VARIABILIDADE GENÉTICA DE SUBPOPULAÇÕES DE Mauritia
flexuosa L.F (ARECACEAE) EM VEREDAS DO ESTADO DE GOIÁS
Kássia Marques Corrêa1; Lázaro José Chaves2; Mariana Pires de Campos Telles3; Rejane Araújo
Guimarães4; Edivaldo Barbosa de Almeida Júnior 5; Thannya Nascimento Soares6
1
Doutoranda em Genética e Melhoramento de Plantas – UFG/Goiânia-GO/Brasil. Bolsista
CAPES – email: [email protected]; 2 Pesquisador – Setor de Melhoramento de Plantas –
Escola de Agronomia – UFG/Goiânia-GO/Brasil. 3Pesquisadora – Instituto de Ciências
Biológicas I- UFG/ Goiânia-GO/Brasil. 4Doutoranda em Genética e Melhoramento de Plantas –
UFG/Goiânia-GO/Brasil. 5Doutorando em Genética e Melhoramento de Plantas – UFG/GoiâniaGO/Brasil. 6Pesquisadora – Instituto de Ciências Biológicas I- UFG/ Goiânia-GO/Brasil.
Mauritia flexuosa é uma palmeira de grande porte, conhecida vulgarmente como buriti que
possui ampla distribuição no Cerrado, principalmente em associações com nascentes de águas e
áreas alagadas, em formações conhecidas como veredas. Conhecer a variabilidade genética de
uma espécie permite elucidar a atuação dos processos evolutivos nas populações, o que contribui
para a definição de estratégias eficientes de seu uso e conservação. Os marcadores
microssatélites são úteis para quantificar o nível de variabilidade existente entre e dentro das
subpopulações. O presente trabalho objetivou avaliar a variabilidade genética de seis
subpopulações de Mauritia flexuosa localizadas em veredas conservadas e antropizadas do
Estado de Goiás, com base em marcadores microssatélites. Foram avaliados 175 indivíduos
provenientes de seis subpopulações, localizadas no estado de Goiás. O DNA foi extraído a partir
de tecido foliar, posteriormente foi quantificado e diluído para a realização de reações em cadeia
de polimerase, utilizando dez locos microssatélites. Foi utilizado sequenciador automático
ABI3500, pelo qual se obtiveram os genótipos. A matriz de genótipos obtida foi utilizada para
estimar parâmetros de diversidade genética entre e dentro de subpopulções. Estas análises foram
realizadas no software GDA. O número médio de alelos por loco nas subpopulações foi de 6,2,
variando entre 5,6 e 7,0. Os valores da heterozigosidade esperada (He) e observada (Ho) foram
iguais a 0,645 e 0,659, respectivamente, estando o valor de Ho próximo ao esperado pelo
Equilíbrio de Hardy-Weinberg. A análise de estrutura genética populacional revelou que as
subpopulações de M. flexuosa estão moderadamente estruturadas, com θ = 0,099. O valor
estimado para o f não foi significativo, como é esperado para espécies dioicas, como é o caso do
buriti. A estimativa do índice de fixação total, considerando todas as subpopulações, revelou um
valor de F = 0,08, ou seja, muito próximo ao valor de θ. Isto sugere que a estruturação genética
observada nestas subpopulações de buriti deve estar mais relacionada a um efeito de deriva
associada a certa restrição ao fluxo gênico entre as subpopulações amostradas. A limitação ao
fluxo gênico entre as subpopulações de buriti pode estar associada ao ambiente em que estão
inseridas, pois as veredas possuem distribuição disjunta e as áreas de terra seca que as rodeiam
podem funcionar como barreiras ao fluxo gênico. Outro fator que pode estar relacionado a esta
restrição ao fluxo gênico é a dispersão de sementes por zoocoria, que se torna difícil em
ambientes fragmentados, além de inviável caso esta seja depositada em lugar desfavorável a
germinação. Assim conclui-se que para as subpopulações amostradas há um baixo nível de
endogamia e uma diversidade genética relativamente alta. Há estrutura genética significativa,
provavelmente em decorrência de um leve isolamento entre as subpopulações associado aos
efeitos de deriva genética dentro das subpopulações.
Palavras- chave: Buriti, Conservação, Microssatélites, Variabilidade genética.
Apoio Financeiro: Capes, Projeto PRONEX (Chamada: 007/2009, Processo: 200910267000458).
Download

Completo