligente suficientemente para se
resignar com trabalhos quase escravos.
Buscapé cresceu num ambiente bastante violento. Apesar de sentir que todas
as chances estavam contra ele, descobre que pode ver a vida com outros olhos:
os de um artista. Acidentalmente, torna-se fotógrafo profissional, o que foi sua
libertação.
Buscapé não é o verdadeiro protagonista do filme: não é o único que faz a
estória acontecer; não é o único que determina os fatos principais . No entanto,
não somente sua vida está ligada com os acontecimentos da estória, mas
também, é através da sua perspectiva que entendemos a humanidade
existente, em um mundo aparentemente condenado por uma violência infinita.
Categoria: Vídeo
Título:
Tropa de Elite
Direção:
José Padilha
Produtora:
Universal
Duração (hh:mm):
01:58
Local da Publicação:
Ano:
2007
Disponível em (endereço web):
http://tropadeeliteofilme.com.br/
Comentário:
Rio de Janeiro (1997) - Nascimento (Wagner Moura), capitão da Tropa de Elite do
Rio de Janeiro é designado para chefiar uma das equipes que têm como missão
“apaziguar” o morro do Turano por um motivo que ele considerava insensato.
Mas ele tem que cumprir as ordens enquanto procura um substituto.
Pressionado, o capitão sente os efeitos do estresse.
Neste clima, é chamado para mais uma emergência num morro. Em meio a um
tiroteio e um baile funk, nascimento e sua equipe têm que resgatar dois
aspirantes a oficiais da PM: Neto (Caio Junqueira) e Matias (André Ramiro).
Ansiosos por entrar em ação e impressionados com a eficiência de seus
salvadores, os dois se candidatam ao curso de formação da tropa de Elite.
Proposta de Atividades
Título: Segregação Sócio-espacial
Texto:
Fazer uma pesquisa de campo (visitas a famílias) em relação a organização
socioespacial urbana, originando bairros pobres, nobres,condomínios fechados,
etc.
Numa pesquisa bibliográfica, relacionar as causas e as conseqüências
provocadas pelo modelo capitalista excludente imposto pelos colonizadores
europeus aos povos localizados, principalmente, em áreas inter-tropicais
obrigando-os a acatar as suas ideologias e a cultura considerada superior em
troca das suas riquezas naturais.
Fazer uma análise, em sala, para entender como se constituiu o espaço
geográfico da cidade, e um resgate histórico. Afinal, os alunos devem entender
de que as relações sociedade-natureza são movidas pela produção da
materialidade necessária, para a existência humana, e pelas relações sociais e
de trabalho que organizam essa produção.
Os alunos, devem buscar fontes, através de uma pesquisa bibliográfica, que
explicam forma e função da paisagem da área visitada e os diferentes tipos de
vegetações encontradas e devem ser incentivados a conhecer e a reconhecer as
transformações históricas observadas no trajeto percorrido.
Os alunos podem mapear a área visitada e fazer entrevistas com pioneiros,
compara-las e interpretá-las na sua evolução histórico-geográfica (que
mudanças foram provocadas pela urbanização).
Fazer uma palestra com o responsável pela segurança pública do município,
enfatizando as causas do aumento da violência urbana, em Toledo, nos últimos
anos e que providencias reais as autoridades competentes estão adotando para
reverter ou pelo menos amenizar a situação.
Imagens
Comentários e outras sugestões de Imagens:
Várias imagens podem ilustrar as condições precárias de vida na favela.
A primeira foto é da cidade "Maravilhosa" um dos maiores exemplos de cidade
onde a presença da favela é muito marcante. Na cidade do Rio de Janeiro
existem centenas de favelas, sendo as condições de segregação sócio-espacial
gigantescas.
Na segunda foto, observamos bem o contraste entre a Favela Paraisópolis e o
bairro do Morumbi na cidade de São Paulo, outra grande metrópole brasileira
assolada com a falta de moradia e a presença de favelas. Nesta foto fica bem
evidenciada a presença dos barracos e a linha divisória com um edifício de alto
padrão do Morumbi, inclusive com as piscinas nas sacadas dos apartamentos.
Por fim a última foto também da cidade de São Paulo (Metrópole Nacional), nos
ilustra um grande contraste social. Ao fundo observamos a concentração de
grandes edifícios comerciais e residenciais em relação a presença da favela,
onde é notório a falta de condições das moradias na favela.
Sugestão de Leitura
Categoria: Outros
Sobrenome:
Nome:
Título:
Outras referências bibliográficas
Disponível em (endereço WEB):
Data de Publicação (mês.ano):
Novembro/2008
Comentários:
CORRÊA, Roberto Lobato. O Espaço Urbano. São Paulo: Ática, 1999.
GEORGE, Pierre. Geografia Econômica. São Paulo: Difel, 1961.
LAGO, Luciana Corrêa do. Trabalho: Divisão Sócio-Espacial e Mobilidade
Residencial: reprodução ou alteração das fronteiras espaciais? Rio de Janeiro:
IPPUR/UFRJ (Projeto Observatório de Políticas Urbanas e Gestão Municipal - Fase),
2000.
LAGO, Rudolfo, COSTA, Octávio. Chega de fachada. Entrevista: Tarso Genro. São
Paulo, Revista Isto É, ed.2016, 25 jun. 2008.
_________. Por uma geografia nova. 3.ed. São Paulo: Hucitec, 1986.
________. A urbanização desigual: a especificidade do fenômeno urbano em
países subdesenvolvidos. Rio de Janeiro: Vozes, 1980.
SANTOS, Milton, SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: Território e Sociedade no Início
do Século XXI. 8.ed. Rio de Janeiro: Record, 2005.
SPOSITO, M. E. B. Capitalismo e Urbanização. 2.ed. São Paulo: Contexto, 1989.
VESENTINI, José William. Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Ática, 2008.
VILLAÇA, Flávio. Espaço Intra Urbano no Brasil. 2.ed. São Paulo: Studio Nobel,
2001.
________. Efeitos do Espaço sobre o Social na Metrópole Brasileira. In: Anais do VII
Encontro Nacional da ANPUR. Recife, 1997.
Categoria: Livro
Sobrenome:
da Costa Gomes
Nome:
Paulo Cesar
Título do Livro:
Geografia e modernidade
Edição:
5
Local da Publicação:
Rio de Janeiro
Editora:
Bertrand
Disponível em (endereço WEB):
Ano da Publicação:
2005
Comentários:
Nesta obra o autor tenta comprovar que a busca pela modernidade não se faz
apenas pela adequação temática, ou do conteúdo geográfico, mas sim e
sobretudo pela forma como o discurso, que busca sua legitimidade na idéia de
modernidade, se organiza em uma certa estrutura, repetitiva e esquemática.
Ainda de acordo com o autor a estrutura desse discurso utiliza a metáfora da
estrutura das revoluções, e pretende, tal qual a interpretação desses fatos na
historiografia - revoluções diversas: industrial, agrícola, científica, etc., vistas
como momentos de ruptura fundamental, originando novos tempos, novos
momentos, originais e únicos na edificação do conhecimento geográfico. E tenta
mostrar que existem mitos da modernidade e uma dualidade nos discursos dos
fundadores da geografia moderna.
Categoria: Livro
Sobrenome:
Santos
Nome:
Milton
Título do Livro:
Por uma outra globalização - do pensamento unico à
consciência universal
Edição:
12
Local da Publicação:
Rio de Janeiro
Editora:
Record
Disponível em (endereço WEB):
Ano da Publicação:
2005
Comentários:
Nesta obra Milton Santos aborda a globalização como fábula, como perversidade
e como possibilidade aberta ao futuro de uma nova civilização planetária.
Os líderes de maior influência política e econômica desta nova fase da
globalização reservam-se os melhores pedaços do território local, regional,
nacional ou internacional e deixam os restos para os outros. Enfatiza que a
grande perversidade da produção da globalização atual não reside apenas na
polarização das riquezas e da pobreza, na segmentação dos mercados e das
populações submetidas, nem mesmo na destruição da natureza. A novidade
aterradora reside na tentativa empírica e simbólica de construção de um único
espaço unipolar de dominação.
Essa globalização provoca uma resistência de parcela significativas da
humanidade a partir de seus distintos lugares. No Brasil provoca uma
conpartimentação e fragmentação do espaço.
Categoria: Livro
Sobrenome:
Santos
Nome:
Milton
Título do Livro:
A natureza do espaço
Edição:
4
Local da Publicação:
São Paulo
Editora:
Edusp
Disponível em (endereço WEB):
Ano da Publicação:
2006
Comentários:
Nesta obra o autor relaciona o espaço a um conjunto indissociável de sistemas
de objetos e de sistemas de ações. É com base nessa idéia e nas noções de
técnica e de tempo, de razão e de emoção que é proposta a construção de um
sistema de pensamento que busca entender o espaço geográfico na passagem
do século e, paralelamente, alcançar a crença em um futuro melhor para todos
os homens. Contrapondo-se à realidade de um mundo movido por forças
poderosas e cegas, impõe-se "a força do lugar", capaz de antepor-se pela sua
diversidade humana, ao processo perverso da globalização atual.
Aborda também a diversificação da natureza à divisão territorial do trabalho.
Categoria: Periódico
Sobrenome:
Lago
Nome:
Rudolfo
Sobrenome Autor:
Costa
Nome Autor:
Octávio
Nome do Periódico:
IstoÉ
Local da publicação:
São Paulo
Volume:
Número:
2016
Disponível em (endereço WEB):
http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2016/artigo93381-1.htm
Data de Publicação (mês.ano):
Junho/2008
Comentários:
Como todo bom gaúcho, o ministro da Justiça, Tarso Genro, revela uma
disposição incomum para comprar brigas. A mais recente é um novo estatuto
para a presença e atividades de estrangeiros no Brasil, que, antes mesmo de
entrar em vigor, já provoca controvérsia.
Categoria: Livro
Sobrenome:
Câmara dos Deputados
Nome:
BRASIL
Título do Livro:
Estatuto da Cidade: guia para implementação pelos municípios
e cidadãos
Edição:
1
Local da Publicação:
Brasília
Editora:
CDI - Câmara dos Deputados
Disponível em (endereço WEB):
Ano da Publicação:
2001
Comentários:
Este é um guia do Estatuto da Cidade
Categoria: Livro
Sobrenome:
Lago
Nome:
Luciana Corrêa do
Título do Livro:
Trabalho: Divisão Sócio-Espacial e Mobilidade Residencial
Edição:
1
Local da Publicação:
Rio de Janeiro
Editora:
IPPUR/UFRJ
Disponível em (endereço WEB):
Ano da Publicação:
2000
Comentários:
LAGO, Luciana Corrêa do. Rio de Janeiro: IPPUR/UFRJ (Projeto Observatório de
Políticas Urbanas e Gestão Municipal - Fase), 2000.
Categoria: Livro
Sobrenome:
Gomes
Nome:
Paulo César da Costa
Título do Livro:
Geografia e Modernidade
Edição:
5
Local da Publicação:
Rio de Janeiro
Editora:
Bertrnad Brasil
Disponível em (endereço WEB):
Ano da Publicação:
2005
Comentários:
Este livro percorre momentos fundamentais da relação entre o projeto da
modernidade e a construção de uma ciência geográfica.
Seu objetivo é, antes de mais nada, mostrar que o moderno se fundamenta
através de um discurso e que sua estrutura é recorrente não só na interpretação
dos fatos, como também na forma como a geografia apresenta seus principais
debates epistemológicos.
A identidade geral da modernidade é vista sob um novo ângulo, e diversos
autores clássicos da geografia são reexaminados à luz dessa nova interpretação.
Categoria: Livro
Sobrenome:
George
Nome:
Pierre
Título do Livro:
Geografia Econômica
Edição:
1
Local da Publicação:
São Paulo
Editora:
Difel
Disponível em (endereço WEB):
Ano da Publicação:
1961
Comentários:
Livro Clássico da Geografia, que procura discutir vários temas:
Geografia Econômica
Geografia Humana
Economia Política
Economia e Indústria
Economia Agrícola e
Comércio e Circulação
Categoria: Livro
Sobrenome:
Corrêa
Nome:
Roberto Lobato
Título do Livro:
O Espaço Urbano
Edição:
1
Local da Publicação:
São Paulo
Editora:
Ática
Disponível em (endereço WEB):
Ano da Publicação:
1999
Comentários:
O presente estudo aborda a cidade.
Trata de um tema que é extremamente caro aos diversos estudiosos da
sociedade, historiadores, sociólogos, economistas, antropólogos, urbanistas e
geógrafos, entre outros.
A temática interessa também aos planejadores e políticos e àqueles que detém
alguma fração do capital, seja ele financeiro, industrial, comercial, fundiário ou
imobiliário. Interessa a todos os habitantes da cidade, entre eles os ativistas das
associações de bairro.
O livro conceitua o que é espaço urbano e quem são os agentes responsáveis
pela produção do espaço urbano. Procura discutir também os processos e formas
espaciais, como a centralização e a descentralização. E discute também a
questão da segregação e classes sociais.
Categoria: Livro
Sobrenome:
Athaíde
Nome:
Celso
Sobrenome Autor:
Bill
Nome Autor:
MV
Título do Livro:
Falcão - Meninos do Tráfico
Edição:
1
Local da Publicação:
Rio de Janeiro
Editora:
Objetiva
Disponível em (endereço WEB):
Ano da Publicação:
2006
Comentários:
O livro relata sobre a Segurança Pública - racismo, repressão policial e a
importância do Hip Hop para a juventude que vive nas favelas.
Destaca que muitos jovens precisam trabalhar ou se submeter ao tráfico para
sustentar a sua família e que a má distribuição da renda é a principal
responsável pela violência e as injustiças sociais brasileiras.
Categoria: Livro
Sobrenome:
Soares
Nome:
Luis Eduardo
Sobrenome Autor:
Baptista
Nome Autor:
André
Sobrenome Autor:
Pimentel
Nome Autor:
Rodrigo
Título do Livro:
Elite da Tropa
Edição:
1
Local da Publicação:
Rio de Janeiro
Editora:
Objetiva
Disponível em (endereço WEB):
Ano da Publicação:
2006
Comentários:
Relaciona a existência de esquemas políticos (poder) com a corrupção e a
violência nas favelas.
Mostra o intrincado jogo de interesses de lideranças públicas na adoção das
políticas de "segurança".
Denuncia o esquema e os interesses, para não resolver os problemas nas
favelas, para um pequeno grupo manter os seus privilégios e regalias e garantirse no poder eternamente em troca de vidas humanas ceifadas por balas
perdidas entre policiais e traficantes.
Notícias
Categoria: Jornal on-line
Sobrenome:
Nome:
*Título da Notícia/Artigo:
Fuga dos centros urbanos para cidades menores é
tendência latina, diz ONU
*Nome do jornal: Bom dia Brasil
Disponível em (endereço WEB):
*Acessado em (mês.ano):
Outubro/2008
Comentários:
A reportagem analisa a situação das cidades e as tendências futuras.
Cidades brasileiras estão entre as mais desiguais do mundo
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM900638-7823CIDADES+BRASILEIRAS+ESTAO+ENTRE+AS+MAIS+DESIGUAIS+DO+MUNDO,00.
html
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Categoria: Revista on-line
Sobrenome:
Encarnação Beltrão Sposito
Nome:
Maria
*Título da Notícia/Artigo:
Reestruturação urbana e segregação socioespacial
no interior paulista
*Nome da revista:
Revista Eletrônica de Geografia e Ciências Sociais
Disponível em (endereço WEB):
http://www.ub.es/geocrit/sn/sn24511.htm#_edn1
*Acessado em (mês.ano):
Outubro/2008
Comentários:
A notícia analisa as reestruturações urbanas (escala interurbana) e da cidade
(intra-urbana) no contexto das necessidades e do interesse do capitalismo
internacional envolvendo a produção e a organização do espaço urbano.
Destaques
Título: O Buraco do PAC
Fonte: Revista ISTOÉ - 02 de julho de 2008 - n.2017 (p.42)
Texto:
"Ministério das cidades é alvo de devassa pela PF por causa de projetos
fraudulentos. E o ministro Márcio Fontes admite que não tem como controlar
funcionários corruptos."
O Ministro das cidades, Márcio Fortes, admitiu que sua pasta é vulnerável da
ação de funcionários desonestos e que o controle para uma fiscalização é
comprometida devido a inexistência de um setor específico nos investimentos
em saneamento e habitação. Muitos projetos fraudulentos tem participação
direta de funcionários dos Ministérios das Cidades, de acessores ds Scretarias de
Saneamento , de Construtoras, de Deputados, etc.
A população é prejudicada por esses governantes irresponsáveis e engajados
apenas em defender os seus interessesdos e de seus aliados em detrimentos
dos interesses e necessidades coletivas. Ela tem a sua parcela de culpa por que
não exige dos seus representantes legais ações concretas para mudar essas
situações vergonhosas. O próprio ministro das cidades admite: "muitas vezes,
tenho que me submeter a indicações políticas"
http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2017/artigo94102-1.htm
Título: A mão pesada do exército e o exército e as urnas
Fonte: Revista ISTOÉ - 25 de junho de 2008 - n.2016 (p.28 a 34)
Texto:
"Violência contra civis em favela do Rio e morte de Cadete na Aman (da
academia militar das agulhas negras) revoltam a população e reacendem
debates sobre o papel dos militares".
A reportagem retrata os passos de uma barbárie numa das favelas do Rio de
Janeiro onde, no dia 14 de junho, 3 jovens são detidos por soldados no morro da
Providência e o tenente Ghidetti e seus comandados entregaram-os para
traficantes da facção ADA (Amigos dos Amigos), no morro da Mineira e foram
embora sob os ecos dos gritos desesperados dos jovens que pediam: "Pelo amor
de Deus, eles vão nos matar". Após a sua execução os jovens foram encontrados
num lixão de gramacho em Duque de Caxias.
O morro da Mineira é controlado por bandidos da facção ADA, inimiga do
Comando Vermelho (CV), que domina a Providência a muitos anos. A rivalidade é
extrema, a ponto de moradores de um bairro não poder freqüentar locais
controlados por seus inimigos. Os militares estavam na favela apenas para
garantir o bom andamento das obras de um projeto eleitoreiro, chamado
Cimento Social, que nada mais era do que reformar os telhados e as fachadas
das moradias e não com o entuito de protejer a população ou combater o tráfico
de drogas.
A violência gera mais violência. Isso é comprovado. Pois, após ações mais rígidas
e violentas adotadas pelo governo do Rio de Janeiro, o número de óbitos diários
aumentou significativamente e em contrapartida o número de assaltos também.
No Rio, o número de mortes violentas é maior do que em Bagda. Os militares
não são um "exército de salvação nacional". É preciso adotar políticas públicas
geradoras de renda e empregabilidade de pessoas mais pobres e punições
severas para todos que infringem a lei independente de seu cargo, de sua
amizade ou a que classe social pertença.
http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2016/artigo93555-1.htm
Paraná
Título: Classes dominantes do Paraná
Texto:
Em 2001, o professor da universidade Federal do Paraná, Ricardo Costa de
Oliveira editou o livrom"O Silêncio dos Vencedores", onde aborda a formação,
ação e representação da classe dominante do Paraná e sua relação com o
aparelho do Estado.
Trata-se de uma restrita elite política integrada por apenas 6 grupos familiares
hegemônicos e que permanecem no exercício ou com algum vínculo direto ou
indireto ao poder público paranaense até os dias atuais.
A organização, estruturação ou reestruturação da rede urbana é um reflexo da
adoção de políticas públicas provocando uma divisão territorial do trabalho e de
seu processo de ocupação.
Os fatores relacionados estão atrelados a produção, suas relações sociais, ao
poder aquisitivo dos trabalhadores, sua localizalção geográfica, aos níveis de
circulação e interações sócioespaciais. Todos estão intimamente ligados aos
interesses capitalistas das classes dirigentes e seus objetivos primordiais da
redução dos custos de produção e o aumento indiscriminado dos lucros que por
sinal é a essência do capitalismo.
A rede urbana do norte do Paraná até 1960 foi organizada seguindo a orientação
do sistema de transporte rodoviário ou ferroviário, demonstrando sua
importância diante de uma economia caracterizada fundamentalmente agrícola
destinado ao mercado externo.
A rede urbana possibilita o investimento e o reinvestimento dos lucros
acumulados em outras atividades produtivas ou em áreas definidas onde a
perspectiva de retorno é maior.
Infelizmente os investimentos públicos são diferenciados, privilegiando alguns
lugares em detrimento de outros, gerando áreas urbanas cada vez mais
segregadas. E de acordo com Santos(1985) "na medida em que a rede urbana
constitui-se em uma dimensão socioespacial da sociedade, sua análise pode ser
realizada através das categorias estrutura, processo, função e forma."
Os municípios pólos do Paraná estão inchando nas últimas décadas, pois as
pessoas vêm saindo (são expulsas por diversos fatores) das áreas rurais e das
pequenas cidades "alojando-se" nos centros urbanos regionais ou nas cidades de
níveis hierárquicos superiores. Provocando de um lado o inchaço e seus infinitos
problemas decorrentes e, de outro, cidades "latinha"( pois estabelecimentos
comerciais, industriais, financeiros fecharam) e automaticamente provocando a
emigração populacional.
A educação, o controle coerente e a adoção de políticas públicas urbanas são
fundamentais na organização e estruturação das áreas urbanas. Não adianta
fazer desapropriações, nem formas de drenagem, reacentamentos,sem um
controle rigoroso e um acompanhamento com medidas adequadas implantadas
relativas ao crescimento das cidades e das ocupações das áreas urbanas.Deverá
haver um planejamento a médio e longo prazo prevendo a expansão da
urbanização, levando em consideração as necessidades primordiais dos seus
habitantes.
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Proposta N°8490 Situação do OAC: 8 Autor: FRANCISCO ANTONIO