46 a tÍ% a (J (n ËT ffiMWWWWffi ffie% ffi%wffiffitue% POR a MIGUELAZE\íEDO s* HELDERMOUTINHO rl, t AW '1987"UM A-LBUM O FADISTA REGRESSA COM ÕurÉScnEVEU EM PABCERIA CoM JoAo M9NGE, ÈroRO CAMpOS E JOSE FIALHO GOUVETA "QUEM ESGREVE AèABA SEIT'IPREPOR ESCREVER SOBRESI'' ptoupordaraeste disco o título .1987'.Oqueéque aconteceu de tão que a ideia surgiu no final de zPll;' quando começou a compor a cançao E-u olho,pata o pa9sado.,,semprè de uma formacônskutiva'N eaólhonempara ver o passado com sáudosiSmo nem Para o comos vários asPetos dacrisemun* futuro com grande expectativa' pata não que tinha 'Venho de Um TbmPot, a dls: sofrer por antecipação. importantenasua dial. Isso quer dizer que este é urn vidanesseano? Este disco até era cocondicionado? E Condicionado não digo, mas este é um disco que começa com um tema de reflexão em que eu faço uma comParação ser'inteiraménte:sobie mirn e porque achei graça ao facto de contar uma his- para se chamar 'Era uma vez o Amorl mas depois de convidar o ioão Monge, o |osé Fialho Gouveia e o Pedro Campos, cheguei à conclusão que este álbum servia para refletir sobre a vida, sobre nós. Finalmente, quando escolhi a foto para a capa' entre os dias da liberdade da minha adolescência, do pós-25 de Abril e dos porquê mais três cnnvidâ4ioa? Porqueacheiqueeste disêo não tinha de tóría em quatro poemas. Isso resuÌtou atualidade que maravilhosos anos 80, com em que, cada vez mais, sinto que se perderam uma séríe de valores. Mas isto não é só em Portugal. É em todo o Mundo. E este disco visa recordar um pouco num disco conceptual, de quatro poetas que contam quatro histórias em quatro poemas. Mas porquê estas três Pessoas? anoderg87? isso, o tempo em que nós só nos preocupávamos em sermos uns para os outros, o que no fundo é a liberdade. Porque o |oão Monge iá conheço há muito tempo e sempre disse que haveria de o ter num disco meu. O Pedro Campos decidi convidá-1o poÍque tem um trabalho muito interessante e foi ele que me falou do losé Fialho Gouveia. É engraçado porque eu sou amigo do Zé há muito temPo' mas nem sequer fazia é umaimagemminha, pensativa e de reflexão, percebi então que não podia ter esse título. Não tinha nada a ver. Mas, afinal, o que é que se Passou no Acho que todos nós, na nossa vida, temos uma época ou um ano que nos marcâm muito e que até nos definem como seres humanos. Para além desse ter sido o ano em que fiz t8 anos, foi também o ano em que comecei a escrever para fado. Foi em rg87 que eu decidi'Ok, é isto que eu quero ser e fazer!1 Foi um ano em que se reuniram uma série de fatores e valotes determinantes. Há sempre um temPo certo na vida de um homem. O meu foi em 1987. Na nota introdutória deste disco diz a Era dificil tugir a um disco bioglâfi- co, então? Sim. Quando cheguei ao quarto tema cheguei também à conclusão que fazia todo o sentido que este disco contasse uma pequenina história de um total de quatro histórias que gostava de contar. Eu acho que quem escreve acaba sempre por escrever sobre si' Aqui faço-o é de forma mais assumida. Este disco conta de onde eu venho, o que passei e onde eu estou' De forma saudosista ou não? ideia de que ele escrevia. E que fio condutor existe entre estes quatropoetas? Acho que o fio condutor é as reÌações humanas. Todos os fados falam dessatemáticae eu acabeipor me identiÍicar comtodos eles. Caso contrário, não conseguiria cantar nenhum desses textos. Hoje sinto cada poema daqueles como se fosse meu' a (J cn o 48 ELBUNN a DEMEMónns ffi HELDER MOUTINHO NASCEU A 21 DE FEVEREIRO DE 1969, EM OEIRAS ESTREOU-SE EM 1999 E ATUALN/ENTE FAZ PARTE DO QUTNTETO LTSBOA w b4 cW& a L) (n o Camané, Pedro e Helder Moutinho O fadista cumpriu o serviço militarem Setúbal, em1989 Num espectáculo em Lisboa, em 20O6 Este disco abre com óVenho de um correm, a riberdade está a desaparecer. ïbmpolDoqueéquesente-maisfrrta? Épessimistau-t"rffirofuturo? liberdade, e não faro só da rÍberdade Não sei, mas sei que prËcisamos todos de de expressão' Falo de ser Ìivre da refletir robr" o Da ingra- úrró, tidão, da desonestidade, do egoísmo e da falta de solidariedade' Foram valores que eu senti existirem entre o finaldaminhaadoÌescênci^ "orr..rdo de perdermos a liberdade. p.rigo Dedicaestedisco**"prri.r"ebque deveasuaveiafaâistaÌ WW { o { Sim.Eieéogranderesponsá_ ttnnil*;lj*:f; ;:"i:"#"1"'ffi:.ïT sem dúvida. Ainda w*& w www rleâ 'l"i::ïï:ïïffi me lembro que glarúrí,rnos? em qffi# €?t* âWWWwa m * [camané e pedro a " Moutinhol para os &&%,,WWW% escota e a minha reWry& mãe me dizer:,,1e- &wwW,ww_{*ww*mm,& ,f]i:,'r,ï;,:ïã::; vas duas sandes na e ffiee*r*] Ww.ye p".r.ãú.r. era um mochila, criança de ir para uma é para ti outra é para ã no que veio de África e ea meni w &w&ww que ,,ï'iï*:fi]'H;i:nï amador sabia mais de fado precisa de ser ajudado." Antigamentetínhamosessaeducação.Eu r"o,".o,,1j,lïiilli5,Ïli,ïlï,ïïl;ïi: tenho uma fotografia na primária, com seis anos, em que tenho ao meu lado uma miúda com tó que veio da guerra. Antigamente havia esses varores, de nos ajudarmos uns aos outros. Nos dias que do de criatividade múto grande. Depois, eleteveumahistóriadevidamuitointeressante ouvir as e foi muito importante para nós histórias dere. Comoporexemplo? A forma como ele conheceu a minha mãe, nos bailaricos. A minha mãe era de Oeiras e ele era de Lisboa, numa altura em que a distância era muito grande . É muito inìpi rador como eles estiveram casados 50 anos e sempre como se fossem namorados. Eles ainda iam aos fados e eÌe dedicava-Ìhe sempre uma canção. Mesmo na sua fase mais avançada da doença, ele estava sempre mais preocupado com ela. Estes últi_ mos anos foram uma grande lição de vida. Tem editado praticamente de cineo em cinco anos. Sabendo que se move noutras área do mundo da música, na produção e agenciamento, fiea-se sempre com a ideia de que a sua car_ reira nunea é uma prioridade pa_ra si. Everdade? Não. A minha carreira é uma prioridade, mas como manager vejo o Helder Mouti_ nho apenas como mais um artista. A questão é que amhhaatividade não me permi- te fazer um disco de dois em dois anos. por outro lado, eu também gosto de deixar amadurecer bem um disco. Eu acho que um disco tem sempre mais do que dois anos de vida. o