Rui Seabra Ferreira Junior AVALIAÇÃO DA RESPOSTA HUMORAL E DA CAPACIDADE DE NEUTRALIZAÇÃO DO SORO DE CAMUNDONGOS SWISS INOCULADOS COM VENENOS NATIVO E IRRADIADO COM COBALTO-60 DE SERPENTES Crotalus durissus terrificus, Bothrops jararaca, Bothrops jararacussu E Bothrops moojeni Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Doenças Tropicais da Faculdade de Medicina de Botucatu, da Universidade Estadual Paulista – UNESP, para obtenção do Título de Mestre em Doenças Tropicais (Modalidade Biologia Tropical) Orientador: Prof. Dr. Domingos Alves Meira Co-Orientador: Prof. Dr. Benedito Barraviera Botucatu – SP 2003 Sumário 1 Introdução 1 2 Objetivos 8 3 Material e Métodos 9 3.1 Material 9 3.1.1. Animais utilizados nos experimentos 9 3.1.2. Peçonhas utilizadas nos experimentos 9 3.1.3. Reagentes e fonte de irradiação 3.3 Métodos 10 10 3.2.1. Irradiação das peçonhas 10 3.2.2. Atividade tóxica das peçonhas 10 3.2.3. Processo de imunização dos camundongos 11 3.2.4 Titulação dos anticorpos séricos produzidos 11 3.2.5. Neutralização e potência do soro produzido 13 3.2.5.1 Capacidade neutralizante “in vitro” do antiveneno nativo e irradiado 13 3.2.5.2 Potência “in vitro” do antiveneno nativo e irradiado 13 3.2.5.3 Capacidade neutralizante “in vivo” 14 3.2.6. Avaliação clínica dos animais 14 3.2.7. Análise estatística 14 4 Resultados 4.1 Método de ensaio imunoenzimático (ELISA) 4.1.1 Resultados do método de ELISA para o soro produzido a partir de 16 16 16 veneno nativo e irradiado de Crotalus durissus terrificus 4.1.2 Resultados do método de ELISA para o soro produzido a partir de 27 veneno nativo e irradiado de Bothrops jararaca 4.1.3 Resultados do método de ELISA para o soro produzido a partir de 38 veneno nativo e irradiado de Bothrops jararacussu 4.1.4 Resultados do método de ELISA para o soro produzido a partir de 49 veneno nativo e irradiado de Bothrops moojeni 4.1.5 Resultados da titulação pelo método de ELISA para o soro produzido a 60 partir de veneno nativo e irradiado de Crotalus durissus terrificus, Bothrops jararaca, Bothrops jararacussu e Bothrops moojeni 4.2 Capacidade neutralizante e potência dos anticorpos antiveneno nativo e 73 irradiado 4.2.1 Teste “in vitro” 74 4.2.2 Teste “in vivo” 90 4.3. Avaliação clínica dos animais 5. Discussão 91 93 6. Considerações finais 105 7. Resumo 106 8. Summary 107 9. Referências bibliográficas 108 10. Apêndice 115 Trabalho desenvolvido nos Laboratórios do Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos - CEVAP Universidade Estadual Paulista, Campus de Botucatu, São Paulo e no Instituto de Pesquisa Energéticas e Nucleares – IPEN/CNEN São Paulo Eu agradeço a Deus, por me dar forças para vencer mais esta batalha e por ver que quanto mais eu acredito Nele, mais ele acredita em mim. Uma noite eu tive um sonho... Sonhei que estava andando na praia com o Senhor, E através do Céu, passavam cenas da minha vida. Para cada cena que passava, percebi pegadas na areia. Uma era minha e a outra do Senhor. Quando a última cena da minha vida passou diante de nós, Olhei para as pegadas na areia, Notei que, muitas vezes no caminho da minha vida, Havia apenas um par de pegadas na areia, Notei também que isso aconteceu Nos momentos mais difíceis da minha vida. (...) – Senhor, não compreendo... Por que nas horas em que eu mais necessitava Vós me deixastes? O Senhor respondeu: Meu filho, Eu te amo e jamais te deixaria Nas horas da tua prova e do teu sofrimento. Quando vistes na areia apenas um par de pegadas, Foi exatamente aí que Eu te carreguei em meus braços! Dedicatória À minha esposa, Ana Silvia, amor da minha vida, pelo incentivo durante esta fase e as minhas desculpas pelos atrasos e momentos ausentes. Aos meus pais, Rui e Maria Emília, pela minha formação, caráter e incansável estímulo durante toda vida. Aos meus irmãos, Milena e Danilo, pelo amor e confiança depositados em mim. Ao meu avô, Joaquim Luís Neto (In memorian) por acreditar. Ao meu sogro, Benedito e minha sogra, Silvia, pelo apoio e auxílio durante este período. Aos meus cães, Alf (Bigodão), Estrelinha (Vaca), Dolly (Lula) e Kika (Chico Amigo) pelo ouvido amigo nas horas difíceis. Não precisamos saber nem “como” nem “onde”, mas existe uma pergunta que todos nós devemos fazer sempre que começamos qualquer coisa: “Para que tenho que fazer isto?”. Meus agradecimentos especiais Ao Prof. Dr. Benedito Barraviera, pela orientação dedicada e compreensiva que influenciou de forma decisiva minha formação profissional. Nenhuma palavra seria capaz de expressar a minha gratidão por seus ensinamentos Vencedores nascem antes de qualquer vitória. Vencedores nascem da motivação, Nascem da dedicação e do esforço. Vencedores não nascem vencedores. Vencedores se tornam vencedores, Porque tiveram quem acreditasse neles, Torcesse por eles e lutasse por eles. Vencedores são todos aqueles que se preparam Para um dia vencer! À Prof. Dra. Nanci do Nascimento pelo constante apoio, participação e eterna disposição O primeiro sintoma de que estamos matando nossos sonhos é a falta de tempo. As pessoas mais ocupadas têm tempo para tudo. As que não nada fazem estão sempre cansadas. Ao Prof. Dr. Domingos Alves Meira, Mestre dos Mestres, pelo exemplo de profissionalismo e orientação. É preciso não relaxar nunca, mesmo tendo chegado tão longe. Tudo que o mundo precisa são de exemplos, e não de opiniões. Agradeço a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho. Aos docentes do Departamento de Doenças Tropicais e Diagnóstico por Imagem, Prof. Dr. Domingos Alves Meira, Profa. Dra. Jussara Marcondes Machado, Prof. Dr. Rinaldo Pôncio Mendes, Prof. Dr. Benedito Barraviera, Prof. Dr. Paulo Câmara Marques Pereira e Prof. Dra. Lenice Rosário de Souza, pela enorme contribuição na minha formação. Ao Prof. Dr. José Carlos Martinez, pelos ensinamentos transmitidos e discussões “estatísticas”. À amiga Janaína Baptista Alves, pela paciência, participação e confiança. Ao Prof. Dr. Carlos Alberto Magalhães Lopes, pelo incentivo e conselhos. Ao Prof. Dr. Sony Dimas Bicudo, pelas sugestões e contribuições. Ao Prof. Dr. Hélio Langoni, pelas primeiras orientações na minha carreira acadêmica. Ao Dr. Patrick J. Spencer, pela amizade e prestação. Aos amigos do CEVAP, Paulo, Marcos, Fernanda e Thomaz pelo total auxílio. À Fabiana Custódio e André Trombeta, pela disponibilidade constante cooperação diária. À Heloísa Pardini, pela amizade e inglês sempre perfeito. Aos amigos Camilo e Guilherme, pelo companheirismo e amizade Ao amigo Edmílson, pela atenção e dedicação. Aos amigos Cláudio e Fábio, pela paciência durante este período. Aos funcionários do CEVAP e do IPEN, pela atenção nos serviços prestados. Ao Biotério da UNESP, pela prontidão em fornecer os animais utilizados. Aos funcionários da seção de Pós-Graduação da FMB, pelos auxílios prestados sempre com muita dedicação. Aos funcionários da Biblioteca do Campus de Botucatu pela elaboração da ficha catalográfica. Ao Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos – CEVAP / UNESP, em especial a Profa. Dra. Silvia Regina Sartori Barraviera pelo total apoio logístico para a realização deste trabalho. 1 Introdução Nos diversos reinos biológicos existem espécies de organismos que são capazes de produzir certas substâncias que, se forem colocadas em contato com outro organismo, podem desencadear diversos tipos de reações, inclusive provocar a morte. Na natureza, esses organismos utilizam tais substâncias como meio para obtenção de alimentos e para autodefesa e são comumente denominados de peçonhentos ou venenosos e suas substâncias tóxicas de peçonhas ou venenos (1). Os venenos ofídicos são misturas complexas, constituídas principalmente por proteínas, peptídeos e em pequenas proporções carboidratos, lipídeos, nucleotídeos, aminoácidos e componentes orgânicos. Os principais componentes tóxicos são proteínas e enzimas, as quais estão diretamente relacionadas com a alimentação e defesa da serpente (2). O tratamento adequado dos indivíduos acidentados por serpentes peçonhentas é um desafio que o homem tenta solucionar há muito tempo. Assim, antes da descoberta do soro antiofídico, os indivíduos picados eram tratados por curandeiros que os submetiam a simpatias, aplicações de soluções preparadas a partir de um grande número de vegetais e álcool e também pelo uso de pedras porosas cuja função era de retirar o veneno contido na ferida (3). Trabalhos desenvolvidos por Behring e Kitasato (1894) a partir da soroterapia contra difteria e tétano, mostraram que o soro dos animais “vacinados” contra a peçonha possuía também uma substância antitóxica capaz de neutralizar os efeitos do veneno e de transmitir imunidade passiva a outro animal não imunizado (4). Ainda em 1894, Calmette, Phisalix e Bertrand, também demonstraram a possibilidade de transferência de resistência de um animal imunizado, para outro não imunizado conferindo proteção passiva às peçonhas (4). Descoberta e estabelecida a possibilidade de animais serem imunizados contra o veneno ofídico, estava lançada a base da soroterapia aplicada ao tratamento das picadas por serpentes venenosas. Segundo Vital Brazil (3), a partir desses resultados, Calmette propôs que o soro hiperimune, obtido a partir do veneno de uma determinada espécie de serpente, seria capaz de neutralizar o veneno de qualquer outra. 2 Em 1897, Vital Brazil estudando os venenos das serpentes brasileiras, solicitou do Instituto Lille, de Paris, o soro de Calmette, para avaliar a capacidade de neutralização deste soro. O soro de Calmette foi injetado 12 horas antes da inoculação do veneno, em cobaias e foi observado que os animais morriam no mesmo espaço de tempo que as testemunhas que não haviam recebido qualquer medicação (3). Como o soro havia sido preparado dois anos antes, Vital Brazil teve o cuidado de não tirar conclusões sobre a ineficiência na neutralização dos venenos das serpentes brasileiras. Em maio de 1899, após nova experiência sem sucesso com o soro de Calmette, Vital Brazil resolveu testar o soro obtido de cães e cabritos, que ele havia imunizado utilizando veneno de jararacas e cascavéis. Observou que o soro destes animais conferia proteção específica para cada um destes venenos e que eles não apresentavam sintomas de envenenamento (5). Em uma conferência na Escola de “Pharmácia” de São Paulo, Vital Brazil apresentou cientificamente os resultados de seus experimentos, tendo ainda descrito os sintomas provocados por mordeduras das serpentes brasileiras classificando o envenenamento em crotálico e botrópico. Dessa forma o soro específico para o tratamento de cada caso poderia ser escolhido (5). Na seqüência dos experimentos, Vital Brazil constatou que, misturando os soros anticrotálico e antibotrópico em doses iguais, esta mistura conferia proteção tanto nos acidentes causados por serpentes do gênero Bothrops quanto serpentes do gênero Crotalus. Isto possibilitava o tratamento quando não era conhecida a espécie de serpente causadora do acidente (5). Outra constatação de Vital Brazil foi a de que, a quantidade de soro a ser utilizada deveria ser proporcional à quantidade de veneno inoculada (3). No tratamento dos acidentes por picadas de serpentes são utilizados soros heterólogos obtidos a partir do plasma de animais, geralmente eqüídeos e ovinos, hiperimunizados com venenos de serpentes (6). Os antivenenos preparados a partir de plasmas hiperimunizados de cavalos são considerados como o único tratamento específico para o envenenamento por serpentes no Brasil (7, 8). Os adjuvantes que vêm sendo utilizados na hiperimunização de cavalos com bons resultados são o Adjuvante de Freund Completo e Incompleto, que são administrados respectivamente no primeiro e segundo inóculos e o alginato de sódio ou hidróxido de alumínio nos demais (9, 10). 3 Devido às reações adversas causadas por estes adjuvantes nos animais soroprodutores, têm sido realizados esforços no sentido de identificar novos adjuvantes eficientes para a produção de antivenenos (10). Nos últimos cem anos o cavalo permaneceu como animal de escolha para a produção de antivenenos, pois normalmente é fácil de manusear e pode ser treinado para se manter parado, com um mínimo de contenção, durante a sangria e plasmaferese. Também os métodos de purificação das antitoxinas obtidas a partir do sangue de eqüinos, são mais conhecidos e estudados em relação a outros animais (11,12). Para obtenção de plasmas hiperimunes antibotrópicos e anticrotálicos, os cavalos são inoculados com diversas doses de venenos dessecados que normalmente possuem atividade tóxica elevada. Com relativa freqüência são observadas reações locais e sistêmicas que podem levar, inclusive o animal à morte (13). Segundo os mesmos autores, as reações locais e sistêmicas observadas nos cavalos foram consistentemente reduzidas ou ausentes, nos animais que receberam os venenos tratados com glutaraldeido quando comparadas com aquelas dos animais imunizados com venenos não tratados. Por outro lado, o título de anticorpos no soro de todos os animais foi praticamente o mesmo, concluíndo-se, portanto, que o glutaraldeido reduziu a atividade tóxica dos venenos sem alterar a sua imunogenicidade. A inoculação do veneno bruto fornece títulos elevados; entretanto, o veneno total é freqüentemente mal tolerado pelo animal. Como resultado, toxóides tem sido preparados por destoxicação biológica do veneno a qual preserva sua imunogenicidade (14). O alto custo, tanto do cavalo como o da sua manutenção, estimula a pesquisa de esquemas de hiperimunização que visam obter títulos elevados de anticorpos específicos nesses animais a partir da imunização (15). Os venenos podem perder a sua atividade tóxica, conservando, entretanto as suas características antigênicas e imunogênicas, com capacidade de quando introduzido num organismo, induzir a formação de anticorpos. Com a perda da fração tóxica este produto recebe o nome de anaveneno (16) ou toxóide (17). Quanto às técnicas utilizadas para preparação de antivenenos, encontram-se inúmeros trabalhos em que foram utilizados agentes químicos e/ou físicos para tal propósito. Dentre os agentes químicos destacam-se: carboximetil-celulose (18); fotoxidação na presença de azul de metileno (19); agentes quelantes (20); 4 formalina (21); iodo (22); glutaraldeido (13); entre outros. Entre os agentes físicos, os principais são: radiação X (23); radiação ultravioleta (24); calor (21) e radiação gama (25-27). Em alguns destes estudos, as toxinas obtidas ainda mantiveram certa toxicidade e apresentaram baixa imunogenicidade. Como exemplos podemos citar o estudo de Costa et al. (21), no qual foi comparada a ação imunogênica do veneno de Crotalus durissus terrificus destoxicado pelo tratamento com formaldeido e pela ação térmica, com o veneno nativo. Neste estudo os autores verificaram que o veneno submetido ao tratamento por calor ainda se apresentava tóxico e com baixa imunogenicidade quando comparado ao veneno submetido ao tratamento por formaldeido; e que, embora este último tenha apresentado bons resultados, ao final do esquema de imunização ele não foi tão eficiente quanto o veneno nativo. Entretanto, algumas metodologias mostraram-se bem sucedidas; como exemplos podemos citar os trabalhos de Daniel et al. (22), que obtiveram um toxóide com o tratamento do veneno crotálico pela iodação que se apresentou cerca de 100 vezes menos tóxico que o veneno não tratado e mantendo a imunogenicidade. Rogero et al. (25), Nascimento et al. (26); Clissa et al. (27), trabalhando com a radiação gama, demonstraram que esta vem sendo bastante eficiente na atenuação de venenos ofídicos, sendo capaz de diminuir a toxicidade, sem alterar a imunogenicidade e sem adicionar nenhuma substância ao veneno. A radiação gama, produzida por uma fonte de Cobalto-60, é uma radiação eletromagnética de alta energia associada à ausência de massa. Esta possui grande poder de penetração e capacidade de promover ionização e excitação no meio onde se propaga. Dentro do espectro eletromagnético, os raios cósmicos, a radiação gama e os raios X são classificados como radiações ionizantes (28). Estas recebem este nome porque provocam ionizações, ou seja, ao atravessarem uma substância (tecido biológico ou qualquer outro tipo de matéria) têm a propriedade de arrancar elétrons, em geral da camada periférica dos átomos, resultando na formação de pares de íons, positivo e negativo. Estes tipos de radiações eletromagnéticas causam também excitações, processos nos quais os elétrons das camadas externas do átomo-alvo absorvem energia suficiente para atingir um estado energético mais elevado, permanecendo associados ao átomo e emitindo energia sob a forma de luz visível ou ultravioleta (29). 5 As proteínas são um dos principais constituintes de materiais biológicos, entre os quais se incluem os venenos de origem animal. A irradiação de proteínas no estado seco ou em solução leva a alterações químicas, físico-químicas e estruturais bastante significativas. Estas mudanças resultam em uma diminuição e inativação de algumas atividades biológicas destas proteínas, tais como atividade tóxica, enzimática e/ou imunológica (27). O tratamento de materiais biológicos com a radiação ionizante está sendo aplicado em várias áreas, tais como esterilização de materiais hospitalares (30), imobilização de enzimas (31), irradiação de alimentos (32), atenuação de toxinas (25), entre outros. No Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN-SP), com a crise na produção de soros antiofídicos instalada no país no início da década de 80, iniciaram-se os estudos sobre a radiação ionizante como ferramenta na destoxicação de venenos ofídicos. Entre os estudos realizados nos últimos quinze anos destacam-se os trabalhos de Murata (33); Nascimento (34); Murata et al. (35); Guarnieri (36); Souza-Filho et al. (37); Spencer (38); Andriani (39); Cardi (40); De Paula (41); Rogero et al. (25); Nascimento et al. (26); Clissa et al. (27); Boni-Mitake et al. (42), entre outros. Todos estes experimentos têm sido avaliados pelas mais modernos técnicas imunobiológicas. Historicamente, Theakston et al. (43) foram os primeiros pesquisadores a descreverem o uso da técnica imunoenzimática de ELISA para a detecção de veneno de serpentes e de anticorpos antivenenos, baseado no método duplo sanduíche, usando IgG fracionada na fase fixa em placa de microtitulação. Barbosa et al. (44) consideram que o uso do teste de ELISA para determinar a potência de soros antiofídicos, produzidos em eqüinos, se mostram mais vantajosos em relação ao custo e reprodutibilidade quando comparado aos testes em camundongos. Barraviera et al. (45) usaram a técnica de ELISA para detecção sensível e específica de níveis de antígenos e anticorpos no soro e líquido cerebroespinhal de pacientes picados por Crotalus durissus terrificus no Brasil. Heneine et al. (46) relataram uma correlação significante entre a técnica de ELISA e a potência de antiveneno testada in vivo. Durante as últimas duas décadas, diversos métodos de ELISA têm sido descritos em várias partes do mundo com diferentes intenções. Entretanto, estes novos métodos são similares ao desenvolvido por Theakston et al. (43). 6 No âmbito da epidemiologia dos acidentes ofídicos, apesar da longa tradição do Brasil neste campo, somente há poucos anos foi definida uma política abrangente que enfocasse as múltiplas questões relacionadas aos acidentes humanos provocados por animais peçonhentos (47). O sistema de produção de antivenenos no Brasil vinha passando por uma crise desde o início dos anos 80s, que culminou em maio de 1986 com o óbito de uma criança, atribuído à “falta de soro”. Esta situação levou o Ministério da Saúde a implantar um Programa Nacional de Ofidismo na antiga Secretaria de Ações Básicas em Saúde. Tal programa é formado por grupos de Trabalho (GTs) composto por técnicos de diversas instituições científicas brasileiras, responsáveis por áreas específicas (47). A instalação deste programa tornou obrigatória a notificação dos acidentes ofídicos ao Ministério da Saúde a partir de 1986, possibilitando assim estabelecer parâmetros quanto à ocorrência, mortalidade e evolução clínica dos acidentes, uma vez que estes possuem grande importância médica e epidemiológica no Brasil (48, 49). Entre os quatro gêneros responsáveis por acidentes ofídicos no Brasil, as serpentes do gênero Bothrops causam o maior número de acidentes (88,3%), seguido pelas do gênero Crotalus (8,3%), Lachesis (2,7%) e Micrurus (0,7%) (48). Sendo assim, as serpentes pertencentes ao gênero Bothrops e Crotalus se destacam das demais por causarem o maior numero de acidentes (88%) e o maior índice de letalidade (72% nos casos não tratados com soro e 11% nos casos tratados) respectivamente, representando os envenenamentos ofídicos de maior gravidade em nosso meio. A ocorrência dos acidentes ofídicos, que pode ser considerado um acidente de trabalho, está geralmente associada ao aumento da atividade do homem no campo. A maioria dos acidentes ocorre na região Sudeste com 43%, seguidos pelas regiões Nordeste (17%), Centro-Oeste (16%), Sul (15%) e Norte (9%) (49, 50). Na região de Botucatu, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da UNESP, atende em média 100 casos por ano de acidentes envolvendo animais peçonhentos. Entre os acidentes mais graves destacam-se os causados por serpentes dos gêneros Bothrops e Crotalus, que podem ser fatais na ausência de terapêutica precoce e adequada (51, 52). 7 Os registros sobre acidentes ofídicos em animais domésticos são bastante escassos na literatura brasileira. Em estudo retrospectivo utilizando prontuários de animais atendidos entre 1972 e 1989, do Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP, campus de Botucatu, foram encontradas 149 ocorrências de acidentes ofídicos. Desses casos, 85,8% foram causados por serpentes do gênero Bothrops; 7,4% pelo gênero Crotalus e 6,8% não foram identificadas. O tratamento com o soro propiciou a cura em 94,8% dos animais (53). Por fim, diante de todas as considerações feitas anteriormente, estamos frente a um sério problema de Saúde Pública que exige do profissional competência, habilidade, rapidez e disponibilidade de soro para o tratamento adequado de seus pacientes. Além disso, os pesquisadores do mundo todo buscam alternativas para a produção de soro heterólogo que sejam mais baratas e menos traumáticas para os animais produtores. 8 2 Objetivos Os objetivos do presente trabalho foram: 1- Avaliar, acompanhar e comparar a resposta imune humoral de camundongos inoculados com veneno obtido de Crotalus durissus terrificus, Bothrops jararaca, Bothrops jararacussu e Bothrops moojeni na forma nativa e irradiada com 60 Co, utilizando o ensaio imuno enzimático de ELISA; 2- Determinar e comparar a potência e a capacidade de neutralização do soro obtido dos camundongos inoculados com veneno de Crotalus durissus terrificus, B. jararaca, B. jararacussu e B. moojeni na forma nativa e irradiado com 60Co utilizando método “in vitro”; 3- Avaliar a imunidade obtida pelos camundongos inoculados com veneno nativo e irradiado com 60 Co mediante desafio “in vivo” com veneno nativo de Crotalus durissus terrificus, B. jararaca, B. jararacussu e B. moojeni, após o processo de hiperimunização; 4- Avaliar os efeitos colaterais nos camundongos inoculados com veneno nativo ou irradiado com 60 Co obtido de Crotalus durissus terrificus, B. jararaca, B. jararacussu e B. moojeni durante todo o processo de hiperimunização. 9 3 Material e Métodos 3.1 Material Para atingir os objetivos no presente trabalho e para facilitar a compreensão serão descritos os animais, as peçonhas, os reagentes utilizados, bem como a fonte de irradiação. 3.1.1. Animais utilizados nos experimentos Foram utilizados camundongos Swiss, com peso entre 18-22 gramas, criados e mantidos no Biotério do Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos, CEVAP-UNESP, no Campus de Botucatu, São Paulo. Durante a realização dos experimentos, os animais foram mantidos em caixas de polipropileno com oito animais por caixa. Para a forração ou cama nas caixas foi utilizada maravalha de pinho. A alimentação e a água foram disponibilizadas ad libitum. 3.1.2. Peçonhas utilizadas nos experimentos Foram utilizadas peçonhas obtidas de serpentes adultas das espécies Crotalus durissus terrificus, Bothrops jararaca, Bothrops jararacussu e Bothrops moojeni mantidas no serpentário do Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos (CEVAP), localizado na UNESP, Campus de Botucatu, São Paulo. A extração do veneno foi realizada segundo metodologia desenvolvida pela equipe técnica do Laboratório de Extração de Venenos do CEVAP (1). Os venenos foram liofilizados após a extração e mantidos em freezer a -20 ºC. Uma parte dos venenos foi submetida à radiação gama ionizante no Instituto de Pesquisa Energéticas e Nucleares – IPEN/CNEN-SP, localizado no campus da Universidade de São Paulo – USP, sendo denominado de veneno irradiado. A outra parte foi liofilizada e mantida em freezer a -20 ºC, sendo denominado veneno nativo (26). 10 3.1.3. Reagentes e fonte de irradiação Todos os reagentes utilizados foram de qualidade pró-análise. Para o preparo das soluções foi utilizada água destilada. A irradiação realizada foi feita por meio de uma fonte de 60 Co (Gama Cell 220, Atomic Energy Agency of Canadá), disponível no Departamento de Aplicações de Técnicas Nucleares do IPEN/CNEN-SP. 3.2 Métodos A metodologia empregada incluiu a irradiação das peçonhas, a atividade tóxica das peçonhas, o processo de imunização dos camundongos, a titulação dos anticorpos, a neutralização e a avaliação da potência do soro, a avaliação clínica dos animais e por fim a análise estatística. 3.2.1. Irradiação das peçonhas Dos venenos liofilizados retiraram-se alíquotas de 2 mg que foram diluídas com solução salina acidificada (NaCl 150 mM, pH 3,0) alcançando a concentração final de 2mg/ml. A seguir, as amostras foram irradiadas com uma dose de 2000 Gy (taxa de dose 5,25 KGy/h) em uma fonte de 60Co. A irradiação das amostras ocorreu sempre na presença de oxigênio, na temperatura ambiente e de forma homogênea e ininterrupta (26). 3.2.2. Atividade tóxica das peçonhas A determinação da toxicidade das amostras nativas foi realizada pelo cálculo da dose letal capaz de matar 50% dos animais do experimento (DL50), segundo Spearman-Karber (54). Os valores das DL50 dos venenos nativos utilizados neste experimento foram previamente realizados pelo Instituto de Pesquisa Energéticas e Nucleares – IPEN/CNEN-SP, e descritos a seguir: • Crotalus durissus terrificus : 0,148 µg/g de camundongo • Bothrops jararaca : 2,4 µg/g de camundongo • Bothrops jararacussu: 4,4 µg/g de camundongo • Bothrops moojeni : 4,4 µg/g de camundongo 11 3.2.3. Processo de imunização dos camundongos Foram imunizados nove grupos de oito animais cada, com uma DL50 do respectivo veneno, nativo e irradiado, a cada inóculo, segundo o esquema de imunização descrito a seguir. 3.2.3.1. Crotalus durissus terrificus Os inóculos ocorreram no dia um, utilizando Adjuvante Completo de Freund por via intradérmica; dia 15 utilizando Hidróxido de Alumínio por via subcutânea e nos dias 21, 30, 45 utilizando PBS por via intraperitonial. 3.2.3.2. Bothrops jararaca, Bothrops jararacussu e Bothrops moojeni Os inóculos ocorreram no dia um, utilizando Adjuvante Completo de Freund por via intradérmica; dia 15 utilizando Adjuvante Incompleto de Freund por via subcutânea e nos dias 21, 30, 45 utilizando PBS por via intraperitonial. O grupo controle recebeu inóculos nos mesmos dias somente com os adjuvantes. Todos animais foram inoculados com 200 µl de uma solução contendo 100 µl do excipiente e 100 µl de uma mistura do respectivo veneno diluído em solução salina. O grupo controle recebeu 200 µl de uma solução contendo 100 µl do excipiente e 100 µl de solução salina. Antes de cada inóculo, os animais foram sangrados pelo plexo retro-orbital, uma amostra de 100 µl de sangue foi retirado, o soro foi separado e feito um “pool” de cada grupo. O soro foi mantido congelado a – 20 oC. 3.2.4 Titulação dos anticorpos séricos contra os venenos inoculados por meio do Ensaio imuno enzimático immunosorbent assay – ELISA) A- Reagentes a) Placas de microtitulação Hemobag de 96 poços b) Tampão carbonato/bicarbonato de sódio 0,05 M pH 9,6 (Enzyme linked 12 c) Solução salina, contendo 0,05% de Tween 20® d) Leite em pó desnatado (Molico®) a 5% e) Soro IgG de carneiro anti-IgG de camundongo, conjugado com peroxidase (SIGMA®) f) Orto fenilenodiamina g) Água oxigenada h) Tampão citrato/fosfato 0,05M pH 5,0 i) Ácido cítrico 0,2M B- Procedimento Foram sensibilizadas, por 12 horas a 4 oC em câmara úmida, placas plásticas de 96 poços com 100 µl por poço com uma solução de antígeno a 10 µg/ml (1µg/poço), diluídos em tampão carbonato/bicarbonato de sódio 0,05M e pH 9,6. A placa foi lavada 4 vezes com solução salina 0,15M contendo 0,05% de Tween 20®. Foram aplicados 200µl por poço de solução de bloqueio (5g de Molico® q.s.p. 100ml de PBST) e deixado por 1 hora a 37oC, em câmara úmida. Foram aplicados, nos poços, 100 µl de soro de camundongos previamente imunizados, diluídos a partir de 1/200 em solução de bloqueio e aplicadas na placa, em duplicata. Após a incubação por 1 h a 37oC, em câmara úmida, as placas foram lavadas 4 vezes com PBST 0,15M, e iniciou-se a revelação com adição de 100µl de soro de carneiro anti IgG de camundongo conjugado com peroxidase (SIGMA®), diluído 1/2000 da fração aliquotada (Sigma), em solução de bloqueio; aplicou-se 100µl por poço. Após a incubação durante 1 hora a 37OC, em câmara úmida, as placas foram lavadas 4 vezes com PBST 0,15M. A reação foi revelada pela adição de uma solução de OPD (Ophenylenediamine) 0,5mg/ml e H2O2 (30%) 0,5mg/ml em tampão citrato de sódio/ácido cítrico (0,05M e pH 5,0); foram aplicadas 100µl por poço e deixadas durante 20 minutos, a temperatura ambiente, no escuro e então foi interrompida com a adição de 50µl (por poço) de ácido cítrico 0,2M. A leitura de cada poço foi feita em leitor automático de microplaca (DYNATECH MR 4000®), utilizando-se filtro de comprimento de onda de 450nm. Todas as amostras de soro foram testadas em duplicata. O soro de animais não imunizados foi utilizado como controle. 13 3.2.5. Neutralização e potência do soro 3.2.5.1 Avaliação da capacidade de neutralização “in vitro” do antiveneno nativo e irradiado Para a avaliação da capacidade de neutralização dos soros obtidos dos camundongos inoculados com veneno nativo ou com veneno irradiado de serpentes das espécies Crotalus durissus terrificus, Bothrops jararaca, B. jararacussu e B. moojeni, no 60º dia após a primeira inoculação, uma alíquota contendo 100 µl do “pool” de cada soro foi incubado com 100 µl de uma solução contendo quantidades de veneno nativo diluídos em PBS equivalentes a: 1, 3, 5, 10 e 15 DL50. A incubação foi feita em tubos tipo “eppendorf” mantidos em estufa a 37 ºC, por um período de trinta minutos (55). Posteriormente, 200 µl de cada solução foram inoculados individualmente em quatro camundongos por via intraperitoneal. Para efeito de controle, foram inoculados em outros quatro camundongos 200 µl de uma solução contendo uma DL50 de veneno diluída em PBS para comprovação da sua toxicidade. Outros quatro camundongos receberam apenas 100 µl de uma alíquota de soro diluída em 100 µl de PBS para avaliação da sua inocuidade. Após 24 e 48 horas a taxa de mortalidade foi registrada. 3.2.5.2 Avaliação da potência “in vitro” do antiveneno nativo e irradiado Para a avaliação da potência dos soros obtidos dos camundongos inoculados com veneno nativo ou com veneno irradiado de serpentes das espécies Crotalus durissus terrificus, Bothrops jararaca, B. jararacussu e B. moojeni, no 60º dia após a primeira inoculação, uma alíquota do “pool” de cada soro foi diluída em PBS nas seguintes concentrações: 1:5, 1:10, 1:20, 1:40, e 1:80. Uma alíquota de soro puro também foi incluída no teste. Uma alíquota de 100 µl de cada solução foi incubada com 100 µl de uma solução contendo cinco DL50 de veneno nativo diluído em PBS. A incubação foi feita em tubos tipo “eppendorf” mantidos em estufa a 37 ºC, por um período de trinta minutos (55). Posteriormente, 200 µl de cada solução foram inoculados individualmente em quatro camundongos por via intraperitoneal. Para efeito de controle, foram inoculados em outros quatro camundongos 200 µl de uma solução contendo 14 cinco DL50 de veneno diluída em PBS para comprovação da sua toxicidade. Outros quatro camundongos receberam apenas 100 µl de uma alíquota de soro diluída em 100 µl de PBS para avaliação da sua inocuidade. Após 24 e 48 horas a taxa de mortalidade foi registrada. A capacidade neutralizante do “pool” dos soros (em µg de toxina/ml de antisoro) foi calculada conforme KAISER et al. (56), utilizando-se a seguinte equação: Capacidade neutralizante da toxina (CNT) = (D – DL50) x 1 x 105 X (1/V50) Sendo D = Dose total da toxina (µg/g); DL50 em µg/g; V50 = Volume antiveneno que reduz a letalidade de 1 ml da solução de injeção da toxina a 50%. A letalidade de 50% significará que o antiveneno foi capaz de reduzir a dose efetiva para 1 DL50. 3.2.5.3 Avaliação da capacidade neutralizante “in vivo” Ao final do processo de imunização, a fim de se verificar a capacidade neutralizante ”in vivo” dos anticorpos produzidos pelos animais, quatro camundongos de cada grupo foram pesados e desafiados individualmente com cinco DL50 do veneno nativo respectivo diluído em PBS. Cada animal recebeu 200 µl dessa solução via intraperitoneal. Após 24 e 48 horas a taxa de mortalidade foi registrada. 3.2.6. Avaliação clínica dos animais Os animais foram observados durante todo o processo de hiperimunização. A presença de alterações locais na pele e/ou subcutâneo como edema, fístulas, abscessos e necroses, e o número de animais que vieram a óbito durante o processo foram relatados. Para isto, foi utilizada uma análise descritiva das observações. 3.2.7. Análise estatística A análise estatística dos dados foi realizada por meio de Análise de Variância pelo teste de F de Snedecor, ao nível de 5% de significância (57). Este teste é indicado para se identificar diferenças entre médias populacionais, 15 em decorrência das várias causas que atuam simultaneamente entre os elementos de uma população. Por meio deste teste comparou-se o grupo de camundongos inoculados com veneno nativo com o grupo de camundongos inoculados com veneno irradiado e também os momentos (Dia 0 x Dia 15 x Dia 21 x Dia 30 x Dia 45 x Dia 60). A diferença estatística foi considerada a partir do nível de 5%. 16 4 Resultados 4.1. Método de Ensaio Imunoenzimático (ELISA) 4.1.1 Resultados do método de ELISA para o soro produzido a partir de veneno nativo e irradiado de Crotalus durissus terrificus As médias de densidades ópticas resultantes dos títulos de anticorpos obtidos pela inoculação de veneno nativo e veneno irradiado com 60 Co e os resultados da análise estatística dos ensaios imunoenzimáticos (ELISA) do “pool” de soro dos animais, nos diferentes momentos e diluições encontram-se nas Tabelas 01 a 05. Nas Figuras 01 a 05 estão representados graficamente os valores das médias de densidades ópticas, nos diferentes momentos e diluições, para os dois Grupos de animais, inoculados com veneno nativo e veneno irradiado com 60Co respectivamente. 17 Tabela 01: Distribuição dos valores das médias das densidades ópticas (450 nm) obtidas por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA), realizados em “pool” de soros (diluição 1:200) de oito camundongos, inoculados no início do experimento (dia zero), aos 15, 21, 30 e 45 dias com veneno de Crotalus durissus terrificus nativo (Grupo I) e irradiado com 60Co (Grupo II). Dias (D) Grupos (G) 0 15 21 30 45 60 I 0,00 0,0215 0,034 0,0735 0,1955 0,21 II 0,00 0,0185 0,0265 0,0625 0,127 0,2115 G I = G II; como FLinhas = 1,89 < Fcrítico = 7,71 (α = 5 %), D0 ≠ D15 ≠ D21 ≠ D30 ≠ D45 ≠ D60; como FColunas = 34,16 > Fcrítico = 6,39 (α = 5 %) Figura 01: Valores médios de densidade óptica (450 nm) obtidos por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA) em “pool” de soros (diluição 1:200) de oito camundongos inoculados com veneno de Crotalus durissus terrificus nativo e irradiado com 60Co. 18 A análise da tabela 01 e da figura 01 permite tecer os seguintes comentários: 1- A análise comparativa entre os Grupos I e II, realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:200, mostrou que não houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 1,89 < Fcrítico = 7,71); 2- A análise comparativa entre os títulos de anticorpos em diferentes momentos (dia zero, 15, 21, 30, 45 e 60), realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:200, mostrou que houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 34,16 > Fcrítico = 6,39); 19 Tabela 02: Distribuição dos valores das médias das densidades ópticas (450 nm) obtidas por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA), realizados em “pool” de soros (diluição 1:400) de oito camundongos, inoculados no início do experimento (dia zero), aos 15, 21, 30 e 45 dias com veneno de Crotalus durissus terrificus nativo (Grupo I) e irradiado com 60Co (Grupo II). Dias (D) Grupos (G) 0 15 21 30 45 60 I 0,00 0,014 0,026 0,0595 0,129 0,167 II 0,00 0,011 0,0215 0,051 0,0895 0,1695 G I = G II; como FLinhas = 2,04 < Fcrítico = 7,71 (α = 5 %). D0 ≠ D15 ≠ D21 ≠ D30 ≠ D45 ≠ D60; como FColunas = 60,81 > Fcrítico = 6,39 (α = 5 %). Figura 02: Valores médios de densidade óptica (450 nm) obtidos por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA) em “pool” de soros (diluição 1:400) de oito camundongos inoculados com veneno de Crotalus durissus terrificus nativo e irradiado com 60Co. 20 A análise da tabela 02 e da figura 02 permite tecer os seguintes comentários: 1- A análise comparativa entre os Grupos I e II, realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:400, mostrou que não houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 2,04 < Fcrítico = 7,71); 2- A análise comparativa entre os títulos de anticorpos em diferentes momentos (dia zero, 15, 21, 30, 45 e 60), realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:400, mostrou que houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 60,81 > Fcrítico = 6,39); 21 Tabela 03: Distribuição dos valores das médias das densidades ópticas (450 nm) obtidas por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA), realizados em “pool” de soros (diluição 1:800) de oito camundongos, inoculados no início do experimento (dia zero), aos 15, 21, 30 e 45 dias com veneno de Crotalus durissus terrificus nativo (Grupo I) e irradiado com 60Co (Grupo II). Dias (D) Grupos (G) 0 15 21 30 45 60 I 0,00 0,0031 0,02 0,0425 0,0945 0,134 II 0,00 0,0075 0,0125 0,033 0,073 0,141 G I = G II; como FLinhas = 1,11 < Fcrítico = 7,71 (α = 5 %). D0 ≠ D15 ≠ D21 ≠ D30 ≠ D45 ≠ D60; como FColunas = 89,71 > Fcrítico = 6,39 (α = 5 %). Figura 03: Valores médios de densidade óptica (450 nm) obtidos por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA) em “pool” de soros (diluição 1:800) de oito camundongos inoculados com veneno de Crotalus durissus terrificus nativo e irradiado com 60Co. 22 A análise da tabela 03 e da figura 03 permite tecer os seguintes comentários: 1- A análise comparativa entre os Grupos I e II, realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:800, mostrou que não houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 1,11 < Fcrítico = 7,71); 2- A análise comparativa entre os títulos de anticorpos em diferentes momentos (dia zero, 15, 21, 30, 45 e 60), realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:800, mostrou que houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 89,71 > Fcrítico = 6,39); 23 Tabela 04: Distribuição dos valores das médias das densidades ópticas (450 nm) obtidas por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA), realizados em “pool” de soros (diluição 1:1600) de oito camundongos, inoculados no início do experimento (dia zero), aos 15, 21, 30 e 45 dias com veneno de Crotalus durissus terrificus nativo (Grupo I) e irradiado com 60Co (Grupo II). Dias (D) Grupos (G) 0 15 21 30 45 60 I 0,00 0,00 0,014 0,029 0,0685 0,121 II 0,00 0,00 0,004 0,018 0,035 0,1315 G I = G II; como FLinhas = 1,10 < Fcrítico = 7,71 (α = 5 %). D0 ≠ D15 ≠ D21 ≠ D30 ≠ D45 ≠ D60; como FColunas = 29,34 > Fcrítico = 6,39 (α = 5 %). Figura 04: Valores médios de densidade óptica (450 nm) obtidos por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA) em “pool” de soros (diluição 1:1600) de oito camundongos inoculados com veneno de Crotalus durissus terrificus nativo e irradiado com 60Co. 24 A análise da tabela 04 e da figura 04 permite tecer os seguintes comentários: 1- A análise comparativa entre os Grupos I e II, realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:1600, mostrou que não houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 1,10 < Fcrítico = 7,71); 2- A análise comparativa entre os títulos de anticorpos em diferentes momentos (dia zero, 15, 21, 30, 45 e 60), realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:1600, mostrou que houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 29,34 > Fcrítico = 6,39); 25 Tabela 05: Distribuição dos valores das médias das densidades ópticas (450 nm) obtidas por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA), realizados em “pool” de soros (diluição 1:3200) de oito camundongos, inoculados no início do experimento (dia zero), aos 15, 21, 30 e 45 dias com veneno de Crotalus durissus terrificus nativo (Grupo I) e irradiado com 60Co (Grupo II). Dias (D) Grupos (G) 0 15 21 30 45 60 I 0,00 0,00 0,0085 0,0125 0,0405 0,089 II 0,00 0,00 0,002 0,014 0,0235 0,119 G I = G II; como FLinhas = 1,43 < Fcrítico = 7,71 (α = 5 %). D0 ≠ D15 ≠ D21 ≠ D30 ≠ D45 ≠ D60; como FColunas = 23,91 > Fcrítico = 6,39 (α = 5 %). Figura 05: Valores médios de densidade óptica (450 nm) obtidos por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA) em “pool” de soros (diluição 1:3200) de oito camundongos inoculados com veneno de Crotalus durissus terrificus nativo e irradiado com 60Co. 26 A análise da tabela 05 e da figura 05 permite tecer os seguintes comentários: 1- A análise comparativa entre os Grupos I e II, realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:3200, mostrou que não houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 1,43 < Fcrítico = 7,71); 2- A análise comparativa entre os títulos de anticorpos em diferentes momentos (dia zero, 15, 21, 30, 45 e 60), realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:3200, mostrou que houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 23,91 > Fcrítico = 6,39); 27 4.1.2 Resultados do método de ELISA para o soro produzido a partir de veneno nativo e irradiado de Bothrops jararaca As médias de densidades ópticas resultantes dos títulos de anticorpos obtidos pela inoculação de veneno nativo e veneno irradiado com 60 Co e os resultados da análise estatística dos ensaios imunoenzimáticos (ELISA) do “pool” de soro dos animais, nos diferentes momentos e diluições encontram-se nas Tabelas 06 a 10. Nas Figuras 06 a 10 estão representados graficamente os valores das médias de densidades ópticas, nos diferentes momentos e diluições, para os dois Grupos de animais, inoculados com veneno nativo e veneno irradiado com 60Co respectivamente. 28 Tabela 06: Distribuição dos valores das médias das densidades ópticas (450 nm) obtidas por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA), realizados em “pool” de soros (diluição 1:200) de oito camundongos, inoculados no início do experimento (dia zero), aos 15, 21, 30 e 45 dias com veneno de Bothrops jararaca nativo (Grupo III) e irradiado com 60Co (Grupo IV). Dias (D) Grupos (G) 0 15 21 30 45 60 III 0,00 0,1665 0,267 0,276 0,3435 0,365 IV 0,00 0,141 0,2285 0,261 0,3825 0,3825 G III = G IV; como FLinhas = 1,28 < Fcrítico = 7,71 (α = 5 %). D0 ≠ D15 ≠ D21 ≠ D30 ≠ D45 ≠ D60; como FColunas = 155,03 > Fcrítico = 6,39 (α = 5 %). Figura 06: Valores médios de densidade óptica (450 nm) obtidos por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA) em “pool” de soros (diluição 1:200) de oito camundongos inoculados com veneno de Bothrops jararaca nativo e irradiado com 60Co. 29 A análise da tabela 06 e da figura 06 permite tecer os seguintes comentários: 1- A análise comparativa entre os Grupos III e IV, realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:200, mostrou que não houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 1,28 < Fcrítico = 7,71); 2- A análise comparativa entre os títulos de anticorpos em diferentes momentos (dia zero, 15, 21, 30, 45 e 60), realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:200, mostrou que houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 155,03 > Fcrítico = 6,39); 30 Tabela 07: Distribuição dos valores das médias das densidades ópticas (450 nm) obtidas por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA), realizados em “pool” de soros (diluição 1:400) de oito camundongos, inoculados no início do experimento (dia zero), aos 15, 21, 30 e 45 dias com veneno de Bothrops jararaca nativo (Grupo III) e irradiado com 60Co (Grupo IV). Dias (D) Grupos (G) 0 15 21 30 45 60 III 0,00 0,0775 0,2415 0,2665 0,324 0,362 IV 0,00 0,0655 0,2155 0,2535 0,3685 0,3765 G III = G IV; como FLinhas = 2,87 < Fcrítico = 7,71 (α = 5 %). D0 ≠ D15 ≠ D21 ≠ D30 ≠ D45 ≠ D60; como FColunas = 121,26 > Fcrítico = 6,39 (α = 5 %). Figura 07: Valores médios de densidade óptica (450 nm) obtidos por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA) em “pool” de soros (diluição 1:400) de oito camundongos inoculados com veneno de Bothrops jararaca nativo e irradiado com 60Co. 31 A análise da tabela 07 e da figura 07 permite tecer os seguintes comentários: 1- A análise comparativa entre os Grupos III e IV, realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:400, mostrou que não houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 2,87 < Fcrítico = 7,71); 2- A análise comparativa entre os títulos de anticorpos em diferentes momentos (dia zero, 15, 21, 30, 45 e 60), realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:400, mostrou que houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 121,26 > Fcrítico = 6,39); 32 Tabela 08: Distribuição dos valores das médias das densidades ópticas (450 nm) obtidas por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA), realizados em “pool” de soros (diluição 1:800) de oito camundongos, inoculados no início do experimento (dia zero), aos 15, 21, 30 e 45 dias com veneno de Bothrops jararaca nativo (Grupo III) e irradiado com 60Co (Grupo IV). Dias (D) Grupos (G) 0 15 21 30 45 60 III 0,00 0,041 0,2165 0,256 0,32 0,3525 IV 0,00 0,0455 0,2045 0,249 0,3575 0,3755 G III = G IV; como FLinhas = 1,01 < Fcrítico = 7,71 (α = 5 %). D0 ≠ D15 ≠ D21 ≠ D30 ≠ D45 ≠ D60; como FColunas = 154,4 > Fcrítico = 6,39 (α = 5 %) Figura 08: Valores médios de densidade óptica (450 nm) obtidos por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA) em “pool” de soros (diluição 1:800) de oito camundongos inoculados com veneno de Bothrops jararaca nativo e irradiado com 60Co. 33 A análise da tabela 08 e da figura 08 permite tecer os seguintes comentários: 1- A análise comparativa entre os Grupos III e IV, realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:800, mostrou que não houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 1,01 < Fcrítico = 7,71); 2- A análise comparativa entre os títulos de anticorpos em diferentes momentos (dia zero, 15, 21, 30, 45 e 60), realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:800, mostrou que houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 154,4 > Fcrítico = 6,39); 34 Tabela 09: Distribuição dos valores das médias das densidades ópticas (450 nm) obtidas por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA), realizados em “pool” de soros (diluição 1:1600) de oito camundongos, inoculados no início do experimento (dia zero), aos 15, 21, 30 e 45 dias com veneno de Bothrops jararaca nativo (Grupo III) e irradiado com 60Co (Grupo IV). Dias (D) Grupos (G) 0 15 21 30 45 60 III 0,00 0,019 0,197 0,2415 0,3145 0,341 IV 0,00 0,018 0,1725 0,2465 0,356 0,359 G III = G IV; como FLinhas = 1,37 < Fcrítico = 7,71 (α = 5 %). D0 ≠ D15 ≠ D21 ≠ D30 ≠ D45 ≠ D60; como FColunas = 49,64 > Fcrítico = 6,39 (α = 5 %) Figura 09: Valores médios de densidade óptica (450 nm) obtidos por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA) em “pool” de soros (diluição 1:1600) de oito camundongos inoculados com veneno de Bothrops jararaca nativo e irradiado com 60Co. 35 A análise da tabela 09 e da figura 09 permite tecer os seguintes comentários: 1- A análise comparativa entre os Grupos III e IV, realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:1600, mostrou que não houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 1,37 < Fcrítico = 7,71); 2- A análise comparativa entre os títulos de anticorpos em diferentes momentos (dia zero, 15, 21, 30, 45 e 60), realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:1600, mostrou que houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 49,64 > Fcrítico = 6,39); 36 Tabela 10: Distribuição dos valores das médias das densidades ópticas (450 nm) obtidas por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA), realizados em “pool” de soros (diluição 1:3200) de oito camundongos, inoculados no início do experimento (dia zero), aos 15, 21, 30 e 45 dias com veneno de Bothrops jararaca nativo (Grupo III) e irradiado com 60Co (Grupo IV). Dias (D) Grupos (G) 0 15 21 30 45 60 III 0,00 0,012 0,1345 0,209 0,308 0,332 IV 0,00 0,0105 0,1315 0,206 0,328 0,35 G III = G IV; como FLinhas = 1,32 < Fcrítico = 7,71 (α = 5 %). D0 ≠ D15 ≠ D21 ≠ D30 ≠ D45 ≠ D60; como FColunas = 52,45 > Fcrítico = 6,39 (α = 5 %). Figura 10: Valores médios de densidade óptica (450 nm) obtidos por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA) em “pool” de soros (diluição 1:3200) de oito camundongos inoculados com veneno de Bothrops jararaca nativo e irradiado com 60Co. 37 A análise da tabela 10 e da figura 10 permite tecer os seguintes comentários: 1- A análise comparativa entre os Grupos III e IV, realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:3200, mostrou que não houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 1,32 < Fcrítico = 7,71); 2- A análise comparativa entre os títulos de anticorpos em diferentes momentos (dia zero, 15, 21, 30, 45 e 60), realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:3200, mostrou que houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 52,45 > Fcrítico = 6,39); 38 4.1.3 Resultados do método de ELISA para o soro produzido a partir de veneno nativo e irradiado de Bothrops jararacussu As médias de densidades ópticas resultantes dos títulos de anticorpos obtidos pela inoculação de veneno nativo e veneno irradiado com 60 Co e os resultados da análise estatística dos ensaios imunoenzimáticos (ELISA) do “pool” de soro dos animais, nos diferentes momentos e diluições encontram-se nas Tabelas 11 a 15. Nas Figuras 11 a 15 estão representados graficamente os valores das médias de densidades ópticas, nos diferentes momentos e diluições, para os dois Grupos de animais, inoculados com veneno nativo e veneno irradiado com 60Co respectivamente. 39 Tabela 11: Distribuição dos valores das médias das densidades ópticas (450 nm) obtidas por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA), realizados em “pool” de soros (diluição 1:200) de oito camundongos, inoculados no início do experimento (dia zero), aos 15, 21, 30 e 45 dias com veneno de Bothrops jararacussu nativo (Grupo V) e irradiado com 60Co (Grupo VI). Dias (D) Grupos (G) 0 15 21 30 45 60 V 0,00 0,155 0,2135 0,245 0,3555 0,389 VI 0,00 0,107 0,244 0,251 0,475 0,3445 G V = G VI; como FLinhas = 2,81 < Fcrítico = 7,71 (α = 5 %). D0 ≠ D15 ≠ D21 ≠ D30 ≠ D45 ≠ D60; como FColunas = 18,01 > Fcrítico = 6,39 (α = 5 %). Figura 11: Valores médios de densidade óptica (450 nm) obtidos por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA) em “pool” de soros (diluição 1:200) de oito camundongos inoculados com veneno de Bothrops jararacussu nativo e irradiado com 60Co. 40 A análise da tabela 11 e da figura 11 permite tecer os seguintes comentários: 1- A análise comparativa entre os Grupos V e VI, realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:200, mostrou que não houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 2,81 < Fcrítico = 7,71); 2- A análise comparativa entre os títulos de anticorpos em diferentes momentos (dia zero, 15, 21, 30, 45 e 60), realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:200, mostrou que houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 18,01 > Fcrítico = 6,39); 41 Tabela 12: Distribuição dos valores das médias das densidades ópticas (450 nm) obtidas por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA), realizados em “pool” de soros (diluição 1:400) de oito camundongos, inoculados no início do experimento (dia zero), aos 15, 21, 30 e 45 dias com veneno de Bothrops jararacussu nativo (Grupo V) e irradiado com 60Co (Grupo VI). Dias (D) Grupos (G) 0 15 21 30 45 60 V 0,00 0,1125 0,202 0,2295 0,3405 0,3605 VI 0,00 0,0505 0,2145 0,231 0,3755 0,3355 G V = G VI; como FLinhas = 2,08 < Fcrítico = 7,71 (α = 5 %). D0 ≠ D15 ≠ D21 ≠ D30 ≠ D45 ≠ D60; como FColunas = 37,07 > Fcrítico = 6,39 (α = 5 %). Figura 12: Valores médios de densidade óptica (450 nm) obtidos por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA) em “pool” de soros (diluição 1:400) de oito camundongos inoculados com veneno de Bothrops jararacussu nativo e irradiado com 60Co. 42 A análise da tabela 12 e da figura 12 permite tecer os seguintes comentários: 1- A análise comparativa entre os Grupos V e VI, realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:400, mostrou que não houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 2,08 < Fcrítico = 7,71); 2- A análise comparativa entre os títulos de anticorpos em diferentes momentos (dia zero, 15, 21, 30, 45 e 60), realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:400, mostrou que houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 37,07 > Fcrítico = 6,39); 43 Tabela 13: Distribuição dos valores das médias das densidades ópticas (450 nm) obtidas por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA), realizados em “pool” de soros (diluição 1:800) de oito camundongos, inoculados no início do experimento (dia zero), aos 15, 21, 30 e 45 dias com veneno de Bothrops jararacussu nativo (Grupo V) e irradiado com 60Co (Grupo VI). Dias (D) Grupos (G) 0 15 21 30 45 60 V 0,00 0,0595 0,1885 0,2215 0,3385 0,3475 VI 0,00 0,0265 0,1825 0,2225 0,3685 0,3325 G V = G VI; como FLinhas = 1,97 < Fcrítico = 7,71 (α = 5 %). D0 ≠ D15 ≠ D21 ≠ D30 ≠ D45 ≠ D60; como FColunas = 120,01 > Fcrítico = 6,39 (α = 5 %). Figura 13: Valores médios de densidade óptica (450 nm) obtidos por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA) em “pool” de soros (diluição 1:800) de oito camundongos inoculados com veneno de Bothrops jararacussu nativo e irradiado com 60Co. 44 A análise da tabela 13 e da figura 13 permite tecer os seguintes comentários: 1- A análise comparativa entre os Grupos V e VI, realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:800, mostrou que não houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 1,97 < Fcrítico = 7,71); 2- A análise comparativa entre os títulos de anticorpos em diferentes momentos (dia zero, 15, 21, 30, 45 e 60), realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:800, mostrou que houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 120,01 > Fcrítico = 6,39); 45 Tabela 14: Distribuição dos valores das médias das densidades ópticas (450 nm) obtidas por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA), realizados em “pool” de soros (diluição 1:1600) de oito camundongos, inoculados no início do experimento (dia zero), aos 15, 21, 30 e 45 dias com veneno de Bothrops jararacussu nativo (Grupo V) e irradiado com 60Co (Grupo VI). Dias (D) Grupos (G) 0 15 21 30 45 60 V 0,00 0,036 0,1725 0,215 0,339 0,3235 VI 0,00 0,0115 0,1695 0,205 0,3625 0,314 G V = G VI; como FLinhas = 3,92 < Fcrítico = 7,71 (α = 5 %). D0 ≠ D15 ≠ D21 ≠ D30 ≠ D45 ≠ D60; como FColunas = 219,91 > Fcrítico = 6,39 (α = 5 %). Figura 14: Valores médios de densidade óptica (450 nm) obtidos por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA) em “pool” de soros (diluição 1:1600) de oito camundongos inoculados com veneno de Bothrops jararacussu nativo e irradiado com 60Co. 46 A análise da tabela 14 e da figura 14 permite tecer os seguintes comentários: 1- A análise comparativa entre os Grupos V e VI, realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:1600, mostrou que não houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 3,92 < Fcrítico = 7,71); 2- A análise comparativa entre os títulos de anticorpos em diferentes momentos (dia zero, 15, 21, 30, 45 e 60), realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:1600, mostrou que houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 219,91 > Fcrítico = 6,39); 47 Tabela 15: Distribuição dos valores das médias das densidades ópticas (450 nm) obtidas por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA), realizados em “pool” de soros (diluição 1:3200) de oito camundongos, inoculados no início do experimento (dia zero), aos 15, 21, 30 e 45 dias com veneno de Bothrops jararacussu nativo (Grupo V) e irradiado com 60Co (Grupo VI). Dias (D) Grupos (G) 0 15 21 30 45 60 V 0,00 0,0255 0,147 0,2015 0,28 0,313 VI 0,00 0,0045 0,1105 0,158 0,3555 0,296 G V = G VI; como FLinhas = 1,56 < Fcrítico = 7,71 (α = 5 %). D0 ≠ D15 ≠ D21 ≠ D30 ≠ D45 ≠ D60; como FColunas = 27,52 > Fcrítico = 6,39 (α = 5 %). Figura 15: Valores médios de densidade óptica (450 nm) obtidos por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA) em “pool” de soros (diluição 1:3200) de oito camundongos inoculados com veneno de Bothrops jararacussu nativo e irradiado com 60Co. 48 A análise da tabela 15 e da figura 15 permite tecer os seguintes comentários: 1- A análise comparativa entre os Grupos V e VI, realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:3200, mostrou que não houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 1,56 < Fcrítico = 7,71); 2- A análise comparativa entre os títulos de anticorpos em diferentes momentos (dia zero, 15, 21, 30, 45 e 60), realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:3200, mostrou que houve diferença estatística nível de 5% de significância (FCalculado = 27,52 > Fcrítico = 6,39); 49 4.1.4 Resultados do método de ELISA para o soro produzido a partir de veneno nativo e irradiado de Bothrops moojeni As médias de densidades ópticas resultantes dos títulos de anticorpos obtidos pela inoculação de veneno nativo e veneno irradiado com 60 Co e os resultados da análise estatística dos ensaios imunoenzimáticos (ELISA) do “pool” de soro dos animais, nos diferentes momentos e diluições encontram-se nas Tabelas 16 a 20. Nas Figuras 16 a 20 estão representados graficamente os valores das médias de densidades ópticas, nos diferentes momentos e diluições, para os dois Grupos de animais, inoculados com veneno nativo e veneno irradiado com 60Co respectivamente. 50 Tabela 16: Distribuição dos valores das médias das densidades ópticas (450 nm) obtidas por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA), realizados em “pool” de soros (diluição 1:200) de oito camundongos, inoculados no início do experimento (dia zero), aos 15, 21, 30 e 45 dias com veneno de Bothrops moojeni nativo (Grupo VII) e irradiado com 60Co (Grupo VIII). Dias (D) Grupos (G) 0 15 21 30 45 60 VII 0,00 0,1055 0,186 0,1965 0,3705 0,3705 VIII 0,00 0,061 0,178 0,203 0,3775 0,3885 G VII = G VIII; como FLinhas = 1,49 < Fcrítico = 7,71 (α = 5 %). D0 ≠ D15 ≠ D21 ≠ D30 ≠ D45 ≠ D60; como FColunas = 113,01 > Fcrítico = 6,39 (α = 5 %). Figura 16: Valores médios de densidade óptica (450 nm) obtidos por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA) em “pool” de soros (diluição 1:200) de oito camundongos inoculados com veneno de Bothrops moojeni nativo e irradiado com 60Co. 51 A análise da tabela 16 e da figura 16 permite tecer os seguintes comentários: 1- A análise comparativa entre os Grupos VII e VIII, realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:200, mostrou que não houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 1,49 < Fcrítico = 7,71); 2- A análise comparativa entre os títulos de anticorpos em diferentes momentos (dia zero, 15, 21, 30, 45 e 60), realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:200, mostrou que houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 113,01 > Fcrítico = 6,39); 52 Tabela 17: Distribuição dos valores das médias das densidades ópticas (450 nm) obtidas por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA), realizados em “pool” de soros (diluição 1:400) de oito camundongos, inoculados no início do experimento (dia zero), aos 15, 21, 30 e 45 dias com veneno de Bothrops moojeni nativo (Grupo VII) e irradiado com 60Co (Grupo VIII). Dias (D) Grupos (G) 0 15 21 30 45 60 VII 0,00 0,065 0,1745 0,1935 0,3505 0,357 VIII 0,00 0,031 0,1405 0,1835 0,362 0,371 G VII = G VIII; como FLinhas = 1,01 < Fcrítico = 7,71 (α = 5 %). D0 ≠ D15 ≠ D21 ≠ D30 ≠ D45 ≠ D60; como FColunas = 134,81 > Fcrítico = 6,39 (α = 5 %). Figura 17: Valores médios de densidade óptica (450 nm) obtidos por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA) em “pool” de soros (diluição 1:400) de oito camundongos inoculados com veneno de Bothrops moojeni nativo e irradiado com 60Co. 53 A análise da tabela 17 e da figura 17 permite tecer os seguintes comentários: 1- A análise comparativa entre os Grupos VII e VIII, realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:400, mostrou que não houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 1,01 < Fcrítico = 7,71); 2- A análise comparativa entre os títulos de anticorpos em diferentes momentos (dia zero, 15, 21, 30, 45 e 60), realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:400, mostrou que houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 134,81 > Fcrítico = 6,39). 54 Tabela 18: Distribuição dos valores das médias das densidades ópticas (450 nm) obtidas por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA), realizados em “pool” de soros (diluição 1:800) de oito camundongos, inoculados no início do experimento (dia zero), aos 15, 21, 30 e 45 dias com veneno de Bothrops moojeni nativo (Grupo VII) e irradiado com 60Co (Grupo VIII). Dias (D) Grupos (G) 0 15 21 30 45 60 VII 0,00 0,035 0,154 0,1665 0,339 0,3555 VIII 0,00 0,014 0,0955 0,158 0,338 0,3545 G VII = G VIII; como FLinhas = 2,80 < Fcrítico = 7,71 (α = 5 %). D0 ≠ D15 ≠ D21 ≠ D30 ≠ D45 ≠ D60; como FColunas = 140,05 > Fcrítico = 6,39 (α = 5 %). Figura 18: Valores médios de densidade óptica (450 nm) obtidos por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA) em “pool” de soros (diluição 1:800) de oito camundongos inoculados com veneno de Bothrops moojeni nativo e irradiado com 60Co. 55 A análise da tabela 18 e da figura 18 permite tecer os seguintes comentários: 1- A análise comparativa entre os Grupos VII e VIII, realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:800, mostrou que não houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 2,80 < Fcrítico = 7,71); 2- A análise comparativa entre os títulos de anticorpos em diferentes momentos (dia zero, 15, 21, 30, 45 e 60), realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:800, mostrou que houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 140,05 > Fcrítico = 6,39); 56 Tabela 19: Distribuição dos valores das médias das densidades ópticas (450 nm) obtidas por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA), realizados em “pool” de soros (diluição 1:1600) de oito camundongos, inoculados no início do experimento (dia zero), aos 15, 21, 30 e 45 dias com veneno de Bothrops moojeni nativo (Grupo VII) e irradiado com 60Co (Grupo VIII). Dias (D) Grupos (G) 0 15 21 30 45 60 VII 0,00 0,0195 0,132 0,147 0,323 0,3475 VIII 0,00 0,009 0,0745 0,14 0,3261 0,345 G VII = G VIII; como FLinhas = 1,87 < Fcrítico = 7,71 (α = 5 %). D0 ≠ D15 ≠ D21 ≠ D30 ≠ D45 ≠ D60; como FColunas = 140,24 > Fcrítico = 6,39 (α = 5 %). Figura 19: Valores médios de densidade óptica (450 nm) obtidos por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA) em “pool” de soros (diluição 1:1600) de oito camundongos inoculados com veneno de Bothrops moojeni nativo e irradiado com 60Co. 57 A análise da tabela 19 e da figura 19 permite tecer os seguintes comentários: 1- A análise comparativa entre os Grupos VII e VIII, realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:1600, mostrou que não houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 1,87 < Fcrítico = 7,71); 2- A análise comparativa entre os títulos de anticorpos em diferentes momentos (dia zero, 15, 21, 30, 45 e 60), realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:1600, mostrou que houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 140,24 > Fcrítico = 6,39); 58 Tabela 20: Distribuição dos valores das médias das densidades ópticas (450 nm) obtidas por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA), realizados em “pool” de soros (diluição 1:3200) de oito camundongos, inoculados no início do experimento (dia zero), aos 15, 21, 30 e 45 dias com veneno de Bothrops moojeni nativo (Grupo VII) e irradiado com 60Co (Grupo VIII). Dias (D) Grupos (G) 0 15 21 30 45 60 VII 0,00 0,012 0,106 0,1135 0,3085 0,33 VIII 0,00 0,006 0,0395 0,11 0,3095 0,3365 G VII = G VIII; como FLinhas = 1,05 < Fcrítico = 7,71 (α = 5 %). D0 ≠ D15 ≠ D21 ≠ D30 ≠ D45 ≠ D60; como FColunas = 94,74 > Fcrítico = 6,39 (α = 5 %). Figura 20: Valores médios de densidade óptica (450 nm) obtidos por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA) em “pool” de soros (diluição 1:3200) de oito camundongos inoculados com veneno de Bothrops moojeni nativo e irradiado com 60Co. 59 A análise da tabela 20 e da figura 20 permite tecer os seguintes comentários: 1- A análise comparativa entre os Grupos VII e VIII, realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:3200, mostrou que não houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 1,05 < Fcrítico = 7,71); 2- A análise comparativa entre os títulos de anticorpos em diferentes momentos (dia zero, 15, 21, 30, 45 e 60), realizada pelo teste F de Snedecor, na diluição de 1:3200, mostrou que houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 94,74 > Fcrítico = 6,39); 60 4.1.5 Resultados da titulação pelo método de ELISA para o soro produzido a partir de veneno nativo e irradiado de Crotalus durissus terrificus, Bothrops jararaca, Bothrops jararacussu e Bothrops moojeni As Tabelas 21 a 24 apresentam as médias de densidades ópticas resultantes da diluição dos títulos de anticorpos obtidos pela inoculação de veneno nativo e veneno irradiado com 60 Co e os resultados da análise estatística dos ensaios imunoenzimáticos (ELISA) do “pool” de soro dos animais no 60º dia após a primeira inoculação. As Figuras 21 a 24 representam graficamente os valores das médias de densidades ópticas resultantes da diluição dos títulos de anticorpos obtidos do “pool” de soro dos animais pela inoculação de veneno nativo e veneno irradiado com inoculação. 60 Co para os dois Grupos de animais no 60º dia após a primeira 0,134 0,141 0,167 0,1695 0,21 0,2115 I II 0,1315 0,121 1:16 0,119 0,089 1:32 0,067 0,082 1:64 0,0215 0,019 1:128 Diluições (D) x 102 0,0115 0,01 1:256 0,0105 0,0065 1:512 G I = G II; como FLinhas = 2,36 < Fcrítico = 4,96 (α = 5 %). D1:2 ≠ D1:4 ≠ D1:8 ≠ D1:16 ≠ D1:32 ≠ D1:64 ≠ D1:128 ≠ D1:256 ≠ D1:512 ≠ D1:1024 ≠ D1:2048 como FColunas = 202,86 > Fcrítico = 2,98 (α = 5 %), (Dx102) 1:8 1:4 1:2 Grupos (G) 0,0095 0,0035 1:1024 0,0035 0,0005 1:2048 Tabela 21: Distribuição dos valores das médias das densidades ópticas (450 nm) obtidas por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA), realizados em “pool” de soros do 60º dia após a primeira inoculação, diluídos de 1:200 a 1:204800, de oito camundongos, com veneno de Crotalus durissus terrificus nativo (Grupo I) e irradiado com 60Co (Grupo II). 61 Figura 21: Valores médios de densidade óptica (450 nm) obtidos por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA) em “pool” de soros do 60º dia após a primeira inoculação, diluídos de 1:200 a 1:204800, de oito camundongos inoculados com veneno de Crotalus durissus terrificus nativo e irradiado com 60Co. 62 63 A análise da tabela 21 e da figura 21 permite tecer os seguintes comentários: 1- A análise comparativa entre os Grupos I e II, realizada pelo teste F de Snedecor, mostrou que não houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 2,36 < Fcrítico = 4,96); 2- A análise comparativa entre os títulos de anticorpos em diferentes diluições (1:2; 1:4; 1:8; 1:16; 1:32; 1:64; 1:128; 1:256; 1:512; 1:1024; 1:2048), realizada pelo teste F de Snedecor, mostrou que houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 202,86 > Fcrítico = 2,98); 0,3525 0,3755 0,362 0,3765 0,365 0,3825 III IV 0,359 0,341 1:16 0,35 0,332 1:32 0,33 0,2835 1:64 0,3195 0,2495 1:128 Diluições (D) x 102 0,299 0,178 1:256 0,2025 0,106 1:512 G III ≠ G IV; como FLinhas = 17,42 > Fcrítico = 4,96 (α = 5 %). D1:2 ≠ D1:4 ≠ D1:8 ≠ D1:16 ≠ D1:32 ≠ D1:64 ≠ D1:128 ≠ D1:256 ≠ D1:512 ≠ D1:1024 ≠ D1:2048 como FColunas = 36,82 > Fcrítico = 2,98 (α = 5 %), . (Dx102) 1:8 1:4 1:2 Grupos (G) 0,1305 0,101 1:1024 0,0955 0,052 1:2048 Tabela 22: Distribuição dos valores das médias das densidades ópticas (450 nm) obtidas por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA), realizados em “pool” de soros do 60º dia após a primeira inoculação, diluídos de 1:200 a 1:204800, de oito camundongos, com veneno de Bothrops jararaca nativo (Grupo III) e irradiado com 60Co (Grupo IV). 64 Figura 22: Valores médios de densidade óptica (450 nm) obtidos por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA) em “pool” de soros do 60º dia após a primeira inoculação, diluídos de 1:200 a 1:204800, de oito camundongos inoculados com veneno de Bothrops jararaca nativo e irradiado com 60Co. 65 66 A análise da tabela 22 e da figura 22 permite tecer os seguintes comentários: 1- A análise comparativa entre os Grupos III e IV, realizada pelo teste F de Snedecor, mostrou que houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 17,42 > Fcrítico = 4,96); 2- A análise comparativa entre os títulos de anticorpos em diferentes diluições (1:2; 1:4; 1:8; 1:16; 1:32; 1:64; 1:128; 1:256; 1:512; 1:1024; 1:2048), realizada pelo teste F de Snedecor, mostrou que houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 36,82 > Fcrítico = 2,98); 0,3475 0,3325 0,3605 0,3355 0,389 0,3445 V VI 0,314 0,3235 1:16 0,296 0,313 1:32 0,2765 0,1545 1:64 0,2665 0,1195 1:128 Diluições (D) x 102 0,211 0,0845 1:256 0,146 0,0535 1:512 G V = G VI; como FLinhas = 4,33 < Fcrítico = 4,96 (α = 5 %). D1:2 ≠ D1:4 ≠ D1:8 ≠ D1:16 ≠ D1:32 ≠ D1:64 ≠ D1:128 ≠ D1:256 ≠ D1:512 ≠ D1:1024 ≠ D1:2048 como FColunas = 11,48 > Fcrítico = 2,98 (α = 5 %), (Dx102) 1:8 1:4 1:2 Grupos (G) 0,113 0,0315 1:1024 0,055 0,022 1:2048 Tabela 23: Distribuição dos valores das médias das densidades ópticas (450 nm) obtidas por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA), realizados em “pool” de soros do 60º dia após a primeira inoculação, diluídos de 1:200 a 1:204800, de oito camundongos, com veneno de Bothrops jararacussu nativo (Grupo V) e irradiado com 60 Co (Grupo VI). 67 Figura 23: Valores médios de densidade óptica (450 nm) obtidos por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA) em “pool” de soros do 60º dia após a primeira inoculação, diluídos de 1:200 a 1:204800, de oito camundongos inoculados com veneno de Bothrops jararacussu nativo e irradiado com 60Co. 68 69 A análise da tabela 23 e da figura 23 permite tecer os seguintes comentários: 1- A análise comparativa entre os Grupos V e VI, realizada pelo teste F de Snedecor, mostrou que não houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 4,33 < Fcrítico = 4,96); 2- A análise comparativa entre os títulos de anticorpos em diferentes diluições (1:2; 1:4; 1:8; 1:16; 1:32; 1:64; 1:128; 1:256; 1:512; 1:1024; 1:2048), realizada pelo teste F de Snedecor, mostrou que houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 11,48 > Fcrítico = 2,98); 0,3555 0,3545 0,357 0,371 0,3705 0,3775 VII VIII 0,345 0,3475 1:16 0,3365 0,33 1:32 0,3185 0,2345 1:64 0,1875 0,168 1:128 Diluições (D) x 102 0,122 0,1175 1:256 0,087 0,079 1:512 G VII = G VIII; como FLinhas = 3,45 < Fcrítico = 4,96 (α = 5 %). D1:2 ≠ D1:4 ≠ D1:8 ≠ D1:16 ≠ D1:32 ≠ D1:64 ≠ D1:128 ≠ D1:256 ≠ D1:512 ≠ D1:1024 ≠ D1:2048 como FColunas = 132,72 > Fcrítico = 2,98 (α = 5 %) (Dx102) 1:8 1:4 1:2 Grupos (G) 0,0465 0,0385 1:1024 0,025 0,024 1:2048 Tabela 24: Distribuição dos valores das médias das densidades ópticas (450 nm) obtidas por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA), realizados em “pool” de soros do 60º dia após a primeira inoculação, diluídos de 1:200 a 1:204800, de oito camundongos, com veneno de Bothrops moojeni nativo (Grupo VII) e irradiado com 60Co (Grupo VIII). 70 Figura 24: Valores médios de densidade óptica (450 nm) obtidos por ensaio imunoenzimático indireto (ELISA) em “pool” de soros do 60º dia após a primeira inoculação, diluídos de 1:200 a 1:204800, de oito camundongos inoculados com veneno de Bothrops moojeni nativo e irradiado com 60Co. 71 72 A análise da tabela 24 e da figura 24 permite tecer os seguintes comentários: 1- A análise comparativa entre os Grupos VII e VIII, realizada pelo teste F de Snedecor, mostrou que não houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 3,45 < Fcrítico = 4,96); 2- A análise comparativa entre os títulos de anticorpos em diferentes diluições (1:2; 1:4; 1:8; 1:16; 1:32; 1:64; 1:128; 1:256; 1:512; 1:1024; 1:2048), realizada pelo teste F de Snedecor, mostrou que houve diferença estatística ao nível de 5% de significância (FCalculado = 132,72 > Fcrítico = 2,98); 73 4.2. Capacidade neutralizante e potência dos anticorpos antiveneno nativo e irradiado Foi avaliada a capacidade neutralizante dos soros antiveneno nativo e irradiado, obtidos de camundongos hiperimunizados com venenos de Crotalus durissus terrificus, Bothrops jararaca, Bothrops jararacussu e Bothrops moojeni. O cálculo da capacidade neutralizante da toxina ou antígeno (CNT) foi realizado segundo KAISER et al. (56). Para o soro antiveneno nativo de Crotalus durissus terrificus, por exemplo, o cálculo foi realizado da seguinte maneira: CNA = (0,74 – 0,148) x 1 x 105 x (1/100) CNA = 592 µg de veneno/ml de soro Para um camundongo de 20 g, por exemplo, uma DL50 do veneno de Crotalus durissus terrificus é 2,96 µg de veneno. Portanto, 592/2,96 = 200 DL50. Sendo assim, o soro antiveneno nativo de Crotalus durissus terrificus foi capaz de neutralizar cerca de 592 µg de veneno por ml de soro, o equivalente a 200 DL50 74 4.2.1 Teste “in vitro” 4.2.1.1. Os resultados obtidos nos testes “in vitro” para a determinação da capacidade de neutralização de um “pool” dos soros antiveneno crotálico, obtidos no 60º dia após a primeira inoculação dos dois grupos inoculados com veneno nativo e irradiado com 60 Co, estão representados nas Tabelas 25 e 26 respectivamente. Tabela 25: Determinação da capacidade de neutralização de um “pool” dos soros antiveneno Crotálico obtidos no 60º dia após a primeira inoculação, de oito camundongos hiperimunizados com veneno nativo, inoculados via intraperitoneal em quantidades variáveis de DL50 do veneno nativo. Observações mortos / vivos Soro (µl) Veneno DL50 24 horas 48 horas Mortalidade (%) 100 1 0:4 0:4 0 100 3 0:4 0:4 0 100 5 2:2 2:2 50 100 10 4:0 4:0 100 100 15 4:0 4:0 100 100 ----- 0:4 0:4 0 ---- 1 4:0 4:0 100 Tabela 26: Determinação da capacidade de neutralização de um “pool” dos soros antiveneno Crotálico obtidos no 60º dia após a primeira inoculação, de oito camundongos hiperimunizados com veneno irradiado com 60Co, inoculados via intraperitoneal em quantidades variáveis de DL50 do veneno nativo. Observações mortos / vivos Soro (µl) Veneno DL50 24 horas 48 horas Mortalidade (%) 100 1 0:4 0:4 0 100 3 0:4 0:4 0 100 5 1:3 1:3 25 100 10 3:1 3:1 75 100 15 4:0 4:0 100 100 ----- 0:4 0:4 0 ---- 1 4:0 4:0 100 75 4.2.1.2 Os resultados obtidos nos testes “in vitro” para a determinação da capacidade de neutralização de um “pool” dos soros antiveneno Bothrops jararaca, obtidos no 60º dia após a primeira inoculação dos dois grupos inoculados com veneno nativo e irradiado com 60 Co, estão representados nas Tabelas 27 e 28 respectivamente. Tabela 27: Determinação da capacidade de neutralização de um “pool” dos soros antiveneno Bothrops jararaca obtidos no 60º dia após a primeira inoculação, de oito camundongos hiperimunizados com veneno nativo, inoculados via intraperitoneal em quantidades variáveis de DL50 do veneno nativo. Observações mortos / vivos Soro (µl) Veneno DL50 24 horas 48 horas Mortalidade (%) 100 1 0:4 0:4 0 100 3 0:4 0:4 0 100 5 1:3 1:3 25 100 10 4:0 4:0 100 100 15 4:0 4:0 100 100 ----- 0:4 0:4 0 ---- 1 4:0 4:0 100 Tabela 28: Determinação da capacidade de neutralização de um “pool” dos soros antiveneno Bothrops jararaca obtidos no 60º dia após a primeira inoculação, de oito camundongos hiperimunizados com veneno irradiado com 60 Co, inoculados via intraperitoneal em quantidades variáveis de DL50 do veneno nativo. Observações mortos / vivos Soro (µl) Veneno DL50 24 horas 48 horas Mortalidade (%) 100 1 0:4 0:4 0 100 3 0:4 0:4 0 100 5 1:3 1:3 25 100 10 4:0 4:0 100 100 15 4:0 4:0 100 100 ----- 0:4 0:4 0 ---- 1 4:0 4:0 100 76 4.2.1.3 Os resultados obtidos nos testes “in vitro” para a determinação da capacidade de neutralização de um “pool” dos soros antiveneno Bothrops jararacussu, obtidos no 60º dia após a primeira inoculação dos dois grupos inoculados com veneno nativo e irradiado com 60 Co, estão representados nas Tabelas 29 e 30 respectivamente. Tabela 29: Determinação da capacidade de neutralização de um “pool” dos soros antiveneno Bothrops jararacussu obtidos no 60º dia após a primeira inoculação, de oito camundongos hiperimunizados com veneno nativo, inoculados via intraperitoneal em quantidades variáveis de DL50 do veneno nativo. Observações mortos / vivos Soro (µl) Veneno DL50 24 horas 48 horas Mortalidade (%) 100 1 0:4 0:4 0 100 3 0:4 0:4 0 100 5 2:2 2:2 50 100 10 3:1 3:1 75 100 15 4:0 4:0 100 100 ----- 0:4 0:4 0 ---- 1 4:0 4:0 100 Tabela 30: Determinação da capacidade de neutralização de um “pool” dos soros antiveneno Bothrops jararacussu obtidos no 60º dia após a primeira inoculação, de oito camundongos hiperimunizados com veneno irradiado com 60 Co, inoculados via intraperitoneal em quantidades variáveis de DL50 do veneno nativo. Observações mortos / vivos Soro (µl) Veneno DL50 24 horas 48 horas Mortalidade (%) 100 1 0:4 0:4 0 100 3 0:4 0:4 0 100 5 1:3 1:3 25 100 10 3:1 3:1 75 100 15 4:0 4:0 100 100 ----- 0:4 0:4 0 ---- 1 4:0 4:0 100 77 4.2.1.4 Os resultados obtidos nos testes “in vitro” para a determinação da capacidade de neutralização de um “pool” dos soros antiveneno Bothrops moojeni, obtidos no 60º dia após a primeira inoculação dos dois grupos inoculados com veneno nativo e irradiado com 60 Co, estão representados nas Tabelas 31 e 32 respectivamente. Tabela 31: Determinação da capacidade de neutralização de um “pool” dos soros antiveneno Bothrops moojeni obtidos no 60º dia após a primeira inoculação, de oito camundongos hiperimunizados com veneno nativo, inoculados via intraperitoneal em quantidades variáveis de DL50 do veneno nativo. Observações mortos / vivos Soro (µl) Veneno DL50 24 horas 48 horas Mortalidade (%) 100 1 0:4 0:4 0 100 3 0:4 0:4 0 100 5 2:2 2:2 50 100 10 3:1 3:1 75 100 15 4:0 4:0 100 100 ----- 0:4 0:4 0 ---- 1 4:0 4:0 100 Tabela 32: Determinação da capacidade de neutralização de um “pool” dos soros antiveneno Bothrops moojeni obtidos no 60º dia após a primeira inoculação, de oito camundongos hiperimunizados com veneno irradiado com 60 Co, inoculados via intraperitoneal em quantidades variáveis de DL50 do veneno nativo. Observações mortos / vivos Soro (µl) Veneno DL50 24 horas 48 horas Mortalidade (%) 100 1 0:4 0:4 0 100 3 0:4 0:4 0 100 5 1:3 1:3 25 100 10 3:1 3:1 75 100 15 4:0 4:0 100 100 ----- 0:4 0:4 0 ---- 1 4:0 4:0 100 78 4.2.1.5 Os resultados obtidos nos testes “in vitro” para a determinação da potência de neutralização de um “pool” dos soros antiveneno crotálico, obtidos no 60º dia após a primeira inoculação dos dois grupos inoculados com veneno nativo e irradiado com 60 Co, estão representados nas Tabelas 33 e 34 respectivamente e Figura 25. Tabela 33: Determinação da potência de neutralização do “pool” de soros antiveneno crotálico, obtidos de oito camundongos hiperimunizados com veneno nativo, inoculados via intraperitoneal em concentrações variáveis de soro e fixada a concentração do veneno em 5 DL 50 do veneno nativo. Diluição Soro Veneno DL50 Mortos/Vivos Mortos/Vivos Mortalidade 24 horas 48 horas (%) Puro 5 2:2 2:2 50 1:5 5 4:0 4:0 100 1:10 5 4:0 4:0 100 1:20 5 4:0 4:0 100 1:40 5 4:0 4:0 100 1:80 5 4:0 4:0 100 Puro ----- 0:4 0:4 0 ---- 5 4:0 4:0 100 O “pool” dos soros obtidos de camundongos hiperimunizados com veneno nativo de Crotalus durissus terrificus neutralizaram 0,592 mg/ml, equivalente a 200 DL50 do veneno nativo. 79 Tabela 34: Determinação da potência de neutralização do “pool” de soros antiveneno crotálico, obtidos de oito camundongos hiperimunizados com veneno irradiado com 60 Co, inoculados via intraperitoneal em concentrações variáveis de soro e fixada a concentração do veneno em 5 DL50 do veneno nativo. Diluição Soro Veneno DL50 Mortos/Vivos Mortos/Vivos Mortalidade 24 horas 48 horas (%) Puro 5 1:3 1:3 25 1:5 5 2:2 2:2 50 1:10 5 2:2 2:2 50 1:20 5 3:1 3:1 75 1:40 5 3:1 3:1 75 1:80 5 4:0 4:0 100 Puro ----- 0:4 0:4 0 ---- 5 4:0 4:0 100 O “pool” dos soros obtidos de camundongos hiperimunizados com veneno irradiado de Crotalus durissus terrificus neutralizaram 5,92 mg/ml, equivalente a 2000 DL50 do veneno nativo. 80 Figura 25: Neutralização da atividade tóxica do veneno Crotálico pelo soro obtido contra o veneno nativo (-■-) e irradiado (-●-). 81 4.2.1.6 Os resultados obtidos nos testes “in vitro” para a determinação da potência de neutralização de um “pool” dos soros antiveneno Bothrops jararaca, obtidos no 60º dia após a primeira inoculação dos dois grupos inoculados com veneno nativo e irradiado com 60 Co, estão representados nas Tabelas 35 e 36 respectivamente e Figura 26. Tabela 35: Determinação da potência de neutralização do “pool” de soros antiveneno Bothrops jararaca, obtidos de oito camundongos hiperimunizados com veneno nativo, inoculados via intraperitoneal em concentrações variáveis de soro e fixada a concentração do veneno em 5 DL 50 do veneno nativo. Diluição Soro Veneno DL50 Mortos/Vivos Mortos/Vivos Mortalidade 24 horas 48 horas (%) Puro 5 1:3 1:3 25 1:5 5 2:2 2:2 50 1:10 5 3:1 3:1 75 1:20 5 3:1 3:1 75 1:40 5 4:0 4:0 100 1:80 5 4:0 4:0 100 Puro ----- 0:4 0:4 0 ---- 5 4:0 4:0 100 O “pool” dos soros obtidos de camundongos hiperimunizados com veneno nativo de Bothrops jararaca neutralizaram 48 mg/ml, equivalente a 1000 DL50 do veneno nativo. 82 Tabela 36: Determinação da potência de neutralização do “pool” de soros antiveneno Bothrops jararaca, obtidos de oito camundongos hiperimunizados com veneno irradiado com 60 Co, inoculados via intraperitoneal em concentrações variáveis de soro e fixada a concentração do veneno em 5 DL50 do veneno nativo. Diluição Soro Veneno DL50 Mortos/Vivos Mortos/Vivos Mortalidade 24 horas 48 horas (%) Puro 5 1:3 1:3 25 1:5 5 2:2 2:2 50 1:10 5 3:1 3:1 75 1:20 5 3:1 3:1 75 1:40 5 4:0 4:0 100 1:80 5 4:0 4:0 100 Puro ----- 0:4 0:4 0 ---- 5 4:0 4:0 100 O “pool” dos soros obtidos de camundongos hiperimunizados com veneno irradiado de Bothrops jararaca neutralizaram 48 mg/ml, equivalente a 1000 DL50 do veneno nativo. 83 Figura 26: Neutralização da atividade tóxica do veneno de Bothrops jararaca pelo soro obtido contra o veneno nativo (-■-) e irradiado (-●-). 84 4.2.1.7 Os resultados obtidos nos testes “in vitro” para a determinação da potência de neutralização de um “pool” dos soros antiveneno Bothrops jararacussu, obtidos no 60º dia após a primeira inoculação dos dois grupos inoculados com veneno nativo e irradiado com 60 Co, estão representados nas Tabelas 37 e 38 respectivamente e Figura 27. Tabela 37: Determinação da potência de neutralização do “pool” de soros antiveneno Bothrops jararacussu, obtidos de oito camundongos hiperimunizados com veneno nativo, inoculados via intraperitoneal em concentrações variáveis de soro e fixada a concentração do veneno em 5 DL50 do veneno nativo. Diluição Soro Veneno DL50 Mortos/Vivos Mortos/Vivos Mortalidade 24 horas 48 horas (%) Puro 5 2:2 2:2 50 1:5 5 2:2 2:2 50 1:10 5 2:2 2:2 50 1:20 5 2:2 2:2 50 1:40 5 3:1 3:1 75 1:80 5 4:0 4:0 100 Puro ----- 0:4 0:4 0 ---- 5 4:0 4:0 100 O “pool” dos soros obtidos de camundongos hiperimunizados com veneno nativo de Bothrops jararacussu neutralizaram 352 mg/ml, equivalente a 4000 DL50 do veneno nativo. 85 Tabela 38: Determinação da potência de neutralização do “pool” de soros antiveneno Bothrops hiperimunizados jararacussu, com veneno obtidos irradiado de com 60 oito Co, camundongos inoculados via intraperitoneal em concentrações variáveis de soro e fixada a concentração do veneno em 5 DL50 do veneno nativo. Diluição Soro Veneno DL50 Mortos/Vivos Mortos/Vivos Mortalidade 24 horas 48 horas (%) Puro 5 1:3 1:3 25 1:5 5 2:2 2:2 50 1:10 5 2:2 2:2 50 1:20 5 3:1 3:1 75 1:40 5 3:1 3:1 75 1:80 5 4:0 4:0 100 Puro ----- 0:4 0:4 0 ---- 5 4:0 4:0 100 O “pool” dos soros obtidos de camundongos hiperimunizados com veneno irradiado de Bothrops jararacussu neutralizaram 176 mg/ml, equivalente a 2000 DL50 do veneno nativo. 86 Figura 27: Neutralização da atividade tóxica do veneno de Bothrops jararacussu pelo soro obtido contra o veneno nativo (-■-) e irradiado (-●-). 87 4.2.1.8 Os resultados obtidos nos testes “in vitro” para a determinação da potência de neutralização de um “pool” dos soros antiveneno Bothrops moojeni, obtidos no 60º dia após a primeira inoculação dos dois grupos inoculados com veneno nativo e irradiado com 60 Co, estão representados nas Tabelas 39 e 40 respectivamente e Figura 28. Tabela 39: Determinação da potência de neutralização do “pool” de soros antiveneno Bothrops moojeni, obtidos de oito camundongos hiperimunizados com veneno nativo, inoculados via intraperitoneal em concentrações variáveis de soro e fixada a concentração do veneno em 5 DL 50 do veneno nativo. Diluição Soro Veneno DL50 Mortos/Vivos Mortos/Vivos Mortalidade 24 horas 48 horas (%) Puro 5 2:2 2:2 50 1:5 5 2:2 2:2 50 1:10 5 2:2 2:2 50 1:20 5 3:1 3:1 75 1:40 5 3:1 3:1 75 1:80 5 4:0 4:0 100 Puro ----- 0:4 0:4 0 ---- 5 4:0 4:0 100 O “pool” dos soros obtidos de camundongos hiperimunizados com veneno nativo de Bothrops moojeni neutralizaram 176 mg/ml, equivalente a 2000 DL50 do veneno nativo. 88 Tabela 40: Determinação da potência de neutralização do “pool” de soros antiveneno Bothrops moojeni, obtidos de oito camundongos hiperimunizados com veneno irradiado com 60 Co, inoculados via intraperitoneal em concentrações variáveis de soro e fixada a concentração do veneno em 5 DL50 do veneno nativo. Diluição Soro Veneno DL50 Mortos/Vivos Mortos/Vivos Mortalidade 24 horas 48 horas (%) Puro 5 1:3 1:3 25 1:5 5 2:2 2:2 50 1:10 5 2:2 2:2 50 1:20 5 3:1 3:1 75 1:40 5 3:1 3:1 75 1:80 5 4:0 4:0 100 Puro ----- 0:4 0:4 0 ---- 5 4:0 4:0 100 O “pool” dos soros obtidos de camundongos hiperimunizados com veneno irradiado de Bothrops moojeni neutralizaram 176 mg/ml, equivalente a 2000 DL50 do veneno nativo. 89 Figura 28: Neutralização da atividade tóxica do veneno de Bothrops moojeni pelo soro obtido contra o veneno nativo (-■-) e irradiado (-●-). 90 4.2.2 Teste “in vivo” Os resultados obtidos nos testes “in vivo” dos camundongos inoculados com veneno de Crotalus durissus terrificus, Bothrops jararaca, Bothrops jararacussu e Bothrops moojeni, realizado no 60º dia após a primeira inoculação dos grupos inoculados com veneno natural e irradiado com 60 Co, mostraram que não houve óbito em nenhum dos grupos estudados após 24 e 48 h de observação. Para se verificar a toxicidade do veneno, um grupo de animais não hiperimunizados recebeu cinco DL50 de veneno nativo de Crotalus durissus terrificus, sendo observado 100% de mortalidade. O mesmo fenômeno foi observado para os venenos de Bothrops jararaca, Bothrops jararacussu e Bothrops moojeni. 91 4.3. Avaliação clínica dos animais Todos os animais dos nove grupos estudados foram examinados durante o processo de hiperimunização. As descrições das alterações seguem abaixo: Grupo I – inoculado com veneno nativo de Crotalus durissus terrificus Nenhuma alteração no local das inoculações foi notada durante o processo de hiperimunização. Grupo II – inoculado com veneno irradiado de Crotalus durissus terrificus Nenhuma alteração no local das inoculações foi notada durante o processo de hiperimunização. Grupo III – inoculado com veneno nativo de Bothrops jararaca Foi notada presença de necrose no local das inoculações em seis dos oito animais inoculados. O edema no local das inoculações era extenso em todos os animais. Ocorreram três mortes durante o processo de hiperimunização. Grupo IV – inoculado com veneno irradiado de Bothrops jararaca Um pequeno edema no local das inoculações foi notado em três animais. Isto ocorreu somente na primeira inoculação ao longo do processo de hiperimunização. Grupo V – inoculado com veneno nativo de Bothrops jararacussu Foi notada presença de necrose no local das inoculações em três dos oito animais inoculados. O edema no local das inoculações era extenso em todos os animais. Ocorreram duas mortes durante o processo de hiperimunização. Grupo VI – inoculado com veneno irradiado de Bothrops jararacussu Um pequeno edema no local das inoculações foi notado em dois animais somente na primeira inoculação ao longo do processo de hiperimunização. Grupo VII – inoculado com veneno nativo de Bothrops moojeni Foi notada presença de necrose no local das inoculações em dois dos oito animais inoculados. O edema no local das inoculações era extenso em todos os animais. Ocorreram duas mortes durante o processo de hiperimunização. Grupo VIII – inoculado com veneno irradiado de Bothrops moojeni Um pequeno edema no local das inoculações foi notado em três animais. Isto ocorreu somente na primeira inoculação ao longo do processo de hiperimunização. Grupo IX - controle Nenhuma alteração no local das inoculações foi notada durante todo o período de observação. 92 Figura 29: Observação de extensa área necrótica causada dois dias após a aplicação intradérmica de veneno nativo de Bothrops jararaca Figura 30: Observação da área de inoculação dois dias após a aplicação intradérmica de veneno irradiado de Bothrops jararaca 93 5. Discussão O único tratamento eficaz preconizado até o momento para os acidentes causados por serpentes peçonhentas é o soro heterólogo específico (50). Tradicionalmente, estes soros são produzidos em eqüinos hiperimunizados (12), e por tratar-se de um soro heterólogo pode produzir reações indesejáveis no paciente (9). Por outro lado, a produção do soro em animais domésticos apresenta como inconvenientes os efeitos indesejáveis da inoculação do veneno bruto. Estes se caracterizam por reações locais intensas acompanhadas de necrose, fístulas, hemorragias (13) culminando com o afastamento destes animais da linha de produção. Segundo Ângulo et al. (58), poucos estudos têm sido realizados sobre as alterações clínicas e fisiológicas dos animais imunizados com venenos para a produção de antivenenos. No intuito de reduzir a extensão destas alterações, a destoxicação dos venenos de serpentes por vários métodos têm sido sugeridas (13, 18-27, 59). Assim, os objetivos deste trabalho foram delineados com intuito de investigar a eficiência da técnica de irradiação de venenos com 60 Co na produção de soros antivenenos em camundongos. Além disso, a técnica de ELISA previamente padronizada, foi utilizada para detectar e acompanhar o título de anticorpos durante o processo de hiperimunização. Por fim, foram avaliadas a capacidade de soroneutralização e a potência dos soros obtidos por meio de métodos “in vitro” e “in vivo” e os efeitos colaterais do processo de imunização foram registrados. O presente trabalho foi realizado com venenos nativos e irradiados, cuja DL50 utilizada mostrou-se dentro dos valores observados na literatura (27, 33, 60-64). Para se avaliar a atividade imunogênica de venenos, toxinas e anticorpos vários métodos foram desenvolvidos nos últimos anos (65). Dessa forma, os testes de radioimunoensaios, de hemaglutinação, de imunoeletroforese, de enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA) e imunoensaios fluorescentes foram avaliados (45, 65). Theakston et al. (43) foram os primeiros pesquisadores a descreverem o uso do teste de ELISA para a detecção de venenos de serpentes e anticorpos antivenenos. Este teste tem mostrado ser um método com melhor 94 especificidade, sensibilidade, rapidez de execução, simplicidade e baixo custo (65, 66). Devido a sua sensibilidade e especificidade, Oguiura et al. (66) utilizaram o método de ELISA para quantificar a crotamina do veneno de Crotalus durissus terrificus. Barral-Neto et al. (67), avaliaram experimentalmente a detecção de veneno de Bothrops jararaca por esta técnica. Clissa et al. (27) avaliaram a atividade imunogênica do veneno nativo e irradiado de Crotalus durissus terrificus em coelhos por meio de ensaio imunoenzimático (ELISA). Por outro lado, com a crise na produção de soros antiofídicos ocorrida no Brasil na década de 80, pesquisadores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN-SP), iniciaram estudos sobre o uso da radiação ionizante como ferramenta na destoxicação de venenos (25-27, 33-42, 68). Guarnieri et al. (68) analisando os efeitos de doses crescentes de radiação no veneno de Bothrops jararaca em solução salina a uma concentração de 2,0 mg/ml não observaram precipitação, mas verificaram que ocorreu a formação de agregados protéicos solúveis nas amostras irradiadas, proporcionalmente ao aumento da dose. Quando o veneno de Bothrops jararacussu foi irradiado nas mesmas condições, também não foi observada a precipitação das proteínas, mas sim a formação de agregados em solução (38). Posteriormente, Nascimento et al. (26) avaliaram a influência da radiação ionizante sobre a crotoxina do veneno de Crotalus durissus terrificus. A seguir, utilizando o método de ELISA verificaram seus aspectos imunológicos. De Paula (41) utilizando o ensaio imunoenzimático (ELISA), avaliou qualitativa e quantitativamente o nível de anticorpos antiveneno de Crotalus durissus terrificus e de crotoxina irradiada em fonte de 60 Co produzidos em camundongo. Verificou que os soros produzidos foram capazes de reconhecer as toxinas nativas. Nesta pesquisa, o teste de ELISA foi utilizado para detectar, monitorar e comparar os títulos de anticorpos nos grupos experimentais de camundongos que receberam os diferentes venenos de Crotalus durissus terrificus, Bothrops jararaca, Bothrops jararacussu e Bothrops moojeni na forma nativa e irradiada com 60Co. Os valores de densidade óptica no teste de ELISA para as diversas diluições do veneno nativo e irradiado de Crotalus durissus terrificus 95 demonstraram que não houve diferença estatisticamente significante entre os dois grupos estudados. Os resultados observados mostraram um nível maior de anticorpos nos dias 15, 21, 30 e 45 no grupo inoculado com veneno nativo. Entretanto, no dia 60, os níveis se equivaleram nas diluições de 1:200 e 1:400. Acima destas diluições, o veneno irradiado mostrou níveis maiores de anticorpos. Notamos ainda que os anticorpos já são formados a partir do primeiro inóculo e que o pico é alcançado no 60º dia. Neste último realizamos uma titulação dos níveis de anticorpos de 1:200 até 1:204800. Não houve diferença estatística entre os dois grupos estudados, e os níveis de anticorpos se mantiveram elevados até a diluição de 1:6400. Observamos, pelos títulos de anticorpos produzidos tanto no grupo de camundongos hiperimunizados com veneno nativo quanto no grupo de camundongos hiperimunizados com veneno irradiado de Crotalus durissus terrificus que ambos venenos foram imunogênicos e induziram a formação de anticorpos capazes de reconhecer o veneno nativo de Crotalus durissus terrificus. Os valores de densidade óptica no teste de ELISA para as diversas diluições do veneno nativo e irradiado de Bothrops jararaca demonstraram que não houve diferença estatística entre os dois grupos estudados. Os resultados observados mostraram um nível maior de anticorpos nos dias 15, 21 e 30 no grupo inoculado com veneno nativo. Entretanto, a partir do dia 45, o grupo inoculado com veneno irradiado desenvolveram títulos maiores. Os anticorpos já são formados a partir do primeiro inóculo e o pico foi alcançado no dia 45, mantendo-se praticamente o mesmo no dia 60. Neste último realizamos uma titulação dos níveis de anticorpos de 1:200 até 1:204800. Houve diferença estatística entre os dois grupos estudados. Os níveis de anticorpos do grupo que recebeu veneno irradiado foram maiores que os do grupo que recebeu veneno nativo praticamente em todas as diluições. Estes títulos se mantiveram elevados até a diluição de 1:102400. Observamos, pelos títulos de anticorpos produzidos tanto no grupo de camundongos hiperimunizados com veneno nativo quanto no grupo de camundongos hiperimunizados com veneno irradiado de Bothrops jararaca que ambos venenos foram imunogênicos e induziram a formação de anticorpos capazes de reconhecer o veneno nativo de Bothrops jararaca. 96 Os valores de densidade óptica no teste de ELISA para as diversas diluições do veneno nativo e irradiado de Bothrops jararacussu demonstraram que não houve diferença estatística entre os dois grupos estudados. Os resultados observados mostraram um número maior de anticorpos nos dias 15 e 60 no grupo inoculado com veneno nativo, e maiores nos dias 21, 30 e 45 no grupo com veneno irradiado. Os anticorpos já são formados a partir do primeiro inóculo e o pico foi alcançado no dia 60 para o grupo com veneno nativo e no dia 45 no grupo com veneno irradiado, tendo este último uma pequena queda no dia 60. No dia 60, realizamos uma titulação dos níveis de anticorpos de 1:200 até 1:204800. Não houve diferença estatística entre os dois grupos estudados. Os níveis de anticorpos do grupo que recebeu veneno nativo foram maiores que os do grupo que recebeu veneno irradiado até a diluição de 1: 3200. A partir desta diluição, o grupo com veneno irradiado mostrou maiores títulos mantendo níveis elevados até a diluição de 1:204800. No grupo inoculado com veneno nativo os títulos permaneceram elevados até a diluição de 1: 51200. Observamos, pelos títulos de anticorpos produzidos tanto no grupo de camundongos hiperimunizados com veneno nativo quanto no grupo de camundongos hiperimunizados com veneno irradiado de Bothrops jararacussu que ambos venenos foram imunogênicos e induziram a formação de anticorpos capazes de reconhecer o veneno nativo de Bothrops jararacussu. Os valores de densidade óptica no teste de ELISA para as diversas diluições do veneno nativo e irradiado de Bothrops moojeni demonstraram que não houve diferença estatística entre os dois grupos estudados. Os resultados observados mostraram um número maior de anticorpos nos dias 15 e 21 no grupo inoculado com veneno nativo, e maiores nos dias 30, 45 e 60 no grupo com veneno irradiado. Os anticorpos já são formados a partir do primeiro inóculo, quando o grupo inoculado com veneno nativo desenvolve títulos maiores. O pico foi alcançado no dia 45 e se manteve praticamente o mesmo até o dia 60. Neste último, realizamos uma titulação dos níveis de anticorpos de 1:200 até 1:204800. Não houve diferença estatística entre os dois grupos estudados. Os níveis de anticorpos do grupo que recebeu veneno irradiado foram maiores que os do grupo que recebeu veneno nativo praticamente em todas as diluições. Ambos os grupos mantiveram títulos elevados até a diluição de 1: 51200. 97 Observamos, pelos títulos de anticorpos produzidos tanto no grupo de camundongos hiperimunizados com veneno nativo quanto no grupo de camundongos hiperimunizados com veneno irradiado de Bothrops moojeni que ambos venenos foram imunogênicos e induziram a formação de anticorpos capazes de reconhecer o veneno nativo de Bothrops moojeni. A análise dos resultados obtidos em seu conjunto permite diversas considerações e observações a partir da literatura. Assim, tem sido descrito que a irradiação de peçonhas de serpentes e toxinas isoladas causam a diminuição de sua toxicidade (26, 27, 35, 37, 42, 6870). De acordo com Souza Filho et al. (37), Nascimento et al. (71) e BoniMitake et al. (42), a diminuição da toxicidade da crotoxina e da crotamina, pela radiação gama de 60 Co após a administração em camundongos, foi cerca de duas vezes menor. Segundo Costa (72), a diminuição da toxicidade da peçonha de abelha (Apis mellifera) irradiada pode ser devido às alterações estruturais nas moléculas de proteínas, observados a partir de resultados de espectrometria, eletroforese e cromatografia líquida de alto desempenho. Assim sendo, podese sugerir que estas alterações estruturais nos componentes da peçonha poderiam promover a atenuação da toxicidade da mesma. A toxicidade em camundongos, de amostras nativa e irradiada com dose de 1000 Gy, da fração crotoxina do veneno de Crotalus durissus terrificus foi verificada por Souza-Filho et al. (37). Estes autores observaram que a amostra irradiada (DL50 de 309 µg/Kg) foi duas vezes menos letal que a forma nativa (147 µg/Kg). Quando a irradiação era aumentada para 1500 Gy, havia uma diminuição da letalidade para cerca de 3,5 vezes. Estes resultados são compatíveis também com os encontrados por outros autores (27, 35, 73), que sugeriram que a redução da toxicidade seria explicada pela formação de agregados após a irradiação. Neste caso, rejeita-se a hipótese de uma simples mudança na estrutura da molécula de proteína indicando a formação de um novo composto. Segundo Cardi et al. (74), a irradiação gama provou ser o método de maior sucesso para a destoxicação da crotoxina. Segundo o autor, a redução da toxidade se deve a uma endocitose precoce da crotoxina por células fagocíticas, melhorando o processamento do antígeno. Isto porque a irradiação 98 promove oxidação da molécula facilitando sua fagocitose, devido à presença dos receptores “Scavenger” presente na superfície dos macrófagos. É sabido que os antígenos ao entrarem no organismo sofrem um processo de oxidação pelas células de defesa para facilitar o processo de fagocitose. Diante de amostras irradiadas, os macrófagos já encontram estas moléculas oxidadas e portanto, eliminam esta etapa do processo. Um melhor processamento, associado a uma apresentação mais rápida do antígeno faz com que o sistema imunológico produza anticorpos mais completos, contra um maior número de epítopos do antígeno (25). Para Hati et al. (59) a destoxicação pode resultar em alterações estruturais de epítopos relevantes e por essa razão diminuir a eficácia dos anticorpos produzidos contra estas toxinas. Souza et al. (75) investigaram a habilidade da radiação gama produzida pelo 60 Co (2000 Gy) na atenuação dos efeitos tóxicos do veneno de Bothrops jararacussu em junções neuromusculares de camundongos. Concluíram que a radiação é capaz de abolir a paralisia e a miotoxidade causada pelo veneno. Segundo os mesmos autores, estes achados apóiam a hipótese de que a radiação gama pode ser uma importante ferramenta para melhorar a produção de soros antiofídicos por reduzir a toxicidade dos venenos, preservando sua imunogenicidade. No presente trabalho foi possível observar que o método de ELISA mostrou-se útil no acompanhamento da produção de anticorpos durante o processo de hiperimunização de camundongos com veneno nativo e irradiado das quatro espécies de serpentes avaliadas. O método permitiu ainda observar detalhadamente a evolução e o perfil dos anticorpos produzidos. Os testes de soroneutralização podem ser realizados por meio de técnicas “in vitro” e “in vivo” utilizando animais de experimentação (44). Nos testes de soroneutralização “in vitro” realizados nesta pesquisa, observando-se a sobrevida dos animais após o desafio, notamos que aqueles que receberam soro de animais imunizados com veneno irradiado de Crotalus durissus terrificus, ao receberem o desafio de cinco DL50, apresentaram uma porcentagem de sobrevida maior que os camundongos que receberam soro de animais imunizados com veneno nativo de Crotalus durissus terrificus. No primeiro, a mortalidade foi de 25%, contra 50% no grupo que recebeu soro de animais imunizados com veneno nativo. 99 Ao se realizar o desafio com 10 DL50 observou-se sobrevida de 25% dos animais no grupo que recebeu soro produzido em animais imunizados com veneno irradiado, contra 0% de sobrevida no grupo que recebeu soro produzido em animais imunizados com veneno nativo. A inocuidade do soro foi avaliada pela inoculação de soro total, observando-se uma sobrevida de 100% dos animais. Por outro lado, ao se inocular apenas veneno nativo, a mortalidade observada foi de 100%, demonstrando-se assim a toxicidade do veneno. A análise dos resultados permite sugerir que o soro produzido a partir do veneno de Crotalus durissus terrificus irradiado foi mais eficaz que o produzido a partir do veneno nativo. Nos testes de soroneutralização “in vitro” realizados, após o desafio de cinco DL50 de veneno nativo de Bothrops jararaca, observamos a mesma porcentagem de sobrevida tanto no grupo de animais que receberam soro de animais imunizados com veneno nativo de Bothrops jararaca quanto no grupo de camundongos que receberam soro de animais imunizados com veneno irradiado. A mortalidade observada foi de 25%. Após o desafio “in vitro” com cinco DL50 de Bothrops jararacussu e Bothrops moojeni, observamos que aqueles animais que receberam soro de animais imunizados com veneno irradiado apresentaram uma sobrevida maior que os animais que receberam soro de animais imunizados com veneno nativo. A mortalidade dos animais que receberam soro produzido a partir de veneno irradiado foi de 25%, contra 50% do grupo que recebeu soro produzido a partir de veneno nativo. O desafio com 10 DL50, tanto no grupo de animais que receberam soro de animais imunizados com veneno nativo, quanto no grupo de animais que receberam soro de animais imunizados com veneno irradiado apresentaram uma sobrevida de 25%. A inocuidade do soro foi avaliada pela inoculação de soro total, observando-se uma sobrevida de 100% dos animais. Por outro lado, ao se inocular apenas veneno nativo, a mortalidade observada foi de 100%, demonstrando-se assim a toxicidade do veneno. Mandal et al. (76) imunizaram coelhos com veneno irradiado da serpente Vipera russeli e observaram que 0,1 ml do soro obtido destes animais neutralizava cinco DL50 em camundongos. Estes resultados foram semelhantes 100 aos observados no presente trabalho, em que pese a serpente estudada ser de espécie diferente das propostas. Os testes de soroneutralização e de potência podem ainda ser realizados sem a necessidade de animais de experimentação. Assim, BARBOSA et al. (44) usaram o método de ELISA para determinar a potência de soros hiperimunes de venenos crotálicos e botrópicos. Houve diminuição dos custos e houve melhora na sua reprodutibilidade quando comparado com os testes “in vivo”. Maria et al. (77) e Heneine et al. (46), verificando a correlação entre métodos “in vivo” e “in vitro” para a neutralização e potência de soros antibotrópicos, sugerem que o método de ELISA pode ser utilizado como uma técnica “in vitro” para se avaliar a potência de soros antibotrópicos brasileiros durante o processo de hiperimunização. Entretanto, o teste clássico “in vivo” em camundongos deve ser usado nos testes finais da produção do antiveneno. Desta forma, não se pode dispensar o emprego de animais de experimentação nos testes finais de avaliação de soroneutralização e potência, como o realizado no presente trabalho. O teste de potência de neutralização foi realizado no presente trabalho com o intuito de se verificar a quantidade de veneno neutralizada por um mililitro de soro. A potência de neutralização de cinco DL50, utilizando-se um “pool” de soros obtidos de um grupo de camundongos inoculados com veneno nativo Crotalus durissus terrificus foi de 0,592 mg de veneno/ml de antiveneno, equivalente a 200 DL50. Para tanto, se utilizaram 100 µl de soro puro que foi capaz de reduzir a mortalidade para 50%. Quando se utilizou um “pool” de soros obtidos de um grupo de camundongos inoculados com veneno irradiado de Crotalus durissus terrificus, a mortalidade foi reduzida a 50%, quando se utilizaram 100 µl deste soro na diluição de 1/10. Sua capacidade de neutralização foi de 5,92 mg de veneno/ml de antiveneno, equivalente a 2000 DL50, maior, portanto, que a verificada anteriormente. Cabe ainda ressaltar que quando se utilizou o soro obtido com o veneno nativo, 100% dos animais foram a óbito na diluição de 1/5, enquanto quando se utilizou o soro obtido com veneno irradiado, a mortalidade foi de 100% apenas com a diluição de 1/80. Um grupo de animais foi testado apenas com o soro puro para avaliar a sua inocuidade, observando-se 0% de mortalidade. Outro grupo de animais 101 recebeu cinco DL50 de veneno nativo de Crotalus durissus terrificus para verificação de sua toxicidade, observando-se 100% de mortalidade. Estes resultados demonstram que o soro obtido a partir do grupo de camundongos inoculados com veneno irradiado de Crotalus durissus terrificus teve um melhor desempenho que o soro obtido a partir do grupo inoculado com veneno nativo. A potência de neutralização de cinco DL50, utilizando-se um “pool” de soros obtidos de um grupo de camundongos inoculados com veneno nativo Bothrops jararaca foi de 48 mg de veneno/ml de antiveneno, equivalente a 1000 DL50. Para tanto, se utilizaram 100 µl de soro diluído 1/5 que foi capaz de reduzir a mortalidade para 50%. Quando se utilizou um “pool” de soros obtidos de um grupo de camundongos inoculados com veneno irradiado de Bothrops jararaca, a mortalidade foi reduzida a 50%, quando se utilizaram 100 µl deste soro na diluição de 1/5. Sua capacidade de neutralização foi de 48 mg de veneno/ml de antiveneno, equivalente a 1000 DL50. Quando se utilizou o soro obtido a partir do veneno nativo, 100% dos animais foram a óbito na diluição de 1/40. O mesmo fenômeno ocorreu ao se utilizar o soro obtido a partir do veneno irradiado. Diante destes resultados, notamos que o soro obtido a partir do grupo de camundongos inoculados com veneno nativo de Bothrops jararaca teve o mesmo desempenho que o soro obtido a partir do grupo inoculado com veneno irradiado. A potência de neutralização de cinco DL50, utilizando-se um “pool” de soros obtidos de um grupo de camundongos inoculados com veneno nativo de Bothrops jararacussu foi de 352 mg de veneno/ml de antiveneno, equivalente a 4000 DL50. Para tanto, se utilizaram 100 µl de soro diluído 1/20 que foi capaz de reduzir a mortalidade para 50%. Quando se utilizou um “pool” de soros obtidos de um grupo de camundongos inoculados com veneno irradiado de Bothrops jararacussu, a mortalidade foi reduzida a 50%, quando se utilizaram 100 µl deste soro na diluição de 1/10. Sua capacidade de neutralização foi de 176 mg de veneno/ml de antiveneno, equivalente a 2000 DL50. Quando se utilizou o soro obtido a partir do veneno nativo, a mortalidade esteve em 50% quando se utilizaram 100µl do veneno puro e diluídos a 1/5, 1/10 e 1/20; 75% de mortalidade na diluição de 1/40 e 100% de mortalidade na diluição de 1/80. Quando se utilizou o soro obtido com veneno irradiado, a mortalidade esteve em 25% quando se utilizaram 100µl do veneno puro, em 102 50% quando diluídos em 1/5 e 1/10; 75% na diluição de 1/20 e 1/40 e; 100% de mortalidade na diluição de 1/80. Diante destes resultados, notamos que o soro obtido a partir do grupo de camundongos inoculados com veneno nativo de Bothrops jararacussu teve um melhor desempenho que o soro obtido a partir do grupo inoculado com veneno irradiado. A potência de neutralização de cinco DL50, utilizando-se um “pool” de soros obtidos de um grupo de camundongos inoculados com veneno nativo Bothrops moojeni foi de 176 mg de veneno/ml de antiveneno, equivalente a 2000 DL50. Para tanto, se utilizaram 100 µl de soro diluído 1/20 que foi capaz de reduzir a mortalidade para 50%. Quando se utilizou um “pool” de soros obtidos de um grupo de camundongos inoculados com veneno irradiado de Bothrops moojeni, a mortalidade foi reduzida a 50%, quando se utilizaram 100 µl deste soro na diluição de 1/20. Sua capacidade de neutralização foi de 176 mg de veneno/ml de antiveneno, equivalente a 2000 DL50. Quando se utilizou o soro obtido a partir do veneno nativo, a mortalidade esteve em 50% quando se utilizaram 100µl do veneno puro e diluídos em 1/5 e 1/10; 75% na diluição de 1/20 e 1/40 e; 100% de mortalidade na diluição de 1/80. Quando se utilizou o soro obtido com veneno irradiado, a mortalidade esteve em 25% quando se utilizaram 100µl do veneno puro, em 50% quando diluídos em 1/5 e 1/10; 75% na diluição de 1/20 e 1/40 e; 100% de mortalidade na diluição de 1/80. Diante destes resultados, notamos que o soro obtido a partir do grupo de camundongos inoculados com veneno nativo de Bothrops moojeni teve desempenho semelhante ao soro obtido a partir do grupo inoculado com veneno irradiado. A fim de se verificar a capacidade neutralizante “in vivo”, os animais hiperimunizados foram desafiados com os diferentes venenos nativos. Assim, foram realizados testes com veneno de Crotalus durissus terrificus, Bothrops jararaca, Bothrops jararacussu e Bothrops moojeni, no 60º dia após a primeira inoculação dos dois grupos inoculados com veneno natural e irradiado com 60 Co. O desafio foi realizado com cinco DL50 de veneno nativo e os animais foram observados durante 48 horas. Foi registrado 100 % de sobrevida para todos os grupos testados. Isto sugere que o processo de imunização dos camundongos foi eficiente na neutralização de cinco DL50 dos diferentes venenos nativos. 103 Os testes de soroneutralização (in vivo e in vitro) mostraram que todos os soros produzidos foram capazes de neutralizar os venenos homólogos nativos, corroborando os trabalhos (26, 27, 35, 37, 42, 68) que afirmam que a radiação ionizante tem a propriedade de atenuar a toxicidade de venenos sem comprometer contudo as suas propriedades imunológicas. Entretanto, observamos que o soro produzido contra o veneno de cascavel irradiado apresenta uma maior capacidade de neutralizar o veneno nativo, enquanto que os soros antivenenos, de serpentes do gênero Bothrops, não apresenta diferença entre irradiado e não irradiado, quanto ao poder de neutralização. Estes resultados poderiam ser explicados pelo fato do veneno de cascavel apresentar menos componentes que os venenos botrópicos, pois se sabe que o efeito da radiação depende, dentre outros fatores, da composição da amostra. A presença de várias substâncias, no momento da irradiação, leva a um efeito radioprotetor entre as moléculas. Assim, considerando-se que os venenos das serpentes do gênero Bothrops constituem misturas protéicas extremamente complexas, é de se supor que sejam menos afetados pelos efeitos da radiação. Durante o processo de hiperimunização todos camundongos foram observados diariamente a procura de alterações clínicas nos locais de inoculação. Estas alterações incluíam edema no local do inóculo, fibrose e nos animais inoculados com veneno nativo de Bothrops jararaca, Bothrops jararacussu e Bothrops moojeni apareceram abscessos e necroses. Alguns animais destes grupos vieram a óbito durante este processo. Nenhum animal pertencente ao grupo inoculado com veneno nativo e irradiado de Crotalus durissus terrificus foi a óbito ou tiveram alterações clínicas no local de inoculação. No grupo controle os resultados foram semelhantes. Segundo Ângulo et al. (58), algumas alterações teciduais locais moderadas como edema, abscessos, fistulas e fibroses podem ser observadas nos animais durante o processo de hiperimunização com venenos de serpentes do gênero Bothrops. Alterações sistêmicas não foram observadas. Nos grupos de animais que receberam veneno irradiado, foram observados apenas pequenos edemas somente na primeira inoculação, apesar de receberem juntamente o Adjuvante Completo de Freund’s. CARVALHO et al. (78), citam como o maior problema na produção de antivenenos comerciais a toxicidade do veneno bem como do Adjuvante de Freund’s. Este causa inflamação e lesões no local do inóculo e contribui para a 104 redução da longevidade imunoglobulinas. de cavalos como animais produtores de 105 6 Considerações finais Por fim, a análise dos resultados em seu conjunto permite considerar que: * O teste de ELISA mostrou-se eficiente para avaliar, acompanhar e comparar a resposta imune dos camundongos inoculados com os venenos Crotalus durissus terrificus, Bothrops jararaca, Bothrops jararacussu e Bothrops moojeni nativo e irradiado; * Os títulos do soro produzido em camundongos imunizados com veneno irradiado e avaliados pelo método de ELISA contra o veneno nativo foram semelhantes aos títulos do soro obtido com veneno irradiado; * A capacidade imunogênica dos venenos foi mantida após a irradiação; * Foi observada a diminuição da toxicidade dos venenos após a sua irradiação com 60Co; * O soro produzido a partir do veneno irradiado de Crotalus durissus terrificus obteve uma maior potência e capacidade neutralizante quando comparado ao soro obtido a partir de veneno nativo. * Os anticorpos antiveneno nativo e irradiado mostraram-se igualmente eficientes na neutralização da ação tóxica do veneno de Bothrops jararaca, Bothrops jararacussu e Bothrops moojeni segundo os testes de desafio “in vitro”; * Os anticorpos dos animais hiperimunizados foram capazes de neutralizar cinco DL50 dos diferentes venenos. * As alterações clínicas durante o processo de hiperimunização foram mínimas quando utilizado o veneno irradiado principalmente das serpentes do gênero Bothrops; Portanto, de acordo com os resultados obtidos no presente estudo justificase plenamente a utilização da radiação gama na destoxicação do veneno das serpentes Crotalus durissus terrificus, Bothrops jararaca, Bothrops jararacussu e Bothrops moojeni, com o intuito de aprimorar a soroprodução. A presente experiência, realizada em animais de laboratório, deverá ser transportada para animais de produção, com o intuito de se avaliar os custos, a especificidade dos anticorpos e os efeitos colaterais durante o processo de imunização. 106 7 Resumo O ensaio imunoenzimático de ELISA foi utilizado para avaliar, acompanhar e comparar a resposta imune humoral de camundongos SWISS durante o processo de hiperimunização com veneno nativo e irradiado com Cobalto-60 (60Co) obtido das serpentes Crotalus durissus terrificus, Bothrops jararaca, Bothrops jararacussu e Bothrops moojeni. A potência e a capacidade de neutralização foram avaliadas por meio de desafios “in vitro”. A imunidade obtida ao final do processo de hiperimunização foi verificada mediante desafio “in vivo” e os efeitos colaterais foram avaliados. A imunização dos animais, com uma DL50 de cada veneno, ocorreu nos dias um, 15, 21, 30 e 45, quando foram colhidas amostras de sangue. No 60º dia ocorreram os desafios. Os resultados demonstraram que o teste de ELISA mostrou-se eficiente na avaliação, acompanhamento e comparação da resposta imune dos camundongos durante o processo de hiperimunização. Os títulos do soro produzido com veneno nativo foram semelhantes aos títulos do soro obtido com veneno irradiado. A capacidade imunogênica foi mantida após a irradiação com 60 Co. O soro produzido a partir do veneno irradiado de Crotalus durissus terrificus apresentou potência e capacidade de neutralização maiores, quando comparado ao soro obtido a partir do veneno nativo.Os anticorpos antiveneno nativo e irradiado, mediante os desafios “in vitro”, mostraram-se igualmente eficazes na neutralização dos venenos de Bothrops jararaca, Bothrops jararacussu e Bothrops. Todos anticorpos foram capazes de neutralizar cinco DL50 dos respectivos venenos. As alterações clínicas foram mínimas durante o processo de hiperimunização com veneno irradiado e evidentes com veneno bruto. PALAVRAS CHAVE: Hiperimunização; irradiação; Veneno de serpente; ELISA; Soroneutralização. 107 8 Summary ELISA was used to evaluate, follow, and compare the humoral immune response of Swiss mice during hyperimmunization with natural and Cobalt-60irradiated (60Co) Crotalus durissus terrificus, Bothrops jararaca, Bothrops jararacussu, and Bothrops moojeni venoms. Potency and neutralization were evaluated by in vitro challenges. After hyperimmunization, immunity was observed by in vivo challenge and the side effects were assessed. The animals’ immunization with one LD50 of each venom was on days one, 15, 21, 30, and 45, when blood samples were collected; the challenges occurred on the 60th day. Results showed that ELISA was efficient in evaluating, following, and comparing mouse immune response during hyperimmunization. Serum titers produced with natural venom were similar to those with irradiated venom. Immunogenic capacity was maintained after 60 Co irradiation. Serum produced from Crotalus durissus terrificus irradiated venom showed higher potency and neutralization capacity than that from natural venom. Antibodies from natural and irradiated venom by in vitro challenges were also efficient in neutralizing Bothrops jararaca, Bothrops jararacussu, and Bothrops moojeni venoms. All antibodies were capable of neutralizing five LD50 from these venoms. Clinical alterations were minimum during hyperimmunization with irradiated venom and evident with natural venom. KEY WORDS: Hyperimmunization; Irradiation; Snake venom; ELISA; Serum neutralization 108 9 Referências bibliográficas 1. Da Silva RJ. Effect of Crotalus durissus terrificus (LAURENTI, 1768) and Bothrops jararaca (WIED, 1824) venoms on the evolution of ehrlich ascites tumor. J Venom Anim Toxins 1996; 2 (2): 167. 2. Meier J. Venomous Snakes. In: Stocker KF. Medical Use of Snake Venom Proteins. Boca Raton, Boston: CRC; 1990. p. 1-32. 3. Brazil V. Serumtherapia anti-ophidica. 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