PAÍS Sexta-feira, 1 de julho de 2011 80 ANOS CÓDIGO FLORESTAL Ex-presidente declara-se “muito feliz” com gesto de conciliação da presidente Ivan Richard Fernando Henrique encerra comemorações Celso Junior / AE Andrea Jubé Vianna Da Agência Estado Foi em clima suprapartidário, com direito a reconhecimento público do PT, que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso encerrou ontem, em Brasília, a série de homenagens programadas pelo PSDB para celebrar a passagem de seus 80 anos completados no último dia 18. Depois de o presidente da Câmara, o petista Marco Maia (RS), tê-lo saudado como “um homem de bem, comprometido com o Brasil e com os valores do nosso povo”, foi FHC quem elogiou a presidente Dilma Rousseff, pela carta enviada na passagem de seu aniversário. Mas sugeriu a Dilma que dialogue mais com o Congresso. O homenageado declarouse “muito feliz” com o gesto de conciliação da presidente que, na carta, o reconhecera como um político que “contribuiu decisivamente para a consolidação da estabilidade econômica” no Brasil. Em um discurso emocionado sobre a trajetória de vida do amigo há 46 anos, Serra debitou o Plano Real à “obstinação e persistência” do ex-presidente que tem “alma tolerante com os outros e com as críticas e sempre foi “exemplo de decoro, delicadeza e educação”. Ao final, porém, saudou FHC como presidente que “nunca condescendeu com o mal feito, jamais passou Fernando Henrique discursa no evento em Brasília a mão na cabeça de aloprado e jamais buscou dividir o País”, para espanto dos petistas presentes. Para Fernando Henrique, o Brasil avançou muito, mas ainda tem pela frente o grande desafio de construir uma “sociedade mais decente”, em que o desenvolvimento sustentável alcance todas as pessoas. Ao final, advertiu que não basta o acesso à educação e à saúde pública, é preciso qualificar os serviços e dar o salto de qualidade”. PT - O presidente da Câmara confessou que era difícil tirar votos de Fernando Henrique nas eleições de 1994 e 1998, quando o tucano derrotou Lula. Representante do PT de Lula - que ba- tizou a gestão FHC de “herança maldita” ao assumir a presidência em 2003 - Maia admitiu que o “eleitor reconhecia em seu trabalho um homem comprometido com os interesses maiores do Brasil e do povo”.” Para concluir, Maia ressaltou que PT e PSDB podem “ter divergências de conteúdo e discordância sobre alguns fatos”. Mas destacou que ele e seu partido podem reconhecer no ex-presidente tucano “um homem de bem”. Também compareceram à homenagem o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Marta Suplicy (PT-SP), e o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO). Crítica - Coube ao ex-governador de São Paulo José Serra e ao ex-governador de Minas Gerais, senador Aécio Neves, encerrar a sequencia de homenagens aos 80 anos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na solenidade realizada no Senado. Recuperando-se de um acidente, Aécio enviou uma mensagem em vídeo. Em seu discurso, Serra alfinetou o PT, afirmando que Fernando Henrique “jamais buscou dividir o Brasil, muito pelo contrário, buscou unir”. Numa crítica indireta ao governo do PT e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Serra exaltou a postura do ex-presidente tucano que, segundo ele, não tomou atitudes que a oposição atribui aos petistas, como o “aparelhamento do Estado” e a utilização dos bens públicos como se fossem privados. Numa comparação indireta com o ex-presidente Lula, Serra afirmou que FHC “jamais passou a mão na cabeça de aloprados”, em alusão à tentativa de compra, pelo PT, de um dossiê contra o então candidato a governador de São Paulo em 2006. “Foi sempre um servidor publico em vez de se servir do público, nunca usou expedientes que não fossem republicanos, jamais fez profissão de fé da ignorância”, criticou o tucano. PRESÍDIOS Lei das Cautelares pode tirar da cadeia milhares de presos Felipe Recondo Da Agência Estado Na próxima segunda-feira, entra em vigor a nova Lei das Cautelares, que permite ao juiz aplicar, além de prisão ou liberdade, outras medidas a suspeitos de crimes. Dependendo da decisão judicial, dezenas de milhares de pessoas que hoje estão presas poderão ser liberadas e aguardar em liberdade o julgamento de seus processos. Ao mesmo tempo, juízes poderão impor limites e obrigações para quem não for preso e evitar prisões desnecessárias. A Lei 12.403 prevê que o juiz poderá determinar que o suspeito se apresente periodicamente em juízo, permaneça em casa durante a noite ou em dias de folga, proíba que ele frequente determinados lugares ou mantenha contato com certas pessoas, suspenda o exercício de função pública ou a atividade econômica do suspeito, determine a internação provisória ou o monitoramento eletrônico do acusado. A nova lei pode reduzir a superlotação nos presídios. Dados de 2009 do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), vinculado ao Ministério da Justiça, mostram que a população dos presídios hoje é de 451 mil pessoas - 44% deles estão em prisão preventiva, justamente o alvo da lei. Mutirões carcerários do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) também revelaram que muitas dessas prisões seriam desnecessárias e ilegais. O custo para o estado também cairia. O governo estima CIMI que a prisão preventiva custa para os cofres públicos R$ 1,8 mil Pela nova lei, a medida mais cara é o monitoramento eletrônico, com custo aproximado de R$ 600 por mês. De acordo com o CNJ, não há nenhum dado estatístico confiável que possa prever quantos presos poderão agora aguardar em liberdade o julgamento. “Mesmo que essas pessoas sejam liberadas é porque não precisavam de fato estar presas”, afirma o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Mais de 25 mil índios morreram em 2010 CHÁVEZ Daniella Jinkings Da Agência Brasil Renato Araujo / ABr Da Agência Brasil A precariedade do sistema público de saúde e a omissão do Estado culminaram na morte de 25,6 mil indígenas em 2010. A conclusão é do relatório Violência contra os Povos Indígenas no Brasil, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), divulgado ontem. Segundo o estudo, faltam medicamentos, estrutura física e pessoal nos distritos sanitários de Saúde Indígena (Dseis) e nas casas do Índio espalhadas pelo país. De acordo com a coordenadora do relatório, Maria Helena Rangel, essas denúncias foram feitas por comunidades que estão total ou parcialmente desamparadas. “As ações do governo estão muito pulverizadas. No entanto, se há um sistema de saúde para a população indígena, esse sistema tem de funcionar direito”. A situação mais crítica, de acordo com o estudo, é no estado de Mato Grosso, onde 15 mil indígenas morreram por falta de atendimento médico. No Pará, a comu- Maria Helena: “Ações do governo estão pulverizadas” nidade Suruí está sem assistência médica há cinco anos. No Maranhão, dezenas de crianças AwáGuajá, da Terra Indígena Caru, sofrem com surtos de diarreia. Os índices de mortalidade infantil também cresceram. O relatório aponta que somente em 2010, 92 crianças menores de 5 anos de idade morreram vítimas de doenças facilmente tratáveis, o que representa um aumento de 513% se comparado a 2009. Em Mato Grosso, de 100 crianças xavantes nascidas vivas 60 morreram, vítimas de desnutrição, doenças respiratória e infecciosas. De acordo com o estudo, os índices de mortes na infância tem contribuído para a diminuição da população indígena no Vale do Javari, no Amazonas. Desde 2000, 210 crianças menores de 10 anos de idade morreram na região. Dilma diz torcer por recuperação 7 ‘Emenda sinaliza abertura para desmatamentos’ Da Agência Brasil A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou ontem no Senado que o texto da Emenda 164, incorporada ao projeto de lei do novo Código Florestal durante a tramitação na Câmara dos Deputados, sinaliza a abertura para novos desmatamentos e precisa ser retirada do texto. Izabella ressaltou que a discussão em torno do novo código não deve ficar restrita ao conflito entre ambientalistas e agricultores. “Se lermos o texto (da emenda), ele sinaliza a abertura para novos desmatamentos”, destacou. “É possível ter supressão de vegetação, o texto do código prevê isso. Mas não concordo e acho inaceitável que existam propriedade licenciadas produzindo e que pratiquem desmatamento ilegal”, argumentou a ministra. A Emenda 164 permite a consolidação de plantações e pastos em áreas de preservação permanente (APPs) e em reservas legais feitas até junho de 2008, até que o governo estabeleça o que não poderá ser mantido nessas áreas. O dispositivo também prevê que os estados poderão legislar sobre políticas ambientais, juntamente com a União. O debate sobre o novo Código Florestal no Senado transcorreu em clima de cordialidade, diferentemente do que ocorreu na Câmara. A votação do relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) causou desgaste na relação do governo Dilma Rousseff com o Congresso. Em praticamente cinco horas de debate, Izabella Teixeira respondeu a todas as perguntas feitas pelos senadores. A ministra disse que nenhum país pode renunciar o desenvolvimento, contudo, o desenvolvimento deve ser construído com sustentabilidade. “Podemos fazer uso das nossas áreas protegidas dentro de uma visão de turismo sustentável. Mas temos que colocar essa discussão em outro patamar. Discutir como visão estratégica, como evitar queimadas, por exemplo.” Izabella Teixeira ressaltou a importância da área ambiental para o país e enfatizou que os ambientalistas não são contra o desenvolvimento. “Temos que fazer do Código Florestal uma legislação moderna sem conflito. Temos que acabar com essa falsa dicotomia (de ambientalista contra agricultores) e não podemos perder mais tempo com isso”, argumentou. Relator da matéria na Comissão de Agricultura, o senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), disse que o Senado deve aprimorar o texto levando em conta o que foi aprovado pelos deputados. “Nosso papel eve ser o de aprimorar o texto que veio da Câmara naqueles objetivos traçado pela ministra. Não deixar lacunas para interpretações, dúvidas, e dar à nação uma lei clara e objetiva. Construir um texto que não possa ser atacado no Judiciário.” Amazônia perdeu 268 km de floresta em maio Luana Lourenço Da Agência Brasil Depois do avanço do desmatamento em março e abril deste ano, o ritmo da derrubada na Amazônia Legal (todos estados da Região Norte e parte do Maranhão e de Mato Grosso) caiu em maio, de acordo com os dados do Sistema de Detecção em Tempo Real (Deter), divulgados ontem, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em maio, a floresta perdeu 268 quilômetros quadrados (km²), desmate 44% menor que o registrado em abril pelo Inpe, de 478 km². Em relação a maio de 2010, quando os satélites apontaram 109,58 km² de desmatamento, houve aumento de 144% no ritmo da derrubada da floresta. No entanto, por causa da cobertura variável de nuvens, o Inpe não recomenda esse tipo de comparação. O estado de Mato Grosso liderou o desmate na região em maio, com 93,7 km² de novas áreas derrubadas, seguido por Rondônia, com 67,9 km², e pelo Pará, com 65,5 km², a menor derrubada de florestas no período. A cobertura de nuvens impediu a visualização de 32% da Amazônia Legal, segundo o Inpe. O Deter monitora áreas maiores do que 25 hectares e serve para orientar a fiscalização ambiental. Além do corte raso (desmatamento total), o sistema também registra a degradação progressiva da floresta. A dois meses do fechamento do calendário oficial do desmatamento (que vai de agosto de um ano e julho do outro), os dados do Deter mostram tendência de aumento da taxa anual de desmate. Entre agosto de 2010 e maio de 2011, a derrubada acumulada foi de 2.116,8 km², frente a 1.567 km² registrados no período anterior (agosto de 2009 a maio de 2010). Apesar da tendência, a taxa anual é calculada por outro sistema do Inpe, o Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), e só deve ser divulgada em novembro. Renata Giraldi A presidente Dilma Rousseff pediu ao ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, para comunicar ao chanceler da Venezuela, Nicolás Maduro, que ela torce pela recuperação do presidente Hugo Chávez, que foi operado e está internado há 20 dias em Havana. Dilma e Chávez não conversam, por telefone, desde que o presidente venezuelano foi operado na capital cubana. “Conversei com o chanceler Nicolás Maduro e transmiti os votos da presidenta Dilma para o pronto restabelecimento do presidente Chávez”, disse Patriota. “Não tenho informações adicionais sobre o estado de saúde do presidente Chávez.” De acordo com informações oficiais, Chávez foi submetido no último dia 10 a uma cirurgia de urgência em Havana, para a retirada de um abcesso na pélvis. Desde então, está internado. A ausência de detalhes sobre o estado de saúde de Chávez gerou especulações sobre a gravidade. Os aliados negam que ele sofra de câncer. E-MAIL Investigação de suposta violação Luana Lourenço Da Agência Brasil A Polícia Federal vai investigar a “suposta” invasão do correio eletrônico da então candidata à Presidência da República Dilma Rousseff. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou ontem a abertura de inquérito após reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”, em quem um hacker diz ter invadido o e-mail da candidata petista em 2010. Segundo o jornal, o invasor copiou mensagens que Dilma Rousseff recebeu durante a campanha à Presidência no ano passado. Na última semana, 20 sites do governo federal foram vítimas de hackers, entre eles o da Presidência da República. De acordo com o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), mais 200 portais de órgãos públicos como prefeituras, assembleias legislativas e universidades públicas também foram prejudicados. NALURA COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA – ME CNPJ: 06.922.682/0001-76 NIRE: 33.2.0735655-3 Edital de convocação - Ficam convocados todos os sócios a comparecerem no dia 12/07/2011 às 14:00 horas, na sede da empresa situada à Avenida das Américas, 19.019 L.203 R/S – Recreio – Rio de Janeiro, para m de deliberarem a seguinte ordem do dia: 1ª Entrada e saída de sócios, 2ª nomeação e distinção de administradores, 3ª reformulação do contrato social, 4ª assuntos gerais. Ad. Raphael Arruda de Melo.