Nº 123 – 1ª semana de fevereiro/2014 www.ccee.org.br O Info PLD é uma publicação semanal que traz uma análise dos fatores que influenciam na formação do Preço de Liquidação das Diferenças - PLD, calculado semanalmente pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE. O boletim também apresenta a estimativa dos Encargos de Serviços do Sistema - ESS originados por razão de segurança energética e por restrições elétricas no sistema. Análise PLD - 1ª semana operativa de fevereiro A tabela 1 apresenta o PLD válido para o período de 01 a 07 de fevereiro de 2014: Tabela 1 – PLD (em R$/MWh) Patamar de carga SE/CO S NE N pesada 822,83 822,83 822,83 822,83 média 822,83 822,83 822,83 822,83 leve 822,83 822,83 822,83 822,83 média semanal 822,83 822,83 822,83 0800 10 00 08 A situação atual do sistema, que será descrita nos próximos itens deste boletim, levou o Custo Marginal de Operação – CMO de todos os submercados à valores acima do preço máximo em todos os patamares. Considerando que o PLD é calculado com base no CMO, limitado pelos preços mínimos e máximos homologados pela Aneel, os PLDs de todos os submercados foram fixados em seu valor máximo de 2014, R$ 822,83/MWh (Resolução Homologatória 1.667/13 da Aneel). Com o objetivo de explicar o impacto da atualização de todas as variáveis na variação do PLD, além de ilustrar a variação do PLD, também será ilustrada a variação do CMO, uma vez que a atualização de algumas variáveis causou impacto apenas no CMO (variações que levaram o PLD à valores acima do máximo estipulado). Destacamos que os valores de CMO demonstrados foram obtidos do deck utilizado para o cálculo do PLD. A variação ilustrada na tabela 2 pode ser decomposta de forma a identificar os fatores com influência predominante na alteração do CMO e do PLD, conforme ilustra os gráficos 2 e 3. 1.200 1.100 1.019,80 1.000 1.019,80 1.023,20 1.017,56 1.017,56 1.056,61 1.023,20 1.063,69 1.063,69 1.056,61 900 822,83 800 683,46 As variações do PLD estão atreladas, entre outros fatores, à previsão de afluências no país – estimativa do volume de água que deve chegar, futuramente, aos reservatórios. O gráfico 1 ilustra a evolução do PLD no submercado Sudeste: R$/MWh 700 683,46 600 500 400 484,43 444,43 445,52 444,43 445,52 300 200 100 900 822,83 0 800 700 Gráfico 2 – Decomposição da variação do CMO para os submercados Sudeste e Sul R$/MWh 600 500 378,22 400 300 263,09 200 166,69 135,43 97,36 100 0 13,25 19,03 70,28 67,31 28,95 38,73 Preço Médio Anual 29,42 Preço Médio Mensal PLD Médio Semanal Gráfico 1 – Evolução do PLD no Sudeste/C. Oeste (em R$/MWh) A tabela 2 apresenta a comparação entre os preços médios da quinta semana de janeiro e a primeira semana de fevereiro de 2014. Tabela 2 – Comparação entre o PLD médio da quinta semana de novembro e da primeira semana de dezembro de 2013 (em R$/MWh) PLD Submercado 5ª Sem – Jan/14 1ª Sem – Fev/14 SE/CO 484,43 822,83 S 484,43 822,83 NE 486,59 822,83 N 484,43 822,83 Os limites de intercâmbio de energia (máximo de energia que cada submercado pode exportar ou importar) entre os submercados não foram atingidos e os preços médios da primeira semana de fevereiro de 2014 ficaram equalizados/iguais em todos os submercados, em R$ 822,83 MW/h. O horizonte de estudo do modelo Decomp compreende dois meses. A partir do segundo mês as informações associadas ao valor da água são obtidas por meio de uma consulta ao modelo Newave - conhecida como acoplamento entre os modelos Newave e Decomp. A troca do ponto de acoplamento praticamente não causou impacto no cálculo dos preços médios, o que é demonstrado no passo “NW – Acoplamento M+1” do gráfico 2. As energias afluentes passadas consideradas para a construção da função de custo futuro de fevereiro de 2014, estão menos otimistas do que as consideradas na construção da função de janeiro de 2014 para os submercados Sudeste e Nordeste. Aliada a redução das afluências passadas, a redução da oferta de energia proveniente de empreendimentos hidráulicos, térmicos e eólicos também encareceu a novo função de custo futuro, causando elevação de aproximadamente R$ 240/MWh nos preços médios dos submercados Sudeste e Sul. Este impacto é ilustrado no passo “NW – FCF Fevereiro” (gráfico 2). A redução das afluências previstas para a primeira semana de fevereiro nos submercados Sudeste, Sul e Nordeste ocasionou a elevação dos preços médios e provocou um impacto de aproximadamente R$ 336/MWh no PLD da primeira semana operativa de fevereiro. A previsão de manutenção das altas temperaturas e conseqüente elevação da carga, provocou elevação de cerca de R$ 33/MWh nos preços médios. A atualização das demais variáveis significativos na variação dos CMOs. não ocasionou impactos 0800 10 00 08 ● www.ccee.org.br ● Fevereiro/2014 - Semana 1 Analisando o ilustrado no gráfico 3 a seguir se nota que a atualização das vazões previstas já levou os preços médios de Sudeste e Sul ao seu patamar máximo. 1.200 Considerando a utilização de uma FCF mais otimista para o Norte, construída com base em energias passadas mais otimistas do que as consideradas em janeiro e níveis de armazenamento superiores ao utilizados no mês anterior, a atualização da função provocou redução de cerca de R$ 40/MWh nos preços médios deste submercado. 1.100 1.000 900 822,83 822,83 822,83 822,83 822,83 800 R$/MWh 683,46 600 500 822,83 683,46 700 Ao contrário dos demais submercados, as afluências previstas para a primeira semana de fevereiro no Norte estão mais otimistas e a atualização deste variável ocasionou a redução dos preços médios e provocou um impacto de aproximadamente R$ 42/MWh no PLD da primeira semana operativa de fevereiro de 2014. 484,43 444,43 445,52 444,43 400 A redução do fator de disponibilidade de Tucuruí provocou a redução da geração desta usina e conseqüente envio de energia para os demais submercados. A redução do envio de energia para o nordeste fez com que os limites de intercâmbio de energia entre estes submercados não fossem mais atingidos e seus preços se equalizassem. 445,52 300 200 100 0 Gráfico 3 – Decomposição da variação do PLD para os submercados Sudeste e Sul Os gráficos 4 e 5 ilustram respectivamente as variações nos PLDs de Nordeste e Norte. Considerando que a diferença entre o CMO e o PLD destes submercados não foi considerável (R$ 841,2/MWh frente os R$ 822,83/MWh do preço máximo) apresentaremos apenas as variações verificadas no PLD. 1.200 1.100 Newave O modelo Newave estima o custo futuro da energia e traduz para o Decomp o impacto da utilização da água armazenada nos reservatórios. Nas variáveis que influenciam a obtenção da função de custo futuro incluem-se o armazenamento inicial, a tendência hidrológica e o cronograma de expansão das usinas, entre outras. 1.000 900 822,83 800 682,58 R$/MWh 700 682,58 600 500 486,59 822,83 822,83 822,83 726,76 O gráfico 6 ilustra a evolução do armazenamento dos últimos três anos para a região Sudeste e os valores dos armazenamentos mínimos e máximos atingidos nesta região desde o ano 2000. 491,53 491,53 400 278,89 300 310,38 278,89 200 316,69 310,38 Armazenamento inicial 726,76 316,69 100 Limites de armazenamento - 13 anos 100 Média 2012 2013 2014 90 0 80 Gráfico 4 – Decomposição da variação do PLD para o submercado Nordeste Assim como ocorrido em Sudeste e Sul, a troca do ponto de acoplamento praticamente não causou impacto na variação do PLD do Nordeste. A atualização das demais variáveis, que consideraram a redução das afluências previstas e atualização dos dados de CVU das usinas provocou elevação do preço médio levando-o ao seu patamar máximo. Armazenamento - % 70 60 50 41,1 40 30 20 10 0 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 1.200 1.100 Gráfico 6 – Energia armazenada no submercado Sudeste/C. Oeste 1.000 900 822,83 800 822,83 726,76 700 R$/MWh 822,83 822,83 726,76 600 500 484,43 400 300 200 100 207,34 207,34 172,72 172,72 168,14 168,14 125,23 125,23 125,23 125,23 0 Gráfico 5 – Decomposição da variação do PLD para o submercado Norte Analisando o gráfico 6 é possível observar a recuperação do reservatório equivalente do Sudeste ao longo do ano de 2013. Esta recuperação se deu por conta do despacho térmico adicional motivado por segurança energética verificado até agosto de 2013 e da melhoria nas condições hidrológicas verificadas no final deste ano. Destaca-se o nível de armazenamento de 41,1% indicado no gráfico 6, que está 6,9% acima do nível observado neste mesmo mês no ano de 2013. Para os demais submercados os níveis se encontram cerca de 11% acima do verificado ao final de janeiro de 2013. O gráfico 6 foi construído com base nos dados do Informativo Preliminar Diário da Operação - IPDO, disponibilizado diariamente pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS. O conteúdo desta publicação foi produzido pela CCEE com base em dados e informações de conhecimento público. É de responsabilidade exclusiva dos agentes e demais interessados a obtenção de outros dados e informações, a realização de análises, estudos e avaliações para fins de tomada de decisões, definição de estratégias de atuação, assunção de compromissos e obrigações e quaisquer outras finalidades, em qualquer tempo e sob qualquer condição. É proibida a reprodução ou utilização total ou parcial do presente sem a identificação da fonte. 2 0800 10 00 08 ● www.ccee.org.br ● Fevereiro/2014 - Semana 1 A tabela 3 mostra, em percentual do volume máximo, armazenamento inicial utilizado por submercado para processamento do modelo Newave: o o 12.000 10.000 8.000 SE/CO S NE N 41,1 59,3 42,7 60,4 MW médio Tabela 3 – Armazenamento inicial do Newave (em %) 6.000 4.000 2.000 0 Tendência hidrológica As Energias Naturais Afluentes - ENAs1 passadas são utilizadas pelo modelo Newave como tendência hidrológica e influenciam na construção da função de custo futuro. A tabela 4 mostra o comportamento das ENAs dos meses anteriores a fevereiro, bem como o valor médio dos cenários gerados para este mês. As ENAs realizadas em janeiro e consideradas para a construção dos cenários para fevereiro de 2014 estão acima da MLT apenas para os submercados Sul e Norte. Os cenários gerados para o Norte ficaram próximos à média enquanto que os gerados para o Sul ficaram acima da média. Tabela 4 – ENAs passadas (em % da MLT) Submercado Ordem Previsão PAR (p) Fev Jan Dez SE/CO 1 73 54 S 1 127 143 NE 2 80 77 84 N 4 96 102 96 Nov Out Set Ago Of erta PMO Janeiro/14 Of erta PMO Fevereiro/14 Gráfico 7 – Oferta de usinas hidráulicas A lista de todas as alterações no cronograma de entrada em operação comercial pode ser obtida nas apresentações do Programa Mensal de Operação - PMO, disponibilizadas no site do ONS. Decomp O modelo Decomp é utilizado para determinar o despacho de geração que minimiza o custo total de operação ao longo do período de planejamento. Um de seus resultados é o Custo Marginal de Operação - CMO5 que, limitado por um piso e um teto, origina o PLD. Entre as variáveis que influenciam o modelo Decomp destacam-se o armazenamento inicial e a Energia Natural Afluente - ENA média para acoplamento com o Newave. 85 78 Armazenamento inicial 2 *A ordem do PAR(p) indica o número de meses passados que influenciam na obtenção dos cenários de ENAs. Cronograma da expansão O gráfico 8 ilustra o armazenamento inicial no SIN considerado pelo modelo Decomp: 46 Com base no cronograma dos empreendimentos – licenciamentos, obras e financiamentos -, o Departamento de Monitoramento do Sistema Elétrico - DMSE3 revisa mensalmente os cronogramas de entrada em operação comercial das usinas hidroelétricas - UHE, termelétricas - UTE, eólicas – UEE e Pequenas Centrais Hidrelétricas PCHs. Previsto Realizado % EARM Máxima 45 A principal alteração em relação à oferta considerada no Programa Mensal de Operação - PMO4 de janeiro de 2014 foi a consideração, a partir de 2018 da oferta proveniente do Leilão A-5 de 13/12/2013. 43,9 44 44,1 43,6 43 42 As alterações mais significativas foram observadas na oferta das usinas hidráulicas. Gráfico 8 – Energia armazenada no SIN Os atrasos observados no início do horizonte do Gráfico 7, se referem à adequação das datas de entrada em operação comercial das usinas Santo Antônio do rio Madeira e Jirau ao cronograma de seus empreendedores. A elevação da oferta no final do horizonte de gráfico se refere a consideração da UHE São Manuel a partir de janeiro de 2018 (Leilão A - 5 de 13/12/2013). 1 Energia Natural Afluente - soma dos produtos da vazão natural afluente a cada usina pela sua produtibilidade média. 2 PAR(p) - modelo autorregressivo periódico de ordem p. 3 Departamento de Monitoramento do Sistema Elétrico – órgão que coordena reunião mensal para revisão do cronograma de entrada em operação comercial das usinas. 4 Programa Mensal de Operação - reunião realizada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS onde são estabelecidas as diretrizes eletroenergéticas de curto prazo, de modo a otimizar a utilização dos recursos de geração e transmissão do Sistema Interligado Nacional - SIN. O processamento do Decomp na semana anterior indicava um nível de armazenamento de 43,9% (Energia Armazenada 127.597 MWmês) no SIN para o início desta semana. O armazenamento inicial efetivamente utilizado foi de 43,6% (Energia Armazenada 126.838 MWmês) da energia armazenável máxima. Esta diferença corresponde a uma redução de 759 MWmês de oferta hidráulica no SIN. A tabela 5 ilustra o nível de armazenamento por submercado: 5 Custo Marginal de Operação – custo do recurso para atendimento a um acréscimo marginal de demanda. O conteúdo desta publicação foi produzido pela CCEE com base em dados e informações de conhecimento público. É de responsabilidade exclusiva dos agentes e demais interessados a obtenção de outros dados e informações, a realização de análises, estudos e avaliações para fins de tomada de decisões, definição de estratégias de atuação, assunção de compromissos e obrigações e quaisquer outras finalidades, em qualquer tempo e sob qualquer condição. É proibida a reprodução ou utilização total ou parcial do presente sem a identificação da fonte. 3 0800 10 00 08 ● www.ccee.org.br ● Fevereiro/2014 - Semana 1 Tabela 5 – EARM prevista e realizada para a primeira semana de Fevereiro RV0 – Fev - Previsto RV0 – Fev - Realizado Diferença (MWmês) (MWmês) (MWmês) SE 84.256 83.778 -478 S 11.978 11.818 -160 NE 22.174 22.122 -52 N 9.189 9.120 -69 Sudeste 5 Sul Nordeste Norte 4 3 mi R$ Submercado O gráfico 12 apresenta a estimativa de ESS por submercado: 2 Estimativa de ESS – Janeiro de 2014 1 O gráfico 9 apresenta a estimativa de Encargos de Serviços do Sistema - ESS por razão de despacho: 0 0,27 1 a 7 fev Restrições Elétricas 110 100 15 a 21 fev 22 a 28 fev A previsão realizada para o período de 1 a 7 de fevereiro foi calculada a partir da programação de despacho termelétrico por razões elétricas indicada no deck de dados do modelo Decomp. 90 80 70 mi R$ 8 a 14 fev Gráfico 12 – Previsão de ESS para o SIN por submercado – Fevereiro de 2014 Segurança Energética 60 99,21 101,86 50 91,58 40 70,74 30 A tabela 6 ilustra as usinas com despacho programado por restrição elétrica para a primeira semana de fevereiro de 2014. 20 Tabela 6 – Usinas com despacho por restrição elétrica programado para a primeira semana operativa de fevereiro de 2014 10 0 4,84 1 a 3 Jan 4 a 10 Jan 11 a 17 Jan 18 a 24 Jan 25 a 31 Jan Gráfico 9 – Estimativa de ESS para o SIN por razão de despacho – Janeiro de 2014 O gráfico 10 apresenta a estimativa de ESS por submercado: Sudeste 110 Sul Nordeste Norte 100 0,06 Camaçari MI Despacho Programado (MW médio) 5 Camaçari PI 5 844,26 Potiguar III 3 1.021,69 Potiguar 3 Nome TOTAL 90 CVU (R$/MWh) Motivo 844,26 1.021,71 Restrições Elétricas MW médios *Valores médios ponderados 80 mi R$ 70 60 93,06 89,07 50 88,14 59,94 40 30 20 10 0 3,80 1 a 3 Jan 1,04 2,88 5,92 6,32 3,45 4 a 10 Jan 11 a 17 Jan 3,76 18 a 24 Jan 3,07 7,73 25 a 31 Jan Gráfico 10 – Estimativa de ESS para o SIN por submercado – Janeiro de 2014 Os valores estimados para o período de 1 a 31 de janeiro de 2014 foram obtidos a partir dos dados do Informativo Preliminar Diário da Operação - IPDO, disponibilizado diariamente pelo ONS. Previsão de ESS – Fevereiro de 2014 O gráfico 11 apresenta a previsão de Encargos de Serviços do Sistema - ESS por razão de despacho: Restrições Elétricas 5 Segurança Energética 4 mi R$ 3 2 1 0 0,27 1 a 7 fev 8 a 14 fev 15 a 21 fev 22 a 28 fev Gráfico 11 – Previsão de ESS para o SIN por razão de despacho – Fevereiro de 2014 O conteúdo desta publicação foi produzido pela CCEE com base em dados e informações de conhecimento público. É de responsabilidade exclusiva dos agentes e demais interessados a obtenção de outros dados e informações, a realização de análises, estudos e avaliações para fins de tomada de decisões, definição de estratégias de atuação, assunção de compromissos e obrigações e quaisquer outras finalidades, em qualquer tempo e sob qualquer condição. É proibida a reprodução ou utilização total ou parcial do presente sem a identificação da fonte. 4