0 FORMAÇÃO DE PROFESSORES: A PARCERIA NECESSÁRIA ENTRE ESCOLA E UNIVERSIDADE Eliane de Lourdes Felden1 Cênio Backs Weys2 Heloísa Happel Mazo3 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objetivo apresentar algumas reflexões acerca da temática do Desenvolvimento Profissional Docente produzido a partir dos debates que foram surgindo durante as reuniões de planejamento e estudos das alunas do Curso de Licenciatura em Pedagogia, que integram o PIBID na Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões- URI-Campus de Santo Ângelo. O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID - é uma iniciativa do governo federal para o aperfeiçoamento e a valorização da formação de professores para a educação básica, o qual se efetiva mediante a parceria das Instituições de Educação Superior (IES) e escolas de educação básica da rede pública de ensino, proporcionando a inserção no espaço educacional dos acadêmicos das licenciaturas. Essa ação tem se constituído em uma experiência cujo objetivo é oportunizar o contato com escolas e seus professores que, em exercício, aceitam receber e orientar os futuros professores no processo de aprendizagem da docência. A cada atividade desenvolvida e acompanhada na escola, as alunas do Curso de Pedagogia retornavam para a universidade com algumas certezas em relação ao trabalho que vivenciavam de aproximação com a escola, evidenciando que essa experiência estava de forma positiva impulsionando seu desenvolvimento profissional. Nessa perspectiva, nasceu a ideia de ampliar e aprofundar os conhecimentos em torno do desenvolvimento profissional docente, em especial na parceria da escola com a universidade na formação dos profissionais da educação. Inicialmente, os esforços foram no 1 Professora do Instituto Federal Farroupilha, Câmpus Jaguari. Doutoranda no Programam de Pós-Graduação da UNISINOS. E-mail: [email protected] 2 Professor da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI – Campus de Santo Ângelo. Coordenador do Curso de Pedagogia. E-mail: [email protected] 3 Professora da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI – Campus de Santo Ângelo. E-mail: heloí[email protected] 3 1 sentido de construir concepções a respeito de formação, formação de professores e desenvolvimento profissional, decorrente da parceria entre escola e universidade. Desse modo, estudos nesse sentido foram realizados e foi possível compreender que a formação profissional qualifica e faculta a integração de novos conhecimentos, habilidades, atitudes e valores e, consequentemente, o desenvolvimento de experiências de uma determinada área, preparando os sujeitos para certas profissões. Observa-se que o sujeito que ingressa na universidade fez, obviamente, uma escolha por um curso ou outro, visando seguir uma carreira profissional num contexto restrito de ofertas de emprego e trabalho. Assim, jovens e adultos, cada vez mais conscientes de que precisam investir na sua formação global, procuram os cursos universitários. A formação pode ser compreendida como uma função social de transmissão de saberes, de saber-fazer ou de saber-ser, que se desempenha em benefício do sistema socioeconômico, ou da cultura dominante. A formação pode igualmente ser entendida como um processo de aperfeiçoamento e de estruturação da pessoa, a qual se efetua com o duplo efeito de uma maturação interna de possibilidades de aprendizagem e experiências do sujeito. (MARCELO GARCÍA, 1999). Percebe-se que o conceito de formação, como tantos outros na área educacional, é susceptível de inúmeras perspectivas. Em geral, há uma associação do conceito de formação com o desenvolvimento pessoal, pois “formar-se nada mais é senão um trabalho sobre si mesmo, livremente imaginado, desejado e procurado, realizado através de meios que são oferecidos ou que o próprio procura”. (FERRY apud MARCELO GARCÍA, 1999, p.19). Os escritos de Marcelo García mostram que o conceito de formação conduz a uma dimensão pessoal de desenvolvimento humano, que também deduz capacidade e desejo de formação. Ou seja, o desenvolvimento dos processos formativos tem como responsabilidade única a pessoa, o sujeito4 que pretende aperfeiçoar-se profissionalmente. [...] os conhecimentos profissionais são evolutivos e progressivos [...]. Os profissionais devem assim autoformar-se e reciclar-se através de diferentes meios, após seus estudos universitários iniciais [...] a formação profissional ocupa uma boa parte da carreira e os conhecimentos profissionais partilham com os conhecimentos científicos e técnicos a propriedade de serem revisáveis, criticáveis e passíveis de aperfeiçoamento. (TARDIF, 2002, p.249). 4 Começar a pensar em como é importante perceber e apreciar as mudanças pode ser um primeiro passo. Entretanto, acreditamos que também é necessário refletir sobre como é possível mudar-se por dentro. Conhecer as necessidades e as perspectivas que temos no enfrentamento da profissão. (ABDALLA, 2006, p.45). 2 Assim como Marcelo García, Tardif igualmente reitera a necessidade da busca permanente da autoformação, tendo presente que os conhecimentos profissionais são progressivos e estão em contínuo desenvolvimento. É importante salientar que à educação superior está determinado o papel de alicerçar e difundir os conhecimentos administrados em diferentes modalidades de ensino. Dessa maneira, formar profissionais é uma relevante missão da universidade. O PAPEL DA UNIVERSIDADE NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES A inquietação com a formação de professores não é recente, ela acompanha a história da educação. Estudos atuais sobre formação docente têm evidenciado o a estruturação do conhecimento profissional, apresentando reflexões e evidências que contribuem para alargar o entendimento a respeito do assunto em questão. O trabalho da universidade quanto a formação de professores demanda que, entre a educação do ensino superior e os demais níveis, deve haver articulação e comprometimento com o conjunto do sistema educacional brasileiro. Quanto à formação do professor, alguns autores manifestam-se da seguinte forma: Consideramos a formação de professores como a preparação e emancipação profissional do docente para realizar crítica, reflexiva e eficazmente um estilo de ensino que promova uma aprendizagem significativa nos alunos e consiga um pensamento-ação inovador, trabalhando em equipe com os colegas para desenvolver um projeto educativo comum. (MEDINA; DOMINGUES apud MARCELO GARCÍA, 1999, p.23). A formação, desse modo, é conhecida como área de discernimento, sondagem e investigação, constituindo envolvimento pessoal ou de um grupo estabelecido que almeja planejar atividades, dispondo-se a avançar, progressivamente, na sua área educacional, com o objetivo de construir aprendizagens pelo processo de ensinar crítico-reflexivo. Importante conceito de formação de professores é assim explicitado: [...] é a área de conhecimento, investigação e de propostas teóricas e práticas que, no âmbito da Didáctica e da Organização Escolar, estuda os processos através dos quais os professores - em formação ou em exercício - se implicam individualmente ou em equipe, em experiências de aprendizagem através das quais adquirem ou melhoram os seus conhecimentos, competências e disposições, e que lhes permite intervir profissionalmente no desenvolvimento do seu ensino, com o objetivo de melhorar a qualidade da educação que os alunos recebem. (MARCELO GARCÍA, 1999, p.26). 3 Nas considerações que o referido autor faz a respeito da formação de professores, evidencia-se a preocupação com a formação inicial e a formação continuada dos docentes, entendidas como essenciais no processo de habilitação dos professores, favorecendo as atividades de aprendizagem dos educandos. Nos seus estudos, revela preocupação em definir alguns princípios básicos para referendar esse processo, dos quais destaca o da individualização como elemento integrante e sobre o qual afirma que “o ensino é uma atividade com implicações científicas, tecnológicas e artísticas”. (MARCELO GARCÍA, 1999, p.29). Esse autor pressupõe que aprender a ensinar não é um processo idêntico a todos os sujeitos, julga necessário que se saiba distinguir as características pessoais, cognitivas, contextuais, relacionais, de cada educador ou grupo de educadores, para que se desenvolvam plenamente suas aptidões e potencialidades. Assim como Marcelo García, outro pesquisador também afirma que a formação implica “um investimento pessoal, um trabalho livre e criativo sobre os percursos e os projetos próprios, com vistas à construção de uma identidade, que é também uma identidade funcional”. (NÓVOA, 1992, p.25). As pesquisas de Pimenta sobre as atividades docentes demonstram que uma das discussões mais importantes dos anos 90 tem sido efetivamente o repensar da formação inicial e contínua, partindo dos estudos das práticas pedagógicas. (PIMENTA, 2005ª). Com base nas ideias desses teóricos, faz-se referência à formação inicial dos professores, partindo da Lei 9394/96 que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional a respeito da formação dos professores, no artigo 61: A formação dos profissionais da educação, de modo a atender aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e às características de cada fase do desenvolvimento do educando, terá como fundamentos: a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação em serviço e o aproveitamento da formação e experiências anteriores em instituições de ensino e outras atividades. (CARNEIRO, 2010, p. 430). Já no artigo 62, a lei discorre sobre a formação mínima exigida para o exercício da docência na educação básica: A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do 4 ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal. (CARNEIRO, 2010, p. 433). O artigo 64 dessa mesma Lei também merece atenção, pois se reporta à formação dos profissionais de educação para a administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional. De acordo com esse artigo, para trabalhar nessas modalidades atendendo às necessidades da educação básica, a formação será feita em “cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nessa formação, a base comum nacional. (CARNEIRO, 2010, p.444) A prática de ensino também está garantida na legislação, em seu artigo 65, determinando, no mínimo, trezentas horas para a formação docente, exceto para a educação superior: [...] as práticas de ensino representam uma oportunidade privilegiada para aprender a ensinar, de modo a que se integrem diferentes dimensões (...) durante as práticas de ensino, os alunos aprendem a compreender a escola como um organismo em desenvolvimento, caracterizado por uma determinada cultura, clima organizacional, uma estrutura de funcionamento (...) e dotado de algumas funções de gestão necessárias para garantir o seu funcionamento. (MARCELO GARCÍA, 1999, p.103). Vinculando-se a opinião dos teóricos citados até aqui com os preceitos da LDB sobre a formação dos professores, cabe a reflexão: Como os conhecimentos profissionais vêm sendo construídos nos cursos de formação? Há uma articulação com a prática de ensino? Quais os investimentos da universidade na formação de professores, que possibilitem capacitá-los para um desempenho eficaz? Nesse campo, é relevante refletir: Quanto à qualidade profissional de um programa de formação inicial de professores, observa-se que: tem a ver com o modo como os formadores de professores relacionam os conteúdos das suas matérias e a prática de ensino. (...) em que medida o conhecimento que o professores em formação estão a receber ou a construir é relevante para ser desenvolvido em contextos reais de ensino. (MARCELO GARCIA, 1999, p.107). O autor faz referência à importância que exerce, na formação, o modo como é conduzida e articulada à teoria/prática, bem como a relevância das temáticas estudadas, objetivando preparar o docente em formação para o enfrentamento dos contextos reais da prática educativa. Esse pressuposto também está presente na tese de doutorado da professora Maria de Fátima Abdalla, que apresenta referenciais para a qualidade da educação na universidade, e, 5 em especial à formação de professores, definidos a partir de princípios estruturantes. A pesquisadora define como um desses princípios a parceria escola e universidade, otimizando o movimento produtivo em diálogo e informações a respeito das necessidades individuais, profissionais e institucionais (organizacionais). A escola e a universidade são vistas como redes que devem atuar de forma articulada, cujo objetivo é analisar conhecimentos que favoreçam o ‘aprender’ a ensinar. (ABDALLA, 2006). Nesse sentido, Tardif (2008) também apresenta alguns princípios5 para guiar a aplicação dos programas de formação inicial para o ensino, organizados a partir de experiência coletiva que está sendo realizada na Haute Ecole Pédagogique (HEP6) dos cantões,7 de Berna, Jura e Neuchâtel (BEJUNE), na Suíça francesa (HEP-BEJUNE). Esses princípios têm por base os resultados da pesquisa internacional sobre a formação de professores para o ensino fundamental e médio. Poder-se-ía enunciar como um dos princípios as parcerias fortes com o meio escolar. Esse princípio explicita a importância da parceria com as escolas para o fortalecimento de uma formação docente de qualidade. Há um esclarecimento de que essas parcerias consideram repetidamente as instituições escolares como “estabelecimentos formadores”. (TARDIF, 2008, p.24). Assegura o pesquisador que certamente essa parceria tem um efeito positivo em relação à qualidade da formação, mas, além disso, também sobre as aprendizagens dos alunos em formação. Daí ser relevante o valor a ser dado à formação como uma co-formação que faz a articulação do trabalho dos formadores do Ensino Superior com o dos docentes dos estabelecimentos de ensino que oportunizam espaço para os acadêmicos, acolhendo-os como profissionais em formação. Essa consequência resulta de duas ideias: em primeiro lugar, a ideia que a formação profissional é largamente adquirida nos meios de prática, não somente durante a formação inicial, mas também durante a fase de inserção e, em seguida, ao longo da carreira; o “meio escolar”, portanto, não é um apêndice da formação, mas sua base. (...); em segundo lugar, a idéia de que os docentes são depositários de conhecimentos e de competências próprios, 5 Princípios apresentados por TARDIF no XIV ENDIPE 2008 – Trajetórias e processos de ensinar e aprender: Didática e formação de professores, realizado em POA, nas dependências da PUC/RS, nos dias 27, 28, 29 e 30 de abril de 2008(Anais do ENDIPE, 2008). 6 Uma HEP é uma universidade profissional que se dedica à formação dos docentes e à pesquisa sobre o ensino. Desde 2005, a HEPBEJUNE começou a fazer reformas importantes nos seus programas de formação dos docentes de primeiro e segundo graus. (Anais do ENDIPE, 2008). 7 Cantão: divisão geográfica da Suíça, correspondendo aproximadamente a um estado brasileiro (Anais do ENDIPE, 2008). 6 ligados a experiência de seu trabalho cotidiano. O seu trabalho não se limita, portanto, à aplicação dos conhecimentos produzidos por outros (os especialistas, os pesquisadores, os formadores da HEP, etc.): eles produzem e validam um saber próprio à profissão e resultante da prática profissional. (TARDIF, 2008, p.25). Sendo assim, compreende-se que a formação profissional é assegurada em meio aos momentos vivenciados na prática, e é entendida pelo pesquisador Tardif como base da formação, na qual se constroem e se validam os saberes próprios da experiência da profissão. Na sequência, acrescenta, ainda, que o “objetivo da formação prática em estabelecimento é justamente colocar os estudantes em contato com esse saber de experiência e sua fonte: a prática profissional”. (TARDIF, 2008, p.25). Para tanto, é relevante criar um programa de formação de qualidade, em que os professores associados e os professores formadores desenvolvam parcerias expressivas, compartilhando conhecimentos comuns a respeito do ensino e da aprendizagem. Pelo exposto, compreende-se que há entre os teóricos um consenso de que a universidade e a escola tem que estar articuladas na formação inicial de professores com o objetivo de fortalecer os conhecimentos que são específicos e que favorecem o desenvolvimento profissional docente. .Nesse sentido, é imprescindível examinar: O médico ou o engenheiro nos seus campos específicos – é aquele que ensina não apenas porque sabe, mas porque sabe ensinar. E saber ensinar é ser especialista dessa complexa capacidade de mediar e transformar o saber. [...] Aprende-se e exerce-se na prática, mas numa prática informada, alimentada por velho e novo conhecimento formal, investigada e discutida com os pares e com os supervisores – ou, desejavelmente, tudo isto numa prática colectiva de mútua supervisão e construção de saber inter pares. (ROLDÃO, 2007, p.102). Nas palavras da pesquisadora ser um profissional de ensino, com conhecimento específico, demanda a concretização de estratégias de mediação da teoria com a prática, para ser capaz de apreender a ensinar. Defende o pressuposto que em diálogo com os pares e gestores é possível construir novas concepções em relação ao ser e estar na profissão docente. .Além da literatura pedagógica, observa-se que as políticas públicas voltadas para a formação de professores também entendem que as experiências realizadas em parceria com escolas e instituições educacionais, são relevantes para fortalecer a formação do professor. 7 Em especial, o destaque é para as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação do pedagogo, que prevê uma carga horária de no mínimo 3.200 horas de efetivo trabalho acadêmico, com a seguinte distribuição: 2.800 horas dedicadas às atividades formativas como assistência a aulas, realização de seminários, participação na realização de pesquisas, consultas a bibliotecas e centros de documentação, visitas a instituições educacionais e culturais, atividades práticas de diferente natureza, participação em grupos cooperativos de estudos; 300 horas dedicadas ao Estágio Supervisionado prioritariamente em Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, contemplando também outras áreas específicas, se for o caso, conforme o projeto pedagógico da instituição; 100 horas de atividades teórico-práticas de aprofundamento em áreas específicas de interesse dos alunos, por meio, da iniciação científica, da extensão e da monitoria. (BRASIL, 2006, p. 14). Há um entendimento de que a formação do professor precisa estar embasada na profissão, envolvendo atividades teóricas e práticas, com uma significativa carga horária destinada aos estágios supervisionados, que se traduzem em um tempo de aprendizado com vista ao desenvolvimento profissional docente. Portanto, todo trabalho de observação, monitoria, estágios obrigatórios ou não, são nomeados pelo pesquisador, como importante espaço de construção da identidade do educador e, como vimos, encontra guarida nos próprios aportes legais, que legitimam esse fundamento. Enquanto professores na universidade que acompanham o trabalho das acadêmicas junto ao PIBID, temos refletido que esse programa federal tem contribuído de forma positiva para o desenvolvimento profissional de nossas alunas. Para legitimar esta ideia, a decisão foi fazer uma pesquisa qualitativa. METODOLOGIA Assim como Triviños (2001) define a pesquisa como uma fonte que possibilita a produção de conhecimento, Minayo (2000, p.23) compreende que ela é a atividade fundamental das Ciências na investigação e descoberta da realidade. É uma forma de procedimento e uma prática teórica de contínua busca, que define um sistema intrinsecamente incompleto e ininterrupto. “É uma atividade de aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota, fazendo uma combinação particular entre teoria e dados.” Os pesquisadores da área de educação vêm, já há muitos anos, demonstrando interesse pelo uso das metodologias qualitativas. Bogdan e Biklen (1982) discutem o conceito 8 de pesquisa qualitativa, apresentando cinco características básicas que configurariam esse tipo de estudo: 1. A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento. Segundo os dois autores, a pesquisa qualitativa supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada, via de regra, por meio do trabalho intensivo de campo. 2. Os dados coletados são predominantemente descritivos. 3. A preocupação com o processo é muito maior do que com o produto. 4. O “significado” que as pessoas dão às coisas e à sua vida são focos de atenção especial pelo pesquisador. 5. A análise dos dados tende a seguir um processo indutivo. Já, para Alves Mazzotti e Gewandsznajder, as pesquisas qualitativas “partem do pressuposto de que as pessoas agem em função de suas crenças, percepções, sentimentos e valores e que seu comportamento tem sempre um sentido, um significado que não se dá a conhecer de modo imediato, precisando ser desvelado” (1998, p.131). Outra recomendação a ser considerada é de que “os cuidados com a objetividade são importantes porque eles afetam diretamente a validade do estudo. Relacionados a esse problema surge uma série de questões práticas como o tempo de permanência em campo, a frequência e a duração das observações e a confiabilidade dos dados” (LÜDKE & ANDRÉ, 1986, p.51). Minayo analisa que a prática da pesquisa qualitativa é um caminho para a produção do saber científico, ao mesmo tempo em que explicita que essa prática de pesquisa de campo 8 favorece a aproximação a aspectos culturais dos grupos e/ou instituições que intenta-se investigar. Nesse tipo de pesquisa, analisam-se as relações, conhecendo pressupostos importantes que, possivelmente, colaboram para avançar nos estudos e teorias que aí estão, visto que oferecem indicativos reais para políticas públicas e/ou continuidade de estudos afins. 8 Entendemos por Campo, na pesquisa qualitativa, o recorte espacial que corresponde à abrangência, em termos empíricos, do recorte teórico correspondente ao objeto da investigação. O trabalho de campo constitui-se numa etapa essencial da pesquisa qualitativa, que a rigor não poderia ser pensada sem ele (MINAYO, 2000, p. 105). 9 RESULTADOS E DISCUSSÃO Na perspectiva de avaliar as contribuições do PIBID na formação docente, o estudo baseou-se na coleta de dados, tendo como lócus de análise, os cursos de licenciatura em Letras, Pedagogia e Ciências Biológicas da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões-URI, Campus de Santo Ângelo-RS. A coleta de dados foi feita a partir de questionários com os alunos integrantes dos referidos cursos e entrevistas semiestruturadas (narrativas orais) com gestores que atuam nas universidades e nas escolas de educação básica. Colaboraram nesse estudo 12 acadêmicos bolsistas, sendo 3 do curso de Letras, 3 de Biologia e 6 de Pedagogia. Com o intuito de qualificar a pesquisa, foram escolhidos para a coleta de dados os bolsistas que já estavam participando do programa há mais de dois anos. Também participaram 10 gestores, sendo que 6 atuam nas escolas campo e 4 na universidade. Aos acadêmicos foi aplicado um questionário semiestruturado, apresentando questionamentos básicos sobre a pesquisa. Com os gestores foram realizadas entrevistas semiestruturadas, compostas por perguntas previamente elaboradas, as quais, para maior legitimidade e aprimoramento do estudo, foram sendo enriquecidas no decorrer dos diálogos. Para apresentar a análise e interpretação dos dados obtidos com os 12 bolsistas, os depoimentos desses serão identificados de B1 a B12. O mesmo ocorrerá com os gestores participantes, identificando-os de G1 a G6. O PIBID E A FORMAÇÃO DOCENTE. As contribuições do PIBID na formação docente são inquestionáveis. O programa de iniciação à docência (PIBID) é referenciado por acadêmicos em processo de formação e por gestores que participam como colaboradores nas escolas-campo e pelos que trabalham nos cursos de licenciatura, como uma política pública de alta relevância social, uma vez que está contribuindo para que universidade e a escola de educação básica estreitem os laços, minimizando a lacuna existente entre o universo acadêmico e o cotidiano escolar, na perspectiva de qualificar a educação brasileira. CONTRIBUIÇÕES DO PIBID: UM OLHAR DOS GESTORES E ACADÊMICOS BOLSISTAS Na pesquisa realizada com os acadêmicos bolsistas do PIBID percebe-se que a possibilidade de participar do cotidiano do espaço escolar tem contribuído para que os futuros 10 educadores consigam redimensionar alguns conceitos e compreender com maior clareza os meandros da formação e da sua profissionalidade9. A possibilidade de compartilhar do contexto concreto do trabalho dos professores permite que o licenciando perceba que a construção de competências operativas e técnicas resultam de uma construção sócio histórica, a qual é o produto da ação de vários atores e de condicionantes sociais. Como assevera Rocha e Fiorentini (2005, p.8), a participação no programa de iniciação a docência tem colaborado para que o licenciando perceba que [...] “a constituição profissional docente, nos primeiros anos de carreira, provém de múltiplas e complexas interações [...]”, ocorrendo uma passagem complexa que envolve sentimentos ambíguos, desafios e aprendizagens sobre si próprio e sobre o ser professor. A participação do PIBID tem proporcionado conhecimentos muito importantes. Hoje, após dois anos e três meses de participação no PIBID, consigo compreender que não vou conseguir sair da faculdade pronto, que somente a formação continuada me proporcionará desenvolver as habilidades e as competências necessárias para ser um bom mestre. Hoje tenho clareza de que para ser um bom professor preciso me ver como um profissional da educação e não como alguém que ensina o que sabe. Como dizem alguns professores da universidade, precisamos ser pesquisadores, cientistas da educação. Assim conseguiremos o respeito da sociedade. (B3) No relato a seguir, a bolsista B8 expõe que a participação no PIBID tem lhe proporcionado uma nova visão sobre o ato educativo. Destaca que a possibilidade de participar de monitorias, de realizar a leitura de diversas obras e de participar de grupos dos estudos tem colaborado na revisão de conceitos, dentre esse, a compreensão de que identidade de autoridade do saber não está vinculada à autoridade funcional. A conquista dessa identidade demanda do educador a construção de um repertório de saberes que são construídos ao longo da trajetória do professor. De acordo com a referida bolsista, O conceito que eu tinha sobre o que é um ato educativo mudou bastante. Quando comecei a faculdade, eu pensava que tendo o domínio dos conteúdos que deveria trabalhar em sala de aula e conhecimento de técnicas de ensino eu seria uma boa educadora, que seria respeitada pelos alunos e colegas. No entanto, essa verdade foi sendo desconstruída ao monitorar uma professora e constatar que o domínio do conhecimento específico da área não garantia a aprendizagem dos alunos. Vendo a angústia desse educador, pedi licença para organizar uma proposta de atividade. Para organizá-la conversei com alguns professores da universidade, pesquisei e na próxima aula propus aos alunos um jogo cooperativo, no qual todos participaram, 9 A expressão profissionalidade pode ser entendida como “[...] a afirmação do que é específico na acção docente, isto é, o conjunto de comportamentos, conhecimentos, destrezas, atitudes e valores que constituem a especificidade de ser professor” (GIMENO SACRISTÁN, 1991, p. 65). 11 ficando o professor em uma equipe e eu em outra. Ao término da atividade lúdica foi visível a satisfação de todos e o melhor, na aula seguinte pude perceber que os alunos estavam mais próximos, participando mais. Nessa oportunidade, alguns alunos perguntavam quando haveria outra atividade no pátio, questionamento que o professor também me fez, relatando que gostou da experiência e que gostaria de conhecer outros tipos de brincadeiras, pois no tempo em que estava na faculdade, essas ferramentas pedagógicas não faziam parte das discussões didáticas e que ele havia percebido que auxiliavam bastante a prática educativa. (B8). Ainda, com relação às contribuições do PIBID no processo de formação inicial, o bolsista B5 declara: Participando do PIBID e fazendo leituras e reflexões sobre as obras de importantes pensadores como Paulo Freire aprendi que o diálogo e o respeito aos saberes prévios dos alunos e a afetividade, a fala mansa e respeitosa, a ética são elementos essenciais no processo de ensinar e aprender. Tenho percebido o quanto as palavras de Freire são verdadeiras, principalmente depois de acompanhar alguns seminários integrados em turmas do ensino médio politécnico. Nesses, os professores respeitam os interesses e saberes dos educandos, pois inicialmente fazem um levantamento sobre os temas de interesse deles, após registram o que desejam saber e o que já sabem sobre o assunto, inclusive os equívocos que existem. Depois do momento de escuta, os alunos se organizam para procurar as respostas, realizam diferentes tipos de pesquisas, de campo, bibliográfica e experimental. Na verdade, foi através desses acompanhamentos que eu pude perceber que a pesquisa pode ser realizada na sala de aula cotidianamente, aspecto que eu até então não acreditava muito, pois via a pesquisa como uma atividade meramente acadêmica e não como algo que pudesse tratar de questões referentes ao universo do trabalho, como foi o caso. ( B5). Na mesma direção, outra acadêmica bolsista assevera: [...] a vivência no espaço escolar possibilitou um aprofundamento sobre a complexidade do ato educativo, foi possível comprovar que ser professor não é só gostar de crianças, ou de dar aulas. É preciso ter domínio teórico, ser um pesquisador, [...] comprometer-se a cada dia com a qualidade do ensino ofertado, para a constituição dos sujeitos capazes de conviver e agir em sociedade. (B2). Conforme enfatizam as bolsistas, a participação de atividades diversificadas na escola-campo significam as teorias trabalhadas no universo acadêmico, assim como colabora para que as acadêmicas percebam a importância da humanização da prática docente. Em suas falas explicitam perceber que o afeto, a amorosidade e o diálogo perpassam a relação pedagógica de forma expressiva. Também B2, B5 e B8 salientam que as práticas de monitoria vêm possibilitando a ressignificação do conceito de pesquisa, a qual deixa de ser um artefato 12 restrito ao universo acadêmico, passando a ser percebida como princípio educativo. Nesse movimento, o licenciando tem a oportunidade de desmistificar e ampliar a sua compreensão quanto ao processo de ensinar e aprender, podendo experimentar o sentimento de ser um educador que se aventura a ensinar aprendendo. Ao conversar com os gestores (supervisores das escolas-campo e coordenadores locais do PIBID na universidade), percebe-se que todos são consoantes em afirmar que o programa de iniciação docente tem trazido contribuições significativas, tanto na formação inicial dos licenciandos, quanto na formação continuada, de todos os envolvidos no programa. Como refere a supervisora G1. O PIBID valoriza, apoia e fomenta o trabalho dos docentes da escola via atuação e inserção das acadêmicas bolsistas no cotidiano da escola pública, onde praticam o que é teorizado e assimilado na universidade, em termos de conhecimento, ao mesmo tempo, trazem experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter interdisciplinar e inovador. Diante disto, os envolvidos com a prática docente são incentivados à busca do conhecimento, participando com entusiasmo das formações continuadas, oportunizadas semanalmente pela escola, visando à qualidade da educação com ação educativa voltada à formação integral do cidadão. (G1). Os reflexos positivos do programa de iniciação a docência na formação inicial dos acadêmicos, assim como na formação continuada dos professores universitários é incontestável. As demandas da escola têm provocado discussões importantes sobre o currículo dos cursos de licenciatura. Os relatos das experiências e as inquietações dos bolsistas sinalizam, dentre outros aspectos, que a formação docente deve ser mais clara quanto ao que ensinar em cada etapa do processo educativo e como ensinar. Sabe-se que essa questão não diz respeito somente à grade curricular de uma universidade, mas é o reflexo da política pública brasileira que outorga a escola e aos professores a autonomia para fazer essas escolhas. Apesar dos esforços dispensados, é perceptível que os problemas de não aprendizagem, muitas vezes, acontecem em razão da falta de clareza conceitual dos professores. Nesse aspecto, a relação escola de educação básica e universidade têm contribuído significativamente para melhorar a formação dos professores que estão ligados direta ou indiretamente ao programa. O diálogo entre essas instituições tem ocorrido principalmente através de oficinas pedagógicas, as quais são organizadas pelos professores da graduação e 13 pelos bolsistas. Nesse momento, a formação inicial é contemplada, ou seja, o licenciando se apropria de conhecimentos que perpassam tanto os saberes específicos como os pedagógicos. Após esse processo de planejamento, de terem clareza do que vão ensinar e o como ensinar, os bolsistas realizam oficinas na escola-campo, ação que qualifica a formação do licenciando e, ao mesmo tempo, oportuniza a formação continuada dos professores titulares. Nessa ação, pode-se dizer que o programa de formação a docência oportuniza a todos os envolvidos o aprimoramento das competências e as habilidades necessárias ao exercício de uma docência responsável. CONSIDERAÇÕES O rigor científico e epistemológico que acompanhou este trabalho contribui sobremaneira para a construção do conhecimento teórico apoiado em rigor conceitual, fruto de análise acurada, argumentação e ampliação da capacidade explicativa de alunas e professoras. A formação na Universidade é tarefa que exige responsabilidade das instituições superiores, de seus agentes, professores, alunos, enfim de todos os envolvidos no processo de ensinar e aprender. Como serviço, há necessidade de que a Universidade produza e manifeste seus princípios e trabalhe para melhorar as suas práticas de formação de professores, na perspectiva de fortalecer a profissionalidade docente. Ou como assegura Roldão (2010, p. 99), “na tentativa de dar visibilidade aos dispositivos ‘geradores de especificidade’ do conhecimento profissional docente”. O debate sobre a formação inicial de professores10 é um tema que vem conquistando os inúmeros espaços do cenário educacional brasileiro, tendo presente que os cursos em formação necessitam desenvolver um currículo formal com conteúdos e atividades de prática docente articulada à realidade das escolas. 10 A discussão sobre a formação inicial de professores é uma temática que tem frequentado os diversos espaços de debates no cenário brasileiro frente à avalanche de reformas realizadas na última década. A proposta trazida pelo discurso oficial aponta para a necessidade de currículos organizados em processos que privilegiem a temática dos conhecimentos escolarizados, dos saberes da experiência, da iniciação científica, da inserção no campo profissional desde o inicio do curso, do estágio curricular supervisionado a partir da metade do curso, da identidade do curso de Licenciatura (cursos de formação de professores, ou o que nomino de professores em formação) sem ser um apêndice do bacharelado. (FERNANDES, 2008, p.116-117). 14 A importância da relação teoria e prática11 tem sido analisada por inúmeros teóricos e confirma a essência da articulação de pressupostos filosóficos, epistemológicos, políticos e pedagógicos, demandando diálogo entre os campos do conhecimento no processo de formação docente, além da articulação ao contexto real das escolas. Portanto, na narrativa de professores e alunos foi possível perceber que o PIBID, se caracteriza como um trabalho de extensão, que aproxima os pressupostos teóricos e práticos, igualmente reconhecidos por alguns teóricos como ação inspiradora que dá sustentação ao conhecimento profissional, pois provoca o reforço de um saber profissional mais analítico e consistente. Não é mais admissível que a universidade apenas oportunize aprendizagem acadêmica de conteúdos, é imprescindível que estimule sua aplicação consciente e reflexiva na vida cotidiana, compreendendo que os conhecimentos científicos e culturais precisam provocar a reconstrução do conhecimento e da experiência dos alunos e alunas no cotidiano das instituições escolares. É nessa perspectiva que se acredita que a formação de professores precisa ser reorientada nas instituições de ensino superior, para que professores pesquisadores, inovadores e progressistas12 sejam formados como profissionais de educação comprometidos com as mudanças educacionais que se fazem necessárias e urgentes no contexto educacional do Brasil e do mundo. REFERÊNCIAS ABDALLA, M. de F. B.. O senso prático de ser e estar na profissão. São Paulo: Cortez, 2006. BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ Leis/L9394.htm>. Acesso em: 01.07.2013. 11 A relação teoria e prática apresenta-se como um problema ainda não resolvido em nossa tradição filosófica, epistemológica e pedagógica. A teoria, vista na ótica da marca positivista traz como representação a ideia de que teoria se comprova na prática, condicionando uma visão de que a teoria antecede à prática e, que esta aplica soluções trazidas pela teoria. Essa polarização da teoria e da prática não dá conta da complexidade da realidade e, sim, exige uma postura tensionada entre elas, entendendo que a teoria dialeticamente está imbricada com a prática (FERNANDES, 2008, p.119). 12 “Meu papel de professor progressista não é apenas o de ensinar Matemática ou Ciências Biológicas mas sim, tratando a temática que é, de um lado objeto de meu ensino, de outro, da aprendizagem do aluno, ajudá-lo a reconhecer-se como arquiteto de sua própria prática cognoscitiva.” (FREIRE, 1996, p.124). 15 BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia. Brasília, 2006. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/pcp05_05.pdf>. Acesso em: 29 de jul de 2013. 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