GOVERNO DE MOÇAMBIQUE MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO DIRECÇÃO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E TÉCNICOS DE EDUCAÇÃO ESTRATÉGIA PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES 2004 – 2015 PROPOSTA DE POLÍTICAS Maputo 2004 Índice DNFPTE Estratégia de Formação de Professores _______________________________________________________________________________________ Índice PREFÁCIO ...................................................................................................................... 3 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 5 1. REFORMA DAS INSTITUIÇÕES DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES ....... 11 2. CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DO ENSINO E APRENDIZAGEM NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES ............................................................................ 14 3. PERFIL DOS ESTUDANTES, PROFESSORES E FORMADORES DE PROFESSORES: OFERTA E PROCURA DE PROFESSORES ................................ 17 4. QUALIFICAÇÕES E COLOCAÇÃO DE PROFESSORES ............................... 19 5. PESQUISA E QUALIDADE NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES................ 21 6. COORDENAÇÃO DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES ............................... 23 2 Prefácio DNFPTE Estratégia de Formação de Professores _______________________________________________________________________________________ PREFÁCIO O Governo de Moçambique reconhece a contribuição fundamental de um sistema efectivo e eficiente de formação de professores para a qualidade da educação e para o desenvolvimento nacional. Por isso, pretende elaborar um programa coerente, consistente e coordenado de formação de professores, que proporcionará um desenvolvimento profissional aos professores ao longo da sua carreira. A Estratégia para a Formação de Professores apresentada baseia-se significativamente em experiências recentes adquiridas, em estudos realizados sobre o subsector e em consultas alargadas a todas as partes interessadas. Mais especificamente, as provisões detalhadas foram discutidas e acordadas por um grupo de referência representativo de todas as partes interessadas. As provisões da estratégia constituem os principais desenvolvimentos pretendidos pelo Ministério da Educação no subsector durante o período de 2004-2015. A estratégia procura basear-se nas várias experiências adquiridas durante a última década para garantir uma oferta de professores com formação adequada para responderem às necessidades nacionais. Este documento (Documento 1) contém as principais iniciativas de políticas planificadas para o período referido, tendo os planos de implementação detalhados (Documento 2) e os custos de implementação (Documento 3) sido elaborados separadamente. Os três documentos proporcionam uma descrição geral da estratégia planificada. Esta estratégia tem de ser considerada em conjunto com a formulada para 2002-2004, actualmente em implementação, que se centra no desenvolvimento de um sistema de formação em exercício e Desenvolvimento Profissional Contínuo (DPC). No quadro de um programa coordenado de revitalização das ZIPs, este sistema estabelecerá uma ligação interactiva entre as Escolas, ZIPs, Instituições de Formação de Professores e Direcções Provinciais e Distritais de Educação. A formação de professores sem formação será integrada nesta nova estratégia até que todos os professores actualmente em exercício, tenham adquirido um nível mínimo de qualificação, o que de acordo com as actuais projecções ocorrerá até 2008. É importante notar que a estratégia descrita representa uma etapa no desenvolvimento contínuo da formação de professores em Moçambique, sendo por isso importante rever regularmente a sua implementação e introduzir as alterações necessárias em conformidade com as necessidades e circunstâncias em mudança. As etapas da história da formação de professores, após a Independência Nacional, correspondem as fases do desenvolvimento do Sistema Nacional de Educação. A necessidade de transformar o sistema de educação colonial, virado para as minorias, numa educação para a maioria e para valores da moçambicanidade implicou a implementação de programas de emergência para a capacitação de professores. As experiências acumuladas nestes processos de capacitação possibilitaram o desenvolvimento de modelos de formação que responderam às necessidades da expansão do sistema educativo em diferentes momentos. É assim, que aparecem os vários modelos de formação de professores. Por exemplo para o ensino básico os modelos variaram entre 6ª + 1 ano de formação até aos actuais 10ª + 2. Embora estes modelos se estivessem a desenvolver-se de etapa para etapa, em termos de qualidade, caracterizavam-se mais por ser uma resposta a 3 Prefácio DNFPTE Estratégia de Formação de Professores _______________________________________________________________________________________ uma situação de emergência de expansão do sistema educativo, e não tanto como uma visão integrada de política de formação de professores com objectivos a curto, médio e longo prazos. É neste contexto que enquadrado no Plano Estratégico da Educação, o foco principal das políticas aqui apresentadas é a melhoria da qualidade da formação de professores através das seguintes vertentes: Reforma das instituições provedoras de formação criando uma maior interacção entre elas; Visão de qualidade de educação enquadrada no processo real de ensino e aprendizagem moçambicano; Descentralização da implementação das políticas de formação de professores; Desenvolvimento da capacitação institucional na gestão e monitoria da qualidade dos processos de implementação da estratégia; Desenvolvimento de uma carreira profissional atractiva, alimentada por uma ligação estreita entre a Formação Inicial e o Desenvolvimento Profissional Contínuo. 4 Introdução DNFPTE Estratégia de Formação de Professores _______________________________________________________________________________________ INTRODUÇÃO Principais Características do Sistema de Educação A política descrita neste documento foi concebida para abordar alguns aspectos fundamentais que actualmente dominam a provisão de educação em geral, e a formação de professores em particular. Através da implementação desta política, o Governo irá: i. Melhorar a qualidade do ensino primário e secundário A reforma na formação de professores descrita neste documento de política reconhece a importância de providenciar a formação, e o apoio a todos os professores, especialmente nas zonas rurais, e o papel vital que os professores exercem na promoção da qualidade dentro do sistema educativo. ii. Aumentar o acesso equitativo às escolas primárias e secundárias Nos últimos anos, a tendência das taxas de escolarização tem sido positivo tanto nas escolas primárias como nas secundárias. Porém, reconhece-se que há necessidade de melhorar ainda mais o acesso às escolas primárias e secundárias, bem como as taxas de conclusão. O acesso à educação é particularmente restrito para certos grupos. Assim, a política é desenhada para garantir uma maior participação da rapariga na educação, para responder com maior efectividade às crianças com necessidades de educação especial e para eliminar diferenças regionais nas taxas de escolaridade. A provisão de professores adequadamente formados irá contribuir significativamente para a melhoria do acesso à educação para todos os aprendentes, independentemente do sexo, deficiência e localização geográfica. iii. Aumentar a capacidade institucional para gestão do sistema educativo Reconhece-se que a historicamente gestão centralizada da educação não proporciona uma educação eficiente e necessária para todo o país. Por isso, o Governo está a descentralizar funções, e já apontou a capacitação institucional em planificação e gestão estratégicas a todos os níveis como uma questão prioritária. Neste âmbito, as provisões da política de formação de professores visam apoiar este desenvolvimento. Formação de Professores Reconhece-se a necessidade urgente de melhorar, tanto a oferta como a qualidade dos professores formados. Depois de discussões extensivas com diferentes intervenientes deste processo, foram identificadas quatro áreas problemáticas, que serão abordadas pela política descrita neste documento. 5 Introdução DNFPTE Estratégia de Formação de Professores _______________________________________________________________________________________ i. Recursos Humanos O Governo reconhece a necessidade de aumentar o número de professores formados, tanto no nível primário como no secundário, por forma a cobrir a expansão do sistema prevista no Plano Estratégico do Sector da Educação. Um aspecto fundamental para a provisão de um corpo docente capacitado é a disponibilidade de formadores de professores que, muitas vezes carecem actualmente de qualificações e experiências apropriadas, especialmente tendo em conta as necessidades de realização de um ensino primário contemporâneo. Os formandos também estão geralmente mal qualificados para o papel que terão de desempenhar. Em condições ideais, o acesso à formação de professores, depois de apenas sete anos de escolaridade seria considerado inadequado. Contudo, uma vez que se prevê que as dificuldades no recrutamento de candidatos bem qualificados se mantenham, é pouco provável que se possa, num futuro próximo, pôr em prática a política de admitir apenas estudantes com a 10ª classe. Por isso, é fundamental que o curso de formação inicial de professores prepare adequadamente totalmente os estudantes para o papel que irão assumir. A estratégia procurará, também, prover as necessidades de desenvolvimento profissional contínuo de professores em exercício, por forma a garantir que a sua prática reflicta padrões actualmente aceites e que eles continuem motivados ao longo de toda a sua carreira profissional. O Governo reconhece a importância da gestão efectiva para desenvolvimento das instituições educacionais, a gestão escolar e a liderança constituem a chave para o sucesso geral da escola. Um foco principal desta política será portanto a capacitação específica de gestores de escolas. ii. Estrutura da provisão de formação de professores A necessidade de uma rápida expansão do sistema educativo após a guerra civil, implicou o desenvolvimento de vários tipos de modelos de formação de professores, para satisfazer a demanda ocorrida nos primeiros anos após a independência nacional. O Governo pretende racionalizar a provisão da formação de professores em Moçambique através da introdução de um número limitado de modelos para a formação, que retêm, os aspectos mais positivos dos actuais modelos de formação. Actualmente as oportunidades para formação em exercício ou para desenvolvimento profissional contínuo são escassas, o que constitui motivo de desapontamento e frustração entre os professores. Esta situação será melhorada através de um Quadro Nacional de Qualificações. O estatuto de professor em Moçambique, particularmente de nível primário, constitui para o Governo motivo de preocupação. Numa altura em que há dificuldade em satisfazer plenamente a necessidade em professores, é importante que se tomem medidas adequadas e urgentes para tornar a carreira docente o mais atractiva possível. iii. Instituições A situação institucional da formação de professores é complexa. A maior parte da formação inicial de professores, especialmente para o ensino primário, é proporcionada pelos: 6 Introdução DNFPTE Estratégia de Formação de Professores _______________________________________________________________________________________ Centros de Formação de Professores Primários (CFPP) Colégios de ADPP (Ajuda de Desenvolvimento do Povo para o Povo) Institutos do Magistério Primário (IMAP) Há, contudo, desigualdades significativas e uma falta de paralelismo em termos de estima entre os três tipos de instituição. A preparação de professores para o ensino secundário é teoricamente da responsabilidade do sector universitário, em particular da Universidade Pedagógica (UP), embora, na prática, muitos graduados do IMAP sejam colocados em escolas secundárias e muitos graduados da UP sejam colocados com formadores nos IMAPs e CFPPs. As Zonas de Influência Pedagógica (ZIP) e os Centros de Formação e Recursos Educativos (CFR) poderão proporcionar uma estrutura potencial para a formação de professores em exercício e para o desenvolvimento profissional contínuo, assim que a sua revitalização estiver concluída. O Instituto de Aperfeiçoamento de Professores (IAP), através de ensino à distância, apoia o aperfeiçoamento de professores, tanto sem formação como com formação deficiente. Na estratégia derivada da política descrita neste documento, o Governo tomará medidas para abordar a necessidade urgente de racionalizar, coordenar e efectuar uma provisão coerente da formação de professores. iv. Natureza do ensino e da aprendizagem Reconhece-se que a natureza do ensino e da aprendizagem que actualmente caracterizam a prática nas instituições de formação de professores, e subsequentemente nas escolas moçambicanas é, de certo modo, desactualizada e incompatível, quer com as normas regionais, quer com as internacionais. Esta situação deve-se em parte ao longo período de conflito interno e isolamento que o pais viveu. Em breve será introduzido um currículo reformado para o ensino primário, para o qual se está também a planificar o currículo de formação de professores, correspondente. O Governo reconhece que há uma falta de especialistas em questões relacionadas com o ensino primário. Esta questão terá de ser urgentemente abordada para garantir o sucesso na implementação dos novos currículos. Em Moçambique, o ensino primário foi sempre considerado como preparação para o ensino secundário e não como uma etapa em si, que é terminal para a maioria de crianças. Face a estes antecedentes, há uma necessidade urgente de desenvolver uma base de pesquisa e de conhecimento sobre o ensino primário, por forma a permitir a compreensão das questões na base de uma perspectiva crítica, tanto entre os profissionais do sector como entre os planificadores de políticas. Contexto mais geral A política apresentada neste documento toma em consideração o actual contexto económico alargado. A estratégia foi concebida para responder aos critérios de admissão à Iniciativa Educação para Todos (EFA-FTI), tendo sido elaborada de acordo com as projecções orçamentais disponíveis. Também se tomou em consideração o actual contexto institucional, que limitou até certo ponto, o grau de alcance de algumas medidas nela 7 Introdução DNFPTE Estratégia de Formação de Professores _______________________________________________________________________________________ contidas. Por exemplo, embora se considere o envolvimento mais estreito das universidades no subsector fundamental para o desenvolvimento da formação de professores a nível nacional, não foi possível definir com detalhe um envolvimento mais significativo destas instituições, uma vez que elas não estão sob tutela do Ministério de Educação. Não se trata, por isso, de uma política centrada no que é ideal. Antes pelo contrário, as suas medidas baseiam-se na realidade concreta do país. Apesar disto, procura-se oferecer a melhor provisão possível de formação de professores dentro das circunstâncias actuais. Por esta razão, a política não deve ser considerada como algo fixo. A intenção é, pelo contrário, que as suas provisões sejam sujeitas a revisões constantes, podendo ser alteradas de acordo com as necessidades e conforme as circunstâncias, especialmente de ordem económico. Princípios Gerais O desenvolvimento da política baseou-se em três princípios gerais. O primeiro, é a reconhecida contribuição da formação de professores para a melhoria da qualidade da educação. Daí que todas as medidas descritas na política se centram na necessidade de melhorar a qualidade da preparação dos professores. O segundo, considera que os actuais modelos de formação de professores se caracterizam por fragmentação e descontinuidade, resultando num sistema sem coerência. Assim, a política foi planificada de forma a garantir uma abordagem totalmente coordenada do desenvolvimento de professores, em que as funções, as contribuições e inter-relações de todos os principais intervenientes estejam claramente descritas. O terceiro, tem em conta que a política visa integrar as funções de formação inicial, em exercício e o desenvolvimento profissional contínuo de professores, a fim de proporcionar uma estrutura de carreiras apropriada para todos os professores. Objectivos A qualidade do pessoal docente na educação é provavelmente o factor que mais contribui para o alcance da qualidade geral em qualquer sistema educativo. Todas as medidas propostas na política e na estratégia subsequente, procuram melhorar a qualidade da provisão da educação em Moçambique. Mais concretamente, elas permitem: i. Elevar o estatuto da formação de professores em geral, e da formação de professores primários/básicos em particular; ii. Encorajar a melhoria da qualidade na formação de professores; iii. Promover um sistema de implementação de formação que integre a formação inicial de professores e o desenvolvimento profissional contínuo; iv. Racionalizar o sistema de formação de professores existente; 8 Introdução DNFPTE Estratégia de Formação de Professores _______________________________________________________________________________________ v. Transferir a responsabilidade em relação de alguns aspectos relacionados de formação de professores da autoridade central para os locais de prestação de serviço, nos casos em que tal seja viável e apropriado. Calendário O calendário para a implementação da estratégia de formação de professores está de acordo com o Plano Estratégico da Educação (PEE): 2004-2008. Nos casos em que tal se revelou necessário, o calendário foi ainda dividido em fases a curto prazo (2004-2008), a médio prazo (2009-2012), e longo prazo (2013-2015). É provável que uma melhor priorização de actividades seja necessária. Propõe-se que a implementação da maior parte da estratégia comece a curto prazo. Embora a implementação em toda a sua extensão seja desejável, é possível que constrangimentos de capacidade limitem em certa medida as actividades propostas para serem implementadas a curto prazo. Alterações relativas à calendarização das actividades serão feitas à medida que a política for operacionalizada. Âmbito da Política Com vista a abordar as principais questões enfrentadas pelo sector da educação, em geral, e pelo subsector da formação de professores, em particular, as medidas adoptadas na estratégia encontram-se descritas sob os seguintes títulos: i. Reforma das Instituições de Formação de Professores ii. Características do Processo do Ensino e Aprendizagem na Formação de Professores iii. Perfil dos Estudantes, Professores e Formadores de Professores: Oferta e Procura de Professores iv. Qualificações e Colocação de Professores v. Pesquisa e Qualidade na Formação de Professores vi. Coordenação da Formação de Professores A maior ênfase da política descrita neste documento está principalmente na provisão da formação de professores para o ensino primário e secundário. Reconhece-se a necessidade de providenciar professores para os subsectores de Educação de Adultos e Ensino Técnico e Profissional. Propõem-se algumas medidas de menor dimensão relativamente a ambos, estando, no entanto, prevista a elaboração de uma estratégia mais detalhada pelas duas respectivas Direcções, que será posteriormente incluída numa estratégia global para o sector da educação. Do mesmo modo, propostas para formação de professores para o subsector do Ensino Técnico e Profissional devem ser solicitadas à Direcção do Ensino Técnico e Profissional. 9 Introdução DNFPTE Estratégia de Formação de Professores _______________________________________________________________________________________ Não foi também possível fazer propostas definitivas envolvendo instituições e organismos que se encontram fora da autoridade e responsabilidade directa da Direcção Nacional de Formação de Professores e Técnicos de Educação. Apesar de a estratégia reconhecer o papel potencial das universidades e do Ensino à Distância proporcionado pelo Instituto de Aperfeiçoamento de Professores (IAP) na preparação de professores, não foi possível, nesta etapa do desenvolvimento da política definir claramente o seu potencial papel na formação de professores no futuro. No entanto, estão incluídas propostas que visam aumentar a cooperação entre a direcção e todos os outros organismos e instituições relevantes neste processo. As medidas detalhadas indicadas neste relatório sobre iniciativas políticas serão levadas a cabo a curto prazo (2004-2008). A política para médio (2008-2012) e longo (2013-2015) prazos está apresentada apenas simbolicamente, e será gradualmente desenvolvida à luz da experiência ganha durante o período de implementação das estratégias a curto prazo. 10 Reforma das Instituições de Formação de Professores DNFPTE Estratégia de Formação de Professores _______________________________________________________________________________________ 1. REFORMA DAS INSTITUIÇÕES DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES 1.1 Introdução Quando se toma em consideração os objectivos gerais para melhorar o estatuto da formação de professores e de integrar a formação inicial e o desenvolvimento profissional contínuo de professores, é difícil justificar a actual estrutura institucional da formação de professores em Moçambique, caracterizada por segregação e fragmentação. O MinEd deseja, por isso, implementar uma reforma institucional radical, que facilitará melhor o cumprimento dos objectivos formulados. 1.2 Situação Actual A situação institucional actual é, em resumo, caracterizada por: O CFPP prepara professores para escolas do Ensino Primário do 1º Grau (EP1); O IMAP e as Escolas da ADPP preparam professores para escolas do Ensino Primário do 2º Grau (EP2), embora a maior parte dos seus graduados seja colocada no 1º nível do ensino secundário; A UP forma professores para as escolas secundárias, apesar de os seus graduados não conseguirem satisfazer a procura; A Universidade Eduardo Mondlane (UEM) começou já com formação inicial de professores, embora o número de ingressos seja bastante reduzido para as actuais necessidades. Reabriu também a Faculdade de Educação para proporcionar oportunidades de pesquisa e pós-graduação (mestrado); A ZIP/CFR proporciona potencialidades para o desenvolvimento de um sistema de formação em exercício e desenvolvimento profissional contínuo, embora existam actualmente poucas oportunidades para tal; O IAP proporciona oportunidades, embora limitadas, para o aperfeiçoamento de professores sem formação e com formação deficiente. 1.3 Acção Planeada Com vista a maximizar os recursos humanos e físicos disponíveis, eliminar as desigualdades na provisão de recursos, facilitar a integração da formação inicial de professores e o desenvolvimento profissional contínuo, e ainda melhorar o estatuto dos professores primários e dos formadores de professores, estão planeadas um certo número de intervenções. 1.3.1 A curto prazo (2009-20012) Após a conclusão de um estudo de base sobre a actual provisão e recursos na formação de professores, serão realizadas as seguintes actividades: i. Um programa de construção e renovação será concebido para eliminar as actuais diferenças na provisão de recursos físicos e todos os CFPP serão renovados de acordo com o padrões nacionais acordados. 11 Reforma das Instituições de Formação de Professores DNFPTE Estratégia de Formação de Professores _______________________________________________________________________________________ ii. Seis novos CFPP serão construídos em Cabo Delgado, Tete, Manica (2) e Zambézia (2); iii. O CFPP de Inhamissa será reconstruído, alargado e convertido num IMAP. iv. Três novos IMAP serão construídos em Niassa, Pemba e Vilanculos. v. Todas as instituições de formação de professores serão equipadas com materiais apropriados para o ensino e aprendizagem, de acordo com padrões estabelecidos a nível nacional. vi. Será elaborado e implementado um sistema nacional para a manutenção da infra-estrutura e equipamento. vii. Será desenvolvida uma estratégia no sentido de identificar e descrever o futuro papel das universidades na provisão da formação de professores em geral e como provedoras de cursos de graduação, em particular. viii. Será estabelecida uma rede de provedores de formação de professores para garantir a coordenação de todas as actividades da formação inicial do professor e desenvolvimento profissional contínuo. ix. Será elaborada uma estrutura abrangente para ministrar a formação inicial do professor e desenvolvimento profissional contínuo, que irá envolver todos os provedores de formação de professores e com um papel crucial para as ZIP/CFR. x. Será criado um sistema de comunicação entre todas as instituições de formação de professores e os intervenientes na formação de professores para permitir a troca efectiva de documentação. xi. Será desenvolvida uma estrutura de apoio a todas as instituições de formação de professores. xii. Na área de educação de Adultos deve-se potenciar o INEA de forma a responder com eficácia a demanda crescente de educadores de adultos 1.3.2 A curto prazo (2009-2012) xiii. O programa de construção e renovação será concluído para proporcionar equidade na provisão de recursos entre as instituições que ministram formação inicial do professor, tutelados pelo Ministério da Educação. xiv. Partindo de discussões extensivas e de desenvolvimento da capacidade institucional durante a período 2004-2008, todas as instituições de formação de professores estarão transferidas da coordenação do Ministério ao subsector das universidades, ficando ao Ministério a responsabilidade da definição das políticas. 12 Reforma das Instituições de Formação de Professores DNFPTE Estratégia de Formação de Professores _______________________________________________________________________________________ xv. 1.1.3 A partir de 2009 um estrutura abrangente e interactiva envolvendo todas as instituições de formação de professores estará em funcionamento oferecendo uma provisão integrada da formação inicial e um desenvolvimento profissional contínuo. A longo prazo (2013- 1015) i. Este período será caracterizado por maior independência por parte de todos os provedores de formação de professores dentro do sub sector de educação superior. ii. Toda a provisão da formação inicial do professor será por um período mínimo de três anos e o ensino tornar-se-á uma profissão verdadeiramente qualificada. 13 Características do Processo do Ensino e Aprendizagem na Formação de Professores DNFPTE Estratégia de Formação de Professores _______________________________________________________________________________________ 2. CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DO ENSINO E APRENDIZAGEM NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES 2.1 Introdução A DNFPTE reconhece a necessidade de rever radicalmente a natureza do ensino e aprendizagem nas instituições de formação de professores, por forma a basear-se nas recomendações de pesquisas recentes e adaptar-se aos padrões internacionais sobre práticas de referência. 2.2 Situação Actual A formação de professores em Moçambique caracteriza-se actualmente por: 2.3 Diversos modelos de formação de professos e falta de consenso sobre as características de uma realização adequada de cursos; O currículo da formação de professores está desactualizado e necessita de revisão para corresponder à transformação curricular no ensino básico; Um equilíbrio inadequado e falta de ligação sistemática entre a teoria e a prática de educação; Os cursos são realizados de uma forma extremamente prescritiva, com uma prática geralmente centrada no professor e não no aluno, e os estudantes não são suficientemente encorajados a reflectir sobre a prática; Falta de ligação entre elementos dos cursos baseados na instituição e elementos baseados na escola; As oportunidades de formação em exercício e de desenvolvimento profissional contínuo dos professores são poucas; Os formadores de professores têm, muitas vezes, falta de preparação e experiência, especialmente em prática de ensino básico contemporâneo; As instituições de formação de professores têm, muitas vezes, falta de recursos de ensino e aprendizagem apropriados. Acção Planeada Com objectivo de definir as normas nacionais de formação de professores e proporcionar experiências profissionais relevantes para as actuais circunstâncias do país, estão planeadas as seguintes acções. 2.3.1 A curto prazo (2004-2008) i. Estabelecer uma visão comum da natureza de qualidade na provisão de educação em Moçambique. ii. Um programa compreensivo de capacitação institucional será estabelecido para garantir que todos formadores de professores possuem o nível adequado de compreensão e experiência sobre metodologias centrados no aluno e prática do ensino básico contemporâneo. 14 Características do Processo do Ensino e Aprendizagem na Formação de Professores DNFPTE Estratégia de Formação de Professores _______________________________________________________________________________________ iii. Será concebido um modelo único de formação de professores primários (1ª-7ª classes) com base em melhores práticas de referência obtidas em Moçambique, na região e a nível internacional. iv. O modelo adoptado levará em devida consideração as necessidades de professores especializados no ensino da classes iniciais, de crianças com necessidades educativas especiais e a educação pré-escolar. v. O modelo a ser adoptado incluirá uma componente de formação em Educação de Adultos (andragogia), de modo a permitir que os professores formados possam também desempenhar a função de educadores de adultos com qualidade. vi. Um novo curso de formação profissional para professores que trabalham no primeiro ciclo do Ensino Secundário Geral e no Ensino Técnico Profissional será desenhado e introduzido. vii. O desenvolvimento e implementação do curso trienal para a preparação de professores do ensino secundário serão supervisionados num programa de monitoria. viii. Serão explorados em cooperação com as universidades modelos alternativos de preparação de candidatos qualificados para o ensino médio. ix. Monitorar a implementação do cursos de Ensino à Distância para professores sem formação com 10ª classe. x. Monitorar a implementação do programa de desenvolvimento profissional contínuo para todos os professores nas ZIP. xi. Um programa nacional de formação em exercício e desenvolvimento profissional contínuo será desenvolvido em associação com o estabelecimento dum Quadro Nacional de Qualificações. xii. Desenhar e implementar programas de capacitação institucional sobre liderança para gestores seniores nas instituições de formação de professores e para os conselheiros técnicos distritais e provinciais. xvi. Deve-se potenciar o actual sistema de formação à distância existente na UP, e no IAP para aumentarem a oferta de professores e formadores através desta metodologia de formação. xvii. Deve-se encorajar as instituições de formação a introduzirem metodologia de Educação a Distância, de forma a maximizar a oferta de professores formados para os diferentes subsistemas. xviii. Os Institutos de formação técnico profissional deverão reintroduzir os cursos de formação de professores para as áreas de especialidade nas Escolas Técnicas profissionais. 15 Características do Processo do Ensino e Aprendizagem na Formação de Professores DNFPTE Estratégia de Formação de Professores _______________________________________________________________________________________ 2.3.2 A médio prazo (2009-2012) i. Como resultado do desenvolvimento de capacidade institucional e da resposta às necessidades locais e nacionais durante a fase do curto prazo, antecipa-se que as instituições irão desenvolver especializações para 1ª - 5ª classes e para 6ª - 7ª classes, num curso de dois anos com a qualificação de ingresso de 10ª classe, ou para as 8ª - 10ª classes, um curso de dois anos com a qualificação de ingresso da 12ª classe.1 ii. Durante este período, será considerado a extensão do curso de formação inicial do professor nas IFP de dois para três anos se as circunstâncias económicas e a oferta de professores permitirem. iii. O curso de formação inicial para professores do primeiro ciclo do Ensino Secundário Geral será revisto à luz da experiência e a possível necessidade de extensão de dois para três anos. iv. O programa nacional de formação em serviço/ desenvolvimento profissional contínuo baseado no quadro das qualificações nacionais estará operacional. v. A base nacional de conhecimento e pesquisa irá tornar-se no Centro Nacional de Excelência no Ensino Básico. 2.3.3 A longo prazo (2013-2015) i. O desenvolvimento contínuo dos cursos será realizado à luz da progressão para uma profissão em que todos sejam graduados. 1 O nível exacto da especialização por idades terá que ser determinado à luz duma necessidade provável para flexibilidade no quadro de professores. 16 Perfil dos Estudantes, Professores e Formadores de Professores: Oferta e Procura de Professores DNFPTE Estratégia de Formação de Professores _______________________________________________________________________________________ 3. PERFIL DOS ESTUDANTES, PROFESSORES E FORMADORES DE PROFESSORES: OFERTA E PROCURA DE PROFESSORES 3.1 Introdução A política reconhece o papel importante dos recursos humanos na realização eficiente e efectiva da formação de professores e atribui uma importância fundamental às medidas de capacitação institucional. 3.2 Situação Actual Os estudantes que entram para formação de professores, muitos dos quais actualmente com apenas 7 anos de escolarização, são fracamente qualificados. Contudo, não seria possível, a curto prazo, elevar a qualificação básica de entrada para 10 anos de escolarização, sem reduzir drasticamente a oferta de professores, e provavelmente sem reduzir o número de raparigas que entram para o ensino. Os professores, uma vez qualificados, têm poucas oportunidades para fazer formação em exercício ou para um desenvolvimento profissional contínuo, sendo muitas vezes obrigados a procurar uma promoção que os obriga a sair da escola para desenvolverem uma carreira. Esta situação ocorre principalmente nas escolas primárias. Os formadores dos professores são geralmente nomeados com base em critérios de qualificação académica e muitos não possuem experiência adequada para o papel que assumem. 3.3 Acção planeada Com vista a garantir uma oferta adequada de professores, oferecer-lhes oportunidades para o desenvolvimento de uma carreira dentro do seu subsector seleccionado e proporcionar aos formadores de professores uma base de experiência apropriada, estão planificadas as seguintes acções. 3.3.1 A curto prazo (2004-2008) i. Projecções exactas de oferta e procura de professores, reflectindo o potencial impacto do HIV/SIDA, serão levadas a cabo à luz da reforma institucional e a provisão de cursos reformulados referidos nas Secções 1 e 2 desta política respectivamente. ii. Critérios de selecção e mecanismos de incentivos nacionais serão introduzidos para garantir o recrutamento efectivo de estudantes para o ensino, especialmente o recrutamento de estudantes de sexo feminino. iii. O requisito básico de entrada para o ensino continuará a ser sete anos de escolarização para estudantes que desejem ensinar da 1ª à 5ª classe, mas os procedimentos de selecção serão reexaminados para garantir que apenas sejam seleccionados para formação os candidatos mais adequados. 17 Perfil dos Estudantes, Professores e Formadores de Professores: Oferta e Procura de Professores DNFPTE Estratégia de Formação de Professores _______________________________________________________________________________________ iv. O requisito básico de entrada para o ensino continuará a ser dez anos de escolarização para estudantes que desejem ensinar a 6ª e a 7ª classes, mas os procedimentos de selecção serão reexaminados para garantir que apenas sejam seleccionados para formação os candidatos mais adequados. v. O requisito básico de entrada para o ensino continuará a ser doze anos de escolarização para estudantes que desejem ensinar da 8ª à 10ª classe, mas os procedimentos de selecção serão reexaminados para garantir que apenas sejam seleccionados para formação os candidatos mais adequados. vi. Será planificada e implementada uma campanha de consciencialização, que vise melhorar o recrutamento para a formação de professores de uma maneira geral, mas especialmente em áreas geográficas onde a oferta de professores é fraca, e em grupos, especialmente de mulheres, que estejam pouco representados na profissão docente. vii. Será definido e reflectido um percurso na carreira para formadores de professores dentro do quadro nacional de qualificações. viii. Será implementado um programa intensivo a curto prazo para capacitar formadores de professores em práticas actualizadas, a nível do ensino básico. 3.3.2 A médio prazo (2009-2012) i. Os critérios de selecção nacional de entrada para os cursos de formação serão revistos à luz de procura e oferta de professores. ii. Caso a oferta de professores e as projecções da procura o permitam, o nível de entrada exigido para estudantes que desejem ensinar da 1ª à 5ª classe passará a ser de dez anos de escolarização. iii. Todos os formadores de professores estarão qualificados académica e profissionalmente. iv. As iniciativas de capacitação em práticas actuais de ensino básico e em educação da infância localizar-se-ão cada vez mais no Centro Nacional de Excelência. 3.3.3 A longo prazo (2013-2015) v. Todos os professores terão o estatuto de graduados, e um bacharelato em educação tornar-se-á o 1º nível dentro do quadro nacional de qualificações. 18 Qualificações e Colocação de Professores DNFPTE Estratégia de Formação de Professores _______________________________________________________________________________________ 4. QUALIFICAÇÕES E COLOCAÇÃO DE PROFESSORES 4.1 Introdução A definição de padrões nacionais para qualificação de professores dentro de um quadro geral nacional de qualificações e de uma política que garanta a colocação de professores de acordo com as qualificações, experiências e necessidade local demonstrável, permitirá melhorar a qualidade da educação nas escolas moçambicanas. 4.2 Situação Actual Há falta de oportunidades de desenvolvimento profissional para os professores. Para aqueles que receberam formação inicial, tanto através de instituições de formação de professores como através de esquemas de formação em exercício para professores sem formação “baseada nas escolas”, as oportunidades para desenvolvimento profissional contínuo são extremamente limitadas. Por essa razão, a progressão na carreira afasta, muitas vezes, bons professores da sala de aula, e mesmo do sector da educação de uma maneira geral. Não há padrões nacionais claramente identificados nas qualificações dos professores, nem um único organismo que tenha a responsabilidade de garantir a qualidade da prestação de cursos de formação, além da falta de uma política nacional de colocação, que tende a ser um procedimento administrativo, sem muita atenção à garantia de uma combinação entre qualificações, experiências e interesses dos professores com as circunstâncias específicas das escolas onde são colocados. 4.3 Acção Planeada Por forma a garantir a disponibilidade de oportunidades de desenvolvimento na carreira e assim, permitir a retenção dos professores na educação, especialmente no sector do ensino primário, o estabelecimento de padrões nacionalmente acordados e de um sistema de colocação de professores sensível às necessidades tanto das escolas como dos próprios professores, propõe-se as acções que se seguem. 4.3.1 A curto prazo (2004-2008) i. Um quadro nacional de qualificações será desenhado, oferecendo aos professores, educadores e outros profissionais no sector oportunidades de desenvolvimento profissional ao longo da carreira, e será realizado através de uma estrutura nacional envolvendo todos os provedores de formação de professores. ii. Será identificada uma trajectória de carreira para educadores de professores dentro do quadro das qualificações nacionais, que irá garantir uma fonte profissional apropriada aos responsáveis para a formação dos professores. iii. Será estabelecido um sistema nacional de validação, acreditação e certificação. iv. O sistema de colocação de professores às escolas será revisto para garantir que corresponda às necessidades actuais e futuras. 19 Qualificações e Colocação de Professores DNFPTE Estratégia de Formação de Professores _______________________________________________________________________________________ 4.3.2 A médio prazo (2009-2012) i. O quadro nacional de qualificações será avaliado, revisto e alargado à luz da experiência e de futuros desenvolvimentos no âmbito da formação de professores ii. Todos os postos em todas as instituições educacionais serão preenchidos através de um processo de concurso público, candidatura e entrevista. 4.3.3 A longo prazo (2013-2015) i. O quadro nacional de qualificações será revisto de modo a reflectir um ingresso no ensino de todos graduados 20 Pesquisa e Qualidade na Formação de Professores DNFPTE Estratégia de Formação de Professores _______________________________________________________________________________________ 5. PESQUISA E QUALIDADE NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES 5.1 Introdução A estratégia de formação de professores visa estabelecer uma ligação clara entre pesquisa e qualidade na formação de professores. A pesquisa é o instrumento através do qual as contribuições para o processo educacional podem ser desenvolvidas para se melhorar a qualidade geral do produto. A DNFPTE reconhece a importante contribuição que a pesquisa pode dar à sua planificação para o subsector, para o desenvolvimento da prática e para a formulação e avaliação de indicadores de qualidade. A política de formação de professores está concebida para melhorar a qualidade de toda a provisão de formação de professores, para estabelecer padrões nacionais em formação de professores, e sistemas nacionais de garantia de qualidade. 5.2 Situação actual 5.2.1 Pesquisa Embora haja uma forte história de cultura de pesquisa a nível do sector universitário em Moçambique, os estudos são geralmente de natureza académica e teórica. A pesquisa actual proporciona poucas contribuições para a prática na sala de aula, para a planificação do subsector de formação de professores, além de não ser capaz de envolver os actores na sala de aula em instituições de formação de professores e escolas. 5.2.2 Qualidade A DNFPTE reconhece que a qualidade da formação de professores, tal como ela é actualmente realizada, requer melhorias, além de não haver padrões e mecanismos de garantia de qualidade nacionalmente acordados. 5.3 Acção planeada Para garantir o estabelecimento de uma cultura de pesquisa apropriada e padrões e mecanismos nacionalmente acordados para garantir qualidade na formação de professores, propõem-se as medidas que se seguem. 5.3.1 A curto prazo (2004-2008) i. A DNFPTE, em consulta às direcções provinciais e distritais e com os provedores de formação de professores, identificará áreas de pesquisa prioritárias. ii. Será introduzida uma cultura de pesquisa em todas as instituições de formação de professores. iii. A ênfase da pesquisa a curto prazo centrar-se-á na necessidade de alargar a base de conhecimento e de experiência em ensino básico. iv. Serão definidos padrões nacionais para formação de professores. 21 Pesquisa e Qualidade na Formação de Professores DNFPTE Estratégia de Formação de Professores _______________________________________________________________________________________ v. Será estabelecido um sistema de controlo interno de qualidade. vi. A Direcção explorará meios para criar um organismo nacional de garantia de qualidade que vai providenciar a aprovação e a certificação pública. 5.3.2 A médio prazo (2009-2012) i. A responsabilidade pela identificação das necessidades de pesquisa e pela realização da própria pesquisa será cada vez mais atribuída aos provedores de formação de professores e ao Centro de Excelência proposto. ii. Cada provedor de formação de professores terá de desenhar os seus próprios mecanismos internos de controlo e garantia de qualidade, potenciando-se desta maneira as instituições e os indivíduos, e exigindo responsabilidade colegial e pessoal pela qualidade. iii. O controlo e a garantia de qualidade serão realizados regularmente a nível provincial e distrital. iv. A Direcção solicitará outros organismos internacionais apropriados para realizar auditorias de qualidade em conformidade com as necessidades. 22 Coordenação da Formação de Professores DNFPTE Estratégia de Formação de Professores ________________________________________________________________________________________ 6. COORDENAÇÃO DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES 6.1 Introdução Está em processo no MinED a reforma institucional. O processo de coordenação da implementação da estratégia estará enquadrado dentro da reforma em curso. Dentro desta reforma caberá ao Ministério o papel de formulação de políticas e as Instituições o papel de implementação das mesmas. 6.2 Situação Actual Haverá necessidade de se estabelecer um organismo para coordenar, gerir e monitorar todo processo de implementação da estratégia. Embora se reconheça o papel preponderante e de liderança da DNFPTE, o envolvimento de diferentes actores tais como o IAP, o INDE e as Universidades na realização da estratégia, considera-se premente a necessidade de se criar uma estrutura abrangente de coordenação. 6.3 Acção Planeada As actividades relacionadas com a reforma das instituições de formação e a definição do seu papel estão descritas na área 1. Neste capítulo apresenta-se somente as relacionadas com a coordenação e a monitoria da implementação da estratégia. 6.3.1 Curto Prazo (2004 – 2008) i. Estabelecer um organismo de coordenação para gerir todo o processo de implementação da estratégia, inclusive de um conselho de coordenação e um comité executivo. Este organismo deve envolver também o Ministério do Ensino Superior Ciência e Tecnologia. ii. Monitorar a implementação da estratégia ao longo de cada ano da primeira fase. iii. Realizar uma avaliação externa a meio do processo e no fim da primeira fase sobre o ponto da situação da estratégia 6.3.2 Médio Prazo (2009 – 2012) iii. Divulgar às IFPs e às DPEs os resultados e recomendações da avaliação da primeira fase. iv. Orientar as IFPs e DPEs para adaptar a estratégia na base das recomendações da avaliação da primeira fase. iv. Monitorar a implementação da estratégia ao longo de cada ano da segunda fase. 23 Coordenação da Formação de Professores v. DNFPTE Estratégia de Formação de Professores Realizar uma avaliação externa no fim da segunda fase sobre o desenvolvimento e a expansão da estratégia. 6.3.3 Longo Prazo (2013 – 2015) i. Divulgar às IFPs e às DPEs os resultados e recomendações da avaliação da segunda fase. ii. Orientar as IFPs e DPEs para consolidar a estratégia na base das recomendações da avaliação da segunda fase. iii. Monitorar a implementação da estratégia ao longo de cada ano da terceira fase. iv. Realizar uma avaliação externa no fim da terceira fase sobre o impacto global da estratégia. 24