I Coríntios 11.2-­‐16 Paulo lançou o primeiro dos dois temas que ele trata neste capítulo, a participação das mulheres no culto da igreja de Corinto, com uma gratidão (ele não introduz o segundo assunto desta mesma maneira v. 17, 22). Tal como acontece com as outras seções desta epístola, podemos ver a influência da cultura de Corinto, e a visão do mundo presente, principalmente no comportamento das mulheres na igreja. Este capítulo trata principalmente de como as coisas estavam acontecendo nas reuniões da igreja, como mostra o contexto (cf. vs. 16). As "tradições" (ARA), foram "ensinamentos" (NVI – paradovsei") dados aos Coríntios pelo apóstolo Paulo quando implantou a igreja entre eles. Alguns desses ensinos eram revelações divinamente inspiradas que foram registradas nas Escrituras, e outros conselhos apenas prudentes (cf. 2 Tessalonicenses 3.6-­‐10). jEpainw'
uJma'"
pavnta
mou
mevmnhsqe
de;
o{ti
ejpainevw
uJmei'~
pa'~
ejgwv
mimnhv/skomai
2
1ª S Pres. Ind. At. Co. Co. Adv. Pron. 2ª Ac. P Co. Sub. Causal Ac. NP Pron. 1ª Gen. S 2ª P Perf. Ind. Pass. (eu) louvo mas à vos porque todos de mim (vós) vos lembrastes kaiv,
kaqw;"
parevdwka
paradivdwmi
uJmi'n,
uJmei'~
Co. Co. Ad. Co. Sub. Conf. 1ª S 2º Aor. Ind. At. Pron. 2ª Dat. P Ac. FP 2ª P Pres. Ind. At. à vós a tradição (vós) retendes (mantêm) e assim como (eu) entreguei (ensinei) ta;" paradovsei"
paravdosi~
Tradição oral ou escrita katevcete.
katevcw
paravdosi~ (parádosis) – Palavra formada pela junção da preposição parav (pará – ao lado de, para o lado de) e da palavra divdwmi (dídômi – dar, entregar, passa a diante) significando assim “dar para o lado de”, “entregar par o lado de”, daí então a idéia de “tradição”, no sentido de ser algo ou algum coisa que é passado de geração em geração. Paulo se refere aqui aos ensinos, à mentalidade passada aos coríntos pelos apóstolos. katevcw (katéchô) – Palavra composta pela junção da preposição katav (katá –para baixo de, contra, segundo, conforme, de acordo com, em relação a) e da palavra e[cw (échô – ter) formando assim: “ter para baixo de” ou ainda “ter contra” no sentido de segurar algo contra si, reter ou conter algo, provavelmente na forma mais primitiva com a mão ou com o braço. O Coríntios com certeza não esqueceram as suas instruções de Paulo, como demonstra o louvor inicial, ou seja, ele sabiam o que era certo a se fazer em várias questões e se lembravam do que Paulo tinha ensinado, mas, algumas coisas precisava-­‐se de algumas correções, em termos da prática, ou de novas instruções, como a exortação a seguir deixa claro. 1 3
Qevlw
de;
uJma'"
uJmei'~
eijdevnai
o\ida
o{ti
1ª S Pres. Ind. At. Co. Co. Adv. Pron. 2ª Ac. P Perf. Inf. At. Co. Sub. Causal (eu) quero (desejo) porém à vos saber que panto;"
pa'~
ajndro;"
ajnhvr
hJ kefalh;
oJ Cristov"
ejstin,
eijmiv
Gen. MS Gen. MS Nom. FS Nom. MS 3ª S Pres. Ind. At. de todo homem o cabeça o Cristo (ele) é hJ kefalh;
de;
gunaiko;"
gunhv
oJ ajnhvr,
Nom. FS Co. Co. Ad. Gen. FS Nom. MS a cabeça e da mulher o homem kefalh;
de;
tou' Cristou'
Cristov"
oJ qeov".
Nom. FS Co. Co. Ad. Gen. MS Nom. MS cabeça e de Cristo Deus A palavra grega gunhv (mulher) é muito ampla e abrange as mulheres de qualquer idade, solteiras (virgens), mulheres casadas ou viúvas. Paulo usou esta palavra anteriormente nesta carta, se referindo a “esposa” (7.3-­‐4, 10-­‐12, 14, 16). Neste capítulo, evidentemente, refere-­‐se a qualquer mulher que estava em uma relação de dependência com um homem: ! Mulher (esposa) – Marido ! Filha – Pai Paulo provavelmente não quis dizer cada mulher de maneira universal, uma vez que ele disse que o homem é a cabeça da mulher, ou "uma mulher" (sem artigo). Ele, evidentemente, não estava falando de todas as relações que envolvem homens e mulheres: ! Patrão – Funcionária ! Líder (da Igreja) – Uma membro Em terceiro lugar, “Deus”, o Pai, é o “cabeça” do Deus Filho (Jesus Cristo). Isso mostra que a liderança existe mesmo dentro da Divindade. O Novo Testamento usa o termo “cabeça” para descrever a chefia de duas maneiras. Às vezes, ele descreve origem (fonte), e outras vezes ele descreve autoridade (líder). Alguns estudiosos favorecem uma interpretação e outros a outros. Ambos os significados são verdadeiros, por isso é difícil decidir o que Paulo queria dizer aqui. Em favor da opinião de origem, é verdade que Cristo criou a humanidade, Eva veio de Adão, e Cristo veio do Pai na Encarnação para fornecer Redenção. Em favor da opinião de autoridade, a humanidade está sob a autoridade de Cristo, Deus criou a mulher sob a autoridade do homem, e o Filho está sob a autoridade do Pai. A ideia de origem é mais fundamental do que a de autoridade. Também “cabeça” ocorre mais tarde, nesta passagem, a ideia de fonte (vs. 8, 12), de modo que origem pode ser a ideia preferível aqui também. 2 4
pa'"
ajnh;r
proseucovmeno"
proseuvcomai
h]
profhteuvwn
profhteuvw
Nom. MS Nom. MS Ptc. Pres. Méd. Nom. MS Co. Co. Alt. Ptc. Pres. At. Nom. MS todo homem que ora ou que profetiza proseuvcomai (proseúchomai) – Palavra formada pela preposição prov~ (prós – para) e pela palavra eu[comai (eúchomai – orar, desejar) formando assim “orar para” ou “dirigir os desejos para” sendo sua tradução basicamente “orar”. profhteuvw (profeteýô) – Palavra formada pela preposição prov (pró – ante, perante) e pela palavra fhmiv (feƒmí – dizer, afirmar) e a idéia básica é de “afirmar perante alguém”, sendo então, proclamar ou interpretar uma revelação divina. kefalh'"
kefalh;
e[cwn
e[cw
kataiscuvnei
kataiscuvnw
Prep. Gen. Gen. FS Ptc. Pres. At. Nom. MS sobre a cabeça tendo kata;
th;n kefalh;n
kefalh;
aujtou'.
aujtov~
3ª S Pres. Ind. At. Ac. FS Pron. 3ª Gen. MS (ele) desonra à cabeça dele καταισχύνω (kataischynō) – Desonrar, humilhar, desgraçar, envergonhar, corar de vergonha, diz-­‐se que alguém é envergonhado quando sofre uma repulsa, ou quando alguma esperança termina em desilusão.
Aqui temos duas distinções a fazer: “orar” que é a proclamação do homem para com Deus, e a “pregação” (profetizar) que é a explanação da vontade de Deus de homem para homem. E bem provavelmente se refere a essas práticas nas reuniões da igreja, como descritas em Atos: “Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos (Profecia) e à comunhão, ao partir do pão e às orações” (Atos 2.42) “Como em todas as congregações dos santos, permaneçam as mulheres em silêncio nas igrejas, pois não lhes é permitido falar; antes permaneçam em submissão, como diz a Lei. Se quiserem aprender alguma coisa, que perguntem a seus maridos em casa; pois é vergonhoso uma mulher falar na igreja” (1 Coríntios 14.33b-­‐35). Neste versículo, Paulo usou a palavra “cabeça” duas vezes. Na primeira, ele claramente descreve a cabeça física do homem. No segundo uso pode significar tanto a cabeça física novamente, quanto a Espiritual, Jesus Cristo (cabeça do homem). O sentido espiritual se referindo a Cristo ganha força, pois, no judaísmo, era comum alguns homens orarem com a cabeça (física) coberta, e não havia desonra nisso. Nos cultos Romanos, mas não nos cultos gregos, homens e mulheres cobriam a cabeça. No entanto, em ambas as culturas romanos e gregos, homens e mulheres cobriam a cabeça como sinal de vergonha e luto. Mas, foi mais tarde, na Idade Média, que os homens judeus começaram a cobrir a cabeça ao orar. No culto cristão, nos dias de Paulo, os homens não usavam véu na cabeça. O sentido espiritual desta passagem pode ser entendido da seguinte maneira: Desde que o homem cristão reflete a autoridade de Cristo, como cabeça sobre a mulher, e tendo Cristo como sua própria cabeça, usar um véu cobrindo a cabeça estaria omitindo da própria cabeça a sua principal função, de refletir socialmente essa autoridade e o próprio Cristo. 3 5
pa'sa
pa'"
de;
gunh;
proseucomevnh
proseuvcomai
h]
profhteuvousa
profhteuvw
Nom. FS toda Co. Co. Adv. Nom. FS Ptc. Pres. Méd. Nom. FS Co. Co. Alt. Ptc. Pres. At. Nom. FS mas mulher que ora ou que profetiza ajkatakaluvptw/
ajkatakavlupto~
th'/ kefalh'/
kefalh;
kataiscuvnei
kataiscuvnw
th;n kefalh;n
kefalh;
aujth'"·
aujtov~
Dat. FS Dat. FS 3ª S Pres. Ind. At. Ac. FS Pron. 3ª Gen. FS descoberta (sem véu) na cabeça (ela) desonra a cabeça dela e}n
ei|~
gavr
ejstin
eijmiv
kai;
to; aujto;
aujtov~
th'/ ejxurhmevnh/.
xuravw
Nom. NS Co. Co. Ex. 3ª S Pres. Ind. At. Co. Co. Ad. Pron. Intens. Nom. NS Ptc. Perf. Pass. Dat. FS em porque (ela) é como ela tendo sido raspada Para uma mulher judia , aparecer fora de casa com a cabeça descoberta era vergonhoso, e seu marido poderia se divorciar dela somente por isso, logicamente esse era um fator cultural, pois não encontra respaldo na Lei de Moisés. O sentido judaico da cobertura sobre a cabeça da mulher indicava o tipo especial de penteado que ela deveria usar, que consistia de um coque. Para um judeu uma mulher de cabeça raspada era horrendo. Em outros lugares como Chipre uma as adúlteras tinham a cabeça raspada e eram relegadas à prostituição, em outros lugares, o ato de raspar a cabeça era sinal de luto e sofrimento. “Mulheres cristãs normalmente usavam a cabeça coberta nas reuniões da igreja. E não era um chapéu à moda, Kipah, ou um velzinho discreto, como algumas mulheres ocidentais fazem hoje, 1
mas um xale que cobria toda a cabeça e escondia seu cabelo”. O que está acontecendo aqui, é que como Paulo já tinha dito anteriormente que homens e mulheres eram iguais diante de Deus, tenha surgido um movimento feminista em Corinto, e as mulheres da Igreja de Corinto armadas do “tudo é permitido”, começaram a se comportar como achavam melhor nas reuniões da igreja, inclusive abandonado os ensinos de Paulo quanto a submissão ao marido, e sua expressão no véu. De acordo com o que Paulo ensina aqui, quando as mulheres fazem isso, são insubmissas e não respeitam os sinais sociais estabelecidos de submissão, na verdade, este não é um ato de libertação mas de degradação e vergonha. katakaluvptetai
keiravsqw·
eij
ga;r
ouj
gunhv,
kai;
katakaluvptw
keivrw
6
o
Co. Sub. Cond. Co. Co. Ex. Part. Neg. 3ª S Pres. Ind. Méd. Nom. FS Adv. 3ª S 1 Aor. Imp. Méd. se pois não (ela) cobrir-­‐se (com véu) a mulher também que (ela) corte o cabelo curto aijscro;n
aijscrov~
gunaiki;
gunaikov~
eij
de;
Co. Sub. Cond. Co. Co. Adv. Nom. NS Dat. FS se mas vergonhoso para a mulher to; keivrasqai
keivrw
h]
xura'sqai,
xuravw
2º Aor. Inf. Méd. Co. Co. Alt. Pres. Inf. Méd. 3ª S Pres. Imp. Méd. cortar o cabelo curto ou raspar que (ela) cubra (com véu) O infinitivo articulado aponta o sujeito da oração katakaluptevsqw.
katakaluvptw
Uma mulher que raspasse a cabeça na cultura greco-­‐romana fazia isso para se parecer com um homem. Isso resultaria na indefinição da relação entre homens e mulheres, particularmente as distinções sexuais. Os homens normalmente usavam o cabelo mais curto, e as mulheres usavam eles mais compridos. 1
Bruce, F. F., ed. 1 and 2 Corinthians. New Century Bible series. London: Marshall, Morgan and Scott, Oliphants, 1971. p.104. 4 Se uma mulher cortasse o cabelo curto, ela estaria indicando que queria ser considerado como um homem. Não cobrir a cabeça no culto tinha o mesmo efeito social. “As prostitutas usavam o cabelo muito curto, e não usavam véu em público. Seu penteado e comportamento anunciava aos outros o que eram e o que estavam oferecendo” Era uma coisa vergonhosa para uma mulher não cobrir a cabeça nas igrejas cristãs do Novo Testamento. Tal ato demonstrava a todos que ela repudiava a sua posição como mulher, ou que ela era uma mulher imoral. Não era tanto um repúdio de sua submissão à sua autoridade masculina, como era um repúdio de sua origem como sendo uma mulher que tinha vindo do homem (v. 3). A questão mais uma vez parece ser principalmente de origem em todo o trecho, não primariamente autoridade. Obviamente, uma mulher que repudia a sua origem como uma mulher poderia também repudiar a autoridade masculina sobre ela. No entanto, nesta passagem, Paulo parece estar lidando com a questão mais fundamental de origem. Hoje não é vergonhoso para uma mulher ter o cabelo curto, mas era nos dias de Paulo. Há muitos penteados curtos que ninguém considera como “vergonhosos”. No entanto, na cultura de Paulo, cabelo curto para uma mulher representava a rebelião, e as pessoas consideraram vergonhoso. Paulo usou a reação comum para o cabelo curto das mulheres, no seu dia, para instar seus leitores do sexo feminino para usar véu na cabeça. Seu ponto era que, uma vez que era vergonhoso para uma mulher ter o cabelo curto, também era vergonhoso para ela ter a cabeça descoberta quando ela orava ou profetizava. Diante disso, essa ordem é válida para a igreja hoje? Não. Cobrir a cabeça e usar o cabelo curto, normalmente, não significam a mesma coisa nos tempos modernos, pelo menos no Ocidente, como significava na cultura de Paulo. Se ele estivesse escrevendo para uma igreja ocidental de hoje, por exemplo, eu não acredito que Paulo teria dito que é uma coisa vergonhosa para uma mulher ter o cabelo curto. Portanto, eu não acho que ele teria dito que ela deveria cobrir a cabeça. Cobrir a cabeça era um sinal de reconhecimento de origem nos dias de Paulo, o que implicava algum reconhecimento de autoridade, mas não é mais assim hoje em dia. Hoje não há nenhuma peça de roupa que tenha um significado paralelo, nem o comprimento do cabelo de uma mulher. Talvez sua vontade de levar o nome da família do marido, quando ela se casa seja algo assim, mas até isso já está se perdendo, ou sua vontade de usar um anel de casamento, ou a forma como ela fala sobre seu marido para os outros, ou não vestir-­‐se de maneira indecente, mas não necessariamente. Todo comportamento pessoal de uma mulher, especialmente como ela vê a si mesma como uma mulher, revela se ela entende sua posição e origem. 7
jAnh;r
me;n
ga;r
oujk
ouj
ojfeivlei
ojfeivlw
Nom. MS Part. Enf. Co. Co. Ex. Part. Neg. 3ª S Pres. Ind. At. Pres. Inf. Méd. Ac. FS pois não (ele) deve cobrir (com véu) a cabeça O homem certamente katakaluvptesqai
katakaluvptw
th;n kefalh;n
kefalh;
qeou'
qeov~
uJpavrcwn·
uJpavrcw
Nom. FS Gen. MS Ptc. Pres. At. Nom. MS glória de Deus Sendo eijkw;n
kai;
dovxa
Nom. FS Co. Co. Ad. imagem e Particípio Causal hJ gunh;
de;
dovxa
ajndrov"
ajnh;r
ejstin.
eijmiv
Nom. FS Co. Co. Adv. Nom. FS Gen. MS 3ª S Pres. Ind. At. a mulher mas glória do homem (ela) é Os homens não devem cobrir suas cabeças na adoração cristã, porque eles são a glória de Deus. Quanto Paulo se refere ao homem ser "a imagem e glória de Deus", seu ponto principal era que o homem é a "glória da criação de Deus", ou seja, é o ponto máximo da criação e assim também o responsável por ela (soberania mediada). Sua referência ao homem como a "imagem" de Deus vai claramente de volta a Gênesis 1.26-­‐28, mas, em Gênesis a palavra "glória" não aparece. Esta é a palavra que ele passou a usar para contrastar o homem e mulher. 5 Note que Paulo não disse que é para a mulher cobrir a cabeça, porque ela é a "glória do homem". Em vez disso, ele passou a descrever o que é que ser "glória" do homem significa. Um subordinado glorifica a autoridade que está sobre ele, ou ela, apenas por estar em uma posição subordinada. "... Paulo diz que a mulher é a glória do homem, e não a sua imagem, por que ela também compartilha a imagem de Deus, e não é (como alguns comentaristas têm pensado) mais distante de Deus que é o homem". 8
ouj
gavr
ejstin
eijmiv
Part. Neg. Co. Co. Ex. não pois gunaiko;"
gunh;
ajnh;r
ejk
3ª S Pres. Ind. At. Nom. MS Prep. Gen. Gen. FS (ele) é o homem desde da mulher ajlla;
gunh;
ejx
ejk
ajndrov"
ajnh;r
Co. Co. Adv. Nom. FS Prep. Gen. Gen. MS mas a mulher desde do homem 9
A mulher é a glória do homem, primeiro, porque ela veio (origem) "dele" na criação. Como Adão glorificou a Deus por ser o produto de Sua criação, então Eva glorifica Adão porque ela veio dele. O sexo feminino não produziu o sexo masculino, mas a primeira mulher veio do primeiro homem. Deus formou Eva a partir de uma parte de Adão a quem Ele criou primeiro (Gênesis 2.21-­‐22) . oujk
ejktivsqh
th;n gunai'ka
kai;
ga;r
ajnh;r
dia;
ouj
ktivzw
gunaikov~
Adv. Co. Co. Ex. Part. Neg. 3ª S 1º Aor. Ind. Pass. Nom. MS Prep. Ac. Ac. FS e também pois não (ele) foi criado o homem por causa de a mulher gunh;
dia;
to;n a[ndra.
ajnh;r
ajlla;
Co. Co. Adv. Nom. FS Prep. Ac. Ac. MS mas a mulher por causa de o homem Além disso a mulher é a glória do homem, porque Deus criou Eva para completar Adão. Deus não criou o homem como um companheiro para a mulher, mas a mulher "por causa do homem", da necessidade Dele (Gênesis 2.18). "O homem, então, era representante de autoridade de Deus que encontrou na mulher uma aliada, divinamente feita para cumprir este papel. Neste sentido, ela como uma mulher é a glória do homem, seu marido". Quando Adão viu Eva pela primeira vez, ele foi "glorificado" nela (Gênesis 2.23). Nenhum destes versos (vs. 8-­‐9) refere-­‐se à subordinação da mulher ao homem. Ao contrário, eles referem-­‐se a sua origem do homem. 6 dia;
10
tou'to
ou|to~
ojfeivlei
ojfeivlw
Prep. Ac. Pron. Dem. Ac. NS 3ª S Pres. Ind. At. Por isso (ela) deve hJ gunh;
ejxousivan
ejxousiva
Nom. FS Ac. FS a mulher a autoridade e[cein
e[cw
ejpi;
Pres. Inf. At. Prep. Gen ter sobre th'" kefalh'"
kefalh;
Gen. FS a cabeça A cabeça coberta de uma mulher representa que ela está em submissão às autoridades estabelecidas por Deus, na criação, sobre sua vida (pai e marido), sendo que, o véu outorga à ela autoridade para orar e adorar, ou seja, usar seus dons espirituais na igreja. dia;
tou;" ajggevlou".
a[ggelo~
Prep. Ac. Ac. MP por causa de os anjos Paulo tira uma conclusão ("Por isso...") a partir do que ele já tinha dito (vs. 7-­‐9), e dá uma razão para apoiar a sua conclusão. O texto grego aqui, diz simplesmente que "a mulher deve ter sobre a cabeça" Nos versículos anteriores, a razão dada é que ela é a glória do homem. À luz do versículo 7, poderíamos ter esperado Paulo dizer que porque a mulher é a glória do homem, ela deve cobrir a cabeça. No entanto, não é isso que Paulo diz. O que é essa "autoridade" que as mulheres deveriam ter em suas cabeças? Alguns intérpretes acreditam que se refere ao homem em sua vida que é autoridade sobre ela. A cobertura é o sinal de que ela o reconhece neste papel. Este ponto de vista não tem suporte no uso passivo de ejxousiva ("autoridade"). Além disso, a expressão idiomática "ter autoridade sobre" nunca em outra parte refere-­‐se a uma autoridade externa diferente do sujeito da frase (hJ gunh; – a mulher). Sendo assim, o que parece é que Paulo, falando da liberdade cristã, diz que, se a mulher é segura de sua feminilidade e do papel que Deus deu para ela, como mulher, esposa e mãe, e estando em submissão às autoridades que Ele constituiu sobre elas, elas têm liberdade de decidir como eles vão orar e profetizar -­‐ dentro a restrição que Paul tinha imposto, ou seja, com véu. O outro grande problema interpretativo neste versículo é "por causa dos anjos". Por que Paulo introduzir os anjos nessa discussão? Talvez as mulheres de Corinto precisava usar um véu na cabeça porque os anjos observam com grande interesse o que está ocorrendo entre o povo de Deus e no modo como eles adoram (cf. 4.9; Efésios 3.10; 1 Timóteo 5.21). Na cultura cristã, os anjos eram considerados como guardiões da ordem das coisas criadas, e se considerava que eles estavam presentes nos cultos. Também poderia haver alguma coisa que sugerisse que as mulheres de Corinto, e alguns dos homens, poderiam estar querendo exaltar-­‐se à posição dos anjos (cf. 7.1 , 13:1 ). E por fim, as uma possibilidade é que “anjos”, não se refere ao ser celestial, mas a palavra é usada no seu sentido mais primário: “mensageiro”, e assim se refere aos pastores e líderes da igreja. Creio que essa possibilidade não cabe aqui, pois este não é o uso comum de Paulo da palavra a[ggelo~ nas cartas aos Coríntios. Esta realmente é uma passagem difícil, mas, levando acabo o pensamento construído até aqui, creio que o que ofende os anjos, é o comportamento de mulheres que tem uma postura inadequada quanto à sua criação, sua origem vinda do homem, e sua prática cristã, seja como filha, seja como esposa, seja como membro da igreja. 7 11
plh;n
ou[te
gunh;
cwri;"
ajndrov"
ajnh;r
Co. Co. Adv. Co. Co. Ad. Nom. FS Prep. Gen. Gen. MS todavia nem a mulher independe do homem kurivw/· ejn kuvrio~ ou[te ajnh;r cwri;" Co. Co. Ad. Nom. MS Prep. Gen. nem o homem independe gunaiko;" gunh; Gen. FS da mulher Prep. Dat.
Dat. MS
em o Senhor 12
Mesmo que as posições do homem e da mulher sejam diferentes na ordem que Deus estabeleceu, isso não significa que eles podem se dar bem sem o outro. Eles são mutuamente dependentes uns dos outros, e eles se complementam. Eles são interdependentes, assim como o Filho e o Pai. O ponto principal de Paulo era que a mulher não é "independente" do homem. Esta é mais uma prova de que ele estava contrariando o espírito ilegítimo de independência entre algumas mulheres de Corinto. Em uma família, o companheirismo deve substituir o isolamento e a solidão. Deve haver unidade no casamento de um marido e uma esposa para completar um ao outro. Egocentrismo e individualismos destroem a união no casamento. Se você é casado, você precisa de seu marido ou esposa. Seu cônjuge é necessário para que você seja uma pessoa melhor. tou' ajndrov",
w{sper
ga;r
hJ gunh;
ejk
ajnh;r
Co. Sub. Comp. Co. Co. Ex. Nom. FS Prep. Gen. Gen. MS Assim como pois a mulher desde do homem ou{tw"
kai;
oJ ajnh;r
dia;
th'" gunaiko;"·
gunh;
Adv. Adv. Nom. MS Prep. Gen. Gen. FS assim também o homem por meio de da mulher ta;
de;
pavnta
pa'~
ejk
tou' qeou'.
qeov~
Nom. NP Co. Co. Ad. Nom. NP Prep. Gen. Gen. MS # mas tudo desde de Deus Ainda que, Deus tenha criado Eva a partir de Adão, todo o homem vem de uma fêmea ("tem o seu nascimento por meio de uma mulher") . Este fato ilustra a interdependência masculino/feminino, e equilibra a ênfase de Paulo no versículo 11. Juntos, os versículos 11 e 12 formam um quiasma estruturalmente . Maridos e esposas têm igual valor. Ainda assim, ambos são originários de Deus, e ambos devem ser subordinados a Ele. A ênfase do apóstolo nesta seção foi sobre a autoridade que uma mulher tem em seu próprio direito, em virtude da criação. Ela não deve deixar seu lugar dado a ela por Deus, na criação, buscando ser exatamente como um homem na vida da igreja. Além disso, ela deve expressar sua submissão a esse aspecto da vontade de Deus de uma maneira culturalmente aprovada. Ao mesmo tempo, ela deve manter uma apreciação saudável pelo sexo oposto, assim como o homem. 8 Paulo retoma seu argumento principal (v. 4-­‐6), mas agora ele apela para próprio julgamento e bom senso dos Coríntios. Ele levantou duas questões mais retóricas. A primeira pergunta (v. 13b) espera uma resposta negativa, e a segunda (v. 14-­‐15) uma positiva. O apóstolo apela para a natureza das coisas. Seus pontos foram que na "natureza" se distingue entre os sexos, e que, naturalmente, um cabelo mais longo de uma mulher reforça a propriedade de cobrir a cabeça em adoração (no contexto cultural de Paulo). uJmi'n
aujtoi'"
krivnate·
jEn
uJmei'~
aujtov~
krivnw
13
o
o
Prep. Dat. Pron. 2ª Dat. P Pron. Intens. Dat. MP 2 P 1 Aor. Imp. At. Entre vós mesmos (vós) julgai prevpon
prevpw
ejstin
eijmiv
gunai'ka
gunaikov~
ajkatakavlupton
ajkatakavlupto~
tw'/ qew'/
qeov~
proseuvcesqai
proseuvcomai
Ptc. Pres. At. Nom. NS 3ª S Pres. Ind. At. Ac. FS Ac. FS Dat. MS Pres. Inf. Méd. é apropriado (ela) estar uma mulher sem véu a Deus orar 14
Na cultura de Paulo, não era adequado uma mulher agir como porta-­‐voz de Deus para as pessoas, orando publicamente "com a cabeça descoberta". Fazê-­‐lo seria o mesmo que se colocar como um homem. O apóstolo não acha prudente às mulheres cristãs exercerem sua liberdade de uma forma que iria contra o comportamento socialmente aceito, mesmo se fossem pessoalmente submissa. Hoje o que é socialmente aceito é diferente, mas a sua atitude ainda é crucial. Observe a semelhança do que Paulo aqui defende com o que ele defendeu em 8.1-­‐11.1, ou seja, fazer o que geralmente é percebido como apropriado (assim como o que é moralmente correto). aujth;
didavskei
uJma'"
oujde;
hJ fuvsi"
aujtov~
didavskw
uJmei'~
Part. Inter. Nom. FS Pron. Intens. Nom. FS 3ª S Pres. Ind. At. Pron. 2ª Ac. P Não a natureza a própria (ela) ensina a vós o{ti
ajnh;r
me;n
eja;n
koma'/
komavw
Co. Sub. Ca. Nom. MS Part. Enf. Co. Sub. Cond. 3ª S Pres. Subj. At. que um homem de um lado se (ele) tiver o cabelo comprido ajtimiva
aujtw'/
aujtov~
ejstin,
eijmiv
Nom. FS Pron. 3ª Dat. MS 3ª S Pres. Ind. At. vergonha para ele (ele) é O cabelo das mulheres naturalmente cresce mais do que o cabelo dos homens. Paulo fundamenta a partir deste fato, que Deus planejou para as mulheres terem a cabeça mais cobertura do que os homens. As pessoas geralmente consideram o inverso do que é natural como desonroso: No caso do homem, esta seria "cabelo comprido", e no caso de cabelo curto da mulher. Por "natureza", Paulo evidentemente queria dizer que em sua cultura era o mais natural. Esta é uma observação muito geral. O fato de que os penteados de alguns homens aceitáveis são mais do que algumas mulheres, não significa que estes estilos são perversões da ordem natural. Os homens são geralmente mais altos do que as mulheres, mas, isso não significa que os homens baixos ou mulheres altas são desonrosos. Eu entendo que o cabelo das mulheres geralmente cresce mais completo e mais rápido devido ao estrogênio nelas, enquanto o cabelo dos homens tendem a tornar-­‐se mais finos e cair mais rápido por causa da testosterona. 9 gunh;
de;
eja;n
koma'/
komavw
Nom. FS Co. Co. Ad. Co. Sub. Cond. 3ª S Pres. Subj. At. uma mulher de outro lado se (ela) tiver o cabelo comprido 15 dovxa
aujth'/
aujtov~
ejstin;
eijmiv
Nom. FS Pron. 3ª Dat. FS 3ª S Pres. Ind. At. glória para ela (ele) é o{ti
hJ kovmh
ajnti;
peribolaivou
peribovlaion
devdotai
divdwmi
»aujth'/¼.
aujtov~
Co. Sub. Ca. Nom. FS Prep. Gen. Gen. NS 3ª S Perf. Ind. Pass. Pron. 3ª Dat. FS porque o cabelo em lugar de do véu (ele) foi dado para ela 16 Eij
dev
ti"
dokei'
dokevw
filovneiko"
ei\nai,
eijmiv
Co. Sub. Co. Co. Co. Ad. Pron. Indef. Nom. MS 3ª S Pres. Ind. At. Adj. Nom. MS Pres. Inf. At. se mas alguém (ele) quer brigão ser hJmei'"
toiauvthn
toiou'to~
sunhvqeian
sunhvqeia
oujk
ouj
e[comen
e[cw
Pron. 1ª Nom. P Pron. Dem. Ac. FS Ac. FS Part. Neg. 1ª P Pres. Ind. At. nós tal costume não (nós) temos oujde;
aiJ ejkklhsivai
ejkklhsiva
tou' qeou'.
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Co. Co. Ad. Nom. FP Gen. MS nem a igreja de Deus Esta é uma das quatro declarações similares nesta epístola que serviram para informar aos coríntios que eles estavam fora de sintonia com as outras igrejas em sua conduta (cf. 3.18; 8.2; 14.37). Algumas mulheres evidentemente não usavam véu na cabeça no culto público, porque estavam repudiando o seu lugar na ordem estabelecida por Deus. Esta seção contém cinco argumentos para mulheres que usarem véu. ! A ordem estabelecida por Deus (Deus, Cristo, o homem, a mulher – vs. 3-­‐6) ! Segundo, a criação (vs. 7-­‐9) ! Os anjos (vs. 10) ! A natureza (vs. 13-­‐15) ! A prática da igreja universal (vs. 16) . Tal como acontece com as questões de comer em templos de ídolos e carne oferecida aos ídolos, Paulo lidou com uma prática cultural, quando ele tratou o véu. Como deve estar claro a partir de sua argumentação, ele não sentia que este era um grande problema. Ele apelou para manter um costume, não obedecer a Deus, e ele usou vergonha, decoro, para exortar os coríntios a cooperar, imperativos não bíblicos ou autoridade apostólica. No entanto, questões importantes estão por trás das práticas. No caso do véu, a questão é a posição das mulheres na vida da Igreja, em particular sua relação com os homens. Na sociedade moderna, nenhuma peça de roupa identifica consistentemente aceitação de uma mulher ou a rejeição de seu papel na ordem administrativa de Deus. Pelo menos ninguém vê assim na cultura ocidental. Geralmente é o discurso e o comportamento que fazem diferença. O importante é a sua atitude para com a sua feminilidade e como ela é expressa, não se ela usa um determinado item de roupa. 10 
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I Coríntios 11.2-‐16 Paulo lançou o primeiro dos dois temas que ele